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Junho de 2010 ANO XVII nº 4 Notícias do Jardim São Remo comunidade Motoboys e discriminação Os conflitos entre a classe e a PM PÁG. 4 PÁG. 5 AV. SÃO REMO: COM A LIMPEZA, VIA PODE VIRAR ESPAÇO DE LAZER esporte Jogos da Cidade Vila Nova e Juventos vencem e convencem PÁG. 11 feminino Mulheres de iniciativa Elas é que mandam no negócio PÁG. 10 SãO REMO EM CLIMA DE COPA! A Copa anima a comunidade! As seções São Remano e Esportes mostram que os moradores estão prontos para acompanhar a Seleção. Debate e Entrevista discutem a relação entre política e futebol. Até o Cão Reminho está no espírito da Copa, entrando em campo com jogos e curiosidades! MAYARA TEIXEIRA BRUNO CAPELAS MARIA CLARA VIEIRA BRUNO CAPELAS DISTRIBUIÇÃO GRATUITA “Prefiro namorada, o Brasil não tá dando nada!“ FAGNER DOS SANTOS

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Quarta edição de 2010 do jornal Notícias do Jardim São Remo, realizada pelos alunos do primeiro ano de jornalismo da ECA-USP.

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Junho de 2010 ANO XVII nº 4

Notícias do Jardim São Remo

comunidade Motoboys ediscriminaçãoOs conflitos entre a classe e a PMPÁG. 4

PÁG. 5 av. são remo: com a limpeza, via pode virar espaço de lazer

esporteJogos da CidadeVila Nova e Juventos vencem e convencemPÁG. 11

femininoMulheresde iniciativaElas é que mandam no negócioPÁG. 10

SãO ReMO eM ClIMA de COpA!A Copa anima a comunidade! As seções São Remano e Esportes mostram que os moradores estão prontos para acompanhar a Seleção. Debate e Entrevista discutem a relação entre política e futebol. Até o Cão Reminho está no espírito da Copa, entrando em campo com jogos e curiosidades!

Mayara TEixEiraBruNO caPElas

Maria clara ViEira BruNO caPElas

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

“prefiro namorada, o Brasil não tá dando nada!“ FAgNeR dOS SANtOS

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2 Notícias do Jardim São Remo Junho de 2010

debate “Não dá pra misturar política e futebol.”Aidê FeliSbeRto, 50, moRAdoRA

EXPEDIENTENotícias do Jardim São Remo: publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretor: Mauro Wilton de Sousa. Chefe de departamento: José Luiz Proença. Professores Responsáveis: Dennis de Oliveira e Michaella Pivetti. Edição, planejamento e diagramação: Alunos do primeiro ano do jornalismo. Secretário de redação: Leandro Carabet. Secretária adjunta: Renata Hirota. Secretários gráficos: Bruno Capelas e Job Henrique Casquel. Editores de imagens: Luiza Furquim e Pedro Gallo. Editores Online: Danila Moura e Gregório Nakamotome. Editores: Ana Carolina Marques, Anna Carolina Papp, Glenda Almeida, Guilherme Bruniera, João Carlos Saran, Juliana Malacarne, Shayene Metri, Victor Ferreira. Repórteres: Ana Claveria, André Cavalieri, Beatriz Montesanti, Belisa Godoy, Bruno Federowski, Carolina Linhares, Felipe Poroger, Giovanna Rossin, Gustavo Pessutti, Isadora Bertolini, Jéssica Stuque, Maria Clara Vieira, Mariana Payno Gomes, Mayara Teixeira, Rafael Carvalho, Rafaella Peralta, Ricardo Bomfim. Correspond�ncia: Av. Prof.Correspond�ncia: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Bloco A Cidade Universitária – CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected]. Impressão: Gráfica Atlântica. Edição mensal: 1500 exemplares.

Assim que Dunga divulgou a escalação para a Copa, mui-tos brasileiros se mostraram inconformados com a esco-lha dos jogadores. Todos queriam dar palpites e afir-mavam que se pudessem es-colher no lugar de Dunga, a escalação seria bem melhor.

É curioso ver que esse gran-de interesse em selecionar os jogadores que nos repre-sentarão na Copa em ape-

nas um m�s não ocorre na hora de escolher os políticos que nos representarão nas grandes decisões por longos quatro anos!

O poder de escolha e de voto ficou banalizado. Vá-rios votam por votar, como se fosse algo entendiante.

Por enxergarem assim, não se preocupam em fazer uma seleção cuidadosa dos polí-ticos, com a verificação de seus antecedentes, suas pro-postas e sua postura em ou-tros mandatos.

Vota-se naquele político que deu uma cesta básica,

ou simplesmente um adesi-vo. Muitos votam por brin-cadeira, escolhendo o candi-dato só pelo fato de ele ser um cantor de forró, um es-tilista famoso ou ainda, por que ele aparece no horário político aos berros, dizendo: “meu nome é tal!”.

Por que quando só o Dun-ga podia escolher todo mun-do quis “meter o dedo” e na hora em que todos t�m o di-reito à escolha, vários lar-gam mão?

Está na hora de o Brasil valo-rizar mais o direito de votar! Aproveitar a sua vez de ser

“Dunga” por um dia e fazer a escalação que vai compor o melhor esquema tático para o Brasil despontar no cenário internacional. Melhor do que isso, está na hora do brasilei-ro aprender a fazer a seleção! A fim de tornar o Brasil um te-tra, penta, hexa campeão não só na Copa do Mundo, mas também nas grandes ques-tões nacionais e mundiais.

DESPEDIDA A atual equipe de redação do NJSR se despede dos leitores. Em setembro, um novo time de repórteres entra em campo.

dunga por um diaLeandro Carabet

Durante a Copa, a São Remo torce unida pelo Brasil, mas se divide quando o assunto é elei-ção. Alguns, desiludidos, já não ligam para a política, como Sal-vino Teixeira, 61 anos: “Só voto por votar, não tenho esperança nenhuma em relação aos candi-datos”. Ao contrário, Janaína Soa-res, 24, afirma que vota com cons-ciência para melhorar o país.

Olho no LanceOmário Mendes aponta que os

olhares se voltarão para o mun-dial: “A Copa vai fazer com que as pessoas só prestem atenção nela”. Porém, em outubro, eles têm que estar mais atentos, pois é hora de

escolher em quem votar. É o alerta de Gonçalo Ribeiro, 60, “Copa do Mun-do é uma coisa, política é ou-tra [...] Quanto mais se interes-sar pela políti-ca, melhor”.

Escolher bem o candidato re-vela o interes-se pelas deci-sões políticas. Para votar, Alice Lopes, 31, olha propostas como mais hospitais, emprego, oportu-nidades para jovens. E completa: “Vejo se o candidato [eleito] está fazendo mesmo, se tem algo em andamento”. Wedson Machado,

16, vai olhar “o que o candidato tem feito; se fez escolas, projetos, distribuição de cobertores”.

“Na política, tem tanta coisa boa, mas tem tanta coisa ruim também”, diz Antônio do Nas-

cimento, 29. Talvez seja por isso que muitos são remanos perdem as esperanças. Maria da Concei-ção, 55, assume: “Voto porque é obrigação. Pego o papel que eles distribuem e voto no que está escrito”. Para Marlene Bispo, 29, os políticos só prometem. “As-sisto ao horário eleitoral por as-sistir”, afirma.

Time em campoApesar disso, Paulo de Almei-

da, 43, confirma que na comuni-dade “a maioria das pessoas se preocupa, sim, com política”. E “isso tem que ser em todo lugar, não só aqui na São Remo”, acon-selhou o morador José Agnaldo. Agora é torcer pelo Brasil, tanto na Copa do Mundo quanto nas Eleições de 2010.

Os eleitores Gonçalo, Wedson, Salvino e Janaína

Belisa Godoy Carolina Linhares Jéssica Stuque

Cidadão consciente é gol para o brasil glenda almeida

o p i N i ã o

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entrevista“Tem muito tempo entre o fim da Copa do Mundo e o começo

das eleições.”

Junho de 2010 Notícias do Jardim São Remo 3

DORA KRAMER

Carolina Linhares Belisa Godoy Jéssica Stuque

Dora Kramer, jornalista espe-cializada em política, discute os grandes temas que envolverão o brasileiro em 2010: a Copa do Mundo e as eleições.

Comentarista do Jornal Esta-dão, a jornalista fala sobre a mo-bilização e a projeção do futebol brasileiro, fala sobre a escolha do candidato nas eleições 2010 e so-bre o projeto Ficha Limpa.

NJSR: As pessoas estão mais interessadas em política?

Dora Kramer: Eu posso ter al-

gumas suspeitas e alguns indi-cadores de que sim. Eu vejo que há mais consciência. Quando eu vejo uma mobilização como essa em torno do projeto Ficha Limpa, não posso deixar de concluir que isso é resultado de um interesse pela política. Acho que o setor que tem acesso a mais informação, de-monstra mais esse interesse.

NJSR: O que é essencial para a escolha de um candidato?

DK: Não fazer um exame su-perficial do candidato e não fazer uma escolha corrida. Dedicar al-gum tempo para examinar o que ele faz e não confiar na opinião dos outros, nem naquele momen-to da televisão. Olhar o voto como se ele não fosse obrigatório, como se fosse facultativo.

NJSR: A Copa do Mundo vai tirar a atenção dos brasileiros das eleições de 2010?

DK: Acho que não, porque a Copa do Mundo acontece muito antes da eleição. A eleição só vai acontecer dia 3 de outubro e a Copa

do Mundo acaba dia 11 de julho. Tem muito tempo entre o fim da Copa e o começo das eleições.

NJSR: A seleção re-presenta mais o brasi-leiro do que a figura do presidente?

DK: Eu acho que não. A figura de um presidente da República representa o brasileiro o tempo intei-ro. Já a seleção de futebol representa em momentos específicos. São represen-tações de natureza com-pletamente diferentes.

NJSR: Como as eleições po-deriam contribuir para a for-mação de uma consciência po-lítica maior da população?

DK: Se a gente tivesse o voto fa-cultativo, isso seria um bem, por-que quando não se tem o voto obrigatório, o político se sente obrigado a conquistar o eleitor a ir à urna. No momento em que ele se sente obrigado a conquis-

tar o eleitor, ele melhora não só o seu desempenho no momento da campanha eleitoral, mas também ao longo do mandato. Passa a ser uma história de mão dupla.

NJSR: Qual sua opinião so-bre o Projeto Ficha Limpa?

DK: Foi um trabalho bem feito. Serve de exemplo de como a par-ticipação popular é importante.Achei um momento especialmen-te rico e bem escolhido.

Apesar de disputarem a atenção, segundo especialista, Copa não atrapalha eleições políticas

Cenas da São Remo

Política x Futebol: empate técnico

fotos: glenda almeida

DK é considerada no meio jornalistico a mais bem informada nos assuntos políticos

arquivo pessoal

belisa godoy

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comunidade “Só porque você mora na periferia, não significa que é vagabundo ou bandido.”jorge*, MorADor DA CoMUNIDADe

4 Notícias do jardim São remo junho de 2010

Maria Clara N. Vieira

A greve na Universida-de de São Paulo, iniciada no dia 3 de maio, continua. Com isso, os ônibus circula-res da USP continuam para-dos. Os restaurantes da uni-versidade administrados pela COSEAS (Coordena-doria de Assistência Social) também estão sem funcio-nar. Já o Hospital Universi-tário e o Centro de Saúde Escola do Butantã funcio-nam normalmente.

A reivindicação dos tra-balhadores é pela isonomia salarial entre professores e funcionários, reajuste de 16% e mais R$ 200. Apesar das várias tentativas, reito-ria e sindicato ainda não se entenderam.

No dia 8/6, funcionários ocuparam a reitoria. O pro-testo ocorreu em oposição ao corte de salário de cerca de mil servidores que ade-riram à greve, de acordo com o sindicato.

Sem acordo, a paralisação continua

greVe NA USP Polícia reprime motoboysSão remanos relatam situações que viveram; PM e sindicato comentam

Mariana Payno Gomes

Noite do dia 9 de abril. Eduar-do Luís dos Santos é levado para o batalhão da PM por um grupo de policiais militares que o abordou. Horas depois, é encontrado mor-to na zona norte da capital.

Madrugada de sábado, 8 de maio. Alexandre Santos circula de moto pela zona sul. Alguns minu-tos mais tarde, é abordado na porta de sua casa pelos PMs, que lhe apli-caram uma “gravata” até que per-desse os sentidos. Foi levado para o hospital, mas não resistiu. Os dois trabalhavam como motoboys.

Acontece na São RemoAs ruas da São Remo estão cheias

de motos. Muitos de seus donos contam que já passaram por situa-ções parecidas envolvendo a polícia. “Eu estava che-gando em casa do trabalho, quando dois policiais me abordaram. Eles me agre-diram e me levaram para a delegacia, alegando que eu estava bêbado e drogado”, relata Jorge*. Ele dormiu na cadeia e pode ser leva-do a julgamento.

Gilmar*, são remano e motoboy, já foi parado várias vezes por poli-ciais. Nem sempre de forma amigá-vel. Segundo ele, as agressões não são apenas físicas, mas também verbais, com xingamentos e amea-ças. O morador João* conta que fi-cou preso por 45 dias, “porque o po-licial não foi com a minha cara”.

Aldemir Martins, o “Alemão”, presidente do Sindicato dos Moto-ciclistas de São Paulo, mostrou in-dignação quanto à atitude de certos

Motoboys da São Remo também são vítimas da violência policial

Maria clara vieira

Maria clara vieira

“EssEs Maus

PoliCiais têM quE sEr

ExPulsos Para

sErVir dE ExEMPlo”,

alEMão

policiais. “Eles exageram, agridem os trabalhadores. O papel da polícia é edu-car, mas eles vão para a pe-riferia sedentos de matar”.

Nos casos de assassina-to de motoboys, Alemão sente falta de uma repre-sentação da categoria na justiça. “O Sindicato não

tem legitimidade para agir. Isso cabe aos movimentos pelos direi-tos humanos, mas eles não se pro-nunciam. Eles não podem ficar quietos. São movimentos hipó-critas e oportunistas”, protestou. Preconceitos

Alemão confirma a opinião de vários são remanos: “Para a po-lícia, todo motoboy é bandido”. A assessoria de imprensa da PM, porém, condena o comportamen-

to violento e a discriminação. “A Polícia Militar é responsável por executar as leis e não sustenta pre-conceitos de qualquer natureza con-tra o cidadão”. Completou, ainda, que os policiais militares que não se-guem as bases da cidadania no de-sempenho de suas funções são pu-nidos e afastados de seus postos.

Os policiais envolvidos nos casos de Eduardo e Alexandre estão pre-sos. “O que me inspirou confian-ça foi que os promotores os denun-ciaram por racismo, preconceito e tortura. [A prisão dos envolvidos] renovou minha esperança em um país melhor”, desabafa Alemão. Mas, infelizmente, é inegável que ainda existe preconceito. Gilmar reforça: “Na comunidade é assim, no Morumbi não”.

*Os nomes utilizados são fictícios.

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comunidade“Todas rua tem seu curso (...) por onde passa a memória,

lembrando histórias de um tempo que não acaba.”

A RuA (GilbeRTo Gil)

Junho de 2010 Notícias do Jardim São Remo 5

Maria Clara Vieira

A Avenida São Remo está quase nova. Falta pouco para o lixo e entu-lho acumulados ao longo do muro da Sabesp sumirem de vez. No lu-gar deles, surge a cada dia uma nova calçada, com espaço para me-sas de jogos e plantio de árvores.

A retirada dos mate-riais que sujavam a ave-nida, iniciada em 24 de maio, ainda não acabou e está sob responsabili-dade da subprefeitura do Butantã. Conforme o lixo é retirado, a Sa-besp, encarregada da reforma da calçada, avançava com a obra.

Até o fechamento desta edição, a subprefeitura não se manifestou so-bre a data do plantio das árvores. A encarregada de planejamento da Sabesp, Rosângela Pimentel, infor-mou que as mesas já foram compra-das e logo serão instaladas.

A futura Rua de Lazer Ratos e insetos invadiam casas

por causa do lixo, segundo mora-dores. Além disso, a circulação de carros e pessoas era comprometi-da. Por esses motivos, a limpeza da área é de grande importância para a comunidade.

O novo espaço será um lugar se-guro para a circulação de pedestres e crianças poderão se divertir, sem perigo de atropelamento. Na co-munidade é comum os pequenos brincarem na rua “de corda, pega-pega, esconde-esconde e bicicleta”,

conta Davi Alves, 7 anos. Apareci-da Pereira, mãe de uma menina de 5 anos, é “totalmente a favor [da re-forma], porque é aqui perto e não precisa gastar com condução para levar as crianças para brincar.”

Para o morador Wilson Braz Couto, “[a reurbanização] é vá-lida principalmente para os ido-

sos”, já que serão co-locadas mesinhas para jogos como dominó, xadrez e baralho.

Rosângela dos San-tos, coordenadora do projeto Alavanca, par-ticipou da reunião so-

bre a reforma. Ela disse que há muito tempo existia na comuni-dade a vontade de realizar a obra, mas era preciso unir forças.

Depois da reformaEmbora muitas sejam as van-

tagens para a comunidade, há quem pense no lado negativo. “É uma idéia muito boa tirar o lixo, mas precisa de fiscalização para ninguém fazer de estacio-namento”, alerta um senhor que não quis se identificar. De acordo com ele, algumas pessoas usam espaços públicos como depósito de carros velhos.

Existe a intenção de se fechar a avenida aos finais de semana para a criação de uma Rua de La-zer. Sem carros circulando, a prá-tica de esportes é favorecida, bem como as brincadeiras das crianças. Tal medida, porém, depende ain-da de aprovação na prefeitura.

A transformação da Av. São Remo: retirada do entulho e reformas

Av. São Remo de cara nova Com reurbanização, crianças e idosos têm novo espaço para lazer. A população vive melhor: livre de insetos, ratos e mal cheiro

“Tem SempRe cARRo pRA

ATRApAlhAR A bRiNcAdeiRA”

(loRRAyNe feRReiRA, 11)

e as férias chegaram...Maria clara Vieira

André Cavalieri

As férias escolares vão chegan-do, a meninada a cada dia tem mais tempo livre e os pais dificil-mente conseguem se dedicar em período integral para suas crian-ças. Enquanto muitas mães traba-lham ou estão em outras ativida-des, a São Remo está preparada para divertir os seus pequenos.

O Circo Escola promoverá o “Re-creio nas férias”, projeto que pre-tende realizar passeios e atividades diferenciadas com os jovens. Uma equipe de oito educadores será res-ponsável pela recreação durante todo o período do programa, entre os dias 12 e 16 de julho, das 9h30 às 16h30. É necessário que as crianças se inscrevam no próprio Circo Es-cola para participar.

O Projeto Alavanca também terá programação especial: serão reali-zados passeios, jogos cooperativos, gincanas e atividades envolvendo culinária e artes. Com 25 vagas, as atividades vão das 10h às 18h, do dia 19 ao dia 30 de julho.

Para os jovens e adultos, das 18h às 22h, do dia 13 ao dia 30 de julho, o Alavanca oferecerá um curso in-tensivo de inglês. Serão disponibi-lizadas 14 vagas. As inscrições para ambas as iniciativas já estão abertas e devem ser feitas no Alavanca.

belisa godoy

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comunidade A Parada Gay de São Paulo movimenta R$ 200 milhões e atrai mais de 400 mil turistas todo ano

6 Notícias do Jardim São Remo Junho de 2010

Rafael Carvalho

“A passeata virou um carnaval fora de época” – é assim que Giva-nildo dos Santos resume sua opi-nião sobre a Parada Gay de São Paulo, que reuniu no domingo dia 6 mais de 3 milhões de pessoas. Desde a primeira edição do evento, em 1997, moradores organizam-se para irem juntos à Av. Paulista.

Este ano, pela primeira vez, o grupo optou por não ir às ruas – pelo menos não às de São Paulo. Festa por festa, os são remanos re-solveram ficar no próprio ponto de encontro de onde partiam normal-mente, em frente ao mercado Rol-dão, mas garantem que se organi-

zarão para ir às Paradas gay de Carapicuíba ou Osasco. Segundo eles, nessas cidades, o movimento GLBT ainda mantém suas postu-ras originais. A proposta de pres-são política não foi abafada pelo marketing das casas noturnas, grandes patrocinadoras da versão paulistana do evento.

A Parada hojeO grupo já chegou a fretar um

ônibus inteiro, mas de alguns anos para cá viu seu número de adep-tos diminuir. Os que continuavam indo à Parada consideram essa queda no interesse a conseqüên-cia de uma mudança na proposta do evento, que está cada vez mais

voltado para o marketing e para o entretenimento, esquecendo seu caráter militante. “Não quero ir lá para ouvir palanquismo de políti-

cos que não se preocupam de fato com a causa dos gays”, declara um dos participantes.

O boicote foi uma forma de criti-car o deslocamento dos reais objeti-vos e necessidades do público gay. Foi enviada, inclusive, uma carta-crítica à APOGLBT, responsável pela organização do evento. Um número pequeno de são remanos foi a Parada por conta própria.

Oscilando entre palanque e car-naval, a Parada Gay traz como tema uma questão importante, em-bora pouco discutida: as políticas públicas voltadas para os cidadãos homossexuais. . “A discussão sim, disso nós não podemos abrir mão”, conclui Givanildo, esperançoso.

São remanos boicotam Parada GayDiscordando das propostas atuais do evento, grupo da comunidade recusa ir à Av. Paulista

Passeata na Avenida Paulista

Voluntário do Alavanca vai à AlemanhaBruno Federowski

Bruno de Souza Santos, mo-rador da São Remo, deve viajar para a Alemanha num programa de intercâmbio promovido pela Waldorf, uma escola para indiví-duos com necessidades especiais, em convênio com o Projeto Ala-vanca. A viagem deve ocorrer em

agosto ou setembro.O programa já havia trazido ale-

mães para o Brasil, porém Bruno é o primeiro brasileiro a fazer o cami-nho contrário. Lá, ele estudará ale-mão e será encaixado em uma das seguintes opções: ou ele prestará serviços à família que o acolher; ou dará aulas na própria escola; ou par-ticipará de oficinas. O tipo de traba-

lho realizado só será decidido quando ele che-gar ao local.

Na quarta-fei-ra, 2 de junho, ele foi ao consu-lado alemão para definir os últimos detalhes de seu intercâmbio. A es-cola deve retornar as informações

que lhe foram enviadas em aproxi-madamente quinze dias.

A ideia já é antiga: desde novem-bro de 2009, Bruno vem planejando essa viagem. Nesse processo, con-tou com a ajuda de Daniela Mat-tern, do Alavanca. “Ela me ajudou muito, mas a vontade foi minha”, diz ele, que espera para viver a ex-periência no país germânico.

Com o fim dos preparativos, Bruno aguarda ansiosamente para estudar e trabalhar no país

o moRadoR pRestaRá seRviços

voluntáRios no país euRopeu

O Projeto Redigir, curso de redação e gramática oferecido por alunos da USP, abre inscrições para o segundo semestre de 2010. Quem: maiores de 16 anos

que estudam ou estudaram em escola pública. Quando: dias 17 a 19 e 24 a 26 de junho; dias 29 a 31 de julho - 5ª e 6ª das 9h às 20h e sábado das 9h às 13h30.

onde: Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cid. Universitária. doCumentos: cópias de RG, comprovante de

escolaridade e comprovante de renda do candidato e daqueles que moram com ele. inFoRmaçÕes: [email protected] projetoredigir.weebly.com

Inscreva-se! Projeto Redigir

wagner fontoura - via flickr

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direto da África do Sul

Mascotes

Seleção Jogos

Curiosidades

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caça-palavras

tirinha

+

+

A primeira mascote de Copa do Mundo foi o leãozinho Willie, criado para o mundial de 1966 na Inglaterra. Desde então elas vêm sendo grandes atrações a cada edição. As duas primeiras Copas vencidas pelo Brasil, 1958 na Suécia e 1962 no Chile, não tiveram mascotes. Em 1970 no México o representante foi o garotinho Juanito; em 1994 nos Estados Unidos foi a vez do cãozinho Striker; e em 2002 na Coréia do Sul e no Japão havia três mascotes: Ato, Kaz e Nik, criaturas geradas por computador. Na África do Sul em 2010 o mundial será representado pelo simpático leopardo Zakumi.

ZAKUMI - 2010

WILLIE - 1966 JUANITO - 1970

Nem sempre a seleção vencedora é a que fica na

cabeça do torcedor. A Hungria de 1954 e a Holanda de 1974

ficaram com o vice-campeonato mas são lembradas até hoje

pelo seu futebol bonito.

O Brasil é o único país que disputou todas as edições da Copa

do Mundo. Em 2010 a seleção disputará seu 19ª mundial.

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JUANLÚCIO MAICON JÚLIO CÉSAR

FELIPE MELO GILBERTO SILVA

MICHEL BASTOS ROBINHO KAKÁ LUÍS FABIANO ELANO

STRIKER - 1994ATO, KAZ E NIK - 2002

Os maiores vencedores das

Copas são o Brasil com 5 títulos, a Itália com 4 e a

Alemanha com 3.

Em 2002 a Suíça tornou-se a primeira seleção eliminada de um mundial sem tomar gols. O país foi eliminado nas

oitavas-de-final pela Ucrânia nos pênaltis.

O brasileiro Ronaldo é o maior artilheiro das Copas com 15

gols. O feito foi alcançado em 2006

contra o Japão.

“Gosto do Robinho, do Kaká e do Julio César. Com eles o Brasil vai ganhar.”Douglas Moraes, 12 anos

“Vai ser difícilganhar da Argentina. Eles têm o Messi e o Tevez.”Matheus Alexandre Pereira, 12 anos

A COPA E OS SÃO REMINHOS

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Em 2010 a Copa do Mundo será sediada no continente africano pela primeira vez. A principal cidade será Joanesburgo, que abrigará a abertura e a final do mundial. O país-sede, a África do Sul, possui diversos povos. Lá existem 11 línguas oficiais! A bola oficial dessa Copa é a Jabulani (‘celebração’em Zulu) e a mascote é o simpático leopardo Zakumi. Durante os jogos, a torcida pro-mete fazer barulho com a famosa vuvuzela! Os principais rivais do Brasil na busca pelo título são Ar-gentina, Alemanha, Itália, Espanha e Holanda. Agora é torcer para que o técnico Dunga e os craques brasileiros conquistem o HEXA!

O jogo com mais gols foi Áustria 7 x 5 Suíça, no mundial de 1954, Copa com a maior média de gols: 5,4 por partida!

A maior goleada da história dos

mundiais ocorreu em 1982 na Espanha: Hungria 10 x 1 El

Salvador!

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papo retoSuazilândia, pequeno país africano, possui 26,1% da

população infectada pelo vírus da Aids. Em termos práticos,

uma em cada quatro pessoas.

Junho de 2010 Notícias do Jardim São Remo 7

“Viver com AIDS é possível, mas com preconceito não”Especialistas e ONG’s se esforçam por maior respeito a soropositivos

Felipe Poroger

No inicio de maio, a Folha de S.Paulo publicou uma notícia de que o Ministério da Saúde estaria preparando um protocolo orien-tando – e incentivando - a repro-dução planejada de soropositivos. Por meio deste, o governo defen-deria a possibilidade de pessoas portadoras do vírus HIV pode-rem ter relações sexuais sem ca-misinha, em datas e condições clí-nicas específicas, quando a chance de transmissão da doença se-ria próxima a zero.

Embora de caráter es-peculativo, a publicação rapidamente gerou forte repercussão em diversos se-tores da sociedade.

Um dos primeiros a se pronun-ciar foi o ministro da Saúde, José Temporão, que afirmou que esta orientação para gravidez ainda está em estudo, ressaltando que o objetivo é “que todas as mulheres brasileiras que queiram ter filhos, os tenham em condições seguras para si e para os seus bebês”.

RepercussãoEspecialistas em AIDS apoiaram

a iniciativa do governo. Juvêncio Furtado, membro do comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse que atendeu seis casais nessas condições, des-tacando que “nenhum parceiro se contaminou e todos os bebês nas-ceram saudáveis“.

O infectologista Ésper Kallas,

professor da USP, também apoiou a realiza-

ção, ressaltando, porém, que “não dá para os pacientes tomarem a de-cisão sozinhos”.

Polêmica O assunto ganhou contornos po-

lêmicos quando o jornalista da TV Globo, Alexandre Garcia, ignorando o apoio de es-pecialistas à iniciativa do governo, declarou que é uma “maluquice” um so-ropositivo engravidar.

A declaração foi re-pudiada por militantes da luta contra a AIDS, membros da ABGLT (Associa-ção Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexu-

ais) e também por Mariângela Si-mão, diretora do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que clas-sificou a declaração como pre-conceituosa e “um enorme preju-ízo para as pessoas que convivem com HIV/AIDS”.

Combatendo o preconceitoVinte anos depois do início da

disseminação da AIDS, com o de-senvolvimento de medicamentos e campanhas de prevenção, a doença mata menos e não debilita tanto os seus portadores; sobreviver à do-ença não está mais em pauta.

O preconceito, no entanto, con-tinua. O objetivo agora é garantir que os soropositivos tenham uma vida normal. Incentivar a gravidez natural dos portadores é uma me-dida que visa reduzir os abismos entre a vida dos soropositivos e a de quem não tem a doença.

Esforços do governoCom esse objetivo, o governo

lançou, em 2009, a campanha “Vi-ver com AIDS é possível, com o

preconceito não”, que re-forçava que portadores do HIV podem levar uma vida normal e se relacio-nar, inclusive, com pes-soas que não têm o vírus. Diretor da ONG Amigos da Vida e portador do ví-rus há 22 anos, Christiano

Ramos, 41, disse: “A figura do Ca-zuza não existe mais. O maior ini-migo da AIDS é o preconceito”.

existem Por volta de

33 milhões de Pessoas no mundo

Portadoras de hiv

Oi, meu nome é Adelvan de Lima. Sou morador da comunidade São Remo e quero, em primeiro lugar, parabenizar a todos pelo excelente trabalho.

Outro informativo é que saiu um Edital do Minis-tério da Cultura chamado “Premio Hip-Hop.” Gosta-ria que vocês colocassem na próxima edição, já que há na comunidade pesso-as ligadas ao movimento Hip-Hop. Eu sou um dos-membros do “Simbólicos”, um dos grupos de rap da comunidade. Pretendemos nos inscrever nesse edital.

Também gostaria de di-zer que faço um trabalho voluntário na creche Giras-sol desde 2007 e nunca tive a oportunidade de expô-lo para a comunidade.

Adelvan de Lima NunesPonto de Cultura Amorim

Rima/CEACA

E-MAiL: [email protected]

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8Notícias do Jardim São Remo Junho de 2010

são remano “Não entendo de futebol, mas eu gosto do agito”doNa SeveRiNa beNto da Silva, moRadoRa da São Remo

doze de junho: tem algum solteiro aí?

O sonho dos apaixonados, o pe-sadelo dos solteiros, o Dia dos Na-morados já chegou. Comemorado no dia 12 de junho, é uma das datas que mais movimenta o comércio.

“É uma comemoração especial”, diz Grace Kelly Silva que, apesar de já estar casada há sete anos, ainda festeja a data. Ela confessa que “no começo, a data era melhor”, mas que, ainda hoje, ela e o marido tro-cam “lembrancinhas”.

Vânia Patrícia, casada há quatro anos, desabafa “Ele nunca lembra, mas eu lembro ele”.

Dia dos namorados ou copa? “Estou mais ansioso para a

Copa”, revela Paulo dos Santos, um dos comprometidos entrevis-

tados. No entanto, essa opinião gera divergências, sobretudo entre os solteiros. Lançamos a eles a se-guinte pergunta: o que você prefe-

re, arrumar uma namorada ou ver o Brasil ser hexacampeão?

Rafael, um dos solteiros en-trevistados pelo NJSR, respon-

deu, sem hesitar, “É melhor ar-rumar uma namorada, pois ela está sempre ao seu lado, o Brasil não”, salienta o jovem.

Dia dos namorados empolga os românticos e faz sucesso até entre os descompromissados

Mayara TeixeiraRafaella Peralta

Copa agita as ruasRafaella Peralta

O primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo será no dia 15 de junho contra a Coreia do Norte, mas os são remanos já estão na torcida. Muitas ruas da comunidade já fo-ram enfeitadas com bandeirinhas verdes e amarelas.

Nos bares, a expectativa é que o movimento aumente. Basta uma televisão para que os moradores prestigiem juntos a seleção. Há também os que preferem acom-panhar os jogos em casa. Porém, ainda assim, a comemoração não

fica restrita a quatro paredes. “Quando o Brasil faz um gol, todo mundo corre pra rua”, con-ta Divanete Machado.

Bares e lojasA Copa, além da diversão, mo-

vimenta o comércio. Lojas exi-bem nos mostruários e nas vi-trines o verde e amarelo. Os comerciantes esperam que as vendas cresçam com a chega-da da competição. “A galera co-meça a comprar um ou dois dias antes dos jogos”, revela Fátima, dona de uma loja na São Remo.

Briga pelo hexa movimenta a comunidade

Cybernétikos no tv XUXaGiovanna Rossin

Os Cybernétikos têm uma novidade: participa-rão de um concurso de dança de rua no TV XUXA. O programa, que vai ao ar todos os sábados às 10h30, fez uma pré-sele-ção por todo o Brasil.

Dentre milhares de con-correntes, o grupo foi um dos 12 escolhidos para se apresentar no TV Xuxa e disputar o prêmio. No dia 10 de julho, ocorrerá a primeira eliminatória.

Arte: MAyArA teixeirA

MAriA clArA vieirA

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são remano“Adoro as pessoas daqui, valeu muito a pena vir para São Remo”

MARiA JoSé, donA do bAR coRAção

junho de 2010 notícias do Jardim São Remo 9

Maria José abre seu bar e seu coraçãoDona do Bar Coração conta um pouco de sua história, de seu trabalho e sobre a vida na SR

Mayara Teixeira

Não foi fácil encontrar nosso perfil. Três portas na cara. Pro-curávamos uma personalidade e não uma pessoa, mas aí entra-mos no “Coração”. Na Rua G, em frente à Viela 10, no Bar do Cora-ção, estava sentada quase que es-condida atrás de uma geladeira e segurando um lindo neném, Ma-ria José, 52 anos, dona do estabelecimento.

Afirmou com ar de incer-teza que há 32 anos está em São Paulo: “Sou de Alago-as e primeiro morei em São Domingos, mas aí surgiu um barraquinho na São Remo”. Veio com a família e diz com sorriso no rosto que adora viver na comunida-de e nem pensa em voltar a sua terra natal.

Mulher de negócios Mas uma mulher dona de

bar? É! Maria José já teve ou-tros bares, todos na São Remo

mesmo, mas o “Coração” é que obteve sucesso. “É gos-toso e divertido ter um bar”, afirma. O local recebe clien-tela predominantemente, para não dizer exclu-s i v a m e n t e , m a s c u l i -na. Muitos vão jogar

cartas, assistir a jogos de futebol ou mesmo só be-

ber e conversar, e às vezes paquerar.

Foi traba-lhando atrás do balcão que Ma-

ria José conheceu seu atual compa-

nheiro. Ele nasceu em Minas Gerais e sempre

investia em elogios. Ela de-morou para perceber, mas atual-mente já estão juntos há mais ou menos sete meses.

Vida amorosa

Esse é seu terceiro companhei-ro, os outros dois maridos fale-ceram. Maria José é mãe cinco filhos e tem quatro netos, um de-les é Fabrício, de quatro meses, que estava dormindo no colo da avó quando chegamos ao bar, mas nos surpreendeu ao abrir seus olhinhos espantados com a nossa presença.

Sobre os desafios de ser pro-prietária de um bar, Maria José

afirma que existem dias em que não dá conta atrás do balcão, como sextas e sábados, em que o número de clientes au-menta bas-tante. Ocor-rem também brigas e a n e c e s s i d a -de de apar-tá-las, “dou meu jeito de acalmar os ânimos”, ela diz. A decora-ção do bar é corintiana, apesar de ela torcer para o time do São Paulo:“foram os clientes que pe-diram pra deixar aí”.

No fim da entrevista, na hora da foto, Maria José ria como criança, mas tentava se manter levemente séria na frente da lente. Sua preo-cupação era aparecer sem os ócu-los e não ficar com cara de brava, mas não precisava de nada disso, ela é a típica personalidade real e verdadeira, anônima dona de um grande coração.

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“Sou dE AlAgoAS E PRiMEiRo

MoREi EM São doMingoS, MAS

Aí SuRgiu uM bARRAquinho nA São REMo E

viM PRA cá”

Mayara teixeira

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10 Notícias do Jardim São Remo Junho de 2010

feminino “O principal é passar o período de gravidez num ambiente saudável, sem grandes conflitos emocionais.”MaRia TheReSa, Médica

São elas que mandam no negócioIsadora Bertolini Labrada

Pelas ruas da São Remo, é fácil notar a quantidade de quitandas, mercados e cabeleireiros. Mais fá-cil ainda é ver a presença em peso de mulheres por trás dos balcões, atendendo clientes e mostrando-se solícitas. Todas conseguiram achar uma alternativa ousada para uma dificuldade financeira, ou seja, fo-ram empreendedoras.

Empreendedorismo é quando alguém toma uma iniciativa arriscada e criativa para gerar ri-quezas. Pode ser abrindo um comércio ou inovando uma técnica já existente de trabalho. Na São Remo, podemos encon-trar exemplos de mulheres que, passando por um aperto financei-ro, foram empreendedoras.

São remanas nos negóciosÉ o caso de Francisca Graciana

Santiago, 46 anos, que conseguiu contornar o desemprego dela e do marido, a princípio, com a venda de algumas frutas em caixotes, para de-pois alugar um espaço no qual mon-tou uma loja com mais variedade e outros produtos alimentícios.

Outro exemplo é Elza Alves da Silva, 58 anos, empreendedora

desde muito nova. Apren-deu a costurar aos 8 anos e, desde então, trabalha com ajustes de roupas, além de fazer grande parte do seu guarda-roupa. Elza traba-

lhou 12 anos em uma fábrica de costura, mas hoje tem sua pró-pria loja de ajustes em roupas e se orgulha de sua jornada. “Cos-turar sempre deu certo pra mim, então continuei.”, afirma.

Uma saída para o desempregoUma atitude empreendedora é

essencial diante de um mercado de trabalho tão saturado. Maria Auxi-liadora Gomes da Rocha, 50 anos, conta sua dificuldade de achar em-prego com sua idade: “Eles sempre preferem os jovens, não valorizam quem tem experiência. Tem tanta

concorrência que até pra serviço de limpeza eles estão pedindo 2º grau de escolaridade”. Diante dessa situ-ação, ela passou a vender cosméti-cos, e mais tarde abriu uma loja de variedades. “Pensei: vou começar a me movimentar de outro modo. A gente inventa e vive na tentativa de acertar. E está dando certo”.

Mulheres são remanas conseguem seu lugar no mercado de trabalho com muita criatividade

Entenda melhor o que é a depressão pós-partoA médica Maria Thereza da Costa orienta como ter uma gravidez saudável e evitar a doença

Isadora Bertolini Labrada

A gravidez é um período mar-cante na vida das mulheres. Ele pode ser maravilhoso, cheio de novidades e expectativas. Mas também pode ser difícil para quem não recebe a ajuda neces-sária dos familiares, do futuro pai ou de si mesma. É essencial se in-formar sobre o assunto. A médica Maria Thereza da Costa, formada na Universidade de Louvain, na Bélgica, traz para as mamães são remanas algumas informações so-bre o período da gestação.

NJSR: Quais cuidados uma gestante deve ter?

Maria Thereza: O prin-cipal é passar o período de gravidez em um ambiente saudável, sem grandes con-flitos emocionais. Como nem sempre isso é pos-sível, pode-se contar com a ajuda de psi-cólogos que acom-panhem a gestante. É normal que, du-rante esse período, a mãe fique mais sensível.

NJSR: O que é de-pressão pós parto?

MT: É uma mani-festação psicopato-

lógica: a mulher, ao ter o filho, sen-

te como se tivesse perdido uma par-te do seu cor-po. Ela não con-

segue ver o bebê como um ser com-

pleto, que terá uma vida inde-

pendente dela.

NJSR: Quais são os sintomas da depressão pós parto?

MT: Tristeza, desânimo e falta de vontade de cuidar do bebê.

NJSR: O que pode causar a depressão pós parto?

MT: O estado sensível no período da gravidez ou no início da vida do bebê pode ser agravado por trau-mas emocionais, tanto de infância quanto da maneira com que a gra-videz ocorreu (casos de gestação acidental, por exemplo). Nesses ca-sos, recomenda-se que a mãe bus-que ajuda profissional.

Francisca Santiago entre as frutas que vende: negócio que deu certo.“a geNTe iNveNTa e vive Na TeNTaTiva de aceRTaR”

Isadora bertolInI labrada

renata hIrota

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Junho de 2010 Notícias do Jardim São Remo 11“Só dois ali [no time do XXV]

sabem jogar. O resto nem domina a bola direito. Dá pra ganhar.”

FÁBIO, “JAPONÊS”, JOGADOR DO VILA NOVA esportes

Jogando em casa, Vila Nova e Juventos fazem bonito e vencem emplacando muitos gols

Ricardo Bomfim

Sábado, 30 de maio, foi dia de Jogos da Cidade na SR. O Vila Nova goleou o Trilha por 4x0; o Juventos ganhou de 4x3 do Unidos do Morro.

Vila Nova X TrilhaO primeiro tempo foi sem gols.

“O time arriscou pouco e não criou muito do meio pra o ataque” dis-se Batata, auxiliar técnico do Vila. O técnico deu uma dura no time, dizendo que eles tinham cinco mi-nutos para fazer um gol.

A equipe obedeceu. Em escan-teio, Kaká abriu o placar, cabece-ando no ângulo. Com gols de Sáy-mon, chutando firme embaixo do goleiro; Pimpolho de falta e Ronal-do, de pênalti, o Vila venceu por 4x0, avançando na competição.

Juventos X Unidos do MorroA partida começou morna, mas

foi esquentando já no primeiro tempo com os dois gols de Micha-el, do Juventos, destaque para o primeiro, um golaço em que ele, avançando pela esquerda chutou cruzado, no alto, colocando a bola bem no ângulo.

No segundo tempo, o Unidos conseguiu empatar, mas logo a equipe são remana ficou nova-mente em vantagem, com o gol de Negão. O adversário ainda empa-tou de novo, mas Guri fechou o placar para o Juventos, de pênalti no final do jogo, que terminou no 4x3 para o time da casa.

Na saída, Guri falou que sua equipe foi bem, mas desperdiçou boas chances Segundo ele, a defe-sa poderia melhorar.

Vitórias da SR pelos Jogos da Cidade

Show do Vila: os quatro gols da equipe são remana em cima do Trilha

Os times são remanos jogaram pela série B da Copa Femsa dia 22 de maio, no Jaguaré. As partidas fo-ram marcadas por um clima tenso e recheadas de cartões. O Vila fez 2x0 em cima do XXV de Agosto; já o Pão perdeu para o Arsenal por 2x1.

Vila NovaO jogo começou às 14h25. Em me-

nos de dez minutos, o Vila mostrou o domínio que manteria por toda a partida. Aos vinte minutos, “Baixi-nho”, livre, chutou direto para o gol e marcou. Antes do fim do primei-

ro tempo, Jorge, do Vila, foi expulso por reclamar de uma falta.

No segundo tempo, os jogadores se desentenderam várias vezes. Re-clamaram do juiz, que deu mais car-tões. Aos 15 minutos, Vanderlei, ex-pulso mais tarde, marcou de cabeça, consagrando a vitória do Vila.

Pão de Queijo A partida teve início às 16h. O Ar-

senal logo ameaçou um gol, evitado pelo goleiro do time da São Remo. Aos dez minutos, saíram os primei-ros amarelos: mão na bola do joga-dor do Arsenal e exaltação de Die-go, do Pão, ao reclamar com o juiz.

O gol do Arsenal saiu aos 15 mi-nutos, de rebote; o segundo, da boca da área, momentos depois. Aos 21, Rogério Lima diminuiu para o Pão, com uma bola rasteira.

No segundo tempo, o Pão de Queijo retornou com pressa de vi-

rar, porém acabou se embolan-do em muitos lances e demoran-do para finalizar. Perto do final da partida, Cascão chutou direto, mas a bola passou por cima do traves-são, e o juiz apitou fim de jogo: 2x1 para o Arsenal.

Tensão marca as partidas na série BPela Copa Femsa, Vila Nova arranca uma vitória e Pão de Queijo é derrotado em seguida

Beatriz MontesantiRicaRdo bomfim

Juiz distribui cartões para jogadores do Pão de Queijo e do Arsenal

fotos: anna caRolina papp

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“Hoje o Hugo estava inspirado. Entramos com muita raça, determinação e união. Aí foi só partir pro abraço.” mAriAno, zAguEiro do cAtumbi

12 notícias do Jardim São remo Junho de 2010

esportes

Pela segunda rodada da segun-da fase da Copa Femsa, o Catumbi venceu o Penãrol, de Pirituba, por 4x0 e ficou em boa situação na ta-bela. A partida ocorreu no dia 23 de maio no campo do CAJU.

No início do jogo, os dois times mostraram muita disposição. Aos oito minutos, em uma jogada rápi-da de contra ataque, Marquita rece-beu lindo passe de Iran e tocou na saída do goleiro, abrindo o placar para o Catumbi.

Aos 19, Zóio lançou a bola para Iran; na cara do gol, o centro-avante são re-mano chutou e Joílson fez boa defesa para o Peñarol. Mais dois minutos se pas-saram até que, numa jogada bem trabalhada, o dez do time pirituba-

no chutou da entrada da área e Nei segurou firme.

Apesar de ter maior posse de bola, o Peñarol criou pouquíssi-mas chances de gol. Em contra-partida o Catumbi, com toques rápidos, teve várias possibilida-des para marcar.

Superioridade e goleadaNo intervalo, o técnico Welliton

endossou a importância de garantir a vitória: “Precisamos melhorar o úl-

timo passe e acertar o chute. Estamos errando muito.”

A segunda etapa come-çou com o Peñarol pressio-nando. Porém, aos 11 mi-nutos, Zóio colocou Hugo na cara do gol. O camisa oito do Catumbi teve cal-

ma e deslocou o goleiro, marcando o segundo gol da equipe são rema-

na. Apesar de cometerem mais fal-tas, onze no total, os jogadores do Ca-tumbi, como Zóio e Careca, sofreram com as contusões durante o jogo.

Aos 16 minutos, Hugo chutou de fora da área e o goleiro rebateu. No rebote, Marquita só tocou para o gol, marcando o terceiro do Catumbi.

A equipe controlou a pressão do Peñarol e passou a dominar comple-tamente a partida. Aos 25, Hugo rou-

bou a bola, cortou o zagueiro e bateu cruzado, marcando o quarto gol e transformando a vitória em goleada. Ao final, os jogadores são remanos comemoraram muito a vitória.

O próximo jogo será contra o EC Jardim Regina. O confronto ocorre-rá dia 13 de junho, às 11h30, no cam-po do Vila Izabel. A equipe são re-mana precisa de apenas um empate para garantir sua classificação.

catumbi faz 4x0 em time de PiritubaCom a goleada, apenas um empate separa a equipe são remana da próxima fase da Femsa

Gustavo Pessuttiana claveria

Caído entre os zagueiros, Hugo marca o segundo gol da vitória

Gustavo Pessutti

A partir de 11 de junho, os jogadores das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo começaram a cor-rer atrás da bola. Buscando o hexacampeonato, a sele-ção brasileira pode se tor-nar o primeiro e único time a ser campeão do mundo em todos os continentes.

Muitos são remanos cri-ticaram as decisões do téc-nico Dunga. Elaine Santos disse: “Achei a convocação ruim. Devia ter chamado o

Ganso e o Neymar. [...] mas o Brasil consegue, vai ser hexa!” Segundo ela, o clima da Copa é maravilhoso: “A torcida emociona. Todo mundo para pra assistir aos jogos!”

Manuel Gouveia, ‘Neco’, afir-mou: “A minha expectativa é boa. O time está bem entrosa-do, mas não vai ser campeão. Devia ter levado o Pato, o Ro-naldinho e o Hernanes”.

Adriano Mendes mostrou-se bastante racional: “Tem que esperar pra ver se dá certo, deixar fazer o trabalho. Não pode julgar antes. Muitos que

São remanos e a copa do mundo 2010

deveriam estar lá não foram chamados. O Brasil precisa se cuidar pra não perder o título; há seleções fortes.”

A final da Copa acontece no dia 11 de julho, às 15h30. Preparem-se torcedores! ‘Ke Nako’ - É agora.

confira os jogos!

Brasil x Coreia do NorteData: 15/06 Horário: 15h30

Brasil x Costa do MarfimData: 20/06Horário: 15h30

Brasil x PortugalData: 25/06Horário: 11h

GRUPO G

belisa godoy

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