Nossa Senhora de Lurdes encontro particular com Deus através de Maria que se dignou a visitar a ......

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Nossa Senhora de Lurdes Escrito por No ano de 1858, a Imaculada Virgem Maria apareceu a Bernadete Soubirous nas cercanias de Lourdes (França), na Gruta de Massabielle. Por meio desta humilde jovem, Maria convida os pecadores à conversão, suscitando na Igreja grande zelo pela oração e pela caridade, sobretudo no que diz respeito ao serviço dos pobres e dos doentes. Assim, resumidamente, podemos tomar parte em um dos acontecimentos mais marcantes da História da Igreja. A aparição de Nossa Senhora em Lourdes na França. Desde esta data, milhares de pessoas têm ido até o santuário, lá edificado, a fim de ter um encontro particular com Deus através de Maria que se dignou a visitar a jovem Bernadete e indicar um caminho para a salvação do mundo. A Igreja de Cristo, prudente e zelosa em sua tarefa, ensina que “não se há de esperar nenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1Tm 6,14;Tt 2,13)” (1) e por isso mesmo, o Papa e os bispos “não reconhecem qualquer nova revelação pública como pertencente ao depósito divino da fé” 1 / 28

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No ano de 1858, a Imaculada Virgem Maria apareceu a Bernadete Soubirous nas cercanias deLourdes (França), na Gruta de Massabielle. Por meio desta humilde jovem, Maria convida ospecadores à conversão, suscitando na Igreja grande zelo pela oração e pela caridade,sobretudo no que diz respeito ao serviço dos pobres e dos doentes.

Assim, resumidamente, podemos tomar parte em um dos acontecimentos mais marcantes daHistória da Igreja. A aparição de Nossa Senhora em Lourdes na França.

Desde esta data, milhares de pessoas têm ido até o santuário, lá edificado, a fim de ter umencontro particular com Deus através de Maria que se dignou a visitar a jovem Bernadete eindicar um caminho para a salvação do mundo.

A Igreja de Cristo, prudente e zelosa em sua tarefa, ensina que “não se há de esperarnenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor JesusCristo (cf. 1Tm 6,14;Tt 2,13)”(1) e por isso mesmo, o Papa e os bispos “não reconhecemqualquer nova revelação pública como pertencente ao depósito divino da fé”

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, isto, em outras palavras, quer dizer que nada mais pode ser acrescentado àquilo que Cristonos deixou; nada falta à Sua mensagem; portanto, qualquer aparição pública anterior a queCristo fará em sua nova vinda, não deve ser entendida como dogma de fé, ou seja, o católico não é obrigado a crer; contudo, é convidado a respeitar e a honrar Mariacom tal título, pois todas as honras prestadas à Nossa Senhora se prestam à Maria Santíssima.A Igreja não proíbe nem contesta a crença nestas aparições, desde que as mensagens alidifundidas não alterem o conjunto das verdades da fé guardado pelos Apóstolos.

As aparições de Lourdes, apesar de também não serem dogmas de fé, chamam muito aatenção do católico e da própria Igreja. A multidão que lá acorre aponta diariamente para umacerteza cada vez maior: ali se sente a presença de Deus.

Assim como em todos os santuários católicos espalhados pelo mundo, Lourdes tem os seusmilhares de testemunhos que afirmam terem recebido milagres. Ora, milagre é um testemunhoque Deus dá em favor de uma verdade ou de uma pessoa, como por exemplo, um testemunhoa favor da Divindade de Jesus Cristo, da autenticidade de sua Igreja, da santidade de umaalma, da eficácia da oração, etc. Assim, não é “milagre” certos fatos que, embora sejamadmiráveis ou estranhos como algumas curas repentinas, visões sem conteúdo doutrinário, umou outro caso de estigmatização, não têm significado religioso, não elevam a Deus, mas, aocontrário, só servem para satisfazer ao capricho e à vaidade de alguém. Quando Deus efetuaprodígios, nunca o faz por capricho ou ostentação de sua Onipotência, mas sempre a fim dechamar a atenção do homem para algum dos atributos divinos.

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Diante disso, a Igreja que tem por missão apregoar a verdade, não pode divulgar um milagreque não seja milagre. Não pode chamar de “testemunho de Deus” aquilo que é apenas “casoadmirável” mas sem significado religioso, sendo apenas fenômenos naturais. Por isso, a Igrejaconstituiu em Lourdes, há muito tempo, quatro secretarias para analisar os ditos “milagres”.Essas secretarias estão à disposição de qualquer médico de qualquer lugar do mundo quequeira tomar posse dos exames e dos debates. Ali participam médicos de todos os credosreligiosos, inclusive ateus.

Um processo para declaração de milagre, que se realiza no Bureau Medicalde Lourdes ,leva no mínimo 5 anos e tem quatro instâncias a percorrer. Somente após ocaso percorrer todas as instâncias e ser examinado e reexaminado é que aIgreja vai dar a sua palavra confirmando ou não o milagre.

O processo para a declaração de um milagre começa quandoalguém se diz curado. Esta pessoa é então levada à primeirainstânciado processo. Nesta primeira instância são feitos rigorososexames médicos, coletam-se documentos e depoimentos de

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testemunhas do fato e do estado anterior do enfermo. Qualquercircunstância que permita explicar naturalmente a cura (comonos casos das doenças meramente funcionais) leva o caso aser imediatamente encerrado. Se, por esses exames médicosiniciais, não se acha uma explicação natural para a cura, umrelator expõe o caso na Assembléia geral do Bureau, na qualtodos os médicos presentes têm direito de intervir. Se aAssembléia geral decidir pela continuação do processo, ele éarquivado por um ano. Nesse tempo, a pessoa tida comocurada fica sob observação de um médico designado pelaAssembléia. Esse médico vai coletar novas testemunhas econstatar se a cura foi de fato definitiva.

Um ano depois, o processo chega à segundainstância : o casoé reapresentado à Assembléia de médicos que odiscute, baseados nos novos dados colhidos pelomédico que acompanhou o caso. Qualquer dúvidaprudente leva o caso a ser encerrado. Se após a nova

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discussão, o caso não tiver solução, a AssembléiaGeral o encaminha para a

Terceira instância: um relator leva o caso àComissão Médica Internacional em Paris. Sefor declarada de modo formal que a cura nãose explica do ponto de vista médico-científico, ocaso passa à última instância.

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Quarta instância: nesta instância se dá oprocesso canônico, ou seja, é a hora daIgreja, através do bispo da localidadeonde mora a pessoa curada, analisartodos os resultados médicos para afirmar,em nome de toda a Igreja, se houvemilagre ou não. Uma comissão,constituída pelo bispo, examinaráminuciosamente o caso sob todos osaspectos físicos e morais. Após todas asanálises, o bispo confirmará, não sóapenas com os olhos da ciência, mastambém com os olhos da fé, o possívelmilagre.

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Mais de onze mil casos já passaramda terceira instância com aconfirmação médico-científica de quenão há explicação para aquela talcura. No entanto, até hoje, apenas sessenta e seisde todos esses casos foram tidoscomo milagre pela quarta instância.Por quê? Por causa da seriedade daIgreja ao proclamar qualquer coisaque seja, ainda mais um milagre, queé um testemunho de Deus em favorde alguém.

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Destes sessenta e seis casosreconhecidos oficialmente pela Igrejacomo milagres, podemos destacar oprimeiro e o último:

O primeiro milagre reconhecidooficialmente foi o de CatherineLatapie, que era mulher de 38

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anos. Ela tinha dado à luz quatrofilhos, dois já haviam morrido. Nanoite de 28 de fevereiro de 1858,sentiu a necessidade de ir à Grutadas aparições. Dois anos antes,ela caíra de uma árvore e tinhauma paralisia cubital no braçodireito, que a atrapalhavaenormemente em suas atividades.Além disso, estava grávida.Entretanto, não hesitou em irassistir à décima segundaaparição da Virgem que se davanaquele dia. Quando tudoterminou, ela subiu na gruta, eencontrou a fonte onde Nossa

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Senhora tinha pedido à SantaBernadete para lavar-se.Catherine Latapie colocou a mão,e logo em seguida ficou com ouso completo do braço direito.Partindo de volta a pé para casa,seis quilômetros da gruta, elasentiu as dores do parto e deu àluz um filho que se chamouJean-Baptiste. Mais tarde ele setornou padre.

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Já o último caso confirmado pelaIgreja como milagroso é o dofrancês Jean-Pierre Bély.

Jean-Pierre nasceu em 1936, écasado e pai de dois filhos. Em

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1972, a doença começou amanifestar-se através de fadiga eformigamentos nas mãos e nospés. Numa manhã de 1984,acordou com o lado direito docorpo paralisado. Era a escleroseem placa ,doença degenerativa do sistemanervoso que conduz a umadolorosa morte. Em 1987, seuquadro clínico era desesperador.O sistema de saúde público otinha declarado 100% inepto atítulo definitivo e pagava umassistente para suasnecessidades básicas. Era

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transportado em maca. Em cincode outubro deste mesmo ano,peregrinou à Lourdes.

A peregrinação já ia chegando aofim e Jean só piorava. Seus

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acompanhantes temiam quemorresse antes de voltar.

Jean estava sobre a esplanada daBasílica onde acontecia acerimônia da Unção dos

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Enfermos, e já ali Jean sentiu algodiferente: “Após receber a unção,senti uma paz, uma alegria, umaserenidade extraordinária. Comose tudo o que havia de mal naminha vida me tivesse sido tirado:meu esgotamento, minhaansiedade... Eu estava exultante,desligado do mundo (...) Possodizer que recebi a cura do coraçãoantes que a do corpo. Essa paz,essa serenidade não me deixarammais. E todos os dias tenho aimpressão de reviver essemomento. À tarde, conduziram-mede maca à cerimônia de

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encerramento da peregrinação.Lá, fui dominado por uma vontadeirrefreável de me levantar e decaminhar. Mas, vendo em tornode mim todos os outros doentesde maca, tive medo de chocá-los.Desde aquele momento, decidiagir discretamente”(3)

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E Jean continua seu relato:“Naquela noite fui acordadodelicadamente. Senti que alguémme tocava. Julguei que era aenfermeira da noite que queriacolocar-me o cobertor. Entãoacordei e não vi ninguém. Ouvi osino da Basílica tocar três vezes.Mais tarde, interroguei aenfermeira sobre o fato, mas eladisse não se lembrar de me tercoberto durante a noite... Comeceientão a relembrar todos osacontecimentos da peregrinaçãoquando me veio uma idéiainesperada, e que se apresentou

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ao meu espírito como uma ordem,um convite: ‘Levanta-te ecaminha!’ Eu julgava estarouvindo coisas (...) O apelovoltava, mais insistente, maispremente que a primeira vez.Tudo isso me deixava mal àvontade... Virava-me e revirava-seno leito... O apelo tornou-se firme.O que eu ouvia não erampalavras, mas era como sealguém me falasse sem dizerpalavras. É difícil explicar...”(4).

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“Vendo que me movia no leito, aenfermeira da noite perguntou-meo que eu tinha. Disse-lhe quedesejava ir ao banheiro. Ecaminhei pela primeira vez. Elasimplesmente me segurava pelobraço. Dei os meus primeirospassos na noite, como um bebêaprende a caminhar” (5).

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O médico que acompanhava ocaso de Jean-Pierre, Dr. PatrickFontanaud, passou mal quando oviu sentado na sala de espera. Omédico é agnóstico, mas confessaque a cura é inexplicável. Naparóquia, as pessoas choravamquando o viram voltar com suaspróprias forças. Até o carteiro, osr. Raymond, declarou à imprensalocal: “Agora eu serei obrigado aacreditar no Bom Deus!”

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O inquérito para estudar o caso deJean-Pierre durou onze anos econsistiu numa longa série deexames médicos e psiquiátricos.Cada ano ele comparecia diantede 60 ou 80 médicos do ComitêMédico Internacional e respondiaa um pinga-fogo de perguntas. Em14 de novembro de 1998, oComitê Médico concluiu tratar-sede “cura inesperada” e “fatoinabitual e inexplicável em funçãodos dados da ciência”(6). Em 9 defevereiro de 1999, D. ClaudeDagens, bispo de Angoulême,reconheceu publicamente em

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nome da Igreja o caráter autênticodo milagre(7)

.

Assim procede a Igreja Católica

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Apostólica Romana diante dascuras e milagres.

Bendigamos ao Senhor.

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Demos graças a Deus.

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(1) Concílio Vaticano II,Constituição Dogmática DeiVerbum

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, 4.

(2) Concílio Vaticano II,Constituição Dogmática LumenGentium, 25.

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(3) Jornal Le Monde, Paris, 22de dezembro de 2002.

(4) Loudes Magazine, nº 76,novembro de 1998.

(5) Jornal Le Monde, Paris, 22 26 / 28

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de dezembro de 2002.

(6)www.lourdes-france.org/fr/frsa0021.htm

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www.lourdes-france.org/fr/frsa0085.htm

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