Norma26-RESGATE
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VALEC NORMA GERAL AMBIENTAL
Ttulo: RESGATE DE FAUNA
Indicador:NGL-5.03.01-16.026
Proponente:SUAMB
Tipo de Atividade:Meio Ambiente
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ELABORAO APROVAO ARQUIVO
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Nome: Fernando Cesar R. F. de ToledoMatrcula: 1778187
DIREXProcesso:51402.017134/2012-84
Sumrio
1. MOTIVAO ................................................................................................................................. 2
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 3
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................................ 3
2.2 Objetivos Especficos ........................................................................................................... 3
3. ASPECTOS LEGAIS .................................................................................................................... 4
4.
PROCEDIMENTOS METODOLGICOS................................................................................. 5
4.1 Orientao.............................................................................................................................. 5
4.2 Procedimentos....................................................................................................................... 5
4.3 Metas ...................................................................................................................................... 6
4.4 Indicadores............................................................................................................................. 6
5. MTODOS E RECURSOS.......................................................................................................... 7
6. PERODO DE VALIDADE E CRONOGRAMA DE EXECUO ......................................... 14
7. RGOS INTERVENIENTES .................................................................................................. 14
8.
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................ 16
9. VIGNCIA ...................................................................................................................................... 17
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1. MOTIVAO
Na medida em que o Brasil um dos lderes mundiais de biodiversidade, abrigando grande
quantidade de habitats com caractersticas peculiares, o impacto dos empreendimentos
rurais ter grande variao a depender dos ambientes implicados. A dimenso do impacto
depende tambm das caractersticas do empreendimento e do ambiente, como a
composio, estrutura e o estado de conservao da fauna e da vegetao na rea direta e
indiretamente afetada.
O principal impacto sobre a fauna terrestre a partir dos empreendimentos lineares tais
como rodovias, ferrovias, linhas de transmisso, gasodutos e afins est relacionado com oefeito barreira. Este efeito consiste nas decorrncias deletrias sobre as comunidades
animais provocadas pela instalao de estruturas que impedem ou dificultam o
deslocamento dos espcimes da fauna no espao natural, interferindo nos processos vitais
e, sobretudo, no fluxo gnico. Uma vez que a supresso linear de ambientes da fauna
tambm permanente e inevitvel, podendo, no entanto, ser mitigado.
A consequncia mais preocupante desse impacto a perda de biodiversidade no nvel das
espcies, ambientes e patrimnio gentico e cujo alcance extrapola os limites de qualquer
empreendimento.
Ao formar uma barreira contnua, as obras lineares, como o so as ferrovias, se enquadram
neste caso com perfeio e, por isto, exigem que seus projetos prevejam estruturas que
permitam ou, ao menos, facilitem a travessia da fauna pelo espao ocupado pelas novas
estradas. A se enquadram as passagens de fauna de diversos tipos, dirigidos a espcies
variadas, incluindo as passagens transversais inferiores feitas com pr-moldados de
concreto, as passagens superiores feitas com redes para a passagem de primatas,
mudanas na extenso de pontes e viadutos para ampliar o espao disponvel de circulaoda fauna; falsos tneis para preservar passagens superiores, e assim por diante.
Tais projetos tm eficcia varivel e ela motivo de estudos na fase de monitoramento da
fauna. Entretanto, antes de serem construdas as estruturas de passagem de fauna, ou seja,
durante a fase de implantao do empreendimento, elas no existem, embora a fauna local
j esteja sofrendo impactos. Nesta fase, uma medida de mitigao usualmente adotada
quando da implantao do empreendimento tem sido a retirada dos animais encontrados
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frente das obras atravs de programas frequentemente denominados salvamento,
resgate, aproveitamento cientfico ou resgate seletivo.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
A presente Norma tem por objetivo o resgate e a soltura imediata, quando possvel, de
espcimes da fauna silvestre encontrados em situao de risco nas frentes de servio das
Ferrovias cujas concesses so da responsabilidade da VALEC.
No sendo possvel a soltura imediata, seja por apresentarem ferimentos, ou em condio
de acentuado stress, os espcimes assim encontrados sero encaminhados para
tratamento clnico ou para reas de conteno.
O resgate se dirigir a todo e qualquer espcime da fauna, vedando-se os resgates seletivos
nas atividades regidas pela presente Norma.
2.2 Objetivos Especficos
Em se tratando de um empreendimento linear, esperado que o resgate de espcimes seja
concentrado nos grupos da herpetofauna (rpteis e anfbios) e da mastro fauna (mamferos).
Eventualmente, ninhegos e ovos de aves podero ser encontrados e resgatados.
esperado, tambm, que uma grande parcela dos vertebrados (sobretudo mamferos e
aves) se evada de moto-prprio, das proximidades das frentes de servio to logo o rudo e
a vibrao das mquinas seja suficientemente perturbador.
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3. ASPECTOS LEGAIS
A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS (Lei n 9605 de 12 de fevereiro de 1998) estabelece
como Crimes contra a Fauna:
Art. 29. Matar, perseguir, caar, apanhar, utilizar espcimes da fauna
silvestre, nativos ou em rota migratria, sem a devida permisso, licena
ou autorizao da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena deteno de seis meses a um ano, e multa.
1 Incorre nas mesmas penas:
I quem impede a procriao da fauna
(...)
II quem modifica, danifica ou destri ninho, abrigo ou criadouro natural;
(...).
Isto significa que os trabalhos de resgate de fauna devem ser iniciados apenas aps a
autorizao competente da Coordenao Geral de Uso e Gesto da Fauna e Recursos
Pesqueiros do ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
(IBAMA). Para receber a autorizao de captura e transporte, um mdico-veterinrio, que
ser o responsvel tcnico, deve submeter ao IBAMA um Plano de Resgate de Fauna, no
qual ser listada toda a equipe que trabalhar nesta atividade em cada lote de obras.
Para o sucesso das atividades, a equipe mnima a ser submetida aprovao do IBAMA
deve ser composta de um mdico veterinrio, dois bilogos juniores e dois auxiliares de
campo. desejvel que os bilogos e auxiliares tenham experincia em captura de animais
vivos ou recebam prvio treinamento para as atividades que desempenharo.
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4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
4.1 Orientao
A equipe autorizada pelo IBAMA dever contar com acesso a consultores externos, de
forma permanente, especializados nos diversos grupos da fauna (especialmente de aves,
mamferos, rpteis, anfbios, insetos e peixes), os quais possam ser consultados em casos
de dvidas quanto a identificao correta, ao manejo, tratamento de ferimentos, ou outra
qualquer.
4.2 Procedimentos
Os procedimentos sero realizados ou a partir de levantamentos sistemticos, ou a partir de
chamados oriundos das frentes de servio (emergncia).
Nos levantamentos sistemticos, batedores percorrero, diariamente e em pelo menos dois
turnos, as reas de vegetao nativa, situadas a jusante das frentes de servio e
desmatamento, nos limites da rea diretamente afetada. Sempre que os batedores se
depararem com algum animal silvestre no solo ou em situao de risco, ele o recolhe,lanando mo de instrumentos adequados para captura daquele determinado tipo de animal
(ver item 5).
Aps o recolhimento do espcime, o responsvel pela equipe gera uma ocorrncia que
registra informaes sobre o local, data e hora do resgate. recomendvel o registro
fotogrfico da captura em todos os casos, se possvel imediatamente aps a captura,
exibindo as condies de sade do exemplar.
Em seguida, o exemplar encaminhado para soltura numa rea situada a, pelo menos, 1km de distncia, com caractersticas ambientais semelhantes e compatveis com a
sobrevivncia da espcie resgatada. No se recomendam reas de soltura muito distantes
do local da captura para no interferir no equilbrio existente nas reas de destino.
No caso dos batedores serem mobilizados por chamados das frentes de servio, eles daro
prioridade a estes chamados, pois, na maioria dos casos, os exemplares da fauna estaro
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em risco iminente, seno j feridos. Ao chegar ao local do evento, os batedores agiro tal
como est estabelecido nos itens anteriores.
Caso o espcime resgatado apresente algum ferimento, ou demonstre debilitao, este ser
encaminhado aos cuidados de um mdico veterinrio (clnica ou universidade). Caso o
animal apresente ntidos sinais de estresse, ele ser mantido na rea de conteno de apoio
at que volte a se alimentar, defecar e urinar normalmente, sendo ento reintroduzido em
ambiente natural, a salvo das frentes de servio. O fator determinante para a destinao o
estado vital do espcime.
4.3 Metas
A meta de recuperar e soltar vivos e saudveis 100% dos exemplares da fauna que forem
capturados segundo os procedimentos estabelecidos nesta Norma
4.4 Indicadores
Mensalmente sero emitidos relatrios com as seguintes informaes:
Quantidade total de eventos (encontro com exemplares da fauna silvestre);
Quantidade de capturas nos levantamentos sistemticos;
Quantidade de chamados de emergncia;
Quantidade de capturas nos chamados de emergncia;
Nmero de eventos por grupo;
Nmero de animais soltos imediatamente por grupo;
Nmero de animais submetidos a tratamento mdico no ambulatrio do lote, por
grupo faunstico;
Nmero de animais enviados a laboratrios fora do alcance do Responsvel
Tcnico;
Nmero de animais mortos durante ou aps o atendimento no ambulatrio de
campo;
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Nmero de animais mortos, por grupo, encontrados nos levantamentos
sistemticos;
Nmero de animais mortos, por grupo, encontrados nas frentes de obra.
5. MTODOS E RECURSOS
Captura, conteno e transporte
Cada equipe de resgate de animais deve dispor de um veculo 4X4 com caamba, para que
o tempo de resgate, transporte e soltura seja o menor possvel. Ela deve estar equipadacom um conjunto de instrumentos especficos captura e conteno fsica da fauna alvo do
programa de resgate.
Esse conjunto composto por um gancho para serpentes (Figura 1), um cambo para
mamferos e rpteis de grande porte (Figura 2), um pu para aves e pequenos vertebrados
(Figura 3), uma caixa de madeira (Figura 4) e um saco de tecido de algodo para
transporte dos animais.
Ambulatrio
Um ambulatrio de campanha deve ser montado nas proximidades das frentes de servio
de cada um dos lotes de obra. Cada uma dessas unidades deve conter como estrutura
mnima: uma mesa cirrgica (Figura 5), jaulas para confinamento temporrio de mamferos
(Figura 6), caixas de plstico para herpetofauna, gaiolas para ave fauna, armrio (Figura 7)
e, fundamentalmente, uma pia de campanha.
Essas unidades ambulatoriais tambm devem ser equipadas com material cirrgico
essencial, tais como pinas de diferentes tamanhos, tesouras cirrgicas, cabo de bisturis,
porta-agulha, pinas hemostticas, estojos, cubas, compressas cirrgicas.
As unidades devem estar providas, permanentemente, de material de consumo para cumprir
com suas funes. Estes compreendem, dentre outros, luvas estreis, agulhas, seringas,
fios cirrgicos, gaze, anestsicos, Plasil injetvel, anti-inflamatrios, antibiticos, lidocana,
carvo mineral, leo mineral, ectoparasiticida, atropina, colrio de ciprofloxacina.
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Figura 1 Ganchos para captura de serpentes. Esse instrumento, confeccionado em
alumnio (haste) e ao inoxidvel (gancho propriamente dito), permite o manuseio seguro de
serpentes sem que haja necessidade da aproximao excessiva do coletor. Fonte: Igap
Captura e Manejo
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Figura 2 Esse cambo composto por uma haste telescpica de alumnio que pode ser
travada por uma borboleta, e um lao de cabo ao revestido em polietileno que reduz sua
circunferncia medida que a haste alongada, permitindo um ajuste preciso ao dimetro
do pescoo do animal que estiver sendo manejado. Fonte: Igap Captura e Manejo
Figura 3 Pu convencional adquirido em lojas de caa e pesca. Fonte: Apolo Industrial
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Figura 5 Mesa veterinria para cirurgia com regulagem de altura e inclinao, toda em inox
e travas para amarrao. Acompanha balde e suporte de soro. Fonte: Med-Sinal
Equipamentos
Figura 6 Jaulas para confinamento temporrio de mamferos. Varetas de inox com hastes
de 8m e 4 m. Fonte: Solo Jaulas Industria
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Figura 7 Armrio de medicamentos de epxi. Fonte: MGT - Produtos Hospitalares
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Recursos humanos
Especialista Unidade Quantidade Total H x ms
Mdico-Veterinrio ms 1 24
Bilogos ms 2 48
Auxiliares de Campo ms 2 48
Motorista ms 1 24
Materiais
Discriminao Unidade Quant. Total
Veculo 4X4 Unid X ms 1 24
Computadores Unid X ms 4 96
Impressoras Unid X ms 2 96
Material de Campo Verba X ms
Material de Ambulatrio
Curativos Verba X ms
Cirurgias Verba X ms
Hospedagem Verba X ms
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6. PERODO DE VALIDADE E CRONOGRAMA DE EXECUO
Esta Norma ser aplicada durante todo o perodo das obras das FERROVIAS cujas
concesses so de responsabilidade da VALEC, sendo encerrada a sua aplicao somente
aps estarem concludas todas as recuperaes de reas degradadas, inclusive aquelas
ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltar a ser aplicada no perodo de
operao da Ferrovia sempre que forem contratados servios de conservao, de
restaurao e/ou de ampliao da estrada ou de suas instalaes de apoio.
7. RGOS INTERVENIENTES
VALEC. A VALEC o empreendedor e responsvel pela execuo das atividades de
educao ambiental que fazem parte dos Projetos Ferrovirios da VALEC. o rgo
contratante e principal fiscal da aplicao/realizao das NGLs. A VALEC poder contratar
consultores para servios especializados e de apoio, visando boa execuo de seus
projetos.IBAMA e rgos de Licenciamento Ambiental dos Estados. O ao Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) e os organismos estaduais de
licenciamento ambiental so os responsveis pelas atividades de licenciamento, conforme
definidas pela Resoluo 237/97 e, assim, pela fiscalizao do atendimento das condies
estabelecidas nas licenas concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e
qualitativo.
Empreiteiras de Obras. Em virtude do pessoal alocado nas frentes de servios serem
praticamente todos vinculados construtora contratada para as obras de cada lote, caber
s construtoras contratadas pela VALEC oferecer treinamentos ao seu pessoal, tanto
advertindo para a necessidade de preservar a vida selvagem, como coibindo maus tratos a
animais, pois a Lei de Crimes Ambientais reza:
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Art. 2 Quem, de qualquer forma, concorre para a prtica dos crimes
prevista nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e
de rgo tcnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatrio de pessoa
jurdica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a
sua prtica, quando podia agir para evit-la.
Art.3 (...) Pargrafo nico. A responsabilidade das pessoas jurdicas no
exclui a das pessoas fsicas, autoras, coautoras ou partcipes do mesmo fato.
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8. BIBLIOGRAFIA
BELLUOMINI H.E; AUTUORI, M.P. Methodology applied in the elaboration of faunal salvage
in the region of gua Vermelha hydroelectric power plant. Centrais Energticas
de So Paulo CESP. Memrias Instituto Butantan 46:119-138, 1982
CALLEFFO, M. E. V. Herpetofauna survey in the area of influence of the Lajeado
Hydroelectric plant, Palmas - TO. Memrias Instituto Butant, Relatrio Bienal
59:150, 2001
FURTADO, M. F. D.; CALLEFFO, M.E.V. A atuao do Instituto Butant na Amaznia no
sculo XX. Cadernos de Histria da Cincia, So Paulo, v.4,n.2, p.51-87, 2008.
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9. VIGNCIAEsta Norma Geral Ambiental foi aprovada pela Diretoria Executiva em reunio e
registrada na Ata n _______/______, e entra em vigor a partir desta data, revogada as
disposies em contrrio.
Braslia, de de .
JOSIAS SAMPAIO CAVALCANTE JNIOR
DIRETOR PRESIDENTE
OSRES DOS SANTOS JAIR CAMPOS GALVO
Diretor de Engenharia Diretor de Planejamento
VERA LCIA DE ASSIS CAMPOS BENTO JOS DE LIMA
Diretora de Administrao e Finanas Diretor de Operaes