Noite na Taverna - Parte 1 e 8

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Pequeno ensaio sobre Noite na Taverna, usado em apresentação teatral. Primeiro e ultimo capitulo.

Transcript of Noite na Taverna - Parte 1 e 8

Onde me levas? Perguntei. A uma orgia Macrio. Vais ler uma pgina da vida, cheia de sangue e de vinhoque importa? Respondeu-me Sat. Olhava por uma janela, cinco homens brios ao redor de uma mesa. Mas de repente encontrei-me deitado no cho desse lugar e no era o nico no cho. A noite do sculo eles gritavam, brindavam em nome de Deus, deuses e deusas e outro em nome do vinho e do dinheiro, repudiando deuses e crendices. Tudo que importa o que vemos, disse ele. Conversavam sobre o sentido da vida, o por que disso tudo, se era todo o prazer a soluo para tristezas ou se era justamente sua falta que faria-os bem, se tudo aquilo era uma mera iluso e um sonho. Mal do sculo, como num futuro haveriam de chamar. Um deles se levantou e mandou os outros se calarem, pois as mulheres j repousavam, como mortas, em seu sono alcolico. Eles se calaram, e um deles comeou a murmurai uma historia que queria contar. Sentia-me em um corpo que no era o meu. Essa, pelo que vejo, ser uma noite regada a sangue, luto e prazer. Ergam seus copos e bebam. Que os fantasmas de nossas histrias nos guiem nesta noite do sculo. Bebamos! Nem um canto de saudade! Morrem na embriaguez da vida as cores! Que importam sonhos, iluses desfeitas? Secam como as flores! ------------------------------------------------------------------------------------------------A noite ia alta. As histrias e a orgia findara. Todos ali dormiam repletos, nas trevas. Eis que de repente vejo uma moa, vestida de negro, molhada pela chuva, entrar em passos lentos, com uma lanterna e algo de metal em sua mo. Ela olha para os lados, como se procurasse algum.Vejo ela aproximar-se de mim. Olha-me nos olhos por alguns segundos. Comeo a recordar-me daquele rosto que outrora fora belo, mas agora lbios pretos e uma pele plida. O mais belo de todos. Giorgia. Esse era o nome. Minha amada h muito perdida. Enquanto me fitava, vinham como lembranas. Um jogo de bilhar, um duelo a queima roupa, meses no hospital e depois apenas devassido. Um lanar-se em bares e bordeis Arnold o Bbado. Agora sabia quem era. A moa, como um anjo da perdio, se virou, foi em direo a Johan e lentamente cortou seu pescoo.Novamente aproximou-se de mim. Deu-me um beijo longo e foi como acordar de um pesadelo. Arthur. Me chame pela ltima vez de Arthur supliquei. Minha amada. Dizia que agora que conseguira sua vingana, agora que Giorgia, a virgem se vingou como Giorgia, a puta, agora ela iria para os braos da morte. Eu com isso, no ia conseguir acordar em um outro dia, ento como loucos amantes morreramos juntos. Tomei-a aos lbios e em um ltimo beijo nos lanamos. Pressionei o punhal. Meu corpo caiu sobre o dela e ali foi a consumao de nosso amor.Ento, a lmpada apagou.