Notas de Leitura

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SCHORSKE O TÍTULO DESTE LIVRO deixa claro o seu conteúdo: ele aponta para a necessidade de se usar a história, os elementos do passado, para refletir sobre o presente. Em termos gerais, a obra mostra como o século XIX foi uma época essencialmente historicista, e analisa como o modernismo europeu procurou se desvencilhar do passado e criar um espaço novo e autônomo, tentando pensar o presente e o futuro sem a história. Em termos mais concretos, o brilhante autor de Viena Fin-de-Siècle explora alguns temas e autores representativos da passagem de um modo de pensar para o outro. Em procedimento típico de nossa época, Schorske começa refletindo sobre sua própria vocação de historiador. Depois, em um ensaio perspicaz, mostra a evolução da idéia de cidade no pensamento europeu, do iluminismo ao nazismo. O historiador também analisa figuras proeminentes da passagem do século, como os pioneiros vienenses do modernismo Adolf Loos, Gustav Mahler e Sigmund Freud. No ensaio final, Schorske volta a pensar sobre a história enquanto disciplina, mostrando que, com sua ênfase nos processos de mudança e transformação, ela tem muito a oferecer às outras áreas do conhecimento humano nestes tempos pós-modernos. SCHORSKE DISCUTE os conceitos que revelam maneiras radicalmente distintas de conjecturar o mundo à nossa volta. O que o autor chama de "pensar com a história" diz respeito a uma reflexão que se articula com a história, enquanto o pensamento "a-histórico" ou o que ele chama de "pensar sem a história" se mostra como uma jurisdição independente, onde não existe nenhuma necessidade de se conhecer as coisas através dos fatos históricos e se cria uma “aversão" ao passado, que pode ser explicado pela perda da fé no progresso humano como algo linear e ininterrupto. O avanço cientifico do século XIX e a ideologia progressista que reinava na época foi sustentada durante muito tempo pela história, que era usada para legitimar as ciências recém tiradas do forno filosófico. Neste período, a cadeira de história desfrutou de grande prestígio, se sobressaindo muitas vezes à própria filosofia como saber fundamental.

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SCHORSKE

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SCHORSKE

O TÍTULO DESTE LIVRO deixa claro o seu conteúdo: ele aponta para a necessidade de se usar a história, os elementos do passado, para refletir sobre o presente. Em termos gerais, a obra mostra como o século XIX foi uma época essencialmente historicista, e analisa como o modernismo europeu procurou se desvencilhar do passado e criar um espaço novo e autônomo, tentando pensar o presente e o futuro sem a história. Em termos mais concretos, o brilhante autor de Viena Fin-de-Siècle explora alguns temas e autores representativos da passagem de um modo de pensar para o outro.

Em procedimento típico de nossa época, Schorske começa refletindo sobre sua própria vocação de historiador. Depois, em um ensaio perspicaz, mostra a evolução da idéia de cidade no pensamento europeu, do iluminismo ao nazismo. O historiador também analisa figuras proeminentes da passagem do século, como os pioneiros vienenses do modernismo Adolf Loos, Gustav Mahler e Sigmund Freud.

No ensaio final, Schorske volta a pensar sobre a história enquanto disciplina, mostrando que, com sua ênfase nos processos de mudança e transformação, ela tem muito a oferecer às outras áreas do conhecimento humano nestes tempos pós-modernos.

SCHORSKE DISCUTE os conceitos que revelam maneiras radicalmente distintas de conjecturar o mundo à nossa volta. O que o autor chama de "pensar com a história" diz respeito a uma reflexão que se articula com a história, enquanto o pensamento "a-histórico" ou o que ele chama de "pensar sem a história" se mostra como uma jurisdição independente, onde não existe nenhuma necessidade de se conhecer as coisas através dos fatos históricos e se cria uma “aversão" ao passado, que pode ser explicado pela perda da fé no progresso humano como algo linear e ininterrupto.

O avanço cientifico do século XIX e a ideologia progressista que reinava na época foi sustentada durante muito tempo pela história, que era usada para legitimar as ciências recém tiradas do forno filosófico. Neste período, a cadeira de história desfrutou de grande prestígio, se sobressaindo muitas vezes à própria filosofia como saber fundamental.

Mas a dura realidade do século XX destruiu a imagem evolutiva, aperfeiçoada e conceitual que as ciências humanas haviam construído no século anterior. Duas grandes guerras e vários conflitos sociais deram um banho de água fria nas teorias evolutivas, já que ela teria se mostrado incapaz de corresponder às expectativas gerais.

Concebido como uma "história da história", Schorske abre uma discussão de como a modernidade foi paulatinamente suprimindo a história como referência imediata.

PENSANDO COM A HISTÓRIA - Pensar com a história significa usar os elementos do passado para refletir sobre o presente e construir a nossa cultura. Ou ainda-conceber a história como processo e nossa vida mental como condicionada pelo presente histórico, tal como ele se define em relação ao passado- a favor ou contra. Neste livro, Carl E.Shorske reúne uma série de ensaios que revelam a mudança do lugar da história na cultura. No século XX, na maioria dos campos intelectuais e artísticos, europeus e norte-americanos passaram a pensar sem a

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história. A arte, a arquitetura, a música e a ciência modernas se definiram como desligadas do passado, num espaço cultural novo e autônomo. Isso contrasta com o historicismo do século XIX, quando as idéias sobre o passado permeavam a maioria dos campos do pensamento, da filosofia e da política à arte, à música e à literatura. Schorske, contudo, mostra que o pensar com a história do século XIX e a maneira modernista de pensar, sem a história, são mais do que simples antíteses- são modos diferentes de enfrentar os problemas da modernidade, de dar forma e sentido à civilização européia na era do capitalismo industrial e da política de massas.

Cidade(3 avaliações): virtude (SEC XVII – Iluminismo) vício (início SEC XIX – Industrialização) para além do bem e do mal (metade SEC XIX – Cultura Subjetivista). Cada uma delas sobreviveu dentro das fases que a sucederam. O novo frutifica a partir do velho com mais frequência do que o destrói.

VIRTUDE - VOLTAIRE – Londres- Atenas da Idade Moderna. Virtudes (liberdade, comércio e arte). Indústria e prazer= vida urbana, civilização. Contraste entre ricos e pobres - base do progresso. ADAM SMITH – origem cidade monarcas – centros de liberdade e ordem – alicerces para o progresso da indústria e cultura. Relação com o campo – troca de matérias primas e manufaturas. Virtude cidade=estímulo progresso econômico e cultural X campo sentimento de segurança e liberdade pessoal. Nostalgia pela vida rural – influencia pensamento inglês sobre cidade durante o SEC XIX.