Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio...

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1 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Fluxo de imigrantes haitianos para o Brasil aumenta Pág. 8 Carta de Repúdio dos Povos Indígenas Pág. 9 Voto dos imigrantes paraguaios no exterior Pág. 6 al tráfico de personas NO todos somos vulnerables TRABALHO ESCRAVO ESTÁ LIGADO AO TRÁFICO DE PESSOAS? Pág. 9

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1 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Fluxo de imigrantes haitianos para o Brasil aumenta Pág. 8

Carta de Repúdio dos Povos Indígenas

Pág. 9

Voto dos imigrantes paraguaios no exterior

Pág. 6

al tráfico de personasNOtodos somos vulnerables

TRABALHO ESCRAVO ESTÁ

LIGADO AO TRÁFICO DE PESSOAS? Pág. 9

2Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Expediente:Centro Pastoral do Migrante - CPM

Tel.: (0xx11) 3207-0888www.cpmigrantes.com.br - [email protected]

Rua do Glicério, 225 - Liberdade - São Paulo/SP

Centro de Apoio ao Migrante - CAMI/SPMTel.: (0xx11) 2694-5428

www.cami-spm.org - [email protected] Coronel Morais, 377 - Pari - São Paulo/SP

Editoração Eletrônica: Hernane Martinho Ferreira (11) 988.375.057

EditorialEsta edição do Nosotros Imigrantes traz

como questão de fundo o tráfico de pessoas, algo perverso que acontece em alta escala e poderíamos dizer, mais perto do que imagi-namos.

Infelizmente, é algo que acontece no mundo inteiro. É mais acentuado nos países que passam por dificuldades econômicas e sociais, por situações de pobreza extrema, principalmente a América Latina, África e Ásia. O crime organizado se aproveita dessa condição de vulnerabilidade. Segundo rela-tório global da UNODC, de 2009, cerca de 4 milhões de pessoas são vítimas desse crime no mundo.

O governo brasileiro, a partir de 2006, com o envolvimento de vários ministérios, vem-se empenhando em colocar em prática uma política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Pela primeira vez, o Brasil traça um caminho para uma política nacio-nal de enfrentamento do tráfico de pessoas pautado na garantia dos direitos humanos. É importante que haja esse esforço por parte do governo. Porém, Mário Luiz Bonsaglia, Procurador Regional da República, afirma que a lei penal, a esse respeito, é incompleta, o que resulta em punições brandas para esse tipo de crime. Para ele, não há um capítulo do Código Penal que cuide de modo concatenado das diversas hipóteses delitivas relacionadas ao tráfico de pessoas. O tráfico de pessoas envolve aliciamento, transporte e exploração. A lei contempla apenas a hipótese referente à prostituição.

Existem avanços também em relação ao MERCOSUL no combate a esse crime. Em março deste ano, foi promulgado o Decreto n. 7.953/2013, referente ao Acordo sobre Trá-fico Ilícito de Migrantes entre os Estados Par-tes do Mercosul, firmado em Belo Horizonte, em dezembro de 2004.

Conforme esse Acordo, os Estados Partes devem adotar medidas legislativas ne-cessárias para tipificar como ilícito penal as condutas dolosas com o fim de obter, direta ou indiretamente, algum benefício financeiro ou material com o tráfico ilícito de migrantes e também quando se cometer com o fim de possibilitar o tráfico ilícito de migrantes:• a criação de um documento de viagem ou

de identidade falso;• a facilitação, fornecimento ou a posse de

tal documento;• a habilitação de um emigrante para per-

manecer no território de um Estado Parte sem ter cumprido os requisitos legais exi-gidos por esse Estado Parte.

• Ainda, nos termos do presente acordo, os migrantes estarão isentos de responsa-bilidade penal quando forem vítimas das condutas tipificadas, sem prejuízo das sanções administrativas correspondentes e do poder de julgamento penal dos Esta-dos Partes.

O tráfico de pessoas e o trabalho escra-vo, segundo entendimentos recentes, não de-vem ser combatidos como duas frentes dife-rentes, mas sim em frente única, para que as ações tenham mais força e as vítimas tenham os mesmos benefícios. Muito frequentemente, onde há trabalho escravo há também elemen-tos de tráfico de pessoas.

Na cerimônia de quinta feira de Páscoa, o papa lava os pés de presos, incluindo jovens mu-

lheres.Mantendo a cerimônia da época

em que era arcebispo de Buenos Aires, o Papa argentino celebrou a última ceia de Cristo e seus discípulos com o tra-dicional lava-pés de pessoas hu-mildes e em dificuldade, em uma cerimônia que não foi transmitida ao vivo pela televisão.

“Quem está no ponto mais alto deve servir aos outros”.

“Isto é um símbolo e um ges-to: lavar os pés quer dizer que estou a seu serviço”, explicou o novo Papa a um grupo de cerca de 50 detentos de várias nacionalida-des que participaram da missa.

“Pensem que com esta ceri-mônia de lava-pés você mostra que está disposto a ajudar os demais.

Papa FranciscoLava os pés de pessoas humildes e pede que as pessoas não tenham medo de

ser e viver como cristãos

Pensem que é como um carinho de Je-sus, porque veio para isso, para nos aju-dar”, disse o pontífice, que lavou os pés de 12 jovens, entre eles duas meninas, uma católica e uma muçulmana.

A cerimônia foi acompanhada por cantos e música de violão e transmitida apenas pela emissora do Vaticano, para

Papa Francisco antes de ser PapaEl cardenal Bergoglio, hoy Papa Francisco, es un jesuita defensor de la “opción preferencial por los pobres”.

En los últimos años, cuando el papa Francisco era el cardenal Bergo-glio, obispo de Buenos Aires, no

ahorró duras críticas contra un sistema económico y social injusto. Destacamos estas frases que abarcan diversas temáti-cas sociales.

1. Contra la trata de seres humanos“Buenos Aires es una fábrica de es-

clavos y una picadora de carne (…) ¡Por favor, no nos lavemos las manos, porque si no somos cómplices de esta esclavi-tud! (…) Hay esclavos que fabrican estos señores que están a cargo de la trata. Bue-nos Aires es una picadora de carne que destroza la vida de estas personas y les quiebra su dignidad”.13 de julio de 2010. Homilía pronunciada duran-te una misa en el barrio de Constitución (Buenos Aires).2. Sobre la justicia social

“El que duerme en la calle no se ve como persona sino como parte de la su-ciedad y abandono del paisaje urbano, de la cultura del descarte, del ‘volquete’”.26 de agosto de 2011, ante 400 delegados –laicos, sacerdotes, religiosas y religiosos- de las diócesis de la Región Pastoral de Buenos Aires, que parti-cipaban en el Primer Congreso Regional de Pas-toral Urbana.

3. Contra los sacerdotes que no bauti-zan bebés de madres solteras

“Estos son los hipócritas de hoy. Los que clericalizaron a la Iglesia. Los que apartan al pueblo de Dios de la salvaci-ón. Y esa pobre chica que, pudiendo ha-ber mandado a su hijo al remitente, tuvo

la valentía de traerlo al mundo, va peregrinando de parroquia en par-roquia para que se lo bauticen”.4 de septiembre de 2012, en la misa de clausura del encuentro de Pastoral Urba-na de la región pastoral de Buenos Aires.4. Sobre la cultura de la vida; contra el aborto y la eutanasia

“Hay que poner la cara y de-cir: esto es cultura de la vida, esto es vida, todo lo contrario a la cul-tura de la muerte; si alguien ve que alguna de estas cosas falta, díganle que no, que por ese camino no se va a ninguna parte, que por ese cami-

no se fracasa siempre”.1 de septiembre de 2009, en el santuario de San Ramón Nonato a quien tradicionalmente las ma-dres gestantes le agradecen el don de la vida y las mujeres le piden su intercesión para 5. Sobre la explotación laboral

“He dicho que los que lo que nos enseñaban en el colegio, que la Asam-blea del año XIII abolió la esclavitud, son cuentos chinos. En Buenos Aires tan vanidosa, tan orgullosa, sigue habiendo esclavos, sigue habiendo esclavitud”.29 de marzo de 2011. Misa en el lugar donde fun-cionaba un taller clandestino en el que murieron seis personas calcinadas por un incendio en 2006.6. Sobre el episcopado argentino

“Descuidamos fácilmente el minis-terio de la predicación y, para vergüenza nuestra, nos continuamos llamando obis-pos; nos place el prestigio que da este nombre, pero en cambio no poseemos la virtud que este nombre exige”.

proteger os detentos.Em outra ocasião, na Praça São

Pedro, o papa Francisco pede que as pessoas não tenham medo de ser e vi-ver como cristãos, através da Igreja que transmita aos homens a redenção para assim semear a paz nos corações, para que se afirme nas relações, nas socieda-

des e nas instituições.‘Cristo ressuscitado é nossa

paz, ele fez a paz com seu amor e seu perdão são seu sangue e sua ressurreição’ e ele ‘nos espera, nos ama, nos perdoou e nos per-doa cada vez que vamos pedir-lhe perdão’.

‘Esta paz é o fruto da vitória do amor de Deus sobre o mal, é o fruto do perdão. E é justamente assim: a verdadeira paz, a profun-da, vem de ter experiência na mi-sericórdia de Deus.’

Fonte: UOL Notícias

11 de noviembre de 2009. Ante el plenario de la conferencia episcopal argentina.7. Sobre los peligros del laicismo

“Al hacer como si Jesucristo no exis-tiera, al relegarlo a la sacristía y no querer que se meta en la vida pública, negamos tantas cosas buenas que el cristianismo aportó a nuestra cultura, haciéndola más sabia y justa; a nuestras costumbres, haci-éndolas más alegres y dignas”.8 de agosto de 2010, homilía en la celebración religiosa dedicada a San Cayetano en el barrio porteño de Liniers.8. Sobre la educación de los niños

“Nunca podremos enseñarle a un chico el horizonte de grandeza de la pa-tria (…) si usamos nuestra diligencia como escalón de nuestras ambiciones personales, para nuestro trepar cotidiano, para nuestros mezquinos intereses, para abultar la caja o para promover los ami-gos que nos sostienen”.15 de abril de 2010, en la homilía de la Misa por la Educación, oficiada en la Catedral frente a 5000 alumnos y docentes.9. Sobre el peligro del “clericalismo”

“Los curas tendemos a clericalizar a los laicos. Y los laicos -no todos pero muchos- nos piden de rodillas que los clericalicemos porque es más cómodo ser monaguillo que protagonista de un camino laical. No tenemos que entrar en esa trampa, es una complicidad pecado-ra. (…) El laico es laico y tiene que vivir como laico con la fuerza del bautismo, (…) llevando su cruz cotidiana como la llevamos todos. Y la cruz del laico, no la del cura. La del cura que la lleve el cura que bastante hombro le dio Dios para eso”.Noviembre de 2011, en una entrevista hecha por la agencia argentina AICA

Fonte: Redacción, (CERES TV | Con información de Bosco Martín Algarra / “lainformación.com”).

3 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

O tráfico de seres humanos é uma realidade mundial. Esse fenômêno aumenta de forma

significativa em todas as regiões, prin-cipalmente nos países do leste europeu (Ucrânia, Moldávia, Rússia, Romênia, Lituania, Bielorrúsia), mas também na América Latina, inclusive no Brasil. Nosso país serve igualmente de pla-taforma para o tráfico de pessoas para outros países, como a Grã-Bretanha, Espanha e Itália.

A Organização das Nações Uni-das (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de seres humanos como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o aco-lhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à en-trega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.

Há tráfico de pessoas, portanto,

quando a vítima é retirada de seu am-biente, de sua cidade e até de seu país e fica com a mobilidade reduzida, com restrição de sua liberdade. A violência é característica do tráfico de pessoas, com ameaças às vítimas ou aos fami-liares, a retenção de documentos, man-tendo-as refém do traficante ou da rede criminosa.

A quantidade de seres humanos submetidos ao tráfico é alarmante. Por volta de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo são enganadas, transportadas, e escravizadas. Esse número deve ser muito maior, haja vista que não se tem conhecimento de todas as vítimas.

Dados do Escritório das Na-ções Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revelam que pessoas de 127 nacionalidades distintas são exploradas em 137 países. O Brasil é considerado fonte do tráfico, situado entre os maio-res da América Latina. Constatou-se a existência de 475 vítimas no período de 2005 a 2011. Desse total, 337 so-freram exploração sexual e 135 foram submetidas a trabalho escravo. Pesqui-sas apontam que as maiores vítimas são mulheres, mais de 70%. Os estados brasileiros em que foram registrados mais casos são Bahia, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Segundo a Organização das Na-ções Unidas (ONU), o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo - cerca de US$ 10 bilhões vêm do trá-fico de pessoas e o resto representa o lucro estimado de atividades ou bens produzidos pelas vítimas desse crime bárbaro. Desse valor, 85% provêm da exploração sexual.

Quem são os aliciadores de pessoas e o que eles prome-tem?

Os criminosos, conhecidos como aliciadores, são homens e mulheres, com larga experiência na rede do trá-fico, extremamente, hábeis, experien-tes, violentos, com articulações local e internacional. Muitos são conhecidos das vítimas, tendo com elas laços de amizade. Normalmente têm instrução, carisma e sedução. Há entre eles em-presários que trabalham ou se dizem proprietários de boates, bares, agências de encontros, matrimônios e modelos.

O tráfico de pessoas tem início com: promessas milagrosas de empre-go em outro país ou no próprio, em locais distantes; garantia falsa de ma-trimônio com homens ricos; facilidade para atuar como garota de programa no exterior; oferta de trabalho como em-pregada doméstica, sempre longe da fa-mília; oferta repentina de total sucesso como modelo no exterior. Essas menti-ras e tantas outras, jogam homens, mu-lheres, crianças e adolescentes na rede mundial criminosa que as aprisiona e as transforma em escravas, em mercado-rias, com fins meramente lucrativos.

Tráfico de pessoas: a escravi-dão moderna escancarada

Há uma relação direta entre o trá-fico de pessoas e o trabalho escravo. Apesar de haver exceções, os trabalha-dores escravizados são vítimas também dos traficantes. "No Brasil, o combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pes-soas são tratados como se fossem duas frentes diferentes e não são. É preciso retomar uma visão integrada e integral do fenômeno da escravidão moderna", afirma o frei Xavier Plassat, da Comis-são Pastoral da Terra.

No trabalho escravo, os aliciado-res, denominados de “gatos” no Bra-sil, geralmente fazem propostas de tra-balho para as pessoas desenvolverem atividades laborais na agricultura em culturas da erva mate, no eucalipto, no fumo, na cana-de-açúcar, no café, no algodão, na soja e na pecuária, e também nas cidades, em atividades na construção civil, em frigoríficos, em oficinas de costura, etc.

Nesse contexto, verifica-se o trabalho escravo em São Paulo, por exemplo, de imigrantes latinos, como

paraguaios, chilenos e bolivianos. Muitos deles foram aliciados pelo “coiote” ou “gato” e se aventuram no Brasil para tentar uma vida melhor. É triste constatar que no Hino Nacional da Bolívia se lê no refrão "morrer an-tes que viver como escravos", e esse acaba sendo o triste destino de parte desses homens, mulheres e crianças, trabalhando na precariedade, em con-fecções de roupas sobretudo.

Abandonados à própria sorte, re-cebem salários baixos e são submeti-dos a jornadas diárias de até 16 horas. A maior parte trabalha em pequenas confecções e oficinas clandestinas de costura, já identificadas em 18 bairros e cidades da Grande São Paulo, como Bom Retiro, Pari, Brás, Itaquera, e ao menos em oito municípios do interior paulista.

A escravidão não atinge somente os adultos. Já foram flagrados casos de crianças acorrentadas às máquinas de costura enquanto suas mães trabalham. Essas situações, como inúmeras outras existentes em nosso país, nos remetem à afirmação de Paul Lafargue: “a nossa época é, dizem, o século do trabalho; de fato, é o século da dor, da miséria e da corrupção”.

Combate ao tráfico de pessoas: a ousadia move o mundo

Combater o tráfico de pessoas é uma tarefa dos governantes e de todos nós. Muitas iniciativas têm ocorrido

no Brasil e no exterior, com a parti-cipação de governos, universidades, sindicatos, organizações não-gover-namentais, Igrejas etc. O papa Fran-cisco lançou no domingo de Páscoa uma mensagem pela paz no mundo, segundo o pontífice “ainda tão dividi-do pela cobiça”. O papa denunciou "a violência ligada ao tráfico de drogas e a exploração iníqua dos recursos na-turais", além do "tráfico de pessoas, a maior escravidão do século 21".

Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal (Évora)

Campanha da Polícia Federal Contra o Tráfico de Seres Humanos (União Européia - 2009).

O Centro de Apoio ao Migrante empenha-se fortemente no combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pes-soas, entendendo que as ações nessas duas frentes não podem ser separadas. As ações de combate ao trabalho escra-vo, ao tráfico de pessoas e pela defesa irrestrita dos direitos dos imigrantes são articuladas com as redes da socie-dade civil e do Estado.

É difícil de acreditar que em pleno século XXI, com tanto desenvolvimen-to econômico e progresso nas ciências ainda possa haver tamanha quantidade de pessoas comercializadas, tais quais outras mercadorias, e pior: de forma clandestina e violenta.

“Temos atuado com campanhas de informação, para que todos saibam o que é o trabalho escravo e o que é o trabalho decente, seja promovendo oficinas, palestras ou mesmo em nos-sos meios de comunicação, impressos e virtuais”, ressalta o coordenador Geral do CAMI, Roque Pattussi. “A asses-soria jurídica, para mediação de ques-tões trabalhistas e acompanhamento de casos de trabalho escravo e outras violações de diretos também são prio-rizados.

No intrincado contexto em que se insere o tráfico de pessoas e o trabalho escravo, é bem difícil conseguir que a pessoa traficada saia da situação de gratidão ao “coiote” e entenda que este traficante de gente está cometendo um crime não somente contra a vítima tra-ficada, mas contra a humanidade”.

Nesse quadro tão complexo, é fundamental repensarmos o mode-lo de sociedade e os valores que têm sido propagados. Temos que criar um outro mundo pautado pela igualdade entre as pessoas. Um mundo que tra-ga felicidade e no qual a dignidade e a sexualidade, vinculada ao amor, sejam valores estruturantes e inegociáveis. A construção da sociedade do bem-viver depende da ousadia dos governantes, das organizações da sociedade civil, de mim mesmo e de você também. Um novo amanhecer está por vir!

Antonio Alves de Almeida

Tráfico de Pessoas e escravidão“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,

não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.Cecília Meireles

Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal

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ao TRÁFICO DE SERES HUMANOS,todos PODEMOS SER VÍTIMASNO

Prevenção, Repressão e Responsabilização

TRABALHO ESCRA-VO ESTÁ LIGADO AO TRÁFICO DE PESSOAS

O trabalho escravo é uma das formas do tráfico internacional de pessoas e está definido como crime no artigo 149 do Código Penal Bra-sileiro, sendo, entre outras tipifica-ções, o trabalho forçado, o trabalho em condições degradantes, a jornada exaustiva de trabalho e dificultar o deslocamento ou o desligamento do trabalhador, em razão de dívida as-sumida perante o patrão ou seu pre-posto.

CONTRABANDO DE MIGRANTES É UMA FORMA DE TRÁFICO DE PESSOAS

O contrabando de migrantes também é uma forma de traficar seres humanos. Sendo a entrada ile-gal de pessoas em países nos quais ela não possui residência nacional ou permanente, para a aquisição de bens financeiros e outros ganhos ma-teriais.

Qual a diferença en-tre contrabando de migrantes e tráfico de pessoas?Contrabando de migrantes

A diferença entre tráfico de pes-soas, segundo o tratado no Protocolo de Palermo (Decreto 5.017/2004) é que, no contrabando de migrantes, mesmo em condições perigosas e de-gradantes, envolve o conhecimento e o consentimento da pessoa con-trabandeada sobre o ato criminoso.

Tráfico de pessoasNo tráfico

de pessoas, o consen t imen to da vítima de trá-fico é irrelevante para que a ação seja caracteriza-da como tráfico ou exploração de seres huma-nos, uma vez que ele é obtido sob fraude ou engo-do.

A explora-ção, no caso do contrabando de mi-grantes, termina com a chegada do migrante em seu destino, enquanto o tráfico de pessoas envolve, após a chegada, a exploração da vítima pe-los traficantes, para obtenção de al-gum benefício ou lucro. As vítimas do tráfico humano tendem a ser afe-tadas mais severamente e necessitam de uma proteção maior.

Fonte: Infort. prevenção ao trabalho escravo e ao tráfico int. de pessoas. Campo

Grande, MS, abril de 2013

O QUE É O TRÁFICO DE PESSOAS?

O tráfico internacional de pessoas (ou de seres humanos) é caracterizado pelo “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade, ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento, para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração”.

Atenção: Ambos crimes constituem graves violações dos DIREITOS

HUMANOS e são punidos no Brasil com penas privativas de liberdade.

Informe-se para prevenir o tráfico de pessoas

ALERTA E SEGURANÇA!!!Independente da situação legal em outro país, tome os seguintes cuidados,

para não ser vítima de trabalho escravo ou tráfico de pessoas. Não se deixe explorar laboralmente porque está sem documentos em outro

país; Não acredite em propostas de emprego fáceis e lucrativos com viagens

nacionais ou internacionais; Não entregar seus documentos a pessoas desconhecidas; Deixe endereço, telefone e localização da cidade e das pessoas onde irá

trabalhar; Informe-se dos endereços e contatos de consulados ou embaixada de seu

país, se viajar ao exterior; Mantenha sempre algum contato com os seus familiares; Informe-se de instituções, organizações e ongs que apoiam e orientam aos

imigrantes; Anote, em um papel, os dados que você puder conseguir sobre o local onde

vai trabalhar (nome da empresa, endereços, telefones), deixe esse papel com um amigo ou parente confiável, pedindo que procure as autoridades, no caso de você não entrar em contato com ele.

São muitos os casos com promesas falsas de trabalho em que os imigrantes acabam envolvidos em trabalho escravo ou em redes de

tráfico de pessoas, prostitucão e violência.

*Além da prevenção, é necessário que a polícia, o ministério público e o judiciário utilizem-se de normas e procedimentos para garantir a segurança física e a privacidade das vítimas do tráfico de pessoas.

5 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Formas de Tráfico Humano no Brasil

A cada dia aumenta esta realida-de ameaçadora, a ponto de se transformar no terceiro maior

negócio do mundo, perdendo apenas para a indústria bélica e o tráfico de drogas.Até a grande mídia está levando ao ar para todo Brasil, através da no-vela “Salve Jorge”, o problema do tráfico de pessoas.Certamente estão envolvidas nessas redes pessoas de todas as classes so-ciais e de diversas profissões. Justa-mente por isso é muito difícil comba-ter e solucionar o problema. Temos aí então um quadro muito complexo, que se estende no mundo todo e que se desenvolve em múltiplas dimen-sões. Não se trata apenas de uma pro-blemática brasileira, mas mundial e que acaba envolvendo pessoas muito simples e humildes, provenientes de cidades pequenas do interior ou cida-des grandes e capitais.Faço memória que a Igreja há muito tempo vem enfrentando e trabalhan-do este tema e no próximo ano vai lançar uma Campanha da Fraterni-dade sobre o tráfico humano.No Brasil podemos constatar a ocor-rência de quatro formas de como esta realidade transcorre através de redes nacionais e internacionais.

1. PESSOAS QUE SÃO EN-GANADAS E TRAFICADAS PARA O EXTERIOR.Muitos jovens, de ambos os sexos, são iludidos e confundidos com pro-paganda enganosa prometendo bons salários, emprego, casa, comida, muitas vezes por pessoas até conhe-cidas, próximas e “amigas”. Ao che-garem ao lugar de destino, são força-das a trabalhar em regime de cárcere domiciliar e, através de pressões de todo tipo, são obrigadas a trabalhar naquilo que lhes é imposto pelos pa-trões e chefes. A exploração pode ser através da venda do próprio corpo ou da mão de obra, explorada em vários serviços. Temos também muitas crianças de-saparecidas no Brasil que provavel-mente foram vítimas dessas máfias, para a venda de órgãos e esta situa-ção representa o extremo da maldade e da falta de humanidade.

2. PESSOAS QUE SÃO EN-GANADAS E TRAFICADAS PARA O BRASILSão também jovens, adultos e crian-ças e seguem o mesmo caminho. O processo é praticamente o mesmo. Acompanhamos casos de pessoas vítimas de exploração nos ambientes de trabalho que conseguiram fugir e relatar o drama vivido para a Pasto-ral do Migrante e a Casa do Migran-te. Atendemos vítimas de exploração laboral e sexual.

3. PESSOAS ABANDONA-DAS NO BRASIL QUE NÃO CHEGARAM AO DESTINO.Atualmente, aumenta o número de pessoas que simplesmente chegam até a pastoral nessa situação. A casa do migrante é comunicada sobre pessoas de outros países abandona-das em rodoviárias, aeroportos, por-tos e até em certos bairros. Pessoas que pagaram a viagem para chegar, por exemplo nos EUA ou no Canadá e ficaram na metade ou no início do caminho.

4. PESSOAS QUE USAM O NOSSO PAÍS COMO CONE-XÃO PARA OUTROS É muito comum também esta forma de atuar, devido à facilidade de mo-vimentação dentro dos aeroportos, portos e rodoviárias. Diante desta triste realidade, temos que nos unir todos, sociedade civil organizada, governos, cidadãos, para enfrentar e combater esta situação.

ALGUMAS FORMAS DE COMBATE: Campanhas de prevenção; Denúncias de situações cons-tatadas; Punição dos responsáveis; Proteção às vítimas e sua reinserção social.Todos podemos e devemos fazer algo de forma urgente e dentro de nossas possibilidades.

Pe. Mário GeremiasCoordenador da Pastoral do Migrante do

Rio de Janeiro

ao TRÁFICO DE SERES HUMANOS,todos PODEMOS SER VÍTIMAS

Prevenção, Repressão e Responsabilização

Si conoce de algún caso sobre tráfico de personas en Brasil, debe llamar al 180 o 100.

La llamada es gratuita e confidencial.

Entidades e organizaciones que reciben denuncias en general:

1. Policia Federal 194

2. Núcleo de enfrentamiento al tráfico de personas del Estado de San Pablo, Secretaria de justicia y de defensa de la ciudadanía

Dirección: Patio del Colégio, 148 Tel: (11) 32414291 - 78189418 netpsp@justiça.sp.gob.br

Dónde Denunciar?3. Puesto avanzado de atendimiento

humanizado a los inmigrantes Aeropuerto Internacional de San

Pablo, Guarulhos, Terminal 1, Asa A – Mezanine SP

Tel: (11) 2445-4719 / 2087-4250 [email protected]

4. COMSEX-MS - Comitê Estadual de Enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolecentes

Tel: 8006471323

5. DOF - Departamento de Operações de Fronteiras, acepta denuncias anônimas de qualquier tipo de crimen, desde asesinato, hasta contrabando e tráfico de drogas

Tel: 08006476300

6Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

A V O Z D A S C O M U N I D A D E SItaliaScalabrini e la sua visita in BrasileL’arrivo a S. PaoloDopo aver esposto nel nostro articolo precedente le motivazioni che portarono il Beato Scalabrini a fondare una Congregazione religiosa per

l’assistenza agli emigranti e marittimi, desidero, como ho promesso, pubblicare alcune delle sue lettere, scritte visitando gli emigranti nelle Americhe.

É chiaro in primo luogo desidero collacare ai nostri lettori il suo arrivo a S. Paolo e l’incontro con i nostri padri che lavorano con i nostri orfani degli italiani nei due Orfanatrofi, maschile e femmenile, intitolati a Cristoforo Colombo, uno all’Ipiranga e l’altro a Vila Prudente.

La lettera é indirizzata al suo Segretario di Piacenza Canonico Camillo Mangot.”

“Gunsi a S. Paulo il 9, Sabato passato, alle ore 11 1/2.”La banda dei nostri orfani venne ad incontrarmi a circa 5 miglia e salì sul

treno, messo da Santos a tutta mia disposizione gratuitamente. Alla stazione: la banda dell’Istituto Salesiano, il vescovo, il capitolo, i parroci, i salesiani, i cappuccini, i benedettini, gli agostini, le autorità civili e gran folla di popolo: una accoglienza solenne. L’incontro col vescovo, un degno prelato, giunto qui da appena due mesi, fu cordialissimo oltre ogni credere. Egli era in abito di gran gala come dovesse ricevere il papa. Essendo casa nostra fuori città scendemmo a S. Benedetto ove pranzammo, io, il vescovo, il console generale e le altre autorità. Alle 16 in carrozza di gala fui condotto qui, ove si ripeterono suoni, canti, fuochi artificiali, illuminazione degli archi verdeggianti sotto i quali ero passato. Tutto benissimo.

Ieri, 10, mi recai città a restituire la visita a Mgr. vescovo, col quale si combinarono molte e belle cose a favore degli emigranti. Sopra una popolazione di poco più di due milioni di abitanti, più della metà é italiana. La diocesi comprende tutto lo Stato di S. Paulo grande 2 volte e mezzo l’Italia e capace di 100 milioni de abitanti. E’ un paese splendido anche ora che siamo nel cuore dell’inverno, è tutto verdeggiante e fiorito . Che magnificenza de piante! Che splendore di rifioritura d’ogni grado e colore! Si direbbe, in una parola, che il paradiso terrestre doveva o poteva essere qui.

I nostri ottimi missionari i godono qui da tutti i ceti, dal clero al laicato, grande stima e venerazione. I due orfanotrofi sono davvero degni di ammirazione. Questi 260 orfanelli edificano colla loro bontà, pietà, educazione. Ieri ci fu un’accademiola. Una giovinetta di 12 anni fece un racconto. Aveva veduto morire la madre prima, poi il padre; rammentò commossa le sue lagrime d’allora, la miseria che era piombata su lei, di 9 anni, e su di un fratellino di due. La fame patita, le ripulse amare e poi l’incontro in istrada col P. Marco, che prese in braccio il bambino e lei per mano e li portò all’orfanotrofio, la sua gratitudine ecc. ma non poté terminare. Scoppiò, come noi, in un pianto così profondo, che ci costrinse tutti ad asciugarci gli occhi, molli di pianto.

Da queste due case uscirono già 810 giovani educati e collocati. Ieri molti si raccolsero qui benedicendo la santa casa, come la chiamano essi, che li salvò dal naufragio spirituale, religioso, morale. E merita davvero questo titolo. I missionari tengono la regola della casa madre e tutto procede con mia vera edificazione e consolazione grande”

Vi abbraccio tutti con il piú vivo affetto. Pregate per me,D. Giovanni Batistta Scalabrini.

P. Giorgio Cunial

EquadorCómo se celebra la Semana Santa en Ecuador

Este pequeño país que está bañado por el océano pacífico conserva tradiciones culturales que han sido producto de la fusión entre la religiosidad española y la herencia indígena de adoración a

la tierra. Un claro ejemplo son las celebraciones de la semana santa, donde se incluyen visitas a siete iglesias, ayuno y penitencia, peregrinación de cucuruchos, la misa de las tres horas el viernes santo, dramatizaciones de la pasión de Cristo y la preparación de un delicioso plato llamado FANESCA, típico de estas fechas cuando también era época de cosecha para nuestros indios.

Las familias se reúnen y todos ponen manos a la obra pues la preparación toma tres días y requiere esmero, colaboración y trabajo, inclusive de los niños, que son llamados a sentarse a la mesa con los abuelos y otros familiares, a pelar los granos que serán utilizados en este plato.

Cuenta la tradición que son doce ingredientes principales, como los doce apóstoles que acompañaron a Jesús en su trayectoria. Ingredientes propios de las Américas y otros incorporados por los conquistadores. Estos son: fréjol blanco, habas, quinua, alverjas, arroz, lenteja, zambo, zapallo, maní, mellocos, chochos y bacalao,

Se comienza la preparación desgranando los choclos y pelando grano por grano y dejando el bacalao en remojo para quitarle la sal. También se pasan las horas pelando las habas y los chochos, que tienen una cáscara gruesa, entre conversas, risas y leyendas que cuentan los abuelos, trayendo a la imaginación de los más pequeñitos el asombro de tiempos antiguos.

Se cocinan los granos separadamente y luego, siguiendo un estricto orden se van mezclando los ingredientes. El resultado es una sopa espesa, con un sabor inigualable e inconfundible, además de la unión familiar y el aprendizaje que se lleva para toda la vida, pues cuando crecen los niños conservan esta tradición y la transmiten para sus hijos.

Otro detalle son los elementos que se añaden en la decoración del plato, para dejarlo colorido y más apetitoso, como por ejemplo bananas maduras fritas, huevo duro, tiritas de ají, queso fresco y unas bolitas de masa de harina de trigo fritas o pequeñas empanaditas, que son preparadas por hábiles manos, haciendo las delicias de grandes y chicos!

Este año, la comunidad ecuatoriana en São Paulo se reunió para compartir entre todos los compatriotas que pudieron participar, hermosos momentos de tradición cultural que se llevan en el alma, en la sangre y en la cultura gastronómica ecuatoriana que es muy creativa, única y deliciosa!

ParaguayVoto do migrante no exterior, ainda não foi desta vez

Após diversas mobilizações e campanhas da comunidade paraguaia que vive no exterior para

participar da democracia no país, os paraguaios reconquistaram este direito, com a vitória do “sim” em um referendo realizado em outubro de 2011 – gestão do presidente Fernando Lugo - que mudou a Constituição daquele país e despertou nos migrantes o desejo de contribuir e participar no sufrágio.

Desde então a Associação de Integração Paraguai-Brasil “Japayke” pede para que a lei de inscrição automática e universal seja modificada para que os migrantes possam, efetivamente, exercer o direito conquistado, porém como a maioria dos migrantes está em oficinas de costura com extensas horas de trabalho, não tem a oportunidade para buscar as embaixadas e consulados e efetuar a inscrição no padrão eleitoral, além disso estes órgãos estão localizados em zonas de difícil acesso para os migrantes.

Esta realidade se reflete nos dados do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), que apontam que o número de registros feitos no Brasil, para a próxima eleição de 21 de abril, foi irrisório, apesar da procura por informações ter sido intensa.

Infelizmente, a comunidade que vive em São Paulo não participará deste pleito que elegerá presidente, vice, 45 senadores, 80 deputados, 18 parlamentares do Mercosul e 17 governadores para mandatos de cinco anos, simplesmente por não ter acesso ao mecanismo que lhes dá o direito de contribuir na política e melhorar a qualidade de vidas dos parentes que ficaram no país de origem, estes migrantes já aportam economicamente, com o dinheiro que enviam para seus familiares, no entanto por falta de vontade política a reconquista do direito ao voto ficou somente nos papéis.

GolpeEstá é a primeira vez, na história daquele país, que os residentes no exterior

poderão votar. O Paraguai sofreu um golpe de Estado que derrubou o presidente democraticamente eleito, Fernando Lugo, em junho de 2012, em circunstâncias que até hoje não foram esclarecidas num episódio que ficou conhecido como massacre de Curuguaty , um violento despejo de camponeses que deixou um saldo de 17 mortos.

Recentes investigações mostraram que as supostas terras ocupadas são do Estado e não de um latifundiário, como alegou-se para efetuar a ação.

Para saber mais sobre a comunidade paraguaia que vive em São Paulo acesse o blog da Associação de Integração Paraguai-Brasil Japayke: http://www.japayke.blogspot.com.br/

Érika Ceconi é jornalista

7 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

A V O Z D A S C O M U N I D A D E SBolívia Bolivia Digna

Las gestiones políticas que se han venido dando desde hace unos años ya empieza a tener su fruto: en el informe estadístico proporcionado por el PNUD del presente año, muestra que Bolivia ha avanzado respecto

a la calidad de vida de sus habitantes.“Bolivia Digna” ha empezado a pasar de letras y discurso a hechos tangibles,

ya que en dicho informe, Bolivia registró un progreso que no se había visto anteriormente, especialmente su mejora se registra durante los años 2011, 2012 y se prevé que este año continúe de la misma forma. Las áreas que se toma en cuenta son: la reducción sostenida de los índices de pobreza, aumento de la cobertura en la educación primaria y secundaria, la disminución de las tasas de mortalidad infantil, la mejora en el estado nutricional de los niños, así como el aumento de la cobertura de partos institucionales son un claro ejemplo de este progreso.

En el Discurso sostenido por el representante del PNUD en Bolivia, explicó que el Informe de Desarrollo Humano (IDH), está compuesto en base a tres indicadores: longevidad (proyección de los años de vida de un boliviano), logros en educación (incluye datos de nivel inicial hasta educación superior) y control sobre los recursos necesarios para un nivel de vida digno (acceso a servicios básicos, como salud y vivienda). Después de brindar dicho informe, agregó la evaluación donde destacó los avances registrados, comparando datos que se tenía de gestiones pasadas “Bolivia es un país diferente, con una nueva clase urbana, una clase media, una clase de consumo y una economía popular urbana creciente”. Asimismo, el funcionario de Naciones Unidas recomendó mayor inversión en educación y empleo digno.

En una comparación de los indicadores de estos informes se observa que un boliviano tenía una esperanza de vida de 52 años con una escolaridad no superior a la primaria y un ingreso de $us 3.791. Con este nuevo informe, Bolivia ofrece una esperanza de vida de 67 años, la escolaridad promedia de graduación de nivel secundario y un ingreso, $us 4.444

Uno de los indicadores que llamó la atención y la expectativa de la proyección económica en Bolivia es la de educación Superior, puesto que según este informe existe un creciente alcance de ciudadanos considerados en situación de pobreza que están alcanzando estudios de nivel superior (técnico medio, superior y licenciatura), especialmente en el grupo de personas consideradas jóvenes, este informe no es tan ajeno de aquello que se esperaba, ya que desde 1980 se ha dado el período llamado “bono demográfico”, la estructura de población es esencialmente joven, y evidentemente esta población (que es la mayoritaria) está consiente del desafío que representa para su país, y agrega el plus de establecer su futuro a través de la educación.

Independientemente de datos estadísticos, debemos agregar que gestiones de carácter público han dado lugar a los avances de carácter económico que se están dando en Bolivia, así lo ha reconocido el informe otorgado por el PNUD.

Si bien es cierto que Bolivia aún continua siendo un países con niveles de desarrollo muy bajos, también es cierto que en las dos anteriores gestiones ha presentado un creciente desarrollo, tanto que es el país, junto a Panamá, que más avances ha tenido en América Latina dentro de la mejora de desarrollo humano.

Debemos reconocer que el cambio no se da de un momento a otro, es un proceso, al que se ha denominado Bolivia digna, en la que se otorga y reconoce el trabajo que se ha venido dando no solo de uno, sino de la comunidad entera, un proceso en el que todos estamos involucrados. Y aunque estamos lejos del Suma Q amaña o el buen vivir (que va más allá de lo económico) debemos continuar trabajando desde nuestros lugares bajo premisas de hallar no solo un país, sino la humanidad entera con calidad de vida, para esta y el resto de las generaciones.

Jhanira Conde

ÁfricaPara onde vão os refugiados africanos?

As migrações internas e internacionais são um fenômeno de grande relevância na África. Segundo dados da Organização Internacional da Migração (OIM), no ano de 2012 em todo o mundo há uma estimativa de pouco mais de 19 milhões de imigrantes africanos. As migrações se

enfocam sobre trabalhadores, refugiados e deslocados internos, isto é, pessoas que saíram ou foram expulsas de seu local de origem, mas não atravessaram fronteiras internacionais, portanto, refugiados dentro do próprio país. Há uma estimativa de que nove em cada cem africanos refugiam-se num país fronteiriço ao seu país de origem, são portanto, outros países que absorvem o choque das fortes pressões migratórias ligadas aos conflitos que se dão um pouco pelo continente, recebendo uma boa parte deste contingente.

Com as instabilidades políticas no período das lutas pela libertação e conquistas da independência entre as décadas de 60 e 70, assim como questões de ordem sócio-cultural e econômica resultaram em conflitos duradouros. É dentro desse contexto geral de política global que devemos entender as Áfricas

contemporâneas. Muitos Estados ainda passam por um quadro de desintegração social, deterioração de serviço público e ausência de eleições democráticas. No entanto, mesmo com este quadro de instabilidade há um reconhecimento da comunidade internacional sobre os países africanos.

Nos anos pós-descolonização europeia na África, ocorreram instaurações de partidos únicos ou tomada de poder pelos militares resultando em alguns casos em genocídios, perseguições políticas, étnicas e religiosas. O deteriorar desta situação política tem contribuído nos últimos anos para o aumento do fluxo de refugiados e migrantes. Como o exemplo do conflito em Angola que teve o cessar fogo no ano de 2002. A guerra civil angolana durou 27 anos (1975-2002), entre UNITA e MPLA (movimento de Libertação de Angola). Houve uma grande dispersão da população angolana e segundo dados fornecidos pela ONU, em 1996 existiam 12.7 milhões de deslocados internos, ou seja, 10% da população e 310 mil refugiados nos países vizinhos.

Na Somália, milhares de mortes, vítimas da fome e da guerra civil, país que conta com uma população de pouco mais de 8 milhões dos quais mais de um milhão encontram-se como deslocados internos e 457 mil refugiados em outros países fronteiriços. O genocídio interétnico de Ruanda em 1994, no qual 800 mil pessoas, na sua maioria pertencentes à minoria tutsi mas também muitas da maioria hutus, foram mortas em uma sangrenta luta interétnica. Uma pequena “peacekeeping operation” operação de paz das Nações Unidas que se encontrava no local foi incapaz de deter o genocídio. Isto gerou um fluxo migratório superior a 1 milhão de pessoas. Esta situação de deslocamentos forçados é semelhante a outros países africanos, entre os principais estão: Burundi que produziu 376 mil refugiados, República Democrática do Congo (370 mil), o conflito armado na região de Darfur, no oeste do Sudão, (523mil), Os ataques do governo sudanês e de milícias causaram uma deslocamento interno considerável, 5 milhões de pessoas até o fim de 2005. Os deslocados vivem até hoje em campos de refugiados.

A luta por democracia na chamada Primavera Árabe, conhecida como um conjunto de revoltas contra regimes autoritários no mundo árabe que iniciou-se em 2011 atingiu países da África do Norte como a Tunísia e o Egito. Este fato provocou a fuga maciça de pessoas para o Ocidente, particularmente o continente Europeu. Milhares de refugiados atravessam o mar mediterrâneo em embarcações precárias, passam fome e frio, enfrentam contrabandistas, tudo para tentar uma vida melhor, embora muitos ao chegar à Europa são presos e posteriormente deportados para os respectivos países de origem. As migrações no continente africano atingem cada vez mais mulheres, principais vítimas de deslocações internas e do tráfico de seres humanos. A fuga caracteriza-se como a última esperança para viver.

A falta de uma estrutura institucional capaz de respeitar os direitos humanos e a negligência por parte da comunidade internacional desencadeia conflitos duradouros. A problemática do surgimento de novos fluxos e do agravamento de pessoas que estão nessa condição deslocamento forçado está longe de se ter uma solução. Mesmo com a intervenção de diversas agências humanitárias o continente africano sofre com problemas dos quais a população civil sente na pele os resultados e as consequências.

Alex André VargemSociólogo membro do Instituto do Desenvolvimento da Diáspora Africana no Brasil (IDDAB)

8Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Herdeiro de Chávez, Maduro é eleito na

Venezuela

O presidente interino da Vene-zuela, Nicolás Maduro, "her-deiro político" do chavismo,

foi eleito neste domingo (14) presiden-te do país até 2019, em votação realiza-da 40 dias após a morte do líder Hugo Chávez. Mas seu rival, o oposicionista Henrique Capriles, não reconheceu a vitória do chavista e pediu uma recon-tagem total dos votos. Maduro teve 50,66% dos votos, contra 49,07% de Capriles, segundo Tibisay Lucena, che-fe do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. Em números absolutos, fo-ram 7.505.338 votos contra 7.270.403. A vitória foi por uma margem de 1,59 ponto percentual, ou 235 mil votos, muito mais apertada do que o espera-do. A participação foi de 78,71% dos 19 milhões de eleitores cadastrados. Lucena afirmou que os resultados são irreversíveis, pediu respeito a eles e aconselhou os venezuelanos a se man-terem em casa.

Falando a uma multidão de cha-vistas desde o Palácio de Miraflores, Maduro disse que sua vitória foi "jus-ta e legal", mandou uma mensagem de união aos opositores derrotados e prometeu manter as conquistas dos 14 anos de governo Chávez.

O presidente eleito afirmou no entanto que apóia uma auditoria nos votos, já pedida pelo integrante opo-sicionista do Conselho Eleitoral, Vi-cente Díaz. Pouco antes do anúncio do resultado, o oposicionista Capriles já havia insinuado, via Twitter, sobre uma suposta tentativa de fraude, mas foi re-chaçado pelo governo, que o acusou de "irresponsabilidade" em suas decla-rações. A notícia da vitória de Maduro foi recebida com fogos de artifício pe-los chavistas em Caracas.

Manifestantes da oposição, que acreditavam na vitória de Capriles, fo-ram às ruas batendo panelas e choraram tristes contra o resultado. País dividido

Maduro foi eleito após uma cam-panha curta, feita ainda sob a emoção da morte recente de Chávez. Ele terá o desafio de dirigir uma nação bastante dividida. Ao votar neste domingo, ele afirmou que não fará um "pacto" com a "burguesia", seguindo na linha cha-vista de acirrar o confronto de classes no país. Menos carismático que o "Co-mandante", ele vai precisar manter a unidade do chavismo e encontrar um estilo próprio de governar, após 14 anos do governo personalista de Chávez.

A crise econômica e a violência são alguns dos principais desafios que ele terá pela frente. O sucessor, "ungi-do" por Chávez em dezembro do ano passado, herda uma Venezuela com as maiores reservas de petróleo em todo o mundo, mas com a maior inflação da

América Latina, 20,1% em 2012, uma indústria deprimida, ciclos de escassez de bens de consumo e uma dívida pú-blica que ultrapassa 50% do PIB (Pro-duto Interno Bruto).

A eleição extraordinária deste do-mingo ocorreu porque Chávez, reeleito presidente em outubro do ano passado após bater o mesmo Capriles com uma vantagem de mais de 1,5 milhão de vo-tos, nem chegou a assumir o mandato, por conta de seus problemas de saúde. O polêmico líder socialista, que mu-dou a cara da Venezuela ao longo de seus mandatos, acabaria morrendo em 5 de março, em um hospital militar de Caracas, após uma longa luta contra o câncer.

Fonte: redacao-pbagora.

Aumenta o fluxo de imigrantes haitianos

para o Brasil

Uma equipe da Pastoral dos Migrantes e da CPT – Comissão Pastoral da Terra de Porto Velho – RO estiveram em visita aos imigrantes haitianos na cidade de Brasileia – Acre. Nesta visita de dois dias, os

agentes relatam o que se segue:“Em Brasileia, no Acre, os haitianos são mantidos na política de reten-

ção até liberação para seguirem adiante. Enquanto são mantidos retidos, os haitianos são dirigidos para uma instalação, um galpão de um antigo clube da cidade. As disposições das condições físicas das instalações são as seguintes: um terreno de aproximadamente 5.000m², um galpão coberto, mas totalmente aberto, assemelhando-se a uma quadra de esportes, quatro sanitários, sem chu-veiros, poucas condições de higiene, com iluminação elétrica, árvores (jambei-ros), duas caixas d’água de 2.000 litros cada. A vegetação é complementada

pela cerca viva e por bastante capim que cobre todo o restante do terreno. A estru-tura leva o nome de um clube local e está locada, custeada pelo erário da nação, como parte da política de imigração. São servidos um desjejum, com café com leite e pão com margarina e duas refeições, ao meio dia e às 19:00h.

Ficam neste local, desde o momento que entram no Brasil, mulheres, homens, adultos e crianças. Além dos haitianos en-contramos outros imigrantes, um de Ban-gladesh e três da República Dominicana. Uma dominicana encontra-se grávida. A entrada dos haitianos no Brasil se dá na re-gião fronteiriça com a Bolívia e Peru, em geral de táxi dos respectivos países, a um preço de até 100 dólares por pessoa. No percurso da viagem até o Brasil, os haitia-nos cruzam diferentes países latino-ameri-

canos, num período que pode durar até quatro meses para alcançar o objetivo.No momento de nossa visita, encontramos no local um contingente de 508

pessoas concentradas no galpão acima descrito, dispostas nas seguintes cate-gorias: 1) 435 homens; 2) 60 mulheres; 3) 13 crianças; 4) 06 mulheres estão grávidas.

De acordo com as anotações reali-zadas por um haitiano que está na cidade desde outubro de 2012, deram entrada no local 742 haitianos entre 12 de fe-vereiro e 08 de março de 2013, ou seja, uma média entre 25 e 30 pessoas diaria-mente, todos de maneira indocumentada e, dessa forma, ficam retidos, impedidos de seguirem adiante pelo país por não disporem de documentação. Uma vez na cidade, sua permanência pode durar de duas semanas a dois ou três meses, de acordo com as condições financeiras de cada um ou da rapidez ou lentidão dos órgãos estatais nacionais na emissão de documentos. Após a legalização documental, encontram-se livres para se-guirem adiante. Até lá, “aguardam”, retidos, concentrados num lugar em que o quadro nos remete à ideia de “uma senzala em pleno século XXI”.

A documentação é realizada da seguinte maneira: ao entrar na cidade, em geral trazidos por taxistas peruanos e bolivianos, vão direto para o galpão e posteriormente buscam a sede da Polícia Federal para darem entrada no pedido

de Refúgio, receberem um carimbo no Passaporte, constando a entrada no país, além de inscrição para obtenção do Ca-dastro de Pessoa Física, o CPF. Há uma determinação na rodoviária local que os haitianos não podem embarcar sem por-tar um CPF. Quando liberados dos trâ-mites burocráticos, têm permissão para seguirem adiante, primeiramente até Rio Branco, para obterem a Carteira de Trabalho e, dessa forma, seguirem para outras cidades mais ao sul do país.”Ir. Orila Travessini e Ir. Maria Ozânia da Silva

Mapa da rota migratória dos haitia-nos para o Brasil

Panorama geral das instalações físicas do local de “hospedagem” dos haitianos em Brasileia. Área externa à direita de quem

entra. Foto: Ir. Ozânia

Panorama geral das condições de “hospedagem” dos haitianos em Brasi-leia. Área interna onde se alimentam e

dormem. Foto: Ir. Ozânia

9 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Nós, representantes de diferentes povos indígenas do Brasil e Paraguai e repre-sentantes de movimentos e organiza-

ções da sociedade civil de Bolivia, Peru, Colombia, Argentina, Brasil e Paraguai denunciamos e repu-diamos a violação dos direitos para com os po-vos indígenas no Brasil, especificamente no Mato Grosso do Sul e no Pará, e em Paraguai, departa-mento de Amambay, participando do IV Colóquio Internacional de enfrentamento ao tráfico de pes-soas “mulheres indígenas desafiando fronteiras” realizado nos dias 4 e 5 de abril de 2013 na cidade de Campo Grande.Mato Grosso do Sul

Repudiamos a demora nos processos de demarcação de terras dos povos Guarani Kaio-wa e Terena no estado de Mato Grosso do Sul e denunciamos, segundo dados do CIMI, os mais de 28 assassinatos de lideranças indígenas por con-flitos de terra.

Repudiamos o uso de agrotóxicos nas plan-tações de cana e soja que poluem a água, o solo e o ar e intoxicam as pessoas da comunidade Ja-toyvary no município de Ponta Porã.

ParáRepudia a invasão das terras Munduruku

Sawré, Maybu localizada no Médio Tapajós, em Itaituba, em uma ação patrocinada pelo governo federal denominada Operação Tapajós.

Com o objetivo de garantir a realização de estudos nas terras Munduruku para viabilizar a construção do Complexo Hidroelétrico do Tapajós, o Governo Federal enviou para a região homens da Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, Po-lícia Federal e homens do exército, ostensivamente armados, com equipamentos e se transportando através de helicópteros, voadeiras, pick ups / carros 4X4, causando terror aos moradores da aldeia, que ainda trazem na memória o resultado da Operação Eldorado, que resultou na morte de um indígena, pela Policia Federal, na Aldeia Teles Pires.

Preocupa-nos a forma desrespeitosa como o Governo Federal trata os povos indígenas para a implantação dos grandes projetos e como os direitos constitucionais das populações indígenas são atacados.

Denunciamos que mais uma vez, o Governo, o Congresso Nacional e o Judiciário brasileiro, fecham os olhos para os acordos internacionais dos quais o Estado Brasileiro é signatário, como a Convenção 169 da OIT.

ParaguaiDenunciamos que fazendeiros brasileiros

estão invadindo território sagrado Jasuka Venda (patrimonio cultutral dos indígenas), em conivên-cia do poder judiciário paraguaio que autorizou a posse de 300 hectares do território sagrado a favor dos fazendeiros, conforme denúncia formu-lada por quatro associações em guarani.

Repudiamos o uso de agrotóxicos nas plan-tações de soja que poluem a água, o solo e o ar e intoxicando e matando as pessoas de comunida-des indígenas do Departamento do Amambay.

Ore Paî Tavyterâ romoguejy peême ore re-miandu ojepe’asegui orehegui 300 hectarea ore Jasuka Venda, oîva Capitan Bado pe. Estancieros brasileros oîva ijerere oipe’ase orehegui pe lugar sagrado ha’eva pueblo indígena mba’e. Péva ha’e ipokokave’y ha imbo’ete py va’erâ.

Nosotros Paî Tavyterâ denunciamos nuestra preocupación, porque quieren despojarnos unas 300 hectáreas de nuestro Jasuka Venda que que-da en Capitan Bado. Estancieros brasileros que viven alrededor son los que quieren apropiarse de nuestro lugar sagrado que es, del pueblo in-dígena. Nuestras tierras sagradas no deben ser vendidas, ni regaladas y desde el Estado debe ser garantizada. Exigimos • a imediata retirada dos fazendeiros e a de-

socupação da área Jasuka Venda e o respei-to as terras sagradas do povo Paî Tavyterâ;

• que a justiça seja feita aos assassinos dos indígenas no Matro Grosso do Sul, em par-ticular dos assassinos do adolescente indí-gena de 15 anos da aldeia de Caarapó;

• a suspensão imediata do uso de agrotó-xicos nas plantações de soja e cana de açucar nas proximidades de comunidades e terras indígenas;

• que o governo brasileiro acelere a demar-cação das terras indígens em Mato Grosso do Sul e que não haja mais mortes de lide-ranças indígenas;

• a retirada imediata das tropas federais, as-sim como a suspensão de todo e qualquer estudo na região com vistas a facilitar a construção do CH Tapajós. Exigimos que seja respeitada a decisão dos Caciques Muduruku, que por diversas vezes já se pro-nunciaram contra a construção das barra-gens no rio Tapajós.

Apoiamos • os Mundurukus que resolveram se unir

frente às ameaças do governo brasileiro em defesa de suas vidas, sua floresta e seu rio.

• A luta dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul pela demarcação de suas terras e o respeito aos seus direitos

• A luta das Asociaçoes Paî Reta Joaju, Asociación Paî Tavyterâ Rekopavê ha Asociación Paî Jopotyrâ.

Seguem assinutaras de entidades.Campo Grande-MS

4 e 5 de abril de 2013

Carta de repúdio as violações dos direitos dos Povos Indigenas do Pará, Mato Grosso

do Sul e Paraguai

“He esperado ansioso este día, no solo yo, también mi

familia porque me siento más boliviano en la cancha, estamos emocionados”, expresó Jorge, uno de los tantos simpatizantes del elenco de la “V” azulada. Y es que aquí en São Paulo, los eventos deportivos concentran, unen e integran a los residentes bolivianos, ésta vez, a más compatriotas del departamento

Quirquincho (animal típico de la región) de la Bolivia querida. Aproximadamente 300 hinchas fueron al estadio Pacaembu a alentar a su equipo de fútbol, que disputaba el partido por el torneo Copa Libertadores con el equipo paulista Corinthians. A la par, el personal de CAMI acompaño esta experiencia de la comunidad inmigrante en São Paulo.

La plaza Kantuta y la Rua Coimbra donde la comunidad boliviana acostumbra reunirse los fines de semana concentraron a los hinchas a partir de las 18:00 hrs. En ambos puntos de concentración estaban omnibuses listos para el transporte hacia el estadio, aproximadamente a las 19:30, partimos con todos los hinchas uniformados de camiseta blanca. Durante todo el trayecto corearon canciones del equipo de sus amores como: “San José es Oruro, Oruro es San José”, animados y alegres, llegaron

al estadio Pacaembu y allí ondearon banderas bolivianas, orureñas y por supuesto banderas de la “V” azulada. Los hinchas también recordaron la muerte del compatriota Kevin Beltrán Espada, lamentando la tragedia en Oruro, con faixas pidiendo “paz entre hermanos”.

Con garra y fuerza los hinchas alentaron al equipo boliviano durante todo el juego desafiando el frío,

frente a más de 35 mil corinthianos. Aumentaron más su apoyo al cuadro orureño después del segundo tiempo donde el partido se disputó con solo 10 jugadores de San José.

Pese al resultado (3-0) y limitaciones el cuadro de la “V” azulada hizo un buen papel, porque puso aplomo para cortar las conexiones ofensivas del rival y el

esfuerzo le permitió evitar la llegada de más goles.

Los hinchas bolivianos y hasta brasileros con corazón boliviano al terminar el juego salieron contentos por haber apoyado com garra a su equipo, defendiendo con orgullo la tricolor boliviana y los colores de SU SAN JOSÉ.

Carmen Hilari

Hinchada dio fiel apoyo al equipo de

sus amores: San José

Colóquio Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de PessoasCerca de 120 especialistas, representantes de governo e da sociedade civil do Brasil, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Peru, Re-pública Dominicana, México e Espanha participaram nos dias 4 e 5 de abril, do Colóquio Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Campo Grande, evento onde o Centro de Apoio ao Migrante CAMI/SPM teve uma ativa participação. Um dos resultados do colóquio foi a carta de repúdio ás violações dos povos indígenas que segue na íntegra:

Faixas de integración y de herman-dad - Rua Coimbra

La Hinchada orureña en el ómnibus camino al estadio

Hinchada en el Pacaembu

Hinchada en el Pacaembu

Hinchada de “la temible” junto a periodistas bolivianos

Hinchada en el Pacaembu

10Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

Para escuchar la voz del inmigrante debe seguir los siguientes passos:

1º Entrar a nuestra página web: www.cami-spm.org

2º Clickar em la parte superior de la pantalla em: RADIO WEB “LA VOZ DEL IMIGRANTE”

Y listo, disfruta de nuestra programação las 24 hrs.

A 50 años de la Copa América

Bolivia celebra Bodas de Oro (50 años) del único galardón, como campeón invicto de la copa Sud Americana (hoy Copa América) en 1963. Al margen de la clasificación de las eliminatorias de la Copa del Mundo EEUU 1994.

Cabe resaltar en estos cincuenta años el apoyo de los pocos dirigentes que SÍ apoyaron de verdad al deporte en general, especialmente al futbol de aquellos que tuvieron visión, amor a la patria como don Rafo, Rafael Mendoza Castellón, Mario Mercado Vaca Guzmán, Jose (chacho) Saavedra Banzer, en la ciudad de La Paz, en Cochabamba a don Enrique Happ, ciudadano alemán con el corazón de Bolivia, en Santa Cruz de la Sierra al Ing. Rolando (tahuichi) Aguilera.

Todos estos personajes importantes del fútbol, en su momento lucharon y descubrieron grandes talentos y técnicos de calidad que luego integraron a equi-pos de la liga profesional del futbol boliviano, en especial aportaron a la selección boliviana.

Hoy por hoy, los mal llamados dirigentes, solo cuidan su bienestar y su eco-nomía personal sin interesarles la situación de nuestros deportistas; es por eso que el rendimiento de la selección boliviana no es bueno, los equipos que representan al país en la mayoría de los eventos internacionales, está en los últimos lugares. Cuando se les pide la explicación del caso, la respuesta es siempre la misma. Es-tamos ganando experiencia y demás pretextos. La pregunta es ¿hasta cuándo?

Zacarias Saavedra, comunicador social

La hermandad se integra en la Asociación Deportiva y Cultural

“Expresión Social” de Imirim

En ésta edición uno de los fundadores José Kama Socapoca de la Asociación

IMIRIN, que tiene más de 20 años de trayectoria y que reúne a la comunidad de inmigrantes en São Paulo, nos habla de los logros meritorios y desafíos aquí en São Paulo.

Periódico Nosotros Imigrantes (N.I.)Jose Kama Socapoca (JKS)

N.I. Cuándo nace la Asociación Deportiva y Cultural “Expresión Social” Imirim?JKS. Se funda el 20 de marzo de 1994, con el Sr. Alejo Calatayud, Venancio Chipana Machaca y mi persona, en el campo deportivo de la escuela Comandante Garcia de Ávila, en la Rua Armando Coelho da Silva 859 – Imirim, en el Barrio de Casa Verde.

N.I – Cuál el objetivo de la organización de estos campeonatos año tras año?J.K.S – El objetivo de la Asociación es la integración latinoamericana porque participan inmigrantes

jugadores de Perú, Paraguay, Chile y Bolivia.

N.I. Cuántos equipos participaron hasta el día de hoy en la Asociación?J.K.S De acuerdo a los registros, pasaron más de 100 equipos, en la actualidad están 6 equipos desde su fundación como: Real Huaycheño, Club Tiraque, Real Antofagasta (Integrado por chilenos). Deportivo Berlín, Club los Chicos de la tía Loca y Club Acosta Sport.

N.I. Cómo se desarrolla el campeonato de Futsal? J.K.S El campeonato de Futsal está organizado en toda la parte integral, en base a las reglas básicas de la Federación Paulistana de Futsal (F.P.F.S) y en vigor al reglamento interno elaborado por el comité técnico de la asociación.

N.I. Qué equipos fueron los ganadores de la gestión 2012?J.K.S – Club Tiraque en primer lugar (jugadores bolivianos), sub campeón – Sport Paraguay (jugadores Paraguayos) tercer lugar Club Amistad, cuarto Deportivo Nueva Estrella (jugadores paraguayos).

N.I. – Cuales son los eventos significativos e importantes de la Asociación?J.K.S – La participación de nuestros equipos campeones en diferentes campeonatos de confraternización regional, como en Interligas, Aero Sur, liga de Carapicuiba, entre algunos.

Agradecimientos: Queremos agradecer a nombre de la Asociación al Centro de

Apoyo al Imigrante – CAMI, a todos los integrantes y en especial al coordinador de CAMI Roque Patussi y al Hno. Zacarias Saavedra por el apoyo desinteresado que brindan a la Comunidad Imigrante.

Nota: Todos los interesados que deseen participar en el campeonato de Futsal pueden llamar al telf. 34966218.

11 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 11 - abril/ maio 2013

GRAN JORNADA DE SALUD !!! Gratuita

Participa con nosotros y disfruta de la presentación de:Grupos de baile Conjuntos musicales

Caporales San Simón (Bolivia) Grupo orquestal FENIXTinkus Wayna Lisos (Bolivia) Grupo autóctono “Jacha

Acuarela Paraguaya (Paraguay) Sicuris de Italaque”Tiendas de información en derechos humanos, regularización migratória y de oficinas de costura. Premios, comida típica y venta de productos y prendas de artesanos bolivianos, equatorianos y peruanos

Te esperamos junto a toda tu familia!!!

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No Brasil o tráfico de pessoas é a maior fonte de renda entre os tráficos, segundo a UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) e é um dos piores crimes, porque além de iludirem as pessoas em relação ao trabalho e a oportunidades, explora adultos e crianças de forma degradante e desumana.

A CUT Brasil sempre lutou e lutará para combater estes crimes e para assegurar dignidade e justiça a todos os trabalhadores/as migrantes!

Segunda vía del RNE en caso de pérdida o robo

Atención, si usted perdió su RNE, debe presentarse en la Policía Federal con los siguientes documentos.

1. Presentar el Boletín de Ocurrencia (B.O.), presentando la denuncia de robo o pérdida en la policía civil más próximo de su barrio, después dirigirse a una notaría (Cartório) para sacar 1 fotocopia autentificada del B.O.

2. Debe sacar 1 fotocopia autentificada en la notaría (Cartório) del documento de viaje vigente, si en caso no tenga, deberá solicitar la inscripción consular en su consulado y del mismo tener 1 fotocopia autenticada.

3. Dos fotos 3x4 fondo blanco sin fecha ni adornos.4. Comprobante de dirección (factura de luz o

teléfono)Documentos que el Centro de Apoyo al Migrante - CAMI te brinda sin costo ninguno.

5. Formulario y el Agentamiento (para la Policía Federal).

6. Declaración de Pérdida y Robo (modelo por la federal)

7 Impresión del Boleto bancario con la Tarifa de R$ 305,03 (COD. 1401439) www.dpf.gov.br.

Para recabar información necesaria puedes visitarnos o llamar por teléfono, en los siguientes horarios de atención:

Centro de Apoyo al Migrante – CAMIAtención: de 9 de la mañana a 5 de la tarde

Tel. 26945428Atendentes: Carla Lipa y Carla Yanapa

Inscripciones abiertas para el:

Segundo Grande Festival de Música y

Poesía del Inmigrante“CONVOCATORIA Y REQUISITOS DE

INSCRIPCIÓN”Dirigido a: Inmigrantes (niños, jóvenes y adultos) Temas: Las composiciones (Letra y Música) deben ser de creación propia, con temas afinesa la Migración, Juventud e Bien VivirPremiação: La premiación será en dinero:

1er. lugar de música R$ 1.000,002er. lugar de música R$ 500,003er. lugar de música R$ 250,00

1er. lugar poesía R$ 500,002do. lugar poesía R$ 250,003er. lugar poesía R$ 100,00

Lugar de Evento: El festival será realizado el mes de septiembre en el Memorial de América Latina.Lugar de Inscripción: Rua Cnel. Morales 377 - Pari, CAMI/SPM Más informaciones al telf.: 26945428 Centro de Apoyo al MigranteDurante este evento tendremos la participación de grupos folclóricos de diferentes países y muchos premios

PARTICIPA, DIVIÉRTETE Y GANA !!!