Nota de Aula Utilização Do Terreno

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NA UTILIZAÇÃO DO TERRENO UTILIZAÇÃO DO TERRENO ÍNDICE Pg Título 02 a 05 1. Avaliação de Distâncias 05 a 12 2. Utilização do Terreno para Progredir 12 a 17 3. Estudo do Terreno 18 a 20 4. Valor Militar dos Acidentes no Terreno 20 a 21 5. Binóculo 21 a 23 6. Descoberta de Alvos e Objetivos 1

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Nota de Aula Utilização Do Terreno

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Utilizao do Terreno

NA UTILIZAO DO TERRENO

UTILIZAO DO TERRENO

NDICE

PgTtulo

02 a 051. Avaliao de Distncias

05 a 122. Utilizao do Terreno para Progredir

12 a 173. Estudo do Terreno

18 a 204. Valor Militar dos Acidentes no Terreno

20 a 215. Binculo

21 a 236. Descoberta de Alvos e Objetivos

UTILIZAO DO TERRENO

ASSUNTOOBJ ESPECFICO

1. Avaliao de Distnciasa. Avaliar distncias pela vista, pela comparao de dimenses aparentes, pelo som e pelo emprego de projetil traante.

b. Medir distncias, utilizando o passo-duplo.

2. Utilizao do Terreno para Progredira. Aplicar as precaues para a progresso em combate.

b. Realizar, aps estudar e definir a melhor linha de ao, a progresso sob fogo inimigo. (deciso)

c. Empregar os processos de progresso em combate.

d. Executar lanos.

e. Utilizar cobertas e abrigos escolhendo a opo mais conveniente. (deciso)

3. Estudo do Terrenoa. Classificar o terreno quanto visibilidade, aos campos de tiro, progresso, praticabilidade, vegetao e altitude.

b. Identificar a nomenclatura dos acidentes do terreno.

4. Valor Militar dos Acidentes do Terrenoa. Caracterizar o valor militar dos acidentes do terreno.

5. Binculoa. Identificar as caractersticas de um binculo.

b. Empregar o binculo para avaliar distncias, ngulos horizontais e verticais.

6. Descoberta e Designao de Objetivosa. Descrever os processos para designao de objetivos.

b. Designar alvos e objetivos.

c. Aplicar as tcnicas para observar o terreno.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

C 21-74: Instruo Individual para o Combate.

UTILIZAO DO TERRENO

1) AVALIAO DE DISTNCIAS

1. GENERALIDADES

a.A habilidade na avaliao de distncias tem, para o combatente, importncia capital para a observao e execuo do tiro, O militar tem necessidade de avaliar distncias, seja para fornecer um informe preciso, seja para verificar se um determinado objetivo est dentro do limite de emprego de sua arma.

b.Obteno das distncias

(1)Calculadas As distncias podem ser calculadas pelas cartas, fotografias areas em escala, etc.

(2)Medidas

(a)Diretamente, aplicando-se sobre o terreno uma medida conhecida (odmetro de Vtr, fita mtrica, etc).

(b)Indiretamente, por meio de aparelhos (teodolito, telmetro, etc).

(3)Avaliadas Por intermdio de instrumentos ticos (binculos), pelo som, luz, vista, etc.

c.Classificao das distncias Militarmente, quanto avaliao, as distncias classificam-se em: pequenas, at 600 m; mdias, de 600 a 1.200 m; e grandes, alm de 1.200 metros.

2. AVALIAO DE DISTNCIAS PELA VISTA

a.Esse o processo mais utilizado pelos combatentes das fraes elementares e, por isso, todos devem ser adestrados, a fim de que os erros decorrentes deste processo sejam reduzidos ao mnimo.

b.A avaliao de distncias pela vista at 600 metros, consiste em se aplicar mentalmente, sobre a distncia a avaliar, uma unidade de medida de 100 metros que se tenha gravado de memria, fruto de uma observao freqente. Para distncias maiores, pode-se treinar a aplicao mental, de uma unidade de medida maior. A habilidade do homem em avaliar distncias pela vista pode ser desenvolvida mediante a execuo de alguns exerccios.

(1)Inicialmente, num terreno plano, devero ser posicionados alguns soldados de 100 em 100 m at a distncia de 1000 ou 1200 m. Em cada posio devero ser postados quatro ou cinco soldados, que devero tomar diversas posies (de p, ajoelhado, deitado, etc) e realizarem vrias atividades como andar, cavar, correr etc. O trabalho deve ser realizado at 600 m e posteriormente at 1200 m. E preciso ressaltar, aos instruendos, a nitidez com que se observam, a diferentes distncias, detalhes do corpo, armamento e equipamento dos soldados e incutir no combatente a necessidade de que cada um grave, na memria, a forma como se apresenta um ou mais homens, em determinada posio ou atividade, a distncias diversas. Os instruendos devero, ao observar, tomar, igualmente, diversas posies. Depois de realizado o trabalho em terreno plano, o mesmo deve ser repetido em terreno variado, levando-se em conta a luminosidade e o fundo sobre o qual se destaca o objetivo.

(2)Um outro exerccio consiste em dispor num terreno variado, em diferentes direes, homens e uma mesma distncia, primeiro a 100 metros, de modo que os instruendos gravem, segundo o aspecto do terreno e o fundo, como se apresenta o objetivo a essa distncia. O mesmo se far depois, nas demais distncias.

AVALIAO PELA COMPARAO DAS DIMENSES APARENTES

a.Esse processo baseia-se no fato de que as dimenses aparentes de dois objetos do mesmo tamanho so inversamente proporcionais s distncias que os separam.

(1)Um homem visto distncia de 600 metros, parece trs vezes menor, do que quando visto a 200 metros.

(2)Quando se observa que uma construo de 8 metros de altura parece duas vezes menor que outra de igual tamanho, conclui-se que ela se acha ao dobro da distncia entre a outra e o observador.

b.A aplicao deste processo exige o conhecimento da altura de alguns objetivos mais comumentes encontrados no campo, tais como: homem de p, 1 ,70 metros; cavaleiro, 2,50 metros; poste de rede eltrica, de 7 a 9 metros; casa pequena 4 a 5 m; coqueiro e palmeira, de 15 a 25 metros; vago de estrada de ferro, de 3 a 3,50 metros; carro de combate, de 2,50 a 3 metros; viatura de 2,5 Ton, por volta de 3,00 metros.

MDIA DAS AVALIAES

Quando houver tempo e a situao permitir, deve-se utilizar o processo da mdia das avaliaes feitas, para uma mesma distncia, pelos diversos componentes de uma frao, porque a mdia , geralmente, mais aceitvel do que uma nica avaliao.

CAUSAS QUE INFLUEM NA AVALIAO DE DISTNCIAS PELA VISTA

a. Existem vrias causas que influem neste processo de avaliao, por exemplo: posio de quem avalia a distncia, estado atmosfrico, luz, cor, altitude, hora, fundo sobre o qual se destaca o objetivo, o terreno no sentido da altura e da profundidade, etc., umas concorrendo para aument-las, outras para diminu-las.

b. Avalia-se em geral para menos quando tempo est claro, o objetivo iluminado, se acha em movimento ou sua cor difere nitidamente do fundo sobre o qual se acha; quando se observa de baixo para cima, depois de uma forte chuva, etc. Avalia-se para menos, ainda, na posio deitado.

c.Avalia-se para mais ao amanhecer, ao anoitecer, quando o objetivo no iluminado; quando se acha em um fundo sombrio e cor quase se confunde com este; ao se observar de cima par baixo; quando o objetivo est imvel ou quando visvel somente em parte, etc.

3. AVALIAO DE DISTNCIAS PELO SOM

a.O som percorre 331 metros por segundo, na temperatura de zero grau centgrado. Ao aumento de cada grau, corresponde um aumento de 0,63 metro por segundo. Assim, na temperatura de 25, a velocidade do som ter o valor de 347 m/seg - 331 + (25 x 0,63) = 347.

b.Tomando-se por base os princpios acima, a avaliao de distncia poder ser feita de duas formas.

(1)Processo normal Quando se percebe o claro de uma exploso ou da boca de uma arma de fogo, inicia-se a contagem dos segundos, at se ouvir o rudo correspondente. A seguir, multiplica-se o nmero de segundos achados pelo velocidade do som em 1 segundo, obtendo-se assim a distncia do local da arma ou da exploso.

Exemplo:tempo entre o claro e o rudo 7 segundos; distncia = 7 x 347 = 2429 m.

(2)Processo rpido Considera-se neste caso, a velocidade do som igual a 333 metros por segundo e treina-se o combatente para contar at dez em 3 segundos, porque 333 m/seg x 3 seg aproximadamente l000m. Assim sendo, cada nmero contado corresponde a um hectmetro (100 m). Para avaliar a distncia o combatente deve, ao ver o claro da exploso ou disparo, iniciar a contagem at dez em 3 segundos; ao ouvir a detonao, o nmero dito na ocasio corresponde ao nmero de hectmetros da distncia da arma (Fig 2-33). Ao chegar ao nmero 10, deve-se reiniciar a contagem, lembrando que cada dezena contada equivale a 1 quilmetro.

4. AVALIAO DE DISTNCIAS COM EMPREGO DE PROJETIL TRAANTE

Gradua-se a ala na distncia avaliada pela vista e dispara-se um projtil traante; de acordo com o impacto observado, corrige-se a ala e continua-se a atirar, at que um projtil traante tenha atingido o objetivo, quando se obtm a distncia correta ou ala desejada.

5. MEDIDA DE DISTNCIAS A PASSO

a.Muitas vezes, o soldado tem necessidade de medir distncias, fazendo-o, quase sempre, diretamente e empregando meios simples, dos quais o principal o passo-duplo.

b.E preciso fazer com que todos os homens afiram o passo, para emprega-lo quando for necessrio medir uma distncia. Aferir o passo consiste em se determinar para cada indivduo o valor mtrico do seu passo-duplo.

c.Deve-se medir em terreno variado, para esse fim, uma determinada distncia e fazer com que o homem a percorra um certo nmero de vezes, contaro em cada uma delas o nmero de passos empregados para percorr-la. Somam-se todos os passos e divide-se pelo nmero de vezes que percorreu o mesmo trajeto. Ter-se-, ento, a mdia de passos gastos para percorrer a distncia marcada. A distncia dividida pela mdia dos passos dar o valor de cada passo-duplo.

Exemplo:Empregando um fio duplo telefnico, monta-se um tringulo, em terreno variado, com os trs lados iguais a 100 m. Os vrtices devero estar. firmemente amarrados a estacas ou rvores. Cada instruendo dever percorrer o circuito, pelo menos duas vezes. A cada 100 m percorridos, o homem dever anotar o nmero de passos-duplos contados.

OBS: O instruendo dever percorrer o circuito completamente equipado e no passo normal. O homem poder, tambm, percorr-lo em passo acelerado para obter a aferio neste passo.

d.Aps conhecer o processo e aferir o seu passo, o homem dever estar sempre usando-o e adaptando-o ao terreno e velocidade, porque ele varia de acordo com a situao. O passo-duplo ser maior ou menor conforme o homem esteja correndo, carregando peso, subindo ou descendo. A prtica indispensvel para a confiabilidade de qualquer processo de medio ou avaliao de distncias.

2) UTILIZAO DOTERRENO PARA PROGREDIR

1. GENERALIDADES

Precaues:

a. Escolha de itinerrios: escolher itinerrios que ofeream o mximo de cobertas e abrigos;

b. Executar lanos curtos entre os abrigos e cobertas sucessivas

c. Estudo do terreno, s abandonando a posio depois de escolher o ponto seguinte a ocupar e o melhor caminho para atingi-lo;

d. Aproveitamento de distraes do Ini causados por rudos ou movimentos

e. Utilizar processo de progresso adequado

f. Evitar obstculos e partes difceis do terreno que lhe restrinjam o movimento, deixando-o mais exposto ao fogo inimigo.

g. Sempre que for possvel utilizar caminhos desenfiados, pois so menos cansativos do que o lano, procure utilizar o lano em trechos do terreno expostos observao e ao fogo do inimigo.

2. PROGRESSO SOB O FOGO INIMIGO

a. Progresso sob fogos de fuzis e metralhadoras.

realizado de acordo com dois casos. O primeiro quando a infantaria inimiga estiver atirando a distncias iguais ou superiores a 800 metros e o segundo quando o inimigo atira a menos de 800 metros.

No primeiro caso temos, em geral, apenas fogos de metralhadoras, pois essa distncia est acima do alcance til dos fuzis. As trajetrias desses tiros apresentam-se bem curvas e mergulhantes na rea batida, podendo atingir um combatente que se encontre protegido por um abrigo de pequena altura. Para progredir sob fogos longnquos de infantaria deve-se observar:

1) A essa distncia os objetivos so pouco visveis. Deve-se aproveitar m observao inimiga para progredir evitando mostrar-se.

2) Os fogos so pouco precisos e freqentemente apresentam erros de ala..Progresso sob fogos de fuzis e metralhadoras Deve-se tirar proveito dessa deficincia para progredir. Se o fogo inimigo estiver longo, possvel progredir rastejando sob as trajetrias

3) Procurar a disperso, de forma a no oferecer alvo compacto aos fogos de metralhadora.

4) Ao cruzar pequenas faixas de terreno limpo e descoberto, faz-lo num lano coletivo ou ento por lano de homem a homem, iniciando o movimento de lugares diferentes.

5) Evitar cruzar reas limpas e descobertas de maior extenso, s o fazendo em ltimo caso. Nessas circunstncias usar um lano rpido, evitando expor-se.

6) Ao ser surpreendido por uma rajada de arma automtica deve-se deitar, se possvel em um abrigo, a fim de no oferecer alvo aos projeteis; progredir assim que a rajada tenha cessado, para abandonar a zona batida, procurando no atrair a ateno do inimigo; constatando um erro de ala, reiniciar a progresso a fim de desorientar o inimigo.

No Segundo caso, a distncias menores que 800 metros, as trajetrias so tensas e num terreno plano, descoberto e uniforme, so rasantes. Neste tipo de terreno o homem fica exposto se permanecer deitado ou rastejar. Por outro lado, qualquer dobra do terreno oferece um ngulo morto, onde se poder rastejar ou ficar deitado sem perigo. Para progredir nas condies acima, deve-se seguir os princpios abaixo:

7) Quando o terreno apresenta vrios abrigos, progride-se por lano, para cruzar trechos limpos e descobertos entre esses abrigos. Os lanos devem ser curtos e rpidos, no devendo ultrapassar 15 metros, pois o homem no deve ficar exposto s vistas e fogos do inimigo mais do que 5 a 6 segundos, tempo necessrio para o inimigo ver, apontar e disparar sua arma. Logicamente, a extenso dos lanos ditada, tambm, pela disposio e distncia entre os abrigos.

8) Os terrenos limpos e descobertos de grande extenso devem ser evitados. Quando for necessrio, porm, ultrapass-los, deve-se faze-lo por lanos curtos, rpidos e sucessivos, normalizando a respirao nas paradas. Essa progresso deve receber a mxima cobertura de fogo amigo.

9) Na transposio de cristas, aproximar-se at a linha de desenfiamento e, conforme a distncia, o fogo inimigo e a natureza do terreno quanto a abrigos e cobertas, transp-la, correndo ou rastejando, at que na encosta se encontre um abrigo.

10) Valas pouco profundas, pequenos taludes e ligeiras dobras do terreno devem ser aproveitadas para curtos deslocamentos de rastos.

Tipo de arma

b. Progresso sob fogos de artilharia e morteiros.

Os projeteis de artilharia e de morteiros, ao atingirem o solo, distribuem-se de forma irregular sobre uma certa superfcie. A esse fenmeno d-se o nome de disperso e devido a ele que essas armas tm limitada preciso, prestando-se, principalmente, a bater reas, grupos de homens, instalaes, etc.

Os fogos de artilharia e de morteiros tm as caractersticas abaixo:

1) Baixa velocidade, sendo possvel ao combatente perceber a aproximao da granada antes do seu arrebentamento, atravs do rudo da detonao do canho e do sibilar da granada em movimento. Os morteiros, em geral, so mais silenciosos e no tm o sibilar caracterstico durante a trajetria.

2) Utilizam variados tipos de espoletas com a finalidade de obter arrebentamentos com diversos efeitos, conforme a figura.

3) Trajetria curva, podendo atingir zonas desenfiadas do terreno. As peas atiram de posies abrigadas e tm seu fogo dirigido por observadores.

Para progredir sob fogos de artilharia e morteiros deve-se observar:

1) Quando a artilharia atira intermitentemente (tiros espaados), deve-se evitar a zona batida e, se isso no for possvel, aproximar-se o mximo possvel dessa regio e, no intervalo entre um tiro e outro, atravess-la rapidamente.

2) Sendo o tiro executado com certa intensidade, e se o terreno possuir vrios abrigos, deve-se progredir de abrigo em abrigo para sair da zona batida.

3) Ao se ouvir a detonao do canho ou o sibilar da aproximao da granada, deve-se deitar em um abrigo, para escapar aos estilhaos, e, logo aps o arrebentamento do projetil, progredir rapidamente para um novo abrigo, mais frente ou que oferea mais segurana.

4) Quando se surpreendido por uma rajada de artilharia, deve-se deitar rapidamente, se possvel num abrigo, permanecendo imvel. Uma vez cessada a rajada, progredir para sair da zona enquadrada.

5) Caso no existam abrigos e o tiro seja intenso, deve-se progredir por lanos curtos e rpidos, que so regulados pelas detonaes do canho, para deitar, e pelas exploses das granadas para levantar logo aps e dar um novo lano. Existindo um bom abrigo no terreno, deve-se nele permanecer, at que o fogo cesse.

6) Se os projeteis caem sua frente, sem o atingir, o combatente deve instalar-se num abrigo e esperar que cessem; caso os projeteis caiam sua retaguarda, deve avanar para fugir do fogo.

7) Em todos os casos o combatente deve : evitar terrenos descobertos e limpos e utilizar ao mximo as cobertas, abrigos e itinerrios desenfiados, a fim de no ser visto pelos observadores inimigos; atravessar o mais rpido possvel a zona batida; seguir seu chefe, reunindo-se a ele o mais breve possvel.

3. Tcnicas de progresso em combate.

Em combate o homem poder valer-se de diversos processos de progresso, os quais sero ditados pelo terreno, pelo inimigo, pela velocidade desejada e pelo esforo fsico a despender. As progresses podero ser feitas caminhando em marcha normal, engatinhando, rastejando, ou correndo em marcha acelerada (marche-marche). Pequenos deslocamentos laterais podero ser feitos por rolamento.

a. Marcha normal (andar)

empregada quando no se est sob fogos do inimigo ou em trechos desenfiados do terreno. O combatente dever ter sua arma em condies de pronto emprego e utilizar ao mximo as cobertas e abrigos oferecidos pelo terreno. Quando for o caso, dever caminhar agachado para tirar proveito de pequenas cobertas e diminuir sua silhueta. Enquadrado em uma frao, o soldado utilizar esse processo de progresso ao comando de MARCHE!

b. Marcha acelerada (correr)

o processo empregado quando a velocidade de progresso for essencial ou quando se deseja transpor trechos limpos do terreno com o mnimo de exposio ao fogo inimigo. Ao comando de MARCHE-MARCHE ,o combatente correr, conduzindo a arma com ambas as mos,

em condies de empreg-la rapidamente. A mo esquerda empunha o guarda-mo e a direita segura o punho.

c. Rastejar.

empregado quando se desejar fugir observao e ao fogo inimigo e as cobertas e abrigos existentes forem muito reduzidos em altura. Podem ser usados dois processos de rastejo, ambos extremamente lentos e fatigantes e que s devero ser utilizados para pequenos deslocamentos.

1) Rastejo alto (1 Processo)

empregado quando h disponibilidade de cobertas e abrigos, quando a observao do inimigo reduzida e quando se deseja um pouco mais de rapidez. Mantm-se o corpo levantado do solo, apoiando-o sobre os antebraos e os joelhos. Acomoda-se o fuzil nos braos, cuidando-se para que a boca da arma no encoste no solo. Progride-se alternando os avanos do cotovelo direito e joelho esquerdo, com os do cotovelo esquerdo e joelho direito.

2) Rastejo baixo (2 processo)

Este processo mais lento e cansativo, mas empregado quando as cobertas e os abrigos so mnimos, quando o inimigo tem boa observao e quando a rapidez no essencial. Mantm-se o corpo colado ao solo, segura-se a bandoleira prximo ao zarelho superior, ficando a arma

deitada sobre o antebrao, sem que sua boca toque o solo. Para progredir levam-se as mos frente da cabea, conservando os cotovelos no solo. Escolhe-se uma das pernas e com ela empurra-se o corpo para frente, com o auxlio da trao das mos e antebraos. Deve-se trocar com freqncia a perna de impulso, para evitar o cansao.

Enquadrado em uma frao, o combatente progredir utilizando-se de um dos processos de rastejo acima, ao comando de DE RASTOS!

d. Rolar

Pode ser usado para a realizao de pequenos deslocamentos laterais. Partindo da posio de tiro deitado, o homem dever rolar tendo o cuidado de no deixar a boca da arma tocar o solo.

e. Engatinhar e levantar.

o processo utilizado quando se dispe de cobertas e abrigos de mdia altura, mais lento e fatigante que caminhar e melhor que rastejar. O combatente dever conduzir sua arma na mo direita (ou esquerda se for canhoto), cuidando para que no entre terra na boca da arma e na janela de ejeo. Enquadrado em uma frao, o soldado receber o comando de ENGATINHAR !

A escolha do processo de progresso mais adequado funo dos seguintes fatores; cobertas e abrigos existentes no terreno, posio e armamento do inimigo, velocidade que se pretende obter e esforo fsico a ser despendido.

1) De acordo com a posio do inimigo, do seu armamento e das cobertas e abrigos do terreno, teremos os casos adiante especificados.

a) Progresso em regio coberta ou abrigada - Utiliza-se a marcha normal e, se a velocidade for preponderante, o marche-marche.

b) Progresso em trechos de cobertura baixa - Utiliza-se o engatinhar ou o rastejo, dependendo da altura da coberta ou abrigo.

c) Progresso em regio descoberta - Utiliza-se o marche-marche, a fim de diminuir o tempo de exposio ao fogo inimigo.

2) A necessidade de ganhar tempo pode levar o combatente a prejudicar um pouco sua segurana para obter maior velocidade. Assim pode-se, por exemplo progredir em marche-marche num local que oferea cobertura baixa, a fim de no perder tempo rastejando.

3) O combatente tambm deve evitar o desperdcio de suas energias, a fim de manter-se em condies de combater por perodos prolongados. Dessa forma, sem abusar da segurana, deve empregar o processo menos cansativo que permita o cumprimento da misso.

f. Deslocamento por lano e marcha rastejante.

1) lano um deslocamento curto e rpido realizado entre duas posies abrigadas (ou cobertas). Deve ser realizado num movimento decidido, posto que uma parada ou um recuo podem ser fatais ao combatente. Antes de iniciar um lano, o soldado dever fazer um cuidadoso estudo da situao para evitar uma indeciso no decorrer do deslocamento.

2) Para uma deciso firme e acertada o combatente deve, ao preparar um lano, responder a si prprio as perguntas que se seguem:

Para onde vou?

Responder a essa pergunta escolhendo nas suas proximidades uma coberta ou abrigo adequado ao cumprimento da sua misso. conveniente lembrar que um lano em marche-marche em terreno limpo, no deve ser maior do que 15 metros. Se o percurso for longo, haver necessidade da realizao de lanos intermedirios e conveniente que o soldado escolha previamente os locais de parada.

Por onde vou?

Estuda o caminho a seguir at alcanar a posio e escolha (caso seu itinerrio no esteja determinado pelo seu comandante imediato). Se for obrigado a progredir em marche-marche, deve utilizar o itinerrio mais curto para evitar expor-se ao inimigo por tempo demasiado.

Como vou?

De acordo com o ponto de destino e o itinerrio a seguir, ser escolhido o processo de progresso mais adequado realizao do deslocamento (quando enquadrado em uma frao o comandante determinar o processo de progresso), correndo, rastejando, etc.

Quando vou?

Fazendo parte de uma frao, ir ordem de seu comandante e no caso de homem a homem, quando o que o precedeu tenha terminado o seu lano. Estando isolado, deve esperar o momento mais propicio para o lano. Por exemplo:

a) quando o fogo inimigo for suspenso momentaneamente

b) ao perceber que o inimigo atira em outra direo;

c) no momento em que o fogo do inimigo estiver mal ajustado;

d) ao verificar que elementos amigos vizinhos atiram sobre o inimigo, prejudicando ou neutralizando seu fogo;

e) quando a artilharia ou a aviao amiga bombardeiam as posies adversrias.

Aps cada lano, parar, escutar, observar, fazer um novo estudo, e, s ento, prosseguir.

Sempre que possvel, o combatente deve evitar a ocupao do abrigo que j tenha sido utilizado pelo homem que o precedeu, pois o inimigo pode haver identificado essa posio.

O mesmo cuidado deve ser tomado com itinerrios que no sejam

completamente desenfiados, devendo-se, pois, evitar que vrios homens por eles progridam.

Para deslocar-se por lano em marche-marche partindo da posio deitado o combatente deve agir da forma adiante enumerada.

1) Quando decidir realizar um lano (ou, se enquadrado, ao comando de PREPARAR PARA ATIRAR! ), segura a arma pelo centro de gravidade e encolhe os braos, trazendo as mos junto cabea, sem levantar os cotovelos.

2) Ergue, lentamente, a cabea e faz o seu estudo do lano (quando enquadrado, realiza essa operao ao comando de AT TAL PONTO ou LINHA!)

) Preparao e partida para o lano em marche-marche.

4) Na posio de destino, o soldado joga-se ao solo.

No momento oportuno (ou ao comando DE MARCHE-MARCHE!) e em um movimento rpido e continuo, ergue-se, apoiando-se nas mos e nas pontas dos ps; leva a perna direita ou esquerda frente e com um impulso desta, levanta-se, iniciando o deslocamento.

Corre direto e a toda velocidade at o ponto escolhido.

Deita-se, saltando, de maneira a assentar ambos os ps no solo, na mesma linha, afastados de cerca de 60 centmetros; aproveitando a velocidade, lana-se ao cho vivamente, caindo sobre os joelhos; o corpo projeta-se para frente e a queda amortecida com a mo esquerda (ou direita), (enquanto que a arma fica segura pela mo direita ou esquerda) com a coronha sob a axila; deve ter o cuidado de no levantar os ps ao cair (quando enquadrado, receber o comando de DEITAR!).

Toma a posio de tiro deitado e, se no estiver em um abrigo ou, pelo menos, uma coberta, rola, rapidamente, para o mais prximo.

g. Obteno de reflexos.

A ultrapassagem de obstculos sempre uma operao difcil e que deixa o combatente em situao extremamente vulnervel, tendo em vista que ter seus movimentos dificultados, ficando, assim, exposto ao inimigo. de se esperar, portanto, que o inimigo os vigie e reforce pelo fogo e pela utilizao de minas e armadilhas. A transposio de obstculos maiores, tais como rios, paredes, etc, assunto do manual de campanha C- 21-74.

TRANSPOSIAO DE OBSTCULOS.

a. Passagem de redes de arame farpado.

As redes de arame so instaladas pelo inimigo nas proximidades de suas posies e estaro sendo vigiadas e protegidas pelo fogo. A ultrapassagem de um aramado pode ser realizada abrindo-se uma brecha ou simplesmente caminhando ou rastejando atravs dos fios de arame. Qualquer dessas operaes s dever ser realizada sob proteo de condies de m visibilidade para o inimigo e aps haver-se verificado que o obstculo no esteja minado ou armadilhado..

Caso o terreno no esteja minado, o combatente pode passar por cima dos aramados mais baixos ou rastejar sob os mais altos.

Uma cerca baixa pode ser transposta por cima, ultrapassando fios procurando-os com as mos e cuidando-se para no ficar embaraado ou fazer rudos. Pode-se passar sobre um aramado baixo e frouxo colocando-se sobre ele uma tbua de madeira, algumas esteiras de capim ou uma tela metlica, sobre a qual se possa caminhar. Esta soluo permitir uma passagem instvel e a ultrapassagem ser lenta.

Em principio melhor ultrapassar uma rede de arame por baixo, porque o homem no se expe muito e pode ver os fios contra a claridade do cu, mesmo nas noites mais escuras. O combatente deve rastejar de costas para o solo, por baixo dos arames, usando os calcanhares para empurrar o corpo. Com as mos, deve apalpar o terreno frente da cabea, para levantar fios baixos e localizar possveis minas e arames de tropeo; a arma deve ser levada ao longo do corpo e sobre a barriga, para que as mos fiquem livres.

A abertura de brechas nos obstculos de arame exige mais tempo e pode alertar o inimigo. No entanto pode ser necessria, para a passagem de patrulhas, na realizao de infiltraes ou como medida preparatria de um ataque. A abertura deve ser feita em direo oblqua frente e os fios superiores da rede no devem ser cortados, a fim de dificultar ao inimigo a descoberta da brecha. Para abafar o rudo produzido pelo corte, conveniente envolver o fio com um pano no local onde ser aplicado o alicate, estando s, o combatente deve segurar o arame prximo a uma estaca. Em seguida, aplicar o alicate sobre o pano em um ponto localizado entre a mo e a estaca. Desta forma, cortar o fio abafando o rudo e evitando o chicotear da parte livre que dever ser enrolada.

Quando estiver acompanhado, um segura o arame, enquanto o outro enrola o pano e corta o fio entre as mos do primeiro. Os pedaos do arame cortado devem ser enrolados nas estacas.

b. Passagem de valas e trincheiras.

Nestes obstculos, com cuidado e em silncio, o homem deve aproximar-se, examinar o seu interior, avaliando sua profundidade, largura, possibilidade da presena do inimigo e da existncia de armadilhas.

Tratando-se de vala ou trincheira larga, deve descer por um lado e

subir pelo outro.

Se a vala ou trincheira for estreita, pode salt-la, procurando cair do outro lado, fazendo o mnimo de rudo possvel e permanecendo deitado, imvel e em silncio por algum tempo, observando e escutando, antes de prosseguir.

c. Terreno minado.

O combatente deve estar atento para a existncia de minas e evit-las sempre que possvel, mesmo que tenha que realizar desbordamentos considerveis. Os itinerrios de aproximao das posies inimigas, as redes de arame, valas e outros obstculos existentes nas suas proximidades freqentemente esto minados e devem ser examinados com cuidado. Ao passar atravs de uma rea minada, deve avanar lentamente, procurando com as mos cordis de tropeo e sondando cautelosamente o terreno com a baioneta para ver se existem minas enterradas. Uma boa instruo sobre as minas utilizadas pelo inimigo permitir ao soldado neutraliz-las com certa Segurana.

Em geral uma mina pode ser neutralizada em duas operaes: a recolocao de grampos, pinos e outros dispositivos de segurana de seu acionador e em seguida a remoo deste acionador.

Pode-se cortar os cordis de tropeo frouxos, usando-se um alicate ou uma tesoura. Nunca usar uma faca, pois a trao exercida far explodir a armadilha.

Nunca cortar um cordel de tropeo esticado pois a eliminao da trao explodir a mina.

Mesmo depois de ter neutralizado e removido o acionador principal de uma mina, esta no deve ser removida, a no ser por pessoal especializado, pois poder estar "ativada".

Aps neutralizar e remover o acionador de uma mina ou verificar a impossibilidade de faz-lo, deve marcar sua localizao com um pedao de pano ou papel de cor viva amarrado a uma estaca, para posterior remoo ou destruio por pessoal especializado.

As minas anticarro (AC), em geral, no funcionam sob o peso de um homem. No entanto, os campos de minas AC so

Normalmente protegidos por minas anti-pessoal (AP). Estas, sim, so de fato perigosas ao combatente a p.

Exposio ao fogo: Aprox 15m ou de 5 6s

3. PROCESSOS DE PROGRESSO

So impostos pelo:

Inimigo

Terreno

Velocidade

Esforo fsico

Processos:

Marcha normal

Engatinhar

Rastejo

Marcha acelerada

Rolamento

Deitar/levantar

4. EXECUO DO LANO

Tempo de exposio

Modo de deslocamento

Estudo do lano:

PaRa /nde vou?

Por ond% vou?

Como vou

Quando vou?

5. PASSAGEM DE OBSTCULOS

Redes de arame

Valas e trincheiras

Terreno minado

6. EXECUO DE UMA PIST DE PROGRESSO EM COMBATE

Os alunms faro os preparativos no equipamento individual e recebero uma Gr M inerte.

Recebero a seguinte misso: deslocar-se, seguindo as bandeirolas dispostas no itinerrio, sem ser observado pelo ni , que estar no terreno E ser identificado, a fim de aproxamar-3e de suas posies e destruir o ninho de metralhadora.

Conveno: cada bandeirola representa um local abrigado e nele deve-se fazer um estudo do terreno a ser transposto.

Durante oitinerrio sero expost!s a/ aluno situ`es para que sejam utIlizadas todas as tcnicas de progresso, ultrapassagem de obstculos de arame, de fossos, lan!mento de Gr M iferte na POs Ini.

3) ESTUDO DK TERRENO

CONHECIIENTO DO TERRNO

1. GENERALDADES

a. O con(ecimento do terreno necessrio a todo combatente, qualquer que seja a sua funo. O seu perfeito conhecimento concorre para que o militar com ele se familiarize, e adapte-se ficando apto a:

(1) conhecer o valor militar dos diversos acidentes;

(2) utiliz-lo judiciosamente;

(3) ser capaz a ele referir-se em linguagem militar.

b. A execuo de qualquer misso (ofensiva ou defensiva) exige o reconhecimento do terreno em que se vai operar. Isto s ser bem feito, se o executante tiver perfeita noo de como conduzi-lo, tendo em vista o mximo aproveitamento dos recursos que o terreno pode oferecer misso recebida.

c. Em princpio, podo terreno defensvel ou Atacvel, desde que a tropa encarregad! de sua defesa ou ataque, saiba utiliz-lo com objetividade, aj5stando, aos seus acidentes, os fogos de suas armas e dele tirando o mximoZprovito para organizar-se defensiv`mente ou progredir.

2. CLASSIFICAO DO TERRENO

a. Vhsibilidade Qto a viqibilidade, o terreno tem a seguinte classificag:

(1) Descoberto Quando nO apresenta obstculo algum que iepea a vista de descortinar grandes distncias. Os terrenos descobertos dificultam as aes de surpresa e, geralmente, permitem a execuo de tiros a grandes distncias.

(2) Coberto o caso contrrio, quando apresenta obstculos que limitam a visibilidade. Terrenos nessas condies favorecem as aes de surpresa, permitem a infiltrao e reduzem a amplitude dos campos de tiro.

b. Campos de tiro Podem ser favorveis ou desfavorveis.

(1) Favorveis Quando as formas do terreno e a vegetao permitem adaptar as trajetrias dos projeteis ao terreno, proporcionando, ao combatente, possibilidade de bat-lo com armas de trajetria tensa, dificultando ou mesmo impedindo a progresso do inimigo. Os campos de tiro favorveis so sempre procurados para as aes defensivas, sendo que os terrenos que mais se prestam a esse fim so os descobertos, e uniformemente inclinados. Esses terrenos permitem o mximo de zonas rasadas.

(2) Desfavorveis Quando a vegetao impede as vistas ou o terreno apresenta reentrncias (dobras para dentro) e salincias (ressaltos), dando origem a ngulos mortos que limitam o aproveitamento das armas de tiro tenso, reduzindo a sua eficincia.

c. Progresso Quanto progresso ou movimento de tropas, o terreno tem a seguinte classificao:

(1) Livre ou aberto Quando no apresenta obstculos que impeam ou dificultem o movimento ou a progresso (esta com o concurso do fogo).

(2) Cortado Quando apresenta obstculos que impedem ou dificultam o movimento ou a progresso, tais como: rios, matas, grandes valas, taludes, etc.

d. Praticabilidade

(1) Diz-se que um terreno praticvel quando, embora apresentando obstculos, permite o movimento, em tempo til, aps certos trabalhos, tais como: abertura de picadas ou estradas, etc.

(2) Impraticvel Quando os obstculos existentes tornam impossvel o movimento, dentro do tempo necessrio execuo da operao que se tem em vista. Exemplo: rios muito largos, atoleiros ou pntanos extensos, montanhas de alturas considerveis, etc.

e. Vegetao Segundo a natureza da vegetao dominante, o terreno tem a seguinte classificao:

(1) Limpo Quando a vegetao no se constitui em obstculo que impea ou dificulte as vistas (observao), o movimento e a ligao.

(2) Sujo Quando a vegetao se constitui em obstculo observao, ao movimento ou ligao.

ARTIGO II

3. NOMENCLATURA DO TERRENO

GENERALIDADES O conhecimento da nomenclatura para os diversos acidentes do terreno visa a assegurar o perfeito entendimento entre os militares, pela padronizao da linguagem empregada nas ordens, partes, relatrios, etc.

A. ALTIMETRIA

Altimetria parte da Topografia que se ocupa das formas do terreno, ou seja. do seu modelado e relevo e de sua representao grfica.

a. Curvas de nvel

. Elas representam linhas imaginrias, no terreno, ao longo da qual todos os pontos esto em uma mesma altitude. As curvas de nvel indicam uma distncia vertical acima, ou abaixo, de um plano de nvel. Comeando no nvel mdio dos mares, que a curva de nvel zero, cada curva de nvel tem um determinado valor. A distncia vertical entre as curvas de nvel conhecida como eqidist9ncia, cujo valor encontrado nas informa8es marginais da carta. Maiores informaes sobre o assunto, verificar o CAPTULO 7 do C 21-26 - LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS ARAS.

b. Altitude de um ponto qualquer do terreno sua altura em relao ao nvel do mar.

c. Qualquer que seja a altitude mdia de uma regio, as alturas relativas nela existentes classificam o terreno:

(1) Plano - Quando no apresenta sensvel variao de alturas.

(2) Ondulado - Quando as elevaes nele existentes tm alturas que vo de zero a 20 metros.

(3) Movimentado - Quando variam entre 20 e 50 metros.

(4) Acidentado - Quando variam entre 50 e 100 metros.

(5) Montuoso - Quando variam entre 100 e 1.000 metros.

(6) Montanhoso - Quando variam acima de 1.000 metros.

d. Cota - o nmero que exprime a altura de um ponto em relao a um plano horizontal de referncia. Nas cartas topogrficas, as cotas so, normalmente, expressas em metros e tomadas a partir do n fvel do mar, correspondendo, portanto, ao valor mtrico da altitude. E comum, tambm, referir-se a uma elevao pela sua cota. Assim uma elevao cuja cota de 434 metros, militarmente chamada "Cota 434".

e. Comandamento - Diz-se que um ponto tem comandamento sobre outro, Quando mais alto do que esse outro; entretanto, esse comandamento no depende exclusivamente da altura relativa, mas tambm da distncia entre esses dois pontos, levando-se em conta o alcance do armamento empregado e a possibilidade de se observar. A posse de um ponto ou de uma posio de comandamento garante sempre vantagem ttica sobre o inimigo; por essa razo, as aes terrestres, mesmo de pequenos efetivos, giram em torno da conquista e preservao dos pontos dominantes da regio de operaes (Fig 2-1).

f. Elevaes

(1) Elevao a designao genrica das partes altas do terreno.

(2) Elevaes isoladas - Quando uma elevao aparece isolada no terreno, geralmente toma a forma de uma colina ou de um mamelo:

(a) A colina tem o aspecto geral alongado segundo uma direo (Fig 2-2).

(b) O mamelo apresenta as encostas mais ou menos arredondadas e uniformes (Fig 2-3).

(3) Formas elementares - Em sua maioria, no entanto, as elevaes apresentam-se interligadas e tomam aspecto bastante irregular. Nessas elevaes podemos encontrar as formas elementares abaixo.

(a) Garupa - Massa de terra, com a forma arredondada da anca de cavalo, que se projeta de uma elevao (Fig 2-4).

(b) Espigo - um movimento de terra semelhante garupa, porm triangular e alongada (Fig 2-5).

(c) Esporo - semelhante a um espigo, sobre cuja extremidade, aps um colo, ergue-se um cume mais ou menos pronunciado (Fig 2~).

(4) Elementos comuns a todas as elevaes.

(a) Cume ou cimo - E a parte mais alta de uma elevao, serra ou cordilheira. Quando o cume em forma de ponta, chama-se pico e, se este extremamente agudo, recebe o nome de agulha (Fig 2-7 e 2-8).

(b) Linha de crista ou de cumeada - a linha que corre pela lombada ou parte mais alta das elevaes, ligando os diversos cumes; a linha que limita o encontro das vertentes opostas da elevao. tambm chamada linha de festo, linha divisora de guas ou linha seca (Fig 2-9).

(c) Crista topogrfica - linha segundo a qual uma elevao se projeta contra o fundo (Fig 2-10).

(d) Crista militar chama-se crista militar, linha formada pela reunio dos pontos de maior cota, dos quais se pode ver e bater com tiros de trajetria tensa o sop da elevao (Fg 2-10).

(e) Encostas ou vertentes - So as superfcies dm declive que formam uma elevao (Fig 2-10). O uso militar admite a designao de encostas para as superfcies ilteriores de um compartiento do terreno onde se defrontam duas orasadversrias, e contra-encosta para as superfcies opostas (Fig 2-11 ).

(f) Sop, raiz ou fralda - So as denominaes dadas parte mais bai8a das elevaes e o.de comeam suas encostas (Fig 2-101.

(5) Elevaes de grande porte.

(a) Montana - E a den/minao dada a um aglomerado de elevaes de grandes altitudes com mais de 1000 m de altura e contornos irregulares.

(b) Cadeia ou cordilheira - Chama-se cadeia ou cordilheira, ao conjunto de montanhas que seguem uma direo mais ou menos retilnea.

(c) Serra - Quando uma cadeia tem pequena extenso, denomina-se serra,

(d) Macio o conjunto de elevaes que se distribuem uniformemente em torno de um ponto central (Fig 2-12).

(e) Contrafortes - As escavaes de grande porte (montanhas, serras, etc.), quando mudam de direo, lana um movimento de terra semelhante a uma garupa ou espigo, perpendicularmente ao lado oposto da curvatura, que denominado contraforte.

(f) Planalto - Superfcie mais ou menos extensa e regular, situada em regies elevadas; em geral ondulada, podendo ser acidentada. Um planalto de pequena extenso, chamado chapada.

(g). Depresses - Depresses so formas opostas s elevaes e s quais vo ter as guas das chuvas que se escoam pelas encostas das elevaes circundantes. Comparadas com o terreno circunvizinho, as depresses do idia de verdadeiras escavaes.

(1) Cuba - As depresses em sua grande maioria so leitos para o escoamento das guas em forma de ravinas e vales. Algumas depresses, no entanto, apresentam-se isoladas e sem escoamento para as guas, recebendo a denominao de cuba. Essas depresses, por sinal bastante raras, servem, em geral, de fundo de lagos e lagoas.

(2) Ravina e fundo - Chama-se ravina ao sulco ou depresso mais ou menos profunda, existem na encosta de uma elevao. Fundo uma ravina alongada, forma intermediria entre a ravina e o vale (Fig 2-131).

(3) Vale - Regio baixa do terreno, existente entre elevaes mais ou menos paralelas, formada pelo encontro das vertentes dessas elevaes. Os vales tm forma de sulcos alongados e sinuosos, de profundidade e largura variveis (Fig 2-131). Um vale estreito e que permita acesso a outro compartimento do terreno, pode tomar a forma de garganta, corredor ou desfiladeiro.

(4) Garganta - uma depresso bastante acentuada, estreita e curta, que e de passagem entre duas elevaes (Fig 2-14).

(5) Corredor e desfiladeiro - Quando uma garganta tem extenso a ode t, recebe o nome de corredor. Se este apresenta encostas ngremes e de difcil acesso chamado desfiladeiro.

(6) Grotas e grotes - So vales estreitos, profundos, de aspecto sombrio e com encostas rochosas e escarpadas.

(7) Brecha - a garganta formada por rupturas naturais do terreno

(8) Cortes - So depresses artificiais, de aspecto uniforme, feitas para a passagem de estradas de ferro ou de rodagem (Fig 2-16).

(9) Colo - uma depresso de pequena extenso e mais ou menos sua na linha de crista de uma elevao (Fig 2-17 e 2-18).

(10) Linha de aguada, de fundo ou talvegue - E a forma oposta linha meada, ou seja, a linha de ligao das encostas de elevaes opostas, em sua parte mais baixa; serve como coletora e escoadora das guas.

(h). Plancie

(1) Plancie uma grande extenso de terreno plano situada em regies de baixa altitude.

(2) Pampas, estepes e pradarias - So nomes dados s vastas plancies cobertas de vegetao rasteira e apropriadas para a criao de gado, existentes em algumas regies do mundo. O nome varia com o lugar: pampa, na regio meridional da AMRICA DO SUL; pradaria, na AMERICA DO NORTE; e estepe, na SIA e EUROPA ORIENTAL.

(3) Vrzea - Terreno baixo, plano e frtil que margeia os rios e ribeires. tambm chamado vargem ou varge.

(4) Baixada - Plancie existente entre o sop de grandes elevaes e o mar ou um rio.

B. PLANIMETRIA

Planimetria parte da topografia que se ocupa da representao e projeo horizontal das linhas naturais e artificiais do terreno (estradas de rodagem, vias f as, cursos d'gua, vegetao, reas urbanas, etc).

a. Hidrografia

(1) Curso d'gua

(a) Rio Curso d'gua doce, natural, mais ou menos volumoso e que , normalmente, navegvel em grande parte de sua extenso.

(b) Ribeiro Curso d'gua de menor volume que o rio, porm ma caudaloso que um riacho.

(c) Riacho, ribeiro ou crrego Curso d'gua muito pequeno e que geralmente d vau em toda sua extenso; no Norte do BRASI L chama-se igarap e no Sul arroio.

(d) Cabeceira ou nascente - E o local onde um rio nasce. Situa-se, geralmente, em regies altas (Fig 2-19).

(e) Bacia - a regio banhada por um rio e pela rede de seus tributrios (Fig 2-19).

(f) Afluente ou tributrio - Diz-se que um curso d'gua afluente ou tributrio de outro quando nele desgua, perdendo, conseqentemente, seu nome (Fig 2-20).

(g) Leito, lveo ou calha - E o terreno em que o rio corre; o sul cavado por suas guas.

(h) Embocadura, confluncia ou foz - o ponto em que um rio lana suas guas em outro rio, num lago ou no mar (Fig 2-20).

(i) Margens - So as duas partes do terreno que servem de bordas ao leito de um rio. Para se determinar qual a margem direita ou esquerda de um rio, deve-se dar as costas para a direo de onde provm as guas e tem-se, assim, do lado direito e esquerdo as margens respectivas. Quando as margens so altas denominam-se barrancas ou ribanceiras; quando planas, baixas e arenosas, so chamadas praias (Fig 2-20).

(j) Jusante e montante - Um ponto qualquer est a jusante em relao a um outro Quando est abaixo, e a montante quando se acha rio acima.

(l) Saco e praia - Numa curva de rio, geralmente, existe uma parte cncava e barrancosa que se denomina saco e uma parte convexa denominada praia, que sempre mais baixa do que o saco (Fig 2-20).

(m) Vau - Regio em que um curso d'gua d passagem a p, a cavalo ou em viatura. No Sul do BRASIL, denomina-se passo. acidente de importncia em face das possibilidades que oferece transposio dos cursos d'gua por pequenos elementos (Fig 2-20).

(n) Estiro - E o trecho mais ou menos reto de um rio.

(o) Saltos, quedas-d'gua, cachoeiras e cascatas - So mudanas de nvel mais ou menos abruptas e rochosas do leito de um rio. Uma srie de pequenos saltos chamada corredeira.

(2) Outros elementos hidrogrficos

(a) Lago e lagoa - Chama-se lago a uma extenso relativamente grande de gua circundada por terra. Se um lago for de pequena extenso chamado de lagoa.

(b) Represa ou barragem e aude - Represa uma construo destinada a reter um curso d'gua com a finalidade de acumular gua para usos diversos. Aude uma represa destinada a fins agropecurios (irrigao, bebida para o gado, etc).

(c) Sangradouros ou corixos - So canais que do escoamento s guas de lagoas e represas, ligando-as ao mar ou a um rio.

(d) Pntanos - So depresses do terreno que contm gua estagna e coberta de vegetao; quando possuem pequena extenso chama-se de banhados.

(e) Alagadios, charcos ou brejos - So terrenos midos e de fraca consistncia. Nesses lodaais, por vezes encontram-se atoleiros perigosos e de difcil transposio.

(f) Poos ou cacimbas - So buracos cavados no solo para a obteno de gua dos lenis subterrneos.

b. Vegetao

(1) O revestimento vegetal pode apresentar-se sob vrios aspectos.

(a) Floresta - uma espessa mata, em grande parte constituda por rvores seculares e que ocupa espaos imensos do terreno. Nas regies tropicais e equatoriais adquire aspecto bastante hostil, sendo chamada, a, de selva.

(b) Mata - Aglomerao de rvores cobrindo uma considervel poro do Terreno, porm, de extenso muito menor que a floresta.

(c) Bosque - uma pequena mata, ressaltada nitidamente entre o revestimento circundante. O bosque geralmente permevel passagem do homem.

(d) Capo - um pequeno bosque isolado no campo. No Norte do BRASIL denominado ilha.

(e) Capoeira - o conjunto de vegetao que nasce aps uma derrubada feita num trecho de mata. Tem o aspecto de um bosque muito sujo e constitudo de arbustos e rvores de pequeno porte.

(f) Pomar - Aglomerado de rvores frutferas formando um bosque, cuja disposio das rvores , normalmente, bastante regular.

(g) Macega - Conjunto de vegetao baixa que cresce nos campos, constituda normalmente de mato daninho e arbustos diversos.

(h) Renque - O renque uma fileira de rvores em linha simples, reta ou quebrada, cuja caracterstica maior oferecer mscara contra vistas areas e terrestres. Exemplos: renques de bambus, de palmeiras, de eucaliptos, etc.

(i) Campo - E o terreno limpo e descoberto, que tem como revestimento vegetal gramneas e outras vegetaes rasteiras, podendo ter ou no, rvores esparsas.

(2) Outros elementos da vegetao.

(a) Clareira - Regio sem rvores, existente no interior de uma floresta, mata ou bosque. Quando essa clareira coberta de pastagem, diz-se que uma clareira campestre.

(b) Orla - Linha exterior que determina o contorno de uma floresta, mata, bosque, capoeira, etc.

(c). Estradas e caminhos - Em relao s estradas conveniente fixar-se algumas idias, a fim de evitar dupla interpretao.

(1) Se duas estradas se unem, sem se cortarem, o ponto de unio pode constituir um entroncamento ou uma bifurcao. Ser entroncamento, quando a estrada ou caminho que se une vem de uma direo geral mais ou menos perpendicular estrada ou caminho que se percorre (Fig 2-21). Nesse caso, usa-se dizer que a via de menor importncia se entronca na principal e o sentido do deslocamento tem muito pouca importncia.

(2) Ser bifurcao, quando a estrada (ou caminho) que se une, parece ir na mesma direo geral que se segue (Fig 2-22); a juno apresenta o aspecto geral de uma forquilha ou forqueta, e se faz em ngulo agudo.

(3) Entretanto, quando no ponto de juno se tem a impresso que a estrada (ou caminho) que se une vem da direo geral daquela que se segue, essa juno ser um entroncamento, muito embora apresente a configurao de uma forquilha (invertida) (Fig 2-23).

(4) Cruzamento - o ponto em que duas estradas (ou caminhos) se cortam (Fig 2-24). Quando formam entre si ngulos aproximadamente retos, denominam-se encruzilhada (Fig 2-25).

(5) N de estradas - Ponto ou regio em que vrias estradas se cortam (Fig 2-26).

4) VALOR MILITAR DOS ACIDENTES NO TERRENO

GENERALIDADES

a. Os acidentes naturais e artificiais encontrados no terreno oferecem, ao combatente, vantagens tticas que, corretamente utilizados, facilitaro sobremaneira o cumprimento da sua misso. Examinando o terreno do ponto de vista militar, nele sero encontrados meios variados de proteo contra o inimigo, meios de dificultar o seu movimento e tambm de mant-lo sob fogo e observao.

b. Cobertas So todos os acidentes naturais ou artificiais que ocultam o combatente das visitas do inimigo (terrestre ou areo), sem, contudo, proteg-lo dos tiros; por exemplo: moitas, arbustos, macegas, plantaes, tufos de capim, cercas vivas, capinzais, etc

c. Abrigos So acidentes naturais ou artificiais que colocam o combatente a salvo do fogo e das vistas inimigas; por exemplo: dobras do terreno, escavaes taludes, troncos grossos, etc.

d. Obstculos So os acidentes do terreno que impedem ou dificultam o movimento ou a progresso. Os obstculos podem ser naturais ou artificiais.

(1) Naturais So todos os obstculos encontrados no terreno, mesmo aqueles que, sendo obras do homem, no tm a finalidade original de se constiturem em obstculo; por exemplo: montanhas, cursos-dgua de considervel volume, banhados extensos, canais, represas, etc.

(2) Artificiais So os obstculos lanados com essa finalidade; por exemplo: redes de arame, fossos, campos de minas, abatizes, etc.

(3) Os obstculos aumentam de valor, quando so eficazmente batidos pelo fogo.

e. ngulos mortos So trechos do terreno que, devido a dobras e taludes ou existncia de alguma construo, fogem observao de quem se encontra em determinada posio. Em conseqncia, o ngulo morto fica abrigado das vistas e dos tiros de trajetria tensa partidos daquela posio. Os ngulos mortos devem ser batidos pelo emprego de engenhos de trajetria curva, tais como granadas de mo e de bocal, morteiros ou artilharia.

f. Caminhos desenfiados So trechos do terreno nos quais se pode progredir a coberto das vistas e, muitas vezes, abrigado dos fogos inimigos. Por exemplo:

(1) a coberto das vistas: picadas ou trilhas dentro de matas e bosques, orlas de bosques, macegas, renques de rvores etc.

(2) abrigados dos fogos, por caminhos em ngulo morto: valas, fossos, taludes, barrancos, etc.

g. Observatrios So acidentes naturais e artificiais dos quais, devido sua posio de comandamento, se avista uma grande extenso do terreno

(1) Naturais Cumes de elevaes, cristas, rvores altas, etc

(2) Artificiais Torres, campanrios de Igrejas, chamins, caixas-dgua, edifcios altos, mangrulhos, telhados, etc.

ACIDENTES DO TERRENO E SEU VALOR MILITAR

a. Cada acidente do terreno pode apresentar vantagens e desvantagens tanto para o atacante como para o defensor.

b. Elevaes As elevaes oferecem, de uma maneira geral, bons observatrios e bons campos de tiro. Estas vantagens, no entanto, dependem da vegetao e do comandamento sobre o terreno adjacente. As linhas de elevaes prestam-se organizao de posies defensivas as quais, tirando proveito da dominncia sobre o terreno frente, obtero o mximo de profundidade dos campos de tiro, sem prejuzo de segurana. Isto porque da crista militar consegue-se observar e bater pelo fogo o sop da elevao. A contra-encosta das elevaes presta-se proteo dos diversos meios de apoio administrativo, dos elementos de apoio de fogo das armas de trajetria curva e dos movimentos e reunies de tropa.

c. Montanhas As montanhas oferecem excelentes observatrios e constituem obstculos de valor que, para serem vencidos, necessitam de treinamento e equipamento especial.

d. Ravinas e fundos As ravinas so favorveis instalao de postos de refgio de feridos, postos de remuniciamento e outros pequenos rgos de apoio. Os fundos e ravinas maiores prestam-se colocao de elementos mais importantes, tais como reservas, postos de comando, postos de socorro de unidade, grupamentos de viaturas, etc.

e. Gargantas, corredores e desfiladeiros So acidentes que impem a reduo da frente da tropa que os ultrapassa e restringem a liberdade de sua manobra, favorecendo, portanto, montagem de emboscadas.

f. Taludes, barrancos e valas Oferecem, ao combatente individual, abrigos e caminhos desenfiados. Podem constituir-se tambm, dependendo de suas dimenses, em obstculos contra blindados.

g. Cursos-dgua Quando caudalosos e profundos, constituem-se em importantes obstculos. Margens altas com barrancos, mesmo em cursos-dgua de menor importncia, so tambm excelentes obstculos. Esses barrancos podem ser agravados atravs de trabalhos de sapa.

h. Vau um acidente importante, pois, normalmente, possibilita a transposio de cursos-dgua, dispensando apoio de engenharia.

i. Pntano, charcos e brejos Constituem, conforme sua extenso, srios obstculos passagem e, em conseqncia, servem de reforo aos meios de defesa. Os pequenos charcos e brejos, normalmente, podem ser transpostos por elementos a pe de efetivo reduzido, procurando-se evitar seus trechos menos consistentes. No entanto, sempre que possvel, tais terrenos devem ser evitados. Quando for necessrio, a passagem de viaturas ou grandes efetivos pode ser feita com a preparao do terreno ou aterros.

j. Vegetao Sob o ponto de vista militar, pode oferecer: cobertura contra as vistas areas ou terrestres, obstculo ao movimento e abrigo contra o fogo inimigo. Estes fatores tm como condicionantes a extenso coberta, a densidade e o porte da vegetao.

(1) Florestas e matas Servem como elemento de cobertura, sob todos os pontos de vista. Apresentam reduzidssimos campos de tiro e so srios obstculos ao movimento, s o permitindo a tropa a p, mesmo assim com grandes dificuldades de ligao e controle.

(2) Bosques, capes e pomares Oferecem mscara contra vistas areas e terrestres. No constituem obstculos de valor, sendo facilmente desbordados, alm de que so, geralmente, permeveis a tropa a p. Presta-se ocultao de pontos de suprimento, zonas de reunio de unidades, ncleos de defesa, postos de observao, etc. Os pequenos bosques, pomares e capes so, no entanto, regies que atraem a observao e o fogo da artilharia inimiga.

(3) Clareiras Criam campos de tiro no interior das matas. Constituem tambm, pontos de referncia para a ligao terra ar e possibilitam o suprimento areo. Servem ainda como referncia e pontos de ligao para elementos que progridem atravs da mata.

(4) Renques de rvores Oferecem mscara contra as vistas terrestres e areas a pequenos efetivos, ocultando-os encobrindo-lhes a progresso. Podem ser explorados por pequenos efetivos de elementos de vigilncia e segurana. Suas rvores podem oferecer pontos dominantes para a instalao de vigias, facilmente disfarados entre as ramagens das copas. Como pontos caractersticos de um trecho de terreno, podem servir como local de reunio de pequenos elementos, observando-se que , por serem facilmente referenciados, podem atrair a ateno do inimigo (observao e fogos).

k. Fazendas, stios e chcaras Respondem s mesmas vantagens e inconvenientes dos bosques, pomares e capes, tendo ainda como vantagem a possibilidade de oferecer conforto tropa, em situaes de clima rigoroso.

l. Estradas, trilhas e caminhos Facilitam e orientam o movimento de tropas e seus suprimentos. As pontes e viadutos so pontos extremamente sensveis de uma estrada, uma vez que, destrudos, interrompem a continuidade do trfego.

m. Picadas Em certas regies, o movimento atravs de florestas, matas e bosques s possvel mediante a abertura de picadas; embora de construo lenta e, por vezes, penosa, quando orientadas com senso de objetividade, podem trazer grande vantagem para o movimento de tropas a p, de grandes ou pequenos efetivos.

5) BINCULO

1. BINCULO PRISMTICO PIONEIRO 6X30:

um instrumento ptico composto de duas lunetas prismticas compactas que giram em torno de um eixo, permitindo a regulao da distncia interpupilar.

2. EMPREGO:

O binculo pioneiro 6X30 usado para:

a- Observao do terreno;

b- Reconhecimento de objetivo;

c- Medidas de distncias;

d- Medida de afastamento angular (horizontal e vertical );

3. CARACTERSTICAS:

a- Aumento de 6 vezes;

b- Dimetro til da objetiva de 50 cm;

c- Campo de viso a 1000 metros de 150m;

d- Ajuste das oculares (varia de acordo com o tipo e a srie de fabricao);

e- Distncia interpupilar, 54 a 76 mm;

4. NOMENCLATURA:

a- Conjunto de ocular, contendo :

1) Lente da ocular;

2) Lente de campo;

3) Retculo graduado(s na parte esquerda);

4) Tambor das dioptrias (para focalizao da imagem);

b- Caixa de prismas.

c- Eixo mecnico, com disco graduado em milsimos , para registrar a distncia interpupilar.

d) Objetivas, temos dois tipos, nos quais a diferena bsica se encontra na graduao dos retculos.

5. MANEJO:

a. Regulagem da distncia interpupilar:

As oculares devem ficar afastadas com a mesma distncia dos olhos do observador. Primeiro deve-se olhar atravs de uma das lunetas e agir sobre o tambor das dioptrias da outra, para dentro ou para fora, at que o objeto fique nitidamente definido. Fazer o mesmo para o outro olho. Anotar ento a leitura na escala das dioptrias de cada luneta.

6. LIMPEZA E CONSERVAO:

a .O binculo de construo rstica, mas no deve ser submetido a manuseio brusco.

b. No deve ser desmontado pela tropa.

c. Deve ser cuidadosamente enxugado depois do uso em tempo mido.

d. No deve ser lubrificado pela tropa.

e. Devem ser guardados em armrios tipo estufa, pendurado,com boa ventilao fora de seus estojos.

f. Seus estojos devem ser engraxados.

7. FRMULA DO MILSIMO:

n= F ou D=1000XF onde n= nmero de milsimos

D n F= frente em metros (avaliada)

D= distncia em Km

8. VALORES DE F (C22-5, 2 PARTE)

- Homem a p= 1,70 m

- Homem a cavalo= 2,50 m

- Poste telegrfico comum= 5 a 6 m

- Casa comum= 5 m

- Vago de composio ferroviria= 3,5 m

-Coqueiro e palmeira adultos = 15 a 25m

- Viaturas militares at Ton = 1,80 m

- Viaturas militares acima de Ton = 1,90 a 2,50 m

6) DESCOBERTA E DESIGNAO DE OBJETIVOS

1. GENERALIDADES

A descoberta e designao de alvos e objetivos, do mesmo modo que a avaliao de distncias, tem aplicao tanto sob o ponto de vista da observao como da execuo do tiro. O combatente, quer esteja isolado, quer se ache enquadrado numa unidade elementar, tem, comumente, necessidade de descobrir e designar alvos e objetivos.

2. PROCESSOS DE DESIGNAO DE ALVOS E OBJETIVOS

a.Processo direto: Quando o alvo ou objetivo se destaca nitidamente no terreno, suficiente indic-lo da maneira abaixo enumerada.

(1)Direo: Dada atravs do processo do relgio. Neste processo considera-se a direo em frente, como direo doze horas, e, a partir da, seguem-se as horas de acordo com a direo do objetivo ou alvo;

(2) Distncia: Normalmente avaliada pela vista e dada em metros.

Exemplo:800 m

(3) Situao: E o local onde se encontra o objetivo ou alvo.

Exemplo:Na meia encosta da elevao, na margem esquerda do rio, na linha de crista, etc.

(4)Natureza: De que se trata o objetivo ou alvo. Exemplo: Grupo de homens, casa, carros de combate, casamata, etc. 1

(5)Particularidades: Detalhes do objetivo ou alvo.

Exemplo:branca com telhado marrom, com uma chamin na extremidade esquerda, etc.

(6)Terminada a designao, deve-se verificar se o objetivo foi identificado, perguntando: Visto?

Exemplo:

As duas horas! (direo)

500 m! (distncia)

No corte da estrada! (situao)

Um grupo de homens! (natureza)

Realizando trabalhos de sapa! (particularidade)

Visto?

b. Processo indireto Utilizado Quando o alvo ou objetivo no surgir nossa vista to facilmente como no processo direto, aparecendo menos perceptvel, devido a sua colorao, fundo em que se acha, natureza do terreno, tamanho ou interferncia de outros objetos na paisagem Para design-lo necessrio um objetivo auxiliar, bem ntido, para servir como ponto de referncia e tambm a determinao do afastamento angular (Fig 2-36).

(1)1 Fase: Determinao do objetivo auxiliar ou ponto de referncia pelo processo direto.

Direo: onze horas

-Distncia: 800 metros

Situao: bifurcao de estradas

Natureza: casa de palha

Particularidades: uma porta, duas janelas, tendo uma cerca viva.

Visto?

(2) 2 Fase: Determinao do alvo ou objetivo a designar.

Afastamento angular: quatro dedos direita

Distncia: 800 metros

Situao: no final da cerca

Natureza: grupo de homens

Particularidades: cavando o terreno

Visto?

c. Processo de leitura do terreno por faixas: Quando o alvo ou objetivo se apresenta quase imperceptvel, necessrio, aqum ou alm dele, ir lendo o terreno gradativamente por faixas, at encontrar um ponto de referncia (tal como uma rvore, um arbusto escuro, um poste etc), do qual se emprega o afastamento angular para designar o objetivo desejado.

Exemplo:

Em frente, temos esta linha de crista. Visto?

Mais adiante, na encosta daquela elevao mais alta distingue-se um grupo de rvores. Visto?

direita, um terreno cultivado, de vegetao rasteira e verde escura. Visto?

Mais para a direita um trecho de mato queimado. Visto?

Na sua extremidade esquerda, existe uma moita verde-clara. Visto?

Trs dedos direita da moita, dois homens, um de joelhos e outro deitado, parecendo observar o terreno. Visto?

d.Processo da utilizao dos projeteis traantes:

(1)E um processo rpido e preciso, no entanto, tem a desvantagem de revelar a posio do atirador, no permitindo mais, por exemplo, a surpresa de uma rajada contra o inimigo.

(2)Neste processo, para se designar um alvo (reduzindo a um ponto), o atirador, aps definir sua natureza e particularidades, anuncia:

Ala tal! (Ex: ala cinco zero zero);

Observem meu tiro! E dispara um tiro traante sobre o alvo, verificando, em seguida, se o mesmo foi observado;

Visto?

(3)Quando o objetivo tem frente extensa, seus flancos so indicados por projeteis traantes e anunciados: :flanco esquerdo! Flanco direito!

3. MEDIDA DO AFASTAMENTO ANGULAR

a.Para se determinar o afastamento angular entre o ponto de referncia e o alvo ou objetivo, empregam-se, como medida, os dedos, que constituem um meio rpido, simples e prtico, para tal fim.

b. Regras que devero ser observadas:

(1)O brao deve ficar bem distendido.

(2)Volver o lado direito ou esquerdo para o objetivo, de modo a distender o brao lateralmente ao corpo, no prolongamento da linha dos ombros, pois, assim, a medida ser tomada com maior preciso, porque a distncia dos dedos aos olhos ser constante, qualquer que seja a estatura do homem.

(3) Dedos bem unidos.

(4) A mo bem perpendicular ao brao e a ponta dos dedos para cima.

(5)Observar com uma das vistas, para maior exatido.

OBSERVAES IMPORTANTES

a.Direita ou esquerda de um alvo ou objetivo a parte desse alvo ou objetivo, que vista sua direita ou esquerda, respectivamente.

b. Toda vez que o homem perceber o alvo ou objetivo designado, dir: visto e, caso contrrio, no visto, cabendo, nesse caso, a quem o indicou design-lo novamente.