Notas para imprensa julho

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NOTAS PARA IMPRENSA – ACNUR: Julho DESNUTRIÇÃO DE REFUGIADOS SOMALIS PREOCUPA ACNUR GENEBRA, 5 de julho (ACNUR) – A agência das Nações Unidas para Refugiados está preocupada com a alta incidência de desnutrição entre os refugiados somalis que fogem para a Etiópia e para o Quênia. Atormentada por conflitos há meses, a Somália agora enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos. A violência implacável, agravada pela seca, forçou mais de 135.000 somalis a fugirem até agora. Somente em junho, 54 mil pessoas deixaram o país e ultrapassaram as fronteiras etíopes e quenianas, número três vezes superior ao registrado em maio deste ano. “O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) está preocupado com níveis de desnutrição jamais vistos entre os recém-chegados – especialmente entre crianças refugiadas”, disse a porta-voz chefe do ACNUR, Melissa Fleming, nesta terça-feira. “Mais da metade das crianças somalis que chegam à Etiópia estão seriamente desnutridas, e, entre as que chegam ao Quênia, de 30 a 40 por cento apresentam um quadro de desnutrição”, acrescentou. Segundo Fleming, o ACNUR estima que atualmente um quarto da população da Somália – 7,5 milhões – está internamente deslocada ou vive fora do país como refugiados. Ela acrescentou que a seca e a violência prevalecentes em algumas partes do sul e centro do país estão “transformando uma das piores crises humanitárias do mundo em uma tragédia humana de proporções inimagináveis”. Leia a íntegra desta notícia em www.acnur.org.br CRISE NO CHIFRE DA ÁFRICA SUPERA CAPACIDADE DE AJUDA HUMANITÁRIA NA FRONTEIRA SOMÁLIA-ETIÓPIA DOLLO ADO, Etiópia, 8 de julho (ACNUR) – Com muita poeira soprando no deserto e em meio a uma das piores secas já registradas, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, liderou uma pequena missão à remota região do sudeste da Etiópia, onde há um intenso esforço para ajudar os milhares de refugiados somalis recém chegados, muitos deles gravemente desnutridos.

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NOTAS PARA IMPRENSA – ACNUR: Julho

DESNUTRIÇÃO DE REFUGIADOS SOMALIS PREOCUPA ACNUR

GENEBRA, 5 de julho (ACNUR) – A agência das Nações Unidas paraRefugiados está preocupada com a alta incidência de desnutrição entre osrefugiados somalis que fogem para a Etiópia e para o Quênia. Atormentadapor conflitos há meses, a Somália agora enfrenta a pior seca dos últimos60 anos.

A violência implacável, agravada pela seca, forçou mais de 135.000somalis a fugirem até agora. Somente em junho, 54 mil pessoas deixaram opaís e ultrapassaram as fronteiras etíopes e quenianas, número trêsvezes superior ao registrado em maio deste ano.

“O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estápreocupado com níveis de desnutrição jamais vistos entre osrecém-chegados – especialmente entre crianças refugiadas”, dissea porta-voz chefe do ACNUR, Melissa Fleming, nesta terça-feira. “Maisda metade das crianças somalis que chegam à Etiópia estão seriamentedesnutridas, e, entre as que chegam ao Quênia, de 30 a 40 por centoapresentam um quadro de desnutrição”, acrescentou.

Segundo Fleming, o ACNUR estima que atualmente um quarto da populaçãoda Somália – 7,5 milhões – está internamente deslocada ou vive forado país como refugiados. Ela acrescentou que a seca e a violênciaprevalecentes em algumas partes do sul e centro do país estão“transformando uma das piores crises humanitárias do mundo em umatragédia humana de proporções inimagináveis”.

Leia a íntegra desta notícia em www.acnur.org.br

CRISE NO CHIFRE DA ÁFRICA SUPERA CAPACIDADE DE AJUDA HUMANITÁRIA NA FRONTEIRA SOMÁLIA-ETIÓPIA

DOLLO ADO, Etiópia, 8 de julho (ACNUR) – Com muita poeira soprando nodeserto e em meio a uma das piores secas já registradas, o AltoComissário da ONU para Refugiados, António Guterres, liderou umapequena missão à remota região do sudeste da Etiópia, onde há um intensoesforço para ajudar os milhares de refugiados somalis recém chegados,muitos deles gravemente desnutridos.

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Por várias horas, Guterres e sua equipe visitaram áreas de acolhida etrânsito próximas a Dollo Ado, conversando com os refugiados etrabalhadores humanitários. Posteriormente, se dirigiram a umalocalidade a 60 quilômetros ao oeste de Dollo para visitar um novo campode refugiados em Kobe, o qual foi aberto há apenas algumas semanas, masque, devido às novas chegadas, já está atingindo sua capacidade máximade acolhida - 20 mil pessoas.

“2011 tem sido um ano de muitas crises, mas acho que na Somáliaencontramos o pior desastre humanitário do ano”, disse Guterres aosjornalistas que o acompanhavam. “Nosso coração fica partido ao escutarmães relatando que, após caminharem por dias em busca de um localseguro, perderam seus filhos ao longo do caminho, vendo-os morrerem e aajuda médica chegando tarde demais”.

O que Guterres viu durante sua visita revela tanto o impacto da últimacrise da Somália em seus próprios deslocados – que agora já somam umquarto de toda a população – quanto as dificuldades que asorganizações humanitárias enfrentam para responder à situação.

Estresse a exaustão podem ser vistos nos rostos dos refugiados recémchegados, os quais aguardavam na fila para serem registrados e receberemcartões de racionamento e outros itens. A maioria é oriunda da região deBay, a oeste de Mogadishu, e alguns afirmam ter caminhado por quase 30dias para chegar ao campo. “Meu pai está criticamente doente, mas eutive que partir com meus seis filhos por causa da insegurança”, disseuma mulher. “Não podemos viver lá”. Outras pessoas falaram sobrecrianças morrendo ao longo da jornada.

Para a Somália, que já estava em estado de falência por suas longasdécadas de conflito, a seca levou a um aumento dramático dodeslocamento. A produção de alimentos caiu, a ajuda alimentar conta comrecursos escassos, e consequentemente os preços dos alimentos aumentaramacentuadamente. Para agravar a situação, em fevereiro houve uma ofensivadas forças pró-governo contrárias aos insurgentes Al-Shabaab, nascidades próximas às fronteiras do Quênia e da Etiópia. Desde então onúmero de refugiados chegando a Dollo Ado sobe a cada mês: cerca de54 mil pessoas chegaram em 2011, em uma média de 1,7 mil por dia. Ouseja, observa-se que as pessoas tiveram que se refugiar para conseguirajuda.

Entre os recém chegados a Dollo Ado, as taxas de desnutrição emortalidade são muito altas. Ao menos 50% das crianças estão desnutridasou severamente desnutridas. Taxas similares estão sendo registradas noQuênia.

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Enquanto isso, trabalhadores humanitários e seus parceirosgovernamentais estão sobrecarregados. O grande número de chegadas estáultrapassando a capacidade de registro; os sistemas para satisfazer asnecessidades alimentares e médicas estão prestes a colapsar; aeletricidade para bombear água para os campos está em falta, já que ospainéis solares não funcionam bem devido ao mau tempo e às tempestadesde areia.

Além disso, há um problema de espaço. O campo de refugiados de Kobe é oterceiro aberto aqui até agora, mas mesmo tendo sido aberto há poucassemanas já está atingindo sua capacidade máxima de acolhida – 20 milpessoas. No caminho para o campo, a equipe de Guterres ultrapassou umcomboio com centenas de outros refugiados que se dirigiam a Kobe, ondefilas e filas de tendas do ACNUR se estendem em direção ao horizonte.Novos campos são urgentemente necessários – e poderão ser montados sehouver apoio da comunidade internacional.

Para os jornalistas que acompanhavam sua visita, Gueterres falou sobrea necessidade de ajuda humanitária também dentro da Somália, para que aspessoas não tenham que cruzar fronteiras em busca de sobrevivência.Atualmente, a insegurança impede ou limita o grau de acesso que osagentes humanitários têm ao país. Em Dollo Ado, os trabalhadoreshumanitários constatam diariamente o drama humano– as famílias quechegam exaustas, as crianças que morrem ao longo do caminho,aparentemente toda uma população em movimento. “É uma situação queparte o coração das pessoas”, afirma Gueterres.Por Adrian Edwards, em Dollo Ado, Etiópia.

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ACNUR LEVA AJUDA A MILHARES DE DESLOCADOS NA FRONTEIRA DO PAQUISTÃO

ISLAMABAD, Paquistão, 12 de julho (ACNUR) – Enquanto o exéricopaquistanês expande suas operações anti-insurgentes no noroeste do país,dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas na região de Kurram. OAlto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) intensificouos esforços de ajuda humanitária após uma missão de avaliação da ONU nasemana passada.

A ofensiva militar começou no final de junho no centro do distritotribal de Kurram, uma das ete regiões que compôem o cinturão tribal

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paquistanês, na fronteira leste do Afeganistão. As autoridades locaisdizem que o conflito poderia levar 12 mil famílias – cerca de 84 milpessoas – a deixar suas casas em oito aldeias através de uma área de80 quilômetros quadrados, no centro e ao redor de Kurram.

Nas últimas duas semanas, 700 famílias buscaram refúgio em um novocampo em Durrani, na cidade de Sadda, no baixo Kurram. Conhecida comoNovo Durrani, o campo foi criado pela Autoridade de Gestão de Desastreslocais, a 30 km da zona de conflito. Alguns de seus residentes disseramà missão da ONU que queriam ficar perto de casa.

Autoridades locais registraram outras 8 mil famílias deslocadas queestão em áreas urbanas. Outras 200 famílias estão abrigadas em umaescola na cidade de Sadda. Provavelmente, alguns daqueles que permanecemcom famílias de acolhida se mudarão para o acampamento em breve.

"Embora as autoridades locais tenham se articulado rapidamente parafornecer tendas, alimentos e água potável ao acampamento, há umanecessidade urgente de melhorar a infra-estrutura por meio da disposiçãoadequada de barracas, da construção de latrinas, banheiros e cozinhas,além da realização de processos de registros eletrônicos confiáveis”,disse o representante do ACNUR no Paquistão, Mengesha Kebede. "É porisso que estamos enviando, com urgência, profissionais especializadospara ajudar as autoridades locais a gerir esta situação."

O ACNUR está enviando planejadores e gestores de campos para NovoDurrani. A agência também vai financiar e prestar apoio técnico a umprocesso de registro computadorizado das pessoas deslocadas que ficamdentro e fora do campo.

A agência já havia fornecido 700 tendas, 200 kits com suprimentos deemergência, e um armazém portátil. Sua equipe continuará distribuindotendas e outros itens de ajuda humanitária para os moradores do campo. OACNUR também irá trabalhar com as autoridades locais e organizaçõesnão-governamentais para armar barracas, fornecer refeições quentes,construir cozinhas, e distribuir lenha.

Esta não é a primeira vez que pessoas foram forçadas a fugir dodistrito de Kurram, que há vários anos enfrenta conflitos causados portensões sectárias e pelo influxo de militantes das áreas vizinhas. Em2010, cerca de 130 mil pessoas fugiram do baixo Kurram e refugiaram-senos distritos de Peshawar, Kohat e Hangu na província vizinha de KhyberPakhtunkwa. A maioria ainda é incapaz de retornar devido à tensãolatente em suas áreas de origem.

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Nos últimos três anos, sucessivas ondas de conflito entre forças dogoverno e militantes no noroeste do Paquistão deslocaram mais de 4milhões de pessoas. A grande maioria já voltou para casa, mas cercade 400 mil pessoas das áreas tribais do Waziristão do Sul, Orakzai,Kurram, Khyber, Mohmand e Bajaur continuam deslocadas. Cerca de 57 milvivem em quatro campos de refugiados, mas a maioria vive em comunidadesde acolhida em Dera Ismail Khan, Kohat, Peshawar, Tank e nas áreas deHangu, na província de Khyber Pakhtunkwa.

Por Ariane Rummery e Duniya Khan em Islamabad, PaquistãoLeia mais em: www.ancur.org.br

VÔOS DO ACNUR AJUDAM REFUGIADOS SOMALIS NO QUÊNIA E NA ETIÓPIA

NAIROBI, Quênia, 18 de julho (ACNUR) – O primeiro de uma série devôos de emergência levando tendas do Alto Comissariado da ONU paraRefugiados (ACNUR) já chegaram à Etiópia e ao Quênia. Suas cargas estãosendo rapidamente transportadas às fronteiras com a Somália para abrigarmilhares de refugiados que fogem do conflito e da seca no país.

Nesta segunda-feira, o Boing 747 fretado pelo ACNUR chegou à capitaletíope, Addis Ababa, trazendo 2,100 tendas do depósito do ACNUR emDubai. Outros vôos trarão mais tendas, além de veículos e geradores paraa operação da agência em Dollo Ado, no sul da Etiópia - onde 75 milsomalis buscaram refúgio desde o começo deste ano.

No Quênia, o primeiro vôo chegou a Nairóbi no domingo com 100 toneladasde tendas provenientes do depósito do ACNUR no Kuwait. As 2,3 mil tendasfamiliares foram transferidas para caminhões e transportadas até ocomplexo de refugiado de Dadaab, no leste do Quênia, aonde 60 milsomalis chegaram desde janeiro.

“Cerca de três mil pessoas por dia estão chegando à Etiópia e aoQuênia”, disse o porta-voz do ACNUR em Nairóbi, Ron Redmond.“Dadaab está completamente abarrotado, abrigando atualmente quatrovezes mais pessoas do que a sua capacidade inicial. Outros 1,5 milrefugiados continuam chegando diariamente”.

Muitos dos refugiados chegam ao país em condições precárias devido àseca e à insegurança na Somália, e exaustos após semanas de caminhada embusca de ajuda. Eles recebem imediatamente tratamento e assistência, maso ritmo acelerado de chegadas está superando a capacidade de resposta

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dos países de abrigo, os quais também estão sofrendo com a pior seca queafeta a região em 60 anos.

Entretanto, na semana passada o governo do Quênia anunciou a expansãode Dadaab, com a abertura do campo Ifo II, com a intenção de diminuir aconcentração de refugiados no complexo. Autoridades na Etiópia tambémestão construindo um novo campo, Hilowen, para abrigar os refugiadossomalis recém chegados.

Além dos vôos levando itens de ajuda humanitária, o ACNUR também estáenviando equipes de emergência para trabalhar com planejamento,administração do campo, proteção, prestação de serviços comunitários eassistência médica. A agência fez um apelo por US $136.3 milhões paraatender às necessidades de sobrevivência dos refugiados em Djibouti,Etiópia e Quênia até o final deste ano.

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ACNUR INTENSIFICA AJUDA HUMANITÁRIA NO INTERIOR DA SOMÁLIA

GENEBRA, 19 de julho (ACNUR) – O Alto Comissariado da ONU paraRefugiados (ACNUR) está intensificando a ajuda humanitária emergencialno sul e oeste da Somália, enquanto monitora o deslocamento de pessoaspara países vizinhos em busca de assistência.

Trabalhando com parceiros locais, o ACNUR distribuiu kits humanitáriospara 90 mil pessoas em Mogadishu, Belet Hawa e Dobley, no noroeste daSomália. Os kits continham lonas plásticas, cobertores, utensílios decozinha e galões de água, entre outros artigos.

A partir de terça-feira, outros kits serão distribuídos para mais de125 mil pessoas em outras localidades das regiões de Gedo e Lower Juba.A assistência também será entregue em Mogadishu, no corredor de Afgooyee em Lower Shabelle, no sudeste do país.

Vinte anos de conflito trouxeram caos e anarquia para várias regiões daSomália, especialmente nas áreas centro-sul.

“Atualmente, a situação para os trabalhadores humanitários na Somáliaestá longe do ideal”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, emuma coletiva de imprensa em Genebra nesta terça. “Precisamos ter maioracesso e garantias de que o caráter humanitário do nosso trabalho sejarespeitado”.

As negociações acerca do acesso humanitário ao país estão sendo

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conduzidas coletivamente pela ONU, disse Raouf Mazou, vice-diretor dadivisão do ACNUR para o Leste e o Chifre da África, Chade e Sudão.“Algumas garantias foram dadas, mas precisam ser testadas”.

A violência crônica, associada a desastres naturais e ondas de secas,deslocou mais de um quarto da população somali de 7.5 milhões. Nesteano, mais de 160 mil somalis fugiram para países vizinhos, comoDjibouti, Etiópia e Quênia, enquanto cerca de 1,5 milhões de pessoas sedeslocaram internamente.

Tukaay Siyaadow Isaak, de 47 anos e mãe de oito filhos, fugiu deBaidoia, no centro da Somália, e viajou por 20 dias até chegar aGalkayo, mais ao norte. A família se estabeleceu no campo de deslocadosinternos de Bulo Kontrol.

“Decidimos partir quando todos nossos animais morreram com a seca.Viemos para cá porque precisávamos sobreviver. A jornada foi longa eterrível. Tivemos que depender da boa vontade das pessoas parasobreviver”, disse. “Alguns foram para Dadaab [Quênia] enquantooutros foram para outros locais na Somália. Escolhi vir para cá porqueDadaab não fica no meu país. Mesmo assim, eu não conheço ninguém aqui.Estou totalmente perdida. Não sei o que irá acontecer”.

Somalis que cruzaram para países vizinhos estão sendo acomodados emcampos de refugiados superlotados.

O Dr. Paul Spiegel, que coordena o departamento de Saúde Pública e HIVdo ACNUR, esteve recentemente na área fronteiriça de Dolo Ado naEtiópia. Ele disse aos jornalistas baseados em Genebra, que os recémchegados ao campo de Kobe estão em péssimo estado. “Em junho, a taxade mortalidade diária no campo era de 7.4 a cada 10 mil pessoas – 15vezes a taxa normal da África Subsaariana”. Mais da metade dapopulação do campo sofre de desnutrição aguda.

Ele disse ainda que as condições de saúde melhoraram durante o mês dejulho, “provavelmente devido ao fato de que os refugiados não estãoesperando a situação ficar crítica para deixar seus locais de origem”,e ao foco nos tratamentos de crianças com menos de cinco anos que seencontram gravemente desnutridas. Outros desafios na área de Dolo Ado,incluem uma severa escassez de água e latrinas para a maior parte dosrefugiados recém-chegados.

Enquanto isso, o ACNUR está fortalecendo seus mecanismos demonitoramento dos movimentos populacionais e de proteção nas rotas quelevam aos campos de refugiados de Dolo Ado e Dadaab, na Etiópia e noQuênia respectivamente. Espera-se que relatórios regulares permitam

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ao ACNUR e outras agências humanitárias informar a necessidade deintervenções humanitárias.

“Considerando o grave estado de saúde de vários refugiados que chegamaos campos, o ACNUR acredita ser fundamental que as pessoas na Somáliaconsigam encontrar ajuda no lugar onde estão”, disse Edwards. “Podeser que isso contribua para diminuir a necessidade de deslocamento parapaíses vizinhos, onde os campos de refugiados já estão abarrotados.Continuamos buscando todas as formas de intensificar nosso trabalho nointerior da Somália”.

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FAMÍLIA ERITRÉIA DEIXA CAMPO NA TUNÍSIA PARA RECOMEÇAR VIDA NA BÉLGICA

CAMPO DE CHOUCHA, Tunísia, 20 de Julho (ACNUR) - Filmon nasceu naEritréia, nunca sonhou ou desejou sair de seu país e afirma que seucoração permanece lá. Nesta semana ele e sua família embarcaram em umavião rumo a uma nova vida a mais de cinco mil quilômetros dedistância.

“O sentimento de liberdade, a segurança e uma oportunidade decontinuar aprendendo é tudo o que eu sempre quis”, disse o pai de doisfilhos, de 29 anos.

Sua sede por liberdade e conhecimento tem sido uma força impulsora emsua vida. Forçado a se juntar ao exército eritreu aos 19 anos, conseguiucompletar um curso de gestão na Universidade de Asmara e começou atrabalhar como funcionário público no Ministério de Transporte. Porémquando se negou a espiar as inclinações políticas de seus colegas,Filmom foi detido. Meses mais tarde, após sua libertação, decidiu deixarseu país, temendo que sua próxima detenção não terminasse tãorapidamente.

Durante os quatro anos seguintes, Filmon e sua esposa Belaynesh fizeramuma perigosa jornada através de Etiopia, Sudão e Líbia. Em cada país,eles tentaram se estabelecer e começar de novo. Porém por não conseguirse registrar, acabava sendo impedido de usar suas habilidades equalificações, e submetido a exploração e constante risco dedeportação.

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Após mais de um ano lutando em Tripoli, Filmon, Beaynesh e seus filhosgêmeos, Ebin e Ezer, foram registrados como refugiados pelo Acnur, nacapital Libia. Nove meses depois, o conflito Líbio levou a família afugir mais uma vez, agora para campo Choucha na Tunísia, junto comcentenas de milhares de outros estrangeiros que viviam na Líbia.

Desde o inicio do influxo massivo de refugiados para a Tunísia, emfevereiro de 2011, muitos residentes de Choucha originários da Ásia e daÁfrica Ocidental puderam ir para casa. Mas milhares de solicitantes derefúgio e refugiados, como Filmon, não têm a opção de retornar, já queisso colocaria suas vidas em perigo.

A vida em Choucha é dificil. O campo é completamente dependente deajuda humanitária, submetido ao esmagador calor do verão e tempestadesde areia. Um incêndio em maio quase destruiu por completo o campo. Cercade quatro mil refugiados estão perdendo a esperança, o que levou o Acnura apelar à comunidade internacional a agir mais rapidamente.

“Estamos fazendo um apelo aos países de reassentamento para queforneçam mais oportunidades para esses refugiados, pois oreassentamento é uma ótima solução para eles e faz parte de um marco dedivisão de responsabilidades, especialmente com a Tunísia, que abriusuas portas para as pessoas que fugiam da guerra na Líbia apesar detambém estar enfrentando um momento delicado”, disse NasirFernandes, Coordenador Senior de Emergência no sul da Tunísia.

A Bélgica foi um dos primeiros países a dar uma resposta. A partir dadecisão do gabinete ministerial em março, o Secretário de Estado paraMigração e Asilo, Melchior Wathelet, anunciou a transferência de 25refugiados de Choucha para a Bélgica. “Essas pessoas precisam deproteção, eu estou orgulhoso de que a Bélgica, assim como outrospaíses Europeus, esteja assumindo suas responsabilidades,” disse.“Fornecer proteção para aqueles que necessitam representa, além deuma obrigação internacional, uma obrigação moral.”

De volta a Choucha, a perda da esperança traz a tentação de medidasdesesperadas. Filmon admitiu ter pensado em atravessar o Mediterrâneocom contrabandistas. “Eu pensei nisso, embora eu tenha muitos amigosque morreram no mar. Mas eu não podia deixar minha família correr esserisco,” ele disse.

Mesmo poucos dias antes de seu vôo para Bruxelas, Filmon ainda estavamuito ocupado para pensar no futuro. Ele estava se certificando se suapartida não afetaria os colegas refugiados que

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ele havia ajudado –tanto como líder comunitário quanto como intérprete trabalhando com oAcnur em entrevistas e registros de refugiados, ajudando-os a encontrarum caminho fora do campo.

Agora, Filmon e sua família, juntamente com outras seis provenientes daEritréia, República Democrática do Congo e Somália, partiram paracomeçar uma nova vida. Em breve, mais familias de refugiados partirãopara a Noruega. Talvez, suas partidas tragam um pouco de esperança paraaqueles que ainda definham nas tendas de Choucha.

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VÍTIMAS DA FOME NA SOMÁLIA SE DIRIGEM A MOGADISHU ENQUANTO CAMPOS REGISTRAM MORTES

Genebra, 22 de Julho (ACNUR) – Deslocados pela fome e pelosconflitos, mais de 20 mil pessoas desesperadas buscaram refugio nacapital Somali, Mogadishu, ainda neste mês. Milhares de pessoas, algumasà beira da morte, continuam fugindo para a região.

“Diariamente, uma média de mil pessoas chegam a Mogadishu buscandoajuda,” disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, nesta sexta-feiraem Genebra. “A maioria vem de áreas atingidas pela fome, como o sul deShabelle e Bakool.”

Na quarta-feira, o Alto Comissariado da ONU para refugiados (ACNUR)distribuiu por meio de seus parceiros pacotes de assistência deemergência beneficiando 15 mil deslocados internos no distrito deDharkenley, sudoeste de Mogadishu. Um adicional de 7,5 mil pacotes serádistribuído nas próximas semanas – cada pacote contém uma lona paraabrigo, três cobertores, uma esteira de dormir, dois galões de gasolinae um conjunto completo de utensílios de cozinha.

“Estamos tentando levar a ajuda para as pessoas na própria Somália,evitando que elas tenham que realizar uma difícil jornada até o Quêniaou a Etiópia,” disse Fleming.

Levados ao desespero, muitos somalis ainda estão fazendo essa viagem. Ocampo de Dadaab, no Quênia, está recebendo cerca de 1,5 mil novosrefugiados somalis diariamente, enquanto centenas chegam todos os dias àárea de Dollo Ado, na Etiópia.

Mais da metade deles vem das regiões de Gedo, Bay e Bakool, nocentro-sul da Somália. Eles dizem que eram pastores e fazendeiros que

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fugiram da persistente seca, assim como da violência que os forçou aabandonar suas terras e gado.

Muitos refugiados estão chegando em péssimas condições devido a mesesde privação e à longa viagem em busca de ajuda. “Esta é uma situaçãode emergência nutricional,”disse Fleming, observando que 15 mortes pordesnutrição e outras doenças já foram reportadas na terça-feira no campoKobe, em Dollo Ado. Funcionários do ACNUR em Dadaab também estãorelatando um aumento no número de mortes por desnutrição aguda,principalmente entre crianças.

Crianças menores de cinco anos são as mais vulneravéis, mas o ACNURtambém está preocupado com a desnutrição entre os refugiados com idadeentre 5 e 18 anos. “Se tratada precocemente e corretamente, a maioriadas crianças desnutridas pode se recuperar fisicamente", disse o Dr.Paul Spiegel, chefe de Saúde Pública e do Departamento de HIV do ACNUR."Mas os recém-chegados, com desnutrição grave, estão levando mais tempodo que o normal para se recuperar, às vezes de seis a oito semanas –provavelmente devido às terríveis condições em que chegam aos campos."

Todos os recém-chegados aos campos são registrados e passam por examesde saúde. Os desnutridos e as pessoas com complicações médicas sãoencaminhadas para clínicas, inclusive para uma seção de nutriçãoterapêutica.

Em Dollo Ado, centro de trânsito na Etiópia, o Acnur está fornecendoduas refeiçoes quentes por dia para mais de 11 mil recém-chegados quevivem em tendas improvisadas. O número de chegadas está superando acapacidade de acolhida desta área seca e remota. O campo de Kobe, abertono mês passado, já está lotado, com mais de 25 mil refugiados. Um novocampo, Hilaweyn, está quase concluído e receberá até 60 mil pessoas. Aacolhida dos refugiados neste campo está prevista para começar em duassemanas.

"A superlotação é um problema tanto em Dadaab quanto em Dollo Ado",disse Fleming. "Para diminuir a super lotação, o ACNUR continuarealizando vôos de emergência com ajuda humanitária, incluindo tendaspara mais de 75 mil pessoas."

Quênia e Etiópia receberam três vôos cada, sendo que cada um trouxe 100toneladas de suprimentos de socorro e tendas. Dos aeroportos dascapitais, esta ajuda é imediatamente enviada para as regiões fronteiriças que recebem os refugiados em Dadaab e Dollo Ado.

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Desde janeiro deste ano, o Quênia já recebeu mais de 100 mil somaliseste ano, 60 mil na área Dadaab; a Etiópia mais de 75 mil, 74 mil naregião de Dollo Ado; e Djibouti mais de 2,3 mil.

O ACNUR enviou 60 equipes de emergência para a região para assistir osrefugiados recém-chegados, e outras 11 equipes estão a caminho. Aagência precisa de fundos emergenciais no valor de U$136 milhões pararesponder a esta emergência até o final do ano.

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ACNUR comemora 60 anos da Convenção de 1951 para Refugiados

Genebra, 28 de Julho de 2011- A Convenção para Refugiados de Genebracomemora hoje seu 60°aniversário enquanto o fenômeno do deslocamentoforçado se torna cada vez mais complexo e os países emdesenvolvimento lutam para acolher a grande maioria dos refugiados domundo.

A Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados foiformalmente adotada em 28 de julho de 1951 para resolver os problemasdos refugiados na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Esse tratadoglobal proporciona define quem vem a ser um refugiado - uma pessoa comum fundado temor de perseguição por motivos de raça, nacionalidade,religião, pertencimento a um determinado grupo social ou opiniãopolítica - e esclarece os direitos e deveres entre os países deacolhida e os refugiados. O fundamento legal que está nos pilares dotrabalho do ACNUR permitiu que, nos últimos 60 anos, a agência ajudassemilhões de pessoas deslocadas a recomeçar suas vidas.

Atualmente, a Convenção continua sendo a pedra angular da proteção arefugiados. Sofreu adaptações e resistiu a seis décadas de grandesmudanças, mas hoje enfrenta desafios sem precedentes.

“As causas de deslocamento forçado estão se multiplicando,” disse oAlto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres.“Pessoas são deslocadas não apenas por conflitos e perseguições,mas também pela extrema pobreza e pelo impacto das mudanças climáticas.Esses fatores estão cada vez mais inter-relacionados."

Na Somália, mais de 170 mil pessoas fugiram desde janeiro para paísesvizinhos, sendo a seca, a fome e a insegurança algumas das razões parapartir. Até um milhão de pessoas deixaram a Líbia, entre elas,

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refugiados e solicitantes de refúgio, mas também migrantes econômicosque buscavam uma vida melhor em outro lugar.

“Precisamos ter fronteiras sensíveis à proteção, para que as pessoasque temem por suas vidas ou liberdade possam encontrar segurança”,disse Guterres. “Ao mesmo tempo necessitamos encontrar formasinovadoras para preencher as crescentes lacunas no sistema de proteçãointernacional e promover os valores de tolerância e inclusão, em vez demedo e desconfiança.”

Quatro quintos dos refugiados do mundo vivem em países emdesenvolvimento, e as recentes crises na Somália, Líbia e Costa doMarfim têm aumentado esse número. Com a África Oriental lutando paralidar com a pior seca em 60 anos, Quênia, Etiópia e Djibouti estãoacolhendo aproximadamente 450 mil refugiados somalis - e os númeroscrescem diariamente. Tunísia e Egito têm recebido a maior parte do êxododa Líbia em meio à turbulência da primavera árabe. Ainda sem serecuperar de anos de conflito civil, a Libéria oferece refúgio a mais de150 mil marfinenses, que fugiram da violência pós-eleitoral e dasituação ainda incerta em seu país.

Comparativamente, os 27 países da União Européia receberam juntosaproximadamente 243 mil pedidos de refúgio no ano passado, cerca de 29%do total mundial.

“A Europa deve isso a essas pessoas, a todos os refugiados, e a elamesma em defesa dos valores da Convenção de 1951 para Refugiados,”disse o Alto Comissário, observando que a UE tem capacidade paraaumentar a sua quota de responsabilidade em relação aos refugiados esolicitantes de refúgio.

“Atualmente, a criação de um sistema comum permanece improvável, jáque ainda persistem diferenças significativas entre os Estados-Membrosfrente à acolhida e tratamento dos solicitantes de refúgio. Esperamosque o 60 º aniversário da Convenção para Refugiados possa dar um impulsoà criação de um verdadeiro Sistema Europeu Comum de Refúgio. A Europatambém poderia fazer mais para reassentar refugiados", disse Guterres,referindo-se ao processo pelo qual os refugiados em um país, geralmenteem desenvolvimento, são realocados em novos países, em geral no mundodesenvolvido.

A Dinamarca foi o primeiro estado a ratificar a Convenção de 1951.Sessenta anos depois, 148 estados (três quartos das nações do mundo) sãosignatários da Convenção e/ou do Protocolo de 1967. Nauru é o maisrecente, signatário desde junho deste ano. Porém ainda há partes do

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mundo - sobretudo no Sul e Sudeste da Ásia e no Oriente Médio- onde amaioria dos estados ainda não ratificou a Convenção.

Em dezembro, a Agência das Nações Unidas para Refugiados convocará umareunião ministerial dos estados signatários da Convenção de 1951. Osestados poderão reafirmar seu compromisso com a Convenção comoinstrumento fundamental de proteção dos refugiados e garantir açõesconcretas para resolver os problemas desta população e dos apátridas. Areunião também buscará soluções para as lacunas de proteção existentesno cenário do deslocamento forçado.

Para comemorar o 60 º aniversário da Convenção, o ACNUR lançou naAmérica Latina e na Espanha a campanha “Vamos calçar os sapatos dosrefugiados e dar o primeiro passo para compreender sua situação”. Aocontar histórias pessoais de refugiados e outras pessoas forçadas a sedeslocar, esta campanha pretende ressaltar a dimensão humana de um temafreqüentemente dominado por números e estatísticas. Para maisinformações acesse: http://www.unhcr.org/do1thing