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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ZOOTECNIA MELISSA BARRETO SILVEIRA QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL DE MATO GROSSO Rondonópolis 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ZOOTECNIA

MELISSA BARRETO SILVEIRA

QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA INTEGRADO DE

PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL DE MATO

GROSSO

Rondonópolis

2019

MELISSA BARRETO SILVEIRA

QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA INTEGRADO DE

PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL DE MATO

GROSSO

Trabalho de Curso apresentado ao

Curso de Zootecnia da Universidade

Federal de Mato Grosso, Campus

Universitário de Rondonópolis, como

requisito parcial para a obtenção do

título de Bacharel em Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza

Rondonópolis

2019

FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluno: MELISSA BARRETO SILVEIRA

Título do TC: QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA

INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL

DE MATO GROSSO.

Trabalho de curso apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.

Aprovado em: 14/03/2019.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza (Orientador)

Instituição: ICAT/CUR/UFMT

Assinatura:

Caio Moretti de Freitas (Membro)

Instituição: ICAT/CUR/UFMT

Assinatura:

Rafael Loverde Oliveira (Membro)

Instituição: ICAT/CUR/UFMT

Assinatura:

AGRADECIMENTOS

Antes de tudo sou grata a Deus, por sempre me fortalecer e me orientar a cada

desafio.

Agradeço aos meus pais Américo Antônio e Luciene Barreto, por serem minha

base, por estarem a todo momento ao meu lado, me auxiliando e em constante torcida

por mim.

Agradeço a todos os meus amigos que compuseram a minha trajetória na

graduação. Pessoas em que me apaguei, dentro e fora do ambiente universitário, as

quais levarei comigo, seja em lembrança ou pelo laço de irmandade estabelecido.

Ao Grupo de Pesquisa e Inovação em Sistemas Puros e Integrados de

Produção (GPISI), por toda a experiência e aprimoramento científico que me

proporcionou. Tendo sido um estimulo a busca de conhecimento.

Ao meu orientador Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza, que apesar da

intensa demanda de atenção, sempre esteve disposto a atender minhas dúvidas, e a

me orientar durante o meu percurso dentro da universidade.

E não menos importante, ao Grupo Polato e seus colaboradores, por ceder a

área onde o experimento foi conduzido na Fazenda Gravataí. Assim como a Embrapa

Agrossilvipastoril pelo fomento.

“Confie ao senhor tudo oque você faze seus planos serão bem sucedidos.”

Provérbios16:3

RESUMO

SILVEIRA, M.B., 2019. 34p. Trabalho de Curso (Bacharel em Zootecnia) –

Universidade Federal de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019. Qualidade de Pasto e

Produção Animal em Sistema Integrado de Produção Agropecuária em Plantio

Direto no Sul de Mato Grosso, 2019, 34 p.Trabalho de Curso (Bacharel em

Zootecnia) – Universidade Federal de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019.

Os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) agregam benefícios para o

complexo planta-solo-animal. Uma vez que os sistemas tradicionais estão cada vez

mais limitados, pela sua característica extrativa de baixo ou nulo retorno de nutrientes.

Para tanto, foram avaliados três tratamentos usando a forrageira Brachiaria

ruziziensis cv. Ruzizienses, em sistema solteiro e em dois consórcios, um com o Vigna

unguiculata (feijão-caupi) e outro com o Cajanus cajan (feijão guandu), implantados

na fazenda Gravataí, em Itiquira- MT, onde o solo é classificado como Latossolo

Vermelho Distrófico. Com o objetivo de avaliar como a consorciação com leguminosas

poderia alterar a composição bromatológica dos vegetais o deixando mais nutritivo e

digestível, para os animais em pastejo. Os parâmetros avaliados foram, matéria seca

(MS), proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e fibra insolúvel

em detergente ácido (FDA), e para confirmar as observações foi avaliado o

desempenho animal. Os resultados demonstraram que há alteração positiva sobre a

qualidade da forragem com a introdução de leguminosas. Constatou-se diminuição da

FDA, no consórcio com o feijão caupi, e consequentemente, um maior ganho de peso

diário nos animais que se alimentaram desta forragem. A inserção da leguminosa na

fase pastagem trouxe benefícios para a qualidade da forragem e consequentemente

no ganho de peso animal.

Termos de indexação: matéria seca e proteína bruta, FDN e FDA.

SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

2- REVISÃO ATUAL DO CONHECIMENTO ............................................................. 8

2.1. SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (SIPA) .............. 8

2.2. PASTAGENS E SIPA .......................................................................................... 9

2.3. PRODUÇÃO DE PASTO ................................................................................... 10

2.4. QUALIDADE DE PASTO PARA BENEFÍCIO DO COMPONENTE ANIMAL E

CONSÓRCIO DE CULTURAS .................................................................................. 11

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 17

4.1. ANÁLISE DE PRODUÇÃO TOTAL DE MATÉRIA SECA................................... 17

4.2. AVALIAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA ................................................................ 19

4.3 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE NEUTRO (FDN).

.................................................................................................................................. 20

4.3.1 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)...

.................................................................................................................................. 21

4.4. PRODUTIVIDADE ANIMAL ................................................................................ 22

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25

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1- INTRODUÇÃO

Dentro da atividade agropecuária tem-se permeado há algum tempo, uma

grande preocupação quanto aos impactos ambientais da produção, no entanto, a

demanda por alimento cresce exponencialmente. Por isso de acordo com Herrero et

al. (2010), o futuro da alimentação do planeta pode ser assegurado se respaldado

tecnologias de intensificação sustentáveis que promovam ganhos em produtividade,

atendendo a demanda de alimentos, sem ter de abrir mais áreas, e colaborando para

redução da extração de recursos e uso de insumos.

Os Sistemas Integrado de Produção Agropecuária (SIPA), pode ser

caracterizado como um sistema que associa a lavoura e a pecuária com a perspectiva

de maximizar o uso da área por todo o ano, tanto na safra quanto na entressafra, essa

integração realiza uma sinergia que se reflete beneficamente na produtividade. As

atividades agrárias quando atuadas em integração geram sinergismo que contribuem

para eficiência dos sistemas como um todo (Moraes et al., 2002).

Mediante a intensificação da demanda na produção de alimentos, surge-se a

necessidade de uma atuação mais sustentável na atividade agropecuária (FAO,

2010). O SIPA tem por viés a intenção de estreitar a relação entre intensificação da

produção e a sustentabilidade. Entre todos os benefícios diretos que atingem solo-

planta-animal, a integração de sistemas minimiza a fragilidade do produtor as

oscilações no mercado e agrega maior rentabilidade (Moraes et al., 2002).

Um modelo produtivo que gera lucro sem abandonar os critérios sócio-

ambientais, o que atualmente afeta muito a comercialização, uma vez que o

consumidor tem se tornado cada vez mais exigente em termos de qualidade e

empáticos ao ambiente. Além de ser uma alternativa agroecológica que engloba

manejos voltados para preservação das características qualitativas dos solos,

maximizando a produtividade, com custos financeiros e ambientais minimizados

(PETERSEN; WEID; FERNANDES,2009).

A integração atende os quesitos básicos do plantio direto (PD) pela adequação

da rotação e sucessão de culturas afim de fornecer aporte de material orgânico e

nutrientes, além de proteger o solo de processos erosivos (Silva et al., 2007; Marcelo

et al., 2009). E uma alternativa viável dentro desse sistema é a consorciação entre

gramíneas e leguminosas capazes de incrementar carbono e nitrogênio ao solo,

elevando a produtividade dos SIPA-PD (Paulino et al., 2008). O uso de leguminosas

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pode reduzir os gastos diretos com fertilizantes, melhorar a disponibilidade de

forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema por meio de sua reciclagem e

transferência para a gramínea consorciada (Barcellos et al., 2008)

O SIPA em plantio direto (PD) alcança a recuperação de áreas degradadas, a

preservação ambiental e permite o uso intensivo da área. (KLUTHCOUSKI &

YOKOYAMA, 2003; ALLEN et al., 2007). Assim, o principal intuito deste sistema é o

de realizar a manutenção e reposição dos nutrientes no solo, garantindo estabilidade

do mesmo, afim de que isso resulte em ganhos produtivos para todos os setores

envolvidos, seja na pecuária, na agricultura e/ ou até mesmo no componente florestal,

quando este está presente no sistema. Com redução de custos através da menor

exigência de insumos.

Por meio do SIPA é possível manter produção eficiente até mesmo no período

mais crítico do ano, durante a entressafra. O sistema aumenta a capacidade suporte,

através manutenção da produção de pasto, que permite elevar a oferta e o valor

nutritivo da forragem, o que implica efeito direto sobre desempenho animal. Há

também melhoria na produtividade das culturas anuais, por meio do incremento de

matéria orgânica ao solo, devido ao aumento de raízes e folhas e também pela taxa

de devolução dos nutrientes pelos animais, via dejetos.

Com base no atual interesse sobre os benefícios dos sistemas integrados, este

estudo propôs testar alguns consórcios da gramínea Brachiaria ruziziensis cv.

Ruzizienses com leguminosas, visando identificar as contribuições do consórcio na

qualidade do pasto, observadas por análises bromatológicas das forrageiras e do

desempenho animal.

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2- REVISÃO ATUAL DO CONHECIMENTO

2.1. SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (SIPA)

O SIPA é um sistema diversificado implantado na mesma área, sob plantio

direto de forma simultânea sequencial ou rotacionada, que prevê otimização dos ciclos

biológicos das plantas, animais, e seus resíduos, diminui os impactos ambientais e

gera benefícios sociais, essa é em partes de acordo com Macedo (2009), uma

definição consensual de pesquisadores das várias unidades da EMBRAPA.

Os sistemas integrados, possuem critérios de sustentabilidade e isso permite o

uso da área com desempenho produtivo ao longo dos anos, uma vez que os recursos

disponíveis são adequadamente manejados e repostos ao solo. O SIPA colabora para

ciclagem de nutrientes, reduz a erosão, além de trazer maior estabilidade econômica

pela produção diversificada (ALLEN et al. 2008).

O Cerrado obtém êxito na produção de grãos, detém mais de 50% da produção

de soja e milho do Brasil (Companhia Nacional de Abastecimento, 2009), o que

impede que se ignore o uso de práticas conservacionistas do solo (Prior et al., 2004).

O SIPA, emprega rotação e/ou consorciação de culturas, e essa diversificação gera

aumento na produtividade (MOHAMED SALLEN& FISHER 1993) e (MCKENZIE ET

AL. 1999), pois implica melhorias estruturais e de fertilidade ao solo através do

desenvolvimento de raízes e maior atividade da microbiota, que recebe maior aporte

de matéria orgânica.

Os princípios de conservação que compõe o plantio direto e o SIPA, são vias

de recuperação e crescimento produtivo no Cerrado. Uma vez que os solos dessa

região são classificados como de baixa fertilidade, onde os nutrientes são inseridos

por adubação. Desta forma, as práticas de manejo de solo são decisivas para o êxito

da produção.

O solo exposto constantemente ao impacto direto das chuvas sofre selamento

superficial, que acaba por afetar a infiltração, ou seja, diminui o teor de água do solo.

Além disso, a exposição gera redução do nível de matéria orgânica, crucial para

manter a CTC, ou até mesmo diminuição do pH de certos tipos de solo. Com a

utilização dos sistemas integrados é possível garantir maior teor de matéria orgânica

e cobertura vegetal, que beneficia a produção

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O SIPA é permissivo a uma intensificação sustentável (FAO, 2010) pois, utiliza-

se ao máximo e durante todo tempo a área de produção, devolvendo todos os

recursos extraídos, através da ciclagem de nutrientes do solo (SALTONET al., 2014),

que funciona como uma adubação natural, diminuindo os custos de insumos para

manutenção (RYSCHAWY et al., 2012).

2.2. PASTAGENS E SIPA

As plantas de cobertura são utilizadas para cobrir o solo, afim de impedir

processos erosivos e de lixiviação. São aplicáveis para o pastoreio produção de grãos

e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio

direto. (LAMAS, 2017). As plantas de cobertura são comumente usadas entre o

período de abril a setembro, para produção em quantidade e qualidade necessárias,

posteriormente a cultura principal. São eficientes para translocação de nutrientes das

camadas subsuperficiais para as mais superficiais, isso devido a decomposição e

mineralização dos resíduos, levando em consideração o plantio direto (TORRES et

al., 2008)

Essa condição pode auxiliar maior eficiência no uso de fertilizantes atribuídos

as culturas anuais, além de, contribuir para a conservação do solo, por meio da

agregação de partículas e proteção do solo contra efeitos de salpicamento. A

produção de massa seca, teor de proteína bruta e palatabilidade são critérios para

escolha de uma cultivar para implantação da pastagem (MARANHÃO et al., 2009). As

forragens são fontes primarias de energia, para crescimento, manutenção e produção

animal. Os vegetais selecionados para cobertura devem ter alta produção de

fitomassa e adequada relação carbono:nitrogênio, pois controlam a velocidade de

decomposição (Crusciol et al., 2005).

O uso de plantas como as braquiárias (Urochloabrizantha e U. ruziziensis),

capazes de suportar o estresse hídrico e elevadas temperaturas, podem gerar

acúmulo de fitomassa e conter a velocidade de decomposição dos resíduos (Pacheco

et al., 2008). O consórcio de culturas é uma forma de integração eficaz para a

renovação de pastagens (Kluthcouski&Aidar, 2003). É indispensável pensar na

maximização da oferta de forragem, principalmente nas épocas em que o valor

nutritivo da mesma está baixo e/ou com biomassa insuficiente para manter a

estabilidade da produção animal.

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FONTANELI et al. (2000) afirma que a nutrição de bovinos baseada na

pastagem é a de menor custo, sendo assim vale a pena os manejos que resultam em

eficiente produção da mesma. As Brachiaria Urochloa, são vantajosas como plantas

de cobertura, diante da sua alta relação C/N prolongando o tempo para decomposição

(BROCH et al. 2008).

Em áreas de lavouras é interessante realizar a sucessão e rotação de culturas,

e anexar o sistema consorciado, de gramíneas principalmente com forragens do

gênero Brachiaria, que não atrapalha o cronograma produtivo, tem mais custo e não

exige equipamentos específicos para implantação (KLUTHCOUSKI et al., 2000).

Todavia, é necessário entender o comportamento das espécies selecionadas evitando

que a competição entre elas inviabilize o consorcio (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003).

2.3. PRODUÇÃO DE PASTO

A produção de pasto irá determinar a sua capacidade suporte de animais na

área, sem que a produção ou a resiliência da forrageira seja influenciada

negativamente. O primeiro passo para a implantação, é definir qual o intuito da

pastagem, levando em consideração a espécie animal e a sua categoria. Além disso,

analisar a capacidade de germinação, tolerância ao clima da região, bem como a

resistência a doenças, pragas e ao pastejo. Pensando no ganho de peso animal, tem

de se considerar a disponibilidade, a digestibilidade e seu aporte nutritivo.

Posteriormente, é necessário definir a área e na sequência realizar o preparo e

a correção do solo. O período de implantação pode variar, começa no início até o final

do período chuvoso, época que corresponde na maior parte do território brasileiro os

meses de outubro a março. A carga animal precisa ser definida de acordo com a da

densidade do pasto, e a altura de entrada e saída do pastejo deve ser respeitada, afim

de não comprometer o estabelecimento da forragem.

Um fato observado é que comumente os solos destinados ao pasto são de

características inferiores ao destinados a agricultura, seja em níveis de fertilidade,

acidez, topografia, pedregosidade ou limitações em drenagem (ADAMOLI et al.,

1986). As perdas em qualidade e quantidade de forragem comprometem a produção

animal (MACEDO & ZIMMER, 1993; ZIMMER ET AL. 1994; MACEDO, 1999, 2000,

2001a).

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E dentre os fatores que interferem negativamente nas pastagens estão o

manejo inadequado do rebanho e a ausência de reposição dos nutrientes. O pasto é

o alimento base de bovinos, e a disponibilidade nutritiva depende da biomassa da

pastagem. E o Brasil por apresentar clima tropical, tem alto potencial de produção de

pastagens, de forma menos onerosa e pode-se também dizer mais eficiente na

produção pecuária (Dias Filho, 2011).

2.4. QUALIDADE DE PASTO PARA BENEFÍCIO DO COMPONENTE ANIMAL E

CONSÓRCIO DE CULTURAS

De acordo com as estatísticas do IBGE o rebanho Bovino brasileiro contabilizou-

se em 215,2 milhões de cabeça em 2015. O estado do Mato-Grosso compreende mais

de 30 milhões de cabeças (INDEA-MT). Muitos animais são criados a pasto e contam

com instabilidade temporal na oferta de forragem (Poli & Carvalho, 2001). A EMRAPA,

afirma que aproximadamente 95% da produção de carne bovina é sob sistema de

pastagem, uma área que equivale por volta de 167 milhões de hectares. O baixo valor

nutricional da forragem em determinadas épocas do ano afeta o desempenho dos

bovinos em pastejo (Fontoura Júnior et al., 2007).

A baixa fertilidade dos solos limita a produtividade e sustentabilidade das

pastagens tropicais, e somado ao manejo inadequado pode acentuar a deficiência de

nutrientes, especialmente o nitrogênio. O aumento do teor de N no solo, que reflete

melhoria da produtividade das gramíneas, pode ser obtido pelo uso de leguminosas

em consorciação com gramíneas, por conta da capacidade dessas plantas em fixar

biologicamente o N atmosférico (FBN) (Giller&Cadisch, 1995).

A FBN pelas leguminosas contribui para o sistema de produção, pois melhora

a qualidade da dieta (Leopoldino, 2000) e aumenta a produção animal (Euclides et al.,

1998). Esse suporte de nitrogênio é transferido para a gramínea, aumentando o valor

nutricional, a capacidade suporte da pastagem e pode prolongar o período de pastejo

(Cantarutti&Boddey, 1997). Outra vantagem das leguminosas em comparação as

gramíneas é sua menor variação estacional relacionada ao seu valor nutritivo.

(Klusmann, 1988).

Gonçalves & Costa (1994) e Ibrahim & Mannetje (1998) também encontraram

aumento significativo na massa de forragem das pastagens consorciadas quando

comparadas como monocultivo. (Chacon et al., 1978), Euclides et al. (1998)

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constataram efetiva contribuição da leguminosa na dieta, com elevado desempenho

de bovinos em pastagem consorciada, relativamente aqueles mantidos em pastagem

exclusiva de gramínea. Nos sistemas integrados é importante um manejo de pasto

que permita elevado ganho animal por área, sem afetar a lavoura subsequente

(Carvalho et al., 2010).

As leguminosas inferem mudanças no perfil quantitativo e qualitativo da

forragem, que contribui para um maior ganho animal. Alguns trabalhos já mostraram

ganho de 3 arrobas animal por ano em pastagens recuperadas com leguminosa em

superioridade aos animais que estavam sob pastejo apenas de gramíneas (Valle et

al., 2001)

Além do maior teor de proteína bruta, em geral, as leguminosas tropicais

apresentam menor proporção de parede celular, e a digestibilidade da matéria seca é

equivalente ou superior à registrada nas gramíneas tropicais. Gibbes et al. (1998),

testou a digestibilidade de dois tipos de feno, um de alfafa e outro de campim bermuda,

e verificou maior digestibilidade e maior retenção de nitrogênio no teste com alfafa.

Há também menor declínio nos teores de proteína bruta com a idade do vegetal,

bem como a digestibilidade. Devido ao formato e arranjo das células, e menor

proporção do tecido vascular, o tempo de retenção dessa forrageira no rumem é

menor, mesmo com o teor superior de lignina da leguminosa. De modo que há uma

elevação no consumo, resultando em eficiência no desempenho animal. (Norton e

Poppi, 1995).

O consórcio entre culturas é descrito como implantação de duas ou mais

espécies, simultaneamente na mesma área, com objetivo de beneficiar a

produtividade (Portes et al., 2003). Jakelaitis et al. (2006) notaram que o consórcio

entre estas duas espécies pode reduzir a infestação de plantas daninhas, e aumentar

a produção de massa seca por área. Outra contribuição é o incremento de matéria

orgânica, melhorando as características de fertilidade, umidade e retenção de água

no solo (Ceccon, 2008).

Um grande problema do monocultivo juntamente ao mau manejo do solo é a

concentração da fertilidade nas camadas superiores. Nessas condições, a saturação

por bases é extremamente alta, causando deficiência de micronutrientes, como o

manganês na soja. A distribuição das raízes no perfil do solo fica retida na superfície,

tornando a cultura mais frágil aos veranicos.

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O cultivo de gramíneas em consórcio com leguminosas pode colaborar para

altos rendimentos forrageiros e consequentemente produtividade animal (Whitehed,

1995). A inserção de mais de uma espécie forrageira, combina picos de produção de

matéria seca (MS) que podem ser alcançadas em diferentes épocas entre elas, assim

aumentando a produção e prologando o período de uso da pastagem (Baethgen,

1992; Diaz Rosselo, 1992).

A consorciação entre forragens e leguminosas, é evidentemente significativa

para a produtividade, no entanto, as falhas na adoção de pastagens consorciadas

advém no geral da baixa persistência das leguminosas nas pastagens, e a falta de

técnicas de manejo eficiente para essas pastagens e/ou adubação inadequada (Leite

& Euclides, 1994).

A adoção de leguminosas para o consórcio deve considerar as condições

ambientais, a finalidade de produção, e a disponibilidade de recursos. Também tem

de se conhecer o comportamento das espécies adotadas, afim de se adequar os

manejos e as combinações ideais, que minimize as competições que muitas vezes

inviabiliza o consórcio. (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003)

O consórcio entre espécies do gênero Urochloa e leguminosas como o feijão

guandu (Cajanus Cajan) pode incrementar a fitomassa (Amabile et al., 2000) e a FBN

do solo (Henriksen et al., 2002). Gama-Rodrigues et al. (2007) relataram que a

inserção de leguminosas eleva o suprimento de nitrogênio, fósforo e cálcio ao solo.

O N fixado pelas leguminosas é incorporado no solo pelas folhas e caules

caídos, mais notoriamente pelas raízes, nódulos e exsudados radiculares (KHAN et

al., 2002). Já foram observados rendimentos em culturas posteriores as leguminosas,

sugerindo então que as raízes das mesmas possuem expressiva atuação na nutrição

vegetal (ZOTARELLI et al., 1999).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi conduzido na área experimental da Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus de Rondonópolis, localizada na Fazenda Gravataí, no município de

Itiquira – MT. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico de textura

argilosa e relevo plano. O clima da região é do tipo “Aw” de acordo com a classificação

de Köppen, com duas estações bem definidas, sendo o verão chuvoso e o inverno

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seco. Apresenta temperatura média anual de 22°C e precipitação média anual de

1500 mm.

O Experimento teve como parcela o tratamento da ruziziensis com o feijão caupi

cv. BRS Tumucumaque (Vignaunguiculata), ruziziensis em consorcio com guandu cv.

BRS Mandarim (Cajanuscajan) e da gramínea solteira. E como subparcelas as três

épocas avaliadas, que correspondem as coletas dos meses de abril, junho e julho. No

ano agrícola 2011/12, 2012/13 e 2013/14, a área era cultivada em sistema de plantio

direto com sucessão da soja na safra e milho na safrinha. Anteriormente, a

propriedade era especializada em plantio de algodão.

No ano de 2014, iniciou-se o experimento com a semeadura da soja (Glycinemax),

que ocorre, anualmente, entre os meses de outubro e novembro e, após a colheita,

em fevereiro, implantam-se os tratamentos sobre os restos culturais da soja.

A adubação de implantação da soja foi realizada com 50 kg ha-1 de monoamônio

(MAP), 250 kg ha-1 de superfosfato simples e 178 kg ha-1 de cloreto de potássio.

Utilizou-se a soja cultivar TMG 1174 RR e espaçamento de 0,45 m. Os tratos culturais

com fungicidas ocorreram em intervalos de 21 dias entre eles, sendo o primeiro em

R1 ao iniciar o florescimento da soja e os inseticidas foram aplicados conforme a

ocorrência de pragas. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em um

esquema de parcela subdividida, com três repetições, de acordo com a tabela 1.

As unidades experimentais constituem um total de 30 ha, divididos em piquetes

que são parcelas experimentais, cada um contendo 10ha, sendo separadas por cerca

elétrica de dois fios.

O estabelecimento da gramínea ocorreu a lanço com a utilização de 11 kg ha-

1, de sementes do cv. Ruziziensis (valor cultural de 75%), incorporadas com

“correntão” e manejadas sem adubação. Já as leguminosas foram implantadas com

semeadora de precisão na quantidade de 32 kg ha-1 e 17 kg ha-1, respectivamente, de

feijão-caupi e feijão-guandú, ambas espaçadas a 0,45 metros.

Os animais utilizados foram novilhas da raça Nelore que entraram na área

quando a pastagem atingiu altura, aproximada, de 0,80 m, os animais entravam na

área no mês de maio e permaneciam até o mês setembro, totalizando por volta de 98

dias de acesso a área. O método de pastejo adotado era então o continuo com taxa

de lotação de variando de 3,0 a 4,5 UA ha-1, com ajustes de acordo com o acúmulo

de forragem. Após a retirada dos animais, no início de setembro de cada ano,

dessecou-se a pastagem para que a semeadura da soja fosse realizada novamente.

15

Na fase pastagem foi calculado o acúmulo de forragem, a densidade de

forragem e a disponibilidade de forragem (Davies et al.,1993). As amostras foram

coletadas pelo método de simulação de pastejo segundo Sollenberger & Cherney

(1995), totalizando seis cortes em pontos aleatórios na área de pastagem em cada

parcela, considerando a altura de saída dos animais. As amostras foram abrigadas

em sacos de papel após a retirada do solo, identificadas e pesadas para determinação

de matéria verde, posteriormente sendo realizada em cada amostra a separação

morfológica em lâmina foliar, colmo e matéria morta.

As amostras foram secas em estufa a 65°C, por 48 horas. Após a secagem, o

material foi moído em moinho de facas tipo Wiley, com peneira de porosidade de 1

mm e encaminhado para as análises químicas.

O valor nutritivo foi mensurado via determinação dos teores de matéria seca

(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente

ácido (FDA) de acordo com Silva & Queiróz (2002).

As proteínas apresentam percentual de nitrogênio praticamente constante, de

modo que sua avaliação pode ser feita indiretamente por intermédio da variação da

concentração de nitrogênio no material, por meio do fator de conversão para obtenção

de resultados em termos de equivalentes proteicos (Silva & Queiroz, 2002). O método

utilizado foi proposto por Kjeldahl.

Foram pesadas amostras em torno de 250 miligramas e colocadas em tubos

de ensaio, onde posteriormente foram adicionadas 2 gramas de mistura digestora e

5mL de ácido sulfúrico, H2SO4 P.A.. Os mesmos foram inseridos em bloco digestor e

aquecidos gradativamente, até atingir a temperatura de 400ºC. Ficaram mantidos na

temperatura até que a solução ficasse translúcida.

Adicionou-se em um Erlenmeyer de 250mL, 20mL de solução de ácido bórico.

No processo de destilação utilizou-se 25mL de hidróxido de sódio para cada amostra

a ser destilada. Colhendo o volume total destilado de 100mL.

Após a destilação, a titulação foi realizada com ácido sulfúrico até a mudança

de cor do indicador. Foi preciso fazer dois tubos em branco (sem amostra) passando

por todos os processos, digestão, destilação e titulação, para eliminar qualquer

interferência e/ou contaminação dos reagentes e dos parâmetros dos processos.

O cálculo para a concentração de nitrogênio (N):

%NASA= ((V-B) * Ne* 𝑓 *14*100) /ASA

16

%NASA= ((V-B) * Nv *14 *100) /ASA

%NMS= (%NASA/% ASE)*100

%PBMS= %NMS* 𝑓𝑐

Em que:

%NASA= Percentual de N com base na amostra seca ao ar; V= Volume da solução de

ácido sulfúrico usado na titulação (mL); B= Volume de ácido sulfúrico utilizado na

titulação do branco (mL); Ne= Normalidade esperada do ácido sulfúrico;

𝑓 = Fator de correção da normalidade do ácido sulfúrico; Nv= Normalidade verdadeira

do ácido sulfúrico; ASA= Massa da amostra seca ao ar (mg); %NMs= Percentual de N

com base na matéria seca; %ASE= Percentual de amostra seca em estufa; %PBMS=

Percentual de proteína com base na matéria seca; 𝑓𝑐= Fator de conversão do N em

equivalente proteico, sendo fixado em 6,25.

Para análise da FDN e FDA, foram utilizados sacos de TNT 100gr/M². Os quais

foram mantidos em solução detergente neutro comercial em ebulição por 15 minutos,

depois lavados com água destilada quente (>90ºC) para retirada do detergente e com

acetona. Foram colocados em estufa ventilada em 60ºC durante 24 horas e

posteriormente mais duas horas em estufa não ventilada à 105ºC.

Os sacos foram condicionados no dessecador e após a estabilização da

temperatura, pesados em balança analítica com precisão de 0,0001 gramas. Foram

colocados 0,1 grama de matéria seca dentro dos sacos, que em seguida foram

selados. Adicionou-se solução de detergente neutro na proporção de 100 mL/grama.

Aqueceu-se a amostra em autoclave em 105ºC mantidos por uma hora. Os sacos

tiveram de ser lavados da mesma forma quando ainda sem amostras, repetindo

também os procedimentos de secagem e pesagem. Todas as etapas foram repetidas

usando a solução de detergente ácido para o cálculo de determinação do FDA.

FDN= (saco + FDN) – saco

%FDNASA= (FDN /ASA) *100

O cálculo de concentração de FDN (Fibra em Detergente Neutro) consiste em:

%FDNMS = (%FDNASA / %ASE) *100

17

Sendo:

FDN= Massa de fibra em detergente neutro (grama); %FDNASA= Percentual de Fibra

em Detergente Neutro com base na amostra seca ao ar; ASA= Massa da amostra

seca ao ar (grama); FDA= Massa de fibra em detergente ácido (grama); %FDNMS=

Percentual de fibra em detergente neutro com base na matéria seca; %ASE=

Percentual de amostra seca em estufa.

Os mesmos cálculos foram realizados substituindo FDN por FDA para a

determinação do mesmo. Todos os dados foram submetidos à análise de variância e,

quando significativos, realizado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ANÁLISE DE PRODUÇÃO TOTAL DE MATÉRIA SECA

Não foi detectado diferença entre os tratamentos na produção de matéria seca

(MS), este resultado pode ter sido provocado pelas condições do ambiente durante o

período de análise, envolvendo períodos mais secos, por exemplo. Ou até mesmo

pela escolha combinatória dos cultivares. É preciso entender o comportamento

especifico de cada planta, para atender cada uma de suas particularidades. Se o

manejo não for correto compromete o aproveitamento de nutrientes por parte das

culturas, ou seja, gera disputa por água, luz e nutrientes (Borghi e Crusciol,2007).

Ao adicionar a época como um fator de variação detectou-se diferença

significativa na produção de matéria seca, a primeira época apresentou um acúmulo

de 3951,61 kg ha-1, a segunda época 7144,15 kg ha-1, ficando a terceira época com

5334,19 kg ha-1, conforme apresentado na tabela 1.

Esse aumento observado entre a primeira e segunda época pode ser resultado

do perfilhamento estimulado pelo pastejo animal sobre a área, que aumenta

significativamente após o primeiro pastejo. É essencial a compreensão do

aparecimento de perfilhos seguido do corte, uma vez que a garantia da perenidade

das gramíneas é a sua capacidade de perfilhar após cortes e pastejos consecutivos

(Barbosa et al., 1998).

18

Tabela 1. Produção total de matéria seca em sistemas integrados de produção

agropecuária com consórcios na fase pastagem.

Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias

Ruz. + Caupi 4642,22 5579,17 4444,56 5166,49 ns

Ruz.+ Guandu 3341,11 7556,70 5278,07 5114,12

Ruz. Solteiro

Médias

3871,51

3951,61 C

8296,59

7114,15 A

6279,95

5334,19 B

6149,35

Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si

pelo teste de Scott- Knotta 5% de probabilidade.

A ação de pastejar favorece um crescimento compensatório como ampliação

do perfilhamento (Mathew et al., 1995). O componente animal pode contribuir, para o

acúmulo da biomassa quando a desfolha é correta, produção de palhada e ainda

incorporar matéria orgânica ao solo (MOS) (McNaughton,1983). O aumento de raízes

é equivalente ao aumento da parte área, logo, o desenvolvimento de raízes é superior

sob pastejo, inferindo benefícios a estrutura do solo.

O crescimento compensatório dos vegetais, faz com que maior parte da matéria

se encontre no processo de ciclagem. O carbono (C) assimilado a partir das folhas

remanescentes, é encaminhado para nutrir os meristemas aéreos com o objetivo

recomposição do tecido desfolhado. Os perfilhos asseguram a reconstituição da área

foliar posteriormente a desfolha permitindo a perenidade da pastagem (Gomide

&Gomide, 1999).

Os ruminantes são animais seletivos, de modo que ao pastejar a forragem

consumida primeiro, é a de valor nutritivo e palatabilidade superior (Hodgson,1990).

O caupi se demonstrou muito palatável aos animais, uma vez que foi sempre

consumido primeiro. Ao analisar o desdobramento da época dentro das épocas dentro

das leguminosas, nota-se que o caupi, se manteve estatisticamente constante,

enquanto os demais tratamentos aumentaram a massa total no decorrer das épocas.

Isso tudo pode ser constatado no decorrer da pesquisa na verificação do ganho

de peso dos animais. Já o guandu por apresentar uma haste mais longa, sendo menos

palatável, apresentou aumento na segunda época, mas ainda assim foi mais

consumido que a gramínea solteira entre a segunda e terceira época.

19

4.2. AVALIAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA

Foi observado entre as médias das épocas redução na porcentagem proteica,

com valores de 14,11%, 7,61% e 5,0% entre a primeira, segunda e terceira época

respectivamente (Tabela 2). O evento se deve além dos fatores externos descritos na

produção de MS, possivelmente ao fato da inversão na proporção entre colmo e

folhas, onde a porcentagem de colmo tende a aumentar diante do amadurecimento

da planta. Em estudo Akin et al., 1977 afirma que, a redução na porcentagem de

proteína é uma das decorrências do envelhecimento vegetal.

Tanto os fatores climáticos, quanto a idade refletem na morfologia das

forrageiras gerando alterações na sua qualidade nutricional (Ramos, 1997). Os

valores nutricionais dos vegetais, se distinguem quanto ao tipo de cultivar, idade

tecidual e qualidade do solo (Coward-lord,1972). Além das condições inerentes ao

clima e solo, o manejo afeta diretamente a qualidade da forragem.

Tabela 2. Teor de Proteína Bruta em sistemas integrados de produção

agropecuária com consórcios na fase pastagem.

Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias

Ruz. + Caupi 14,84 8,33 5,91 9,69 ns

Ruz.+ Guandu 14,72 7,53 4,63 8,96

Ruz. Solteiro

Médias

12,76

14,11 A

6,90

7,61 B

4,47

5,00 C

8,07

Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si

pelo teste de Scott- Knott a 5% de probabilidade.

As oscilações na acumulação de massa seca, geram variações qualitativas no

decorrer do ano, ou durante uma estação (Pedreira & Mattos, 1982). Em estudo

Sarmento et al. (1997) evidenciaram distintos teores de proteína da folha e caule,

diante disso se concentra a ideia de manejo adequado de pastejo que possa favorecer

a proporção de folhas em detrimento de caules. O baixo valor nutritivo é muitas vezes

um padrão característico de pastagens maduras e mal manejadas.

Há trabalho que descreve a redução na relação folha: colmo conforme

aumentava-se a idade de rebrota. Pinto et al. (1994a) defende que a relação entre

20

folhas e colmo é um ponto de partida essencial para se definir as técnicas de pastejo.

O alongamento da haste limita o animal na colheita do alimento e o deixa menos

digestível, ou seja, com qualidade inferior (Balsalobre, 2002).

Por isso uma alternativa eficaz é apostar em genéticas que apresentem hastes

mais digestíveis. Cecato et al (1985) afirma a importância da altura dos cortes ou

pastejos, para promover a oferta de um alimento menos fibroso e mais nutritivo.

Apesar de não ter sido notada diferença entre os tratamentos para o teor de PB,

diversos experimentos comprovam o efeito positivo na produtividade animal pela

inserção das leguminosas seja de forma direta ou indireta pelo incremento de

nitrogênio no sistema pastagem (Paciullo et al., 2003; Andrade et al., 2003). Skonieski

et al. (2011) também constataram que a introdução da leguminosa incrementa o teor

de proteína bruta.

4.3 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE NEUTRO (FDN).

A porção de FDN não variou entre os tratamentos, mas ao considerar a época

como fator de variação, notou-se que na primeira época a porcentagem de FDN se

encontrava mais baixa, como foi apresentado na tabela 3.

Tabela 3. Porcentagem de FDN em sistemas integrados de produção

agropecuária com consórcios na fase pastagem.

Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias

Ruz. + Caupi 62,60 71,09 68,46 67,38 ns

Ruz.+ Guandu 66,48 68,14 70,40 68,34

Ruz. Solteiro

Médias

64,73

64,60 B

68,43

69,22 A

65,06

67,97 A

66,07

Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Cynodonnlemfuensis, Oliveira et al. (2013) observaram que o potencial

digestível da FDN é proporcionalmente inverso a idade de rebrota (83,2; 80,3; 76,8 e

75,3%, para os respectivos 28, 48, 63 e 79 dias de rebrota). Quanto menor a

21

digestibilidade, menor será o consumo de MS e consequentemente o desempenho

animal (Paulino et al., 2006).

O teor mínimo de 7% de PB é exigido, para não afetar atividade da microbiota,

evitando desequilibrio o ambiente ruminal, e o comprometimento utilização dos

carboidratos fibrosos (Lazzarini, 2007; Sampaio et al., 2009). A degradabilidade da

FDN é menor com as quedas dos teores de PB, relataram Silva et al. (2014) em

pesquisa.

A fibra em detergente neutro, conhecida como FDN compreende fração de

hemicelulose, celulose e lignina da planta, está relacionada com a quantidade de fibra

do vegetal. O aumento de FDN nas épocas posteriores, está relacionada com a

senescência do vegetal, como já foi anteriormente abordado, com o desenvolvimento

fisiológico, altera-se a morfologia, caracterizada pelo aumento da proporção de fibra

e queda na quantidade de água e proteína bruta.

4.3.1 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)

A fibra em detergente ácido (FDA) corresponde a fração de celulose e lignina

sendo intimamente associada com a qualidade da fibra. Para FDA houve diferenças

significativas entre os consórcios com vantagens para o tratamento com Caupi

(Tabela 4).

Tabela 4. Porcentagem de FDA em sistemas integrados de produção

agropecuária com consórcios na fase pastagem.

Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias

Ruz. + Caupi 30,68 Bb 35,69 Aa 36,20 Aa 34,19 b

Ruz. + Guandu 31,54 Bb 37,57 Aa 39,50 Aa 36,20 a

Ruz. Solteiro

Médias

37,26 Aa

33,16 B

27,06 Aa

36,77 A

36,20 Aa

37,30 A

36,84 a

Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Isso caracteriza nesse aspecto um dos benefícios deste tratamento, uma vez

que a fração FDA não é absorvida, ou seja, aproveitada pelos animais. Entre as

22

épocas também se observou um acréscimo entre a segunda e terceira época, como

uma consequência natural do amadurecimento vegetal.

Apesar de não ser totalmente degradada, sendo limitadora de consumo. As

fibras de melhor qualidade mais facilmente digestíveis, pode ter efeito inverso, e ser

totalmente benéfica para o aumento na taxa de passagem do alimento, assim

estimulando o consumo (Macedo Júnior et al., 2007).

4.4. PRODUTIVIDADE ANIMAL

Os pesos finais (PF) dos animais não se diferenciaram no entanto, as análises

mais detalhadas com ganho de peso (GP) e ganho médio diário (GMD) demonstraram

significativas vantagens dentro do sistema consorciado (Tabela 5). Com destaque

para o tratamento da Ruziziensis com Caupi onde o GP foi entorno de 52 kg, isto é,

0,104 kg de GMD a mais que o consorcio com o Guandu, que por sua vez gerou 0,081

kg de GMD a mais em relação ao tratamento solteiro, como identificado na tabela a

seguir:

Tabela 5. Produtividade animal em sistemas integrados de produção

agropecuária com consórcios na fase pastagem.

Tratamentos PI PF GP GMD Kg ha-1 @ ha-1

Ruz. + Caupi 233,00 ns 285,51 ns 51,88 a 0,701 a 155,65 a 5,18 a

Ruz.+Guandu 233,00 277,80 44,80 b 0,597 b 134,42 b 4,48 b

Ruz. Solteiro

Médias

232,80

232,94

271,52

278,27

38,72 c

49,52

0,516 c

0,60

116,16 c

135,41

3,87 c

4,51

Médias seguidas de letras diferentes na coluna, se diferem entre si pelo teste de Scott-Knotta 5% de

probabilidade. Sendo: PI =Peso Inicial. PF= Peso Final. GP= Ganho de Peso. GMD= Ganho Médio

Diário. Kg ha-1= Quilos por hectare. @ ha-1= Arrobas por hectare

Os quilos por hectare kg ha-1 também foram superiores ao sistema solteiro.

Onde com o caupi se atingiu por volta de 156 kg ha-1 e o guandu 134 kg ha-1, diferença

de 38 e 18 kg ha-1, respectivamente, em comparativo ao tratamento solteiro. O

consorcio com o caupi comportou 0,7 arrobas por hectare (@/ha) a mais que o guandu

e 1,38@ ha-1 acima do pasto solteiro.

23

O aumento na qualidade e produção da forragem amplia a capacidade suporte da

pastagem. O uso de pastagens no SIPA produz 3 a 5 kg ha-1 de carne (Borghi et

al.,2013b). A densidade pode ter incremento de 1,4 e 2,0 unidades animais ha-1 ano-1

(Pariz et al.,2011a; Mateus., 2016). O valor limitado de nutrientes nas forragens, é um

dos entraves para a produtividade pecuária. O SIPA proporciona uma maior

flexibilidade, condicionando disponibilidade de forragem na entressafra, e assim

garante uma maior estabilidade para o produtor no mercado, através da oferta

constante de animais ao longo do ano (Melo et al., 2004).

24

5. CONCLUSÕES

1. Os consórcios testados entre a gramínea ruziziensis e as leguminosas feijão

caupi e feijão guandu, sob o sistema integrado de produção agropecuária,

resultaram em alterações no padrão qualitativo da forragem

2. A porcentagem de FDA foi menor no tratamento da ruziziensis com o feijão

caupi. Reduzindo em até 2,65% a média de porcentagem da fibra. O

desempenho diário dos animais no ganho de peso foi superior no mesmo

tratamento, devido ao aumento da qualidade do pasto, pela menor quantidade

de fibra e consequentemente maior digestibilidade.

3. O consórcio aumentou a capacidade suporte de animais, chegando a

comportar 1,38@ ha-1 a mais que na área onde a oferta era exclusivamente de

gramíneas.

4. Assim, presente estudo valida parte da contribuição do SIPA em relação aos

sistemas tradicionais de produção. E deixa em evidência a necessidade de

mais pesquisas que consigam definir os consórcios mais eficientes para

maximização dos ganhos.

25

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