Noroeste Agora - nº03

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O maior mineroduto do mundo está sendo constru- ído e passa pela região no- roeste fluminense causan - do estragos nas estradas, devastação ambiental, e prejudicando inúmeras ci- dades. Com 525 km de extensão e atravessando 32 municípios, a obra ame- aça a Mata Atlântica e 600 cursos d'água. A justiça negou o pedido de parali- zação das obras feito pelo Ministério Público Federal / MG, que devem continuar a todo vapor. O MAIOR MINERODUTO DO MUNDO PÁG. 3 PÁG. 6 Você sabe quanto o seu município arrecada todos os meses? Você sabe quanto seu município gasta men- salmente? Você conhece o orçamento do seu município? TRIAL CLUBE VARRE-SAI Motoqueiros de Varre-Sai e região se divertem aos domingos na serra. Págs.: 8 e 9 Perlla sacode Natividade com um super show. O CLEN AGITA + 1 Pág: 11 ARTIGOS Maíra Ramos: Invisibilidade Social: Mea Culpa Pág: 5 André Araújo: Redes sociais podem fazer a diferena nas eleições Pág: 14 Léo Bilú: Remando contra a maré Pág: 15 Alternativas de Lazer nesta edição: Sítio Velho Moinho pág:10 Cidadania Noroeste Cartilha ilustrada contendo informa- ções e dicas de cidadania e participa- ção popular. Págs.: 12 e 13

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Leia a Terceira Edição do Noroeste Agora.

Transcript of Noroeste Agora - nº03

O maior mineroduto do mundo está sendo constru-ído e passa pela região no-roeste fluminense causan-do estragos nas estradas, devastação ambiental, e prejudicando inúmeras ci-dades. Com 525 km de extensão e atravessando 32 municípios, a obra ame-aça a Mata Atlântica e 600 cursos d'água. A justiça negou o pedido de parali-zação das obras feito pelo Ministério Público Federal / MG, que devem continuar a todo vapor.

O MAIOR MINERODUTO DO MUNDO

PÁG. 3

PÁG. 6

Você sabe quanto o seu município arrecada todos os meses?Você sabe quanto seu município gasta men-salmente?Você conhece o orçamento do seu município?

TRIAL CLUBE VARRE-SAIMotoqueiros de Varre-Sai e região se divertem aos domingos na serra.

Págs.: 8 e 9

Perlla sacode Natividade com um super show.

O CLEN AGITA + 1

Pág: 11

ARTIGOSMaíra Ramos: Invisibilidade Social: Mea Culpa Pág: 5André Araújo: Redes sociais podem fazer a diferena nas eleições Pág: 14Léo Bilú: Remando contra a maré

Pág: 15

Alternativas de Lazernesta edição:

Sítio Velho Moinhopág:10

Cidadania NoroesteCartilha ilustrada contendo informa-ções e dicas de cidadania e participa-ção popular. Págs.: 12 e 13

EXPEDIENTEeditor chefe: Thiago Ramosdireção de conteúdo: André Araújodireção comercial: Elizabeth Ribeiro (Natividade) Rita Ramos (Varre-Sai)colaboradores:Claiton Rocha, Camilo de Lellis, Eusébio Dornellas, Guilherme Carvalhal, Marce-lo Abib, Silaine Terra e Vanderson Garciana internet:www.noroesteagora.com.brtwitter.com/noroesteagorae-mail:[email protected]@[email protected] opinião emitida pelos nossos colunistas e colaboradores são de sua inteira responsabilidade.Todos os direitos reservados.Copyright - Agência LivreWeb CrosmediaCEP: 28380-000 // Tel: (22) 3841-3708

ABRIL DE 2010 2“Clickando” Leitores...

por Thiago MuOPINIÃO

A transparência pública é tema que vem ganhando desta-que nos cenários nacional e in-ternacional, isso porque permite maior controle social, e constitui mecanismo de capacitação do cidadão e fortalecimento da de-mocracia. Para isso a prefeitura deve incentivar a participação popular na discussão de planos e orçamentos. E cabe a você, ci-dadão, fiscalizar como tudo isso está sendo feito.

A prefeitura deve propiciar ao cidadão a possibilidade de en-tender os mecanismos de ges-tão, para que ele possa influen-ciar nas decisões. O acesso do cidadão à informação simples e compreensível é o ponto de partida para uma maior transpa-rência.

A transparência da gestão pública e das ações do governo depende, portanto:

• Da publicação de informa-ções;

• De espaços para a partici-pação popular na busca de so-luções para os problemas;

• Da construção de canais de comunicação e de diálogo entre a sociedade civil e o governan-te;

• Da apresentação simplifica-da do orçamento público.

Para que o controle social possa ser efetivamente exerci-do, é preciso, portanto, que os cidadãos tenham acesso às in-formações públicas. Essa trans-parência implica, no entanto, um trabalho simultâneo do governo e da sociedade: o governo, le-

vando a informação à socieda-de; a sociedade, buscando essa informação consciente de que tudo o que é público é de cada um de nós.

No intuito de incentivar nos-sa juventude para a pesquisa e o debate a partir de consultas aos diversos sites oficiais dispo-níveis sobre esse assunto, pas-saremos a divulgar os valores repassados aos municípios de Natividade e Varre-Sai, todos constantes do Portal da Trans-parência, do governo federal, onde podem ser encontrados, para consulta livre por qualquer cidadão, os repasses feitos a to-das as unidades da federação.

A gestão das Páginas de Transparência Pública é regula-mentada pelo Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005 e pela Portaria Interministerial nº 140, de 16 de março de 2006, que determinam a divulgação de da-dos e informações pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal na Internet.

Muitos estados e prefeituras também já disponibilizam Pági-nas de Transparência Pública com informações a respeito de seus gastos. Além disso, as prefeituras devem prestar con-tas à população e publicar suas contas de forma simples em lo-cal visível e de fácil acesso para todos os cidadãos, bem como incentivar a participação popular na discussão de seus planos e orçamentos (Lei de Responsa-bilidade Fiscal, art. 48 e 49).

A TRANSPARÊNCIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL

Tudo o que é público é de cada um de nós

Fontes primárias de consulta: http://www.portaltransparencia.gov.brhttps://www13.bb.com.br/appbb/portal/gov/ep/srv/daf/index.jsphttp://www.fazenda.rj.gov.br/portal

ABRIL DE 2010 3

A ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) perante a Justiça Federal em Belo Horizonte para impedir a continuidade das obras de ins-talação do Mineroduto Minas-Rio foi negada. Eram réus na ação o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o es-tado de Minas Gerais, a MMX Minas-Rio Mineração e Logís-tica Ltda, a Anglo Ferrous Mi-nas-Rio Mineração, a LLX Açu Operações Portuárias S/A, a LLX Minas-Rio Logística Co-mercial Exportadora S/A e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Rio de Janeiro.

Anunciado como o maior do mundo, com aproximadamen-te 525 quilômetros de exten-são, o mineroduto foi projetado para transportar a produção anual - de até 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro, a partir de 2012 - da mina Sa-po-Ferrugem em Conceição do Mato Dentro, na região cen-tral de Minas, ao Porto de Açu, no Rio de Janeiro, atravessan-do 32 municípios mineiros e fluminenses. A Anglo Ferrous Brasil, unidade criada pela An-

glo American para a área de minério de ferro, está execu-tando no Sistema Minas-Rio um investimento total previsto de US$ 3,6 bilhões. Para tocar a projeto foram organizados 13 canteiros operacionais e três canteiros administrativos, situ-ados nos municípios de Nova Era e Urucânia, em Minas Ge-rais, e na região de Itaperuna, no Rio de Janeiro.

Mas para atravessar os 525 km entre a unidade de beneficiamento e o porto, o mineroduto encontrará muitas interferências, principalmente rios, além da geografia mon-tanhosa de Minas Gerais. Em alguns pontos será necessário construir túneis, entre os quais se destaca o localizado em Sem Peixe (MG), com 1.200 m de extensão.

O empreendimento é com-posto por três elementos: a mina, de onde será extraído o minério; o mineroduto propria-mente dito, com cerca de 500 km de extensão; e o porto de Açu, construído especialmente para viabilizar a exportação do produto. A mina está localiza-da em Minas Gerais; o porto,

no Rio de Janeiro. Ligando os dois extremos, o mineroduto, que começa em território mi-neiro, no município de Concei-ção do Mato Dentro, e termina em território fluminense, jus-tamente no Porto de Açu, em São João da Barra (RJ).

Para o MPF, é óbvio que es-sas estruturas não existem de forma independente; elas são indissociáveis, uma não funcio-na sem a outra. “No entanto, o procedimento de licenciamen-to foi fragmentado. Apesar de ser um empreendimento úni-co, a mina vem sendo objeto de licenciamento pelo estado de Minas Gerais; o minerodu-to foi licenciado pelo Ibama, como se tal duto pudesse fun-cionar sem o minério que pro-vém da mina, e, finalmente, o Porto de Açu vem sendo licen-ciado pelo Estado do Rio, atra-vés do Inea”, afirma a ação. O MPF entende que o fraciona-mento ocorreu para driblar os diversos entraves ambientais que certamente teriam de ser enfrentados num procedimen-to de licenciamento único. No caso do Ibama, há ainda a agravante de que as licenças

do mineroduto foram concedi-das de forma açodada, inclusi-ve com lacunas no EIA/Rima, o qual foi analisado por equipe técnica multidisciplinar sem a formação exigida.

“Os impactos ambientais não foram devidamente quan-tificados. Além do problema hídrico, o turismo e a agricul-tura, inclusive de subsistência, bem como o modo de viver das populações tradicionais da região, serão severamen-te afetados. Não há, contudo, aprofundamento do estudo de impacto ambiental nesta ver-

tente e, via de conseqüência, inexiste propositura de medi-das compensatórias e mitiga-tórias eficazes”, lembra a pro-curadora da República Zani Cajueiro.

O MPF pediu que fosse decretada a nulidade dos pro-cedimentos de licenciamento ambiental e das licenças con-cedidas até o momento, e que fosse declarada atribuição do Ibama realizar o licenciamento do empreendimento, conside-rando-o como um todo único e indissolúvel formado pelo con-junto Mina-Mineroduto-Porto.

Justiça nega pedido do MPF/MG para a paralisação nas obras de construção do Mineroduto Minas-Rio

O prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias venceu as prévias realizadas domingo (28/04) para definir a candi-datura do PT ao Senado. Dis-putavam a secretária estadual de Assistência Social Benedita da Silva e o prefeito Lindberg Farias. Com 100% dos votos apurados, Lindberg obteve 67,4% (18.639 votos), contra 32,6% (9.014 votos) da secre-tária estadual Benedita.

O prefeito de Nova Iguaçu afirmou que pretende traba-lhar para unificar o partido no

estado: “Tínhamos receio de que uma disputa interna pu-desse deixar fraturas no PT, mas em todos os encontros eu e Benedita fomos cordiais e agora vamos trabalhar para a unidade dentro do partido”, disse Lindemberg.

Na totalização da apuração final das prévias, os votos váli-dos somaram 27.653, brancos 193 e nulos 165, totalizando 28.011 votos. O pleito aconte-ceu em 81 municípios do esta-do das 9h às 17h.

Lindberg Farias é o candidato do PT/RJ ao Senado O Ex-Prefeito do muni-cípio de Natividade Luis Carlos Machado teve suas contas reprovadas pela Câmara Municipal na reunião do dia 30 de março. Agudo pode re-correr à Segunda Instân-cia, caso tenha interesse em continuar na vida pública. Na próxima edi-ção traremos uma repor-tagem completa sobre o assunto.

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Você e o NOROESTE, AGORA!Este espaço é destinado aos leitores do jornal NOROESTE AGORA. Você pode dar a sua suges-tão, enviar as suas críticas, denunciar, elogiar ou mesmo “puxar a orelha” de alguém. Participe da construção do jornal NOROESTE AGORA en-viando suas sugestões por carta ou por email

Endereço: Rua Dr. Raul Travassos, n° 01 - 2° an-dar - sala 205, Centro - Natividade - RJ - CEP: 28380-000

Email: [email protected]

Vice-Presidente doVasco visita o Noroeste

O vice-presidente financeiro do Clube de Regatas Vasco da Gama, Nelson Rocha, visitou o município de Natividade. O encontro buscou a formação de parcerias com municípios da região, para criação de núcleos da equipe carioca e tam-bém para o fortalecimento do quadro de associados da gran-de torcida cruzmaltina. O encontro realizado no auditório do Sindicato Rural de Natividade, contou com a participação do Vice-Prefeito Francisco Bohrer - Chico da Saúde, da Secretá-ria de Assistência Social Trabalho e Emprego Fabiana Belloto e do subsecretário Rafael Capita. Em pauta foram discutidos a ampliação da NatiVasco e a criação de um núcleo da esco-linha do Vasco no município. Nelson Rocha também visitou os municípios de Varre-Sai para uma reunião com o Secretário de Esportes Sidney Rocha; e em Porciúncula se reuniu com membros da torcida TopVasco.

Nelson Rocha (Vasco) em conversa com André Araújo (Noroeste Agora).

As Olimpíadas do Conheci-mento são uma competição or-ganizada a nível nacional como forma de estimular a criatividade e o desenvolvimento tecnológi-co. A sua VI edição aconteceu entre os dia 9 e 14 de março, no RioCentro, no Rio de Janei-ro. Visando expandir o contato do empresariado local e dos estudantes, a Firjan Noroeste, juntamente ao Sesi e Senai de Itaperuna e Pádua, organizou uma caravana com mais de 50 ônibus transportando alunos de todas as cidades do Noroeste Fluminense, e também empre-sários. No total, foram mais de 2 mil visitantes da região partici-pando do evento.

O presidente da Firjan No-roeste, Antônio Boechat, disse que é importante dar aos alunos e empresários a chance de co-nhecer um evento deste porte: - É com grande alegria que nós da Firjan proporcionamos esta oportunidade aos alunos - afir-mou.

Entre os alunos, a empolga-ção em conhecer as inovações tecnológicas apresentadas no evento foi grande. O comen-tário geral entre eles foi sobre as novidades e a oportunida-de de ingressar em um ensino profissionalizante. Um dos pais agradeceu a chance da filha ter visitado o evento: - Quero para-

benizar ao Sr. Antônio Boechat e ao Dr. Eduardo Eugênio por poder proporcionar uma oportu-nidade única para todos os nos-sos filhos que estão no ônibus nº 336 (Colégio Chequer Jorge). Ouvi relato de alguns pais com os olhos em lágrimas, a alegria de ver que os seus filhos pu-deram vir a ter um futuro bem diferente a partir desta viagem - disse.

Já a caravana de empresá-rios, composta por um ônibus saindo de Pádua e Outro de Itaperuna, saiu na tarde de quin-ta-feira, dia 11, e seguiu para o Rio de Janeiro, onde aconteceu o evento, fazendo o pernoite e prosseguindo ao RioCentro, onde foram realizadas as com-petições, na manhã da sexta-feira, dia 12. Estavam presentes empreendedores das áreas de alimentação, confecção e metal-mecânica.

As Olimpíadas abrangem uma gama de setores profissio-nais. São 48 modalidades dife-rentes, englobando áreas como desenho industrial e mecânico, montagem de restaurantes, pa-nificação, soldagem, e diversas outras. Também houve no even-to estandes de empresas e área sobre o uso de tecnologia da in-formação na aprendizagem, um dos destaques. Outro ponto alto e que causou comentários entre

os visitantes foi a parte de ino-vações tecnológicas no Inova Senai, com novidades em áre-as como reciclagem, vestuário, mecânica, acessibilidade, entre outros.

O espaço do evento era de 571 mil m², dividido em cinco pavilhões, todos visitados pela caravana de empresários. Per-correndo cada espaço, os em-presários puderam conhecer as novas tecnologias em diversos setores e ampliar seu contato com inovações de diversos ti-pos.

Um dos integrantes da cara-vana de empresários foi Márcio Maia, proprietário da Doces So-nhos e presidente do Sindicato das Confecções. Percorrendo os estandes e todas as áreas, Márcio ficou muito interessado nas novidades apresentadas: — Superou todas as expectati-vas, apesar de ser bem corrido e o evento ser muito grande — considerou. Márcio apontou como um dos pontos fortes do evento a parte de tecnologia destinada para os portadores de necessidades especais. “A tecnologia auxilia as pessoas, e o evento ajuda a mobilizar a so-ciedade”, comentou. Outro as-pecto citado por Maia é quanto à importância de se estimular a educação e o desenvolvimento tecnológico. “Que este evento

sirva de incentivo para os jovens”, disse.

Outro visitante da ca-ravana foi Pérsio Terra, diretor da Xamego Bom e integrante do Sindica-to da Alimentação. Seu interesse na visita ao evento foi de conhecer novidades nas áreas de engenharia civil, panifica-ção e confeitaria. “Achei interessante a parceria entre Senai e as oficinas. É muito bom conhecer inovações tecnológicas”, disse.

Alunos e empresários do Noroeste nas Olimpíadas do Conhecimento

por Guilherme Carvalhal

Antônio Boechat encontrou-se com o vice-presidente José Alencar

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Maria Cecília & Rodolfo

Mais um evento de sucesso foi realizado pela Dimensão Eventos na cidade de Itaperuna. O mês de março foi mar-cado pelo grandioso show da dupla sertaneja Maria Cecília & Rodolfo. Animação e descontração não faltaram. A região inteira compareceu, aproximadamente 10 mil expectadores curtiram o show. O repertório da dupla contou com músicas já consagradas como “Você de Volta” e “Coisas Exotéricas”, e também incluiu novidades e músicas de sucesso nacional.

foto: Bárbara Franzini

Outro grande evento que movimentou o mês de mar-ço no noroeste fluminense foi o tradicional MotoCross de Raposo. O evento acon-teceu no dia 28/03, num domingo de muito calor e adrenalina. Motoqueiros de várias cidades do noroeste fluminense fizeram sucesso com o público. A festa ficou completa com as manobras radicais dos pilotos, com a poeira subindo e com a adrenalina à flor da pele.

Motocross em Raposo

Invisibilidade Social: Mea CulpaHá muito tempo venho pen-

sando sobre o tema e em como essa invisibilidade se faz presente em nossas vidas, principalmente nos grandes centros urbanos, onde o ritmo apressado nos leva, invariavelmente, a esquecer de olhar o outro.

Venho aqui contar uma his-tória real, de um trabalhador da minha super quadra, em Brasília. Faço mea culpa, pois, embora o admire de longe, não tive a co-ragem, ainda, de conversar com ele, saber seu nome ou mesmo sua história.

O senhor aparenta ter, já, uns sessenta anos. Talvez não tenha toda essa idade. No entanto, para quem vive de sol a sol, o tempo deixa marcas mais profundas na pele, o que acaba por lhe dar mais anos do que efetivamente venha a ter. Ele varre a quadra: isso inclui retirar as folhas que as muitas ár-vores teimam em jogar no chão, limpar o parquinho infantil e varrer o piso acimentado. Chega bem cedo para fazer o seu trabalho. Está sempre de bom humor, ao menos é o que deixa transpare-

cer para quem procura ver.Sou uma das poucas pessoas

que lhe deseja bom dia. Queria fazer mais, talvez conversar um pouco, ouvir o que esse senhor tem a dizer ou mesmo partilhar do seu silêncio, se as palavras não puderem ou não quiserem sair.

Esse senhor não deve ter gran-de formação acadêmica, pessoa de poucos estudos, a quem, qui-çá, esse seja o mais importante emprego que poderia almejar. Talvez não... Como saber?

Bom, o fato é que mesmo sem nada conhecer a respeito da vida desse trabalhador, admiro-o em silêncio, do conforto do meu am-plo apartamento. Às vezes me pego a olhá-lo e me vejo repleta de um sentimento bom que não sei explicar, pois me é diferente de tudo que já senti anteriormen-te. Percebo, à distância, a sereni-dade do seu trabalho, em como, com graça, ele recolhe as flores e folhas caídas, em como o lixo é juntado, quase que religiosamen-te, nos sacos pretos...

É certo que as folhas caem todos os dias e ele, sabedor de

tal fato, vem, diariamente, exercer com zelo o seu ofício. De manhã-zinha chega e só se retira quando o céu dá sinal de que a noite se avizinha. A maioria de nós passa por esse trabalhador sem o en-xergar; alguns têm pressa, mas a maior parte simplesmente não enxerga a pessoa que mantém limpo o chão onde nossos pés pisam.

Já faz umas semanas que não vejo, de minha janela, o se-nhor. Foi substituído por um rapaz jovem, que não desenvolve, com a mesma graça, o trabalho. Tenho sentido falta dele. Quero acreditar que essa ausência seja só por um período de férias. Frequentemen-te me ponho a olhar pela janela, saudosa de uma pessoa que nem conheço e que, mesmo sem saber, faz parte dos meus dias. In-visível para muitos e exemplo de perseverança para mim...

Maíra Silva da Fonseca RamosProcuradora da Fazenda [email protected]

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TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS JANEIRO 2010 Município de Natividade

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS JANEIRO 2010 Município de Varre-Sai

TRANSFERÊNCIAS DO ESTADO TRANSFERÊNCIAS DO ESTADO

ICMS 878.280,83 ICMS 701.013,13

IPVA 36.544,02 IPVA 11.567,25

TOTAL TRANSFERIDO PELO ESTADO PARA NATIVIDADE

914.824,85 TOTAL TRANSFERIDO PELO ESTADO PARA VARRE-SAI

712.580,38

TRANSFERÊNCIAS DO GOVERNO FEDERAL TRANSFERÊNCIAS DO GOVERNO FEDERAL

FPM 322.473,47 FPM 224.401,42

FEP 6.203,00 FEP 3.721,80

ICMS EXPORTAÇÃO 4.189,31 ICMS EXPORTAÇÃO 3.302,39

ITR 26,44 ITR 129,19

ROYALTIES ANP 331.166,62 ROYALTIES ANP 287.970,96

CID 15.836,18 CID 9.417,48

FUNDEB 286.936,95 FUNDEB 310.020,28

SNA – SIMPLES NACIONAL 5.647,86 SNA – SIMPLES NACIONAL 1.292,90

APOIO FINANCEIRO - AFM 67.991,63 APOIO FINANCEIRO - AFM 40.795,02

TOTAL TRANSFERIDO PELA UNIÃO PARA NATIVIDADE

1.040.471,46 TOTAL TRANSFERIDO PELA UNIÃO PARA VARRE-SAI

881.051,44

TOTAL GERAL TRANSFERIDO PARA NATIVIDADE

1.925.296,31 TOTAL GERAL TRANSFERIDO PARA VARRE-SAI

1.593.631,82

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS FEVEREIRO 2010 Município de Natividade

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS FEVEREIRO 2010 Município de Varre-Sai

TRANSFERÊNCIAS DO ESTADO TRANSFERÊNCIAS DO ESTADO

ICMS 42.588,58 ICMS 18.357,28

IPVA 745.451,43 IPVA 594.993,33

TOTAL TRANSFERIDO PELO ESTADO PARA NATIVIDADE

788.040,01 TOTAL TRANSFERIDO PELO ESTADO PARA VARRE-SAI

613.350,61

TRANSFERÊNCIAS DO GOVERNO FEDERAL TRANSFERÊNCIAS DO GOVERNO FEDERAL

FPM 456.629,89 FPM 273.977,96

FEP 6.388,71 FEP 3.833,23

ICMS EXPORTAÇÃO 4.189,31 ICMS EXPORTAÇÃO 3.302,39

ITR 68,30 ITR 114,74

ROYALTIES ANP 341.507,04 ROYALTIES ANP 296.962,63

CID CID

FUNDEB 248.345,07 FUNDEB 270.569,97

SNA – SIMPLES NACIONAL 4.562,41 SNA – SIMPLES NACIONAL 89,89

APOIO FINANCEIRO - AFM APOIO FINANCEIRO - AFM

TOTAL TRANSFERIDO PELA UNIÃO PARA NATIVIDADE

1.061.690,73 TOTAL TRANSFERIDO PELA UNIÃO PARA VARRE-SAI

848.850,81

TOTAL GERAL TRANSFERIDO PARA NATIVIDADE

1.849.730,74 TOTAL GERAL TRANSFERIDO PARA VARRE-SAI

1.462.201,42

Quanto o seu município recebeu?

ObservaçãoOs valores indicados não incluem convênios celebrados com o governo federal pelos respectivos municípios.

Os valores dos convênios Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, Programa Nacional de Transporte Escolar - PNATE, Vigilância Sanitária, Piso de Aten-ção Básica, Programa de Saúde da Família, Farmácia Básica, Centro de Referência de Assistência Social, PAIF, Pro Jovem, Bolsa Família, entre outros, podem ser

encontrados em (http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios)

Os valores acima constam nas seguintes páginas, para acesso livre e universal:Site do Banco do Brasil- Demonstrativo de Distribuição de Arrecadação (https://www13.bb.com.br/appbb/portal/gov/ep/srv/daf/index.jsp)

Site do Governo do Estado - Secretaria de Estado de Fazenda (http://www.fazenda.rj.gov.br/portal/index.portal?_nfpb=true&_pageLabel=municipios)

A corrupção é um mal que afeta toda a sociedade, pois arruína a prestação dos serviços públicos e o desenvolvimento social e econômico dos municípios, cor-rói a dignidade dos cidadãos, deteriora o convívio social e compromete a vida das gerações atuais e futuras. A luta contra a

corrupção exige uma mudança cultural e de comportamento de cada cidadão, porque uma sociedade só se modifica quando os indivíduos que a compõem se modificam. Isoladamente, pode parecer difícil, mas com o comprometimento e esforços de todos é possível detê-la.

Para enfrentar essa batalha uma das principais armas é a educação. Apenas com a formação de cidadãos conscien-tes, comprometidos com a ética, a moral, a cidadania e a honestidade, poderemos construir uma sociedade livre da corrup-ção.

Transcrito de: http://www.oquevocetemavercomacor-rupcao.comIniciativa Associação Nacional dos Mem-bros do Ministério Público - CONAMP

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Aconteceu em Raposo/Itaperuna – RJ, de 18 a 21 de março último, o Encontro Nacional Viva Melhor. Direcionado para a melhor idade, o evento contou com ati-vidades físicas, bailes, shows, exposição e venda de artesanatos e palestras, fes-tival de cinema antigo, além de estrutura com atendimento médico no local. Acon-teceram apresentações do grupo Samba Full Jazz, do eclético Melhor de 3 e da Big Band Tupy, uma orquestra com 10 instru-mentos de sopro que fizeram um grande baile sábado à noite, quando dançarinos da Cia. de Dança Paulo Bastos tiraram para dançar os participantes do evento. Também foram promovidas palestras com o Dr. Edmilson Moraes, geriatra e gerontologista, que disse que eventos como este “fazem com que os idosos sejam melhores tratados e entendidos”. E com o prof. Júlio Machado, que decla-

rou que “devemos estar bem conosco, para a vida ser melhor”. Também acon-teceram atividades físicas nas manhãs de sexta e sábado, com professores do Sesi, sorteios de brindes e uma celebra-ção ecumênica no encerramento no do-mingo. O clímax do evento aconteceu na sexta à noite, com um show do humorista Chico Anysio, que segundo a participante Wagna da Conceição, de Nova Friburgo, “foi muito bom para desopilar o fígado”. Adriana e Hely de Souza, de Vila Velha, também gostaram muito do evento, mas sugeriram para o próximo ano mais apre-sentações de grupos de forró e a promo-ção de bingos. Sérgio Almeida, da S.A. Idéias & Soluções, empresa promotora e organizadora deste evento e também da MercoNoroeste, declarou estar muito sa-tisfeito com o resultado. “Gostaríamos de agradecer aos participantes que de uma

forma geral aprovaram o evento e na pró-xima edição procuraremos acertar mais, assim como acontece na MercoNoroeste que este ano terá sua 12ª edição. O mais importante é que o Viva Melhor cumpriu com sua proposta, ficando estabelecido no calendário de eventos, já que é inédito no Estado do Rio de Janeiro. Agradece-mos o apoio de nossos patrocinadores e parceiros e no II Encontro Nacional Viva Melhor, em 2011, trabalharemos para que seja ainda melhor”, concluiu. O Encontro Nacional Viva Melhor foi uma promoção e a organização da S.A. Idéias & Soluções, B2B Empreendimentos, pa-trocínio do Sebrae/RJ e Firjan, e apoio da TurisRio, Ministério do Turismo, Xamego Bom, Gráfica Hoffmann, Hotel Fazenda Raposo, Vivo.com e Secretaria Municipal de Saúde.

Os bailarinos da Cia. de Dança dança-ram com os participantes

Viva Melhor é evento inédito no Estado do Rio

Chico Anysio fez um show com humor e músicas

A platéia lotou o auditório do evento para o show de Chico Anysio Festival de Cinema antigo

Camilo de Lellis

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TRIAL CLUBE VARRE-SAIOs domingos na pe-quena Varre-Sai tem amanhecido de maneira diferente nas últimas semanas. Os agudos estridentes da motoci-cletas parecem música para os apaixonados por velocidade e emoção. É o Trial Clube Varre-Sai que vem passando pela cidade para mais uma etapa de emoção na serra. “É muito bom sentir a potência das motos e até onde vai o nosso li-mite. O contato com a natureza, a adre-nalina que agente sente é indescritível. A minha DT 180, ano 91 é um ‘veneno’! E o que importa mesmo é agente se di-vertir com os amigos” diz o trilheiro Jair Bovi.

ABRIL DE 2010 9

TRIAL CLUBE VARRE-SAI

Participantes de cidades vizinhas também se juntam aos trilheiros de Varre-Sai. É comum as reuniões da rapaziada contar com motoqueiros de Natividade, Itaperu-na e muitas outras cidades do Noroeste.

Texto e Fotos: Thiago Ramos

ABRIL DE 2010 10

VELHO MOINHO

Uma alternativa de lazer no Noroeste Flu-minense é o Sítio Velho Moinho. Situado no município de Varre-Sai, o local é extre-

mamente aconchegante e agradável. A decora-ção rústica e o estilo inovador fazem com que os visitantes se sintam em um ambiente de luxo e sofisticação.

O Velho Moinho dispõe de localização privilegia-da, situado ao pé da serra do Pirozzi, a apenas 3 kilômetros do cen-tro da cidade. Funciona de sexta à domingo, com um cardápio que inclui o famoso macarrão na chapa e os famosos pastéis de angu. Conta também com chalés para hospedagem, permitindo ao visi-tante desfrutar de toda a agradável infraestrutura local. Também podem ser realizadas festividades e eventos no local.

Os empresários César Pimenta e Fátima Pimentel estão de braços abertos espe-rando os visitantes da região.

Para reservas e informações ligue: (22) 3843-3676

Texto e Fotos: Thiago Ramos

Sítio, Bar, Pousada, Boate ...

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Perlla sacode NatividadeO Clen agita mais uma

A noite do dia 27 de março foi marcada por grandes emoções. O público presente no Clube Lítero Esportivo Nati-vidadense – Clen – aguardou ansiosamente a chegada da cantora Perlla. Cantando sucessos como “Menina Chapa Quente”, “Selinho na Boca” e tantas outras, a noite teria tudo para ser perfeita, não fosse o triste episódio que registrou a agressividade e violência de alguns indivíduos que acabou com a festa dos presentes.

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Em tempos de tecnologia avançada, máquinas cada vez mais elaboradas que pratica-mente substituem todo o tra-balho humano e uma infinida-de de detalhes que ameaçam milhares de bons profissionais, como graduanda em Admi-nistração de Empresas me pergunto: Qual será o espaço dentro de uma empresa para o Administrador no futuro? E para quais desafios este pro-fissional deverá estar prepa-rado?

As instituições de ensino superior tendem, ainda que na teoria, a formar líderes empre-endedores. Batem incansavel-mente em uma mesma tecla – O Administrador do presente e do futuro deve estar sempre aberto a mudanças e inova-ções, possuir o perfil de um empreendedor nato, sabendo interpretar cada momento, an-tecedendo os problemas e as soluções, pensar globalmente, agir localmente, etc., etc.

Cada um desses conceitos discutidos em sala de aula são de enorme importância na for-mação de futuros Administra-dores de sucesso. No entanto, não deve existir nenhuma fór-mula mágica e perfeita, capaz

de garantir que o profissional desta área tenha êxito em suas decisões e ações. Se assim fosse, qualquer gradu-ado, devidamente especiali-zado em uma área, poderia se sentir tranquilo, convicto de ter o seu bom e velho empre-go pelo tempo que desejasse. Mas o bacana de tudo na vida, está no desafio. Em dias como esses, com clientes cada vez mais exigentes e a concorrên-cia ameaçando o tempo todo, a comodidade não é uma boa companhia para aqueles que pretendem fazer carreira em grandes, médias ou mesmo pequenas empresas.

O espaço do Administrador no futuro continuará sendo aquele conquistado por ele mesmo, através de um tra-balho diferenciado e versátil. Mais do mesmo não agrada a maioria. Pensar e enxergar além, pode fazer esta diferen-ça e garantir ao Administrador a segurança por estar no lugar certo, fazendo a coisa certa, no momento exato.

Já os desafios do Adminis-trador do futuro são os mes-mos enfrentados por profis-sionais de hoje e mais alguns. Os avanços tecnológicos são

cada vez mais abrangentes e rápidos. Cabe ao Adminis-trador ser tão rápido quanto. Conhecer as novas tecnolo-gias deve fazer parte do cur-rículo de todo profissional que se preze. Isso pode conceder alguns passos a frente do concorrente além de aumen-tar sua pontuação dentro do próprio campo de trabalho ou na busca de novos ares. Por-tanto, ficar atento a tudo que pode ser um útil instrumento de trabalho, ver a tecnologia como uma aliada, não como um bicho de sete cabeças, acaba sendo o grande diferen-cial entre um e outro profissio-nal. Porque o Administrador é aquele que serve de intermedi-ário entre os relacionamentos humanos e, ao mesmo tempo, precisa compreender todos os detalhes que fazem as engre-nagens girarem em sincronia, para o bom funcionamento de cada setor da empresa.

Aqueles que sonham em ser um profissional de suces-so nesta ou em qualquer outra área deve começar a se espe-cializar desde já. Como já dizia a minha avó “conhecimento não ocupa espaço”. E o futu-ro? Já começou.

Os Desafios do Administrador do Futuro por Elizabeth Ribeiro

Redes sociais podem fazer a diferença nas eleições

Na busca por um eleitorado de 70 milhões de internautas, os políticos devem fazer da Web um dos seus principais campos de batalha nas elei-ções deste ano, principalmen-te com o novo cenário que se abriu após a mini reforma elei-toral, aprovada no ano passa-do pelo Senado. A legislação permite a livre manifestação de pensamento nos sites de notí-cias, blogs, redes de sociais e de mensagens instantâneas durante as campanhas.

Na opinião do especialista Moriael Paiva, que coordenou a campanha online de Gilber-

to Kassab à prefeitura de São Paulo, a internet, embora não seja decisiva no resultado como foi nos Estados Unidos com Obama, terá um impacto importante, principalmente en-tre os jovens. “Cada vez mais a rede ocupa tempo na vida das pessoas. E com o público entre 16 e 25 anos isso é mais evidente. O eleitorado está nas redes sociais”, afirma.

Paiva afirma que, embora seja um campo vasto a ser explorado, a Internet requer alguns cuidados e, ainda de acordo com ele, os políticos precisam de orientação, espe-

cialmente no uso das redes so-ciais, onde os questionamen-tos dos internautas tendem a ser mais intensos. “No Brasil, a Web ainda não é capaz de de-cidir uma eleição presidencial porque é um pleito que envol-ve uma parcela muito grande da população que não tem acesso ao recurso. Quando o político, porém, é candidato a deputado e seu público-alvo está nas classes A, B e C, a rede mundial de computado-res pode fazer a diferença”, analisa.

por André Araújo

Está em discussão - é man-chete quase diária em toda a imprensa - o combate à cor-rupção e à impunidade políti-ca no país. Isso certamente é necessário, mas existe um mal maior, que está na raiz do pro-blema.

Trata-se do financiamento das campanhas eleitorais e do uso indiscriminado do caixa dois. Candidatos dependem de recursos para competir em igualdade de condições. A via legal de arrecadação será sempre pequena demais fren-te aos interesses em jogo e cria-se o consenso na classe política de que “o caixa dois é inevitável”. Em outras pala-vras: os recursos “legais” são estreitos demais, insuficientes para bancar uma campanha.

Mas o caixa dois tem os seus perigos. Cria um vínculo perigoso entre o financiador e

o candidato e tudo se justifica-rá na necessidade de financiar “as próximas campanhas elei-torais”. Toda a possibilidade de planejamento público se anulará frente aos infindáveis “compromissos de campanha”. O financiador é generoso, estimula privilégios nas admi-nistrações públicas e adianta recursos - públicos e privados - que financiarão facilidades de toda ordem, mansões, carros de luxo, festas, amantes, co-memorações, etc. etc.

Mas nada disso vai mudar enquanto não tivermos cons-ciência de que esse sistema precisa ser reformado. Ou se muda o sistema ou ficamos como estamos sem distinção possível entre o que é públi-co e o que é privado. E com o caixa dois correndo solto e os políticos julgando-se vítimas de um sistema perverso.

Financiamento de campanhas políticas

Marcelo Abib Ramos

ABRIL DE 2010 15

Olá caros leitores. Como este é o meu primeiro texto neste grande meio de comunicação, que é o Jornal, eu me sentei em frente ao computador e comecei a digitar as primeiras coisas que vieram a minha mente. Inclu-sive esta frase. Vocês “hão” de concordar que a maré não está para peixe pequeno. Vemos to-dos os dias, em noticiários, que o Brasil continua sendo motivo de piada. E das boas. Tivemos governador cassado, depois de roubar, roubar e roubar, e tam-bém rezar, para que não lhe fal-te o que roubar, por infidelidade partidária. Ora veja! Os caras não são fiéis nem a si mesmos, serão fiéis aos seus partidos? Aliás eu penso que esse ne-gócio de partidarismo é uma grande idiotice. As pessoas que pensam primeiro no partido não pensam no povo. Vamos fazer o que é bom pro partido. E o povo? O raio que o parta! – entenderam? No Brasil tem muito aquela coisa da tradição, moral e bons costumes. Tradi-ção mantém o sujeito agarrado

ao passado. A mais vai acabar com a nossa tradição – nossa tradição acabou faz tempo, se é que existiu. Tenho escrito em meu blog que temos que assu-mir nossos erros e acertos, mas não ficar esperando que seja-mos condecorados por isso. É dever de todos assumirem suas vidas e responsabilidades. Este ano é ano de eleição, temos uma série de reivindicações. Por que a polícia está tão animada em prender supostos sonegadores de impostos (IPVA, etc) se não temos estradas para rodar? É nosso dever pagar os impos-tos? É dever do estado cumprir com suas obrigações. E “estra-das em condições” é uma delas. Combater o crime sim, perseguir cidadãos não. Volto a dizer, ano de eleições. Novamente o povo vai pegar uma bandeira e vai dar na cabeça de alguém, ou na própria cabeça, porque a grana corre solta e tem gente aí na mi-séria. O povo é tão alienado que em visita de um “Importantão” por aqui, que era mancomu-nado com o mundo do futebol,

fizeram perguntas sobre o time do então caboclo. Dá vontade de suicidar. Povo da Terra, sei que muitos vão ler este artigo e vão rir, pois estão num patamar acima. Acima da bondade, da maldade e se forem ateus es-tarão acima de Deus até. Mas podem rir. Estou cumprido meu dever de avisar aos desavisa-dos sobre o problema que estão arrumando. Numa época muito antiga, os homens partiam para a batalha, empunhando seus archotes e espadas, para de-fenderem seus ideais, terras e famílias. Deveríamos fazer isso hoje, mas tem pouca gente dis-posta. Hoje vivemos em época civilizada. Tudo está em seu lugar. Uma ova que está. Tem gente pegando o seu dinheiro e comprando o céu. Enquan-to você vive um inferno. Mas há esperança. Se você quiser pode mudar o mundo, mas lem-bre-se, para mudar o mundo é necessário primeiro mudar a si mesmo. Forte abraço.

Léo Bilu

Remando contra a maré

O tema é por demais relevante, uma vez que está diretamente relacionado com a preservação da vida em nosso planeta. Sem dú-vida, a biodiversidade depende da água, e a saúde está diretamente ligada à sua qualidade; a economia tem muito a ver com a água, e, sem ela, por fim, não subsiste a humanidade.

O homem vem ocupando de forma cada vez mais desordenada as bacias hidrográficas no planeta, através de atividades de des-matamentos, queimadas, práticas agrícolas perniciosas, atividades extrativistas agressivas, ocupações urbanas generalizadas gerando a impermeabilização dos solos, lançamento de esgotos industriais e domésticos nos rios e lagos, etc. Enfim, todas essas atuações im-pactantes ao meio ambiente têm gerado uma deterioração da quali-dade das águas naturais, com riscos de propagação de doenças de veiculação hídrica ao próprio ser humano.

Essa situação preocupante pode ser revertida a partir do momen-to em que as atuações de uso da água forem realizadas de forma harmônica com a natureza; a importância da reciclagem dos resídu-os produzidos deve ser levada em conta dentro dos processos de tratamento dos esgotos sanitários e industriais, e saneamento dos resíduos sólidos; além disso, podem ser aplicadas outros tipos de medidas de cunho ecológico.

Não há dúvidas de que o maior desafio da humanidade neste século é a proteção do meio ambiente. Por isso devemos tentar en-contrar soluções setoriais e efetivas para evitar o desmatamento, as queimadas, a extinção das espécies animais e vegetais, a poluição da atmosfera, a alteração do clima, a desertificação, a escassez de água, a pobreza etc.

É o exercício efetivo da cidadania que poderá resolver parte des-ses grandes problemas mundiais através da ética ambiental trans-mitida pela EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

Para se entender as causas da degradação ambiental é neces-sário compreender os problemas sócio – econômicos e políticos-culturais e partir desses conhecimentos poderemos então tentar alterar as atitudes comportamentais das pessoas na sua fase inicial por meio de uma ética ambiental que é a busca de valores da con-duta humana em relação ao meio ambiente.

Rosane Maria Bendia GrazioliExtensionista Social da Emater-Rio

Pós- Graduando em Análise Ambiental

Água, bem mais precioso do milênio

DIA 22 DE MARÇODIA MUNDIAL DA ÁGUA“Tem gente pegando o seu dinheiro e comprando o céu. Enquanto você vive um inferno.”

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