Nossa Senhora de Fátima no centro do mundo · estabelecimento prisional, que contou com a...

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Opinião Dom e oportunidade por Guilherme d’Oliveira Martins ver pág.15 Diretor: P. Nuno Rosário Fernandes Ano 81 • Edição nº 4094 Preço: 0,40 Domingo, 20 de outubro de 2013 Semanário www.vozdaverdade.org Pastoral Familiar quer conhecer realidade diocesana O Setor da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lis- boa quer conhecer as reais necessidades das famílias na diocese. Num comunicado enviado às paróquias do Patriarcado, o responsável do setor, padre Rui Pedro Trigo Carvalho, reconhece que “num tempo e numa cultura que fragiliza tanto a família, a Igreja tem de assumir a tarefa da pastoral familiar como uma prio- ridade”. Nesse sentido, está a ser realizado em toda a diocese um inquérito às paróquias com vista à conti- nuidade de uma aproximação deste setor diocesano da realidade pastoral das paróquias, movimentos e viga- rarias. “Acreditamos que é no acolhimento mútuo, no contacto pessoa a pessoa, família a família, que acon- tece a pastoral da família”, refere a carta enviada aos párocos. Acompanhe no Vaticano a canonização de JPII e João XXIII O diretor do Jornal VOZ DA VERDADE, padre Nuno Rosário Fernandes, vai acompanhar espiritual- mente a peregrinação a Roma, entre os dias 26 e 29 de abril de 2014, para a canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII, que decorre a 27 de abril. Organizada pelo semanário do Patriarcado de Lisboa, em parceria com a Agência de Viagens GeoStar, a pe- regrinação tem um custo de 880 euros por pessoa, em quarto duplo. Os lugares para a viagem são limitados, podendo os interessados fazer a sua inscrição até ao próximo dia 23 de outubro. Pode solicitar o programa detalhado da peregrinação a Roma com o Jornal VOZ DA VERDADE junto da Agência de Viagens GeoStar. Informações e inscrições: 211572260/266/267/268 ou [email protected] Especial Dar voz a África Nos 10 anos da canonização de São Daniel Comboni, conheça o sonho do fundador da Família Comboniana: “Trazer África para o coração da Igreja”. ver pág.08 Em Roma, o Papa Francisco recebeu a Imagem original da Capelinha das Aparições, diante da qual consagrou o mundo. Em Lisboa, a Vigararia de Cascais está a receber por estes dias a Imagem peregrina. Nossa Senhora de Fátima no centro do mundo Reportagem ver págs.02-03 e 11

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OpiniãoDom e oportunidade

por Guilherme d’Oliveira Martins

ver pág.15

Diretor: P. Nuno Rosário FernandesAno 81 • Edição nº 4094Preço: 0,40€

Domingo, 20 de outubro de 2013Semanário

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Pastoral Familiar quer conhecerrealidade diocesanaO Setor da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lis-boa quer conhecer as reais necessidades das famílias na diocese. Num comunicado enviado às paróquias do Patriarcado, o responsável do setor, padre Rui Pedro Trigo Carvalho, reconhece que “num tempo e numa cultura que fragiliza tanto a família, a Igreja tem de assumir a tarefa da pastoral familiar como uma prio-ridade”. Nesse sentido, está a ser realizado em toda a diocese um inquérito às paróquias com vista à conti-nuidade de uma aproximação deste setor diocesano da realidade pastoral das paróquias, movimentos e viga-rarias. “Acreditamos que é no acolhimento mútuo, no contacto pessoa a pessoa, família a família, que acon-tece a pastoral da família”, refere a carta enviada aos párocos.

Acompanhe no Vaticano acanonização de JPII e João XXIIIO diretor do Jornal VOZ DA VERDADE, padre Nuno Rosário Fernandes, vai acompanhar espiritual-mente a peregrinação a Roma, entre os dias 26 e 29 de abril de 2014, para a canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII, que decorre a 27 de abril. Organizada pelo semanário do Patriarcado de Lisboa, em parceria com a Agência de Viagens GeoStar, a pe-regrinação tem um custo de 880 euros por pessoa, em quarto duplo. Os lugares para a viagem são limitados, podendo os interessados fazer a sua inscrição até ao próximo dia 23 de outubro. Pode solicitar o programa detalhado da peregrinação a Roma com o Jornal VOZ DA VERDADE junto da Agência de Viagens GeoStar.Informações e inscrições: 211572260/266/267/268 ou [email protected]

EspecialDar voz a ÁfricaNos 10 anos da canonização de São Daniel Comboni, conheça o sonho do fundador da Família Comboniana: “Trazer África para o coração da Igreja”.ver pág.08

Em Roma, o Papa Francisco recebeu a Imagem original da Capelinha das Aparições, diante da qual consagrou o mundo. Em Lisboa, a Vigararia de Cascais está a receber por estes dias a Imagem peregrina.

Nossa Senhora de Fátima no centro do mundo

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o2/ Reportagem

Nossa Senhora visitou a prisão! Ao se-gundo dia da visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à Vigararia de Cascais, o Estabelecimento Prisional de Tires (EPT) acolheu a Mãe de Deus, na tarde da passada segunda-feira, dia 14 de outubro. Um momento que o cape-lão considera ter sido marcante para as reclusas.“Para muitas destas senhoras, Nossa Senhora é a Mãe! Para os homens nem tanto, mas as reclusas têm uma de-voção muito grande a Nossa Senhora! Esta visita toca-lhes profundamente”, afirma ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Agostinho Brígido, justificando o lado mariano das reclusas: “Todos os sábados de manhã, rezamos o Terço com estas mulheres”.No final da visita de Nossa Senhora ao estabelecimento prisional, que contou com a presença de D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, este sacerdo-te Espiritano sublinhava a presença da Igreja nestes locais. “Procuramos incutir nos reclusos o desejo de mudança! Uma vida nova, o começar de novo, na certe-za sempre que Deus é o Deus da miseri-córdia e do perdão. Sentirem a alegria de se perceberem amadas por Deus. ‘Deus ama-me, Deus gosta de mim!’. Se temos esta certeza, vamos para a frente, con-fiando n’Ele!”, refere.

Pastoral prisionalO Estabelecimento Prisional de Tires foi criado em 1953, com a designação de Cadeia Central de Mulheres, e entregue à Congregação de Nossa Senhora da Ca-ridade do Bom Pastor, por acordo cele-brado com o Ministério da Justiça, que apenas assegurava a vigilância periférica. E assim foi até 22 de setembro de 1980, data em que a administração se tornou exclusivamente leiga. Situado em Tires, concelho de Cascais, numa quinta de 34

hectares, o EPT tem uma estrutura des-centralizada, sendo composto por três pavilhões de regime fechado, um destes com população masculina desde 2002; dois pavilhões para alojamento de re-clusas em regime aberto; um espaço te-rapêutico autónomo vocacionado para o tratamento de reclusas toxicodependen-tes e outras com necessidades de acom-panhamento individualizado; o espaço ‘Casa das Mães’, destinado a reclusas em período de gestação e com filhos até aos três anos; e uma creche, dirigida aos fi-lhos das reclusas. Segundo dados do Mi-

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visita Vigararia de Cascais

Visitas que tocamA Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visita, por estes dias,

a Vigararia de Cascais. São muitos os que se querem aproximar de Cristo através de Maria. Paróquias e instituições civis recebem a Mãe de Deus.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão

nistério da Justiça, a 10 de fevereiro de 2012 a população existente era de 511 reclusos (164 homens e 347 mulheres) e 23 crianças filhas de reclusas.O padre Agostinho Brígido, que com-pleta 80 anos no próximo mês, é capelão do Estabelecimento Prisional de Tires há três anos. “No fim de velho, é que me mandaram para a cadeia!”, brinca este sa-cerdote, que durante vários anos foi cape-lão militar em Angola. Questionado so-bre a pastoral que é possível realizar neste estabelecimento prisional, o capelão des-taca que o importante é ser presença. “Eu

venho ao EPT quase diariamente – por vezes até de manhã e de tarde – e estou aqui para ouvir. Oiço, oiço, choro, oiço, e depois lá digo umas palavras. Por vezes, estou mais de uma hora com o mesmo recluso ou reclusa, só a escutar. A gratifi-cação que tenho, depois de escutar dois, três reclusos, é ouvir a palavra ‘Obriga-do! Obrigado por ter vindo…’”, salienta o padre Agostinho, sublinhando a for-ma como lhes apresenta Deus. “Procuro sempre dar-lhes a sensação que Deus não lhes aponta sobre o que fizeram. Eu tam-bém nunca lhes pergunto o que fizeram –

Domingo, 20 de outubro de 2013

Reportagem /03

Tudo sobre a Visita de Nossa Senhora de Fátima à Vigararia de CascaisVeja em www.paroquiadoestoril.com

Missa de encerramento da Visita da Imagem PeregrinaEste Domingo, dia 20, às 12h, presidida pelo Patriarca de Lisboa, nos Jardins do Casino do Estoril

se me dizem, muito bem, se não, também não questiono –, mas procuro que eles to-mem consciência que realmente Deus é o Deus da misericórdia, o Deus do perdão, é um Deus que não lhes aponta o dedo para recriminar, mas um Deus que nos diz como à pecadora: ‘Vai e não voltes a pecar’. É também o que lhes peço…”.

Nossa Senhora é a boa mãeA visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Estabelecimento Prisional de Tires coincidiu com a reno-vação da capela. Uma obra que contou com a colaboração dos reclusos. “A capela foi inaugurada hoje, na Eucaristia com o senhor D. Joaquim! O pessoal é que pin-tou a capela, colocou o telhado novo. Fi-cou um templo muito, muito bonito!”, ga-rante o padre Agostinho. Na homilia da celebração com Nossa Senhora no EPT, o Bispo Auxiliar do Patriarcado garantiu que os reclusos não estão esquecidos pela Igreja. “Queria dizer-vos que a Igreja vos acompanha com a oração e procura estar presente nos estabelecimentos prisionais através dos capelães, dos seus colabora-dores e voluntários e também através dos bispos. Vós não estais esquecidos. Estais no coração de Deus, no coração de Jesus, no coração de Nossa Senhora, no nosso coração”. Nesta celebração, que contou com a presença da direção, de funcioná-rios e voluntários do EPT, além de mui-tas reclusas e reclusos, D. Joaquim Men-des sublinhou que Nossa Senhora é a boa Mãe. “Do Céu, Ela acompanha-nos com a sua solicitude materna. Acompanha o caminho dos seus filhos que entre perigos e angústias caminham na vida. Ela conhe-ce bem o nosso coração, a nossa história de vida. Ela é a mãe de misericórdia, que nos acompanha e nos ama. Deixemos que Ela nos olhe com aquele olhar de ternu-ra e de amor, que reflete o olhar de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. Abramos-lhe o nosso coração. Partilhemos com Ela os nossos sentimentos: mágoas e tristezas, alegrias e esperanças. Um filho ou uma fi-lha não têm dificuldade de abrir o seu co-ração à mãe, porque uma boa mãe sempre acolhe, escuta, conforta, aconselha, anima. Nossa Senhora é a boa mãe, a mãe de mi-sericórdia, que acolhe, escuta, conforta, aconselha, anima e nos convida a confiar em Deus e no seu Filho Jesus”.

“A Igreja não os abandona!”Ao longo do fim-de-semana, o Esta-belecimento Prisional de Tires tem três Missas dominicais. “Temos uma cele-

bração aos sábados à tarde, no pavilhão das mães. Vêm duas senhoras para tomar conta dos bebés e das crianças, para que as reclusas que queiram possam ir à Mis-sa vespertina. No Domingo, a partir de agora, com a capela restaurada, passamos a ter a Eucaristia, às 9h30, para aquelas que estão no chamado regime aberto, e às 10h30 celebro no pavilhão 1, para as reclusas que estão em prisão preventiva”, aponta o padre Agostinho.Além do capelão, a capelania do EPT conta “com mais de cinquenta voluntá-rios, apesar de não estarem todos regis-tados”. “Em cada Domingo, para as duas celebrações, vem um grupo animar a Eu-caristia: no primeiro, o grupo é de Alvide; no segundo Domingo, é do Murtal; no terceiro, é um grupo de Tires; no quarto Domingo é um grupo de jovens do Es-toril; e quando há cinco Domingos vem um grupo chamado Renascer, forma-do essencialmente por cabo-verdianos.

Portanto, todos os domingos tenho um grupo que vem dinamizar a celebração!”, frisa o capelão.Aos sábados de manhã, após o Terço, o padre Agostinho e uma voluntária da ca-pelania explicam os textos de Domingo. “Estamos presentes de manhã, se alguma reclusa quiser vou atendê-la em confis-são”. “A Igreja não os abandona!”, asse-gura o capelão do Estabelecimento Pri-sional de Tires.

Cascais convidada a abrir o coraçãoA Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou à Vigararia de Cascais ao final da tarde do dia 13 de outubro. Segundo dados das autoridades, mais de três mil pessoas acolheram a Virgem Pe-regrina na igreja da Boa Nova, no Estoril. Uma receção que contou com a presença de D. Joaquim Mendes. “Nossa Senhora conduz-nos a Cristo seu Filho, convida-

-nos a escutá-lo, como Ela o escutou, a acolhê-lo como Ela o acolheu, a acreditar na sua palavra, como ela acreditou”, ga-rantiu o Bispo Auxiliar de Lisboa.Ao longo desta semana, a Imagem Pere-grina de Nossa Senhora de Fátima tem percorrido as nove paróquias da Vigara-ria de Cascais: Abóboda, Alcabideche, Carcavelos, Cascais, Estoril, Parede, São Domingos de Rana, São Pedro e São João do Estoril e Tires. “Nossa Senhora ensina-nos a ter aquele olhar que procura acolher, acompanhar, cuidar dos outros, a ver-nos uns aos outros como irmãos, sob o seu olhar maternal. Peçamos a Nossa Senhora a graça de ter o seu olhar, aque-le olhar que reflete a ternura de Deus. Deixemo-nos tocar pelo olhar materno da Santíssima Virgem, que ele penetre o nosso coração, o abra ao amor e à mise-ricórdia de Deus, à experiência da fé e da salvação”, convidou D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa.

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Essejota com novo site No seu quinto ano de existência, o site www.essejota.net, da Companhia de Jesus,

apresenta desde esta semana um novo grafismo e novas funcionalidades

No CCBPatriarca conversa sobre ‘Arte e Fé’O Centro Cultural de Belém, em Lisboa, recebe no próximo sábado, dia 26 de ou-tubro, entre as 18h30 e as 20h, D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, para um debate sobre ‘Arte e Fé’.Integrada no ciclo de palestras a propósito do Ano da Fé intitulado ‘as encruzilhadas das arte’, a conferência vai ter moderação de Maria Teresa Dias Furtado, professora associada da Faculdade de Letras.Informações: http://encruzilhadasdaarte.wordpress.com

Dia 24 de outubroD. Clemente preside à Missa das UniversidadesO Patriarca de Lisboa, D. Manuel Cle-mente, vai presidir, no próximo dia 24 de outubro, às 18h45, à tradicional Missa das Universidades. A celebração deste ano decorre na igreja do Sagrado Co-ração de Jesus, ao Marquês de Pombal, em Lisboa.A partir das 18h há confissões e após a Eucaristia os jovens universitários têm um momento de convívio, além da apresenta-ção de movimentos e grupos de pastoral universitária na Diocese de Lisboa.

Seminário do Verbo Divino‘Feira Missionária’, em LisboaO Seminário do Verbo Divino, em Lisboa, acolhe no próximo Domingo, 27 de outubro, uma Feira Missionária para ajudar as crianças do Liúpo, Moçambi-que. Organizada por um grupo de leigos associados às Missionárias Servas do Espírito Santo e Missionários do Verbo Divino, a Feira  Missionária tem início com a Missa, às 11h, e prolonga-se durante a tarde “com produtos da horta para vender, almoço, música e muita animação”, segundo a organização.

‘A fé do avesso’É fundamental reconduzira fé cristã à “vida, palavrae atitudes de Jesus”O Patriarca de Lisboa considera fun-damental reconduzir a fé cristã à “vida, palavra e atitudes de Jesus de Nazaré”. Num debate na Universidade Católica Portuguesa com o psicólogo Eduardo Sá e a jornalista Isabel Stilwell, intitulado ‘A fé do avesso’ e que foi transmitido pela rádio Antena 1, D. Manuel Clemente destacou a “matriz cristã” da sociedade portuguesa e defendeu a necessidade de que fé e ciência se possam “encontrar mais à frente” para sair de “grandes encontrões”. “Julgo que nos temos de encontrar mais à frente, no sentido de um saber mais humano”, insis-tiu, propondo a substituição da “ideia de domínio pela ideia de relação”. Durante a conversa, o Patriarca declarou ainda que “a dúvida é amiga da fé” no sentido em que questiona respostas que “talvez tenham sido apressadas”. As interrogações “huma-nas”, acrescentou, levam a “reapropriações sucessivas” da figura de Jesus, que “recupe-ram a relação mais a fundo”.Definindo o inferno como “a falta dos ou-tros”, D. Manuel Clemente declarou que há um “núcleo de convicções básicas de solidariedade” que deve “vir ao de cima” na Europa e na atuação dos organismos internacionais. O Patriarca de Lisboa dei-xou ainda um elogio a quase um “milénio de sobrevivência” do povo português. “O que me dá confiança em Portugal não é propriamente as nossas grandes vitórias, é a maneira como ultrapassamos as derro-tas”, referiu.Sobre o Papa Francisco, D. Manuel Cle-mente sublinhou que o Santo Padre se tem apresentado ao mundo como alguém “muito consistente, muito autêntico” que tem sabido atrair as pessoas. “As pessoas reconhecem uma autenticidade”, declarou.

Faleceu o Bispo Emérito de Aveiro e antigo Auxiliar de Lisboa

“D. António Marcelino foi sempre um homem entusiasmado, cheio de ânimo e de generosidade nas causas a que se dedicava por todos os meios – presença, palavras, escrita – e que entusiasmava quem estava ao lado dele”. É desta forma que o Patriarca de Lisboa recorda D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro e antigo Auxiliar de Lisboa, falecido no dia 9 de outubro.

fotos: PR/Agência ECCLESIA e Diocese de Aveiro

“Um homem que entusiasmava quem estava ao lado dele”

D. Manuel Clemente marcou presen-ça no funeral de D. António Marcelino, na Sé de Aveiro, tendo salientado, em declarações à Agência Ecclesia, a dimen-são pastoral de um bispo diocesano que “gostava de estar com as pessoas, de co-municar e de animar as comunidades”. “Era e é uma figura marcante” porque as

marcas continuam “entre o episcopado e a Igreja portuguesa que com o seu entu-siasmo e com a sua presença construía Igreja”, explicou.O Patriarca de Lisboa, que conheceu o fa-lecido Bispo Emérito de Aveiro em 1975 “quando este era Auxiliar do Patriarcado”, recordou também D. Marcelino como o defensor das causas “em que acreditava com a sua sensibilidade própria”, como “o laicado, a renovação das comunidades, a formação do clero, a causa social”. Esta dimensão, acentuou, fazia de D. António Marcelino um “homem muito autêntico e envolvido sempre em tudo aquilo que verdadeiramente acreditava e que queria que os outros acreditassem”.Também o Patriarca Emérito de Lisboa, Cardeal Policarpo, recordou D. António Marcelino à Agência Ecclesia, salientan-do que era “um pouco parecido com este Papa atual” por “não se esconder atrás da organização e das estruturas e ir para a

frente do povo de Deus”. D. José Policar-po recordou também os anos em que D. António Marcelino foi Bispo Auxiliar de Lisboa, entre 1975 e 1980. “No Patriar-cado até deu um pouco nas vistas porque os padres não estavam habituados a ele aparecer de surpresa numa paróquia para celebrar a Missa de Domingo, por exem-plo”, referiu.D. António Baltazar Marcelino, que ti-nha completado 83 anos de idade no passado dia 21 de setembro, foi recente-mente hospitalizado, vindo a falecer no dia 9 de outubro, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro. Natural de Caste-lo Branco, foi ordenado padre em 1955, nomeado Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa em 1975, Bispo Coadjutor de Aveiro em 1980 e residencial na mesma diocese a 20 de janeiro de 1988, onde permaneceu até 21 de setembro de 2006, quando foi substituído por D. António Francisco dos Santos.

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Domingo, 20 de outubro de 2013

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6ª Prova de Sopas de AlfornelosA paróquia de São Francisco de Assis de Alfornelos organiza, no próximo Domingo, dia 27 de outubro, a partir das 13h30, a 6ª Prova de Sopas de Alfornelos. A iniciativa, que vai ser animada pelo grupo ‘Quintet à Soup’, conta este ano com um número recorde de 26 sopas, todas oferecidas, quer por empresas de restauração, snacks e catering, assim como por particulares

75 anos da igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa

Portugal tem novo beato

Nos 75 anos da igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, situada na Avenida de Berna, o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, sublinhou a mensagem que o templo transmite.

O religioso português Mário Félix, da Congregação das Escolas Cristãs, foi proclamado beato em Tarragona, Espanha,numa cerimónia conjunta para a beatificação de 522 mártires da Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Um templo que ajudou na reconstrução da vida diocesana

Mário Félix foi beatificado em Espanha

“Desta igreja para o Patriarcado intei-ro, vai a lembrança esplendente dum percurso essencial. Como disse o seu ar-quiteto, Pardal Monteiro, seja qual for a planta dum templo cristão, o olhar de quem entra ou nele esteja é necessaria-mente orientado para o altar em que se assinala o sacrifício de Cristo, ou seja, a sua oferta ao Pai, regresso e progresso de nós todos com ele”, observou D. Manuel Clemente, na celebração que decorreu a 13 de outubro. “Mas, antes de o ser do olhar, este é um percurso sacramental que provém do Batismo. É aí que começa em cada um o trabalho do Espírito, configu-rando-nos a Cristo para sermos ‘filhos no Filho’ e membros vivos do seu corpo eclesial. Ora, a igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa contém e oferece uma das mais preciosas realizações da nossa arte cristã do século passado: o seu magnífico batistério, que resume em pouco espaço o pleno significado batis-

O Papa Francisco enviou uma sauda-ção aos participantes na cerimónia, em Tarragona, em mensagem vídeo, apelando à oração para que todos os batizados sejam “cristãos com obras e não de palavras”, firmes na fé e não “cristãos medíocres”, como “artífices da fraternidade e da solidariedade”. Além do religioso português, o grupo de 522

mal da vida”, continuou o Patriarca de Lisboa. “Daí mesmo progrediremos para o altar, já banhados pela luz transfigura-da que nos chega dos vitrais de Almada Negreiros, passo a passo e mais e mais. Entretanto, já nos envolveram irmãos no

grande espaço da nave de sugestões ainda góticas, isto é, ascendentes”, prosseguiu D. Manuel Clemente, concluindo: “Em tempos de ‘nova evangelização’, é essen-cial recuperarmos o itinerário cristão que esta igreja nos oferece”.

Reconstrução diocesanaO Patriarca de Lisboa considerou os 75 anos da igreja de Nossa Senhora de Fáti-ma um momento de ação de graças: “Em ação de graças pela vida divina que este magnífico templo assinala e em adoração reconhecida por tudo quanto Deus nele ofereceu e oferece”. D. Manuel Clemen-te referiu ainda que este templo “ilustra clarissimamente o que foi a primeira dé-cada do ministério episcopal do Cardeal Cerejeira” em Lisboa: “Ilustra sobretudo a sua grande determinação e até coragem, no sentido de reconstruir a vida dioce-sana depois das grandes dificuldades das décadas anteriores”. “A construção da igreja de Nossa Senhora de Fátima, pre-cisamente aqui onde a urbanização de Lisboa se alargava, integrou-se neste pla-no. E a novidade da topografia aliou-se perfeitamente com a novidade da arqui-tetura e das artes, numa modernidade consciente e assumida”, observou.

novos beatos inclui 514 espanhóis, três franceses, dois cubanos, um colombia-no e um filipino.O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, participou na celebração e dirigiu uma mensagem à diocese, na qual sublinha que a beatificação do irmão Mário Fé-lix “é mais uma graça que não pode ser desconhecida ou desconsiderada”.

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26 a 29 de abril de 2014 | Inscrições até dia 23 de outubro de 2013

LUGARES LIMITADOSCanonizaçãoJoão Paulo II e João XXIIIPEREGRINAÇÃO A ROMA COM O JORNAL VOZ DA VERDADE, ACOMPANHADA PELO PADRE NUNO ROSÁRIO FERNANDES

Beato Mário FélixManuel José de Sousa nasceu em San-ta Marta de Bouro, a 27 de dezembro de 1860, tendo entrado no Instituto de La Salle aos 28 anos. Foi fuzilado em Griñon, a 30 quilómetros de Madrid, a 28 de julho de 1936, após 48 anos de vida religiosa, na qual assumiu o nome de irmão Mário Félix.

www.vozdaverdade.org

o6/ Lisboa

Ano da FéAcompanhe toda a informação

sobre o Ano da Fé no Patriarcado em http://alturl.com/8oek9

Formação Nacional e Assembleia Geral de Outono do CPM PortugalDia 9 de novembro, o CPM Portugal (Federação Portuguesa dos Centros de Preparação

para o Matrimónio), realiza, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, a Formação Nacional para os casais pertencentes às equipas deste movimento, com o tema ‘Fazer a Paz –

o conflito como ocasião de crescimento’, seguida da Assembleia Geral de Outono

IDFC‘Paciência com Deus’, em debateO Instituto Diocesano da Formação Cris-tã, do Patriarcado de Lisboa, organiza, no próximo dia 7 de novembro, quinta-feira, às 21h30, a apresentação/debate do livro de Tomás Halík ‘Paciência com Deus – Oportunidade para um encontro’.A sessão vai decorrer no auditório da igreja de São João de Deus, em Lisboa, e conta com a participação de Conceição Moita, Henrique Raposo e o padre Ale-xandre Palma, prefeito do Seminário dos Olivais e colaborador do Jornal VOZ DA VERDADE.

O Papa Francisco nomeou D. Manuel Linda, até agora Bispo Auxiliar de Braga, como novo ordinário castrense em Portugal, sucedendo a D. Januário Torgal Ferreira que resignou por limite de idade.

D. Manuel Linda é o novo Bispo das Forças Armadas e de Segurança

O anúncio foi feito no passado dia 10 de outubro, pela Nunciatura Apostólica. “A minha missão, evidentemente, não é de natureza sindical, é o anúncio da verdade em Jesus Cristo, que passa pela dimensão afetiva e sociocaritativa, isto é, a presen-ça de quem pode dar ajuda a quem dela precisa, uma ajuda que não é meramente de ordem económica”, referiu D. Manuel Linda, de 57 anos, à Agência Eccle-sia. O novo Bispo das Forças Armadas e de Segurança disse ainda que pretende assumir este setor com “atenção” à reali-dade e “discrição” na sua atuação, face às dificuldades que o país enfrenta.O novo ordinário castrense foi capelão militar há três décadas e admite que a realidade hoje é “muito diferente”, ape-sar de essa experiência lhe permitir agora conhecer “minimamente o esti-lo de vida no ambiente militar”. “É um mundo que não me é completamente desconhecido, embora as coisas tenham mudado muito”, salientou.D. Manuel Linda era Bispo Auxiliar de

Braga desde junho de 2009, tendo sido ordenado em setembro do mesmo ano, na Catedral de Vila Real, e vai passar a residir em Lisboa. O prelado destaca que vai ter a missão “exclusiva” de liderar o Ordinariato Castrense, que acompanha os católicos nas Forças Armadas, mili-tares e também aqueles que, por vínculo

da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas, Guarda Nacional Re-publicana e Polícia de Segurança Pública.Até à tomada de posse do novo bispo, em data ainda a definir, o Ordinariato será guiado pelo padre Manuel Amorim, vi-gário-geral castrense, na qualidade de administrador diocesano.

Sucede a D. Januário Torgal Ferreira

Peregrinação Aniversária das Aparições em Fátima

O cardeal Tarcisio Bertone, que presidiu à Peregrinação Aniversária das Aparições em Fátima, exortou os cristãos a confiar em Deus, mesmo que a vida esteja difícil. Na celebração do 13 de outubro, no Santuário de Fátima, confiou a Maria o testemunho de fé da Igreja.

Chegar aos jovens através de Maria

“No ‘hoje’ da nossa vida, ameaçada por fragilidades e riscos vários, atravessada pela experiência básica de não podermos dominar o futuro, receosos de que a in-justiça e a morte tenham a última palavra sobre a existência humana, só é possível esperar verdadeiramente na vitória so-bre o mal e a morte, enfrentar a vida com coragem e determinação, se o rosto de Deus se deixar mostrar e nós o souber-mos ver nesses sinais deixados por outros crentes, sinais que testemunham como vale a pena confiar no Deus de ontem, de hoje e de sempre”, observou o então Secretário de Estado do Vaticano, num dos seus últimos atos públicos, uma vez que dois dias depois desta celebração o cardeal Bertone deixou o cargo.

Perante cerca de 200 mil fiéis, o cardeal italiano confiou a Maria o testemunho de fé da Igreja, para que esta consiga che-gar ao coração das pessoas, sobretudo dos jovens. “Confio-Vos o que parece ser hoje a coisa mais importante no serviço da Igreja: o seu forte testemunho de fé diante da hodierna geração de homens e mulheres, tentada pela crescente seculari-zação e indiferença religiosa que grassam por aí. Que este testemunho fale sempre a linguagem clara do Evangelho e assim encontre acesso aos corações, sobretudo da geração jovem!”, concluiu o cardeal Bertone.

Serviço aos mais pobresNa véspera, na noite do dia 12, o agora

antigo Secretário de Estado do Vatica-no reafirmou a importância da mãe de Cristo. “Olhai para Maria, invocai-a e imitai-a. Nós conhecemos o amor de Deus e – como Maria – acreditamos nele para sermos semeadores de espe-rança e construtores de paz”, afirmou. O cardeal Bertone apelou ainda aos pe-regrinos para serem solidários e seguir o exemplo de Maria. “Este santuário chama-nos à solidariedade com todos. Como pedras vivas que reciprocamente se apoiam e harmonizam na construção sobre a pedra angular que é Cristo. De nada serviria frequentarmos a Igreja se não nos levasse a viver em comunhão. A missão é o serviço aos mais pobres e marginalizados”, garantiu.

Domingo, 20 de outubro de 2013

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Das Beiras para o MundoO Pe. Carlos Alberto Nunes é natural do Sabubal, na Diocese da Guarda. Des-de cedo aprendeu o sentido e o valor de uma vida em comunidade, uma vez que é o quarto de cinco filhos. Entrou para o Seminário dos Combonianos em Viseu e daí passou para o Noviciado em Santarém e mais tarde prosseguiu os seus estudos de Teologia no Missionary Institute of London. Foi na capital britânica que foi ordenado diácono pelo Cardeal Hume e regressou depois a Portugal onde foi or-denado sacerdote no castelo de Sabugal por D. António dos Santos, no dia 15 de Julho de 1984. Hoje, o Pe. Carlos Alber-to Nunes recorda-nos o momento mar-cante da sua ordenação: “Lembro-me de estar prostrado conforme o ritual e sentir o calor do sol como senti mais tarde em África.” Depois da ordenação, o Pe. Car-los Alberto recebeu a missão de coordenar a promoção vocacional da comunidade comboniana em Portugal.

O Evangelho no dia-a-dia na ZâmbiaO Pe. Carlos Alberto classifica a vida missionária como uma “nobre aventura”. Depois do trabalho de acompanhamento vocacional no norte de Portugal, o nosso convidado de hoje partiu para a Zâmbia onde assumiu a missão de Diretor das Obras Missionárias Pontifícias da Arqui-diocese de Lusaka: “Foi um trabalho ma-ravilhoso. Especialmente o trabalho com a Infância Missionária e seus animadores. Ali, apesar das dificuldades que enfrentá-mos, senti que partilhámos o Evangelho da Alegria e da Esperança.” Hoje, recor-da-nos com especial carinho e saudade o momento da sua despedida onde teve um encontro com mais de 3000 crianças! É com igual emoção que recorda um mo-

mento muito recente vivido já em Por-tugal. Na passada semana, durante a Pe-regrinação Internacional Aniversária de Outubro em Fátima, o Pe. Carlos Alberto teve oportunidade de receber e acompa-nhar uma peregrinação de 28 pessoas que vieram da Zâmbia até este santuário ma-riano. Foi uma oportunidade de “retribuir o espírito hospitaleiro com que também fui recebido”. Em Fátima, puderam “cele-brar a missão que é ir e vir, partilha de fé e de dons de amizade, comunhão e frater-nidade”.

“Todas as obras de Deus nascem e crescem aos pés da Cruz”Esta frase de D. Daniel Comboni é para o Pe. Carlos Alberto uma síntese do seu

tempo de missão. É junto à Cruz que este missionário encontra a fonte da sua ação e dos seus projetos. “Nem sempre é fácil ‘pa-rar’, com tanto para fazer... perco-me no caminho”. Mas é precisamente “parando junto à Cruz” que este missionário recorda o sentido da sua missão, da sua vocação.

Três rostos vivos do EvangelhoO Pe. Carlos Alberto recorda-nos, do seu percurso de vida, três pessoas que o marcaram na sua caminhada huma-na e cristã. Durante o tempo que esteve em Londres conheceu o casal Richard e Mónica Menten. Quando regressou a Londres, já como padre, acompanhou os momentos finais da doença terminal de Richard. Mais tarde, já quando esta-

Missão /07

Pe. Carlos Alberto Nunes, Missionário Comboniano

Todas as obras de Deus nascem e crescem aos pés da CruzO nosso convidado de hoje é o Pe. Carlos Alberto Nunes, Missionário Comboniano, com uma história de vida marcada pela missão, que alarga o nosso horizonte de vida até às terras distantes da Zâmbia.

texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação

va na Zâmbia, recebeu um telefonema de Mónica: “Estou a pensar vender uma casa para vos ajudar a cuidar dos órfãos de que me tens falado. Eu não tive filhos porque assim foi a vontade de Deus. Agora quero ajudar essas crianças que já não têm pais.” Ainda hoje esse dinheiro continua a ser fundamental para ajudar muitos órfãos que vivem em pobreza extrema. Outro rosto marcante na vida do Pe. Carlos Alberto, foi o do peque-no David, uma criança de 9 anos, sem-pre alegre e bem-disposta que passava todos os dias pelo portão do seminário em Balaka, no Malawi. “Estranhamente não o vi durante uma semana. No do-mingo seguinte, quando regressava da missa numa aldeia, alguém da família me disse que o David tinha morrido. Não queria acreditar. Disseram-me que tinha tido uma insuficiência urinária. A mãe dele disse-me: ‘O David bem disse: ide chamar o Pe. Carlos que eu já fico bom’. Senti um arrepio no coração...” Um outro rosto que continua a marcar o percurso de vida do Pe. Carlos Alber-to é o de Amai Rosália, uma “velhina que nunca falta à missa e todos os dias reza pelos missionários e missionárias que partiram para outras terras.” No dia em que o Pe. Carlos se despediu da co-munidade, ela aproximou-se do altar e disse-lhe: “Tu agora vais para junto dos teus irmãos em Portugal. Diz-lhes que rezem por nós e nós também rezamos por eles”.

O regresso a Portugal Em Agosto de 2012, o Pe. Carlos Al-berto chegou ao Patriarcado de Lisboa e, desde então, tem procurado acompa-nhar vocacionalmente os jovens que de-sejam conhecer melhor a comunidade comboniana.

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Padre Daniel Comboni é santo desde há dez anos

“Trazer África para o coração da Igreja”

o8/ Especial

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O padre Daniel Comboni “foi um ho-mem de visão. Alguém que teve uma visão muito grande”, destaca ao Jornal VOZ DA VERDADE o provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, padre Alberto Silva, referindo-se ao fun-dador do Instituto que serve e das Irmãs Missionárias Combonianas.Nascido em Limone Sul Garda, Itália, em 15 de março de 1831, Daniel Com-boni sente, desde criança, o desejo de ser missionário. Aos 18 anos, enquanto alu-no do colégio do padre Nicolau Mazza, que acolhia as crianças pobres para que pudessem continuar os seus estudos, ou-viu o testemunho de um sacerdote mis-sionário em África que falava de regiões onde os povos morriam de fome, doen-ças e por causa do comércio de escravos. Sentindo-se interpelado, Daniel Com-boni decide consagrar a sua vida à evan-gelização do continente africano. Em se-tembro de 1857, com 26 anos de idade, já padre, parte para a África com mais cinco companheiros. De 1862 a 1864, Combo-ni vive dois anos decisivos. Percorre a Itá-lia e vários países da Europa com a finali-dade de envolver os cristãos europeus na tarefa de evangelização da África. Esta-belece contactos, recolhe fundos, procura colaboradores, acolhe ideias para elabo-rar um plano. Esse plano (‘Plano para a Evangelização da África Central’) que, segundo o padre Alberto Silva, “foi es-crito em 48 horas”, procurava fazer com que os missionários fossem para a África não para se instalar nela mas para criar as condições que levassem os próprios afri-canos a ser promotores da evangelização da África. “A ideia dele era evangelizar a África com a África. Salvar a África com a África”, acentua, sublinhando ainda que o padre Daniel Comboni “foi um missio-nário de terreno”. “Não alguém que fun-da um instituto para a África sem nunca lá ter ido. Ele viveu a partir dali e lia a própria realidade a partir de África, onde

viveu e morreu”, salienta. Em 1867, para cumprir este plano que propunha, o padre Daniel Comboni fun-da o Instituto para as Missões Africanas, e em 1872 as Pias Mães da Nigricia, hoje designados por Missionários Combonia-nos do Coração de Jesus e Irmãs Missio-nárias Combonianas, respetivamente.

Uma obra que não morreráNo ano de 1877, o padre Daniel Com-boni foi nomeado Bispo da África Cen-tral e, segundo os seus biógrafos, no mo-mento da tomada de posse terá afirmado: «No meio de vós, nunca deixarei de ser vosso. O dia e a noite, o sol e a chuva encontrar-me-ão sempre pronto para as vossas necessidades: o rico e o pobre, o são e o enfermo, o jovem e o velho, o pa-trão e o servo terão sempre acesso ao meu coração. Faço causa comum convosco e o mais feliz dos meus dias será aquele em que puder dar a vida por vós». Daniel Comboni veio a falecer a 10 de outubro de 1881, em Cartum, vítima do cansaço e das febres da época, deixando uma men-sagem aos seus sucessores: “Coragem no

Em 5 de outubro de 2003, o Papa João Paulo II canonizou Daniel Comboni, padre missionário, fundador da Família Comboniana. Uma família missionária que está presente em Lisboa e que na sua missão tem procurado valorizar o povo africano pelas suas próprias capacidades.

texto por Nuno Rosário Fernandes, com Diogo Paiva Brandão; fotos por Diogo Paiva Brandão e Missionários Combonianos

presente, mas sobretudo no futuro. Eu morro, mas a minha obra não morrerá!”.Segundo declarações do provincial des-te instituto missionário em Portugal ao Jornal VOZ DA VERDADE, o padre Daniel Comboni “era uma figura mui-to rica humanamente e espiritualmente” e “sempre foi um homem muito aber-to”. Na sua missão procurava entusias-mar outros para a necessidade de olhar para aquele continente. “Vinha com fre-quência à Europa para animar. Vinha da África dar testemunho, falar da missão, animar a Igreja. Porque naquele tempo a África estava completamente escondida e ele queria pôr a pérola negra na coroa da Igreja”, frisa o padre Alberto Silva, pro-vincial desde há seis anos, referindo que o padre Daniel Comboni “atraiu a aten-ção de pessoas na Europa e na própria Igreja”. “Ele vivia para a África. Era um homem de uma visão e de uma paixão muito forte”, acentua.

Inspiração carismáticaNa base do carisma fundacional deixado pelo padre Daniel Comboni está a espi-

ritualidade do Sagrado Coração de Jesus que, segundo o responsável da Província Portuguesa dos Combonianos, “é típica deste tempo”. “Nós temos essa espiritua-lidade muito forte”, observa. E conta: “O padre Daniel Comboni andava à procura de formas para conseguir fazer penetrar o Evangelho nestes países. Mas a nossa presença naquele tempo era muito difí-cil. Teve, então, a inspiração na altura em que se preparava para o Tríduo de Santa Margarida Maria Alacoque. Encontrou o Coração de Jesus como aquela fonte donde dimana a força e a vida para a re-generação da África. Foi inspiração caris-mática”, sublinha.Segundo o provincial dos Combonia-nos, para o padre Daniel Comboni, ca-nonizado pelo Papa João Paulo II em 5 de outubro de 2003, “o aspeto do laicado era muito importante”, e a primeira ideia de fundação não previa um instituto re-ligioso. “Inicialmente não era sua inten-ção fundar um instituto. A visão dele era alertar para a consciência de toda a Igreja de que era preciso anunciar o Evangelho e trazer África para o coração da Igre-ja”. Para isso, refere, “tentou várias formas e o sentido de colaboração que está nos Combonianos está também nas origens”. Deste modo, o padre Daniel Comboni fundou os missionários combonianos e as irmãs missionárias, mas “os leigos tam-bém estavam presentes”. “Tinha pensado numa família missionária que vivia em cenáculos, comunidades, de onde irradia-ram raios para o centro de África. Cons-truiu obras de educação em África para serem eles os protagonistas do próprio desenvolvimento”, explica o padre Alber-to Silva.

Amor sem medidaDiante do testemunho deste santo que foi, também, o primeiro Bispo da Áfri-ca Central, os combonianos sentem-se, hoje, interpelados. “Ele inquieta-nos com

“O padre Daniel Comboni atraiu a atenção de pessoas na Europa e na própria Igreja”, diz o provincial dos Combonianos em Portugal, padre Alberto Silva

Domingo, 20 de outubro de 2013

Especial /09

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Missionários Combonianos na internetwww.combonianos.pt

essa paixão e atenção à realidade e a en-trega total que teve, como alguém que se dá completamente, dá a sua vida aos afri-canos em excessivo amor sem medida”. Dez anos passados da canonização, de-pois de reconhecido o milagre opera-do por sua intercessão em favor de uma mãe muçulmana do Sudão, Lubna Abdel Aziz, a figura de São Daniel Comboni “obriga a olhar para as origens, para as raízes e cuidar delas”, recorda o padre Al-berto Silva. Por outro lado, considera que há a partilha de “uma grande riqueza”. “Já não é algo nosso, mas a missão é para a Igreja universal. Quem vive deste ma-nancial acaba por enriquecer o próprio carisma e todo o laicado, toda a Igreja pode viver a missão comboniana. Dei-xou de ser nosso mas enriquece a própria família”, reconhece. Sobre o milagre que levou à canonização, o padre Alberto jus-tifica: “O milagre que levou à canoniza-ção foi a cura de uma muçulmana, e isso é típico de um missionário. A sua ação vai para além das fronteiras da Igreja. Deus está onde o povo está”.

Missão em PortugalNa família comboniana há, em todo o mundo, cerca de 4000 membros, en-tre padres, irmãos e irmãs. O que, para o provincial em Portugal, “é pouco”. Em Portugal estão presentes nas dioceses de

Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Santarém e Lisboa, onde têm comunidades paro-quiais entregues em Camarate e Apela-ção. Esta nova experiência de paróquia, que se repete também em Calvão, na Diocese de Aveiro, “tem a ver com o ca-minho que a própria Província tem vin-do a fazer”, explica o padre provincial ao Jornal VOZ DA VERDADE. “As seis comunidades em todo o país procuravam fazer animação missionária e formar; pre-parar missionários para a África. Eram casas que funcionavam para fecundar e dar força ao trabalho missionário. Hoje continua essa urgência, mas enquanto aqui estamos é necessário responder às necessidades locais”, salienta o sacerdote religioso. Por outro lado, aponta: “Neste momento estamos com poucas vocações,

os seminários estão desertos e também aí o laicado adquire um valor importante”.Por detrás destas comunidades paro-quiais, onde agora os combonianos tam-bém marcam presença, está uma perspe-tiva de “presença multiministerial”. “A comunidade [canónica] é de três, um dos quais é irmão”, destaca. Quanto ao lado feminino, a existência das irmãs combo-nianas vem manifestar “que a mulher si-tuada e contextualizada pode ajudar” na Igreja. Em Fetais, que é um lugar da pa-róquia de Camarate, as religiosas missio-nárias “têm uma presença muito interes-sante”, comenta, apresentando o exemplo do projeto ’Despertar’ que é de “atenção às crianças de rua, onde são apoiadas cer-ca de 30 crianças”. “São respostas simples que vamos dando com rosto humano e

Media para a Missão

Em Portugal, os Missionários Com-bonianos tem três meios de comu-nicação com os quais procuram di-vulgar as suas atividades e dar voz a África. A revista missionaria ‘Além Mar’, a revista juvenil ‘Audácia’ e a folha ‘Família Comboniana’ fazem parte de uma das “grandes verten-tes da ação missionária” dos com-bonianos. “O campo dos media foi sempre utilizado desde o tempo do fundador”, refere o padre pro-vincial referindo os objetivos das publicações. “Formação e informa-ção. Informação do que se passa noutras igrejas e proximidade de culturas, procurando ser e fazer opinião. Que África tenha voz! Dar voz a eles mesmos, fazê-los prota-gonistas”, esclarece.

Compartir a dimensão missionáriaA aposta nos mais jovens é um desafio que também foi possível pela chegada de novos mem-bros. “Em Lisboa, com a vinda de dois novos membros portugueses, quis dar-se um novo ímpeto à pastoral juvenil e vocacional”, salienta o padre Alberto, referindo o JIM (Jovens In Missio) como dinâmica, de cariz também paroquial, onde têm apostado. “Tem como visão não tirar os jovens da paróquia mas fazer com que os grupos possam ter esse fermento e cariz missioná-rio. Tem um programa de pastoral que se vai fazendo dentro da própria vida paroquial e assim comparte-se a dimensão missionária”, refere.Os missionários combonianos vão, ainda, procurando fazer a animação missionária, “investindo na formação de leigos” com cursos de formação e espiritualidade missionária, e têm ainda gru-pos de oração missionaria.

simplicidade”, garante.Também neste projeto estão presentes os voluntários que colaboram com a famí-lia comboniana. “Do outro lado da rua também há ocasião para ser missionário”, adverte o padre Alberto Silva sublinhan-do que “não é preciso ir para fora para ser missionário”. “Ser missionário é um modo de estar! Já não é simplesmente uma geografia”, frisa.

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10/ Igreja no Mundo “A história da Ajuda à Igreja que Sofre comprova que hoje, como ontem, a fé pode

mover montanhas”

“Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”, diz o povo. A história recente da Islândia dá plena actualidade a este provérbio. O país passou por uma provação de alguma forma semelhante à portuguesa. Em 2008, contrariando tudo o que se-ria expectável, a Islândia foi atingida por uma profunda crise financeira. A falên-cia do gigantesco banco americano Leh-man Brothers, em Setembro de 2008, foi o começo do desmoronar de uma das economias aparentemente mais sólidas do mundo. Como os negócios da banca ocorrem es-sencialmente nos mercados internacio-nais, a queda em desgraça do Lehman Brothers arrastou para o desastre os três maiores bancos islandeses e o país, no final desse ano, entrou em falência.

Terra estranhaPara o Bispo Pierre Bürcher, esta crise só podia ser um pesadelo. A Islândia a entrar em falência e, um ano antes, em Outubro de 2007, o Papa Bento XVI a promovê-lo de Bispo Auxiliar de Lausanne, na Suíça, a responsável pela Diocese de Reiquiavique. Ainda D. Pierre Bürcher estranhava aque-la terra de vulcões e gelo, com um Inverno praticamente todo coberto de noite e um Verão em que os dias quase não conhecem ocaso, e já tinha em mãos o drama maior da aflição dos Islandeses. A crise veio mudar muita coisa. Onde an-tes havia abundância, onde a palavra “de-semprego” era quase inexistente, de súbito tudo se alterou. As certezas deram lugar às mais perplexas interrogações: como era possível? Antes da crise, na Islândia ninguém temia o futuro. De tal maneira que, há alguns anos, quando as Missionárias da Carida-de, ordem fundada por Madre Teresa de Calcutá, decidiram abrir um pequeno cen-

Não havia pobres na Islândia, mas agora, mais de setenta pessoas dirigem-se todos os dias à modesta casa das Irmãs da Caridade para comer

Desde que a crise bateu à porta da Islândia a comunidade católica quase que triplicou e o Bispo de Reiquiavique, D. Pierre Bürcher, não tem mãos a medir

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tro em Reiquiavique, todos procuraram fazer-lhes ver que era insensato. Por certo haveria lugares no mundo onde seria mais necessário o seu abnegado trabalho em favor dos mais pobres. E repetiram a ex-pressão vezes sem conta: não havia pobres no país. Mas elas insistiram e alugaram uma pequena casa começando por ofere-cer refeições aos mais necessitados. Hoje, mais de setenta pessoas dirigem-se todos os dias à modesta casa arrendada pelas Ir-mãs da Caridade para comer. E não havia pobres no país!

Igreja universalA Islândia mudou. De país cheio de si, cheio de certezas, passou a ser uma na-ção mais solidária, mais rigorosa tam-bém com aqueles que os governam, levando até ao banco dos réus o primei-ro-ministro de então, sob a acusação de incompetência. Mas houve mais mudanças. Até ao ní-vel da Igreja. De um total de cerca de 320 mil habitantes, apenas 10 mil são católicos, 3% da população geral. E são de muitas nacionalidades, por causa das

comunidades migrantes que se estabele-ceram no país, oriundas da Polónia, Fili-pinas, até de Portugal. “É uma Igreja Ca-tólica no seu verdadeiro sentido. É uma Igreja universal”, diz o Bispo Bürcher. São poucos, mas a comunidade católica quase que triplicou desde que a crise ba-teu à porta da Islândia e o Bispo de Rei-quiavique não tem mãos a medir. Com ele trabalham mais 17 padres. Pode pa-recer um número mais do que suficien-te, mas é apenas mera ilusão. Dadas as longas distâncias a percorrer, por vezes o Bispo é obrigado a viajar de avioneta para administrar, por exemplo, o Sacramento da Reconciliação, pois muitas das estra-das estão intransitáveis de Inverno. Os Católicos são poucos e estão muitas ve-zes isolados enquanto comunidade. Por não ser possível fazê-lo presencialmente, a maior parte das crianças só conseguem ter aulas de catequese através da Internet. Mas o futuro mostra-se radioso. “Depois da tempestade vem a bonança” costuma também dizer o povo. A crise económica que se abateu sobre a Islân-dia veio demostrar que tudo se pode des-moronar de um dia para o outro e que mais importante do que as riquezas acu-muladas nos bancos são os sentimentos de afecto, solidariedade e compaixão, que nunca se desvalorizarão, nem entrarão em falência, e que são gratuitos. “O amor é contagioso”, costuma dizer o Bispo Pierre Bürcher. E tem toda a razão!

Islândia: uma Igreja que cresce e precisa de ajuda

“O amor é contagioso”De muito rico a país falido. A Islândia viveu, nos últimos anos, um pesadelo que parecia impensável para uma das nações mais prósperas do mundo. Mas, quando a crise se abateu, depressa todos perceberam que havia muita coisa a mudar. E não era apenas a nível do Governo ou da economia…

Domingo, 20 de outubro de 2013

A uma janela de Roma /11com Aura MiguelJornalista da Rádio Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão

O Papa consagrou o mundo a Nossa Senhora, durante a Jornada Mariana em Roma com a presença da Imagem original da Capelinha das Aparições. Vaticano tem novo Secretário de Estado e o Papa falou de nova evangelização.

“Maria leva-nos sempre a Jesus”

1. O Papa Francisco consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, na presen-ça da Imagem de Nossa Senhora de Fátima (ver caixa). Foi no final da Missa do passa-do Domingo, dia 13 de outubro, perante de cerca de 300 mil pessoas que não couberam na Praça de São Pedro, em Roma. Um mo-mento que o Patriarca de Lisboa considera ser especial para Portugal. “Ficamos muito contentes como católicos e como portugue-ses, porque isto passa por nós, por aquilo que é o Catolicismo português e o que oferece à Igreja Universal concretamente através de Fátima, que antes de mais Nossa Senhora nos quis oferecer”, referiu D. Manuel Cle-mente, em declarações à Renascença, sa-lientando que no Ano da Fé a mensagem de Fátima ganha nova relevância. “É motivo de contentamento e regozijo e tudo isto se insere e ganha relevo no Ano da Fé, que tem esta componente mariana fortíssima, e de-pois com tudo aquilo que a própria mensa-gem de Fátima nos transmite de conversão ao Evangelho, e uma vida mais conforme aos mesmos ditames evangélicos. É essa a mensagem de Fátima e se ela é sempre im-portante, no tempo que vivemos, quer em Portugal quer no mundo, é muito particu-larmente importante”, considera o Patriarca de Lisboa.

2. Na celebração de Domingo, o Papa considerou que Nossa Senhora é, para a Igreja, um exemplo, pela sua disposição sempre pronta a acolher as surpresas de Deus e a manter-se fiel. “Maria disse o seu ‘sim’ a Deus, um ‘sim’ que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o úni-co; antes, foi apenas o primeiro de muitos ‘sins’ pronunciados no seu coração tanto nos momentos felizes, como nos dolorosos…

muitos ‘sins’ que culminaram no ‘sim’ ao pé da Cruz. Estão aqui hoje muitas mães; pen-sai até onde chegou a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu único Filho na Cruz”.A presença em Roma da Imagem venerada na Capelinha das Aparições, em Fátima, foi o ponto alto da Jornada Mariana do Ano da Fé, organizada pelo Conselho Pontifício para a promoção da Nova Evangelização. No sábado, dia 12, Francisco conduziu uma catequese mariana, em plena Praça de São Pedro repleta de fiéis que acenavam com lenços brancos e entoavam o cântico do 13 de maio. “Reunimo-nos aqui, neste encon-tro do Ano da Fé dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, nossa Mãe. A sua ima-gem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no meio de nós. Maria leva--nos sempre a Jesus”.O Papa esperou Nossa Senhora de Fátima na Praça de São Pedro, recebeu-a com um beijo e ofereceu um Terço antes de rezar junto à Imagem. Antes, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima passou pela residência do Papa Emérito Bento XVI, em procissão que se prolongou até à Casa de Santa Marta onde vive o Papa Francisco.

3. O cardeal Tarcisio Bertone abando-nou esta terça-feira o cargo de Secretário de Estado do Vaticano, sendo substituído pelo diplomata monsenhor Pietro Parolin, de 58 anos. Razões de saúde impediram Parolin de estar presente no Vaticano, para assumir o cargo. Foi o próprio Papa explicou que o novo Secretário de Estado teve de se sub-meter a uma pequena intervenção cirúrgica e por isso estará ausente durante as próximas semanas.Durante os sete anos de governo no Vatica-no, o cardeal Bertone (quase com 79 anos e

que trabalhou com Ratzinger na Congrega-ção para a Doutrina da Fé) foi alvo de duras críticas, quer pelo facto de não ter experiên-cia nem formação diplomática, quer pelo seu nome surgir nos documentos roubados, no chamado dossier Vatileaks. Pelo contrário, monsenhor Pietro Parolin, até agora Nún-cio Apostólico na Venezuela, tem uma vasta experiência diplomática, não só na América Latina, mas também na Ásia. O Papa deixou elogios à “lealdade” do Se-cretário de Estado cessante e à sua “coragem” face às adversidades.

4. O Papa Francisco defendeu, esta segunda-feira, que o centro da nova evan-gelização deve ser o encontro com Cristo e

com a sua misericórdia. Numa intervenção perante a assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, em Roma, Francisco mostrou-se ciente dos de-safios colocados à Igreja nestes tempos mar-cados pela aparente irrelevância da fé, mas disse ser necessário centrar a mensagem da Igreja no essencial, que é o encontro com Cristo e com a sua misericórdia. “A indife-rença para com Deus e irrelevância da fé são marcas do nosso tempo”, recordou. Assim, a nova evangelização deve despertar a vida da fé no coração e na inteligência do homem contemporâneo. Francisco reconhece que a tarefa é complicada, porque o mais impor-tante não são os discursos, mas sim o teste-munho de vida.

1. 3. 4.2.

Bem-aventurada Virgem Maria de Fátima,com renovada gratidão pela tua presença materna,unimos a nossa voz à de todas as geraçõesque te chamam bem-aventurada.

Em ti celebramos as grandes obras de Deus,que nunca se cansa de se inclinar com misericórdiasobre a humanidade, aflita pelo mal e ferida pelo pecado,para a curar e salvar.

Acolhe com benevolência de Mãeo ato de entrega que hoje fazemos com confiança,diante desta tua imagem, para nós tão querida.

Estamos certos que cada um de nós é precioso aos teus olhose que nada do que habita nos nossos corações te é estranho.Deixamo-nos alcançar pelo teu olhar tão doce

Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Nossa Senhora

Oração do Santo Padre*e recebemos a consoladora carícia do teu sorriso.Cuida da nossa vida entre os teus braços;abençoa-nos e reforça todo o desejo de bem;reaviva e alimenta a fé;sustém-nos e ilumina a esperança;suscita e anima a caridade;guia-nos a todos no caminho da santidade.

Ensina-nos o teu próprio amor de predileçãopelos pequenos e pobres,pelos excluídos e pelos que sofrem,pelos pecadores e os de coração perdido:reúne-os a todos sob a tua proteção,e a todos entrega ao teu dileto Filho, o Senhor Nosso Jesus.Amén

* tradução do original italiano do Jornal VOZ DA VERDADE

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O que é a formação de animadores?É uma oportunidade de aprofundar a ligação a Cristo, à Igreja e à Diocese, na sua diversidade de experiências, de pessoas, grupos e de movimentos. Todos os anos o Serviço da Juventude disponibiliza uma formação para aqueles que são ou virão a ser animadores de grupos de jovens. Trata-se de uma caminhada em grupo composta por três encontros anuais num ciclo de três anos.

12/ Juventude O Serviço da Juventude na internetVisita-nos em www.juventude.patriarcado-lisboa.pt

É curioso ver como Deus se manifesta sempre de variadas maneiras. E comigo não foi diferente. No início quando me convidaram a fazer este caminho de 3 anos, confesso que me senti incomoda-da e talvez até renitente em aceitar mas à medida que o nosso encontro com Deus acontece, ao longo da caminha-da, ficamos mais enamorados por Ele, o que traz com isso uma responsabilidade enorme de testemunhar o amor que Ele oferece a cada um de nós. E esta é, sem qualquer dúvida, um grande desafio que é colocado a uma jovem de 22 anos.Mas o desafio não acabou aqui. Este “sim” que eu dei, trouxe com ele uma sé-rie de coisas maravilhosas. O sentimen-to de pertença a Diocese de Lisboa, a amizade com pessoas que eu até então desconhecia completamente, o encontro com cada um daqueles que comigo qui-seram partilhar esta experiência da Igre-ja de Cristo.Este ano, com o término da formação de animadores, os desafios que se colocam são outros. Toda esta experiência de três anos com um grupo, tem de ser levado a cada Paróquia. Não podemos continuar como Pedro, Tiago e João ao subir ao Monte Tabor, que queriam permanecer ali porque se sentiam confortáveis. Pelo contrário, o desafio que nos é colocado é de descermos do Monte, para que pos-samos, cá em baixo, contar as maravilhas de Deus àqueles que ainda não O co-nhecem.Este testemunho só será possível se ade-rirmos realmente a Cristo, se o colocar-mos sempre em primeiro lugar em to-das as escolhas das nossas vidas. E é este o verdadeiro compromisso com Jesus. Deus chama-nos todos os dias a amar o outro. Como posso eu não amar o outro quando eu sei que Deus me ama tanto ao ponto de entregar o Seu Filho Uni-génito para me salvar? Não posso. Por-tanto, só me resta olhar para o outro com o mesmo carinho com que Deus olha para mim. Esta responsabilidade advém do compromisso e da adesão a Cristo.

Quanto mais O conheço, mais eu quero anunciar a Boa-Nova. Outro desafio que nos é colocado, e que não poderia deixar de referir, é o Ser-viço. Este desafio é deveras complicado. Costumo dizer que é o desafio da dispo-nibilidade, não só a de tempo mas, antes de tudo o resto, a disponibilidade do co-ração. E este é um desafio altruísta, sair-mos da nossa zona de conforto para nos

colocarmos ao serviço daquele que pre-cisa de nós. E é tão bonito ver a trans-formação daquele que serve o outro, tal como aconteceu com os discípulos no Lava-pés. Para terminar, gostaria de referir um úl-timo desafio que penso ser importante. O desafio de deixarmo-nos ser cuidados por Deus, através da oração. Deus não nos dá soluções mágicas, mas acreditem

Formação de animadores

Quais os desafios para o futuro?No fim de mais um ciclo de formação de animadores, o Serviço da Juventude procurou saber qual o legado desta caminhada e quais os principais desafios para os jovens formados.

que “tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis”.Um grande bem-haja a todos os meus amigos da Formação de Animadores 2010/2013, incluindo os nossos queri-dos formadores. Que a Luz de Cristo vos ilumine sempre!

Daniela RodriguesParóquia da Amadora

Domingo, 20 de outubro de 2013

Vê ou revê na íntegra o XVIII Festival da Canção CristãAcessível no canal do Patriarcado de Lisboa no YouTube, em www.youtube.com/patriarcadolx

Juventude /13

A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmi-tida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Se-nhor da vida e da história (Rm 10,9). Se tivermos esta intenção missionária no nosso trabalho pastoral seremos anuncia-dores do evangelho, num espaço que não tem fronteiras porque o evangelho é para todos. Isto significa abrirmo-nos tam-bém a uma nova realidade bem presente nos dias de hoje, em particular entre o público mais jovem.A Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro foi um bom exemplo do que a Igreja pode fazer ao aproveitar as opor-tunidades oferecidas pelas redes sociais sem se comprometer com os seus efei-tos mais negativos. Estar presente nesta «dimensão existencial da comunicação» é responder ao apelo de Jesus Cristo no Evangelho: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28, 19).Para a equipa de comunicação da JMJ, da qual fiz parte, inicialmente o grande desafio passou por ter uma identidade vi-sual cuidada, promovendo uma forma de comunicação credível e ao mesmo tem-po próxima do público. Houve depois a necessidade de divulgar informação generalista relacionada com a JMJ, pro-mover campanhas, divulgar conteúdos de reflexão partindo de textos bíblicos ou frases do Papa e cuidar do diálogo entre o peregrino e a organização, respondendo às dúvidas. Os conteúdos destinaram-se a um pú-blico global e tornaram as redes num espaço de encontro e formação para os peregrinos e também para todos aqueles que, impossibilitados de viajar, puderam fazer um caminho espiritual muito pró-

ximo. Contámos com uma colaboração de mais de 120 voluntários em todo o mundo que, através de uma plataforma online, asseguraram a tradução e publica-ção da informação nos 21 idiomas e nas mais diversas redes sociais, tais como o Facebook, Twitter, Youtube, Flickr, Tum-blr, Ask.fm, Formspring e Google+.Durante a semana de realização da JMJ Rio2013 o trabalho nas redes sociais era feito em tempo real, dando destaque às frases do Papa e a todos os acontecimen-tos diários que tinham lugar. Para o sucesso da comunicação da Jorna-da Mundial da Juventude foi importante o alcance da informação, não só para os 3,7 milhões de peregrinos que estiveram em Copacabana mas também para as dezenas de milhões de pessoas que rece-beram, através destas novas plataformas, a mensagem de Jesus Cristo.Estes exemplos vêm confirmar a impor-tância de nós, Cristãos, estarmos também presentes nas redes sociais, como evangeli-zadores. É essencial levarmos a Boa-Nova de Jesus Cristo a quem frequenta estes novos espaços porque aí também encon-tramos desorientação, uma necessidade muito grande de afeto e até uma procu-ra “tímida” de Jesus Cristo. Que respostas oferecemos nós a essa procura? É certo que nunca alcançaremos uma rede social livre de aspetos nocivos mas, como cristãos, temos este apelo urgen-te para dar respostas às inquietações das pessoas que se tornam presentes nesses ambientes. E o tempo é «hoje», porque enquanto permanecemos afastados reti-ramos hipóteses a muitos de conhecerem Jesus Cristo.

Filipe Teixeira

Redes Sociais na JMJ Rio2013

Um desafio para todos nós CALENDÁRIO 2013-2014O Serviço da Juventude apresenta o seu calendário de atividades para o ano pastoral 2013-2014 sob o lema: “O que importa é a fé que se realiza pela caridade.” (Gal 5,6).

Descarrega também o calendário em www.juventude.patriarcado-lisboa.pt

2013

20-22 SetembroII Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil28 SetembroXVIII Festival Diocesano da Canção5 OutubroEGA – Encontro Geral de Animadores26 OutubroConselho Diocesano da Pastoral Juvenil9 NovembroXV Fórum Ecuménico Jovem (Lamego)7 DezembroRezar [n]o Advento

2014

25 JaneiroVigília Ecuménica Jovem15 MarçoRezar [n]a Quaresma13 AbrilXXIX Dia Mundial da Juventude3-4 MaioFátima Jovem18 MaioXI Jornada Diocesana da Juventude07 JunhoVigília de Pentecostes

14 JunhoConselho Diocesano da Pastoral Juvenil27 SetembroXIX Festival Diocesano da Canção

E ainda...

FORMAÇÃO DE ANIMADORESNovo ciclo da FA (2013-2016). Para mais informações consulta o nosso site.

ITINERÁRIO JUVENILGuia para três anos de encontros de grupos de jovens (pós-Crisma). Pode-rás adquiri-lo e obter mais informações através do nosso email [email protected]

TERÇAS.COMDe Outubro 2013 a Junho 2014

1ª Terça de cada mês: Vocacional rapazes (>18); 2ª Terça de cada mês: Vocacional raparigas (>18);3ª Terça de cada mês: Namorados (>18); 4ª Terça de cada mês: Palavra ou Fé e Cultura; 5ª Terça (Outubro e Abril): Caridade e Serviço

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SUGESTÃO CULTURALÀ PROCURA DA PALAVRADOMINGO XIX COMUM  Ano C“E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite…?”Lc 18, 7

Sem desfalecer Há alguns anos um anúncio publicitá-rio elogiava a duração de determinadas pilhas com um coelhito a tocar bateria, que no meio de outros láparos com o mesmo instrumento, se mantinha ac-tivo enquanto todos iam desistindo por falta de energia. “E dura, e dura, e dura…” era o slogan que ficava no ou-vido. É curioso como em tantas coisas da vida, e algumas a que chamamos im-portantes, o comum é gastar-se a ener-gia com o tempo, perder-se o encanto e o entusiasmo inicial. O certo é que é preciso recarregar as “pilhas”, renovar os compromissos, apontar para o essencial e assumir que há causas que não se po-dem abandonar, sob o risco de perder-mos o mais importante. É aí que, como diz o meu amigo padre e desenhador José Luís Cortés, que os amigos são importantes: “As pilhas recarregam-se com uma “pilha” de amigos”! “Orar sem desfalecer” é um tema muito querido a São Lucas que o refere várias vezes. Mas a parábola de Jesus que hoje nos oferece aponta, sobretudo, a fome

e sede de justiça que uma viúva (pobre ente os mais pobres) não se cansa de pedir a um juíz (“que não temia a Deus nem respeitava os homens”). E o tema da justiça é repetido quatro vezes no pe-queníssimo relato. Não é um manual de oração o que Jesus oferece. Bem dife-rente de várias publicações “pseudo-re-ligiosas”, que circulam pelos escaparates ou na internet, com orações para todas as circunstâncias, Jesus ensina a clamar pela justiça, a sintonizar com Deus por um projecto mais digno de sociedade. A oração de súplica encontra paralelo no clamor dos pobres, na perseverança em favor de quem é oprimido, e essa é uma causa que nenhum cristão pode aban-donar. Daí que toda a oração tenha uma componente de transformação: da rea-lidade, que desejamos mais justa e mais coerente com o próprio desejo de Deus; e de quem reza, que ao abrir-se a Deus reorienta as suas prioridades segundo o critério substancial do amor. Dizia o filósofo Platão: “Não há vento favorável para aquele que não sabe para onde vai”,

e assim acontece para muitas realida-des da sociedade, e também para quem faz da oração um auto-consolo ou uma alienação das responsabilidades, em vez de um diálogo que abre caminhos. A perseverança é uma virtude que se cultiva. Muito diferente do fanatismo ou da intolerância, defeitos que endu-recem e atrofiam o coração e a men-te, a perseverança tem a sua força nas motivações. E quando o valor maior é a felicidade dos outros vale a pena lutar por ela. Revestida de sabedoria, apre-sentando objectivos realizáveis, e reco-nhecendo os pequenos progressos, ela lembra-nos que “o muito é sempre feito de pequenos poucos” ( J.Luís Cortés). Nestes dias de grande sofrimento eco-nómico e social é duro constatar que a perseverança parece ser exclusivamente da austeridade. Em que justiça podere-mos encontrar motivações? Que per-severança nos é pedida? Que fé quer o Filho do Homem encontrar quando voltar, se não uma fé como a da viúva, comprometida na justiça e na verdade?

pelo P. Vítor Gonçalves

Um caminho sob o olhar de MariaO Carmelo de Coimbra publicou a obra ‘Um caminho sob o olhar de Maria’, que apresenta a biografia completa da Irmã Lúcia. O livro mostra como se desenrolou a vida daquela que viu, falou e privou, de muito perto, com a Senhora mais brilhan-te que o sol, e revela vários aspetos e acon-tecimentos da sua vida, desconhecidos até ao presente, documentados pelos seus escritos pessoais, tendo como base aquilo que ela própria narrou da sua vida. O Pre-fácio do livro é da autoria de D. Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra, que se refere à Irmã Lúcia como “a criança abençoada e escolhida para difundir no mundo a men-sagem de paz e salvação de Deus”.Publicado pelas Edições Carmelo, ‘Um caminho sob o olhar de Maria’ conta, ain-da, com uma fotobiografia que acompa-nha o desenrolar dos capítulos que narram a vida da Irmã Lúcia.

DOMINGO XXX DO TEMPO COMUM – ANO C (27 de outubro)

CÂNTICO

Alegre-se o coração

Tende piedade de mim, Senhor

Quando Vos invoco sempre me atendeis

Quem se exalta será humilhado

O Senhor alimenta

Jesus Cristo amou-nos

Cantarei ao Senhor um cântico novo

COMPOSITOR

M. Simões

A. Oliveira

M. Luís

F. Santos

F. Silva

M. Luís

F. Silva

FONTE

CEC II 134

CPD 521

SR 308

CP2 277

NCT 267

CAC 203

NCT 212

USO LITÚRGICO

Entrada

Apresentação dos Dons

A. Dons / Pós Comunhão

A. Dons

Comunhão

Comunhão / Pós Comunhão

FinalDEPARTAMENTO DE LITURGIA DO PATRIARCADO

DE LISBOASIGLAS | CAC – MANUEL LUÍS, Cânticos da Assembleia Cristã, Secretariado Nacional de Liturgia | CEC – Cânticos de Entrada e Comunhão, vol. I-II, Secretariado Nacional de Liturgia | CP – FERREI-RA DOS SANTOS, Canto Perene, Secretariado Diocesano de Liturgia Porto | CPD – Canta Povo de Deus, Santuário de Fátima | NCT – Novo Cantemos Todos, Editorial Missões | SR – MANUEL LUÍS, Salmos Responsoriais

Domingo, 20 de outubro de 2013

Facebook Jornal Voz da Verdadewww.facebook.com/vozdaverdade Opinião /15

O Papa Francisco, cuja índole pastoral pre-domina sobre a doutrinal ou a meramente disciplinar, quis recordar que a Igreja e os seus ministros devem ser, sobretudo e prin-cipalmente, não juízes mas pastores, não po-lícias da fé e dos bons costumes, mas agentes da misericórdia divina, médicos das almas todas, pais e irmãos de todas as pessoas.Se, depois desse acolhimento inicial, que a todos deve ser dispensado, se gerar uma dinâmica de conversão pessoal, fará sentido o oportuno esclarecimento doutrinal, como introdução aos sacramentos da iniciação cristã, ou da cura. O catecúmeno será, en-tão, informado sobre as exigências morais fundamentais que comporta a vida cristã e a que se obriga pelo santo baptismo. Por sua vez, o já cristão em processo de reapro-ximação à Igreja deverá, para esse efeito, re-correr à confissão sacramental e, nessa sede, o sacerdote não poderá deixar de ajuizar, de forma congruente com a doutrina cristã, os actos de que espontaneamente se acuse o crente, exortando-o à prática da vida cristã, sob pena de não poder ainda receber a de-sejada absolvição. Mas, antes desse momento sacramental, quer por via do baptismo, quer por via da reconciliação e penitência, há certamente, para muitas pessoas, um longo caminho a percorrer. É para esse penoso percurso que o Papa Francisco quer oferecer o seu bor-

Anda por aí um sururu dos diabos – nunca melhor dito … – por causa da entrevista do Papa ao Padre António Spadaro, director da revista La Civiltà Cattolica. Alguns publicanos embandeiraram em arco, à conta da suposta aprovação, pelo Santo Padre, de certas atitudes que a doutrina da Igreja condena. Outros, pelo contrário, quando souberam que o Papa lamentava a obsessão de alguns por certos temas mo-rais, escandalizaram-se, como se, depois de anos de generosa dedicação a essas causas fracturantes, agora lhes fugisse o chão de-baixo dos pés. Se os primeiros se sentiram, depois de décadas de aparente exclusão eclesial, finalmente acolhidos e abençoa-dos, os últimos, ao invés, experimentaram a amargura da contradição, como se tivessem sido traídos pelo seu bem-amado chefe e principal mentor.Não se pode minimizar uma declaração papal, mas também não se deve exagerar a sua relevância. A conversa do Papa Fran-cisco com o jesuíta que o entrevistou não é mais do que isso e, como tal, deve ser entendida. O Santo Padre não pretendeu

reformar a doutrina, nem a moral católica, que permanecem incólumes e que devem ser aferidas pelos textos oficiais, como são o Catecismo da Igreja Católica, as encíclicas, os documentos conciliares, as instruções dos dicastérios romanos, etc. Portanto, do ponto de vista doutrinal, nada de novo na Igreja Católica.Outra é a questão pastoral do acolhimento a dispensar aos fiéis e aos não crentes que se encontram em situações especiais. Re-ceber, com delicadeza e afecto, um doente, não é sinónimo de condescendência com o seu mal: pelo contrário, o amor ao enfermo obriga até a combater a sua enfermidade, mas não de tal forma que, debelando-se o mal, venha o paciente a morrer da cura.Para um profissional da saúde, chamado a atender as pessoas que se envolveram numa rixa, a questão da culpa não se põe: todos são, por igual, pacientes e todos merecem a mesma solicitude clínica. O juiz determi-nará depois, se necessário, a responsabili-dade criminal dos intervenientes, mas uma tal inquirição está obviamente para além do acto médico.

Francisco, os publicanos e os fariseuspelo P. Gonçalo Portocarrero de Almada

dão de bom pastor e a solicitude misericor-diosa da Igreja a que preside na caridade.Quando o Cardeal Bergoglio aceitou a sua eleição como sucessor de Pedro, escolheu para si mesmo o nome de Francisco. Fê--lo em nome dos pobres e com a consciên-cia de que esse nome era, para a Igreja e para o mundo, um desafio e uma provoca-ção. Também o poverello de Assis o foi no seu tempo, pelo seu desprezo das riquezas e pela originalidade escandalosa do seu exemplo mendicante e da sua pregação.O Papa Francisco incomoda muita gente, porque não teme ir ao encontro da ovelha extraviada. Não consente no seu extravio, mas também não a enxota. Nem teme, na mais ortodoxa fidelidade à doutrina católi-ca, as críticas dos bons, bem mais papistas do que ele. Também de Jesus os fariseus diziam que não observava o sábado e que convivia com publicanos e pecadoras… Em boa hora o Senhor o fazia, porque há mais alegria no reino dos Céus, por um pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que perseveram no bem.

Falo-vos de um livro que transcreve uma entrevista de António Marujo que corres-ponde a um encontro muito fecundo entre os Padres Ramón Cazallas e António Rego. Li-o com muito gosto e proveito espiritual e intelectual. Em “Quando a Igreja desceu à terra” (Lucerna, 2013) há uma atitude orien-tada para o futuro. Há muito por fazer. O Concílio Vaticano II deve ser entendido de forma dinâmica: “O sonho e a ousadia de João XXIII lançaram a Igreja num diálogo aberto com a modernidade”. E agora não podemos pensar este impulso como se ele se mantivesse imutável há cinquenta anos. É no tempo de hoje que temos de ouvir o Papa Francisco a fazer-nos compreender que não podemos responder às pretensões dos nossos netos com as audácias dos nos-sos avós, como gostava de dizer Emmanuel Mounier. “A Igreja quando fica fechada adoece e quando sai pode ser atropelada; prefiro uma Igreja atropelada a uma Igreja doente”… – diz o Papa. A metáfora significa apenas isto: temos de sair, de ir para junto das pessoas, mesmo correndo o risco de ter

um acidente… É extraordinário lembramo--nos de como João XXIII, pouco antes de morrer, legou ao Concílio e ao mundo a en-cíclica Pacem in Terris, decisiva para animar o “Esquema XIII” (que viria a ser a consti-tuição Gaudium et Spes), colocando os “sinais dos tempos” na ordem do dia, para abrir os horizontes de mudança, com fidelidade à mensagem de Jesus Cristo. Se não fosse essa persistência, a constituição Gaudium et Spes teria ficado pelo caminho… Infelizmente, a Pacem in Terris continua por cumprir – e deve dizer-se que o Papa Francisco repõe, na força dos nossos dias, a atualidade desse apelo lancinante.Há que tirar consequências de tudo isto. O acontecimento é nosso mestre interior. “Agora, a Igreja é um mistério, no qual o povo de Deus vem primeiro e só depois a hierarquia. E é este povo que nos interroga e nos interpela e é a ele que nos devemos dedicar”, como diz o Padre Ramón Cazallas, que acompanhou o Concílio em Roma en-quanto estudante. E a luz do mundo (lumen gentium) é Cristo, sendo a Igreja o reflexo

Dom e oportunidadepor Guilherme d’Oliveira Martins

dessa luz extraordinária. Eis por que razão os cinquenta anos do Concílio Vaticano II não podem ser um revivalismo, mas sim um desafio de novas respostas. Por exemplo, não explorámos ainda plenamente o papel dos leigos e a colegialidade na Igreja. Basta lembrarmo-nos da última ceia e dos Atos dos Apóstolos. Como afirma o Cónego An-tónio Rego “o leigo tem a sua cidadania que não lhe advém do Papa nem dos bispos, mas do sacramento que recebe, que é o batismo”. Daí que a sinodalidade seja fundamental, como método e como modo de viver, de ma-neira que a Igreja seja fermento na massa. Este desafio não pode ser esquecido.Há pouco o Sumo Pontífice disse algo que é muito mais importante do que pode pa-recer à primeira vista: precisamos de pen-sar teologicamente o papel da mulher na Igreja – uma vez que estamos ainda mui-to desatentos ao episódio de Marta e de Maria, sendo que o testemunho de ambas é fundamental para o presente e para o futuro. Leia-se com atenção a extraordi-nária entrevista dada pelo Papa às revistas da Companhia de Jesus, publicada entre nós pela Brotéria. O tema dos ritos e da diversidade é também de grande premên-cia. Trata-se de conhecer o Evangelho e de comunica-lo aos diferentes povos, ten-

do em conta a sua cultura. Tanto por fazer também aí… Devemos, no fundo, ser mais “testemunhas do que mestres” – como afirmou Paulo VI. E aqui está a dificuldade. Temos sempre a tentação de pormo-nos nas nossas taman-quinhas muito seguros de nós mesmos… E só temos a perder com isso. “Os sistemas da economia e da política devem ser reinven-tados porque os povos são completamente deixados de lado. Há uma crise profunda nas democracias atuais e até nos sindicatos”, insiste o Padre Ramón Cazallas. Os sinais dos tempos obrigam-nos a compreender o significado das Bem-aventuranças como exigências de agora! O Concílio foi um dom de Deus – urge compreendê-lo assim. E este diálogo permite-nos cuidar de mui-tas sementes que ainda estão por germinar e que temos de lançar à terra…

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FICHA TÉCNICA

ClarezaD. Nuno Brás

NA TUA PALAVRAAgenda semanal [21 a 27 de outubro]

Afinal, a lei não passou. O Código Penal do Equador continua a defender a vida humana desde o seu início, como aliás se encontra escrito na Constituição do pró-prio país. Apesar disso, durante a discus-são de uma nova redação do Código Penal, alguns deputados tentaram uma liberali-zação do aborto. O Presidente da República equatoriano, Rafael Correa, anunciou, no passado dia 10 de Outubro, que “se um grupo de pes-soas muito desleais conseguir que a despe-nalização do aborto seja incluída no novo Código Penal, eu imediatamente apresen-tarei a renúncia ao meu cargo”. “Jamais aprovarei a despenalização do aborto” — afirmou ainda.Contudo, se é certo que a lei não passou — quem sabe se pelo facto de o Presidente da República ter sido assim tão claro — não deixa de ser digna de nota a posição deste político, até porque, habitualmente, não é isso que acontece, em particular nestes ca-sos de defesa da vida. Na sua grande maioria, os políticos (pelo menos aqueles de que ouvimos mais falar, no nosso país e não só) deixam-se ir na opinião dos grupos de pressão abortistas e nas campanhas mediáticas que são pro-movidas, constante e insistentemente, em favor dos temas que, nesta cultura da mor-te, vão marcando a agenda. Têm medo da opinião pública; têm medo de perder votos

nas próximas eleições, e descartam-se com a privacidade da consciência.Mais que promessas, que a grande maioria sabe que nunca poderá cumprir, deve pas-sar antes a importar a clareza dos políti-cos diante dos eleitores. Sabemos que não existem seres humanos sem pecado — e, por isso, é natural que logo alguém descu-bra uma qualquer falta no passado de um político que fale de um modo assim claro. Mas o facto é que, hoje, a clareza diante dos eleitores deveria ser essencial, antes e depois da eleições.Este caso do Equador, é um caso raro. Não deixa de ser estranho que, pelo menos que tenha notado, nenhum meio de comunica-ção português tenha dado notícia!

Terça-feira, dia 2210h00 – Reunião do clero da Vigararia de Loures-Odivelas – D. Nuno Brás15h00 – Início da Visita Pastoral às paróquias de Camarate e Apelação – D. Nuno Brás

Quarta-feira, dia 2315h00 – Continuação da Visita Pasto-ral às paróquias de Camarate e Apela-ção – D. Nuno Brás

Quinta-feira, dia 249h30 – Sessão Solene e abertura das II Jornadas da Associação ‘O Compa-nheiro’, no auditório Carlos Paredes, em Benfica – preside Patriarca de Lisboa15h00 – Continuação da Visita Pas-toral às paróquias de Camarate e Apelação – D. Nuno Brás18h45 – Missa das Universidades, na igreja do Sagrado Coração de Je-sus, em Lisboa – preside Patriarca de Lisboa

Sexta-feira, dia 2515h00 – Continuação da Visita Pasto-ral às paróquias de Camarate e Apela-ção – D. Nuno Brás19h00 – Missa no Aniversário da De-dicação da Sé Patriarcal – preside Pa-triarca de Lisboa, concelebram Bispos Auxiliares21h30 – Vista Pastoral a Sacavém: Encontro Vicarial com o CNE e jovens, na paróquia da Apelação – preside Pa-triarca de Lisboa

Sábado, dia 269h30 – Sessão de Abertura das Jor-nadas das Capelanias Hospitala-res, nas Irmãs Vicentinas, no Campo Grande, Lisboa – preside Patriarca de Lisboa10h00 – Continuação da Visita Pas-toral às paróquias de Camarate e Ape-lação – D. Nuno Brás12h00 – Missa na Peregrinação a Fátima do Movimento dos Cursos de Cristandade do Patriarcado de Lisboa, na Capelinha das Aparições do Santuário de Fátima – D. Joaquim Mendes18h30 – Conferência ‘Arte e fé’, no CCB - Centro Cultural de Belém– Patriarca de Lisboa

Domingo, dia 2710h30 – Fim da Visita Pastoral às paróquias de Camarate e Apelação – D. Nuno Brás11h00 – Missa na paróquia da En-carnação de Mafra, por ocasião da inauguração do restauro – preside Patriarca de Lisboa11h30 – Missa no Encerramento das Comemorações dos 200 anos do nas-cimento do Beato Frederico Ozanam e dos 180 anos da criação da primeira Conferência de São Vicente de Paulo em Paris, na igreja das Filhas da Ca-ridade de São Vicente de Paulo, no Campo Grande, em Lisboa – D. Joa-quim Mendes15h30 – Missa em Torres Vedras – preside Patriarca de Lisboa