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JANAINA RODRIGUES LOPES DA SILVA

ATIVIDADES EDUCATIVAS EM ESCOLARES DE 6 A 14 ANOS PERTENCENTES AO

MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ/MS

Ponta Porã – MS

2011

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JANAINA RODRIGUES LOPES DA SILVA

ATIVIDADES EDUCATIVAS EM ESCOLARES DE 6 A 14 ANOS PERTENCENTES AO

MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ/MS

Ponta Porã – MS

2011

Projeto de Intervenção apresentado à

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

como requisito para conclusão do curso de Pós

Graduação à nível de especialização em

Atenção Básica em Saúde da Família.

Orientadora: Prof. Mestre v Luiza Helena de Oliveira Cazola.

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RESUMO

Hoje no Brasil, quando se trata de saúde bucal, ainda encontramos uma situação epidemiológica grave, que ocorre na maioria dos casos devido às condições sociais e econômicas da população brasileira, além da falta de informação sobre os cuidados com a saúde. No Assentamento Itamarati, localizado no município de Ponta Porã/MS, em estudo realizado no ano de 2011, em escolares de 6 a 14 anos, pertencentes à Escola Estadual Prof. Carlos Pereira da Silva, encontrou-se um nível de saúde bucal considerado crítico. A proposta de construir e aplicar um projeto de intervenção, visando à prática de atividades educativas voltadas aos escolares, surgiu da realidade encontrada na comunidade pertencente ao assentamento. O objetivo foi gerar mais informações e melhorar as condições de saúde bucal da população. Através do projeto de intervenção pode-se verificar uma significativa melhora no conhecimento de saúde bucal dos escolares.

PALAVRAS CHAVES

Saúde bucal, educação em saúde, saúde pública

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................3

2.1 Cárie e Doença Periodontal x Prevenção e Promoção de saúde...............................3

2.2 Programas odontológicos educativos na escola..........................................................3

2.3 Equipe de Saúde Bucal.................................................................................................4

2.4 Métodos de higiene bucal.............................................................................................5

2.5 Flúor...............................................................................................................................6

3. OBJETIVOS..................................................................................................................8

4. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA.............................................................................9

5. CONCLUSÃO.............................................................................................................12

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................13

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1. INTRODUÇÃO

No passado, a odontologia era voltada exclusivamente para o tratamento curativo, não

havendo espaço para qualquer prática preventiva, tanto no âmbito individual quanto coletivo.

Com o passar dos anos essa prática foi mudando, pois se viu que apesar de todo o tratamento

a doença ainda prevalecia, não havendo grandes mudanças no perfil da população. Desse

modo, verificou-se a necessidade da prática de uma odontologia voltada para a prevenção e

promoção de saúde, não apenas para a cura da doença.

Mesmo com a mudança de prática na odontologia, a cárie dentária e a doença

periodontal ainda são, na atualidade, as doenças que mais acometem a cavidade bucal, sendo

comuns em crianças e adolescentes. A cárie dentária é uma doença multifatorial, resultante da

interação de alguns fatores como condições sistêmicas do hospedeiro e sua dieta, a presença

de microorganismos e o tempo. Já a doença periodontal é uma infecção causada por

microorganismos que colonizam a superfície dentária supra ou subgengivalmente, causando

alterações na cor e na textura da gengiva, sangramento e perda dos tecidos de suporte, e

consequentemente a perda do dente.

Quando se trata de saúde bucal, encontramos uma situação epidemiológica grave, que

ocorre na maioria dos casos devido às condições sociais e econômicas da população

brasileira, além da falta de informação sobre os cuidados com a saúde. Embora haja

informações disponíveis em grandes mídias, ainda há um desconhecimento sobre os cuidados

necessários para se manter uma boa saúde bucal. Por isso, programas odontológicos

educativos apresentam grande relevância, pois além de interpretarem as necessidades da

população, tornam as informações sobre os cuidados com a higiene bucal mais acessível. A

educação em saúde bucal apresenta grandes possibilidades de impacto odontológico no

âmbito público e coletivo.

No Assentamento Itamarati, localizado no município de Ponta Porã/MS, em estudo

realizado no ano de 2011, em escolares de 6 a 14 anos, pertencentes à Escola Estadual Prof.

Carlos Pereira da Silva, encontrou-se um nível de saúde bucal considerado crítico. Valores

elevados indicaram as más condições de saúde bucal das crianças que estão frequentemente

associadas às condições socioeconômicas desfavoráveis, à dificuldade de acesso ao serviço de

saúde, ao alto consumo de açúcares e ao limitado acesso ao flúor.

A proposta de construir e aplicar um projeto de intervenção, visando à prática de

atividades educativas voltadas aos escolares, surgiu da realidade encontrada na comunidade

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pertencente ao assentamento. O objetivo foi gerar mais informações e melhorar as condições

de saúde bucal da população. O projeto foi elaborado e executado em conjunto com a equipe

atuante na unidade de saúde Lar Geraldo Garcia I.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Cárie e Doença Periodontal x Prevenção e Promoção de saúde

Quando em estágios evoluídos a cárie e a doença periodontal podem causar sérios

danos à saúde, pois a saúde bucal está implícita na saúde integral. A detecção precoce,

prevenção e tratamento dessas doenças resultarão em uma população adulta mais saudável, do

ponto de vista da saúde bucal e integral (SANTOS, N. C. N.; et al., 2007).

O biofilme dental apresenta-se como agente etiológico extrínseco das doenças bucais.

Inúmeros estudos epidemiológicos têm demonstrado associação entre higiene bucal e biofime

dental. O controle mecânico caseiro é reconhecidamente o meio mais simples e com melhor

custo/benefício para o paciente. No entanto, a obtenção da colaboração do paciente para sua

execução pode ser bastante trabalhosa devida não só à dificuldade técnica e habilidade, mas

também, à necessidade de alterações de hábitos de higiene bucal já adquirido pelo paciente.

Os procedimentos de controle mecânico exigem tempo, destreza, perseverança, e

conseqüentemente só se obtêm com a participação adequada de pacientes bem motivados

(DITTERICH, R. G.; et al., 2007).

Os pais exercem um papel fundamental na promoção e na manutenção da saúde de

seus filhos, sendo a mãe responsável pela saúde da família. Fatores que comprometem a

capacidade materna de cuidar e o equilíbrio da ambiente familiar podem estar associados ao

desenvolvimento precoce de cárie dentária (GONÇALVES, L. B.; et al., 2009).

Deve-se sempre incentivar a prevenção e promoção em saúde, pois estes são os

métodos mais simples de impedir a instalação e evolução das doenças, estando ao alcance de

todos. Segundo Leavell e Clark (1976), promoção de saúde é um dos elementos do nível

primário de atenção em medicina preventiva e não se dirige a uma determinada doença ou

desordem, mas serve para aumentar a saúde e o bem-estar gerais. Já a prevenção em saúde

exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar

improvável o progresso posterior da doença.

2.2 Programas odontológicos educativos na escola

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A fim de promover a saúde e prevenir a instalação de doenças que acometem a

cavidade bucal, os programas odontológicos educativos são importantes e precisam ser

valorizados, pois levantam e interpretam as necessidades da população de menor acesso aos

serviços odontológicos. Antigamente as ações coletivas na área de saúde bucal eram

descontínuas e esporádicas, apresentando mais características de campanha do que programa

(PAULETO, A. R. C.; et al, 2004).

A saúde da criança está diretamente relacionada com o ambiente físico e o clima

emocional da escola que freqüenta, do lar em que vive e da comunidade que habita. A escola

deve estabelecer comunicação estreita com a comunidade onde está inserida, trazendo-a para

participar de seu programa de saúde. Da mesma forma, deve participar ativamente dos

programas de saúde da comunidade (MARCONDES, R. S., 1972).

Educação em saúde na escola significa a formação de atitudes e valores que levam o

escolar ao comportamento inteligente, revertendo em benefício de sua saúde e da saúde dos

outros. Não se limita a dar conhecimentos; preocupa-se em motivar a criança para aprender,

analisar, avaliar as fontes de informações, em torná-la capaz de escolher seu comportamento

com base no conhecimento (MARCONDES, R. S., 1972).

A escola é o local de escolha para promover ações de promoção de saúde, pois têm

papel decisivo no desenvolvimento social, na construção da cidadania e no acesso as políticas

públicas. A idade escolar é o período mais apropriado para a aplicação de programas

educacionais preventivos, onde as crianças estão mais receptivas as orientações e podem ser

conscientizadas para não cometerem hábitos nocivos a sua saúde bucal.

Para melhor identificar os principais grupos de ações de promoção, de proteção e de

recuperação da saúde a serem desenvolvidas prioritariamente, é necessário conhecer as

características do perfil epidemiológico da população, não só em termos de doenças de maior

prevalência, como das condições sócio-econômicas da comunidade, seus hábitos e estilos de

vida e suas necessidades de saúde — sentidas ou não — aí incluídas por extensão a infra-

estrutura de serviços disponíveis (Diretrizes da política nacional de saúde bucal).

2.3 Equipe de Saúde Bucal

A equipe de saúde bucal, embora inserida somente em 2011 nesse contexto da

Estratégia de Saúde da Família (ESF), apresenta-se como parte integrante e importante para a

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saúde da população. Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde Bucal propõe a incorporação

progressiva de ações de promoção e proteção em saúde, como a fluoretação das águas de

abastecimento, educação em saúde, higiene bucal supervisionada e aplicações tópicas de flúor

(ALMEIDA, G. C. M.; FERREIRA, M. A. F., 2008).

A equipe de saúde bucal deve ter a responsabilidade de criar e manter o vínculo entre a

comunidade e os profissionais. Esse vínculo, a ser estabelecido pelo acompanhamento, que

avança na linha longitudinal das famílias, é um dos grandes diferenciais da ESF, pois permite

a dimensão decisiva desta estratégia que é o cuidado (CARVALHO, D. Q.; et al., 2007).

O momento inicial do trabalho da equipe de saúde deve ser o planejamento,

começando pelo diagnóstico situacional da realidade de forma a reproduzir, com a maior

fidelidade, as condições socioeconômico-culturais e epidemiológicas da população da área de

abrangência. A partir do diagnóstico situacional, os profissionais podem elaborar o

planejamento das atividades e, prioritariamente, para iniciar a intervenção, eleger as áreas de

maior vulnerabilidade social (CARVALHO, D. Q.; et al., 2007).

2.4 Métodos de higiene bucal

O controle diário do biofilme é de grande importância para a manutenção das

condições de saúde bucal, evitando ou retardando a colonização bacteriana. A escovação é a

principal fonte de defesa contra o biofilme dental, sendo a forma mais amplamente usada e

socialmente aceita de higiene bucal. Associado à escova de dente utiliza-se o dentifrício. O

dentifrício por si só não é sinônimo de maior limpeza dental. Em sua composição apresentam

abrasivos e saponáceos que auxiliam na desorganização do biofilme dental (DITTERICH, R.

G.; et al., 2007).

O uso do fio ou fita dental é tão importante quanto o uso da escova de dente. Com o

uso do fio dental, é garantida a remoção de detritos que somente a escova não consegue

remover. A associação do fio dental com a escova de dente pode remover 26% a mais de

placa do que o uso isolado da escova (www.saudevidaonline.com.br).

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Para se realizar todos os procedimentos de higiene bucal citado o paciente deve

apresentar-se motivado. A motivação no controle mecânico do biofilme dental é a peça chave

para a promoção do auto-cuidado e preocupação com a saúde bucal.

2.5 Flúor

O flúor é o 13º elemento mais abundante na natureza – e, também, o mais

eletronegativo dos halogênios. Com grande capacidade de reagir com outros elementos

químicos e formar compostos orgânicos e inorgânicos, o flúor está presente no ar, no solo e

nas águas. Sua concentração varia largamente: geralmente é de 0,05 a 1,90 microgramas no

ar, mas em determinados ambientes de fábricas pode atingir até 1,4mgF/m3; no solo encontra-

se em geral de 20 a 500 partes por milhão (ppm) mas há registros de até 8.500 ppm; e na água

do mar é de cerca de 1,0 ppm variando entre 0,8 e 1,4 ppm (NARVAI, P. C., 2000).

O flúor trabalha durante os processos de desmineralização e remineralização que

ocorrem naturalmente na boca. A saliva contém ácidos que causam a desmineralização nos

dentes. Estes ácidos são liberados após a alimentação. Em outros momentos - quando a saliva

está menos ácida - ocorre justamente o oposto, a reposição do cálcio e do fósforo que mantém

os dentes resistentes. Este processo é chamado de remineralização. Quando o flúor está

presente durante a remineralização, os minerais depositados são mais duros do que seriam

sem o flúor, ajudando a fortalecer os dentes e a prevenir a dissolução durante a próxima fase

de desmineralização (www.colgate.com.br).

A fluoretação das águas é a adição controlada de um composto de flúor à água de

abastecimento público com a finalidade de elevar a concentração do mesmo a um teor

predeterminado e, desta forma, atuar no controle da cárie dentária. A fluoretação da água de

abastecimento público representa uma das principais e mais importantes medidas de saúde

pública, podendo ser considerada como o método de controle de cárie dentária mais efetivo,

quando considerada a abrangência coletiva (RAMIRES, I.; BUZALAF, M. A. R., 2007).

Além da utilização do flúor na prevenção da cárie dentária – que pode além da

aplicação na água, ser aplicado em bochechos semanais e escovações com flúor gel, pode-se

proporcionar aos escolares atividades educativas a fim de prevenir outras doenças que

acometem a cavidade bucal, como a doença periodontal e câncer bucal. Por isso torna-se

importante a aplicação de atividades voltadas à prevenção e promoção de saúde em escolares.

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Os bochechos fluoretados são bastante difundidos em programas escolares. Registra-se

na literatura redução de 30% da incidência de cárie dental entre os 6 e 14 anos de idade, sendo

necessários pelo menos 25 bochechos semanais por ano para obter os efeitos máximos;

Porém, os efeitos preventivos desaparecem gradativamente com a interrupção dos programas

(CANGUSSU, M. C. T.; COSTA, M. da C. N., 2001).

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3. OBJETIVOS

Relatar a importância das atividades educativas em saúde bucal, voltadas para a

prevenção e promoção de saúde, em escolares de 6 a 14 anos, pertencentes à E. E. Prof.

Carlos Pereira da Silva, localizada no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã/MS.

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4. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

As informações sobre os hábitos bucais dos adolescentes podem auxiliar não apenas

no conhecimento dos comportamentos de saúde durante esse período crítico de

desenvolvimento, mas também na formulação de estratégias efetivas de educação em saúde

para esse grupo etário (FREIRE, M. C. M.; et al., 2007).

Nesse sentido, foi realizado um projeto de intervenção na Escola Estadual Prof.

Carlos Pereira da Silva, pertencente à unidade de saúde Lar Geraldo Garcia I, localizada no

Assentamento Itamarati no município de Ponta Porã/MS, a fim de conhecer as condições de

saúde bucal dos escolares de 6 a 14 anos, e assim, através da realidade encontrada traçar

estratégias efetivas de educação em saúde.

O Assentamento Itamarati I e II está localizado no município de Ponta Porã, Mato

Grosso do Sul, e ocupa uma ex-propriedade do Grupo Itamarati. Sendo um dos maiores

assentamentos do país, ocupa uma área de mais de 25.000 ha e possui uma comunidade de

aproximadamente 6 mil pessoas, organizadas em quatro movimentos sociais: CUT, a

Associação dos ex-Moradores e Funcionários da Fazenda Itamarati (AMFFI), o do

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Fetagri. O assentamento possui 4

escolas: E. E. Professor José Edson Domingos dos Santos, E. E. Nova Itamarati, E. E.

Professor Carlos Pereira da Silva e E. M. Nova Conquista.

A primeira equipe da Estratégia de Saúde da Família do município de Ponta Porã foi

criada em 01/08/2000 no Bairro Jardim Vitória, com 07 Agentes Comunitários de Saúde. No

final de 2002 foram criadas quatro novas equipes sendo uma equipe Geraldo Garcia I com 09

Agentes Comunitários de Saúde, no assentamento Itamarati I. O Programa Coletivo de

Prevenção Odontológica é realizado nas escolas municipais e estaduais do município, e leva

palestras, seguidas de escovação e entrega de uma escova para cada escolar. A aplicação

tópica de flúor ou bochecho fluorado é realizada semanalmente (SIS Fronteiras).

Segundo dados do Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB (2011), das 890

famílias cadastradas na área correspondente à unidade de saúde da família pertencente à

comunidade AMFFI, em torno de 98% utilizam água oriunda de poços ou nascentes. A água

proveniente da rede de abastecimento público acontece em apenas 1% dos domicílios. Logo,

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quase o número total de famílias não utilizam água fluoretada, que é considera fator decisivo

para o declínio da prevalência de cárie nessa localidade, sendo método de melhor relação

custo-benefício dentre todas as atividades voltadas para o controle da cárie.

O índice de cárie dentária entre os escolares é elevado, constituindo assim um sério

problema de saúde pública. Mesmo tendo dentro da comunidade uma unidade de saúde com

cirurgião-dentista à disposição da população, o número de pessoas que comparecem ao local

para prevenção e tratamento de agravos bucais ainda se encontra abaixo das expectativas.

Grande parte da população busca apenas solucionar problemas de urgências odontológicas,

não se importando com a prevenção.

Tentando reverter esta situação, durante o período letivo do ano de 2011, foram

traçadas estratégias que auxiliassem na melhora do quadro de saúde bucal encontrada.

Inicialmente foi realizada uma reunião entre a equipe de saúde e a equipe de coordenadores e

professores da escola a fim de discutir um plano de ação que motivasse os escolares de 6 a 14

anos. Tendo como objetivo as metas pactuadas pelo governo foram realizados cinco

procedimentos considerados básicos.

Levantamento Epidemiológico: Realizado no mês de março com a finalidade de

obter dados que revelassem as condições de saúde bucal, as necessidades de

tratamento e o fornecimento de informações que permitissem o planejamento de ações

futuras. O mesmo foi feito através do índice CPO-D, que descreve numericamente

resultados do ataque de cárie nos dentes permanentes. Neste índice estão embutidos os

dentes cariados, restaurados, extraídos e com extração indicada.

Bochechos com fluoreto de sódio a 0,2%: Como já citado anteriormente, a utilização

do flúor vem sendo uma medida eficaz para a redução da incidência de cárie em

escolares. Os bochechos foram realizados semanalmente, onde através de uma

almotolia (recipiente plástico com bico injetor) o fluoreto de sódio era levado à boca

em quantidade suficiente para bochechar por 1 min. Transcorrido este tempo, os

alunos recebiam a ordem de cuspir. Os mesmos eram orientados a não enxaguar a

boca e esperar o tempo mínimo de 30 minutos para poder ingerir líquidos ou

alimentos.

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Atividades Educativas: Foram realizadas palestras e teatros a respeito de saúde

bucal. Diversos temas estiveram presentes, como a cárie dentária, a doença

periodontal, o câncer bucal, a importância dos hábitos de higiene e de uma

alimentação saudável. Cada aluno participou no mínimo de quatro atividades

educativas no decorrer do ano letivo. Com o passar dessas atividades era notável a

evolução dos alunos em relação aos seus conhecimentos a respeito da saúde bucal.

Toda a equipe de saúde da família e professores esteve envolvida nas atividades

Escovação Supervisionada: A escovação supervisionada foi realizada uma vez por

mês. Aos alunos foi ensinada a técnica de escovação conhecida como Stillman

modificada. Esta técnica é indicada para crianças em fase escolar, onde a escova é

colocada com seu longo eixo lateralmente contra a gengiva e as cerdas deslizadas de

gengival para oclusal ou incisal, com movimentos vibratórios. A escovação diária é

indispensável e foi enfatizada e estimulada pela profissional de saúde bucal e

professores. Aos alunos foram entregues kits contendo uma escova dental e um

dentifrício fluoretado.

Terapêutica Intensiva com Flúor: Através de uma moldeira foi realizada a aplicação

de flúor gel a 1,23% por 4 minutos. Este procedimento foi realizado duas vezes ao

longo do ano letivo. A cirurgiã-dentista foi responsável pela realização desta técnica,

uma vez que os cuidados com a utilização do flúor deverão ser observados a fim de

evitar a sua toxicidade.

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5. CONCLUSÃO

Através do projeto de intervenção pode-se verificar uma significativa melhora no

conhecimento de saúde bucal dos escolares. Mudanças de hábitos de higiene e uma melhora

nas condições de saúde bucal também foram observadas. Porém, para alcançar melhores

resultados estas práticas devem ser aplicadas continuamente ao longo dos anos.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, G. C. M.; FERREIRA, M. A. F. Saúde bucal no contexto do Programa

Saúde da Família: práticas de prevenção orientadas ao indivíduo e ao coletivo. Cad.

Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 9, p. 2131-2140, 2008.

2. BRASIL, 2004. Diretrizes da política nacional de saúde bucal.

3. BRASIL, 2007. Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras: SIS Fronteiras.

4. CANGUSSU, M. C. T.; COSTA, M. da C. N. O flúor tópico na redução da cárie

dental em adolescentes de Salvador - BA, 1996. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 4, p.

348-353, out./dez. 2001.

5. CARVALHO, D. Q.; et al. A dinâmica da equipe de saúde bucal no programa saúde

da família. Boletim da saúde, Porto Alegre, v. 8, n. 1, jan./jun., 2008.

6. DITTERICH, R. G.; et al. Higiene bucal e motivação no controle do biofilme dental.

Odontologia. Clín.-Científ., Recife, v. 6, n. 2, p. 123-128, abr/jun., 2007.

7. Endereço eletrônico: www.colgate.com.br

8. Endereço eletrônico: www.saudevidaonline.com.br

9. Endereço eletrônico: www.datasus.gov.br/SIAB/index.php

10. FREIRE, M. C. M.; et al. Hábitos de higiene bucal e fatores sociodemográficos em

adolescentes. Rev Bras Epidemiol, v. 10, n. 4, p. 606-14, 2007.

11. GONÇALVES, L. B.; et al. Prevalência da doença cárie e necessidade de tratamento

em mulheres e crianças da estratégia de saúde da família no município de Campo

Grande-MS. Revista de Saúde Pública, v. 3, n. 2, p. 44-51, 2009.

12. LEAVELL, H.; CLARK, E. G. Medicina Preventiva. McGraw-Hill do Brasil, São

Paulo, 1976.

13. MARCONDES, R. S. Educação em saúde na escola. Rev. Saúde públ., São Paulo, v.

6, p. 89-96, 1972.

14. NARVAI, P. C. Cárie dentária e flúor: uma relação do século XX. Ciência & Saúde

Coletiva, v. 5, n. 2, p. 381-392, 2000.

15. PAULETO, A. R. C.; PEREIRA, M. L. T.; CYRINO, E. G. Saúde bucal: uma revisão

crítica sobre programações educativas para escolares. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9,

n. 1, p. 121-130, 2004.

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16. RAMIRES, I.; BUZALAF, M. A. R. A fluoretação da água de abastecimento público

e seus benefícios no controle da cárie dentária – cinqüenta anos no Brasil. Ciência &

Saúde Coletiva, v. 12, n. 4, p. 1057-1065, 2007.

17. SANTOS, N. C. N.; et al. A saúde bucal de adolescentes: aspectos de higiene, de cárie

dentária e doença periodontal nas cidades de Recife, Pernambuco e Feira de Santana,

Bahia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, n. 5, p. 1155-1166, 2007.