Noções_Básicas_em_Primeiros_Socorros[1]
-
Upload
marcia-landini -
Category
Documents
-
view
217 -
download
3
description
Transcript of Noções_Básicas_em_Primeiros_Socorros[1]
DOCÊNCIA EM
SAÚDE
NOÇÕES BÁSICAS EM PRIMEIROS
SOCORROS
1
Copyright © Portal Educação
2012 – Portal Educação
Todos os direitos reservados
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520
Internacional: +55 (67) 3303-4520
[email protected] – Campo Grande-MS
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação
P842n Noções básicas em primeiros socorros / Portal Educação. - Campo
Grande: Portal Educação, 2012.
57p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-302-9
1. Primeiros socorros. 2. Sinais vitais. I. Portal Educação. II. Título.
CDD 616.0252
2
SUMÁRIO
1 O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS? ................................................................................. 4
2 SINAIS VITAIS ........................................................................................................................... 6
2.1 PULSO ....................................................................................................................................... 6
2.2 RESPIRAÇÃO ............................................................................................................................ 7
2.3 PRESSÃO ARTERIAL ................................................................................................................ 8
2.4 TEMPERATURA ....................................................................................................................... 10
3 ABORDAGEM INICIAL A VÍTIMA ............................................................................................ 13
3.1 AVALIAÇÃO DA CENA ............................................................................................................. 14
3.2 EXAME PRIMÁRIO ................................................................................................................... 14
3.2.1 Circulação .................................................................................................................................. 15
3.2.2 Vias aéreas com controle da coluna cervical ............................................................................. 19
3.2.3 Desobstrução das vias aéreas .................................................................................................. 23
3.2.4 Manobra de Heimlich ................................................................................................................. 24
3.2.5 Respiração ................................................................................................................................ 28
3.2.6 Diagnóstico diferencial ............................................................................................................... 29
3.2.7 Exposição da vítima................................................................................................................... 30
4 EXAME SECUNDÁRIO ............................................................................................................. 31
4.1 CABEÇA .................................................................................................................................... 32
4.2 PESCOÇO ................................................................................................................................. 33
4.3 TÓRAX ...................................................................................................................................... 33
4.4 ABDÔMEN ................................................................................................................................ 33
4.5 MEMBROS INFERIORES ......................................................................................................... 33
3
4.6 MEMBROS SUPERIORES ........................................................................................................ 34
4.7 DORSO ..................................................................................................................................... 35
5 PRIMEIROS SOCORROS EM HEMORRAGIAS ...................................................................... 36
6 HEMORRAGIA NASAL ............................................................................................................ 42
7 FRATURAS .............................................................................................................................. 43
7.1 FRATURA FECHADA .................................................................................................................... 44
7.2 ENTORSE ................................................................................................................................. 46
7.3 LUXAÇÃO ................................................................................................................................ 47
7.4 CONTUSÃO .............................................................................................................................. 47
7.4.1 Improvise uma tala .................................................................................................................... 48
7.4.2 Improvise uma tipóia.................................................................................................................. 49
8 PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO ............................................................................... 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 55
4
1 O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS?
FIGURA 1 - PRIMEIROS SOCORROS
FONTE: Disponível em: <http://cdn.camerum.com.br/img/product/2008/0/7392-ml--necessaire-
primeiros-socorros-curtlo-vdi-011.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.
Primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma
pessoa em perigo de morte, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até que
ela receba atendimento definitivo.
Definimos ainda como o primeiro atendimento realizado a uma pessoa que sofreu algum
trauma, lesão ou mau súbito.
Ou ainda, como as primeiras providências tomadas no local do acidente. É um
atendimento inicial e temporário, até a chegada da equipe de socorristas.
5
Para a pessoa leiga, ou seja, que não tem uma formação na área da saúde ou um
treinamento específico em primeiros socorros podemos definir como o primeiro atendimento a
uma pessoa que sofreu algum acidente ou que apresentou algum mal súbito.
O atendimento a vítima pode ser realizado por qualquer pessoa, desde que treinada
para realizar as técnicas preconizadas ao atendimento emergencial.
Qualquer pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar, mais conhecido como
primeiros socorros, deve antes de tudo, atentar para a sua segurança.
No impulso de ajudar as vítimas, não justifica a realização de atitudes inconsequentes,
que acabam transformando o socorrista em uma nova vítima.
Para que a vítima seja atendida com qualidade, questões como seriedade e respeito
devem sempre acompanhar o socorrista. Evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e
mantenha em sigilo informações pessoais que ela revele durante seu atendimento.
Um fator importante no atendimento em primeiros socorros é o tempo, e este não pode
ser desprezado em hipótese alguma, pois este tempo perdido poderá ser o diferencial entre a
vida ou morte do paciente.
6
2 SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e podem orientar
o diagnóstico inicial e acompanhando a evolução do quadro clínico de uma vítima.
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que suas
funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma anormalidade.
Os sinais vitais são:
Pulso;
Respiração;
Pressão arterial;
Temperatura.
2.1 PULSO
É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração do
coração, ou seja, é a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial em cada batimento
cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um osso. Os
locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial, femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar a sua
7
frequência, ritmo e volume.
TABELA 1 – ÍNDICES NORMAIS DE PULSO
ÍNDICES NORMAIS DE PULSO
Homem 60 a 70 bpm
Mulher 65 a 85 bpm
Criança 80 a 120 bpm
Bebê 100 a 160 bpm
2.2 RESPIRAÇÃO
A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração eliminando assim, o dióxido
de carbono por intermédio da expiração.
É uma sequência rítmica de movimentos de expansão e de retração pulmonar com a
finalidade de efetuar trocas gasosas entre a corrente sanguínea e o ar nos pulmões.
Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou profunda,
seu ritmo que pode ser regular como irregular e por último sua frequência, ou seja, a quantidade
de movimentos respiratórios por minuto.
8
TABELA 2 – ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO
ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO
Homem 15 a 20 movimentos respiratórios por minuto
Mulher 18 a 20 movimentos respiratórios por minuto
Criança 20 a 25 movimentos respiratórios por minuto
Lactente 30 a 40 movimentos respiratórios por minuto
Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como exercícios físicos,
medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o socorrista saiba reconhecer
estas alterações.
São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões respiratórios,
tais como:
Eupneia: respiração normal, com movimentos regulares, sem dificuldades;
Apneia: é a ausência dos movimentos respiratórios;
Dispneia: dificuldade na execução dos movimentos respiratórios;
Bradipneia: diminuição da frequência respiratória;
Taquipneia: aumento da frequência respiratória.
2.3 PRESSÃO ARTERIAL
9
É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias, quando este é
impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do paciente, devido
ao aumento da atividade física, situações que levam ao stress e ao medo e por alterações
cardíacas.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo volume
circulante.
A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do coração é denominado
diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, enquanto a pressão diastólica é a
pressão mínima do coração.
FIGURA 2 - VERIFICANDO A PRESSÃO ARTERIAL
FONTE: Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/_PJHne-N-
wW8/RhJLnLNX1jI/AAAAAAAAAAo/HI9Hs-Wx0nQ/s400/pressao2.jpg>.Acesso em:18 ago.
2011.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
pressão arterial, são eles:
Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;
10
Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.
TABELA 3 – VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL
VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL
4 anos 85/60 mmHg
6 anos 95 x 62 mmHg
12 anos 108 x 67 mmHg
Adulto 120 x 80 mmHg
2.4 TEMPERATURA
É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença entre o
calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios físicos e químicos,
sendo que o seu controle é realizado por meio da estimulação do sistema nervoso central.
A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido
pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal.
É medida por meio do termômetro clínico e possui uma graduação que varia de 34ºC a
42ºC, sendo que raramente o ser humano sobrevive com sua temperatura acima ou abaixo
destes parâmetros.
11
FIGURA 3 - MEDINDO A TEMPERATURA
FONTE: Disponível em:<http://www.vfvhospitalar.com.br/febre.html>.Acesso em:18 ago. 2011.
Veja na tabela abaixo, os parâmetros normais da temperatura corporal em adultos e
crianças:
Pontos de aferição Adulto Criança
Oral 37ºC 37,4ºC
Retal 37,5ºC 37,8ºC
Axilar 36,7ºC 37,2ºC
Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode se elevar em
situações como:
Infecção.
Medo.
Ansiedade.
12
São causas da diminuição da temperatura corporal:
Exposição ao frio.
Estado de choque.
Hemorragias.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
temperatura, são eles:
Afebril: temperatura corporal normal.
Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
Hipertermia: temperatura corporal acima do normal.
13
3 ABORDAGEM INICIAL A VÍTIMA
Antes de realizar qualquer atendimento ou procedimento direto com a vítima, devemos
obedecer a uma sequência padronizada para determinar a extensão das lesões que possam
causar riscos de vida ao paciente.
Com esta medida podemos corrigir imediatamente os agravos que esta vítima
eventualmente possa ter, e assim executar ações de suporte básico de vida.
A vítima deve ser examinada sumariamente para que as prioridades no tratamento
sejam estabelecidas de forma imediata, com base nas lesões sofridas e na estabilidade de seus
sinais vitais.
Este atendimento inicial deve ser rápido e com o objetivo de restabelecer as funções
vitais, seguido por uma segunda avaliação mais detalhada, denominada avaliação secundária e,
finalmente, pelos cuidados definitivos.
Ao chegar ao local onde está a vítima, o socorrista deverá avaliar as condições de
segurança do local, posteriormente a do próprio socorrista e por fim, a segurança da vítima.
De maneira simultânea verifique a cena do acidente e busque informações sugestivas do
mecanismo de lesão. Aproxime-se da vítima, identifique-se e imobilize sua cabeça com uma das
mãos, de forma que esta pessoa não consiga movimentar seu pescoço. Com isto você estará
iniciando o exame primário.
14
3.1 AVALIAÇÃO DA CENA
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é a avaliação dos riscos que
possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo
em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado.
Por exemplo, se houve um atropelamento em uma avenida muito movimentada, não tem
como o socorrista invadir a avenida e iniciar o atendimento a vítima. Existe a necessidade de
parar o trânsito para que o socorrista possa chegar com segurança até o local desejado.
Neste período, verificam-se também as prováveis causas do acidente, o número de
vítimas, a provável gravidade de seus danos e outras informações que possam ser úteis para a
notificação do acidente.
É imprescindível utilizar equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas,
óculos no atendimento a vítima, porém se você estiver realizando o atendimento em casa, em
uma pessoa conhecida como um parente próximo, muitas vezes você não terá estes
equipamentos a mão.
Outro ponto importante é solicitar o auxílio de profissionais especializados como:
Corpo de Bombeiros (193);
SAMU (192);
Polícia Militar (190).
3.2 EXAME PRIMÁRIO
15
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que ameaçam a vida
desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição inicial, com exceção dos
casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos, como por exemplo, na
desobstrução das vias aéreas.
É sempre realizado seguindo uma sequência fixa e padronizada, sendo que o socorrista
só pode passar para a etapa seguinte após a completa resolução da etapa anterior. Na prática,
alguns passos podem ser avaliados simultaneamente.
A sequência padronizada no exame primário é a seguinte:
C- Circulação;
A- Vias aéreas com controle da coluna cervical;
B- Respiração;
D- Avaliação neurológica;
E- Exposição da vítima.
3.2.1 Circulação
Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a massagem
cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o socorrista identificar que
a vítima não apresenta pulso caracterizando assim, a parada cardíaca.
Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre estes, a
frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Se em adulto, é feita pela constatação da
ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral associada à perda de consciência e a
outros sinais periféricos, como palidez, cianose e pele pegajosa.
16
FIGURA 4– VERIFICANDO PULSO NA REGIÃO DO PESCOÇO
FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 18 ago.
2011.
A verificação do pulso não deve ultrapassar mais de 5 a 10s por meio da possibilidade
de ele ser lento, por parecer irregular ou pela sua amplitude reduzida.
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as 2 ventilações iniciais, elas
devem ser continuadas na frequência de 1 ventilação a cada 5s.
Se percebida a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por auxílio de "socorro
especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a compressão torácica externa.
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície rígida
como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado, interposta entre o
doente e o leito.
O socorrista posiciona a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas);
Encontre a posição na metade inferior do esterno, entre os mamilos;
17
FIGURA 5– LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA
FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm> Acesso em: 18
ago. 2011.
Coloque a palma de uma mão (com os dedos estendidos) sobre esse local;
Coloque a palma da outra mão (com os dedos estendidos) em cima da primeira;
FIGURA 6– POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA
FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>. Acesso em: 18
ago. 2011.
18
Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem ficar
“olhando” para as mãos;
Inicie as compressões;
Pelo menos 30 compressões para cada 2 ventilações;
Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos 5 ciclos ininterruptos
ou até que o resgate especializado chegue ao local do atendimento.
FIGURA 7– MASSAGEM CARDÍACA
FONTE: Disponível em:<http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm>. Acesso em: 18
ago. 2011.
Os braços do socorrista devem permanecer em extensão com as articulações dos
cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus ombros
e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão aplicada deve ser suficiente para deprimir o esterno em 5
19
cm no adulto.
Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-se
imediatamente o relaxamento de igual durabilidade, aliviando totalmente a pressão, permitindo
ao tórax retornar ao posicionamento normal, porém, sem retirar as mãos.
Tal movimento enche as câmaras cardíacas para redistribuição do sangue pelo
organismo, atingindo enfim, as perspectivas das manobras de RCP.
A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração artificial e a
massagem cardíaca externa necessitam ser associadas, para uma reanimação efetiva.
Caso atenda sozinho a vítima, serão 30 compressões para cada 2 ventilações. Se em
dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade de parar a massagem para
realizar as ventilações.
Após 4 a 5 ciclos de compressão e ventilação, que deve durar aproximadamente
1minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de respiração espontânea,
repetindo-se as reavaliações a cada 3minutos.
Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo apropriado pode
produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100mmHg, entretanto, a pressão diastólica é
ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão média de 40mmHg que irá representar a
pressão de perfusão em grandes vasos, ou seja, 1/3 a 1/4 do normal.
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e exige uma
constância nas compressões.
3.2.2 Vias aéreas com controle da coluna cervical
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes com perda de
20
consciência é o relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o fundo da garganta
ou orofaringe, impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores e inferiores.
Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos simplesmente
remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula.
A possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada, portanto,
movimentos bruscos, excessivos ou aplicados, com uma força desproporcional poderá causar
lesões neurológicas irreversíveis na coluna cervical, como por exemplo, uma tetraplegia.
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser muito estendidos ou mesmo fletidos
para manter ou estabelecer uma via aérea permeável.
Para que possamos verificar se esta via aérea não está obstruída devemos solicitar à
vítima que ela fale. Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta vítima possui uma
alteração do nível de consciência. Caso a vítima atenda a solicitação, podemos considerar
que esta via aérea está livre, com a ventilação e perfusão cerebral mantidas, devido à passagem
de ar por esta via aérea.
Se a vítima apresentar ronquidão ou falta de voz, significa que deve haver um
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.
Avaliar e controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando
inicialmente de nenhum equipamento, portanto, estas técnicas manuais de desobstrução e
controle ou estabilização da coluna cervical, não devem ser retardadas a espera do socorro
especializado.
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por:
Objetos sólidos;
Queda da língua;
Líquidos.
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias aéreas são:
21
Tosse;
Respiração ruidosa;
Movimentos respiratórios alterados;
Cianose (extremidades roxas);
Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos efetuar as seguintes técnicas:
Manobra tríplice ou elevação da mandíbula;
FIGURA 8– ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA
FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 18 ago.
2011.
FIGURA 9 – TRAÇÃO DO MENTO
Manobra de tração do mento;
22
FONTE: Disponível em:<http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>. Acesso em: 24 mar.
2010.
Inserção de uma cânula orofaríngea.
FIGURA 10– INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_P-
MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JP
G>. Acesso em: 18 ago. 2011.
23
Uma vez realizada o controle ou estabilização da coluna cervical, não podemos em
hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente com o colar cervical ou
com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral como de flexão da cabeça.
3.2.3 Desobstrução das vias aéreas
O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta vítima será
socorrida rapidamente ou se ela se submeter a óbito.
A obstrução poderá ser parcial, quando não há a completa interrupção do fluxo de ar, ou
total, quando há uma completa interrupção do fluxo de ar das vias aéreas superiores para as
vias aéreas inferiores, estabelecendo assim, as trocas gasosas.
A troca ineficiente de ar é indicada pela presença de:
Tosse ineficaz e fraca;
Ruídos respiratórios gementes ou estridentes;
Dificuldade respiratória;
Cianose.
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de objeto que
está causando a obstrução. Caso a vítima apresentar uma obstrução das vias aéreas por
sólidos, deve-se efetivar.
Remoção manual do objeto;
Compressões torácicas.
24
Caso ocorra a obstrução por líquidos, devemos realizar:
Aspiração das vias aéreas;
Rolamento 90º para que o líquido seja retirado pela boca evitando assim, sua
aspiração para os pulmões.
3.2.4 Manobra de Heimlich
A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias
aéreas superiores por um corpo estranho. Esta manobra foi descrita pela primeira vez pelo
médico Henry Heimlich em 1974 que induz uma tosse artificial, que vai expelir o objeto da
traqueia da vítima.
Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via aérea,
posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão sobre o final do
diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e expelindo assim, o objeto causador
da obstrução.
As compressões abdominais devem ser realizadas da seguinte forma:
Vítima em pé
Ficar atrás da vítima;
25
FIGURA 11– MANOBRA DE HEIMLICH
FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>.Acesso em: 18 ago.
2011.
Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de base caso ela
desmaie;
Colocar o braço em volta da cintura da mesma;
FIGURA 12– POSIÇÃO DAS MÃOS
FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18
ago.2011.
26
Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima entre a
cicatriz umbilical e o apêndice xifoide;
FIGURA 13– POSIÇÃO DAS MÃOS
FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18 ago.
2011.
Com a outra mão envolver a mão fechada e pressionar o abdômen da vítima;
FIGURA 14 – POSIÇÃO DAS MÃOS
FONTE: Disponível em: <http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473>. Acesso em: 18 ago.
2011.
27
Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e
para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão, expulsando o ar
de forma a movimentar o objeto causador da obstrução.
Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa,
suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e deve-se
iniciar a reanimação cardiorrespiratória.
Se a vítima estiver deitada ou inconsciente:
A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas no chão;
Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a ela;
Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a compressão
abdominal;
FIGURA 15– COMPRESSÃO ABDOMINAL
FONTE: Disponível em: <http://csaudeesp.blogspot.com/>. Acesso em: 18 ago. 2011.
28
Observar se o objeto foi expulso.
Em vítimas obesas ou grávidas devemos realizar os seguintes procedimentos:
Posicionar-se atrás do paciente;
Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima;
Posicionar as mãos acima do apêndice xifóide;
Realizar as compressões abdominais;
Verificar se o objeto foi expulso.
A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que 1 ano deve ser realizada da
seguinte forma:
Deitar a criança de bruços sobre o braço;
Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo;
Bater nas costas com as mãos em concha;
Verificar se o objeto foi expulso.
3.2.5 Respiração
Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos respiratórios fossem
avaliados pelos procedimentos, ver ouvir e sentir, porém não há mais esta necessidade.
O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja, realizar o ciclo
com 30 compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações.
29
A respiração boca a boca só deve ser realizada nas seguintes situações:
Em situações de afogamento;
Traumatismos;
Em crianças e bebês.
Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada corretamente e
ritmada, é necessária para manter a vítima viva até a chegada de socorro profissional sem a
utilização da respiração boca a boca.
No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem cardíaca se
faz em sintonia com a respiração boca a boca, porém em situações de parada cardíaca em
adultos, apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que os socorristas cheguem para levar
a vítima ao hospital.
3.2.6 Diagnóstico diferencial
Quanto ao diagnóstico diferencial, definimos como as causas possivelmente levaram a
vítima a vivenciar tal situação. Para que tais perguntas sejam respondidas, nem sempre
poderemos contar com a colaboração do paciente para respondê-las, a melhor maneira é olhar
ao redor, ou seja, observar a cena.
Quando olhar ao redor verificando as proximidades pode-se obter muitas respostas. Se
for vítima de um acidente automobilístico, muitas das ferragens poderão esclarecer os traumas
sofridos. No caso de sinais clínicos, podemos buscar informações no próprio paciente.
É preciso verificar se há medicações nos bolsos. Receitas médicas. Afinal, podemos
30
estar manipulando um paciente cardiopata sem sabê-lo, e com essas informações é possível
que a assistência prestada seja mais eficaz.
3.2.7 Exposição da vítima
Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, é
preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E” refere-se à exposição da
vítima.
Quando estabilizados a respiração e circulação da vítima, é preciso verificar se existem
outros ferimentos, complicações e situações a serem resolvidas.
Lembre-se que tal providência deverá ser tomada com cautela e precaução a fim de
evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado, principalmente em pós-
trauma, deverá atender normas de manipulação assegurando a assistência prestada.
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira assistência
salvar a vida da vítima.
Em primeiros socorros, chamamos de à hora de ouro a primeira hora de atendimento,
portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta vítima ter sua vida prolongada
é grande.
31
4 EXAME SECUNDÁRIO
É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o C-A-B-D-E e tem por
finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção.
Na inspeção devem ser pesquisados:
A cor da pele;
Simetria;
Alinhamento;
Deformidade;
Sangramento.
Na palpação deverá ser pesquisado:
Deformidade;
Rigidez;
Flacidez.
O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência:
Cabeça;
Pescoço;
Tórax;
Abdômen;
Cintura pélvica;
32
Membros inferiores;
Membros superiores;
Dorso.
4.1 CABEÇA
Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos procurando
por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas, contraídas, irregulares.
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do mesmo
tamanho.
Observe se não há sangramento ou saída de líquido cefalorraquidiano pelo nariz ou
ouvido. Deve-se procurar também por corpo estranho, dentes, vômitos na boca ou garganta.
FIGURA 16 – EXAME DO CRÂNIO
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_YQ-
op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>. Acesso em: 18 ago.
2011.
33
4.2 PESCOÇO
Realizar a palpação na coluna cervical verificando o seu alinhamento. Conferir na
região anterior se há desvio de traqueia, lesões ou sangramentos.
4.3 TÓRAX
Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados, realizar a palpação a procura de
lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor.
4.4 ABDÔMEN
Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados, buscando áreas
de sensibilidade, flacidez e rigidez.
4.5 MEMBROS INFERIORES
34
Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento, deformidade e
rigidez. Buscar lesões e ferimentos.
FIGURA 17 – PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
FONTE: Disponível em:
<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/pa
lpa%C3%A7%C3%A3o+tibial.JPG>. Acesso em: 18 ago. 2011.
4.6 MEMBROS SUPERIORES
Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento, deformidade
e rigidez. Buscar lesões e ferimentos.
35
4.7 DORSO
Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o alinhamento da
coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna em busca de edema,
hematoma ou crepitação.
Após realizar o exame secundário, faça todos os curativos, imobilizações e outros
procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-se atento às etapas
do exame primário.
36
5 PRIMEIROS SOCORROS EM HEMORRAGIAS
Sangramentos ou hemorragias têm o mesmo significado. Pois sim, sangue que por
traumas ou patologias preexistentes extravasam de arterias, veias ou vasos capilares em
grandes quantidades.
Consideramos como a grande perda de volume sanguíneo circulante. O sangramento
pode ser interno ou externo e em ambos os casos é perigoso.
Inicialmente, as hemorragias produzem palidez, sudorese, agitação, pele fria, fraqueza,
pulso fraco e rápido, baixa pressão arterial, sede, e por fim, se não controladas, estado de
choque e, consequentemente, a morte.
O socorrista deve controlar as hemorragias tomando as seguintes medidas:
Quando a hemorragia for externa, o socorrista deverá realizar os seguintes
procedimentos:
Compressão direta sobre o ferimento. Controlar a hemorragia fazendo uma
compressão direta sobre a ferida que sangra com sua mão (protegida por luva descartável), ou
ainda, com a ajuda de um pano limpo ou gaze esterilizada, para prevenir a infecção;
37
FIGURA 18 – COMPRESSÃO DIRETA SOBRE O FERIMENTO
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-
QXCah_WAq60/TdwKLPSBDoI/AAAAAAAAEVk/z57hX0-18Vg/s1600/Hemorragia_direta.jpg>.
Acesso em: 18 ago. 2011.
Elevação do ponto de sangramento. Mantenha a região que sangra em uma posição
mais elevada que o resto do corpo, pois este procedimento contribuirá para diminuir
o fluxo de sangue circulante e, consequentemente, o sangramento;
38
FIGURA 19 – ELEVAÇÃO DO PONTO DE SANGRAMENTO
FONTE: Disponível em:
<http://www.conexaorh.com.br/images/primeiros_socorros_clip_image005.jpg>. Acesso em: 18
ago. 2011.
Compressão sobre pontos arteriais. Caso a hemorragia for muito intensa e você não
conseguir fazer parar a saída do sangue, tente controlar o sangramento
pressionando direto sobre as artérias principais que nutrem de sangue o local
lesionado.
39
FIGURA 20 – COMPRESSÃO DOS PONTOS ARTERIAIS
FONTE: Disponível em:
<http://www.conexaorh.com.br/images/primeiros_socorros_clip_image006.jpg>. Acesso em: 18
ago. 2011.
Não cessando o sangramento, com o uso das técnicas anteriormente descritas, o
socorrista deverá aplicar um torniquete no membro lesado.
O torniquete ou garrote não é recomendado para o uso geral, pois algumas vezes
causa mais danos a extremidade ferida, do que os que existiam pela própria lesão inicial.
Entretanto, um torniquete adequadamente aplicado, pode salvar a vida de uma pessoa,
cuja hemorragia em um vaso sanguíneo principal seja incontrolável por qualquer dos outros
métodos.
Os torniquetes deverão ser utilizados como um último recurso e, somente, para
controlar os sangramentos provocados por ferimentos graves nas extremidades, quando todos
os outros métodos de controle falharem.
40
Lembre-se também que não se deve aplicar torniquetes sobre áreas de articulação,
como por exemplo, cotovelos e joelhos.
A localização mais segura e efetiva para a colocação do torniquete é cerca de 5 cm
acima do local da lesão.Se o torniquete tiver que ser usado, deverá ser aplicado de forma
correta, ou seja:
Uma bandagem larga deve ser dobrada até que fique com aproximadamente 10
cm de largura. Amarre esta atadura larga, duas vezes ao redor da extremidade lesada;
Dê um nó firme na atadura. Coloque um bastão de madeira ou outro material
similar sobre o nó e amarre novamente com um segundo nó firme;
Utilize o bastão de madeira como uma manivela para rodar e apertar a atadura;
Aperte o torniquete até o sangramento cessar. Uma vez controlada a
hemorragia, não rode mais o bastão e mantenha-o firme no lugar.
FIGURA 21 – TORNIQUETE
FONTE: Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/_oQ7DRLLq7FY/TOmEF3WnXkI/AAAAAAAAAJY/U5m7F96zrT0/s160
0/torniquete.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.
41
De maior gravidade, a hemorragia interna demora mais para ser identificada e quando
aparece, debilita rapidamente a vítima. Acompanhe atentamente até a chegada de uma equipe
especializada, pois não podemos ajudar muito e ela poderá levar o acidentado rapidamente ao
estado de choque.
Os principais sinais apresentados são:
Pulsação acelerada ou fraca;
Pele fria e pálida;
Mucosas na boca e nos olhos esbranquiçadas;
Extremidades arroxeadas pela pouca irrigação sanguínea;
Sede;
Tontura;
Inconsciência.
Nesses casos devemos proceder da seguinte forma:
Deite a vítima de maneira que a cabeça fique mais baixa que o corpo;
Coloque compressas frias ou bolsa de gelo no local da hemorragia;
Não permita que a vítima tome líquidos;
Observe atentamente, pois os riscos de parada cardíaca ou respiratória aumentam;
A vítima precisa de atendimento médico com a maior urgência.
42
6 HEMORRAGIA NASAL
Geralmente causada por rompimento e/ou obstruções de vasos sanguíneos do nariz,
mas no caso de acidentes automobilísticos pode ser sinal de traumatismo craniano.
O procedimento é mais simples:
Faça a vítima ficar sentada em local fresco, cabeça um pouco levantada, roupa
afrouxada;
A vítima deve respirar pela boca, não assoar o nariz;
A narina deve ser comprimida de 5 a 10 minutos;
Uma compressa fria deve ser colocada no nariz, na testa e na nuca;
Não parando a hemorragia, ou em caso de inconsciência, a vítima deve ser
encaminhada a uma equipe especializada.
FIGURA 22 – HEMORRAGIA NASAL
FONTE: Disponível em:
<http://www.amazonsaude.com.br/up4/01.09.2010_611cd0c1d9dda03dd56ef82eaecc469e.jpg>.
Acesso em: 18 ago. 2011.
43
7 FRATURAS
Definimos por fratura toda solução de continuidade súbita e/ou violenta de um osso. Elas
podem ser fechadas, quando não houver rompimento da pele, ou abertas - fratura exposta,
quando a pele sofre solução de continuidade no local da lesão óssea.
Alguns cuidados especiais fazem parte da assistência a fraturas expostas. A cobertura
do local com um pano limpo ou gaze e a procura de socorro imediato.
FIGURA 23 – FRATURA EXPOSTA
FONTE: Disponível em: <http://www.tvcanal13.com.br/colunas/jovem-atropela-idosa-de-80-anos-
e-foge-sem-prestar-socorro-5456.asp>. Acesso em: 18 ago. 2011.
44
As fraturas são lesões mais comuns nos membros superiores e inferiores, podendo ser
únicas ou múltiplas. Na primeira infância, é frequente a fratura da clavícula. Como causas de
fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os atropelamentos.
Principais localizações:
Fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais graves e de delicado
tratamento quando mais próximas do tronco.
Fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de choque e podendo
acarretar lesões da bexiga e do reto, acarretando hemorragia interna.
Fratura do crânio, das mais graves, por afetar o cérebro, protegido pelo mesmo.
As lesões cerebrais são responsáveis pelo choque, paralisia dos membros, coma e morte do
paciente. A fratura do crânio é uma ocorrência mais comum nas grandes cidades, devido aos
acidentes automobilísticos, e apresenta maior índice de mortalidade em relação às demais. O
primeiro socorro precisa vir por meio de aparelho respiratório, pois os pacientes podem sucumbir
por asfixia. Deve-se lateralizar a cabeça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido por um lenço e
vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o choque pode também ocorrer, merecendo os
devidos cuidados.
Fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropelamentos e nos
mergulhos em local raso, sendo mais grave o prognóstico, quanto mais alta a fratura; suspeita-se
desta fratura, quando o paciente, depois de acidentado, apresenta-se com os membros inferiores
paralisados e dormentes; as fraturas do pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessário um
cuidado especial no sentido de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula;
coloca-se o paciente estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para cima; o choque
também pode ocorrer numa fratura dessas.
7.1 FRATURA FECHADA
45
Indicada na maioria das vezes, por dor ou grande sensibilidade em um osso ou
articulação. A vítima não consegue movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou
formigamento da região. Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente
do membro ferido.
Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido. Não ofereça qualquer tipo de
alimento ao ferido, nem mesmo água.
Solicite assistência médica o mais rápido possível, enquanto isso mantenha a pessoa
calma e aquecida. Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea. Imobilize os
ossos ou articulações atingidas com uma tala.
Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e se disponível,
aplique compressas frias para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma.
FIGURA 24 – FRATURA FECHADA
FONTE: Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/Sj1nZ7KPhUI/AAAAAAAAAm0/KxPdCl40TE/s400/mai
or_0903085744fracture-types-2%255B1%255D.JPG>. Acesso em: 18 ago. 2011.
46
7.2 ENTORSE
Lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as articulações), por meio de torção de
uma articulação. Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada.
FIGURA 25 – ENTORSE DE TORNOZELO
FONTE: Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/_ngQ-
7upSrTo/SedjwfLryYI/AAAAAAAAA7s/7sfFCesdhb8/s320/clip_image050.jpg>. Acesso em: 18
ago. 2011.
47
7.3 LUXAÇÃO
Deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação. Os
primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada. Não se deve fazer
massagens na região, muito menos tentar recolocar o osso no lugar.
FIGURA 26 – LUXAÇÃO DO DEDO DIREITO
FONTE: Disponível em:
<http://mubi.blog.uol.com.br/images/manudedoblog.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.
7.4 CONTUSÃO
48
Área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar sinais
semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve
hemorragia sob a pele (hematoma).
FIGURA 27 – CONTUSÃO
FONTE: Disponível em:
<http://www.fisiostore.com.br/images/product/MERC-0025G_298.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.
7.4.1 Improvise uma tala
49
Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma superfície, como uma
pequena tábua, revista dobrada, cabo de vassoura ou outro objeto qualquer. Use tiras de pano,
ataduras ou cintos, sem apertar muito para não dificultar a circulação sanguínea.
FIGURA 28 – IMPROVISANDO UMA TALA
FONTE: Disponível em: <http://www.educacaofisica.com.br/especiais/ps/fratura.asp>. Acesso
em: 18 ago. 2011.
7.4.2 Improvise uma tipoia
Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do pescoço. Isto
serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo, costelas ou
50
clavícula. Só use a tipoia se o braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já estiver
dobrado.
FIGURA 29 – IMPROVISANDO UMA TIPOIA
FONTE: Disponível em:
<http://www.jnjbrasil.com.br/sosjj/images/jpg/fraturas_escapulas_img6.jpg>. Acesso em: 18 ago.
2011.
51
8 PRIMEIROS SOCORROS NO TRÂNSITO
Com o aumento do número de carros e motos circulando pelas cidades houve também
um aumento no número de acidentes automobilísticos e consequentemente pessoas
necessitando de primeiros socorros.
Sabemos que existe o SAMU, o Corpo de Bombeiros e outros serviços de atendimento
pré-hospitalar, mas o que é preciso fazer antes da chegada dos serviços especializados?
É importante lembrar que em poucos minutos podem ocorrer diversas situações que
consequentemente agravam o quadro clínico das vítimas e nesse momento, estarão presentes
no local do acidente somente as vítimas envolvidas e as pessoas que estão passando pelo local.
Nesta situação duas atitudes tornam-se importantes:
Solidariedade;
Noções básicas sobre o que fazer e o que não fazer, garantindo assim que as lesões
das vítimas não sejam agravadas.
Lembrando que os primeiros socorros são atitudes simples realizadas no local do
acidente que garantem a vida do paciente e evitando assim, complicações, portanto, todos
podem realizar desde que se tenham as noções básicas no atendimento.
Cada acidente é diferente do outro, portanto as ações dos socorristas também sofrerão
alterações dependendo das características do acidente. A segurança de quem está prestando o
socorro é importante e irá interferir diretamente no atendimento.
Por exemplo, se há um veículo que colidiu com outro e está em chamas, o socorrista
não deve entrar no veículo, caso contrário será mais uma vítima.
A sequência básica de atendimento será sempre a mesma, como descrevemos abaixo:
52
Manter a calma;
Prezar pela segurança;
Chamar o socorro especializado;
Controlar a situação;
Verificar a situação das vítimas;
Realizar os primeiros socorros nas vítimas.
Com calma, bom senso e agilidade o atendimento inicial as vítimas, ou seja, os
primeiros socorros irão garantir que não ocorram complicações e agravamento das lesões.
Quando acontece um acidente diversas situações de riscos podem ocorrer em
seguida, são elas:
Outras colisões;
Atropelamentos;
Explosão;
Incêndios;
Obstáculos na pista;
Vazamento de produtos perigosos;
Doenças infectocontagiosas.
As pessoas que estão no local do acidente não são profissionais de resgate e por isso
devem se limitar a fazer apenas o necessário com a vítima até a chegada do socorro.
Infelizmente, vão existir algumas situações que o socorro, mesmo chegando
rapidamente e com equipamentos e profissionais treinados, pouco poderá ser feito pela vítima.
Você, mesmo com toda a disponibilidade, também poderá encarar uma situação em
que seja necessário mais que a solidariedade que você pode oferecer. Mesmo nestas situações
difíceis, não se espera que você faça algo para o qual não esteja preparado ou treinado.
Com o ambiente seguro e a solicitação do socorro realizada, é o momento em que você
53
poderá iniciar contato com a vítima. Se a janela estiver aberta, fale com a vítima sem abrir a
porta.
Se for abrir a porta, faça-o com muito cuidado para não movimentar a vítima. Você
poderá pedir a algum ocupante do veículo para destravar as portas, caso necessário.
Ao iniciar seu contato com a vítima, faça tudo sempre com base em 4 atitudes:
Informe;
Ouça;
Aceite;
Seja solidário.
Informe à vítima o que você está fazendo para ajudá-la e, com certeza ela vai ser mais
receptiva aos seus cuidados. Ouça e aceite suas queixas e a sua expressão de ansiedade
respondendo as perguntas com calma e deforma apaziguadora.
Não minta e não dê informações que cause impacto ou estimulem a discussão sobre a
culpa no acidente. Seja solidário e permaneça junto à vítima em um local onde ela possa ver
você, sem que isso coloque em risco sua segurança.
Algumas vítimas de um acidente podem se tornar agressivas não permitindo acesso ou
auxílio. Tente a ajuda de familiares ou conhecidos dela, se houver algum, mas se a situação
colocar você em risco afaste-se.
Mesmo você só querendo ajudar, mas muitos são os procedimentos que podem agravar
a situação das vítimas.
Os mais comuns e que você deve evitar são:
Movimentar uma vítima;
Retirar capacetes de motociclistas;
Aplicar torniquetes para estancar hemorragias;
54
Oferecer algo para a vítima beber.
Você já realizou o nosso curso e já sabe quais são as primeiras ações a serem tomadas
num acidente. Mesmo assim, é importante fazer um curso prático de primeiros socorros?
Um treinamento em Primeiros Socorros vai ser sempre de grande utilidade em qualquer
momento de sua vida, seja em casa, no trabalho ou no lazer.
Podem ser muitas e variadas às situações em que o seu conhecimento pode levar a
uma ação imediata e garantir a sobrevida de uma vítima. Isso, tanto em casos de acidente, como
em situações de emergência que não envolvem trauma ou ferimentos.
Atuar em primeiros socorros requer o domínio de habilidades que só podem ser
adquiridas em treinamentos práticos, como por exemplo, a massagem cardíaca.
Outras técnicas utilizadas em primeiros socorros são diferentes para casos de trauma e
emergências sem trauma, como por exemplo, a abertura das vias aéreas para que uma vítima
respire, ou ainda, a necessidade e a forma de se movimentar uma vítima.
Estas diferenças, que implicam em procedimentos distintos devem ser adquiridas em
treinamentos sob a supervisão de um instrutor qualificado.
Outras habilidades a serem desenvolvidas em treinamentos são as maneiras de se
utilizar os materiais, como talas, bandagens triangulares, máscaras para realizar a respiração,
como atuar em áreas com material contaminado, quando e quais os materiais se pode utilizar
para imobilizar uma coluna cervical.
São muitas situações que poderão ser aprendidas em um curso prático, mesmo assim,
nenhum treinamento em primeiros socorros dará a qualquer pessoa a condição de substituir
completamente, um sistema profissional de socorro.
55
REFERÊNCIAS
AYRES, J. A.; NITSCHE, M. J. T. Primeiros socorros: guia básico. São Paulo: UNESP, 2000,
33 p. Apostila da disciplina de Fundamentos de Enfermagem.
BRUNNER; SUDDARTH Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005.
DIEPENBROCK. H. N. Cuidados intensivos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
LINDA J. S. Segredos em Enfermagem de Emergência. Porto Alegre: Artmed, 2003.
MANTOVANI, M. Suporte Básico e Avançado de Vida no Trauma. São Paulo: Atheneu, 2005.
MOORE, E. E. Manual do trauma. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
MOZACHI, N. O Hospital: Manual do ambiente hospitalar.1. Curitiba: Os
autores, 2005.
NASI. A. N. Rotinas em pronto socorro. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
OLIVEIRA. M. F. B. Trauma Atendimento Pré-hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2004.
OMAN. S. K. Segredos em Enfermagem de Emergência. Porto Alegre: Artmed, 2003.
56
Parada Cardiorrespiratória. Disponível em: <http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm>.
Acesso em: 24 mar. 2010.
PARSONS. E. P. Segredos em Terapia Intensiva. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PERRY. P. Fundamentos de Enfermagem, Conceitos, processos e prática. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan,1999.
Primeiros Socorros. Disponível em:
<http://www.detran.pa.gov.br/index.php?pagina=menu/educacao/cursos/cursos_primeiro_socorro
s.php>. Acesso em: 24 mar. 2010.
ROSALES.S. Manual de Primeiros socorros, e prevenção de grandes Catástrofes e
Terremotos. Cotia-SP: Vergara Brasil, 2005.
Segurança e Medicina do Trabalho Normas Regulamentadoras 48. ed. São Paulo: Atlas SÉRIE
DIDÁTICA, Instituto Butantan, n. 1-8.