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Nº 184 Janeiro 2010 BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS BISCOITOS a hora de sair no lucro é agora EMBALAGENS um outdoor para o culto da sustentabilidade A PRODUÇÃO DE CHICLES E GOMAS DE MASCAR EXPLODE POR GERAR UMA ACEITAÇÃO E RENTABILIDADE FORA DO ALCANCE DOS CANDIES CONVENCIONAIS PAU NA MÁQUINA

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Nº 184Janeiro 2010

BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

Biscoitos a hora de sair no lucro é agora

EmBalagEns um outdoor para o culto da sustentabilidade

A produção de chicles e gomAs de mAscAr explode por gerAr umA

AceitAção e rentAbilidAde forA do AlcAnce dos cAndies convencionAis

Pau namáquina

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X-Clé.

O   da questão

dentro e fora

da embalagem.

(  ) sabor

(  ) maciez

(  ) ApresentaçÃo

(  ) preço

(  ) qualidade

A fórmula mudou. Por dentro, estão mais macios e saborosos.

Por fora, novas embalagens, supercoloridas e megadivertidas.

Esse é o novo X-Clé da Docile. O chicle com motivos de sobra

pra fazer toda a diferença no seu ponto de venda.

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o consumo aplaude

2010 começa em meio a grande agitação na cena mundial e doméstica do setor de confectionery. No plano global, com repercussões diretas no cenário local, a compra da Cadbury pela Kraft Foods pôs fim a uma expectativa an-

gustiante que se arrastou por quatro meses. Por fim, os acionistas da bicentenária indústria de candies britânica acabaram aceitando a oferta hostil da companhia americana, de US$ 19,5 bilhões, con-forme detalha artigo da seção MIX nesta edição. A negociação cria a maior empresa de confeitos doces do planeta, que larga na frente da rival Mars-Wrigley, até então a número um global, com fatia estimada em 14,9% das vendas mundiais de confeitos. Líderes em suas respectivas áreas de origem, as duas corporações têm presen-ça forte também por aqui. Especialistas calculam que a aquisição vai elevar a receita da subsidiária local da Kraft para R$ 5 bilhões, resultado R$ 1 bilhão maior que o do balanço de 2008. As mesmas fontes acreditam que a fusão das operações trará ganhos de escala e possibilidade de redução de custos, com compartilhamento de armazéns, caminhões, fábricas, linhas de produção, sistemas de in-formação, força de vendas etc. Por outro lado, também potencializa o poder de barganha junto ao trade atacadista e a distribuidores e hipermercados. O saldo mais positivo deve aparecer nas gôndolas, com as linhas já conhecidas da Kraft (Lacta, Bis, Sonho de Valsa, Toblerone, Tang, Clight, Oreo, Club Social, Trakinas) lado a lado com as ainda desconhecidas marcas da Cadbury (Dairy Milk, Flake, Cren-me Egg, Milk Tray, Rosesy) e junto às grifes campeãs Halls, Trident, Chiclets e Bubbaloo. O consumidor vai se deliciar.

Fábio Fujiieditor

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R E D A Ç Ã O

AnO XXIV - nº 184 - jAnEIRO DE 2010

DiretoresBEaTRiz DE MELLo HELMaN E HéLio HELMaN

Diretor HéLio [email protected]

Editor FáBio [email protected]

Reportagem LEaNDRo H. [email protected]

Diretor de Arte GREGÓRio STaYRoS [email protected]

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Circulação FEvEREiRo DE 2010

membro da Anatec aSSoCiação NaCioNaL DaS EDiToRaS DE PuBLiCaçõES TéCNiCaS DiRiGiDaS

E ESPECiaLizaDaS.

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�doce revista Janeiro 2010

carta do editor

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20 caPaCHICLES E GOMAS DE MASCAR eles são a bola da vez Com a saturação nos segmentos de candies considerados commodities, variantes mais sofisticadas e de maior valor dentro da categoria compõem a nova frente de apostas da indústria.

15 iNsUMosCARGILL 30 anos processando cacauApesar dos lentos avanços na lavoura cacaueira e da ligeira queda nos volumes processados no ano passado, a trajetória da operação da empresa na Bahia é relatada em entrevista exclusiva da diretora Saskia Korink.

10 PdvPRODUTOS SAUDÁVEIS nasce uma constelação A onda de saudabilidade que se embrenha cada vez mais nos alimentos industrializados inspira toda uma geração de processos e produtos na cadeia de candies.

31 teNdÊNciasSUSTENTABILIDADE as embalagens da moda Embalagens ecoeficientes, aquelas que geram mínimo impacto no meio ambiente, são o novo chamariz da indústria para desenvolvimentos na ala de confectionery.

29 No PÓdioVALE D’OURO o snack popularFabricante de biscoitos de polvilho reformula linha tradicional e relança o produto em versões saboreadas e saudáveis posicionadas nas gôndolas de salgadinhos.

seÇÕes06 miX A compra global da Cadbury pela Kraft Foods, entre outros destaques 17 ÍconEs A trajetória da bala Icekiss, carro-chefe da Cory34 DEstaQUE O giro de gomas de mascar nos atacados doceiros 36 canal DE VEnDa Atacarejo deslancha na periferia de São Paulo37 giRo Lançamentos38 FicHa comPlEta A força do giro de confeitos nos supermercados da Paraíba

sUMário

doce revista Janeiro 2010� acesse: www.docerevista.com.br

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Mix

todos ganham

� doce revista Janeiro 2010 acesse: www.docerevista.com.br

nasce um gigante

Depois de quatro meses de expec-tativa, a compra da grife de chocola-tes e candies britânica cadbury foi finalmente efetivada em meados de janeiro pela Kraft Foods, número um em alimentos dos EUA. Com 186 anos de história, a Cadbury considerada a maior do setor no Reino Unido havia recusado a oferta hostil do conglo-merado americano de 10,5 bilhões de libras (US$ 17,1 bilhões) apresentada em setembro de 2009. Os acionistas, no entanto, reconsideraram a negociação, com a elevação do aporte para 11,9 bi-lhões de libras (US$ 19,5 bilhões). De batepronto, a fusão das duas empresas transforma a Kraft na maior companhia de confeitos do planeta, à frente da também americana mars-Wrigley, até então na liderança mundial do mercado de guloseimas doces. No Brasil, onde a companhia duela com a nestlé-garoto em chocolates, a compra deve aumen-tar o faturamento da subsidiária local em cerca de R$ 1 bilhão, fazendo suas vendas saltarem para a faixa de R$ 5 bilhões, estimam especialistas do setor. Esse resultado é baseado nas vendas de

2008 da Cadbury brasileira, líder no segmento de drops, pastilhas e gomas de mascar e que, conforme levantamen-to da nielsen, abocanha 25% dos volu-mes nessa categoria.

A negociação da Kraft também obrigou a Cadbury a suspender uma operação que vinha sendo adiada no Brasil desde que a companhia britânica adquiriu a adams, antiga divisão de confeitos da Warner lam-bert e, junto com ela, a liderança brasileira na ala de drops, pastilhas, chicles e gomas de mascar, com as marcas Halls, Bubbaloo, Chiclets, Tri-dent, Certs e Clorets. Detentora de grifes campeãs no segmento de cho-colate na Europa, como Dairy Milk, Flake, Creme Egg, Milk Tray e Rosesy, a Cadbury nutria planos de estrear na disputa chocolateira local no final de 2009, com uma linha que levaria o nome da empresa. Mas com a oferta de compra da Kraft no segundo se-mestre, os planos foram suspensos

O negócio entre as duas companhias não deverá ser submetido à aprovação ou sanção das autoridades brasileiras

antitruste, já que elas não competem entre si. A Kraft Foods é atualmente a segunda maior fabricante de chocolates do Brasil, com 35,8% das vendas em 2009, conforme dados da Nielsen, atrás da Nestlé e de sua controlada Garoto, que detêm as fatias de 22,5% e 22% do mercado, respectivamente.

Desde dezembro, a subsidiária brasileira da Kraft vem sendo con-duzida por presidente interino, uma vez que o americano Mark Clouse, que ocupou o cargo nos últimos dois anos, foi promovido a responsável pela área mundial de biscoitos da companhia e retornou aos EUA. Seu assento é ocupado temporariamente pelo diretor de chocolates e biscoitos no país, Romeo Lacerda Neto, brasi-leiro que já havia exercido a função antes da chegada de Clouse. A Kraft Foods teve receita líquida de R$ 2,21 bilhões em 2008 (os resultados de 2009 ainda não foram divulgados), com crescimento de 10% sobre o de-sempenho de 2007. A empresa tem acumulado bons resultados em mer-cados emergentes como o Brasil que, por sinal, é tido como uma das prio-ridades da companhia pela matriz americana. Em 2008, o lucro líquido no país foi de R$ 273 milhões, regis-trando uma alta de 116%.

Os doces à base de marshmallow aerado com cobertura de chocolate evoluíram de receitas artesanais e, nos dias de hoje, saem de linhas industrializadas modernas que exibem alto índice de complexidade e automação, fazendo a alegria de consumidores de todas as faixas no mundo inteiro. Na Europa, especial-mente na Alemanha, nomes como super Dickmann’s, empresa do grupo storck, se consagram na oferta desse tipo de guloseima e há anos lideram a categoria com a marca Angel Kisses. No Brasil, o

confeito ganhou projeção através da Nha Benta e do Dan Top, grifes do portfólio do grupo cRm, controlador das redes de doçarias Kopenhagen e Brasil cacau. Na garupa do enorme êxito de produ-

tos como esses, é natural a movimentação de concorrentes na tentativa de disputar um lugar ao sol dentro da categoria. “Acontece que por trás desse tipo de doce, existe uma tecnologia de fabricação muito específica para esta aplicação, que requer a utilização de tecnologia complexa como a de depositação suave e sem pressão”,

alerta Petru Emil Rusu, consultor da indústria de candies e diretor da Perpa-ck, representante comercial da empresa alemã oKa, que detém a vanguarda do know-how para a fabricação desse tipo de confeito, acumulando posição de lideran-ça mundial na cena de depositadores para marshmallow.

Há mais de 100 anos, situa Rusu, a OKA desenvolve equipamentos para linhas de produção de guloseimas do tipo Nha Benta, sendo uma das principais detento-ras de patentes para máquinas de depo-sitação. Entre as atrações do mostruário que acaba de ser remodelado, o diretor da Perpack destaca o novo sistema Okama-

soma que multiplica

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tik. “Ele possui enorme flexibilidade de produção, permitindo a perfeita dosagem do marshmallow aerado, sem danos à sua delicada estrutura”, observa ele. Princi-palmente ao longo das últimas décadas, complementa o representante, a OKA criou e aperfeiçoou conjuntos de depositação e acabamento, que incorporam as mais atualizadas tecnologias, a exemplo do re-volucionário sistema de acionamento por drive linear. Trata-se de um dispositivo que utiliza um potente campo eletro-magnético para gerar a levitação de todo o cabeçote de depositação da máquina, sintetiza Rusu. “No plano da operação de linha, significa a eliminação de peças de desgaste e enorme precisão de funcio-

namento, com altíssima produção, que alcança até 49.000 peças por hora e 35 golpes por minuto”, assinala o consultor.

Adicionalmente ao sistema de acio-namento linear, a OKA disponibiliza o ca-beçote AX, desenvolvido para a operação com marshmallow aerado com baixíssima densidade (0,13 Kg/l), insere Rusu. Sua patenteada tecnologia, acrescenta, promove uma operação sem qualquer pressão sobre o produto, ao mesmo tempo que garante precisão e flexibilidade de formatos. Além do AX para marshmallow, a OKA possui diversos depositadores para biscoitos, pão de mel e confeitos finos. “Através da representação da OKA e de outras empresas parceiras, como a cho-

cotech (cozinhas) e sollich (cobrideiras), estamos fornecendo aqui no Brasil a linha completa para a produção de doces do tipo Nha Benta”, conclui o consultor.

Mix

Mais uma foice afiadíssima entra na briga pelo consumo ascendente de chocolates premium no Brasil. A Valrhona, uma das mais conceituadas grifes francesas desse filão, inaugurou seu primeiro ponto de venda (PDV) direto em janeiro, no Shopping Iguatemi, um dos templos do consumo de luxo de São Paulo. Reconhecida internacionalmente pela qualidade dos produtos, a empresa abre ao público brasileiro a experiência sensorial dos chocolates “grand cru de terroir”, conhecidos e admirados por chefs de pâtisserie e gourmets de todo o planeta. A iniciativa, na realidade, é mérito do empresário Fábio Bonchris-tiano, que ostenta um arrojado projeto para a disseminação da Valrhona no país. O quiosque no shopping é parte da sondagem de mercado que ele vem empreendendo antes da abertura da primeira bonbonnière da marca, prevista para março no bairro paulistano dos Jardins, também reduto da classe endi-nheirada da cidade. Com investimento de R$ 1 milhão, a loja irá além da venda dos chocolates elaborados com cacaus das fazendas controladas pela empresa. “Vamos oferecer harmonização do cho-colate com champagne, cerveja, vinho e café”, assinala Bonchristiano. Apesar da

Quiosque de luxoautonomia para conduzir os negócios locais, essa estreia no varejo está sendo acompanhada de perto pela matriz fran-cesa. “Tudo passa pela aprovação deles. Há uma orientação no sentido de seguir um posicionamen-

to clássico e utilizar, por exemplo, as cores da marca que são preto, vermelho e dourado”, informa o empresário.

Fundada em 1922, a Valrhona se dedica à produção de chocolates de exceção, com cacau de alta qualida-de, resultado de pesquisa constante e expertise na seleção de matérias-primas. Como na industrialização de vinhos, cada produto Valrhona é fabricado com um blend de cacaus oriundos de diferentes regiões do globo, conferindo a cada variante sabor único e excepcional. No quiosque, poderão ser conferidos sabores como o Manjari, feito com 64% de cacau de Madagascar e notas de frutas vermelhas, ou o Abinao, com 85% de cacau africano, de sabor forte e intenso, exemplifica Bonchristiano. Também estarão disponíveis para degustação tabletes das variantes Taïnori (64% de cacau da República Dominicana), Guanaja

(70% de cacau e pioneiro entre os Grand Crus), Alpaco (66%), Caribe (66%), Jivara (40%) e Tanariva (33%), além das drágeas de amêndoas e avelãs Equinoxe, cobertas com chocolate com 55% de cacau, e as Orangettes, pedaços de la-ranja cristalizada, cobertas de chocolate amargo (59%).

A empresa inaugurou no país um escritório para atender a alta gastronomia e distribui seus produtos para restauran-tes e hotéis. Bonchristiano vai conti-nuar atendendo ao varejo. A intenção é comercializar os chocolates em balcões especiais como o Empório Santa Maria e a Casa Santa Luzia, em São Paulo, e anali-sar a possibilidade da abertura de corners em lojas selecionadas. Segundo o projeto de Bonchristiano, no entanto, deverão ser abertas 12 lojas no país, quatro em São Paulo, duas no Rio de Janeiro e as demais em outras capitais. “Vamos analisar o que será mais apropriado em cada lugar, a implantação de lojas conceito ou de quiosques”, antecipa o empresário.

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Mix

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Estrategicamente dispa-rado em janeiro, em meio a um verão que mantém os termômetros nas alturas, o anúncio de ingresso da nestlé no mercado de re-frescos em pó põe fogo na disputa de um reduto que só sobrevive e avança na base de cachoeiras de novi-dades. Assim, a grife suíça comunicou sua estréia no segmento já enfatizando o diferencial da ausência de corantes artificiais na composição de sua linha. Batizada de Nestlé La Frutta, ela é elaborada com ingredientes naturais e reforçada com vitaminas A e C, B1, B2, B6 e ferro entre outras propriedades, assi-nalando o posicionamento da companhia de foco em nutrição, saúde e bem-estar. As novidades ganham os pontos de venda (PDV) a partir de fevereiro, inicialmente em praças do Rio Grande do Sul.

Com o lançamento, a Nestlé passa a atuar em mais uma categoria de forte presença nos lares brasileiros. Levanta-mento recente da latin Panel situa que os refrescos em pó estão em 91% dos do-micílios. Na região sul, onde o Nestlé La

Refresco em altaFrutta será primeiramente distribuído, esse índice sobe para 95%. Puxados pelo crescimento das clas-ses C, D e E, os sucos em pó formam um dos seg-mentos que mais cresce na indústria de bebidas, movi-mentando R$ 1,4 bilhão ao ano, segundo contabiliza a nielsen. Liderado pela

Kraft Foods, que detém as marcas Tang, Fresh e Clight, o filão encorpa com com-panhias como ajinomoto (Mid), general Brands (Camp) e Yoki, entre as de cober-tura nacional.

A nova linha será produzida na uni-dade de Feira de San-tana (BA), inaugurada há três anos, informa o presidente da Nestlé, Ivan Zurita. Desde a partida desta fábrica multipropósito, observa o executivo, a capaci-dade já foi triplicada. “A estreia nesse novo segmento reforça nosso compromisso de manter

investimentos para manter o crescimen-to no Brasil, oferecendo produtos de alta qualidade e com diferenciais nutricionais aos consumidores”, assinala Zurita, com-pletando que “o fato de instalarmos as linhas de produção em Feira de Santana também demonstra que nosso projeto de regionalização vem avançando consisten-temente”.

Apresentado em sachês de 35 gramas (linha regular) e 10 gramas (linha zero açú-car), o Nestlé La Frutta ganha as prateleiras nos sabores laranja, abacaxi, manga, limão, maracujá, tangerina e uva, sendo as opções isentas de açúcar nas versões laranja, uva, tangerina e abacaxi com hortelã. O lança-mento contará com apoio de campanha em

mídia impressa e eletrônica, além de comunicação específi-ca nos pontos de venda e em áreas de grande fluxo de pesso-as. Emprestado à linha de be-bidas em pó da marca, o nome La Frutta é adotado pela Nestlé desde 1992 para sua linha de picolés e potes de sorvetes de frutas.

De olho no avanço no consumo das classes de baixo poder aqui-sitivo, que se mantém consistente nos últimos anos, o Wal-mart anun-ciou no início do ano investimento de R$ 2,2 bilhões para ampliações da cadeia no país. Trata-se do maior apor-te de capital efetuado pela companhia no Brasil, desde que iniciou sua operação há 14 anos, e cerca de 40% superior ao volu-me de investimentos despejado em 2009, que foi da ordem de R$ 1,6 bilhão. Os recursos serão destinados prioritariamente à abertura de novas lojas, entre 100 e 110 unidades, de todos os formatos que a rede opera hoje: hipermercados, supermerca-dos, lojas de atacado, clubes de compras

e lojas de vizinhança. Mais da metade desses pontos serão voltados para as classes C, D e E, com as bandeiras Todo Dia (varejo) e Maxxi (atacado). “Nosso plano de expansão, bem mais agressivo que o do ano

passado, só reforça o quanto o Wal-Mart acredita no Brasil e vai continuar apoian-do o desenvolvimento socioeconômico da população brasileira”, destaca Héctor Núñez, presidente do Wal-Mart Brasil. O foco nos formatos direcionados à classe média emergente será ainda mais forte em 2010, frisa ele.

Além da abertura de unidades, Núñez ressalta que parte dos recursos será destinada à reforma de lojas antigas,

melhorias no sistema logístico e em tecnologia. Ao todo, os investimentos vão permitir a geração de mais 10 mil empregos diretos em 2010. “Vamos abrir lojas e ampliar o programa de apoio a fornecedores regionais, à exportação de produtos brasileiros e projetos de pre-servação do meio ambiente”, completa Núñez.

Nos últimos quatro anos, o Wal-Mart despejou mais de R$ 4,5 bilhões no país. Os valores são crescentes a cada ano: R$ 1 bilhão em 2007, R$ 1,2 bilhão em 2008 e R$ 1,6 bilhão em 2009. Neste último ano, a companhia abriu 91 lojas, sendo 70 unidades voltadas para a população de baixa renda. No total, foram gerados 10 mil novos postos de trabalho e 30 mil empregos indiretos.

Foco na baixa renda

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Biscoitos

Apesar dos reflexos da crise mundial, o setor brasileiro de biscoitos encerrou 2009 com crescimento de 2,5% nos vo-lumes em relação ao exercício anterior, desligando os fornos com um total de 1.206.000 toneladas produzidas. Análise do sindicato da indústria de massas alimentícias e Biscoitos do Estado de são Paulo (simabesp) acentua que o avanço pode ser classificado como ver-tical, ou seja, de maior consumo por pessoa, uma vez que a categoria de bis-coitos marca presença em 98% dos lares brasileiros. “No horizontal, nós cobrimos praticamente tudo. O que acontece hoje é que o consumo esporádico numa cer-ta camada da população tornou-se mais freqüente”, avalia José dos Santos dos Reis, presidente do Simabesp e vice-pre-sidente da Anib (Associação Nacional da Indústria de Biscoitos).

Esse volume de produção, acres-centa ele, mantém o Brasil como o segundo mercado de biscoitos no mundo, abaixo somente dos Estados Unidos. Os demais países do ranking são, pela ordem, a Inglaterra, a Ale-manha e a França. Quanto ao consu-mo, o país ocupa o 12º lugar, com uma média per capita de 6,3 quilos por ano, que Reis considera ainda modes-ta em comparação com outros países. Segundo o dirigente, a participação de fabricantes brasileiros nas princi-pais feiras internacionais reforçou a

ano da viradameta de exportação de biscoitos em 2009. Angola continua sendo o princi-pal comprador, representando 22% do total. A lista dos principais importa-dores segue com o Paraguai, que abo-canha 13% dos embarques, seguido de Argentina, com 9%; Uruguai, 8,9%; e Estados Unidos, 7,7%.

Entre janeiro e outubro de 2009, em parceria com a ApexBrasil - Agên-cia Brasileira de Promoção de Exporta-ções e Investimento, os associados da Anib/Simabesp participaram de eventos internacionais como a feira ISM (Ale-manha), o encontro comercial Sabores do Brasil (Dubai), a Fancy Food (Nova York), Confitexpo (México), Sial (Ar-gentina) e Anuga (Alemanha). Em maio passado, as entidades organizaram uma rodada de negócios em São Paulo, com diversos compradores e distribuidores da América Latina. Ele exemplifica com resultados: a Fancy Food, realizada no final de junho em Nova York (EUA), gerou para o setor vendas in loco da ordem de US$ 200 mil e perspectiva de concretização de mais US$ 900 mil até o final do ano. Na Anuga, maior feira mundial de alimentos, realizada no iní-cio de outubro na Alemanha, as empre-sas comemoraram a negociação de 113 contratos – ainda em curso – que de-vem gerar acima de US$ 6 milhões.

Em todo o ano passado, confirmam as planilhas da Anib/Simabesp, as

exportações de biscoitos brasi-leiras alcançaram 54.369 tonela-das, volume que

representou queda de 7,72% em rela-ção aos embarques de 2008, da ordem de 58.918 toneladas. O faturamento tam-bém teve uma redução e recuou de US$ 114.061.665 em 2008 para US$ 100.434.984, ou seja, 11,95% a me-nos. “Num cenário econômico mundial extremamente desfavorável, nós tive-mos que baixar os preços em dólar para mantermos os mercados e evitar redu-ções maiores na exportação de biscoi-tos. Mas agora, em 2010, pretendemos, no mínimo, recuperar as perdas do ano passado”, comenta Reis.

Para este ano, por sinal, a participa-ção da Anib/Simabesp e seus associados deve ser ainda mais intensa nos eventos internacionais, sempre com parceria da ApexBrasil. Já no início do ano estão programadas participações na Fancy Food São Francisco (EUA), ISM (Alemanha), Gulfood (Dubai), Foodex (Japão), FMI Chicago (EUA) em maio; e Fancy Food Nova York (EUA), em junho.

Fora a participação na Feira da Apas em São Paulo, entre 10 e 13 de maio, estão previstas reuniões do Projeto Com-prador em São Paulo, entre os dias 6 e 10 de maio, em Angola e na África do Sul, estas últimas ainda sem data definida.

grinx

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O movimento de saúde e bem-estar pode ser lido pela cadeia de confectionery de pelo me-nos duas formas. Na primei-

ra e nada positiva, como uma ameaça às vendas e ao negócio em si, já que salgadinhos, biscoitos, chocolates e praticamente todo tipo de guloseimas passaram a ser taxados por consumido-res mais radicais como uma espécie de vilão da saúde e silhuetas. Felizmente, porém, o irreversível crescimento da demanda por alimentos saudáveis se traduz muito mais em oportunidades de negócio do que em perdas e lamúrias na indústria e no trade doceiro. De emba-lagens e processos a matérias-primas e produtos finais, as novas preocupações nutricionais dão polimento a lançamen-tos e à atuação em mercados antes ig-norados ou pouco explorados. Talvez o caso mais emblemático dessas possibi-lidades venha do segmento de insumos e ingredientes alimentícios.

Pesquisa feita nos Estados Unidos com as 500 maiores empresas de ali-mentos do país mostrou que, em 2008, mais da metade delas passou a adicionar ingredientes especiais às formulações de seus produtos, a fim de incluí-los na vasta categoria de alimentos saudáveis,

maré deoportunidades

Pdv

ONDA DE SAúDE E BEM-ESTAR REAFIRMA POTENCIAL DE GERAçãO DE NEGóCIOS NA CADEIA DE CONFECTIONERY

nEstlé LEITURA DE INFORMAçõES NUTRICIONAIS FACILITADA NAS EMBALAGENS DE BISCOITOS

por Leandro H.SiLva

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PERPACK(SOLLICH)

que engloba desde itens funcionais a orgânicos. No Brasil não faltam exemplos de fornecedores de insumos beneficiados por esse tipo de movi-mento. Graças ao aumento da procura por pro-dutos com baixos teores de ácidos graxos trans e saturados, a triângulo alimentos, que atua com gorduras para aplicação em biscoitos, sorvetes, itens de panificação, chocolates e coberturas, reporta aumento de 35% em 2009 em sua ca-pacidade de interesterificação, como é chama-do o processo industrial capaz de dar origem a substitutos de gorduras trans considerados mais saudáveis do que os obtidos de matérias-primas naturais como palma, palmiste e coco.

“Nosso objetivo é desenvolver produtos e processos que permitam melhorar as condições nutricionais. Ou seja, que sejam baixos em trans e em saturados, sem alterar consideravelmente as condições de estabilidade e durabilidade. Isso pode ser obtido com óleos líquidos especiais, como girassol alto oléico, e também com produ-tos modificados via interesterificação”, resume Eduardo Bonini Jr, gerente-geral da empresa. A interesterificação, ele prossegue, é resumi-damente um processo de modificação de óleos e gorduras em que os ácidos graxos das maté-

rias-primas permanecem inal-terados, mas são redistribuídos aleatoriamente em nível mole-cular, criando novos produtos e estruturas. “É uma alternativa ao processo de hidrogenação parcial, com a vantagem de que, se for iniciado com maté-rias-primas com baixos teores de saturados e trans, vai fina-lizar da mesma forma”, explica Bonini. O mais comum, ele diz, é utilizar no processo de inte-resterificação óleos líquidos (como soja e algodão) e uma base de gordura hidrogenada sem trans. Há também a op-ção de interesterificar gorduras oriundas de matérias-primas di-ferentes, como óleo de palma e óleo de soja, obtendo produtos com características apropriadas para a aplicação desejada.

À parte aspectos técnicos, o planejamento da Triângulo para 2010 inclui aumento de

Bonini, Da tRiângUlo alimEntos GORDURAS COM BAIXOS TEORES DE TRANS

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Pdv

mais 25% na produção total, com ampliação e modernização da capacidade de desodoriza-ção, interesterificação e plastificação, além do fortalecimento de produtos recém-desenvol-vidos, caso do óleo de girassol alto oléico. A demanda por esse tipo de gordura, explica o dirigente, tem crescido rapidamente. “A cons-cientização dos consumidores e o maior acesso das camadas de menor poder aquisitivo a produ-tos considerados saudáveis estão por trás dessa expansão”, avalia. Com 300 colaboradores di-retos e frota própria de 60 veículos, incluindo 15 tanques inox alimentícios, a empresa tem capacidade produtiva de 15.000 toneladas por mês. Dependendo da demanda, os produtos low trans (naturais e interesterificados) podem re-presentar até 100% deste volume. Na média, cerca de 70% do volume distribuído entre os mais de 250 itens desenvolvidos pela empresa apresentam baixos teores de gorduras trans.

No campo dos produtos finais, outro bom exemplo das oportunidades de negócios vem da Suavipan. Conhecida por suas linhas de bolinhos isentos de açúcar e orgânicos, a empresa funda-da em 1999 na capital paulista lançou na segun-da quinzena de janeiro uma família de produtos integrais adoçados com açúcar mascavo. Lucas Augusto Christino, diretor de marketing, explica que os novos itens são vendidos em embalagens individuais de 40 gramas (produzidas com BOPP fosco) e apresentam em sua formulação farinhas

cHRistino, Da sUaViPan FOCO EMBOLINHOS INTEGRAIS

de sete tipos distintos de grãos integrais (tri-go, centeio, aveia, linhaça, girassol, gergelim e soja), além de versão recheada com castanha do Pará. A expectativa é que a nova linha represen-te 20% do faturamento da empresa até o final do ano. “Se o canal souber trabalhar com esse tipo de produto, os resultados positivos virão”, prevê Christino, ressaltando que a Suavipan for-nece ao varejo material de comunicação de pon-to de venda (banner, display e folder), além de equipes próprias para ações de degustação na capital paulista.

A preocupação com saúde também reper-cute no layout das embalagens de itens de confectionery, demonstra a introdução das chamadas Guideline Daily Amounts (GDA) nos invólucros de biscoitos e chocolates fa-bricados no Brasil. Por definição, as GDAs são tabelas que comunicam claramente e de forma graficamente amigável as calorias e a quantidade de nutrientes dos produtos, comparando-as aos volumes recomendados de ingestão diária. Trocando em miúdos, é uma versão de fácil leitura das tradicionais tabelas nutricionais. Após lançar diferentes linhas de biscoitos com teores reduzidos de gordura e açúcar, a Nestlé recentemente pas-sou a apostar nas GDAs para fisgar o consu-midor em sintonia com saúde e qualidade de aRianE, Da PERFEtti AROMAS E CORANTES NATURAIS NA LINHA FRUITTELLA

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vida. A cartada se deu com a recente amplia-ção do portfólio de biscoitos integrais da marca Combina Com. As embalagens individuais, de 21 gramas, destacam na parte frontal a quantidade de calorias, gorduras, sódio e fibra que o produ-to oferece por porção.

Mas a responsável pela estreia das GDAs no mercado brasileiro foi a mars, com sua linha de chocolates M&M’s. A novidade debutou por aqui em julho último, trazendo a informação calóri-ca ressaltada na parte frontal das embalagens dos confeitos, juntamente com as quantidades de gorduras, sódio e açúcar no verso. No final de 2009, todas as embalagens dos chocolates Mars já haviam aderido ao projeto. O Brasil foi o segundo mercado latino-americano da Mars que implantou o conceito de GDA, depois do México. A empresa também usa as tabelas nos Estados Unidos, Europa e Austrália.

Aromas e corantes também surfam na onda de health and wellness é o de aromas e coran-tes. Prova disso vem do mostruário da Perfetti van melle, que no ano passado promoveu re-estruturação em sua linha de balas mastigáveis Fruittella. No mercado brasileiro desde 1970, os produtos são os primeiros da companhia fabri-cados com corantes e aromas naturais no Brasil. A nova formulação inspirou a alteração da marca para Fruittella Natural. A reestruturação baseou-se em pesquisas de mercado indicando que 60% das mulheres e 40% dos homens brasileiros das classes A, B e C consideram importante ter uma vida saudável. “Esses números justificam por si só a mudança de conceito da linha”, insere Aria-ne Steck, gerente da marca Fruittella.

Com o novo produto, a Perfetti van Melle es-pera fazer a participação da linha Fruittella em seu faturamento saltar dos atuais 18% para 25% nos próximos dois anos. A expectativa é basea-da no sucesso do produto na Europa, onde já é vendido há mais de um ano. “Queremos agradar consumidores fiéis e atrair novos, que procuram o prazer de degustar uma bala saborosa, natural e saudável”, comenta Ariane. A linha Fruittella Natural é vendida nos sabores morango (com co-rante natural vermelho de beterraba), melancia (com corante natural de clorofila), caramelo e morango com iogurte (com corante natural ver-melho de beterraba). O produto está disponível em duas apresentações: sticks individuais com 10 balas, no preço sugerido de R$ 1,10, ou em multipacks com três sticks, no preço sugerido de R$ 3,30.

Outra demonstração das oportunidades abertas no mercado de insumos pela onda de saúde e bem-estar vem da givaudan, trem

bala global da indústria de aromas alimentí-cios. A partir do programa TasteTrek, a empre-sa tem incentivado seus aromistas a trabalhar fora do laboratório, indo buscar na natureza inspiração para o desenvolvimento de sabo-res inovadores. Os resultados da iniciativa já são palpáveis. Com ajuda de uma tecnologia denominada Virtual Aroma Synthesizer (VAS), a Givaudan anunciou em dezembro a criação de dez exclusivos sabores de lima e limão. O trabalho é feito em parceria com a Universida-de da Califórnia. “Essas variedades servirão de inspiração para a próxima geração de aromas cítricos da empresa, trazendo autenticidade e características naturais para bebidas e alimen-tos”, declarou Dawn Streich, gerente global de produtos cítricos da Givaudan. A iniciativa, prossegue o dirigente, gerou aumento de 25% na prospecção de novos projetos, a partir da identificação e análise de mais de 150 varie-dades de frutas cítricas.

Voltando aos fabricantes de produtos finais, quem também pega a onda de bem-estar que agita as gôndolas de mercearia doce é a Pep-sico. A empresa acaba de lançar Toddy Orgâ-nico, seu primeiro produto orgânico fabricado no Brasil. Contendo cacau e açúcar cultivados sem defensivos agrícolas nem fertilizantes quí-micos, o achocolatado é certificado pelo Insti-tuto Biodinâmico (IBD), de acordo com normas internacionais de controle e rastreabilidade, desde a produção no campo até o processamen-to e empacotamento. Para reforçar o posicio-namento saudável e ecologicamente correto, o rótulo do novo Toddy é impresso em papel reciclado coletado pelos próprios funcionários nos escritórios da companhia e certificado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês).

sEgmEntação Da linHa toDDY,

PEPSICO LANçA SEU PRIMEIRO PRODUTO

ORGâNICO FABRICADO NO BRASIL

Pdv

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iNsUMos

UNIDADE PROCESSADORA DE CACAU DA CARGILL EM ILHÉUS COMPLETA 30 ANOS

A produção brasileira de cacau caiu de 163.000 toneladas (t) em 2008 para 152.000 t no último ano devido à quebra da safra baiana, só parcialmente compensada pelo aumento da produção no Pará, confirma análise da tH consultoria e Estudos de mercado. Mas devido à alta dos preços pagos à

lavoura, a receita dos produtores aumentou de estimados R$ 803 milhões em 2008 para R$ 865 milhões no exercício passado. As moagens da indústria de cacau, no entanto, caíram de 232.000 t processadas em 2008 para 215.000 t a 220.000 t em 2009. Entre as maiores processadoras de amêndoas da fruta no país, a cargill alcança 30 anos de operação em meio a esse cenário que, embora sem grandes alavancagens, sustenta volumes e entusiasmo suficientes para manter a destacada posição do país no panorama global. Sua história no segmento de cacau e chocolate é também real-çada pelo pioneirismo da subsidiária local, que vem incorporando há três décadas ao menu da atividade moageira sabores bem brasileiros. A unidade de Ilhéus, na Bahia, foi a primeira processadora de cacau da empresa no mundo e deu a largada para o ingresso da corporação no negócio em que o Brasil aparece em sexto lugar entre os produtores mundiais de grãos e na quinta posição entre os maiores processadores do planeta. Com credenciais desse naipe, Saskia Korink, líder da Unidade de Negócio Cacau e Chocolate da Cargill no Brasil, festeja os 30 anos da unidade.DR – Qual a avaliação dos 30 anos de atividade da planta de processamento de cacau da cargill?saskia – A avaliação é mais do que positiva. A Cargill é a maior processadora de cacau da América Latina em vendas de produtos derivados de cacau e originação de amêndoas. Segundo pesquisa de satisfação de clientes, a empresa é o forne-cedor de cacau mais lembrado, além de ser considerada a empresa mais confiável e inovadora. O portfólio de produtos da Cargill conta com a maior variedade de cores e sabores de liquor, manteiga e pós derivados de cacau, com cores intensas ou suaves, sabores encorpados ou leves.

muito acomemorar

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iNsUMos

DR – o que destacaria em termos de inovação na trajetória da unidade?saskia – Vários acontecimentos marcaram a his-tória do negócio da Cargill em Ilhéus. Sempre atenta aos novos mercados em expansão, a BU se preparou, foi auditada e recebeu em 1991 o certificado Kosher. Ainda em certificações, a unidade de negócio recebeu em 1993 a certifica-ção ISO 9000 – a primeira empresa brasileira de alimentos a conquistar o certificado. Em 1999, fomos auditados e certificados como a primeira processadora de cacau a passar pela AIB (Ame-rican Institute of Bakery). Os padrões da AIB foram desenvolvidos como uma ferramenta para que processadoras de alimentos avaliem os pro-cessos e riscos associados à segurança do pro-duto. Com relação aos produtos, destacaria em 2000 o início da operação da linha de pó preto – produto especial e grande volume para expor-tação – e em 2002 o lançamento da Spectrum Line, transformando alguns pós de cacau básicos em produtos especiais de valor agregado. Outra marco foi em 2007, quando passamos a traba-lhar com produtos de origem (Amazônia, Costa do Marfim). Além disso, recebemos em 2008 a certificação ISO 22000. DR – como a unidade enfrentou a crise nos fornecimentos de grãos de cacau por conta da praga da vassoura de bruxa?saskia – A Cargill foi a primeira processadora a importar amêndoas de outras localidades em 1995, para suprir a necessidade de matéria-prima da planta – em função da praga. Desde então, importações fazem parte do negócio. Além disso, a BU patrocinou vários esforços para combater a doença, como projeto de mapeamento da geno-ma, projetos de biofábrica, e ultimamente – em conjunto com as outras processadoras – o projeto Phoenix, que visa comprovar que tem como con-viver com a doença e que é possível aumentar a produtividade da roça até níveis economicamente sustentáveis com a doença presente.DR – Qual foi ou tem sido, aliás, a contribuição da cargill na recuperação da lavoura cacaueira?

saskia – A Cargill monitora a doença em coo-peração com a Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), investindo em pesquisas, dando apoio a publicação de livros técnicos, prestando assessoria técnica de plan-tio, visando a renovação dos cacaueiros por ár-vores mais produtivas e tolerantes à doença. DR – Qual a posição da unidade brasileira em relação a outras da cargill no exterior para processamento de cacau? saskia – Além do nosso pioneirismo no negó-cio, somos a única a produzir pó preto, que é um produto especial. A planta no Brasil tem foco no mercado regional, ou seja, a América Latina. E ela atende sozinha toda a demanda local e regional. Em termos de ranking, é a segunda maior unidade de processamento de cacau da Cargill (depois da Europa, mas antes da unidade nos EUA). Outro ponto importante é a preocupação da empresa com a segurança dos alimentos. Por meio do Programa de Segurança Alimentar, a unidade de Ilhéus é rigorosamente controlada e reconhecida mundialmente pela alta qualidade nos processos.DR – a indústria brasileira de chocolate tem-se beneficiado de um aquecimento na demanda nos últimos 3-4 anos. como a unidade de cacau tem assimilado esse fenômeno?saskia – A unidade de cacau participou no su-primento dessa demanda, sendo a maior proces-sadora na América Latina. Como conseqüência, hoje temos maior foco no mercado doméstico, enquanto antes a maior parte da nossa produção era para exportação.DR – Quais foram os mais recentes investimentos tecnológicos introduzidos na unidade?saskia – Podemos citar a instalação do armazém climatizado, a construção do sistema de docas para produtos acabados, ainstalação da subesta-ção elétrica (para converter alta voltagem 13,8 KV), a aquisição de quatro novas prensas, auto-matização de montagem de pallets e a renova-ção da linha de produção A. DR – além de suprir a própria fábrica de cober-turas da cargill em são Paulo, quais outros mer-cados a unidade de cacau atende dentro e fora do país?saskia – A Cargill é líder no fornecimento de cacau para o mercado doméstico presente em todos os segmentos (panificação, confeitaria, lácteos, confeitos, chocolates, bombons, acho-colatados, bebidas UHT etc.) e também exporta para a países da América Latina, com destaque para Argentina, Chile e México. As exportações atingem ainda grandes clientes no hemisfério norte por meio das unidades de negócio de ca-cau e chocolate na holanda e EUA.

asKia KoRinK A CARGILL É O

FORNECEDOR DE CACAU MAIS

LEMBRADO.

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1�doce revista janeiro 2010acesse: www.docerevista.com.br

PIONEIRA EM RECADOS AMOROSOS, BALAS ICE KISS PARTEM PARA MENSAGENS ELETRôNICAS

isso que é interação

nas figurinhas, os signos precisavam aparecer na superfície externa das embalagens, possibilitan-do assim sua identificação antes da abertura. “No início os meninos da produção ficaram loucos, pois não havia jeito técnico de combinar a figu-rinha com a embalagem. Os donos de botequins também estranharam aquele exército de crianças e adolescentes pedindo balas de acordo com seus signos”, rememora o dirigente.

Também desafiadora do ponto de vista das li-nhas produtivas foi a versão Ele e Ela, que exigia embalagens diferenciadas para os públicos mascu-lino e feminino. Outro marco na história das balas IceKiss, ele prossegue, foi o lançamento da versão Tentação, com recheio de chocolate, em 1999. “Foi um loucura. Explodiu de vender, até porque naquele tempo não eram fabricadas no Brasil balas duras com recheio de chocolate”, assinala Castro.

Quanto à interação entre a marca e os consumi-dores, pode-se dizer que nenhuma ação de IceKiss foi tão ousada quanto a promoção Ice Clicks, que em 2006 colocou fotos de consumidores nas em-balagens do produto. “As fotos eram enviadas via web. Por votação, os próprios consumidores esco-lhiam aquelas que iriam virar figurinhas”, explica o fundador da Cory. Além da fama, os ganhado-res da promoção recebiam em casa 1.000 balas IceKiss com sua foto para distribuir entre amigos. A promoção deu tão certo que até hoje uma co-munidade no Orkut reúne os felizardos cujas fotos foram parar nas embalagens do confeito.

Confirmando o caráter cíclico das ações de di-vulgação envolvendo o carro-chefe da Cory, agora a empresa aposta na promoção IceKiss Premia-das. Para participar, o consumidor deve enviar por SMS (número 72750) a palavra que encontrar na figurinha. Todos que o fizerem ganham prêmios virtuais para seus celulares, incluindo wallpa-per, ringtone e games. Resume Castro, inserindo que a Cory criou recentemente o hotsite Cupido IceKiss. A ideia é estimular namoros virtuais a partir de preenchimento de cadastro e definição do perfil do internauta. Isso que é interação.

Até os abstêmios concordam que bate-pa-pos em mesas de bar podem salvar rela-cionamentos, aliviar a alma e - por que não? – resultar em sacadas lucrativas e

certeiras no campo dos negócios. Pois foi exata-mente durante um típico happy hour movido a chope e petiscos que um grupo de funcionários da cory, empresa reconhecida nacionalmente nos segmentos de chocolates, balas e biscoitos, teve uma das ideias mais bem-sucedidas de sua traje-tória de mais de 40 anos. Inspirados em bolachas de chope, ou melhor, nas histórias curiosas que o acessório costumava trazer a respeito da bebida, eles decidiram imprimir mensagens nas embala-gens das então debutantes balas IceKiss. Como a marca surgiu em 1979 sob a premissa de estimu-lar namoros e paqueras, ficou decidido que o teor das mensagens seria romântico. Assim surgiram as primeiras balas IceKiss com recados amorosos. O episódio se deu em 1983, na famosa choperia Pin-guim, localizada na cidade de Ribeirão Preto (SP), fica a sede da Cory. Menos de 3 meses após o início da produção das novas embalagens, o volume de vendas das balas dobrou, recorda Nelson do Nasci-mento Castro, que fundou a Cory a partir de uma operação de padaria na cidade de Lins (SP).

“Ao funcionar como um elemento de interação entre os consumidores, os recadinhos amorosos rapidamente se tornaram mania, principalmente entre adolescentes”, nota o dirigente. A rigor, as mensagens românticas fizeram muito mais do que consolidar o nome IceKiss, que desde 1990 também conta com versão drops. Além de ser lembrado até hoje pelos milhares de fãs da marca IceKiss reunidos em comunidades do Orkut (uma das mais populares chama-se “Só Beijo com IceKiss”), o pioneirismo de 1983 rendeu outras ações interativas.

Foi o caso das figurinhas com mensagens astrológicas (IceKiss Signos), que estrearam em 1985. “Até então nenhuma bala tinha figurinha. As máquinas não eram preparadas para isso”, lem-bra o fundador da Cory. Como se não bastasse esta dificuldade, Castro conta que, além da impressão

ícoNes

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Como Transformar TeCnologia em ConTeúdo.aqui, voCê ConTa Com informação qualifiCada!

Embalagens Alimentícias – Os Diferenciais do PlásticoPalestras programadas para serem promovidas, em espaço próprio, no mesmo local da Embala

Minas e Minasplast, que será realizada de 06 a 09 do mesmo mês, das 14:00 às 22:00 hs.

A marca registrada de Plásticos em Revista – levar informação qualificada a todo o setor – ganha, a partir de 2010, um aliado de peso: a regionalização do conhecimento.

Nunca se falou tanto em crescimento industrial além dos limites das regiões historicamente voltadas para esta vocação. O Nordeste, por exemplo, foi capa de 10 entre 10 veículos de comunicação em 2009. Se outras regiões não atraíram tantos holofotes, tampouco deixaram por menos: apresentaram curva ascendente em investimentos e novos negócios.

Por estar atenta a toda esta movimentação e estar ciente da demanda por informação qualificada destas regiões, é que Plásticos em Revista colocou a caminho os seus Road Shows - Rodada de Novos Negócios. Aguardem. Vem mais por aí.

PROGRAMAÇÃOD I A 0 7 / 0 4

• 08:00 - 08:30 hs Credenciamento

• 08:30 - 09:15 hs Designer de embalagens discorre sobre a importância de elementos diversificados para distinguir as embalagens nos pontos de venda.

• 09:15 - 10:00 hs As novidades em resinas de polipropileno e polietilenos

• 10:00 - 10:45 hs Lançamentos em poliestireno

• 10:45 - 11:15 hs Coffe Break

• 11:15 - 12:00 hs Principais benefícios dos plásticos ditos especiais na produção de embalagens

• 12:00 - 12:45 hs Biopolímeros – por que e quando utilizá-los

D I A 0 8 / 0 4

• 08:30 - 09:15 hs PET – Soluções técnicas para atender as atuais necessidades econômicas e do meio ambiente.

• 09:15 - 10:00 hs Embalagens Sopradas – Principais avanços tecnológicos

• 10:00 - 10:45 hs Masterbatches Especiais – como o uso da cor pode contribuir para distinguir as embalagens

• 10:45 - 11:15 hs Coffe Break

• 11:15 - 12:00 hs Embalagens Alimentícias: Legislação e Meio Ambiente

• 12:00 - 12:45 hs Status da Reciclagem de Materiais Pós-Consumo

Maiores Informações: 11 3666.8301

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Com a estagnação nos segmentos de candies considerados commodi-ties, como balas duras e chicles tijolinho, a indústria tem assesta-do a mira na direção de redutos de maior tecnologia e sofisticação. Sobressaem nesse cenário, apostas em gomas de mascar antes tidas

como nichos de oferta e demanda contigenciados e nos chamados chicles de bola especiais, turbinados com ingredientes e/ou formatos, texturas e recheios que transformam as guloseimas em artigos que mesclam sabor e diversão. Esse movimento, que vem encorpando nos últimos anos, cobre todos os portes de fabricantes, ampliando a presença por metro linear de prateleira da categoria, dentro de um espaço antes dominado por chocola-tes e snacks. No pente fino do varejo da consultoria nielsen, as gomas de mascar e os chicles de bola cresceram 23% em volume e 8,4% em valor no ano passado, repassa Oswaldo Nardinelli Filho, gerente geral da cadbury Brasil, recém-adquirida pela Kraft Foods (ver à pág. 06). “O mercado

com a bola cheia

SATURAçãO DOS CONFEITOS COMMODITIES ATRAI APOSTAS EM GOMAS DE MASCAR

caPa

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doce revista janeiro 2010 21acesse: www.docerevista.com.br

de gomas de mascar no Brasil tem apresentado um resultado bastante positivo, apesar da crise econômica mundial e seus impactos que afeta-ram o setor de candies de um modo geral, sendo os principais impulsionadores desse crescimento as inovações lançadas no mercado”, comenta o executivo, sintetizando as opiniões dos princi-pais players locais.

O que essa foto não mostra é a inversão de posições que passou a prevalecer nos dois principais segmentos. Historicamente, os chi-cles de bola mais básicos dominam o consumo com volumes que chegaram no passado a supe-rar o dobro das gomas de mascar. O baixo valor dos produtos era compensado pela alta carga despejada no trade, assegurando rentabilidade acima dos itens de maior valor mas de demanda ainda incipiente. Nos últimos anos, embora ain-da se mantenham consistentes, eles perderam espaço para as chamadas gomas adultas que – e esse é o ponto – hoje superam em valores as vendas de chicles infantis. Pela lupa da Eu-romonitor international, foram comercializa-das no ano passado 24.700 toneladas de gomas de mascar contra 36.200 toneladas de chicles de bola (ver quadro à pág. 22). A novidade é a diferença ainda a favor dos chicles, mas que vem diminuindo ano a ano. No mesmo período, completam os dados da Euromonitor, as vendas de chicles somaram R$ 891,1 milhões enquan-to que as gomas de mascar totalizaram R$ 2,2 bilhões, ou seja, mais que o dobro do resultado das linhas infantis.

Consenso no ramo, as permanentes inova-ções introduzidas pela indústria, enquadrando a categoria em tendências de nutrição atuais

como a megaonda de saúde e bem-estar ou a de produ-tos funcionais – aqueles que trazem benefícios à saúde bucal, no caso das gomas –, é que justificam a virada e o salto nas vendas. No caso da Cadbury, retoma Nardinelli, foram sacadas como essas que contribuíram para a per-fomance excepcional que a companhia registrou no úl-timo ano. “Batemos vários recordes de participação de mercado, a exemplo da mar-ca Trident que atingiu cerca

de 50% das vendas totais de gomas de mascar, tendo cravado avanço de 3,9% sobre 2008. E esse é um crescimento considerado forte para um líder de mercado”, assinala o executivo, acrescentando que, no geral, a empresa regis-trou alta de 11% em 2009. Apenas no filão de gomas de mascar, a companhia lança em torno de 20 novidades por ano.

naRDinElli, Da caDBURY MARCA LíDER COM FATIA DE 50% DO MERCADO

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Nardinelli acrescenta que as inovações foram responsáveis por cerca de 15% das vendas. Pro-dutos como Trident Global Connections, Trident Splash, Trident em potes e Trident Value Pack, além do relançamento de Chiclets e lançamentos dos itens de alta refrescância fizeram enorme di-ferença, emenda ele. “O Brasil já está inserido como um dos principais mercados mundiais de gomas de mascar e, para a Cadbury, isso tem representado maior agilidade no lançamento de produtos assim como uma enorme conectividade com outras afiliadas do grupo para desenvolvi-mentos globais em conjunto”, argumenta ele.

Foco na DistRiBUição Para o especialista, não resta dúvida de que

os itens de consumo por impulso, como as go-mas de mascar, ainda terão um excelente de-sempenho nos próximos anos. “O mercado é crescente, as oportunidades de desenvolvimento são enormes e o potencial regional ainda pode

ser muito mais explorado”, observa Nardinelli. A Cadbury, prossegue, tem tido uma excelente performance. Dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e, pelo menos até a negociação com a Kraft Foods, mantinha planos de repetir a dose até 2015. “Temos baseado nossa estratégia em três pilares fundamentais: criação de marcas fortes com muito investimento publicitário para desenvolver a categoria, inovação constante para responder às demandas dos consumidores e clientes e um enorme investimento na expansão da distribuição, incluindo a qualidade de expo-sição dos produtos nos mais diferentes canais”, enumera o gerente.

Para ele, distribuição é uma das palavras-cha-ve de todo êxito obtido pela companhia. Assim ações diretas no trade visando alavancar as ven-das de gomas de mascar são determinantes. No último ano, relata Nardinelli, a Cadbury imple-mentou projetos importantes junto à malha de distribuição. Tais ações fizeram com que a empre-sa fechasse o ano com uma distribuição numérica de 64%. São cerca de 600 mil pontos de vendas (PDVs) em todo o país com produtos Cadbury dos quais a cobertura direta de varejo atinge 240 mil PDVs, estes atendidos por equipe própria, que hoje conta com 1.484 operadores. “Os PDVs são visitados pelos nossos vendedores e promotores em média duas vezes por mês, fazendo com que nosso atendimento ao varejo alcance cerca de 500.000 visitas mensais, para fechar pedidos e expor os produtos no ponto quente, o que sem dúvida é uma enorme vantagem competitiva”, grifa o porta-voz da Cadbury.

Entre as ações diretas que funcionam melhor no PDV, Nardinelli destaca a disponibilidade, que é sem dúvida fator crucial. “Se o produto não estiver distribuído, não tem compra, pois

Varejo da categoria

2008 2009 2010*gomas de mascar (em 1.000 t) 23,6 24,7 25,8 (em milhões de R$) 1922,8 2209,4 2437

chicles de bola (em 1.000 t) 35,5 36,2 37,3 (em milhões de R$) 832 891,1 961

Fonte:© 2010 Euromonitor International (*) Estimativa

sEREgni, Da PVm “QUEREMOS CONTINUAR

SENDO OS MAIS INOVADORES”

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22 doce revista janeiro 2010 acesse: www.docerevista.com.br

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doce revista janeiro 2010 2�acesse: www.docerevista.com.br

esta categoria é totalmente de impulso. E esse é o maior desafio em um país continental como o Brasil”, sublinha. Outra providência que cai bem no ponto quente é a correta exposição das marcas, facilitando a escolha do consumidor que executa a compra (shopper). O produto, orien-ta ele, tem que estar aos olhos do consumidor e ao alcançe de suas mãos. Uma terceira ação efetiva é, claro, o apoio ao varejista. “Marcas

fortes, bem distribuídas e expostas são sinônimo de lucro certo. Se a equação funciona o sucesso está garantido”, aposta o gerente.

inoVação contÍnUaOutra grife que seguramente

contribuiu para mudar o perfil do mercado de gomas de mascar é a Perfetti Van melle (PVm). Des-de 1999 quando desembarcou no

país ela optou por operar no filão de guloseimas diferenciadas. Foi respon-sável pela introdução de inovações como o edulcorante anticariogênico xilitol em gomas adultas, porém foi a partir de 2006, com a integração com a Van melle – adquirida em 2001 – e a unificação das operações na cidade de

Vinhedo (SP) que a PVM entrou mais agressiva na cena de candies. Mar-co Seregni, diretor de marketing da companhia, conta que a partir de 2007 a estratégia para cresci-mento no mercado de gomas foi concentrada na marca Mentos, que pertencia ao portfólio de balas da Van Melle. “Consideramos que ela tinha força suficiente para pro-movermos as mudanças que al-mejávamos na cena de gomas”, diz. Assim, a grife foi desdobrada em quatro itens, todos eles ino-vadores em seus segmentos, a exemplo de Mentos Pure Fresh, apresentado em drágea crocante com centro líquido, inédito no mercado. “Havia muitos produtos básicos quando introduzimos a linha, que sobressai por apresen-tar nova tecnologia e embalagens incomuns, como as garrafinhas e estojos flip top”, lembra Seregni.

A tacada foi o início de uma torrente de lançamentos. Em

2006, situa o diretor da PVM, cerca de 9% do fa-turamento da empresa no país eram provenien-tes de novos produtos. No ano seguinte, essa referência saltou para 25% e, em 2008, linhas com menos de um ano de vida respondiam por 39% da receita total. Já no último ano, o fatu-ramento geral da PVM avançou cerca de 10%, com as novidades respondendo por 30% desse crescimento. “O gráfico indica que a estratégia está correta”, sublinha o diretor. Segundo Se-regni, a empresa buscou nos últimos dois anos consolidar sua posição de usina de inovação, somando hoje 35 SKUs (Stocking Keep Units) somente no segmento de gomas de mascar. “O que pretendemos é continuar sendo os mais inovadores do mercado”, assinala. Escorada na crescente venda das linhas de gomas para jo-vens e adultos, a companhia dobrou sua receita entre 2006 e 2009. “Nossa percepção confirma que o segmento está caminhando em direção a produtos de maior valor agregado, com demanda puxada pela evolução das linhas, via produtos tecnológicos e apresentações práticas, chama-tivas e higiênicas”, comenta Seregni. Entre as tacadas recentes, ele destaca a introdução do efeito long lasting, que estica a duração do aroma, na linha Mentos Pure White, e o Men-tos Cube, produto que contém 30% de xilitol. “Enquanto o mercado de gomas cresceu 8% no total, a PVM avançou 50%, com participação na ala de gomas especiais acima de 20%”, crava Seregni. Em 2009, a empresa bancou 37 lança-mentos no filão de confeitos em geral, sendo 12 na ala de gomas de mascar. Para 2010, a ideia é reforçar as linhas que estão dando certo e retirar de circulação as marcas com giro baixo. “Vamos renovar o portfólio e esse projeto se inicia em fevereiro com a nova campanha de Mentos Pure Fresh”, adianta o diretor de marketing.

Usina DE tEnDências Na arcor, cuja atuação dentro da categoria

tem sido mais focada em linhas de chicles de bola infantis, a percepção é a de que a categoria exibe potencial para ser trabalhado em outras frentes, a exemplo de gomas de mascar adul-tas. Diego Mastrogiovanni, gerente de marketing de guloseimas da empresa, argumenta que os chicles de bola têm penetração acima de 95% no consumo geral de confeitos e, nos últimos anos, seu ritmo de crescimento tem se reduzi-do. “Isso demonstra o grau de maturidade desse segmento. Já os redutos de gomas em drágeas e stick puxam o mercado, em resposta a maiores

mastRogioVanni, Da aRcoR POTENCIAL DE

CRESCIMENTO EM GOMAS ADULTAS

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2� doce revista janeiro 2010 acesse: www.docerevista.com.br

investimentos publicitários, ao elevado número de novidades e à melhora no poder aquisitivo da população”, opina o executivo.

Para ele, a indústria brasileira tem acompa-nhado as principais correntes mundiais, enqua-drando as linhas de chicles e gomas, principal-mente, em tendências como a de produtos mais saudáveis (isentos de açúcar, por exemplo), funcionais (com vitaminas, minerais, fibras) e de sabores inusitados (ácido, mescla de frutas, agridoce). “A Arcor não somente acompanha as tendências como também busca criá-las. Um exemplo é o chicle BigBig 7 Belo, que combina o sabor do chicle mais vendido no Brasil com o recheio da renomada bala 7 Belo”, insere o ge-rente. Na linha Kriptonita, prossegue Mastrogio-vanni, a Arcor bancou pioneirismo ao introduzir o sabor ácido em chicles de bola com a versão Baba de Bruxa. No segmento isento de açúcar, a empresa traz da Argentina a marca Topline, que hoje se inclui entre as 20 marcas de guloseimas mais vendidas no mundo, segundo a revista Bu-sinessweek, repassa o porta-voz.

Quanto à intervenção direta no trade para alavancar as vendas de gomas de mascar, Mas-trogiovanni considera que é no PDV que efeti-vamente as decisões de compras são tomadas. “Ações nesses locais ajudam a reforçar toda a estratégia de branding das empresas”, diz. Dis-tribuição física e visibilidade da marca, emenda ele, são pré-requisitos para vingar no mercado de candies. A Arcor, por seu turno, tem investi-do pesado para melhorar a exposição e impacto dos produtos, diante a acirrada concorrência

por espaço e enorme oferta de itens simila-res. Em reforço a essa atuação, foram lançados no ano passado sete novos produtos, entre os quais Mastrogiovanni acentua o chicle Ben 10 versão 3 em 1, que inova com a promessa de provocar quatro sensações diferentes: ácida, efervescente, gelada e picante. “O produto in-troduz ainda mais duas novidades: embalagem que oferece três chicles em um único envelope e figurinhas adesivas que brilham no escuro”, conclui o gerente.

noVos concoRREntEs Uma das empresas que praticamente está es-

treando no mercado de chicles e gomas de mas-car é a Docile, com participação expressiva na cena de balas de gomas e pastilhas. Para Ricardo Heineck, diretor de compras e de marketing da grife, o filão é crescente e, ultimamente, as op-ções têm se multiplicado aguçando o apetite do consumidor. “O que observamos é que novos con-correntes tem ingressado – e a Docile se encaixa no figurino – forçando a movimentação entre os fabricantes tradicionais para produzir novidades”, acentua. O dirigente acrescenta que o Brasil se tornou um mercado atrativo, fazendo com que as empresas invistam também em nichos de produ-tos especiais. As principais tendências em termos de produtos e consumo, opina ele, são as mesclas de sabores, os formatos diferenciados e aqueles itens mais elaborados feitos sob medida para consumidores exigentes.

Na Docile, a linha de chicles de bola e gomas de mascar foi a que mais recebeu investimentos,

HEinEcK, Da DocilE CONCORRêNCIA FORçA A INDúSTRIA A INOVAR

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“Considerando-se volume e preço médio, este último tem indicado um aumento mais expres-sivo, devido ao valor agregado dos freqüentes lançamentos das indústrias”, pondera ele. Tais novidades, por seu turno, vêm acompanhando as tendências mundiais, apesar de um certo atraso desde a aparição de um novo produto no exterior, exemplifica ele, até a sua introdução por aqui. “Esse acompanhamento, é bom ressal-tar, tem se dado somente em parte, pois a com-plexidade e elaboração de produtos no Brasil são relativamente baixas, se comparadas à de países da Europa e da Ásia”, frisa Orso.

O avanço econômico do país é combustível e motor do ingresso de novos consumidores. E esse contingente vem demandando produtos de maior valor agregado em várias categorias. Com isso, cresce o hábito de compra de itens mais elaborados, sejam eles sem açúcar em diversas configurações ou aqueles que carregam atribu-tos especiais e geradores de valor, a exemplo de benefícios funcionais, nutricionais e até inclu-são na moda, argumenta o gerente da Florestal. Em termos de tendências, produtos que entrega-rem ao consumidor mais do que apenas sabor e textura ganharão a preferência, vaticina ele.

A Florestal, através de suas duas marcas, ban-ca uma série de variações em gomas de mascar, direcionadas praticamente a todos os públicos. No ano passado, a empresa lançou cinco itens e, em 2010, deverão ser feitos, pelo menos, mais seis variações, antecipa Orso. “O aproveitamen-to dos nichos desse mercado é ainda algo a ser melhorado pelas empresas do setor, o que pode vingar com inovação e criatividade nos desenvol-vimentos”, nota ele. Certamente, ações no trade catalizam vendas, não só de gomas de mascar como também de outras categorias. Despertar o interesse do consumidor pela marca e seus pro-dutos é fator relevante para a construção de um bom case, ele concorda. As ações promocionais, sublinha Orso, sempre contribuem para melho-rar o desempenho das vendas. “É claro que não se pode esquecer do apelo básico, a abordagem pura e simples, que tem muita eficácia porque acaba estebelecendo um ponto de contato entre a empresa e o varejo ou mesmo direto com o consumidor”, comenta. Essas abordagens soma-das às ações de promoção conferem melhores resultados, uma vez que a utilização de atribu-tos valorizados pelo consumidor é que levam à compra, ele teoriza.

Num comparativo entre 2008 e 2009, as ven-das de gomas de mascar das marcas Florestal e

oRso, Da FloREstal MAIS NOVIDADES NA

LINHA DRAGEADA

informa Heineck, sem abrir valores. “Buscamos lançar produtos diferen-ciados, seja em sabor, apresentações, embalagens ou promoções, a exemplo da linha de chicles de bola drageada X Clé que, aliás, acaba de ganhar no-vas embalagens, mais divertidas e ali-nhadas com o público-alvo”, grifa o diretor. Essa renovação, emenda ele, mesmo em se tratando de uma linha recente, é importante para escorar

as apresentações para ven-das, que são diferenciadas. “Recentemente, ingressamos nos chicles recheados com a marca Zoah!, para a qual desenvolvemos diversos materiais de PDV, hotsite com promoções para o con-

sumidor, e uma opção diferenciada de ven-

da que é o pote bola”, comenta o executivo.

Para ele, ações diretas no trade efetivamente aju-dam a alavancar

as vendas de gomas de mas-car. Um ponto de venda com um boa exposição,

destaca Heineck, com farto material promocional, promotores bem treinados para orientar os clien-tes e balcões de degustação conferem visibilida-de ao produto. Durante o lançamento do chicle Zoah!, exemplifica, a Docile promoveu uma ampla gama de ações nos PDVs, que cobriram desde a utilização de materiais divertidos, distribuição de folders e promoções com a equipe uniformi-zada. Recentemente, a empresa introduziu o pote bola com sabores sortidos que, conforme avalia Heineck, é uma excelente opção de exposição do produto. “Ainda somos um concorrente novo nes-se mercado, temos muito a trabalhar, aprender e conquistar, mas já colhemos bons resultados com estas linhas”, enfatiza o diretor.

Já mais tarimbada no cenário de gomas e chicles, a Florestal alimentos conta com o trunfo de disputar a categoria com marcas que têm alicerce em duas fortes grifes do setor: a própria Florestal e a Boavistense, controlada do grupo. Adriano Orso, gerente de marketing da companhia, avalia que o mercado brasileiro de gomas de mascar tem se apresentado próximo à estabilidade, registrando leve crescimento.

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Boavistense tiveram um incremento de 9,6%, considerando todas as suas variações, posiciona o gerente de marketing. No ano passado, a com-panhia inseriu entre os lançamentos uma linha drageada, que vem ganhando força tanto no mix da Florestal como no da Boavistense. Em 2010, seis novidades, ainda em fase de desenvolvi-mento, deverão ser lançados nesse segmento, antecipa Orso.

EXPERiência inoVaDoRaGrife reconhecida por oferecer itens di-

ferenciados, mesmo dentro dos segmentos de preço mais popular, a Peccin direciona o grosso dos investimentos para a área de pes-quisa e desenvolvimento (P&D), buscando es-tar sempre em linha com novidades mundiais que agreguem diferenciais às suas investidas, repassa Ana Paula Bachiega, gerente de ma-rketing da indústria gaúcha. “A parceria com os melhores fornecedores é fundamental nesse processo para o aprimoramento de conceitos e idéias inovadoras”, salienta ela. Entre as taca-

das mais recentes, Ana Paula pinça o ingresso da marca no segmento de drageados, acom-panhando tendência geral do mercado de go-mas. Trata-se experiência inovadora dentro da companhia que concilia o traço desbravador da marca com o público que é foco dos desen-volvimentos na ala de chicles. “Considerando o público infantil, consumidor por excelência das linhas da Peccin, as principais tendências hoje são os chicles recheados e os drageados, que possibilitam a diversificação de formatos e combinações de sabores e efeitos”, analisa a executiva.

Dentro da linha atual de chicles da Peccin sobressaem as versões recheadas e drageadas da marca Blong, carro-chefe da companhia, e os itens da grife de chicles planos Bump, nas versões com tatuagem e com figurinha de personagens licenciados, repassa Ana Paula. Para turbinar as vendas dos chicles Bump, a empresa investiu no licenciamento da Turma do Pernalonga (Looney Tunes) e em diversas ações junto ao trade. “No setor atacadista, no qual a Peccin atua com maior expressão, toda e qualquer ação, corretamente implantada, que proporcione aos clientes de varejo uma lucrati-vidade maior ou o apoio ao giro dos produtos, contribui para alavancar as vendas de chicles”, opina a gerente. Quando se trata de uma no-vidade, continua ela, exposições diferenciadas impulsionam a experimentação, antessala da compra por impulso. Os varejistas são sempre interessados pelo novo, mas é importante res-saltar, frisa Ana Paula, que esse efeito só é bem assimilado na divulgação e experimenta-ção, quando a promessa de qualidade e lucrati-vidade são realmente percebidas.

Em sintonia com o mercado e atenta aos hábitos das crianças, a Peccin lançou no fi-nal de 2009 o produto Nitro Feras, relata a executiva. Trata-se de uma linha de produtos, cujo carro-chefe são os chicles drageados com recheio liquido nas versões ácido, picante e gelado, todos caracterizados por personagens que são tema de cada efeito. A linha foi in-troduzida, com estardalhaço, em outubro pas-sado na região Sul do país, e desde a primeira semana de janeiro suas vendas foram expan-didas para os demais estados do Brasil. “Ela segue o padrão de qualidade Peccin, foi bem aceita em pesquisa com público infantil, bem como pela equipe comercial e clientes, porém ainda estamos em período de lançamento e avaliação”, comenta a gerente. Para 2010,

ana PaUla, Da PEccin INVESTIMENTO PERMANENTE EM P&D

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doce revista janeiro 2010 2�acesse: www.docerevista.com.brdoce revista Janeiro 20102�

conclui ela, a Peccin deve ainda no primeiro semestre bancar duas apostas em licenciamen-tos infantis para a linha de chicles planos com figurinhas. Nos drageados, os planos incluem surpresas com produtos diferenciados tanto para o público infantil como para o adulto, tranca-se Ana Paula.

Na Sukest, o gerente de marketing Mauro Paparelli confirma a opinião geral de que o mercado de chicles e gomas de mascar é cres-cente, com grandes oportunidades para linhas com diferenciais perceptíveis pelo consumidor. “A oferta de produtos e o consumo no Brasil tentam acompanhar as tendências mundiais, mas há diferenças”, contrapõe. No reduto in-fantil de chicles populares, frisa ele, ainda pre-dominam itens básicos que se diferenciam dos mesmos produtos (e target) ofertados em mer-cados mais desenvolvidos. Estes já incorporam as tendências mundiais de formulação, como sugar free, uso de corantes naturais e fortifi-cação com vitaminas. “O Brasil ainda tem uma dependência no preço e esses conceitos geram custos maiores para o consumidor que, por seu

turno, ainda não reconhece como maior valor”, argumenta Paparelli .

Quanto às tendências em termos de produ-tos e consumo, ele considera que temas, forma-tos e sabores ainda ditam o mercado brasileiro. Apesar de a Sukest não atuar no filão de gomas para público jovem/adulto, é nesse segmento que outros conceitos, principalmente os de tendência mundial podem ser agregados.

“Para acompanhar as inovações nossa em-presa tem apostado em testes de formatos. In-vestimentos foram e estão sendo feitos para levar ao consumidor algo diferente aos olhos”, sublinha Paparelli. Ele informa que a Sukest lançou no ano passado mais de nove itens em gomas, cravando a marca de uma novidade a cada 45 dias. “O ponto alto foi o Zone Olhos e Faces, o primeiro chicle com impressão no próprio produto”, grifa o gerente. Em 2010, fi-naliza, a Sukest introduz uma nova coleção de tatuagens na linha Spin o Chicle, sob o tema Disfarces. “São bigodes, costeletas, olhos e pinturas, tudo para a garotada tatuar no rosto e ficar irreconhecível”.

emar plasticos

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doce revista janeiro 20102� acesse: www.docerevista.com.br

A concorrência no mercado de chicles de bola e gomas de mascar não sugere exatamente uma briga de foice no escuro, mas players cada vez mais afiados têm se interessado

em fincar suas marcas na disputa. É o caso do grupo Vonpar, que controla a Vonpar Refrescos – fran-queada da coca-cola e distribuidora da Femsa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina –, cuja recém-criada divisão de alimentos estreia no segmento com o portfólio da Wallerius. Nos últimos dois meses, o grupo adquiriu três empresas gaúchas do segmento de confeitos e guloseimas: a mu-mu, especializa-da na produção de doce de leite, doce de frutas, geléias, barras de cereais e leite; a fabricante de pirulitos, drops, balas e gomas de mascar Wallerius; e a neugebauer, a mais antiga indústria de choco-lates do Brasil. Daniel Weiler, diretor da divisão de alimentos da Vonpar, que já nasce com receita de R$ 250 milhões, abre na entrevista à Doce Revista os planos da companhia para o mercado de candies.

DR - Quais os planos da Wallerius, agora sob nova direção, para o mercado de gomas de mascar?Weiler - A Wallerius planeja introduzir alguns conceitos inovadores, em termos de produto e ma-rketing, possibilitando que nossos produtos sejam percebidos como diferenciados. Ainda é prematu-ro abrir detalhes desses conceitos, mas a meta do grupo para a sua divisão de alimentos é a de cres-cer 20% neste ano em comparação a 2009. Cer-tamente, os resultados da Wallerius, incluindo o segmento de chicles, irão contribuir para isso. DR - como avalia o mercado de gomas de mascar no Brasil? Weiler - O mercado é crescente e a Wallerius pretende avançar com suas marcas mais que a média do setor, ganhando aos poucos market share expressivo. Entendemos que existem gran-des oportunidades na distribuição e exposição de produtos. São flancos ainda sem cobertura e trilha certa para, com a estratégia adequada, abrir caminho para crescer. DR - a oferta de produtos e o consumo no Brasil acompanham as tendências mundiais? Weiler - O mercado brasileiro está ainda em cresci-mento, ao contrário de outros países onde a oferta e demanda são mais maduras. A expectativa de cres-cimento do PIB para 2010 é de 5%, e o contínuo crescimento econômico e da renda per capita criam

Foice grandeoportunidades significativas neste segmento.

DR - Quais, na sua opinião, são as principais tendências em termos de produtos e consumo?Weiler - como na maioria dos segmentos como o nosso, a tendência principal está na diferenciação dos produtos. a maioria dos fabricantes busca sair da “vala comum”, agregando valor ao produto. os consumidores são cada vez mais exigentes e procu-ram novidades, produtos incomuns, etc.DR - o que a Wallerius pretende fazer daqui para frente para acompanhar essas tendências?Weiler - Estaremos, a partir de agora, em cons-tante estudo e avaliação do mercado com o ob-jetivo de não só acompanharmos as tendências, mas também nos anteciparmos a elas.DR - ações diretas junto à distribuição e no varejo ajudam a alavancar as vendas de gomas de mascar?Weiler - Atualmente o segmento onde a Walle-rius atua é pouco desenvolvido nos conceitos de trade marketing. Estaremos implantando estra-tégias diferenciadas de “go to marketing”. Não existe “receita de bolo”. O resultado é obtido através de inúmeras ações e projetos integrados, que bem executados geram resultados superio-res. Por esta razão, é necessário o monitoramen-to constante de todos os canais onde atuamos.DR - como foram as vendas de gomas de mascar da Wallerius no último ano?Weiler - Em 2009 operamos a plena capacidade neste segmento. Em 2010 estaremos realizando in-vestimentos na busca de maior participação e com-petitividade no segmento de goma de mascar. Não houve lançamentos na linha de gomas de mascar no ano passado, pois foram priorizados desenvol-vimentos nas demais linhas. Mas estamos em fase de planejamento com as novas diretrizes do grupo Vonpar. As estratégias de desenvolvimento e lança-mento serão definidas ainda no primeiro trimestre.DR - Quais os planos imediatos da Vonpar para a neugebauer?Weiler - Vamos focar na consolidação da aquisição, na implantação de novos modelos de gestão, na busca de sinergias não operacionais com a Divisão Bebidas e em lançamentos. A nossa expectativa é a de obter retorno do investimento em até cinco anos. Eventuais mudanças a curto prazo no mix serão basicamente referentes a lançamentos.

WEilER, Da VonPaR META DA DIVISãO É CRESCER 20%

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VALE D’OURO POSICIONA BISCOITOS DE POLVILHONA CATEGORIA DE SNACKS

Percepção de valor

que 20 toneladas diárias de biscoitos -- 10% de sequilhos e o restante de polvilho. “A nova planta é totalmente automatizada, refletindo nossa preocupação em elevar o patamar de qua-lidade e a rentabilidade dos produtos”, resume Alexandre Lima, diretor comercial da empresa.

De certa forma, o sucesso da Vale D’ouro ba-seia-se na hoje comprovada percepção de que biscoitos de polvilho saboreados agradam em cheio o paladar dos consumidores. A cada dia as versões diferenciadas do produto ganham mais força no menu da empresa, cujo carro-chefe é o biscoito de polvilho sabor queijo. Mas outras variantes, algumas inovadoras e até inusita-das, conquistam numerosos adeptos. É o caso da versão apimentada ou jalapenho. Exporta-do para diferentes países sob a marca Croc, o produto faz especial sucesso entre a população hispânica dos EUA, culturalmente mais afeita a condimentos picantes. Calcada exatamente nas versões saboreadas, a saga dos produtos Vale

Nos últimos anos a categoria de biscoi-tos de polvilho protagonizou um salto de qualidade que vem favorecendo a rentabilidade de fabricantes e do trade.

Ainda que itens de baixo valor agregado man-tenham território cativo nos canais de venda desse petisco tipicamente brasileiro, as mar-cas com maior participação de mercado rumam na contramão desse velho modelo. É o caso da mineira Vale D’ouro, na ativa desde 1987. Ao apostar em embalagens sofisticadas e segmentar sua linha com ingredientes e sabores inovado-res, a empresa conquistou espaço nas gôndolas das principais redes de supermercados do país. Instalada na cidade de Formigas, a 200 quilô-metros de Belo Horizonte, a Vale D’ouro inaugu-rou em 2009, no mesmo município, sua segunda planta produtiva. Entre terreno, instalações e equipamento, a cartada consumiu R$ 8 milhões, elevando a capacidade da empresa em 50%. Atu-almente saem das duas fábricas nada menos do

ValE D’oURo INGREDIENTES E

SABORES INOVADORES EM PLANTA

AUTOMATIZADA

No PÓdio

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No PÓdio

acesse: www.docerevista.com.brdoce revista janeiro 2010�0

D’ouro na América do Norte re-velou-se tão promissora que a empresa estuda abrir uma fábri-ca em Boston. Outros destaques entre os itens não-convencio-nais são os polvilhos saudáveis. Neste caso há desde biscoitos enriquecidos com fibras àqueles com teores reduzidos de sal e gordura. “Nosso objetivo, já par-cialmente atingido, é posicionar nossa linha no segmento de sna-cks, onde a percepção de valor por parte do consumidor é bem maior”, entende Lima.

Para que os biscoitos de polvi-lho disputem a atenção do consumidor em pé de igualdade com extrusados de milho, batatas fritas e outros salgadinhos mais consolidados no varejo de autosserviço, o avanço rumo aos supermer-cados é vital. O dirigente da Vale D’ouro lembra que esse tipo de canal de venda começou a ser conquistado pelos biscoitos de polvilho somente a partir dos anos 1990, quando grandes redes, como carrefour, passaram a dar destaque ao item em seu mix de produtos. “A demanda é forte. Mas a rentabilidade é média, detalhe que exige altos volumes produtivos para viabilizar o negócio”, sintetiza Lima. O preço final médio de um pacote de 100 gramas de biscoito de polvilho Vale D’ouro tradicional é de R$ 1,50. As versões saboreadas custam 10% a mais, assim como os itens diet e light, que foram lançados em 2008, engrossando o mostruário de produtos saudáveis.

Em termos de embalagem, a empresa lança mão de filmes de BOPP laminados que chegam à fábrica já impressos por convertedores tercei-

rizados e garantem shelf life de seis meses. No caso dos itens destinados a exportação, a vida de prateleira é maior, em torno de nove meses, buscando conformidade com as condições logís-ticas desse tipo de operação. O prazo de validade mais longo é obtido de duas formas. Em primei-ro, a partir da chamada tecnologia de atmosfera modificada, que consiste na aplicação de gases especiais no interior da embalagem. “Também utilizamos gorduras e outros insumos diferencia-dos para aumentar a vida útil dos itens exporta-dos”, complementa o diretor da Vale D’ouro.

Na parte visual, pode-se dizer que os siste-mas de acondicionamento da linha de biscoitos de polvilho Vale D’ouro não devem nada aos in-vólucros de marcas renomadas do menu da Elma chips, para ficar no exemplo da líder do mercado brasileiro de snacks. Já as embalagens dos se-quilhos, cujo layout faz alusão ao Barroco minei-ro, são mais simplórias em termos de impressão, substrato e acabamento, reconhece Lima. Para o dirigente, porém, essa característica, ou melhor, posicionamento, não interfere no desempenho comercial de tais produtos, que são voltados a canais de venda de perfil mais popular.

No que diz respeito à distribuição, 80% das vendas são feitas por equipe da própria Vale D’ouro, que soma mais de 50 profissionais, entre promotores e vendedores. Esse time tem à disposi-ção doze veículos próprios, dentre eles quatro car-retas. Os 20% restantes ficam a cargo de parceiros e distribuidores terceirizados, que atendem os ca-nais situados nas regiões mais distantes da sede da empresa. Para dar continuidade ao processo de expansão que visa levar a marca a pontos de venda de todo o país, a Vale D’ouro está aberta a novos parceiros e representantes comerciais.

Biscoito DE PolVilHo SABOR QUEIJO É O CARRO-CHEFE DA LINHA, QUE TAMBÉM CONTA COM VERSõES DIET E LIGHT

lima PRESENçA NAS MAIORES REDES DE

SUPERMERCADOS DO PAíS E PLANO DE

FÁBRICA NOS EUA

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doce revista janeiro 2010 �1acesse: www.docerevista.com.br

teNdÊNcias

A despeito da imprevisibilidade típica de todo início de ano, uma das apostas cer-teiras no panorama da indústria de con-fectionery em 2010 diz respeito ao cres-

cimento das chamadas embalagens ecoeficientes, isto é, aquelas desenvolvidas para gerar mínimo impacto ao ambiente. O assunto já movimenta boa parte da cadeia de embalagens e distribuição de snacks, confeitos e biscoitos, traduzindo-se em crescentes lançamentos e oportunidades de negócio. Não é difícil entender os motivos por trás disso. Valiosos na era da sustentabilidade, insumos, máquinas e processos que ajudam a re-duzir o consumo de recursos e o tempo de bio-degradação dos invólucros e sistemas de acondi-cionamento entraram definitivamente na alça de mira dos fabricantes e até do trade doceiro.

O gigante do varejo Wal-mart, para citar apenas um exemplo, anunciou no início do ano, como parte de seu programa de sustentabilidade, novos incen-tivos para fornecedores que atuam com embalagens e produtos finais engajados ambientalmente. Além de garantir compra e exposição diferenciada de tais itens, a empresa agora oferece, em parceria com o centro de tecnologia de Embalagens (Cetea), ligado ao instituto de tecnologia de alimentos (Ital) do governo de São Paulo, suporte técnico à criação de embalagens amigáveis ambientalmente. Na área de confectionery, já fazem parte do progra-ma cadbury e mars Brasil. Mas a rede de varejo ressalta que pequenos e médios fabricantes de con-feitos também podem ser beneficiados. “Trata-se de um projeto possível e replicável em diversos níveis de fornecedores”, ressalta o presidente do Wal-Mart Brasil, Héctor Núñez.

Na indústria, embalagens ecoeficientes tam-

EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS INSPIRAM LANçAMENTOS NA CADEIA DE CONFECTIONERY

no embalo da ecoeficiência

bém ganham representatividade. Na área de solu-ções de empacotamento, a italiana cavanna, que concentra 80% de seu negócio nos mercados de biscoitos, barras de cereais e chocolate, desen-volveu sistema de selagem de filmes plásticos por ultrassom. Já disponível no Brasil, a tecnologia promete reduzir os níveis de consumo de energia do tradicional processo de selagem a quente. “A fusão do material é feita com ondas ultrassônicas, sem cola nem calor”, sintetiza Evandro Meneses, da área comercial da Cavanna Brasil. Em outro flan-co, a empresa oferece equipamentos de embalagem pré dispostos a filmes plásticos obtidos de fontes renováveis. Neste caso, algumas partes da máqui-na, mais especificamente aquelas que entram em contato com o substrato durante a selagem, sofrem adaptações. “As mudanças são mínimas e ocorrem em linhas já existentes, por que nem todos os filmes biodegradáveis rodam normalmente em equipamen-tos convencionais, embora isso seja possível em boa parte dos casos”, ressalta Meneses.

Para divulgar suas ações no campo da sus-tentabilidade, a Cavanna rodou a partir do filme de celulose Nature Flex, da innovia Films, em-balagens conceituais de biscoitos, sob a marca Bio Flowpack. “Além de ser produzido com fonte renovável, o filme é compostável e biodegradável naturalmente”, conta Veruska Rigolin, executiva de vendas da Innovia Films. O filme, ela prosse-gue, é formulado para oferecer características de barreira ideais para produtos contendo açúcar e chocolate, além de boas propriedades de reten-ção de torção para aplicações do tipo twistrap comuns na indústria de confectionery. Na hora do descarte, dependendo do filme e das condições em que ele for descartado, Veruska assegura que

EmBalagEns Da caVanna FILME OBTIDO COM FONTES RENOVÁVEIS

por Leandro H.SiLva

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teNdÊNcias

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a biodegradação total pode ocorrer em até oito semanas. Com relação à diferença de custo entre os produtos Natureflex e filmes convencionais, a executiva da Innovia ressalva que há variações de acordo com as estrutu-ras que serão adotadas e substituí-das. “Como existem várias espessuras e nosso filme pode ser monocamada, não sai tão caro como todos imagi-

nam. Na verdade, é um preço acessível para a empresa que tem como meta a sustentabilidade”, ela assinala, lembrando que o filme derivado de polpa de celulose da Innovia é produzido somente na Inglaterra e nos EUA. Os clientes brasileiros, completa, podem fazer a importação direta com a Innovia ou comprar via distribuidor local que fica em Araras (SP) e atende todo o Brasil.

Em termos de performance em máquina, Ve-ruska garante que os filmes de celulose rodam normalmente em empacotadoras, impressoras, seladoras e outros equipamentos de conversão de embalagem convencionais. “No caso de impres-soras, alguns mínimos ajustes às vezes precisam ser feitos. Com relação à selagem do filme, os convertedores poderiam usar as mesmas selado-ras, com a vantagem de grande resistência a altas temperaturas, pois o filme Natureflex não queima e não sofre alterações nessas condições.

Em meio à disputa entre diferentes materiais de embalagem, os aspectos ambientais também podem ser o fiel da balança. No mercado de cho-colates, alguns fabricantes já atribuem à questão ecológica a crescente adesão a cartuchos de papel cartão em detrimento de filmes plásticos. “O pa-pel cartão pode ser reciclado com mais facilidade, além de levar menos tempo para se decompor no ambiente”, entende Juliana Grinberg, gerente de produto da Hershey Brasil, cuja linha de cho-colates especiais e para presente pode ser vista nos pontos de venda em diferentes formatos de cartuchos e estojos celulósicos. “Além do aspecto ecológico e da maior percepção premium, quando comparado a embalagens flexíveis, o papel cartão apresenta melhor barreira física, podendo ajudar na proteção contra avarias”, completa Juliana.

Em uma das iniciativas para conter o avanço de materiais concorrentes, os fornecedores de filmes flexíveis para embalagens de itens de confectio-nery depositam suas fichas em visuais e texturas diferenciadas. São os predicados do BOPP fosco, ou mate, que ganha cada vez mais espaço nos mercados de biscoitos e snacks. “No mundo plás-tico flexível de acabamentos majoritariamente bri-lhantes e coloridos, o aspecto mate se consolidou como um diferencial capaz de atrair a atenção do

consumidor, pois é visualmente elegante e sedoso, conferindo apelos de nobreza e ressaltando em al-guns casos o conceito de produto artesanal”, de-fine Sergio Bianchini, gerente de desenvolvimento da Polo. O aspecto fosco aveludado, prossegue o dirigente, estimula os consumidores a tocarem as embalagens, induzindo-os à compra. Em termos ambientais, Bianchini informa que o BOPP do tipo mate possui as mesmas características dos filmes plásticos brilhantes e comuns. “São filmes 100% reciclados, reutilizáveis e que podem se transfor-mar em outros produtos e/ou objetos plásticos pós reciclado”, ele conclui.

Priscila Mazzarin de Jesus, gerente de marke-ting e novos negócios da Vitopel, concorda com o colega da Polo, lembrando que o uso do filme mate diferencia os produtos no ponto de venda com ajuda do toque acetinado, que aludiria a produtos premium e saudáveis. A combinação do efeito mate com o efeito metalizado, através da laminação do filme de BOPP mate com filme de BOPP metalizado, é outra opção em alta. “Essa alternativa enobrece ainda mais a embalagem e tem sido uma solução de sucesso para várias aplicações de snacks, chocolates, bolos, barras de cereais e biscoitos”, insere a gerente. Fora do Brasil, ela lembra, o uso do efeito mate é muito mais consagrado, especialmente nas embalagens de produtos orgânicos e com apelo saudável. “Com relação à questão ambiental, o tipo mate apresen-ta as mesmas características dos demais filmes de BOPP, destacando-se por ser um filme com baixa espessura e 100% reciclável, o que resulta em uma racionalização de embalagem por produto e menor produção de resíduos”, arremata.

Dominado por caixinhas longa vida, ou emba-lagens cartonadas assépticas, o mercado de sucos prontos para beber também deve surfar a onda dos sistemas de acondicionamento que ambien-talmente corretos. Maior fornecedora do setor, a tetra Pak divulgou em dezembro último que utili-zará o polietileno de fonte renovável da Braskem na produção das tampas plásticas de suas emba-lagens. A planta de polietileno verde da Braskem, localizada em Triunfo, no Rio Grande do Sul, deve entrar em funcionamento no último trimestre de 2010. As primeiras entregas à Tetra Pak estão previstas para o início de 2011. A nova unidade utilizará etanol de cana de açúcar para produzir eteno, a ser posteriormente transformado em po-lietileno. O acordo garante o fornecimento de 5 mil toneladas de polietileno verde de alta densi-dade por ano, a partir de 2011, para a produção de tampas plásticas e lacres. O volume representa pouco mais de 5% da demanda total de polietile-no de alta densidade da Tetra Pak.

VERUsKa, Da innoVia RÁPIDA BIODEGRADAçãO

FAVORECE FILME DE CELULOSE

tEtRa PaK POLIETILENO VERDE DA BRASKEM EM TAMPAS DE CAIXINHAS LONGA VIDA

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caNal de veNda

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Um universo estimado em quase um mi-lhão de habitantes é público potencial da Doces imperial, rede de atacarejo especializado em confectionery com qua-

tro lojas na zona Leste de São Paulo, incluindo o município de Suzano. Na ativa há cerca de 40 anos, o estabelecimento derivou de atividade in-dustrial. Fabricante da linha de cocadas Imperial, o empresário Horácio Rodrigues Silva desconti-nuou a produção quando sentiu que a qualidade dos produtos estava ameaçada pela dificuldade de obter as melhores matérias-primas. Mas diante da robusta infra de distribuição e lista de clientes no varejo que tinha nas mãos, decidiu apostar em um formato de comércio doceiro ainda incipiente na região de Guaianases: o atacado de autosserviço (cash and carry). “No início, ele continuou com a fábrica, pois atendia pedidos até da Bahia, e ao mesmo tempo começou com a venda de doces”, rememoram Horácio Júnior e Vânia Rodrigues, diri-gentes da segunda geração no comando da rede.

A Doces Imperial distribuidora abriu as portas em 1970 em um galpão de 80 m2 com um mostruá-rio que não continha mais do que 200 itens, lembra Júnior. Apesar de acanhada, essa primeira loja – e atual matriz – marcou gol de placa logo de saída

Balcão nobreIMPERIAL CRESCE NO MERCADO PAULISTANO

pela sua localização, em área central do distrito de Guaianases, próxima à estação de trens/metrô e do mercado de gêneros alimentícios. “No final daquela década, ampliamos a área de venda para 400 m2”, assinala Vânia. Hoje, completa ela, essa primeira loja soma 1.100 m2 e opera cerca de 7.000 itens.

Nutrida pela demanda dos chamados cantinei-ros (donos de bares e vendas escolares) e consu-midores avulsos, a maioria formada por donas de casa que adquiriram o hábito de incluir gulosei-mas doces na lista de compras, a Imperial abriu a loja número dois em 1990 no mesmo bairro, po-rém mais próxima à estação ferroviária. Com isso, encorpou a clientela com a crescente população de vendedores ambulantes que naqueles idos co-meçava a proliferar em toda extensão das linhas integradas de trens urbanos e metrô.

O triunfo do formato atacarejo ficou evidente com o avanço da Imperial que, em 2007, abriu a terceira unidade no populoso distrito de Itaim Paulista e, no ano seguinte, inaugurou a quarta filial, no município de Suzano, totalizando 2.500 m2 de área de venda e 40 checkouts. “Dez anos atrás havia 23 concorrentes na região e, hoje, esse número diminuiu muito. O mercado é seletivo”, pondera Vânia. O atacado conta ainda com cen-tro de distribuição (CD) com capacidade para 900 posições de paletes.Um dos ingredientes da com-petitividade da Imperial é o fato de a rede operar diretamente com os fabricantes de candies, dado o volume de compras que movimenta algumas deze-nas de toneladas por mês. Dos 7.000 SKUs (Stock Keeping Units) comercializados, os salgadinhos do tipo snacks e as linhas de tabletes, bombons e barras (coberturas) de chocolate são na cena atual os campeões do giro em toda rede, repassa Vânia. “Em segundo lugar, entram com fatias parecidas as bolsas de pirulitos e pacotes de biscoitos, seguidos de sacos de balas, displays de gomas e chicles de bola e demais confeitos”, alinha ela, acrescentan-do que, apesar da rentabilidade por unidade ven-dida cada vez menor, o negócio de candies ainda sustenta certa atratividade pelo mix ofertado.

Vânia E JÚnioR SEGUNDA GERAçãO NO

COMANDO DA REDE

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atrair novos consumidores. “São sabo-res diferenciados, em embalagem prá-tica e ótima relação qualidade/preço, características que, sem dúvida, confe-rem alto potencial de vendas”, observa ela. Os novos slim box Frutas Tropicais e Yogurt Coco podem ser conferidos nas prateleiras do trade desde janeiro a um preço sugerido para o varejo de R$ 1,25 a unidade.

QUEM: ARCORPRODUTOS: BISCOITOS DANIXGANCHO: CARTOON NETWORK

A linha de biscoitos Da-

nix Cartoonz@um, licenciada

do Cartoon Network, leva novidades ao consumidor já neste início de ano. A primeira é o Danix Cartoonz@um Amanteigado Leite, em formato quadra-do e sabor Leite, que chama a atenção pelos personagens dos desenhos famo-sos do Cartoon Network estampados no próprio biscoito. Outro lançamento é o Danix Cartoonz@um Rosquinhas, com gotas de chocolate e ideal para a lan-cheira das crianças, pois é apresentado em embalagem de 90 gramas. Os bis-coitos agregam ainda uma nova série de figurinhas adesivas para a criançada colecionar. Modernas e divertidas, as embalagens trazem novos personagens de desenhos, como Samurai Jack, Hi Hi Puffy AmiYumi, Coragem, o Cão Covar-de, Du, Dudu e Edu e Juniper Lee, além de Johnny Bravo, Dexter, Billy e Man-dy e A Vaca e o Frango, que já faziam parte da linha Danix Cartoonz@um, insere Rodrigo Peçanha, gerente de ma-

QUEM: PERFETTI VAN MELLEPRODUTO: MENTOS GANCHO: VERSãO DE BOLSO

Marca de candies e gomas de mas-car campeã da Perfetti Van Melle (PVM), a linha Men-tos encorpa já no início de ano com dois novos sabo-

res na versão slim box (caixinhas de bolso). A de Frutas Tropicais exi-be um mix dos sabores melão, melancia e aba-caxi e a de Yogurt Coco, que une dois ícones da

temporada de calor, chega para turbi-nar ainda mais as vendas dessa linha durante o verão brasileiro. Os dois no-vos slim box foram desenvolvidos para comercialização exclusiva no Brasil e se juntam às já consagradas variantes Vitamina C, Yogurt Morango, Frutas, Menta, Ice Cherry, Ice Apple e Ice Gra-pe. “São sabores refrescantes e que se identificam muito com o gosto dos bra-sileiros”, avalia Tatiana Checchia, ge-rente de marca Mentos Bala da PVM.

Com esses lançamentos, a Perfetti Van Melle retoma investimentos na li-nha de embalagens tipo slim box, a se-gunda mais vendida pela marca no país. Segundo Tatiana, um dos motivos do sucesso desse tipo de apresentação é a praticidade que ela proporciona. “Pes-quisas mostram que 77% dos consumi-dores de balas procuram por praticidade na embalagem. O slim box agrada por-que pode ser guardado no bolso ou na bolsa, sem alterar o sabor e a refrescân-cia do produto”, completa a executiva. Para Tatiana, as novidades da marca detêm a receita perfeita para manter e

rketing de biscoitos da Arcor, detentora da marca Danix. Essa família de produ-tos, completa ele, encorpa ainda com os biscoitos recheados quadrados nos sabores Chocolate, Morango, Choc-Choc (casquinha de chocolate com recheio de chocolate) e Choco-Morango (cas-quinha de chocolate com recheio de morango) e com a linha Mini Wafer nos sabores chocolate e morango. “Todos os biscoitos da linha Danix Cartoonz@um contém Vitacálcio, um complexo de vitaminas mais cálcio, e 0% de gordura trans na porção”, observa o executivo.

QUEM: ALISPECPRODUTO: COBERTURA EM PEDAçOSGANCHO: EMBALAGENS STAND-UP POUCH

Conhecidas como stand-up pouches, as embalagens flexíveis com base sanfonada que permite exposição vertical nas gôndo-las são um dos chamarizes da nova linha de coberturas em pedaços da Alispec. Dis-poníveis nos sabores Ao Leite, Meio Amar-go e Branco, os produtos são encontrados em três tamanhos: 1kg, 500g e 25 kg. Dessa forma, a empresa espera atender o mercado institucional (food service), que demanda volumes maiores, e nichos de compras fracionadas, formado basicamen-te por consumidoras com hábito e talen-to para preparar doces em casa. Além de ficarem em pé nos pontos de vendas, as embalagens da nova linha da Alispec são dotadas de sistema abre e fecha do tipo zip, que facilita a conservação do produto após sua abertura.

giro

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DR – a melhora do poder de compra está abrindo mais espaço para doces e confeitos na cesta de compras dos consumidores paraibanos? silva – Sem dúvida. Historicamente os doces estão presentes na dieta cotidia-na dos paraibanos. Mas a melhora de renda dos últimos anos levou os con-sumidores locais a substituir produtos semiartesanais por outros industria-lizados, multiplicando o número de pontos de venda e induzindo um rápido processo de profissionalização de su-permercados e empresas de distribui-ção. Por outro lado, o índice de fatu-ramento das seções de mercearia doce vem crescendo de forma bem acentu-ada nos supermercados da Paraíba. DR – Que medidas o setor está adotan-do para aproveitar a alta no consumo de sucos e refrescos durante o verão?silva – Muitos fizeram parcerias com distribuidores. Além de evitar gargalos no fornecimento, esse tipo de estra-tégia garante em alguns casos ações promocionais e reforço na comunicação de ponto de venda. Entre os itens da categoria mais beneficiados pelo boom sazonal do verão, destacaria os sucos prontos para beber. Porém, é interes-sante ressaltar que na Paraíba, assim como no Nordeste de uma forma geral, as temperaturas são altas o ano todo, o

que garante um bom giro para sucos e refrescos. DR – como giro de chocolates, um dos hits de vendas da indústria nos últimos anos, tem evoluído nos supermercados paraibanos? silva – O alimento está passando a fa-zer parte da cesta de compras de um grande número de nordestinos que até então não tinham acesso a esse pro-duto. O aumento no poder de compra novamente é a explicação para o fe-nômeno. No caso específico do cho-colate, sua inclusão nos hábitos de compras dos nordestinos representa um desafio logístico para os super-mercadistas e distribuidores da região, pois, como se sabe, trata-se de um produto sensível a altas temperaturas. DR – Por que a Paraíba é considerada um polo de produção e distribuição de biscoitos e outras guloseimas? silva – Temos grandes fabricantes e distribuidores desses produtos. Acredi-to que, por ser um estado com localiza-ção geográfica estratégica no Nordeste, as empresas não só desse ramo, mas de alimentos em geral, procuram instalar suas bases por aqui.DR – como o pequeno varejo é canal por excelência do giro de confeitos, que ações os supermercados podem adotar para elevar sua participação no

faturamento desse setor? silva – O caminho certamente passa por investimentos em promoções den-tro das lojas e propagandas na mídia. DR – Quais tem sido as principais iniciativas da asPB?silva – A associação foi fundada em 21 de setembro de 1977. Temos sede própria em João Pessoa e mantemos delegados regionais na grande João Pessoa, Campina Grande e Patos. Ministramos mensalmen-te e sem custos para os associados cursos que abordam temas como atendimento ao cliente, higiene, saúde, segurança no trabalho e redução de índeices de per-das. Além disso, realizamos anualmente a Convenção Paraibana de Supermercados, com o objetivo de levar conhecimento e cultura ao setor, apresentando tendências e tecnologias de gerenciamento. Também promovemos o Encontro Paraibano de Su-permercadistas, Atacadistas e Distribui-dores, cujo objetivo é reunir empresários do setor e representantes de indústrias e do varejo, para aproveitar momentos de lazer e interação, bem como um encon-tro de amigos e de troca de experiências profissionais.DR – Quais os itens mais vendidos nas gôndolas paraibanas?silva – Os campeões de vendas são ba-las mastigáveis, chicles de bola, pasti-lhas, drops e balas de maior valor.

Balcão arretadoVAREJO PARAIBANO SOBRESSAI NA CENA NORDESTINA COMO ELDORADO DE

FABRICANTES E DISTRIBUIDORES DE CANDIES

Ficha coMPleta

acesse: www.docerevista.com.brdoce revista Janeiro 2010��

Presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), entidade fun-dada em 1977, cícero Bernardo da silva observa de posto privilegiado o avanço do varejo nordestino. Fazendo fronteira com os estados do Rio

grande do norte, Pernambuco e ceará, a Paraíba aglutina mais de 3.000 super-mercados, boa parte concentrada em campina grande e na região metropolitana da capital João Pessoa. À frente de eventos que atraem número crescente de profissionais atuantes na cadeia de valor de confectionery, como a convenção Paraibana de supermercados (consuper) e o Encontro Paraibano de supermer-cadistas, atacadistas e Distribuidores (Econsuper), silva traça nesta entrevista um panorama das oportunidades de negócio abertas no reduto de doces e gulo-seimas pelos recentes incrementos de renda dos consumidores nordestinos.

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