Neuro oncologia
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PRINCÍPIOS DE NEURO-ONCOLOGIAUM ENFOQUE PATOLÓGICO
Igor Thé BragaMD Candidate, Class of 2015.2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INTRODUÇÃO
TUMORES DO SNC
• Incidência anual:
Tumores INTRACRANIANOS 10 a 17 por 100.000 pessoas Tumores INTRAESPINAIS 1 a 2 por 100.000 pessoas
• Tumores PRIMÁRIOS X Tumores METASTÁTICOS
• 20% de todos os cânceres da INFÂNCIA
• INFÂNCIA origem na FOSSA POSTERIORX
ADULTOS origem no interior dos HEMISF. CEREB. (SUPRATENTORIAIS)
50 a 75% 25 a 50%
cerca de 70%
Igor Thé Braga
INTRODUÇÃO
TUMORES DO SNC
GRAU DE MALIGNIDADE
CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS X CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO TUMOR
• taxa de mitoses
• taxa de uniformidade celular
• velocidade de crescimento
• etc.
• grau de infiltração
• magnitude dos déficits clínicos
• localização X ressecão cirúrgica
• localização X efeito de massa sobre áreas vitais
• disseminação (via espaço aracnoide) para o LCR X
implantação difusa (outras regiões)
• etcIgor Thé Braga
• Recorrência tumoral progressão para um grau histológico superior
• Adquire nome diferente diferente de uma nova doença !!!!
ESQUEMA DE ESTADIAMENTO (GRADAÇÃO) DA OMS• Depende do COMPORTAMENTO BIOLÓGICO
GRAU I
GRAU II
GRAU III
GRAU IV
INTRODUÇÃO
decresce o grau de diferenciação histológica
melhora o curso e a resposta clínica
Igor Thé
Braga
INTRODUÇÃOCLASSIFICAÇÃO
Métodos MOLECULARES X Padrões HISTO-BIOLÓGICOS
GLIOMASTUMORES NEURONAIS
NEOPLASIAS MAL DIFERENCIADAS OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS
MENINGIOMASTUMORES METASTÁTICOS
TUMORES DA BAINHA DE NERVOS PERIFÉRICOSSÍNDROMES TUMORAIS FAMILIAIS
OUTROSSÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Igor Thé Braga
ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
• 80% dos tumores encefálicos primários em adultos
• Hemisférios cerebrais, cerebelo, tronco encefálico, coluna espinal
• 4ª à 6ª década de vida
• Crises convulsivas• Cefaléia• Déficits neurológicos focais relacionados ao local anatômico de envolvimento
• Boa correlação: ESPECTRO HISTOLÓGICO X CURSO E RESPOSTA CLÍNICA
ASTROCITOMA DIFUSO grau II/IV da OMS ASTROCITOMA ANAPLÁSICO grau III/IV da OMS GLIOBLASTOMA grau IV/IV da OMS
GLIOMAS ASTROCITOMAS
Igor Thé Braga
A) ASTROCITOMA DIFUSO – GRAU II DE IV
• Infiltrativo, pouco definido
• Se expande e distorce o encéfalo invadido
• Poucos centímetros a lesões extensas (substituindo todo um hemisfério!)
• Pode ser observada degeneração cística
• Pode aparecer bem demarcado no tecido encefálico adjacente
• Infiltração além das margens externas (sempre presente!)
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
A) ASTROCITOMA DIFUSO – GRAU II DE IV
• Aumento leve e moderado na celularidade glial
• Pleomorfismo nuclear variável
• Prolongamentos astrocíticos(GFAP +) = aparência fibrilar de fundo
• Transição entre tecido neoplásico e normal = indistinguível! GFAP = glial fibrillary acid protein
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
B) ASTROCITOMA ANAPLÁSICO – GRAU III DE IV
• Regiões mais densamente celulares
• Pleomorfismonuclear maior
• Figuras mitóticas
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
C) GLIOBLASTOMA – GRAU IV DE IV
• = Glioblastoma multiforme
• Variações características no aspecto macroscópico de região para região:
Áreas firmes e brancas
Áreas amolecidas e amareladas – necrose
Áreas com regiões de degeneração cística e hemorrágica
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOSIgor Thé
Braga
Hipóxia Astrócito maligno VEGF
C) GLIOBLASTOMA – GRAU IV DE IV• Padrões histológicos
extremamente variáveis
Aspecto histológico semelhante ao do astrocitoma anaplásico
Padrões adicionais: necrose e proliferação celular endotelial ou vascular
Pseudopaliçada = células tumorais se arranjam ao longo das bordas das regiões necróticas
Proliferação de células vasculares com dupla camada das células endoteliais
Corpo glomeruloide
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOSIgor Thé
Braga
• Gliomatose cerebri
Múltiplas regiões do encéfalo, em alguns casos o encéfalo inteiro
Infiltração por astrócitosneoplásicos
Infiltração disseminada
Curso agressivo, lesão de grau III/IV
Independente do aspecto individual das células tumorais
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOSIgor Thé
Braga
GENÉTICA MOLECULAR
• Progressão dos astrocitomas infiltrativos de baixo grau para alto grau
• Astrocitoma de baixo grau: gene p53 Superexpressão do fator de crescimento α derivado de plaquetas
(PDGF-A) e seu receptor
• Transição para o grau mais alto – mutações de genes supressores de tumor: RB p16/CDKNaA suposto supressor tumoral desconhecido no cromossomo 19q
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
GENÉTICA MOLECULAR
• Glioblastomas: contexto clínico X genética molecular
• Glioblastoma PRIMÁRIO X Glioblastoma SECUNDÁRIO
Combinação de mutações que ativam a RAS e a PI-3 quinase e que inativam o p53 e o RB 80 a 90% dos glioblastomas primários
• + freqüente
• surge como uma nova doença
• idosos
• amplificação do MDM2 (codifica inibidor do p53
• amplificação dos genes de receptores do EGFR (codificam formas aberrantes do EGFR - EGFRvIII
• + raro
• história pregressa de astrocitoma de baixo grau
• jovens
• p53, aumento de sinalização por meio do receptor PDGF-A
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOSIgor Thé
Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• SINTOMAS
LOCALIZAÇÃO
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO do tumor
astrocitomas difusos bem diferenciados:
estáticos ou progressão lenta média de sobrevida > 5 anos ao final: deterioração clínica = surgimento de tumor de
crescimento + rápido e de maior grau histológico
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• ESTUDOS RADIOLÓGICOS
EFEITO DE MASSA do tumor
alterações encefálicas adjacentes ao tumor, como EDEMA
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOSIgor Thé
Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• Tratamento atual
RESSECÇÃO CIRÚRGICA + RADIO/QUIMIO ADJUVANTES tempo de sobrevida após o diagnóstico: aumentou para 15 meses 25% destes pacientes permanecem vivos após 2 anos
• Sobrevida substancialmente encurtada:
pacientes idoso maior comprometimento do estado geral grandes lesões onde não se pode fazer a ressecção cirúrgica
GLIOMAS ASTROCITOMAS INFILTRATIVOS
Igor Thé Braga
ASTROCITOMA PILOCÍTICO – BAIXO GRAU (GRAU I/IV)
• Distinguíveis dos outros tipos de tumores
• Aspecto patológico e comportamento quase sempre benigno
• Crianças e adultos jovens
• Cerebelo, assoalho e paredes do III ventrículo, nervos ópticos, hemisférios cerebrais
• Císticos
• Bem circunscrito
• Infiltrativos (menos freqüentemente!)
• Crescimento lento
• Ressecção (cerebelo)
GLIOMAS ASTROCITOMA DE BAIXO GRAU
Igor Thé Braga
• Recorrência sintomática de lesões (ressecção incompleta)
Aumento do tamanho dos cistos (ao invés do crescimento do componente sólido)
• Pior curso clínico (prognóstico)
Localização (p. ex., se estendendo à região hipotalâmica a partir do trato óptico)
• Separação histológica de outros astrocitomas
Raridade das alterações genéticas que são encontradas em astrocitomas infiltrativos
• Astrocitmoas pilocíticos que ocorrem em portadores de NF1
Perda funcional de neurofibromina (não observada nas formas esporádicas)
GLIOMAS ASTROCITOMA PILOCÍTICO DE BAIXO GRAUIgor Thé
Braga
• Células bipolares
• Prolongamentos longos e finos (GFAP +)
• Fibras de Rosenthal, corpúsculos granulares
• Corpúsculos granulares eosinofílicos;
• Bifásicos, padrão microcístico frouxo, áreas fibrilares;
• Aumento no número de vasos sanguíneos, engrossamento das paredes ou proliferação celular vascular (sem implicar em prognóstico desfavorável);
• Incomum presença a presença de necrose e mitoses
• Borda infiltrativa estreita no encéfalo contíguo ao tumor ( ≠ dos astrocitomas fibrilares difusos de qualquer grau)
GLIOMAS ASTROCITOMA PILOCÍTICO DE BAIXO GRAU
Igor Thé Braga
• 5 a 15% dos gliomas
• 4ª e 5ª década de vida
• Vários anos de queixas neurológicas, incluindo freqüentemente crises convulsivas
• Hemisférios cerebrais, predileção pela substância branca
• Massas bem circunscritas
• Cistos, hemorragia focal e calcificação
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMAIgor Thé
Braga
• Células regulares, núcleos esféricos Cromatina finamente regular (semelhante à de
oligodendrócitos normais) Circundados por um halo
citoplasmático claro
• Delicada rede de capilares anastomosantes
• Calcificação (aproximadamente 90%) Desde focos microscópicos
a deposições maciças
• Infiltração das células tumorais no córtex cerebral células tumorais arranjadas em
torno dos neurônios satelitose perineural
• Difícil de se detectar atividade mitótica, baixos índices de proliferação
• Lesões de grau II/IV da OMS
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMA
Igor Thé Braga
OLIGODENDROGLIOMAS ANAPLÁSICOS (grau III/IV da OMS)
• Aumento da densidade celular, anaplasia nuclear
• Aumento da atividade mitótica e necrose
• Em nódulos dentro de um oligodendroglioma que no restante é grau II/IV
• Células distintas e arredondadas, GFAP citoplasmático
• Núcleos que se assemelham a outros elementos do tumor = microgemistócitos
• Alguns oligodendrogliomas de alto grau padrões indistinguíveis dos glioblastomas agrupados com os glioblastomas
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMA
Igor Thé Braga
GENÉTICA MOLECULAR
• Anormalidades moleculares + aspectos histológicos distinção entre os oligodendrogliomas e os tumores astrocíticos Amplificação do gene EGFR
• Perda de heterozigose para o cromossomo 1p e 19q (até 80% dos casos)
• Alterações genéticas adicionais tendem a se acumular com o progresso do oligodendroglioma anaplásico perda do 9p, perda do 10q e mutação em CDKN2A
• Alterações moleculares (oligodendrogliomas anaplásicos) X Tratamento:
Tumores COM perda de 1p e 19q mas sem outras alterações – respostas consistentes e de longa duração à químio e à radioterapia
Tumores com alterações genéticas adicionais – resposta de duração mais curta
Tumores SEM perda de 1p e 19q – parecem ser mais resistentes à terapia
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMAIgor Thé
Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• Melhor prognóstico do que os indivíduos com astrocitomas
• Tratamento atual cirurgia + químio + radioterapia elevação de 5 a 10 anos na sobrevida média
• Prognóstico geral pioroligodendroglioma anaplásicolesões levam em torno de 6 anos para progredir de baixo grau para
alto grau
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMA
Igor Thé Braga
OLIGOASTROCITOMA E OLIGOASTROCITOMA ANAPLÁSICO
• Regiões bem definidas de oligodendrogliomas e de astrocitoma
• Critério diagnóstico: controvertido
• Natureza bifásica, porém monoclonais, apresentando deleção 1p/19q ou mutação em p53
GLIOMAS OLIGODENDROGLIOMA
Igor Thé Braga
• Desenvolvimento perto do sistema ventricular revestido por células ependimárias, incluindo o canal central da medula espinal (freqüentemente obliterado)
• Nas duas primeiras décadas de vida: perto do IV ventrículo 5 a 10% dos tumores encefálicos primários
• Em adultos:medula espinal quadro de neurofibromatose do tipo 2 (NF2)
GLIOMAS EPENDIMOMA
Igor Thé Braga
• No IV ventrículo: massas sólidas ou papilares que se estendem a partir do assoalho do ventrículo
• Limites bem demarcados do encéfalo adjacente
• Proximidade com os núcleos pontinos e bulbares vitais: impossibilidade de extirpação completa
• Tumores intraespinais: demarcação nítida pode possibilitar a retirada completa
GLIOMAS EPENDIMOMA
Igor Thé Braga
• Células com núcleos regulares arredondados ou ovais
• Cromatina granular abundante
• Pseudorosetas perivasculares células tumorais arranjadas em
torno dos vasos finos prolongamentos ependimários
direcionados para a parede do vaso
• Expressão GFAP
• Bem diferenciados, se comportando como lesões de grau II/IV da OMS
• Ependimomas anaplásicos (grau III/IV da OMS) aumento da densidade celular altas taxas de mitose áreas de necrose diferenciação ependimária menos evidente
GLIOMAS EPENDIMOMA
Igor Thé Braga
GENÉTICA MOLECULAR
• Associação dos ependimomas espinais com NF2 gene de NF2 localizado no cromossomo 22 muitas vezes mutado no ependimoma da medula espinal, mas não
em outras regiões
• + provável em lesões supratentoriais alterações no cromossomo 9
• Não parecem compartilhar as alterações genéticas que são encontradas em outros gliomas, como as mutações em p53
GLIOMAS EPENDIMOMA
Igor Thé Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• Ependimomas da fossa posterior se apresentam com hidrocefalia secundária à obstrução progressiva do IV
ventrículo, ao invés da invasão da ponte ou bulbo
• Relação com o sistema ventricular dissemninação pelo LCR mau prognóstico
• Lesões da fossa posterior pior prognóstico geral, particularmente em crianças jovens probabilidade de sobrevida por 5 anos é de aproximadamente 50%
• MELHOR resposta clínica após ressecção completa ependimomas supratentoriais e espinais
GLIOMAS EPENDIMOMA
Igor Thé Braga
• Neoplasia neuronal de baixo grau
• No interior do sistema ventricular (mais comum no ventrículo lateral e no terceiro ventrículo)
• Núcleos arredondados uniformes, regularmente espaçados
• Freqüentes ilhas de neurópilo
• Células semelhantes às do oligodendroglioma Diferenciação: estudos ultraestruturais e
imuno-histoquímicos
TUMORES NEURONAIS
NEUROCITOMA CENTRAL
Igor Thé Braga
• Origem neuroectodérmica
• Nada ou muito pouco expressam dos mascadores fenotípicos de células maduras do sistema nervoso
• Mal diferenciados ou embrionários
• Características celulares de células primitivas indiferenciadas
• + comum: MEDULOBLASTOMA cerca de 20% dos tumores cerebrais em crianças
NEOPLASIAS MAL DIFERENCIADAS
Igor Thé Braga
• Predominantemente em crianças
• Exclusivamente no cerebelo (por definição)
• Expressão de marcadores neuronais e gliais
• Freqüentemente bastante indiferenciado
• Crianças: linha média do cerebelo
• Adultos: localização lateralizada
• Crescimento rápido pode ocluir o fluxo do LCR, levando à hidrocefalia
• se estende para a superfície da folha cerebelar e envolve as leptomeninges
NEOPLASIAS MAL
DIFERENCIADAS MEDULOBLASTOMASIgor Thé
Braga
• Extremamente celular, com camadas de células anaplásicas
• Células pequenas, com citoplasma escasso e núcleos hipercromáticos, formato alongado ou em crescente
• Mitoses abundantes, marcadores de proliferação celular – Ki-67
• Nas bordas da massa tumoral principal: células do meduloblastoma com
cadeias lineares de células que se infiltram através do córtex cerebral para se agregar abaixo da pia-máter, atravessá-la e se implantar no espaço subaracnoide
• Disseminação através do LCR complicação comum massas nodulares por todo o SNC, incluindo as metástases para a cauda equina
(metástases em gota)
NEOPLASIAS MAL
DIFERENCIADAS MEDULOBLASTOMASIgor Thé
Braga
GENÉTICA MOLECULAR
• Alteração genética + comum perda do material do 17p, com a presença de um cromossomo anormal derivado da
duplicação do braço longo do cromossomo 17 (isocromossomo 17q ou i(17q))
• Perda de 17p – indicador de mau prognóstico
• Ampliação de MYC – associada a um curso clínico mais agressivo
• Diversas outras vias de sinalização no desenvolvimento cerebral normal – estão alteradas em subtipos de meduloblastomas: via sonic hedgehog-patched (envolvida no controle da proliferação normal das
células granulares cerebelares via de sinalização WNT (incluindo APC e β-catenina) via de sinalização Notch
• Tumores com níveis aumentados de receptor de neurotrofina TRKC – melhor resposta clínica, assim como os que mostram acúmulo nuclear de β-catenina
NEOPLASIAS MAL
DIFERENCIADAS MEDULOBLASTOMASIgor Thé
Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• Altamente maligno
• Prognóstico para pacientes sem tratamento: sombrio
• Sensível à radioterapia
• Exérese completa e irradiação taxa de sobrevida por 5 anos
pode alcançar 75%
NEOPLASIAS MAL
DIFERENCIADAS MEDULOBLASTOMAS
Igor Thé Braga
ASPECTOS CLÍNICOS
• Nos hemisférios cerebrais:
tumores com histologia similar e baixo grau de diferenciação que se assemelham aos meduloblastomas
= tumor supratentorialneuroectodérmico primitivo (PNET do SNC)
≠ da lesão periférica (tumor neuroectodérmico periférico) – compartilha alteração genética com o sarcoma de Ewing
PNET supratentorial – geneticamente distinto do meduloblastoma e do tumor periférico
NEOPLASIAS MAL
DIFERENCIADAS MEDULOBLASTOMAS
Igor Thé Braga
LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC• 2% dos linfomas extranodais e 1% dos tumores intracranianos
• Neoplasia mais comum no SNC em indivíduos imunossuprimidos, incluindo os casos de AIDS e de imunossupressão após transplante
• População não imunossuprimida faixa de idade relativamente ampla, freqüência aumenta após os 60 anos
• Termo primário enfatiza a distinção entre as lesões e o envolvimento secundário do SNC por
linfoma que se desenvolveu em outro local do organismo
• Multifocal no parênquima encefálico
• Disseminação para fora do SNC atinge linfonodos, medula óssea ou localização extranodal complicação rara e tardia
OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS
Igor Thé Braga
• Linfoma que se origina fora do SNC:
raramente envolve o parênquima encefálico
quando ocorre: presença de células malignas no LCR ou em torno das raízes dos nervos intradurais; infiltração por células malignas de áreas superficiais do encéfalo ou da medula espinal
• Maior parte – origem de células B
• No contexto de imunossupressão – as células em quase todos esses tumores: infectadas pelo vírus Epstein-Barr
• Agressivos, com resposta relativamente fraca à quimioterapia, quando comparados com os linfomas periféricos
OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC
Igor Thé
Braga
• Lesões múltiplas, envolvendo a substância cinzenta profunda, como a substância branca e o córtex
• Disseminação periventricular
• Relativamente bem definidos quando comparados com as neoplasias gliais
• Não tão distintos como as metástases
• Extensas áreas de necrose central
OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC
Igor Thé Braga
• Tipos histológicos + comuns: linfomas difusos de células B com
células grandes
• Células malignas se infiltram no parênquima do encéfalo e se acumulam em torno dos vasos sanguíneos
• Expressão de marcadores de células B; a maioria das células também expressa BCL-6
• Quando surgem no contexto de imunossupressão diversos marcadores de infecção viral
pelo Epstein-Barr podem ser utilizados como auxílio no diagnóstico
OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS
LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC
Igor Thé Braga
• Predominantemente benignos em adultos
• Ligados à dura-máter, que por sua vez se origina de células meningoteliais do aracnoide
• Podem ser encontrados:ao longo de qualquer superfície externa do encéfalo assim como no interior do sistema ventricular, onde se originam do
estroma das células da aracnoide do plexo coroide
• Fator de risco: realização prévia de radioterapia, habitualmente décadas antes
• Crescimento como massas ancoradas na dura-máter: metástases, tumores solitários fibrosos e uma variedade de sarcomas mal diferenciados
MENINGIOMA
Igor Thé Braga
• Massas arredondadas, base dural bem definida que comprime o encéfalo subjacente, mas são facilmente separadas dele
• Extensão do tumor para a tábua óssea
• Superfície da massa: encapsulada por fino tecido fibroso
• Pode crescer em placa o tumor se espalha de forma
laminar ao longo da superfície da dura-máter
associada a alterações reativas hiperostóticas nos ossos adjacentes
• Não há evidência macroscópica de necrose ou hemorragia extensa
MENINGIOMAIgor Thé
Braga
• Risco relativo baixo de recorrência ou de crescimento agressivograu I/IV da OMS
• Vários padrões histológicos podem ser observados, sem significado prognóstico
• Degeneração xantomatosa
• Metaplasia (freqüentemente óssea)
• Pleomorfismo nuclear moderado
• Índice de proliferaçãose mostrou um fator preditivo do comportamento biológico
MENINGIOMA
Igor Thé Braga
Sincicial (Meningotelial)
Fibroblástico Transicional
Psamomatoso Secretório Microcístico
MENINGIOMA
Igor Thé Braga
Meningiomas atípicos (grau II/IV da OMS)
• Alta taxa de recorrência
• Crescimento focal mais agressivo
• Necessidade de radioterapia, além de cirurgia
• Distinção dos meningiomas de baixo grau: índice mitótico de 4 ou mais mitoses por 10 campos de grande aumento celularidade aumentadapequenas células com relação núcleo/citoplasma elevadanucléolos proeminentesausência de um padrão de crescimento ou necrose
MENINGIOMA
Pelo menos 1 desses
Igor Thé
Braga
Meningiomas (malignos) anaplásicos (grau III/IV da OMS)
• Altamente agressivos
• Aparência de um sarcoma de alto grau, mas mantendo algumas características histológicas de sua origem meningotelial
• Taxas mitóticas extremamente elevadas (> 20 mitoses por 10 campos de grande aumento)
• Tamanha propensão a recidiva que são considerados tumores de grau III/IV da OMS: meningiomas papilaresmeningiomas rabdoides
MENINGIOMA
Igor Thé Braga
GENÉTICA MOLECULAR• Anormalidade citogenética mais comumente encontrada: perda do cromossomo 22, especialmente de seu braço longo (22q)
• Deleções: incluem a região 22q12, que contém o gene NF2, que codifica a proteína
merlina como esperado: freqüentes em portadores de NF2
• De 50% a 60% dos meningiomas fibroblásticos, transicionais e psamomatosos– mutação no gene NF2
• Maior parte destas mutações leva à ausência de função da proteína merlina
• Meningiomas de alto grau acumulam outras alterações genéticas não relacionadas à NF2
MENINGIOMA
Igor Thé Braga
ASPECTOS CLÍNICOS• Crescimento lento
• Sintomas vagos não localizáveis
• Achados focais decorrentes da compressão de estruturas subjacentes do encéfalo
• Porção parassagital da convexidade encefálica, dura-máter da convexidade lateral, asa do esfenóide, sulco olfatório, sela turca e forame magno
• Raros em crianças
• Moderado predomínio (3:2)em mulheres, embora esta relação seja de 10:1 nos meningiomas espinais, que são com freqüência também psamomatosos
• Lesões solitárias, mas quando presentes em muitos locais, especialmente em associação com neuromas acústicos ou tumores gliais, deve-se considerar a hipótese de NF2
• Expressam receptores de progesterona e podem crescer mais rapidamente durante a gestação
MENINGIOMAIgor Thé
Braga
• Origem nos nervos periféricos, incluindo as células de Schwann, as células perineurais e os fibroblastos
• Expressam características de células de Schwann, incluindo a presença de antígeno S-100 assim como o potencial de diferenciação melanocítica
• Podem ter origem na dura-máter, como ao longo do trajeto dos nervos periféricos
• As várias formas de tumor da bainha do nervo periférico estão também associadas às duas formas de neurofibromatose
TUMORES DA BAINHA DE NERVOS PERIFÉRICOS
Igor Thé Braga
• Benignos
• Origem em células de Schwann derivadas da crista neural
• Sintomas locais por compressão dos nervos envolvidos ou de estruturas adjacentes (como tronco encefálico e medula espinal)
• São um dos componentes da NF2, e mesmo os schwannomas esporádicos podem estar associados a mutações inativadoras do gene NF2 no cromossomo 22
• Perda da expressão do produto do NF2, merlina: achado consistente em todos os schwannomas
• Merlina: normalmente restringe a expressão de receptores de fatores de crescimento na superfície celular, como o EGFR, por meio de interações envolvendo a actina do citoesqueleto; na sua ausência: as células se proliferam em resposta aos fatores de crescimento
TUMORES DA BAINHA DE NERVOS
PERIFÉRICOS
SCHWANNOMAIgor Thé
Braga
• Massas encapsuladas bem circunscritas que estão ligadas ao nervo, mas podem ser separados deste
• Padrão de crescomento Antoni A células alongadas com processos
citoplasmáticos arranjados em fascículos
corpúsculos de Verocay
• Padrão de crescimento Antoni Bmenos densamente celular trama frouxa de células, microcistos
e estroma mixoide
TUMORES DA BAINHA DE NERVOS
PERIFÉRICOS
SCHWANNOMA
Igor Thé Braga
ASPECTOS CLÍNICOS• Ângulo pontocerebelar, dentro da caixa
craniana, ligados ao ramo vestibular do oitavo nervo
• Zumbido e perda auditiva
• “Neuroma acústico” = schwannoma do nervo vestibular
• Em outros pontos da dura-máter nervos sensoriais preferencialmente
envolvidos, incluindo os ramos do trigêmeo e as raízes dorsais
• Extradurais – associados a grandes troncos nervosos, onde as modalidades sensoriais e motoras se encontram misturadas
TUMORES DA BAINHA DE NERVOS
PERIFÉRICOS
SCHWANNOMAIgor Thé
Braga
• Principalmente os carcinomas
• 25% a 50% dos tumores intracranianos em pacientes hospitalizados
• Cinco sítios primários + comuns: pulmão, mama, pele (melanoma), rim e trato gastrointestinal – respondem por 80% de todas as metástases
• Alguns tumores raros (p. ex., o coriocarcinoma) têm uma alta chance de metastatizar para o encéfalo, enquanto outros tumores mais comuns (p. ex., o carcinoma de próstata) quase nunca o fazem, mesmo quando se disseminam para os ossos ou para a dura-máter adjacente
TUMORES METASTÁTICOS
Igor Thé Braga
• Meninges: local de freqüente envolvimento em doença metastática
• Clinicamente – massa tumoral e podem ocasionalmente ser a primeira manifestação do câncer
• Benefício na qualidade de vida com o tratamento localizado de metástases encefálicas isoladas
• Metástases para o espaço epidural e subdural – podem causar compressão da medula espinal, o que requer tratamento de emergência
TUMORES METASTÁTICOS
Igor Thé Braga
• Metástases intraparenquimatosas:
massas com demarcação nítida, freqüentemente na junção entre a substância branca e cinzenta
circundadas por uma zona de edema
• Limites microscópicos entre o tumor e o parênquima encefálico: são também bem definidos, embora o melanoma seja um tumor que nem sempre segue esta regra
• Nódulos do tumor: freqüentemente com áreas centrais de necrose, rodeados por gliose reativa
• Carcinomatose meníngea:
nódulos tumorais se projetando para a superfície do encéfalo, medula espinal e raízes nervosas intradurais
carcinomas de pulmão e de mama
TUMORES METASTÁTICOSIgor Thé
Braga
• Além dos efeitos diretos e localizados produzidos pelas metástses
• Algumas vezes até precedendo o reconhecimento clínico da neoplasia maligna
• Desenvolvimento de resposta imune contra antígenos tumorais que reagem de forma cruzada contra antígenos nos sistemas nervosos central e periférico
• Alguns tipos de tumores são associados a múltiplos tipos de autoanticorpos e alguns autoanticorpos podem estar presentes em diferentes síndromes clínicas
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Igor Thé Braga
• Sistema nervoso central (encefalomielites):
Degeneração cerebelar subaguda, com destruição das células de Purkinje e gliose, podendo estar presente leve infiltrado inflamatório
Encefalite límbica, caracterizada por demência subaguda e patologicamente pela presença de infiltrado inflamatório formando manguitos perivasculares, nódulos microgliais, alguma perda neuronal e gliose, que é mais evidente nas porções média e anterior do lobo temporal, se assemelhando a um processo infecciosos; um processo similar envolvendo o tronco encefálico pode ser visto de forma isolada ou em combinação com o envolvimento do sistema límbico
Distúrbios da movimentação ocular, mais comumente opsoclonus, que com freqüência pode ser encontrado associado a outras evidências de disfunção cerebelar e do tronco encefálico; em crianças, esta condição é mais freqüentemente associada ao neuroblastoma e é encontrada junto com mioclonias
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Igor Thé Braga
• Sistema nervoso periférico:
Neuropatia sensorial subaguda, que pode ser encontrada de forma isolada ou em associação à encefalite límbica; é caracterizada por perda dos neurônios sensoriais da raiz dorsal do gânglio espinal, em associação com infiltrados inflamatórios
Síndrome miastênica de Lambert-Eaton, causada pela presença de anticorpos contra canais de cálcio regulados por voltagem nos elementos pré-sinápticos da junção neuromuscular; também pode ser encontrada na ausência de neoplasia
• Para algumas doenças, como a encefalite límbica associada aos anticorpos contra os canais de potássio regulados por voltagem: existem evidências que terapêuticas voltadas para a redução dos títulos de anticorpos resultam em melhora clínica
• Em outros contextos: é controversa como a resposta imune contra proteínas intracelulares desencadeia doença e se os anticorpos são diretamente patogênicos ou meramente marcadores da doença, e até mesmo se componentes do sistema imune estão envolvidos clinicamente
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Igor Thé Braga
• Astrocitoma Gemistocítico
• Xantoastrocitoma Pleomórfico
• Gliomas de Tronco Encefálico
• Ependimomas Mixopapilares
• Subependimomas
• Papilomas do Plexo Coroide
• Cisto Coloide do Terceiro Ventrículo
• Ganglioglioma
• Tumor Neuroepitelial Disembrioplástico
• Tumores do Parênquima da Pineal
• Neurofibromas
• Tumor Maligno da Bainha de Nervos Periféricos
• Síndromes Tumorais Familiais
• ETC...
OUTROS TUMORES...
Igor Thé Braga
1. robbins, 8ª edição
2. anatpat.unicamp.br
3. uptodate.com
4. netterimages.com
5. radiopaedia.org
6. radiographics.rsna.org
BIBLIOGRAFIA
Igor Thé Braga