Normose

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NORMOSE (Este conceito é desenvolvido no livro NORMOSE dos autores Pierre Weil, Roberto Crema, Jean Yves-Leloup. Ed. Verus). Para Pierre Weil a gênese da destruição do planeta tem sua raiz na consideração da ilusão como normal. A normalidade pode ser patológica. Consenso – Quando todas as pessoas estão de acordo com respeito a uma opinião ou a uma atitude e maneira de atuar. O consenso dita a norma, que por sua vez quando adotada por muitos cria o hábito. Nossos costumes vem de normas que adotamos que adotamos, por exemplo de nossos pais por introjeção. As normas deveriam ter a função de preservar nosso equilíbrio físico, emocional e mental, bem como a harmonia e a qualidade de vida. Lamentavelmente, nem todas as normas são benevolentes. Algumas levam ao sofrimento e a enfermidades. Definição: Conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, que são aprovados por consenso ou pela maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte.

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NORMOSE

(Este conceito é desenvolvido no livro NORMOSE dos autores Pierre Weil, Roberto Crema, Jean Yves-Leloup. Ed. Verus). Para Pierre Weil a gênese da destruição do planeta tem sua raiz na consideração da ilusão como normal. A normalidade pode ser patológica. Consenso – Quando todas as pessoas estão de acordo com respeito a uma opinião ou a uma atitude e maneira de atuar.

O consenso dita a norma, que por sua vez quando adotada por muitos cria o hábito. Nossos costumes vem de normas que adotamos que adotamos, por exemplo de nossos pais por introjeção. As normas deveriam ter a função de preservar nosso equilíbrio físico, emocional e mental, bem como a harmonia e a qualidade de vida. Lamentavelmente, nem todas as normas são benevolentes. Algumas levam ao sofrimento e a enfermidades. Definição: Conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, que são aprovados por consenso ou pela maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte.

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A normose é algo patogênico e letal, executado sem que seus autores e atores tenham consciência de sua natureza patológica. Assim, pode-se considerar como características:

1. É um hábito de pensar, sentir e agir 2. Aceito como normal por consenso social 3. Tem natureza patogênica ou letal 4. Gênese pessoal ou coletiva, mediante processo de introjeção 5. Automática e inconsciente.

Algumas normalidades podem ser consideradas neutras por exemplo almoçar ao meio-dia, outras saudáveis como caminhar todos os dias, porém há algumas normalidades doentias que são consideradas então as normóticas. Tipos de Normose:

• Normoses gerais – atingi a população mundial ou grande parte dela. Por exemplo a ditadura masculina.

• Normoses específicas – por exemplo as alimentares, as políticas, e ideológicas.

• Normoses localizadas – carregam o aspecto geográfico. Num certo sentido toda normose é uma forma de alienação, facilita a instalação de regimes totalitários e sistemas de dominação. Os automatismos se desfazem com a tomada de consciência, que leva à liberdade. Para Jean Yves Leloup a normose nos impede de sermos realmente nós mesmos.

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O consenso e a conformidade impedem o encaminhamento do desejo de nosso interior. Há um desejo inconsciente de presença e plenitude e junto com este desejo um medo inconsciente de aniquilamento, dissolução do ego e suas construções, medo da vacuidade,do vazio. Para trabalhar com estes aspectos Leloup nos convida a dar o próximo passo com atenção. Qual é a nossa motivação? Para Roberto Crema, a análise da normose pode ser feita a partir dos seguintes fundamentos: FUNDAMENTO SISTÊMICO A normose surge quando o sistema se encontra dominantemente desequilibrado e mórbido. O indivíduo para se adaptar tem que ser normótico. Neste sentido a saúde pode ser vista pela capacidade da pessoa de ser dotada de um certo e justo desajustamento, uma indignação lúcida. Um desespero sóbrio. O sintoma então, pode ser uma resposta ao desequilíbrio instalado. QUEM DE NÓS TEM A CORAGEM DE DIZER NÃO VOU POR AÍ, VOU SEGUIR MEU CORAÇÃO?

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FUNDAMENTO EVOLUTIVO “NÓS NÃO NASCEMOS HUMANOS, NÓS NOS TORNAMOS HUMANOS”. (Joseph Campell). O Ser Humano é um ser do caminho. Cada um se tornará um ser plenamente humano à medida que investir nos talentos que o mistério lhe confiou. Evolução Natural – ser natural, ocorre ao acaso/necessidade, mutação casuais, competitividade mecanicista. Evolução Consciente – intencional, voluntária. Pedagogia Iniciática – proposta pedagógica que inicie o ser humano na tarefa essencial de se tornar plenamente humano, que facilite o investimento no vasto e esquecido potencial da subjetividade, da interioridade, do reino do coração. Muitos anos de vida ou muita vida nos anos? Normalmente, ou melhor, normoticamente, apenas aspiramos a uma miséria suportável. Estamos condenados à plenitude, os antigos diziam: “os deuses guiam aqueles que querem, os outros, eles são arrastados.”

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FUNDAMENTO PARADIGMÁTICO Normose apega ao velho mito paradigmático, no fechamento e na resistência aos novos horizontes que despontam. Normose do Cientificismo -

- Darwin – determinismo biológico e competição entre as espécies.

- Marx – determinismo econômico e competição entre classes. - Freud – determinismo psíquico e cometição entre as potências

psicológicas. Ninguém neste paradigma falou de cooperação, solidariedade, fraternidade e sinergia. Este paradigma nega a espiritualidade. Proliferação anárquica da tecnologia. Seres humanos íntegros e plenos como Buda e Cristo são alienados, marginalizados da pesquisa aberta e rigorosa das potencialidades humanas. NESTE MOMENTO: “CAMINHAR UM POUCO MAIS FIRME”, SÓ ISSO, SER A CADA DIA UM POUCO MENOS TERRORISTA, UM POUCO MENOS MENTIROSO, UM POUCO MAIS TRANSPARENTE, UM POUCO MAIS AMOROSO, CONSISTE APENAS EM DAR O PASSO SEGUINTE COM ATENÇÃO E CONFIANÇA.

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Transmutar o lado da normose, do comodismo, da estagnação evolutiva, da perda do sagrado e dos valores perenes, numa flor de consciência de amor e de solidariedade. “Pensar globalmente e agir localmente”. A diferença entre Buda e o normóticos é que os problemas de um Buda são reais, são problemas do instante, ao passo que os de um normótico são fictícios, são ilusões do passado e ficções do futuro. “Ser santo não é um privilégio de poucos, mas uma responsabilidade de todos nós. Ser santo, é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente.” Teresa d’Ávila