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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
TÉCNICAS DE FORMALIZAÇÃO E SALINIZAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO DE
PEÇAS ANATÔMICAS: SISTEMA RESPIRATÓRIO DE SUÍNOS
BERNARDI, Chaiane1*FILHO, Celso Saraiva¹
GASS, Tamires Duranti¹OTTONI, Ismael Felipe¹
POPILNICKI, Pedro Ariel¹ALMEIDA, Mauro Antônio²
BAZZAN, Alan Eduardo²MAHL, Deise Luiza²
OLIVEIRA, Daniela Santos²URIO, Elizandra²
WRZESINSKI, Andiara²
RESUMO: O presente trabalho objetivou o estudo anatômico e histológico do sistema respiratório de um suíno, através da conservação pelas técnicas de Formalização e Salinização, para fins didáticos no Hospital Veterinário São Francisco de Assis da Faculdade IDEAU – Campus de Getúlio Vargas. A preparação deste sistema levou em cosideração alguns aspectos técnicos, como o tempo de preparo, a qualidade do mesmo e recursos materiais e humanos. O sistema respiratório foi submetido a um tratamento prévio; como a procura de um suíno que veio à óbito por causas naturais e assim, realizada as técnicas de formalização e salinização. Os resultados foram satisfatórios, tanto em relação ao tempo para construção do projeto, quanto para a dissecação, conservação da peça anatômica e a preparação da lâmina histológica.
Palavras-chave: Suínos; Sistema Respiratório; Folmol; Salinização.
ABSTRACT: The present work aimed at the anatomical and histological study of the respiratory system of a pig, through the conservation by the techniques of Formalization and Salinization, for didactic purposes at the Veterinary Hospital São Francisco de Assis, Faculty IDEAU - Getúlio Vargas Campus. The preparation of this system took into account some technical aspects, such as the preparation time, the quality of the system and human and material resources. The respiratory system was submitted to a previous treatment; as the search for a pig that came to death by natural causes and thus carried out the techniques of formalization and salinization. The results were satisfactory, both in relation to the time for the construction of the project, as well as for the dissection, the preservation of the anatomical piece and the preparation of the histological slide.
Keywords: Swine; Respiratory system; Folmol; Salinization.
1 Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível II 2017/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.² Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível II 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.*E-mail para contato: [email protected]
__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1
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1 INTRODUÇÃO
O sistema respiratório tem importantes funções no organismo. Além da função
respiratória, ele é um dos responsáveis pela fonação, percepção olfativa e defesa do
organismo.
A respiração pode ser definida como um processo químico e físico no qual ocorre a
absorção de oxigênio e a liberação de gás carbônico, as quais estão relacionadas com a troca
de gases entre o ar e o sangue nos pulmões, e o transporte de gases entre o sangue e as células
e tecidos do corpo.
Anatomicamente, o sistema respiratório está dividido em duas porções, sendo uma
condutora, a qual está composta pelas narinas, cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia,
pulmão, brônquios e bronquíolos, e outra respiratória, compreendendo os bronquíolos
respiratórios, alvéolos pulmonares, ductos e sacos alveolares.
O estudo das Técnicas de Formalização e Salinização tem extrema importância para os
acadêmicos do curso de Medicina Veterinária, já que visa uma melhor conservação dos
órgãos postos no formol e na salina, sejam eles o sistema respiratório, digestório,
cardiovascular, etc. Além disso, é possível identificar que algumas das características destes
são modificadas, tal como a sua coloração.
A histologia é a ciência que se dedica à investigação da estrutura e funcionamento dos
tecidos orgânicos. A preparação de lâminas histológicas é realizada a partir dos estudos dos
tecidos, o qual é dividido em etapas. Após a conclusão destes processos é possível vizualizá-
los em aparelhos chamados microscópios ópticos, os quais nos mostram o que cada lâmina
apresenta. O estudo destas é de extrema importância, podendo ser utilizadas durante anos se
forem bem conservadas.
Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo o estudo anatômico e histológico
do sistema respiratório dos suínos, através da conservação pelas técnicas de Formalização e
Salinização.
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2 DESENVOLVIMENTO
Nesta parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, abordando a anatomia do
sistema respiratório de um suíno, explicitando como ele está anatomicamente formado. Bem
como a fisiologia e a histologia das divisões das duas partes que compõe esse sistema.
2.1 Referencial Teórico
Segundo relatório da Food and Agriculture Organization (FAO), o Brasil é o terceiro
país com o maior potencial de crescimento na produção de carnes nos próximos anos, sendo
atualmente o 4° maior produtor de carne suína do mundo, representado por 3,2 % da produção
Mundial. Para atender essa crescente demanda, se faz necessário combater as enfermidades
que comprometem o desempenho na produção (MARTÍNEZ et al., 2007).
Os desafios respiratórios se destacam como uma das principais causas de perdas
econômicas relacionadas à sanidade dentro de uma unidade de produção de suínos. Estas
perdas são representadas por morte, a necessidade de eutanásia de animais doentes, a redução
na taxa de crescimento, aumento da conversão alimentar (CA), aumento do custo de produção
por necessidade de um maior uso de medicamentos, além de possíveis condenações de
carcaças nos frigoríficos (MARTÍNEZ et al., 2007).
Antigamente os agentes eram em menor quantidade e variedade, e era possível muitas
vezes diagnosticar a doença por avaliações macroscópicas. Atualmente, em decorrência dos
diversos agentes envolvidos e encontrados nos desafios respiratórios, é muito arriscado
assegurar um diagnóstico por avaliação visual. Em função da possibilidade deste maior
número de agentes envolvidos, passou-se a denominar de Complexo Respiratório Suíno
(CRS). (THAKER, 2001; HANSEN et al., 2010).
A etiologia do CRS é diversa, pois, há a interação de dois ou mais agentes infecciosos,
podendo estes ser bacterianos e/ou virais, e acometer com maior frequência animais nas fases
de crescimento e terminação, as chamadas de infecções mistas. Além do envolvimento de
fatores de risco relacionados ao manejo e ambiente onde os animais são criados (THAKER,
2001; HANSENet al., 2010).
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2.1.1 Anatomia II
O sistema respiratório é essencial para a troca de gases entre ar e sangue. A respiração
compreende tanto o transporte de gases até as células como os processos oxidativos no seu
interior. Estes últimos não podem ser visualizados por métodos anatômicos e são descritos
pelo campo da fisiologia (KÖNIG, 2016).
Esse sistema pode ser dividido em duas partes, sendo uma condutora e a outra
respiratória. A porção condutora é o caminho que o ar passa para atingir a parte respiratória,
composta por nariz, cavidade nasal, parte da faringe, laringe, traquéia e pulmão com
brônquios e bronquíolos. A porção respiratória compreende os brônquios respiratórios,
alvéolos pulmonares, ductos e sacos alveolares (MACHADO, 2014).
2.1.2 Porção Condutora
Nos animais o nariz está incorporado nos ossos da face. O ar entra no trato respiratório
através das narinas que são duas aberturas no nariz, logo após flui pelas cavidades nasais,
revestidas por mucosa respiratória e divididas pelo septo nasal (MACHADO, 2014).
Possui pelos que tem função de filtração do ar, retendo as maiores partículas.
Diferentes tipos de narinas podem ser observados nos animais, principalmente devido à
função que vão exercer. Por exemplo, suínos possuem narinas em formato redondo para maior
apuração do olfato (MACHADO, 2014).
O plano nasal é a parte brilhosa que recobre o nariz de cães, gatos, caprinos e ovinos.
O plano rostral é a parte que recobre o focinho e sua borda. Nos suínos esse plano apresenta
uma fina camada de pêlos apoiada nesse plano sob um osso, característico dessa espécie. O
plano nasolabial tem pele estendendo-se do lábio superior e pode ser encontrado em bovinos
(MACHADO, 2014).
A cavidade nasal possui como limite dorsal delimitado pelos ossos nasal e frontal.
Lateralmente é delimitada pelas cartilagens e pelo osso maxilar. Ventralmente pelo palato
duro, que é formado pelos ossos incisivo, maxilar e palatino. O limite rostral da cavidade
nasal é o vestíbulo nasal. O limite caudal é formado pelo osso frontal e pelo osso esfenoide.
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Internamente a cavidade nasal é preenchida pelos ossos turbinados, os quais são frágeis. O
conjunto desses ossos e mucosa forma as conchas nasais. Entre elas, existem as passagens do
ar, as quais são chamadas de meatos (CARVALHO, 2012).
O meato nasal dorsal se localiza entre a concha dorsal e o osso nasal. O meato médio
fica localizado entre as conchas nasais dorsal e ventral, segue para os seios paranasais. Já o
meato ventral situa-se entre a concha ventral e o palato duro, esse ar é direcionado para a
faringe e laringe. A cavidade nasal direita é separada da esquerda por um septo nasal,
cartilaginoso rostralmente e ossificado caudalmente (CARVALHO, 2012).
Nos suínos este septo acompanha toda a extensão da cavidade nasal. O espaço
formado entre o septo nasal e as conchas nasais é chamado meato nasal comum, por ele passa
o ar que se direciona para a faringe. Da concha nasal ventral se estendem rostralmente
duas pregas: prega alar e basal. Da concha dorsal se prolonga rostralmente uma prega reta
(CARVALHO, 2012).
O órgão vômeronasal se localiza lateral e ventralmente ao septo nasal e continua
rostralmente através de um ducto incisivo. Seios paranasais são cavidades nos ossos frontal,
maxilar, etmóide e esfenóide revestidas por epitélio do tipo respiratório, que se apresenta
baixo e com poucas células caliciformes. A lâmina própria contém apenas algumas glândulas
pequenas e é contínua com o periósteo adjacente. Estes seios se comunicam com as fossas
nasais por meio de pequenos orifícios. O muco produzido nessas cavidades é drenado para as
fossas nasais pela atividade das células epiteliais ciliadas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
Existem dois conjuntos principais de seios paranasais: conjunto frontal e maxilar. O
conjunto de seios paranasais do osso frontal é dividido em uma porção rostral e outra caudal.
Já do osso maxilar, ocupa a parte caudolateral da maxila dorsalmente à arcada dentária
superior, pode enviar extensões para outros ossos formando os seios palatino, esfenoidal e
lacrimal – bem desenvolvido nos suínos (CARVALHO, 2012).
A cavidade nasal está dividida em três regiões: cutânea, respiratória e olfatória. A
região cutânea é revestida pelo epitélio pavimentoso estratificado queratinizado e espesso. As
células superficiais apresentam microcristas em sua superfície. A submucosa faz
interdigitação com o epitélio por meio de papilas, as quais contêm vasos, nervos, células de
defesa, fibras de colágeno e glândulas serosas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
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A região respiratória é a região das fossas nasais, o epitélio que reveste a parte caudal
da cavidade é colunar pseudoestratificado ciliado e possui vários tipos de células como as
ciliares, caliciformes ou secretórias, em escova e basais. Já a região olfatória, localiza-se na
região dorsocaudal da cavidade nasal. Seu epitélio é cilíndrico pseudoestratificado, onde
possui muitas camadas de núcleos. No interior da lâmina própria, há glândulas de Browman,
tubulares e mucosserosas. É responsável pelo odor e possui três tipos celulares: de
sustentacular, basal e neurossensitiva (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
A nasofaringe e a orofaringe são subdivisões da faringe. A primeira é revestida por um
epitélio colunar pseudoestratificado ciliado com células caliciformes, enquanto a última é
coberta por epitélio escamoso estratificado. A lâmina própria contém glândulas mistas
tubulares na nasofaringe e glândulas mucosas na orofaringe. Uma rede de fibras elásticas
separa a mucosa de uma camada subjacente de musculatura esquelética que consiste de
células dispostas circular e longitudinalmente. A musculatura é separada de uma camada
adventícia de tecido conjuntivo frouxo por uma camada de tecido conjuntivo que contém
redes elásticas (BACHA, 2003).
A faringe é um órgão de dupla função, onde concentra esforços no encaminhamento
de alimento para o tubo digestório e ar para o respiratório. Possui três porções: nasofaringe
(responsável pela passagem exclusiva de ar); orofaringe (responsável pela passagem
facultativa de ar e alimento) e laringo-faringe (ponto de encontro entre os dois sistemas). A
nasofaringe apresenta no seu teto, as tonsilas faríngeas e um óstio faríngeo da tuba auditiva
(MACHADO, 2014).
A laringe é um órgão tubular, que situa-se medianamente e está entre a faringe e a
traquéia fazendo comunicação com esta, possui ligamentos e músculos que fazem a
articulação dessas cartilagens. É incompletamente fechada cranialmente à faringe pela
epiglote no ato da deglutição e caudalmente ela continua através dos anéis cartilagíneos da
traquéia (DELFINO, 2012).
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É constituída por peças cartilaginosas. A cartilagem tireóide ossifica com a idade,
forma as paredes laterais e assoalho; a cartilagem aritenóide são pares, se encontram
dorsalmente para cobrir a incisura deixada aberta pela lâmina da cartilagem tireóidea, forma o
teto da laringe; já a cartilagem cricóide, forma um anel completo na extremidade caudal da
laringe. Todas elas são do tipo hialina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
A Epiglote é uma cartilagem que possui função de fazer o direcionamento do ar para a
traquéia, e do alimento para o esôfago, é uma cartilagem elástica com um formato de folha,
possui uma base que se prende na porção mediana da tireóide, em suínos tem sua porção
apical arredondada e lateralmente ao pecíolo na base encontra-se o processo cuneiforme
(DELFINO, 2012).
A traqueia é constituída por um tubo com anéis de cartilagem hialina, tem seu início
na faringe e se bifurca nos brônquios direito e esquerdo, acima desta bifurcação, em suínos
existe um brônquio a mais chamado de Brônquio traqueal que se localiza o Lobo Cranial
Direito; sua porção final é de fibras elásticas que confere ao tubo uma relativa mobilidade,
internamente ela é revestida por uma mucosa respiratória e externamente por uma camada de
tecido conjuntivo frouxo denominado de Túnica Adventícia. Seus anéis são abertos
dorsalmente e unidos pelo ligamento anular traqueal. Nos suínos, o músculo anular traqueal é
internamente a cartilagem. Possuem uma quantidade de 29-36 cartilagens (DELFINO, 2012).
O pulmão localiza-se dentro da cavidade torácica. São órgãos parenquimatosos, ou
seja, ele não é oco, não possui lúmen, é um órgão elástico e esponjoso, está revestido por uma
membrana denominada de Pleura Pulmonar Visceral tem um íntimo contato com o pulmão,
entre os lobos encontra-se a Pleura Parietal, a qual recobre todo o tórax e entre elas existe um
espaço virtual que contêm líquido pleural, um fluído seroso e viscoso armazenado que
mantém a lubrificação desse órgão evitando o atrito entre pulmão e parede torácica. Na região
mediastino, encontra-se o timo, uma glândula que produz anticorpos quando os animais são
jovens (DELFINO, 2012).
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A árvore bronquial está localizada na parte terminal da traquéia, a qual ramifica-se
originando dois brônquios que após curto trajeto, entram nos pulmões através do hilo (onde
entram artérias e saem vasos linfáticos e veias). Esses brônquios são chamados de primários.
Todas essas estruturas são revestidas por tecido conjuntivo denso (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2003).
Os brônquios primários, ao penetrarem os pulmões, dirigem-se para baixo e para fora,
dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo. Cada brônquio supre um
lobo pulmonar. Esses brônquios lobares dividem-se repetidas vezes, originando brônquios
cada vez menores, sendo os últimos ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo
penetra no lóbulo pulmonar (os suínos possuem o pulmão esquerdo dividido em lobo Cranial,
porção cranial e Caudal e lobo Caudal e o pulmão direito é dividido em lobo cranial, lobo
médio Caudal e acessório), no qual se ramifica, formando os bronquíolos terminais. Cada
bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a
transição para a porção respiratória (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
O brônquio direito é mais largo, menor e mais vertical que o esquerdo. Possui um
comprimento médio de dois cm e meio e penetra no pulmão direito no nível da 5º vértebra
torácica (CESAR, 2017).
A veia ázigos cavalga sobre sua superfície superior e anteriormente tem relação íntima
com a artéria pulmonar direita. Dois centímetros após sua origem, o ramo para lobo superior
do pulmão direito surge e recebe o nome de ramo epiarterial, pois se origina por cima da
artéria pulmonar (CESAR, 2017).
Então, esse brônquio segue seu trajeto e passa abaixo da artéria pulmonar direita e
recebe o nome de porção ramo hipoarterial, divide-se em dois ramos, um para o lobo médio e
outro para o lobo inferior do pulmão direito (CESAR, 2017).
O brônquio esquerdo possui menor calibre, porém é mais longo e mais horizontal que
o direito. Tem comprimento de cinco cm, aproximadamente. Penetra no pulmão esquerdo ao
nível da 6º vértebra torácica. Durante seu trajeto ele passa abaixo da crosta da aorta, passa
anteriormente ao esôfago, ducto torácico e aorta descendente. Esse brônquio não possui ramo
epiarterial (CESAR, 2017).
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2.1.3 Porção Respiratória
As últimas porções da árvore brônquica denominam-se bronquíolos terminais, os quais
apresentam parede mais delgada, revestida internamente por epitélio colunar cúbico, com
células ciliadas e não ciliadas, como as células de Clara, que apresentam grânulos secretores
em suas porções apicais (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
Cada bronquíolo terminal se subdivide em dois ou mais bronquíolos respiratórios que
constituem a transição entre a porção condutora e a respiratória. O bronquíolo respiratório é
um tubo curto, às vezes ramificado, pela existência de numerosas expansões saculiformes
constituídas por alvéolos, onde ocorrem trocas gasosas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
Como o bronquíolo respiratório possui alvéolos ao longo de seu eixo longitudinal, o
epitélio, a lâmina própria e a submucosa alteram-se onde tem alvéolos, transformando o
epitélio cúbico simples em pavimentoso simples, com a submucosa e a musculatura lisa
circundando cada saculação (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
Os ductos alveolares se ramificam a partir dos bronquíolos respiratórios. Suas paredes
finas são constituídas totalmente de alvéolos. Tantos os ductos alveolares como os alvéolos
são revestidos por epitélio simples cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas dos
alvéolos, a lâmina própria apresenta feixes de músculo liso. Uma matriz rica em fibras
elásticas e contendo também fibras reticulares constitui o suporte para os ductos e alvéolos
(BACHA, 2003).
Os alvéolos pulmonares são pequenas estruturas encontradas nos sacos alveolares,
ductos alveolares e bronquíolos respiratórios, constituindo a última porção da árvore
brônquica, sendo os responsáveis pela estrutura de aspecto esponjoso
do parênquima pulmonar. São pequenas bolsas, morfologicamente semelhantes a favos de
mel, abertas de um dos lados, possuindo uma parede altamente vascularizada. São
constituídas por uma camada epitelial fina que se apoia em um tecido conjuntivo delicado, no
qual há uma rica rede de capilares sanguíneos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
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Principal tipo celular deste tecido é a célula alveolar: pneumócito tipo I, também
chamado de célula alveolar pavimentosa, tem núcleo achatado, sua principal função é
constituir uma barreira de espessura mínima para possibilitar as trocas de gases e ao mesmo
tempo impedir a passagem de líquido. Já os pneumócitos tipo II, também chamados de células
septais, localizam-se entre os pneumócitos tipo I, são células arredondadas que ficam sempre
sobre a membrana basal do epitélio alveolar (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2003).
2.1.4 Salinização
Segundo pesquisa no Laboratório de Anatomia da Unesp, campus Jaboticabal, essa
técnica consiste no uso de uma solução salina, tanques com água e sal, no caso o cloreto de
sódio a 30%.
Conforme mostra a pesquisa, o uso do cloreto de sódio foi benéfico não só para a
saúde de quem estuda as peças, mas também para o meio ambiente. Pois quando utilizados os
tanques com formol, as peças para serem estudadas pelos alunos tinham que serem lavadas
em água corrente durante dois ou três dias, pelo menos, para que o cheiro do componente
químico diminuísse e assim os alunos conseguissem estudar.
Atualmente no Laboratório de Anatomia da FCAV/Unesp há 12 cubas de 1.500 litros
com as peças conservadas em cloreto de sódio a 30%, além de inúmeras pequenas caixas de
até 50 litros. As peças já estão sendo conservadas há mais ou menos quatro anos nessa
técnica, e todas se encontram em perfeito estado.
2.2 Material e Métodos
Para a realização da conservação da peça anatômica do sistema respiratório, foi
selecionado um suíno de raça Large White, de uma propriedade no município de Estação-RS,
o qual veio à óbito por causas naturais.
O trabalho foi desenvolvido nas dependências do Hospital Veterinário São Francisco
de Assis da Faculdade IDEAU, Campus Getúlio Vargas-RS.
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No primeiro momento foi realizado um corte vertical, da região cranial até a região
caudal, para retirada do Sistema Respiratório, utilizando como materiais serra e faca para
melhor manejo na retirada da peça, após realizou-se a limpeza da mesma com auxilio de
bisturi e pinça, conforme figura 1 (A e B).
Figura 1-A- Sistema Respiratório já retirado; B- Limpeza da peça anatômica. Fonte: FILHO, C. S. (2017)
Em seguida foi feito o congelamento da peça e a formalização da mesma em uma
proporção de 10% de formol. Após 48 horas foi executada a Técnica de Salinização em uma
porção de 300 gramas de sal fino a cada litro de água. Para total conservação da peça foi
utilizado 10 litros de solução (Figura 2).
Figura 2- Sistema após ser retirado do processo de formalização. Fonte: OTTONI, I. F. (2017)
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A B
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Logo após, a mesma fora mergulhada novamente ao formol para conservação até a
próxima retirada. Com isso foi possível identificar algumas das mudanças nas suas
características, tal como a sua coloração, como mostra a figura 3.
Figura 3- Finalização da dissecação do sistema. Fonte: FILHO, C. S. (2017)
Assim sendo, deu-se início a preparação da peça do sistema respiratório do suíno
visando à preservação através da técnica prática de salinização.
2.2.1 Lâmina Histológica
O processo de preparação da lâmina histológica consistiu na utilização da técnica de
inclusão em parafina, composta por etapas, sendo elas a coleta e fixação, desidratação,
diafanização, parafanização, emblocamento, microtomia, coloração e montagem, e hidratação.
Em primeiro momento coletou-se um fragmento do material biológico, pulmão (30m),
o qual foi lavado em água destilada e colocado em formol 10% por 24 horas. Após este
processo, foi aplicada a desidratação, nesta etapa o fragmento já retirado do formol foi lavado
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por três vezes em água destilada. Em seguida, foi submerso separadamente durante uma hora
em álcool, nas concentrações 70%, 80%, 90% e 99%.
Na etapa de diafanização em capela de exaustão, a peça foi imersa em xilol: 1° banho
por 30 minutos e 2° banho por 30 minutos. Posteriormente, repousou mais uma hora em xilol
puro. A parafanização em estufa foi feita à 60°, após foram dados dois banhos de parafina
pelo tempo de uma hora cada.
No emblocamento, esse fragmento foi submerso na parafina (molde) líquida dentro da
estufa de cultura bacteriológica durante uma hora, para que assim, ele adentre as camadas de
tecido, tornando-o mais resistente para a continuação do preparo. Depois de retirada da estufa,
a parafina solidificou, formando um bloco. Este foi levado para o micrótomo (máquina que
realiza cortes histológicos), o qual foi cortado em espessura de 4 a 6 micra.
As amostras geraram pequenas fitas que foram mergulhadas no banho histológico
contendo água na temperatura de 40ºC para o nivelamento do corte histológico, dando
continuidade, a lâmina foi mergulhada diagonalmente para incorporar o fragmento do órgão.
Para coloração e montagem com o corte na lâmina foi corado em HE (hematoxilina e eosina).
Em seguida, a lamínula contendo a amostra do órgão foi colocada na estufa a uma
temperatura de 60ºC e posta em um banho de xilol por 15 minutos para derreter o excesso de
parafina, posteriormente realizou-se a secagem no cestinho.
Foi hidratada em álcool 70%, 50%, 40%; 5 minutos em água; 30 segundos na
Hematoxilina; lavada e passada 30 segundos na Eosina; lavou-se em álcool; repouso da
lamínula para a secagem; e por fim, a montagem e colagem da lamínula em Entellan.
Após os processos descritos acima se deu como completa a confecção da lâmina
histológica.
2.3 Resultados e Discussão
Os resultados obtidos com o presente trabalho foram satisfatórios, tanto em relação ao
tempo para construção do projeto, quanto para a dissecação e a conservação da peça
anatômica do sistema respiratório do suíno perante utilização das técnicas de formalização e
salinização.
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Na observação das lâminas histológicas da traquéia e do bronquíolo no microscópio
óptico, verificamos o que cada uma destas apresenta.
Observamos que a traquéia é revestida na mucosa por epitélio respiratório ciliado
circundado por uma submucosa (TC, vasos e glândulas) e uma adventícia bem desenvolvida
com anéis imcompletos de cartilagem hialina. Além disso, apresenta condócitos, conforme
mostra a figura 4.
Figura 4- Lâmina no microscópio óptico,
traquéia, aumento 100x. Fonte: O autor (2017)
Já na lâmina do bronquíolo, observamos a presença de epitélio cúbico simples com
células ciliadas e exócrinas bronquiolares, a submucosa revestida por musculatura lisa, e os
sacos alveolares (figura 5).
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Figura 5- Lâmina no microscópio óptico, bronquíolo,
aumento 100x. Fonte: O autor (2017)
3 CONCLUSÃO
Conclui-se que o estudo do sistema respiratório possibilitou o aperfeiçoamento das
técnicas de formalização e salinização, junto ao aprendizado e melhor conhecimento da
anatomia de um suíno. Além disso, a preparação da lâmina histológica nos proporcionou uma
melhor vizualização, através do uso do aparelho microscópio óptico, sobre o estudo dos
tecidos que cada uma apresenta.
As práticas realizadas apresentaram-se de forma complexa e exigiram muita atenção e
cuidado, com isso, induziu a uma aproximação e questionamentos junto a descobertas sobre
os ramos e possibilidades da Anatomia e Histologia.
Portanto, a interação e dedicação dos alunos com a parte teórica e prática, facilitou
uma maior compreensão sobre o estudo das técnicas, possibilitando o mesmo para estudos
futuros deste grupo e demais acadêmicos do curso de Medicina Veterinária.
__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 15
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
REFERÊNCIAS
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WILLIAN – UFSM. Histologia dos animais. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1749789/sistema-respiratorio
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