No Brasil de maneira geral a relação saúde - trabalho é muito ...

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  • COLETA DE DADOS: AVALIAO DE UM MODELO PILOTO

    Maria Ceclia Bueno Jayme Gallani * Roberta Cunha Rodrigues Colombo*

    Eliane de Arajo Cintra* Sandra Bruneni Rigacci*

    GALLANI M.C.B.J.; COLOMBO, R.C.R.; CINTRA, E.A.; RIGACCI S.B. Coleta de dados:

    avaliao de um modelo piloto. Rev.Iatino-am.enfermagem, Ribeiro Preto, v. 4, n. 2, p. 179-99, julho 1996

    Aps o desenvolvimento e implementao de um modelo piloto do instrumento de coleta de dados (ICDP) para Unidade Coronria (UCO), tivemos como objetivos avaliar as consideraes dos enfermeiros sobre a aplicabilidade deste instrumento e de sua adequao na UCO do HC-UNICAMP bem como levantar subsdios para contribuir na sua reelaborao. A avaliao, realizada atravs de um questionrio entregue a onze enfermeiros que participaram da implementao do ICDP, mostrou-nos que os enfermeiros consideraram vlidos o desenvolvimento e implementao do ICDP, interpretado como adequado em forma e contedo para pacientes cardiopatas, alm de fornecer subsdios para a elaborao do instrumento definitivo de ICD. UNITERMOS: coronariopatia, unidade de cuidados coronarianos, processos de enfermagem

    INTRODUO

    As caractersticas da atividade do enfermeiro determinam a necessidade de sua permanncia constante junto ao paciente, tornando-o, dessa forma uma figura chave no processo teraputico (visto aqui como o conjunto de atividades da equipe multidisciplinar interligadas com o objetivo de procurar restaurar o

    * Professor. Departamento de Enfermagem Faculdade de Cincias Mdicas UNICAMP Campinas - SP ** Enfermeira. Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clnicas UNICAMP Campinas SP

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  • equilbrio do paciente no ciclo sade-doena). Assim o enfermeiro pode ser considerado como um elemento catalisador e ao mesmo tempo disseminador das informaes necessrias a tal processo. Neste sentido, de acordo com McHUGH13 a qualidade da assistncia de enfermagem torna-se criticamente importante, no apenas para o paciente, mas tambm para a instituio, a equipe de sade e o prprio enfermeiro.

    As teorias de enfermagem que surgiram na segunda metade desse sculo, na definio de CASTELLANOS & CASTILHO7 tm a finalidade de acompanhar reflexiva e criticamente atividade prtica de enfermagem, em esclarecimento, por exemplo, de seu objeto de trabalho (...), e com isso assegurar a qualidade da atuao do enfermeiro. A maioria delas, independentemente de seu autor ou de sua linha filosfica, traz consigo uma proposta de sistematizao do trabalho de enfermagem, ou ainda, de uma Metodologia de Assistncia de Enfermagem que, de um modo geral, compreende as seguintes etapas:

    1. levantamento de dados do paciente; 2. identificao de problemas; 3. estabelecimento de prioridades; 4. elaborao do plano de cuidados a curto, mdio e longo prazo; 5. avaliao peridica dos efeitos obtidos frente aos cuidados prestados.

    Em nossa instituio, onde o Departamento de Enfermagem tem como filosofia a prestao de cuidados de enfermagem planejados de acordo com as necessidades especficas do paciente como pessoa, membro de uma famlia e comunidade, a equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)/Unidade Coronria (UCO), constituintes do Ncleo de Assistncia Mdica Intensiva (NAMI), passou a empregar, desde 1986, a Sistematizao da Assistncia de Enfermagem, adaptada a partir do modelo terico proposto por HORTA12.

    Das seis etapas sugeridas por este modelo. eram empregadas apenas: Histrico de Enfermagem, aqui designado como instrumento de levantamento de dados - ICD (de maneira informaI). Prescrio de Enfermagem e Evoluo de Enfermagem. Consideramos que o ICD vinha sendo realizado mesmo que sem a existncia de um impresso especfico, uma vez que, analisando-se, retrospectivamente, os pronturios dos pacientes internados na UTI/UCO no perodo de 1989 a 1992, identificvamos, no espao destinado s anotaes, um levantamento de dados pertinentes a um ICD. Alm disto, observamos que havia uma tendncia a caracterizao do corpo de dados levantados, de acordo com o tipo de paciente. Esta diferena tornava-se mais evidente quando comparvamos as folhas de admisso dos pacientes internados na UCO com as dos pacientes da UTI geral.

    No obstante, as informaes, precisavam ser padronizadas, isto , havia registros mais detalhados, outros mais sucintos, necessitando de dados que seriam importantes no processo teraputico. No havia, tambm, homogeneidade na organizao deste levantamento, resultando numa histria de admisso muitas vezes confusa.

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  • No estudo feito por ANSELMI et al.1 sobre o surgimento, definio do histrico de enfermagem (ou levantamento de dados) e de seu significado na prtica, sugerido um consenso entre os autores pesquisados de que este um instrumento a ser utilizado pelo enfermeiro para levantar dados do paciente, e que favorece uma interao efetiva entre ambos.

    Estas autoras definem tambm que, qualquer que seja a Metodologia de Assistncia de Enfermagem adotada, a primeira fase constituir-se- da descrio da situao/problema, exigindo correlao de dados, anlise e interpretao, (...) sendo uma etapa fundamental para a operacionalizao dos demais passos.

    Com base nesses pressupostos e aps o desenvolvimento e implementao de um modelo piloto de instrumento de levantamento de dados (ICDP) para UCO, tivemos como objetivos neste trabalho:

    1. avaliar as consideraes dos enfermeiros sobre a aplicabilidade do ICDP;

    2. analisar junto aos enfermeiros a adequao do ICDP para UCO;

    3. levantar subsdios que venham a contribuir na reelaborao do ICD definitivo para ser utilizado na assistncia de enfermagem dos pacientes da UCO do NAMI do HC-UNICAMP.

    MATERIAL E MTODOS

    O presente trabalho foi realizado na UCO, integrante do NAM do Hospital de Clnicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), composta por cinco leitos destinados a pacientes cardiopatas, portadores, em sua maioria, de coronariopatias.

    Onze enfermeiros que prestavam assistncia na UCO participaram da implementao do HEP (Anexo 1), aplicado a setenta e cinco pacientes internados nesta unidade, no perodo de Janeiro a Maio de 1993.

    Anteriormente implementao do ICDP houve uma reunio na qual o instrumento foi apresentado, com esclarecimento de como seus itens e subitens deveriam ser preenchidos. Esta apresentao fez parte de um programa de reciclagem de todos os enfermeiros da unidade sobre a sistematizao da assistncia de enfermagem e foi realizada junto a pequenos subgrupos constitudos de 2 a 3 enfermeiros. Foi tambm orientado que o instrumento deveria ser preenchido por ocasio da admisso do paciente na unidade ou at 24 horas aps.

    O ICDP consistiu de seis itens: Identificao, Queixa do Paciente (Pregressa e Atual), Fatores de Risco/Antecedentes, Contra-lndicaes para Tromblise, Exame Fsico (de acordo com os sistemas orgnicos: Estado Geral, Sistema

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  • Neurolgico, Sistema Respiratrio, Sistema Cardiovascular, Sistema Gnito-urinrio e Sistema Digestivo) e Informaes Adicionais. Cada item foi subdividido de forma a especificar e organizar as informaes obtidas.

    Considerando-se o ambiente da OCO, onde o tempo acaba tornando-se um fator limitante para muitas atividades, procuramos desenvolver um instrumento que fosse composto por questes fechadas (tipo check-Iist), para agilizar o processo de coleta de dados, mas tambm por questes abertas, visando preservar a criatividade do enfermeiro na obteno de dados.

    Com a finalidade de avaliar a aplicabilidade do ICDP, foi utilizado um questionrio composto por questes abertas e fechadas, referentes a cada item e sub-item do ICDP. (Anexo 2)

    RESULTADOS E DISCUSSO

    O questionrio foi entregue aos onze enfermeiros que participaram da implementao do ICDP, sendo que um no respondeu. Analisando-se o ICDP quanto ao contedo, espao para registro e distribuio, e levando-se em conta sua diviso nos itens: Identificao, Fatores de Risco, Contra-indicaes para Tromblise, Exame Fsico (e seus subitens), e Informaes Adicionais, a maioria dos enfermeiros o considerou completo quanto ao contedo, com espao suficiente para registro e distribudo adequadamente.

    Foram sugeridas, entretanto, algumas modificaes nos itens: Identificao, Fatores de Risco e Contra-indicaes para Tromblise.

    Segue-se a anlise dos resultados obtidos em cada item:

    Identificao

    Foi sugerido o acrscimo dos dados: religio, nmero de filhos, horrio de admisso e endereo residencial do paciente.

    J que o item Identificao presta-se ao levantamento de dados preliminares que iro ajudar o enfermeiro a determinar a identidade do paciente, podemos considerar como importante a informao quanto a religio e o nmero de filhos. Tambm o horrio de admisso torna-se de grande valia na evoluo do tratamento de alguns pacientes, principalmente daqueles com diagnstico mdico de infarto agudo do miocrdio. Na admisso do paciente na instituio, discrimina-se em um impresso prprio, que consta de seu pronturio, dados scio-econmicos e seu endereo residencial. Sendo assim, no consideramos importante incluir estas informaes no ICD, onde j existem dados como procedncia e naturalidade, cuja

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  • interpretao epidemiolgica, acreditamos, repercute de maneira mais relevante para a enfermagem (Quadro 1). QUADRO 1 - ITEM I (IDENTIFICAO) MODIFICADO 1. IDENTIFICAO NOME: HC*: IDADE: SEXO: Procedncia: Naturalidade: Cor: Religio: Estado Civil: N Filhos: Profisso: Escolaridade: Diagnstico Mdico: Data e hora da admisso: / / h* nmero do registro do paciente no Hospital de Clnicas

    Queixa do paciente Em relao a este item, 90% dos enfermeiros considerou importante sua

    subdiviso em queixa pregressa e atual. Nenhum deles sugeriu sua excluso. A subdiviso deste item teve o propsito didtico de evidenciar o quadro atual que levou o paciente a hospitalizao e que pode, eventualmente, diferir das manifestaes prvias da mesma patologia. Esses dados podem ser importantes tanto nas decises da assistncia de enfermagem imediata, quanto no processo de orientao do paciente em relao a sua doena, a fim de esclarec-lo, por exemplo, que um distrbio como a coronariopatia isqumica pode manifestar-se como um quadro anginoso, reversvel ou evoluir para um infarto agudo do miocrdio. Fatores de risco/antecedentes

    Neste item, alguns dos enfermeiros entrevistados sugeriram a incluso do dado infarto do miocrdio prvio. Considerando-se a definio de fator de risco como sendo qualquer hbito ou tratamento que possa ser utilizado para predizer a probabilidade de um indivduo de desenvolver determinado distrbio16, e de acordo com o detalhamento cada vez mais preciso desses fatores na literatura, acreditamos ser muito importante, alm do acrscimo do dado sugerido pelos enfermeiros, a ampliao, no ICD definitivo, do leque de caracterizao dos seguintes fatores de risco: - Tabagismo: especificando se atual ou pregresso, quantidade e perodo; - Diabetes mellitus: se o paciente ou no insulino-dependente ou faz uso de hipoglicemiantes orais; - Hipercolesterolemia: seria melhor designado como dislipidemias que, por sua vez, seria subdividido em hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia; - Sedentarismo: seria acrescido de seu contra-ponto atividade fsica, especificada quanto ao tipo e freqncia; - Menopausa: especificada quanto a natural / cirrgica, cursando ou no com reposio hormonal de estrgeno; - lcool e Contraceptivos orais seriam acrescentados, especificando-se quantidade e perodo de uso.

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  • Em relao a Fatores de riscos no passveis de modificao e/ou Antecedentes, acrescentaramos o subitem hereditariedade, caracterizando-a quanto ao grau de parentesco, se consangneo direto ou indireto (Quadro 2).

    QUADRO 2 ITEM II (FATORES DE RISCO / ANTECEDENTES MODIFICADO

    Contra-indicaes para tromblise

    Foi proposto pelos enfermeiros, acrescentar-se um espao ao lado da contra-indicao para sua especificao mais detalhada, quando necessrio (Quadro 3).

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  • QUADRO 3 - ITEM III (CONTRA-INDICAES PARA TROMBLISE) MODIFICADO

    Exame fsico Todos os enfermeiros foram unnimes em concordar com a realizao do

    levantamento de dados de acordo com os sistemas orgnicos. importante ressaltar que, em nossa unidade, trabalhamos com os chamados pacientes crticos, que se caracterizam pela labilidade do equilbrio entre seus sistemas orgnicos. Esse equilbrio to frgil pode ser comparado a um tnue fio que separa a vida da morte10. Nestes pacientes o funcionamento adequado dos vrios sistemas orgnicos fundamental para uma boa evoluo do quadro, esperando-se da equipe de enfermagem no apenas a capacidade de ao rpida frente a uma situao de urgncia, como tambm a vigilncia preventiva constante, alm de cuidados profilticos a fim de evitar situaes limtrofes.

    O fato de optarmos pela realizao do exame fsico de acordo com os sistemas orgnicos deu-se pela preocupao em facilitar o levantamento de dados, tomando-o mais objetivo e preciso, utilizando-se uma abordagem que nos permitisse, ao longo da permanncia do paciente na unidade coronria, a reavaliao constante dos principais parmetros fisiolgicos e, conseqentemente, a conduta mais adequada para cada situao. E provvel que, com a mesma preocupao, os enfermeiros tenham optado por este tipo de levantamento de dados.

    O item Exame Fsico foi subdividido em: Estado Geral, Sistema Neurolgico, Sistema Cardiovascular, Sistema Gnito-urinrio e Sistema Digestivo, cuja discusso dos resultados obtidos est descrita abaixo:

    - Estado geral

    Cinqenta por cento dos enfermeiros responderam no ser vivel a coleta de dados referentes a medidas antropomtricas do paciente, devido a instabilidade de seu quadro clnico e a necessidade de repouso absoluto na ocasio da admisso.

    Contudo, ao considerarmos a relevncia destas medidas antropomtricas para a realizao do exame de cineangiocoronarioventriculografia realizado, com freqncia, no decorrer da internao do paciente na UCO, continuamos a sugerir que seria muito importante este levantamento assim que possvel e mesmo que obtido verbalmente, tendo-se em conta, principalmente, a eventual necessidade de um estudo hemodinmico de urgncia.

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  • - Sistema cardiovascular Todos os enfermeiros concordaram com a utilizao de ilustraes para a

    descrio de pulsos e presena de cateteres. No paciente cardiopata, em especial naquele com coronariopatia, a avaliao cuidadosa dos pulsos arteriais perifricos extremamente importante. A coronariopatia decorrente da aterognese um processo degenerativo, multifatorial em sua origem, que leva a um desajuste entre as trs camadas que compem a parede arterial15 - pode coexistir com o comprometimento simultneo de outras artrias. No raro um paciente coronariopata apresentar alteraes nos principais pulsos arteriais: carotdeo, braquial, radial, femoral, etc. Alm disto, estes pacientes j foram ou sero submetidos a um estudo hemodinmico (aquele cuja abordagem se faz por via arterial) o que tambm pode levar a modificaes dos pulsos arteriais.

    Acreditamos que o uso de ilustrao (para a descrio dos pulsos) facilita a visualizao, bem como o preenchimento deste dado. Por outro lado, a utilizao do boneco para descrio dos cateteres, que tinha como finalidade permitir sua localizao e via de insero, talvez no seja muito adequada, devido a grande rotatividade dos cateteres. O mais apropriado, talvez, fosse manter o item em aberto para a descrio dos cateteres j instalados no momento da admisso.

    A maioria dos enfermeiros referiu obstculos no preenchimento dos subitens ECG e cateterismo cardaco (60 e 80% respectivamente), alegando falta de conhecimento sobre eletrocardiograma e dificuldade em obter o resultado do cateterismo Junto ao paciente ou em seu pronturio.

    Lembramos aqui, a relevncia da autonomia de ao do enfermeiro em especial na UCO18 (WHIPPLE et al., 1980). O conhecimento do ritmo normal e de seus principais distrbios, bem como das alteraes eletrocardiogrficas que evidenciam isquemia miocrdica, so importantes e indispensveis ferramentas para o trabalho do enfermeiro. Sendo este o profissional que permanece vinte e quatro horas ao lado do paciente, deve ter competncia para detectar as alteraes descritas anteriormente e tomar as condutas adequadas, em tempo hbil. Desta forma, acreditamos que a reciclagem do profissional que atua nesse campo deva ser feita de maneira contnua e abrangente, fornecendo elementos que subsidiem sua atuao, incluindo o conhecimento sobre exames diagnsticos especficos.

    As informaes relativas ao cateterismo cardaco so importantes para que ele tome conhecimento, principalmente, das artrias comprometidas e da funo ventricular, afim de que possa compreender o tratamento e sua evoluo3. Isto refora a necessidade de se levantar tais dados junto ao paciente/famlia/pronturio e equipe mdica, para que o enfermeiro possa direcionar melhor sua assistncia.

    - Sistema gnito-urinrio

    Cinqenta por cento dos respondentes referiu dificuldade no levantamento de dados referentes genitlia externa. Alguns alegaram constrangimento prprio (20%), mas a grande maioria (80%) constrangimento do paciente. Ressaltamos,

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  • porm, a importncia do levantamento de todos os dados que possam determinar cuidados de enfermagem e, conseqentemente, ajudar o paciente como indivduo em sua totalidade, a restabelecer seu equilbrio no ciclo sade-doena.

    No houve crticas e/ou sugestes quanto a abordagem dos sistemas neurolgico, respiratrio e digestivo.

    INFORMAES ADICIONAIS

    Analisando-se os subitens expectativa/dvidas do paciente/famlia em relao a sua doena, internao e tratamento, quase a totalidade dos enfermeiros considerou importante sua incluso no ICDP, embora 60 e 80% tenham citado no ser possvel a coleta de dados referentes a paciente e famlia, respectivamente. De acordo com 50% estes dados seriam de grande valia para fornecer subsdios uma melhor assistncia de enfermagem. Um destes ressaltou, porm, que o enfermeiro no est preparado para coletar estas informaes.

    necessrio retomarmos aqui o contexto no qual foi realizado este trabalho: uma unidade coronria. O que leva o profissional de sade a optar por esta rea? Talvez o fascnio de ser uma ferramenta a trazer vida algum que se encontra to prximo a morte? Ou trabalhar sempre em situaes que exijam, atitudes rpidas, associadas a um raciocnio lgico e preciso? Ou no campo profissional, crescer cientificamente, quanto ao conhecimento de fisiopatologias complexas, adestramento no uso de aparelhos e equipamentos de ltima gerao? Enfim, qualquer uma dessas motivaes, pode levar o profissional a trabalhar numa unidade de cuidados intensivos.

    Porm no se pode esquecer que o ponto central de trabalho de toda a equipe de sade (no s de enfermagem) o paciente - um ser nico, que deve ser percebido e, conseqentemente, cuidado em sua totalidade - nos aspectos bio-psico-scio-espiritual. Um indivduo visto no apenas como um conjunto de sistemas orgnicos, cuja homeostase encontra-se comprometida, mas como uma pessoa com suas percepes, medos e ansiedades e que faz parte de um contexto scio-cultural. Portanto, o compromisso do enfermeiro amplo, significando o cuidado do ser.

    ARRUDA et al.2 discorrendo a respeito de pesquisa em enfermagem, comentam que, o fascnio com o mtodo e o af de reconhecimento de foro de cientificidade nos leva, enfermeiros, a caminharmos em torno do mtodo e nele nos ancorarmos, ao invs de utiliz-lo como adequado veculo ou instrumento para as descobertas pretendidas.

    A partir desta idia, poderamos dizer que, atrados pela sofisticao

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  • tecnolgica temos nos distanciado, progressivamente, do cuidado global do paciente, privando-nos, cada vez mais, do privilgio que reside em cuid-lo como um ser e das descobertas decorrentes deste processo. Perceber o paciente como um ser nico, com necessidades especficas, buscando a maneira de atend-las o mais adequadamente, faz parte de um processo criativo, ou ato criador o que, segundo ARRUDA et al2, traduz-se no nimo da enfermagem.

    Voltando s respostas que nos levaram a esta reflexo notamos que, apesar de considerarem importante a obteno destas informaes, os enfermeiros alegaram no conseguir, no prazo de vinte quatro horas, levantar junto ao paciente e famlia, os dados relacionados s suas expectativas quanto a doena, internao e tratamento, fato que foi atribudo a falta de preparo do profissional. Os motivos que levaram a estas respostas, talvez sejam aqueles j descritos. possvel, tambm, que o enfermeiro esteja mais desabituado do que despreparado para coletar tais informaes.

    Consideramos, porm, que ao elaborarmos o ICDP, tambm ns possamos ter visto estas informaes sob um ngulo distorcido, quando as agrupamos sob o ttulo de Informaes Adicionais. Na verdade, no se trata de dados cujo levantamento facultativo, ao contrrio, so cruciais para a elaborao de um planejamento de assistncia individualizada. Talvez fosse mais adequado designar este item de acordo com as informaes que se prope a levantar, como por exemplo: Levantamento das Condies Psicolgicas e Sociais, como sugerido por BRADDY5.

    Assim, mais do que a mudana de roteiro de ICD acreditamos que, se faz necessria a renovao da prpria mentalidade da equipe de enfermagem. Desta maneira, o instrumento de coleta de dados e a Metodologia da Assistncia no podem ser utilizados como um fim em si mesmo, mas como forma de se atingir um determinado tipo de assistncia de enfermagem, que seja aspirada pelo grupo como um todo.

    Neste item foi avaliada, ainda, a opinio dos enfermeiros quanto a incluso do levantamento das condies do paciente, para o auto-cuidado aps a alta. Consideraram-no adequado 60% dos enfermeiros, alegando ser um dado importante para o planejamento e orientao quanto aos cuidados aps a alta; 40% porm, salientou ter dificuldades relativas ao levantamento desse dado, citando-o como imprprio para o ICD. Alguns alegaram, tambm, que o auto-cuidado no caberia numa unidade de tratamento intensivo, sendo mais condizente enfermaria.

    O que provavelmente ocorre, que dado o elevado grau de dependncia que o paciente apresenta, principalmente nos primeiros dias de internao na UCO, acabamos por consider-lo, em meio a rotina de nossas atividades, como mero receptor de cuidados. DANIEL8 descreve que, uma vez sob nossa responsabilidade, esperamos que esse indivduo tome-se de uma hora para outra, um paciente por quem tudo se faz ou que age exatamente como outras pessoas determinam.

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  • Porm, se o que procuramos, na realidade, ajud-Io a restabelecer seu equilbrio, fundamental que consigamos enxerg-lo como um indivduo, participador ativo do "processo teraputico".

    Quando inserimos este sub-item no ICD preocupvamo-nos, exatamente, com a postura do paciente em relao ao seu estado de sade, acreditando ser possvel desenvolver, ainda em sua permanncia na UCO, algum grau de auto-cuidado, ou pelo menos comear a direcion-lo de modo que ele se tornasse capaz, mais tarde, de desenvolver-se neste sentido.

    Dentre os enfermeiros, 70% sugeriu o levantamento de informaes como: grau de ansiedade, comportamento frente ao enfermeiro e equipe de sade, no sub-item: Impresses do Entrevistador, as quais serviriam para nortear o planejamento e a execuo dos cuidados de enfermagem; 20% considerou este sub-item no relevante, uma vez que mostraria dados muito subjetivos.

    De acordo com WALDOW17, a entrevista no momento do HE deve ser realizada com ateno e cuidado, pois , neste momento, que se estabelece o incio do relacionamento teraputico. Segundo BRUNNER & SUDDARTH6 o enfermeiro, nesta fase deve observar com olhos de ver, ouvir com ouvidos de ouvir, sentir com mos de sentir, para melhor interpretar os dados da entrevista/exame fsico.

    A capacidade do enfermeiro de proporcionar ao paciente uma participao ativa em seu atendimento no aparece espontaneamente: preciso interesse e disposio, no sentido de procur-lo como indivduo, favorecendo-lhe a liberdade de expresso verbal, atentando, tambm, ao comportamento no verbal, que pode ser demonstrado de maneiras mais sutis, como gestos, postura e expresso facial6.

    Esta capacidade de percepo acerca do paciente como indivduo talvez a menos desenvolvida, ou melhor, a mais atrofiada de nossas atividades. PRICE14; GOODALL11 discutindo sobre o estabelecimento de rtulos e atribuio de caractersticas advindas deste rtulo ao paciente, comentam a facilidade com a qual, ns, profissionais de sade, passamos a tratar os pacientes como coronarianos, deprimidos ou ainda como diagnsticos mdicos, aquela angina, aquela isquemia transitria, etc.

    Dos enfermeiros, 80% considerou o ICDP bem direcionado a pacientes cardiopatas. Um enfermeiro (10%) destacou a importncia de se acrescentar aspectos scio-econmicos e hbitos de vida.

    Todos julgaram necessrio o uso de um instrumento para a realizao do ICD, tanto para organizao quanto para a padronizao das informaes a serem colhidas, isto, segundo eles, repercutiria no melhor planejamento da assistncia de enfermagem.

    Curiosamente, porm, quando indagamos se o ICDP forneceu subsdios para melhorar a assistncia de enfermagem, apenas 70% julgaram-no importante como auxiliar no levantamento de problemas pertinentes enfermagem, alm de servir como instrumento de comunicao entre os enfermeiros. Enquanto 10% relatou no sentir dificuldade em prestar assistncia sem o ICDP, 20% dos profissionais questionados no respondeu.

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  • Reunimos aqui, algumas observaes pertinentes a serem feitas em relao ao HE e a Metodologia da Assistncia como um todo. HORTA12; DANIEL8; GOMES et al.9 entre outros, sugerem a importncia do direcionamento do ICD para cada realidade onde ser aplicado; motivo pelo qual, procuramos desenvolver um modelo que fosse peculiar para pacientes internados na UCO do HC-UNICAMP.

    Historicamente, a utilizao da Metodologia da Assistncia tem levado a amplas discusses. So muitos os autores que descrevem as divergncias de opinio sobre sua aplicabilidade na prtica. Seu desenvolvimento e implementao so defendidos, geralmente, pelos que o tomam como decorrncia de uma busca de melhoria do trabalho de enfermagem, atravs de uma metodologia cientfica. As dificuldades na utilizao do mtodo ou suas limitaes constituem, por outro lado, o grande alvo para as crtIcas negativas13.

    Valeria a pena frisar, mais uma vez, a importncia do uso da metodologia, seja qual for a teoria na qual se baseia, como um meio e no como meta final, para que possamos implementar a ideologia que nortear o trabalho da equipe de enfermagem. De acordo com a filosofia de nossa instituio, o uso da metodologia da assistncia deveria nos auxiliar a perceber o paciente como um indivduo em sua totalidade, reconhecer nele os problemas passveis de ao de enfermagem, e assim ajud-lo a restabelecer seu equilbrio.

    As respostas que obtivemos em relao necessidade do uso de um instrumento de ICD e sua repercusso na assistncia de enfermagem, ressaltam a diferena que existe entre a ideologia, que leva todos a defenderem sua utilizao, e a prtica, quando h quem no o considere fundamental no atendimento ao paciente, Talvez mais do que um problema inerente ao instrumento e/ou a metodologia de assistncia, exista nos profissionais uma incorporao to forte da rotina de seu servio na realizao de tarefas, que acaba por limit-lo na percepo dos problemas que o paciente apresenta, ou a lev-lo a levantar dados que so simplesmente colhidos, mas no devidamente analisados. Talvez, tambm, porque no fossem pertinentes enfermagem, ou porque no tenham recebido a devida importncia e, conseqentemente, no tenham sido alvos do cuidar4,15.

    Quanto ao tempo utilizado para o preenchimento de ICDP, foi citado um intervalo entre dez e quarenta minutos por 70% dos enfermeiros. Destes, alguns esclareceram que para seu preenchimento completo poderiam ser utilizadas at vinte e quatro horas; 30% no respondeu. Quanto ao tempo ideal para preenchimento foi considerado de quinze a trinta minutos (60%), trs horas (10%), de doze at vinte e quatro (10%); 20% no respondeu. Portanto, de acordo com a maioria dos enfermeiros o tempo referido como ideal foi coincidente com o tempo empregado para a entrevista e o exame fsico. Quando propusemos um modelo de ICD para UCO, preocupvamo-nos em encontrar um meio de coletar o mximo de informaes para a enfermagem, no menor tempo possvel, considerando, sempre, o ambiente tumultuado e corrido neste setor. Porm, o momento em que se realiza o ICD quando se inicia tambm o relacionamento interpessoal, enfermeiro-paciente; da a preocupao em utilizar, dentro da disponibilidade, o tempo que for necessrio para o desenrolar desta interdependncia.

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  • Outro fator considervel, lembrado por poucos enfermeiros, que a coleta de dados pode ser completada dentro das vinte e quatro horas que se seguem admisso do paciente e deve ser atualizada sempre que necessria durante o perodo de internao do indivduo.

    CONCLUSES

    Dos resultados obtidos com a realizao deste trabalho, conclumos que: 1. o desenvolvimento e a implementao de um instrumento para coleta de dados foram considerados vlidos pela maioria dos enfermeiros. 2. quase a totalidade dos entrevistados considerou o ICDP completo, com distribuio adequada de itens e subitens e voltado para pacientes cardiopatas. 3. as modificaes sugeridas no ICDP, pelos enfermeiros, e a avaliao de seu preenchimento pelas autoras, serviro como subsdio na reelaborao do ICDP e no desenvolvimento do instrumento definitivo de ICD para a UCO do NAMI do HC-UNICAMP.

    NURSING ASSESSMENT: A PILOT MODEL STUDY

    The overall purpose of this study was to explore nurses' feelings about the applicability and adequacy of a pilot model of nursing assessment (PMNA) developed for coronary care units (CCU) in order to obtain data that could help in establishing a definitive model. The evaluation. performed by 11 CCU nurses, showed that they considered the development and implementation of PMNA as valuable, and that its design was adequate for interviewing cardiac patients. These results will be employed in the elaboration of a definitive model of nursing assessment.

    UNITERMS: nursing assessment, coronary care units

    LEVANTAMIENTO DE DATOS: EVALUACIN DE UN MODELO PILOTO

    Con la elaboracin e implementacin de un modelo piloto del instrumento de Levantamiento de Dados (LDP) para la Unidad Coronria (UCO), tu vimos como objetivo evaluar las consideraciones de los enfermeros sobre la aplicabilidad del HEP y su

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  • adecuacin para la UCO, as como tambin levantar elementos que contribuyon en su elaboracin. La evaluacin realizada a travs de un cuestionario que fue entregado a once enfermeros que participaron en La implementacin del HEP, nos mostr que ellos consideran valederos tanto La elaboracin como La implementacin del HEP, interpretado como adecuado en forma y contenido para pacientes cardipatas, adems de dar ayudas para La elaboracin de un instrumento definitivo del HEP,

    TRMINOS CLAVES: coronariopata, enfermera, atencin al paciente

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    01. ANSELMI, M.L.; CARVALHO, E.C.; ANGERAMI, E.L.S. Histrico de enfermagem: compreenso e utilizao tcnica - prtica. Rev.Esc.Enfermagem USP, v. 22, n. 2, p. 181- 188, 1988.

    02, ARRUDA, E. N.; DIAS, L.P.M.; SILVA, A.L. Pesquisar para assistir. Rev.Esc. Enfermagem USP, v. 26, p. 119 - 124, 1992. Nmero especial: Encontro Internacional Pesquisa em Enfermagem: uma questo de Sade.

    03. BEATTU, S.et al. The use of cardiac catheterization data to design nursing care plans. Crit.Care Nurse, v. 10, n. 6, p. 43-53, 1990.

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    08. DANIEL, L.F. A enfermagem planejada. 3.ed. So Paulo: E.P.U., 1981 09. GOMES, G.B. et al. Aplicao do processo de enfermagem a pacientes

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    10. GONALVES Jr, F.L. Prefcio. In: TERZI, R & ARAJO, S. Tcnicas bsicas em U.T.I. Campinas: UNICAMP, 1988.

    11. GOODALL, C. How do we teach the nursing process? Nurs. Times, v. 84, n. 48, p. 47-49, 1988.

    12. HORTA, W.A. Processo de enfermagem. So Paulo: E.P.U., 1979. 13. McHUGH. Does the nursing process reflect quality care assessment tool.

    Crit.CareNurse, v. 11, n. 6, p. 32,1991.

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  • 14. PRICE, B. J. First impressions: paradigms for patient assessment. J. Adv .Nurs. v. 12, n. 6, p. 699-705, 1987.

    15. ROSS, R. T. The pathogenesis os atherosclerosis. In: BRAUNW ALD, E. Heart disease: a textbook of cardiovascular disease. 3. ed. New York: W. B. Saunders, 1988.

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    17. WALDOW , V. R. Processo de enfermagem: teoria e prtica. Rev. Gacha Enfermagem, v. 9, n. 1, p. 14-22, 1988.

    18. WHIPPLE, G. H. et al. Insuficincia coronariana assistncia e tratamento. So Paulo: E.P.U., 1980.

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  • ANEXO 1 HOSPITAL DE CLNICAS NCLEO DE ASSISTNCIA MDICA

    INTENSIVA UNIDADE CORONRIA SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA D ENFERMAGEM INSTRUMENTO DE COLETA DE

    DADOS PILOTO

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  • Rev. Latino Am. Enf. - Ribeiro Preto - v. 4 - n. 2 - p. 179-199 - julho 1996 195

  • Rev. Latino Am. Enf. - Ribeiro Preto - v. 4 - n. 2 - p. 179-199 - julho 1996 196

  • ANEXO 2

    Rev. Latino Am. Enf. - Ribeiro Preto - v. 4 - n. 2 - p. 179-199 - julho 1996 197

  • Rev. Latino Am. Enf. - Ribeiro Preto - v. 4 - n. 2 - p. 179-199 - julho 1996 198

  • Rev. Latino Am. Enf. - Ribeiro Preto - v. 4 - n. 2 - p. 179-199 - julho 1996 199

    Iranilde Jos Messias MendesJranilde Jos Messias Mendes*Emlia Luigia Saporiti Angerami*Daisy Leslie Steagall-Gomes*CONSIDERAES FINAISDECLARACIONES DE ENFERMERAS HOSPITALARIAS DE LAREFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    DEFINIESN

    CHARACTERIZATION OF NURSES DAILY ACTIVITIES ATAN UNIVERSITY HOSPITALThis descriptive has the purpose of identifying if nursing cCARACTERIZACIN DE LAS ACTIVIDADES DIARIAS DELENFERMERO JEFE DE SECCIN EN UNHOSPITAL UNIVERSITARIOEsta investigacin estudi las actividades dirias de 19 enf19,43% delegables, 18,74% asistenciales y apenas 0,32 relaciINSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

    I - Caracterizao profissionalCleide Peron BoeIl Pimentel*Elza Berger Salema Coelho*Joo Carlos Caetano*TRMINOS CLAVES: SIDA, HIV, estudiantes

    INTRODUCCINTOTALRESULTADOS Y DISCUSINTABLA 5 - FORMAS DE PREVENIR EL SIDA SEGN LA POBLACIN ESTU

    REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

    Clia Maria Ferreira da Silva Teixeira *METODOLOGIARESULTADOS E DISCUSSOUNITERMS: adolescence, parents, familyUNITERMOS: assistncia primria, sade da crianaUNITERMOS: trabalho de enfermagem, sade do trabalhador

    RESULTADOS E DISCUSSES