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NOSSA TERRASÃO JOSÉ DO CARREIRO A IBIRAIARAS

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Ana Maria Cirino

REVISÃO DO TEXTO E LINGUAGEM

Orange Design

DIAGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO DE CAPA

??????????

IMPRESSÃO

Ano de publicação - 2016

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NOSSA TERRASÃO JOSÉ DO CARREIRO A IBIRAIARAS

Eni Maria Guadagnin

2ª Edição Ampliada

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AGRADECIMENTOS

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Às Instituições de Ibiraiaras através de seus representantes;

A todas as pessoas entrevistadas, pela disposição e empenho em relatar fatos que contribuíram para a riqueza do livro;

Às empresas Sicredi, Cobig, Crehnor, Bocchi Agrobios e Abastecedora de Combustível BP Ltda, por patrocinar parte desta obra;

A Jornalista Silvana Paludo que gentilmente contribuiu na edição deste livro;

A Prefeitura Municipal de Ibiraiaras, Administração 2013-2016 por acreditar e viabilizar o lançamento desta segunda edição;

Em especial, ao Bacharel Gomercindo Canevese, pela sua contribuição, o qual cedeu dados sobre a formação histórica dos primeiros tempos de Ibiraiaras, para que pudéssemos iniciar a pesquisa e lançar a primeira e segunda edição sobre nosso Município.

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SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10INÍCIO DO POVOAMENTO ........................................................................................... 12FAZENDA ROLIM – FAZENDA SÃO JOSÉ .........................................................................................................14FAZENDA PATOS E MARRECOS ........................................................................................................................16

A PRIMEIRA ATIVIDADE ECONÔMICA .................................................................... 22A ATIVIDADE MADEIREIRA ..............................................................................................................................23O TRABALHO NAS SERRARIAS ..........................................................................................................................44

AS ATUAIS MADEIREIRAS ........................................................................................... 54MADEIREIRA PANDOLFO ..................................................................................................................................56MADEIREIRA AFONSO .......................................................................................................................................59MADEIREIRA VIDI ...............................................................................................................................................60MADEIREIRA DE JOSÉ LANZARINI .................................................................................................................61MADEIREIRA DE RONI SLAVIERO ...................................................................................................................62MADEIREIRA DE ISOMAR STELLA .................................................................................................................63MADEIREIRA DE ÉDER TOSCAN .....................................................................................................................64

O TRABALHO NOS PRIMEIROS TEMPOS DA COLONIZAÇÃO .............................. 66COMUNIDADES DO INTERIOR .................................................................................. 80AS DEVOÇÕES RELIGIOSAS ...............................................................................................................................81A INTEGRAÇÃO PELA FÉ E PELO TRABALHO ..............................................................................................83DESCRIÇÕES DAS COMUNIDADES DO INTERIOR ......................................................................................84COMUNIDADE DE SANTO ANTÃO ...................................................................................................................84COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA APARECIDA ......................................................................................86COMUNIDADE DE SÃO BRÁS ............................................................................................................................89COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DO CARAVÁGIO ................................................................................91COMUNIDADE DE SANTA CATARINA .............................................................................................................94COMUNIDADE DE SANTA CLARA ....................................................................................................................98COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA CONSOLADORA .............................................................................100COMUNIDADE SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA ........................................................................................103COMUNIDADE SÃO CRISTÓVÃO E ASSENTAMENTO DO JABOTICABAL ...............................................105COMUNIDADE DO DIVINO ESPÍRITO SANTO .............................................................................................109COMUNIDADE DE SANTO EXPEDITO .........................................................................................................113COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA .....................................................................................116COMUNIDADE DE SÃO FRANCISCO .............................................................................................................118COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES ........................................................................................120COMUNIDADE DE SANTA LÚCIA ...................................................................................................................125COMUNIDADE DE SÃO LUIZ ..........................................................................................................................128COMUNIDADE DE SÃO PEDRO ......................................................................................................................131COMUNIDADE DE SÃO PIO X ..........................................................................................................................135COMUNIDADE DE SÃO RAFAEL .....................................................................................................................138COMUNIDADE DE SANTA RITA ......................................................................................................................141COMUNIDADE DE SÃO ROQUE ......................................................................................................................145

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COMUNIDADE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO ..........................................................................................149COMUNIDADE NOSSA SENHORA DA SALETE ............................................................................................152COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE .......................................................................................154COMUNIDADE DE SÃO SEBASTIÃO ...............................................................................................................158COMUNIDADE DE SANTA TERESINHA ........................................................................................................162COMUNIDADES DESMEMBRADAS DO MUNICÍPIO ..................................................................................165

A PRODUÇÃO DA BATATA .......................................................................................... 170O DESENVOLVIMENTO A PARTIR DA DÉCADA DE 1960 ..........................................................................182COOPERATIVISMO .............................................................................................................................................182A COOPIBI E O DESENVOLVIMENTO DE IBIRAIARAS ...............................................................................182O COOPERATIVISMO SE FORTALECE EM IBIRAIARAS .............................................................................187SICREDI - SISTEMA DE CRÉDITO COOPERATIVO .....................................................................................188ENTIDADES DE APOIO À PRODUÇÃO PRIMÁRIA .......................................................................................192

EMPRESAS FAMILIARES ............................................................................................ 204EMPRESAS DA FAMÍLIA BOCCHI ...................................................................................................................205COBIG - COMÉRCIO DE BATATAS IRMÃOS GUADAGNIN ..........................................................................212EMPRESAS DA FAMÍLIA MIGLIAVACA ..........................................................................................................215ELETRÔNICA GUADAGNIN .............................................................................................................................218

EDUCAÇÃO E CULTURA ............................................................................................. 222HISTÓRIA DAS ESCOLAS EM IBIRAIARAS ....................................................................................................223CULTURA ARTÍSTICA LOCAL – ESCULTURA RELIGIOSA .........................................................................230TRADICIONALISMO GAÚCHO ........................................................................................................................232EVENTOS E PONTOS TURÍSTICOS .................................................................................................................235

CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO ............................................. 246CARACTERÍSTICAS GERAIS .............................................................................................................................247ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO .............................................................................................................................248

AMBIENTE FÍSICO ...................................................................................................... 250ASPECTOS GERAIS .............................................................................................................................................251POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE ....................................................................................................................256

ASPECTOS ...................................................................................................................... 260SÓCIO-DEMOGRÁFICOS ........................................................................................... 260A URBANIZAÇÃO ...............................................................................................................................................261EDUCAÇÃO ..........................................................................................................................................................262SAÚDE ..................................................................................................................................................................263

ASPECTOS ECONÔMICOS ......................................................................................... 266ÍNDICES ECONÔMICOS ....................................................................................................................................267OS SETORES DA ECONOMIA ...........................................................................................................................267 MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO ..............................................................................................271

CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO .......................................................................................... 272O DISTRITO - 1927 A 1965 .................................................................................................................................273

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A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA ............................................................................................................................274INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IBIRAIARAS ............................................................................................277O NOVO MUNICÍPIO ..........................................................................................................................................278

O PODER LEGISLATIVO ............................................................................................. 280INSTALAÇÃO .......................................................................................................................................................281LEI ORGÂNICA ....................................................................................................................................................282O PODER LEGISLATIVO ...................................................................................................................................282

O PODER EXECUTIVO ................................................................................................ 286NOMINATA DAS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS ......................................................................................287CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................................................................289REALIZAÇÕES DO PODER EXECUTIVO .......................................................................................................290

HISTÓRIAS DENTRO DA HISTÓRIA ......................................................................... 3641. A PANELA DA ONÇA ......................................................................................................................................3652. A VINGANÇA DAS CHALEIRAS ....................................................................................................................3663. O PROFESSOR E O CAVALO ATOLADO ......................................................................................................3674. E A VIAGEM CONTINUA... .............................................................................................................................3695. O FIM DO MUNDO .........................................................................................................................................3716. O JIPE DO FREI PAULINO .............................................................................................................................3737. TEMPOS DIFÍCEIS .........................................................................................................................................3748. UM GRITO DE PERDÃO ................................................................................................................................3769. CAMINHÃO PENDURADO NA PONTE .......................................................................................................378

A HISTÓRIA DA NOSSA CIDADE EM FOTOGRAFIA ............................................. 380CIDADE ................................................................................................................................................................381IGREJA MATRIZ E PRAÇA ...............................................................................................................................386EVENTOS RELIGIOSOS .....................................................................................................................................389RESIDÊNCIAS E CASAS COMERCIAIS ............................................................................................................392

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 400REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................401ENTREVISTADOS ...............................................................................................................................................402FONTES DE CONSULTA ....................................................................................................................................406DOCUMENTOS ...................................................................................................................................................407SECRETARIAS MUNICIPAIS .............................................................................................................................407CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES ......................................................................................................409RELATOS DAS COMUNIDADES DO INTERIOR ...........................................................................................409TEXTOS DE PARTICULARES SOBRE IBIRAIARAS .......................................................................................411JORNAIS ................................................................................................................................................................411REVISTA ................................................................................................................................................................411ENTIDADES ........................................................................................................................................................412FOTOGRAFIAS ....................................................................................................................................................413ÓRGÃOS ESTADUAIS E FEDERAIS ..................................................................................................................413

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INTRODUÇÃO

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Apresenta-se nesta segunda edição, a história de Ibiraiaras, na qual estão sendo complementados, na parte inicial, alguns aspectos do seu desenvolvimento, do período anterior à criação do município. Em seguida, foram descritos os fatos a partir da emancipação político-administrativa do município, ano de 1965, dando destaque ao setor primário, base do seu desenvolvimento econômico e social. Nos últimos capítulos, procurou-se apresentar alguns aspectos gerais do ambiente físico e da situação econômica e social atualmente.

Portanto, o período a que se refere esta edição, abrange desde os primeiros habitantes da área atual do município, de que se tem registro, até o ano de 2012, basicamente.

Centenas de pessoas e entidades foram entrevistadas, com as quais obtivemos centenas de fotografias e documentos que estão em nosso arquivo particular. São pessoas que aqui viveram ou vivem, tanto na área rural quanto na área urbana e também algumas pessoas de outros municípios e dos estados de Santa Catarina e Paraná.

Na pesquisa realizada observou-se que, geralmente, cada fato ou descrição coincidiu com a descrição de dois ou mais entrevistados.

Este trabalho é, mais do que uma obra histórica ou literária, um documentário, com o objetivo de registrar os fatos de nossa história. É uma fonte de pesquisa e informações sobre as origens de nosso povo e o seu desenvolvimento como sociedade organizada.

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INÍCIO DO POVOAMENTO

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O povoamento de Ibiraiaras ocorreu a partir da venda de colônias divididas das fazendas ou propriedades existentes no início do século XX. Duas das maiores fazendas que deram origem às primeiras colônias e comunidades organizadas no território do atual município de Ibiraiaras foram descritas.

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FAZENDA ROLIM – FAZENDA SÃO JOSÉ

Conforme o mapa do município de Lagoa Vermelha de 1915, organizado pelo agrimensor João A. Edler, o senhor João Garibaldino Rolim possuía uma área de terras distribuídas entre os rios Carreiro e Três Barras, cortadas pelo arroio Mormaço, assim denominado mais tarde. Essas terras totalizavam 58.150.000 m² e abrangiam a parte oeste do atual município de Ibiraiaras. Atualmente essa área constitui as comunidades de São Brás, Santo Antão, N. Sr.ª Consoladora, N. Sr.ª de Lourdes, São Francisco e a atual área urbana.

Na década de 1910, o agrimensor Maximiliano de Almeida, de Lagoa Vermelha, associou-se à firma Schilling-Goelzer & Almeida, os dois primeiros comerciantes de Passo Fundo, para efetuarem a divisão da Fazenda Rolim e a elaboração do mapa. Os lotes coloniais foram numerados, assim como as quadras e ruas da futura vila onde cruzava o arroio Mormaço. Projetaram o futuro povoado com 63 quadras, com ruas e uma praça central destinada à edificação da igreja. A medição das terras era feita por duas equipes dirigidas por Maximiliano de Almeida e Francisco Emerle.

Um pouco mais tarde, conforme depoimento de Constante Fabris, as terras de Rolim foram a leilão, ocasião em que o procurador Natale Picolli as arrematou para Julio e Felipe Selbach, de São Leopoldo. A “Fazenda Rolim” passou a chamar-se, então, “Fazenda São José” conforme mapa pg. 19. Muitos registros de escrituras de compras de terras indicam a sua venda efetuada por Julio e Felipe Selbach e esposas. Natale Picolli, de Garibaldi, como procurador, efetuava as vendas das terras. Ele doou o terreno da praça, escolheu como patrono “São José” e doou a imagem para a igreja.

A venda dos lotes coloniais foi realizada, a partir da década de 1910, para diversos colonizadores de origem italiana que somente mais tarde se deslocaram com suas famílias às suas colônias, na então chamada Costa do Carreiro, depois Serra do Carreiro e Colônia São José do Carreiro. O comprador de uma “colônia” recebia um lote na futura vila – sede da Colônia.

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Os primeiros colonizadores que se localizaram na sede e arredores, entre os anos 1910 e 1920, ao organizar a comunidade religiosa e construir a capelinha e a escolinha da praça, referendaram a escolha do Padroeiro São José. 1

Assim, considera-se que a História de Ibiraiaras, como comunidade, começa a partir da divisão e aquisição dos lotes coloniais e a projeção da futura vila, na década de 1910 e, especialmente, com a chegada da família de Antônio Fabris, em 1917, a qual foi a primeira a se situar na vila, onde adquiriu seus lotes, na sede da Colônia e duas colônias de terras limítrofes, localizadas ao sul.2

1 Conforme entrevista de Alciro Bedin2 Conforme entrevistas de Constante Fabris e Orsolina Fabris Bonfiglio (Dozolina)

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FAZENDA PATOS E MARRECOS

Área da Fazenda

Conforme mapa de 1915 da Grande Lagoa Vermelha, os sucessores de Ignácio Pinto de Oliveira herdaram 38.000.000 m² entre os rios Turvo e o da Prata e Theodoro Telles de Souza possuia 28.193.000 m² de terras, mais ao sul, entre os rios Três Barras e o da Prata, totalizando uma área equivalente a 254 colônias ou 66 km². A área da fazenda se estendia até o campestre na futura vila, junto ao arroio Mormaço.

Ignácio Pinto de Oliveira, oriundo de São Francisco de Paula, tomou posse dessa área, hoje leste do município, e residiu na costa do arroio Varão, perto da atual Capela N. Sr.ª da Salete. A sede da fazenda foi denominada “Invernada da Casa Velha”. Sua filha Leopoldina Pinto de Oliveira casou-se com Teodoro Telles de Souza e veio para a fazenda, onde Teodoro já residia. Eles fixaram residência na sede da fazenda, localizada na atual comunidade de N. Sr.ª da Salete.

Herdeiros

Os filhos de Theodoro Telles de Souza e Leopoldina de Oliveira Telles, nascidos na Fazenda Patos e Marrecos são: José de Oliveira Telles, c.c. Carolina Barreto Telles que, em 1937, passaram a residir em Santa Rita – Boqueirão, Lagoa Vermelha; Otaviano de Oliveira Telles, c.c. Edelvira Fialho, que mais tarde residiram em Lagoa Vermelha; Leduvina de Oliveira Telles, c.c1. Ernesto Hoffmann da Cunha, residiram na Fazenda Paraíso, desmembrada de Patos e Marrecos e, mais tarde, mudaram-se para André da Rocha. Os filhos de Theodoro, Jovita de Oliveira Telles e Ignácio de Oliveira Telles faleceram jovens.

Theodoro Telles de Souza contratou uma professora para dar aulas aos seus filhos em sua residência e, mais tarde, eles estudaram em Veranópolis.

1 c.c. significa “casado(a) com”

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Na fazenda Patos e Marrecos fixaram-se dois herdeiros: Otaviano de Oliveira Telles e Leduvina de Oliveira Telles. José Telles ficou com terras em Santa Rita do Boqueirão - Lagoa Vermelha, para onde se mudou em 1937. Os pinhais eram propriedade dos herdeiros em comunhão.

Filhos de Leduvina de Oliveira Telles e Ernesto Hoffmann da Cunha:

Alaíde, c.c. Epaminondas Hoffmann Paim; Edi, c.c. Dr. Manuel Vieira da Fonseca; Ilda, c.c. Nadir Peruzzo (Veranópolis); Ivo Telles Hoffmann (Campo do Meio); Álvaro Telles Hoffmannn (Porto Alegre); Valdir Telles Hoffmann; Alvício Telles Hoffmann.

Ivo Telles Hoffmann e a irmã Edi Telles Hoffmann herdaram terras próximas à Fazenda Paraíso. Residiram em Ibiraiaras: Alaíde, Ivo e Alvício.

Filhos de Otaviano Telles e Edelvira Fialho: Aracy Telles Hoffmann, c.c. Argeu Paim Hoffmann; Celso Fialho Telles; Alceu; Leodi e Jacir.

Na comunidade N. Sr.ª da Salete existiu uma escola municipal denominada Escola Cel. Otaviano de Oliveira Telles, cujo início das atividades ocorreu em 11 de julho de 1964.

Filhos de José Telles e Carolina Barreto: Juarez Expedito Barreto Telles; Geni Telles Mondadori.

Terras e Pinhais

As terras eram cobertas de pinheiros de “Araucaria Brasiliensis”. Havia alguns trechos de campestres onde a família Telles criava gado. A pecuária foi a atividade mais desenvolvida pela família. Vendiam os pinheiros (a 400.000 reis cada um) e compravam terras para a criação de gado.

Denominação

O nome “Fazenda Patos e Marrecos” foi assim denominado, devido à

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existência de uma lagoa de cerca de um hectare na sede da fazenda onde viviam muitas aves como patos, marrecos, socós, além de outros animais como javali, macaco preto, bugio.

Peões

Na fazenda havia muitos trabalhadores - os peões. Dentre eles identificamos alguns que trabalharam desde a época de Theodoro Telles e Otaviano Telles: Fábio Julio Fialho; Fábio Cunha Telles; João Júlio Fialho; João Nunes da Cunha ( Jango); Chico Fialho; Doca Telles; Juca Telles; Adão Borges Pinto (conhecido como Nino Cunha - capataz); Luiz Mariano Pimentel (peão por 30 anos) - morou em Santa Lúcia; Narciso Pimentel; Chico Vargas (domador) - oriundo da Bahia; Sebastião Freitas Vieira; Teodoro Freitas (capataz); Sebastião Coronel (Velho Coronel); Adolfo Paim. Os peões vinham até a atual cidade trazer o gado para as pastagens de inverno e junto vinham, também, os cachorros de caça, especialmente de veados. O peão Velho Coronel vinha à sede da vila buscar o gado; contou que este local era um banhadão onde existiam onças.

João Júlio Fialho era chefe da “pegação” de porcos alçados1; muitas vezes laçavam os porcos pelas presas. Em geral, eram trazidos até a mangueira de Antônio Bragagnolo, no atual Bairro Santo Izidoro, de onde eram transportados em caminhões até os frigoríficos de Nova Bassano ou de São Sebastião do Caí.

Os tropeiros buscavam o gado na fronteira, por volta de 1945. Seguiam por Pulador, em Passo Fundo, por David Canabarro, chegando até as proximidades da atual Prefeitura Municipal, aqui na vila. Paravam no galpão de Constante Fabris, no atual Mercado Toda Hora, onde o gado se abastecia da água da Sanga da Bodega.

1 Porcos alçados eram animais soltos e criados no mato; os machos criavam presas e o colete, um couro bem reforçado com nervos grossos.

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Venda das terras e dos pinhais

Existem muitos registros de escrituras de terras compradas na Fazenda Patos e Marrecos com os descendentes dos primeiros compradores, na maioria colonos de origem italiana, que vieram formar os núcleos iniciais das atuais comunidades do interior do município.

Alguns exemplos de registros verbais da aquisição de pinheiros e terras por parte dos novos povoadores foram identificados: Theodoro vendeu 14 colônias – terra e pinhal, em 1934, para a Madeireira Salton, na atual Santa Lúcia; José Telles vendeu os pinheiros para Antônio Zanchet e Fabiano Resch, que montaram uma serraria na atual comunidade de N. Sr.ª Aparecida; Otaviano vendeu 16 colônias na atual comunidade de N. Srª. da Salete, em 1954, para vários colonos, entre eles, Nilo Minozzo, Leonel Minozzo, Elvírio Fabris, Guerino Furlani e Angelo Rigotti. A área da sede da fazenda foi adquirida pelos irmãos Stella: Reineli, Admírio e Angelo que constituíram a Granja Stella e que atualmente pertence aos herdeiros.

Um dos agrimensores que mediram as terras foi Chiquinho Emerle.

Fazenda Paraíso

A Fazenda Paraíso de Epaminondas Hoffmann Paim foi constituída sendo uma parte por herança da esposa Alaíde e outra, por terras compradas de Argeu Paim Hoffmann e de Ivo Telles Hoffmann.

Na Fazenda Paraíso, destacaram-se os peões Levi Gomes Ribeiro e seu pai Eleutério Rodrigues Pinto; José Nunes foi um dos trabalhadores na lavoura.

Levi Gomes Ribeiro, com 20 anos vinha à sede, cortando o mato de cipós e taquaras a facão, para abrir as picadas. Separava o gado de corte do gado para a reprodução. Numa oportunidade, Levi e o pai Eleutério levaram um lote de porcos até o frigorífico Zuchetti, em Nova Bassano, numa caminhada de seis dias. Para que os porcos seguissem adiante, jogavam milho à sua frente.

Os herdeiros da família Telles, com propriedade de terras em Ibiraiaras

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hoje são os filhos de Epaminondas Paim e Alaíde Telles Hoffmann: Eda, Edna, Ede e Maria Luiza Bonotto, viúva de Edu Paim.

Cemitérios

Como era costume na época, as famílias construíam cemitérios particulares em suas fazendas. Na Fazenda Patos e Marrecos (atualmente a Granja Stella, na comunidade de N. Sr.ª da Salete) ainda existem dois cemitérios. Um deles está bem conservado, apresentando nos seus túmulos verdadeiras obras de arte em esculturas de anjos, entalhes em mármore e fotografias. Nele encontram-se, entre outros familiares sepultados, as inscrições de Ignácio Pinto de Oliveira (1840-1913), Leopoldina de Oliveira Telles (1873-1939), Octaviano de Oliveira Telles (1901-1961).

Estradas

Até os anos 60, os herdeiros da família Telles, ao se dirigirem para suas terras, precisavam se deslocar por Barretos – Lagoa Vermelha, passando pelo rio Turvo e por picadas. Por reivindicação de Epaminondas Paim, o prefeito João Stella abriu uma estrada onde antes era uma picada.

Comunidades

A Fazenda Patos e Marrecos deu origem a muitas comunidades existentes hoje no município de Ibiraiaras. São as comunidades de N. Sr.ª Aparecida, Santo Expedito, Santa Clara, São Pio X, N. Sr.ª da Salete, Santa Lúcia, São Pedro, N. Sr.ª de Fátima e São Rafael.

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A PRIMEIRA ATIVIDADE

ECONÔMICA

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A ATIVIDADE MADEIREIRA

No início do século XX, o território do atual município de Ibiraiaras apresentava, em sua maior parte, matas com pinheiros de araucária, alguma madeira de lei e alguns trechos de campos.

Entre as famílias proprietárias de terras e pinhais, na área do atual município de Ibiraiaras, encontravam-se: Cristiano Hoffmann, sucessores de Ignácio Pinto de Oliveira, Teodoro Telles de Souza, Manoel A. Mendes, João Garibaldino Rolim, Generoso Nery, Elisiário Júlio Ribeiro, Domingos José Ferreira, Balthazar Peruzo, Augusto Pimentel. Outros identificados através de entrevistas foram Elisiário Vargas, Joaquim Ambrósio, José Telles de Souza e Otaviano Telles de Souza, Gustavo Mendes, Adolfo Mendes, Almonge Mendes, Francisco Borges e Domingos Abé.

Os donos das terras, sendo maioria residente em Lagoa Vermelha e Vacaria, geralmente vendiam os pinheiros somente para os madeireiros.

O objetivo dos primeiros colonizadores, inicialmente, era derrubar os pinheiros e com a madeira construir suas casas e galpões para servirem de celeiros ou criação de animais. Serravam as tábuas com serra de mão ou rachavam-nas. As tabuinhas para a cobertura das construções também eram rachadas.

Logo foi necessário instalarem algumas serrarias, a fim de que se fizesse o corte das toras e tábuas para construir casas melhores, além de abrir espaço para pequenas lavouras de subsistência.

No final da década de 1930, iniciou-se a instalação das serrarias com o objetivo de investir na extração de madeira.

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Os primeiros núcleos populacionais e o crescimento econômico

A extração da madeira era uma atividade necessária naquele momento, mas houve falta de limites num modelo de produção despreocupado com a preservação, o que provocou a quase completa destruição da floresta de Araucária.

Houve a necessidade de implantar diversas atividades nas serrarias para possibilitar uma estrutura mínima de condições de trabalho e de vida à população.

Em cada local onde se instalava uma serraria, formava-se um núcleo populacional, ao qual, aos poucos, ia se organizando a estrutura social para atender às necessidades das famílias.

Assim, iam construindo a escola, um salãozinho, um armazém ou bodega, uma capela ou capitel. Junto a algumas serrarias, instalavam um descascador de arroz e o moinho. Assim foram surgindo moinhos, curtumes, selarias, usinas, marcenarias, ferrarias, sapatarias, armazéns e bodegas e hotéis.

A implantação dessas atividades trouxe muitos trabalhadores com suas famílias, que aqui se fixavam, tanto na vila como na área rural. No então distrito, a população cresceu muito.

As serrarias foram importantes para o povoamento e o aproveitamento da terra e o consequente crescimento econômico. Portanto, pode-se dizer que a maioria das comunidades é fruto das serrarias.

Em 1951, o então distrito de Ibiraiaras dispunha de 81 estabelecimentos, sendo 40 serrarias instaladas por famílias que já residiam aqui ou que vinham de outros municípios.

Após o aproveitamento dos pinheiros, ficou na superfície, uma terra fértil. As terras ou colônias foram vendidas e a agricultura ia surgindo nas áreas, antes tomadas de pinhais.

Destaca-se a importância dos industrialistas e dos trabalhadores da madeira que aqui se enraizaram e aplicaram os recursos obtidos, contribuindo para o

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desenvolvimento e o progresso de nosso município, através das atividades que aqui desenvolveram, tanto no extrativismo, como na agricultura ou em outras atividades.

Migração da população rural

Quando extinguiram as serrarias, muitos migraram, principalmente para o Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, onde as terras eram mais baratas.

Nos anos 50, iniciou-se uma grande migração do Rio Grande do Sul para as novas colônias do Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, pois havia a necessidade de mais terras para as famílias dos agricultores, os quais tinham um grande número de filhos e precisavam aumentar a produção, ainda de subsistência.

Em Ibiraiaras, a população também se deslocava para Santa Catarina e Paraná, como ocorreu em outras áreas do Estado. Mas, somente nas últimas décadas, passou a ser proporcionalmente maior na zona urbana. Entre os fatores mais recentes desse crescimento, identificamos a aplicação dos recursos técnicos na agropecuária e as melhorias das condições de vida na cidade.

Os madeireiros

A seguir, uma tentativa de citar todos os madeireiros foi feita, lembrando que muitos foram antes, empregados e após, proprietários e trabalhadores com seus familiares. Impossibilitados de identificar a razão social de cada empresa, foram mencionados os proprietários de serrarias, sendo que a maioria delas passou por vários proprietários e outras foram apenas transferidas de local.

José, Eugênio e Raimundo Bedin: instalaram uma pequena serraria na Linha Cascata, hoje estrada que segue para a comunidade N. Sr.ª Consoladora; aproveitaram uma queda d’água do Mormaço;

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Irmãos Bedin ( José e Eugênio, Adelino e Aurélio Bedin): instalaram junto com os irmãos Fiori (Fiorelo, João, Fernando, Antônio e Adolfo) uma serraria maior, na antiga estrada para N. Sr.ª Consoladora; serraram os pinheiros dos Bedin em parceria.

José Bedin: transferiu uma serraria para o campo, em Santo Expedito;

Raimundo Casanova e irmãos (Carlos, Guilherme, Rafael, Alfredo e Reinaldo): a serraria começou a funcionar em Santo Antão, no ano de 1946 e foi até 1962, quando foi extinta. O pinhal foi comprado por seu pai, Antônio Casanova, em 1919. Foram adquiridas 17 colônias com pinheiros ao valor de 23.000 reis ou 23 contos. Os funcionários eram pagos em dinheiro ou com terras; utilizava máquina a vapor;

Faustino Dal Piva e filhos ( João, Ricieri e Ângelo Dal Piva): instalou a serraria nos anos 20, na atual comunidade Nossa Senhora Consoladora; com oficina de duelas, ripas, pedaços de madeira para aproveitamento. Depois foi denominada “Firma João Dal Piva e Irmãos”. A madeira era vendida principalmente em Bento Gonçalves. A energia usada foi obtida com roda d’água do Mormaço;

Pedro Dalla Libera e filhos: serraria localizada em São Pedro, movida por roda d’água, junto ao rio Três Barras;

Firma Irmãos Piva: a serraria funcionou até, aproximadamente, 1985 na comunidade de São Roque. Tiveram duas serrarias: a primeira, de Santo Piva e filhos que, mais tarde, vendeu para os irmãos Albino, Ernesto e Antônio; cortaram os pinheiros de Ângelo Sangali, José Segala e Alberto Tonin. A segunda foi comprada dos Guerra e transferida para São Roque por Ernesto Piva e os filhos: Domingos, Avelino e Antônio Sobrinho (Antonieto) que, então, serraram seus próprios pinheiros. Albino Piva vendeu o seu pinhal. Os últimos gerentes foram Domingos Piva, juntamente com o filho Izair e, para finalizar, Antônio Sobrinho;

Raimundo Maran: serraria localizada em Santa Catarina, criada por volta de 1933;

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José e Guerino Fabris: serraria em Santa Teresinha, na antiga raia; anteriormente pertenceu a João Arioli e Alcides Garzoni, que a construíram;

José e Arlindo Bedin: localizava-se no rio Guabiroba, em Sagrado Coração de Maria e em São Pedro de David Canabarro;

David Barbiero: construída na estrada para São Brás;

Serraria Severino Fabris

Irmãos Stella ( João, Angelo, Reineli, Cerilo, Admírio, Adolfo): serraram madeira na comunidade de São Cristóvão, em Santa Catarina (adquiriram de Raimundo Maran), em N. Sr.ª de Lourdes e N. Sr.ª Aparecida; trabalharam com serrarias em Ibiraiaras até 1965; constituíram a “Madeireira Stella Ltda” e vendiam seu produto em Caxias do Sul, Lages e Porto Alegre;

Cerilo Rossoni: localizada em Santa Catarina (adquirida de irmãos Stella); ele chegou à comunidade de Santa Catarina por volta de 1947, tornou-se proprietário em 1964 e parou de serrar em 1991. Após, Valdevino Pomatti trabalhou nessa serraria por alguns anos;

Severino Fabris: esta estava localizada no Rincão, Capela Nossa Senhora do Caravágio (atualmente Santa Rita); antes movida por roda d’água e, mais tarde, a vapor;

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Ampílio Carnevalli: instalou sua serraria na estrada para São Brás; vendeu para Augusto Pomatti;

Henrique Bragagnolo: serraria no final da Rua São José do Carreiro, atual Cerealista Bocchi;

Augusto Pomatti: entrou em funcionamento por volta de 1950, na estrada para São Brás;

Madeireira Araucária, depois Pandolfo: construída na atual Vila Guerra, pertencente à família Guerra, de João e Santo Guerra e Jacob Bagatini, no município de Ibiraiaras, em 1941; pararam de serrar os pinheiros de araucária, em 1960; o pai de Carlos, João Guerra, veio morar em Ibiraiaras no ano de 1956; uma serra de centro era usada para serrar;

Madeireira Pandolfo: localizada em São Pedro; a madeireira parou de serrar os pinheiros em 1972; (Atualmente a Araucária é a firma proprietária das terras e plantas; a Pandolfo industrializa e comercializa);

Augusto Pomatti e Leolindo Pomatti: serraria na cidade, na Rua São José do Carreiro, na atual Cerealista Bocchi, entre os anos 60 e 70; utilizaram a energia elétrica; mais tarde, a família Vidi trabalhou com essa serraria;

João Dal Piva: localizava-se no Bairro Santo Isidoro, na cidade, em 1962; eram sócios: Nelsi Pieta, Rovílio Vigo, Severino Baldasso, Ângelo Dal Piva e Aolemo Piva; funcionava com máquina a vapor;

Serraria João Dal Piva

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Augusto Pomatti e Leonildo Pomatti: alugaram a serraria da Araucária na atual Vila Guerra, entre os anos 60 e 70;

Balduino, Sereno, Angelim e Ítalo Briani: em funcionamento por volta de 1947, na Capela N. Sr.ª do Caravágio; mais tarde venderam para os Carnevalli;

Luiz Vidi e filhos, e Gotardo: adquiriram de Sextilho e Arlindo Carnevalli, em 1959; Luís comprou o pinhal em 1940, quando viajou a cavalo; mais tarde, a serraria continuou como propriedade dos filhos;

Fabiano Resche e Antônio Zanchet: serraram os pinheiros de José Telles, em N. Sr.ª Aparecida;

Antônio Cristianetti e filhos: localizada em N. Sr.ª Aparecida (adquiriram a serraria de Fabiano Resche e Antônio Zanchet); serraram até 1978;

Abruzzi & Mendes: construída em São Rafael, no rio Três Barras; compraram de Lenzi e Querubini;

Armando Romanzini e Atílio Pessatto: a primeira serraria em Sagrado Coração de Maria;

André Benjamim Benedetti e filhos: serraria localizada em São Luiz, após o rio Faxinal;

Irmãos Tacca: Júlio, Benvenuto e Primo: instalada por volta de 1941, em São Brás; construíram um açude para represar a água do Carreiro e um canal de dois quilômetros; levavam a madeira para Porto Alegre e Bento Gonçalves, utilizando um caminhão F8;

Reinaldo Sbroglio: localizada em frente à capelinha, em Santo Antão. Ele alargou a estrada que leva à Capela Consoladora usando picão e arado para os caminhões transportarem a madeira; na época, vinha uma frota de caminhões da firma Mello, de Nova Prata, pegar a madeira; (aconteceu na mesma época da serraria dos Casanova);

João Zandoná: estava junto ao Mormaço, em Nossa Senhora Consoladora;

Guerino, Admírio Catapan e Abel Lazzarotto: localizada em Nossa

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Senhora de Lourdes, atual comunidade de São Francisco;

Admírio Catapan e Ulino Catapan: construíram a serraria no rio Três Barras, em São Rafael;

Ivo Chies e Mário Chies: instalada por volta de 1947, em São Pio X, na terra de Henrique (Frederico) Martini; e outra, perto da atual capela, chamada “Getuliense”, onde trabalhou a família Santini; compraram 27 colônias da “Fazenda Patos e Marrecos”;

Ivo Chies e família: localizava-se em Nossa Senhora da Salete, no Matão, chamada “Madeireira Ibirajaras”, estava nas terras de Otaviano Telles, onde cortaram os pinhais e madeira de lei durante dez anos. A serraria funcionava com máquina a vapor; para chegar até a serraria tinham que andar por uma trilha nas terras de Otaviano Telles. Eram sócios: Guerino Seminotti e Adelino Socol;

Henrique Bragagnolo: localizada na Capela de N. Sr.ª Aparecida. Bragagnolo cortou os pinhais adquiridos na Capela N. Sr.ª Aparecida e em Santo Expedito por frei Aleixo, em meação com a Paróquia;

Sebastião Darós: serraria que funcionava em N. Sr.ª de Lourdes;

Guilherme Pieta: serraria localizada na Capela Aparecida, montada por Orlando Vigo e Luiz Pieta;

Serraria da Firma Vinícola (de Bento Gonçalves): instalada na comunidade de São Luiz, cujo gerente era Augusto Pasquali;

Serraria de Guilherme Nedef: em São Luiz, adquirida da Firma Vinícola; vendeu para Hermínio Fabris e este para João Stella, que terminou de serrar os pinheiros;

Tranqüilo, Mário, Demétrio e Balduino Cainelli: estavam em São Rafael, na Linha Chaves e em São Cristóvão;

Domingos Dalla Libera: localizada em São Sebastião, serrava com serra de fita; antes tinha serraria em Santa Cruz e serrava com serra de centro;

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Albino e Fioravante Zardo: (de Nova Prata) encontrava-se em São Rafael, com 22 colônias; mais tarde Severino Fabris comprou essa serraria e terminou de serrar os pinheiros;

Duas serrarias de Avelino Lenzi: construídas na Fazenda Hoffmann, em Santo Expedito;

Antônio Guilardi: esta também em Santo Expedito, na costa do rio Faxinal;

Madeireira Salton Ltda - de Ângelo e Paulo Salton: localizada em Santa Lúcia; compraram a terra e o pinhal de Teodoro Telles em 1934 –14 colônias; funcionou de 1939 até 1963, quando foi transferida para Bento Gonçalves. Funcionava a vapor;

Félix Querubini: serraria em São Sebastião;

Reinaldo Querubini: localizava-se na Fazenda São Valentim, na terra da família Chiquitu - Nunes da Silva; a madeira era transportada em carreta de quatro rodas até a Campina, na encruzilhada para São Sebastião, para facilitar

Antiga Madeireira Afonso

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o carregamento dos caminhões quando chovia;

Angelo Rigotti: adquiriu de Reinaldo Querubini e transferiu para N. Sr.ª da Salete; o carroção com quatro rodas encontra-se hoje no museu “Domingos Batistel” em Nova Prata;

Clemente e Arduino Tarasconi e Ampílio Carnevalli: era localizada em N. Sr.ª de Lourdes, atual São Francisco; depois pertenceu a João Stella e irmãos;

Adelino Cavalca: instalada na costa do rio Carreiro, em N. Sr.ª de Lourdes;

Antônio Puerari (tio): tinha serraria, bodega e moinho em São Rafael;

Belarmino Pagnoncelli: serraria em Bom Jesus;

Giácomo Nigri: serraria em Coração de Maria;

David Canabarro Pimentel, mais tarde propriedade de David Baltazar: em N. Sr.ª de Lourdes (hoje Santa Lúcia);

David Poltronieri: localizada na comunidade de São Miguel (atualmente município de Muliterno);

Artibanio Carnevalli e filhos: Arlindo, Sextilho e Setembrino com Guilherme Tarasconi: serraria em N. Sr.ª do Caravágio; a maior parte da madeira era vendida para a Madeireira Pratense; serraram os pinheiros de João Canevese, na Capela do Divino;

Arlindo e Sextilho Carnevalli: localizada na atual Serraria Vidi, foi transferida da comunidade N. Sr.ª do Caravágio;

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Gaudêncio Mânica: na comunidade do Divino, trabalhavam com máquina a vapor; depois pertenceu a Piloni;

Reinaldo e Urbano Rigon: localizava-se na estrada para a Linha Café, à esquerda. Serravam os pinheiros de João Canevese, que comprou o pinhal de Eugênio Bedin, o qual abrangia uma área desde o capitel, na saída de Ibiraiaras, até a Linha Café;

Reinaldo Querubini: instalada no rio Três Barras, em São Pedro; comprou a serraria de Pedro Dalla Libera;

Otávio Ely e Ângelo Sbardelotto: localizada na Capela N. Sr.ª do Caravágio; serraram os pinheiros de Basílio Baú; Albino Zanchet foi o gerente;

Gaudêncio Mânica: funcionava na Capela do Divino, próxima aos arroios Butiá e Araçá; usava máquina a vapor;

Luiz Vidi: serraria adquirida dos Irmãos Carnevalli, em 1959. Ele comprou o pinhal em 1940, quando viajou a cavalo; depois continuou sendo propriedade dos filhos;

Serraria Irmãos Carnevalli

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Ernesto Colla: em São Sebastião, serraria instalada na terra de Vergildo Biavatti; depois transferiu a mesma para Rio Branco (Maragata);

Adolfo Zuchetti: em São Brás, cortou os pinheiros da família Dalmolin;

Atílio Peruzzo: localizada em Santo Antão, foi extinta em 1950;

Luiz Carnevalli, avô de Sextilho: com serraria na Capela N. Sr.ª da Salete;

Augusto Pomatti: em São Brás, serraria adquirida de Adolfo Zuchetti;

Santo Boldori: estava localizada em São Pedro.

Hospital Santo Antônio

O Hospital Santo Antônio foi construído por Gino Ferrarezzi (farmacêutico) e João Luchese e, mais tarde, foi adquirido por um grupo de madeireiros locais com a finalidade de atender aos operários das serrarias.

Cooperativa CEMADE

Entre 1945 e 1965, existiu uma cooperativa de madeireiros, fundada em Porto Alegre, que reunia vários madeireiros de Ibiraiaras e de outros municípios gaúchos como São Francisco de Paula, Canela, Porto Alegre: era a CEMADE (Cooperativa Central de Madeireiros do Rio Grande do Sul). Eles mantinham um depósito no porto de Porto Alegre para a comercialização no mercado nacional e internacional. Entre os sócios de Ibiraiaras encontravam-se os irmãos Stella, irmãos Piva, Severino Fabris, João Dal Piva, Carlos Alberto Guerra, Henrique Bragagnollo, Vitório e Henrique Bedin. Mais tarde, a firma “Araucária” da família Guerra adquiriu aquele posto.

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Trabalhadores nas serrarias

As serrarias atraíram grande número de pessoas que vinham se estabelecer em Ibiraiaras, principalmente entre os anos de 1930 e 1940.

Além do trabalho diretamente ligado à extração e corte da madeira de pinheiros e madeiras de lei, outras atividades foram surgindo, paralelamente à das serrarias, atraindo mão-de-obra em muitos serviços necessários ao funcionamento das madeireiras e ao aumento crescente da população no então distrito de São José do Carreiro, hoje município de Ibiraiaras.

Os trabalhadores, especialmente, após o aproveitamento da madeira nas serrarias, continuaram, em grande parte, constituindo a população ibiraiarense e foram, paulatinamente, desenvolvendo a agricultura que, por isso, tornou-se a atividade básica de nosso município.

Muitos trabalhadores eram os próprios donos das serrarias, principalmente quando as famílias eram numerosas. Alguns trabalhadores eram os proprietários dos pinhais que já haviam vendido os pinheiros para serem serrados.

Por esses motivos, são citados aqui os trabalhadores que foram identificados, através de centenas de entrevistados, fazendo assim uma homenagem a esses lutadores que, com seu trabalho e sua esperança no futuro, deram a Ibiraiaras a base para crescer e se modernizar.

A maioria dos empregados trabalhou em várias serrarias, fazendo serviços diversos nas mesmas. Assim, apresenta-se uma lista de forma aleatória, não considerando a cronologia. Nos casos de nomes incompletos, falta de nomes, especialmente de trabalhadores mais antigos, bem como possíveis equívocos, há de se pedir a compreensão de todos por ser um trabalho minucioso e, por isso, de difícil exatidão.

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Pessoas que trabalharam nas serrarias

Segue abaixo uma lista de pesssoas identificadas nas entrevistas, que trabalharam ou trabalham nas serrarias:

Hugolino Giácomo Vivan: trabalhou em diversas serrarias, principalmente na dos Salton, em Santa Lúcia;

José Santini e família, Dorvalino, Angelim, Mário e João Valdocir: trabalhadores da serraria de Ivo Chies em S. Pio X e N. Sr.ª da Salete e da serraria de Abruzzi & Mendes, em São Rafael;

João Valdocir Santini esteve nas serrarias de Ivo Chies, em N. Sr.ª da Salete e em São Pio X; no Nedef, em São Luiz; na serraria de Augusto Pomatti, na saída para São Brás; na de Henrique Bragagnolo, situada na sede e na de Albino Zardo, em São Rafael;

Henrique da Veiga era arrastador de toras com terno de bois na Getuliense, em São Pio X, enquanto Otaviano Farias, o serrador, em São Cristóvão trabalhava para João Stella;

Dinarte de Mattos, arrastador; Domingos Sotoriva; Brandinarte de Mattos; Otaviano Farias, Gris e muitos diaristas trabalharam na serraria de João Stella, em São Cristóvão e em N. Sr.ª de Lourdes;

Lidia do Carmo e Inês Benedetti na oficina de duelas

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Marsal Alves Ferreira, arrastador de toras para os Briani, para Arlindo Carnevalli e também para Severino Fabris;

João Martini exerceu a função de gerente; Antônio Geron e Primo Lavratti trabalhavam na serraria de Henrique Bragagnolo, na sede;

Guerino Darós prestou serviços na serraria da família Rigotti; Chico Vargas era serrador no mato e fazia também outros serviços;

Macedônio Peron, Valdir Peron, Dervil Perón e Leodi Rigotti foram citados como trabalhadores da serraria de Angelo Salton, em Santa Lúcia;

Alberto Geron, Cavalca, Zulmir, Dorvalino e Alcides Rizzo eram os motoristas de caminhão no transporte da madeira;

Angelo Rigotti e família trabalharam por 20 anos na serraria de Reinaldo Querubini e acabaram adquirindo-a, mais tarde;

Albino Zanchet aparece como trabalhador na serraria de Otávio Ely e Ângelo Sbardelotto, na Capela N. Sr.ª do Caravágio, onde serraram os pinheiros que compraram de Basílio Baú;

Mário dos Santos Pimentel era o arrastador de toras para diversas serrarias;

Rafael Mangoni trabalhou na serraria de João Zandoná, na Linha Cascata e de Belarmino Pagnoncelli, em Bom Jesus;

Pelegrino Dal Piva e os filhos Danilo e Idulino estiveram trabalhando na serraria de Faustino Dal Piva, que depois passou a ser dos irmãos Dal Piva. Danilo e Idulino começaram ajudando o pai no arrasto das toras, com carroção de cinco juntas de bois, depois transportando a madeira até o rio das Antas, em carroça puxada por oito mulas. Outros identificados: Ricardo Fronza, João Buongiovani e seus filhos, Libro Frigotto, Estevão Cabral, André Vancini, Bianco Spadotto, Luiz Zandoná, Argentino Perinotto. Danilo Barreta, André Ascari e Recieri Dal Piva aparecem como caminhoneiros que transportavam a madeira para Porto Alegre;

Vergildo Antônio Biavatti trabalhou na serraria de Ernesto Colla, em

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São Sebastião, desde 1938. Cortava 12 dúzias de tábuas por dia junto com João Francescatto, Mário Frigotto, Jacinto Preto, Antônio Preto e Ermindo Rodrigues. Usavam máquina a vapor e de centro;

César Spagnol e Arlindo Spagnol aparecem como trabalhadores na serraria dos irmãos Fiori e Bedin, na estrada velha que ia para a Capela N. Sr.ª Consoladora;

Reinaldo Martini foi citado como sendo trabalhador na serraria de Henrique Bragagnolo, na sede e de Augusto Pomatti, em São Brás;

Albino João Barreta trabalhou, a partir de 1941, para João Stella, em Santa Catarina e, após, para Ângelo Salton, em Santa Lúcia, para os irmãos Fiori e, ainda, para David Barbiero, na saída para São Brás. Ele foi arrastador de toras com carroção de quatro juntas de boi durante 21 anos. Trabalhou, também, no transporte com carreta de mulas e com caminhão;

Carreteiros e balseiros: Étore Dezan carregava a madeira serrada para Bento Gonçalves, em carreta puxada por um terno de mulas; Luiz Dal Bem e Rafael Peterle foram também balseiros no rio das Antas. Aparecem, ainda, os nomes de Guilherme Casanova, Fiorelo Fiori, Silvio Carnevalli, Macedônio Peron, João Marini, Angelim Grandi como balseiros que compravam e transportavam a madeira pelo mesmo rio;

Adolfinho Bernardi tinha a função de serrador e também de caminhoneiro na Serraria Vinícola, que depois pertenceu a Guilherme Nedef, no Jaboticabal, em São Cristóvão. Lá trabalhou durante quinze anos. Outros trabalhadores, além de Serafim Bozza, o gerente, são citados: Gustavo Alves, João Dambrós, Euclides Vanzin, João Piloti, Nadir Bazotti, Claudino Bazotti, Luiz Tomé, André Tomé, Itacildo Bernardi, Jeremias Barbosa, Terêncio Barbosa, Rael Agostini, Rovílio Cristianetti, Egídio Cristianetti, Itacir Bernardi, Jacob Faraun, Severino Perosa, Chico Vargas e Adolfino Chiarentin;

Na serraria de Ivo Chies, localizada na Capela N. Sr.ª da Salete, trabalharam José Santini, Aleixo Luchese, Onileto Luchese, Otávio Ditadi, Aquiles Rafo, Alcindo Fingher, Nelsi Pieta, João Valdocir Santini, Ângelo Chies, Amantino Concolatto, Valter Pieta, Valdir Moloski, Isauro Rodrigues,

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Luciano Furlanetto, Adalberto Momo, Guerino Seminotti, Selvino Soccol, Adelino Soccol, Nereu Tódero, Pino Faraon, Ângelo Rigotti, Aracy Chies, Nereu Chies, Zeli Chies, Carlindo Chies, Angelim Santini, Mário Santini, Dorvalino Santini, Lele, Juvelino, Onorato Papadoski e Adolfo Dezan. Eram, no total, 30 trabalhadores distribuídos na extração da madeira, na serra e na oficina de duelas.

Na serraria de João Dal Piva, com sede na cidade, esteve José Lavratti, João Mansardo, Miro Cinelli, João Slaviero, Agenor Cinelli, Justino Slaviero, Vitorino Rafo e Adalberto de Oliveira;

Cerilo Rossoni trabalhou na serraria dos irmãos Stella, em Santa Catarina, a qual, mais tarde, acabou adquirindo-a;

Na serraria de Reinaldo Querubini, na fazenda São Valentim, próximo à Capela São Sebastião trabalhou Ernesto Barbieri e o filho Elídio Barbieri, Ercílio Darós, José Castanha, Castor Castanha, Tercílio Darós, os quais eram moradores da Capela São Pedro. José Ceccagno e Ernesto Barbiero estiveram na serraria da família Rigotti;

Luci Garcia da Silva e o pai, Carlos Garcia da Silva, trabalharam em várias serrarias, como a dos Tarasconi, de João Stella e de Abruzzi & Mendes; Dealmo e Dejalmo Garcia da Silva e Coloretti aparecem como sendo da serraria do Tarasconi;

Trabalhadores em São Rafael, na serraria de Albino Zardo: João Capelezzo, Recieri Capelezzo, Guerino Capelezo, Fioravante Zardo, Antônio Concolatto, João Barbieri - arrastador, João Cimento, José Baggio - gerente, Antônio Cinelli, Valdomiro Casagrande e Gasparino;

Henrique João Martini (Bepi) prestou serviços na serraria de Henrique Bragagnolo, localizada na sede;

Miguel Ângelo Agostini foi arrastador desde 1948, na serraria dos Briani, depois, dos Carnevalli, em N. Sr.ª do Caravágio, na Campina e mais tarde, na vila; também trabalhou para Severino Fabris e para Sbardelotto e Ely. Com um terno de bois, puxava as toras do mato até a serraria em N. Sr.ª do Caravágio;

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Afonso Cassol trabalhou na serraria dos Cainelli, em 1939;

Antônio Moreira Pinto, Inorino Telles Lopes, Ulisses Maschio e Urbano Ápio, o serrador, foram citados como sendo trabalhadores da serraria dos irmãos Cainelli, em São Cristóvão;

Arlindo Spagnol, Augusto Filipe, Devino Bedin, Saul Gregol, Francisco Borges, Romeu Vuelma, Adenor Massotti, João de Freitas, Marino de Santi, Adão Ribeiro de Freitas e João Freitas foram trabalhadores na serraria de Cerilo Rossoni;

João Francescatto era motorista na serraria de Ernesto Colla e de Albino Zardo;

Antônio Cristianetti, o arrastador da serraria de Zanchet e Resch, situada na Aparecida, após 15 anos tornou-se proprietário. Aí também trabalharam Juvelino Francisco da Silva, Aquiles Perosa e Isaltino;

Elso Lanzarini, na serraria de Severino Fabris, na Getuliense e na dos irmãos Piva; esteve trabalhando durante 33 anos. Marcelina, sua esposa, trabalhou na oficina de duelas;

Pedro Vivan era trabalhador da serraria dos Bedin, na estrada para a Capela de N. Sr.ª Consoladora;

Vicente Cristianetti atuava na serraria dos Casanova, em Santo Antão, juntamente com os filhos Carino, Rovílio, Egídio e Rovílio Cristianetti. Ainda aparecem os nomes de Arlindo Prezotto, Silvério Rech, Primo Lavratti e irmãos, Lídio Massotti, Alfredo Bocalon, Ângelo Postal, Antônio Zilli, Claudino Salvalágio, Ernesto Salvalágio que recebiam o pagamento, em parte, com terras, pagas com desconto mensal de seus salários;

Ernesto Spiller, citado como trabalhador em São Rafael e Onorino Cristianetti, na serraria de Luiz Vidi;

Adalberto Anselmo de Oliveira trabalhou nas serrarias de João Dal Piva, João Stella e outras;

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Leonel Buffon e o pai Pedro Buffon estiveram na serraria dos irmãos Dal Piva, em N. Sr.ª Consoladora;

João Maria Rodrigues Ribeiro Borges nasceu em 1910, em Ibiraiaras e trabalhou nas serrarias de Severino Fabris, dos irmãos Piva, de João Stella e de Henrique Bragagnollo. Na sua época precisava de um dia inteiro para derrubar um único pinheiro;

Ernesto Fernandes de Mattos (Lazário), juntamente com os filhos, trabalhou como serrador em várias serrarias, principalmente na dos Carnevalli, na Capela de N. Sr.ª do Caravágio e na atual Serraria Vidi, na Capela N. Sr.ª Aparecida para Zanchet e Resch. As filhas Inês Benedetti e Lídia do Carmo trabalharam na serraria dos Carnevalli, na sede e no Caravágio, na oficina de aproveitamento de madeira produzindo duelas, sarrafinhos, caixas e cabos de vassoura. Elas usavam uma serra circular;

Empregados na Araucária, da família Guerra, constam José Finco, Dinor Darós, Nildo Biotto, Félix Biotto, Celeste Cechin, Belmiro Barbieri, Agenor Bortolon, Delvino Bortolon, Itacir Girardi, Reinaldo do Carmo, Valdomiro Biotto, Carlos Biotto, Avelino Costenari, Avelino Girardi, Nildo Biotto, Idulino Vivan, Valentim Cechin, Pedro Darós, Tito Ducati, Egidio e Carlos Mignoni, Luiz Biotto e Carlos Biotto; Santo Cechin, José Biotto, Vitório Barbiero (arrastador por 40 anos), Augusto e Severino Cechin, Gregório e Guerino Mignoni, Germano Vígolo;

Luiz Dal Pupo e Maximiliano Dal Pupo eram empregados na serraria de Avelino Lenzi, em Santo Expedito;

Na serraria de Antônio Cristianetti foram citados Silvério Rech, Oscar Fingher e filhos Nelson, Alcindo e Telmo, Onileto Luchese, Alécio Luchese, Aquiles Perosa, Élcio Barbosa, Idulino Vivan, Roberto Ferro e Ernesto Fernandes de Mattos (Lazário);

José Francescon, Domingos Francescon, Gonzatto, João Cassol, Jandiro Ribeiro também aparecem como trabalhadores de serrarias.

Estevão Nunes de Oliveira trabalhou na serraria de Raimundo Maran, na

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de Faustino Dal Piva, na serraria de Fiori e Reinaldo Querubin. Abria canais para puxar água do Carreiro até a serraria de Raimundo Maran. Estevão serrava e cortava pinheiro no mato. Pelas medidas sabia calcular o número de tábuas que cortariam de um pinheiro;

Na serraria de Severino Fabris trabalharam as seguintes pessoas: Waldomiro Balzan, Edro Gregol, Paulo Jiliski, Orlando Rodrigues, Ricardo Lovizon, Pupeto Dalla Giacomassa, Angelim Vanzin, João Mansardo, Vídio (Micuim) – caminhoneiro, Fiorelo Palma e Lisboa – serrador;

João Arioli serrou os pinheiros de David Barbiero e montou a serraria dos Fabris em Santa Teresinha;

Orlando Vigo montou várias serrarias;

João Batista Seganfredo, Bortolo Boito, Guerino Carminatti trabalharam na serraria dos Bedin, em Sagrado Coração de Maria;

Pedro de Biazi, José de Biazi, Arduino de Biazi, Zacarias e Nívio eram trabalhadores da serraria de Guilherme Nedef;

André Biotto foi citado em N. Sr.ª de Lourdes, bem como Antônio Cabral e sua esposa;

Adolfo Chiarentin, Alexandre Balena, empregados na serraria de Henrique Bragagnolo;

Bortolo Boito, Vitório Barreta, Avelino Barreta, Hilário Bortolon trabalhavam em Sagrado Coração de Maria;

Ernesto Fabris esteve trabalhando na serraria de Salton, a partir de 1939, aproximadamente;

Natalino Vieira de Carvalho, Antônio Vieira de Carvalho, Adelar Vieira, Oleano Vieira de Carvalho, Sebastião Dias Barbosa e filhos trabalharam em São Roque, na serraria dos irmãos Piva;

Boldoni, Francescon e Gonzatto foram citados como trabalhadores em São Pedro;

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Ivaldino Costiano e Cassol aparecem citados em Sagrado Coração de Maria;

João Batista Seganfredo foi arrastador na serraria dos Bedin, em Sagrado Coração de Maria;

Miguel Liston exerceu a função de motorista dos irmãos Stella;

Amélio Boito, Arlindo Mendes e Caetano Mendes, empregados na serraria de Giácomo Nigri, em Sagrado Coração de Maria;

Argentino Cazanatto Ribeiro, João Cazanatto Ribeiro e Arlindo Cazanatto Ribeiro estiveram na serraria de Guilherme Tarasconi e de João Stella, na Capela N. Sr.ª de Lourdes;

Jacinto Puerari passou pela serraria de Adolfo Zuchetti em São Brás, em N. Sr.ª de Lourdes, na serraria dos irmãos Casanova, em Santo Antão e novamente em São Brás;

A serraria de Domingos Dalla Libera tinha como serrador Luiz Morais; Arlindo Concolatto, no refilador e ainda, Valduino Bresolin; Iraci Tochetto e Valdir Concolatto.

Certamente muitos outros estiveram ligados ao trabalho das serrarias sem serem citados nas entrevistas, mas ainda há os que forneciam a infra-estrutura necessária para o seu funcionamento. Destacam-se os carpinteiros que, além de construir as serrarias, também construíam os moinhos e as usinas, como João Rossi, Restil Luchese, Orlando Vigo, Roque Pieta, Ângelo Benincá, Ângelo Zanchet, João Arioli, Alcides Garzoni, Afonso Oro, Domingos Oro, Marino Manfredi; os ferreiros como Orlando Vigo, Humberto Roso, Vitório Lazzari, Pelegrino Dal Piva, João Bonatto e Luiz Pieta; os mecânicos ou eletricistas que faziam funcionar as máquinas, as correias, os dínamos, como Guido Bonfiglio e Longino Guadagnin; os marceneiros como João Grandi, Fiorindo Marini, Pedro Toseto, que fabricavam as rodas d’água, os carroções e faziam o aproveitamento da madeira nas oficinas de duelas.

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O TRABALHO NAS SERRARIAS

Aproveitamento dos primeiros pinheiros - corte e arrasto

Na década de 1920, quando chegaram os primeiros colonizadores italianos nesta área de Ibiraiaras existia muito mato, principalmente o pinheiro “Araucaria brasiliensis”. Muitos eram derrubados para construir casas e galpões e também para que as primeiras roças fossem feitas.

A construção das casas era feita com tábuas lascadas das toras e falquejadas com machado e malho, inclusive as travessas, os tirantes e os caibros. Também desbastavam pedaços de tora com uma enxó para produzir bacias, pilões e gamelas.

As tabuinhas usadas na cobertura eram lascadas e alisadas com o raspilho e transportadas nas cangalhas, encima de mulas e as tábuas para a construção das casas eram levadas em carroças.

Eram aproveitadas somente as duas primeiras toras de cada pinheiro, com 5,30 metros cada uma. A parte que tinha nó ficava na terra, por cerca de oito anos, tempo necessário para o apodrecimento da madeira.

Levava-se um dia inteiro para derrubar somente um pinheiro. A família de Angelo Bedin pagava 50 réis ao senhor Santo Cechin, a cada pinheiro derrubado. Para cortá-los utilizava-se do serrote e do machado, com auxílio de um malho. Faziam uma cunha, isto é, um corte no

Feitio de Toras no Pinhal de Augusto Pomatti (D)

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pinheiro e escolhiam o lado em que deveria cair. Mais tarde, passaram a serrar as tábuas no estaleiro, com dois homens, um no chão e outro em cima do estaleiro.

As famílias que dispunham de melhores condições compravam a madeira na serraria de Guerino Peruzzo, na estrada do campo que vai a Nova Prata.

Para tirar as toras do mato, levá-las até o estaleiro, e, após, até a serraria, utilizavam um carroção de duas rodas, puxado por quatro ou cinco juntas de bois, os chamados ternos de bois. Uma das pontas da tora era fixada na carroça por uma cunha de ferro e a outra ponta arrastada no chão por correntes. Vem daí os termos “arrasto” e “arrastador” usados na época. Era necessário “amansar” os bois a fim de facilitar o trabalho dos arrastadores e carroceiros. Logo surgiram os carroções reforçados e com quatro rodas.

Quando chovia e o pinheiro era muito grande, o trabalho ficava mais complicado, então, os arrastadores reuniam suas juntas de bois para fazer o arrasto da tora. Começaram a instalar as serrarias e explorar a madeira mais intensamente, por volta de 1938. De um só pinheiro podia-se produzir em torno de 10 a 15 dúzias de tábuas de uma polegada.

Terno de bois para o arrasto de toras de Miguel Ângelo Agostini

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Antigamente, quando não tinha a ponte sobre o rio Carreiro, na Capela Santa Catarina, as toras eram puxadas por dentro do rio, um pouco acima da cascatinha; nos morros, onde os bois não subiam, arrastavam-se as toras com um trator de guincho, emprestado por João Dal Piva. Só nas últimas décadas é que surgiram a motossera e o trator de esteira.

Transporte da madeira

No início da comercialização, os carreteiros transportavam, num carroção puxado por um terno de oito mulas, cerca de 10 a 12 dúzias de madeira serrada, ou 15 dúzias de uma polegada. Atravessavam o rio das Antas na balsa com a madeira que seria vendida em Bento Gonçalves. Cerca de 20 a 30 carroções esperavam o momento de atravessar o rio. Para realizar esse transporte era necessário esperar a chuva elevar o volume de água no local.

Trator da marca Hanomag de João Canevese e Carnevalli na Serraria dos irmãos Carnevalli no ano de 1954.O tratorista é Setembrino Carnevalli. O diâmetro da tora é de 1,70m

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Identificamos alguns dos carreteiros de Ibiraiaras: Luiz Dal Bem, Étore Dezan, Rafael Peterle, Cerilo Stella, Angelim Grandi e Macedônio Peron.

Grande parte da madeira empilhada, em aproximadamente 100 dúzias, amarradas com cipós formava a própria balsa, que descia pelo rio (das Antas), em direção a Porto Alegre.

Quando a madeira era verde e, por consequência mais pesada, com os muitos atoleiros que havia nas estradas, a madeira serrada era carregada num carroção e tinha que ser gradeada num local para secar e ficar menos pesada, como ocorria no Maragata (Rio Branco) ou em São Pedro, atual Guabiju. Para sair de Ibiraiaras utilizavam a “Estrada do Campo” como ainda hoje é chamada.

Os primeiros caminhões, de 1937, que transportavam a madeira, principalmente até Nova Prata, tinham cabine de madeira e tolda de lona, como o de Arlindo Carnevalli e o de Henrique Bragagnolo. Além de transportar madeira, esse caminhão foi utilizado para o transporte de passageiros a Nova Prata, junto com a carga. Carregavam até 15 dúzias de tábuas. Para Farroupilha e Porto Alegre iam os caminhões com reboque que levavam até sete dias para chegar à capital, devido às estradas barrentas.

Terno de Mulas que pertenceu a Família Massotti, puxando uma carroça

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Caminhão Reboque

Na serraria dos irmãos Tacca, utilizaram um caminhão com manivela (para dar a partida quando necessário) e com tolda de lona cobrindo a carroceria. Carregavam madeira para Bento Gonçalves e Porto Alegre. Os irmãos Stella utilizaram um caminhão Chevrolet - Ano 1939, um GMC, com motor marítimo, um Ford, um International, um Chevrolet 1942. Os Chies puxavam as toras com um Studebaker. Carregavam até 15 dúzias de tábuas. A família Rigotti utilizou um caminhão Ford 46, do estaleiro até a serraria.

Toras sendo retiradas do mato da Família Colla em Ibiraiaras

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d) a turma do serrador: cortavam as tábuas dentro das serrarias e as gradeavam. As pessoas trabalhavam nas serrarias como meeiros, empregados ou empreiteiros. Muitos eram diaristas. O serrador, geralmente era o gerente, o qual recebia sete réis e os ajudantes, quatro réis por dia.

Turmas de trabalho

Havia vários grupos de trabalho, desde o mato até a serraria:

a) a turma do mato: derrubava o pinheiro com serrote de mão e descascava-o; era o feitio das toras;

b) a turma do arrasto: com quatro juntas de bois, arrastavam as toras até o estaleiro que ficava ainda no mato;

c) a turma do estaleiro: carregavam a tora do estaleiro num carretão com quatro rodas e levavam até o estaleiro da serraria; mais tarde, passaram a utilizar o trator de esteira;

Estaleiro usado nas serrarias para transportar as toras

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Tipos de serras usadas nas serrarias

Tiçó: a tora, numa armação ou carrinho de ferro e fixa por vários engates por cima, passava na serra vertical que descia e esquadrejava as toras, isto é, abria dos lados e tirava pranchas grossas; depois ia para a petiça;

Petiça: a tora, presa num carrinho com ganchos numa das pontas, passava por várias fitas de serra vertical tirando de seis a doze tábuas de uma polegada;

Serra de Centro: foi a mais usada nas primeiras serrarias; a tora, num carrinho passava pela serra vertical, onde cortava uma tábua de uma polegada por vez;

Após, surgiu a serra fita, mais veloz, onde a tora, numa armação, passava pela serra e cortava uma tábua cada vez.

Uma serraria em N. Sr.ª do Caravágio utilizou um motor a óleo que movimentava o centro, a petiça e a oficina de duelas.

Energia

Algumas serrarias usavam a energia obtida por roda d’água, inicialmente no Mormaço e no Carreiro; mas, a maior parte utilizava a energia da máquina a vapor, chamada locomotiva ou locomóvel, a partir da queima da lenha ou, em pequeno número, com uso de óleo diesel.

A partir dos anos 60, com a implantação da energia elétrica pelo Estado, passou a ser utilizada a eletricidade.

Outras atividades ligadas às serrarias

Principalmente nas primeiras décadas, anos 30 e 40, junto às serrarias instalava-se também, um moinho, uma usina, um descascador de arroz e um pilão de erva-mate para aproveitar a geração de energia, além de uma oficina de duelas, onde faziam o aproveitamento de pedaços de tábua para produção

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de barris, caixas, sarrafos e costaneiras.

Algumas serrarias tinham uma buzina a vapor que, pela manhã, ao meio-dia e à noite chamava os operários que estavam no mato para fazer as cargas. Quando tocava três vezes seguidas era sinal de que alguém havia falecido.

As serrarias e os moinhos dependiam das ferrarias e das marcenarias onde se fabricavam os instrumentos necessários, como as rodas d’água, as rodas para as carroças, as ferramentas, etc.

Entre as marcenarias destacou-se a de Fiorindo Marini, Fioravante Marini e Fiorindo Marini (primo) na Capela de N. Sr.ª Consoladora. Mais tarde, ficaram proprietários Fiorindo Marini e Idulino Dal Piva, ainda na mesma capela, com marcenaria e ferraria. Depois, ao se deslocarem para a sede, Idulino Dal Piva comprou uma oficina mecânica localizada ao lado da atual residência da família e Fiorindo Marini adquiriu a marcenaria de Pedro Tosetto, que se localizava ao lado do atual Laboratório Vazzoler, desde 1929. Fiorindo Marini trabalhou com marcenaria na cidade até o ano de 2010.

Na marcenaria de Marini fabricaram carroções para 26 serrarias de Ibiraiaras, os reboques dos caminhões, as plataformas para o reboque das toras (estaleiros), as rodas d’água para as serrarias e usinas instaladas junto aos rios, as rodas dos carroções e carroças, as cangas dos bois e outros objetos em madeira.

O comércio da madeira provocava grande movimento de caminhões de reboque, que transportavam as toras e madeira serrada. Os hotéis ficavam lotados por motoristas, especialmente nas épocas de muita chuva, quando precisavam esperar as estradas secarem para saírem com seus caminhões carregados. Eram mais de duas centenas de caminhões trafegando por aqui na época.

Reflorestamento

Desde algumas décadas é feito o reflorestamento, principalmente por empresas madeireiras, obedecendo à legislação. Assim ocorreu com

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a PANDOLFO: a CEMADE comprou 1.000.000 m² (quatro colônias) de terras, de Celso Telles para reflorestar com Araucária e “Pinus elliottii”. Por volta de 2004, fizeram um reflorestamento com pinus. Nos anos 60 e 70, através dos incentivos fiscais, alguns madeireiros reflorestaram para poder cortar araucárias e madeiras de lei e pagaram uma taxa de 1 % sobre o corte do pinheiro. Dentre eles citam-se Rigotti, Piva, Rossoni, Dalla Libera, Antônio Cristianetti, João Dal Piva, Severino Fabris e Pandolfo; mais recentemente, Roni Slaviero, após instalar sua serraria em Santo Antão, começou a fazer reflorestamento com pinus, eucalipto e araucária (1999). Atualmente possui quatro áreas reflorestadas, uma na comunidade de N. Sr.ª do Caravágio de 23 hectares, várias áreas reflorestadas e de matas nativas em municípios vizinhos. Fazem reflorestamento próprio com pinus e eucalipto a Madeireira Afonso e José Lanzarini, além da Pandolfo, citada acima. Em Santa Rita, a família de Marsal Alves Ferreira também reflorestou. Hoje existem muitas áreas reflorestadas com pinheiro nativo.

O “Pinus elliottii” é importante no reflorestamento por ser de alto rendimento, inclusive superando o rendimento da soja e do milho.

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AS ATUAIS MADEIREIRAS

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Em 2012, havia as seguintes madeireiras em funcionamento:

- Madeireira Pandolfo - instalada na Vila Guerra para o aproveitamento de Pinus elliottii, com viveiro próprio;

- de Roni Slaviero - em Santo Antão e, atualmente, Bairro Nova Esperança;

- de Jovani Dalla Libera - em São Sebastião;

- de José Lanzarini - na saída para N. Sr.ª Consoladora;

- de Clemente Vidi e Filhos - no Bairro dos Motoristas;

- de Isomar Stella - na Comunidade N. Sr.ª da Salete;

- de Éder Toscan - na Comunidade N. Sr.ª do Caravágio.

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Primeiro período – Empresa Araucária

Por volta de 1916, os irmãos João e Santo Guerra vieram de Garibaldi para comprar terras em São Pedro, Ibiraiaras. Como não foi construída a ferrovia prometida, eles instalaram a serraria em Boa Esperança, hoje Colorado.

A propriedade continua sendo da família Guerra, tendo como gerente local, João Carlos Guerra. Os sócios são os filhos e enteados de João Guerra e os filhos de Santo Guerra. A família iniciou os trabalhos na Vila de mesmo nome, em 1941 e em São Pedro, em 1942, onde alugaram a serraria de Augusto Pomatti. Em 1947, Carlos Guerra construiu uma serraria própria, inicialmente, comprando dez colônias de pinhais de José e Otaviano Telles. Serraram madeira desde Santa Lúcia até N. Sr.ª da Salete, incluindo várias capelas.

A CEMADE, uma cooperativa de madeireiros que abrangia vários municípios do Rio Grande do Sul, comprou e serrou grande número araucárias aqui, adquiridos da família Telles. Em 1961, a Empresa Araucária adquiriu as cotas de todos os sócios da CEMADE, incluindo a área de depósitos da madeira para a exportação, no porto da capital, onde o administrador foi o senhor Alberto Guerra.

A Empresa Araucária já teve três denominações:

1) “Carlos Alberto Guerra e Cia.”;

2) “Araucária Exportadora do Brasil”;

3) “Araucária S. A. Agropastoril” ( nome atual).

A Pandolfo atual

Hoje são duas empresas: a “Araucária”, a firma proprietária das terras e

MADEIREIRA PANDOLFO(Desde 1941 em Ibiraiaras)

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das plantas e a “Pandolfo”, que industrializa e comercializa a madeira. Foi adquirida em 1974, em Lages, Santa Catarina, onde está a sede central da empresa e foram construídas três serrarias. São empresas que se ramificaram nas diferentes atividades madeireiras em outros municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A Pandolfo Madeiras Ltda iniciou o beneficiamento de pinus na serraria instalada na Vila Guerra, em 1981. O objetivo inicial do plantio de pinus era a produção de celulose. Com as restrições das novas leis ao corte da araucária, a empresa optou pela produção de madeira. O governo passou a dar incentivos fiscais para a produção de pinus. Inicialmente, instalaram uma pequena serraria para que se fizesse o aproveitamento do desbaste do pinus, produzindo ripas e sarrafos que vendiam para fábricas de Bento Gonçalves e de Lagoa Vermelha. Está se aproveitando as árvores cultivadas e ocorrendo o reflorestamento, tanto aqui como em outras áreas.

A partir de 1974, ainda com a gerência do pai, Carlos Alberto Guerra, aqui instalaram um viveiro de mudas de eucalipto e iniciaram o plantio de mudas produzidas em Mato Castelhano, em Nova Prata e do viveiro próprio.

O período de 1968 até 1974 foi o de maior intensidade de plantio, quando o reflorestamento feito pela empresa teve três etapas: a iniciada em 1969-1970; seguindo a de 1971-1972, com o plantio de Pinus elliottii e a terceira etapa, em 1973-1974. A “Araucária” optou por plantar o total exigido pela legislação para poder continuar cortando. Assim, plantaram pinus em três locais: na Vila Guerra - Fazenda São José, em São Sebastião - Fazenda CEMADE, lembrando a antiga cooperativa madeireira da qual a família Guerra era sócia e em São Pedro – Fazenda São Pedro.

Na serraria são produzidas as tábuas e daqui vão para o processamento em Lages, onde é feita a secagem, o beneficiamento e a comercialização no mercado nacional e uma parte exportada para a América do Norte.

Após o corte, a madeira passa automaticamente para o banho contra fungos. Na Pandolfo é utilizada a serrafita vertical e a serrafita horizontal múltipla. O uso da serrafita no feitio das tábuas e da motosserra no corte dos pinheiros data dos anos 60. A serrafita substituiu a máquina tiçó.

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Os resíduos são picados e vendidos nas fábricas de bio-diesel, onde são usados como combustível.

A empresa construiu casas para 45 empregados, aproximadamente. Mais tarde, com a automatização da indústria esse número diminuiu. Atualmente tem 35 empregados que trabalham como motoristas, tratoristas, operadores de máquinas, afiador de serra, serradores, ajudantes e outros.

Deixaram cerca de 80 pinheiros de Araucária, sendo que ainda existem cerca de 50 deles na localidade de São Pedro. Há de se ressaltar que um deles apresenta uma circunferência de 6,3 metros.

A Madeireira Pandolfo, em novembro de 2015, encerrou suas atividades neste município, transferindo todas as suas atividades para a matriz, em Lages, Santa Catarina.

Madeireira Pandolfo

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A Madeireira Afonso passou a ser propriedade de Jovani Dalla Libera, em 1994. Anteriormente, desde setembro de 1977, seu pai Domingos Dalla Libera, trabalhou com a serraria em São Sebastião. Antes disso, porém, ele tinha serraria montada em Santa Cruz, São Jorge. Em São Sebastião, Domingos construiu uma serraria pequena começando com apenas três empregados. Mais tarde, instalou o processo de secagem a vapor com estufa. Existia muito pinheiro por aqui, mas mesmo assim, Domingos sempre incentivou os filhos a reflorestarem suas áreas.

A serraria funciona com energia elétrica e máquina de fita. Depois de serradas, as tábuas passam pelo refilador e pela destopadeira, seguindo para a estufa de secagem, aquecida por caldeira a vapor. Quando secas são beneficiadas, produzindo forros, paredes, assoalhos e madeira pré-cortada para fábricas de móveis.

Trabalham na serraria 16 funcionários. A empresa faz reflorestamento com pinus e eucalipto.

A comercialização é realizada com transporte próprio de caminhões para Ijuí, Caxias do Sul, Garibaldi, Paraí e ainda para obras em Ibiraiaras e região.

MADEIREIRA AFONSO (Desde 1977 em Ibiraiaras)

Madeireira Afonso

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A serraria é propriedade da família de Clemente Vidi e os filhos Sandro e Rodoaldo Vidi.

Utilizam a energia elétrica que movimenta um serrafita vertical e uma serrafita horizontal com esteira.

O número de trabalhadores já foi de 15, mas hoje trabalham na serraria os dois proprietários e mais dois empregados. Cortam pinus e, especialmente, eucalipto sendo este beneficiado para a produção de “paletes”- sarrafos para armações usadas no acondicionamento de mercadorias. As armações são pregadas por uma pregadora pneumática. Vendem em torno de 150 caixas por mês, em Lagoa Vermelha e ainda produzem tábuas, palanques, balanceiras e trama de cerca.

Luiz Vidi, o pioneiro da empresa, já havia reflorestado 11 hectares na sede. Em 1995, foi efetuado o reflorestamento com pinus em três locais, sendo as comunidades de N. Sr.ª da Saúde, N. Sr.ª Consoladora de David Canabarro e a sede, no Bairro dos Motoristas. Há cinco hectares com araucária, em Santo Antão e um, na comunidade de Nossa Senhora da Saúde, plantados pelos atuais proprietários.

MADEIREIRA VIDI(Desde 1959 em Ibiraiaras)

Madeireira Vidi

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MADEIREIRA DE JOSÉ LANZARINI

Madeireira Lanzarini

Quando adolescente José Lanzarini trabalhou na Serraria dos Piva, em São Roque, onde seu pai esteve por 40 anos.

Na cidade, instalou uma fábrica de móveis na Rua João Luiz Canevese. Para a fabricação dos mesmos, comprava as toras. Manteve a fábrica no período de 1986 a 1998. Em 1998, montou a serraria nos fundos da fábrica, onde continuou até 2003. Serrava toras de pinus, araucária, eucalipto, além das folhosas: canela, pessegueiro e vassoura.

Em seguida, instalou a serraria localizada na Estrada que vai para a comunidade da Consoladora, próxima ao Bairro Nova Esperança. Adquire, ainda, as toras que tira do mato, usando os recursos atuais que são a motosserra, o trator e os caminhões. Comercializa a madeira bruta. Em 2005, tinha 22 funcionários, mas hoje são apenas nove.

A venda é feita em Ibiraiaras, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Maria, Lagoa Vermelha, Carlos Barbosa, Farroupilha, São Borja e Horizontina.

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Roni Slaviero iniciou o trabalho em Santo Antão, no ano de 1986, onde adquiriu uma propriedade de terras e instalou a serraria. Passou a serrar pinheiros, eucalipto, canela, pinus, pessegueiro. Serrou para terceiros e fabricou caixas de frutas. Iniciou o reflorestamento em terras que foi adquirindo, inclusive nas que foram de seu pai, em Santo Antão. Plantou “Pinus elliottii”, eucalipto e araucária e começou a aproveitar essas árvores. Trabalhavam nessa serraria 12 empregados. Até 2012, havia serraria e fábrica de caixas instaladas no Bairro Nova Esperança, onde trabalhavam quatro empregados.

A empresa possui quatro áreas de reflorestamento: na comunidade N. Sr.ª do Caravágio, com 33 hectares; em Caseiros, com 33 hectares reflorestados mais 115 hectares de mata nativa; em Muliterno, com 74 hectares reflorestados mais 50 hectares de floresta nativa. É o maior reflorestador desses dois últimos locais. No total, foram mais de 500.000 árvores plantadas. Faz a preservação das matas nativas e das nascentes dos rios contribuindo, assim, para a proteção do meio ambiente.

A matéria-prima resultante do desbaste de pinus de, aproximadamente, oito anos é utilizada para a fabricação de maravalha, em Caseiros e para cavacos que vão para as caldeiras de fábricas de óleo e aquecimento da água para o abate de frangos.

MADEIREIRA DE RONI SLAVIERO

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Isomar Stella instalou sua serraria em 2002, na comunidade de N. Sr.ª da Salete, na antiga sede de Otaviano Telles.

Serra eucalipto, pinus, árvores nativas como o pinheiro araucária, com licença ambiental. Tem seis empregados e utiliza a energia elétrica para a realização do trabalho.

Vende a madeira em Nova Prata, Veranópolis e Bento Gonçalves. Na mesma área possui uma granja.

A área foi propriedade dos irmãos Stella, sendo hoje, dos herdeiros. A família Stella adquiriu as terras da antiga Fazenda Patos e Marrecos.

MADEIREIRA DE ISOMAR STELLA

Madeireira Isomar Stella

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Éder Toscan iniciou as atividades em sua empresa madeireira e de móveis no ano de 2000. Localizou-se, primeiramente, na Rua João Luiz Canevese, nº 780, no centro da cidade e, em janeiro de 2011, transferiu-a para N. Sr.ª do Caravágio, interior do município.

Contrata, em média, cinco empregados para poder levar o trabalho adiante e aproveita plantas de araucária, pinus e eucalipto.

Comercializa em Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Nova Prata, Veranópolis e Ibiraiaras.

MADEIREIRA DE ÉDER TOSCAN

Madeireira Ibiraiaras

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O TRABALHO NOS PRIMEIROS TEMPOS DA

COLONIZAÇÃO

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Agricultura de subsistência e produção artesanal

Inicialmente, no distrito de Ibiraiaras chamado ainda de São José do Carreiro, a economia constituía-se de uma sociedade de sobrevivência e não de consumo.

À medida que a madeira das araucárias ia sendo aproveitada pelas serrarias, ficava na superfície, uma terra muito fértil. A partir de 1940, especialmente, os donos das terras e das serrarias passaram a vender as colônias e, então, a agricultura de subsistência começou a ser implantada. Para fazer as lavouras era necessário primeiro derrubar o mato na área a ser cultivada, depois, queimar a capoeira, as taquaras, os nós de pinheiro e, ainda, destocar usando machado, foice, serrote de mão, enxada, arado puxado por bois e o saraquá para colocar a semente.

O plantio e a colheita eram feitos de forma manual, sem nenhuma tecnologia. Os agricultores utilizavam somente os conhecimentos práticos, que iam passando de um para o outro. Usavam a enxada, a foicinha, o arado, as carroças e os cavalos. Produziam

Saraquá era chamada a máquina de plantar milho e outras

sementes, no qual era operada manualmente

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seus próprios alimentos que eram o milho, o feijão, o arroz, o leite, o trigo e alguns bovinos, suínos e aves.

Os agricultores luso-brasileiros costumavam cercar um pedaço de área de mato derrubado e queimado anteriormente - sistema de “roça”, que após era cercado com o “varejão”- troncos finos e compridos em cima de forquilhas para o gado não entrar.

O trigo era colhido com foicinha, após, amarrado em feixes, secado ao sol e armazenado num galpão para esperar o trilhamento. Este cereal era recolhido em cestos e depois passado no “sventolão” para tirar a palha.

Vendiam pequenas quantidades de queijo, milho, trigo e outros produtos agrícolas, quando sobrava uma reserva da subsistência e também alguns suínos. Moíam o trigo nos moinhos próximos, principalmente no da família Ossani que depois passou a ser de propriedade da família Bocchi.

Trilhamento do trigo no galpão de João Canevese na saída para Nossa Senhora Consoldora

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Tinha milho de variedades resistentes às doenças. As sementes eram produzidas na propriedade, não sendo selecionadas. Não usavam fertilizantes, porém a terra fértil facilitava a produção. O milho também foi muito utilizado na alimentação de suínos, além da cana-de-açúcar. Até por volta de 1940, as famílias Grandi e Puerari, da atual comunidade de São Pedro, utilizaram uma trilhadora movimentada por mulas, as quais ficavam uma em cada ponta de um eixo, girando em movimentos circulares.

Muitas vezes, os agricultores abandonavam o terreno, logo após a colheita, então reiniciavam o cultivo em nova área, no sistema chamado “roça”, fazendo a queimada de capoeira. Iam ao moinho carregando o milho em sacos, nas carroças ou em cavalos.

Compravam apenas alguns mantimentos que não podiam produzir como café, sal e açúcar. Utilizavam o pilão para moer a erva-mate, fazer a canjica ou descascar o arroz.

A agricultura de subsistência predominou até o início dos anos 60.

Fabricavam os objetos que usavam no dia-a-dia, através do artesanato, onde se destacou a “dressa”, a assim denominada indústria da trança caseira feita da palha de trigo. Produziam uma série de objetos de artesanato com as tranças como cestos, bolsas, peneiras, chapéus para uso próprio e para ganhar algum dinheiro.

Moinho de milho de Vitório Lazzari no ano de 2000

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As famílias viviam com muita simplicidade. O acesso às lojas, por exemplo, era muito difícil, então, elas próprias é que precisavam confeccionar seus vestuários, calçados, objetos de uso diário, os móveis, a construção das carroças, das casas, dos galpões e paióis e produzir a alimentação. As crianças também confeccionavam seus próprios brinquedos.

Construíam suas casas com madeira rústica e cobertas de tabuinhas e costumavam trocar alimentos entre as famílias como, por exemplo, o leite para fazer o queijo. O coalho e o fermento também eram produzidos em casa. Na sua propriedade construíam, além da casa de madeira, também a estrebaria, o galinheiro, o chiqueiro, a horta e o potreiro.

A iluminação era obtida com o lampião a querosene e muitas famílias construíram sua usina a partir das quedas d’água de alguns rios. Os primeiros rádios funcionavam com bateria.

Antes de construírem os salões, realizavam os bailes em paióis quando tiravam o milho. Os aniversários eram comemorados com brodo e café.

As primeiras máquinas

Entre as primeiras máquinas adquiridas pelos agricultores daqui, citam-se alguns tratores e trilhadoras. As debulhadoras ou trilhadoras de milho eram tracionadas por bois; destacou-se uma da marca “Vencedora”, com motor na cor branca.

A primeira motosserra foi utilizada por volta de 1949, por Sextilho Carnevalli, em São Brás, onde cortou toras para a serraria dos irmãos Carnevalli, localizada no atual Bairro dos Motoristas, depois serraria da família Vidi.

Na década de 1950, a família de Alberto Vuelma, na comunidade de Santa Catarina, adquiriu uma trilhadora com a qual maquinava o trigo na região, mediante pagamento de aluguel. Uma junta de bois puxava a carroceria e outra puxava o motor, instalado num carrinho com duas rodas. As correias do motor acionavam a máquina trilhadora. Os produtores esperavam cerca de três meses para trilhar o trigo em sua propriedade, porque uma trilhadora só

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não dava conta de atender a demanda. Depois de trilhado, o trigo era levado ao moinho em alguns sacos, carregados em carroças ou cargueiros para se obter a farinha. Trilhavam também linhaça, feijão e milho.

Em 1956, Argentino Perinotto e alguns sócios da comunidade de N. Sr.ª de Lourdes adquiriram uma nova trilhadora, Marca Eda, fabricada por Evaristo de Antoni, de Caxias do Sul. Era o que havia de mais avançado em máquinas agrícolas, naquele tempo. Utilizava um Motor Visconsin, 10 HP, a gasolina e sua carroceria feita em madeira. Com uma turbina chamada “canuda”, essa máquina jogava a palha sobre uma armação distanciada da máquina, formando montes de palha, a meda conhecidos por “paiaro” no dialeto italiano. Esses abrigavam o gado nos dias de chuva e a palha servia como “cama” para as vacas nos estábulos. Mais tarde, era jogada na lavoura com o objetivo de adubar a terra. Trilhavam o trigo nos meses de novembro a março e cobravam um valor por saco trilhado. No final dos trabalhos daquela safra, a máquina se tornou propriedade dos irmãos Argentino e Arvelino Perinotto.

Trilhadeira que pertenceu a Argentino Perinotto e outros em Nossa Senhora de Lourdes (Linha Café)

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O primeiro trator usado na lavoura foi o de João Martini e João Luiz Canevese, operado por João Martini (Bepi) e o segundo, foi o de Angelo Benincá, fabricado na Tchecoslováquia. Outras máquinas também utilizadas nessa época foram uma ceifadeira adquirida por Atílio Dalcin, Carlos Zanette, Mário Tonin e Antônio Tessaro e algumas máquinas arrancadoras de batata, colheitadeiras e até ensacadoras de batata que foram experimentadas na lavoura, especialmente pela família Zanette.

O comércio

No comércio da vila, os agricultores vendiam alguns poucos produtos agrícolas e derivados de suínos para adquirir alguns utensílios, manufaturados para sua propriedade e alimentos como o sal, o açúcar branco, o café, a erva-mate, alguns calçados e roupas. Esses produtos eram adquiridos pelos comerciantes ou até pelos próprios colonos, nas cidades da região como Nova Prata, Veranópolis e Bento Gonçalves, além de Lagoa Vermelha e Passo Fundo.

Havia também armazéns e bares – as bodegas – nas várias comunidades. Alguns agricultores entregavam seus produtos em outras cidades, transportando, inicialmente, em cargueiros ou carroças.

Para a venda do trigo e do milho usava-se a medida dos “quintais”- sacos de 100 quilos na espiga. Os alimentos eram pesados em balanças no momento da compra e embrulhados em papel pardo. Nos armazéns, instalados ao lado de cada casa comercial, os comerciantes armazenavam a produção que recebiam dos colonos em sacas de linhaça para depois revender na região.

Os caboclos e os luso-brasileiros, de origem portuguesa, compravam grande quantidade de alimentos nas casas dos colonos, como ovos, carne, porco, salame, banha, vinho, vinagre e frutas cítricas.

Uma grande quantidade de suínos era adquirida em locais da região e vendida aos frigoríficos, para onde os suínos eram conduzidos, inicialmente a pé, após, em carroças e, mais tarde, em caminhões. Aqui na vila, destacou-se a

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família Bragagnolo no comércio de suínos.

No final da década de 1950, surgiu a geladeira a querosene, mas quem não podia adquiri-la continuava conservando a carne suína em latas de banha. Alguns açougues foram instalados na vila, onde se adquiria a carne bovina a ser consumida no dia.

O dinheiro quase não circulava na zona rural. Não existia cheque nem vale, mas também não havia inflação. O comércio caracterizava-se pelo sistema de troca. Não existia a ideia do consumismo, como atualmente.

Nas casas de comércio locais, o comerciante anotava em uma caderneta a retirada de produtos dos colonos, as compras, e o acerto era efetuado no final do ano. As pessoas compravam em janeiro e quando o agricultor colhia o trigo, em dezembro, ia pagar a conta. Esse tipo de comércio foi predominante até 1958.

As casas de comércio que se destacaram na antiga vila foram inicialmente a “bodega” de Antônio e Constante Fabris e a loja de Antônio e João Stella. A seguir, a casa de comércio de João Canevese, desde 1936 e de Vicente Pomatti, desde 1940. Na década de 1950, no atual Bairro Bela Vista, junto à atual RS 126, o senhor Francelino Guerreiro (Seu França) teve uma bodega onde vendia alimentos, utensílios e remédios caseiros.

Como a base da alimentação se constituía do trigo e, especialmente, do milho, os moinhos, nessa época, foram muito importantes, gerando certo progresso pelo desenvolvimento do comércio de alimentos e pelo movimento de pessoas. Destacaram-se os moinhos da família Bedin, de Antônio Stella, da família Pieta, de Valeriano Pagnoncelli, de Fiorelo Benedetti e da família Ossani, que depois passou a ser propriedade da família de Carlos Bocchi.

Os restaurantes e bares eram muito frequentados pelos agricultores, aos domingos, após a missa das dez horas. Destacaram-se os bares do Hotel Casarão, desde 1938, que iniciou com a administração de Antônio Vivan, passando depois por diversos proprietários; da Rodoviária, desde o início da década de 1930, que tinha como proprietário Benjamin Begnini e, na sequência, a família de Recieri Slaviero, com a qual continua até hoje e o bar de Antônio

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Bragagnolo, em frente ao atual Posto Shell e, ao lado, a churrascaria de João Luchese, que depois passou a ser de Adolfinho Bernardi.

Transportes e comunicações

Os transportes mais comuns eram as carroças, os cargueiros com as bruacas e, nas áreas de morros, os colonos colocavam um cesto em cada lado da montaria. Poucos produtores tinham caminhão até o fim dos anos 60. Somente alguns tinham jipe, automóvel ou caminhonete, esses colonos eram residentes da vila.

Os subprefeitos atendiam aos trabalhos de abertura e conservação de estradas. Na década de 1960, no então distrito, com uma área maior do que o atual município, o subprefeito Adolfinho Bernardi solicitou ao município de Lagoa Vermelha, três patrolas para melhorar as estradas nos trechos até a divisa com os municípios vizinhos, especialmente Nova Prata e Lagoa Vermelha e, na área rural, nas estradas secundárias. Construíam os bueiros com madeira de guamirim e os pontilhões com pranchas de madeira. Em geral, as estradas não tinham cascalhamento, tanto as que davam acesso para Lagoa Vermelha e Nova Prata como também para Veranópolis e Bento Gonçalves. Então, nas estradas barrentas era necessário acorrentar os pneus dos caminhões, dos ônibus e mesmo dos carros pequenos, para que não ficassem atolados.

Automóvel Mercury que pertenceu a Severino Fabris no ano de 1950

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Não havia meios de comunicação de massa. O rádio a bateria começava a chegar a algumas residências nos anos 1940/1950; eram rádios importados, da Marca Zenit, entre outras. Na residência de João Canevese, em frente à Igreja Matriz, o povo reunia-se para ouvir pelo rádio as músicas de Vicente Celestino. Foi por esse meio que, ao saírem da missa, ouviram a notícia do fim da II Guerra Mundial, em 1945.

Havia uma linha telefônica que ligava a comunidade a outros locais por meio da central instalada em Lagoa Vermelha.

Cabine telefônica

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O primeiro entregador da correspondência, a qual vinha por Lagoa Vermelha, foi feita por José Ghiberti Refosco, na forma de estafeta, “o correio a cavalo”, uma ou duas vezes na semana.

Quando surgiram as linhas de ônibus, algumas famílias já recebiam os jornais editados em Porto Alegre ou Caxias do Sul, além da correspondência. João Luchese fazia a distribuição de jornais que buscava em Lagoa Vermelha.

Ivo Lara fez a primeira linha de linha de ônibus. Fazia a linha Ibiraiaras a Nova Prata e Ibiraiaras a Lagoa Vermelha.

A linha Aracajú era de Aleardo Benazzi e posteriormente, de Itacir Mezzomo. Fazia a linha para Nova Prata e Lagoa Vermelha. Aos fundos, a antiga Rodoviária.

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A vida social era restrita à vizinhança, às orações aos domingos e a alguns bailes por influência dos caboclos e luso-brasileiros.

Iluminação e energia

A iluminação, tanto para as residências da vila como da zona rural, era obtida por lampiões, mas as usinas particulares foram implantadas, aos poucos, em toda a região. Várias famílias construíam uma usina movimentada por roda d’água, a partir de uma queda ou de um declive no Mormaço ou em outros rios. Muitas vezes, era o moinho quem fornecia a energia para a iluminação das residências.

A primeira usina que forneceu energia elétrica, inclusive para as famílias da vila, foi a da família de José Bedin. Na vila, formou-se uma associação de várias famílias que conseguiram a energia elétrica por meio de um motor a óleo diesel, instalado próximo à atual Prefeitura. Mais tarde, as famílias Canevese, Pomatti e Carnevalli construíram uma usina próxima da atual Serraria Vidi, que forneceu a energia para cinco famílias da vila e cuja manutenção era efetuada por Longino Zacarias Guadagnin.

Em 1961, a comunidade conseguiu com a luta e a participação de muitos abnegados cidadãos, a eletrificação pela Companhia Estadual de Energia Elétrica. Nesta conquista destacou-se a contribuição do senhor Severino Fabris.

(E) Augusto Pomatti, Recieri Canevese, Nelson Cima, Zeferino Canevese, Dr. Vilson Warts, Gomercindo Canevese e Recieri Slaviero, em Porto Alegre na década de 60

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No setor de combustíveis a gasolina, o querosene e o óleo lubrificante, entre os anos de 1940 e 1950, vinham importados dos Estados Unidos, em duas latas acondicionadas em uma caixa. Os caminhões que levavam a madeira traziam mercadorias para Ibiraiaras e, entre essas, a gasolina que vinha em tambores de 200 litros, desde Porto Alegre. Numa oportunidade, Recieri Canevese e Adelar Begnini seguiram de carroça até Lagoa Vermelha, a fim de comprar um tambor de gasolina para abastecer o caminhão de José e Guerino Fabris.

Ainda antes de 1950, João Canevese conseguiu uma bomba manual da Distribuidora Esso, com manivela e relógio marcador de até 20 litros. Forneciam a gasolina para os táxis de Ermindo Lanzarini e Miguel Liston. João Stella instalou uma bomba de combustível, da Atlantic, em sua residência.

O primeiro Posto de Combustíveis foi instalado por Recieri Canevese, por volta de 1960, o Posto ESSO. Ele construiu um pequeno prédio e instalou uma bomba de gasolina e após, uma bomba de óleo diesel. Também instalou uma borracharia. No início, tinha apenas um empregado. A gasolina subia na bomba marcando 40 litros no visor e largava de cinco em cinco litros. Recieri já trabalhava com caminhão-tanque próprio e trazia esses combustíveis de Porto Alegre. Mais tarde, vendeu para Antônio Puerari e os filhos. Atualmente, o posto ainda é propriedade da família Puerari e distribui os produtos da SHELL.

Abastecedora de Combustível BP Ltda no centro do município, distribuidora dos produtos Shell

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COMUNIDADES DO INTERIOR

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AS DEVOÇÕES RELIGIOSAS

As primeiras comunidades no interior do município, em geral, iniciaram sua formação por grupos de moradores luso-brasileiros, caboclos e alguns negros que viviam em alguns locais, geralmente como posseiros e poucos como proprietários. Têm-se registros nos relatórios do município de Lagoa Vermelha que, em 1896, já existiam habitantes nas várzeas de alguns rios. Essa população, assim como os descendentes de italianos, que aqui chegaram a partir de 1917, realizava os cultos, apesar de nos primeiros tempos, não receberem com frequência um sacerdote.

Uma devoção dos luso-brasileiros - A Festa do Divino Espírito Santo

A devoção ao Divino Espírito Santo era um culto religioso realizado pelos luso-brasileiros e caboclos. A concentração do povo para a festa acontecia, principalmente, em Caseiros. Antes da festa os devotos, em procissão, levavam a Bandeira do Divino e a imagem de N. Sr.ª da Conceição de casa em casa. Andavam a pé ou montados a cavalo. Um deles tocava o tambor para avisar aos residentes próximos que estavam chegando, outro carregava a Bandeira e puxava as orações e cantos. As famílias iam ao seu encontro e os acompanhavam até a casa, onde pernoitavam e recebiam donativos para a festa. No dia seguinte, iam para outra residência, repetindo o mesmo ritual. Alguns carregavam alimentos, porque encontravam muitas famílias pobres que não tinham o que lhes oferecer. Pousavam nas casas ou nos paióis. Rezavam na chegada e na saída para continuar a romaria.

Recebiam doações em espécimes vivos, alguns donativos que as famílias podiam fazer ou doações em dinheiro, recebendo alguns tostões ou réis. As doações eram deixadas nas residências onde ocorreria a Festa do Divino

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Espírito Santo, como em São João Bosco, em São Judas Tadeu, em São Jorge, Pizzamiglio ou Caseiros. A comunidade preparava a festa, as orações e o matinê. Os animais doados iam a leilão. O grupo da Bandeira completava o valor necessário para comprar o boi para o churrasco. No dia da festa todos participavam e alimentavam-se gratuitamente.

Descendentes de luso-brasileiros afirmaram que aqui na sede, onde predominava um campestre, havia uma espécie de capela, com meia aba, onde os romeiros paravam para rezar. Ficava junto à atual praça. Naquela época, havia duas ou três casas de antigos moradores dispersos pelos arredores que devem ter saído, a partir da divisão e venda das colônias e dos lotes na futura vila.

Na sua caminhada, os romeiros passavam também pela atual comunidade de Santa Teresinha e de São Cristóvão, onde pousavam na casa dos residentes. Essa romaria continuou sendo realizada pelos luso-brasileiros e caboclos da região pelo menos até 1959.

Devoções dos colonizadores italianos

Os imigrantes italianos e seus descendentes trouxeram consigo a devoção a Nossa Senhora, como a oração do terço e a devoção a vários santos, principalmente Santo Antônio. Os capitéis eram os locais de oração, onde colocavam a imagem de Santo Antônio de Pádua. Pádua é uma região do norte da Itália, de onde imigrou a maioria dos italianos que aqui chegaram. Uma ou algumas famílias de cada núcleo populacional doavam o terreno e a madeira para construir a igrejinha e o trabalho era feito em mutirão com os demais colonos.

Com a chegada dos descendentes de italianos, muitas comunidades começaram a organizar seus grupos de oração e culto religioso, principalmente a partir da instalação das serrarias, em função das quais muitas famílias se deslocaram para cá em busca de terras e de trabalho. Muitas vezes, o primeiro local público de culto foi uma serraria.

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Os núcleos populacionais precisavam organizar, eles mesmos, suas atividades religiosas, já que a única igreja, na sede, ficava longe e, principalmente, pelas dificuldades de deslocamento. Então, reuniam-se em casas de moradores para fazer as orações e o culto aos domingos, que por vezes era realizado à noite. A partir daí, começavam a sentir a necessidade de construir uma igrejinha, que no início era um pequeno salão ou um capitel, onde colocavam a imagem de um santo protetor e onde, geralmente, funcionava também a primeira escola para seus filhos.

A religiosidade manifestava-se por procissões, cantos, orações e festas. A organização dos locais de oração, das escolas, dos salões para festas e jogos ou de cemitérios partia de um pequeno número de famílias que tomava a iniciativa e, em seguida, toda a comunidade participava, em mutirão. Os administradores de cada comunidade eram chamados “fabriqueiros”.

A INTEGRAÇÃO PELA FÉ E PELO TRABALHO

As comunidades do interior, em grande parte, são consequência da instalação das madeireiras e da religião católica dos colonizadores lusos e italianos. “Onde havia uma serraria e uma bodega, organizava-se a Capela; constituía-se uma Comunidade Religiosa e Social” (Gomercindo Canevese).

Além do trabalho nas serrarias, todas as famílias trabalhavam também na agricultura, inicialmente de subsistência, o que predominou até meados da década de 1960. A integração entre os primeiros habitantes e os “italianos” era muito grande. A organização social e econômica dos primeiros núcleos populacionais de nosso município, tanto na área rural como na área urbana atual, se confundiu com a organização religiosa por muito tempo. Após a criação da Paróquia São José, em 1939, esta esteve à frente de muitas realizações junto à população, em todos os aspectos.

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DESCRIÇÕES DAS COMUNIDADES DO INTERIOR

COMUNIDADE DE SANTO ANTÃO

A seguir, serão descritas como se deu a formação das 26 comunidades, onde se destacam os primeiros povoadores que iniciaram a formação de cada uma delas e alguns fatos da sua organização, a partir dos primeiros anos do século XX.

Foram destacados os nomes das pessoas ou famílias pioneiras, já que os costumes, fatos e o tipo de trabalho são muito semelhantes em praticamente todas as comunidades. Assim, procurou-se identificar os caboclos, os luso-brasileiros e os italianos.

Muitas famílias são citadas em mais de uma comunidade, devido à mudança de residência ou à divisão geográfica de novas comunidades.

Entre os primeiros moradores de Santo Antão citam-se: Atílio João Andreis, em 1932 (o primeiro); Arlindo Andreis, Antonio Rigo, João Marini, Luiz Egídio Grando (1950) e seu filho Ermindo Grando, Ernesto Salvalágio Idulino Bragagnollo (1947) - antes morador de São Brás, Vicente Cristianetti e filhos (1947), Lídio Massotti, Antonio Zilli, Ricieri Slaviero (1944 a 1947), Arlindo Presotto, Alfredo Bocalon, Anselmo Zancan, Pedro Buffon, Joaquim e Germano Rigo, os quais se mudaram de N. Sr.ª do Caravágio para Santo Antão de onde, mais tarde, de lá saíram também.

Inicialmente, vinham a pé assistir à missa na sede, na Igreja São José. A capela foi construída em mutirão, por volta de 1952, pelos primeiros moradores, especialmente Luiz Grando, João Marini e Atílio Andreis. Antonio Zandoná e Fidélix Dal Piva ajudaram na construção, porque na Linha Cascata não

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havia igreja. Danilo Dal Piva também colaborou puxando as toras da serraria de João Stella. Foi carpinteiro o senhor Albino Barbiero. A capela construída é a mesma que existe atualmente. O pároco era frei Paulino que indicou o padroeiro. João Marini doou a terra para construir a igreja e Atílio Andreis, a imagem de Santo Antão. O senhor João Stella doou a madeira. Na primeira festa realizada na Capela foram ressarcidos os gastos com a sua construção.

A serraria de Raimundo Casanova e irmãos, entrou em funcionamento em 1946, bem depois de ter sido comprado um pinhal pelo pai, Antônio Casanova, em 1919.

Muitas famílias trabalharam nessa serraria. Entre elas estão a de Vicente Cristianetti e filhos, a de Lídio Massotti, de Arlindo Presotto, de Silvério Rech e de Ernesto Salvalágio.

A professora, D. Maria Zandoná Baréa lecionou na Serraria Casanova, numa pequena casinha que lá existia, em 1960 e após, na escola conhecida como “Brizoleta”. A Escola Municipal foi transferida da Serraria Casanova para perto da capelinha, em 1972, transportada em um caminhão. A Escola de Santo Antão iniciou suas atividades em 18 de abril de 1962, porém teve os estudos validados a contar de 1972 e em março de 1994 foi desativada.

Capela Santo Antão Antiga

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A comunidade promove duas festas por ano e uma janta em seu benefício. O lazer, aos domingos, consiste principalmente nos jogos de baralho e de bocha. É rezada uma missa por mês e, aos domingos, a comunidade realiza o culto na capela.

Por volta de 2010, a comunidade era formada por 15 famílias.

A maioria dos habitantes de Santo Antão trabalha na lavoura com produção de trigo, milho, soja, alho, cebola e repolho. Há também criação de gado leiteiro para produção de queijos e de suínos para o consumo próprio.

Capela Santo Antão atual

COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA APARECIDA

José Telles de Souza e irmãos eram os proprietários das terras e pinhais na atual comunidade de N. Sr.ª Aparecida. Ele residiu em Santa Rita, Lagoa Vermelha.

Entre os primeiros moradores da comunidade de Nossa Senhora Aparecida aparece Egídio Chiarentin, que chegou ao local em 1938 e aí construiu uma cozinha de chão e um “rancho” para residência; atualmente continua residindo na comunidade a viúva Albina Lodi Chiarentin. Os demais: Antônio Cristianetti (1947), José Mazzon, Antônio Tessaro e os filhos Danilo, José e Vitacir Tessaro; José Dalla Giacomassa, Raimundo Dalla Giacomassa, Vicente Dalla Giacomassa, Romolino Dalla Giacomassa, Maximiliano Dal Pupo, Luiz Dal Pupo, Angelo Dalla Giacomassa, Adolfo

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Chiarentin, José Chiarentin, Ricardo Ditadi, Eugênio Ditadi, Gregório Inácio da Silva, Valentim Marquesini, Mário Tonin, Leandro Telles, Cecília Perosa e os filhos José, Severino e Aquiles, que saíram da Capela São Roque para a Comunidade de Aparecida em 1943; Atílio Dalcin, Luiz Inácio da Silva, Estevão Faraon e seus filhos João, Francisco, Jacob, Guilherme e José Faraon (Pino); Lucieta Gonzato e os filhos Conrado Gonzato, Leonor, Ivo, Mário e Milton; Avelino Andretta, o primeiro professor, Luiz Pieta que possuía uma bodega, Sebino Rigo (1949), José Festa e José Benedetti, esses dois últimos, mais tarde, constituíram a comunidade de Santa Teresinha.

O pai de Sebino, Eugênio Rigo, da Capela Nossa Senhora do Caravágio, ajudou-o a se instalar na nova comunidade, após seu casamento. Foram abrindo uma picada com foice e machado e utilizando um cavalo cargueiro para carregar a mudança. Chegaram ao destino, após dois dias de viagem.

Os agricultores trabalhavam manualmente com foicinha, arado e carreta puxados a bois. Cultivavam trigo e milho e trabalhavam nas serrarias. Sebino Rigo vendia o milho nas serrarias para alimentar os bois e o trigo, no comércio de Constante Fabris e também em Lagoa Vermelha. Comprava os produtos de que necessitava nas cidades de Lagoa Vermelha, Bento Gonçalves e Ibiraiaras. Quando podiam, assistiam à missa na Igreja Matriz de Ibiraiaras.

Aproximadamente no ano de 1940, frei Aleixo, em visita a um grupo de moradores, constatou que, apesar de serem católicos, aos domingos se ocupavam da caça e da pesca. Advertiu-os de que, embora fosse bom terem um lazer, antes tinham de participar da Igreja. Como a localidade ficasse longe da Igreja Matriz, sugeriu que construíssem uma capela naquele lugar para ali fazerem suas orações. Foi, então, que os irmãos Raimundo Dalla Giacomassa, Vicente e José Dalla Giacomassa decidiram cada um, doar um pedaço de terra, limítrofe à dos outros dois irmãos, para construir a capela.

Foram os organizadores da capela no ano de 1943, aproximadamente: Estevão Faraon, José Festa, José Benedetti, Ângelo Farina, Cecília Perosa e filhos e, ainda, os três irmãos Dalla Giacomassa: Raimundo, Vicente e José. Reuniram-se todos com Egídio Chierentin, um dos moradores mais antigos e experientes e mais frei Aleixo. Como tinham o costume da pesca e sendo conhecedores da história de Nossa Senhora Aparecida, escolheram-na para

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ser a padroeira e, nesse dia, foi rezada a primeira missa na comunidade Nossa Senhora Aparecida, na casa de Raimundo Dalla Giacomassa que era de chão batido. Os moradores começaram a abrir a estrada e as famílias doaram pinheiros para obterem a madeira. Em mutirão construíram a capelinha de pau-a-pique, na época, mais perto de São Cristóvão. Frei Aleixo levou a imagem da padroeira. As nove famílias que residiam no lugar convidaram os moradores das redondezas para a festa de inauguração da capelinha. Mais tarde, um pouco antes de 1947, construíram uma capela melhor, um pouco acima da que se encontra atualmente.

A escola da comunidade, denominada “Escola Monteiro Lobato” foi criada em 1989 e desativada em 1993.

Capela Nossa Senhora Aparecida Antiga

Capela Nossa Senhora Aparecida Atual

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COMUNIDADE DE SÃO BRÁS

O primeiro grupo que se organizou na comunidade era constituído por dez famílias.

A partir de 1930, entre os primeiros povoadores, citam-se: Constante Tessaro, em 1937, aproximadamente, que depois mudou para N. Sr.ª do Rosário, os sapateiros José e Alberto Lanzarini, em 1934, Albino Barbiero, em 1931, Otávio Barbiero (1936), Ermínio Dal Más, o ferreiro Vitório Lazzari (1944) e José Spada. Estes, antes participavam da comunidade de N. Sr.ª da Saúde, Benvenuto Tacca, Primo Tacca e Júlio Tacca, industrialistas da madeira, Afonso Oro (1937), Ângelo Baréa, David Baréa, Maurício Zancan (1937), David Barbiero, que tinha serraria na entrada para São Brás, José Marini, participante da Revolução de 30, como Chefe de Tropa de Infantaria, Vitório Tessaro, David Tessaro, Alcides Zanchet, Vitor Zanchet e Vitorino Zanchet, Afonso Cassol e Albino Barreta, em 1939, a família de João Rizzo e Rosa Vedana Rizzo e os filhos Atílio, José, Olivo, que permaneceram na comunidade, Ernesto, Dorvalino, Arlindo, Zulmir, Alcides, Cristina , Dorvalina e Maria.

A família de Rosa Bedin Sgarbossa, viúva de João Sgarbossa, com 13 filhos, fixou residência no, popularmente chamado, Bairro Sgarbossa, localizado entre a sede e a comunidade de São Brás. Os filhos Angelo Sgarbossa, Maximino Sgarbossa e Pedro Sgarbossa permaneceram no local por mais tempo que os demais.

Na comunidade, organizada em 1936, construíram logo em seguida uma pequena igreja (capitel), um salão com uma cancha de bochas localizados perto da residência da família Rizzo. Constante Tessaro foi quem fez a doação do terreno. A segunda capela de madeira foi construída onde está a capela atual e o terreno foi doado por Albino Tessaro. Outra capela foi ainda construída antes da atual. Frei Aleixo era o padre da época.

Nos primeiros tempos, os filhos das primeiras famílias estudavam na escola da comunidade de N. Sr.ª da Saúde. Mais tarde, Pedro Sgarbossa doou uma casinha para funcionar a escola. O professor se deslocava de Bom

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Capela São Brás Antiga

Capela São Brás Atual

Jesus, distante alguns quilômetros, para atender os alunos. Em seguida, a comunidade construiu uma escolinha, ao lado da capela, chamada “Escola Padre Diogo Feijó” que funcionou desde 14 de abril de 1943 até 1996, quando foi desativada. Foram professores Ângelo Segala e Maria Zandoná Baréa, entre outros.

Os moradores construíram, também, uma usina para obter a energia elétrica. Trabalhavam na agricultura, especialmente cultivando milho e trigo, na criação de suínos e nas diversas serrarias que foram instaladas naquela área.

Por volta 2010, 27 famílias viviam na comunidade.

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COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DO CARAVÁGIO

Em 1928, quando chegaram os primeiros colonizadores, o território era todo coberto de matas. Derrubaram pinheiros e outras árvores para plantar o milho e o trigo, que vendiam para os comerciantes da Vila, no então São José do Carreiro e o feijão, o arroz e a mandioca, para o consumo próprio. Criavam gado para a produção de leite e suínos para a produção de carne, salame e banha.

Entre os primeiros moradores, citam-se: Inocente Zanchet (1928), casado com Felicita Perinotto, Dona Isabel Morosini Modanese, trazida com nove anos de idade pelo casal citado anteriormente, Lino João Zanchet, que morou na comunidade até 1949, indo depois para N. Sr.ª da Saúde, Hermínio e Vitório Zanchet, que depois foram para São Brás, Antônio Dalla Giacomassa, Albino Zanchet, Lídio Zanchet, Albino Tessaro, Lourenço Brezolin, Valeriano Pagnoncelli, em 1928, que instalou um moinho junto ao rio Carreiro, Vitorino Catapan (1936), Algemiro Pasin, que depois foi para Santa Teresinha, Ricardo Lovizon, Armando Lovizon, Arlindo Vuelma (1937), Eugênio Rigo (1930), Sebino Rigo, Constante Rigo, Arcângelo Rigo, Germano Rigo, Antônio Rigo, Joaquim Rigo, Angelo Tessaro, João “Botcha”, mudando-se depois para Bom Jesus, Gilberto Carvalho, Reinaldo Rodrigues Fonseca, Pedro Brancalione, que depois se mudou para N. Sr.ª da Saúde e N. Sr.ª do Rosário, Aquilino Rodrigues de Mello, indo depois para Cristo Rei, Selvino Pagnoncelli, dono de uma bodega, Ernesto Rizzo, casado com Italvina Pagnoncelli, que chegaram na comunidade em 1948, indo depois para N. Sr.ª da Saúde, Ermindo Pazin, casado com Antonieta Comunello (1944), indo, em seguida, para N. Sr.ª da Saúde, Miguel Ângelo Agostini (1948 - morou na Campina), Jordão Nunes, que depois passou à Capela N. Sr.ª do Rosário e Felomão Nunes.

Identifica-se, ainda, a família de José Dal Molim, casado com Marieta Benincá (1939). Marieta veio de Rio Branco - Nova Prata, viúva de João Perinotto, com o qual teve três filhos: Antônio Perinotto, que mais tarde foi para N. Sr.ª de Lourdes, Felicita, casada com Inocente Zanchet e Maria, casada

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com Valeriano Pagnoncelli. Mais tarde, esta se casou com José Dal Molim, em Nova Prata, com quem teve os filhos: Carmela, João, Luiz, Angelina, Idalina (sobrinha e adotada), Ângelo Dal Molim e Amantino Dal Molim.

A senhora Felicita Perinoto Zanchet era parteira. Quando a procuravam, à noite, as pessoas precisavam passar pelo mato a cavalo, então carregavam um lampião para poder ver o caminho.

Entre os primeiros professores são citados Ângelo Segala e Sustene Fabris Liston, neta de Antônio Fabris.

A “Escola Visconde de Mauá” iniciou atividades em março de 1945 e foi extinta em novembro de 1972. A “Escola Bartolomeu Bueno da Silva”, cujo início ocorreu em 09 de março de 1955, foi transferida de “Vimes” para a Capela N. Sr.ª do Caravágio e, a partir de 1986, passou a denominar-se “Escola Vitorino Roberto Catapan” que foi desativada em março de 1994.

O transporte da produção da roça até os galpões era feito nas cangalhas dos cargueiros e, mais tarde, com carroças. Para o transporte pessoal utilizavam cavalos, mulas e carroças. Não havia nenhuma tecnologia agrícola e costumavam queimar a capoeira para nova plantação. Viviam da agricultura e das atividades nas serrarias.

Rezavam em família e em grupos. As crianças participavam da catequese na praça da sede, onde o senhor Antônio Dalla Giacomassa ministrava as aulas embaixo de uma árvore. A primeira missa foi rezada numa das serrarias e a construção da capela ocorreu por volta de 1937.

Os principais construtores da capela foram Vitorino Catapan, Inocente Zanchet, Valeriano Pagnoncelli, Vitório Zanchet, Pedro Sgarbossa, Lourenço Brezolin, Arlindo Vuelma e Ricardo Lovizon.

Os donos das serrarias e os empregados construíram a capela com trabalho braçal. O terreno foi doado por Ricardo Lovizon. Escolheram para padroeira Nossa Senhora do Caravágio.

O primeiro padre a celebrar missa na capela foi frei Aleixo. Em 1943, já tinha uma capela com a torre do sino. Frei Aleixo orientava para que

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plantassem mandioca e soja em todas as comunidades. Por volta de 1947, a capela de madeira ainda se situava a cerca de um quilômetro da construção atual, à esquerda da RS 126.

As formas de lazer eram jogos de cartas e de bochas, que ocorriam numa pequena casinha. A iluminação das residências era obtida com lampião a querosene.

Algumas famílias, após a construção da nova capela passaram a participar da comunidade de Nossa Senhora do Rosário devido à distância e, mais tarde, uma parte da Comunidade N. Sr.ª do Caravágio passou a participar da comunidade de São Brás.

Capela Nossa Senhora de Caravágio antiga

Capela Nossa Senhora do Caravágio atual

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COMUNIDADE DE SANTA CATARINA

Os luso-brasileiros e os caboclos

As comunidades de Santa Catarina (Ibiraiaras) e Santo Antônio (hoje Muliterno) inseriam-se, até 1993, na área indígena Monte Caseros. 1

Antes da chegada dos colonos italianos, na década de 1930, vieram para a antiga comunidade de Santa Catarina diferentes grupos étnicos, destacando-se os posseiros. As principais famílias que vieram para aquela área foram:

- Família Varela: José da Silva Varela, Otaviano, João e Francisco da Silva Varela. Eram posseiros que utilizavam uma colônia de terra;

- Família Morais ou Carlota: Terêncio Alves de Morais, c. c. Madalena Tomás de Assunção que mais tarde foram para São Rafael;

- Família Nunes de Oliveira ou Cabral de Oliveira: Estevão Cabral de Oliveira, casado com Luminata Maria das Dores, avós de Estevão Nunes de Oliveira (entrevistado); Antônio Luiz de Oliveira, c. c. Maria Joana Nunes (pais do entrevistado) – era posseiro, agricultor, criador; Estevão Nunes de Oliveira, c. c. Maria Emília da Silva; João Cabral de Oliveira (ou João Estevão); Olímpio Cabral de Oliveira, Cristiano Luiz de Oliveira, Pedro Cabral e Felipe Cabral.

Estevão Nunes de Oliveira, nascido em 1901, colaborou na construção da primeira capelinha localizada na praça atual, cortando os pinheiros e as tábuas e, além disso, trabalhou como carpinteiro. Puxava frete para Antônio Fabris e Antônio Stella com uma carretinha. Em Passo Fundo, vendia trigo e de lá trazia fumo, açúcar branco e mascavo, rapadura e sal para o comércio local.

A população adquiria nos armazéns de Antônio Fabris e Antônio Stella produtos como açúcar mascavo, arroz e farinha de mandioca. No moinho, conseguiam a farinha e a quirera. Em casa faziam o cuscuz e a canjica, que

1 Ressalve-se que a presença indígena na área foi objeto de dissertação no capítulo II da publicação “Ibiraiaras Sua Terra e Sua Gente”, ano 2000, de nossa autoria.

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socavam no pilão.

A família Morais, ou Carlota, a família Cabral ou Nunes de Oliveira e a família Varela viviam na área do Toldo dos Índios, ou seja, Santa Catarina (Ibiraiaras) e Santo Antônio (hoje Muliterno). Os “Carlota” se mudaram para São Rafael e os “Cabral” para São João Bosco, Sítio do Erval e arredores, no município de Lagoa Vermelha.

Além desses, havia outros moradores no local: José Morte e Augusto Morte (tinham uma atafona2); João Joaquim e Marcolino Elia Ribeiro.

Eram, em geral, posseiros e agricultores, criavam alguns animais como porcos e bovinos. Secavam a farinha de biju, de milho ou de mandioca e batiam na esteira para comer com leite. De Torres, os tropeiros traziam carregando em bruacas, açúcar mascavo, rapadura empalhada e farinha de mandioca. De Lages, traziam cachaça em dois barris, carregados nas cangalhas.

Os colonizadores italianos

Os primeiros colonos de origem italiana a se instalarem nessa área foram Raimundo Maran, que instalou uma serraria e João Maran, que instalou um moinho, ambos movidos por roda d’água. Vieram de Nova Bassano, por volta de 1933, e precisaram abrir picadas no mato. Eles construíram a primeira capela com madeira da serraria e doaram as imagens de Santa Catarina, Santa Lúcia e Nossa Senhora de Fátima. Alberto Zampiron, morador de Anjo da Guarda, foi o carpinteiro. Os colonos levavam nos cargueiros os produtos agrícolas ao moinho, onde descascavam arroz e produziam farinha de milho e de trigo.

Os colonizadores, ao comprar a terra, queriam a documentação, a qual lhes era passada pela Inspetoria de Terras de Lagoa Vermelha. Entre os primeiros colonizadores estão Raimundo Maran e João Maran; José Vuelma, que comprou as terras de Francisco Dias Barbosa e dona Sebastiana Ribeiro do Sacramento; Alcides Vuelma; Guerino Vuelma; Henrique Poletto; José

2 “Atafona” – Moinho manual, ou puxado por cavalos, para se produzir farinha de mandioca e de biju.

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Ossani; Virgínio Mezzom; Júlio Cazanatto; Arlindo Spagnol; Umberto Vancin; Marino de Santi; Alberto Ossani; Alberto Dalla Libera; Antônio Luiz Marini; Vicerino Antônio Marini; Rafael Peterle (em 1938), balseiro e agricultor e seus filhos Dionísio, Ilda e Ivo; Guerino Catapan; Adão Fiorentin; Cerilo Rossoni; Antônio Marchetti; Ambrósio Zampiron; Cerilo Zampiron; Albino Barretta, arrastador de toras na serraria de Raimundo Maran; Beloli, que vendeu terras para Cerilo Rossoni; Idalino Lanzarini; Bolduri; Antônio Rossoni; Vitório Rigo; João Leopoldo Roeder, c. c. Madalena Maran, que se mudou para Jaboticabal, hoje São Cristóvão.

Havia duas bodegas na capela que foram administradas por diferentes proprietários, como sendo Guerino Vuelma, Raimundo Zauza, Marcelo Mugnon, Adão Fiorentin, Humberto Vancini e Zardo.

Guerino Catapan tinha casa de comércio com bodega, loja e mercado. Ele doou a terra para construir uma capelinha, antes de 1942.

Raimundo Maran vendeu a serraria para João Stella e este, mais tarde, para Cerilo Rossoni. João Maran vendeu o moinho para Virgínio Mezzomo, depois adquirido por Alberto Dalla Libera.

Como professora municipal destacou-se a senhora Rosina Massaro Rossoni. Ela chegou à comunidade aos 14 anos, em 1938 e lecionava pela manhã em Santa Catarina e à tarde em Santo Antônio. A pé ou a cavalo deslocava-se a Lagoa Vermelha para receber o seu salário, no valor de 10 mil réis mensais. Também foi professor municipal o senhor Dinor Ceccagno. Nos anos 60, a escola passou à administração estadual e lá trabalharam várias professoras, entre as quais, Eri Leite, Celesta Alexandretti e Enilsa Guadagnin de Mello.

O cultivo do milho, trigo, feijão e soja e as atividades em serrarias, moinhos, lojas e bodegas ou as chamadas “vendas” (bar e armazém) eram as atividades econômicas desenvolvidas.

A colheita de grãos era braçal e armazenada em galpões e porões, ou ficava na lavoura em caixões cobertos com capoeiras.

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Alberto Vuelma e Alcides Vuelma possuíam uma trilhadeira puxada a bois, e movida a motor. Trilhavam trigo, linhaça, feijão e milho. A família Vuelma fazia o trabalho do trilhamento do trigo nas propriedades de toda a região e cobrava por saco colhido.

A moagem do milho e do arroz descascado era, inicialmente, feita no moinho de João Maran, moinho que mais tarde foi vendido para Cerilo Rossoni. A moagem do trigo e do milho era feita, principalmente, no moinho da família Ossani, depois pertencente à família Bocchi, da comunidade de Nossa Senhora Consoladora.

Quando a produção de arroz era pequena, a colheita era manual. Usavam foicinha para cortar e, para debulhar, batiam o arroz com varas. Os que viviam em situação de pobreza maior batiam no pilão e depois peneiravam.

Em 1993, houve a retomada de duas áreas contíguas pelos índios kaingang que constituíam o “Toldo Monte Caseros”. Essas áreas são hoje a antiga comunidade de Santo Antônio, pertencente a Muliterno e a antiga comunidade de Santa Catarina, de Ibiraiaras. Isso fez com que o Governo Federal, através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), fizesse o reassentamento dos agricultores moradores daquela área para outros locais.

Capela Santa Catarina antiga

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COMUNIDADE DE SANTA CLARA

A comunidade de Santa Clara organizou-se a partir de 1988, formada com parte das famílias das comunidades de N. Sr.ª Aparecida, de São Luiz e de Santo Expedito. Constituiu-se, inicialmente, de aproximadamente 40 famílias.

Em 15 de fevereiro de 1988, a primeira diretoria foi constituída tendo como presidente Ladir José Rigo; vice-presidente, Alceu Nunes; tesoureiro, Idelci Stella.

Entre os moradores da Comunidade Santa Clara estão Chico Vargas (Francisco Pinto Ribeiro), sendo antes, área de Santo Expedito - era um criado de Elisiário Vargas, moradores da fazenda de José Telles; Antonia de Carvalho (esposa de Chico Vargas); Adolfo Chiarentin; Danilo Chiarentin (filho de Egídio); Danilo Chiarentin (filho de Adolfo); Ladir José Rigo; Ivanir Menin; Levino Chierentin; Valdir Menin; Olímpio Chiarentin; José Chiarentin; Luiz Inácio da Silva; Ivo Perosa; Dilceo Nunes; Aquilino Chierentin; Idelci Stella; Flávio Zimmer; Valdemar Ribeiro; Adão de Jesus; Enio Gonzatto; Vilceu Nunes; João Maria Ribeiro da Silva e os filhos Alceu e Osvaldo.

A primeira sede da comunidade foi a antiga escola de madeira, depois construída em alvenaria, onde celebravam o culto e a catequese. Rezavam o terço embaixo de uma árvore. A escola do local, antes conhecida como da “Sede Stella”, foi denominada “Escola João Stella Sobrinho”, em 1972; teve os estudos validados a contar de 1972 e foi desativada a partir de julho de 1997.

A primeira festa em honra a Santa Clara foi celebrada em Agosto de 1988, com a inauguração do salão, que havia sido construído antes que a capela. A escolha da padroeira foi feita por frei Ronaldo.

A partir de então, passaram a organizar sua própria administração com as famílias sócias da nova comunidade. A Eucaristia e Crisma eram celebradas nas capelas mais próximas.

As primeiras catequistas da comunidade foram Marilene Gris Perosa e

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Teresinha Chiarentin e como Ministros da Eucaristia atuaram, primeiramente, Adão Ribeiro de Jesus e Marilene Gris Perosa.

Roças comunitárias foram feitas a fim de adquirir recursos para construir a capela. Alem disso, quando faltou dinheiro, famílias se uniram e doaram dois ou três sacos de milho e de outros produtos cooperando com os constituintes da nova comunidade na construção da nova capela. Assim pode ser inaugurada em 08 de agosto de 1992.

A principal atividade econômica sempre foi a agricultura.

Na localidade, conhecida como “Sede Stella”, existiu uma escola que teve suas atividades iniciadas em 09 de maio de 1973, mais tarde passou a ser denominada “Escola Municipal João Stella Sobrinho” e foi desativada em julho de 1997.

Quando inauguraram a igreja levaram a imagem de Santa Clara em procissão até a Comunidade São Francisco. Em seguida, os moradores da Capela São Francisco levaram a imagem em procissão até a nova comunidade, fazendo um entrosamento, já que São Francisco e Santa Clara foram contemporâneos, em sua época, conforme a História.

Atualmente, a comunidade planta soja, milho, fumo, brócolis e lida com a criação de gado leiteiro.

Capela Santa Clara atual

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COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA CONSOLADORA

No início da colonização italiana essa comunidade chamava-se Linha Cascata. Os primeiros colonizadores foram José, Eugênio e Raimundo Bedin, com o pai Massimiliano Bedin (1919-1920); Faustino Dal Piva (1922) e os filhos João, Angelo e Recieri Dal Piva; Guilherme Ossani (1922); Ernesto Ossani (*1922); Emílio e José Ossani; Etore Pieta (nos anos 1920 até 1957) e os filhos Guilherme e Faustino Pieta; João Benjovani; Ricardo Fronza; Luiz Zandoná; Pedro Buffon; Líbero Frigotto; Pedro Deon; Giovani Marini (Nei) em 1928 com os filhos Fioravante, Fiorindo, Emílio, Vicerino e Antônio (este morou também na Comunidade Santa Catarina no lugar conhecido por “Ilha das Cobras”); Antônio Zandoná; Vitório Rigo; João Zandoná; Fidélix Dal Piva; Pelegrino Dal Piva (1940) e os filhos Idulino e Danilo Dal Piva; Máximo Ossani; Carlos Bocchi (1949); Julio Rodrigues; Herculino Ferro; Ernesto Rodrigues; Francisco Simioni; Fiorindo Marini (filho de Bortolo); Fiorindo Marini (filho de Luciano). Atualmente, residem na localidade as famílias Simioni, Polli, Aiolfi, Bedin, Ferro e Bocalon.

A comunidade formava um núcleo bastante povoado, onde existiam diversos serviços formando uma boa infra-estrutura nos aspectos de produção da madeira, de energia, de alimentos, de bens de consumo e utensílios. Os pioneiros eram marceneiros, agricultores, ferreiros, alfaiates, trabalhadores das serrarias, dos moinhos e das usinas instaladas no local.

José e Eugênio Bedin instalaram uma pequena serraria, junto a uma cascata no rio Mormaço, com descascador de arroz, transferido do moinho da família Pieta e, ainda, uma usina elétrica. Mais tarde, transferiram a serraria a um quilômetro mais próxima à estrada velha que levava à capela; faziam o beneficiamento da madeira, assoalhos e paredes e foram os pioneiros na instalação de serraria e usina elétrica.

Faustino Dal Piva instalou uma serraria, um moinho e uma usina.

A família Pieta trabalhou no moinho, que fora construído por Antônio Stella e que teve, alternadamente, vários proprietários. Esse moinho, conforme

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depoimento de Constante Fabris, ainda hoje se encontra na propriedade de José Ferro. Em 1944, outro moinho foi construído por Guilherme e Luiz Pieta, na mesma comunidade.

A família Ossani instalou um moinho onde trabalhou de 1934 até 1948, mais tarde, a partir de 1949, o moinho passou a pertencer à família Bocchi. A roda do moinho tinha 8,20m de diâmetro. Pessoas distantes até 50 km traziam o trigo e o milho para a moagem nesse moinho.

Máximo Ossani e Pelegrino Dal Piva instalaram uma ferraria. Fiorindo, filho de Bortolo Marini, juntamente com o primo Fioravante Marini e Faustino Pieta construiram uma ferraria e uma marcenaria próxima ao Mormaço. Até 1950, fabricavam carroças, arados, reboques, carrocerias para caminhões, móveis, cangas, armários e outras utilidades de madeira e ferro, para uso nas residências e na agricultura. Mais tarde receberam como sócios o primo “Fiorindeto” – Fiorindo Marini – filho de Luciano Marini e Idulino Dal Piva. Instalaram um dínamo gerador de energia para as diversas famílias da comunidade.

Fioravante Marini, alfaiate e agricultor, era proprietário de uma bodega e de uma loja de tecidos, na divisa com a Linha Café.

Fiorindo Marini (Fiorindeto) adquiriu a marcenaria de Pedro Tosetto, localizada na cidade, onde trabalhou até o ano de 2010.

Os filhos dos primeiros colonos estudavam ou na escolinha da praça da comunidade ou na escola de Celina Refosco, na vila. Zelinda Marini Picoli foi professora numa escolinha particular na serraria dos Dal Piva sendo substituída em 1952, por Maria Zandoná Baréa. Após isso, a escola funcionou no atual salão. Seguiram-se, depois, os professores: Irmã Ana Celeste (Catarina Zandoná), Irmã Teresinha, João Moretto, que lecionou para 36 alunos numa sala, estudando a Cartilha até a quarta série do antigo ensino primário. Os pais pagaram a escola nos primeiros anos, mas depois a Prefeitura de Lagoa Vermelha foi quem passou a administrá-la.

A capelinha foi construída em 1956, quando aí residiam vinte e 25 famílias. Os colonos doaram a madeira e, como a maioria, foi construída

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em mutirão. Frei Paulino indicou a padroeira Nossa Senhora Consoladora. Francisco Simioni, Emílio Marini, Faustino Dal Piva, Fidélis Dal Piva, Anselmo Bocalon, Dionísio Peterle, Antônio Zandoná e Luiz Zandoná foram os organizadores da capela. A madeira para a construção foi transportada por Danilo Dal Piva, em cima de uma carroça. Os casais Fiorindo e Alice Marini, Antônio e Angelita Zandoná foram os primeiros festeiros da capela. Todos pagavam o dízimo com milho, trigo, madeira e outros produtos.

A igreja de madeira construída em 1956 continua sendo usada pela comunidade até hoje. Constitui-se, juntamente com as igrejas de São Cristóvão, Santo Expedito e Santo Antão, um marco da colonização italiana em Ibiraiaras. Destaca-se nesta comunidade a Romaria a Nossa Senhora Consoladora realizada a mais de meio século, da qual participa toda a comunidade católica do município, no dia 08 de dezembro, feriado municipal, definido por decreto.

Na década de 1980, foi inaugurada uma capela em estilo moderno ao lado da igreja antiga, onde os devotos de toda a região fazem suas orações em qualquer dia do ano.

Hoje a comunidade conta com apenas 14 famílias.

Capela Nossa Senhora Consoladora atual

Capela Nossa Senhora Consoladora antiga

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COMUNIDADE SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA

Os colonizadores começaram a fixar-se na localidade por volta de 1940.

Entre os mais antigos encontram-se Antônio Volpato e o filho Júlio; Arcângelo Coronetti; Atílio Pessato; Francisco Querubin; Domingos Cherubin; Angelo Dal Ponte; Juliano Marchesi; Albino Costa; Bortolo Boito; Vitório Barreta; Avelino Barreta; Hilário Bortolon; Amélio Boito; Arlindo Mendes; Caetano Mendes; Horácio Masiero; Fernando Zanin; Julio Zanin, Leonel e Valdomiro Zanin; João Batista Seganfredo; família Prígolo; família Dalberto.

Próximo à residência de Domingos Querubin residiu João Martins Machado até 1949. Ele tinha uma cozinha de chão separada e, na casa, uma sala grande onde realizavam as festas ao som de violão e gaita, que se prolongavam até o amanhecer. João Martins Machado, em 1949, com cerca de 80 anos de idade, contava aos moradores que havia plantado um plátano, o qual ainda existe na residência de Domingos Querubin há mais de cem anos.

Várias serrarias foram construídas na localidade: serraria de Atílio Pessato e Armando Romanzini, serraria de José e Arlindo Bedin, no rio Guavirova e serraria de Abruzzi & Mendes. Muitos moradores trabalharam nas serrarias e na agricultura.

Atílio Pessatto instalou uma serraria para a qual vieram trabalhar os primeiros moradores. Por volta de 1940, construíram uma gruta perto da serraria. Atílio Pessato doou a imagem do Sagrado Coração de Maria e ali o primeiro culto foi realizado.

Em 1946, construíram uma igrejinha simples, de madeira, coberta de tabuinhas e, mais tarde, construíram um salão com apenas uma parte fechada, onde funcionava a bodega. Ali se reuniam para fazer roda de gaita e violão, tomavam brodo, do anoitecer até o amanhecer. Tempos depois, os donos das serrarias, incluindo o senhor Domingos Zamin, organizaram a construção da capela. Os carpinteiros foram Pedro Zolet e os filhos de Angelo Dal Ponte.

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Capela Sagrado Coração de Maria antiga

Lá pelo ano de 1947, lecionou na igreja durante dois anos a professora Angelina Boito. Firenze Refosco, outra professora, chegou depois. Então compraram uma casa de Angelo Dal Ponte, com recursos da comunidade dando-lhe o nome de “Escola Municipal Angelo Dal Ponte”. Logo depois, foi instalada a escola chamada “Brizoleta”.

Uma escola foi instalada em 13 de abril de 1961 e, mais tarde, ampliada. Em abril de 1977 foi denominada “Escola Municipal Zulmiro Zanin”, pois esse morador doou parte do terreno e ficou marcado como um grande incentivador da educação. Outras professoras também passaram por essa comunidade: Orlandina Capelezzo Querubin trabalhou durante 15 anos, numa sala com 50 alunos; Amélia Pimentel, Clélia Boito, Eni Boito, Angelina Boito e Santina Dalla Libera.

As principais atividades econômicas são a agricultura do fumo, do leite, do milho, brócolis, feijão, moranga, couve-flor e a criação de gado leiteiro.

Atualmente construíram um salão, onde ocorrem grandes festas. Dispõem também de um ginásio de esportes.

A comunidade, em 2010, era formada de aproximadamente 40 famílias.

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Capela Sagrado Coração de Maria atual

COMUNIDADE SÃO CRISTÓVÃO E ASSENTAMENTO DO JABOTICABAL

Até 1957, aproximadamente, a população de São Cristóvão participava das reuniões religiosas na Capela São Luiz, que ficava distante 2,5 km da igreja atual, ou em São João Bosco, onde atualmente existe apenas um capitel.

Aos domingos, muitas pessoas assistiam à missa na Igreja São José, para a qual iam a pé, em carroças ou a cavalo e, mais tarde, em caminhões.

Entre os antigos moradores do local citam-se: Luiz Antônio Ribeiro; José Telles Moreira e os filhos Juvenal Telles Moreira, Ramírio Telles Moreira e Ricardo Telles Moreira; Salustiano Telles Moreira (filho de Ricardo); Salustiano Ribeiro; Salvador Pereira Lopes; Guerino Gris; família de Antônio Maschio: Ulisses, Darci, Félix, Alcides, Lourdes e Otacílio; Elso Lanzarini; Anacleto Ápio; João Pilotti; Francisco Domingos Maschio; Venuto Piola; Laurindo Dezan; José Gris Sobrinho.

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Trabalharam na abertura da estrada que liga Ibiraiaras a Lagoa Vermelha, via São Cristóvão, o senhor João Maria Rodrigues Borges e Juvenal Batista, sob a coordenação do capataz José Luchese.

A comunidade se organizou em 1957, quando os moradores da localidade resolveram construir a sua igreja. Foram fundadores da nova comunidade: Antônio Maschio, Ulisses Maschio, Guerino Gris, José Gris Sobrinho, Armando Ápio, Brandinarte de Mattos, Antônio Simioni, Vitório Simioni, José Telles Moreira e os filhos Juvenal Telles Moreira e Ramírio Telles Moreira.

O padroeiro São Cristóvão foi escolhido por ter havido muitos motoristas de caminhão naquela localidade. Entre eles citam-se: Caetano Bolduri, que transportava produtos coloniais; José Gris Sobrinho, motorista por 36 anos que tabalhava tanto de empregado como autônomo, transportando madeira para Porto Alegre, Veranópolis e Passo Fundo, levando produtos alimentícios para as cooperativas da região e móveis para São Paulo.

Os fundadores, juntamente com frei Paulino, foram comprar a madeira para a construção da igreja na serraria dos irmãos Cainelli, na Vila Chaves. Os carpinteiros que construíram a igreja foram Angelo Sgarbossa, Domingos Oro, Amantino Vieira e Antônio Maschio. Tanto a igreja como a escola foram construídas pelos moradores, que adquiriram e doaram o terreno, bem como o material necessário. Ulisses Maschio e Juvenal Telles Moreira fizeram a doação do terreno. A igreja foi construída em estilo gótico, em madeira e é uma das obras arquitetônicas que constituem o acervo histórico dos colonizadores italianos no município.

Capela São Cristóvão antiga

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A essa nova comunidade uniram-se parte dos moradores de São João Bosco como Osório Antunes, Anastácio Pereira e Vitório Vigo e de São Luiz, os senhores Eugênio Mazzon, José Gris Sobrinho, Venuto Piola, Paulino Telles Lourenço e Edmundo Agostinho. Eram 35 famílias, aproximadamente.

A escola desta comunidade foi construída por ela própria ao lado da igreja, onde também eram realizadas festas e reuniões. Na única sala de aula que existia, estudavam 58 alunos, quando o professor Ulisses Maschio lecionava. Assim permaneceu, por cerca de seis anos, a partir do ano 1951. O primeiro professor foi Juvenal Telles Moreira. Outra, de quem se tem registro é a professora dona Lautéria Grandi Santini. A “Escola Frei Paulino” foi criada em 12 de março de 1962 e desativada em março de 1995.

Entre as atividades produtivas criavam porcos e cultivavam trigo, milho, feijão, arroz e batata doce.

Nessa localidade, os irmãos Cainelli instalaram a sua serraria, que foi transferida da Vila Chaves. Outra serraria foi construída por João Stella. Antônio Maschio e Henrique Koch instalaram uma olaria, que aproveitava a argila lá existente. O senhor Ulisses Maschio foi agricultor, professor, motorista e vereador no município de Lagoa Vermelha e, posteriormente, no município de Ibiraiaras.

Parte do assentamento do Jabuticabal faz parte dessa comunidade.

Capela São Cristóvão atual

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Assentamento do Jaboticabal

Após 1993, várias famílias da comunidade de Santa Catarina foram assentadas pelo Governo Federal, através do INCRA, na Fazenda Jabuticabal, localizada na divisa com Lagoa Vermelha. Atualmente, uma parte da população ali residente faz parte da Comunidade São Cristóvão e outra, pertence ao município de Lagoa Vermelha. Muitos têm terras no Jabuticabal, mas são residentes na cidade de Ibiraiaras. Algumas das imagens da igreja da comunidade de origem foram transferidas para um capitel, em São Cristóvão.

Eram moradores antigos no Jabuticabal: Armando Antônio Consenti, Jorge Vilas Boas, Juarez Barbosa, João Leopoldo Roeder, família Polica, que tinha bodega, Anastácio Barbosa dos Santos. Eles trabalhavam na Fazenda com pecuária e lavoura.

Anteriormente existia a Capela São João Bosco, localizada um pouco antes de se chegar ao Jabuticabal, a qual atualmente encontra-se desativada. Hoje, os moradores têm um salão de encontros dos sócios, onde colocaram a imagem de Nossa Senhora de Lourdes. É uma construção da época da Fazenda SIMAZA.

Entre os colonos assentados são citados: Raimundo Zauza, Júlio Cazanatto, Adão Soares Fiorentin, Leomar Borges Ribeiro, Vitor de Mattos, Sérgio Zolet, Délcio Zolet, Genoeva Vidi e o filho Adelino, Lourenço Zolet e Raimundo Pazin.

Esses colonos produzem milho, soja, feijão, moranga, hortigranjeiros, gado leiteiro e fazem reflorestamento.

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COMUNIDADE DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

A área inicial desta comunidade era maior, abrangendo outras que foram se desmembrando posteriormente, especialmente, a comunidade de Santa Rita. Entre os primeiros povoadores da comunidade do Divino Espírito Santo, conhecida como “Comunidade do Divino”, são citados: Domingos José Ferreira, c. c. Maria Francisca do Carmo; Antídio José Machado, que esteve na localidade desde 1910 com os filhos de seus dois casamentos: do primeiro, com Andrelina Ferreira: João Protásio Machado, c. c. Conceição Telles Machado; Domingos José Machado, c. c. Reduzina Mangoni; Maria Francisca Machado, c. c. Claro Lemos; Maria Clara Machado, c. c. Oliveira Batista de Almeida. Do segundo casamento, com Maria Alzira Gomes: Francisco Narciso Machado, c. c. Rosa Macari, José Pedro Machado, c. c. Zulmira Telles Machado; Jesovina Machado, c. c. Gibrail Cordeiro, João Batista Machado, c. c. Marilene Machado; Josefina Machado, c. c. Nelson de Oliveira.

E, ainda, Salvador Batista de Almeida; Antônio Pinto, que ajudou na construção da capela; Francisco Cesário Gomes, c. c. Angelina Dellavalle e os filhos Carlos Delavalle e Maria Alzira Gomes; Francisco Kramer de Azevedo, c. c. Idalina Kramer Nogueira; Dorvalina Kramer, c. c. Florenal Camargo; Alcides Ditadi; Juvenal Barbosa da Silva; Martinho Manuel do Carmo, c. c. Maria Rosa; Otaviano Manuel do Carmo; Luiz Manuel do Carmo; Dorvalina Rosa do Carmo; Malvina Rosa do Carmo, c. c. Laurindo Farias de Godói; João Telles do Carmo ( Jango); Alberto Pratas de Oliveira, professor; Algemiro Soares Borges - Vô Borges; João Caetano Vieira; Paulo Moreira Telles; José Alves, c. c. Ana Barbosa Alves, parteira da redondeza.

Na primeira metade do século XX, as lideranças da região se reuniam em Caseiros, distrito de Lagoa Vermelha, onde a liderança do senhor Antídio Machado, um agricultor e tropeiro que trabalhou como quarteirão por muitos anos se destacou. Desde 1904, (ou na primeira década de 1900), ainda antes de se fixar na atual Capela do Divino, Antídio Machado passava na futura sede em Ibiraiaras, levando porcos, a pé, para Nova Prata e Montenegro. Descansavam na quadra em frente à igreja, embaixo dos pinheiros que lá

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existiram por muito tempo, sendo os pinhões aproveitados como alimento para os suínos. O senhor Antídio ainda doou um terreno, ao lado da igreja atual, para instalar o cemitério inaugurado por ele mesmo.

Outro destaque que fazemos é com referência a Domingos José Ferreira, dono de grandes propriedades naquela área. Foi agricultor e criador. Por volta de 1925, vendia trigo em Passo Fundo, carregando dez sacos em dez mulas, os cargueiros. Ele possuía uma carroça puxada por um terno de quatro cavalos e uma mula. Naquela época poucas pessoas podiam ter uma carroça. Os que podiam carregavam produtos como charque, queijo, toucinho, rapadura, frutas, colocados em bruacas nos cargueiros para vender nas cidades próximas daqui.

Algumas famílias dos primeiros povoadores sofreram muito durante a Revolução de 1923. Os chimangos e maragatos chegavam procurando os homens, que se escondiam no mato ou nas casas.

Eles pediram a proteção ao Divino Espírito Santo para que não houvesse mortes, fazendo a promessa de construir a capela em seu louvor. Inicialmente, o senhor Antídio começou a realizar as orações numa sala de sua residência com toda a vizinhança; construíram um altar simples com uma prateleira de duas tábuas onde colocaram a imagem do “Pai Eterno” em papelão e um quadro de Santo Antônio; chamavam a este altar de “A Cantoneira”. As primeiras missas foram rezadas por frei Aleixo em sua casa. Mais tarde, viriam a construir a capela.

A organização comunitária do local data de 1935. Os padres visitavam a capela, inicialmente a cavalo, e mais tarde, com jipe. Antes da construção da capela, realizavam as festas com procissão no morro que existe em frente à igreja atual. Instalaram uma bodega com mercadinho, bar e copa, sem cobertura, com balcão de madeira, embaixo de ameixeiras. A churrasqueira, chamada “moqueio”1, ficava próxima, mas essa era coberta com tabuinhas.

1 “moqueio”- do português “moaquém”

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Os fundadores da capela foram: Antídio José Machado e seu sogro Domingos José Ferreira, José Alves da Silva, Antônio Moreira Pinto, Antônio Chaves da Silva, Francisco Cesário Gomes, Salvador Batista de Almeida, Luiz Manuel do Carmo, Gervásio Barros e Algemiro Soares Borges.

A primeira diretoria da comunidade foi constituída por Antídio Machado – diretor; Salvador Batista de Almeida – auxiliar; José Alves - tesoureiro.

Antídio Machado e os filhos Protásio e Pedro organizaram-se para a construção da capela, a partir de 1941, na época do pároco frei Aleixo. Foi uma construção grande, mas que voltou a ser reconstruída mais tarde, diminuindo o seu tamanho por motivos de segurança. Em 1954, na primeira capela, a entrevistada Jesovina Machado fez sua Primeira Comunhão. A imagem do Divino e seu estandarte foram transferidos da residência de Antídio Machado para a igreja. O estandarte de cor vermelha apresentava uma pombinha branca e uma cruz na parte superior da haste. Balduino Cainelli foi quem doou a imagem do Divino, feita em gesso, de forma circular, com a imagem de uma pombinha ao centro, bem como a imagem de Santo Antônio, também de gesso. Depois a comunidade acabou adquirindo outra de Nossa Senhora de Fátima.

Na igreja funcionaram a escola e a catequese. Após a construção da capela, construíram um pequeno salão para as festas e, mais tarde, uma casinha para sediar a escola, que teve a denominação de “Escola Dom Vital”. Essa escola teve início em setembro de 1945 e foi desativada em março de 1996.

Havia também outra escola na Cabeceira do Rio Forquilha (encontro dos arroios Butiá e Araçá), a Escola Municipal Castro Alves, a qual iniciou em março de 1961 e foi desativada em julho de 2002.

Entre os professores dessa região citam-se: Dorvalina Kramer de Camargo, de 1982 a 2000, professora por mais de 20 anos, portanto, que, em 1977, substituiu Lenir Puerari na escola da Linha Chaves; professor João dos Passos, Teresinha Correa, Francisca Farias, João Roil Kramer, Dorvalina Kramer, José Cirino dos Passos e Antônio Evangelista.

A população da Linha Chaves participava das festas e cerimônias religiosas

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junto à Comunidade do Divino, desde quando ainda era na residência de Antídio Machado. As senhoras Maria América de Oliveira e dona Reduzina Mangoni dirigiam as orações.

Capela Divino Espírito Santo atual

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COMUNIDADE DE SANTO EXPEDITO

As terras dessa comunidade faziam parte da Fazenda Patos e Marrecos. Eram de propriedade da família de Teodoro Telles de Souza. Entre outros proprietários dos pinhais estavam Hermógenes Hentz de Souza, (vendeu terras para a Paróquia); Elisiário Julio Ribeiro (vendeu as terras para Julio Rodrigues da Fonseca).

Em 1948 já havia um relativo número de habitantes no local. Entre os moradores mais antigos são citados: Julio Rodrigues da Fonseca, na primeira década de 1900, e os filhos: Izauro, Ernesto e Osvaldo Rodrigues da Fonseca; Elisiário Vargas; Juvelino Nunes de Souza; Julio Moreira; Hermógenes Hentz de Souza; Francisco Barreto; Anastácio Sutil do Rosário; Juvelino Sutil do Rosário; Chico Vargas (Francisco Pinto Ribeiro); Valdemar Ribeiro; Os Galvão; João Ignácio da Silva; Luiz Inácio da Silva ; Elisiário Julio Ribeiro; Fredolino Ribeiro; Severino Alves Pereira; Boaventura do Sacramento; Apolinária do Sacramento; Eraldo Dalla Giacomassa ; Severiano Freitas Vieira, (depois na Fazenda Telles, N. Sr.ª da Salete) e o filho Teodoro de Freitas Vieira (*1913); Tiago Paim de Oliveira, c. c. Graciolina Lisboa e os filhos Elisiário Paim Lisboa, Crispina Paim Lisboa, João Paim Lisboa, Antônio Paim Lisboa; João Borges Cunha ( Jango), capataz na Fazenda Patos e Marrecos; Edi Ribeiro Paim; Juca Telles; Doca Telles; Lucio Telles; Leandro Telles, antes na Aparecida; Joaquim Ambrósio; Roque Guilardi; José Darós e filho Alcides Darós; Levino Ribeiro da Silva; Antenor Ribeiro da Silva; Adolfo Chiarentin (em 1949), depois na Aparecida e Santa Clara; Danilo Chierentin e Levino Chierentin, após em Santa Clara; Vicente Dalla Giacomassa e os filhos Santo Dalla Giacomassa e Lino Dalla Giacomassa; José Chiarentin, em 1942, c.c. Lourdes Dalla Giacomassa; Alceu Ribeiro, após em Santa Clara; Oscar Fingher; Maximiliano Dal Pupo, depois na Aparecida; Antônio Presotto; Alexandre Balena; Palmiro Menin; Joaquim Menin; Olímpio Chiarentin, depois em Santa Clara; Levino Ribeiro; Ivo Chiarentin; Valdir Menin e Ivanir Menin, depois em Santa Clara; Alvício Hoffmann; Levino Chiarentin; Lino Lenzi; Avelino Lenzi. Desses moradores vários foram peões na Fazenda Patos e Marrecos.

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Capela Santo Expedito antiga

A escola era particular, por isso o material e o professor eram pagos pelos pais. Os primeiros professores foram Luiz Correia da Silva e Adalberto de Oliveira. A “Escola Felício dos Santos” teve seu início em abril de 1946, foi municipalizada e desativada em março de 1994.

A segunda e atual capela é hoje uma das quatro igrejas no interior do município que mantém as características tradicionais de construção dos primeiros colonizadores.

A capela foi construída junto ao armazém de Lino Lenzi, em 1947, tendo como pároco frei Aleixo. A capela também serviu como escola.

Foram organizadores da capela: Joaquim Ambrósio, Tiago Paim de Oliveira, Avelino Lenzi, Palmiro Menin, Chico Vargas, Alexandre Balena, Teodoro de Freitas Vieira, Julio Moreira, Teodoro de Freitas Vieira, Antônio Presotto, Vicente Dalla Giacomassa (antes na Aparecida, mudou-se nos anos 60). A imagem do padroeiro Santo Expedito foi transportada em procissão, da casa de José Dalla Giacomassa até a capela.

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Capela Santo Expedito atual

Na comunidade, foram instaladas duas serrarias, uma de Avelino Lenzi e outra de Henrique Bragagnollo.

A maioria dos habitantes trabalhava nas serrarias e na agricultura e cultivava trigo, milho, feijão, arroz. Lino Lenzi tinha um armazém e um moinho que depois foi adquirido por Alcides Darós e em seguida passou a ser de Joaquin Menin. Era um moinho de milho com descascador de arroz.

Palmiro Menin plantava milho na terra da Mitra em Santo Expedito, dividindo a produção com a paróquia. Em 2010, a comunidade era constituída por 27 famílias.

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COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Foram primeiros moradores: Joaquim Nunes da Silva, c. c. Rosa Hoffman, que cuidava das 40 colônias do sogro Hoffman e vendia as terras para os novos habitantes; João Pivoto, 1937; Carlos Gioto; Angelo Galvan; Angelo Pivoto; Alberto José Galvan; Florêncio Bonotto; Acedir Pivoto; Francisco de Santi; Francisco João Galvan; José Botim; Angelo Cunico; Atílio Cunico; Armelindo Cunico; José Comim; Tranqüilo de Santi; Merquides; Valdomiro Strapazzon; Arlindo Pivoto; Isidoro Galvan. Muitos eram oriundos de Nova Bassano e Paraí.

Antes de organizar a própria comunidade, a população local participava das atividades como sócios das capelas de Santa Cruz, Santo Anjo da Guarda e São Sebastião. O padre do Paraí celebrava a missa na comunidade e passava a noite na residência de João Pivoto.

Um dos idealizadores da construção da capela foi Berto José Galvan, que foi residir na localidade em 1949, vindo do Paraí. A capela foi construída em 1950. A primeira diretoria foi constituída pelos seguintes fabriqueiros: 1º administrador: João Pivoto; 2º administrador: Atílio Cunico; 3º tesoureiro: Berto Galvan, que era também catequista.

Capela Nossa Senhora de Fátima antiga

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Alberto Galvan doou um pinheiro para a construção da capela, junto com Alexandre Canci. João Pivoto doou o terreno. As tábuas para a construção foram serradas na comunidade de Coração de Maria e levadas em carretas até o local. As despesas com a construção iam sendo pagas com o dinheiro, fruto das festas realizadas na comunidade.

Nos primeiros tempos de sua formação, a localidade fazia parte do distrito de Ibiraiaras e da Paróquia São José. A primeira festa na comunidade foi na residência de João Pivoto. Frei Paulino, que estava na festa, indicou o local atual para localizarem a capela e escolheu a padroeira Nossa Senhora de Fátima. Inicialmente, tinham apenas um quadro representando-a, mas numa das missões, os missionários, vindos de Nova Prata a cavalo, chegaram à capela, onde moravam algumas pessoas, e deixaram a imagem da santa.

Em seguida construíram a escola, junto à capela. Depois a mudaram para outro terreno, doado por José Hoffman. Mais tarde, construíram também o salão, inicialmente só com a cobertura, tendo sido fechadas as paredes posteriormente.

Até essa época, as crianças estudavam nas escolas das comunidades vizinhas. As primeiras professoras na comunidade foram Lautéria Grandi, de São Rafael, que lecionou por quatro anos, desde 1953; Maria Nigri de Oliveira Ramos e Sueli de Ramos. Berto Galvan foi presidente da escola por 15 anos. A “Escola Alves da Veiga” teve suas atividades iniciadas em abril de 1951, sendo desativada em agosto de 2003.

A comunidade ou capela foi desmembrada da Paróquia São José de Ibiraiaras e anexada à Paróquia de São Jorge. A igreja atual foi construída no ano de 2000.

A principal atividade econômica desenvolvida foi a agricultura e continua sendo até hoje, juntamente com a pecuária leiteira. Na comunidade, em 2010, havia 18 famílias.

Em setembro de 2015, a Comunidade Nossa Senhora de Fátima passou a pertencer ao município de São Jorge. Essa era uma antiga reivindicação que os moradores faziam junto ao Estado. Um dos motivos dessa mudança deveu-

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se à distância entre a comunidade Fátima e os dois municípios. Ibiraiaras está a 22 quilômetros da comunidade, enquanto São Jorge encontra-se a cinco quilômetros apenas. Os moradores da comunidade, em sua grande maioria, há muito tempo já possuíam seus títulos eleitorais no município de São Jorge e, desde sempre, vêm realizando ali seus serviços de bancos, de cooperativas, de comércio e outros, devido à distância e à viabilidade.

Capela Nossa Senhora de Fátima atual

COMUNIDADE DE SÃO FRANCISCO

A Comunidade São Francisco formou-se a partir do desmembramento da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes. Foi constituída em 1987 e o padroeiro foi indicado por frei Ronaldo.

Os sócios que organizaram a formação da nova comunidade foram Arduino Lazarotto, Argentino Cazanatto Ribeiro, Dorvalino Lazarotto, Dezir Cazanatto, Nilso Lazzarotto. Outros também participaram como Odir

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Capela São Francisco atual

Lazzarotto, Sadi Dallagnol, Celso Cazanatto, Antônio Dallagnol, Névio Comparin, José Santana de Paula, Mercide Cazanatto, Liduino Cazanatto, Fioravante Cazanatto. Eram no total 18 familias.

Primeiro construíram o salão e logo depois, a capela. Em 1988, inauguraram a capela com uma procissão na qual a comunidade de Santa Clara entregou a imagem de São Francisco enquanto a comunidade de S. Francisco, também em procissão, entregou a imagem de Santa Clara naquela comunidade. Essas duas comunidades foram criadas na mesma época.

Em 2010, faziam parte da comunidade 11 famílias. Desenvolvem a agricultura e criam gado leiteiro.

Os antigos moradores, na época em que a localidade pertencia à Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, trabalhavam também nas serrarias, pois havia na área da atual São Francisco uma serraria de propriedade de Sebastião Darós.

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COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES

O povoado de Nossa Senhora de Lourdes, conhecido por Linha Café, foi um dos mais populosos entre os que se formaram no início da colonização italiana.

Os primeiros povoadores desta área foram posseiros e alguns proprietários que já a habitavam quando chegaram os italianos, em 1920. Grande parte das terras dessa região pertencia a João Garibaldino Rolim.

Entre as primeiras famílias de luso-brasileiros e caboclos encontramos Leopoldino Antônio Ferraz, c.c. Felisberta Telles dos Santos, (antes de 1910) e os filhos Assis Antônio Ferraz, c.c. Oliva Cechin, professores em sua residência, antes de Ângelo Refosco, Adão Antônio Ferraz, c. c. Ester Vitalina Ribeiro, que ainda reside na comunidade, Heitor Antônio Ferraz, Oscar Antônio Ferraz, Siciliano Ferraz, Amália Ferraz, Afonsina Ferraz, Petronilda Ferraz e Julieta Ferraz.

Na chegada, aqueles colonos passaram pelo local onde seria a futura vila de Ibiraiaras, que era tomada por um taquaral que ia até a “Linha Café”. Andaram por um caminho trilhado pelos animais. Leopoldino ajudava os primeiros colonos com alguns alimentos como banha e milho e emprestava as vacas para tirarem o leite. Seu Adão diz que os caboclos admiravam-se ao ver os italianos fazerem a polenta.

Geralmente, os primeiros batizados e casamentos eram realizados na capela Santo Antônio de David Canabarro. Numa ocasião, os padres vieram de Vacaria para batizar 12 pessoas, inclusive adultos, na residência de Leopoldino Ferraz.

Eram membros da família Ribeiro: José Ribeiro, c. c. Ercília, uma indígena do Toldo Monte Caseros; Paulo João Ribeiro, filho de Ercília. Os filhos de Paulo João Ribeiro: Elsa Ribeiro D’Agnese, Ester D’Agnese Ribeiro, Romilda D’Agnese Ribeiro, Edil, Gomercindo, Linda, Catarina, Odone, Crescêncio, Líbia, Gema. Outros membros da família: Florêncio João Ribeiro; Joviliano

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Elia Ribeiro.

Da família da Silva Moreira, conhecida como os “Gordo”: Antônio da Silva Moreira; Domingos da Silva Moreira, conhecido por “capitão Domingos Gordo”, que arrendou terras do Cel. Maximiliano de Almeida e depois passou a arrendar para outros, como por exemplo, para Antônio Estevão; João da Silva Moreira; Joaquim, Isaltino e Fredolino da Silva Moreira; Eleutério da Silva Moreira; José da Silva Eleutério; Luis da Silva Eleutério, sobrinho de Domingos Gordo.

Ainda residiam na localidade ou arredores: Ventura Cordeiro; José Ferreira (Bepi); Antônio Cabral; Manuel Café; Olímpio José Rodrigues; Valentim Ribeiro, que possuia uma raia de corridas de cavalos; Pimentel, um curandeiro; Chico Varela; Pedro Santana de Paula.

Desenvolviam atividades de subsistência como o cultivo de milho e a criação de suínos.

A partir de 1920, chegaram os primeiros colonizadores de origem italiana. Entre os quais, citam-se: Ângelo Bedin e os filhos João Santo Bedin, Natal Bedin, Modesto Bedin, José Bedin Sobrinho, Antônio Bedin, Vitório Bedin, João Bedin, Armindo Bedin, Teresa Bedin Zanchet, Ângela Bedin Benincá, Maria Bedin Darós; João Cazanatto (1921) com os filhos Julio Cazanatto e Liduino Cazanatto; Santo Catapan (1923, aproximadamente) e os filhos Ulino e Admírio Catapan; João Luchese (1923, aproximadamente); Sebastião Darós, que teve bodega; José Sgarbossa; Rafael Peterle; Pierina Bedin Poletto e os filhos Henrique e Catarina Poletto Oro; Vicente Dal Bem; Ângelo Zanchet e seu filho Albino Zanchet (*1922); Ulino Zanchet; Arlindo Zancan; José Zancan; Ângelo Benincá (1923, aproximadamente) e seu pai Marco Benincá; João Fabris (1925), tropeiro, e os filhos Ângelo e Inocente Ernesto Fabris; João Garbin (1928); Leone Garbin (1930); Alberto Vuelma; João Cinelli; José Cinelli; Jacinto Bruscatto(*1923); Luiz Bruscatto; Adolfo Bruscatto (depois São Pedro); Antônio Bragagnollo (1931); Emílio Deitós; João Biotto; André Biotto e os filhos: Carlos Biotto (depois em São Pedro), Pedro Biotto, Félix Biotto; Ferdinando Dall’Agnoll (avô); Herminio Cecchin; Argentino Perinotto; Arvelino Perinotto; Modesto Biotto; Fiorentino Biotto; Hermínio Lazzarotto; Severino Lazzarotto; Ernesto Lazzarotto; Natal Modanese;

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Antônio Dallagnol; Luiz Dallagnol.

Em geral, os “italianos” chegavam até as terras que haviam comprado, trazendo uma ou outra moeda (patacão), um par de chinelos e a roupa do corpo, alguns alimentos para os primeiros dias, ferramentas para construir o primeiro abrigo ou casa: machado e serrote; enxada para iniciar pequenas lavouras de subsistência. O primeiro abrigo, em muitos casos, foi improvisado com barracas de lona, e em seguida construíam casas de tábuas lascadas.

João Cazanatto foi comprando pequenos pedaços de terra de Domingos da Silva Moreira e de Felipão, atingindo a quantia de quatro colônias. Santo Catapan foi um dos colonos que se escondeu no mato para não se juntar às tropas de Domingos Gordo, mas a tropa levou uma mula de sua propriedade.

Esta comunidade ficou conhecida como “Linha Café”. Os motivos variam conforme diferentes depoimentos dados por entrevistados. Entre os motivos citamos:

- lá havia um morador chamado “Café” - Manuel Café;

- quando Maximiliano de Almeida media as terras naquela área, escreveu numa árvore, junto ao acampamento, a palavra “Café” (depoimento de João Stella em 1995);

- João Luchese tinha lá um bodegão (boliche) onde o pessoal da vila costumava ir tomar café: “Vamos tomar café lá no Luchese, lá na Linha Café”. (depoimento de Constante Fabris)

A organização da capela

Os povoadores de origem italiana reuniam-se para fazer o culto, junto à comunidade de São Pedro, onde, desde 1930, já organizavam as atividades religiosas, com a participação do padre Félix, do Paraí. Por volta de 1935, foi construído um capitel de tábuas, coberto com tabuinhas, para reuniões de oração das famílias. Dona Margarida Catapan doou a imagem de Nossa Senhora de Lourdes e João Luchese doou o terreno para a construção do capitel. Em 1935, dona Maria Deitós foi madrinha de um batizado realizado no capitel. Dona Jaci Catapan Perinotto foi batizada por frei Aleixo, naquele

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capitel, em 1938. Um pequeno salão também foi construído para fazerem as festas, mas as senhoras, como dona Ângela Bedin Benincá, tinham que preparar os alimentos em casa e levar prontos no dia, devido à falta de estrutura do local.

A primeira capela, construída em madeira, em 1941, teve como organizadores as seguintes famílias: Santo Catapan, João Luchese, Ângelo Bedin, Ângelo Zanchet, Vicente Dal Bem, José Sgarbossa, Marco Dal Bem, Ângelo Benincá e seus filhos. Os colonos doavam o terreno para a construção da capela, da escola e, se possível, do salão. Todos ajudavam com madeira, dinheiro e serviços de carpintaria. Os padres, vindos de Lagoa Vermelha, rezavam a missa na capela, viajando a cavalo e pousavam na casa de Santo Catapan para depois seguir viagem de volta.

A atividade econômica principal sempre foi a agricultura. Um grupo de agricultores decidiu comprar uma “trilhadeira canuda” com turbina, com a qual trilharam o trigo em toda a região. A primeira usina foi construída por Angelo Zanchet e a segunda, por Alberto Vuelma.

Capela Nossa Senhora de Lourdes antigaCapela Nossa Senhora

de Lourdes atual

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Educação

Antes de 1933, não havia escola na comunidade. Maria Deitós, como outros, ia à aula em São Pedro. Por volta de 1933, o professor Ângelo Refosco passou a lecionar nessa comunidade, mas em seguida foi lecionar em São Pedro, sendo substituído por sua filha Avelina Refosco, em N. Sr.ª de Lourdes, isso no ano de 1935, aproximadamente. A professora Mercedes Zandoná lecionou na comunidade entre os anos de1940 e 1950.

A escola foi organizada pelos colonos, os quais pagavam os professores. Quando Ângelo refosco iniciou as aulas na Linha Café, os colonos lhes pagaram a capa, o vestuário, as botas e o chapéu. Argentino Perinotto encilhava o cavalo do professor para que pudesse voltar, após as aulas.

Foi constituída uma Comissão de Avaliação que deveria decidir sobre a aprovação dos alunos na escola. Essa Comissão era formada por Santo Catapan, o representante do delegado, pelo professor Ângelo Refosco, professora Celina Leduc Refosco, Glória Sbróglio, Hermínia Zardo e professora Mercedes Zandoná.

Na comunidade existiu a “Escola Heduwirges Refosco”, cujo início foi em 09 de abril de 1962, com estudos validados a contar de 1972. Outra escola denominada “Antônio João”, com início em 07 de maio de 1971, passou a ser denominada “Escola Municipal Ulino Antônio Catapan”, a partir de 1986 e foi desativada em março de 1999.

Em 2010, viviam na comunidade 36 famílias. Lembrando que parte da antiga comunidade foi desmembrada para formar a comunidade de São Francisco, em 1988.

Atualmente, na estrutura da antiga escola, funciona uma agroindústria de mel, administrada pela Associação de Apicultores do Município e da Região, denominada Casa do Mel.

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COMUNIDADE DE SANTA LÚCIA

Entre os moradores de Santa Lúcia citam-se: Antônio Sgarbossa; Valentim Ribeiro; Tranqüilo Begnini; Hugolino Giácomo Vivan (1948); Macedônio Peron e filho Valdir Peron (1935); família Crestani; Luiz Mariano Pimentel, agregado na Fazenda Patos e Marrecos e seus filhos Almerindo, Mario, Maria Cândida (Candoca) e José Pimentel; Albino Barreta; Germano Vígolo; Vitório Bruscatto; Augusto Cechin; Valentin Cechin; Jandir Cechin; Orlando Vigo; Osíris Peron; Henrique Guadagnin (1954); Alcides Fossatti (1955); Dionísio Prescendo (1955); Valderio Darós; Vitorino Dallagnol; Abílio Franceschetti.

Os irmãos Angelo e Paulo Salton (de Bento Gonçalves) compraram quatro colônias de terra, em 1934, da “Fazenda Patos e Marrecos” do senhor Teodoro Telles. Instalaram uma serraria que começou a funcionar em abril de 1939, com a gerência de Valdir Peron. Trabalharam com madeira até o ano de 1963.

Em 1941, a família de Carlos Alberto Guerra instalou a serraria “Araucária” na atual Vila Guerra, hoje “Pandolfo”, próxima à capela.

Nos primeiros anos, os moradores do local participavam das cerimônias religiosas na capela de São Pedro, realizadas pelo padre Félix, do Paraí.

A primeira sala de aula funcionou na residência de Macedônio Peron, onde lecionou o senhor Angelo Refosco. Os professores, inicialmente, eram pagos pelos pais dos alunos, depois pela Prefeitura de Lagoa Vermelha. A “Escola Fazenda Velha”, cujo início aconteceu em 11 de setembro de 1945, teve a denominação alterada para “Escola Macedônio Perón” e foi desativada em abril de 1993.

Em 1955, parte dos pinheiros já havia sido serrada. Ângelo e Lúcia Salton, residentes em Bento Gonçalves, doaram o terreno onde hoje se encontra a capela, para a construção da escola e da primeira igrejinha, em honra a Santa Lúcia.

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Construíram uma escolinha em frente a atual capela e, entre as professoras que lá lecionaram estão Angelina Dal Bem e, a partir de 1956, a senhora Irene Prescendo.

Em 1957, organizaram-se para construir a primeira capela. A mesma foi construída em anexo à escola, de forma arredondada e coberta de tabuinhas.

Os principais organizadores do local foram Antônio Sgarbossa, Tranqüilo Begnini, Italvino Crestani, Valentim Ribeiro, Valdir Peron, Casemiro Polesello, Ildo Crestani, Abílio Franceschetti; ainda, Henrique Guadagnin, Alcides Fossatti, Dionísio Prescendo, Albino Barreta, Hugolino G. Vivan, Augusto, Valentim e Jandir Cechin.

O culto dominical e as aulas aconteciam nessa capela. Para a realização das festas da comunidade, construíam barracas cobertas com taquaras.

Capela Santa Lúcia antiga

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Capela Santa Lúcia atual

Elvira Peron doou a imagem da padroeira, Santa Lúcia, devido a uma promessa que fez para a cura de um filho que machucou os olhos.

Mais tarde construíram uma segunda capela de madeira e foram aumentando, aos poucos, em mutirão. Esta serviu por algum tempo como salão e escola. Mais tarde, construíram um salão de madeira, onde está localizada a capela atualmente.

No final do ano escolar, durante os exames, a comunidade fazia um almoço, geralmente com galeto assado, para servir à equipe de examinadores. Quando foi construída a escola “Brizoleta”, aproximadamente em 1960, para lá foram transferidas as aulas e dona Irene Prescendo passou a lecionar. A capela continuou junto ao salão. Mais tarde, construíram um novo salão e uma nova capela.

Na produção agrícola destacou-se o cultivo do milho e do trigo.

A comunidade era constituída, em 2010, por 28 famílias.

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COMUNIDADE DE SÃO LUIZ

Entre os primeiros proprietários e residentes nas terras dessa área citam-se Hermógenes Hentz de Souza, Adolfo Mendes, Joselino Mendes da Silva, Gustavo Mendes, Marcial Mendes, Trajano Mendes, Antônio Mendes, Maria Mendes, c.c. Roque Guilardi.

Um dos primeiros moradores, Firmino Borges Ribeiro, avô de João Maria Borges Ribeiro, nascido em 1910, doou o terreno para a construção da primeira capela (nos Ápio); Pedro Ribeiro, que lutou na Revolução de 1923, usando lenço vermelho dos maragatos; João Maria Rodrigues Ribeiro, nascido na Capela São Luiz, em 1910, que trabalhava nas estradas, inclusive na que liga São Cristóvão e Ibiraiaras a Lagoa Vermelha. Junto com seu colega Juvenal Batista, arrancava as árvores para abrir a estrada. O capataz era José Luchese, de Ibiraiaras.

Outros residentes na comunidade foram José do Sacramento; Pedro Cabral; Dominguinhos Abé; Sebastião Mendes de Souza; Laureano Moreira; Paulo Telles Moreira; Elvira Telles Moreira; Ricardo Moreira; Teodoro Freitas Vieira; Sertório Inácio da Silva, (depois em São Cristóvão) e Joaquim Inácio da Silva (os “Galvão”); Maturélio Ramos; Podalírio Lourenço; Serafim Bozza, gerente da Serraria Vinícola; Octacílio Gris; Angelo Sangali, c.c. Oliva Ápio (1945); Adolfinho Bernardi (1958); Claudino Ramos; Galdino Ramos; José Segala; Chico Elia; João Pilotti; Salvador Vancetto; Andréa Benjamim Benedetti e o filho Fiorelo, com serraria localizada após o rio Faxinal (antes em Santa Teresinha); Armando Ápio, depois em São Cristóvão; Lirio Deitós; Juvelino Gris; Nadir Antônio Dal Olmo; João Spada; Casemiro Spada; Firmino Spada.

Fiorelo Benedetti tinha serraria e moinho de pedra nessa localidade, que era chamada “Serraria Vinícola” porque o dono da serraria era de Bento Gonçalves.

Uma capelinha foi construída na terra de André Benjamim Benedetti, mais próxima a São Cristóvão porque ainda não haviam organizado a sua

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comunidade. Era uma pequena casa de costaneira, fechada e coberta, onde colocaram a imagem de São Luiz, por volta de 1942. Mais tarde, uma parte das famílias dessa primeira área passou a participar em São Cristóvão. Fiorelo Benedetti ficou cuidando da capela construída por seu pai, quando muitos moradores saíram. Luiz Ápio doou a imagem de São Luiz para a capela. Joaquim João Inácio da Silva doou o terreno para construir a nova capela de madeira. Uma nova foi construída por Guerino Gris, João Pilotti, Lúcia Telles Lourenço, c. c. Ricardo Moreira; José do Sacramento (Maneco); Elvira Telles Moreira; Paulo Telles Moreira, sendo estes, dos primeiros moradores. A capela foi deslocada para o lugar onde se encontra atualmente, por volta de 1959; capela, escola e salão estavam localizados no mesmo prédio de madeira. Um prédio de madeira com escola no térreo, salão e capela na parte superior foi construído com participação da Prefeitura, nos anos 70.

Ulisses Máschio, em 1952, lecionava em São Luiz, para onde ia a cavalo. Havia, aproximadamente, 60 alunos, todos em um só turno. Outro professor foi Joselino Mendes da Silva.

Conforme decretos municipais, a Escola ”São Luiz” teve início em 13 de abril de 1965, foi municipalizada em 1981 com validação dos estudos a partir de 1972 e teve autorização para o funcionamento de 6ª série em 1983, da 7ª série em 1991 e da 8ª série em 1992, quando então passou a designar-se “Escola Municipal de Ensino Fundamental Octacílio Gris”. Continua em atividade e conta hoje com o Ensino Fundamental completo. “Otacílio Gris” foi fundador da escola e da capela. Natacílio Gris foi quem doou o terreno para a construção da capela e do salão existentes atualmente.

Capela São Luiz antiga

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Na localidade existiu a escola “Vinícola”, a qual teve seu início em 04 de março de 1945, foi municipalizada e suspendeu as atividades em 10 de novembro de 1972.

Aos domingos, iam assistir à missa na Igreja São José, na sede, deslocando-se a pé ou a cavalo e, por volta de 1948, num caminhão da Firma Piva.

Em 1958, aproximadamente, a imagem estava na Capela São João Bosco. Por sugestão do pároco, quando construíram sua capela e escola, transladaram a imagem do padroeiro São Luiz. A capela ou comunidade existe desde 1964, quando havia 15 famílias.

Nessa época, já havia a linha de ônibus e a utilização de caminhões para Lagoa Vermelha e sede, na vila.

A comunidade construiu uma nova capela e o salão de alvenaria. Um tempo depois, a prefeitura doou o salão para a Mitra Diocesana e, mais tarde,

construiu-se a escola atual, o salão de alvenaria, o ginásio de esportes e uma nova capela ainda.

As atividades principais eram o trabalho nas serrarias e a agricultura, com o cultivo de milho e trigo.

Em 2010, viviam na comunidade 45 famílias.

Capela São Luiz atual

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COMUNIDADE DE SÃO PEDRO

A partir de 1920 chegaram nessa localidade as famílias de Adelino Ferro (1921); Romano Cechin (1924); os irmãos Giácomo, Arsênio e João Darós: Giácomo ( Jacob) Darós (1924), Arsênio Darós com os filhos Francisco, Firmino e Valdir Darós; mais João Darós (1924, pai do Sebastião Darós, que foi para N. Sr.ª de Lourdes); Carlos Mignoni e o filho Luiz Mignoni (1929); José Cechin (1924); João Grandi (1929) e os filhos Angelo, Luiz, Antônio e Laurindo Grandi; José Barbieri; Pedro Vivan (1927) e os filhos Hugolino Giácomo Vivan (depois Santa Lúcia), Recieri Vivan e Jandiro Vivan; Pedro Dalla Libera (1928) e filhos; Teodoro Dalla Libera; Pedro Puerari (1925, aproximadamente) e os filhos: Antônio Puerari (Sobrinho), Angelo Puerari e Natal Puerari ; Angelo Bussoloto; Julio Pazin e o filho Antônio Pazin (1938); Carlos Biotto e Valdomiro Biotto; Jacinto Puerari.

Outros moradores da Capela São Pedro: José Bedin Sobrinho (Bepeti, em 1958, vindo de N. Sr.ª de Lourdes) que tinha uma “bodega” junto à sua residência; Eugênio Dal Bem; Carlos Guerra e Ângelo Bussolotto.

O primeiro a chegar foi Adelino Ferro. Sua filha Genoefa Darós, nasceu em 19 de abril de 1921, num local próximo à igreja. A sua casa era de chão batido, sem forro. À noite puxavam a escada e ficavam em cima de tábuas vendo o “tigre” que vinha comer na panela da polenta. Usavam o “fogolaro”. O pai, Adelino Ferro, trabalhou na serraria dos Peruzzo durante seis anos e ia para casa uma vez por mês. O irmão de sete anos foi buscar a parteira em São Sebastião para fazer o parto de Genoefa.

No local, tudo era coberto de mato. Os primeiros moradores tiveram que fazer uma trilha para chegar. Na chegada iam marcando com um pau. Isso teria sido uma das versões porque a comunidade recebeu o apelido de São Pedro do Pau Fincado, para não confundir com São Pedro do Guabiju. Vinham com o sonho de encontrar terra fértil, com vontade de trabalhar e manter a família. Encontraram um terreno com água e sem mato, onde os índios ficavam e aí construíram as casas. Usavam somente ferramentas manuais, como machado e foice. O pinhal era da família Guerra.

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A família de Antônio Pazin chegou a essa capela em 1938. O seu pai comprou a terra em 1924.

Pedro Dalla Libera levou sua família para São Pedro em 1928, onde antes moraram os filhos mais velhos: Reinaldo, Alfonso, Graciano, Olga e Delma. Ficaram algum tempo em barracas e na casa dos vizinhos. Com uma carroça, Pedro levava os produtos coloniais, como suínos e trigo, para as cidades de Fagundes Varela, Nova Bassano e na sede de Ibiraiaras. Levava os produtos e, aos poucos, ia trazendo a mudança e mantimentos. Para construir a primeira casa, compraram a madeira na serraria de Guerino Peruzzo. Instalaram uma serraria com roda d’água no rio Três Barras. Mais tarde a venderam e instalaram um moinho colonial para trigo, milho e arroz.

Jacob Darós e Luiz Mignoni vieram do Estado de São Paulo onde trabalharam nas plantações de café.

Elídio Barbieri teve olaria em São Pedro e trabalhou na serraria de Reinaldo Cherubini, na Fazenda São Valentim.

João Grandi tinha uma oficina de duelas e trabalhava na agricultura. Toda a família ajudou na oficina e na agricultura. Sua filha Lautéria Grandi Santini lecionou em várias capelas, inclusive em São Pedro.

A comunidade começou a se organizar em torno das celebrações religiosas, já com as primeiras famílias, por volta de 1925. Conforme dados da Paróquia, nesse período habitavam no local cerca de 20 famílias.

Resolveram construir um capitel no mesmo lugar onde está a atual capela. Depois construíram uma capelinha, também pequena com espaço para cerca de quarenta pessoas. Quando Pedro Vivan chegou, em 1927, já estava construída a capelinha. Todas as famílias eram católicas. As primeiras cinco se reuniam para rezar o terço e fazer outras orações, inicialmente, na casa do senhor Luiz Mignoni, onde tinha um quadro de Santo Antônio. Depois, Luiz Mignoni doou a imagem de São Pedro, que foi escolhido como padroeiro. Posteriormente as orações passaram a ser feitas na residência de Pedro Vivan. Eles eram os “capeloni” – capelões que rezavam em todos os acontecimentos da comunidade podia ser terços, festas, enterros ou missas; mais tarde também

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cuidavam da igreja. Pedro Vivan dirigia as comemorações do Natal e da Semana Santa. O filho Hugolino Vivan, nascido em 1927, foi coroinha dos padres Paulino e Vitor.

Por volta de 1930, foi construída uma nova capela de madeira na comunidade, a qual foi inaugurada quando chegou o altar, de Farroupilha, com uma Festa e Primeira Comunhão. O carpinteiro foi Ângelo Puerari. Lá também funcionava a escola. Os recursos foram oriundos das próprias famílias, não em dinheiro, mas em doações de materiais como pinheiros e outros. A comunidade também instalou um cemitério.

O primeiro padre vinha da Paróquia do Paraí, chamado Félix Busatto, por volta de 1930. Ele deixou de atender a capela de São Pedro quando foi criada a Paróquia São José de Ibiraiaras, em 1939.

As mulheres levavam o café para os padres, após a missa. Numa ocasião, quando chegou o bispo, em visita pastoral, quatro homens carregaram um fogão até a capela para que as senhoras pudessem preparar a comida.

A Capela São Pedro foi a primeira a se organizar no interior da atual Paróquia de São José de Ibiraiaras. Abrangia a região que forma hoje a Comunidade de N. Sr.ª da Salete, Santa Lúcia, N. Sr.ª de Lourdes, São Rafael e São Sebastião. As festas, além das celebrações religiosas, constituíam-se

Capela São Pedro antiga

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numa oportunidade para comer o churrasco acompanhado com pão e vinho. Jogos como o jogo do pato, poste ensebado, panelinha de barro, cinquilio e o jogo da mora eram realizados por eles.

Foram professores na escolinha o senhor Ângelo Refosco, que ia da Linha Café para São Pedro, a senhora Maria Grandi, a senhora Lautéria Grandi Santini, o professor Alfredo e sua esposa e os professores Belmiro Refosco e Crescência Refosco. Santina Grandi foi aluna do professor Ângelo Refosco, entre 1929 e 1932. Mais tarde, Dolfina Puerari foi professora, por oito anos e Lourdes Vendramin, por dois anos.

A família de Carlos Guerra foi residir em São Pedro, em 1941 quando instalou a serraria. A Firma Araucária doou o terreno para a construção da nova capela e escola. A nova igreja foi inaugurada em 1976.

A escola teve início em 07 de maio de 1930 e foi denominada “Escola João e Santo Guerra” em abril de 1976; foi desativada em março de 2006.

Existiu a “Escola São Pedro” (no Bepeti) que iniciou as atividades em abril de 1962 e sendo desativada em novembro de 1977.

As atividades econômicas principais eram a agricultura e os trabalhos nas serrarias.

Em 2010, viviam na comunidade 51 famílias.

Capela São Pedro atual

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COMUNIDADE DE SÃO PIO X

As terras da Fazenda Patos e Marrecos foram herdadas por Ernesto Hoffmann e, após, por Alaíde Telles Hoffmann, c.c. Epaminondas Paim.

Os primeiros colonizadores que chegaram ao local foram da família Martini: Achiles Martini, c.c. Sidônia Dalla Bona, em 1926. Sete dos filhos vieram antes, em 1922. Eram dez filhos: Vitório (Segundo David), c.c. Clara Farina, Otília, c. c. Guilherme Pieta, Antônio, c.c. Carolina Fabris, Frederico (Henrique), c.c. Ernesta Sgarbossa, Ana, c.c. Alberto Geron, João Batista (Bepi), c. c. Cândida Bragagnolo, João Luiz - Irmão Marista, Reinaldo, c.c Letícia Lavratti; Benvenuta, c. c. Adamo Rigon e Ema, c.c. João Bianchi. Foram residir no atual Zanette onde construíram uma casa e um galpão. Compraram três colônias de terra. Depois de sua residência não existiam mais moradores, só pinhais da Fazenda Patos e Marrecos. Reinaldo veio com o pai, em 1926, com a idade de seis anos. Mais tarde, o senhor Achiles residiu na sede, na Rua São José do Carreiro.

Outros residentes na comunidade: Levi Gomes Ribeiro e o pai Eleutério Rodrigues Pinto, capatazes na Fazenda Paraíso, de Epaminondas Paim; Antônio Belegante; João Segala; Luiz Arioli; Carlos Arlindo Festa e filhos; Aquiles Ditadi; Juvelino Papadoski; Joaquim Varela; Antônio e Artêmio Zanette (1954), Carlos e Pedro Zanette; Sextilho Deitós; José Sangali; Itacir Provenzi; Israel Morceli (Lele); Luiz Tosini; Valter Bortolini; Nelsi Pieta; Roque Pieta; João Domingos Baldasso (1953); Arlindo Festa (sobrinho de Carlos A. Festa).

Na estrada para São Pio X, a partir da saída da atual cidade de Ibiraiaras até a área da atual “Vila Gentil”, moraram as seguintes famílias: José Faraun (1926) e os filhos Rosimbo e Estevão; Otaviano Carlota; Simplício, com os filhos Adão e Daleste Simplício; Alberto Geron, Valentim Geron, Eduardo Geron, Antônio Geron (conhecidos por “Pilon”); Angelo Faraun; Joaquim Varela; Caetano Burili e os filhos Abramo, Antônio e Arlindo Burili (conhecidos como os “Catarin”); Narciso Teixeira Gomes, que também residiu na sede; José Santini e família, instalados na terra da Paróquia; Atanásio Pereira Rodrigues;

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Adão Monteiro, Sudário Monteiro e seus pais; João Bonatto; Fiorindo Gotardo; Angelo Chiarentin (1950) e Gentil Luchese, mais tarde. Alguns caboclos viviam em casas de chão batido, sem nenhum conforto; acendiam o fogo no lado de fora dos casebres.

A estrada que inicia na sede ligando São Pio X foi denominada “Linha Revoltosa”, porque os descendentes de italianos estavam desgostosos pela proibição de falar o dialeto italiano na época da II Guerra Mundial, já que a maioria deles não sabia falar a Língua Portuguesa.

A família de Ivo Chies comprou 27 colônias com pinhais da Fazenda Patos e Marrecos, em 1947 e instalou a primeira serraria na terra de Frederico Martini, conhecida como “A Getuliense”. Ivo Chies foi quem construiu a primeira capela e a primeira serraria na Comunidade São Pio X, na época, a “Fazenda Patos e Marrecos”. Os Chies trouxeram a mudança em carroças puxadas por mulas. Os homens casados pousavam com suas famílias, na casa de Frederico Martini e os solteiros, na casa de Vitório Martini.

A primeira escola foi construída pelos moradores e iniciou as atividades em 08 de maio de 1958. Mais tarde, tornou-se municipal. Foi denominada “Escola São Pio X”. Nessa escola foi colocada a imagem de São Pio X, doada por Vitório Martini (Segundo David), que havia conseguido a graça da cura de uma das suas filhas gêmeas. Por sugestão do frei Paulino Bernardi, foi escolhido São Pio X, por ser o protetor das crianças para ser o padroeiro da comunidade e para dar nome a mesma. A doação da imagem data de 1947 e, até a obtenção de recursos para a construção de uma igreja, a imagem ficou na escola, que funcionava também como capela. A escola foi desativada em julho de 1997.

Em 1958, havia na comunidade aproximadamente 28 famílias.

As famílias decidiram construir uma sede para a comunidade e os senhores Carlos Arlindo Festa e Luiz Arioli doaram o terreno para a construção da capela, a qual passaria a pertencer à Mitra Diocesana de Vacaria. A data da escrituração do terreno é de 26 de dezembro de 1957. Mais tarde, por volta de 1972, construíram o salão, através de doações, para onde a imagem do padroeiro foi levada. As famílias reuniam-se aos domingos para rezar o

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terço e a cada dois meses era rezada uma missa. Em 25 de maio de 1980, foi inaugurada a nova igreja, para onde foram transferidas as imagens de São Pio X e Nossa Senhora dos Navegantes.

Aos domingos pela manhã, algumas pessoas da comunidade, em grupos, a pé ou a cavalo e, mais tarde, em caminhões ou de carro, vinham assistir à missa na Igreja Matriz São José de Ibiraiaras.

A maioria das famílias continua trabalhando na agricultura, cultivando batata, milho, alho, soja e trigo em menor quantidade.

A comunidade construiu um campo de futebol. Aos domingos, após o culto, várias pessoas reúnem-se no salão comunitário para um jogo de cartas, de bochas, ou ainda, para um jogo de futebol.

O número de famílias da comunidade, em 2010, era de 48.

Capela São Pio X antiga

Capela São Pio X atual

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COMUNIDADE DE SÃO RAFAEL

Em 1938, residiam no local, conhecido como “Três Barras”, 15 famílias. Só depois é que foi denominado São Rafael, por ser o protetor da saúde e contra a fome, em função das necessidades por que passavam as famílias.

Naquela época, existiam na região três capelas ou comunidades: a de São Pedro, de São Sebastião e de São Rafael. Sagrado Coração de Maria e Nossa Senhora da Salete foram comunidades criadas mais tarde.

Os primeiros habitantes eram famílias de origem africana e de caboclos. A família Carlota tinha duas colônias em São Rafael, que eram propriedade de Genoeva Neris da Silva, da família Carlota. Habitavam perto de São Sebastião. Eram membros da família Carlota, as famílias de Tomás de Assunção e a família Neris da Silva.

Alguns dos nomes dos Carlota citados são Terêncio Alves de Morais, c. c. Madalena Tomás de Assunção, filha de Genoeva Carlota; Maria Luiza Tomás de Assunção, c. c. Adão Sutil; Libório Alves de Morais, c. c. Placidina Oliveira e que ficou cuidando da mãe Madalena Alves de Morais e da avó Carlota; Inácio, Antônio, João, Olímpio Tomás de Assunção; Sudário Carlota e os filhos de João Carlota: Otaviano e Pipe.

Outros residentes na localidade: Fredolino Rodrigues da Silva (antes de 1932); Manoela Rodrigues da Silva; Filinto Rodrigues da Silva; Francisco Abrão; Sebastião Abrão; Adão Sutil; a família Lajano: Sudário, Eva, Teresa, Adelino e Gomercindo; Jandiro Ribeiro; Agápio; David Pimentel e Aparício Pimentel e a família Barbosa.

As primeiras moradias eram construídas com madeira, cobertas de palha e de chão batido.

Com a chegada dos descendentes de italianos, fundou-se a comunidade, como as demais, também ligada à organização religiosa católica, na década de 1940.

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Entre os colonizadores citam-se: Vitório Branker; Ernesto Grandi; José Alban; Domingos Alban; Francisco Dalla Corte; Henrique Cinelli (1949) e os filhos Antônio, João e Hermínio Cinelli; Valdomiro Todeschini; Rafael Peterle (1938); Domingos Alban e filho Antônio Alban; Marcelino Grandi, que tinha ferraria, e irmãos Antônio Grandi e Ernesto Grandi; João Cassol; João Zanchetin; Guerino Cecchin (1948); Marcos Querubin; Julio Capellari; João Barbieri; Antônio Puerari (tio), com serraria e moinho logo depois e seus filhos: Jacinto, Duvilio, Pedro, Fiorelo e Leonildo; Angelo Baltazar; Jiácomo Preto (1956); Crispim Cechin; Ernesto Cechin; Antônio Concolato; Recieri Capelezzo; João Cimento; João Baggio, gerente da serraria de Albino Zardo; João Francescatto; José Santini e João Valdocir Santini; André Biotto, que mais tarde mudou-se para N. Sr.ª de Lourdes; Carlos Rankraps, quarteirão, assessor do subdelegado Adolfinho Bernardi; Felipão, na costa do Carreiro; Alcides Generali.

Os primeiros sócios organizadores da comunidade foram: Ernesto Grandi e Antônio Puerari e filhos, que doaram o terreno para a construção da capela; Domingos Alban, José Alban, Antônio Grandi, Guerino Cechin, João Barbieri, José Malaguti; Gasparini, Augusto Tosini e Adão Bortesol.

Inicialmente, a comunidade construiu um barraco que utilizava como capela, salão e escola, denominada “Gonçalves Ledo”. A escola iniciou as atividades em 13 de agosto de 1940. Em 1949, construíram um novo salão e capela que continuou servindo como escola até 1971. O terreno da primeira capela e escola foi doado por Ernesto Cecchin, a madeira foi doada por Albino Zardo e uma parte foi adquirida pela comunidade. José Alban veio de Vila Segredo, em 1949, quando estavam construindo a capela.

Capela São Rafael antiga

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Em 1971, construíram um novo prédio da escola, cujo nome foi alterado para “Ernesto Cechin”, por volta de 1999; foi desativada em agosto de 2003, devido à nuclearização das escolas municipais.

A imagem de N. Sr.ª das Dores foi doada por Domingos Alban e Francisco Dalla Corte. A imagem de São Rafael, doada pela comunidade, foi trazida por frei Paulino.

Vitório Branker tinha uma bodega que vendeu para Henrique e Antônio Cinelli, passando, em seguida, por diversos proprietários.

Antônio Puerari (tio) tinha um moinho e fornecia energia elétrica para a igreja e o salão. Mais tarde, o moinho pertenceu a João Francescatto, que também possuía bar e restaurante e fazia venda de produtos coloniais.

Angelo Capellari foi professor na escola da comunidade, depois foi substituído pelo filho Abramo Capellari. Lautéria Santini também lecionou nessa comunidade.

Na época, cultivavam milho, trigo, soja, arroz, feijão, mandioca, amendoim, linhaça, lentilha e levavam ao moinho existente na comunidade.

A igreja atual foi construída em 1978. Fazem o culto aos domingos e, uma vez por mês, o sacerdote reza a missa na capela. Em 2010, faziam parte da comunidade 41 famílias.

As atividades econômicas, atualmente, são a produção agrícola de fumo, milho, soja, a produção de leite, a criação de suínos e os aviários. A comunidade construiu um salão que é usado para a prática de esportes e outras formas de lazer.

Capela São Rafael atual

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COMUNIDADE DE SANTA RITA

A comunidade surgiu, inicialmente, com a Vila Chaves e participava das atividades junto à comunidade do Divino Espírito Santo.

Entre os povoadores da Linha Chaves, encontram-se os primeiros: Família Chaves, Família Farias de Godói, Família Gomes e Família Lopes.

Família Farias de Godoi:

João Fernandes Teixeira de Godoi, criador, agricultor, proprietário de terras e seus filhos Laurindo Farias de Godoi, c. c. Malvina Rosa do Carmo (ela, antes do Divino); Avelino Teixeira Farias, c. c. Apolinária da Silva e filhas Francisca e Gentilia; Vitoriano Farias de Godói e João Farias de Godói; Sebastião Nevio de Godoi; Maria Rosa (mãe de Malvina), c.c. Martinho Manoel do Carmo; Delfino Godoi; Almerindo Rocha de Lima, c. c. Gentilia Farias ; Sebastião Neves de Godoi, c. c. Francisca Farias.

Família Lopes:

Gomercindo José Rodrigues, c. c. Isabel Pereira Lopes; Laudelino Rodrigues Lopes; Assis Rodrigues Lopes; Marcos Afonso Lopes, criador, agricultor, proprietário de terras e a filha Alexandrina Pereira Lopes; Maria América Lopes, c. c. Hortêncio Antônio de Oliveira; Gilberto Vieira de Carvalho, c. c. Leonilda Lopes; Antonia Dias Barbosa, c. c. Velucindo Rodrigues (hoje em São Roque); Domingos Dias Barbosa; Salustiano Ribeiro da Silva; Delfino Ribeiro da Silva.

Família Chaves:

Antônio Chaves da Silva, proprietário de terras e filhos: Francisco, Luiz, Timóteo, Antonia e Domingos; Marsal Alves Ferreira, c. c. Emília Alves Ferreira. Marsal trabalhou em várias serrarias, foi quarteirão - capataz de estrada; João Maria Rodrigues Ribeiro Borges (nasceu em 1910, em São Luiz), c. c. Conceição Maria das Dores, que residiu em diversas capelas, onde trabalhava nas serrarias e nas estradas do distrito que ligavam a Lagoa

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Vermelha, sob a coordenação do capataz José Luchese.

Antes de organizarem a formação e a construção da capela, Luiz Chaves idealizava construir um capitel na Vila, mas não teve apoio.

O Sr. Valdelírio Antunes doou uma área junto à sua residência, onde realizavam as festas; improvisavam uma cobertura de lona ou, se não chovesse, realizavam ao ar livre mesmo. Após, ele construiu um pequeno salão para sediar as atividades da comunidade.

A imagem de Santa Rita, doada por Idila Pagnoncelli Piva, ficou na residência do Sr. Valdelírio durante um ano. Dona Idila doou a imagem, que ela havia prometido para uma comunidade pobre.

Quando Jacinto Puerari e a esposa Angela Francescon Puerari chegaram a Santa Rita, em 1954, só tinha mato. Nem havia pontes para atravessar o Carreiro e as sangas. Na Vila Chaves, existia a serraria de Mário Cainelli, onde trabalhavam os moradores da vila. Jacinto Puerari trabalhou também em várias serrarias e, mais tarde, se fixou em Santa Rita, onde comprou terras e passou a se dedicar à agricultura. A primeira bolsa de adubo o senhor Jacinto ganhou da Cooperativa. Colocou um punhadinho em cada plantinha de milho e feijão.

Vendiam o carvão dos nós de pinheiro, que eram derrubados para fazer as lavouras. O casal construiu a ponte de um riacho três vezes, para passarem os caminhões que transportavam os pinheiros até a serraria de Severino Fabris.

A primeira capela foi construída por volta de 1966, onde está o salão atualmente e funcionou ali durante seis anos. Algumas famílias construíram um pequeno salão, onde realizavam as atividades da igreja e da escola e, numa varanda instalaram uma bodega.

Os organizadores foram Jacinto Puerari, Ciro Capellari, Dionísio Simioni, Pedro Simioni, João Vieira de Carvalho, Pedro Cesário Gomes, Bruno Capellari, Adão Rodrigues de Lara, João Maria Rodrigues Machado.

Dona Ângela Francescon Puerari cuidava da igreja e da escola, foi professora particular de sete alunos, entre os quais Francisca e Gentilia Faria.

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Os pais faziam o pagamento das aulas com um dia de serviço por mês na roça.

Havia 30 famílias participantes da capela.

Em 1972, aproximadamente, compraram a madeira da capela de São João Bosco para construir uma nova capelinha, do outro lado da estrada, onde está a atual capela de alvenaria.

A família de Jacinto Puerari doou o terreno para a construção do salão e da capela. Na capela eram realizados os batizados, crismas, casamentos, bodas de ouro e missões.

A atual igreja de alvenaria foi construída no mesmo local da anterior, em 1986. Foi construído, também, um salão de alvenaria em frente à igreja, no local do primeiro salão.

Capela Santa Rita atual

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Nos primeiros tempos, a capela era atendida pela Paróquia de São José de Ibiraiaras. Hoje, a comunidade religiosa é atendida pela Paróquia de Caseiros.

Integrados, luso-brasileiros e italianos, participavam dos bailões, com música de gaita nas residências; organizavam carreiras nas raias, faziam a caça, principalmente de veados, além de jogar cartas.

Existiram duas escolas nessa região: a “Escola Municipal Castro Alves”, cujas atividades iniciaram em 09 de maio de 1973 e foi desativada em agosto de 1977 e a “Escola Municipal Vila Lobos”, que iniciou suas atividades em julho de 1960, cessando as atividades em novembro de 1979. Porém, a escola continuava suas atividades em períodos isolados encerrando, definitivamente, em março de 1994.

As principais atividades econômicas desenvolvidas em Santa Rita foram a agricultura, com o uso da enxada, do arado, da foice e do serrote e o trabalho nas serrarias.

Em 2010, viviam 16 famílias na Linha Chaves, sendo três próximas à igreja.

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COMUNIDADE DE SÃO ROQUE

Até o ano de 1920 existiam, na atual comunidade de São Roque, muitos posseiros e alguns com a escritura da terra. Entre os proprietários mais antigos citam-se Jacinto Brum de Camargo, Francisco Brum de Camargo, José Telles e Maneco Telles, Daniel Antônio Moreira e Laureano do Carmo.

Entre os residentes mais antigos citam-se: a família de Daniel Antônio Moreira, c.c. Inácia Maria das Dores, proprietário de duas colônias e seus filhos: Maria Augusta das Dores, Conceição, Trindade, Dinarte e Luiz Daniel ou Luiz Antônio de Oliveira, c.c. Maria Francisca Rodrigues e que era criador de bovinos, ovinos e suínos e ajudou a medir as terras, desde o arroio Mormaço, na Rua Antônio Stella, até o rio Volantin, afluente do Carreiro, em São Roque; filhos de Luiz Antônio de Oliveira: Laureano Antônio de Oliveira, Hortêncio Antônio de Oliveira (adotado), Angelina A. de Oliveira e Leopoldina A. de Oliveira; Aureliano José de Oliveira (irmão de Daniel Antônio de Oliveira) e os filhos Sebastiana das Dores, Eusébio, Anacleto e Onorino; Alípio Ribeiro de Aguirra e sua mãe Leonora; José Américo do Sacramento; Lauro Martim do Carmo; Delfino Godói e seu pai Pedro Godói; Quintiliano Dias Barbosa e filho Sebastião Dias Barbosa; Dinarte de Mello; João Ribeiro Borges (residiu em várias comunidades); Antônio Bedin, com um hotel-pousada onde ficavam os carroceiros e os cargueiros, na saída para a atual São Cristóvão à esquerda; depois o hotel pertenceu a Trajano Teixeira e, a seguir, a Antônio Piva; Ricardo Ditadi; Emílio Deitós, 1940; Alberto Tonin; Etore Dezan carroceiro; Luiz Ápio (1923 - hoje área de São Cristóvão); Vitório Simioni; João Sangali (1923); Luiz Sangali; Antônio Maschio (1946); José Maschio; Cecília Perosa , (1934) e os filhos: José, Severino e Aquiles; Lírio Deitos; Primo Perosa.

Domênico Piva veio de Antônio Prado comprar as terras, montado num burrinho. Logo que voltou, lá ele faleceu antes mesmo de sua família começar a se deslocar para cá, por volta de 1921. Obteve a escritura e “teria marcado a dedo” as terras adquiridas com pinhal, as quais foram medidas mais tarde. Um dos agrimensores que mediu as terras adquiridas pelos Piva foi Inocêncio

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Machado Pereira. Os primeiros proprietários da família a chegarem nessa comunidade foram Albino Piva com a mãe Luisa Marangoni Piva. Eles se localizaram na atual Comunidade Santa Teresinha, que na época fazia parte da Capela São Roque. Em seguida vieram os irmãos Ernesto, Santo, Antônio e Luiz Piva.

Quando os irmãos Piva aqui chegaram, começaram a desmatar e plantar. Mais tarde, eles instalaram duas serrarias em épocas diferentes, nas quais empregaram muitos caboclos, luso-brasileiros, negros e descendentes de italianos. A primeira serraria foi construída por Santo Piva, no local da primeira capelinha, a um quilômetro da igreja atual, após 1934. Depois, ele vendeu para os irmãos Ernesto, Albino e Antônio. Este último, mais tarde, adquiriu dos irmãos. Outra serraria foi adquirida da Firma Pandolfo, por Antônio, Albino, Ernesto Piva e os filhos Domingos, Avelino e Antônio Sobrinho. Serraram os pinheiros próprios.

Alberto Tonin chegou à localidade em 1926, vindo de carreta desde Antônio Prado, com dois filhos de sua grande família. Junto com ele veio sua mãe, Teresa Vanceto Tonin. Foi empregado de Santo Piva, trabalhando na agricultura. Depois foi adquirindo suas terras aos poucos. Com carreta puxada por mulas, ia a Passo Fundo comprar mantimentos. Construiu um moinho para produzir a farinha de trigo, produzia mel e foi o primeiro taxista do distrito, transportando passageiros numa charrete sem tolda, puxada por mulas. De sua família ficaram em São Roque Pedro Tonin, Ivo e Ernesto Tonin.

A primeira capelinha foi construída, aproximadamente no ano de 1935, a um quilômetro da atual, na saída para São Cristóvão e funcionou como escola. A cerca de 300 metros construíram a primeira serraria da família Piva e um cemitério. A imagem que tinham na capela era de madeira, à qual chamavam “Madona de Pedincini”. Participaram dessa primeira construção a família Piva, Luiz Ápio, Alberto Tonin, João Sangali e Esterina Chiarentin. Nessa capelinha, o professor Avelino Segala deu aulas; como não morava nessa comunidade, ele pousava na residência de Luiz Piva. A escola foi municipalizada pelo município de Lagoa Vermelha.

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Quando transferiram a capela para o local atual, no povoado dos Piva, mais precisamente aos fundos da atual capela, Vitória Piva e Alberto Tonin escolheram como padroeiro São Roque, no ano de 1937, aproximadamente. Três anos depois, foi construída uma capela de madeira onde se localiza a atual, em alvenaria. A inauguração aconteceu com a presença do padre Bernardino.

Aos domingos à tarde rezavam o terço na capela. As capelinhas que levavam nas casas eram acompanhadas por todo o povo; rezavam o terço e aproveitavam para fazer um serão.

Frei Aleixo e frei Paulino iam celebrar a missa montados a cavalo. Mais tarde, frei Paulino passou a utilizar um jipe. Os moradores dessa comunidade também iam assistir à missa da Matriz São José. Deixavam os cavalos no abrigo, que tinha 50 metros de comprimento e se localizava no atual Mercado Bocchi, antigo Mercado Colonial, a 100 metros da igreja. Na Semana Santa, faziam as orações na capela e o padre celebrava no Domingo de Páscoa.

Antônio Piva organizou a instalação da escola no povoado dos Piva, onde passou a lecionar a professora Dozolina (Orsolina) Fabris Bonfiglio, filha de Antônio Fabris, que tinha contrato estadual e lecionou, aproximadamente, desde 1935 até 1946. Ela residia nos fundos da escola, com seus três filhos. Na sua cozinha eram preparados os alimentos para as festas da comunidade. Essa escola localizava-se onde está construído o atual salão de festas. Antônio Piva doou o terreno para a construção da escola e da capela e, por sua intervenção, a escola continuou sendo estadual. Mais tarde, doou o terreno para ser construída

Capela São Roque antiga

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a Escola Rural Estadual, hoje desativada.

Foram professores na comunidade, entre os mais antigos, além de Avelino Segala e Dozolina Fabris Bonfiglio, Ulisses Maschio, lecionando em um turno, com 45 alunos, em 1951, Eva Brolo e Gotardo João Buffon.

As atividades que ocupavam mais trabalhadores eram as serrarias. Mas muitos trabalharam na agricultura, principalmente os descendentes de italianos.

Algumas famílias, mais tarde, passaram a formar as novas comunidades que foram surgindo, como Santa Teresinha, Nossa Senhora Aparecida e São Cristóvão.

A capela atual foi inaugurada em 15 de agosto de 1976. As atividades desenvolvidas atualmente são a agricultura e a criação de gado leiteiro. A comunidade, em 2010, era constituída por 34 famílias.

Capela São Roque atual

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COMUNIDADE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Manoel dos Santos e Gervásio de Almeida foram proprietários de, praticamente, toda a área onde se situa a atual comunidade.

Entre os primeiros habitantes e proprietários da maior parte das terras estão Gervásio de Almeida e Manoel dos Santos; José dos Santos (posseiro), seu filho Manoel dos Santos, c. c. Maria Rodrigues do Carmo e seus filhos: João Maria Rodrigues dos Santos, c. c. Alaíde Francisca dos Santos, Salvador, José, Antônio, Francisco, Carolina, Maria Oliveira Rodrigues dos Santos, c. c. Luiz Domingos Lopes.

Teodoro Francisco da Silva esteve na comunidade, desde 1930 até 1959, além de José Rodrigues de Lara, João Rodrigues de Lara, Estanislau Rodrigues de Lara; João Nunes de Oliveira (quarteirão); Luiz Domingos Lopes; Renato Fagundes Teixeira; Nicodemos Domingos Lopes; Pedro Mendes; Gervásio de Almeida. Sua principal atividade era agricultura.

Gervásio de Almeida tinha forte devoção a Nossa Senhora do Rosário e a escolheu como padroeira da comunidade. Adquiriu a imagem e doou um pedaço de terra, onde foi construída a primeira igreja e a primeira escola, num local próximo da atual. A comunidade, em procissão, levou a imagem até a capela.

A escola foi construída em 1936, pelo carpinteiro Constante Tessaro, também residente na capela. Pedro Cordeiro, inicialmente, trabalhou como empregado de Manoel dos Santos e, mais tarde, comprou terras e se fixou na comunidade com sua família. Crisanto Mendes Cordeiro; Gibrail Cordeiro (depois no Divino); Podalírio Cordeiro; Garibaldi Cordeiro; Élio Zanchet; Antônio Tessaro; Ari Segala; Paulo Tessaro, Manuel dos Passos; Darci Segala; Ernesto Tessaro; Pedro Brancalione; Marco Brancalione. André Spada, c. c. Julia Tessaro, foi o primeiro descendente de italianos a se fixar no local. Comprou terras de Manoel dos Santos; Otávio Spada; os irmãos Albino, Angelo e Cândido Tessaro.

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Albino Tessaro, c. c. Eulália Bianchi, veio de Nova Roma do Sul, em 1941, trazendo a mudança em carroças. Trouxe junto à mudança de Cândido Tessaro e Maria Dalla Giacomassa; Albino Tessaro trabalhou como empregado de André Spada e, mais tarde, comprou grande parte das terras de Gervásio de Almeida. A família adquiriu grande parte das terras da comunidade atual. Dona Eulália foi uma das fundadoras da comunidade do Rosário e sempre trabalhou na igreja, nos mais diversos serviços, desde a limpeza até os serviços religiosos leigos.

A escola funcionou, inicialmente, na casa de Gervásio José de Almeida, por volta de 1940 a 1942. Avelino Segala, em1943, lecionou no salão como professor municipal, antes por Lagoa Vermelha, depois por Ibiraiaras.

Nos primeiros tempos, a catequese das crianças e o culto dominical eram realizados na Comunidade N. Sr.ª do Caravágio. Foi catequista Edil Refosco.

Os primeiros professores foram José Baltazar e Avelino Segala. Gervásio de Almeida substituía o professor José quando este precisava se ausentar. No porão (térreo) da escola, instalaram a bodega da comunidade, com bar e jogos.

A escola, inicialmente denominada “José de Anchieta”, iniciou em abril de 1963, teve os estudos validados a contar de 1972 e a sua denominação foi alterada para “Escola Professor Ângelo Avelino Segala”. Foi desativada em agosto de 2003.

A organização e a construção da primeira igreja ocorreram em 1945.

A nova capela foi construída em 1980, à direita da estrada, também em terreno doado por Gervásio. Junto da capela havia a escola, mais a bodega e o salão, todos funcionando na mesma construção, durante um ano. Em 1981, demoliram a capela para construir uma nova igrejinha e um salão maior. O antigo salão foi reformado e aí funciona a atual igreja, a qual foi novamente reformada em 2005.

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Capela Nossa Senhora do Rosário antiga

Capela Nossa Senhora do Rosário atual

Em 2005, a comunidade celebrou os sessenta anos da capela com uma grande festa e a participação de antigos moradores.

Em 2010, a comunidade era constituída por 44 famílias, que trabalham na agricultura cultivando milho, feijão, fumo, soja, batata, amendoim e criando gado para a produção de leite.

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COMUNIDADE NOSSA SENHORA DA SALETE

No mesmo lugar onde hoje se localiza a Granja Stella, na comunidade N. Sr.ª da Salete, encontrava-se a sede da Fazenda Patos e Marrecos. Naquela sede residiram, entre outros, Teodoro Telles de Souza, proprietário da fazenda, Otaviano Telles, Fábio Fialho, Severiano Freitas Vieira, João Cunha ( Jango) e Doca Telles.

Em 1954, a área da comunidade era povoada por 10 famílias. Otaviano Telles vendeu 16 colônias para vários moradores, entre eles Angelo Rigotti, Nilo Minozzo, Leonel Minozzo, Elvírio Fabris e Guerino Furlani.

Inicialmente, as famílias dos colonos se integravam à comunidade religiosa de São Pedro. A família de Angelo Rigotti foi residir na futura capela, por volta de 1949 e, em seguida, chegou a de Ivo Chies. Este foi quem construiu na futura comunidade de N. Sr.ª da Salete, a serraria denominada “Ibirajaras”, que só comprava pinheiros e madeira-de-lei. A serraria ficava nas terras de Otaviano Telles, onde tiveram que abrir uma estrada no Matão para poderem chegar até lá.

Com a família, incluindo Guerino Seminotti, c.c. Vicensa Chies, Ivo doou o terreno para a construção da capela, além da imagem de N. Sr.ª da Salete.

A segunda capelinha foi construída em terreno doado por Arlindo Guadagnin e a esposa Ester e, por fim, a atual está em terreno doado por Hermínio Bolzan e a esposa Emília Batistel.

Capela Nossa Senhora da Salete antiga

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Na antiga capela funcionava a escola, onde foi professora D. Lautéria Santini.

Muitas famílias foram aumentando o povoamento do local, principalmente, para trabalhar nas diversas atividades da serraria. Citam-se as famílias, além de Angelo Rigotti e de Chies, as de José Marchesini, Sextilho Piletti, Ernesto Barbieri, José Cecagno, Guerino Seminotti, Nereu Tódero, Pino Faraun, Valdemar e Adelino Socol; Giácomo Tochetto, Zenóbio Furlanetto, Hermínio Bolzan, Arlindo Guadagnin, Nelsi Pieta, Amantino Concolatto, João Valdocir Santini, Laurindo Marchioro, Armindo Barbieri, Antenor Belegante, Silvino Furlanetto e Angelo Furlanetto.

A “Escola Municipal Rural Fazenda Patos e Marrecos”, localizada no Matão, iniciou as atividades em 09 de junho de 1972, passou a denominar-se “Escola Ernesto Colla”, em 1976, mais tarde foi desativada. .

Na comunidade existiu, ainda, a “Escola Angelo Refosco”, que teve início em 07 de maio de 1971 e foi desativada em agosto de 2003; e a “Escola Cel. Otaviano Telles”, cujo início foi em 11 de julho de 1964 e a desativação em 1994.

A família de Angelo Rigotti trabalhou na serraria de Reinaldo Cherubini,

Capela Nossa Senhora da Salete atual

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por vinte anos. Após adquiriu a serraria e a transferiu para N. Sr.ª da Salete, onde trabalhou mais dez anos.

Os habitantes, além do trabalho na serraria, em sua maioria, cultivavam trigo, feijão, arroz e batata doce.

Os irmãos Stella adquiriram as terras, na Fazenda Patos e Marrecos, da família de Otaviano Telles, na década de 1970. Lá estão instaladas a serraria e as granjas dos herdeiros.

As principais atividades econômicas, atualmente, são a agricultura e a criação de gado leiteiro. Em 2010, residiam na comunidade 40 famílias.

COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

O povoamento da comunidade de Nossa Senhora da Saúde teria iniciado na década de 1910.

Domingos José Ferreira, c. c. Maria Francisca do Carmo, morava perto do arroio Butiá e possuía terras na região, conforme mapa de 1915, de Lagoa Vermelha; eram 2.000.000 m² entre a BR 285 até o Carreiro. Emídio José Ferreira, filho de Domingos José Ferreira, morou no local entre os anos de 1914 e 1925. Casou-se com Maria Benta Machado, filha de José Machado e Leocádia Teixeira. Ele desenvolvia atividades de lavoura e criação, feita por empregados. Entre os quatro filhos, citou-se Emília Alves Ferreira, nascida em 1917, na mesma comunidade, que casou com Marsal Alves Ferreira. Quando Emídio e a esposa Maria Benta vinham ao povoado São José, aqui havia somente três moradores. Maria Benta vinha “prosear” com Rosa Stella e Ângela Fabris.

Felisbino Cirino Rodrigues, c.c. Gertrudes Ribeiro Rodrigues, anteriormente morador de Caseiros, onde tinha bodega (bar e armazém de

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secos e molhados) e foi subprefeito, adquiriu, na atual comunidade de N. Sr.ª da Saúde, terras do Estado - 4.000.000 m² ou 16 colônias (=400 ha). Instalou um campo de futebol na sua propriedade e, mais tarde, junto à atual capela, doou também o terreno para construir a primeira capelinha e o salão. Construíram-na em mutirão. Felisbino e a esposa Gertrudes tiveram 16 filhos: Donatila, Juvelino, José, Raul, Otaviano, Lídia, Napoleão, Deodoro, Marcelino, Benícia, Cândido, Maria Rosa, Hélio, Cícero e Cides (irmãos gêmeos) e Vilson Cirino.

João Cirino da Silva, c. c. Donatila Cirino Rodrigues, por volta de 1925, possuía 2.000.000 m² de terras, ou oito colônias. Foi agricultor, tropeiro e criador de gado. Eram seus filhos: Olímpio, Gibrail, Dorneles (Nelinho), que residiu, também, em Bom Jesus, Almerindo, Milde, Gildo, Nívio e Miterezinha. João Cirino da Silva era subprefeito e subdelegado (quarteirão, inspetor da 7ª seção; cuidava das estradas e da ordem social); doou terra para a localização do cemitério e autorizou a doação da madeira para a construção de uma capela e salão;

Entre outros dos mais antigos povoadores da comunidade N. Sr.ª da Saúde foram citados: Salustiano do Carmo, Balbina do Carmo, Julio Freitas (tio), Anastácio Lemos de Oliveira, Salvador Carlota; Francisco Pereira Nepomuceno e os filhos Salvador Cirino Nepomuceno, Maria de Jesus, Adão Cirino Nepomuceno, Alfredo Pereira Nepomuceno, c.c. Albertina da Silva e os filhos: Orlandina, Laurinda, Alcides, Emílio, Ana Maria, c. c. Gibrail Cirino da Silva, Emídio Cirino Nepomuceno; Aníbal Sutil de Godoi, Justino Faustino dos Santos; Olímpio Fernandes dos Santos; Almerindo Cirino da Silva; Narciso Teixeira Gomes (foi professor de Emília Alves Ferreira); Jovino Antônio dos Santos; Amantino Gonçalves dos Santos; Cerilo Zanchet; Francisco Tessaro; Henrique Tessaro; José Cechin, Lino João Zanchet (1949), c. c. Angelina Dal Molim; Domingos Brancalione; Francisco Brancalione; Ermindo Pazin, c. c. Antonieta Comunello Pazin (chegou na comunidade em 1946); Nestor Pazin; Narciso Baréa; Cedi Pagnoncelli; Ernesto Rizzo, c. c. Itelvina Pagnoncelli Rizzo; Selvino Pagnoncelli, dono de bodega; Celso Trevisan; Carlos Brancalione; Pedro Brancalione; Albino Barbiero; Otávio Barbiero; Vitório Lazzari; Albino Brancalione, David Tessaro (tio), Ermínio Dal Más, Hélio Cirino; Valdomiro Dal Más. David Tessaro Sobrinho.

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Até 1948, a missa era rezada no salão, onde funcionava também a escola que teve iniciadas suas atividades em 23 de agosto de 1943. Foi denominada “Escola Felisbino Cirino Rodrigues” na data de 10 de julho de 1977 e foi desativada em fevereiro de 2007. Funcionou com o 1º grau completo.

A capela foi construída em 1948, tendo como pároco frei Aleixo.

O primeiro professor foi Belmiro Refosco, por volta de 1942, seguido de Adão Cirino Boaventura, a partir de 1954; Sebastião Rezende, Elzira Cirino Rodrigues, Olímpio Cirino Rodrigues, Adelaide Cirino e Adão Cirino Nepomuceno. Anteriormente, Lídia Cirino Rodrigues lecionou, como professora particular, num galpão.

A igrejinha de madeira foi construída com a colaboração de vários moradores, especialmente, de Ermindo Pasin, Albino Barbieri, Felisbino Cirino Rodrigues e os filhos Deodoro e Otaviano e o genro João Cirino da Silva. Todas as famílias colaboraram com doações, serviço e promoções para angariar fundos. Felisbino Cirino Rodrigues doou a madeira e João da Silva, o terreno.

Nestor Pasin e Belmiro Refosco conduziam as orações no culto. Em 1969, o padre frei Elói Rossetti construiu o grande salão atual, com a intenção de fixar na comunidade a paróquia de Caseiros. Quando em Caseiros chegou o padre Paulo Corolli, a comunidade passou a fazer parte daquela paróquia,

Capela Nossa Senhora da Saúde antiga

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Capela Nossa Senhora da Saúde atual

tendo como limite o rio Carreiro. Da mesma forma, outras comunidades como N. Sr.ª do Rosário, N. Sr.ª do Caravágio, Bom Jesus, São Jorge, São Miguel, Cristo Rei, Santa Rita e Divino, também passaram a pertencer à paróquia de Caseiros. E, assim, depois de alguns anos, a igreja construída na comunidade passou a ser utilizada como salão de reuniões e de festas.

Em geral, os colonos produziam trigo, milho e feijão. Tinham um cavalo para ir ao moinho, uma junta de bois para puxar o arado, uma carroça e uma vaquinha de leite. Quem não podia adquirir uma carroça, puxava o milho nos cargueiros, ajeitados na cangalha com cestos de taquara. Onde havia muito morro, o trigo e o feijão eram debulhados na roça mesmo e carregados nas costas para o galpão.

Na comunidade existiu uma casa de comércio, a de Cerilo Zanchet - armazém de secos e molhados e bar. Outra casa de comércio foi instalada por Ernesto Rizzo, que funcionou até 1995.

A igreja atual foi construída em 1983.

Por volta de 1969, havia na comunidade, cerca de 40 famílias. Em 2010 residiam 22 famílias. A comunidade religiosa continua fazendo parte da Paróquia N. Sr.ª da Conceição, de Caseiros.

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COMUNIDADE DE SÃO SEBASTIÃO

O início do povoamento da atual comunidade de São Sebastião ocorreu a partir dos anos 20, quando várias famílias de origem luso-brasileira e italiana passaram a fixar residência no local.

Entre as muitas famílias citadas estão: Ângelo José Rodrigues, com 22 filhos, entre os quais: Olímpio, Abetino, Amantino, Hortêncio, Vilma, Manuela, Otília, Rosalina, Paulina, Maria e Lúcia; João Laurindo (comissário); Luiz Silvani; a família Costiano: Amândio, Atílio, Ivaldino, Jordão e José Costiano; Júlio Dal Olmo, conhecido por Julio Polenta (por volta de 1940); Julio Volpato (1945); Pedro Caetano; Antônio Zanchetin; Eflaino Concolatto; Pedro Alves da Cruz - o Pedro Ruivo; Manuel Laurindo; Antônio Francisco da Costa e João Francisco da Costa; Boaventura João de Freitas; Eflaino Concolatto; Alfonso Dalla Libera; Graciano Dalla Libera; Vergildo Antônio Biavatti (1938); Cândido Frosi; Pedro Preto (1939) e os filhos: Caetano, João, Ângelo, Domingos, Jacinto e Antônio; Giácomo Zilioto; Augusto Finco, João Finco e José Finco; Angelo Polli; Arlindo Polli, que doou o terreno para a escola, José Polli, Francisco Polli; João Pelinser (aproximadamente em 1942); José Franciscon (1933); Domingos Franciscon; Ângelo Capellari (1947) e Abramo Capellari; Mário Frigotto; Esvindo Rodrigues; Ângelo Guidolin; Marcelo Bolsoni; Eugênio Bolsoni; Julio Masiero (1933); Isidoro Gonzato e Giácomo Ziliotto.

As primeiras famílias de origem portuguesa, italiana e africana, tinham um bom entrosamento, apesar da diferença de costumes.

Inicialmente, existia um salão perto da serraria de Félix Querubini, onde realizavam os bailes. Havia também, uma “bodega” de Atílio e Jordão Costiano a qual, mais tarde, venderam para Ângelo Guidolin. O Sr. Félix Querubini possuía um haras, com aproximadamente 200 cavalos, raia de carreira e uma serraria instalada na terra da família Francescon.

Agápio (de São Rafael) rezava o terço cantado nos dias de finados, no cemitério de São Sebastião. Ângelo Capellari (1947) foi professor, agrimensor

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e agricultor. Nos anos 50, foi professor junto com o filho, Abramo Capellari.

O início da organização da capela ocorreu entre os anos de 1937 e 1938. Antes, participavam na comunidade de São Pedro.

A necessidade de estabelecer um local onde às famílias pudessem se reunir para os atos religiosos despertou nas famílias de origem italiana a iniciativa de marcar uma reunião, para estudarem a possibilidade de construírem uma capelinha. O senhor Júlio Dal Olmo se prontificou a doar o terreno para a construção da mesma. Uma missa foi rezada na serraria de Félix Querubini. O altar foi preparado com uma tora, especialmente serrada e preparada. Uma parte da madeira foi doada por Ernesto Colla, Félix e Reinaldo Cherubini, donos de serrarias. Todos trabalharam em mutirão. Por sugestão de frei Aleixo, o patrono escolhido foi São Sebastião. Construíram a primeira capela no mesmo local onde se encontra a igreja atualmente.

A primeira festa foi realizada em 20 de janeiro de 1938, quando faziam parte da comissão os senhores Julio Dal Olmo e Luiz Silvani. O catecismo passou a ser ensinado pelo Sr. Italvino Concolatto. Aos domingos à tarde, a comunidade se reunia para rezar o terço. Com a chegada da família Frosi, por volta de 1940, o Sr. Cândido Frosi passou a auxiliar Italvino Concolatto nos atos religiosos, com a reza do terço, do culto e comemorações religiosas.

Em 1947, ali viviam 27 famílias. Levava-se um dia inteiro viajando a cavalo, até chegar à sede para comprar, principalmente, café e açúcar. Entre as atividades econômicas desenvolvidas destacava-se, principalmente, a agricultura de subsistência com o cultivo de milho, trigo, feijão e outros produtos alimentícios de consumo próprio, além da atividade madeireira, que proporcionava muitos empregos às famílias da região.

O aumento das famílias exigia uma capela maior. Os “Costiano” tinham um pinhal muito grande, o qual estava sendo serrado pelo Sr. Félix Querubini. Então, quem não quis derrubar pinheiro de sua propriedade, comprou um pinheiro por seis mil réis e doou, para produzir a madeira destinada à construção da capela. Grande parte desses pinheiros foi serrada na serraria de Ernesto Colla, o qual também doou madeira. A inauguração da mesma ocorreu por volta de 1945, na qual compareceu o coadjutor, padre Vitor.

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Na construção da segunda capela participaram ativamente Ângelo Guidolin, Maximiliano Guidolin, Graciano Dalla Libera, Alfonso Dalla Libera, Cândido Frosi e muitos outros. Ela localizava-se onde está a igreja atual.

Em janeiro de 1974, a nova e atual construção foi inaugurada, quando foi dada a bênção pelo então vigário, frei Elói Rossetti.

Capela São Sebastião antiga

Capela São Sebastião atual

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As atividades desenvolvidas pela comunidade são a agricultura, a criação de gado leiteiro e de corte, a avilcultura, suinucultura e comércio, tendo uma loja e dois mercados, além de uma indústria madeireira.

Na comunidade funciona a “Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Aleixo”.

A comunidade é berço da empresa da família Dalla Libera: “Empresa Dallatur Turismo Ltda”. Iniciou em 1973, com Domingos Dalla Libera que adquiriu a empresa de ônibus de Alciro e Gino Bedin, para fazer a linha “São Sebastião- Ibiraiaras- Lagoa Vermelha”. Mais tarde, em 2000, venderam- na para a empresa Parpinelli. Atualmente, a empresa “Dallatur” é de propriedade de Juarez Dalla Libera, constituída por duas modalidades: transporte urbano, em Lagoa Vermelha e transporte internacional, “Brasil-Argentina-Paraguai”. Na comunidade, atualmente, existe a Madeireira Afonso, de propriedade de Jovani Dalla Libera.

São Sebastião constitui o primeiro distrito do município.

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COMUNIDADE DE SANTA TERESINHA

A localidade, no início do povoamento, fazia parte da comunidade de São Roque e de N. Sr.ª Aparecida.

As famílias pioneiras, entre 1920 e 1923, que residiam entre a vila e a sede da capela atual, ou seja, na saída para Santa Teresinha, foram: Luiz Liston; Luiz Ápio (residência perto da vila); Luciano Marini e os filhos Fiorindo, Renato, Maria; Aurélio Barbiero (1924, próximo à vila); Albino Piva e filhos; Andréa Benjamim Benedetti (1920) e os filhos Fioravante, Fiorelo (após, em São Luiz), Fiorindo, Casemiro, Andréa José, Teresa, Dozolina e Honorina; Angelo Boito; Ernesto Zoletti e Emílio Zolett (1921); Ernesto Farina e Angelo Farina (1924); filhos de Angelo: Casemiro, João, Angelo e Gabriel Farina; João Stella Sobrinho e os filhos: Admírio, Agenor (após, em São Pio X), Maria, Nelson (após, em S. Pio X), Orides (após, na sede), Teresinha, Armindo, Idelci (após, em Santa Clara) e Irma; José Festa e filhos; Andréa José Benedetti e os filhos João Benedetti e Arlindo Benedetti; Atílio e Orlando Vigo; José e Guerino Fabris; José Andretta e Avelino Andretta; Anacleto Piva; Luiz Dal Pupo; Antônio Reinaldo Giardin (antes, na sede); Algemiro Pazin; Antônio Zili (após, em Santo Antão).

Ernesto e Angelo Farina construíram, na Vila, o Hotel Bragagnolo do qual foram proprietários, em 1934. A seguir, venderam para a família de Antônio Bragagnolo. Estava situado na atual residência de Gema Bragagnolo.

A família de Ernesto Farina viajava a cavalo até Veranópolis, para consultas e atendimento no hospital. Iam ao moinho do Maragata (hoje Rio Branco) moer o milho e o trigo. Compravam alimentos em Nova Prata. Angelo Farina ia a Lagoa Vermelha, a cavalo ou com carroça vender batata, cebola, repolho, cenoura, beterraba, carne de porco, galinha, ovos e queijo. De lá trazia o “rancho” e algum dinheiro da venda dos produtos.

Guerino e José Fabris instalaram uma serraria e Casemiro Farina, um moinho e um armazém na localidade.

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A atividade econômica principal sempre foi a agricultura, seguida dos serviços nas serrarias.

Nos primeiros tempos, a maioria das famílias assistia à missa na Igreja Matriz, em Ibiraiaras, para onde se deslocavam a pé, a cavalo ou no caminhão da firma Piva.

A comunidade organizou-se, por volta de 1945, com o nome de Capela Santa Bárbara, até 1958. Foi fundada por dez famílias: família Giardin, que doou o terreno e as famílias Pazin, Liston, Stella, Boito, Farina, Festa, Vigo e Marini.

No início a capela foi instalada por seis anos numa escola de madeira, que se localizava a 800 metros da atual, na propriedade de Luciano Marini. Foi denominada Escola Municipal Nilo Peçanha. No local, construíram um barraquinho junto à escola para ser usado como salão e bar.

Capela Santa Teresinha antiga

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A “Escola Santa Bárbara” iniciou suas atividades em 09 de abril de 1969, foi municipalizada em 1981 e desativada em 2003.

Em 1959, por decisão de frei Elói Rossetti e comunidade, foi substituída a padroeira, ficando, a partir de então, chamada Comunidade Santa Teresinha. Frei Elói doou a imagem e, mais tarde, a comunidade construiu o salão e a igreja no local atual.

Capela Santa Teresinha atual

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COMUNIDADES DESMEMBRADAS DO MUNICÍPIO

Quando da emancipação dos municípios de Caseiros (1988) e Muliterno (1992), o município cedeu partes das áreas do norte-noroeste, para Caseiros e, partes a oeste, para Muliterno. Nosso município, cuja área inicial era de 554 km², ficou, então, com 300,65 km² de área, segundo o Censo 2010.

As áreas desmembradas correspondem às seguintes comunidades ou povoações:

Para Caseiros: comunidade de Cristo Rei; parte da comunidade de São Luiz; Vila Passos, entre São Jorge e São Luiz; comunidade de Bom Jesus; São Jorge; Linha Jaboticabal e Vargem Bonita;

Para Muliterno: comunidade de São Miguel, entre o rio dos Vimes e o rio dos Índios; reserva indígena, na área de Santo Antônio; Linha Soares (hoje N. Sr.ª das Graças) e a Linha Mendes.

As atividades principais desenvolvidas nessa área foram a agricultura e a pecuária de corte.

Essas comunidades, por terem feito parte do município de Ibiraiaras desde a sua criação (1965) e instalação (1966), também se integraram no conjunto das realizações de nosso município.

BOM JESUS (Caseiros)

Antes da emancipação de Ibiraiaras, residiu (alguns ainda residem) neste local Belarmino Pagnoncelli, com serraria, doando madeira para a construção da capela; Lourenço Brezolin, quarteirão; Rafael Mangoni e filho Aquiles Mangoni; Setembrino Mangoni; Domingos Botcha; Algemiro Soares Borges (Vô Borges), por volta de 1930 e na cidade, nos seus últimos anos, até 1993; Manoel Pereira dos Passos; Alcides Evangelista; Manoel Farias de Godói, c. c. Madalena Farias; José Pedro Gomes Farias ( Juca Farias); Valdomiro Farias,

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Belmiro Farias, Judite Farias, Jovita Farias; Laureano do Carmo; Joaquim Corrêa Domingues; Valdomiro Cesário Gomes; Dorneles Cirino; Cides Cirino; Cícero Cirino; Paulo Rodrigues de Lima; Domingos Zanin.

Uma escola construída na terra de Jovita Farias levou o nome de “Madalena Farias”.

A primeira capela, constituída ainda quando a comunidade fazia parte de Lagoa Vermelha, teve os seguintes organizadores: Belarmino Pagnoncelli; Alberto Pereira; Rafael Mangoni; Aquiles Mangoni; Jorge Domingues. O carpinteiro foi Paulo de Lima.

O primeiro padroeiro escolhido pela comunidade foi São Juliano; a imagem, esculpida em madeira, foi trazida de São Ricardo e ficou na casa paroquial de Ibiraiaras, durante muitos anos. Atualmente encontra-se na capela da comunidade de Bom Jesus.

A segunda capela foi organizada por Lourenço Brezolim, que doou o terreno para a construção da capela e do salão, além de Aquiles Mangoni, Valdomiro Justino Gomes e Algemiro Soares Borges. A capela atual foi construída depois de ser traçada a RS 126, em terreno doado por Cícero Cirino Rodrigues.

CRISTO REI (Caseiros)

Os primeiros moradores foram Manoel Oliveira dos Passos e os filhos Salvador Oliveira dos Passos, Francisca, Demétrio e Luiz; Aquilino Rodrigues de Mello; Pedro Herança ou Pedro Rodrigues; Saturnino Mariano Pimentel – homeopata e os filhos Acácio e Marciano; João de Lima; Cesário Pereira Viana; Sebastião Miranda dos Passos; Joaquim Miranda dos Passos e Sebastião Miranda dos Passos; André Cristóvão; os Biriva ou família Alves Ferreira: Altívio Ferreira de Lima e filhos Antônio, Alcides, Silvio e Pedro; Manoel Ferreira de Lima, Jairo Ferreira de Lima, Élio Ferreira de Lima, Jair Ferreira de Lima.

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Silvano Antônio Leite veio da Argentina para Cristo Rei, em 1868. Casou-se com Marcolina Rodrigues, de Lagoa Vermelha. A família residiu na chamada “Encruzilhada dos Leite”. Os filhos: Álvaro Antônio Leite; Gustavo Antônio Leite, nascido em 1913 e casado com Iraci Ribeiro Leite; Osvaldo Antônio Leite, nascido em 1915 e casado com Lídia Dutra. Osvaldo Antônio Leite foi quarteirão, por Lagoa Vermelha e Ibiraiaras. A função do “quarteirão” era a de auxiliar a administração municipal na sua região, bem como coordenar os trabalhos nas estradas, cobrar alguns impostos, encaminhar algumas questões de segurança e outras.

Manoel Oliveira dos Passos doou o terreno para a construção da escola, da capela e do salão. Manoel, além de outros habitantes, como de Manoel dos Passos, Silvio Ferreira de Lima (dos Biriva), André Cristóvão, Antônio de Lima, Saturnino Pimentel e Salvador Oliveira dos Passos, foram os colaboradores da construção.

A escola foi denominada “Escola Manoel dos Passos” por ter sido ele o doador do terreno, no qual foi construída, não só a escola, como também, o salão e a capela.

A população trabalhava na agricultura, criava porcos e gado leiteiro e produzia milho, trigo, arroz, feijão, para o comércio e o consumo próprio.

Nos primeiros tempos, utilizaram cavalo e carroças para o transporte e para o trabalho. Mais tarde, o trator foi usado na agricultura. O primeiro trator pertenceu a Salvador Oliveira dos Passos, por volta de 1968. Este teve uma ferraria onde produzia instrumentos de trabalho e um moinho particular, principalmente para moer o milho. Também foi proprietário de uma trilhadeira, denominada “Vencedora - nº 2”, em 1970, aproximadamente, quando maquinava feijão, milho, trigo, arroz, centeio, cevada. O galpão mais antigo de sua propriedade tem uma parte construída há mais de cem anos, com tábuas lascadas e as vigas falquejadas.

A comunidade de Cristo Rei foi conhecida por “Mato Queimado”, devido a um grande incêndio ocorrido naquela área.

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SÃO MIGUEL (Muliterno)

Entre os primeiros habitantes citam-se: João Baréa e filho Alcides Baréa, Fioravante Baréa, Albino Ditadi, Afonso Chiquelero, Alberto Baréa, Santo Baréa e filho Albino Baréa, Domingos Baréa, Ernesto Baréa, Pedro Baréa, Aquiles Girelli, Rovílio Dal Magro, José Dal Magro, Euclides Fabiane, João Fabiane, Recieri Fabiane, Selvino Tumelero, David Poltronieri, dono da serraria naquela localidade, Angelo Poltronieri, João de Araújo, José de Araújo, Lauro Cechin, Atílio Cechin, Ernesto Tessaro, Domingos Pereti; Valentim Toffolo e João Dal Bem, que construíram a capela, a escola e o salão. A escola ainda funciona.

SÃO LUIZ (Caseiros)

Pertenceu a Ibiraiaras o território dessa comunidade, até a área da escola, na BR 285, Vila Passos.

Entre os habitantes citam-se: Orestes de Mattos, Izaltino Andrade, professor, Zalavir Piton; Itacir Dias de Morais, Jair dos Passos e irmãos; Eri Leite, professora e que foi Coordenadora Municipal de Ensino, na gestão do Interventor Federal João Stella, em Ibiraiaras.

SÃO JORGE E JABOTICABAL (Caseiros)

As famílias residentes nessa área foram: João Leonel dos Passos, filho Manoel Leonel dos Passos e Noel dos Passos; Flores Pereira de Lima; Antônio de Lima; Antônio Dias; Ulisses Mugnon, com loja e armazém; Pedro Cirino, comerciante e Juiz de Paz; Euclides Cirino, com serraria, granja e comércio; Fileto Jaime Cirino, com comércio e transportes.

Essas famílias construíram uma capela e o salão, onde, nas eleições se localizava uma urna eleitoral. No povoado do Jabuticabal, localizado há dois quilômetros da capela, instalaram a escola para os filhos daquele grupo de famílias.

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SANTO ANTÔNIO (Muliterno)

Essa área, antes pertencente ao município de Ibiraiaras, atualmente constitui parte da Área Indígena e pertence ao município de Muliterno. Próximo à capela, havia poucas residências. As Linhas Soares e Mendes eram mais povoadas.

Famílias que povoaram a antiga comunidade de Santo Antônio: Ingrácio Antunes, quarteirão; Teodoro Mendes de Lima; Vieira Jordão de Freitas e o filho Pedro Jordão de Freitas, c. c. Graciosa Mezzomo, que cuidava da igreja e era catequista na época da paróquia de São José, de Ibiraiaras; Jordão Julio de Freitas, c. c. Maria Justino; João Mezzomo e filhos: Santo e Graciosa; Vieira Jordão de Freitas; João de Campos e os filhos Amantino, Clementino e Onorino; Marino Maran; Batista Maran; Sebastião Cirino, c. c. Onorata Freitas Vieira; João Mezzomo; João de Campos; Dionísio Vazzoler, em Santo Antônio, no ano de 1960; Batista Rossoni e filho Santo Rossoni; Gervásio Rodrigues de Mello; Romualdo Piton; Urbano Zolet; Silvio Boito; José Sutil do Rosário; Rodolfo Soares e filhos; Altívio Soares, quarteirão; Alfredo Soares; Damásio Soares; Elpídio Mendes de Lima, quarteirão e os filhos Teodomiro Mendes de Lima e Plácido Mendes de Lima; Izidoro Dias.

Construíram, inicialmente, uma pequena escolinha; depois, uma escola do tipo “Brizoleta”. Na época, ainda pertencia ao município de Lagoa Vermelha.

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A PRODUÇÃO DA BATATA

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Início e desenvolvimento da produção

A produção da batata provocou um salto na agricultura do município e um grande impulso ao seu desenvolvimento econômico, a partir da década de 1960.

Antes de Ibiraiaras, os municípios que se destacavam na produção da batata eram Carlos Barbosa e Farroupilha, principalmente.

As famílias Zanetti, Baldasso e Dalcin localizaram-se em São Pio X, próximo da serraria Getuliense da família Chies, nos anos de 1953 e 1954. Ali os pinheiros já haviam sido serrados e restavam, no solo, tocos e taquaras. Iniciaram a preparação da terra com um arado puxado por bois, pelo meio dos tocos e das taquaras, que eram queimados antes do cultivo.

As primeiras sementes da batatinha foram trazidas por insistência da senhora Lourdes Deitós Zanette, esposa de Carlos Zanette, que queria fazer sopa com batatinha para as crianças. O senhor Carlos Zanette, então, trouxe dois sacos de batata-semente de Carlos Barbosa. E assim iniciou a produção no município.

O início do cultivo da batata por essas famílias foi de forma experimental, quanto às diferentes variedades, os primeiros tipos de mecanização e tecnologias, além da busca de mercados para a comercialização.

Durante alguns anos, a batata foi plantada para o consumo próprio. Além da batata, cultivavam milho e trigo, porém, a finalidade destes era o comércio. Foram os agricultores que produziram a semente da batata das próprias plantações, por cerca de 30 anos. O método era simples: cortavam-na em pedaços, onde apareciam os brotos, que depois eram novamente plantadas.

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João e Natalina Cinelli plantando batatas com a máquina

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O tratamento era feito com cal virgem e verderame - sulfato de cobre. Inicialmente, não aplicavam adubo; mais tarde, adquiriam os fertilizantes na Cooperativa Santa Clara, em Carlos Barbosa.

Na preparação da terra, usavam a enxada e o arado puxado por bois, fazendo os sulcos, onde, colocavam uma colher de adubo em cada cova. Na colheita, também usavam a enxada e o arado para arrancar. Recolhiam o produto da terra de forma manual. Artêmio Zanette ensinava aos demais produtores, algumas dessas técnicas iniciais de produção.

Foi ele quem trouxe, por volta de 1959, uma variedade de batata branca, importada, para comercializar. Em 1962, os irmãos Carlos, Artêmio e Pedro Zanetti começaram a cultivar uma espécie melhor, com semente selecionada, adquirida dos agricultores de Carlos Barbosa.

A família Baldasso, em 1954, plantou cem bolsas de batata branca e rosa na terra de Henrique Martini, com semente trazida de Carlos Barbosa. Vendia em Vacaria, Lagoa Vermelha e Carlos Barbosa, com caminhão fretado, completando a carga com milho.

A maioria dos agricultores só conseguiu adquirir tratores para o trabalho nas lavouras de batata, dez a quinze anos depois do início da produção.

As famílias de Atílio Dalcin, João Baldasso e Artêmio Zanetti se associaram, buscando com a parceria uma possibilidade maior na adquisição de tratores e equipamentos, como pulverizadores.

Foram feitas muitas experiências com a utilização de vários tipos de máquinas. Por volta de 1970, passaram a utilizar uma máquina de arrancar batatas, emprestada. Outra, adquirida pela família Zanetti, de origem alemã, arrancava a batata, classificava por tamanho e ensacava, mas deixava muita terra junto. Utilizaram, ainda, um trator com arrancadora de batata, fazendo a coleta manual. Nas arrancadoras, utilizavam um trator com disco. Depois passaram a utilizar a arrancadora com esteira, sendo que a primeira, da marca “Pavão”, foi adquirida em São Paulo. Aqui ela foi modificada e adaptada por Délio Benedetti e outros.

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Máquinas de arrancar batatas

Além destas famílias cita-se, entre as primeiras, a família de Ângelo Bussolotto e Adair Bussoloto, que iniciaram o cultivo da batatinha em São Pedro, por volta de 1954 e, logo após, a família de Henrique Guadagnin, em Santa Lúcia. As famílias Farina, Martini e Festa da comunidade de São Pio X, iniciaram a produção da espécie “Baronesa”. Toda a família de Mário Tonin está, também, entre os primeiros produtores da batata. Aos poucos, todos os agricultores do município, passaram a cultivá-la, especialmente, após o incentivo e acompanhamento da Coopibi. Domingos Farina iniciou o cultivo de batata, por volta de 1970, em São Pio X. Quando ainda não havia as máquinas de lavar, por volta de 1975, ele instalou uma “escovadeira” para tirar a terra grudada na batata, que foi utilizada por cinco anos.

Antigamente, cada produtor arrancava dez sacos de batata ao dia, usando enxada e arado, mas com o tempo, os agricultores foram intensificando a produção.

Nas primeiras décadas abasteciam toda a demanda do mercado local e

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regional. A produção foi sendo implantada em todo o município e passou a ter grande comercialização. Aos poucos, todos os agricultores passaram a cultivar o produto, embora o alto custo do adubo. A época de maior produção foi entre os anos de 1970 e 1995.

Entretanto, a intensidade da produção na mesma área ocasionou graves problemas como o esgotamento da terra, prejudicando a produção e a qualidade, aliado ao encarecimento dos insumos. Então, a produção diminuiu no município e os produtores foram buscar novas áreas para o plantio, especialmente dentro do território gaúcho e em São Paulo.

Devido à grande produção, o município foi denominado, popularmente, “Terra da Batata”, pela população local e das regiões que ainda compram o produto. Atualmente, os pequenos produtores plantam e colhem a produção de forma manual, utilizando arrancadora. Cerca de uma centena deles ainda cultivam a batata, fazendo a rotação de culturas.

Novas variedades, novas tecnologias

Com a criação da Coopibi, esta passou a dar grande incentivo à produção, especialmente com o acompanhamento técnico do engenheiro agrônomo Delmar Turow. A cooperativa passou a fornecer, inicialmente, apenas os insumos, em seguida, a semente, o adubo, a assistência técnica e o financiamento pelo Banco do Brasil. Foi introduzida a batatinha rosa que teve boa aceitação na região, por ser mais lisa e de melhor qualidade, devido à terra vermelha e mais seca.

A semente certificada, com garantia de qualidade, da variedade “Baronesa” veio de Pelotas, produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Foram adquiridas 50 sacas em Pelotas, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA.

A espécie “Baronesa” predominou até meados da década de 1990, quando aumentou a produção da “Asterix”. As variedades mais cultivadas atualmente são a “Asterix”, a branca, de origem holandesa e a “Macaca”, muito procurada,

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precoce, resistente às doenças e que exige poucos defensivos.

Hoje existem alguns grandes produtores que cultivam em outros municípios, em terras mais planas e de climas mais adequados. A produção comercializada no município é originária, parte daqui e parte de outros municípios. Quanto às técnicas, atualmente, a maioria dos médios produtores utiliza a mecanização, desde o plantio, passando pelo tratamento, até o momento de arrancá-la da terra. Hoje um produtor chega a colher 1.500 sacos ao dia, usando máquinas modernas, mas a catação continua sendo braçal.

Hidroponia

Em 1997, iniciaram testes com plantio a partir de mudas e de tubérculos de diferentes variedades, dos laboratórios da Embrapa de Pelotas e do laboratório da Universidade de Passo Fundo - UPF, produzidas no sistema de hidroponia.

Desde 2000, após a conclusão dos testes, Sérgio Zanette implantou a produção da semente certificada de batatinha em sua propriedade. Esse produtor obtém as mudas e os brotos da Embrapa de Pelotas e da Universidade de Passo Fundo. Cultiva a semente em estufa pelo sistema de hidroponia, produzindo os minitubérculos, classifica-os para cultivo próprio e comercializa com outros municípios e através da Cooperativa, para cerca de 30 produtores. Cada muda se multiplica em 40 a 50 tubérculos. São 12 variedades.

A hidroponia facilita a produção pela ferti-irrigação que contém os nutrientes e induz a planta a viver por mais tempo (nitrogênio, fósforo, potássio, etc.). A planta não utiliza, praticamente, defensivos agrícolas. Estes, quando usados, devem ser aplicados especificamente para cada variedade, a critério de um agrônomo. A Coopibi participa com a assistência técnica, junto à UPF e Embrapa. Na sua propriedade são realizados testes de produção de semente, com pesquisas da Embrapa de Pelotas e de Canoinhas – SC.

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Beneficiadoras

As lavadoras de batata, chamadas popularmente “batateiras”, são beneficiadoras ou lavadoras de batata. O beneficiamento da batata passou a ser realizado em Ibiraiaras, a partir do ano de 1973. As primeiras só lavavam e ensacavam, ainda com umidade. As máquinas tiram a terra (lavam), secam, classificam e ensacam o produto. Surgiu a secagem e a classificação por tamanho; inicialmente, secagem com ar frio, posteriormente, com ar quente e com peneiras para separar por tamanho.

A primeira máquina beneficiadora de batata foi instalada por Carlos Canevese, juntamente com Ricieri Canevese e Danilo João Cassol, em 1973. Era uma máquina pequena. Em 1976, instalaram uma beneficiadora os sócios Danilo Dal Piva, Valdir Dal Piva e Dirceo Dal Piva, continuando a família Dal Piva com novas beneficiadoras na cidade. Em 1984, Dirceo Dal Piva e Pedro Luiz Piva instalaram novamente uma lavadora na Rua Frei Aleixo.

A Coopibi construiu um pavilhão no Bairro Jardim Esperança para incentivar o beneficiamento por parte dos sócios.

Hidroponia

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Arlindo Bocchi tinha uma beneficiadora, onde hoje estão os escritórios da Cerealista Bocchi e após, instalou-a no atual silo da empresa, onde fez o beneficiamento até início de 2011. Inicialmente, Arlindo Bocchi comprava e vendia a batatinha que era lavada por Adair Bussolotto.

Entre outros beneficiadores da batata citados estão Juarez Antunes, Desidério Bocchi, Valdir Farina, Ernesto Farina, Angelo e Belino Tedesco. Estes instalaram uma beneficiadora na Rua Albino Piva, no início dos anos 80, continuando até o ano 2000.

Em 1977, Adair Bussolotto adquiriu uma máquina em São Paulo e, mais tarde, outra em Curitiba. Eram das maiores da época, com secagem a ar frio por ventiladores. Em 1992, Adair Bussolotto adquiriu uma máquina a ar quente, a partir de uma caldeira com fogo a lenha. Fazia a lavagem, secagem e classificação do produto. Trabalhou junto com a Coopibi, a qual deixou de fazer esse trabalho, por volta de 1998. Juntos fizeram o beneficiamento para a maioria dos produtores.

Na década de 1980, existiam aproximadamente 15 máquinas beneficiadoras, sendo a maioria dos próprios produtores.

Máquina de benficiamento de batatas

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Comercialização

As primeiras vendas da batata, na então vila de Ibiraiaras, foram feitas com carroças ou carregadas em pequenos caminhões e levadas para os municípios vizinhos. A família Zanette comprou um caminhão para vender a batata em municípios da região e em Porto Alegre, onde a qualidade era bem apreciada.

Os caminhoneiros de Carlos Barbosa adquiriam a batata aqui para vendê-la na Ceasa, em Porto Alegre. Como aqui não existiam ainda as máquinas lavadoras ou beneficiadoras do produto, era vendida com alguma quantidade de terra, mas antes de ser revendida pelos caminhoneiros intermediários, lavavam a batata em Carlos Barbosa e Garibaldi. Mais tarde, começaram a instalar as máquinas beneficiadoras aqui. Alguns produtores já faziam o transporte por volta de 1975.

Desde a década de 1970, a produção de nossos agricultores era comercializada em outros estados. Nos períodos de maior safra comercializava-se, em média, 40 cargas de caminhão por dia, com 300 sacos cada um, para Porto Alegre e para outros estados.

Danilo Cassol e os filhos Airton e Ademir eram produtores e compradores de batatinha. Após o beneficiamento, vendiam em Passo Fundo. Produziram aqui em Ibiraiaras, especialmente entre os anos de 1985 a 1991. No ano 1997, estabeleceram a firma “Cerealista Cassol”. Mais tarde, instalaram a beneficiadora na RS 126, na saída para Caseiros. Venderam em municípios da fronteira gaúcha, onde Ademir, ainda hoje, mantém o mercado comprador. Eventualmente, a partir de 1991, comercializaram o produto em outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco (Recife), Amazonas (Manaus) e Roraima (Boa Vista). Atualmente Airton tem a firma transportadora, principalmente de batata e Ademir, a beneficiadora.

Domingos Farina produzia e comprava a batata de outros produtores; comercializava em Vacaria, Passo Fundo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e em São Paulo, na Ceasa e noutras distribuidoras. Ele trabalhou 45 anos com comércio de batata e outros produtos. A sua família continua fazendo o comércio de batata, principalmente na fronteira, como em Alegrete.

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Ultimamente, vários empresários foram instalar, em municípios de São Paulo, as beneficiadoras de batata e também de cebola. Os agricultores daqui plantam ou compram e beneficiam também em outros municípios do Estado, como Bom Jesus, Ibiaçá, Tainhas, Lagoa Vermelha e Cambará do Sul.

No município de Ibiraiaras, atualmente, existem cinco beneficiadoras que fazem a classificação por tamanho e a embalagem em pacotes de um quilo (feijão) e de cinco quilos (batata e cebola). O combustível mais usado nas máquinas para secagem é o óleo diesel.

Atualmente, continua em destaque o comércio no Rio Grande do Sul. Uma parte menor é comercializada em estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas (Manaus) e também no exterior (Chile). Hoje o transporte e a comercialização são, em grande parte, terceirizados. Os lucros dessa atividade são investidos em grande parte no município de Ibiraiaras, através de diferentes investimentos, como por exemplo, no comércio ou em construções.

Industrialização

Atualmente, é realizada toda a cadeia produtiva da batatinha em nosso município, incluindo a industrialização, pelo “Comércio de Batatas Irmãos Guadagnin”- Cobig. Em 2006, os irmãos Ivo e Ivar Guadagnin iniciaram a industrialização na Central Estadual de Abastecimento-Ceasa, de Porto Alegre e, em 2009, com a ampliação da empresa, instalaram a indústria em sede própria, neste município. Produzem a Batata Palha e a Batata Ondulada, marca Kreky. A mercadoria é vendida em pequenos e grandes supermercados do Rio Grande do Sul. Além da marca Kreky, a empresa trabalha com marcas terceirizadas em várias cidades do Estado. Na Ceasa continua a comercialização da Batata Cobig in natura e da batata industrializada Kreky.

Neste de ano de 2016, a Cobig irá transferir sua indústria para a nova sede, situada na comunidade de Santa Lúcia, às margens da ERS 126.

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Pacote Kreky

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O DESENVOLVIMENTO A PARTIR DA DÉCADA DE 1960

COOPERATIVISMO

A COOPIBI E O DESENVOLVIMENTO DE IBIRAIARAS

Na década de 1960, dois fatores foram fundamentais para que as mudanças econômicas e sociais alavancassem um maior desenvolvimento da população de Ibiraiaras: a criação, em 1964, da Cooperativa Agrícola Mista Ibiraiaras Ltda - Coopibi e a criação do município, em 1965.

A partir do início da década, a sociedade começou a organizar-se na área rural e urbana em torno de algumas lideranças locais. Então, iniciou-se um processo lento, mas contínuo, de desenvolvimento da agricultura, do comércio em geral, enfim, de crescimento e modernização da cidade.

Com a criação da Coopibi, em 1964, iniciou-se no município a agricultura comercial e a diversificação da produção, com a mecanização do campo, a assistência técnica, o fornecimento de insumos e sementes híbridas e o crédito rural. Esse processo de crescimento acentuou-se nos anos 70. Partindo dos anos 80 até hoje, se desenvolve uma agricultura de precisão com alta tecnologia.

A Cooperativa Agrícola Mista Ibiraiaras Ltda - Coopibi está localizada na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, tendo como sede administrativa o município de Ibiraiaras, com área de ação abrangendo 18 municípios.

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Foi fundada em 09 de maio de 1964, por 65 agricultores associados que sentiram a necessidade de apoio às suas atividades, como também no beneficiamento e comercialização da produção, principalmente do trigo, a cultura da época. Assim, a cooperativa foi criada por um grande grupo de agricultores, juntamente com lideranças locais, como forma de solucionar os principais problemas por eles enfrentados, além de organizar o desenvolvimento do setor primário de Ibiraiaras.

Iniciou em uma pequena casa de madeira construída pelos associados, onde funcionou a sede administrativa e o setor de consumo. Em 1967, já contava com 252 associados. Então, adquiriu o primeiro caminhão, instalou um secador de cereais e construiu um armazém com capacidade para 20.000 sacos de grãos, passando a receber a produção de trigo, que até então era entregue e comercializada em outros municípios. Em 1969, contratou em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras - STR, um técnico agrícola. Posteriormente, contratou um engenheiro agrônomo.

Na década de 70, a cooperativa construiu um armazém graneleiro, com capacidade para 200.000 sacos de grãos. Adquiriu um moinho de milho e contratou um médico veterinário, passando a dar assistência também na atividade pecuária para seus associados.

As novas variedades, tanto de trigo como de milho, permitiram maior produtividade e excedentes para serem comercializados.

Em 1975, construiu sua nova sede administrativa, com loja de confecções, ferragem e supermercado, um pavilhão para lavagem de batata, um depósito para guarda de insumos agrícolas e adquiriu uma pequena frota de caminhões. A essa altura, já contava com 1.050 associados, ampliando a assistência técnica aos associados e prestando novos serviços, como repasse para financiamento das lavouras via Banco do Brasil e depois, a comercialização que, no caso do trigo, era feita com o governo e os demais produtos eram beneficiados e armazenados para a comercialização em época de melhores preços.

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Diversificação de atividades

Atividades importantes foram agregadas às propriedades, destacando-se o cultivo da batata inglesa, feijão, soja, alho e, no início dos anos 80, a criação de gado leiteiro.

Em 1984, a cooperativa passou a produzir batata semente certificada, melhorando a qualidade e produtividade da cultura em sua área de ação, com a consequente redução do custo dessas lavouras. A diversificação melhorou em muito a economia das propriedades, sua renda e a ocupação da mão-de-obra que, na época, era abundante.

Em 1988, a cooperativa construiu junto ao moinho de milho, em Ibiraiaras, uma moega, além de dois silos aéreos para armazenagem de milho de boa qualidade para moagem.

A criação de suínos na região e ação do mercado, retirando qualquer possibilidade de ganho real dos produtores associados, exigiu da Coopibi, a elaboração e implantação de um projeto de integração para suínos, socorrendo seus associados num momento crítico. Este projeto foi centralizado na filial de São Jorge, cujo desenvolvimento registra cerca de 2.000 toneladas/suínos/ano.

Em 1989, a expansão exigia um maior fôlego financeiro da cooperativa que, através de Assembleia Geral Extraordinária, aprovou e implantou um plano de capitalização.

Cooperativa de Crédito - SICREDI

Nos anos 80, observou-se que os nossos municípios não retinham a poupança, fruto de suas atividades e esses recursos migravam para os grandes centros urbanos, enquanto o crédito rural estava escasso. Assim, a Coopibi criou e sustentou uma Cooperativa de Crédito, hoje Sicredi Ibiraiaras, com atuação em 18 municípios da região, sendo a 9ª no ranking das Cooperativas Sicredi Central Sul.

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Expansão

Na década de 80, a cooperativa passou a ser procurada por produtores e sindicatos rurais de outros municípios, com o objetivo de se associarem, o que a levou a uma expansão territorial de sua área de ação e a instalação de unidades em outros municípios.

Hoje temos, além da sede em Ibiraiaras, nove unidades nos seguintes municípios:

São Jorge, em 1981; Nova Bassano, em 1981- incorporou a Cooperativa Agrícola Mista Bassanense Ltda; inauguração da nova sede em 1990/1991; Nova Prata, em 1981-incorporou a Cooperativa Tritícola Moageira Pratense Ltda; Guabiju, em 1983 - instalação do Posto de recebimento e resfriamento de Leite in natura e com ele a implantação da bacia leiteira na área de ação da Coopibi; Protásio Alves, em 1986/1987; Rio Branco (Nova Prata); André da Rocha; Caseiros e David Canabarro.

A Coopibi acompanhou a revolução na agricultura

A Coopibi acompanhou e estimulou a primeira grande revolução na agricultura, que foi a recuperação dos solos, nos anos 70, o plantio direto, nos anos 80, a mecanização, nos anos 90, a biotenologia e agricultura de precisão, na primeira década do novo milênio.

Contribuição ao desenvolvimento do município de Ibiraiaras

Uma consequência da qualidade das lavouras é o desenvolvimento e a renda, não só para as propriedades, mas também para o município onde a Coopibi atua. A Coopibi é responsável por aproximadamente 50% da arrecadação dos impostos do município de Ibiraiaras, pois toda a compra e venda que realiza, é feita com nota fiscal e isso retorna para os munícipes, quando bem aplicada pela administração municipal em estradas, saúde, educação e segurança.

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Ainda, atenta ao contexto onde está inserida, a Coopibi tem participado ativamente dos eventos realizados nos municípios de atuação, auxiliando na organização de festividades tais, como Dia do Agricultor, Dia da Mulher, Dia do Homem, Dia das Crianças, Natal, aniversários municipais, feiras, dentre outras atividades sociais e culturais.

Nessa mesma perspectiva, a Coopibi tem participado, junto à Sicredi, do Programa “A União Faz a Vida” nos municípios de Ibiraiaras e David Canabarro, desenvolvendo trabalhos junto às escolas e disponibilizando seus profissionais para trabalharem com estudantes, pais e equipe escolar sobre os mais variados temas de interesse e necessidade de cada local.

A estrutura do cooperativismo no Rio Grande do Sul

No âmbito regional, a Coopibi estimulou e participou, em 2003, da fundação da Central de Cooperativas Agropecuárias do Nordeste do RS - CCN, com o objetivo de criar a intercooperação entre elas. A filosofia da Coopibi foi sempre a de participar das organizações de segundo grau, sejam elas centrais, federações ou organizações, sendo sócia da CCN, da Central de Cooperativas Gaúchas de Leite – CCGL, da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul – Fecoagro e da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul - OCERGS.

A função das cooperativas singulares é fomentar as atividades, receber e beneficiar a produção e, quanto possível, cabe às centrais a industrialização, exportação e importação.

A Fecoagro defende a política agrícola; é o órgão representativo das cooperativas junto ao governo. A OCERGS realiza a parte doutrinária de formação e educação.

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O COOPERATIVISMO SE FORTALECE EM IBIRAIARAS

Nos últimos anos, o cooperativismo está se fortalecendo no município e região visando, especialmente, atender às necessidades dos pequenos produtores rurais, o desenvolvimento da produção agrícola, a comercialização dos seus produtos e o crédito à produção, à comercialização e à habitação. Assim, foram criadas novas cooperativas: Sicredi (1983), Crehnor (2003), Cotraibi (2005), Cooperativa Camponesa (2010).

Fonte: Direção da Coopibi, novembro de 2012

Coopibi

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SICREDI - SISTEMA DE CRÉDITO COOPERATIVO

Breve histórico das Cooperativas de Crédito no Rio Grande do Sul

Em 28 de dezembro de 1902 foi constituída a primeira Cooperativa de Crédito brasileira na localidade de Linha Imperial, município de Nova Petrópolis (hoje denominada Sicredi Pioneira), tendo como ideólogo deste sistema o jesuíta alemão Padre Theodor Amstad (*1851 +1938), sob a denominação de Caixas Populares Raiffeisen. As 66 Cooperativas de Crédito tinham papel expressivo no sistema financeiro do Rio Grande do Sul.

Entre os anos de 1964 e 1980, com a aprovação da reforma bancária e a institucionalização do crédito rural, restrições normativas e perda de competitividade fizeram desaparecer mais de 50 Cooperativas de Crédito no estado.

Em 27 de outubro de 1980 foi constituída a então Cooperativa de Crédito Rural do Rio Grande do Sul Ltda - Cocecrer – RS, com o objetivo de reorganizar o sistema no estado, para assumir parte das funções do estado no setor de financiamento rural.

Sicredi Ibiraiaras - RS

Em 28 de novembro de 1983 é fundada a Cooperativa de Crédito Rural de Ibiraiaras - Credicoopibi, que recebeu essa denominação porque a Cooperativa Agrícola Mista Ibiraiaras Ltda foi responsável pela constituição da Cooperativa de Crédito, realizando todo o processo de constituição; durante muito tempo garantiu a manutenção, cedendo gratuitamente seus funcionários para que a mesma pudesse desenvolver suas atividades.

Em maio de 1993, a sigla da Cooperativa de Crédito Rural de Ibiraiaras mudou para Sicredi Ibiraiaras - RS.

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Área de Atuação

A área de atuação da Sicredi Ibiraiaras - RS abrange os seguintes municípios: São Jorge, Nova Bassano, David Canabarro, Lagoa Vermelha, Capão Bonito do Sul, Nova Prata, Ciríaco, Protásio Alves, Caseiros, Ibiraiaras, Muliterno, Nova Araçá, Antônio Prado, Ipê, Vila Segredo, Paraí, Campestre da Serra e André da Rocha, totalizando 18 municípios.

Finalidades

Hoje, a Sicredi Ibiraiaras exerce atividade de suma importância frente às necessidades de seus associados e é fomentada pela seguinte missão: “Como Sistema Cooperativo valorizar o relacionamento, oferecer soluções financeiras para agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos associados e da sociedade”.

Portanto, trabalha os valores do cooperativismo, procurando oportunizar para a comunidade onde atua atividades de promoção social e responsabilidade social, educativas e culturais.

Em 2013, a cooperativa completou 30 anos de fundação e nessas três décadas procurou estar presente nas ações da comunidade, tanto de caráter econômico como social.

Setor financeiro

A Sicredi Ibiraiaras, instituição financeira cooperativa, vem desempenhando, desde 1983, sua principal função, ou seja, atender às necessidades de seu quadro de associados, através de seus produtos de captação de recursos, empréstimos em geral e prestação de serviços financeiros. Vem contribuindo para o desenvolvimento das atividades do agronegócio como o financiamento de custeio, pré-comercialização, diversas linhas de investimentos para o agronegócio, investimentos para a área industrial e o comércio em geral.

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O Programa “A União faz a Vida” e outros programas

Um dos trabalhos que orgulham a instituição é o desenvolvimento do Programa “A União Faz a Vida” que, ao longo dos anos, vem contribuindo com a formação pedagógica de educadores e, acima de tudo, procura melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes, através dos projetos que são articulados e desenvolvidos nas comunidades escolares.

Desde 2003 o Programa “A União Faz a Vida” é desenvolvido em Ibiraiaras. É um programa de responsabilidade social, que tem por objetivo construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania por meio de práticas de educação cooperativa.

Em 2012, participaram do programa nove escolas entre estaduais, municipais e particulares, mais de 1500 alunos e centenas de educadores e funcionários de escola. Tem como parceiro a Prefeitura Municipal de Ibiraiaras, através da Secretaria de Educação e Cultura e, como apoiador, a Coopibi.

Além do Programa “A União Faz a Vida” realiza outros, como Organização do Quadro Social “Pertecer” e o Programa “Crescer”, estes em processo de implantação na cooperativa, pelos quais estará oferecendo aos seus associados, que já ultrapassam a 30 mil, outras formas de participação na gestão e no desenvolvimento de sua Cooperativa de Crédito.

O Sistema SICREDI no Brasil

O Sistema de Crédito Cooperativo - Sicredi opera com 110 Cooperativas de Crédito em dez Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás e mais de 1.200 postos de atendimento em 905 municípios brasileiros.

As cooperativas estão organizadas em quatro Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo. A Central Sicredi Sul reúne

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51 cooperativas e 606 postos de atendimento em municípios gaúchos e catarinenses. No Rio Grande do Sul, o Sistema está presente em 90% dos municípios e é a instituição financeira com a maior rede de atendimento do Estado.1

1 Fontes: Assessoria de Comunicação; Assessoria de Programas Sociais- SICREDI- Ibiraiaras

Sicredi

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ENTIDADES DE APOIO À PRODUÇÃO PRIMÁRIA

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais - STR de Ibiraiaras foi fundado no mês de dezembro de 1966 e tem como objetivo defender e lutar pelos direitos da classe trabalhadora rural ligada à agricultura familiar, tornando os agricultores sujeitos de sua história. É filiado à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul – FETRAF-SUL

Atividades de produção e assistência técnica

O número de associados é de mais de 1.000 em sua base, mas, atualmente, são mais de 400 associados participantes.

Entre as atividades ligadas ao trabalhador rural estão as feiras. O Sindicato, com o apoio do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares - CETAP tornou realidade este espaço de comercialização, onde os agricultores familiares realizam a venda direta de sua produção ao consumidor, possibilitando um alimento mais saudável e agregando-lhe valor.

O Sindicato sempre esteve presente na busca de alternativas visando o acompanhamento técnico aos produtores. Fazem parte dos conselhos: o Conselho Agropecuário e o Conselho de Desenvolvimento Regional Sustentável, que são espaços de debates e de criação de projetos que possam trazer benefício aos agricultores. Com essas e outras entidades do município, realiza diversas atividades em parceria.

Foram muitas as conquistas através da articulação com outros sindicatos, destacando-se, além da comercialização e assistência técnica, a luta por melhores preços, melhores condições de crédito, habitação, saúde e aposentadoria.

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FUNRURAL

Criado no Brasil em 1963, o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural - Funrural estava sediado em Lagoa Vermelha. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras integrou-se a ele, por volta de 1972. Passou a oferecer aos agricultores associados, a assistência através de gabinete dentário, requisição para consultas médicas, internação hospitalar e, somente a partir de 1975, a aposentadoria, no escritório localizado inicialmente junto ao próprio Sindicato. A aposentadoria (benefícios previdenciários) aos agricultores do sexo masculino com mais de 65 anos de idade, até 1991, era referente a meio salário mínimo, quando passou a ser igual a um salário mínimo, por exigência da Constituição Federal de 1988.

Em 1977, o Funrural foi incorporado ao Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS.

Hospital Beneficente São José

No mês de novembro de 1970, a “Sociedade Literária São Boaventura” de Caxias do Sul fez a doação do Hospital Beneficente São José ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras. O STR transferiu o atendimento do Funrural para o hospital.

O STR administrou o Hospital Beneficente São José até o mês de agosto de 1986. A partir de então, por não possuir mais condições, os associados do Sindicato, em Assembléia Geral Extraordinária, decidiram doar o hospital à Prefeitura Municipal de Ibiraiaras, a qual o transformou em Autarquia Municipal, denominando-o “Autarquia Municipal Hospital São José”.

Meio Ambiente

Tendo em vista a necessidade da preservação do meio ambiente, o sindicato realizou várias atividades para informar e conscientizar as pessoas. Entre os projetos desenvolvidos no município com participação do sindicato citam-

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se o Pró-Guaíba e o Projeto Eletrosul. Nesses dois projetos foram plantadas mais de 500.000 mudas de árvores nativas e frutíferas, com a finalidade de preservar as áreas de mananciais e fornecer material para a rede elétrica.

Conquistas do STR

Além da assistência técnica e da comercialização dos produtos, o Sindicato, articulado a outros sindicatos e associações, trouxe para o agricultor familiar, melhores condições de acesso ao crédito para o custeio e seguro, aposentadoria e melhores preços para os seus produtos.

A entidade continua na luta por melhorias na habitação, salário maternidade, auxílio doença, previdência, habitação e salário maternidade.

Foram instituídos no município diversos serviços e órgãos:

- a Associação Municipal dos Pequenos Agricultores de Ibiraiaras - AMPAI, fundada em 1996 e integrada ao Sindicato;

- a Cooperativa de Crédito Crehnor;

- a Rádio Comunitária;

- as Feiras Ecológicas, atualmente Quitanda Campesina;

- o grupo Bruxinhas a Serviço da Vida, que se reúne às quartas-feiras no Sindicato, onde preparam remédios naturais.*

Associação Municipal dos Pequenos Agricultores de Ibiraiaras - AMPAI

A AMPAI, criada em 16 de Outubro de 1996, é formada por membros da sociedade civil constituída por pequenos agricultores e com abrangência regional. Fazem parte os municípios de Ibiraiaras, Lagoa Vermelha, São Jorge, Gentil, Caseiros, Muliterno, David Canabarro, Ibiaçá, Camargo, Guabiju,

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tendo como sede o município de Ibiraiaras.

Inserindo-se na luta do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, inicialmente, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a AMPAI organizaram as ações em conjunto, desde 1996, visando atender às necessidades dos agricultores e melhorar a qualidade de vida das famílias de camponeses familiares. Para isso, busca diferentes meios junto com o STR, como:

- o acesso ao crédito rural;

- a oferta de cursos e oficinas de capacitação;

- o desenvolvimento da bovinocultura de leite, criação de suínos e lavouras agroecológicas;

- a melhoria da produção, da qualidade e a diminuição dos custos de produção.

Em 1996, já estavam formados os Grupos de Produção Ecológica com aproximadamente 12 famílias cada, inseridos em quase todas as comunidades do interior, totalizando cerca de 30 grupos. Esses Grupos produziam sementes próprias crioulas de milho, batata, moranga, abóbora; realizavam a compra direta do adubo, inclusive orgânico; buscavam linhas de crédito, que era a grande dificuldade na época; buscavam a autossuficiência na produção e comercialização, sem intermediários.

Daqueles primeiros grupos, originou-se um novo grupo que começou a realizar as Feiras Ecológicas em Ibiraiaras, Lagoa Vermelha e Passo Fundo.

A AMPAI, juntamente com o STR, planejou e executou a criação da Cooperativa de Agricultores e Pecuaristas Orgânicos de Ibiraiaras Ltda - Ecopagri, uma instituição jurídica criada em 06 de novembro de 2001, para legalizar a comercialização dos produtos agropecuários dos agricultores já organizados em grupo. Significa dizer que a Ecopagri habilitou legalmente as Feiras Ecológicas, buscando um ponto de centralização da comercialização dos produtos agrícolas constituindo, mais tarde, a Quitanda Campesina, atualmente localizada no centro da cidade.

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A Ecopagri foi extinta em 2010.

A AMPAI, assim como o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras, é associada à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul - FETRAF-SUL. Participam do Conselho Municipal de Habitação, do Conselho Municipal de Saúde, do Conselho de Nutrição e Segurança Alimentar direcionado às pessoas mais necessitadas.*

Quitanda Campesina

A Quitanda Campesina é uma associação de produtores da Agricultura Familiar, que tem por objetivo comercializar diretamente ao consumidor a produção da agricultura ecológica e manter o agricultor em condições de permanecer na zona rural. O mercado consumidor é composto da população do município, da região e visitantes de outros estados.

A entidade foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras, a partir de 2002, mas começou a funcionar em 2004, inicialmente administrada pela Associação Municipal dos Pequenos Agricultores - AMPAI.

Surgiu com as Feiras Ecológicas realizadas em Ibiraiaras, Lagoa Vermelha e Passo Fundo. Sua criação partiu das reivindicações conseguidas através da Assembleia do Orçamento Participativo e recebeu o apoio da Administração Municipal.

Foi legalizada pela Cooperativa de Agricultores e Pecuaristas Orgânicos de Ibiraiaras Ltda - Ecopagri, instituição criada em 06 de novembro de 2001 (extinta em 2010), com o objetivo de promover a comercialização dos produtos agropecuários e adquirir insumos mais baratos pelos agricultores já organizados em grupos, produzindo de forma orgânica. Tornou legais as Feiras Ecológicas, que constituíram a base da Quitanda Campesina.

Possui um pavilhão com duas câmaras frias para alimentos in natura e depósito de adubos orgânicos e sementes crioulas. Realiza a comercialização no Centro Comunitário Severino Fabris, cuja sede é oferecida pela Prefeitura Municipal.*

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* Relatórios e entrevistas realizados com funcionários do STR, AMPAI, Quitanda Campesina e Crehnor.

O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Criado em 1996, é um movimento social autônomo mantido por pequenos agricultores de todo o território nacional.

Surgiu num momento de crise na agricultura camponesa, pela dificuldade ao crédito e, consequentemente, dificuldades financeiras dos pequenos proprietários, principalmente em épocas de estiagem.

Em Ibiraiaras, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais apoiou o movimento a nível estadual e depois a nível nacional, organizando ações conforme as necessidades dos agricultores.

O ponto de partida foi a luta dos pequenos agricultores no estado do Rio Grande do Sul para que fosse criado um programa que facilitasse o crédito agrícola para o pequeno agricultor, nos itens de custeio e investimento. O resultado foi a implantação do Programa Nacional de Agricultura Familiar – Pronaf, ainda em 1996.

Ibiraiaras está entre os 11 primeiros municípios que se organizaram no Rio Grande do Sul. O primeiro grupo que iniciou o movimento era formado por lideranças das regiões de Ibiraiaras, Palmeira das Missões, Sarandi e região de Santa Cruz do Sul - Rio Pardo.

A primeira conquista do MPA foi o crédito ao pequeno agricultor, que iniciou no ano 2000, visando manter na roça o pequeno agricultor.

O segundo passo foi buscar a melhoria das condições de moradia, conseguindo 2.036 casas para o Rio Grande do Sul, sendo 213 só na região de Ibiraiaras, no ano de 2002. Na sequência surgiu o Programa Minha Casa Minha Vida, para atender aos mais necessitados do campo e da cidade.

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Além disso, outros programas foram conquistados. Ainda em 2002, surgiu a ideia de organizar a produção e a comercialização, mantendo a diversificação agrícola, com o objetivo de garantir o sustento da família com a renda da comercialização do excedente e manter o produtor na zona rural.

Assim, desde 2002, o movimento busca organizar a produção diversificada para a comercialização do excedente das propriedades, que são em geral, culturas tradicionais como a laranja, a batata doce, a mandioca, a moranga, o queijo e as verduras e legumes. Isso se tornou necessário, já que as linhas de crédito agrícola eram direcionadas para somente alguns itens como leite, carne (bovina, aves e suínos) e grãos: trigo, milho e soja, ou seja, produtos de exportação.

Em 2003, o governo federal, por reivindicação dos movimentos do campo e da cidade, criou o Programa de Aquisição de Alimentos, diretamente dos produtores da Agricultura Familiar, através da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.

Por volta de 2007 foi criado o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, pelo qual os Municípios, o Estado e a União adquirem pelo menos 30% dos alimentos destinados às escolas, diretamente da agricultura familiar, através da Cooperativa Camponesa.

Concluindo, busca-se transformar a agricultura familiar em agricultura de produção de alimentos diversificados, para a manutenção da família e a comercialização dos excedentes.

Atualmente, diversas ações estão em andamento no Rio Grande do Sul com projetos lançados pelo governo estadual com o objetivo de desenvolver a Agricultura Camponesa.

Fonte: Entrevista de Olmir Sgarbossa (Coordenadora Regional da Cooperativa Camponesa)

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Cooperativa Mista de Produção E Comercialização Camponesa do Rio Grande do Sul – Cooperativa Camponesa

A Cooperativa Camponesa foi criada em 2005. Atua em todo o Rio Grande do Sul onde existe o MPA organizado, visando atender às demandas dos pequenos agricultores, através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA na modalidade de doação simultânea.

A filial da Cooperativa Camponesa em Ibiraiaras foi instituída em 2010. A sua área de abrangência é constituída dos seguintes municípios: Ibiraiaras, São Jorge, David Canabarro, Muliterno, Lagoa Vermelha, Capão Bonito do Sul, Guabiju, Santo Antônio do Palma e Sananduva.

Só na região metropolitana, a cooperativa atende 10.000 famílias e, aproximadamente, 50% desses alimentos saem da região coordenada pela filial de Ibiraiaras.

No Programa de Alimentação Escolar - PNAE, a cooperativa também atende a região metropolitana e a região de Ibiraiaras, através das Compras Públicas do Governo Estadual, servindo aos três hospitais do Grupo Hospitalar Conceição e, da Central Estadual de Compras Institucionais - Celic, aos presídios de Canoas, São Leopoldo e Encruzilhada do Sul.

Os produtos fornecidos devem estar de acordo com as exigências da sanitaridade e são fiscalizados pelo Sistema Estadual de Inspeção Sanitária.

O MPA busca a possibilidade de legalização da comercialização de todos os produtos coloniais caseiros, confeccionados de forma artesanal na propriedade rural, sem a necessidade de criação de uma empresa agroindustrial.

(Entrevista de Olmir Sgarbossa - Coordenador Regional da Cooperativa Camponesa.)

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A Crehnor Nordeste Ibiraiaras

A Cooperativa de Crédito Rural Horizontes Novos de Ibiraiaras Ltda - Crehnor Nordeste foi criada em 2003 e inaugurada em 14 de maio de 2004, com 350 associados. Foi criada e é dirigida por trabalhadores vinculados à agricultura familiar, comprometidos com a luta por dignidade e justiça social no campo e na cidade. Em 2012, contava com 2.558 associados.

Tem por objetivo propiciar crédito e prestar serviços aos seus associados: produtores agrícolas e população em geral, buscando apoiar a produção, a produtividade e a qualidade de vida, bem como a comercialização dos bens produzidos; créditos como custeio agrícola, investimento e crédito à habitação, incluindo, ainda, a assistência técnica e o fomento ao cooperativismo.

Sua administração se situa na cidade de Ibiraiaras e em postos de atendimento de Gentil, São Jorge, Mato Castelhano e Lagoa Vermelha. Sua área de ação abrange 33 municípios da região nordeste do Estado.

É o resultado de muito trabalho em busca de recursos, parcerias e acordos com outras cooperativas, com entidades afins e com as administrações municipais, estadual e federal.

Estrutura da Crehnor Nordeste

A Cooperativa de Crédito Rural Horizontes Novos de Ibiraiaras Ltda, faz parte do Sistema Crehnor de Cooperativismo de Crédito, que por sua vez integra a Confederação das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária- Confesol, uma organização a nível nacional. Em 1996 foram inauguradas as cinco primeiras cooperativas no sudoeste e oeste do Paraná. A Confesol é composta por quatro centrais, 150 cooperativas e 429 postos de atendimento.

A Crehnor nasceu em 24 de agosto de 1996, no município de Sarandi, RS, recebendo a denominação de Cooperativa de Crédito Rural Horizontes Novos de Novo Sarandi Ltda - Crehnor Sarandi, tendo sido idealizada por agricultores do assentamento Novo Sarandi. Em março de 1997, a cooperativa

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iniciava suas atividades e, a partir de 2000, surgiram outras cooperativas.

Atualmente fazem parte do Sistema Crehnor uma Cooperativa Central e cinco Cooperativas de Crédito Singulares: Crehnor Sarandi, em Sarandi; Crehnor Sul, em Canguçu; Crehnor Nordeste, em Ibiraiaras; Crehnor Norte, em Barão de Cotegipe; Crehnor Noroeste, em Ijuí; e uma cooperativa conveniada, a Crehnor Laranjeiras, no Paraná. Elas atuam em 310 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fonte: Crehnor Ibiraiaras

EMATER – ASCAR

Emater/RS – Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural.

ASCAR – Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural.

Emater/ASCAR são duas empresas privadas de utilidade pública, conveniadas com o município para prestação de assistência técnica e extensão rural.

Crehnor

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Seu objetivo principal é buscar o desenvolvimento harmonioso, dando suporte técnico aos sistemas de produção e tecnologias para produção de culturas e criações, na melhoria da conservação do solo e da preservação ambiental, visando o desenvolvimento sustentável das propriedades e uma melhor qualidade de vida para as famílias rurais do município.

O escritório foi fundado em Ibiraiaras em 08 de setembro de 1986, como posto vinculado à Emater de Lagoa Vermelha. Até 1990, tinha um único funcionário designado, um técnico agropecuário. Em 1990, o escritório passou a ser autônomo com a designação de um engenheiro-agrônomo e, em 1998, foi designada uma extensionista para a Área de Bem Estar Social.

O atendimento é prioritário para os agricultores familiares, prestando assistência técnica e financeira em todas as etapas da produção, além de orientações às famílias.

Nos últimos dez anos, a Emater de Ibiraiaras elaborou mais de 1000 projetos de crédito rural para investimento dos agricultores, os quais aplicaram os recursos na aquisição de calcário, máquinas, equipamentos, matrizes leiteiras, melhoramentos nas instalações e infraestrutura de suas propriedades. Isso representa um grande avanço na produtividade e na produção de lavouras e criações, além da melhoria da qualidade de vida das famílias do meio rural.

A Área de Bem Estar Social desenvolve atividades de educação a grupos de mulheres e visitas às propriedades rurais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida no campo, desenvolvendo atividades como organização social e promoção da cidadania, segurança e soberania alimentar, saúde física e mental, saneamento básico, educação ambiental, inclusão social, geração de renda, lazer e artesanato.

Graças à assistência técnica prestada aos agricultores pela Emater, Coopibi, Inspetoria Veterinária e os vários profissionais das áreas da agricultura e da veterinária, inclusive de empresas privadas, os índices de produção melhoraram muito.

(Fonte: Relatório Anual de Atividades Municipais- 2010)

(Relatórios da Emater - 2010 e 2011)

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Inspetoria Veterinária

Antes da emancipação política, o serviço de vacinação e registros do município de Ibiraiaras era executado pela Inspetoria Veterinária de Ciríaco. Trabalharam aqui Epidauro Rodrigues, Darci Barreto, João Érico Telles da Silva, Gentil Rodrigues e Julio Freitas.

A fundação da Inspetoria Veterinária em Ibiraiaras ocorreu em novembro de 1981. Tem como finalidade executar a Defesa Sanitária Animal.

O primeiro veterinário foi Pedro Stol, que realizou o trabalho por seis meses, aproximadamente. Em seguida, o veterinário Jaime Pedrotti passou a trabalhar praticamente sozinho, durante 32 anos.

Entre as atividades da Inspetoria no decorrer desse tempo, estiveram a coordenação da Campanha da Febre Aftosa e a fiscalização de produtos de origem animal em trânsito. Até 2008, realizava os exames de brucelose e tuberculose nas criações e atualmente, só fiscaliza essas atividades, as quais são realizadas por veterinários particulares.

As prioridades para a defesa da saúde animal atualmente são:

- as doenças consideradas de ocorrência mundial pela Organização Internacional de Ipezootias sobre 11 doenças, inclusive a febre aftosa, uma exigência para a exportação;

- a inspeção de produtos de origem animal nos frigoríficos, desde a entrada dos animais ao abate até a industrialização: o controle é feito através dos exames microbiológicos e físico-químicos exigidos, inclusive da água utilizada.

- doenças exóticas: exames periódicos para controle de suspeitas da doença da vaca louca.

- no Programa Nacional de Combate à Raiva dos Herbívoros – PNCRH, Ibiraiaras coordena um núcleo regional de combate ao morcego hematógafo, incluindo mais de 60 municípios.

Fonte: Jaime Pedrotti, Médico Veterinário responsável

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EMPRESAS FAMILIARES

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Como o enfoque principal desta obra é o desenvolvimento econômico e o consequente desenvolvimento social, faz-se uma homenagem ao empreendedorismo do povo ibiraiarense, destacando algumas empresas familiares tradicionais que se enraizaram em nosso município e sua história no setor agrícola, comercial e industrial.

EMPRESAS DA FAMÍLIA BOCCHI

Moinho

Em 1949, a família de Carlos Bocchi chegou ao município. Comprou o moinho de Alcides e Recieri Bedin, que antes pertencera à família Ossani. Localizaram-se na Linha Cascata, atual comunidade de Nossa Senhora Consoladora a dois quilômetros da sede, na antiga vila.

Mais tarde instalaram um moinho de cilindro para a moagem de trigo, a fim de produzir uma farinha de melhor qualidade. Em seguida, conseguiram o registro para importar trigo, o qual vinha da Argentina e de países da América do Norte e Europa, através do porto da nossa capital. As cotas estabelecidas para a importação determinavam uma proporção de trigo nacional (local) para sete partes de trigo importado, que tinha menor preço. A cota para o moinho Bocchi era baixa, apenas 4000 sacos ao ano.

Instalaram, também, um descascador de arroz e um quebrador de milho. A farinha era comercializada em Ibiraiaras, Lagoa Vermelha, Passo Fundo e Porto Alegre. Os funcionários eram os membros da família Bocchi e mais cinco empregados. Estiveram na gerência o pai, Carlos Bocchi e o seu filho mais velho, Ferdinando Bocchi.

O milho era adquirido dos colonos e carregado em carroças. As pedras que moíam o trigo eram de fabricação francesa. Inicialmente, Vergílio Desidério

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transportava a farinha para o comércio de Lagoa Vermelha, em carroças puxadas por bois ou mulas.

Trabalharam, ainda, com criação de suínos, bovinos e lavouras de trigo e milho. Para o consumo próprio produziam o arroz e a mandioca. Todos os filhos trabalharam no moinho.

Os compradores vinham de toda a região com cargueiros e carroças. Aqui buscavam a farinha, o arroz e a quirera. Faziam o pagamento em dinheiro ou com produtos caseiros como queijo, charque, rapadura, que também vendiam na vila. Alojavam-se num grande galpão construído junto ao moinho. Quando vinham, os colonos já traziam os colchões, as cobertas e alguns alimentos para passarem a noite.

Em 1954, os proprietários do moinho começaram a utilizar o caminhão. Arlindo Bocchi transportou algumas cargas de madeira para Porto Alegre.

Moinho Bocchi

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Na Vila

Ferdinando e os irmãos compraram a casa de João Martini, localizada no atual Supermercado Bocchi, onde instalaram um armazém de secos e molhados. Vendiam alimentos, utensílios e a farinha do moinho de sua propriedade. Ferdinando passou a residir com a família na parte superior da casa.

Em 1968, a família formou duas empresas nos mesmos segmentos de alimentos: Desidério e Gilberto ficaram com o armazém; Ferdinando, Arlindo e o pai, Carlos, ficaram com o moinho e a terra.

Após um incêndio no moinho, ocorrido em 1973, os proprietários continuaram trabalhando na agricultura, produzindo pricipalmente batata, além de soja. Alguns anos mais tarde essa empresa foi extinta.

Empresas de Vergílio Desidério Bocchi

Desidério veio morar em Ibiraiaras em 1968, onde passou a trabalhar com venda de secos e molhados. O armazém estava localizado no atual Supermercado e fazia o comércio de hortigranjeiros, especialmente batata, farinha de milho e de trigo, produzida no moinho Bocchi. Delise, sua esposa, trabalhava junto.

Desidério instalou o mercado em 1974, no prédio situado junto ao atual supermercado.

Em 1977, fez sociedade com a família Marini ( Jacir e Sérgio Marini) e abriu o Supermercado BOMAR Ltda. Trabalhavam os sócios, a esposa Delise, Marinês Marini e outros familiares. Com o passar dos anos, um pequeno número de funcionários foram contratados.

Em 1986, foi desfeita a sociedade no Supermercado BOMAR, ficando proprietária a família de Vergílio Desidério, que continuou com a venda de cereais e comercializando batata para vários municípios. A batata era beneficiada por Adair Bussolotto.

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Criou uma empresa, a Cereais Bocchi, em 1988, tendo como gerente o filho Antônio Carlos Bocchi e contratou um funcionário. Funcionava junto ao mercado, na Rua São José do Carreiro. Em 1997, a empresa passou a ser administrada por Antônio Carlos Bocchi e seus irmãos Daniel e Graziela Bocchi. A empresa Cereais Bocchi foi mudada para novas instalações, na Rua Antônio Francisco dos Santos, em virtude do crescimento comercial, do movimento intenso de caminhões e das novas leis a respeito da instalação de máquinas de lavar batata. Em 2004, a empresa instalou-se na RS 126, km 8,5. Atualmente possui 15 empregados, tendo a administração dos irmãos Antônio Carlos e Daniel Bocchi.

Em dezembro de 1999, foram inauguradas as novas instalações do Supermercado Bocchi, na sua atual localização. No ano seguinte, inaugurou-se a padaria, gerenciada pela senhora Delise Piva Bocchi. Em dezembro de 2010, ampliou-se a área de vendas e criou-se um espaço reservado às pessoas que queiram fazer seu lanche tranquilamente.

O Supermercado Bocchi conta, atualmente, com 30 funcionários e é administrado por Graziela Bocchi Mezzomo, juntamente com seu pai Vergílio e o esposo Gilberto Mezzomo.

Tanto o Supermercado como a empresa, ambas pertencem a família de Desidério Bocchi.

Supermercado Bocchi

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Empresas de Arlindo Bocchi e Filhos

Arlindo passou a residir na cidade em 1974, no endereço atual, Rua São José do Carreiro. Iniciou trabalhando como motorista, transportando para terceiros e, em sociedade com o irmão Desidério, transportava e vendia hortigranjeiros, principalmente batata, além de abastecer de fertilizantes as propriedades agrícolas. Ladimir e Leocir inicialmente trabalharam no transporte e comercialização de batata, cada qual com um pequeno caminhão. Até 1983, as duas famílias comercializavam batata que, no início, era beneficiada por Adair Bussolotto. Além de comercializar a produção própria, adquiriam maiores quantidades, a fim de atender à demanda da região.

Cerealista Bocchi

Em 1983, Arlindo e os filhos Ladimir e Leocir instalaram uma máquina beneficiadora de batata e outros hortigranjeiros na atual sede da administração de sua empresa. Fundaram, então, a Cerealista Bocchi.

Em 1991, a Cerealista Bocchi adquiriu uma área na Rua São José do Carreiro, onde instalou um pavilhão com beneficiamento de batata.

Em 1995, introduziram o comércio de grãos, fundando a empresa de razão social Bocchi, Indústria, Comércio, Transporte e Beneficiamento de Cereais, Ltda que, mais tarde, passou a denominar-se Bocchi Agricenter.

Em 1997, instalaram um novo secador de grãos (milho, trigo, soja feijão), aumentando a estrutura das instalações para armazenagem e secagem de grãos em geral. Cultivam ainda hoje a batata, o milho, a pipoca e a soja.

Bocchi Agricenter

A matriz localiza-se na Rua São José do Carreiro, onde estão os escritórios da administração. A filial n.º 01, localizada no final da Rua São

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José do Carreiro, numa área de 4,6 hectares, tem instalações para recebimento, secagem e armazenamento de grãos, como também beneficiamento de batatas, este último foi desativado em 2011.

As demais filiais, todas com recebimento, armazenamento e comercialização de grãos e insumos têm, cada uma, um gerente e demais funcionários. São as seguintes, por ordem de fundação:

- Muitos Capões – abril de 2001;

- Muliterno - 2003;

- Guabiju - 2005;

- David Canabarro - entre 2007 e 2009, transferida para Ciríaco em 2011;

- Clemente Argolo - 2010;

- Ciríaco - 2011;

- Esmeralda - 2011.

O número de funcionários, incluindo matriz e filiais, é de 95 empregados diretos e varia entre 50 e 100 empregos indiretos. A mão-de-obra especializada é constituída por seis a oito engenheiros agrônomos, além de possuir cerca de quinze técnicos agrícolas. A frota própria é de 30 caminhões e camionetas, contando as do trabalho de assistência técnica. Começou a expandir-se mais rapidamente no ano 2000.

Faz-se comercialização de grãos, como soja, trigo e milho no mercado nacional, em vários estados do Brasil e no exterior. A exportação é feita para França, Japão, China, Canadá e Estados Unidos. A empresa já exportou trigo para a Arábia Saudita, inclusive.

A exportação segue pelos portos de São Francisco-SC, Paranaguá-PR e Rio Grande-RS. A empresa já fez importação de batata-semente do Chile, da

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Argentina, do Canadá e da França, fornecendo batata de boa qualidade para a região de nosso município.

Em 2013, foi inaugurada, em Muitos Capões, uma indústria de biodiesel que utiliza matéria-prima da soja. Atualmente, a empresa Bocchi Agricenter se chama Bocchi Agrobios.

Bocchi Agrobios

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COBIG - COMÉRCIO DE BATATAS IRMÃOS GUADAGNIN

A história da Cobig teve início em 1955, com a chegada da família de Henrique Guadagnin e sua esposa Elisa Magoga Guadagnin, na comunidade de Santa Lúcia, em Ibiraiaras.

Iniciaram a atividade agrícola, primeiramente com a produção de milho, que era a base da subsistência, na época. Usava-se fazer a queimada, sendo utilizada a cinza resultante do processo, como o adubo na plantação. Toda a família sempre trabalhou na produção agrícola.

Produção e comercialização

Em 1960, a família Guadagnin iniciou o cultivo da batatinha. Utilizaram semente adquirida das famílias Zanette e Dalcin. Inicialmente, vendiam apenas dez sacos de batata por semana, ou 500 kg. A lavagem era feita por Adair Bussolotto.

Os irmãos Ivo e Ivar fizeram o curso de Técnico Agrícola e continuaram na agricultura, sempre buscando a melhoria das técnicas de produção. Assim, adotaram as técnicas da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias de Passo Fundo e da UPF - Universidade de Passo Fundo, técnicas essas adaptadas ao clima da região. Passaram a produzir 200 sacos por hectare. Viajaram a outros países participando de feiras e encontros.

Quando iniciaram o beneficiamento de batata, em 1993, alugaram um pavilhão da Coopibi, onde trabalharam por quatro anos. Posteriormente, fixaram-se em sede própria, na RS 126.

Em 1993, Ivo Guadagnin fixou residência em Porto Alegre e instalou um mercado na Ceasa para revender a batata às grandes redes de supermercados. Em 1996, instalaram um Box na Ceasa, estendendo a rede comercial, além dos atacadistas, aos distribuidores e supermercados. A comercialização aumentou para 50 toneladas/dia, chegando a 70 toneladas na entressafra de São Paulo.

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Além da batata, trabalhavam com produção de cebola e alho.

Atualmente, a média comercializada é de 150 toneladas/dia, incluindo batata, cebola, alho e moranga. Eventualmente, é preciso importar a batata in natura da Argentina, do Chile ou da Holanda, devido ao excesso ou a falta de chuva, aos desequilíbrios de temperatura no inverno ou à entressafra.

A empresa produz hoje, entre 800 a 1000 sacos por hectare, em parceria com pequenos produtores da região de Ibiraiaras e Muitos Capões. Já trabalharam em Cambará do Sul - RS, e em Casa Branca - SP.

A empresa realiza toda a cadeia produtiva: importa a semente e a reproduz, faz a colheita, transporta, armazena, industrializa e comercializa. Faz parte da Associação Brasileira de Bataticultores - ABBA, que estimula e dá informações sobre novas técnicas para aumentar a produção, agregando valor ao seu produto.

Em 2008, a Cobig recebeu o Prêmio “AGAS – Carrinho de Ouro” da Associação Gaúcha de Supemercados, como melhor fornecedor de alimentos in natura.

Os proprietários visitaram países da Europa, como a Holanda, onde conheceram técnicas de produção de semente no solo e em laboratório e visitaram, em 2005, a Feira Mundial da Bataticultura.

Cobig

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Industrialização

Essa viagem à Europa e às fábricas no interior de São Paulo fez surgir-lhes a ideia da industrialização. Perceberam ser interessante agregar valor ao produto da batatinha, então decidiram que, além da produção, beneficiamento e comercialização, fariam também a industrialização.

Iniciou-se a industrialização em Porto Alegre, em 2006, dentro da Ceasa. Em setembro de 2009, com o maior crescimento da empresa e a necessidade de uma maior área, resolveram instalar a indústria na sede própria, em nosso município.

A produção de Ibiraiaras é industrializada aqui, utilizando uma variedade especial de batata para fritura. Produzem a Batata Palha e a Batata Ondulada, marca Kreky. É vendida nos pequenos e grandes supermercados do Estado e em fruteiras.

Além da marca Kreky, a empresa trabalha com outras marcas terceirizadas, utilizando o nome da empresa como: Primare, da Cia. Zaffari; Okey, de Ijuí; Bistek, de Rio Pardo; Gaiteiro, de Sapucaia do Sul; Kikrokante, de Pelotas; Mallet, de Santa Maria.

Na Ceasa continua a comercialização da batata Cobig in natura e da batata industrializada Kreky.

Estrutura

O número de empregados é de 30 funcionários diretos e mais de 150 indiretos, desde a produção no campo até a industrialização. Com uma infraestrutura moderna e maquinários de última geração, garantem a melhor qualidade, desde o preparo do solo, plantio, transporte, beneficiamento, comercialização e industrialização. A Cobig possui, ainda, uma frota de caminhões capaz de garantir o fornecimento e a rápida distribuição dos seus produtos durante o ano inteiro e em todo o país.

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EMPRESAS DA FAMÍLIA MIGLIAVACA

Família de Antônio Migliavaca

Antônio Migliavaca veio de Nova Prata, em 14 de junho de 1961. Alugou uma sala na churrascaria de Hermínio Pradela, onde instalou uma sapataria. No início, tinha em média seis funcionários. Casou com Isabel Guidolin, em 1962. Em seguida, instalou a sapataria no porão da sua casa, construída na atua loja Novitá e tinha em torno de três empregados.

A produção da sapataria naquela época era grande e diversificada. Fabricava 30 a 40 pares de botas por semana, de foles ou de cano reto, sapatos masculinos tipo social, sandálias de couro, chamadas “moreninhas”, sapatilhas de couro, as “Brigite”, sandálias masculinas e até calçados para pessoas com problemas nos pés.

Junto à sapataria, Antônio instalou uma loja de calçados.

Teve quatro filhos: Volnei, Volnir, Rosane e Volmar.

O filho Volnir iniciou uma oficina eletrônica situada junto à atual Karisma Modas, onde trabalhou por quase três anos até o seu falecimento, com 22 anos, no ano de 1986. Volmar começou a trabalhar com a Eletrônica, após o falecimento do irmão Volnir, no mesmo local e em seguida, 1994, na atual Eletrônica Digicolor. Conta sempre com a média de dois empregados. Também é propriedade do filho Volmar e da esposa Eliane Frosi Migliavaca, a Loja Novitá, que foi instalada em 1992, denominada primeiramente Arte e Bom Gosto, mudando a razão social para Loja Novitá, em 2002.

O filho Volnei recebeu a loja de calçados do seu pai e a instalou na atual Karisma Modas, em 1988, cujo prédio a família construiu em 1980. Emprega, em média, quatro funcionários.

Antônio, com 74 anos de idade, segue trabalhando na sua sapataria, sempre acompanhado da esposa e da filha. Também trabalhou como agricultor, em parceria, produzindo batata, milho, soja, além de gado em confinamento para corte.

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Primeira padaria (1965 a 1994) em Ibiraiaras, ao lado casa de João Migliavaca e família

Família de Remi Migliavaca

A família de João Migliavaca, pai de Remi, após o falecimento da mãe, veio residir em Ibiraiaras numa casa ao lado da padaria que adquiriram da família Zolet. Com o pai vieram os filhos Remi, Catarina, Belmira e Joana, todos solteiros. A família passou a trabalhar com a padaria, a qual havia sido construída por Antônio: uma casa pequena, de alvenaria, situada no mesmo local onde está o mercado Migliavaca, atualmente.

Antes da instalação da padaria, o pão era trazido de Nova Prata para cá, no ônibus da linha Nova Prata-Ibiraiaras. Naquele tempo, a maioria das famílias ainda fazia o pão caseiro nos grandes fornos de tijolos das suas residências.

Remi veio para Ibiraiaras, em 1966. Casou-se com Sibila Guidolin Migliavaca com quem teve três filhos: Rogério, Eliziano e Jiancarlos.

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Supermercado Migliavaca

Iniciou os trabalhos na padaria no mesmo ano de sua chegada, tendo uma lancheria anexa. Depois construiu o Mercado Migliavaca Ltda, em 1994, e lá instalou a padaria. Na antiga ficou sendo a lancheria. Nesse mesmo ano construiu, também, o Hotel Migliavaca.

Em 2002, a família adquiriu da firma Zatti & Cia, o frigorífico, com abatedouro de bovinos e suínos, além da produção de embutidos. Empregam oito pessoas no frigorífico, três pessoas no hotel e lancheria e 25 no mercado e padaria, totalizando 36 funcionários.

O filho Jiancarlos, formado em Bioquímica, instalou o Laboratório Vidas, em 2010, em prédio próprio, juntamente com uma farmácia (Farmácias Associadas), em 2011. Emprega seis funcionários.

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ELETRÔNICA GUADAGNIN

Homenagem da autora ao pai Longino Zacharia Guadagnin e ao irmão Eleudir Carlos Guadagnin (in memorian). Uma pequena “Oficina de Rádio” instalada por Longino, prestou serviços no setor de eletrônica, ininterruptamente, desde o final da década de 1940 até outubro de 1974 e, a partir daí, continuando com seu filho Eleudir Carlos Guadagnin, até julho de 2009, quando do seu falecimento. A Eletrônica continua funcionando até hoje, sendo propriedade da família de Eleudir.

Primeiros Anos-1945 a 1974 - Longino Z. Guadagnin

Longino Z. Guadagnin realizava todo tipo de trabalho relacionado à comunicação por rádio e televisão. Acompanhou os diversos estágios da evolução tecnológica, trazendo os últimos lançamentos dos meios de comunicação, iniciando pelo rádio.

O então distrito era um lugar isolado, devido às dificuldades de acesso a outros locais, tanto por estradas, como por meios de comunicação. A população que trabalhava intensamente na agricultura, solicitava ao técnico Guadagnin, todo tipo de serviço no setor elétrico-eletrônico. Então, ele se deslocava até as residências urbanas e propriedades rurais, onde fazia, desde a instalação e manutenção dos dínamos das usinas e dos moinhos, até a instalação da rede elétrica nas residências. Orientava quanto à construção dos canais de água, que movimentavam as rodas dos moinhos e usinas. Instalava os rádios que funcionavam com a energia das usinas, ou com bateria. Fez a manutenção da parte elétrica da usina da família Canevese e Pomatti, instalada próxima à atual serraria Vidi, junto ao arroio Mormaço.

Por volta de 1956, Longino instalou um moinho de vento (cata-vento), energia eólica, para fornecer energia elétrica à residência de Jordão Nunes, na Capela de Nossa Senhora do Caravágio.

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Na oficina, em sua residência, fazia reforma de baterias, consertos na parte elétrica de automóveis e caminhões, cujos motores eram ligados por manivela, nas primeiras décadas.

Na Vila, em sua residência, construiu uma torre, em madeira, com vários metros de altura e instalou um rádio-amador, que permitia a comunicação, até bem próximo de Nova Prata. Criou um sistema de rádio intercomunicador, que colocava em comunicação, a qualquer hora, algumas residências vizinhas. Criou uma rádio transmissora, que depois vendeu para interessado de outra cidade, pois aqui não havia como obter registro. De algumas residências, jovens, como as irmãs Arioli, cantavam músicas transmitidas ao público, na praça.

Longino animava as festas religiosas, tanto na sede como nas capelas, com o som do toca-disco e alto-falantes, desde a parte religiosa até a recreativa, nas matinês, onde os jovens ofereciam músicas e dedicatórias, aos amigos e amigas. Comercializava rádios a bateria, a pilha e energia elétrica, instalava-os, consertava-os e, ainda, transformava rádios a pilha em rádios “a luz” e vice-versa. Foi ele quem trouxe os primeiros gravadores, os toca-fitas. Montoue comercializou muitos toca-discos com suas caixas de som, semelhantes a um pequeno balcão. Assim, tinha espaço para guardar os discos, na época, os LPs- Long-Play. Em algumas residências, muito recentemente, encontrava-se famílias que ainda mantinham alguns desses rádios e toca-discos.

Longino era chamado, também, para fazer consertos nos eletrodomésticos, como geladeiras e chuveiros.

A partir de 1965, começou a introduzir neste município os primeiros televisores, em preto e branco. Fez as primeiras experiências com antenas de TV, a fim de captar o sinal das emissoras de televisão de Porto Alegre.

Juntamente com Doralino Frison, instituiu uma empresa de cinema, projetando muitos filmes na cidade, principalmente, no segundo piso do salão paroquial e em toda a região.

Como gostava das atividades ligadas ao magistério, coordenou o Curso Padre Landel de Moura, equivalente ao Ginásio, correspondente aos últimos anos do atual Ensino Fundamental, que não existia aqui. Os estudantes

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acompanhavam as aulas que eram transmitidas pelo rádio e orientadas por ele.

Foram 30 anos de trabalho nesse setor, além de ter exercido mais de uma dezena de atividades profissionais. Como era um trabalhador autônomo, nunca teve férias.

Eletrônica Guadagnin - 1974 a 2009: Eleudir Carlos Guadagnin

Eleudir substituiu seu pai quando este nos deixou, em 1974, trabalhando na mesma oficina, por muitos anos. Posteriormente, instalou a eletrônica no endereço atual, na Rua São José do Carreiro.

Trabalhou, realizando, como o pai, todos os tipos de serviços ligados à comunicação, os quais se concentravam numa oficina eletrônica. Entre os serviços que realizava, estavam, em maior destaque, os consertos de rádios, televisores e equipamentos eletrônicos em geral.

Fez a manutenção das antenas de repetição do sinal de televisão, os quais eram projeto das administrações municipais. Entre os sinais aqui recebidos estiveram os da TV Guaíba, RBS TV - Globo e TV Manchete. Ultimamente, estava fazendo a manutenção do sinal de transmissão da RBS - Passo Fundo.

Longino Guadagnin em seu escritório

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Eletrônica Guadagnin

Hoje essa manutenção é feita diretamente pelos técnicos de Passo Fundo.

Através do som mecânico, fez a animação de muitos eventos como rodeios tradicionalistas, torneios de laço, bailes, utilizando o “Catastroph Som”. Instalava o som para os eventos religiosos e fazia propaganda pública para o comércio local.

Em fitas de vídeo, gravou muitos filmes, reportagens, eventos e programas educativos para escolas e população em geral, além de músicas em fitas de áudio. Outra atividade que Eleudir realizou foi filmagens de todo tipo de evento, desde casamentos, eventos religiosos e sociais, realizações da administração municipal e festas em geral.

Realizou a comercialização e manutenção de antenas parabólicas.

Vindo a falecer em 2009, sua família deu continuidade à pequena empresa, juntamente com seus funcionários.

Assim passaram 68 anos (em 2013) de prestação de serviços no ramo eletrônico, ininterruptamente, pela família de Longino Zacharia Guadagnin.

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EDUCAÇÃO E CULTURA

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HISTÓRIA DAS ESCOLAS EM IBIRAIARAS

A população de Ibiraiaras sempre deu destaque à instrução de seus filhos como vimos na formação das comunidades, tanto no interior como na sede do distrito.

Quando as escolas não existiam, ou localizavam-se muito longe, algumas famílias contratavam um professor particular, cedendo lugar para as aulas em suas residências ou nas pequenas capelas ou salões que as comunidades construíram.

Mais tarde, as comunidades passaram a ter o apoio da Paróquia São José, criada em 1939, a qual, através de seus párocos, auxiliou na implantação e manutenção de dezenas de escolas. O objetivo principal era a aprendizagem da escrita, da leitura e de cálculos básicos de matemática, além da catequese. Nas primeiras décadas, os alunos utilizavam a lousa e o lápis de pedra para escrever. Os primeiros livros utilizados eram manuscritos.

No livro-tombo da Paróquia São José, frei Paulino citou: “... em 1944, funcionava na Paróquia São José, 44 escolas primárias pertencentes à Mitra Diocesana, com quase 900 alunos. O número de famílias luso-brasileiras era de 800”. 1

A partir de 1942, com a criação da Escola Rainha dos Apóstolos, na sede, administrada pela Congregação das Irmãs de São José, algumas famílias do interior do distrito e da área rural de Lagoa Vermelha, mais próxima daqui, matricularam suas filhas, em regime de internato.

Muitas dessas escolas foram municipalizadas, primeiramente por Lagoa Vermelha, seguida de Ibiraiaras. Paulatinamente, a administração municipal

1 Considere-se que a área da Paróquia era maior que o município atualmente.

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de Ibiraiaras foi criando e reorganizando as escolas municipais, inicialmente todas de 1º Grau Incompleto. Pelo Decreto nº 133, em 1981, foram 37 escolas, criadas ou reorganizadas, com denominação, data de início de funcionamento e também com efeitos retroativos, partindo, inclusive, de 1930 e 1940.

Até os anos 1960/1970, a população, na sua maioria rural, tinha baixa escolaridade porque as famílias não mandavam os filhos para a escola; precisavam deles como mão-de-obra nas atividades da colônia. Existiam dezenas de escolas nas comunidades, que ofereciam do 1º ao 5º Ano do Ensino Primário, em classes multisseriadas. Em geral, as escolas apresentavam grandes dificuldades de estrutura.

Nessa época, algumas famílias da cidade encaminhavam seus filhos para completarem o Ensino Fundamental (antigo Ginásio) e o Ensino Médio, em cidades próximas. Um pequeno número de estudantes, nos anos 60, estudava em outras localidades, predominantemente em Lagoa Vermelha. Esse número chegou a pouco mais de dez estudantes que residiam na vila, até 1965. Alguns estudaram em Porto Alegre, onde cursaram cursos superiores. Entre os primeiros ibiraiarenses que se fixaram no município, após seus estudos, nos anos 60 e 70, contam-se aproximadamente cinco profissionais.

Aqui as escolas municipais estão relacionadas pela importância histórica e cultural que representaram para a educação básica de nossa sociedade.

Denominação das Escolas, localização e início de funcionamento:

Almirante Tamandaré, em Bom Jesus - iniciou as atividades em 11/03/1939;

Alves da Veiga, em N. Sr.ª de Fátima - iniciou em 04/04/1951;

Angelo Refosco, em N. Sr.ª da Salete - iniciou em 07/05/1971;

Antônio João, em N. Sr.ª de Lourdes - iniciou em 07/05/1971;

Bartolomeu Bueno da Silva, em Vimes - iniciou em 09/03/1955;

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Benjamim Constant, no Jaboticabal - iniciou em 10/07/1954;

Bem-Me-Quer – Escola da APAE, no Centro - iniciou em 25/05/1994;

Carlos Alberto Guerra, na Vila Guerra - iniciou em 14/12/1987;

Castro Alves, no rio Forquilha - iniciou em 09/03/1961;

Cel. Otaviano O. Telles, em N. Sr.ª da Salete - iniciou em 11/07/1964;

Domingos Martins, em São Miguel - iniciou em 04/03/1950;

Dom Vidal, no Divino - iniciou em 11/09/1945;

Eduardo Prado, em Santo Antônio - iniciou em 08/03/1947;

Ernesto Colla, no Matão, N. Sr.ª da Salete - iniciou em 09/06/1972;

Fazenda Velha, em Santa Lúcia – iniciou em 11/09/1945;

Felício dos Santos, em Santo Expedito - iniciou em 07/04/1946;

Felisbino Cirino Rodrigues, em N. Sr.ª da Saúde - iniciou em 23/08/1943;

Frei Paulino, em São Cristóvão - iniciou em 12/03/1962;

General Câmara, em São Jorge (Caseiros) - iniciou em 09/08/1948;

Gonçalves Ledo, em São Rafael - iniciou em 13/08/1940;

Edwirges Refosco, em N. Sr.ª de Lourdes - iniciou em 09/04/1962;

Independência, na BR-285 – iniciou em 07/05/1952;

João e Santo Guerra, em São Pedro – iniciou em 07/05/1930;

José de Alencar, na Vila Passos - iniciou em 21/03/1961;

José de Anchieta, em N. Sr.ª do Rosário - iniciou em 24/04/1963;

Leão XIII, em Santo Antônio – iniciou em 09/04/1935;

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Manoel Oliveira dos Passos, em Cristo Rei – iniciou em 11/051953;

Martins Francisco de Andrade, em São Miguel - iniciou, provavelmente, em 1945;

Maria Madalena, Vila Farias - iniciou em 26/06/1975;

Massocatto, na localidade de Massocatto - Pedras Brancas - iniciou em 23/08/1962;

Monteiro Lobato, em N. Sr.ª Aparecida;

Nilo Peçanha, na Serraria Catapan – iniciou em 11/04/1968;

Padre Diogo Feijó, em São Brás – iniciou em 14/04/1943;

Prof. José David Oliveira, em Vargem Bonita – iniciou em 09/05/1972;

Santa Bárbara, em Santa Terezinha - iniciou em 09/04/1969;

Santo Antão, em Santo Antão – iniciou em 18/04/1962;

São Luiz, em São Luiz – iniciou em 13/04/1965;

São Pio X, em São Pio X - iniciou em 08/05/1958;

União Chaves, na Vila Chaves – iniciou em 09/05/1973;

Vila Lobos, em Santa Rita - em 11/07/1960;

Vinícola, em São Luiz (na serraria) - iniciou em 07/05/1961;

Visconde de Mauá, em N. Sr.ª do Caravágio – iniciou em 04/03/1945;

Zulmiro Zanin, em Sagrado Coração de Maria - iniciou em 13/04/1961;

Cecília Meireles, no Bairro Santo Isidoro - criada em 18/07/1989 - denominação alterada para Escola Municipal João Dal Piva, em 09/10/1996.

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A Extinção das Escolas

A extinção da maior parte das escolas municipais ocorreu pela necessidade de melhorar as condições do ensino-aprendizagem. Entre os fatores que levaram a essa mudança encontram-se três principais:

a) existiam muitas classes multisseriadas, o que dificultava o trabalho do professor e o rendimento do aluno;

b) o pequeno número de alunos em muitas escolas;

c) a falta de estrutura física e didática.

Inicialmente, muitos alunos se deslocavam a pé para as escolas próximas de suas residências, geralmente. Algumas escolas foram transferidas para os municípios de Caseiros e Muliterno, quando estes se emanciparam.

Em 1997, o governo estadual efetuou a nuclearização de um grande número de escolas municipais e estaduais; outras tantas foram extintas e os alunos foram distribuídos para as escolas-núcleo. Os professores também foram redistribuidos, conforme as vagas em cada escola. Houve, então, a distribuição de meios de transporte para que professores e alunos pudessem

Professora Avelina Refosco e seus alunos na Comunidade de Nossa Senhora de Lourdes (Linha Café)

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ter acesso às suas escolas. As prefeituras receberam do Estado, inicialmente, diversas Kombis e em seguida vieram os micro-ônibus. Em 2012, o município de Ibiraiaras dispunha de 05 ônibus, 03 micro-ônibus, 02 Van-mini-ônibus, 02 kombis, além de duas linhas terceirizadas, utilizando 01 micro-ônibus e 01 Van.

Escolas em funcionamento atualmente

Em 2012, no município de Ibiraiaras existiam quatro escolas municipais:

Escola Municipal de Ensino Fundamental Octacílio Gris, no distrito de São Luiz;

Escola Municipal de Ensino Fundamental João Dal Piva, no Bairro Santo Isidoro;

Escola Municipal de Ensino Fundamental Incompleto Zulmiro Zanin, em Sagrado Coração de Maria;

Escola Municipal de Educação Infantil Benito Victorio Martinelli, no Bairro Bela Vista.

As escolas Estaduais em funcionamento são três:

Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella, no centro;

1º bloco do Grupo Escolar inaugurado em 1961.Atualmente com ampliações, funciona a Escola Estadual Antônio Stella

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Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Aleixo, no distrito de São Sebastião;

Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Monte Caseros, na zona rural (Santa Catarina).

Outras escolas:

Escola de Educação Especial Bem-Me-Quer, APAE;

Escola de Educação Infantil Turma do Disney, no centro.

Banda da Escola Estadual Antônio Stella na década de 70

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CULTURA ARTÍSTICA LOCAL – ESCULTURA RELIGIOSA

Marino Rossoni - Marceneiro E Escultor

Nas capelas construídas no interior do município de Ibiraiaras e também em outros municípios vizinhos, sobressaiu-se o trabalho artístico de Marino Rossoni. Homem simples, ele criou diversas peças de arte, pelo processo artesanal, destacando-se os altares das igrejas de Nossa Senhora de Lourdes, de Nossa Senhora Consoladora, de Santa Catarina, de Santo Antônio e de São Pedro (David Canabarro).

Residiu em Santo Anjo da Guarda, David Canabarro, mas participava da comunidade de Santa Catarina. Fabricava as peças em sua marcenaria movida por roda d’água e as transportava às igrejas, onde seriam montadas. Executava seu trabalho artesanal, usando o formão e o torno. Fabricava rodas de moinhos, de usinas e de serrarias, além de móveis para as residências da região e caixões para os enterros. Sua esposa, Maria Dal Piva, participava fazendo a pintura das peças.

Da diretoria da comunidade Nossa Senhora de Lourdes, Arlindo Zancan, Pedro Biotto e Arvelino Perinotto contrataram Marino Rossoni para construir o altar. Além de várias outras peças que compunham os altares, também foram obra de Marino, os cachos de uva ao lado do altar e o Globo, na Igreja Matriz de Ibiraiaras, que ele esculpiu a convite de frei Elói Rossetti.

As peças constituíram-se em verdadeiras obras de arte, esculpidas desde a década de 1940, para diversas capelas e igrejas de David Canabarro, de Ibiraiaras e até do estado de Santa Catarina.

Esculpia, na madeira de cedro, as colunas dos altares com arcos e entalhes, com muitos detalhes em dourado, uma mistura de estilo gótico e barroco.1

1 Entrevistas de Argentino Perinoto, Claudino Brezolin, João Cinelli.Referência Bibliográfica: “David Canabarro - Sua Terra, Sua Gente, Sua História”- Gemir Luiz

Marchezi-EST Edições-2000.

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Escultura na Capela Nossa Senhora de Lourdes

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TRADICIONALISMO GAÚCHO

As tradições gaúchas são bastante cultivadas pelo povo ibiraiarense e os eventos são cada vez mais prestigiados por toda a população.

Muitas entidades tradicionalistas já desempenharam importante papel na manutenção da história e da cultura gaúchas em Ibiraiaras. Entre elas, destacam-se os piquetes Pelego Preto, entidade tradicionalista mais antiga, fundada em 1964, Rincão dos Amigos, União de Amigos, Os Tropeiros, Vaqueanos da Cultura, Vô Borges e Herança Gaudéria; os Centros de Tradições Gaúchas - CTGs: Fogo de Chão e Carreiro dos Imigrantes.

Entre os eventos tradicionalistas realizados no município, aconteceram três Armadas Nativistas, muitos rodeios, o Troféu Biriva, inúmeros torneios de laço, cavalgadas e grande participação em Festivais de Folclore, ocorridas em diversas cidades.

Atualmente, as entidades tradicionalistas atuantes são:

- Centro de Tradições Gaúchas: CTG Fogo de Chão e CTG Sinuelo do Rio Grande.

- Piquetes de Laçadores: Pelego Preto, Vô Borges, Vô Nelso, Família Rodrigues, Agropecuária Luchese, Os Tropeiros.

Os Piquetes de Laçadores, mantenedores dos costumes gaúchos, têm como atividade principal a lida campeira, especificamente o tiro de laço, participando e promovendo grandes torneios de laço.

Os CTGs, por sua vez, são entidades plenas com o objetivo de desenvolver atividades em todas as áreas da tradição gaúcha (campeira, artística, cultural, recreativa e social), além dos torneios de laço. Promovem mostras de danças tradicionais, com a participação de Invernadas de toda a região e participam dos eventos tradicionalistas, que acontecem na região.

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Outros eventos que destacam a cultura gaúcha são:

- Bailes e Shows Gauchescos, promovidos por tradicionalistas ou por outras entidades, bastante frequentados pelos ibiraiarenses;

- Semana Farroupilha, com jantares campeiros, na cidade e no interior;

- Recanto das Canções, festival de música que foi realizado em nossa cidade por três vezes, com grande número de participantes e assistentes;

- Cavalgada da Integração Regional, evento que acontece anualmente, desde 1991, sob a coordenação da Prefeitura Municipal. Tem por objetivo homenagear o município e promovê-lo na região e no estado, como um berço de preservação da cultura, além de integrar entidades e tradicionalistas. Dentre as cavalgadas já realizadas, destaca-se a de 1991, com o percurso Passo Fundo - Ibiraiaras, por ter sido a primeira; a de 1966, de Porto Alegre a Ibiraiaras, de onde se partiu para o resgate da história e da cultura gaúcha, em 1947, além de ser o berço da Chama Crioula. Assim, a chegada da Cavalgada em Ibiraiaras, com a Chama Crioula, marca o início, abrindo as festividades da Semana Farroupilha no município.

Cavalgada 2014

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Na Cavalgada da Semana Farroupilha de 2011, o grupo Pelego Preto prestou homenagem aos Irmãos Bertussi, oportunidade em que a Chama Crioula foi trazida desde Criúva- Caxias do Sul, percorrendo o caminho por onde trouxeram a gado para esta região, nos anos 1960. Adelar Bertussi e a esposa Ledi, com os filhos Gilmar e Gilnei, residiram na localidade Linha Rigotti, comunidade de Nossa Senhora da Salete, atualmente, desde fevereiro de 1961. Criúva, Capela São Jorge de Caxias do Sul, antigamente era um local de pouso de tropeiros, conhecido por Mulada. Vieram de lá, trazendo o gado, e arrendaram as terras de Epaminondas Paim.

Com a família Bertussi vieram João Schimitt dos Passos, que era o capataz e Luiz dos Santos, um dos peões da fazenda; ambos continuaram residindo em Ibiraiaras e, mais tarde, foram peões na Fazenda Patos e Marrecos. Os dois senhores também foram homenageados na Cavalgada de 2011.

Fontes: Entrevista com Luiz dos Santos; informações de Aldoir da Silva – 2012.

Integrantes da XX Cavalgada no Momumento aos Bertuzzi, em Caxias do Sul

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Noite Italiana

EVENTOS E PONTOS TURÍSTICOS

Noite Italiana

Realizada desde o ano de 1987 pelo Círculo de Pais e Mestres - CPM da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella, a Noite Italiana ocorre sempre no Salão Paroquial, durante o inverno, mais precisamente, no mês de julho. É um jantar típico italiano que resgata a história dos imigrantes que aqui se fixaram, pois em cada Noite Italiana é feita uma homenagem a um nono ou nona, que representam as raízes dos italianos nesta terra. Também são homenageados os professores da escola que vão se aposentando. Além da comida típica e do vinho colonial, de produção local, servido nas pipas, é bem caracaterizada pela ornamentação, pela música e pelas danças italianas. A festa é um convite à alegria, com mesa farta e vinho à vontade, o que atrai pessoas de toda a região.

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Filós

Os filós eram reuniões que as famílias dos imigrantes italianos faziam à noite. Representavam uma forma de convivência e confraternização entre as pessoas. Depois da janta iam à casa do vizinho, geralmente a pé, com lampião aceso. As casas eram iluminadas com velinhas que chamavam de Chiaret. Juntavam-se em agradável convivência, rezavam o terço, conversavam, jogavam cartas, cantavam, comiam batata-doce assada, pinhão, pipoca, amendoim torrado, grostoli, frutos da época e tomavam brodo ou vinho, expressando a amizade entre eles.

O resgate dessa tradição italiana iniciou, em Ibiraiaras, antes de 2004, mas nesse mesmo ano, por iniciativa da SMEC, começou a ser feito um trabalho de resgate da cultura italiana nas escolas e, no ano seguinte, apoiado pelo Lions Clube no início, passou a ser realizado pelas escolas municipais nos locais onde estão inseridas, como parte das comemorações da Semana do Município, no mês de maio. Nos filós é servido o brodo e acontecem apresentações feitas pelos alunos resgatando aspectos da cultura italiana.

Filó

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Casa do Imigrante Italiano

A Casa do Imigrante Italiano é um museu que foi inaugurado em junho de 2004, pela administração municipal. Denominada Museu do Imigrante Italiano Nono Afonso, é constituído por uma casa do tipo residencial, idêntica às residências antigas dos colonizadores italianos. Contém centenas de peças doadas por diversas famílias da comunidade ibiraiarense, que evidenciam a vida e os costumes nos primeiros tempos da colonização. Está permanentemente aberta ao público para visitação.

Casa do Imigrante

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Praça Alviri Maria Barretta à noite

O Natal Iluminado

No mês de dezembro, a Praça atrai, além da comunidade local, muitas pessoas de toda a região, pois o local adquire iluminação de milhares de lâmpadas coloridas e decoração natalina, que se mescla à paisagem noturna com o arvoredo denso. A decoração é realizada em esforço concentrado da administração municipal, funcionários públicos municipais e comunidade em geral. A ligação da iluminação conta com grande participação popular da

Praça Municipal Alviri Maria Barretta

A Praça Municipal é um ponto de encontro e de desenvolvimento de atividades turísticas.

Localizada no centro da área urbana do município, a Praça Alviri Maria Barretta é um local de lazer, onde a comunidade se reúne principalmente nos fins de semana. Em sua área, se encontra a Igreja Matriz São José, um parque infantil, dois quiosques e uma gruta, em meio a 275 árvores de diversas espécies, especialmente as nativas, que faz da praça um lugar agradabilíssimo.

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Natal Iluminado

comunidade e da região, que acompanha a contagem regressiva para chegada do Ano Novo. Como parte desse evento, é realizada Missa Campal, Show Pirotécnico e Show Artístico.

No Reveillon a praça municipal torna-se novamente um ponto de encontro para acompanharem a hora do Show Pirotécnico.

Grenal da Paz

O Grenal da Paz, evento reconhecido a nível estadual, que acontece sempre na tarde do dia 31 de dezembro, também se serve da praça como local de encontro e comemoração. Após a tradicional partida de futebol entre veteranos do Grêmio e do Internacional, o time perdedor puxa a carroça com o time vencedor em cima, num espírito de confraternização e de paz no último dia do ano. O cortejo é acompanhado pelos torcedores que expressam sua

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Grenal da Paz

alegria com gritos, risadas e buzinas, desde o campo de futebol até a Praça Municipal, onde acontece a Festa de Confraternização das equipes esportivas e de toda a comunidade.

Semana da Pátria e Semana Farroupilha

As atividades cívicas do dia Sete de Setembro são centralizadas na Praça, já que em sua estrutura encontra-se o Altar da Pátria, onde estudantes e instituições em geral prestam suas homenagens à Pátria Brasileira.

Na Semana do Gaúcho, a comunidade se reúne em Mateadas e oficinas típicas gaúchas.

A Praça Municipal Alviri Maria Barreta atrai muitos visitantes, já que é conhecida como um dos principais pontos turísticos da região nordeste do Estado.

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Desfile Cívico no 7 de setembro

Outros Eventos

Constituem-se atividades que atraem a população, principalmente do município, os eventos esportivos, com campeonatos de futebol e de bochas realizados na cidade e no interior, além dos eventos tradicionalistas gaúchos realizados por diversas entidades.1

Festival “Recanto das Canções”

O Recanto das Canções foi um evento da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e Prefeitura Municipal de Ibiraiaras. Três deles foram coordenados por Antônio Rodrigues da Luz, a quem queremos prestar esta singela homenagem, por sua brilhante capacidade de trazer para nosso município eventos como esse, de nível regional e estadual.

O 1º Recanto das Canções ocorreu nos dias 20 e 21 de janeiro de 1991. O 2º Recanto das Canções ocorreu nos dias 15 e 16 de Junho de 1991 e o 3º

1 Fonte: www.pmibiraiaras.com.br

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Recanto das Canções, nos dias 28 e 29 de Junho de 2008. Foram realizados com o objetivo de incentivar o surgimento de novos talentos da poesia e da música, bem como da interpretação de canções gaúchas e sertanejas. O 3º Festival contou com a participação de mais de setenta inscritos, entre compositores e intérpretes da região e participantes de mais de 20 municípios gaúchos e catarinenses. Concorreram músicas gaúchas e sertanejas inéditas. Todos aconteceram em nossa cidade e foram sediados no Clube União de Ibiraiaras.

Dá-se destaque às músicas e letras que homenagearam o município de Ibiraiaras:

- no 1º Festival, no item Música Inédita Nativa Gaúcha, a classificação mais popular coube a “Recanto das Canções” de Jairo de Oliveira, de Ibiaçá;

- no 2º Festival, a música Gauchesca Inédita ficou com “Uma canção para ti” – homenagem a Ibiraiaras, com letra de Darci Vieira e interpretada por Paulo César, Darci Vieira e Grupo Reponte, de Carazinho;

- no 3º Recanto das Canções: o 1º Lugar Geral, com melhor letra e melhor música foi para “Um canto a Ibiraiaras”, letra de João Manuel Sasso, Vanir Maschio e Clóvis Mendes; música de Clóvis Mendes.

Ainda no 3º Recanto das Canções, a Música Mais Popular classificada foi “Festa de gringo”; letra de Clóvis Mendes e Vanir Máschio; música de Clóvis Mendes e Eduardo Mendes, de Passo Fundo e Ibiraiaras.

A música “O senhor das matas”, outra homenagem a Ibiraiaras, teve como compositor Giovani Trein e música de Giane Trein e Os Lagoenses.

A seguir está sendo apresentada a composição “Um canto a Ibiraiaras” que homenageia nosso Município e sua história. Foi classificada com o 1º lugar geral como melhor letra e melhor música, no 3º Recanto das Canções, em 2008. 1

1 Fontes: DVDs do Recanto das Canções; SMECET; Vanir Maschio.

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Um Canto a Ibiraiaras

Letra: João Manuel Sasso/Vanir Maschio e Clóvis Mendes

Música: Clóvis Mendes

Belos campos ondulados

Rica aguada, pinheirais

Vasta riqueza de um pago

Cevaduras ancestrais.

Deu ao colono a paragem

Nas bagagens sonhos, filhos

Nas veias rios de coragem

No peito lagos de brilho.

A história é um regalo

Vivas na alma da gente

Teu passado emoldura

A saga dos imigrantes.

Velha Fazenda Rolim

Velha Costa do Carreiro

Do José que vive em ti

Do Bedin ao Padroeiro.

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Ibiraiaras vem do Tupi Guarani

Trouxe os senhores das matas

Prá viver junto de ti

Ibiraiaras, que bom estar em teus braços

Conserve tua alma pura

No rio Carreiro e Mormaço.

Num passado não distante

O serrote, a cunha, o malho

Deitavam pinheiro ao chão

Pra o oitão, parede e assoalho.

Fortaleceu suas colônias

Buscando o próprio destino

Uniu esperança e fé

Sempre ao badalo do sino.

Que as novas gerações

Do passado tenha orgulho

Pois quem sabe de onde vem

Sabe o que quer do futuro.

Velha Fazenda Rolim

Velha Costa do Carreiro

Do José que vive em ti

Do Bedin ao padroeiro.

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Símbolos do Município

O município de Ibiraiaras instituiu dois símbolos oficiais: a Bandeira e o Brasão.

Pela Lei nº 204/78, de 21 de agosto de 1978, foi instituída a Bandeira como símbolo do município de Ibiraiaras, tendo como cores oficiais o verde e o amarelo, constando de três faixas verticais, sendo duas faixas verdes, uma em cada lado e uma amarela ao centro, estando sobre esta o Brasão do município.

O emblema apresenta duas espigas, uma de trigo e outra de milho sobre uma engrenagem, representando a indústria extrativa vegetal (madeireiras), encimada por uma torre, emblema universal de cidade. Sob o emblema apresenta uma fita com a data de 1938, quando o atual município passou à categoria de Vila e, ano 1965, data da emancipação; ao centro da fita, o nome do município.

Pela Lei Municipal nº 918/94, foi instituído o artigo 5º, que acrescentou ao Brasão o desenho de um “pé de batatinha” entre as espigas de milho e de trigo.

Estas características representam a base histórica e econômica da formação de nosso município, ou seja, a atividade madeireira, a primeira a ser desenvolvida e a agricultura, com o cultivo do trigo e do milho, principais produtos cultivados inicialmente, para a subsistência, passando a produtos comerciais atualmente e a batata, que possibilitou um maior crescimento nas últimas décadas.

Fontes: SMECET; Fita de Vídeo e DVD’s dos três Festivais do Recanto das Canções; contribuição de Vanir Maschio

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CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO

MUNICÍPIO

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CARACTERÍSTICAS GERAIS

Localização: Região Nordeste do Rio Grande do Sul; Microrregião Passo Fundo;

Coordenadas Geográficas: 28º 22’ 12” Latitude Sul e 51º 38’ 09” Longitude Oeste;

Limites: ao Norte: Lagoa Vermelha e Caseiros; ao Sul: São Jorge; a Leste : Lagoa Vermelha; a Oeste: Muliterno e David Canabarro;

Área do Município: 300,651 km²;

População Absoluta: 7.171 habitantes;

População Rural : 3.354 hab.( 46,77%);

População Urbana: 3.817 hab.(53,33%);

Densidade Populacional: 23,85 hab/km².

Divisão Administrativa: a Sede e 03 distritos formados por 26 comunidades do interior;

Criação do Município: Lei nº 4.976 de 09 de Julho de 1965;

Instalação do Município: 29 de Maio de 1966;

Altitude média: aproximadamente 800 m.;

Fuso Horário: - 3 horas GNT (Horário de Brasília);

Relevo: planalto ondulado- Encosta da Serra Geral;

Vegetação Nativa: Floresta Ombrófila Mista com Mata de Araucária e Madeiras de Lei, que constituem o Bioma Mata Atlântica;

Clima: Subtropical;

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Hidrografia: divisor de águas entre os rios da Bacia do Pelotas-Uruguai e da Bacia do Jacuí-Guaíba. Rio principal: Carreiro;

Região Fisiográfica: Campos de Cima da Serra;

Associação Regional: Associação dos Municípios do Nordeste do Rio Grande do Sul- Amunor;

Gentílico: Ibiraiarense.1

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

Distritos

A divisão administrativa do município apresenta a Sede, na cidade, e três distritos: Distrito de São Sebastião, Distrito de Nossa Senhora da Saúde e Distrito de São Luiz.

1º distrito: O Distrito de São Sebastião foi criado pela Lei nº 501/88, de 18 de junho de 1988. É constituído pela localidade do mesmo nome e mais as localidades de Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Maria e São Rafael.

2º distrito: O Distrito de Nossa Senhora da Saúde, criado pela Lei nº 523/88, de 28 de outubro de 1988, é constituído pela localidade do mesmo nome e pelas localidades de São Miguel, Santo Antônio e Linha Soares (essas últimas localidades, atualmente desmembradas do município).

3º distrito: O Distrito de São Luiz foi criado pela Lei nº 522/88, de 28 de outubro de 1988. É constituído pela localidade do mesmo nome, mais as localidades de Santa Clara e Santo Expedito.

1 Fontes de Consulta: Mapa Político e Físico de Ibiraiaras; Mapa Político e Físico do Rio Grande do Sul;

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Leis Municipais;www.climatempo.com.br/ibiraiaras.rs

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Bairros

A área urbana do município é formada pelo Bairro Centro e mais cinco bairros:

- o Bairro São José, criado pela Lei nº 634/90, de 08 de outubro de 1990;

- o Bairro Santo Isidoro, criado pela Lei nº 724/92, de 25 de março de 1992;

- o Bairro dos Motoristas, criado pela Lei nº 767/92, de 14 de outubro de 1992 e modificada pela Lei nº 1.145/97, de 14 de agosto de 1997;

- o Bairro Coxilha do Progresso, criado pela lei nº 905/94, de 23 de março de 1994, modificada pela Lei Municipal 1.299/2000, de 09 de agosto de 2000, que o denominou Bairro Bela Vista;

- o Bairro Jardim Esperança, criado pela Lei nº 1.904/2009, de 29 de setembro de 2009 – popularmente conhecido como Bairro Popular.

Vila

Pela Lei nº 282/83, de 22 de março de 1983, foi criada a Vila Guerra, formada pelo conglomerado de residências e instalações, situado nas proximidades da cidade de Ibiraiaras, à margem direita da atual RS 126, local onde estão instaladas as indústrias da Empresa Pandolfo S.A.2

2 Fontes de Consulta: Leis Municipais.

Mapa Político

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AMBIENTE FÍSICO

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ASPECTOS GERAIS

Clima

O clima de antigamente era mais frio e úmido, devido à espessa cobertura vegetal que havia, ficando o ambiente bastante escuro junto à superfície, durante a maior parte do dia, e a pouca incidência da luz solar. A neve era mais comum e mais intensa nesta região, nessa época.

As famílias dos pioneiros precisavam se proteger do frio com roupas de lã e calçados próprios para o inverno rigoroso, como botas de couro e chapéus de feltro. Mas poucos tinham condições de adquiri-los, ou pela falta da moeda circulante, ou pela distância dos mercados fornecedores.

Quando chovia, o lugar ficava isolado pelas estradas intransitáveis.

Ibiraiaras no ano de 1965 coberta de neve

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Com base nas médias climatológicas, tendo sido observadas uma série delas, por cerca de 30 anos, Ibiraiaras apresenta atualmente:

- a temperatura média anual de 17,5°C;

- os meses mais frios: maio a agosto, destacando-se julho como o mais frio;

- os meses mais quentes: janeiro e fevereiro;

- a precipitação média anual: 1.379 mm, relativamente bem distribuídos durante o ano;

- os meses mais chuvosos: setembro e outubro.

Relevo

A região é parte do Planalto Meridional do Brasil, formado pela Encosta, conhecida como Serra Geral. Apresenta-se predominantemente ondulado. Suas altitudes mais elevadas são próximas a 800 metros.

Fauna

Durante as entrevistas, algumas pessoas lembraram-se da grande quantidade de papagaios, de macacos subindo nos pinheiros com seus filhotes, de porcos do mato, veados, tatus, passarinhos, leões brasinos, guarás e até de onças existentes aqui, antigamente. Próximo ao rio Carreiro, os animais formavam os “carreiros”, caminhos para beber água.

Lembraram-se também da pesca, feita inclusive no arroio Mormaço, nos anos 60, nos fundos do Colégio das Irmãs, ou seja, na entrada do arroio na cidade. Uma das citações: “Nós pescávamos com chapéu de palha, enfiando-o na água e tirando-o com peixe (carpa ou jundiá)”.

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Rios

O arroio Mormaço, originalmente, iniciava por dois pequenos córregos nas terras de Frederico Martini, em São Pio X, que foram unidos num só. Para vir à antiga vila, as famílias de São Pio X passavam em três locais do arroio Mormaço. Em dois deles existia ponte, mas no outro, ou passavam por uma pinguela de uma só tábua, ou por dentro do arroio, onde fica hoje a Vila Gentil.

Mapa Hidrográfico

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No arroio, existiam cerca de dez quedas d’água que foram sendo aproveitadas para mover as rodas dos moinhos e usinas de eletricidade. Hoje, conhecem-se três quedas de tamanho relativo, sendo duas quedas menores, em direção à comunidade de Nossa Senhora Consoladora e uma de tamanho um pouco maior, na área indígena Monte Caseros.

Ao norte do município, aparecem os rios Butiá e Araçá, que se unem, formando o rio Inhandava (ex-Forquilha), próximo à BR 285; fazem parte da bacia do Pelotas-Uruguai. Dali para o sul existe vários mananciais de rios da bacia do Jacuí-Guaíba, como o rio Carreiro, o rio Turvo, o rio Faxinal e o rio da Prata. Entre os arroios citam-se o Volantim, Passo d’Alho e Fazenda, que deságuam no rio Carreiro, além do rio Marmeleiro, que deságua no arroio Araçá.

Assim, ao norte do município, encontra-se uma parte do divisor de água, entre a bacia hidrográfica do Pelotas-Uruguai e a bacia hidrográfica do Jacuí-Guaíba.

Arroio Butiá

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Caracterização da paisagem vegetal de Ibiraiaras

A vegetação natural predominante era constituída por duas espécies arbóreas: uma, no estrato superior, constituída da floresta de araucárias: Araucaria brasiliensis ou Araucaria angustifolia; uma mata que resultou de uma era mais fria, ocorrida no sul do Brasil. Cobria quase toda a área do antigo distrito de Ibiraiaras, impedindo, na maior parte do dia, a incidência dos raios solares no solo. Existiam pinheiros com 1,50 m de diâmetro, raríssimos pela espessura e pela quantidade; outra, no estrato inferior, constituída por árvores como a canela, a imbuia, o angico e o camboatá. Apresenta também um estrato arbustivo, representado principalmente pela erva-mate e o xaxim.

Essa vegetação constitui a Floresta Ombrófila Mista, um dos ecossistemas do Bioma Mata Atlântica, cuja utilização e proteção é regulada pela Lei Federal nº 11.428.

Segundo o IBGE, a cobertura florestal de Ibiraiaras está assim distribuída:

- matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal: 1.212 hectares;

- matas e/ou florestas naturais, excluindo as áreas de preservação permanente e as em sistemas agroflorestais: 3.667 hectares;

- campos nativos: 2.368 hectares;

- terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.): 32 hectares;

- terras impróprias para a agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.): 461 hectares.1

1 Fontes de Consulta: Entrevistas e Relatórios: Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente;

IBGE-2006; Mapas; Entrevistas; Site (Internet) www.climatempo.com.br\ibiraiaras.rs

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POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE

Problemas e perspectivas para as florestas naturais em Ibiraiaras

Os problemas das florestas ficam evidentes quando se observa que a araucária, devido ao grande valor da madeira, foi muito explorada e, por isso, encontra-se na lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção, desde 1992. A destruição da floresta ameaça a vida de muitas espécies de plantas e animais e, inclusive, a permanência dos recursos hídricos. Por ser uma espécie ameaçada de extinção, a araucária só poderá ser cortada mediante projeto previamente aprovado pelo órgão ambiental competente, nas seguintes situações: quando for comprovadamente plantada; quando estiver caída, seca ou descopada; quando estiver colocando em risco o patrimônio; para a implantação de obras ou caso não haja alternativa locacional. Essa floresta apresenta várias oportunidades para investimentos no futuro, como o desenvolvimento do turismo ecológico; desenvolvimento de projetos de sequestro de carbono visando o equilíbrio do clima global; geração de empregos na recuperação de áreas degradadas; comercialização de produtos não madeireiros como pinhão, erva-mate e frutos silvestres; pesquisa e desenvolvimento de produtos cosméticos e farmacológicos; melhoria da imagem de empresas que investirem na conservação ou recuperação de áreas degradadas.

Programa de preservação ao meio ambiente

Recentemente, diversas atividades têm sido realizadas pela Emater, em parceria com a Prefeitura Municipal, através das Secretarias da Agricultura e Meio Ambiente, Secretaria de Saúde, Obras, Assistência Social e Secretaria da Educação, a saber:

- realização da campanha de controle de infestação do mosquito borrachudo;

- realização da campanha de recolhimento de lixo seco no interior do município;

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- orientação e acompanhamento para a instalação adequada dos esgotos domésticos e águas servidas;

- orientação e acompanhamento para manejo e destino dos dejetos animais;

- orientação para melhoria e adequação de fontes e poços;

- realização de reuniões para conscientização da preservação e proteção dos primatas da região;

- caminhada ecológica com alunos das Escolas Antônio Stella e João Dal Piva, com orientações sobre preservação e proteção de mananciais, identificação e controle da infestação do mosquito borrachudo, identificação de árvores nativas e exóticas e cuidados ao consumir ervas medicinais;

- orientação aos produtores para adoção de práticas conservacionistas, correto abastecimento de pulverizadores e preservação de matas ciliares;

- orientação sobre a Legislação Ambiental.

Através das Secretarias do Meio Ambiente Municipal e Estadual, incentiva-se a reconstrução do meio ambiente, através da distribuição de mudas de camboatá, azedinha, goiabeira, araçá, guabiju, etc.

Legislação municipal

O município de Ibiraiaras possui a seguinte legislação ambiental, que rege o Licenciamento Ambiental das Atividades de Impacto Local:

- Decreto nº 2.350/2006: regulamenta a derrubada de árvores nativas ou exóticas no perímetro urbano;

- Lei Municipal nº 1.913/2009: dispõe sobre a política do meio ambiente no município, cria o Conselho Municipal do Meio Ambiente, institui as infrações ambientais e o Fundo Municipal do Meio Ambiente; essa lei foi alterada pela Lei Municipal nº 2.020/2011, que criou o Conselho Municipal

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do Meio Ambiente;

- Lei Municipal nº 1.958/2010: institui a Lei de Diretrizes Urbanas.

Existem inúmeros órgãos da área federal, estadual, regional e municipal que regulamentam e protegem a manutenção e a exploração das matas e dos ecossistemas.

Legislação federal

O Código Florestal Brasileiro, instituído pela Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, define as Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal - APPs.

Assim, as Áreas de Preservação Permanente – APPs devem ser mantidas integrais para a preservação de recursos hídricos, fauna e flora. Enquanto que a Reserva Legal seria uma “poupança de floresta”, a qual pode ser usada por manejo sustentável.

O Código Florestal delimita as extensões das APPs: ao longo dos rios, conforme a sua largura; ao redor de lagoas, lagos e reservatórios de água; nas nascentes; no topo de morros; nas encostas conforme o seu declive; em altitude superior a 1.800 metros; e outras.

Ainda, a Instrução Normativa do IBAMA nº 4, de 08 de setembro de 2009, define os limites da exploração florestal de lenha e madeira para uso doméstico.

Para a comercialização, mesmo que seja extraída da Reserva Legal, dependerá da autorização prévia do órgão ambiental competente. E o transporte de qualquer produto florestal dependerá do DOF (Documento de Origem Florestal) e deverá conter os dados de volume individual e total por espécie, além da indicação do responsável pelo beneficiamento do produto.1

1 Fontes de Consulta: Departamento Municipal do Meio Ambiente; EMATER; Entrevistas diversas; SMECET; Legislação; IBGE; Site da Prefeitura Municipal.

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ASPECTOSSÓCIO-DEMOGRÁFICOS

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A URBANIZAÇÃO

Conforme os censos demográficos, a população de Ibiraiaras apresentou os seguintes dados:

* Em 1960, Ibiraiaras era um distrito de Lagoa Vermelha

Fonte: IBGE

Houve um crescimento da população urbana, acelerado nas últimas décadas, atingindo hoje 3.817 habitantes, enquanto que, na zona rural, vivem 3.354 habitantes, conforme estatísticas do Censo 2010, abaixo. Entre os fatores do crescimento urbano estão o desenvolvimento do comércio e dos serviços na cidade e a tecnologia aplicada nas atividades rurais substituindo a mão-de-obra rural.

A cidade cresceu em número de habitantes, enquanto a população rural foi diminuindo. Ao mesmo tempo, modernizou-se, tornando-se cada vez mais agradável aos olhos dos seus habitantes e dos visitantes. Acontece um esforço contínuo por parte da população e dos poderes públicos para melhorar o seu aspecto urbanístico nas construções, nas ruas, nos jardins e praça. As melhorias também estão ocorrendo, paulatinamente, nas áreas rurais.1

1 Fonte: IBGE – Censo 2010

ANO POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL TOTAL

1960*

1970

1980

1991

1996

2010

-

733

1.387

2.296

2.622

3.817

-

7.776

6.236

5.510

4.661

3.354

7.921

8.509

7.623

7.806

7.283

7.171

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EDUCAÇÃO

Em 2000, a taxa de analfabetismo era de 6,6% entre as pessoas com idade de 15 anos ou mais. Pelo Censo de 2010 foi registrado um índice de 6,0%. Portanto, tivemos uma diminuição do analfabetismo em nosso município.

Ainda, segundo o Censo 2010, frequentavam às aulas, nos diversos níveis:

- Ensino Fundamental (escola ou creche)............. 1.015 alunos

- Ensino Médio..................................................... 285 alunos

- Superior (graduação)........................................... 248 alunos

- Especialização (Mestrado ou Doutorado).............. 29 alunos

Quanto ao nível de instrução da população total, com 10 anos ou mais, registrou-se:

- sem instrução e Fundamental Incompleto .............3.812 pessoas

- Fundamental Completo e Médio Incompleto ............984 pessoas

- Médio Completo e Superior Incompleto..................1.093 pessoas

- Superior Completo.................................................. 401 pessoas

- não determinado ..................................................... 07 pessoas

TOTAL (com 10 anos ou mais).................................6.297 pessoas

Há um total de 2.478 pessoas com Ensino Fundamental Completo ou mais. Destaca-se, ainda, o Ensino Médio Completo e Superior com 1.494 pessoas.

Esses dados permitem concluir, numa comparação com os anos 70, que ao mesmo tempo em que aumentou a população urbana no município de Ibiraiaras, cresceu, consideravelmente, o nível de escolaridade e de profissionalização, bem como o uso da tecnologia e a cultura em geral.

Por outro lado, mais de 50% da população ainda não cursou ou não concluiu o Ensino Fundamental.

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SAÚDE

Hospital desde 1937

Desde 1937, no distrito de São José do Carreiro, a comunidade regional dispôs de hospital, construído por particulares, sob a denominação Casa de Saúde Santo Antônio. Conforme relatos, o hospital foi instituído por Gino Ferrarezi, farmacêutico, e seu sogro João Luchese. Foi atendido por médicos, desde o início das atividades. O Dr. Valni Giacomelli residiu aqui e trabalhou nesse hospital durante dez anos.

Algumas famílias sucederam-se na manutenção das atividades gerais e, inclusive, de enfermagem. Entre elas foram citadas a família de Pelegrino Dal Piva, a família de Pedro Lanzarini e a família de João Luchese. Por volta de 1942, as Irmãs da Congregação de São José passaram a realizar essas atividades, paralelamente ao ensino, na Escola Rainha dos Apóstolos.

Já nos primeiros anos, o hospital foi adquirido por madeireiros da vila, que tinham interesse em mantê-lo, a fim de prestar socorro aos empregados que se acidentavam no trabalho das serrarias, além da comunidade em geral.

Hospital Beneficente São José

Mais tarde, essa Casa de Saúde foi adquirida pela Sociedade Literária São Boaventura, dos freis capuchinhos, sob a administração do frei Elói Rossetti. Em 16 de junho de 1963, foi inaugurado o atual prédio do Hospital São José, administrado pela Sociedade Hospitalar Beneficente São José, representada por frei Elói Rossetti.

Entre junho de 1963 e março de 1966, a direção do hospital coube à Congregação das Irmãs Franciscanas.

O hospital realizou todos os atendimentos e cirurgias, de menor impacto, por muitos anos.

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Em 1971, o hospital, a farmácia e três terrenos foram doados para a comunidade de Ibiraiaras, sob a administração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e com a colaboração das Irmãs de São José. Conforme os estatutos, os sócios do STR seriam os sócios do hospital, com direito a convênio no atendimento. Além disso, o STR recebia a atribuição de repassar para outra entidade, a administração do hospital, em caso de insolvência.

Em 1986, a Prefeitura Municipal assumiu os serviços do hospital e, em 1988, transformou-o na Autarquia Hospital Municipal São José.

Criação do Programa de Saúde da Família

Em 1999, houve a municipalização dos serviços de saúde, com a instalação da Unidade Básica de Saúde, no antigo Posto de Saúde e a criação do primeiro posto do Programa de Saúde da Família - PSF e Agentes Comunitários – PACS/1999, programa do qual Ibiraiaras foi um dos municípios pioneiros do Brasil. A Prefeitura contratou sete agentes de saúde, através do hospital e, desde então, foram adquiridos dezenas de equipamentos, materiais e veículos como ambulância e ambulatório móvel.

Em 2002, a Unidade Básica de Saúde foi instalada no prédio do hospital, com duas equipes da Estratégia de Saúde da Família - ESF, mais os agentes comunitários de saúde e o consultório odontológico e médico e, na época, a Unidade Móvel de Saúde, com atendimento odontológico e médico.

Sua estrutura atual apresenta uma Unidade Básica de Saúde e as duas equipes de Estratégia de Saúde da Família - ESF. Cada equipe dispõe de um médico, uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem.

Secretaria Municipal de Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde funcionou no antigo Posto de Saúde, até 2012 e é constituída pelo Setor Administrativo, Setor de Agendamento de Consultas e duas equipes de Saúde Bucal, com um odontólogo e um auxiliar

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para cada equipe.

A Secretaria de Saúde atende na Unidade Básica de Saúde, com diversos profissionais da ESF, incluindo psicóloga, pediatra, ginecologista e obstetra.

Hospital-Autarquia Municipal

O hospital é uma Autarquia, ligada à da Secretaria Municipal de Saúde.

Pela Portaria nº 1.044/2004, do Ministério da Saúde, que definiu a regionalização da Saúde Pública em todo o país, o Hospital Municipal São José foi classificado como sendo de pequeno porte, que são os hospitais sem estrutura adequada para o funcionamento de bloco cirúrgico (com obstetra, anestesista e pediatra) e não dispõe de CTI (Centro de Tratamento Intensivo). Desenvolve atividades de Pronto Atendimento de Urgência - PADU, que realiza internações, observação de pacientes e tem farmácia própria.

Em Ibiraiaras, a adesão ocorreu em 2008, embora os debates tenham iniciado doze anos antes, em 1996.

Os hospitais de pequeno porte encaminham os pacientes, conforme as necessidades, para os hospitais microrregionais (Hospital São Paulo - Lagoa Vermelha) e estes, para os hospitais macrorregionais (Hospital São Vicente de Paulo e Hospital da Cidade - Passo Fundo).1

1 Fontes de Consulta: Entrevistas diversas; STR-Ibiraiaras; Livro-Tombo da Paróquia São José; Leis Municipais; Direção da Autarquia Hospital Municipal São José -2012; Ex-prefeito Luiz Carlos

Antoniolli.

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ASPECTOS ECONÔMICOS

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ÍNDICES ECONÔMICOS

OS SETORES DA ECONOMIA

A renda per capita em Ibiraiaras chegou a 2,3 salários mínimos, em 2009. Este índice é considerado muito bom, quando comparado a nível nacional. (FEE-RS).

O número de empresas atuantes, em 2010, foi de 310 unidades.

A população economicamente ativa (com 10 anos de idade ou mais) é de 4.686 pessoas, ou seja, 65,3% da população.

A incidência de pobreza, em 2003, era de 17,47% da população.

Ibiraiaras/RS-2010

Setor Primário (agricultura, pecuária, extrativismo) ......... 62,50 %

Setor Secundário (indústria) ............. ................................ ..1,93 %

Setor Terciário (comércio) ................................................ (25,49 %)

Setor Terciário (Serviços) ............................(10,08 %)....... 35,57%

Total ...................................................................................100,00 %

Fonte: SEFAZ/RS; SEFAZ-Ibiraiaras

Conforme os dados da Secretaria da Fazenda do Estado acima descritos, o setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) continua crescendo em valor de produção, sendo a principal atividade econômica do município.

(em valores)

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O setor terciário, especialmente na parte de serviços, está crescendo significativamente nos últimos anos, destacando-se o comércio. No total, o setor terciário soma 35,57% dos rendimentos econômicos.

O setor secundário (indústria) apresenta baixos índices de população ativa e de rendimento. Entre as indústrias que se destacam, estão o beneficiamento e industrialização de produtos agrícolas como a batata inglesa, as farinhas, o beneficiamento de olerícolas (feijão, cebola, brócolis, etc.), frigoríficos, algumas metalúrgicas, madeireiras e fabricação de móveis, artefatos de cimento e construção civil.

O Setor Primário

Atualmente, vivem no meio rural 3.354 pessoas que possuem, no total, 901 estabelecimentos agropecuários, tendo a assistência conjunta da Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretarias Municipais de Agricultura e Meio Ambiente, Saúde, Obras, Coopibi, Inspetoria Veterinária, Movimento dos Pequenos Agricultores e Empresas Privadas com seus profissionais nas áreas da agricultura e pecuária, aumentando os índices de produção e de comercialização dos produtos. A infraestrutura de armazenagem do município tem capacidade para 46.000 toneladas, distribuída entre a Coopibi, a Cerealista Bocchi e outras empresas particulares.

Em relação à área, o município ocupa na agricultura 16.986 hectares. Na pecuária utilizam-se 3.541 hectares de pastagens naturais e plantadas, totalizando 20.547 hectares utilizados com a agropecuária, correspondente a 68% da área do município.

A estrutura fundiária no município

O módulo rural no município de Ibiraiaras é de 25 hectares. Predominam as pequenas propriedades da agricultura familiar (mais de 90%), que produzem a maior parte dos alimentos consumidos pela população. Participam do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf –

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crédito, financiamento e investimento, os agricultores cuja propriedade tem uma área de até 100 hectares (04 módulos rurais), considerando ainda o valor da receita familiar. Os proprietários que possuem acima de 100 hectares são classificados como Empregador Rural. Em 2006, a área dos estabelecimentos agropecuários totalizava 25.392 hectares.

De 2003 a 2005, o INCRA apresentou a seguinte situação dos Imóveis Rurais em Ibiraiaras:

MUNICÍPIO DE IBIRAIARAS – IMÓVEIS RURAIS

Fonte: INCRA/MDA

Os números acima permitem concluir que, dos pequenos imóveis, 1.321 eram minifúndios com média de 11,3 hectares, predominando as pequenas propriedades. Quanto ao número de proprietários, pode haver diferença para menor, em relação ao número de imóveis, já que um proprietário pode possuir mais de um imóvel rural cadastrado.

Produção no setor primário

As lavouras de maior expressão econômica para o município são a soja, o milho, a pipoca, o feijão, a batata, o trigo e a cevada; as olerícolas (brócolis, moranga, tomate, cebola, repolho, espinafre, couve-flor), além do fumo em folha e da uva. Na pecuária destaca-se a produção de leite.

Tendo por base o ano 2010, destacam-se na produção agrícola do

IMÓVEIS Nº %

Pequeno (até 100 ha)

Médios (mais de 100 ha)

Grandes (mais de 500 ha)

Total

1.660

14

03

1.667

99

0,83

0,17

100

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município:

- em produção total (toneladas): milho, batata e soja;

- em área cultivada (ha): soja, milho e trigo;

- em renda média: batata, cebola, uva, alho, milho.

Segundo dados da Secretaria da Fazenda/RS, os principais produtos agropecuários em valor de produção, nos anos 2009/2010, são: 1º) soja, 2º) milho, 3º) leite, 4º) trigo, 5º) aves, 6º) batata, 7º) fumo, 8º) brócolis, 9º) suínos.

O crescimento das olerícolas está ligado diretamente às indústrias locais e regionais, que recebem a produção e fazem o seu beneficiamento e comercialização. Apresenta a vantagem do retorno mais frequente que o dos cereais, por possibilitar vários plantios durante o ano.

A batata inglesa, embora cultivada em vários municípios da região, ainda tem a maior parte de seu beneficiamento e comercialização realizados no município de Ibiraiaras, que dispõe de várias estruturas para lavagem, classificação e embalagem, além de produção e armazenamento de tubérculos certificados, destinados à semente. A produção da semente de batata por hidroponia é efetuada, desde 2000, na propriedade Zanetti. Produz-se, ainda, por hidroponia: agrião, alface, chicória, rúcula e salsa.

A produção de frutas é utilizada no autoconsumo da propriedade. Há alguns produtores de uva, caqui, laranja e pêssego.

Além do beneficiamento da batata inglesa, também se realiza o beneficiamento de outros produtos como cenoura, cebola e feijão.

Quanto aos produtos de origem animal, destacam-se a criação de gado leiteiro, gado de corte, suínos e aves de corte, com boa participação na economia do município.

A comercialização do leite, um dos principais produtos do município, é feita através de diversas cooperativas e empresas. A produção anual de leite ultrapassa os 20.000.000 de litros produzidos em 680 estabelecimentos.

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A suinocultura e a avicultura são desenvolvidas através de integração com as agroindústrias.

A piscicultura de autoconsumo está presente em mais de 400 propriedades, em cerca de 650 açudes.

Quanto ao extrativismo vegetal, apresenta produção de madeira em toras, lenha e madeira beneficiada para diversos fins.

MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO

A principal via de comercialização da batata, bem como da maior parte de nossa produção agrícola, sempre foi a ligação Ibiraiaras-Nova Prata, via “campo”, em dias secos, via “Guabiju”, em dias chuvosos e, ultimamente, via “Nova Araçá”. Atualmente, está em fase de conclusão a pavimentação asfáltica da RS 126, entre Ibiraiaras e São Jorge, um projeto que iniciou há mais de 20 anos e que facilitará enormemente o escoamento da produção, não só de Ibiraiaras, mas de toda a região, em direção à área metropolitana de Porto Alegre e as demais áreas do Estado.

A pavimentação asfáltica da rodovia RS 126, iniciada em 1990, entre Caseiros e Ibiraiaras trouxe grandes melhorias ao transporte de mercadorias e na locomoção de pessoas em direção ao norte do Estado, especialmente ao centro regional Passo Fundo e como mais uma alternativa via asfalto, para a capital do Estado.

A frota de veículos do município, em 2010, era de 3.843 veículos: 2.158 automóveis, 515 motocicletas, 459 caminhonetes, 410 caminhões.

Em agosto de 1988, ocorreu a implantação do Sistema DDD (Discagem Direta a Distância). A partir de então, utilizando as novas tecnologias, o município pôde integrar-se ao mundo moderno, dando um grande ímpeto ao desenvolvimento no setor terciário, além do setor primário.1

1 Fontes de Consulta: IBGE, STR-Ibiraiaras, COOPIBI, EMATER, MDA-INCRA, SEFAZ-RS, FEE-Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul

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CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO

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O DISTRITO - 1927 A 1965

A região do atual município ficou conhecida, nos primeiros tempos, como Costa do Carreiro, Serra do Carreiro e, após, São José do Carreiro. Pela Lei nº 622, de 15 de abril de 1927, foi criado o distrito de São José do Carreiro, pertencente ao município de Lagoa Vermelha.

Até 1930, a administração no distrito era executada por um subintendente, que era a denominação dos subprefeitos. Antônio Stella foi o primeiro. Sua atuação era mais destacada em épocas de eleição.

A partir de 1930, foram designados vários subprefeitos que acumulavam o cargo de subdelegados e exerciam o mandato gratuitamente.

Os subprefeitos/subdelegados do distrito foram: Domingos da Silva Moreira, Amâncio Mendes da Fonseca, Cerilo Stella, Carlos Luiz Kramer, João da Silveira Marques, Guido Bonfiglio, Constante Fabris, Dionísio Luchese, Orestes Cima, Adolfinho Bernardi, Augusto Pomatti. José Luchese foi subprefeito por curto período no governo de Getulio Vargas.

O distrito de São José do Carreiro teve sua denominação alterada para Hibiraiaras, por uma iniciativa do município-mãe, Lagoa Vermelha, pelo Decreto nº 720, de 29 de dezembro de 1944. Mais tarde, foi retirado o H, ficando, então, a denominação Ibiraiaras, cujo significado na língua tupi é “Senhora ou Senhor da Floresta”. Historicamente, a palavra Ibiraiaras refere-se a uma das tribos que povoaram o Rio Grande do Sul e que está registrada no mapa do Estado, de 16 de dezembro de 1751, cujo título é “Continente de Viamão ou Dél Rei”.

O antigo distrito teve vários representantes eleitos para a Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha: João da Silveira Marques, Adolfo Stella, Ulisses Maschio e Longino Zacharia Guadagnin. Adolfo Stella foi eleito

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prefeito de Lagoa Vermelha para o quadriênio 1956-1960, quando, então, fixou residência naquela cidade.

Os habitantes do distrito reuniam-se em mutirões e praticavam todo tipo de atividade necessária para adquirir condições mínimas de trabalho, produção e organização social. Era de sua iniciativa, a maior parte dos serviços de abertura de estradas, construção de pontes, criação de escolas, salões comunitários e capelas.

Conforme registro da Prefeitura de Lagoa Vermelha pode ser constatado que este distrito era o que mais recolhia impostos, porém, onde quase nada era aplicado. Dentre os fatores que o mantiveram como entidade social e política (distrito), estiveram presentes a força de vontade e o empenho no trabalho da agricultura de subsistência, do extrativismo da madeira e do comércio muito rudimentar, na maior parte, feito no sistema de trocas de produtos, o escambo. Outro fator que manteve o distrito foi a religião, pela qual se organizaram as comunidades, a partir do seu povoamento, geralmente em torno das serrarias.

Diante dessa situação, a autonomia política firmava-se na esperança de dias melhores, principalmente para o produtor rural que constituía a grande maioria da população.

A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

A emancipação política era um sonho acalentado há anos, pelos habitantes de Ibiraiaras. A organização do movimento iniciou em 1964.

Entre os principais nomes que lideraram a proposta estiveram frei Elói Rossetti, pároco, vereador Longino Z. Guadagnin, o senhor João Stella e o deputado estadual Reinaldo Cherubini. Foram convidadas diversas lideranças do então distrito para formar a equipe de trabalho.

A diretoria, formada em 12 de janeiro de 1964, foi constituída pelas seguintes lideranças:

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- Presidente: João Stella;

- Vice-Presidente: Augusto Pomatti;

- 1º Tesoureiro: Carlos Guerra;

- 2º Tesoureiro: João Dal Piva;

- Secretário e Procurador: Bacharel Longino Zacharia Guadagnin;

- Presidente de Honra: Frei Elói Rossetti.

O procurador Longino Z. Guadagnin foi o responsável pela coordenação e execução do projeto emancipacionista.

Conselheiros e líderes participantes do processo emancipacionista: Angelo Guidolin, Fidélis Dal Piva, Fiorelo Pomatti, Ferdinando Bocchi, Dionísio Luchese, Itacir Mezzom, João Martini, João Bonatto, Luiz Arioli, Severino Fabris, Raimundo Casanova, Valdir Peron, Reineli Stella, Recieri Canevese e mais 82 membros, entre os quais identificamos Dinor A. Ceccagno, Constante Fabris, Celeste Bragagnolo, Frei Cornélio, Eurico Mesquita Machado, João Zatti, Recieri Slaviero e Doralino Frison.

Essas pessoas trabalharam junto à diretoria, participando das reuniões e das viagens pelo interior da área emancipanda e à capital do Estado. Apresentavam, às autoridades estaduais, o desejo da emancipação e os requisitos exigidos pela legislação, para alcançar esse objetivo. Entre esses requisitos estavam o de estabelecer os limites da área emancipanda, atingir o número mínimo de habitantes, estabelecido por lei, projetar a receita do futuro município e indicar as possibilidades de desenvolvimento. A comunidade contribuiu, financiando os trabalhos da comissão e, no Plebiscito, pedindo a criação do Município. Porém, o Governador do Estado vetou a criação de novos municípios no Rio Grande do Sul. Os distritos gaúchos, que haviam iniciado o processo em prol de sua emancipação, recorreram à Assembléia Legislativa do Estado pleiteando a reabertura dos prazos para criação de novos municípios. Nesse sentido, os representantes dos partidos políticos do distrito de Ibiraiaras uniram-se a outros distritos, fazendo o pedido à Assembleia e ao Executivo, obtendo a aprovação e a possibilidade da continuação do processo de emancipação. O

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passo seguinte foi a realização do Plebiscito, realizado em 1965, oportunidade em que a população disse “SIM” ao projeto de emancipação.

Em seguida, houve a aprovação da Criação do Município de Ibiraiaras pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia e, posteriormente, a aprovação da Lei pela Assembleia Legislativa. Finalmente, houve a sanção e a assinatura da Lei de Criação do Município de Ibiraiaras, pelo governador Ildo Meneghetti, no dia 09 de julho de 1965, com o número 4.976. No ato da assinatura da Lei de Criação estiveram presentes, além do governador Ildo Meneghetti, o deputado estadual Reinaldo Cherubini e o representante do novo município, Bel. Longino Z. Guadagnin, conforme foto abaixo.

Criação do município

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277Primeira sede da Prefeitura

INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IBIRAIARAS

Em razão do Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965 e do Ato Complementar nº 8, de 29 de março de 1966, o texto da Lei nº 4.976, que criou o município de Ibiraiaras, não foi efetivado no artigo 3º, que estabelecia a constituição da Câmara Municipal com 07 membros e seus mandatos a serem concluídos em 31 de dezembro de 1967 e o artigo 4º, o qual estabelecia o mandato do primeiro prefeito e vice-prefeito, para extinguir-se em 31 de dezembro de 1967.

Ibiraiaras recebeu a nomeação de um Interventor Federal, não havendo, portanto, eleições. O Interventor nomeado, João Stella, administrou o município por meio de decretos.

A instalação do município com a nomeação de um Interventor foi decorrente do contexto da política implantada no Brasil, pelo Governo Militar, em 31 de março de 1964.

Em 29 de maio de 1966, no Clube União de Ibiraiaras, foi realizado o Ato de Instalação do novo município de Ibiraiaras e a posse do seu Interventor João Stella. O ato foi presidido pelo Dr. Pedro Henrique P. Rodrigues, Juiz de Direito da Comarca de Lagoa Vermelha, com a presença de autoridades civis e militares de Lagoa Vermelha e do Estado.

O Presidente da Mesa passou a palavra ao Dr. Longino Z. Guadagnin, membro da Comissão de Emancipação, o qual fez um relato pormenorizado das gestões e trabalhos realizados pela emancipação do novo município. Usaram da palavra, ainda, Adão

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Castellano, prefeito de Lagoa Vermelha e João Stella, interventor de Ibiraiaras, que fez algumas reivindicações ao Secretário do Interior e Justiça, Mário Mondino e, em seguida, declarou oficialmente instalado o novo Município de Ibiraiaras.

Na oportunidade, manifestaram-se o Secretário do Interior e Justiça, Mário Mondino e César Muliterno. Para finalizar, Longino Z. Guadagnin leu uma mensagem do deputado Reinaldo Cherubini ao povo de Ibiraiaras e o secretário designado, bacharel Dr. César Muliterno escreveu a ata.

O NOVO MUNICÍPIO

Ibiraiaras, ao adquirir sua autonomia política, deu seus primeiros passos visando alcançar o progresso e as aspirações de seus cidadãos.

A área do município, criado em 1965, era de 554 km². Fazia divisa com o município de Lagoa Vermelha, ao leste e norte; ao sul, com Nova Prata (São Jorge, atualmente); a oeste, com David Canabarro e Ciríaco (agora David Canabarro e Muliterno).

A população totalizava, aproximadamente, nove mil habitantes, residindo cerca de 500 pessoas na área urbana e 8,5 mil na área rural.

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Fontes de consultas: leis e decretos municipais, Ata de Instalação do Município, arquivo da autora.

Prefeitura Municipal atualmente

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O PODER LEGISLATIVO

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INSTALAÇÃO

Em 31 de janeiro de 1969, no Clube União de Ibiraiaras, sob convocação do Interventor Federal João Stella, houve a instalação do Poder Legislativo do Município de Ibiraiaras. A sessão foi presidida por Eurico Mesquita Machado, como representante do Juiz de Direito da Comarca de Lagoa Vermelha. O vereador mais idoso, Fiorelo Pomatti, organizou a mesa diretora dos trabalhos. Nessa solenidade foi constituída a diretoria da Câmara de Vereadores, tendo sido designado o Presidente Clóvis Adão Pizzamiglio Bozza; Vice-Presidente, Ulisses Maschio e o Secretário, Fiorelo Pomatti. Os demais vereadores eleitos e empossados foram Domingos Dalla Libera, Recieri Canevese, Sady Cassol e Isidoro Cristianetti. Mais tarde, o vereador Sady Cassol foi substituído pelo suplente David Poltronieri.

Posse do primeiro prefeito eleito de Ibiraiaras

No mesmo dia 31 de janeiro de 1969, no Clube União de Ibiraiaras, instalou-se a primeira Câmara de Vereadores do Município, a fim de dar posse ao Prefeito Valdomiro Zatti e ao Vice-Prefeito Adolfo Piva, eleitos em 15 de novembro de 1968. O cargo foi transmitido por João Stella, Interventor Federal.

Observe-se que na primeira administração não houve eleições para o Executivo e o Legislativo, portanto, Câmara de Vereadores não existiu.

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LEI ORGÂNICA

O PODER LEGISLATIVO

Na data de 18 de maio de 1969, houve a promulgação da Lei Orgânica Municipal, sob a presidência do vereador Clóvis A. P. Bozza, no salão paroquial desta localidade. A Lei Orgânica estabelece as atribuições do Poder Executivo e Legislativo, na área do município.

A nova Lei Orgânica, estabelecida dentro dos princípios legais da Constituição Federal de 1988, foi elaborada e promulgada em 05 de abril de 1990, pela Câmara de Vereadores assim constituída: presidente: Ferdinando Dallagnol; vice-presidente: Jandir Vassoler; secretário: Miguel Dutra Leite. Vereadores: Elder Bruscatto; Isidoro Cristianetti; Irvaldo Scalco; Albino Baréa; Luiz Dalberto; Serinei Dal Olmo; Aristeu Lunelli.

Revisão da Lei Orgânica

A Lei Orgânica de 1990 foi revisada em 27 de dezembro de 2002, pela Câmara Municipal de Vereadores, sob a presidência da vereadora Liliana Piva.

Nas primeiras legislaturas, a Câmara Municipal realizou suas reuniões no restaurante de João Luchese e na sala superior do salão paroquial.

Até a quarta legislatura, encerrada em 31 de janeiro de 1989, a Câmara Municipal esteve constituída por 07 vereadores e, a partir dessa data, passou a ter 09 vereadores.

Desde a primeira legislatura, em 1969 até 2012, foram eleitos os seguintes vereadores:

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1ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de 1973: Clóvis Adão Pizzamiglio Bozza; Domingos Avelino Dalla Libera; Isidoro Cristianetti; Fiorelo Pomatti; Ricieri Canevese; Ulisses Maschio; Sady Cassol, substituído por David Poltronieri.

(Administração: Valdomiro Zatti e Adolfo Piva)

2ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977: Antônio Pazin; Clóvis Idelmar Fabris; Dinor Angelo Ceccagno, David Poltronieri; Domingos Avelino Dalla Libera; Isidoro Cristianetti; Ulisses Maschio.

(Administração: Egídio Paggiarin e Itacir Mezzomo)

3ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983: Clóvis Adão Pizzamiglio Bozza; Dinor Angelo Ceccagno; Domingos Avelino Dalla Libera; Jacir Dal Piva (in memorian); Jacir Marini (in memorian); João Schimitt dos Passos; Ulisses Maschio.

(Administração: Idarci Rech e Isidoro Cristianetti)

4ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 31 de janeiro de 1983 a 31 de janeiro de 1989: Antônio Rodrigues da Luz; Ferdinando Dallagnol; Fiorindo Luiz Picolotto; Irvaldo Scalco; João Schimitt dos Passos; João Carlos Piva; Ulisses Polli.

(Administração: Egídio Paggiarin e Jacir Marini)

5ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 31 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992: Albino Baréa; Luiz Dalberto; Elder Bruscatto; Irvaldo Scalco; Isidoro Cristianetti; Ferdinando Dallagnoll; Jandir

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Vazzoler; Miguel Dutra Leite; Serinei Dal Olmo.

(Administração: Jacir Marini e Bolivar Begnini)

6ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996: Arnildo Perinotto; Ivanir Jorge Poltronieri; Ivo Alban; Janice Dalla Libera; João Schimitt dos Passos; José Antônio Farina; Miguel Dutra Leite; Osmar Begnini (in memorian), Jacir Dal Piva, substituído por Sidnei Luiz Fossatti.

(Administração: Ferdinando Dallagnol e Luiz Carlos Antoniolli)

7ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000: Ari Benedetti; Clóvis Rech; Gilberto Francescatto; Giovel Picolotto; Irvaldo Scalco; Ivo Alban; Jovino Puerari; Juleide Spiazzi Pedrotti (assumiu também por um período, o suplente Osmar José Begnini); Serinei Dal Olmo.

(Administração: Luiz Carlos Antoniolli e Miguel Dutra Leite)

8ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2004: Ari Benedetti; Giovel Picolotto, posteriormente Acelso Capellari; João Clóvis Gonçalves; Jovino Puerari; Liliana Piva Boito; Osmar Begnini; Silvana Paggiarin Flores; Valmir Nardi; Vitacir Rachelli.

(Administração: Ivanir Jorge Poltronieri e Marcelo Begnini)

9ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008: Acelso Capellari; Alexandre Zwirtes; Ari Benedetti; Cézar Cazanatto; Claudinei Rech; Gilberto Francescatto;

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Márcia Catapan Pomatti; Marizete Tedesco Polli; Nelzi Pimentel da Silva, posteriormente substituída por João Clóvis Gonçalves.

(Administração: Ferdinando Dallagnol e Aristeu Lunelli)

10ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012: Adanilo Massotti; Alexandre Zwirtes; César Cazanatto; Claudinei Rech; Gilberto Francescatto; Luiz Fernando Masiero; Luiz Orlando Clímaco; Serinei Dal Olmo; Valmir Nardi.

(Administração: Ferdinando Dallagnoll e Jacir Marini).

11ª LEGISLATURA: Vereadores eleitos para o período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016: Acelso Capellari; Adão Carlos da Silva; Gilberto Francescatto; Jacinto Benedetti; Claudinei Rech; Itamar Baréa; José Lanzarini; Roberto Bedin; Silvio Cazanatto.

(Administração: Douglas Rossoni e Lino Tonin)

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O PODER EXECUTIVO

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NOMINATA DAS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS

Primeira Administração

Interventor Federal: João Stella (29 de maio de 1966 a 31 de janeiro de 1969).

Segunda Administração

Prefeito Municipal: Valdomiro Zatti - Vice-Prefeito: Adolfo Piva (31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de 1973).

Terceira Administração

Prefeito Municipal: Egídio Paggiarin - Vice-Prefeito: Itacir Mezzom (31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977).

Quarta Administração

Prefeito: Idarci Rech - Vice-Prefeito: Isidoro Cristianetti (31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983).

Quinta Administração

Prefeito: Egídio Paggiarin - Vice-Prefeito: Jacir Marini (31 de janeiro de 1983 a 31 de janeiro de 1989).

Sexta Administração

Prefeito: Jacir Marini - Vice-Prefeito: Bolivar Begnini (31 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992).

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Sétima Administração

Prefeito: Ferdinando Dallagnol - Vice-Prefeito: Luiz Carlos Antoniolli (01 de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996).

Oitava Administração

Prefeito: Luiz Carlos Antoniolli - Vice-Prefeito: Miguel Dutra Leite (01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000).

Nona Administração

Prefeito: Ivanir Jorge Poltronieri - Vice-Prefeito: Marcelo Begnini (01 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004).

Décima Administração

Prefeito: Ferdinando Dallagnol - Vice-Prefeito: Aristeu Lunelli (01 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008).

Décima Primeira Administração

Prefeito: Ferdinando Dallagnol - Vice-Prefeito: Jacir Marini (01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012).

Décima Segunda Administração

Prefeito: Douglas Rossoni - Vice-Prefeito: Lino Tonin (01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016).

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

Desde a instalação do município, em 29 de maio de 1966 até 2012, Ibiraiaras teve no Poder Executivo, 11 gestões e, no Legislativo, dez legislaturas.

Para executar projetos de melhorias e favorecer o desenvolvimento econômico, social e cultural da população ibiraiarense, o Executivo recebeu parcerias e investimentos da União e do Estado, através de seus diversos órgãos, em suas diversas atribuições, além dos recursos próprios oriundos das contribuições da municipalidade.

Ao descrever o desenvolvimento das atividades da administração pública do município de Ibiraiaras, buscaram-se todas as fontes disponíveis. No entanto, a falta de documentação, como relatórios oficiais, foi constatada, pois, os decretos e as leis, apesar de serem oficiais, nem sempre foram executados literalmente, isto é, podem ter sido substituídos por outro decreto ou outra lei, ou mesmo, não terem sido executados por motivos diversos.

Registraram-se, para cada administração, como setores de maior atuação os seguintes: Educação e Cultura, Esporte, Saúde e Saneamento, Assistência Social, Urbanização, Comunicações e Energia, Apoio ao Trabalhador Rural e Apoio aos Diversos Órgãos de Serviço instalados no município.

Salienta-se que, o que aqui foi descrito, não esgota todas as realizações de cada administração. Muitas lacunas devem ter ficado devido às dificuldades encontradas. Citam-se no rodapé, as fontes de consulta utilizadas na descrição de cada gestão.

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REALIZAÇÕES DO PODER EXECUTIVO

1ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Interventor Federal: JOÃO SETLLA

Período: 29 de maio de 1966 a 31 de janeiro de 1969.

João Stella foi o Presidente da Comissão Pró-Emancipação, especialmente no encaminhamento do processo e na aquisição dos recursos necessários.

Foi nomeado para Interventor, dentre uma lista tríplice, pelo Presidente da República Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Tomou posse como Interventor Federal, em 29 de maio de 1966.

Suas atribuições lhe foram conferidas pelo Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965 e pelo Ato Complementar nº 8, de 29 de março de 1966 e, portanto, assumiu o Poder Executivo administrando por meio de decretos.

ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Em sua administração ocorreram as seguintes deliberações:

- instalação da Prefeitura Municipal no andar térreo da residência de Vicente Pomatti;

- adoção de leis vigentes no município de origem, Lagoa Vermelha, pelo Decreto nº 01, de 30 de maio de 1966: Lei Orgânica; Código de Posturas; Lei do Orçamento; Leis Complementares;

- criação, pelo Decreto nº 02, de 01 de junho de 1966, do quadro de servidores do município com nove funcionários: secretário, contador, tesoureiro, procurador, escriturário, fiscal geral, contínuo, diretor de obras e orientadora de ensino, instituindo as primeiras secretarias e nomeando seus titulares;

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- estabelecimento, em 10 de junho de 1966, da divisão administrativa do município para melhor atender as necessidades do interior, criando um distrito e dois subdistritos:

a) 1º Distrito com sede na cidade, do mesmo nome do município, abrangendo as seguintes áreas: além da sede, mais as seguintes linhas ou capelas: Santa Bárbara, São Roque, São Cristóvão, São João Bosco, São Luiz, Santo Expedito, Nossa Senhora Aparecida, São Pio X, Nossa Senhora da Salete, São Pedro, Santa Lúcia, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora Consoladora, Santo Antão;

b) Subdistrito de Nossa Senhora da Saúde com sede na capela Nossa Senhora da Saúde, abrangendo a área anexada do distrito de Caseiros;

c) Subdistrito de São Sebastião com sede na capela do mesmo nome, juntamente com as comunidades de Sagrado Coração de Maria, Nossa Senhora de Fátima e São Rafael.

- aquisição de equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades da Prefeitura Municipal: máquinas, móveis e utensílios;

- no setor de Segurança, houve a instalação da sede da Delegacia de Polícia;

- instituição dos seguintes Feriados Municipais:

a) 19 de março, dedicado a São José;

b) 09 de julho: data da Criação do Município; alterado pelo Decreto nº 58, de 14 de agosto de 1967, que estabeleceu o feriado em 29 de maio, data da Instalação do Município;

c) Sexta-Feira Santa;

d) Corpus Christi (Corpo de Deus).

- foram estabelecidas taxas diversas conforme Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, bem como o Código Tributário Municipal, ou seja, taxas e impostos, que incluíam taxas de iluminação pública e de calçamento,

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de limpeza pública, de licença para veículo, de pesos e medidas; Imposto Territorial e Predial Urbano, Comunicação e Serviços Telefônicos, Imposto Territorial Rural;

- isenção de pagamento de impostos municipais às novas indústrias que se estabelecessem no município pelo prazo de cinco anos;

- regulamentação da cobrança do Imposto de Indústria e Profissões: fazendeiro, criador, invernador, agricultor, proprietário ou arrendatário (de 10 hectares até mais de 1000 hectares); regulamentação da cobrança de impostos sobre a atividade de mercadores ambulantes, compradores e vendedores.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Organização e ampliação do Ensino Primário que, na época, era constituído por dezenas de escolas na área rural.

- Admissão, no Ensino Primário Municipal, dos professores desligados do município de Lagoa Vermelha.

- Contratação de dezenas de novos professores municipais, em convênio com o Governo do Estado.

- Contratação, por um ano, de cerca de 40 professores municipais.

- Convênio, em janeiro de 1968, com a Campanha Nacional de Educandários Gratuitos - CNEG, estabelecendo oito salários mínimos por turma de alunos matriculados no Ginásio.

- Adoção, em 1º de novembro de 1968, da Lei 2.338 do Estatuto do Magistério do Rio Grande do Sul, de 25 de janeiro de 1954, para a Prefeitura Municipal de Ibiraiaras.

- Participação na Campanha Nacional de Merenda Escolar.

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RODOVIAS

- Ampliação e manutenção das estradas municipais, iniciando a formação do Parque Rodoviário.

- Pedido de empréstimo de uma patrola ao município de Lagoa Vermelha para a execução das atividades nas rodovias.

- Aquisição de outra patrola nova, um trator de esteira, um caminhão tombadeira e uma motoniveladora.

- Criação, em julho de 1966, do Departamento Municipal de Estradas de Rodagem.

- Introdução de alterações na Rede Rodoviária Municipal, construindo a estrada a Nova Prata, via capela de Nossa Senhora de Fátima, na Fazenda Patos e Marrecos.

- Convênio com a Companhia Intermunicipal de Estradas Alimentadoras - CINTEA para a abertura da estrada que liga a sede do município à comunidade Nossa Senhora da Salete, via São Pio X, numa extensão de nove quilômetros.

- Construção de pontes e pontilhões em madeira.

URBANIZAÇÃO

- Instituição do Plano Diretor e Urbanístico, criando o Código de Edificações para o município de Ibiraiaras, atendendo a necessidade de estabelecer normas de urbanismo e habitação.

- Aquisição do terreno para a construção do prédio da Prefeitura Municipal e início da sua construção.

- Abertura e conservação de ruas.

- Início da colocação de cordões para a construção dos passeios.

- Início da implantação da rede de iluminação pública na cidade.

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- Contribuição à diocese de Vacaria pela cedência do terreno para a construção da praça central.

SAÚDE E PREVIDÊNCIA SOCIAL

O Município iniciou a prestação de auxílio aos carentes, contribuindo, ainda, com a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital São Pedro, de Porto Alegre; o pagamento de aluguel do prédio do Centro Comunitário de Saúde e, ainda, a contribuição ao INSS, Trabalho, Previdência e Assistência Social.

COMUNICAÇÕES

Nesse período, foi instalada, pela administração do novo município, a central telefônica e a extensão da rede física até Lagoa Vermelha, bem como a instalação de telefones manuais na cidade e extensão da linha telefônica, com um aparelho, em algumas comunidades.

Gélia (Zélia) Pomatti assumiu a gerência da central telefônica, em novembro de 1966, substituindo Dileta Luchese Bernardi e permanecendo até 1987.

As ligações telefônicas eram feitas por manivela e colocação manual de chaves e cabos, através da linha física que se estendia até Lagoa Vermelha; havia muitas dificuldades de se completar as ligações telefônicas.

O centro telefônico foi instalado, inicialmente, na casa de Vicente Pomatti onde funcionava a Prefeitura Municipal; após foi transferido para a residência de Gélia e, posteriormente, para o antigo gabinete odontológico de Clóvis Fabris, próximo à residência de Constante Fabris.1

1 Fontes de Consulta: Livro dos Decretos Municipais, de 29 de maio de 1966 a 31 de janeiro de 1969 Livro das Portarias; Jornais: Caderno Especial “Ibiraiaras - 20 anos”, de 29 de maio de 1986; “JM – Ibiraiaras - Caderno Especial dos 25 anos de Emancipação”, de maio de 1991; Entrevista com Gélia Pomatti Davanso, sobre Serviços Telefônicos Municipais.

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2ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: VALDOMIRO ZATTI

Vice-prefeito: ADOLFO PIVA

Período: 31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de 1973

Valdomiro Zatti foi o primeiro prefeito eleito para exercer o Poder Executivo de Ibiraiaras.

Nesse período foi iniciado o funcionamento do Poder Legislativo com a eleição e posse dos primeiros vereadores.

Coube ao prefeito eleito promulgar a Lei Orgânica do Município, em 18 de maio de 1969, que fora elaborada pelo Poder Legislativo.

Dando continuidade à estruturação do município e às melhorias, seguiu organizando a administração municipal, a fim de melhorar os serviços de infraestrutura necessários ao desenvolvimento do recém criado município.

ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Nesse período, o Poder Executivo criou nova estrutura na administração municipal, instituindo setores e departamentos de auxílio ao executivo: Setor de Administração, Setor de Educação e Cultura, Setor de Assistência Social e Previdência Social, Setor de Fomento Agropecuário, Setor de Obras e Setor das Subprefeituras.

Foi criada e instalada, na Prefeitura Municipal, a Junta de Serviço Militar e do Conselho Municipal de Desenvolvimento.

Segue ainda os registros:

- aquisição de terrenos, na quadra da Prefeitura Municipal, onde foi construído, em convênio com o Estado, o primeiro bloco da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella, na época ainda Grupo Escolar, além do

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pavilhão da Secretaria de Obras;

- dotação de créditos do orçamento para a Câmara Municipal, que não dispunha de autonomia financeira;

- ingresso do município na Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul – Asmene;

- estabelecimento de taxas de conservação de estradas sobre propriedades rurais;

- execução do cadastramento de terras junto ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária – IBRA;

- fixação dos valores mínimos e máximos das terras no município;

- implantação de novo quadro de funcionários da Prefeitura Municipal;

- aplicação de valores, junto ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, correspondente a 1% das receitas correntes próprias;

- estabelecimento de novas tabelas de cálculos para os tributos municipais;

- declaração de Ponto Facultativo nas repartições públicas municipais no dia 08 de dezembro de 1969 e em 1970, em homenagem à Imaculada Conceição.

SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

- Declaração de Utilidade Pública da Sociedade Hospitalar Beneficente São José de Ibiraiaras, administrada pela Sociedade Literária São Boaventura dos Freis Capuchinhos e, após, pelo Sindicato Rural de Ibiraiaras.

- Prestação de assistência a carentes e doentes, distribuindo medicamentos, transportando doentes para outros municípios.

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- Contribuição para a Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Pedro de Porto Alegre.

- Participação nas campanhas de profilaxia.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Construção, reformas e conservação de prédios escolares.

- Conclusão de prédios escolares como a Escola Angelo Refosco, na Capela Nossa Senhora da Salete e outra escola, na Fazenda Patos e Marrecos.

- Criação da Escola Dom Vidal, na Linha Butiá, junto à Capela do Divino.

- Início da construção de um prédio em alvenaria para a Escola Gonçalves Ledo, em São Rafael.

- Convênio com o Ginásio Comercial de Ibiraiaras - Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC.

- Aquisição de um prédio de madeira, em Santa Rita, onde funcionava a Escola Vila Lobos.

- Implantação do Movimento Brasileiro de Alfabetização - Mobral, lançado no Brasil em setembro de 1971; constituição da Comissão Municipal do Mobral.

- Participação na Campanha Nacional de Alimentação Escolar – CNAE.

- Aquisição de equipamentos para as escolas.

COMUNICAÇÕES E ENERGIA

- Ampliação e manutenção da rede telefônica municipal e do centro telefônico.

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- Declaração de Utilidade Pública do serviço de alto-falantes, localizado na torre da Igreja Matriz.

- Subscrição de ações da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE.

- Aquisição de materiais para manutenção e extensão da rede elétrica.

- Aquisição de equipamentos para o centro telefônico.

URBANIZAÇÃO

- Início da urbanização da praça pública, em julho de 1971, com plantio de árvores.

- Fixação dos limites do perímetro urbano.

- Expansão na rede elétrica na Rua Antônio Stella, em 104 metros; melhorias na rede de iluminação pública.

- Conservação e alargamento de ruas; construção de passeios e cordões de passeios, além de prolongamento de ruas centrais.

- Canalização de curso d’água na cidade.

- Construção de uma ponte de alvenaria sobre o arroio Mormaço, na Rua São José do Carreiro.

TRANSPORTES

- Conservação das estradas por patrolamento e cascalhamento.

- Manutenção de máquinas e veículos.

- Construção e reforma de bueiros, pontes e pontilhões na cidade e interior.

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- Aquisição de veículos (automóveis, caminhões, caminhonete) para executar os serviços nas estradas e de máquinas, entre as quais: um caminhão tombadeira, uma pá carregadeira com retroescavadeira, um caminhão Ford 600 e um trator novo marca International, equipado com lâmina e demais acessórios.

- Construção do pavilhão da Diretoria de Obras, em alvenaria, para máquinas e veículos na quadra da Prefeitura Municipal.

- Continuação da construção da cobertura do prédio da Prefeitura Municipal.

- Compra de um terreno na comunidade Santa Teresinha para extração de cascalho, com instalação de um britador para ensaibramento (cascalhamento) das estradas municipais.1

1 Fontes: Consolidação das Leis Municipais (CD) 1969 a 2005;

Livro dos Decretos; Livro de Atas da Câmara Municipal de Vereadores.

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3ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: EGIDIO PAGGIARIN

Vice-prefeito: ITACIR MEZZOMO

Período: 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977

Entre as principais realizações de seu primeiro mandato encontramos:

NO SETOR DA ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Filiação do Município à Associação de Municípios do Nordeste Riograndense–AMUNOR; conclusão do prédio da Prefeitura Municipal e transferência para a nova sede, em 01 de junho de 1973.

URBANIZAÇÃO

- Projeção da nova planta da Praça da Matriz e início da sua construção (concluída na sua 2ª gestão).

- Execução de melhorias da iluminação pública.

- Construção de uma ponte sobre o arroio Mormaço, na Rua Longino Z. Guadagnin e outra na Avenida Leda Accorsi Rech.

- Abertura de novas ruas na cidade e cascalhamento ou britagem das mesmas.

- Início dos serviços de calçamento na cidade, na Rua Antônio Stella e na Rua Frei Aleixo, numa extensão de quatro quadras.

- Início da limpeza pública, indicando o primeiro funcionário nesse setor, o senhor Pedro Roso.

TRANSPORTES

- Associação do município à Companhia Intermunicipal de Estradas

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Alimentadoras – CINTEA.

- Instalação de um britador, utilizando um trator com peneira rotativa, na área urbana.

- Produção própria de tubos de concreto para construção de bueiros e cascalhamento das estradas.

- Aquisição de diversas máquinas e veículos para manutenção e abertura de estradas e ruas: uma motoniveladora Caterpillar, ano 1954, junto ao DAER, aquisição do primeiro trator pá carregadeira Yaley, dois caminhões caçamba Chevrolet, uma patrola do DAER, uma caminhonete para assistência às máquinas e caminhões, um automóvel Wolkswagen.

- Reforma da estrada Ibiraiaras - Lagoa Vermelha.

- Reforma da estrada Ibiraiaras - David Canabarro, via comunidade Santa Catarina, em convênio com a Central de Comandos Mecanizados de Apoio a Agricultura – Cemapa.

- Reforma da estrada para Caseiros (atual RS 126) em convênio com o DAER.

- Criação do serviço de automóveis de aluguel (táxis).

- Construção de diversas pontes com tubos de concreto, em convênio com o DAER e Cemapa, sobre o rio Faxinal, sobre o rio Iguarapé, na divisa com Ciríaco, na região dos Soares.

- Construção de novas estradas, totalizando 34 km, incluindo a construção da estrada próxima à Capela Nossa Senhora Consoladora e construção da estrada vicinal na Capela Nossa Senhora da Salete.

- Construção da ponte sobre o rio Carreiro, na RS 126, em alvenaria.

- Construção de ponte, em alvenaria, sobre o arroio Mormaço, próxima à Corsan.

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SAÚDE E SANEAMENTO

- Instalação da Companhia Riograndense de Saneamento - Corsan e aconstrução do prédio com escritório, da casa das máquinas e do reservatório d’água.

- Construção do prédio para a instalação do Posto de Saúde, com instalação do gabinete médico, odontológico e farmácia, com auxílio do governo estadual.

- Contribuição, mediante verbas, para a Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Pedro, de Porto Alegre.

- Construção de cerca de 400 metros de esgoto, em convênio com os usuários.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Implantação do Ensino de 2º Grau na Escola Estadual Antônio Stella, em convênio com a Secretaria de Educação e Cultura- SEC/RS e com a colaboração da comunidade.

- Elaboração do Plano Operativo de Educação do Município – POEM, com assessoramento da SEC/RS, para o melhoramento das condições de ensino.

- Reconstrução de inúmeras escolas municipais e estaduais, em alvenaria, com recursos próprios e do Estado, nas localidades de Cristo Rei, Nossa Senhora Aparecida, Bom Jesus, São Pedro, São Pio X, Nossa Senhora da Salete, Nossa Senhora da Saúde e Sagrado Coração de Maria.

- Construção de escolas de madeira nas comunidades de Vargem Bonita, Sede Stella, Nossa Senhora de Lourdes, Linha Zanchet e Vila Chaves.

- Implantação da Reforma do Ensino de 1º Grau no meio rural.

- Admissão de professores, pelo Regime CLT, em diversas escolas municipais.

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- Construção de mais um bloco (nº 2) para o Grupo Escolar Antônio Stella.

- Apresentação do projeto de construção de mais um bloco, no modelo dos dois anteriores, ao Ministério da Educação e Cultura – MEC.

- Projeção da construção do Ginásio de Esportes na cidade, com dotação orçamentária.

- Realização de Cursos de Férias para titulação dos professores municipais.

- Criação da Biblioteca Pública, situada na Prefeitura Municipal, com participação da comunidade, em mais de 90% do acervo.

- Criação do Conselho Municipal de Desportos – CMD, subordinado ao Departamento Municipal de Educação e Cultura – DEMEC.

- Criação do Setor Municipal de Alimentação Escolar.

- Incentivo à Educação, aplicando verbas para o Mobral e Ginásio Comercial de Ibiraiaras – CNEC.

- Transformação do antigo Ginásio Comercial em Estadual, integrando-o à Escola Estadual Antônio Stella.

ÁREA RURAL

Houve a instalação, na Prefeitura Municipal, de uma representação do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural – Funrural, bem como da Declaração do Bloco Modelo 15 e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA.

COMUNICAÇÃO E ENERGIA

Seguem as realizações desta administração na área de Comunicação e Energia:

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- manutenção, em linha física, da ligação telefônica com Lagoa Vermelha, em convênio com a Companhia Riograndense de Telecomunicações – CRT;

- reequipamento do Centro Telefônico Municipal;

- início da implantação do Programa de Eletrificação Rural, incluído no Plano de Eletrificação Rural da Eletrobrás - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - com a finalidade de beneficiar diversas comunidades, executando, ainda nessa gestão, a eletrificação na comunidade de São Sebastião, em parceria com o governo do estado;

- extensão da rede elétrica em ruas que ainda não dispunham.

OUTROS ÓRGÃOS

- Instalação das agências do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e da Caixa Econômica Estadual, com o apoio do governo estadual;

- instalação da Delegacia de Polícia, no prédio reformado no antigo Grupo Escolar Antônio Stella (atual Creche Municipal);

- construção do prédio da Brigada Militar.1

1 Fontes de Consulta: Consolidação das Leis Municipais (CD) 1969 a 2005;

Entrevistas com Egídio Paggiarin. Relatório de Egídio Paggiarin.

Jornal: “JM Ibiraiaras- Edição Especial de 25 Anos”- Maio 1991

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4ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: IDARCI RECH

Vice-prefeito: ISIDORO CRISTIANETTI

Período: 31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983.

A seguir, serão descritas as ações desta Administração Municipal:

NO SETOR DA ADMINISTRAÇÃO GERAL

Na gestão do prefeito Idarci Rech, a Câmara de Vereadores passou a ter autonomia financeira, independentemente do Poder Executivo e os vereadores começaram a receber sua remuneração através de Decreto Legislativo.

ENERGIA ELÉTRICA

Houve expansão da eletrificação rural em comunidades do interior, entre as quais São Pedro, Nossa Senhora da Salete, São Miguel, Nossa Senhora da Saúde e São Cristóvão, além de melhorias na rede elétrica em geral.

COMUNICAÇÕES

Quanto às Comunicações, destacam-se:

- manutenção dos serviços telefônicos, inicialmente, ainda municipais;

- extinção dos serviços telefônicos municipais, transferindo-os à CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações);

- implantação do sistema semi-automático de telefones;

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- modernização do Centro Telefônico Municipal, construindo novas redes telefônicas e fazendo a manutenção dos demais serviços telefônicos com auxílio do Estado, através da CRT.

TRANSPORTES

- Manutenção das estradas com cascalhamento na área rural.

- Auxílio da Secretaria de Segurança Pública do Estado para a recuperação de obras rodoviárias danificadas pelas enchentes.

- Ampliação do parque rodoviário municipal por meio de alienação ou aquisição de veículos (caminhões basculantes, tratores de esteira, patrolas, automóveis e caminhonetes); aquisição de uma retroescavadeira, um automóvel Brasília, um veículo de passageiros para utilização nos serviços municipais.

- Construção de pontes de madeira com pranchas e de bueiros com tubos de concreto.

- Concessão para exploração de carro lotação para o itinerário da Escola Edwirges Refosco, em Nossa Senhora de Lourdes, à sede do município.

URBANIZAÇÃO

Ampliação do calçamento de ruas e avenidas através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano.

- Obtenção de financiamento junto à Caixa Econômica Federal para o contribuinte, referente ao calçamento de ruas e avenidas na cidade.

- Início da construção da Praça da Matriz.

- Expansão e melhoramentos na iluminação pública da cidade.

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SAÚDE E SANEAMENTO

- Convênio com o Hospital Beneficente São José de Ibiraiaras, visando atender doentes sem recursos por meio de hospitalização, exames e medicamentos.

- Implantação da rede de esgoto, juntamente com o calçamento, com auxílio do Fundurbano – RS.

- Incorporação de créditos para obras e instalações no setor de Saúde, Saneamento e Assistência Social, através do Fundurbano.

- Recuperação de obras públicas danificadas pelas enchentes, com auxílio da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

- Integração da Legião Brasileira de Assistência - LBA à Secretaria de Assistência Social.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Incentivo aos professores para sua melhoria profissional, através de cursos de aprendizagem, treinamentos e projetos especiais.

- Apoio financeiro a estudantes.

- Construção de diversas escolas no interior, com auxílio do Estado, entre as quais: Escola Municipal Angelo Refosco, na comunidade Nossa Senhora da Salete, construção da escola em alvenaria, em Santa Lúcia, construção de escola em alvenaria, em Santo Antônio (hoje área de Muliterno), construção da escola na Linha Café - comunidade de Nossa Senhora de Lourdes; construção das escolas de São Luiz, Santo Expedito, Santa Terezinha, Jabuticabal, São Cristóvão, em contrato com a SEC/RS.

- Doação da parte inferior do salão, onde funcionava a Escola de São Luiz, construída com recursos da Prefeitura Municipal, à comunidade de São Luiz.

- Doação de terreno ao Estado, na localidade da Palmeira, para construção

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de uma Escola Municipal Rural.

- Construção do Bloco nº 3, da Escola Estadual Antônio Stella, conforme contrato com a SEC/RS.

- Manutenção dos serviços e materiais de consumo do Ensino de 1º Grau.

- Reformas em diversos prédios escolares do município, como as escolas de Vila Passos, de São Brás, da Cabeceira do Rio Forquilha e de Vargem Bonita.

- Construção da Escola Rural Padre Aleixo, em São Sebastião, em convênio com a SEC/RS.

- Melhorias nos prédios da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Antônio Stella - construção do pátio coberto, alambrados, pintura e iluminação externa.

- Instituição da Escola Municipal de 1º Grau Incompleto, na localidade de Vila Farias, denominada Escola Municipal Maria Madalena.

- Atualização do Ensino de 1º Grau no meio rural, conforme a Lei nº 5.692/71, em parceria com a SEC/RS.

- Outorga do Regimento às Escolas Municipais de 1º Grau Incompleto, criadas e reorganizadas conforme resolução do Conselho Estadual de Educação.

- Instituição da Bandeira como símbolo do Município.

- Execução de obras, aquisição de equipamentos, materiais didáticos, transporte escolar e compra de passagens escolares na rede de Ensino Municipal e Estadual, em convênio com a SEC/RS.

- Admissão de professores pelo regime de Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

No setor de esportes, adquiriu o terreno na cidade, onde construiu o Ginásio de Esportes Leomar Baréa, em convênio com o Estado e a União.

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APOIO A OUTROS ÓRGÃOS

- Instalação da Inspetoria Veterinária.

- Instalação da Exatoria Estadual.

- Instalação do Posto Avançado do Banco do Brasil.1

1 Fontes de Consulta: Relatório da Administração 1997/2000;

Consolidação das Leis Municipais (CD) 1969 a 2005; Livro dos Decretos;

Jornal “JM Ibiraiaras Maio de 1991- Edição Especial de 25 Anos”; Entrevista com João Schimitt dos Passos, Secretário de Obras da 4ª Administração, em 03/02/2010.

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5ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: EGIDIO PAGGIARIN

Vice-prefeito: JACIR MARINI

Período: 31 de janeiro de 1983 a 31 de janeiro de 1989

Destacamos as seguintes realizações na segunda administração de Egídio Paggiarin:

NO SETOR DE ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Criação dos distritos de São Sebastião, Nossa Senhora da Saúde e São Luiz.

- Legalização da situação funcional dos servidores municipais.

- Recuperação e ampliação do prédio da Prefeitura Municipal.

- Aquisição da área de 8,1 hectares, onde seria implantado, por seu sucessor, o Núcleo Habitacional (casas populares), o estádio municipal, o horto e, mais tarde, outras instalações.

- Criação do cargo de subprefeito no município - cargo em comissão.

- Realização de concurso para o funcionalismo municipal.

- Reestruturação da organização administrativa dos serviços municipais.

RODOVIAS

Ampliou-se o parque rodoviário com aquisição dos seguintes equipamentos e veículos: um rolo compactador, duas retroescavadeiras, dois caminhões-tombadeira, um trator de esteira, uma caminhonete F2000, um britador, uma betoneira, equipamento de solda e de lubrificação e uma motoniveladora;

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- manutenção das estradas municipais em parceria com o Banco do Desenvolvimento do Extremo Sul - Badesul, recuperando 1.300 km delas;

- implantação do serviço de fabricação de lajotas e tubos de concreto na Secretaria de Obras;

- construção de rampa e equipamento para lavagem, ampliação e recuperação do prédio da Secretaria de Obras;

- construção de pontilhões e bueiros, com utilização de 9.870 tubos de concreto, incluindo um pontilhão sobre o rio Faxinal, em São Luiz, sobre o rio Três Barras, em Santa Lúcia e outro em São Brás, próximo à escola;

- construção de diversas pontes em alvenaria, inclusive em convênio com a CINTEA: ponte sobre o rio Carreiro, em Santa Catarina, duas pontes sobre o arroio Mormaço, entre as localidades de N. Sr.ª Consoladora e Santa Catarina, ponte sobre o rio Carreiro, na divisa com David Canabarro, em Santa Catarina, ponte na estrada Lagoa Vermelha – Ibiraiaras, via Pizzamiglio, incluindo abertura de alguns trechos e alargamento, ponte sobre o rio Três Barras, em São Rafael, outra sobre o rio dos Vimes, em Santo Antônio, sobre o rio Três Barras, em duas propriedades particulares, sobre o rio Três Barras, entre São Pedro e São Rafael, sobre o rio Carreiro, em São Brás, em propriedade particular de São Pio X; sobre o rio dos Índios, em Santo Antônio e uma ponte em Santa Teresinha.

ENERGIA E COMUNICAÇÕES

- Ampliação da rede elétrica na zona urbana.

- Construção de redes de eletrificação rural em 17 localidades do interior com recursos próprios.

- Extensão da rede elétrica para mais 86 famílias em outras localidades.

- Instalação do escritório da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE.

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- Aquisição do terreno para doar à CRT, construção do prédio da CRT e instalação dos equipamentos necessários para a ativação do Sistem Discagem Direta à Distância. Em convênio com a CRT, foi instalado o Sistema DDD no município, em agosto de 1988;

- Aquisição do número exigido de telefones para a cidade e interior, através da CRT, além dos telefones particulares e a colaboração da comunidade.

- Instalação de mesa telefônica em São Sebastião, adquirida pela comunidade, além das outras comunidades atendidas, de São Rafael e Sagrado Coração de Maria; aquisição e instalação de 46 aparelhos telefônicos residenciais para as três localidades.

- Instalação de canais de repetição de sinais de TV: RBS, TV Guaíba e SBT.

SETOR URBANO

- Conservação e ampliação da rede de iluminação pública.

- Ampliação do calçamento nas ruas da cidade.

- Remodelação da Praça da Matriz, (conforme projeto da 3ª Administração: Egídio Paggiarin – Itacir Mezzom) com construção de sanitários públicos, parque infantil, Altar da Pátria, calçamento, arborização e ajardinamento. Através de lei, a mesma foi denominada Praça Alviri Maria Barreta. “A arborização da praça foi feita somente com plantas nativas, inclusive frutíferas, para os pássaros habitarem; é praça ecológica” (Frei Arlindo Batistel).

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Construção de prédios escolares municipais em 15 localidades e criação de diversas novas escolas municipais.

- Construção e ampliação das escolas estaduais em São Roque, São Luiz

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(de Caseiros) e Santa Catarina, em convênio com o Estado.

- Doação ao Estado de uma área de 40.000 m² na comunidade de São Sebastião e ampliação do prédio da escola estadual, implantando, ainda, a 7ª e 8ª séries naquela escola.

- Construção do bloco nº 3, da Escola Estadual Antônio Stella, com o laboratório exigido.

- Recuperação dos três blocos da Escola Estadual Antônio Stella.

- Implantação do Plano de Carreira dos Professores Municipais e o respectivo Concurso.

- Colaboração no transporte escolar gratuito aos alunos que se deslocavam do interior do município e ajuda financeira no transporte de alunos que estudavam em outros municípios.

- Reforma e equipamento do prédio para a implantação da Creche Municipal com recursos próprios.

- Atendimento a alunos, na Fundação Estadual do Bem Estar do Menor - FEBEM, em turno contrário à escola, proporcionando reforço na aprendizagem, trabalhos artesanais e complementação na alimentação.

- Cursos de aperfeiçoamento para professores.

- Aquisição de equipamentos e material didático para as escolas.

ESPORTE

- Colaboração com a comunidade na construção do ginásio de esportes, em São Sebastião; na terraplanagem de campos de futebol em três localidades; na construção de canchas de bocha.

- Reforma do ginásio de esportes da sede.

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- Aquisição de um terreno para o campo de futebol, destinado ao estádio municipal (local atual).

- Convênio com a SEC/RS para receber recursos destinados a obras para treinamento nas escolas municipais e estaduais.

- Promoção de campeonatos municipais, regionais e estaduais em diversas modalidades, incluindo os Jogos Rurais.

ÁGUA E SANEAMENTO

- Doação dos terrenos na sede para os poços 02 e 03 da Corsan e perfuração em convênio com a Companhia.

- Extensão da rede de água para 110 famílias.

- Ampliação da rede de esgoto em várias ruas da cidade.

- Início da canalização do arroio Mormaço, executada em três quadras centrais.

SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

- Transporte de pacientes a outros municípios.

- Pagamento de consultas médicas.

- Fornecimento de leite e alimentos aos carentes.

- Subvenção social à Sociedade Hospitalar Beneficente São José de Ibiraiaras.

- Integração da Assistência Social à LBA (Legião Brasileira de Assistência), instalada no prédio da prefeitura municipal.

- Recuperação física e financeira (pagamentos) do Hospital Municipal,

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com destaque para o bloco cirúrgico e aquisição de um aparelho de Raios-X. O município recebeu o Hospital Beneficente São José, em 20 de outubro de 1986, transformando-o em Autarquia, em 26 de dezembro de 1988.

ÁREA RURAL

- Implantação de projetos de distribuição de gado leiteiro.

- Incentivo à construção de aviários.

- Abertura de açudes para irrigação e piscicultura.

- Instalação do escritório da Emater, em 08 de setembro de 1986, como Posto vinculado à Emater de Lagoa Vermelha; cedência das instalações e a reforma de veículo, bem como o fornecimento de combustível (nesse primeiro momento foi designado apenas um técnico agrícola para o trabalho).

- Colaboração na construção de salões comunitários, canchas e churrasqueiras em localidades do interior.

- Prestação de serviços particulares, sem custos, como aterros, escavos, terraplanagem, abertura de valos e cascalhamento nas estradas vicinais e propriedades rurais.

- Cedências de local para a instalação do escritório da Inspetoria Veterinária.

- Perfuração de poços artesianos e instalação das bombas, em Sagrado Coração de Maria e São Roque.

OUTROS ÓRGÃOS

- Apoio à instalação de outros órgãos no município como a cedência de um funcionário para a Exatoria Estadual.

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- Cedência das instalações, no prédio da Prefeitura Municipal, para o funcionamento do Banrisul.

- Ampliação do prédio do Destacamento da Brigada Militar.

Por solicitação da administração municipal, foi instalada a agência do Banco do Brasil.1

1 Fontes de Consulta: Consolidação das Leis Municipais (CD)1969 a 2005;

Entrevistas de Egídio Paggiarin; Edição Especial de 25 Anos - Maio de 1991; Publicação: “Edição Especial Ibiraiaras - 20 Anos” - 1986.

Jornal: “JM Ibiraiaras”

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6ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: JACIR MARINI

Vice-prefeito: BOLIVAR BEGNINI

Período: 31 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992

A seguir o relatório das realizaçõs desta Administração:

NO SETOR DE ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Criação do Código de Posturas.

- Aquisição de 8,1 hectares de área para a construção do estádio municipal, das casas populares, do viveiro municipal, escola e instalação de indústrias.

- Doação de terreno à Associação dos Servidores Municipais.

- Início da informatização da Prefeitura Municipal com a instalação de dois computadores.

- Instituição do Regulamento do IPRAMI (Instituto de Previdência e Assistência Municipal de Ibiraiaras) e respectivos Planos de Carreira.

- Instituição do Regime Jurídico dos Servidores Públicos do município de Ibiraiaras, em 15 de maio de 1990, e respectivo Plano de Carreira.

- Realização de Concursos para Servidores Públicos Municipais.

- Repasse de créditos à Câmara Municipal para manutenção de serviços e pessoal.

- Promulgação da nova Lei Orgânica do Município, em 05 de abril de 1990, elaborada pela Câmara Municipal de Vereadores.

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- Construçãodo prédio da Câmara de Vereadores.

- Construção do atual prédio da APAE, EMATER, Assistência Social e Secretaria da Agricultura.

- Reforma e ampliação do prédio da Prefeitura Municipal.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Aquisição de um ônibus, um micro-ônibus e duas kombis para o transporte escolar.

- Transporte escolar gratuito aos estudantes do interior, servindo 33 comunidades, em 1990, e auxílio no transporte escolar a estudantes para Lagoa Vermelha e Passo Fundo.

- Aquisição de audiovisuais para as escolas e a Secretaria de Educação.

- Ampliação do acervo da Biblioteca Municipal.

- Orientação e treinamento aos professores.

- Início das obras da Escola Municipal Cecília Meireles na cidade, atual Escola Municipal João Dal Piva.

- Construção da escola na comunidade de São Francisco.

- Ampliação das escolas das comunidades de São Luiz, de Nossa Senhora da Saúde, de Nossa Senhora do Rosário e de Santa Clara.

- Recuperação de diversas escolas municipais, como as de Nossa Senhora de Fátima, São Miguel e Nossa Senhora Aparecida.

- Criação da Escola da APAE: “Escola Especial para Deficientes”, repassada posteriormente à “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, fazendo a sua manutenção por meio de convênio, pagamento de 04 especialistas e cedência de 05 professores, além do transporte para consultas e exames aos

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alunos.

- Implantação da nuclearização das escolas municipais no final do mandato, iniciando-a em São Luiz e Nossa Senhora da Saúde.

- Auxílio financeiro à construção de sedes de diversas entidades na cidade.

- Instituição do Plano de Carreira do Magistério Público Municipal.

- Realização de concursos para a nomeação de professores municipais.

- Criação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA - Lei nº 765/92;

- Realização de dois festivais do Recanto das Canções, em 1991.

- Promoção da Cavalgada dos 25 anos do Município.

- Promoção de shows nativistas, mateadas e melhoramento no Parque de Rodeios.

ÁGUA E SANEAMENTO

- Demarcação de locais para depósito de lixo.

- Ampliação da rede de abastecimento de água em parceria com a Corsan.

- Abertura de poços artesianos em diversas comunidades do interior e instalação dos equipamentos como caixas d’água e bombas.

- Ampliação da rede de esgoto com 2.877 tubos de concreto.

- Aquisição de 289 m² de terreno na cidade, para a perfuração dos poços artesianos nº 03, 04, 05 e 06 da Corsan e perfuração dos mesmos.

- Implantação da rede de esgoto e água potável em bairros e sedes sociais.

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SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

- Construção de 40 casas populares para famílias de baixa renda na sede, atual Bairro Jardim esperança.

- Aplicação de créditos para a Autarquia Hospital Municipal São José.

- Atendimento médico-hospitalar, fornecimento de medicamentos, mediante receita médica, transporte de pacientes a outras cidades, pagamento de consultas e exames, apoio nas campanhas de vacinação.

- Ampliação do quadro de funcionários no Hospital Municipal São José e aquisição de novos equipamentos para o hospital, inclusive aparelho de Raios-X.

- Aquisição da primeira ambulância para o município.

- Realização da Festa dos Idosos.

- Aplicação do Programa de Saúde Bucal nas escolas municipais atendendo 633 crianças.

RODOVIAS

- Aquisição de trator, caminhões basculantes e recuperação de caminhões e máquinas.

- Melhoramentos e conservação das estradas existentes em convênio com a CINTEA (Companhia Intermunicipal de Estradas Alimentadoras).

- Construção do almoxarifado na Secretaria Municipal de Obras e Viação.

- Implantação da via asfáltica da cidade de Ibiraiaras à BR 285. Foi com o esforço conjunto da comunidade e o Município que somou forças para a realização dessa conquista.

- Construção de pontes sobre o arroio Butiá, sobre o rio Carreiro em duas

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localidades e duas pontes em Sagrado Coração de Maria.

- Recuperação de outras pontes, construção de pontilhões e bueiros no interior.

URBANIZAÇÃO

- Canalização do arroio Mormaço, na Rua José Bedin.

- Ampliação e melhorias na iluminação pública, com posteamento de concreto e luminárias.

- Colaboração em serviços de aterros e terraplanagem.

- Abertura de novas ruas e remodelação de canteiros de ruas.

- Construção do calçamento em 11 trechos de ruas.

- Colocação de brita nas ruas de acesso à cidade e nas ruas onde não havia calçamento.

- Criação dos bairros: Santo Isidoro, Bela Vista e Motoristas.

- Colocação das placas com a identificação dos nomes das ruas na cidade.

- Ampliação de duas pontes de concreto sobre o arroio Mormaço.

- Manutenção da limpeza pública.

COMUNICAÇÕES E ENERGIA

- Construção de redes de telefonia rural em nove localidades.

- Instalação de telefone público em São Luiz.

- Construção da rede de eletrificação rural em Santo Expedito.

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- Melhorias na rede elétrica em residências em quase todo o interior.

- Implantação da iluminação pública em São Sebastião.

- Regularização da transmissão de Sinais de TV com a instalação de repetidoras.

- Instalação de uma Central Telefônica em São Sebastião.

- Contrato com a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) para diversos serviços no município, jurisdicionado pela gerência de Vacaria.

- Melhorias e ampliação da rede elétrica na cidade.

- Doação de terreno à Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT para construção do prédio da central telefônica automática.

ÁREA RURAL

Visando oferecer novas experiências e apoio técnico aos agricultores executou diversas ações:

- oferta de cerca de 50.000 mudas de plantas produzidas no novo viveiro municipal (1992);

- apoio à psicicultura com abertura de açudes e distribuição de alevinos;

- desenvolvimento do Programa Troca-Troca de sementes;

- criação do Programa de Atendimento às Propriedades Rurais com serviços de máquinas e equipamentos da prefeitura, como aquisição de um espalhador de adubo orgânico e uma distribuidora de calcário; execução de serviços como: abertura de bebedouros, de açudes, de fossas nos currais, de estradas que levam às residências e às lavouras, realização de escavos, aterros, terraplanagens para a construção de galpões, aviários e silagem;

- manutenção do convênio para o funcionamento da EMATER e

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Inspetoria Veterinária;

- transformação do Posto da EMATER em Escritório Autônomo e nomeação de um agrônomo;

- convênios com a Coopibi e com a EMATER para assistência técnica aos produtores rurais, efetuando contribuição trimestral;

- implantação da cultura do bicho-da-seda, realizada por famílias de agricultores;

- doação de material para a construção de salões comunitários, canchas, churrasqueiras e igrejas, em 19 comunidades do interior.

ESPORTES E LAZER

- Construção de canchas de esportes em 04 localidades.

- Conclusão de campos de futebol em comunidades do interior e colaboração em melhorias e ampliação de outros.

- Realização de campeonatos de futebol de salão, futebol de campo e voleibol.

- Realização anual dos Jogos Rurais.

- Apoio à realização das Olimpíadas Escolares.

- Conclusão da aquisição do terreno destinado à construção do estádio municipal.

- Início das obras do estádio municipal, fazendo os serviços de terraplanagem e drenagem.

- Promoção da escolha da Mais Bela Estudante do Município.

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INCENTIVO À INDÚSTRIA E COMÉRCIO

- Colaboração na construção do pavilhão de exposições, no parque de rodeios.

- Realização da EXPOIBI, juntamente com a Coopibi e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.1

1 Fontes de Consulta:Consolidação das Leis Municipais (CD) 1969 a 2005;

Relatório e Entrevista de Jacir Marini, em 2012;Edição Especial: “Ibiraiaras - 25 Anos”- 1991.

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7ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: FERDINANDO DALLAGNOL

Vice-prefeito: LUIZ CARLOS ANTONIOLLI

Período: 01/01/1993 a 31/12/1996.

Entre as realizações dessa Administração destacam-se:

NO SETOR DA ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Nomeação de subprefeitos, com cargo em comissão, nos distritos de São Sebastião, São Luiz e Nossa Senhora da Saúde.

- Nomeação de comissão para fixar os valores venais dos imóveis rurais e urbanos para fins de cálculo dos impostos municipais.

- Designação de crédito para a construção do prédio da subprefeitura no 1º Distrito - São Sebastião.

- Transferência de créditos à Câmara Municipal de Vereadores.

- Informatização da Prefeitura Municipal.

- Ampliação do prédio da Câmara Municipal de Vereadores.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Execução do Programa de Nuclearização do Ensino no município, em convênio com o governo estadual.

- Aquisição de nove veículos para o transporte escolar (Kombis, ônibus e micro-ônibus).

- Manutenção do Ensino Fundamental: ampliação, aquisição de

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equipamentos para as escolas municipais e para o setor de pessoal.

- Ampliação da Escola Estadual Antônio Stella, com contrato junto à SEC/RS.

- Repasse da merenda escolar, recebida do Estado, às escolas municipais.

- Repasse de recursos da Fundação de Assistência ao Estudante - FAE para a Merenda Escolar da Pré-Escola e ao Ensino Fundamental das escolas da rede estadual.

- Implantação da Educação Ecológica nas escolas municipais.

- Conclusão da Escola Municipal João Dal Piva (antes, denominada Escola Municipal Cecília Meireles) no bairro Santo Isidoro.

- Integração da Escola Especial Bem-Me-Quer, em convênio com a APAE, subordinada à SMEC - Secretaria Municipal de Educação e Cultura, pela Lei de 29/07/93.

- Distribuição de material didático e escolar à escola Bem-Me-Quer, da APAE.

- Apoio a estudantes do Ensino Técnico e Superior, para se deslocarem a Lagoa Vermelha e Passo Fundo, utilizando 03 ônibus.

- Decreto do feriado municipal no dia 08 de dezembro de 1993, em louvor à Imaculada Conceição.

ESPORTES

- Construção da quadra poliesportiva, na comunidade Nossa Senhora da Saúde, com auxílio do Fundo de Desenvolvimento da Educação.

- Construção de quadra polisportiva coberta, em Santa Teresinha.

- Melhorias no Ginásio de Esportes Leomar Baréa.

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- Melhorias no ginásio de esportes da Escola Municipal e construção do campo de futebol sete em São Rafael, com auxílio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE.

- Conclusão do Estádio Municipal Jacir Dal Piva e ampliação de arquibancadas.

- Doação de terreno à Associação Unida de Bochas de Ibiraiaras – AUBI.

- Auxílio à construção de canchas de bochas em diversas comunidades.

- Manutenção do desporto amador com material de consumo.

ÁREA RURAL E MEIO AMBIENTE

- Implantação da Patrulha Agrícola com aquisição de um trator e diversos implementos agrícolas, para serem usados nas propriedades agrícolas.

- Implantação do Programa Troca-Troca de sementes, equipamentos e insumos agrícolas, para posterior repasse através de financiamento.

- Criação da horta comunitária para abastecimento da população de baixa renda e do Hospital São José, além de orientação aos moradores da cidade na produção de hortaliças.

- Construção de açudes no interior.

- Convênio com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER/RS.

- Convênio com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO, para o desenvolvimento do Programa de Semente Básica de batata, alho, feijão e outras culturas de interesse dos munícipes.

- Manutenção das atividades de Telefonia Rural em convênio com a CRT: doação de mesas automáticas e ramais às comunidades de Nossa Senhora da Salete, São Roque, São Luiz e Nossa Senhora da Saúde.

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- Ampliação da rede de eletrificação rural.

- Promoção e extensão rural, através de serviços e material de consumo da Secretaria da Agricultura.

- Convênio com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA e dos Recursos Naturais Renováveis, visando ao licenciamento da exploração florestal no município.

- Auxílio à construção do salão comunitário de São Brás.

APOIO A OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO MUNICÍPIO

Foram criadas a Exposição da Indústria e Comércio e Feira do Produtor, a serem realizadas anualmente na Semana do Município.

URBANIZAÇÃO

- Início da construção do Centro Comunitário Severino Fabris, com a finalidade de desenvolver eventos esportivos e de lazer.

- Ampliação do calçamento em várias quadras.

- Melhorias na Praça Municipal Alviri Maria Barretta (jardins, parque infantil e construção de banheiros públicos).

- Canalização de trecho do arroio Mormaço.

- Regularização dos terrenos do Bairro Santo Isidoro.

- Ampliação da rede de iluminação pública.

- Manutenção da limpeza pública.

- Auxílio financeiro para a construção de sedes de entidades da comunidade

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ibiraiarense.

- Desapropriação de imóvel destinado à abertura de ruas no Bairro São José.

ÁGUA, SAÚDE E SANEAMENTO

- Construção da rede de água em várias comunidades do interior e perfuração de poços artesianos.

- Ampliação da rede de esgoto.

- Manutenção e recuperação do hospital e centro de saúde, designação de pessoal técnico de saúde: médico, dentista, enfermagem e contratação de mais profissionais para o ambulatório móvel.

- Construção de quatro habitações populares.

- Assistência médica e sanitária através do hospital com materiais e serviços.

- Assistência a carentes.

- Aquisição de um veículo tipo ambulância com auxílio do Ministério da Saúde.

- Aquisição de aparelho Raios-X para o hospital.

- Reajuste de valores sobre serviços radiológicos do hospital.

RODOVIAS

- Aquisição de máquinas para a Secretaria de Obras: trator de esteira, um caminhão basculante, retroescavadeira, um utilitário e um carregador frontal.

- Construção de pontes e pontilhões.

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- Reconstrução e cascalhamento de estradas, inclusive em convênio com a CINTEA.

- Reconstrução da estrada entre São Roque e São Luiz - 6,1 km, em convênio com a CINTEA.

ENERGIA E COMUNICAÇÕES

- Manutenção das atividades de energia elétrica.

- Aquisição de ações da CRT.

- Cedência de um funcionário para o escritório local da CEEE. 1

1 Fontes de Consulta: Relatório da Administração 1997/2000;

Consolidação das Leis Municipais (CD)- 1969 a 2005; Sites (Endereços na Internet): referentes ao período 1996 a 2012:

- Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul; - Portal de Transparência do Governo Federal;

- Caixa Econômica Federal- SIURB- Serviço de Infraestrutuar Urbana; Entrevistas realizadas com Luiz Carlos Antoniolli.

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8ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: LUIZ CARLOS ANTONIOLLI

Vice-prefeito: MIGUEL DUTRA LEITE.

Período: 01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000

Entre as principais realizações dessa Administração citam-se:

RODOVIAS

- Alargamento e construção de três pontes no arroio Mormaço.

- Alargamento e cascalhamento das estradas no interior, em convênio com a CINTEA.

- Ampliação do parque de máquinas rodoviárias pesadas, sendo uma retroescavadeira e caminhões novos.

- Construção e reforma de pontes, bueiros e pontilhões no interior.

- Construção de uma ponte sobre o rio Faxinal, em parceria com o município de Lagoa Vermelha.

- Construção de galerias em dois arroios, com chapas de concreto pré-moldado.

- Aquisição de terreno para a construção da nova garagem do parque de máquinas e veículos.

URBANIZAÇÃO

- Conclusão do Centro Comunitário Severino Fabris, com a finalidade de sediar eventos esportivos e de lazer.

- Ajardinamento de ruas e praça.

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- Manutenção da limpeza pública.

- Ampliação da iluminação pública.

- Ampliação do calçamento em aproximadamente 40 quadras, em parceria com a comunidade.

- Execução do Programa Integrado de Melhoria Social- Fundopimes – em convênio com a Secretaria da Saúde e Meio Ambiente /RS, para implantação de calçamento.

ENERGIA E COMUNICAÇÕES

- Ampliação da rede de energia elétrica Urbana e da iluminação pública.

- Cedência de funcionário para o escritório da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE local.

- Implantação da rede elétrica nas residências mais distantes, que ainda não tinham esse atendimento.

- Ampliação da telefonia em várias comunidades do interior, em parceria com a CRT: Nossa Senhora da Salete, Santa Teresinha, São Pedro, Nossa Senhora da Saúde, São Sebastião, São Rafael e São Roque.

- Aquisição de equipamentos para retransmissão de sinais de televisão.

- Convênio com a CRT para credenciamento de posto de serviço semipúblico na comunidade de Nossa Senhora da Saúde, instalado numa residência.

- Implantação de rede de telefones, em convênio com a CRT: doação de equipamentos para instalar monocanais num Programa de Telefonia Rural nas comunidades: Nossa Senhora Salete, São Roque, São Luiz e Nossa Senhora da Saúde.

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ÁGUA E SANEAMENTO

- Perfuração de poços artesianos e instalação das redes de distribuição de água, em parceria com o Estado e a comunidade, em 11 comunidades.

- Melhorias na tubulação da rede de água, com PVC, nas ruas, juntamente com o calçamento.

- Ampliação da rede de esgoto.

- Solução para o “lixão” que foi aterrado e cercado para recuperação.

- Contratação da empresa Nova Era para recolhimento do lixo da cidade, o qual passou a ser incinerado em outro município.

- Controle de enchentes, através da canalização na cidade, conforme citado a seguir: construção da canalização do arroio Mormaço onde não havia, até o Núcleo Habitacional e canalização de duas sangas no bairro Santo Isidoro, com dois metros de diâmetro, desde a saída para Santa Teresinha até o Mormaço já canalizado.

- Inspeção Sanitária e Industrial dos produtos de origem animal, em convênio com a Inspetoria Veterinária.

- Consórcio intermunicipal para distribuir e recolher embalagens de agrotóxicos.

- Construção de lixeiras para agrotóxicos, através da EMATER.

- Implantação do Programa de Saneamento Comunitário - PROSAN, com a construção de 25 módulos sanitários destinados à população carente.

SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

- Aquisição de ambulatório móvel (ônibus) com atendimento de enfermagem, médico e dentista.

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- Distribuição de medicamentos, através da Assistência Social.

- Municipalização dos Serviços da Saúde: criado, no Posto de Saúde (antes Estadual) da Unidade Básica de Saúde, o primeiro PSF (Programa de Saúde da Família) e Agentes Comunitários.

- Início do Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS/1999, contratando 07 agentes, inicialmente, através do hospital (Prefeitura repassava os recursos aos Agentes).

- Reformas no Hospital Municipal São José e no Centro de Saúde.

- Aquisição de equipamentos, 50 aproximadamente, para o hospital, materiais e veículo, além de uma ambulância.

- Designação de pessoal técnico de Saúde: médico, dentista, enfermagem, etc.

- Organização e valorização dos Grupos da Terceira Idade nas comunidades do interior e na cidade, com atividades artesanais e de recreação.

- Construção de novas casas populares no Núcleo Habitacional, atual Bairro Jardim Esperança.

- Construção de casas em terrenos de particulares com carência, com a participação do Projeto Habitar-Brasil, do governo federal.

- Reforço escolar às crianças e adolescentes, efetuado pela Assistência Social no período oposto ao da escola, sendo beneficiados 50 alunos por período, dentro do Projeto Criança Cidadã, com reforço alimentar, artesanato, higiene e recreação.

- Formação do Conselho Municipal de Assistência Social, do Conselho Municipal de Saúde e do Conselho Municipal de Educação.

- Firmado convênio com o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul IPERGS, para assistência médico-hospitalar e laboratorial dos servidores públicos e detentores de cargo em comissão da Prefeitura Municipal de Ibiraiaras, Câmara de Vereadores e Autarquia Hospital Municipal São José.

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- Convênio com a Delegacia Regional do Trabalho, para emissão de Carteiras de Trabalho e Previdência Social, Seguro Desemprego para atendimento ao trabalhador no município.

- Assistência a pessoas carentes, através de transporte a Porto Alegre.

ÁREA RURAL E MEIO AMBIENTE

- Continuação do Programa Troca-Troca de sementes de milho e feijão, em convênio com a Secretaria da Agricultura/RS.

- Construção de aproximadamente 60 açudes para irrigação e pesca, através de cedência de dois tratores de esteira pelo Estado.

- Projeto de recuperação da fertilidade dos solos com doação de calcário.

- Criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário - COMDAG (ainda sem o Condomínio).

- Fornecimento de semente selecionada de batata fornecida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) no sistema Troca-Troca com o governo estadual.

- Participação no Programa Pró-Rural 2000 (Projeto Pró-Guaiba) Programa de Gerenciamento do Guaíba, em convênio com a EMATER, especialmente na micro-bacia do rio Três Barras;

- Convênio com a EMATER, que teve a designação de uma extensionista para o Bem Estar Social.

- Convênio com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - Fepagro, para o desenvolvimento do Programa de Semente Básica de batata, alho, feijão e outras culturas.

- Aquisição de tratores com equipamentos agrícolas e de forrageiras para silagem.

- Criação da Secretaria do Meio Ambiente vinculada à Secretaria da Agricultura.

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- Aquisição de um trator equipado com semeadeira e plantadeira, em 27 de dezembro de 2000.

- Apoio ao desenvolvimento de gado leiteiro e de corte.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Implantação do COMDICA e do Conselho Tutelar.

- Subsídios para os professores municipais, para cursos de graduação ou especialização.

- Criação do Conselho Municipal de Educação.

- Construção do ginásio de esportes da Escola Municipal João Dal Piva e ampliação da escola, através do Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental - FUNDEF.

- Apoio ao transporte de estudantes de Curso Superior para Passo Fundo e Lagoa Vermelha e do Ensino Técnico Agrícola.

- Aquisição do “Dindinho” para passeio de crianças da creche e das escolas em geral.

- Aquisição de equipamentos, reforma e manutenção de escolas e Creche Municipal.

- Reforma da Escola Indígena Monte Caseros, em convênio com a SEC/RS.

- Aquisição de um ônibus para o transporte escolar, através do FUNDEF.

- Manutenção da Escola da APAE e aquisição de equipamentos com recursos da União.

- Aquisição de um veículo para a supervisão escolar; um ônibus e um micro-ônibus para o transporte escolar, com recursos próprios.

- Aplicação de recursos da Fundação da Assistência Estadual - FAE ao Estudante para oferecer Merenda Escolar, desde a Pré-Escola até o Ensino

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Fundamental, nas escolas da rede estadual.

- Reforço escolar a crianças e adolescentes, através da Assistência Social.

ESPORTES E LAZER

- Organização dos grupos da Terceira Idade no interior e na cidade com realização de diversas atividades.

- Início do Grenal da Paz a ser realizado em 31 de dezembro de cada ano.

- Criação dos Jogos das Cores e continuação dos Jogos Rurais.

- Criação do baile da Escolha da Rainha do Município e da Rainha da Terceira Idade.

- Criação do Natal Luz na Praça Municipal Alviri Maria Barretta.

- Designação de subprefeito com cargo em comissão nos distritos de São Sebastião, Nossa Senhora da Saúde e São Luiz.

APOIO A OUTROS ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA AO TRABALHADOR

- Cedência de salas para Atendimento ao Trabalhador, no Centro Comunitário Severino Fabris e na Prefeitura Municipal para INSS, FUNRURAL e IPE (Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul).1

1 Fontes de Consulta:Consolidação das Leis Municipais (CD) - 1969 a 2005;

Entrevistas com Luis Carlos Antoniolli;SITES (Endereços da Internet) com os registros de verbas repassadas ao Município entre 1996 e

março de 2012: -Portal de Transparência do Governo Federal;

-Caixa Econômica Federal -SIURB- Secretaria de Infraestrutura Urbana; -Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul;

Jornal “Arauto” de 11 de março de 2002.

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9ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: IVANIR JORGE POLTRONIERI

Vice-prefeito: MARCELO BEGNINI

Período: 01 janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004.

Entre as principais realizações dessa Administração destacam-se:

TRANSPORTES E OBRAS

- Aquisição de máquinas e automotivos para o Parque Rodoviário entre os quais: uma patrola nova e o primeiro caminhão trucado 0 km, para executar serviços nas estradas.

- Patrolamento e cascalhamento das estradas do interior; melhorias nas estradas como alargamento, construção e reforma de bueiros.

- Conclusão das obras do Parque Rodoviário Municipal e da sede da Secretaria Municipal de Obras.

- Calçamento e britagem em diversos trechos das ruas da cidade e recuperação de outros trechos.

- Canalização de córregos no Bairro Santo Isidoro.

COMUNICAÇÕES E ENERGIA

- Ampliação da telefonia na zona rural, em parceria, com ramais pelo Sistema de Discagem Direta à Distância - DDD e telefones pelo Sistema RURALCEL, com central automática e ramais em cinco comunidades.

- Eletrificação para diversas residências do interior do município.

- Eletrificação no reassentamento do Jabuticabal com recursos do RS

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Rural.

- Implantação de rede trifásica em Sagrado Coração de Maria.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Apoio à implantação dos projetos MOVA (Movimento de Alfabetização de Adultos) e EJA (Educação de Jovens e Adultos) e Alfabetiza Rio Grande.

- Ampliação das cinco escolas municipais, possibilitando a eliminação das classes multisseriadas, por ocasião da nuclearização.

- Subsídio a estudantes universitários e de ensino médio e profissionalizante, para se deslocarem a Passo Fundo e Lagoa Vermelha.

- Reestruturação e manutenção da nova sede da APAE.

- Transporte escolar gratuito aos alunos de escolas municipais e estaduais na área do município.

- Concurso Público para novos professores municipais.

- Aquisição de veículo para o transporte dos alunos da APAE.

- Ampliação da Escola Municipal de Educação Infantil Benito Vitório Martinelli (creche) e da Escola Municipal João Dal Piva.

- Estudo e implantação de nova Metodologia em Educação para professores e alunos, com a coordenação de professora Mestre em Educação para planos de estudo.

- Curso de informática a estudantes da cidade e interior.

- Incentivo à formação profissional dos professores, auxiliando em 35% do valor das mensalidades.

- Apoio a curso de Pós-graduação em Práticas Pedagógicas, realizado em Ibiraiaras.

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- Realização, pela primeira vez, dos cursos de Magistério à Distância.

- Construção do museu “Casa do Imigrante”.

- Apoio a promoções de teatro, da Cultura Italiana (Noite Italiana), da Cultura Gaúcha (Rodeios, Semana Farroupilha e Dia do Gaúcho).

- Instituição do “Primo Vero Filó” e do “Dia da Etnia Italiana” em 20 de maio.

- Realização do “Natal Luz”.

- Ampliação da Biblioteca Municipal.

- Apoio ao Programa “A União Faz a Vida”, mantido pelo Sicredi e Coopibi, sendo desenvolvidos projetos em todas as escolas.

ESPORTES

- Melhorias no estádio municipal.

- Melhorias no ginásio municipal de esportes.

- Apoio a eventos esportivos como o Campeonato Regional de Veloterra e o Grenal da Paz.

- Reforma do gramado do Estádio Municipal Jacir Dal Piva e construção da pista atlética para caminhadas.

SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL, SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE

A Secretaria da Saúde foi assim constituída: Posto de Saúde, Hospital, Setor Administrativo, num total de 65 funcionários e Assistência Social, com cinco funcionários.

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- Realização de três Feiras Municipais de Saúde com participação de entidades e da comunidade, sendo a primeira realizada em 2002.

- Implantação do Programa de Saúde da Família – PSF e dos Agentes Comunitários de Saúde, em 2001, incluindo: estruturação da nova Unidade da Saúde da Família, em uma ala do hospital, com plantão 24 horas, atendimento de pediatria, aquisição de novos veículos para transporte de doentes, instalação de Aparelho de Raios-X com construção de obra adequada, aquisição de aparelho de ultrassonografia, eletrocardiógrafo e mesa cirúrgica.

- Reforma dos prédios do hospital e do posto de saúde.

- Recebimento da Unidade Móvel de Saúde, com consultório odontológico e médico para as comunidades do interior e dos bairros, objetivando a saúde curativa e preventiva.

- Orientação a grupos de gestantes, hipertensos, diabéticos, fumantes, Alcoólicos Anônimos, adolescentes e, especialmente, orientação e atendimento à Saúde Bucal, para a qual foram criadas duas equipes, que trabalharam especialmente nas escolas.

- Convênio com a Fundação Nacional da Saúde - FUNASA para atendimento à comunidade indígena Toldo Monte Caseros; contratação de 06 funcionários de saúde e atendimento na Unidade de Saúde da Família, na comunidade.

- Aquisição de uma caminhonete para transporte de pacientes a outras cidades para realização de consultas, exames laboratoriais e cirurgias.

- Audiências públicas trimestrais com o relatório das ações em Saúde.

- Construção da Casa-Lar Nova Esperança, com apoio do governo estadual, destinado aos idosos em necessidade.

- Construção de novas moradias, em alvenaria e em madeira, no Bairro Jardim Esperança.

- Distribuição de agasalhos e cestas básicas com a participação da

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população.

- Acompanhamento mensal às famílias que recebem o benefício do Programa Bolsa Alimentação.

- Participação da Terceira Idade em encontros regionais.

- Ampliação e canalização de rede de esgoto em diversas ruas e bairros.

- Desassoreamento de trechos do rio Mormaço, quando necessário.

- Construção de banheiros e fossas sépticas para particulares na cidade e no interior.

- Realização de Campanhas pela Vigilância Sanitária sobre cuidados com a saúde e proteção ao meio ambiente.

ÁREA RURAL

- Distribuição de mudas de pinus e de eucalipto aos produtores rurais.

- Recolhimento periódico de lixo seco no interior do município.

- Construção de açudes para irrigação e piscicultura e distribuição de alevinos.

- Continuação do Programa Troca-Troca de sementes de milho.

- Realização da Feira do Peixe, anualmente, desde 2002.

- Construção e reforma de moradias; construção de banheiros em residências.

- Assistência técnica para produção de alimentos ecológicos.

- Terraplanagem para a construção de 60 casas na área rural e para a construção de galpões, especialmente para a secagem do fumo.

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- Conclusão das obras para água potável em 03 comunidades, início e conclusão em 08 comunidades, beneficiando 243 famílias, 11 salões comunitários, 05 escolas, 01 ginásio de esportes, 01 cemitério; foram perfurados 08 poços artesianos e efetuados 71,2 km de rede de água.

- Patrulha agrícola para 884 famílias de pequenos produtores, realizando serviços de silagem, preparo da terra e plantio, terraplanagem e melhoria nas estradas vicinais, utilizando equipamentos diversos como trator de esteira, grade, enciladeira, plantadora, retroescavadeira.

- Apoio ao RS Rural, na organização de projetos e grupos, como também na orientação técnica com a EMATER.

- Colocação de placas de sinalização nas estradas do interior.

URBANIZAÇÃO

- Realização de terraplanagem para moradias.

- Melhorias e ajardinamento na Praça Municipal Alviri Maria Barretta e nos canteiros das ruas centrais.

- Continuação da canalização de córregos em bairros.

- Cultivo de milhares de mudas de flores (utilizadas em praças, escolas, parques, jardins e canteiros centrais).

- Melhorias na iluminação pública e na limpeza urbana.

- Melhoria na sinalização urbana com colocação de placas de trânsito.

- Melhorias nas ruas com pintura de cordões e retirada de quebra-molas.

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA

- Apoio a jovens Técnicos em Agropecuária para estágio no exterior.

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- A “Casa do Trabalhador” (Centro Comunitário Severino Fabris) abrigou diversos serviços do Estado e da União, efetuados pelos servidores municipais, como o Posto do INSS, o Posto do IPERGS; além de ateliês de costura e fábrica de calçados, aproveitando mão-de-obra local.

- Construção do pavilhão industrial no Bairro Nova Esperança.

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ

Participação da sociedade nos Conselhos Municipais de Saúde, de Assistência Social, de Habitação e Agropecuário, através de Audiências Públicas e Conferências, além do Orçamento Participativo. Neste, especialmente, as comunidades e os bairros estabeleciam as prioridades e ações em sua região.1

1 Fontes de Consulta:Entrevista com Ivanir Jorge Poltronieri;

Consolidação das Leis Municipais- CD- 1969 a 2005;Sites (Endereços da Internet): - Portal de Transparência do Governo Federal;

- Caixa Econômica Federal- SIURB- Secretaria da Infraestrutura Urbana;

-Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul- SISCOP: Sistema de Controle de Obras Públicas.

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10ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: FERDINANDO DALLAGNOL

Vice-prefeito: ARISTEU LUNELLI

Período: 01/01/2005 a 31/12/2008.

11ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: FERDINANDO DALLAGNOLL

Vice-Prefeito: JACIR MARINI

Período: 01/01/2009 a 31/12/2012

Entre as principais realizações ocorridas nesses dois períodos administrativos, destacam-se:

SETOR DE ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Realização de Concurso Público Municipal com inclusão de 10% das vagas a portadores de deficiência.

- Campanha para o aumento da arrecadação “Sua Nota Fiscal dá Prêmios”.

- Aquisição de veículo para a administração.

- Aquisição de uma área para implantação do distrito industrial, na saída para comunidade de São Pio X.

SETOR DA SAÚDE

- Aplicação de recursos repassados pela União para Ações de Saúde na Área Indígena entre Secretaria da Saúde e Fundo Nacional de Saúde – Funasa.

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- Contratação de Agente Indígena de Saúde.

- Treinamento em Segurança do Trabalho para profissionais de saúde.

- Construção do Centro de Referência em Assistência Social – CRAS, no Bairro Jardim Esperança.

- Instalação da Farmácia Pública Municipal, com aviamento de receitas médicas à população mais necessitada.

- Orientação para grupos de Diabéticos, Hipertensos e Gestantes.

- Criação do Grupo Saúde Mental para pessoas interessadas.

- Prevenção da saúde bucal nas escolas com atendimento odontológico.

- Realização de atendimento odontológico à população em geral.

- Realização de exames médicos diversos.

- Atendimento médico, ambulatorial e internação no Hospital Municipal São José, através do Pronto Atendimento de Urgência - PADU, que é extensão da Estratégia de Saúde da Família – PSF.

- Contratação de Médico Ginecologista para a Equipe de Estratégia de Saúde da Família – ESF.

- Criação do Comitê de Combate ao Câncer, em abril de 2009.

- Apoio às Campanhas de Vacinação contra a Poliomielite e a Influenza aos grupos especiais.

- Formação de Grupo de Controle ao Tabagismo.

- Capacitação a Agentes Comunitários de Saúde.

- Realização da Feira Municipal da Saúde.

- Atuação da Vigilância Ambiental no controle da Dengue, visando intensificar a prevenção e controle do mosquito transmissor.

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ASSISTÊNCIA SOCIAL, ÁGUA, SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE

- Palestras motivacionais sobre o Programa Bolsa Família, pelo Departamento de Assistência Social.

- Encontros da Terceira Idade.

- Duplicação da rede de esgoto na Rua Antônio Fabris.

- Melhoria na canalização de esgotos domésticos e drenagem pluvial, em várias ruas da cidade e na Pandolfo (Vila Guerra).

- Construção de uma unidade do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social na Rua Angelo Sgarbossa, no Bairro Jardim Esperança.

- Distribuição de cestas básicas a 180 famílias, mensalmente, no Programa do Governo Federal (alimentos adquiridos dos Pequenos Agricultores), além dos benefícios à Casa Lar, APAE, Hospital São José e Escola Padre Aleixo.

- Distribuição de mudas de árvores nativas para a recuperação de áreas degradadas, em parceria com a Associação dos Municípios do Nordeste do Rio Grande do Sul – Amunor.

- Destino correto ao óleo de cozinha em pontos de coleta, em parceria com escolas e entidades.

- Definição das atividades insalubres e perigosas.

- Atividades em comemoração à Semana da Água, com participação de três Secretarias Municipais e diversas entidades, visando a conscientização para a preservação do meio-ambiente, da água e do destino correto do óleo saturado.

- Realização de reunião com a Amunor e Patram (Patrulha Ambiental), com a finalidade de esclarecer dúvidas quanto ao licenciamento ambiental de atividades de impacto local e fiscalização de crimes ambientais, em janeiro de 2012, pela Secretaria Municipal da Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente.

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- Cursos de capacitação e aperfeiçoamento à comunidade local nos setores de Estufas, Educação Ambiental, Confinamento de Bovinos de Corte, Jardinagem, Nutrição de Gado Leiteiro, oferecidos pela Secretaria do Meio Ambiente e SENAR/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

- Perfuração de 05 poços artesianos e expansão da rede de distribuição de água em comunidades do interior, em cooperação com o governo estadual.

- Curso de Boas Práticas no Manejo de Alimentos para 199 pessoas, em duas etapas, exigência para expedir o Alvará Sanitário.

- Aplicação de Vacinas conforme Programa.

HABITAÇÃO

- Convênio com a Crehnor-Nordeste para contrapartida municipal no Programa de Produção Habitacional do Ministério das Cidades.

- Construção de 04 unidades habitacionais em alvenaria.

- Melhorias em habitações populares construindo banheiros para famílias de baixa renda.

- Construção de casas em parceria com o governo federal, através do Programa de Habitação Social.

SEGURANÇA

- Criação da Junta Administrativa de Recursos de Infração de Trânsito – JARI, órgão integrante do Sistema Nacional de Trânsito, o qual deve atuar em conjunto com o órgão municipal de trânsito, em ações relacionadas ao trânsito no município.

- Fornecimento de kit para a Brigada Militar, por indicação da Consulta Popular.

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TRANSPORTES E OBRAS

- Construção de cobertura para veículos na Secretaria Municipal de Obras.

- Aquisição de retroescavadeira, caminhão basculante, trator e roçadeira em convênio com o Programa de Intervenções Viárias – PROVIAS.

- Manutenção das estradas, construção de pontes e pontilhões e tubulação de córregos.

EDUCAÇÃO E CULTURA

- Execução do Programa Arte em Ação, através do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) para crianças e adolescentes de 07 a 18 anos: escultura, modelagem, desenho, pintura; curso de gaita e de violão.

- Auxílio ao transporte de universitários.

- Feira do Livro e Mostra Cooperativa e Cultural com o SMEC e o Programa “A União Faz a Vida”.

- Comemoração do Aniversário do Município a cada ano, com diversas atividades como realização de Filós, resgatando a cultura italiana, apresentações artísticas, mateada, brinquedos na praça, baile da Escolha da Rainha do Município, palestras dirigidas à família, Feira do Livro.

- Comemoração da Semana Farroupilha com participação de entidades tradicionalistas e sociais, em jantares, culinária campeira e apresentações artísticas e culturais.

- Parceria com Sicredi e Coopibi no Programa “A União Faz a Vida”.

- Ampliação da Escola Municipal João Dal Piva.

- Projeto Inclusão Digital proporcionando, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, aulas de informática para cidadãos de todas as idades.

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- Apoio através de diversas secretarias municipais à Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella, numa promoção do SENAR/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) ao Programa ALFA (Alfabetização de Adultos) e Incentivo à Qualificação Profissional, iniciado no mês de abril, formando 14 alunos na 1ª etapa.

- Apoio à realização do Troféu Destaque, evento oficial do município, instituído por Lei nº 1.641/ 2002.

- Comemorações cívicas referentes ao “Sete de Setembro” pelas escolas municipais e estaduais, no Centro Esportivo Municipal Leomar Baréa, com apresentações cívicas.

- Aquisição de oito veículos para transportar alunos dentro do município, sendo sete caminhonetes Kombi e um micro-ônibus.

- Incentivo a estudantes com formação técnica em agropecuária para estágio profissional no exterior.

- Convênio com a UPF para estudantes universitários efetuarem estágio profissional remunerado.

- Contratação de professores.

- Convênio com a Escola Especial Bem-Me-Quer - APAE de Ibiraiaras.

- Aquisição de alimentos através da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.

- Criação da Lei de Tombamento do Patrimônio Público Municipal, em 16 de setembro de 2010, instituindo a Proteção ao Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Município de Ibiraiaras, pela qual estabelece os tipos de bens que poderão ser tombados, as formas de manutenção e os órgãos que terão a atribuição de executar essa Lei.

- Realização dos FILÓS nas escolas municipais, desde 2005, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, promovendo o resgate da Cultura Italiana.

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- Participação na XX Cavalgada, partindo do Monumento “Os Bertuzzi”, em Criúva, Caxias do Sul.

- Realização, em parceria com o CTG Fogo de Chão, da II Mostra de Danças Tradicionalistas de Ibiraiaras, em 2010, com 15 municípios participantes.

- Apoio à Mostra de Danças Tradicionalistas de Ibiraiaras, do CTG Fogo de Chão.

- Realização da Feira do Livro e da Saúde, no Salão Paroquial, em comemoração aos 45 anos do Município.

- Apoio a eventos da Cultura Italiana em São Sebastião e Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella.

- Fornecimento de Merenda Escolar na Pré-Escola.

- Construção da Escola Municipal Octacílio Gris, em São Luiz.

- Construção do Ginásio de Esportes da Escola Municipal Octacílio Gris, em São Luiz.

ESPORTES E LAZER

- Construção da quadra de esportes no Bairro Jardim Esperança.

- Realização de Campeonatos Municipais de Bochas, de Futebol Sete e Futebol de Campo entre os quais:

a) Final do Campeonato Municipal de Futebol de Campo, em junho de 2012;

b) Realização da Tacinha RBS, no Centro Esportivo Municipal Leomar Baréa, em 19 de junho de 2012, categoria Pré-Mirim e Infantil;

c) Campeonato de Futsal Garoto Bom de Bola, em 2010, numa promoção

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do CMD, com apoio do Rotary Clube e Banrisul;

d) Taça AMUNOR de Futebol de Campo em Ibiraiaras;

e) Disputas da Liga Alto Uruguai de Futsal, no Centro Esportivo Municipal Leomar Baréa - categorias de base e adultos, no total de 12 municípios participantes.

- Construção de pista de skate e arquibancadas no estádio municipal com recursos do Ministério dos Esportes.

- Realização do Grenal da Paz;

- Construção da academia ao ar livre, com equipamentos para exercícios de musculação e alongamento, no estádio municipal, em convênio com a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul – Fundergs.

- Reformas no Ginásio Municipal Leomar Baréa.

URBANIZAÇÃO

- Denominação de Bairro Jardim Esperança para o antigo Bairro Popular, em 29 de setembro de 2009.

- Construção de cordões com basalto.

- Calçamento no Bairro Jardim Esperança e em diversas ruas do Centro, com paralelepípedos.

- Reconstrução da ponte sobre o arroio Mormaço, na Rua São José do Carreiro.

- Colocação de placas no perímetro urbano.

- Recadastramento da iluminação pública entre Prefeitura Municipal e RGE (Rio Grande Energia).

- Melhoria das estradas de acesso à zona urbana.

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- Canalização e ampliação da vasão de córregos, no centro e nos bairros.

- Regularização do terreno da Praça Municipal entre Prefeitura Municipal e Mitra Diocesana; processo de usucapião sendo conduzido pela assessoria jurídica do município; após a regularização, o município ficará com 6.836,50 m² e a Diocese de Vacaria, com 3.163,50 m².

- Asfaltamento da Rua Antônio Stella, no Bairro Santo Isidoro, com investimentos federais, sendo obras de tubulação, drenagem e terraplanagem, a contrapartida do município.

- Revestimento asfáltico na quadra da praça, embelezamento da Praça Municipal Alviri Maria Barretta e obras no seu interior.

- Execução de drenagem com tubos e terraplanagem da Rua Antônio Stella.

- Obras de canalização nas ruas e ampliação da tubulação em córregos, no centro e nos bairros.

- Drenagem, rede de esgoto e cancha refeita para nova pavimentação na Avenida Leda A. Rech, próximo à Escola Municipal João Dal Piva.

ÁREA RURAL

- Construção de rede de água para mais de 20 famílias de Santa Teresinha.

- Limpeza às margens da RS 126, na entrada do município.

- Obras de limpeza, abertura de trechos, cascalhamento e britagem das estradas.

- Convênio, com a Consulta Popular, para distribuição gratuita de matrizes leiteiras.

- Aquisição de novilhas leiteiras para distribuição, sob responsabilidade do Conselho Agropecuário.

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- Apoio à Feira do Peixe, promoção do Conselho Municipal do Desenvolvimento Agropecuário - COMDAG e EMATER.

- Seminário municipal da cebola: orientação aos pequenos agricultores, na busca de novas tecnologias e aumento da renda familiar, em parceria entre Prefeitura, EMATER e Coopibi.

- Curso de confinamento de bovinos de corte, em parceria com o SENAR/RS.

- Canalização de córregos, construção de pontes e pontilhões no interior.

- Seminário sobre produção leiteira, em parceria com o COMDAG.

- Convênio com a EMATER para manutenção da instituição.

- Recolhimento do lixo seco nas comunidades do interior.

- Seminário Municipal do Leite, em 23/10/2012, com o tema “Gestão e Produção na Atividade Leiteira”.

- Cursos de Nutrição do Gado Leiteiro, Criação de Peixes de Água Doce, Irrigação por Sistema de Gotejamento e Ferti-irrigação.

- Sistema Troca-Troca de Sementes de Milho; distribuição de alevinos; distribuição de calcário e aveia branca; distribuição de mudas frutíferas para viveiros de particulares.

- Criação do Programa de Incentivo à Produção de Silagem de Aveia Branca.

- Ampliação da Patrulha Agrícola, em apoio ao trabalhador rural, para executar serviços diversos a pedido dos agricultores, dispondoos seguintes equipamentos: 03 tratores, 01 retroescavadeira, 03 grades aradoras, 04 ensiladeiras de inverno e verão, 01 veículo para a administração, 01 caminhão truck.

- Projeto Luz para Todos, especialmente no interior, em parceria com o governo federal.

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- Projeto de Desenvolvimento da Fruticultura implantado pela prefeitura, incentivando atividades alternativas como: hortigranjeiros e fruticultura, principalmente a amora preta, além de couve, brócolis e moranguinho; Projeto Parreiras: Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS, em parceria com o Banco do Brasil, com destino certo da produção.

- Aquisição de equipamentos de informática, de mobiliário e de veículo para assistência técnica ao projeto de fruticultura.

- Incentivo às comunidades rurais, no setor de lazer: construção de ginásios de esportes no interior, canchas de esporte e salões comunitários.

- Decreto de Situação de Emergência na Área Rural, devido à estiagem, homologado pelo Estado, em fevereiro de 2012, conforme levantamento da EMATER e COMDAG.

- Participação no Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário-COMDAG, formado por elementos da Administração Municipal, EMATER, Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, Coopibi, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Stella, Inspetoria Veterinária, Associação Municipal dos Pequenos Agricultores de Ibiraiaras – AMPAI, Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, Câmara de Vereadores, Condomínio Três Barras (empresa rural).

EMPREGO E RENDA

- Realização de cursos (Corte e costura; Tingimento e pintura em tecidos; Artesanato em palha de milho)

- Projeto em parceria com o SESC-SENAC (Serviço Social do Comércio e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) de Passo Fundo.

- Realização de encontro de orientação a empreendores individuais, através do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE.

- Apoio à criação da Associação de Artesãos de Ibiraiaras: “Do Vime ao

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Bordado Manual”.

- Aquisição da câmara fria para o pavilhão industrial, no Bairro Jardim Esperança.

- Concessão do pavilhão industrial do Bairro Jardim esperança, em 2006, por período de dois anos, à Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos de Lagoa Vermelha – Cooperlave, para a instalação de uma unidade de classificação e preparo de alimentos derivados dos produtos primários como brócolis, couve-flor e cebola. Em 2011 foi feita a ampliação do pavilhão industrial e concessão à Cooperativa de Classificação de Produtos Primários - Nutriz-Cooperclapri, para instalar nova unidade, por dois anos, destinada ao recebimento, limpeza, classificação e preparo de alimentos derivados dos produtos primários, beneficiando aos agricultores através da venda dos produtos agrícolas e oportunizando oferta de empregos à população.

- IV Mostra de Ibiraiaras, em agosto: Feira do Comércio, Agroindústria, Artesanato, flores e pequenos animais.

Em 2010, o município recebeu licença para implantação da área industrial, adquirida em 2008, situada na saída para São Pio X.1

1 Fontes de Consulta: -Sites (Endereços da Internet): Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul;

Portal de Transparência do Governo Federal; Caixa Econômica Federal

- SIURB- Secretaria de Infraestrutura Urbana (Acompanhamento de Obras) - Consolidação das Leis Municipais (CD) 1969 a 2005;

- Leis Municipais- 2005 a 2012;Site (Endereço da Internet) “www.ibiraiaras.gov.br - 10ª e 11ª Administrações.

- Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente; - Caderno Especial da “Folha de Ibiraiaras”- 25 de maio de 2011;

- Direção da Autarquia Municipal Hospital São José de Ibiraiaras - 2012.

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12ª ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Prefeito: DOUGLAS ROSSONI

Vice- Prefeito: LINO TONIN

Período: 01/01/2013 a 31/12/2016

Relatório das principais ações executadas neste período administrativo, realizadas até março de 2016:

SETOR DE ADMINISTRAÇÃO GERAL

- Aquisição de veículos novos para o Gabinete do Prefeito e Secretarias de Infraestrutura e Urbanismo, Orçamento e Finanças, Educação, Habitação e Ação Social.

- Consulta Popular Orçamentária para eventos na cidade e nas comunidades do interior.

- Realização de Concurso Público Municipal.

- Aumento da arrecadação através de campanhas e implantação da equipe volante.

SAÚDE

- Construção da nova Unidade Básica de Saúde (UBS), um investimento de aproximadamente 800 mil reais.

- Reformas e melhorias do prédio e no entorno do hospital (cobertura externa e nova instalação elétrica).

- Renovação da frota dos veículos da Secretaria de Saúde, destacando-se a aquisição de uma ambulância, duas vans de 15 lugares, uma minivan de 07 lugares, um veículo para a Vigilância em Saúde, oportunizando melhoria na

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qualidade do transporte de usuários e aumentanto em mais de 70% o número de deslocamentos de pacientes para atendimento.

- Implantação do prontuário eletrônico e adesão ao SUS.

- Instalação de climatizadores nas enfermarias e Unidade de Saúde, proporcionando mais conforto aos usuários e profissionais.

- Adesão ao Programa Mais Médicos do Governo Federal: recebimento de dois médicos, um para atender na UBS e outro na área indígena, aumentando em 33% a oferta de consultas e triplicando o número de visitas domiciliares realizadas pela equipe da ESF (Programa de Saúde da Família).

- Promoção e Prevenção da Saúde através de programas como Oficinas Terapêuticas, Grupo Antitabagismo e de Gestantes, Ibiraiaras em Movimento (ginástica para grupos no interior, na cidade e para o funcionalismo público), além de campanhas como o Aleitamento Materno, o Carnaval Seguro, Outubro Rosa e Novembro Azul.

- Aquisição de dois gabinetes odontológicos.

- Convênio com o Hospital São Paulo de Lagoa Vermelha para atendimento de ortopedista e realização de cirurgias eletivas pelo SUS, tendo sido efetuadas 45 cirurgias nesse período.

- Contratação de psicóloga, enfermeira, fisioterapeuta e profissional de Educação Física.

- Alteração do Hospital Municipal São José a HPP (Hospital de Pequeno Porte), devolvendo o mesmo status de hospital, além de manter o pronto-atendimento.

- Disponibilização mensal de uma média de 800 consultas clínicas no ESF, 100 consultas pediátricas, 90 consultas obstétrico/ginecológicas e mais de 300 consultas no Plantão Médico.

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EDUCAÇÃO E CULTURA

- Efetuação do pagamento do Piso do Magistério a todos os professores da Rede Municipal de Ensino.

- Substituição de todas as mesas e cadeiras para alunos e professores das escolas municipais.

- Entrega de uniformes (agasalhos) a todos os alunos da Rede Municipal.

- Melhorias e ampliação dos parques infantis nas escolas, dedetização, aquisição de livros e pintura dos prédios.

- Aquisição de equipamentos para as cantinas das escolas municipais como fogão industrial, geladeira, móveis, etc.

- Aquisição de um automóvel para a Secretaria de Educação.

- Aquisição de dois ônibus escolares.

- Transformação de um ônibus em Biblioteca Itinerante, a qual se desloca pelas escolas do município;

- Implantação e ampliação de diversos projetos, destacando-se o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, o Programa “A União Faz a Vida”, Banda Municipal, aulas de violão, de informática e de Inglês.

- Repasses de recurso anual de R$95.000,00 (noventa e cinco mil reais) à Associação dos Universitários, a ser utilizado no transporte dos estudantes, o que corresponde a aproximadamente 40% do custo mensal que os universitários têm com transporte.

- Auxílio a entidades e estudantes da rede municipal e estadual com viagens de estudo e na representação do município.

- Auxílio à APAE de Ibiraiaras, por meio de convênio, com repasse de aproximadamente R$12.000,00 (doze mil reais) mensais, auxílio na reforma dos banheiros da entidade com a elaboração do projeto e o pagamento da mão-de-obra, implantação do Projeto de Equoterapia e cedência de profissionais

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para o transporte dos alunos e outros serviços.

- Realização de diversas competições esportivas nas mais variadas modalidades, sendo adquiridos materiais esportivos para a escolinha de futsal, na qual participam mais de 120 crianças.

- Realização de diversas atividades no setor da Cultura, destacando-se o Jantar da Batata, Acampamento Farroupilha, Expo Ibiraiaras, Natal Iluminado e a disputa final do VIII Festival “O Rio Grande canta o Cooperativismo”, uma realização da SESCOOP, em parceria com as cooperativas do município.

- Reforma da Casa do Imigrante.

- Passeio Ciclístico na cidade para crianças e adultos com percursos também pelo interior do município.

ASSISTÊNCIA SOCIAL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ

- Implantação e regularização do CRAS (Centro de Referência e Assistência Social), programas de serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, no qual foram desenvolvidas oficinas de Capoeira, Street Dance, Violão, Balé Infantil, Grafitagem e Fotografia, com a participação de aproximadamente 140 crianças e adolescentes.

- Realização de atividades semanais diversificadas com o Grupo de Idosos, além da realização da Festa do Idoso, que reuniu cerca de 450 pessoas.

- Realização de encontros semanais com os beneficiários do Programa Bolsa Família.

- Realização da Festa de Natal para as crianças de todo o município.

- Reforma do antigo pavilhão da Nutriz, no qual já se encontram instaladas a Secretaria Municipal da Habitação e Ação Social e a Brinquedoteca Municipal. O espaço é também utilizado para oficinas e projetos desenvolvidos pelo CRAS e a Secretaria, bem como a ginástica da Terceita Idade.

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HABITAÇÃO

- Distribuição de materiais para reformas de casas, beneficiando mais de 170 famílias.

- Encaminhamento de documentos para a regularização do Loteamento Guilhermina.

- Entrega de escrituras devidamente registradas para 65 famílias do Bairro Jardim Esperança.

ÁREA RURAL/OBRAS

- Melhoria e ampliação do parque de máquinas com aquisição de dois novos caminhões caçamba, um rolo compactador, retroescavadeira e motoniveladora.

- Realização de serviços de terraplenagem, escavos, construção de bueiros, cascalhamento, britagem, alargamento e melhorias nos acessos às propriedades.

- Patrolamento de mais de 700 km de estradas todos os anos, sendo a maior parte patrolada duas vezes no mesmo ano.

- Criação de duas associações de Patrulhas Agrícolas, sendo cada uma delas formada por um trator, uma enciladeira e plataforma de forragem, dois carroções basculantes e uma grade aradora.

- Realização de eventos, cursos e projetos, destacando-se o Encontro das Sementes Crioulas, em parceria com o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) e EMATER, o Curso de Patologia de Bovinos de Leite e a criação do Programa SIM (Sistema de Inspeção Municipal), proporcionando a abertura de agroindústrias em nosso município.

- Implatação da agroindústria do mel na comunidade de Nossa Senhora de Lourdes (Linha Café), com investimentos do município na compra de equipamentos, além de estar em andamento a implantação da agroindústria de queijo e embutidos na comunidade de São Cristóvão (Palmeira).

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- Construção da quadra poliesportiva na comunidade de Santa Teresinha.

- Construção do campo de futebol sete e melhorias no ginásio da comunidade de São Rafael.

- Transformação de um caminhão caçamba em caminhão prancha.

MEIO AMBIENTE

- Fortalecimento do Departamento de Meio Ambiente, reduzindo o tempo para o investidor ter o projeto licenciado dentro das normas.

- Entrega de mais de quatro mil mudas de árvores nativas e exóticas para serem plantadas em nosso município.

ÁREA URBANA

- Conclusão das obras nas arquibancadas do estádio municipal.

- Reforma de seis mil metros de calçamento e construção de mais de quatro mil metros.

- Capeamento asfáltico em várias ruas da cidade.

- Reforma da Praça Alviri Maria Barretta.

- Implantação da coleta seletiva de lixo e contêineres coletores.

- Aquisição de uma minicarregadeira com capinadeira e locação de uma vassoura recolhedora para limpeza de ruas e meio fio.

- Reforma da Prefeitura Municipal na fachada e acessibilidade com instalação do Altar da Pátria, troca de todo o telhado e, ainda, construção de garagem.

- Aquisição de uma usina asfáltica.

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- Investimento de R$95.000,00 (noventa e cinco mil reais) na construção do novo Parque de Eventos, com cancha de laço e banheiros.

ÁGUA

- Construção e reforma de redes de água, onde se destaca a comunidade de São Roque, São Sebastião e Nossa Senhora do Rosário.

- Perfuração de seis poços artesianos em comunidades do inerior.1

1 Fonte: Assessoria de Imprensa – Prefeitura Municipal Ibiraiaras

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HISTÓRIAS DENTRO DA HISTÓRIA

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1. A PANELA DA ONÇA1

1 As “histórias” de nº 1 a 8 foram adaptadas pela professora Ozita Bonato.

Depois de conhecer esta história, não mais duvidamos do ditado “esperar a onça beber água”.

Em 19 de abril de 1921, nasceu Genoefa Ferro, que depois recebeu o sobrenome Darós. O pai Adelino Ferro e a família foram os primeiros moradores da atual Capela São Pedro.

Dona Genoefa Ferro Darós é quem nos conta o relato:

Trabalhosos aqueles tempos! Lembro com detalhes nossa casinha de madeira talhada à mão... O mato era muito denso, tínhamos medo de nos afastar demais. Animais selvagens habitavam ali e, assim como nós, certamente estavam assustados. Os dias até que passavam mais rápidos, mas as noites eram intermináveis. Podíamos ouvir o ruído deles. Pareciam cada vez mais próximos. Sentíamos um medo que nos apavorava.

Meu pai resolveu que dormiríamos num elevado de madeira, como se fosse um segundo piso. Mesmo assim, dava pra escutar os animais próximos de casa.

Uma manhã, minha mãe notou que a panela que havia deixado, à noite, com água para soltar os restos de polenta estava limpa, sem nada dentro. Passamos o dia nos perguntando que animal teria vindo comer na panela. À noite ficamos cuidando. Entre as frestas das paredes, meu pai viu a onça aproximando-se. Então, passamos a deixar comida sobrada para ela. Havia noites que vinha e outras não.

“Das lembranças que trago de minha infância, a panela da onça, certamente, é a mais marcante.”

(Relato de Genoefa Ferro Darós)

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2. A VINGANÇA DAS CHALEIRAS

Um morador da Capela Cristo Rei gostava demais de festas, principalmente se entre os convidados houvesse um gaiteiro, ou quem cantasse e tocasse violão. Era um bom anfitrião. Sua esposa acostumou-se com as festas no quintal da sua casa.

Naquele domingo, à tardinha, a comunidade estava reunida na Capela. Eles comemoravam São Pedro, era final de junho. Cada família trouxe um prato preparado de casa para, depois do terço, compartilharem com todos. Era o costume.

Tudo estava perfeito, como no ano anterior. Logo anoiteceu e as mulheres já estavam chamando os homens para irem para casa. O anfitrião não podia deixar o gaiteiro ir embora, queria aproveitar mais. Então, juntou os homens e ofereceu-lhes vinho em sua casa. Ficariam mais uma ou duas horas cantando ao redor do fogo. As mulheres não gostaram da ideia, então, convidaram as crianças a voltarem para casa. O fogo e o vinho animavam tanto, que até o gaiteiro parecia melhor. Cantavam animados que nem notaram o avançado da hora. Sabiam que comemorando com música e vinho, o motivo sempre seria justificado.

A dona da casa observava da janela. Depois do segundo garrafão de vinho, começou a preocupar-se: “As mulheres em casa devem estar apreensivas esperando os maridos” – pensava. Então resolveu ajudar. Passaria um café bem forte, disfarçadamente chamaria a atenção do marido, que a estas horas já estava trocando as palavras das músicas. Pegou o coador, o bule grande e as canecas. Aproximou-se do fogo para pegar água das chaleiras que estavam presas às correntes, no centro do fogo. Sem querer, as duas correntes se enrolaram e, quando soltou a chaleira, mal teve tempo de saltar para trás. As correntes se desenrolaram, esguichando água fervente e atingindo os homens ao redor do fogo. Foi uma enorme confusão, a correria foi total.

Teria sido proposital o ocorrido? Não, certamente foi acidente. Mesmo assim, não ficou ninguém para as explicações, queimado ou não. Como nos

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3. O PROFESSOR E O CAVALO ATOLADO

Admirável o professor Ulisses Maschio! Deslocava-se, a cavalo, de São Cristóvão até a Capela São Luís. Eram, mais ou menos, sessenta alunos que também enfrentavam várias dificuldades para participarem das aulas. Chuva, frio, vento e principalmente as estradas, que muitas vezes eram atoladouros, com buracos camuflados pela água empossada. Caminhavam por horas. Mesmo assim eram poucas as faltas. Aproveitavam o convívio com outros jovens. Relatos de pessoas da época contam, com profunda emoção e saudade, das amizades iniciadas naquela época, que durou a vida toda.

Choveu por mais de uma semana. Naquela segunda-feira de inverno rigoroso, corajosos alunos, mais uma vez, esperavam pelo professor na pequena escola improvisada. Passado o horário de o professor chegar, resolveram ir ao seu encontro. Caminhavam, normalmente, quando ouviram a voz dele pedindo ajuda. Foi uma imagem digna de ser comentada por vários serões na comunidade.

- Ajudem o cavalo! (Era um cavalo branco, chamado Tordilho.) Está atolado, caímos num buraco, não posso sair, chamem uma junta de bois! Rápido, acho que estamos afundando mais...

Alguns agricultores, vizinhos da escola, atenderam prontamente ao chamado dos meninos. Em poucos minutos estavam no local. E agora, todos os demais alunos que haviam ficado na escola também. A curiosidade normal, somada a cena hilariante, fazia os meninos contorcerem-se da vontade de rir.

relatou Salvador Oliveira dos Passos: “Até hoje todos os presentes naquela escaldante noite, negam que tenham sido atingidos pela água quente”.

(Relato de Salvador Oliveira dos Passos)

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Mordiam a camisa para não caírem na gargalhada. Sabiam que seria falta de respeito e não poderiam correr o risco do professor não gostar.

-Vamos, professor, salte que nós o ajudamos! O cavalo fica para depois. – diziam os homens.

Foi muito difícil o resgate do cavalo. Este estava muito amedrontado. Contam até que ele nunca mais passou por dentro de riachos, mesmo que rasantes.

O coitado do professor estava ensopado até os ossos. A lama entrou pelas botas, os livros que guardou embaixo da camisa, mesmo assim tiveram que ser secados no fogão à lenha. A capa de chuva e os pelegos do cavalo foram lavados com escova. Os alunos acompanharam o professor até a escola, afinal, como seria o restante da aula? Eles estavam curiosos. O que faria o professor com as botas cheias de lama?

- Entrem! Podem iniciar as orações do dia. Preciso tirar as botas e as meias. Lavo-as no balde, depois teremos aula, como sempre.

Os alunos obedeceram, mas começou um cochicho entre eles. Mal conseguiam acompanhar as Ave-Marias; uma vontade enorme em comentar o ocorrido.

E agora surgia uma nova curiosidade: “Como seriam as meias do professor, ele as estaria lavando na bica? Qual seria a cor delas?” Até uma aposta começou a acontecer: “Brancas ou pretas?”. Para a época em que viviam, era um acontecimento digno de manchete: “A desgraça do professor”.

Que tarde! Quanta coisa para contar!

O professor entrou. Os alunos levantaram para o costumeiro coro “Boa tarde, seja bem vindo, professor!” e todos os olhos baixaram para os pés descalços. Na mesma hora, os apostadores invadiram a janela para ver as meias, que provavelmente estariam no varalzinho ao lado da bica. Então, a gargalhada não mais pôde ser contida. Não houve ganhadores, ou ambos acertaram. As meias do professor eram uma branca e uma preta.

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Não sabemos se houve castigo pela falta de respeito, pode até ter sido forte, mas aquela tarde foi o comentário de muitos e muitos encontros dos jovens. Importante é registrar os momentos, mesmo que sejam somente na memória.1

(Relato de Ulisses Maschio)

1 Texto adaptado por Ozita Bonato

4. E A VIAGEM CONTINUA...

Oito horas em ponto. A chave girava para a partida do transporte mais utilizado, na década de 1950. O ônibus não se parecia nem um pouco com os atuais. Eram caminhonetes adaptadas com bancos de madeira e janelas feitas de lona. Uma armação de ferro segurava o teto, que também era de lona. A bagagem era carregada em cima, amarrada com cordas. As malas de pano, muito práticas para distribuir o peso em ambos os lados, ficavam penduradas ao lado do passageiro, mas do lado de fora. Era um trabalho duro dirigir pelas estradas nos dias de barro, por isso o horário da chegada era sempre depois, atrasava sempre.

Os agricultores aproveitavam os dias de chuva para vender seus produtos nas cidades próximas. Nossa história aconteceu numa dessas viagens, mesmo que não chegasse ao destino esperado:

- Olha pai, as rodas do ônibus estão se soltando!

Apavorado, o menino olhava para trás, através do pequeno rasgo na lona da janela.

- Motorista, pare agora! Meus queijos caíram. Acho que a mala rasgou-se! - gritou o pai. Todos ficaram curiosos. O ônibus parou imediatamente. A mala

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era agora um pano pendurado, como uma bandeira listrada. Com toda aquela lama, pai e filho desceram e uma triste constatação: não poderiam juntar os queijos enlamaçados e seguir viagem.

O motorista, que já estava atrasado e tinha compromisso com os demais passageiros, não vacilou:

-Vai ou fica? O dinheiro da passagem eu não posso devolver! A viagem continua...

Reclamando, o motorista engatou a primeira marcha e seguiu, patinando morro acima.

Nosso herói e o filho começaram a dolorosa viagem de volta. Estavam mudos. Sabiam da dificuldade que teriam de enfrentar percorrendo quilômetros a pé, não poderiam esperar a volta do ônibus até a tarde.

Os queijos eram grandes e pesados. Seria uma boa compra com o dinheiro da venda! Será que poderiam ser recuperados? E essa mala de pano... Proibiria a mulher de recuperá-la. Ela certamente não serviria para carregar queijos... Nem salames, nem galinhas...

Os dois tiveram que tirar os sapatos. Fizeram bolhas nos pés. Somados aos sapatos, o peso dos queijos estava demais. Olhavam para aquelas rodas de queijo, que pareciam maiores a cada metro. Passavam as mãos sujas de lama, pelo suor do rosto. Caminharam por mais de duas horas. Agora já poderiam descansar um pouco, não fosse a chuva que se aproximava. Então, reuniram forças e aceleraram o passo. Não desviavam as poças d’água. Já não tinham mais cuidado para não se molharem. De cima a baixo, pai e filho eram pura lama.

Assim que os avistou ao longe, a mulher veio ao seu encontro. Nunca tinha visto uma cena assim. Os dois puseram-lhe nas mãos os queijos cobertos de lama. Entendeu tudo, quando viu a antiga mala enrolando os sapatos sujos. Colocou os queijos na mesa do porão. Depois pensaria neles.

Ajudou filho e marido, preparando-lhes a refeição e, depois, um café bem quente. Agora os dois foram ver os queijos. O barro havia dado um colorido

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vermelho e as cascas pareciam pintadas. Lavaram e lavaram. Depois lavaram mais uma vez. Nada de voltar àquela cor característica. Resolveram colocar ao sol para secar, assim mesmo. E viravam e viravam todos os dias. Depois de uma semana estavam totalmente secos.

Mas começaram os conflitos de consciência: “Seria honesto vender esse produto assim? Pois bem, depois de limpos e ainda sem a casca, ninguém vai notar...” Abriram um para sentir o sabor, não notaram diferença. Ainda poderiam fazer as compras que tanto necessitavam! Fizeram mais um queijo, mas a dona da venda queria todos eles. Como não poderiam perder a freguesa, decidiram: “Será só desta vez, depois nunca mais”. E lá foram os queijos coloridos.

Qual não foi a surpresa quando, na venda seguinte, a freguesa pediu se não tinham mais daquele queijo com urucum na casca. Ela encomendou toda a produção pelo resto do ano.

O segredo dos dois jamais foi revelado. Por isso, mais de sessenta anos depois ainda não podemos dizer quem são os protagonistas desta inusitada história.

(Relatos de diversos)

5. O FIM DO MUNDO

Tudo parecia normal naquela manhã. Meus irmãos menores brincando no quintal de casa. Minha mãe ocupada com o forno, que logo receberia os pães para serem assados. Minha tarefa seria organizar a cozinha. Assustei-me quando meu pai entrou em casa correndo e saiu, assim que entrou, carregando a máquina fotográfica. Continuei meu trabalho. Agora minha mãe já estava colocando os pães no forno. Fiquei curiosa, o que teria meu pai tanta urgência em fotografar! Não demorou muito para meu pai entrar no laboratório e

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revelar a tão importante fotografia. Olhei pela janela, o tempo estava para chuva. Como pode mudar, assim, tão de repente, ainda há pouco havia sol e o céu estava limpo!

Meus irmãos também notaram a diferença. Perguntariam a papai, se este não estivesse com tanta pressa em sair, com aquela foto na mão, quase correndo porta afora. O que estaria naquela foto? Eleodir, meu irmão mais velho, disse que vira o pai fotografando perto do rio. Foi até lá e voltou assustado: um cavalo estava preso nos palanques de sustentação da pequena ponte. O animal se debatia para soltar-se. O relinchar do cavalo atraiu a atenção do Padre Elói, que também se aproximou da ponte. O animal estava com os olhos arregalados; o Padre pediu para que nos afastássemos, poderia alguém se machucar.

Olhamos para o céu, que agora estava escurecendo mais e mais. Minha mãe, que também olhava para o céu, com a fornada de pães nos braços, parou e perguntou ao Padre Elói. Este, que olhava para os pães cheirosos e fresquinhos e querendo que entrássemos logo em casa, aproveitou a escuridão do céu para a frase que surtiu o efeito imediato: “Entrem, vão comer esse pão, antes que o mundo acabe.” Lembro-me do medo que sentimos. As dúvidas que passaram pela nossa cabeça, o fim do mundo estaria acontecendo? Por que nosso pai fez a foto do cavalo acidentado? Só mais tarde entendi que meu pai havia previsto que aquela ponte estava precisando de conserto, então aproveitou a queda do cavalo e, para comprovar, levou a foto quase na hora do ocorrido.

Minha mãe, que também aproveitou a situação, mandou que nos ajoelhássemos para rezar uma Ave-Maria. Ninguém reclamou e não ficamos somente na primeira! Já estávamos quase na dezena, quando papai entrou pedindo explicação pela cena. Então ele, prontamente, nos deu uma aula completa de um ECLIPSE SOLAR. Foi uma aula de campo, pois nos encorajou para, com um pedaço de vidro escurecido, olhar para o fenômeno que acontecia durante um Eclipse Solar. Aprendemos também, naquela manhã, que só tememos o que não entendemos ainda. Todos os fenômenos são explicáveis e é possível o seu entendimento.

(Relato de Enilsa Guadagnin de Mello)

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6. O JIPE DO FREI PAULINO

Frei Paulino não era pintor, mas “pintava e bordava” com seu jipe. Não havia atoleiro que vencesse as aceleradas do velho jipe. Estava marcada a missa, então tinham certeza que aconteceria. São várias as histórias dessa dupla.

Contamos agora uma que aconteceu na Capela São Cristóvão. O Frei tinha muitos amigos no lugar. Oferecer-lhe o almoço era um orgulho para os moradores, que não escondiam a satisfação em receber o visitante ilustre, quando estava por lá. Frei Paulino recebia o carinho das pessoas; disse, muitas vezes, que gostaria de morar lá. Como sendo essa uma comunidade muito participativa, o salão não demorou em ficar pronto. Aniversários, jogos de cartas, brodos, churrascos dos moradores eram realizados ali.

O fato digno de registro aconteceu durante uma dessas festas. A comunidade recebeu um músico, um gaiteiro. Empolgados com a festa, casais começaram a dança. Logo, todos entraram na sintonia e na alegria do ambiente. As horas passaram e a noite já estava chegando. Ninguém queria sair do salão. A iluminação estava precária. Tentaram lampiões, mas eram poucos. Qual não foi a surpresa de todos, quando Frei Paulino colocou o jipe bem próximo à porta e, com os faróis acesos, resolveu o problema dos “queridos paroquianos” que só queriam comemorar a alegria da música e do jogo.

Muito tempo depois, a festa ainda era lembrada e ninguém esqueceu a utilidade do jipe do Frei Paulino.

(Relato de Ulisses Maschio)

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7. TEMPOS DIFÍCEIS

Ó Mio Signore

Os imigrantes italianos trouxeram com eles a forte devoção pela religião Católica. Os descendentes, famílias que tinham muitos filhos, continuaram com a crença. Tinham uma fé fervorosa. Praticantes devotos, não faltavam às missas dominicais e faziam suas orações no idioma de origem, a Língua Italiana.

Padre Aleixo chegou para atender a paróquia, em 1939. Além de falar fluentemente o Italiano, incentivava as orações nos lares.

“GRAN DIO DEI CIELO!VORREI VOLARE, VORREI VOLAREIN BRACCIO ALLA MIA BELLAPRENDI IL FUCILE E BUTTALO GIÚ PER TERRA.VOGLIAN LA PACE, MAI PIÚ, LA GUERRA...”

Uma ordem do Governo veio para amedrontar nossos italianos: estava proibido o uso da Língua Italiana. A Segunda Guerra Mundial não podia passar sem afetar nossos queridos antepassados, que não sabiam falar o Português. Para que a ordem fosse cumprida, foi designado um subdelegado encarregado de prender os descumpridores da lei. Muitos deles foram presos pelo menos por uma noite, para servirem de exemplo aos que teimavam em “jogar mora” ou cantar as canções aprendidas de seus pais e que, certamente, ensinavam aos filhos.

As festas aos domingos à tarde, antes muito alegres, agora eram vigiadas pela polícia. E quando precisavam fazer compras nas casas comerciais, era por meio de sinais, até o vendedor entender. Depois entravam no interior da loja para os detalhes e o pagamento.

O subdelegado, que também era o subprefeito, garantia sua autoridade até nas missas, que eram rezadas em Latim. Frei Aleixo, fazia o possível para

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que seus paroquianos o entendessem, no momento do sermão. Às vezes, dizia palavras em Italiano, mas logo era advertido com ameaças de ser preso.

Os nomes das pessoas nascidas naqueles anos também foram controlados. Um nome proibido foi ROBERTO. Os aliados diziam que eram iniciais dos três inimigos: RO, de Roma, BER, de Berlim e TO, de Tóquio. Um nome permitido na época foi GOMERCINDO, que lembrava nomes de brasileiros.

Foram tempos difíceis. Só podiam rezar em Italiano nas próprias casas, longe das autoridades policiais. Frei Aleixo passou a orientar as pessoas para aprenderem a Língua Portuguesa nas escolas, na catequese e nos lares. Foram distribuídos vários livros que continham orações e canções em Português.

A Linha Revoltosa

A estrada que vai em direção à comunidade de São Pio X ficou conhecida por Linha Revoltosa. Eram muitas famílias descendentes, que não se conformavam com as proibições das autoridades. Muitos eram presos e os outros reclamavam, por isso diziam que estavam revoltados. E com toda razão, nada tinham contra o Governo, só queriam a liberdade de expressão. E principalmente, de manifestarem sua alegria e sua fé. Os moradores da Linha Revoltosa deram muito trabalho ao Frei Aleixo, que fazia muitas visitas às famílias para rezar com eles em casa.

O fim da Segunda Guerra Mundial

1945 – “Mira Il tuo popolo o bella Signora que pien de giubilo oggi ti onora.”

Durante a semana já se ouvia rumores sobre o fim da guerra. A confirmação só aconteceu no domingo. Era a missa em homenagem a Nossa Senhora de Fátima. Muitos paroquianos, crianças, jovens e adultos estavam na Igreja. Naquele momento, algumas crianças jogavam pétalas para cima, quando se ouviu um alto som vindo da loja em frente à praça. Do outro lado da rua, na

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residência de João Canevese, a família tinha instalado um enorme rádio da marca ZENIT na janela, com o volume ao máximo. Frei Aleixo interrompeu até a missa e convidou o povo a ir à rua para ouvir daquele meio de comunicação a tão esperada notícia: A GUERRA ACABOU!

O povo comovido ria e chorava de alegria ao mesmo tempo, abraçavam-se e havia risos para todos os lados.

“Te ringrazio, ómio signore, aleluia ó Dio Del cielo”...

(Relatos diversos)

8. UM GRITO DE PERDÃO

Há aproximadamente 150 anos, por volta de 1860, provavelmente nas águas do rio Carreiro, uma vida muito preciosa começava. Era a de uma índia. Assim como todas elas, certamente tivera um nome que enaltecia a natureza: Lua Clara, Noite Estrelada ou Água Limpa. Sabemos que na cultura indígena, quando nasce uma mulher, festejam a continuação da vida. Talvez sua juventude tenha sido normal e, quem sabe, até fosse casada. Teria tido filhos antes? Pais, irmãos? Ninguém jamais saberá. Diferentemente dos romances indianistas de José de Alencar, onde sempre os brancos acabavam entendendo os índios, enaltecendo sua coragem e beleza, os colonizadores desta história não tiveram nenhum sentimento humanitário.

Numa caçada costumeira, encontraram a indiazinha, que depois de ser perseguida por horas, foi vencida pelos cachorros. Imobilizada e presa com um laço na argola de seu lábio inferior (costume dos índios botocudos), levaram-na para casa, exibindo a caça como um troféu, prendendo-a num quarto para que fosse domesticada.

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Durante vários dias ela gemeu baixinho. Alimentavam-na com carne crua e sem sal, que era sua preferência. Notaram sua gravidez, então pensaram que seria bom poderem contar com dois elementos, para usar como escravos. Faziam planos para o pequeno escravo que logo haveria de nascer. Para decepção dos patrões, uma menina nasceu. Foi registrada, mais tarde, como Maria Joana. Mantinham mãe e filha na cozinha e, aos poucos, foram aprendendo tudo o que as mulheres brancas faziam.

Maria Joana cresceu e tornou-se uma bela moça. Casou-se com José Varela da Silva, um tropeiro, que utilizava ternos de mulas para fazer o comércio de vários produtos e alimentos, de Passo Fundo para esta região de Ibiraiaras. Conheceu a índia e voltou para buscá-la. Conformada com sua sorte, depois de um ano, deu à luz a outra menina: Maria Emília. Ainda mantendo características indígenas, esta, porém, teve uma vida melhor. Preocupou-se sempre conservar os ensinamentos herdados e passados com muita dedicação a sua filha Placidina de Oliveira de Moraes, Dona Dica, como é conhecida hoje.

Graças a ela podemos contar a história de sua linhagem. Com um profundo sentimento de justiça, pedimos perdão pela atrocidade cometida por nossos antepassados. Não podemos julgar a cultura da época. Hoje o respeito por todas as raças, credos e cores, nos fazem valorizar toda e qualquer forma de vida, muito mais de vidas humanas.

(Relato de Placidina de Oliveira Morais - dona Dica)

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9. CAMINHÃO PENDURADO NA PONTE

Por volta de 1970, com seu caminhão de reboque vazio, João Francescatto passou na ponte do rio Três Barras, pela manhã. A ponte estava molhada pela neblina.

O caminhão deslizou na metade da ponte e ficou balançando, equilibrado por um dos eixos preso às tábuas, a cabine suspensa e o reboque sobre a ponte.

João ficou desesperado dentro da cabine. Fez a promessa de construir um capitel em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, caso salvasse a ele e ao caminhão.

Conseguiu sair pela porta do caroneiro.

Para retirar o caminhão, alguns amigos utilizaram um trator pequeno e cordas, puxando o caminhão pelo reboque, para fora da ponte.

Em agradecimento, João mandou construir o capitel e inaugurou-o com missa e festa.

O capitel está situado próximo à mesma ponte em São Rafael.

(Relato de Maria Francescatto Biotto)

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A HISTÓRIA DA NOSSA CIDADE EM

FOTOGRAFIA

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CIDADE

Vila de Ibiraiaras no ano de 1932

Vila de Ibiraiaras em 1941

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Ibiraiaras nos anos 50

Ibiraiaras no ano de 1970

Ibiraiaras na década de 60

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Ibiraiaras em 1980

Registro de Ibiraiaras em 1990

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Registro aéreo do município no ano de 2010

Município no de 2000

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Registro do muncípio em 2011

Ibiraiaras no ano de 2015

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IGREJA MATRIZ E PRAÇA

Igreja e Praça no ano de 1950

Igreja atual construída em 1969

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Registro aéreo da Igreja e Praça em 1990

Igreja e Praça em Julho de 1978

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Praça reformada em frente à Igreja Matriz

Igreja e Praça com as luzes de Natal no ano de 2000

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EVENTOS RELIGIOSOS

Missões pregadas pelo Frei Domingos na data de 05 de abril de 1932

Procissão de Corpus Christi após 1935

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Primeira Comunhão na Praça, com o bispo D. Augusto Petró em 1958. Ao fundo, casas comercias da época

Procissão Religiosa com o Padre Jerônimo, na atual Rua Augusto Pomatti na década de 50.Ao fundo, as residências e casas comerciais em frente à praça, na Rua Antonio Stella

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Recepção a Imagem de Fátima na Igreja Matriz na data de 30 de abril de 1961

Ordem da Terceira Franciscana na década de 60.Alguns dos pioneiros foram Marini, Refosco, Martini, Lanzarini, Dal Piva, Pomatti e outros

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RESIDÊNCIAS E CASAS COMERCIAIS

A frente, residência de Raimundo Casanova, logo atrás a de Ângelo Stella e ao fundo, a residência de Antônio Stella

Residência de Antônio Stella

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Residência de Longino Zacharias Guadagnin

Residência de Antônio e Constante Fabris

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Residência da Família Benincá em 2012, na Comunidade de Nossa Senhora de Lourdes

Casario ao redor da praça nos anos 50

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Casa comercial e residência de João Luís Canevese após a reforma

À esquerda, residência e casa comercial e a direita armazém de João Luís Canevese, construídos em 1939

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Casa Paroquial no ano de 1943

Casa Brasil e Armazém dos Irmãos Pomatti em 1939. Em 2002, em outro local no município, Vitor Augusto Pomatti, neto de Augusto Pomatti um dos proprietários do estabelecimento, em homenagem ao avô, construiu a Veterinária Casa Brasil e exerce as atividades até os dias atuais.

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Churrascaria de João Luchese

Primeira sede do Clube União em 1956

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Hotel Begnini que mais tarde passou a ser o comércio de Raul Slaviero

Hotel Braganolo em 1934

Hotel Casarão da Família Vivan nos anos de 1938 a 1999

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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No presente documentário, buscou-se registrar nossa história, a partir de suas verdadeiras raízes. As fontes de pesquisa e informações foram, além de um relativo número de registros documentais, centenas de entrevistas, que relatam um período que se inicia em 1896, no final do século XIX, com referência ao território e à formação do futuro município de Ibiraiaras.

Foi realizada a pesquisa, no qual se descrevem os acontecimentos, desde os mais comuns, até os de maior impacto. Procurou-se comparar e confrontar dados encontrados para registrar os resultados na mais verdadeira acepção possível.

Não resta dúvida de que erros involuntários podem ter sido cometidos, ou informações equivocadas possam estar contidas neste contexto, devido ao longo período abrangido, dentro da história de Ibiraiaras, bem como às nossas limitações, diante de tão importante assunto.

O desejo é que as lacunas e possíveis falhas possam ser corrigidas por novas edições, aperfeiçoando e atualizando a historiografia de nosso município.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FORTES, Almyr Borges. Compêndio de Geografia Geral do Rio Grande do Sul. 6ª ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 1979.

“MARCHEZI, Gemir Luiz. David Canabarro- Sua Terra, Sua Gente, Sua História. Porto Alegre: EST Edições - pág. 421

GUADAGNIN, Eni Maria. Ibiraiaras - Sua Terra e Sua Gente. Passo Fundo: Gráfica e Editora Berthier, 2000.

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ENTREVISTADOS

1995 - Teodoro Freitas Veira, Dorneles Cirino, João Stella, João Santo Bedin, Lautéria Santini, João Aldocir Santini, Darci Isabel M. Modanese, Natal Modanese, Ulisses Maschio, Rosina Rossoni, Alciro Bedin, Alfonso Dalla Libera, Maria Cândida Pimentel, Almerino dos Santos Pimentel (“Pequeno”), Tranquilo Begnini, Augusto Pomatti, Armando Ápio, Augusto Pomatti.

1999 e 2000 - Adanilo Massoti e Ilda B. Massoti, Adão Ferraz, Adéli Dal Piva Bedin, Adila Balena Tacca (Xanxerê –SC), Adilla Pagnoncelli Piva, Adolfinho Bernardi, Adolfino Chiarentin, Alberto Guerra (Porto Alegre), Albino João Barretta, Albino Sgarbossa (Xanxerê- SC), Alciro Bedin e Angelina Baldasso Bedin, Aldair Begnini Bortoluzzi (Xanxerê – SC), Aldoir da Silva, Amélia Pasin, Anacleto Piva e Cristina Rizzo Piva, Angélica Alves de Freitas, Angelina Andolfato Dallagnol, Ângelo Boito, Ângelo Brancalione, Ângelo Bussolotto, Ângelo Catapan e Irma Slaviero Catapan, Ângelo Farina, Anselmo Bocalon, Antônia Menin Grando e Ermindo Grando, Antônio Cristianetti, Antônio Pazin, Antônio Rodrigues da Luz, Antônio Zili, Aquelino Dalla Libera, Aquilino Rodrigues de Mello e Elsa Dagnese de Mello, Argentino Perinotto, Aristeu Lunelli, Arlindo Andreis, Arlindo Benedetti e Dozolina Festa Benedetti, Arlindo Catapan, Arlindo Vuelma, Armando Ápio, Artêmio Zanette e Arselina Bortolini Zanette, Atílio Dalcin e Rosalina Dalcin, Augusto Pomatti e Catarina Canevese Pomatti, Belmiro Fabris e Neiva Bedin Fabris, Carlinda Bocchi Bedin, Carmelina Dal Molin Pasin, Claudino Dal Bem e Iraci Zanchet Dal Bem (Ouro Verde- SC), Clemente Vidi e Teresinha Baréa Vidi, Clorinda Farina Sgarbossa, Clorindo Piva e Graciema Dal Molin Piva, Carmem Furlanetto, Constantes Fabris e Josefina Stella Fabris, Crispim Cechin e Nacir Cechin, Danilo Dal Piva e Inês Barbiero Dal Piva, Darci Isabel Modanese, Dileta Lazarotto Poletto, Dileta Luchese Bernardi, Dinor Ceccagno, Dolfina Bedin Puerari, Domingas Garbin Fabris, Dorneles Cirino da Silva e Iraci Soares da Silva, Dozolina Festa Benedetti, Dozolina (Orsolina) Fabris Bonfiglio (Erechin), Dozolina Preto Puerari, Dr. Valni Giacomelli e Leda Giacomelli (Passo Fundo), Egídio

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Chiarentin e Albina Lodi Chiarentin, Egídio Cristianetti, Eleonir Pieta, Élia Bedin Guerra e Gema Bedin Begnini (Abelardo Luz), Elídio Barbieri, Élio Vigo, Elisia Cazanatto, Elso Lanzarini e Marcelina Pavan Lanzarini, Ema Zanchet Dal Molim, Ermindo Grando e Ester C. Grando, Erminio Pradela e Ema Pradela, Ernesto Fernandes de Mattos e Vitorino Luiz de Matos, Ernesto Ossani e Ermelinda Marini Ossani (Muliterno), Estevão Nunes de Oliveira, Euclides Stella, Ferdinando Bocchi e Norma de Conto Bocchi, Fiorelo Pomatti e Gessi Stella Pomatti, Fiorelo Puerari, Fiorindo Marini, Francisco Pinto Ribeiro (Chico Vargas) e Euclides Borges Ribeiro, Francisco Querubin e Corália C. Zanin Querubin, Gema Bragagnollo Fabris, Gemiro Barbiero, Gomercindo Canevese, Graciosa Canevese, Guilhermina Darrigo Bragagnollo, Hermínia Liston Capellari, Hortêncio Antônio Rodrigues de Oliveira (Santa Rita), Hugolino Giácomo Vivan, Ida B. Rigo, Idelsa Modanese Martinelli, Idulino Fabris e Almerina Fabris Dal Piva, Ilda Peterle, Inês Baú Zanchet, Inês Boschi Cristianetti, Inês Lanzarini Bonato, Iracema Martini Guerra, Isa Zilli Boito, Isabel Morosini Modanese, Itelvina Pagnoncelli Rizzo, Ivaldo Benincá e Lorena Peron Benincá, Izauro Rodrigues da Fonseca e Edy Mendes da Fonseca, João Carlos Guerra, João Jorge de Paula, João Maria Rodrigues (Borges) Ribeiro (nasc. 1910), João Maria Rodrigues dos Santos, João Valdocir Santini e Lautéria Grandi Santini, José Dalla Giacomassa, José Lavratti, Juarez Expedito Barreto Telles (Lagoa Vermelha), Júlio Alban e Cecília Volpato Alban, Júlio Cazanatto e Gema Perinotto Cazanatto, Lauro Teixeira Gomes (Lagoa Vermelha), Leocádia Tosetto, Levi Gomes Ribeiro e Ivanir Gomes, Loraci Guerreiro Mansardo, Lourdes Liston Ceccagno, Luiz Aiolfi e Lourdes Dal Piva Aiolfi, Luiz Arioli e Edília Martini Arioli, Luiz da Silva Eleutério, Luiz Isidoro Pieta (Santa Cruz - São Jorge), Malvina Rosa do Carmo, Marcelo Rigo, Maria Deitós Piva, Maria Judite Lavratti Zatti, Maria Marini, Maria Zandoná, Marieta Faraon Roso e Inês Roso Trúculo, Marilene Vivan Santini, Mário dos Santos Pimentel, Mário Tonin e Gemilda Deitós Tonin, Marsal Alves Ferreira e Emília Alves Ferreira, Mauri Casanova, Miguel Dutra Leite, Nair Buffon da Silva, Nair Rebesquini Giardin (Lagoa Vermelha), Natal Bedin, Nelso Cima (Paraná), Nilso Pieta, Otilde Pagliarini Guerra, Paulina Monteiro Cechin, Paulino Barbiero, Paulo Fonseca, Petronilda Piva de Lima, Raquel Galego Terrazas, Raul Slaviero e Doraci Pomatti Slaviero, Recieri Dal Piva

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e Jurema Perinotto Dal Piva, Reinaldo Martini e Letícia Lavratti Martini, Reineli Stella e Clarinda Pomatti Stella, Renato Marini, Restil Luchese, Roni Slaviero, Santina Grandi Vivan, Sebino Rigo e Ida Barbiero Rigo, Severino Baldasso e Sirena Pradella Baldasso, Severino Perosa e Verene Rua Monteiro Perosa, Sextilho Carnevalli (Nova Prata), Sibila Luchese Segala, Teodorinho Dalla Libera e Santa Teresinha Darós Dalla Libera, Teresa Caetano da Rocha, Teresinha Agostini Cassol, Tranquilo Begnini, Ulisses Maschio e Rosalina Piva Maschio Valentina Benincá Catapan, Victorio Lazari, Vilma Bertinato Boschi e Nelsa Boschi Pomatti, Vilma Pomatti Rizzo, Waldomiro Balzan e Gersi Fabris Balzan, Zélia Pomatti Davanso, Zeni Segala Sgarbossa, Zilda Dal Piva Roncatto.

2009 e 2013* - Abramo Francisco Cappelari*, Acila Balena Tacca (Xanxerê), Adair Bussolotto, Adão Ferraz, Ademir Cassol, Adolfinho Bernardi, Adolfino Chiarentin, Alcides Vuelma e Oliva Maran Vuelma, Aldenir Concolatto, Aldoir da Silva, Alfério Rimoldi, Alziro Zwirtes e Verena Sauthier Zwirtes, Amabile Segala Gris, Amantino Biavatti*, Anacleto Ápio e Teresinha Telles Moreira, Ângela Francescon Puerari e Moacir Puerari, Angelo Farina, Angelo Chiarenti, Angelo Farina, Antonieta Comunello Pasin, Antônio Juraci da Silva, Antônio Jorge de Oliveira Morais, Antônio Migliavaca, Antônio Pasin, Aolemo Piva, Aquelino Dalla Libera, Arduino Lazzarotto, Argentino Cazanatto Ribeiro, Argentino Perinotto, Arnildo Perinotto, Arlindo Andreis, Arlindo Bocchi, Artemio Zanetti e Arselina Bortolini Zanetti, Atílio Dalcin, Aurora Tessaro Marini, Alberto Galvan Bortoli, Oscar Rigotti, Caetano José Boldori e Regina Tonin Boldori, Carlinda Nunes Hoffmann (Lagoa Vermelha), Carmem Furlanetto, Clarinda de Assis Oliveira, Celso Cazanatto, Clarinda Stella, Claudino Bresolin e Itamar Bresolin (Bom Jesus – Caseiros), Claudino Dal Bem e Iraci Zanchet Dal Bem (Ouro Verde - SC), Claudinor Ceccagno, Clorindo Piva, Conrado Gonzatto, Dacir Pivotto, Danilo Dal Piva, Desidério Bocchi*, Dionísio Vazzoler e Josefina Maran Vazzoler, Dolfina Bedin Puerari, Domingas Garbin Fabris, Domingos Farina, Domingos João Querubin, Domingos José Machado*, Doraci Pomatti Slaviero, Doralino Frison, Dorvalina Nogueira Kramer de Camargo, Dorvalino Lazarotto, Eda Hoffmann Paim (Lagoa Vermelha), Éder Toscan, Edi Hoffmann da Fonseca (Lagoa Vermelha), Egídio Cristianetti, Elídio Barbieri, Elisia Alves R. Cazanatto, Eloíde Luiz Pieta, Elsa D’Agnese Ribeiro de Mello (Caseiros), Elso

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Lanzarini e Marcelina Pavan Lanzarini, Eni Mendes de Lima, Érico Lemos Machado, Ermindo Grando e Ester Grando, Ernesto Ossani e Armelinda Marini Ossani (Muliterno), Estevão Nunes de Oliveira, Eugênio Dal Bem, Francisco Cirino, Francisco Moreira Fialho (Lagoa Vermelha), Francisco Querubin e Orlandina Capelesso Querubin, Francisco Tonin, Gélia (Zélia) Pomatti Davanso, Geni Spagnollo Massotti, Genoefa Ferro Darós, Gessi Stella Pomatti, Geraldo Maschio, Graciosa Canevese, Graciosa Mezzomo de Freitas, Graziela Bocchi Mezzomo, Guerino Cecchin, Guilherme Guadagnin, Hermínia Liston Capellari, Hortêncio Antônio de Oliveira e Maria América (Lopes) de Oliveira, Idila Benincá Biotto, Ilvanio Maschio, Inedina Cinelli Leite, Inês Lanzarini Bonatto, Inês de Mattos Benedetti, Inês Slaviero Piva, Iracema Martini Guerra, Iraci Soares da Silva, Irene Prescendo, Isomar Stella, Itelvina Pagnoncelli Rizzo, Ivaldo Benincá e Lorena Perón Benincá, Ivan Stella, Ivani Preto, Ivo Alban, Ivo Guadagnin, Ivo Martini (Pato Branco), Jacinto Benedetti, Jacinto Bruscatto, Jaime Guerra, Jaime Postal, Jiácomo Preto e Hermínia Cinelli Preto, Jordão Antunes da Silva (Veranópolis), João Benjamim Benedetti e Irma Stella Benedetti, João Carlos Guerra, João Cinelli e Iracema Vuelma Cinelli, João Érico Telles da Silva (Caseiros), João Ferro, João Maria Rodrigues dos Santos, João Roil Nogueira Kramer, João Schimitt dos Passos, João Valdocir Santini e Lautéria Grandi Santini, Jordão Antunes da Silva, José Alban, José Gris Sobrinho, José Lanzarini, José Lavratti, José Rodrigues Lopes, Jovani Dalla Libera, Julio Cazanatto e Gema Perinotto Cazanatto, Juvendir Rossoni, Ladimir Bocchi, Leonardo Piva, Leonildo Roso e Clara Roso, Leopoldina Telles de Freitas, Letícia Lavratti Martini, Levi Gomes Ribeiro e Ivanir Gomes, Levino Ribeiro da Silva e família, Lídia de Mattos do Carmo, Lonida Dall’agnoll, Lourdes Dalla Gicacomassa, Lourdes Maschio Piva, Lourdes Piva Bocchi, Luci Garcia da Silva, Luiz Adelino Festa, Luiz dos Santos, Mafalda C. Cristianetti, Maria América de Oliveira, Maria Francescatto Biotto, Maria Zanchet Luchese, Maria Zandoná Baréa, Marilene Gris Perosa, Marina Antunes de Morais (Lagoa Vermelha), Maria Judite Lavratti Zatti, Marlene Zanetti Tedesco, Miguel Dutra Leite, Nair Buffon da Silva, Nelsi Antônio Pieta e Valdira Felipi Pieta, Nelso Cima e Norma Cima (Ampére- PR), Nilso Pieta, Octacílio Moreira Fialho (Santo Antônio do Turvo – Lagoa Vermelha), Odete Lodi, Odir Lazzaroto, Oliva Maran Vuelma, Olivio Bresolin (Bom Jesus – Caseiros), Oraide Baréa Ferraz,

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Orlandina Capelezzo Querubin, Olmir Sgarbossa, Otávio Tonin, Paulo Piva, Pedro Luiz Piva, Placidina de Oliveira Morais (Dica), Recieri Canevese, Reinaldo Martini e Letícia Lavratti Martini*, Remi Migliavaca, Renato Marini, Restil Luchese*, Roberto Bocchi, Roni Slaviero e Sirlei Cirino Slaviero, Sadi Dal Agnol, Sandro Vidi, Santina Grandi Vivan, Sebastião Névio de Godói e Francisca Farias de Godói (Caseiros), Sérgio Zanetti, Severina Segala Gris, Severino Baldasso, Severino Perosa, Sextilho Carnevalli (Nova Prata), Silvano Dutra Leite (Caseiros), Teresinha Agostini Cassol, Tereza Caetano da Rocha*, Tranquilo Begnini, Vanir Maschio, Verena Sauthier Zwirtes, Vergílio Desidério Bocchi, Vilma P. Rizzo, Vilson Cirino Rodrigues, Vilson Pomatti, Virgínia Bregalda Galvan, Vitalina Pagnoncelli Cassol.

EX-PREFEITOS: Egídio Paggiarin, Jacir Marini, Ferdinando Dallagnol, Ivanir Jorge Poltronieri, Luiz Carlos Antoniolli.

*Alguns nomes desta lista foram entrevistados entre 2001 e 2008.

FONTES DE CONSULTA

Fita de Vídeo: “Resgate da História de Ibiraiaras – Encontro dos Pioneiros”- 1995

Fita de Vídeo: “1º Recanto das Canções”- Janeiro de 1991

Fita de Vídeo: “2º Recanto das Canções” de Ibiraiaras - 15 e 16 de junho de 1991

DVD - “3º Recanto das Canções” 28 e 29 de junho de 2008

Fitas cassete com 27 entrevistas

Fita cassete: Origem da História de Ibiraiaras – palestra de Gomercindo Canevese, em 25 de maio de 1995

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DOCUMENTOS

SECRETARIAS MUNICIPAIS

Documentos diversos da família de José Bedin

Registros de imóveis e civis das primeiras famílias

Livro-Tombo da Paróquia São José de Ibiraiaras

Cartório do Registro Civil de Lagoa Vermelha

Cartório do Registro Civil de Ibiraiaras

Arquivo da Prefeitura Municipal de Lagoa Vermelha

Secretaria Municipal da Administração

Livros dos Decretos - 1966 a 1994

Livro das Portarias nº 01 e 02

Livro de Atas do Poder Executivo - 1966 a 1972

Livro de Atas do Poder Legislativo - 1969 a 1980

CD - “Leis Municipais de 1969 a 2005”

Prefeitura Municipal de Ibiraiaras (www.pmibiraiaras.com.br)

Período 1996 a 2012: Acompanhamento de Operações Contratadas:

Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (Controle Social - Consulta de Obras)

Portal da Transparência do Governo Federal

Caixa Econômica Federal - SIURB – Secretaria da Infraestrutura Urbana e Obras (Obras com Recursos Estaduais e Federais)

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Setor de Convênios com outros órgãos: INSS, Junta de Serviço Militar, IPE, Declaração do Bloco Modelo 15, FUNRURAL

Secretaria Municipal da Saúde

Relatório dos Agentes de Saúde - do Programa de Saúde da Família – PSF

Relatório sobre a Autarquia Municipal Hospital São José

Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Turismo- SMECET

“Relação das Escolas Municipais”- Criação e/ou reorganização conforme Decretos Municipais e Resolução do Conselho Estadual de Educação - 1981 e 1982

“Ibiraiaras Ontem e Hoje”- Secretaria Municipal de Educação e Cultura - Relatório Administrativo - 1997/ 2000

Relatório do III Encontro Municipal de Artistas - 28 anos do Município (1994)

Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Departamento de Meio Ambiente

Secretaria Municipal da Fazenda - SEFAZ/RS - Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul - 2009/2010

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CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

RELATOS DAS COMUNIDADES DO INTERIOR

Ata da Sessão de Instalação do Município de Ibiraiaras - 29 de maio de 1966

Consolidação das Leis Municipais - Março de 1969 a Dezembro de 2005 - CD

Livro de Atas da Câmara Municipal de Vereadores - até 1980

Leis Municipais de 2005 a 2012 - site da Prefeitura Municipal de Ibiraiaras

“Histórico da Comunidade de Santa Teresinha”- 23 de novembro de 1998 - Livro de Atas do Conselho Comunitário da comunidade

Monografia “Comunidade de Santa Teresinha”- Vanda Zanchet Piva

“Relatos do Resgate da História da Comunidade de Sagrado Coração de Maria”- com participação da comunidade, pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Aleixo: Naiane Volpato, Alana Querubin, Géverson Volpato, Jean Dalberto, Cheila Dalberto, Tatiana Zanin, Laura Volpato, Luana Volpato, Elimar Volpato, Adriane Querubin, Jéssica Frosi, Robson Coronetti, Erlen Querubin

“Relatos do Resgate da História da Comunidade de São Rafael”- com a participação de pessoas da comunidade, pelos alunos da Escola de Ensino Fundamental Padre Aleixo: Daniela Puerari, Noana Cechin, Marieli Dallacort, Vanderléia Cechin, Simone Alban, Geverson Ferraz, Darlei Dallacort, Jéssica dos Santos Dal Piva, Letícia Pinto dos Santos, Erick Alban, Fabiano Puerari, Rafael de Vargas, Patrícia Alban

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“Dados Históricos da Comunidade de São Pedro” - por Marcos Dalla Libera, Elder Bruscatto, Inidir Cechin, Sérgio Pasin e Ivan Darós, com a participação dos entrevistados: Antônio Pasin, Benjamin Darós, Jandiro Vivan, Luiz Grandi, Teodorinho Dalla Libera

“Fundação da Capela do Divino”- relato de Francisco Narciso Machado

“Pequeno Histórico da Capela de São Sebastião” - professora Nelsa Preto Cappellaro e professor Antônio Rodrigues da Luz, com os entrevistados: Italvino Concolatto, Alfonso Dalla Libera, Ângelo Guidolin e Eusébio Frosi – SMEC

“Fundação da Capela Nossa Senhora Aparecida” - diretoria da comunidade com os entrevistados: Egídio Chiarentin, Albina Chiarentin, José Dalla Giacomassa

“São Pio X” – professora Maria de Lourdes Farina

“Plano Pastoral 2011-2014” - Paróquia São José de Ibiraiaras

Texto: “Celebração dos 60 Anos da Comunidade Nossa Senhora do Rosário”- 2005- Jocelita Cordeiro

Texto: “Celebração de Ação de Graças de 80 anos de Eulália Bianchi Tessaro”- com apresentação do Histórico da Comunidade Nossa Senhora do Rosário - 2003

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TEXTOS DE PARTICULARES SOBRE IBIRAIARAS

JORNAIS

REVISTA

Carta de Frei Arlindo Batistel - 21/ 09/2001- Porto Alegre

Carta de Ghiberti José Refosco - Laranjeiras do Sul/PR - ao Sr. Gomercindo Canevese

Carta de Chico Leitão - São José do Ouro/RS ao Sr. Gomercindo Canevese -18/03/1990

Relatórios de Ivo Martini (Pato Branco-PR) 24/ 09/2001

Dados do Município de Ibiraiaras - Longino Z. Guadagnin – 1970 aproximadamente

Textos de Gomercindo Canevese sobre o início da colonização de Ibiraiaras

Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul - 10 de julho de 1965

Edição Especial: “Ibiraiaras - 20 Anos”- 1986

“Ibiraiaras Tropeiro dos Pampas”- Depoimento do Sr. Severino Fabris - Julho de 1990

“JM Ibiraiaras - Edição Especial de 25 Anos” – Maio de 1991

“Carrinho AGAS-2008 – Associação Gaúcha de Supermercados”

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ENTIDADES

AMPAI- Associação Municipal dos Pequenos Agricultores de Ibiraiaras

EMATER-ASCAR, Ibiraiaras

Inspetoria Veterinária de Ibiraiaras

Cooperativa Camponesa

CRHENOR - Cooperativa de Crédito Rural Novos Horizontes de Ibiraiaras

COOPIBI – Cooperativa Agrícola Mista Ibiraiaras – Ltda

Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Aleixo

Quitanda Campesina

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2009

IBGE, Censo Agropecuário, 2006

IBGE, Censo 2010

SICREDI - IBIRAIARAS - RS – Assessoria de Comunicação - Superintendência Regional e Assessoria de Programas Sociais

STR - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiraiaras

Empresas BOCCHI, COBIG, MIGLIAVACA, ELETRÔNICA GUADAGNIN

MAPAS E PANFLETOS DIVERSOS

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FOTOGRAFIAS

ÓRGÃOS ESTADUAIS E FEDERAIS

Acervo da família da autora

Imagens cedidas por entrevistados e entidades para a primeira Edição, em 2000: acervo da autora e da Prefeitura Municipal

Imagens cedidas pelos entrevistados e por entidades para a segunda Edição: acervo da autora e Prefeitura Municipal

Imagens recentes - Silvana Paludo

Secretaria Estadual da Fazenda – SEFAZ - RS

FEE - Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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