Nelson Mandela - CONSULADO GERAL DE ANGOLA...

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1 Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo ANO I - Nº 4 - Outubro/Dezembro 2013 Nelson Mandela O Primeiro Homem que sonhou com negros e brancos vivendo juntos e em paz 1918 - 2013 Comunidade Angolana no Brasil Comemora o 11 de Novembro MENSAGEM DE ANO NOVO DE SUA EXCELÊNCIA, ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA

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Publicação do Consulado Geral de Angola em São Paulo

ANO I - Nº 4 - Outubro/Dezembro 2013

Nelson MandelaO Primeiro Homem que sonhou

com negros e brancos vivendo juntos

e em paz1918 - 2013

Comunidade Angolana no Brasil Comemora o 11 de Novembro

MENSAGEM DE ANO NOVO DE SUA EXCELÊNCIA,

ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA

REPÚBLICA DE ANGOLA

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Mensagem ao Leitor

A República de Angola e a República Federativa do Brasil celebraram três importantes Acordos, nomeadamente o Acordo sobre o auxílio jurí-dico mútuo em matéria penal, o Acordo sobre a extradição, e o Acordo sobre a transferência de pessoas condenadas. Estes Acordos aglu-tinam em si uma significância ímpar, restando, para a sua entrada em vigor, o cumprimento de uma disposição interna brasileira que é a sua promulgação por meio de decreto do Presiden-te da República que deve ser publicado no Diário Oficial da União.

O Acordo sobre o auxílio jurídico mútuo em matéria penal, assinado em Maio de 2005, é um instrumento jurídico bilateral importante, inse-rido no âmbito do combate ao crime transna-cional, incluindo lavagem de dinheiro, corrup-ção e tráfico ilícito de drogas, armas de fogo, munições, explosivos, criminalidade conexa ou quaisquer outras atividades criminosas, e, quan-do implementado, será, sem dúvida, um meio eficaz de auxílio mútuo em matéria de preven-ção e investigação de processos de natureza cri-minal e de procedimentos judiciários, que tan-to os dois países necessitam. A abrangência do Acordo é ampla mas não se aplica em caso de busca, detenção ou prisão de uma pessoa com o intuito de obter a sua extradição, e em caso de execução de sentenças penais.

O Acordo sobre a extradição refere-se particu-larmente a pessoas que se encontram em territó-rio de um dos países e que sejam procuradas pe-las autoridades competentes do outro país para responderem a processo criminal já em curso ou para cumprirem uma pena privativa de liberdade.Sobre este assunto, é necessário referir que a Constituição da República de Angola, no seu ar-tigo 70º, reza que ”não é permitida a expulsão nem a extradição de cidadãos angolanos do ter-ritório nacional”. Quer dizer que, por este pos-tulado constitucional, os cidadãos angolanos que se encontram no território de Angola não podem ser objeto deste Acordo por ser um im-perativo Constitucional, independentemente da circunstância. Mas, os cidadãos angolanos, resi-dentes no Brasil, podem ser por exemplo objeto de extradição para Angola no âmbito do Acordo, não ferindo nenhuma disposição constitucional.

Assim, conjugando e interpretando o Acordo versus Constituição da Republica de Angola, a ex-tradição do território nacional aplica-se somente a cidadãos estrangeiros residentes ou em passa-gem por Angola, ou seja, qualquer cidadão bra-sileiro que resida ou esteja de passagem por An-gola, e qualquer cidadão de outra nacionalidade com este mesmo estatuto. É necessário realçar algumas excepcões previstas pela Constituição de Angola, como “a não extradição de cidadãos estrangeiros por motivação política ou por fac-tos passíveis de condenação a pena de morte e sempre que se admita, com fundamento, que o extraditado possa a vir a ser sujeito a tortura, tra-tamento desumano, cruel ou de que resulte lesão irreversível da integridade física, segundo o direi-to do Estado requisitante”.

Recordar que a Constituição de República de Angola, nos artigos 30º, 31º e 36º, protege a vida, integridade física e dignidade da pessoa humana, bem como garante o direito a liberda-de física e a segurança individual.

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Assim, estes princípios básicos estão contem-plados no Acordo sobre extradição que, por sua vez, salvaguarda outrossim os instrumentos internacionais, dos quais ambos os países são partes, no âmbito da luta contra o terrorismo internacional, genocídio, crimes de guerra ou delitos contra a humanidade, e de outros actos internacionalmente ilícitos.

O Acordo sobre a transferência de pessoas condenadas tem uma grande importância, particularmente para os cidadãos angolanos detidos no Brasil, pois estabelece as regras e condições para a transferência de pessoas con-denadas.

Uma das grandes condições é sem dúvida o consentimento expresso da pessoa condena-da, se for maior, ou, em caso de ser menor ou incapacitado, o consentimento do representan-te deste em conformidade com a legislação do Estado receptor, pois sem o qual a transferência não pode ter lugar, bem como o consentimento de ambos os Estados (Angola e Brasil) quanto a transferência.

As demais condições são cumulativas, segundo a interpretação do artigo 3º do Acordo, devendo ser cidadão do Estado que recebe o condena-do; a sentença ter sido transitada em julgado; o tempo de pena por cumprir ser igual ou maior que um ano; e os factos que originaram a conde-nação serem também infracção penal no Estado que recebe o condenado.

É necessário assinalar que o Acordo sobre trans-ferência estabelece que, após a sentença ter transitado em julgado, a pessoa condenada po-derá solicitar a sua transferência, devendo ser informada do conteúdo do Acordo e preencher um modelo próprio.

O facto de existir este Acordo de transferência não implica que o Estado onde se encontra a pessoa condenada não possa negar o pedido de transfe-rência, pois a negação pode estar ligada a vários factores como o comportamento do condenado,

o tipo de crime e outros factores objetivos.Relativamente a este instituto – transferência de pessoas condenadas, regista-se um desejo crescente e manifestado por muitos angola-nos detidos no Brasil, cujo processo não é pos-sível ter o seu início por não entrada em vigor do referido Acordo, como dito no princípio. Há necessidade que os Acordos sobre o auxí-lio jurídico mútuo em matéria penal, sobre a extradição, e sobre a transferência de pessoas condenadas entrem em vigor para que os seus benefícios sejam reais.

Apesar dos efeitos desse tipo de transferência, como a continuação do cumprimento da pena no Estado que recebe a pessoa condenada, a transferência dos condenados angolanos para Angola trazem, de per si, algumas vantagens como a possibilidade de visitas de seus fami-liares e amigos, conviverem com presos com a mesma identidade cultural, hábitos e costumes, e sobretudo porque na execução da pena, apli-ca-se a legislação e os procedimentos em vigor na República de Angola.

Outra vantagem é, sem dúvida, para aqueles que estão em regime de liberdade condicional que podem usufruir desse direito junto de seus familiares, após o cumprimento das condições processuais exigidas, deixando de estar condi-cionado a residência ou local de acomodação provisória.

Assim, independentemente do exposto, é im-prescindível que os Acordos sobre o auxílio ju-rídico mútuo em matéria penal, o Acordo sobre a extradição, e o Acordo sobre a transferência de pessoas condenadas entre Angola e Brasil entrem imediatamente em vigor pois, segun-do o direito internacional público, artigo 16º, a troca dos instrumentos de ratificação signi-fica que os Estados obrigaram-se pelos referi-dos Acordos e manifestaram a garantia do seu cumprimento. n

Belo MangueiraCônsul Geral / Embaixador

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Publicação do Consulado Geral de Angola em São PauloRua Estados Unidos, 821 - Jardim América São Paulo/SP

Estrutura EditorialBelo Mangueira - Cônsul Geral/ EmbaixadorJosé Alves Maria Fernandes - Vice-Cônsul Alice Mendes Alves Vice - Cônsul Izau Boco - Vice -Cônsul

Projeto e Produção Gráfica e DiagramaçãoOP Propaganda & Marketing ltda (55 11) 4116-1964

[email protected]

Angola Yetu é uma publicação Trimestral do Consulado Geral de Angola em São Paulo

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para redação da ANGOLA YETU use o email

sectorcomunidade@consuladogeraldeangolasp.netwww.consuladogerdeangolasp.net

ÍNDICE 06 - Mensagem de

Final de ano do Pre-sidente da República Engº. José Eduardo

dos Santos

07 - Ministro das Relações Exteriores rende

homenagem a Nelson Mandela

14 - Supressão de vistos diplomáticos e de serviço aumentam cooperação Angola - França

14 - Ministro Pinda Simão quer maior empenho dos docentes

16 - Angola vela por melhor cooperação com o Brasil

27 - Breve considerações sobre as atribuições da representação comercial da embaixada de Angola no Brasil e a evolução das relações comerciais entre Angola e o Brasil.

29 - Economia

26 - Condenado estrangeiro tem direito à progressão de regime prisional

21 - Angolanos no Brasil comemoram 38 anos da Independência

34 - VI Bienal da CPLP

37 - Gastronomia angolana ganha Endereço no Bairro do Brás

40 - Desporto

Embaixador Belo Mangueira - SupervisorAlves Fernandes - DirectorColaboradores - Dr. Hedion Silva Júnior - Vasco Suamo - Rui Mucaje -Estudantes e Cidadãos da Comunidade Angolana na Cidade de São Paulo

Corpo Consular

18 - Actividade Consular

32 - Sociedade

17 e 36 - Alimenta Angola - Página -

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POVO ANGOLANO,CAROS COMPATRIOTAS,Nos últimos dias que nos separam do fim de mais um ano civil, gostaria de partilhar com todas as famílias angolanas este momento de balanço do que foi vivido e do que se prepara para o futuro imediato.O ano de 2013 foi marcado por grandes acontecimentos. Alguns deles, infelizmente, de natureza dramática que causaram enormes prejuízos e retiraram do nosso conví-vio cidadãos que muito ainda tinham para dar à Nação.Que as suas almas descansem em paz e que os seus bons exemplos sejam seguidos pelas novas gerações.Outros acontecimentos tiveram feição positiva e ocorreram no domínio económico, social e cultural, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento da nossa sociedade.Com o início da aplicação do Plano Nacional de De-senvolvimento, o Governo começou a implementar políticas públicas para garantir a estabilidade, o cres-cimento e o emprego.Este processo visa a valorização e a melhoria das con-dições de vida da família, a promoção da igualdade do género, a protecção social do idoso, a protecção integral dos direitos da criança e a integração social completa dos desmobilizados.A intenção é fortalecer a estrutura familiar, enquanto núcleo básico da sociedade, e pugnar pela inclusão social e económica de todos os cidadãos, sem qual-

MENSAGEM DE ANO NOVO DE SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Luanda, 27/12/13

quer distinção.Um segmento da nossa sociedade que mereceu toda a nossa atenção foi o da juventude, com a qual o Gover-no encetou um diálogo franco, construtivo e abran-gente, sobre os seus principais anseios e aspirações. O Fórum Nacional da Juventude foi a expressão do dinamismo e da criatividade dos jovens angolanos e os temas nele debatidos integram agora o Plano Na-cional de Desenvolvimento da Juventude.As prioridades desse Plano são:• Aumentar a oferta de emprego; • Cuidar do primeiro emprego;• Ajustar as qualificações dos jovens às necessidades do mercado de trabalho e garantir o seu acesso a uma habitação condigna.Nesse sentido, vão ser destinados mais recursos à for-mação técnico-profissional dos trabalhadores e qua-dros médios, aumentando ou ampliando os centros e escolas de formação em todos os municípios.É de facto urgente inverter a actual pirâmide do sis-tema de formação, em que se regista um número dez vezes maior no ensino superior do que no escalão de formação profissional de base.Estas acções serão levadas a cabo com o apoio e a participação de empresas públicas e privadas, para equilibrar a oferta à procura de emprego através dos centros de gestão de emprego.O Governo continuará também a desenvolver as in-

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fra-estruturas, para que os jovens tenham um maior acesso à prática desportiva, às artes e aos benefícios da cultura sem qualquer tipo de discriminação, pois isto poderá contribuir para o fortalecimento livre e harmonioso da sua personalidade e para a consolida-ção da identidade nacional.POVO ANGOLANO,CAROS COMPATRIOTAS,A mulher angolana, e com grande evidência a mulher rural, teve sempre de enfrentar múltiplas dificuldades e adversidades.Muitas foram mortas e muitas viram morrer os seus maridos, filhos e outros familiares. Muitas tiveram de assumir a chefia dos seus lares e a liderança das suas famílias. Tiveram de lutar arduamente em condições de sobrevivência pelo sustento dos filhos e familiares, pela sua educação e saúde, mantendo a coesão e a uni-dade familiar.A Nação está grata à mulher angolana e, em particu-lar, à mulher rural e presta-lhe um merecido tributo.Mas temos de ir mais longe do que temos feito, in-tensificando o desenvolvimento rural e melhorando as condições de vida e de bem-estar das famílias e das comunidades rurais.No capítulo da igualdade do género, uma atenção es-pecial vai ser dedicada à resolução dos problemas que afectam a mulher rural, que constitui um elemento preponderante para a subsistência dos agregados fa-miliares e das comunidades situadas no campo, pelo seu papel decisivo ao longo da nossa história.Os Ministérios da Promoção da Mulher, da Adminis-tração do Território e do Trabalho e Segurança So-cial devem conduzir um programa de auscultação e discussão dos problemas da mulher rural em 2014, a exemplo do que foi feito em 2013 em relação à juven-tude, para ajustarmos os nossos programas de apoio à mulher rural à realidade de cada município e de cada província e definir os recursos adequados no Orça-mento Geral do Estado de 2015.POVO ANGOLANO,CAROS COMPATRIOTAS,O Governo quer saber quantos somos e onde estamos para que possa fazer os planos de desenvolvimento do país com dados certos.Desse modo estaremos em condições de aprofundar o nosso conhecimento sobre as reais necessidades das nossas populações, adoptando as melhores políticas para satisfazê-las.Este ano foram dados os primeiros passos para orga-nizar os trabalhos que vão permitir obter essa infor-mação através do Censo Geral da População, que vai ter lugar em Maio de 2014.O Censo Geral é uma operação muito importante e complexa em que todos os cidadãos devem colaborar para alcançarmos os resultados desejados.Esse exercício vai permitir por exemplo, que, no mo-

mento da materialização das autarquias de modo fa-seado e progressivo como recomendou o Conselho da República em 19 de Dezembro de 2011, os seus gestores estejam mais capacitados para dar resposta aos problemas concretos das comunidades sob sua responsabilidade.POVO ANGOLANO,CAROS COMPATRIOTAS,Nunca é demais falarmos da necessidade da tolerân-cia e do respeito mútuo e também do respeito pela vida e pelos direitos dos cidadãos por parte das ins-tituições públicas e privadas, independentemente da sua condição social, da sua origem, das suas crenças religiosas e das suas preferências partidárias.A condenação à pena de morte foi abolida no nosso país pela Constituição em 1991.A ‘cultura da morte’ ou do assassinato por razões po-líticas não é prática do Estado angolano.Em conformidade com a Constituição incumbe ao Es-tado proteger e garantir o direito à vida dos cidadãos e tudo tem sido feito e continuará a ser feito nesse sentido.Quem governa tem como primeira responsabilidade respeitar e fazer respeitar a Lei e preservar a vida e a segurança dos seus cidadãos.POVO ANGOLANO,CAROS COMPATRIOTAS,Sem respeito e aceitação do outro não há tolerância nem existem condições para o exercício da cidadania.A liberdade e a democracia garantidas pela Consti-tuição não constituem um livre trânsito para o insulto gratuito, para a ofensa moral e para a calúnia de quem quer que seja.Aqueles que utilizam esta prática com intenção de colher dividendos políticos e projectar a sua imagem perdem tempo e também perdem prestígio e conside-ração diante dos seus compatriotas.Exprimo o meu apreço aos responsáveis políticos, re-ligiosos ou de organizações da sociedade civil que se manifestam sempre contra o incitamentos ao ódio, à violência ou ao desrespeito pela legalidade estabele-cida, e promovem campanhas de educação a favor da paz e a harmonia no seio da nossa sociedade, apesar das diferenças de opinião.Nesta quadra festiva, reafirmamos o compromisso de continuar a dar o nosso melhor contributo para que o país continue a crescer e as famílias angolanas tenham uma vida cada vez mais condigna, num clima de paz, harmonia e tolerância e para que todos mantenhamos acesa a chama da esperança num futuro melhor.Dirijo uma saudação especial e votos de rápida recu-peração a todos aqueles que neste momento se encon-tram doentes ou impossibilitados de festejar o Natal e o Ano Novo com as suas famílias.

Desejo a todos Festas Felizes e um próspero Ano Novo!

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Mensagem de sua Excelência GEORGES CHIKOTI, Ministro das Relações

Exteriores de Angola por ocasião dos Cumprimentos de Fim de Ano aos

Trabalhadores do MIREX

Senhores Secretários de Estado;Caros Directores;Minhas Senhoras e meus Senhores.

Permita-me começar por agradecer a todos por terem acedido ao nosso convite, marcando presença nesta acto de cumprimen-tos de fim de ano.Sinto-me particularmente honrado por ter esta oportunidade para partilhar com Ex. Senhores, algumas reflexões sobre a po-lítica externa angolana, quer as suas realizações e desafios em 2013, quer que as oportunidades que se perfilam na agenda in-ternacional do novo ano.Angola defende uma política externa de boa vizinhança, as-sente nos princípios internacionalmente aceites, no respeito pela soberania, igualdade e integridade territorial dos Estados , bem como de uma cooperação reciprocamente vantajosa. Es-tes são os pressupostos que sempre determinaram a coerência das nossas posições diplomáticas por serem parte integrante da agenda estratégica do Executivo Angolano na defesa, salva-guarda e promoções dos interesses dos Angolanos. A África con-tinua a ser uma das prioridades estratégicas da política externa de Angola para manter a sua vocação de ser um factor de paz, estabilidade e desenvolvimento nas sub-regiões a que pertence e no continente em geral, atravéz de organismos como a União Africana, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral ( SADC), a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a Comissão do Golfo da Guiné (CGG).Assim se compreende a nossa liderança na Conferência sobre a

“Cultura da Paz em África”, promovida pela UNESCO em par-ceria com a UNIÃO AFRICANA, que decorreu em Luanda, em Março de 2013, na qual Sua Excelência, o Presidente da Repúbli-ca, partilhou os pilares fundamentais da “ Doutrina Angolana de Resolução de Conflitos” , cuja implementação contribui para a paz e a harmonia nacional que hoje vivemos.Foi também dentro do mesmo espírito que durante o anos de 2013 participamos de vários foras sobre a prevenção e resolução de conflitos, incluindo a 36ª Sessão do Conselho de Ministros do Comité Consultivo Permanente das Nações Unidas sobre questão de segurança na Região da África Central realizada em Kigali, ca-pital do Ruanda, na qual Angola foi eleita Vice-Presidente desse órgão e na 6ª Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Go-verno da Consciência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), realizada em Nairobi, República do Quénia.Angola continua assim a prestar uma atenção cuidada às questões de paz e segurança das fronteiras comuns, providenciando mesmo ajuda aos países com os quais mantem profundos laços históricos e de amizade, em particular a República Democrática do Congo ( RDC), para garantir a sua própria estabilidade interna e um desen-volvimento nacional diversificado, sustentável e abrangente.Na IIIª Cimeira de Chefes de Estados e de Governo da comissão do Golfo da Guiné, realizada em Agosto último, capital da Guiné Equatorial, Angola terminou o seu mandato à frente dos desti-nos desta organização regional, que foi marcado pela redinami-zação do seu Secretariado Executivo e por renovados esforços para a prevenção e resolução de eventuais conflitos fronteiriços resultantes da exploração “offshore” do petróleo e o combate à pirataria marítima e a acções de instabilidade na Região.

ExcelênciasMinhas Senhoras e Meus Senhores.É preocupante que nos últimos dias combates entre cristãos e mulçumanos tenham feito mais de 400 mortos em Banguí, na República Centro Africana, situação que já levou à intervenção de soldados franceses para reforçar a segurança naquele país. Situação idêntica verificou-se no Mali, no princípio do ano, quando a França teve de impedir o avanço de rebeldes islâmi-cos. Estas iniciativas militares francesas não deixaram de levan-tar questões à incapacidade do continente em garantir a sua própria segurança e estabilidade.Registamos com um optimismo reservado a assinatura do acor-do de paz entre governo da RDC e o movimento rebelde M23 que teve lugar no dia 12 do corrente mês, em Nairobi, numa ceri-mónia assistida pela Senhora Presidente do Malawi, Joyce Ban-

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da, e pelos Senhores Presidentes do Uganda, Yoweri Museveni, que também preside a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos.Nos termos deste entendimento, o grupo de insurgentes será desmobilizado e se converterá em partido político, o que será um passo importante para a paz no leste da RDC. Porém, a exis-tência de mais de 30 grupos armados activos na região constitui um desafio sério ao fim do conflito, requerendo, por isso, uma liderança diplomática política e militar coordenada entre os pa-íses e as organizações regionais e internacionais concernentes.Em Março último, em Luanda, os Chefes de Estado de Angola, África do Sul e RDC assinaram um memorando de Entendimen-to para o estabelecimento de um Mecanismo Tripartido de Re-lações e Cooperação Conjunta para a consolidação do ambiente de paz na República Democrática do Congo.Na sua segunda reunião, realizada em Agosto último sua Ex-celência Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República,chamou a atenção para a instabilidade constante na RDC, na República Centro Africana e na Região dos Grandes la-gos, que acaba pondo em causa não só a soberania e a integrida-de territorial dos países concernentes, mas também afectando a todos, ao ameaçar a paz e a segurança nesta parte do conti-nente africano.

Excelências,O Executivo Angolano considera que as posições de Angola na a rena internacional devem estar intrinsecamente associadas às questões estratégicas do Estado, incluindo do pondo de vista eco-nómico e financeiro. Neste sentido, em consonância com a sua crescente importância e influência internacionais e em sintonia com as actuais oportunidades e desafios decorrentes de um Mun-do casa vez mais globalizado, no quadro da defesa dos interesses, Angola defende uma política externa que privilegie o estabeleci-mento de parcerias estratégicas com vantagens recíprocas.Por esta razão, os grandes resultados económicos registados nos últimos anos por alguns países da Ásia, bem como as con-dições favoráveis das suas parcerias no âmbito da cooperação Sul - Sul, passaram a merecer uma avaliação mais cuidada no quadro das definições das prioridades diplomáticas de Angola.O incremento das relações com alguns países da referida região, nomeadamente a China, Índia e o Japão, traduzidos em acordos bilaterais, na abertura de linhas de créditos para suster o esforço da reconstrução nacional de Angola e favorecer um aumento do volume de trocas comerciais e serviços, bem como na ajuda não reembolsável, justificam plenamente que se continue a priorizar a cooperação com os mesmos para o estabelecimento de parce-rias estratégicas.Angola mantém com os EUA uma relação importante que tem estado a evoluir no âmbito do Acordo de parceria Estratégica, firmado na capital americana em Julho de 2011, que criou “um mecanismo diplomático de diálogo permanente mais consentâneo com o nível das nossas relações bilaterais em questão como de-mocracia e desenvolvimento, segurança energética global e paz e estabilidade regional”Outros países do continente americano tem sido parceiros im-portantes de Angola, incluindo no apoio às posições do Execu-tivo Angolano n o domínio multilateral. De destacar a diversifi-

cação da cooperação, nomeadamente com países como Brasil, Argentina, Cuba, Venezuela, entre outros, favorecendo assim um reforço das relações bilaterais.Angola trabalha estreitamente com a União Européia, facto que não exclui a manutenção de boas relações com os demais paí-ses do continente europeu como a Rússia, que mantém relações tradicionais com Angola em quase todos os domínios.No âmbito multilateral, Angola tem prestado uma grande con-tribuição no quadro da União Africana para a busca de soluções colectivas para os problemas do continente e do Mundo, à luz do Direito Internacional. Foi assim que assumiu a Presidência do Conselho de Paz e Segurança da União Africana num contexto em que agenda africana estava dominada por crises político--militares na Somália,Guiné-Bissau, Mali, RDC entre outros.Angola é membro activo da Organização das Nações Unidas e participa no processo de reformas do Conselho de Segurança para conferir a este órgão maior equidade e democratização na tomada de decisões, bem como dotar à Assembleia Geral de ca-pacidade real para influenciar a conduta dos Estados membros no respeito pela Carta desta Organização.Tendo em conta a crescente relevância internacional do seu papel na prevenção e resolução de conflitos em África, atendendo o ca-rácter exemplar do seu processo de paz e reconciliação nacional, Angola apresentou a sua candidatura a Membro Não Permanente do Conselho de Segurança para o período de 2015/2016, que esta a merecer apoios de vários quadrantes diplomáticos.

Excelências,Minhas Senhoras e Meus Senhores.No capítulo da nossa administração interna, encorajo a melhoria dos serviços a todos os níveis. Durante este ano, foram realiza-dos vários seminários, e isso deve traduzir-se em resultados po-sitivos em termos de prestação de serviço, tanto nos órgãos exe-cutivos centrais como nos órgãos executivos externos do Mirex.Notamos com satisfação o início das obras no edifício I e aguar-damos que elas se expendam ao edifício II, para que as direcções possam ter melhores condições de trabalho.Ainda neste capítulo, devemos continuar a implementar algu-mas das medidas tomadas este ano, como a criação do Fundo Social dos Trabalhadores e a Cooperativa Habitacional, que deve iniciar a sua actividade com alguma brevidade, para que possa-mos beneficiar dos seus frutos durante o ano de 2014.O ministério iniciou também o processo de formas dos traba-lhadores para cumprir com a Lei, e peço que este processo seja visto como uma obrigação da nossa parte. Condições estão a ser criadas para que este processo decorra bem e dê benefícios aos que estiverem abrangidos.

Este Processo permitirá a harmonização da nossa política de concursos públicos anuais e o rejuvenescimento do pessoal, o que também facilitará os processos de promoção normais.Ao terminar, desejo um bom fim de ano 2013 e um próspero ano de 2014, cheio de realizações e sucessos.

Muito Obrigado.

Luanda 20 de Dezembro 2013

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Mensagem integral do Chefe de Estado Angolano pelo falecimento de Mandela

Luanda - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, endereçou no dia 06 de Dezembro de 2013 uma mensagem de condolências ao Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, pelo passa-mento físico de Nelson Mandela, cujo teor se transcreve na íntegra.

SUA EXCELÊNCIAJACOB ZUMAPRESIDENTE DA REPÚBLICA DA ÁFRICA DO SULPRETÓRIANelson Mandela, ontem falecido, é o símbolo da Luta de Libertação completa de África, cujos ideais e exemplos de coragem e tenacidade mo-bilizaram e congregaram milhares de jovens para a nobre causa da Liberdade e da Paz.A sua morte constitui um momento de grande

consternação e dor para o Povo sul-africano e seu Governo, que o Povo angolano partilha com emoção e tristeza, exprimindo-lhes a sua inde-fectível solidariedade.Nelson Mandela não foi apenas o líder histórico do ANC e o primeiro Presidente Negro da Repú-blica da África do Sul. Foi e é ainda símbolo ca-rismático de todos os povos amantes da Paz, da Liberdade e da Democracia.Em nome do Povo angolano, o Governo de An-gola curva-se perante a memória deste eminen-te político e estadista e transmite ao Povo irmão da África do Sul, ao seu Governo e à família en-lutada os seus sentimentos de profundo pesar pelo infausto acontecimento.

Com a mais Alta Consideração,

Luanda, 6 de Dezembro de 2013

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOSPRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Ministro Georges Chikoti realça qualidades de Nelson Mandela

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, realçou, em declarações à imprensa, a figura do ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, como um grande ícone de paz, liberdade e fraternidade para o mundo.

O ministro realçou estas qualidades a partir de Paris (França), em entrevista à Rádio Nacio-nal de Angola, quando reagia à morte do ex--presidente e nacional ista sul-africano, Nelson Man-

dela, que faleceu no ultimo dia 5, aos 95 anos.Para o ministro, Mandela foi alguém que “quis dar isto como um exemplo de vida para todos, daí o facto de ser verdadei-ramente um símbolo para os sul-africanos, África e para o mundo inteiro”, tendo referido que ele será lembrado como alguém que fez uma grande obra e, no entanto, se manteve como um homem simples, dizendo que o que importa não é aquilo que ele fez , mas aquilo que nós podemos de facto

viver e ver, de facto, como resultado deste esforço.Prosseguiu que, mesmo após 27 anos de cadeia, saiu e di-rigiu a África do Sul, mostrando que não trazia consigo a ideia de vingança, nem nenhum outro acto de revanchis-mo contra quem quer que fosse.“Eu acho que ele deixa ali um ponto extremamente im-portante na sua obra, ninguém vai poder amanhã dizer que ele levantou-se contra um branco ou contra alguém que o tivesse maltratado durante estes anos todos que ele passou na cadeia”, argumentou.“Ele abriu-se e deixou o exemplo para a África do Sul, África e o Mundo”, concluiu.Nelson Mandela ficou internado de Junho a Setembro devi-do a uma infecção pulmonar, tendo, em seguida, ido para casa continuar o seu tratamento. Recorde-se que Nelson Mandela vai a entrar Qunu, a seu pedido, uma pequena vila de apenas 300 habitantes, onde cresceu e passou boa parte de sua infância.

Nelson Mandela foi Presidente da África do Sul entre 1994 e 1999.

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Assembleia Nacional presta homenagem à Nelson Mandela e Maria Mambo Café

Os deputados da Assembleia Nacional renderam nesta segunda-feira um tributo a Nelson Mandela, líder histórico da África do Sul, e à nacionalista Maria Mambo Café, ambos falecidos por doença, nos últimos 15 dias.Os parlamentares presentes na III Reunião Plenária Extra-ordinária da II Sessão Legislativa da III Legislatura inicia-ram os trabalhos com um minuto de silêncio, em memó-ria aos dois nacionalistas.Ao tomar a palavra, o presidente da Assembleia Nacio-nal, Fernando da Piedade Dias dos Santos, declarou, em nome dos representantes do povo, que Nelson Mandela foi um digno filho da África do Sul e de África.Segundo o parlamentar,Nelson Mandela foi um símbolo mundial da luta pela paz, tolerância e do perdão.“Madiba” foi o principal lutador contra a segregação ra-cial (Apartheid) na África do Sul, regime político que der-rubou após a subida ao poder, em 1994.Nelson Rolihlahla Mandela foi um advogado, líder e pre-

sidente da África do Sul de 1994 a 1999, foi considerado como o mais importante líder da África Negra. Ganhou o Prémio Nobel da Paz de 1993, e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.Relativamente a Maria Mambo Café, o presidente da Assembleia Nacional disse ter sido uma filha legítima e digna do Povo angolano, que desde cedo juntou-se à luta pela Independência Nacional.Lembrou que depois desta conquista, a nacionalista ainda lutou pela criação de condições dignas de vida para o povo angolano, tendo exercido vários cargos governamentais de grande responsabilidade, bem como a nivel do Partido MPLA.

Ministro das Relações Exteriores rende homenagem a Nelson Mandela

Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, assinou nesta terça-feira, em Luanda o livro de condolência pelo passamento físico de Nelson Mandela, ocorrido no dia 5 do corrente vitima de doença.

GEORGES CHIKOTI - MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, assinando livro de condolências -

Em declarações à imprensa, logo após a assinatura do livro de condolência, o ministro lembrou que Nelson Mandela foi um homem que muito cedo lutou para pôr fim ao apartheid.Georges Chikoti acrescentou ainda que Nelson Mandela desde os anos 40 sempre se opôs a restauração do regime do apartheid da África do Sul, esteve 27 anos preso e nun-ca abandonou a ideia de que o seu país tinha que ser uma sociedade livre na qual tanto os brancos como os negros pudessem viver juntos com oportunidades iguais.“Hoje é um dia de reflexão para o mundo sobre a história deste grande homem que viveu 27 anos na cadeia e não se vingou de ninguém sobretudo daquelas que o maltrata-ram, viveu com elas até o fim da sua vida”, frisou o ministroSegundo o ministro Nelson Madiba Mandela como era também conhecido deixa exemplo para o mundo que foi um homem negro que lutou para pôr fim ao apartheid, o que irá ficar para todos como um desafio.

Nelson Mandela era um grande amigo de Angola porque reconheceu os valores deste país que também lutou e foi uma das maiores vítimas do regime do apartheid, o fim da guerra trouxe a independência da Namíbia e mudan-ças radicais na África do Sul ai está a história que ligam estes dois países.

Consul Geral Belo Mangueira participouna homenagem a Madiba.No passado de 11, o Consulado Geral da África do Sul em São Paulo, em colaboração com a Prefeitura desta cida-de, organizou uma homenagem religiosa em memória de Nelson Mandela, que teve lugar na Catedral da Sé.O ato contou com a participação de altos representan-tes de diversas igrejas, seguido de uma apresentação de tributos em nome do corpo Consular acreditado em São Paulo, tendo, para o efeito, convidados os Cônsules Gerais

de Angola, Índia, Estados Unidos e Zimbabuwe.Também participaram no evento, representantes da Faculdade Zumbi dos Palmares, da Prefeitura de São Paulo e do Gover-no do Estado de São Paulo.

Cônsul Geral discursando durante o ato religioso

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CARTA DO DIRECTOR___________________________________MEMÓRIAS DE UM LIDER VIVO

NELSON ROLIHLAHLA MANDELA1918 – 2013

De Nelson Mandela, guardo muitos dos seus ensina-mentos, um deles tem a ver com seu alto grau de altru-ísmo pelo seguinte :

Foi eleito Presidente no dia 27 de Abril de 1994, aos 77 anos, com mais de 60% dos votos, portanto, tev como prioridade sepultar a vingança e o ódio, perpetuou a paz duradoura, a unidade e a reconciliação nacional entre brancos e negros.Com isto ganhou África e o mundo que vê nos seus en-sinamentos a melhor fórmula para resolução de confli-tos e outros entendimentos.Só para ilustrar, Nelson Mandela deu um abraço aper-tado ao chefe do hediondo sistema do apartheid, Fre-derick De Klerc, que o aprisionou e ainda aceitou parti-lhar o “Prêmio Nobel da Paz”.Nelson Mandela deixou-nos no dia 5 de Dezembro do ano corrente, aos 95 anos, com uma folha de serviço impecável ao nível dos Estadistas de todo o Mundo.Madiba, pela sua trajetória politica e de luta, visitou Angola, pela primeira vez, aos 10 de Maio de 1990, ten-do sido recebido com honras de um grande estadista pelo Presidente angolano Engenheiro José Eduardo dos Santos.Posso assim dizer que foi um encontro entre irmãos que pugnavam pela total libertação do Continente afri-cano. Quero aqui lembrar que o primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto, disse bem claro que ”Angola é e será por vontade própria trincheira firme da revolução em África” e que na Namíbia e na África do Sul estava a continuação da nossa luta. O im-pacto deste pensamento originou na prática o sepul-tamento do hediondo sistema do apartheid e da inde-pendência da Namíbia.Sobre a sua morte, posso afirmar que este grande líder repousa em paz ao lado de Agostinho Neto, Amilcar Ca-bral, Samora Machel, Marien Ngouabi, Kuame Nkruma, Julius Nyerere e tantos outros que deram as suas vidas em beneficio da libertação total do Continente Negro.Gostaria que o

mundo depois de se ter curvado perante a alma de Madiba tirasse lições como o diálogo, o per-dão, a liberdade e outros valores de unidade e concilia-ção que ele nos deixa.As gerações presentes e vindouras devem perpetuar na história presente e futura que Angola tem uma pala-vra a dizer quanto a libertação de Madiba e de seu povo da opressão e do apartheid.

O Legado do último grande estadista Africano é inesti-mável a avaliar pelos seus grandes feitos, ou seja, ergueu uma nação depois de ter sepultado o ódio, a opressão e a perseguição entre brancos e negros.A história de um passado recente do continente afri-cano tem bem presente a celebre passagem do líder Madiba, como era carinho-

samente tratado. A determinada altura desta época, afirmo que “Cuito Kuanavale foi a virada para a luta de libertação do meu continente e do meu povo do flagelo do apartheid”.Para o enriquecimento da vossa informação, Cui-to Kuanavale é uma municipalidade da província do Kuando Kubango, sul de Angola. De acordo com nos-sa geografia e extensão territorial é a segunda maior província de Angola, sendo Moxico a maior, situada no leste de Angola. Do processo de luta libertadora, foi no Cuito Kuanavale onde , antes da libertação de Nelson Mandela, as tropas ocupacionistas da África do Sul ra-cista foram escorraçadas pelas Forças Armadas de Li-bertação de Angola (FAPLA), sigla do antigo exercito de Angola, hoje Forças Armadas Angolanas ( FAA).Este acontecimento contribuiu grandemente para que, após passar vinte sete anos de prisão, fosse posto em liberdade fruto também do seu ativismo político.Caros leitores,Difícil mesmo é narrar a trajetória de um líder que cata-pultou da clandestinidade a Presidente de um país que tem até hoje a economia mais gigante de África.O líder Madiba foi também o número um do ANC (Congresso Nacional Africano) cujo braço armado des-ta organização partia de Angola para suas incursões armadas contra os homens do hediondo sistema do apartheid. Na minha opinião, é de veras importante assinalar o papel de Angola na luta contra o regime de segregação racial para que as gerações presentes e do porvir saibam de facto desta faceta da histórica luta travada contra o regime do apartheid para que a República da África do Sul se tornasse literalmente livre do ódio, da discrimina-ção de todo tipo, da pobreza e de outros males.

Alves Fernandes

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Pinda Simão, Ministro da Educação

Ministro Pinda Simão quer maiorempenho dos docentes

O ministro da Educação, Pinda Simão, solicitou no Namibe, aos membros de conselho de direcção, directores das esco-las, docentes e dirigentes sindicais, maior empenho nas suas actividades com vista ao aumento da qualidade do ensino.

O Ministro, que falava no acto da apresentação do projecto da carta escolar, frisoou que “Se fazermos algo de bom devemos empenhar-se mais, de formas a vencer os grandes desafios e obter um ensino de

qualidade, para que todos aprendam e que tenham competências, domínio, procedimentos dos seus es-tudos, para dar respostas aos vários desafios, contri-buindo assim para o crescimento do país”.O responsável fez saber que o pelouro está a levar aca-bo um exercício de micro planificação, consubstan-ciado na elaboração da carta escolar que será experi-mentada num universo mais reduzido, sobretudo na província do Namibe e em função dos resultados satis-fatórios ser generalizado em todo o território nacional, para que se tenha um instrumento de gestão do siste-ma educativo de acordo com as reais necessidades do país em termos do desenvolvimento económico.Pinda Simão salientou que para se ter uma percep-ção real de como o sistema de educação vai evoluin-do está a expansão da rede escolar, a implementa-ção de universidades em todas as províncias do país .

Supressão de vistos diplomáticos e de serviço aumentam cooperação

Angola - França

Angola e França rubricaram em Paris oacordo de supres-são de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço, o que contribuirá para o reforço da cooperação entre os dois países

Georges Chikoti, que intervinha imediatamente após a rubrica do protocolo, do qual foi co-signatário com o seu homólogo francês, Laurent Fabius, considerou importante o acto por facilitar o encontro e negociações entre os diplo-matas e outros funcionários dos dois países, além de per-mitir o estabelecimento de outros acordos em mais áreas de interesse mútuo.“Angola e França já cooperam bastante. A França está entre os primeiros investidores estrangeiros em Angola e pretende também alargar os seus investimentos em ou-tras aéreas económicas, nomeadamente à agricultura e à indústria, mas Angola tem indústrias que estão a crescer,

pelo que podem encontrar mercado e espaço em França” – enumerou o ministro.Sobre a antecipação da assinatura deste acordo, já que em 2010 estava previsto para o primeiro trimestre de 2014, o chefe da diplomacia angolana associou esta questão à dinâ-mica do ministro francês dos negócios estrangeiros.“O ministro francês acelerou a assinatura que me parecia im-portante, isto também é resultado do bom ambiente que se está a viver entre Angola e França. Eles têm interesses mui-to grande (…). Naturalmente Angola está disponível, e nós vamos fazer com que esta cooperação avance”, declarou à imprensa.Antes, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros de França, Laurent Fabius, adiantou que a necessidade do reforço da cooperação entre os dois Estados permitiu a assinatura do acordo de supressão de vistos que, segundo anunciou, entra imediatamente em vigor.“É muito importante. Queremos reforçar a cooperação as relações bilaterais, por ser vontade expressa dos presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e da França, François Hollande.Sobre isto, salientou que os franceses esperam brevemente a vinda à França do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, na sequência de um convite formulado por François Hollande.Para o ministro, há muita coisa por se fazer entre os dois paí-ses, entre os quais a facilitação do movimento de trocas.

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Angola e China assinam troca de nota para construção da nova embaixada

As Repúblicas de Angola e da China procederam, em Luanda, à assinatura de uma Troca de Nota de transmissão do direito de superfície de terreno no município do Sambizanga, localidade da Boavista, para a construção de um novo edifício da embaixada deste país.Os acordos foram rubricados, da parte angolana, pelo se-cretário-geral do ministério das Relações Exteriores, Edu-ardo de Jesus Beni, e o embaixador da China em Angola, Gao Kexiang, que sublinhou o crescimento ao longo dos anos das relações sino-angolanas.Segundo o diplomata, as condições da embaixada da China em Angola já não satisfazem as necessidades do desenvolvimento das relações bilaterais, o que fez com que os dirigentes dos dois países trocassem opiniões no sentido de comprar um terreno para construção da nova embaixada da China em Angola.De acordo com o embaixador Gao Kexiang, “a parte chine-sa vai manter contacto e coordenação com a parte angola-na para concretizar os trabalhos relacionados para o arran-que da obra o mais cedo possível” afirmou o embaixador. “Estou convicto de que o novo edifício da embaixada da China no país servirá melhor o desenvolvimento das rela-ções sino-angolanas”, disse.Por outro lado, o diplomata chinês agradeceu o executivo ango-lano pela atenção e o apoio prestado. Por sua vez, o Secretário-geral do Mirex, Eduardo de Jesus Beni, salientou que o acto visa o cumprimento de uma das atribuições da Convenção de Viena, e assenta na reciprocidade das relações diplomáticas. Acrescentou que Angola também está empenhada no

processo que visa a construção de uma nova embaixada da República de Angola em Pequim, o que demonstra, por um lado, as excelentes relações entre os dois países.A China é um país que é muito grato para Angola porque logo após a conquista da paz se prontificou em ajudar a er-guer e modernizar o país com nova infra-estrutura e isso se traduz na materialização e cumprimento de mais uma directiva do executivo angolano no plano diplomático, que é de conceder um espaço condigno para os diplomatas acreditados em Angola possam trabalhar.

Secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo de Jesus Beni (à direita), com o Embaixador da China em Angola, Gao Kexiang

Ministro dos Transportes entrevista-se com Secretário da OMI

O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, entrevistou-se em Londres com o secretário-geral da Organiza-ção Marítima Internacional (OMI), o japonês Koji Sekimizu, a quem transmitiu a estratégia do programa do Governo

angolano ligado ao sector dos transportes, com ênfase ao ramo marítimo e portuário

Koji sekimiku à esquerda, Secretário-Geral da omi, e à direita Ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás

O encontro entre Augusto Tomás e Koji Sekimizu deu-se à margem da 38ª (trigésima oitava) Assem-bleia Geral da OMI, que decorreu em Londres, de 25 de Novembro a 04 de Dezembro de 2013.As duas partes concordaram em desenvolver um programa conjunto para o reforço da cooperação técnico-científica, a formação de quadros angola-nos no ramo e a preparação técnica e documental,

visando a adopção das convenções em falta, tendo abordado questões sobre transportes marítimos, o papel dos governos e da OMI nesta área, bem como outras questões relacionadas com a navegação, me-canismos e suas formas de solução.Recorda-se que a OMI foi instituída em 1948, em Genebra, e visa manter a colaboração entre os go-vernos a respeito de navegação comercial em mares internacionais, manutenção à segurança marítima e navegação, tendo como membros mais de 160 paí-ses em todo o mundo. Nos últimos anos, uma das sérias preocupações da OMI é a questão da polui~]ao marítima e definir padrões de melhoria do combus-tível naval para resuzir a poluição até 2020, e sobre o qual existe a proposta da USA de criar uma zona de protecção até 200 muilhas maritímas ao longo da costa dos Estados ribeirinhos, cuja implementação poderia ajudar a reduzir a emissão de óxido de enxo-fre no mar. n

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O embaixador angolano no Brasil, Nelson Cosme deu a conhecer no dia 03 de Dezembro último, em Salvador, Estado da Baía, que no âmbito das relações bilaterais entre os dois países, Angola está a

estudar as melhores opções para um maior intercâmbio na área da indústria de transformação.Em declarações à Angop, à mar-gem da reunião dos Ministros e Responsáveis de Juventude e Desportos da Comunidade dos Países de Língua Portu-guesa, Nelson Cosme frisou que o alvo é no sentido de que o Brasil faça também investimentos direc-tos em Angola, produza valores agregados à economia nacional e transfira conhecimentos e tecno-logia.Quanto ao número de angolanos residentes e não residentes naque-le país, o embaixador avançou que em 2012 os Serviços de Emigração do Brasil recensearam cerca de 76 mil angolanos.“Destes 76 mil creio que um terço seja residente”, disse.

Por outro lado, enalteceu a criação da Câmara de Comér-cio Brasil-Angola, no dia 26 de Novembro do ano em curso, em Curitiba.“ A Câmara velará pela promo-ção de trocas comerciais entre Curitiba e Luanda e promoverá o enquadramento dos empre-sários angolanos que queiram investir no Brasil”, referiu o in-terlocutor da Angop.Referindo-se à população brasi-leira em Angola, destacou que está estimada em cerca de 40 mil. “Mas, vale dizer que desta população temos mais de 60 empresas brasileiras a operar em Angola, participando, deste

modo, do processo de reconstrução nacional”, concluiu. n

Ministro da Reinserção Social Oferece kits profissionais

O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, ofereceu ao governo da pro-víncia de Malanje, diversos kits profissionais, para a integração sócio-profissional dos cidadãos mais

carenciados, entre os quais, idosos, pessoas com deficiências, jovens em situação de risco, mães solteiras e ex-militares

A oferta enquadrou-se no âmbito das comemora-ções do Dia Internacional da Pessoa com Deficiên-cia, cujo acto central decorreu em Malanje sob o lema ”Pessoa com deficiência, uma força activa na integração pela diferença”.

Consta da doação dez kits profissionais de recauchu-tagem, igual número de kits de pedreiro, sapataria, carpintaria, corte e costura e serralharia, bem como, 37 triciclos e 175 pares de canadianas, para crianças e adultos.O ministro da Assistência e Reinserção Social, que presidiu ao acto central do 03 de Dezembro, disse na ocasião que a data tem como objectivo principal a motivação para maior compreensão dos assuntos relativos a deficiência e a mobilização para a defesa da dignidade dos direitos e do bem-estar dos cida-dãos.O acto foi animado com música, teatro, dança e uma partida de basquetebol em cadeira de rodas por um misto de Malanje. n

Angola vela por melhor cooperação com o Brasil

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ANGOLA ALIMENTA

O projeto Alimenta Angola Cash and Carry teve iní-cio em 2005 e consiste na instalação de lojas arma-zém preparadas para atender os pequenos e médios empresários dos mais diversos ramos de atividades, por exemplo: hotéis, restaurantes, cantinas, pastela-rias e ao consumidor doméstico.Com um mix composto de mais de seis mil itens co-mercializados, o Alimenta Angola Cash and Carry é capaz de atender tanto as compras de transforma-dores quanto as compras de con-sumidores finais. E s t e m i x e s t á c o m p o s t o p o r especial idades como padaria, pastelaria e talho, cujos produtos tem receitas ex-clusivas e matéria prima de alta qualidade, da mes-ma forma, produtos eletro eletrônicos são grandes diferenciais estando disponíveis para venda as me-lhores marcas mundiais e uma gama de novidades e lançamentos que acompanham as tendências de mercado.

O Alimenta Angola oferece agilidade, variedades de produtos a preços baixos mantendo-se competitivo no mercado devido ao seu alto poder de compras e por realizar suas próprias importações, sendo hoje considerado um dos grandes importadores de An-gola. Ideal para quem busca economizar tempo e dinheiro, o Alimenta Angola também oferece uma

série de comodida-des onde o clien-te final encontra preços baixos e uma ampla varie-dade de produtos tais como: alimen-tos, produtos de limpeza, higiene

pessoal, hortifruti entre outros.Atualmente com duas lojas de Camama e Viana, o Alimenta Angola continua com seu projeto de im-plementação de lojas de um total de mais de dez lojas nos próximos cinco anos, que além de Luanda contempla as províncias mais distantes.Angola cresce em um ritmo acelerado e o Alimen-ta Angola vem para colaborar, acompanhando este ritmo trazendo tecnologias e metodologias de um negócio de sucesso, formando pessoas e criando empregos que geram desenvolvimento ao país, em-pregando cerca de 360 colaboradores angolanos para as duas lojas que hoje temos abertas, em que todos passam por treinamentos específicos forman-do mão de obra altamente especializada. n

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ACTIVIDADE CONSULAR

A celebração, realizada no presídio feminino em São Paulo, faz parte da agenda do cônsul Mangueira

O indesejado e, muitas vezes, conflituoso ambiente da prisão teve a sua rotina quebrada no dia 24 de Outubro. O cônsul Belo Mangueira e a sua equipe marcaram presença nas festividades do no Dia das Nações, evento realizado na penitenciária do Carandiru. O diplomata estava acompanhado dos vice-cônsules José Alves Maria Fernandes, Isau Boco e dos demais fun-cionários da casa angolana da capital paulista. O grupo Ousados Produções – núcleo coordenado pelo estudante Idalécio de Oliveira, responsável pelas organizações de festas, eventos culturais e acadêmicos entre a comunida-de estudantil no Estado de São Paulo, representando os estudantes angolanos, e também os membros do Projeto Acadêmicos Solidários, liderados pelo estudante Marseu Carvalho, a fim de representar a comunidade.A festa foi preparada pela direção do presídio com a fina-lidade de recriação, aproximação e troca de experiência cultural entre as presidiárias de tais países. A programação iniciou com a entoação do hino nacional brasileiro e a apresentação das bandeiras das 56 nações representadas.Angola foi a primeira comunidade que mostrou a sua cultu-ra com desfiles de moda, danças tradicionais e o famoso es-tilo “Kuduro”. A animação foi preparada pelos componen-tes do grupo Ousados Produções. A plateia emocionou-se e vibrou intensamente quando um grupo de presidiárias angolanas dançou a música “Do Cambua”, do cantor ango-lano Degala Faz Tudo. Em seguida, a detenta Julia, que está há dois anos e dez meses em regime fechado, agradeceu a presença do grupo angolano: “Nós estamos muito felizes de saber que a nossa comunidade e o Consulado não nos esqueceram, nós erramos e estamos pagando pelo nosso erro, mas isso não nos tira o direito de vos receber aqui e de mostrar que, mesmo presas, ainda dançamos as músicas da banda”.Em segundo lugar, desfilou a África do Sul, tendo as deten-tas sul-africanas apresentado a sua cultura, com batuques improvisados ao ritmo do hino nacional “Kosisiquele Li África”. Vestiam camisas brancas com a bandeira da terra de Nelson Mandela. A terceira apresentação ficou a cargo do Brasil. As presas entraram vestidas com as cores da bandeira nacional e sambaram a música “Liberdade abre as asas sobre nós”, da G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense. Cabo-Verde seguiu o Brasil cantando o seu hino nacional

Consulado Geral de Angola em SP comemora o dia das Nações no Carandiru

cuja participação foi marcada por sua dança tradicional. Em quinto veio a apresentação da República do Congo, Em seguida, as detidas de Moçambique, Nigéria e República da Tailândia apresentaram os seus números culturais.No final, a direção do presídio agradeceu todos os Cônsu-les presentes e a aqueles que fizeram “a festa acontecer”. Ao agradecer a direção do presídio, o Cônsul Geral de An-gola manifestou gratidão pelo acto e a oportunidade que as diferentes comunidades tiveram de passar este dia es-pecial com as cidadãs presas dos seus países em que elas mostraram que, apesaar de privadas de liberdade, não se esqueceram de suas raíses e ligações culturais com suas pátrias. Após o acto cultual, o Consulado Geral de Angola e os es-tudantes ofereceram um almoço com as comidas típicas: Funje, muamba, feijão de óleo de palma, cachupa e o fa-moso calulú. “Faz dois anos que não como a comida da terra, gostei muito da programação, mas o que me deixou comovida é saber que o nosso consulado está preocupado com a gente”, realçou Sofia Lusevikueno, que foi flagrada com droga dentro do voo.De acordo com a presidiária, os entorpecentes aparece-ram na sua bagagem dentro de uma boneca que um rapaz a entregou. “Eu sempre fiz viagens no Brasil. Comprava havaianas para vender em Angola. O moço que me hos-pedou pela última vez pediu para eu levar uma boneca e entregar a uma amiga dele em Luanda. Eu não queria ser ingrata com ele, aceitei levar a boneca. Não sabia que dentro tinha droga”, conta.O número de angolanas presos no Brasil por tráfico de drogas é assustador. Só no presídio feminino de São Paulo são aproximadamente 50 encarceradas.

Por Vasco Suamo

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O Cônsul Geral de Angola em São Paulo, Embaixa-dor Belo Mangueira, deixou a casa consular para visitar os cidadãos angolanos que se encontram encarcerados na Penitenciária Masculina Cabo MP Marcelo Pires da Silva, em Itaí, interior do Estado de São Paulo. O encontro aconteceu no dia 09 de Dezembro, e recorda-se que encontram-se no referido presídio oitenta detentos angolanos por tráfico internacional de drogas. O diplomata, em seguida, reuniu-se com o diretor da cadeia a quem ofereceu, em nome do Consula-do Geral, dois obras literárias da escritora angolana Isabel Ferreira, entitulados “O guardador de memó-ria” e “Coelho conselheiro motreira e outras e outros que eu te conto”. Esta oferta tem como objetivo enr-riquecer a biblioteca do presídio mostrando uma pe-quena parte da cultura angola-na e de maneira qeu os detentos angolanos não esqueçam dos valores culturais angolanos.A p r o v e i t o u também fazer a entrega de um donativo de ca-misolas e bonés da TAAG (Li-nhas Aéreas de Angola), oferta feita pelo re-presentante da TAAG, Sr. Luis de Almeida. O diretor recebeu as indumentárias que serão entre-gues aos angolanos . Após a visita, o Cônsul Geral seguiu para o Fórum Criminal de Avaré onde foi recebido pelo chefe de Seção Judiciária, Ariovaldo Filho, e o supervisor de Serviço, Claudio Komei, a quem expôs as principais preocupações dos cidadãos angolanos detidos rela-cionados com a execução de suas penas, particular-mente com a aplicação dos regimes semiabertos e liberdade condicional.

Servindo de iscaNa ocasião, foram entrevistados três detidos ango-

Diplomata angolano oferece livros ao presídio de Itaí

lanos, que contaram terem sido usados como “isca”. Nesse trecho, usaremos nomes fictícios por razões de privacidade e respeito pelos mesmos.O presente artigo é composto por três partes que serão apresentadas nesta e nas próximas edições do Angola Yetu, sendo esta a primeira das mesmas:

Matondo tem 35 anos, natural de Luanda, capital de Angola. Ele trabalhava em uma empresa angolana. Tempos depois, por motivos diversos, Matondo fi-cou desempregado, e com sua pequena poupança decidiu investir no comércio de vestuário. Em 2009, viajou ao Brasil para comprar roupas, calçados, cabe-lo humano e outros produtos com intuito de reven-der em Angola. Nesse mesmo ano, fez três viagens. Em 2010, o comerciante voltou ao Brasil, seguindo a sua rotina de comerciante, mas dessa vez foi dife-

rente. Segundo ele, perdeu o di-nheiro que tinha e face a isto, foi expulso do hotel em que estava hospedado e durante muitos dias dormiu nas ruas da capital paulista, até ser acolhido por um amigo. Nessa altura , Matondo não se preocupou em procurar o Con-sulado e explicar a sua situação, coisa que mui-

tos angolanos têm feito quando passam por situa-ções semelhantes.Matondo começou a trabalhar no Brás como guia das “moambeiras” (comerciantes) e ganhava um sa-lário que só dava para comer e ajudar um pouco com as despesas de casa. Inconformado com a situação, o guia deixou as ruas do Brás e foi trabalhar como garçom num restaurante do centro da capital paulis-ta. O referido cidadão conta que, certo dia, chegou um cidadão da Guiné Bissau falando sobre o negócio de drogas. A princípio recusou porque estava focado em trabalhar honestamente para conseguir dinheiro e voltar para Angola. Mas o guineense não desistiu.

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Várias vezes passou pelo restaurante oferecendo novamente o “esquema marginal” e , face as dificul-dades da vida e da oferta prometida, Matondo aban-donou o trabalho e decidiu entrar no tráfico de dro-gas. O acordado era Motondo levar entorpecentes (drogas) para o Mali passando por Arabia Saudita e com a promessa de recebeer 10 mil dólares. Todos os documentos para o visto foram acertados. Chega o dia do embarque. Mantondo espera na fila do check-in. De repente, dois agentes da Polícia Fe-deral o abordam. O angolano foi encaminhado para uma sala e, na sequência, revistado. Na bagagem dois quilos de cocaína. Mantondo é preso. Ligou para o guineense e o traficante garantiu-lhe que fa-riam de tudo para o tirar da cadeia. No dia seguinte Mantondo pediu para fazer uma ligação e descobriu que o telefone estava desligado, apercebendo-se nesta altura que tinha sido uma isca na mão dos ver-dadeiros, para talvez passarem passarem com uma quantidade maior de droga.Esse método é muito utilizado pelos traficantes. Funciona da seguinte forma: algumas pessoas são aliciadas com ofertas de dinheiro para passarem com uma pequena quantidade de droga. Em segui-

da, alguém denuncia junto das autoridades policiais o aliciado. Enquanto a policia se foca em investigar e prender este, os traficantes aproveitam para passar os entorpecentes em grande quantidade através de outros métodos.Mantondo foi julgado e condenado a cinco anos de prisão. O angolano já cumpriu três anos e oito meses de sua pena. Desde a sua prisão ao presente momento, Matondo nao tem nenhum contacto com a sua família que se encontra em Luanda, tendo deixado a sua mulher grávida. Matondo manifestou o seu completo arrependimen-to e o seu maior sonho é voltar para sua terra natal e reorganizar a sua vida, tentar reconstruir tudo que perdeu nos anos presos. Brevemente será livre e, através desta entrevista concedida voluntariamen-te, aconselha a todos angolanos que se encontram no Brasil e em Luanda para prestarem atenção estes golpes que só lhe trouxeram desgraça manchando para sempre seu futuro. Segundo ele, só há duas sa-ídas para quem entra nesse universo tipo de crime: “morte ou prisão”.

Por Vasco Suamo

O Consulado Geral de Angola em São Paulo e a TAAG – Linhas Aéreas de Angola decidiram cerrar fileiras na luta contra o tráfego ilícito de droga em São Paulo e, para o feito, celebraram um entendi-mento tácito nesse sentido.Esta colaboração visa outrossim contribuir para a redução ou diminuição de prisões de cidadãos an-golanos de e para o Brasil, através do uso da linha aérea angolana, atendendo que se registam periodi-camente detenções de cidadãos o que se deve evitar com trabalho de prevenção e de esclarecimento.As duas instituições decidiram que a TAAG, na altu-ra da venda de bilhetes de viagem ou na altura do “check in”, fará a entrega de um folheto emitido pelo Consulado Geral sobre as penalizações para os passageiros que transportam, trazem consigo, guar-dam ou oferecem drogas, o que constitui um crime punível pela legislação brasileira (Lei nº 11.343/06), cuja prisão é de 5 a 15 anos e pagamento de mul-tas que vão de R$ 500,00 aR$ 1.500,00, sendo que, em caso de tráfego internacional, a pena sofre uma agravante de 1/6 a 2/3 da pena.

COOPERACÃO ENTRE O CONSULADO GERAL E A TAAG NA PREVENÇÃO DO

TRÁFEGO DE DROGAS

A prevenção é um meio que pode influenciar positi-vamente na consciência e comportamento dos cida-dãos, alertando para os efeitos do tráfego de entor-pecentes e tal tipo de conduta, e, como não poderia deixar de ser e como instituições angolanas, decidi-ram dar a sua pequena contribuição nessa luta que os Estados de Angola e Brasil, e toda a comunidade internacional estão empenhados. n

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A comemoração serviu para mostrar a cultura angolana no interior do sul catarinense. A comunidade angolana em Criciúma, no inte-rior de Santa Catariana, tirou um dia das suas actividades estudantis para comemorar o dia da independência. A festa ocorreu no dia 16 de Novembro, às 20 horas, num dos salões da Sociedade Recreativa União Mineira (SRUM). A actividade foi organizada pela Associação dos Estudantes de Santa Catarina, que tem como presidente geral o estudante de Engenharia Ci-vil André Gonçalves.A programação começou com uma breve apre-sentação sobre a independência de Angola.

Por Vasco Suamo

Posteriormente os con-vidados apreciaram a apresentação das dan-ças tradicionais rebita e samba, além de um desfile de moda com traje africano – prepa-rado pelos estudantes. Ao som dos DJs Helioe Bebucho Kilamba,os presentes tiveram a oportunidade de dançar os demais estilos ango-lanos como o famoso Kuduro.A degustação da culinária angolana foi o mo-mento mais esperado.Os participantes sabo-rearam os quitutes da terra como: Funge com Galinha de muamba, feijão de óleo de palma e o agradável mufete. A festa contou com a presença de 65 pessoas, entre elas, estudan-tes angolanos de Criciúma, Florianópolis, Curitiba e Maringá. Também estiveram pre-sentes brasileiros e alunos de Guiné Bissau e Moçambique.

Estudantes angolanos comemoram dia da Independência no Sul Catarinense

Em todas as localidades brasileiras onde há uma comunidade de angolanos o 11 de Novembro foi comemorado com muita alegria

Angolanos no Brasil comemoram 38 anos da Independência

Estava programado a realização de um acto central em São Paulo alusivo ao 38 aniversário da Independência de Angola em que, pela primeira vez, o Cônsul geral teria o contacto direto com os representantes das diferentes comunidades angolanas no Estado de São Paulo.A sua não realização deve-se ao estado de saúde grave de um dos seus Vice-Cônsules que, por questões de solidarieda-de, decidiu-se adiar o encontro onde aproveitar-se-á para apresentar a nova direção da nova direção da Associação dos Angolanos em São Paulo, denominada “ Palanca Negra”.

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Em Campinas, Interior de São Paulo, estudantes angolanos comemoram o 11 de Novembro com concerto sacro

A programação de caráter religioso serviu para contar um pouco sobre a história de Angola, desde a fase da colonização, guerra até a paz e reconstrução nacional.

A comunidade angolana que estuda e reside no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), Campus de Engenheiro Coelho, come-morou o “Dia da independência de Angola” com um concerto religioso. A programação foi no domingo, 13 de novembro, às 19 horas na igreja local. O evento iniciou com a entoação do hino equacional angolano e a declamação do poema de Agustinho Neto “Havemos de Voltar”, feita pelos estudantes Rafael Simba e Manuela da Costa. Posteriormente, os convidados acompanharam um vídeo documen-tário que retratava a história da independência de Angola. Na sequencia, o vídeo documentário pro-duzido pelo governo angolano para a divulgação

Comunidade angolana na capital gaúcha realiza festa da independênciaOs porto-alegrenses conheceram e se encanta-ram com a cultura angola

Com slogan “Angola um povo de ricas tra-dições”, a comunidade angolana em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, deixou a rotina estudantil para comemorar a festa da in-dependência às 23horas do sábado, dia 23 de

Novembro. A comemoração ocorreu no res-taurante Per Magiere, localizado no centro da capital gaúcha. A Programação foi organizada pela Associação dos Estudantes Angolanos em Porto Alegre (AEPOA), cujo presidente é o estudante de Engenharia Química Manuel kionyNzinga.

Além de festejar os 38 anos da independência da Angola, a programação também serviu para mostrar a cultura angolana aos sul-rio-granden-ses. Cerca de 200 pessoas participaram, dentre eles estudantes angolanos e brasileiros, e pro-fessores universitários. A comemoração contou com um desfile de moda de trajes africanos e demonstração das danças locais como Kizom-ba, Semba, Ribita e Kuduro. Os convidados também foram servidos com os pratos típicos Funge com galinha e muamba, Kizaca, Feijão de óleo de dendê e Calulú.n

da reconstrução do país na diáspora, “Angola Faz”, também foi veiculado. Sob regência do estudante Domingo dos Salembe, o coral angolano entoou as músicas Umbi Umbi, do cantor e compositor Felipe Mukenga, Kumossi, do estudante Jorge Torres, Imba o Ossunjede Abel Sa-bino e a música Zákokuami, do cantor Gui Destino. Já se aproximando do final da programação, o es-tudante de teologia Nito Jorge, fez uma reflexão bíblica sobre paz. No final da pregação, Nito, com lágrimas nos olhos, contou a experiência própria que passou na guerra em Angola. A programação encer-rou com uma oração.Antes da cerimonia na igreja, os estudantes angola-nos se uniram e foram a uma chácara comer os ali-mentos da cultura africana.

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A interface de modernização de serviços na nova dinâmica de gestão do Consulado Geral de Angola no Estado de São Paulo se reflecte di-rectamente – e de forma deveras positiva – na qualidade do atendimento do Sector Consular. O rigor de exigências do-cumentais em nada tem prejudicado o dinamis-mo na plena satisfação dos anseios dos cidadãos angolanos e brasileiros que afluem cada vez mais a esta Missão Consular, quanto não menos até mesmo aqueles que, em tese, estão geografica-mente mais próximos de outras jurisdições. É parti-cularmente emblemático a menção de um cidadão brasileiro que entende este inovador pragmatismo (de atendimento) como uma medida crucial de proteção ao próprio cidadão (de boa índole) que acorre ao Consu-lado em busca de serviços.A Necessidade Imperiosa de se Consultar o Site do ConsuladoCom uma página de apresentação de caracterís-ticas profissionais ímpares, o novo site da Mis-são Consular de Angola no Estado de São Paulo (www.consuladogeraldeangolasp.net) impressiona muito além das dimensões estéti-cas. Eficaz para consultas, de expressiva mobi-lidade informativa, repleta de link’s de interesse público e todos eles voltados à conjuntura so-cial, política, econômica e cultural da Repúbli-ca de Angola. O cidadão angolano e brasileiro

Uma Sequência de Crescimento em prol da Excelência de Serviços

dispõem agora de uma ferramenta de plena e oportuna interação com o Consulado e de co-municação directa com o Chefe da Missão Con-sular. Para que todo o esforço desenvolvido até aqui

tenha significado rele-vante, faz-se necessário todos os cidadãos – até mesmo aqueles que não têm necessidades ime-diatas de serviços con-sulares – consultarem com regularidade o site e colocarem-se a par das novidades de serviços e dos factos mais marcan-tes da conjuntura social, política, econômica e cultural da República de Angola através de fon-tes que são fidedignas.Serviços Mediatizados pelo SiteSeriamente comprome-tida em servir o cidadão com o que de melhor existe em termos de pra-ticidade e comodidade, a nova gestão da Missão

Consular da República Angola no Estado de São Paulo começa a proporcionar aos cidadãos ser-viços digitais através do seu site. E figura como elemento substancial de proa o preenchimento dos formulários de vistos. Vale entender que este mecanismo, além de prático, não oferece margem para erros, rasuras, obstáculos de lei-tura e/ou de entendimento e interpretação. E, desde já, é pertinente tomar conhecimento que, doravante, será a única forma legalmente viável de se fazer uso deste item (imprescindível) à so-

Reprodução do site do Consulado Geral de Angola em São Paulo

O Sector Consular na Vanguarda das Mudanças na Missão Consular

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licitação de vistos para a República de Angola. Num futuro não muito longínquo, implementar--se-á novos serviços digitais para que, desta forma, se intensifique a comodidade e, ao bom gosto e plena satisfação de todos cidadãos (an-golanos e não só), tenhamos serviços cada vez mais vertiginosos.

Os Ventos das Mudanças em Números ExpressivosQuando a qualidade de gestão está alicerçada numa metodologia de aplicação cientificamen-te coerente, a fisionomia da instituição ganha a identidade da facilidade e da simplificação. Hoje muitos cidadãos conseguem perceber – com certa facilidade – esta suavidade que bro-ta fecunda no âmago de uma instituição que se propõem a não ser menos do que muito eficien-te; e, não obstante ainda algumas limitações pontuais e a delicadeza das mudanças em si, o processo evolutivo é algo que, sem medo de er-rar, podemos considerá-lo irreversível. E quem nos justifica nestas alegações são os números cada vez mais crescentes, os níveis de satisfação constatada e a procura frenética expressas em números que surpreendem. Assim sendo, vale relevar alguns dados: 1 – Movimento MigratórioOs serviços de emissão de vistos – processo elaboração exclusiva dos Serviços de Emigra-ção e Estrangeiros da República de Angola em estreita colaboração com a Diplomacia Ango-lana – tem sido o que ganha mais evidência, não só pela expressividade dos números como também pela anuência de cidadãos estrangei-ros (também não brasileiros) que a esta Missão Consular recorrem. E só mês de Novembro fo-ram aproximadamente Duzentas e Cinquenta (250) solicitações, sendo Cento e Oitenta e Nove (189) emitidas porque reuniam as exigências documentais solicitadas e as características viá-veis para entrar na República de Angola. Espera--se, todavia, que o mês de Dezembro triplique este número já que muitos familiares juntar-se--ão aos seus entes queridos em Angola para as festas de final de ano.2 – Registo e NotariadoSe por um lado o movimento migratório respon-

de e corresponde a uma necessidade imperiosa de âmbito econômico em função das caracterís-ticas vantajosas que, contemporaneamente, o nosso país proporciona, por outro lado, os ser-viços de registo e notariado seriam facilmente dispensáveis – como ocorria no passado, prin-cipalmente quando o cidadão não via nenhuma obrigatoriedade forçada pelas instituições bra-sileiras – o que ocorre, porém e isso muito pres-tigia a Missão Consular de Angola em São Paulo, é a adesão aos serviços de notariado e registo até mesmo por parte de cidadão sem nenhuma necessidade imediata; é facto exemplificador a renovação das inscrições consulares por parte de cidadãos que residem longe da capital paulis-ta e até mesmo de outros Estados (províncias). E nos números referentes ao mês de Novembro merecem destaque, mais uma vez, nas solicita-ções de transcrições de assentos de nascimen-tos que totalizou Trinta e Oito (38) solicitações; outros serviços como as inscrições consulares têm sido objecto de nossa observação particular em função de, até então, ser aquele que era pe-dido em função da necessidade imediata. Cre-ditamos, porém, esta mudança de hábito à fa-cilidade de acesso aos serviços consulares e aos apelos que, continuamente, o responsável do Sector (pessoalmente ou na orientação aos fun-cionários) faz chegar aos cidadãos angolanos sobre a necessidade e a importância de manter actualizada a inscrição junto aos Órgãos Repre-sentativos da República de Angola no Exterior.Todas as acções laboriais da Missão Consular de Angola no Estado de São Paulo – nos seus mais diversificados sectores – já são demonstrativas do caracter de inter-ligação sectorial no qual o trabalho de um se reflecte positivamente no conjunto. Este facto abre uma perspectiva posi-tiva em prol do devir; e o cepticismo que tentou se impor com o pressuposto negativo de que tudo não passava de uma ventania passageira está definitivamente dissipada. E a constata-ção é ainda reveladora de que, por ora, estamos só no começo; é apenas a ponta de iceberg na maré positiva cuja navegação terá como porto seguro a qualidade de serviços desta Missão Consular.n

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Presidiárias angolanas em Carandiru comemoram Natal antecipado

A programação natalícia foi recebida com muita alegria. O evento serviu também para fortificar os laços de afeto entre as encarceradas e o consulado.

O Consulado Geral de Angola em São Paulo an-tecipou a comemoração do Dia da Família com as cidadãs angolanas detidas no Presídio Fe-minino da Capital (Carandiru). A comemoração aconteceu no dia 13 de Dezembro. O Cônsul Geral Belo Mangueira estava acompanhado dos Vice-Côn-sules Alice Mendonça e Isaú Buco e de outros funcio-nários do Consulado. O encontro teve lugar na Capela da cadeia, tendo sido organizado com apoio da direção do presídio, durante o qual as cidadãs angolanas expressaram a sua grande alegria de passar essas horas com os fun-cionários e representantes dos estudantes angola-nos. Elas, sendo um dia diferente, apresentaram-se bonitas e esqueceram-se temporariamente da sua privação de liberdade, recebendo com calor a soli-dariedade e carinho do Consulado. Elas foram saudadas por toda a comitiva que, para além desse conforto e solidariedade, ofereceu a cada uma das detentas um kit de bens de primeira necessidade para a sua higiene pessoal, em sinal de uma prenda de natal e em nome do governo e de suas famílias.O encontro foi caracterizado por um formalismo comple-to, em que os participantes brindaram a oportunidade para levar o calor humano e angolano.Um dos momentos mais esperado foi a oferta pelo Consulado Geral de um almoço de confra-ternização em que tiveram a oportunidade de degustar a gastronomia angolana preparada pela Tia Mimi (cidadã angolana residente em São Paulo). Os participantes puderam saborear funge de bombó e milho, muamba de galinha, bagre fumado, carne seca, peixe seco no molho, feijão de óleo de dendê, quizaca e outros quitu-tes da terra. Foi uma alegria, pois, para além da conversa com a comitiva, regressaram as raízes da nossa culinária que muitas delas não usu-fruem a anos por estarem privadas de liberdade.Na ocasião, aproveitou-se para informar as nos-sas cidadãs os passos que o consulado está a en-cetar junto das autoridades brasileiras.

Actualmente o presídio da capital paulista conta com aproximadamente 60 angolanas encarce-radas, incriminadas por tráfico internacional de drogas, tendo 80% das presas sido usadas por estrangeiros, como conta Emília da Silva, que está detida há dois meses. Emília era muam-beira (comerciante) e comprava mercadorias no Brasil para vender em Angola, e fez esse trajeto quatro vezes no ano passado. Em Outubro de 2013, a comerciante chegou ao Brasil para com-prar negócios. Ela conta que deixou cair todo dinheiro que tinha quando fazia o trajeto do aeroporto para o Brás, um dos maiores pontos comerciais do país. Emília não sabia o que fazer para voltar à Angola, foi então que ela conheceu um cidadão nigeriano que lhe ofereceria cinco mil dólares para ela transportar dois quilos de cocaína. Em meio do desespero, a comerciante aceitou. No dia marcado para o embarque, o ni-geriano colocou-a no taxi para o aeroporto com uma mala de roupa para disfarçar os entorpe-centes. Já na fila do check-in, Emília é aborda-

da pela Policia Federal que a comunicou sobre uma denúncia que rece-beram, falando que ela estava transportando drogas. A muambeira foi revistada e flagrada

em delito com a mercadoria. Sem o conheci-mento da família em Luanda, Emília está encar-cerada esperando o julgamento. As detentas agradeceram a presença do Consu-lado e do Governo, tendo no fim do acto entoa-do o Hino Nacional recordando a sua cidadania angolana e o apoio do Estado não obstante a sua situação carcerária e os crimes cometidos. O mais emocionante foi a despedida e a sepa-ração, tendo os membros da comitiva e elas trocado “Kandandos” (abraços de boas festas), sabendo que regressariam para as celas onde aquelas horas de alegria seriam trasformadas sofrimento e dor sobretudo nesta época festiva.As detidas aproveitaram a oportunidade para transmitir as suas familias, através do Consula-do, saudações de boas festas. n

“O Encontro foi marcadopor um

formalismo completo”

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Condenado Estrangeiro (sem dimicílo no Brasil) tem direito à progressão de regime prisional.

Em suas visitas às instituições prisionais paulistas, prestando assistência aos angolanos encarcerados, o Cônsul Geral Dr. Belo Mangueira impressionou-se par-ticularmente com as reclamações de indivíduos que poderiam estar cumprindo pena em regime semiaber-to mas permanecem no regime fechado. A legislação brasileira prevê três tipos de regime para o cumprimento de pena de prisão: 1.fechado: confi-namento em penitenciárias e presídios de segurança máxima; 2. semiaberto: encarceramento em colônias agrícolas ou industriais; 3. aberto: o sentenciado pode trabalhar ou estudar fora do estabelecimento durante o dia, devendo recolher-se às Casas de Albergado no período noturno.A progressão de regime – do fechado para o semiaber-to e o aberto, é assegurada pela legislação e por nossos Tribunais superiores a qualquer sentenciado, nacional, estrangeiro (residente ou não) e mesmo estrangeiro clandestino ou irregular.No entanto, inúmeros julgados da 1ª Instância do Po-der Judiciário insistem no entendimento de que os sen-tenciados estrangeiros, por não possuírem domicílio no Brasil, não teriam direito à progressão de regime.Duas medidas foram planejadas pelo nosso Consulado Geral para o enfrentamento deste problema. A primei-ra consiste em empreender esforços para assegurar imediato cumprimento aos tratados bilaterais Angola/Brasil que preveem transferências de sentenciados e outras prerrogativas que podem facilitar a progressão de regime para os angolanos encarcerados.A segunda, inovadora, visa assegurar assistência judici-ária a cada um dos angolanos detidos/encarcerados, de modo que a atuação junto ao Poder Judiciário, inclusive nos Tribunais superiores, garanta aos encarcerados o di-reito à progressão de regime prisional e demais benefí-cios legais.Não se pode exigir, por exemplo, de angolano admiti-do no território brasileiro com visto de turista que este tenha residência no Brasil pelo simples motivo de que somente o visto permanente requer domicílio no país. Trata-se de regra expressa do Estatuto do Estrangeiro.Não por outra razão nossa mais alta Corte, o Supremo Tribunal Federal, entende que “A condição jurídica de não nacional do Brasil e a circunstância de o réu es-trangeiro não possuir domicílio em nosso país não le-gitimam a adoção, contra tal acusado, de qualquer tra-tamento arbitrário ou discriminatório.” (STF –Habeas Corpus n. 103.311 – Relator Ministro LuisFux).

Também o Superior Tribunal de Justiça, segunda Cor-te na hierarquia do Judiciário brasileiro, já decidiu que “Estrangeiro não-residente no país. Progressão de re-gime. Possibilidade.” (STJ – Habeas Corpus n. 271.387 – Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura).Inexistindo vagas no regime semiaberto ou no aberto, o sentenciado (nacional) que faz jus a estes benefícios mas permanece no regime fechado deve ser posto em prisão domiciliar. Vejamos julgado emblemático da Corte Suprema: “Ante a falência do sistema peniten-ciário a inviabilizar o cumprimento da pena no regime menos gravoso a que tem jus o reeducando, o réu, impõe-se o implemento da denominada prisão domici-liar” (STF – Habeas Corpus n. 107.810 – Relator Ministro Marco Aurélio).No caso dos nacionais angolanos, inexistindo vagas no semiaberto ou no aberto para acolher os beneficiados por estes regimes, deve ser providenciada sua expul-são.O ato de expulsão pode ser efetivado a qualquer mo-mento, ainda que haja processo ou condenação. Vale dizer, a expulsão não requer o cumprimento integral da pena, embora isto ocorra na imensa maioria dos casos.Na medida em que a quase totalidade dos estrangeiros acaba sendo expulsa depois de cumprida a pena, a an-tecipação da expulsão passa a ser um direito daquele estrangeiro constrangido no regime fechado mesmo fazendo jus ao semiaberto ou aberto.Por esta razão, a deliberação do Consulado Geral, no sen-tido de que a assistência judiciária deve abranger tam-bém os processos de expulsão adquire especial relevância e significará um salto qualitativo na assistência prestada pela Missão aos detidos e encarcerados angolanos.Se é verdade que os encarcerados cometeram crimes e por isso devem ser punidos, sua punição deve ser pautada por todos os direitos e prerrogativas que a lei lhes asse-gura, sendo inadmissível qualquer forma de arbítrio ou discriminação.Afinal, este é o desiderato da Convenção de Viena so-bre Relações Consulares e demais instrumentos que disciplinam a relação entre Angola e Brasil.

Hédio Silva Jr.Gabinete Jurídico

CONDENADO ESTRANGEIRO TEM DIREITO À PROGRESSÃO DE

REGIME PRISIONAL

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BREVE CONSIDERAÇÕES SOBRE ASATRIBUIÇÕES DA REPRESENTAÇÃO

COMERCIAL DA EMBAIXADA DE ANGOLA NO BRASIL E A EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE ANGOLA E O BRASIL.

Antes de apresentar as nossas considerações sobre as atri-buições da Representação Comercial da Embaixada da Re-pública de Angola no Brasil e a evolução das relações co-merciais entre Angola e o Brasil, gostaria em primeiro lugar reiterar aqui os nossos sinceros votos de boas vindas, pleno sucesso , muita saúde e bem estar familiar, para o nosso es-timado Cônsul Geral da República de Angola em São Pau-lo Embaixador Belo Mangueira, recém chegado ao Brasil, para o cumprimento de mais uma missão de serviço da sua já longa carreira diplomática. Igualmente nas vésperas da comemoração de mais uma quadra festiva, aproveitamos a ocasião para desejar aos membros de Direccão e colabo-radores da Revista Angola Yetu “ Um Feliz Natal e Um Ano Novo Próspero para 2014”. Feito este intróito, importa sublinhar que a Representa-ção Comercial da Embaixada da República de Angola no Brasil, cujo o seu escritório esta sediado na Cidade de São Paulo desde o ano de 2008, por orientação do executivo angolano, do qual tenho a responsabilidade de chefiar, tem como sua tarefa principal fomentar o intercâmbio econômico e comercial entre a República de Angola e a

República Federativa do Brasil. Fundamentalmente pro-mover a inserção de Angola cada vez mais no comércio internacional de âmbito bilateral e multilateral, como ele-mento novo nas atribuições das Representações Comer-ciais, fruto da própria evolução das relações económicas internacionais e do exercício da nova diplomacia comer-cial versus diplomacia económica, bastante dinâmica e actuante no nosso mundo contemporâneo.De entre as demais tarefas, acresce-se também funda-mental a identificação de novos nichos de negócios para atrair investimento directo estrangeiro (IDE) para o mer-cado angolano através de capitais financeiro, transferên-cia de tecnologia e know-how e a promoção de abertura de novos mercados para os produtos nacionais potencial-mente exportáveis e por último promover parcerias em-presariais e comerciais (joint-ventures) entre empresários angolanos e brasileiros.Como é sabido, a República de Angola completou somen-te 11 anos de Paz e ao longo desse período, o executivo angolano tem realizado um Programa de Investimentos Público (PIP) de curto, médio e longo prazo que visa a re-construção física, económica e social, inter alia, a reabi-litação das vias secundárias e terciárias, implementação de projectos água para todos, cuidados saúde, programa desenvolvimento e comércio rural, habitação social, se-gurança alimentar, e continua a luta contra fome e po-breza em Angola.Assim , para assegurar o êxito dos programas de desen-volvimento, a economia angolana tem se recuperado muito bem, mesmo depois de ter sido atingida pela crise financeira internacional em 2009, continua apresentar índices de crescimento robusto do PIB, reforçar os con-trolos orçamentais e mantém uma gestão mais exigente das finanças públicas, o que tem permitido ao executivo angolano dinamizar o investimento público, apoiar a di-versificação económica, aumentar a produção interna, gerar emprego e estabelecer metas para substituir gradu-almente as importações no país.Dados divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2013, continua a incluir Angola entre os “ credo-res líquidos” internacionais, e estima um crescimento do PIB para este ano em 6,2%, e para o ano de 2014 verifi-cará um crescimento de 7,3% , e a taxa de inflação será aproximadamente de 9,4%. Entretanto, as reservas inter-nacionais líquidas de Angola subiram de 12,6 mil milhões de dólares em 2009, para 32 mil milhões de dólares ame-ricanos em 2012, quando há 10 anos não excediam mais de 323 milhões de dólares. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional indica que economia mundial deverá crescer 2,9% este ano e

Mateus Barros José *

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para 2014 terá um crescimento de 3,6%.É neste panorama económico positivo e de desenvol-vimento reconhecido pelas instituições financeiras in-ternacionais, que a República de Angola tem priorizado nos últimos 11 anos, a cooperação sul-sul com os demais parceiros internacionais, em especial com a República Federativa do Brasil, com a qual mantém uma parceria estratégica de relações económica e comerciais, assente nos laços históricos e de amizade existentes entre os dois países.Como é do conhecimento público, o Brasil é uma nação im-portantíssima em toda a esfera global, é também uma refe-rência mundial dos países emergentes, Líder no Mercosul e na América Latina e tem tido um posicionamento bastante actuante nas negociações da Agenda de Desenvolvimento de Doha( ADD) referente ao comércio multilateral no âmbi-to da Organização Mundial do Comércio (OMC), no G20, na ONU e finalmente nos BRICs ( Brasil,Rússia,Indía,China e a África do Sul).No que tange ao nosso país, o Brasil é um parceiro es-tratégico importante e podemos reiterar aqui mais uma vez que foi o primeiro país do mundo a reconhecer a Inde-pendência da República de Angola, proclamada no ano de 1975, com a qual temos acordos de cooperação bilateral em vários domínios e desenvolvemos um volume consi-derável de trocas comerciais, e também sobre projectos sócio-económico, nomeadamente nos sectores a saber : Educação, Saúde, Agricultura, Construção Civil, Indústria, Comércio, Energia, Petróleos, Transportes, Banca, Finan-ças, Tecnologias de Informação, Ciência e Tecnologia, etc.No entanto, a balança comercial Angola e Brasil nos úl-timos 5 (CINCO) anos atingiu aproximadamente em US$ 10,8 mil milhões de dólares americanos, ou seja, a Re-pública Federativa do Brasil exportou bens alimentares, máquinas, equipamentos e veículos, para Angola no valor de USD 6,5 mil milhões, e importou petróleo e derivados da República de Angola no montante de US$ 4,2 mil mi-lhões de dólares americanos. Porém, no ano de 2012 as trocas comerciais entre os dois países atingiram cerca de USD 1.190.463.832 (Um Bilhão Cento e noventa Milhões e Quatrocentos e Sessenta e Três Mil e Oitocentos e trinta e Dois Dólares Americanos). Apraz-nos ressaltar que, no período de 2008 a 20012, o ponto alto das relações comerciais entre os dois países se deu no ano de 2008, quando o intercâmbio comercial entre Angola e o Brasil referente ao mês de Janeiro a De-zembro do mesmo ano, havia totalizado o valor em US$ 4,2 Bilhões de Dólares Americanos. Se considerarmos que no ano de 2009 houve uma retração da economia global, sentimos no presente que o resultado da balança comer-cial de 2010, 2011, 2012 já nos transmitem indicadores para a sua recuperação gradual.Ao longo da vigência da nossa Representação Comercial no Brasil, promovemos em parceria com entidades go-vernamentais angolanas e brasileiras do sector público e privado, missões empresariais e comerciais de prospecção de negócios á República de Angola com aproximadamente 650(Seiscentos e Cinquenta ) empresários em represen-tação de um total de 270 (Duzentos e Setenta ) empresas brasileiras e mais de 100 (Cem) empresários angolanos visitaram o Brasil, em ambos os países, os empresários participaram em feiras, rodadas de negócios, seminários,

workshops e outros demais eventos.Vale lembrar que a República de Angola, tem desenvolvi-do a sua politica económica com base num modelo de “ Mercado Livre “ onde as micros, pequenas e médias em-presas, jogam um papel preponderante no aumento do emprego, produção de bens e serviços e prestam já um contributo considerável no crescimento do nosso Produto Interno Bruto-PIB, designadamente do sector não petro-lífero.Existe também muitas vantagens para os empresários brasileiros do sector público e privado investirem no mercado angolano. Angola possui leis de incentivo ao investimento privado bastante atractivas e de incentivos fiscais e aduaneiros que isenta o investidor por ex: ao pa-gamento de imposto industrial, repatriamento de capi-tais (transferências de lucros e dividendos) e oferece ao investidor estrangeiro e nacional inúmeras oportunidades para realizar negócios, regulado a luz da Lei de Bases para Investimento Privado-Lei Nr. 20/11 de 20 de Maio de 2011 que revoga a Lei Nr. 11/03 de 13 de Maio de 2003. Há tam-bém, áreas reservadas denominadas Zonas Económicas Especiais- ZEE, Polos Industriais, aonde os investidores podem instalar as suas empresas. O executivo angolano, tem ainda actualizado a legislação inerente a normaliza-ção da actividade comercial no país, no que se refere ao licenciamento de exportação, importação e reexportação de mercadorias, que correspondem as directivas da Orga-nização Mundial do Comércio ( OMC ).Lato sensu, ao finalizar a nossa abordagem sobre as atri-buições da Representação Comercial e a evolução das relações comerciais entre a República de Angola e a Re-pública Federativa do Brasil, podemos deixar aqui expres-so, que relativamente ao clusters exportação até agora caracterizado pelo petróleo e diamantes, o executivo an-golano pretende romper com este ciclo e introduziu no Plano Nacional de Desenvolvimento ( PND) para período 2013-2017 a diversificação da economia angolana, que vai permitir nos próximos tempos inserir na nossa pauta de exportação produtos como: café, algodão, mármores, fosfatos, madeira e outros produtos agrícolas produzidos em Angola.Para o alcance desse objectivo, para além do envolvimen-to do sector produtivo nacional angolano, será também fundamental a contribuição dos órgãos da diplomacia econômica apoiar o esforço do executivo angolano, no sentido de identificar nichos de interesses comerciais e de negócios no território brasileiro e não só, por forma a reforçar o intercâmbio comercial das micros, pequenas e médias empresas angolanas, a realizarem parcerias em-presariais com reciprocidade de vantagens com empre-sas brasileiras em áreas estratégica da educação, saúde, comércio, indústria, agricultura, construção civil, trans-porte, banca e etc, que continue assegurar a entrada de capitais financeiros, tecnologias e know-how, aumento da produção de bens e serviços, e o emprego para nossa população.n SÃO PAULO, AOS 04 DE NOVEMBRO DE 2013.

* Ministro Conselheiro Mateus Barros JoséRepresentante Comercial da Embaixada de Angola no Brasil

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Delegação do Ministério do Comércio e Empresários Angolanos participam do

Encontro Internacional de Negócios no Nordeste do Brasil

O escritório de Representação Comercial de Angola em São Paulo participou do XVII Encontro Internacional de Negócios do Nordeste ( EINNE) decorrido entre os dias 02 e 04 de Outubro de 2013 na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, acompanhado da Delegação do Mi-nistério do Comércio composta pelo Dr. Manuel do Nas-cimento Júnior - Coordenador adjunto do grupo de Apoio e Acompanhamento às Representações Comerciais do Ministério do Comércio; Dr. Carlos Alberto Gomes Padre, Coordenador Adjunto do Instituto Nacional de Promoção de Exportações ( INAPEX) do Ministério do Comércio; Dr. Ramiro Jorge Artur Sacupina, Assessor Principal da Direc-ção Nacional do Comércio Externo e Drª. Rosa Militão, Di-retora Adjunta da Escola Nacional do Comércio .O evento teve como objectivo promover encontros em-presariais ( Joint-ventures, franchising e transferência de tecnologia) personalizados e por sectores e fomentar o comércio internacional por meio da promoção de con-tactos diretos entre empresas compradoras e vendedoras estrangeiras e fornecedores estabelecidos nas regiões do Nordeste do Brasil de forma a contribuir com a inserção dos pequenos negócios no mercado internacional.O evento foi organizado pelo SEBRAE-CE ( Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará), e teve encontro entre empresas, rodadas de negócios e reuniões que discutiram estratégia para a in-serção competitiva dos pequenos negócios no mercado internacional. Casa e Decoração, Moda, beleza e saúde e saúde, alimentos e bebidas, construção civil e importação

e exportação foram os sectores participantes do XVII En-contro Internacional de Negócios do Nordeste ( EINNE)para além da participação dos representantes empre-sariais e comerciais dos Estados do Nordeste, nomea-damente, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão , Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, parti-ciparam igualmente cerca de 25 (vinte e cinco) países em representação das micro , pequenas e médias empresas.A República de Angola, através da Câmara de Comercio e In-dustria e o INAPEM/BPC, fez-se representar na feira do nor-deste com cerca de 1O (dez) empresários de micro e pequenas empresas sediadas em Luanda e no interior do nosso país.Durante a cerimônia de abertura do evento, o SEBRAE e o banco do Nordeste rubricaram um Protocolo de inter-câmbio, com vista ao financiamento das micros, peque-nas e médias empresas com facturamento aproximada-mente até R$ 3,6 milhões de reais, equivalente em USD 1,7 milhões de dólares americanos.O Protocolo ora assinado entre SEBRAE e o Banco do Nordes-te destina-se ao financiamento de uma linha de crédito para empresas que permitirá a capacitação organização e desbu-rocratização no acesso ao crédito.Vale lembrar que o SEBRAE existe a 40 (quarenta) anos e ao longo desse período rubricou mais de duas mil parcerias insti-tucionais, a exemplo do celebrado com o Banco do Nordeste.Paralelamente ao evento em referência,a Delegação do Ministério do Comércio e a Representação Comercial de Angola organizaram visitas de trabalho à Federação das Industrias do Estado do Ceará ( FIEC), ao SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e à Agência de Desen-volvimento Econômico do Estado do Ceará, órgão ligado à Secretaria de Infra Estructura do respectivo Estado brasileiro e também ao SENAC ( Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Secretária Turismo e a Assessoria de Relações Internacionais do Governador do Estado do Ceará.As reuniões de trabalho com as entidades do Estado do Ceará visaram essencialmente estabelecer a troca de ex-periência e o desenvolvimento de intercâmbio, constatar o nível do crescimento no domínio do comércio, indús-tria, turismo e formação profissional e da infraestuctura e logística de apoio à cadeia produtiva, à importação e ex-portação de produtos, inter alia, transferência de tecnolo-gia, investimentos estratégicos e Know-how da região do Nordeste do Brasil para o Continente Africano, em especial para a República de Angola. n

Rodada de Negócios

Delegação Angolana e Sr. Roberto Marinho Presidente da Camara de Comercio Brail Angola -CE

Fotos - Rep. Comercial de Angola em São Paulo

ECONOMIA

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LIGA DOS JOVENS EMPRESÁRIOS E EXECUTIVOS DE ANGOLA E CÂMARA

DE COMERCIO ANGOLA- BRASIL ASSINAM PROTOCOLO

DE COOPERAÇÃO

Apadrinhado pela Representação Comercial da Embaixa-da de Angola no Brasil, em São Paulo, no último dia 22 de outubro, a “Prestígio - Liga dos Jovens Empresários e Executivos de Angola” com sede em Luanda/Angola e a Câmara do Comércio Angola-Brasil, com sede no estado de São Paulo/Brasil, celebraram na cidade de São Paulo um “Protocolo de Cooperação” entre as duas associações empresarial e comercial.O Protocolo ora rubricado pelos Presidentes das referidas agremiações para além de reforçar os laços de amizade e cooperação e assegurar realizações de Missões Co-merciais e Empresariais nos dois Países, visará também estabelecer condições para trocas de experiências, a pro-moção de actividades de capacitação e aperfeiçoamento

de jovens empresários de ambos os países, mediante a realização de cursos, seminários,palestras, publicações e o fortalecimento dos negócios envolvendo empre-sas de Angola e do Brasil, inter alia, assegurar acções de assessoria,execução de serviços e projectos, secretariado executivo e consultoria.participaram do acto da assinatura que ocorreu no Escri-tório Comercial de Angola em São Paulo, o Senhor Mi-nistro Conselheiro Mateus Barros José, Representante Comercial de Angola no Brasil, e os Senhores Walter Dias dos Santos e Eladio Cezar Toledo, ambos vices Presiden-tes da Prestigio e da Câmara do Comércio Angola-Brasil, e o Presidente da empresa brasileira “Accesstage Tecno-logia Direccionada”.n

Fotos - Câmara Comercial Angola-Brasil

Cerimonia de Assinatura na Sede do Escritórioda Representação Comercial de Angola no Brasil São Paulo

Hirondino Garcia - Presidente da Prestigio, Mateus Barros - Ministro Conselheiro da Representação Comercial da Embaixada de Angola; Eduardo Arantes

Ferreira - Presidente da Câmara de Comércio Angola Brasil

da esquerda para direita - Walter Santos - Vice Presidente da Prestigio; Hirondino Garcia - Presidente da Prestigio; Mateus Barros - Ministro Conselheiro da Represen-tação Comercial da Embaixada de Angola; duardo Arantes Ferreira - Presidente da Câmara de Comércio Angola Brasil; Eladio Toledo - Vice Presidente da Câmara de Comércio Angola Brasil; Celso Sato - Presidente da Accesstage

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ANGOLA E BRASIL – PARCERIA DURADOURAPor Rui Mucaje e Antonio Lúco

INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL - ANGOLA Em Milhões de U$D

Fonte: MDIC - MInistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Brasil, 2013

QUEM SOMOS A AFROCHAMBER – Câmara de Comércio Afro-Brasi-leira.Entidade fundada em 1972 na Cidade de São Paulo – Brasil tem como objetivo a Promoção do Intercâmbio Bilateral das empresas Brasileiras e Africanas nas trocas Comerciais, culturais e educacionais e no acesso aos mer-cados por eles representados por meio da realização de Missões Comerciais para Países do Continente Africano, bem como recepção de Autoridades e Delegações Africa-nas em visita ao Brasil. Coopera junto aos entes Governa-mentais do Brasil na elaboração de políticas de abertura de novos mercados e estímulo às exportações. Emite e analisa documentos e procedimentos relativos aos pro-cessos de Importação ou Exportação de produtos e servi-ços nas trocas comerciais.

CONSULADO DE ANGOLA EM SÃO PAULO E AFROCHAMBER“FORTALECENDO AS

RELAÇÕES BILATERAIS”“A Diplomacia de Angola está cada vez mais focada em fortalecer as Relações Comerciais com o Brasil”. Dr. Belo Mangueira – Cônsul de Angola em São Paulo - Brasil

Abel Domingos, Presidente da AFROCHAMBER, Exmo. Dr.Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira, Cônsul-Geral de Angola em São Paulo, Antonio Lucio - Vice-Presidente da AFROCHAMBER e Rui Mucaje, Diretor AFROCHAMBER.

No passado dia 02 de Outubro de 2013, o Diplomata Jo-aquim Augusto Belo Barroso Mangueira – Cônsul-Geral da República de Angola em São Paulo, recebeu membros da Diretoria da AFROCHAMBER, ocasião em que foram abordados assuntos relevantes voltados para o incre-mento das relações do Brasil com Angola. Foi enaltecida na ocasião, todo o apoio que a Embaixada de Angola no Brasil através do Exmo. Sr. Embaixador Dr. Nelson Cos-me, a Representação Comercial de Angola, dirigida pelo Dr. Mateus Barros e o Consulado de Angola em São Paulo têm prestado aos Associados e Parceiros Institucionais que possuem projetos conjuntos de fomento empresarial em Angola.Com um quadro de Profissionais das Áreas de Consultoria em Negócios, Logística e Direito Internacional, a AFRO-CHAMBER, apresenta-se pronta para atender os desafios que se têm apresentado na evolução de negócios com o Mercado Angolano. Apresentamos à seguir algumas iniciati-vas da AFROCHAMBER, junto ao Mercado Angolano:2010 – Missão Empresarial SINDIMEC – Sindicato Patronal da Indústria Mecânica de Joinville e Região às Cidades de Lu-anda, Malanje e Huambo e encontros com a CCIA – Câmara de Comércio e Indústria de Angola. Encontro com Ministério da Indústria, Geologia e Minas de Angola.2011 – Participação na FILDA- Feira Internacional de Luanda2013– Junho - Missão Empresarial África Austral com re-presentação de empresas dos setores de Material Escolar, Agricultura, Cosméticos, Tecnologia da Informação, Saú-de e Alimentação.n

Rui Mucaje, Nara Pires, Helder Flores - AFROCHAMBER, Diplomata Dijalma Mariano- SECOM Luanda, Helder Flores, Alexandre Trabbold – APEX Luanda, Fernando Fernandes- SECOM Luanda

O FUTURO COMEÇA AGORA….FEIRA INTERNACIONAL AFRO BRASILEIRA –

O MAIOR EVENTO COMERCIAL E CULTURAL DE 2014

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Médicos angolanos realizam manifesto cultural “Tu Makamba”

A programação serviu para aproximar especialistas angolanos e brasileiros a fim de estreitar amizade entre as duas nações

Por Vasco SuamoOs médicos angolanos em processo de pós-graduação no Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, tiraram um dia para se desfazerem dos jalecos brancos (Bata), e se unirem à programação de manifestação cultural Tu Makamba (So-mos amigos).O evento ocorreu no salão amarelo do Cen-tro de Convenções Rebouças, localizado nas proximidades do Hospital das Clínicas. A actividade foi organizada pelos médicos estudantes Gilsimar BoaVida (nefrologia), Haydeé Jordão (cuidados intensivos), Licinho de Brito(radiologia), Marcio Gaspar (cirurgia geral), Janete Cerqueira (ortope-dia), Florinda Miranda (urologia), AdilsonAlves (patologia clinica) e o médico Isaac Pinto. Cerca de 200 pessoas par-ticiparam do acto. Entre eles, médicos angolanos e brasi-

leiros e pessoas da comunidade angolana em São Paulo. O Consulado Geral de Angola em São Paulo foi representado pela Vice-Cônsul Drª. Alice Mendonça.A programação iniciou às 17h com o discurso do Dr. Júlio de Oliveira, especialista em Clinica médica, para-benizando a organização e agradecendo a presença do público. Seguiu-se, então, a exibição do vídeo Angola Faz, produzido pela assessoria de comunicação do governo an-golano, com finalidade de mostrar a reconstrução nacional em todas as esferas. Na sequência foi passado o vídeo insti-tucional da Clínica Multiperfil – hospital angolano com mais médicos representados no Hospital das Clínicas. Em segui-da, os convidados ouviram o musical preparado pela banda dos médicos Luciano de Brito, Isaac Pinto e a cantora Erica Nelumba, que neste momento está no Brasil a se especia-lizar em dermatologia. A banda cantou as músicas Renún-cia impossível dos Irmãos Kafala – letra retirada da poesia de Agostinho Neto –, Velha Chica do cantor e compositor Waldemar Bastos – que retrata a realidade de Angola an-

tes da independência –,Monangambé do cantor angolano Rui Mingas – música que conta a história dos angolanos contratados na época colonial para trabalharem nas roças de café e algodão dos portugueses, ficando, muitas vezes, longe de suas famílias –, Muxima, um dos clássicos da mú-sica angolana de autoria de Carlos Vieira Dias, considera-do pai da música popular angolana. Esta última canção retrata a história de um homem acusado injustamente de feitiçaria e que pedia para o levarem ao cemitério a fim de ser enterrado vivo, uma metáfora utilizada pelo autor para denunciar as injustiças do colonialismo. A primeira parte do musical serviu para contar a história da Angola na época da colonização portuguesa.No intervalo do período musical, houve a demonstração de trajes africanos confeccionados pela estilista angolana Lucinede Fonseca, cujas indumentárias foram apresen-tadas pelos modelos Marseu ,Wilson, Edmilson , Márcia, Mila, Marisa , Haydeé , Solange e Dona Mimi, todos ango-lanos residentes em São Paulo. Teve também uma expli-cação das roupas e da gastronomia angolana, presentes na exposição na entrada do salão.Já na segunda parte do musical, o foco foi contar a his-tória de Angola no momento de guerra civil. A banda cantou a música Minha Viola dos Irmãos de Almeida, es-crita no período do conflito armado que assolou o país. A canção,na época, motivou jovens na frente de combate,a fim de conseguir, com próprio esforço, a liberdade e a paz definitiva da nação de Agostinho Neto. O momento tam-bém serviu para homenagear a dupla, visto que o cantor Beto de Almeida faleceu esse ano vítima de traumatismo craneano, deixando um vazio na cultura angolana. Após, o grupo entoou “Eu vou regressar”, música de Paulo Flor, que mostra as belezas de Luanda e de províncias como:

SOCIEDADE

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Serra da Leba, em Lubango, e da planta rara Welwitschia-Mirabilis, localizada do deserto do Namibe. A canção foi feita no período da guerra civil e serviu como um cânti-co de esperança, já que encorajava às pessoas a crerem no dia em que haveriam de desfrutar as belezas da terra quando o conflito cessasse.O especializando em cardiologia Claudio Mbala apresentou o projeto Cooperação Internacional, no qual Angola está in-serida, realçando a oportunidade que a direção do Hospital das Clínicas tem dado para os médicos angolanos.Claudio indicou alguns planos que o grupo de médicos tem para implementar em Angola como: Redução da mortalidade infantil, combate e prevenção de doenças sexualmente transmissíveise outros. Na última parte, o musical e a ban-da apresentaram a música Minha Angola Minha Terra, do compositor Rui Mingas. O soneto retrata a paz e a liberda-de de Angola,incentivando a união da nação, e foi compos-ta após o fim da guerra civil no território angolano. No final do prelúdio musical, contou-se a musica Nossa Angola, de Matias Damásio – um jovem cantor e compositor que con-quistou o público angolano com suas belas letras. A música fala de uma Angola sem guerra e incentiva os jovens a se unirem para que o país seja erguido novamente.Chegando ao final da programação, os convidados tive-ram a oportunidade de degustarem um pouco da gastro-nomia angolana, preparada pelos médicos e pela Dona Mimi, decoradora angolana residente em São Paulo. No cardápio estavam Fungi de bombó e de milho,Calulú, Bagre fumado, Muteta, Turtulho, Cachupa, Feijão de óleo de den-dê, muamba de Galinha e outros. O momento foi acompa-nhado pela música e dança angolana Ku duro.A ideia do manifesto cultural surgiu devido à comemo-ração dos sete anos em que os médicos angolanos estão incluídos no programa internacional de especialização da Universidade de São Paulo (USP), com residência no Hospital das Clínicas. Actualmente, cerca de 90 médicos fazem especialização no HC, dos quais 50 são provenien-tes daClínica Multiperfil,20 da Clínica Girassol – hospital pertencente a empresa petrolífera Sonangol, e dez por conta própria. Segundo a médica Florinda Miranda, o principal motivo que levou a organizarem a programação é a necessida-de de passar um pouco daquilo que a Angola tem para

oferecer.“Tendo em vista que a curiosidade era imensa entre os nosso colegas brasileiros em saberem as nossas origens, nós achamos bom reunir um pouco daquilo que o nosso país oferece”, contou Florinda.“A comida, a bebida, a dança e as roupas típicas, serviram para fazer a caracte-rização do nosso país aos brasileiros.”Além da demonstração cultural, a actividade serviu para passar o calor do povo angolano aos brasileiros, já que no ambiente hospitalar isso não pode ser demonstrado de maneira clara.Os rostos dos médicos brasileiros estavam cobertos de alegria. Para o professor Milton de Arruda Martins, titu-lar da Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP e diretor de Clínica Geral no Hospital das Clínicas, a pro-gramação foi boa.“O hospital tem dado boa recepção aos médicos angolanos há sete anos, e as diferencias cultu-rais nunca foram empecilhos para o aprendizado”, frisou. O médico sentiu-se encantado com a sequência musical que contava a história de Angola desde a escravidão até a independência. Além disso, oprofessor assegurou que a programação serviu para estreitar os laços entre os mé-dicos dos dois países, uma vez que o objetivo é um, só: salvar vidas.Em uma viagem para Angola em 2012,feita a convite da Clínica Multiperfil, o médico contou que reencontrou os primeiros alunos angolanos que se especializaram no HC actuando em áreas de liderança nos hospitais. “Não tem nada mais gratificante que isso”, afirmou Martins.A médica Erica Nelumba, que fez parte da banda musical, aproveitou o momento para lembrar quando ainda subia aos palcos e tinha a música como foco principal em sua vida. Erica, formada em Medicina pela Universidade Jean Piaget de Angola, actualmente viveno Brasil, longe da música. Ela alega que agora aposta na realização de um sonho da meninice: uma especialidade em dermatologia. A médica, que está no terceiro ano da pós-graduação, afirmou que no final de 2014 e começo de 2015, voltará aos estúdios para gravar o seu novo álbum, quando já es-tará formada. “Deixar a música é só uma fase. Como to-das as pessoas sabem, eu me formei em medicina e a for-mação médica compreende pelo menos duas etapas: a da graduação, formação geral, e depois a da especialização, que para mim é muito importante”, realçou a cantora. n

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Angolanos residentes no Brasil exaltam performance do país na VI Bienal da CPLP

Salvador - Estudantes angolanos residentes no Brasil exaltaram em Salvador, Estado da Bahia (Brasil) o excelente desempenho que o país tem demonstrado na VI Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Tal contentamento foi manifestado à Angop, no penúlti-mo dia da VI Bienal de Jovens Criadores, um espaço que tem favorecido um intercâmbio entre os oito países da CPLP.Esperança António, angolana, residente no Brasil há pre-cisamente três anos, destacou que no evento o país con-seguiu fazer com que a comunidade negra brasileira se identificasse com as suas verdadeiras origens, a África.“ Nestes três anos que vivo no Brasil, é a primeira vez que me sinto bem ao lado dos meus conterrâneos”, disse.Por sua vez, o estudante António Neves frisou que a par-ticipação de Angola foi ainda mais marcante na abertura do evento, pelo facto da música seleccionada falar de paz e, por outro lado, ter a capacidade de tocar o lado emoti-vo dos jovens que aí se fizeram presente.“Isso dá-me saudade do nosso povo, seus hábitos, costu-

mes e todo o resto que nos identifica”, referiu o angolano.António Neves exortou ainda que para os próximos even-tos do género, a delegação angolana tem que limar ape-nas algumas arestas, entres elas, o factor tempo.Prosseguindo, o interlocutor da Angop frisou que notou perfeccionismo na criatividade dos jovens angolanos que exibiram as suas obras de talento.“As apresentações de Angola tinham mais aplausos e as-sobios do que a dos outros países, e isso é sinal de que estamos no bom caminho”, destacou.Para o residente Fábio Lena, Angola mostrou que está a evoluir e a acompanhar as tendências do mundo.Concluindo, a fonte disse que o sucesso e o futuro do país contam com aquilo que os jovens criam no presente.

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Moda angolana na VI Bienal de Jovens Criadores da CPLP

A presença de Angola na VI Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP), que decorre de três a sete de Dezembro, em Salvador, Estado da Bahia (Bra-

sil), dentre outras exibições, foi marcada por um desfile de moda com trajes nacionais.

Com o intuito de mostrar a moda angolana e criar ligações entre estilistas, modelos angolanos e es-trangeiros, Siwana de Azevedo, jovem estilista e de-senhadora, mais uma vez levou Angola a estar entre as grandes preferências do evento.Ao falar à Angop, Siwana de Azevedo frisou ser uma experiência única poder trocar ideias com criadores dos oito países da CPLP que marcam presença na VI Bienal de Jovens Criadores.As roupas, em tecidos de sarja, algodão e linhos fo-

ram feitas para ocasiões que vão deste o dia-a-dia até eventos de grande notabilidade como galas e casamentos.Segundo a estilista, a ideia do desfile foi no sentido de unir a moda que caracteriza o país, com a que é feita no ocidente.Estilistas e modelos de Cabo Verde, Brasil, São Tomé e Moçambique também representaram os seus pa-íses no evento, alguns deles primando por temas e criações em respeito ao ambiente.

Jovens Angolanos participam no desfile da VI BIENAL DA CPLP

Criação Angolana em alta na VI Bienal CPLPUm documentário literário virtual do realizador Francisco Kafua foi apresentado, em Salvador (Bra-sil) , na VI Bienal de Jovens Criadores da Comuni-dade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).A obra intitulada “Letras Soltas” é uma colectânea de 12 poemas de renomados escritores angolanos, entre os quais António Agostinho Neto, Lopito Feijó, Ramiro da Silva e Oráculo Lourenço.O realizador avançou que a sua criação visa cultivar o hábito pela leitura no seio das crianças e dos jovens.

Segundo ele, as pessoas prende-ram-se muito aos computadores e a outros meios electrónicos e, com esta criação, poderam ouvir o que deveriam ler.

Trata-se da primeira obra do género em Angola e já foi registada diante das instituições de direito.No documentário, Francisco Kafua procurou juntar a poesia, a ficção, o teatro, a música e outras artes.Mais de 200 expositores divulgam os seus trabalhos na VI Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Angola levou para o evento cineastas, escritores, músicos, estilistas, mo-delos, bailarinos, criadores de jóias e outros jovens de talento.n

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Nosso diferencial é a busca constante para um bom atendimentoSabemos que além do preço, o atendimento de qualidade é uma necessidade, por isso, capaci-tamos e treinamos o nosso colaborador afim de que eles prestem sempre o melhor serviço aos

nossos clientes. Além deste lado comercial, nossa instalação neste país, cria centenas de oportunidades de empregos diretos e indiretos. Gerar emprego é gerar renda e melhorar a eco-nomia do país. O Alimenta Angola absorve mui-tos jovens com pouca experiência em seu qua-

dro de funcionários, parte do principio que falta de experiência profissional não é um impeditivo para trabalhar na empresa.O Alimenta possui um programa de capacitação que tem como objetivo ensinar a tarefa a ser de-senvolvida explicar a rotina de trabalho e técni-cas de Atendimento ao cliente para transformar seu colaborador em um excelente profissional.Entende-se que a maturidade não significa o quanto você viveu, e sim o quando você apre-endeu.

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Gastronomia angolana ganha Endereço no Bairro do Brás

Por Vasco Suamo

O Brás é um dos bairros que fazem parte da ca-pital paulista, e é considerado um dos maiores pontos econômico do país. No final da década de 1.990, o bairro começou a ser frequentado por comerciantes angolanas (“moambeiras”), por ser um lugar bom para negócio. Nessa mes-ma década, as moambeiras iniciaram o processo de compra de mercadorias para revenderem em Angola. Ainda nos anos 90, alguns angolanos refugiados no Brasil, com o espírito de empre-endedores, decidiram apostar na construção de pequenas lojas para comercialização de roupas, calçados, cabelo humano e outras mercadorias.

Quem anda nas ruas da região, consegue notar que a comunidade angolana está cada vez mais crescente. Partindo desse pressuposto, a brasi-leira Telma Paulino, por influência de seu ex-na-morado, decidiu abrir um restaurante e apostar na gastronomia angolana. Batizado de “África Fut”, o estabelecimento está há seis meses no mercado e atendemais de 50 pessoas por dias, entre angolanos e brasileiros, que gostam da comida estrangeira. Dentre as diversas iguarias, destacam-se: funge de milho e de bombó, mu-amba de galinha, peixe seco ao molho, calulú, mufete, chouriço ao molho de tomate, cabidela, peito alto e outros.

Telma dona do restaurante alega que a ideia de fazer o empreendimento é a de que os angola-

nos têm reclamado que há uma“carência” de es-paços do gênero. “Eu convivo muito tempo com os africanos em geral, fui a vários Estados do Brasil onde têm africanos e notei que existem restaurantes de vários países como da Nigéria, Guiné Bissau, África do Sul e outros, mas de An-gola não existe”, conta a empresária.

Consumir comida angolana no estrangeiro é uma alegria principalmente para as moambei-ras (comerciantes) que deixam Angola por uma ou duas semanas para comprar mercadoria no Brasil. Para Tereza João é uma satisfação saber que chegando ao Brás vai encontrar um restau-rante angolano. “Olha nossa comida faz muita falta quando estamos no Brasil, o nosso organis-mo está acostumado com um bom funge pela manhã. Saber que agora já podemos sabore-ar as nossas comidas quando estamos em São Paulo, me deixa muito feliz”, realça Tereza.

O restaurante Africa Fut actualmente tem quatro funcionários, dentre eles dois brasileiros e dois angolanos. O estabelecimento, que era aberto de segunda a sábado, atenderá também aos do-mingos. Além da comida, os clientes têm a opor-tunidade de escutar o que tem de bom da músi-ca angolana. Com a Copa do Mundo no próximo ano, a empresária está a pensar em ampliar o estabelecimento para atender a todos angolanos estiverem a visitar o país. n

Empresaria Telma Paulinjo e seus colaboradores angolanos

O restaurante “África Fut”, se tornou ponto de encontro para a comunidade angolana em São Paulo

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EntrevistaFabia Kenia, uma paixão por Angola.

Fábia Kenia é uma bra-sileira que ama Angola de uma forma surpre-endente, muito antes de conhecer a terra do semba, Fábia já estava mergulhada na comu-nidade angolana em São Paulo, sabia falar todas as palavras em

calão, degustava a gastronomia, aprendia as danças e as músicas de artistas angolanos. Pelo seu amor puro e sincero por Angola, Fábia chegou a ganhar um apelido na comuni-dade, Zucamangolé. Nessa entrevista vamos conhecer um pouco do amor que Fábia sente por Angola.

Angola Yetu: Como começou a sua paixão por Angola?

Fábia Kenia: Minha paixão por Angola começou mais in-tensamente no ano de 2004 quando imigrei, fiz uma via-gem à Portugal. Chegando à Tuga, tive então o prazer de conviver direictamente com os angolanos que lá viviam. Na primeira semana na Tuga, fui convidada para uma “Boda”, lá tive a oportunidade de ver de perto a cultura, as musicas, as festas, a comida, o sotaque.

Angola Yetu: Antes de conhecer Angola qual era a sua vi-são sobre o país?

Fábia: A visão que eu tinha de Angola era aquilo que eu ouvia falar através dos meus amigos angolanos, mas como sempre fui muito curiosa, eu comecei a buscar noti-cias pela internet, fotos dos pontos turísticos, estar actua-lizada das músicas, etc.

Angola Yetu: O que as pessoas acham do seu amor por Angola?

Fábia: Algumas pessoas não entendem o motivo de tanta paixão por Angola, alguns se admiram e acham bonita a maneira como eu falo com tanta alegria sobre esse país africano. Jáoutros me chamam de louca, por eu amar e estar com os negros, de só querer conviver com os ango-lanos e estar nos ambientes que eles realizam, mas por-que a maioria das pessoas são desinformadas e ainda tem aquela visão de que ÁFRICA toda só tem pobreza, não sa-bem que em ANGOLA há tantos lugares lindos pra se ver e que é um país em constante desenvolvimento.

Angola Yetu: Antes de conheceres Angola já falavas o calão?

Fábia: Uma das coisas que mais me chamou atenção quando tive um primeiro contacto com os angolanos, foi exatamente as palavras diferentes que eles falavam, embora falassem português como eu, mas vi que usavam muitas palavras diferentes do que é falado no Brasil, só depois descobri que isso se chamava”Calão”, e achei su-per interessante e aprendi muito rápido.

Angola Yetu: Como aprendeste as danças angolanas?

Fábia: Eu aprendi a dançar, os ritmos de Angola em Portu-gal, porque sempre ia as bodas angolanas e, como já estava fascinada por Angola, fui observando as pessoas a dança-rem e assim aprendi...apenas vendo os outros a dançar.

Angola Yetu: Como foi chegar a Angola?

Fábia: Chegar a Angola. Isso foi depois do nascimento dos meus dois filho, a coisa mais emocionante que me aconteceu, meu coração disparado, meus olhos cheios de lágrimas quando desembarquei no 4 de Fevereiro (Ae-roporto). E mal podia crer que, depois de 8 anos vendo Luanda só por fotos, eu estava mesmo ali a pisar o solo angolano. Fui tão bem recebida, acolhida, fui amada, ad-mirada, solicitada, foram momentos inesquecíveis desde minha chegada até a volta, quatro meses em que posso encher a minha boca e falar em alto e bom som EU FUI FELIZ EM ANGOLA.Angola Yetu: Como foi a sua estadia em Angola?

Por Vasco Suamo

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Fábia: Um povo acolhedor, alegre, que tem prazer em te receber com o melhor que eles têm, com simpatia, te fa-zem sentir em casa mesmo tendo acabado de te conhe-cer. A família que me hospedou, se tornou minha família e hoje posso dizer com orgulho que TENHO FAMILIA EM ANGOLA.

Angola Yetu: Quais foram os lugares de Angola que você conheceu e mais gostou?

Fábia: Eu tentei ver o máximo que eu pude visitar princi-palmente os lugares via só por fotos, mas do que me foi possível ir, porque eu queria ter ido de Cabinda ao Cune-ne. Mas eu amei Fenda da Tuandavala, Cristo Rei e a Serra da Leba no Lubango, Capital da Província da Huila. Adorei a Baía Azul na província de Benguela, a Restinga do Lobi-to também, muito lindo esse lugar. Em Luanda, a Capital, visitei o Miradouro da Lua, a IIha do Mussulo. Meu maior sonho era conhecer, ver de perto a maravilhosa “Queda da Kalandula”, na província de Malanje, mas não houve tempo, 4 meses foram pouco tempo.

Angola Yetu: Como foi voltar para o Brasil depois de fica-res quase quatro meses em Angola?

Fábia:Voltar para o Brasil, depois de quatro meses em Angola foi difícil, porque eu na banda me senti em casa, na minha Terra, parecia que estava abandonando o meu país, porque percebi mais claramente como tenho afini-dades com esse povo. Senti-me feliz sendo reconhecida como a FABIA ZUCAMANGOLE, aquela brasileira que ébwe apaixonada pela banda. Eu morro de saudades, eu choro de saudades. Para ser bem sincera, eu daria tudo para voltar a Banda. Mas como diz o poema do Presidente AGOSTINHO NETO, a nossa terra havemos de voltar.

Angola Yetu: Quais são as comidas de Angola que você ti-nha curiosidade de comer e como foi assim que provaste?Fábia: As comidas que eu mais gosto é o mufete. Assim que cheguei a banda pedi para me levarem em um lu-gar onde vendiam. Comi o mufete na Chicala e na Barra

do Kwanza, até me dá água na boca só de pensar. Outro mambo que me cuia bwé é o funge de milho com galinha de muamba.

Angola Yetu: O que você achou da recepção dos angolanos?

Fábia: A recepção que tive ao chegar na banda foi mara-vilhosa... Eu que já amava esse povo depois de me rece-berem tipo princesa, amo mais ainda... Povo acolhedor e alegre que tem prazer em abrir as portas suas para rece-berem alguém e não só, oferecer o que eles tem de me-lhor as visitas. Cada casa angolana que visitei me fizeram sentir a vontade, principalmente a família que me hospe-dou, que me tratou como um membro da família e apren-di a amar. Sou muito grata pelo que eles fizeram por mim em Angola. Ganhei uma mãe angolana, sempre que lhe ligo ela me diz: “Minha filha brasileira” isso enche minha muxima de alegria e de orgulho. Ngasakidila mamã.

Angola Yetu: O que mais te cativou em Angola?

Fábia: Tudo na Ngimbi me cativou... As lindas paisagens, a alegria do seu povo, as festas, os ritmos, as danças en-volventes.

Angola Yetu: Como surgiu a ideia de criares uma página no facebook sobre Angola?Fábia: Assim que cheguei da banda, vi que a minha ami-ga que também ama muito Angola havia criado, ela me chamou para administrar. Aceitei de bom grado. Comecei então a postar as cenas fixes da banda e começou a cres-cer bwé,. Ai a minha amiga me disse que não tinha mais tempo para alimentar a página, você está fazendo isso tão bem fica com a pagina para você.A página tem como intuíto divulgar a união entre os dois países principalmente Angola, para que muitas pessoas mudem a ideia de que Angola só tem pobreza, que lá não há lugares para fazer turismo, etc. Na pá-gina, eu posto cultura como: música, culiná-ria, piadas, reflexões e outras coisas. Actu-almente estou com dois mil seguidores em pouco tempo que ela existe.Eu amo bwé Angola, a banda, a nossa Ngimbi, a página é um meio que tenho para comparti-lhar tudo de bom que tem Angola e Brasil.n

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Futebol - Angola Sobe no Ranking FIFAPalancas Negras ocupam a 89.ª posição das

melhores seleções do Mundo

A seleção de Angola subiu quatro lugares no Ranking di-vulgado hoje pela FIFA. Os Palancas Negras ocupam ago-ra a 89ª posição com um total de 382 pontos. A selecção espanhola continua líder a tabela seguida pela selecção alemã em segundo lugar.Apesar de não estar qualificada para o Mundial do Brasi,l a selecção angolana continua no “top 100” das melhores se-lecções do mundo, mas a nível africano conserva a 23ª po-sição entre as melhores selecções. À frente de Angola con-tinuam selecções como Uganda, Congo, Gabão e Marrocos. Numa altura em que os nomes de Bernardino Pedroto, Zeca Amaral e Oliveira Gonçalves são apontados como futuros sucessores de Gustavo Ferrín, que se demitiu dos Palancas após os fracassos do CAN2012 e qualificação do Mundial 2014, a Federação Angolana de Futebol continua em silêncio quanto a escolha do novo técnico.Relativamente às selecções lusófonas, Cabo Verde con-tinua a ser o melhor na 39 ª posição, com 698 pontos,

Rnk Equipe Pts + / - 1 Espanha 1507 0 2 Alemanha 1318 0 3 Argentina 1251 0 4 Colômbia 1200 0 5 Portugal 1172 +9 6 Uruguai 1132 0 7 Itália 1120 1 8 Suíça 1113 -1 9 Holanda 1106 -1 10 Brasil 1102 +1 80 Gabão 453 4 81 Jamaica 441 +1 82 Belarus 431 +1 83 R. D. Congo 427 +4 84 Macedônia 421 +2 84 Congo 421 7 86 Uganda 417 -1 87 Oman 389 5 88 R.Dominicana384 -10 89 Angola 382 +4 90 Irlanda do Norte381 0

Moçambique desceu cinco vagas e posiciona-se agora na 120ª colocação com 271 pontos, São Tomé e Príncipe (su-biu sete vagas) ocupa o 159º com 139 pontos.A Guiné Bissau desceu duas vagas estando agora na posi-ção número 183, com 42 pontos, enquanto Timor Leste é 186 (mais quatro postos), com 26 pontos. n

AutomobilismoFilipe Silva vence prémio KCB em KartingBenguela - O piloto Filipe Silva, da equipa 3K da pro-víncia de Benguela, venceu, nesta cidade, o prémio KCB- 5 anos, na classe DD2 em Karting.

Nos lugares imediatos classificaram-se os pilotos Jó Mar-celino, da equipa 3K, ao passo que Élcio Lacerda, do time EL ocupou a terceira posição.Em declarações à Angop, no final da corrida, Filipe Silva considerou a competição de difícil o que exigiu muita ba-talha, mas que foi possível vencer a prova.O piloto, que dedicou o prémio para equipa e seu pai, ga-rantiu que para a próxima temporada vai investir mais na máquina para um motor de seis velocidades para manter a invencibilidade.

A corrida contou com mais de 20 pilotos das províncias de Benguela, Huambo, Huíla e Cabinda. nFonte - Angop

DESPORTO

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NATAÇÃOMaria Cipcic e Márcio Fernandes no centro das atençõesA vice-presidente para área técnica da Fede-ração Angolana de Natação (FAN) apontou os atletas Maria Cipcic e Márcio Fernandes, ambos do 1º Agosto, como as referências da selecção nacional júnior.

Ana Lima disse à Angop, a propósito da estreia de Angola na prova, que a nadadora em três competições esta tem-porada (2013/2014) demostrou evolução, ao bater dois re-cordes no último campeonato nos 50 metros bruços, com 35 segundos e 97 décimos, e nos 100 metros da mesma especialidade com um minuto, 21 segundos e 14 décimos. Explicou tratar-se de uma atleta promissora pela dinâ-mica que imprime na movimentação na água e espera-se que esteja concentrada em Lusaka para representar bem o país, melhorando a marca pessoal e atingindo as finais.Por sua vez, sobre Márcio, sublinhou que possui o melhor registo (um minuto, 11 segundos e 90 décimos), obtido no Mundial de Dubai em em Agosto deste ano. Sob orientação técnica de César Ribeiro, coadjuvado por Maria de Andrade, integram o combinado nacional Ma-gro Vilela, Hugo Pestana, Daniel Francisco, Alberto Hen-riques, Armando Chagas, Catarina Sousa, Vanessa Nasci-mento, Catarina Nóbrega, Maria Freitas e Nayara Ribeiro.Em Lusaka, o país estará envolvido em 56 provas e quatro estafetas dos 50 a 200 metros bruços, costas, mariposas, livres e estilos. A África do Sul é a detentora do troféu.nFoto - Angop

Marcelina Kiala concorre à Comissão de Atletas da IHF

A experiente meia-distância da selecção nacional sé-nior feminina de andebol Marcelina Kiala viu a candi-datura para Comissão de Atletas da Federação Inter-nacional de Andebol (IHF) ser aprovada pelo Comité Executivo da instituição, estando agora aguardar pe-los resultados da votação no sítio da Internet do órgão máximo da modalidade no mundo.

De acordo com a Comissão Executiva da IHF, que forne-ceu hoje a informação à Angop, a andebolista de 34 anos e uma das integrantes do “sete” nacional deverá pertencer o organismo se merecer a aceitação dos votantes.“Uma visão geral de todos os candidatos para a Comissão de Atletas da IHF será publicada no site. Todos os atletas com direito a voto receberão um código de acesso e uma senha individual para escolher através de um sistema de votação online”, acrescentou no documento assinado por Amal Khalifa e Patric Strub, ambos directores da IHF. O processo de votação dos candidatos começa dia 8 e termina a 10 deste mês, enquanto os resultados serão

confirmados na reunião do Conselho da IHF em 21 de De-zembro de 2013 e o anúncio oficial em 22 de Dezembro de 2013 em Belgrado. A candidatura da andebolista angolana foi enviada em 12 de Novembro último, tendo depois de analisada pela Fe-deraçao Internacional sido aceite em 3 deste mês. Caso seja eleita, Marcelina Kiala tornar-se-á na primeira ango-lana a integrar a comissão que vela pela protecção e inte-gridade de atletas. n

Fonte - Angop

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HOQUEI - Académica de Luanda Revalida título NacionalBenguela - A Académica de Luanda sagrou-se cam-peã nacional de hóquei em patins em sénior, ao ven-cer o Juventude de Viana, por 3-2, no prolongamento do quinto e último jogo dos “play-off”, disputado no Pavilhão da Casa Pessoal do Porto do Lobito, na pro-víncia de Benguela.

Depois do empate (2-2), o experiente Martin Payero entrou determinado no prolongamento e aprovei-tando uma oportunidade nos minutos iniciais rema-tou sem dar hipóteses de defesa ao guarda-redes Mário Almeida, do Juventude, garantindo a revalida-ção do troféu.André Centeno e Kuenha (Académica de Luanda), e Toy Adão e Rui André, da parte dos vianenses, foram os autores dos golos que levaram a partida ao tempo extra, numa final com muita festa nas bancadas.A Académica entrou nos play-off final a perder o pri-meiro jogo, por 3-6, ganhou o segundo com goleada

de 6-0. No terceiro desafio, o Juventude de Viana su-perou, por 3-2, e no quarto, a bi-campeã venceu, por 7-4, levando a disputa do título à uma finalíssima.Nesta reedição da final de 2012, a Académica de Lu-anda marcou 21 golos e sofreu 15.n

Fonte - Angop

Andebol - Mundial 2013: Selecção nacional Feminina

A selecção nacional de andebol sénior feminina, eliminada nos oitavos-de-final do Mundial2013 que decorreu na Sérvia.

Durante a 21ª edição da competição, as cam-peãs africanas disputaram a primeira fase na cidade de Zrenjanin, onde conseguiram duas vi-tórias (Argentina, 33-23; Paraguai, 37-12) e três derrotas (Polónia, 23-32; Noruega, 21-26; e Es-panha, 21-30).

Foto Arquivo- divulgação

Terminaram a etapa preliminar na quarta posição, tendo por isso obtido o apuramento para os oitavos-de-final. Mas o desejo de chegar aos quartos-de--final foi interrompido pela Alemanha (21-30).

As comandadas de Vivaldo Eduardo marcaram 156 golos e sofreram 152, saldo positivo de quatro tentos.

Em 2011, no Brasil, Angola ficou em oi-tavo lugar.

Em vista para o Campeonato Africano, a selecção nacional sénior feminina

de andebol derrotou, em jogo de preparação, no dia 08 de janeiro, na Hungria, a similar da Argélia, por 19-15. O campeonato africano de andebol feminino terá lugar em Argel - Argelia, de 15 a 26 de Janeiro de 2014.

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Angolanos concorrem ao prémio de melhor desportista africano de 2013

Luanda - Carlos Morais, Nacissela Maurício (foto) e Nadir Manuel, campeões africanos de basquetebol, pelas selecções de Angola inte-gram a lista dos desportistas concorrentes ao prémio de melhores atletas africano de 2013.

MACISSELA MAURÍCIO, capitã da Seleção Angolana de Basquetebol, integra a lista dos desportistas que concorrem ao “Prêmio de Melhores

Atletas Africanos 2013”FOTO: ALBERTO JULIAOO

O concurso é organizado pela revista África Stop Sports, que também tem a Federação Angolana de Basquetebol a disputar o prémio de instituição desportiva do ano.Carlos Morais conduziu a selecção masculina ao 11º troféu continental, na prova em que foi considera-do jogador mais valioso (MVP). Esteve à beira de entrar na NBA pelos Toronto Raptors.

Nacissela Maurício, capitã da equipa nacional femi-nina, foi MVP no torneio continental, que conduziu Angola ao segundo título africano. A extremo Nadir Manuel foi peça fundamental na conquista das se-

nhoras, sobretudo na final, em que defrontaram as anfitriãs moçambicanas, em Maputo (64-61).Em face deste percurso, ao que se acresce a vitória no africano sub-16, a federação da modalidade está alistada na categoria de melhor instituição desporti-va do continente.

1º de Agosto revalidou o título de clubes campeões continental

A equipa do 1º de Agosto viajou a Tunísia, com o objectivo de conservar o título da Taça dos Clubes Campeões Africanos em basquetebol sénior masculino, cuja edição de 2013 se dis-putou de 12 a 21 deste mês, na localidade de

Sousse.

A anteceder a realização do campeonato africa-no de basquetebol, a equipa do 1º de Agosto fez uma curta escala em Portugal, tendo também o segundo representante angolano, a equipa do Re-crativo do Libolo, efectuado a sua preparação em Portugal.

A equipa Rubra e Negra chegou a final sem ter sofrido derrotas, o que demosnstrou a forte pre-paração e capacidade da mesma em relação aos

seus opositores.Por sua vez, o segundo representande de Ango-la, reforçada com a contratação do extremo base Carlos Morais, ficou com a medalha de bronze mostrando a força do basquetebol angolano a ni-vel de África.

Na última edição, o Libolo ocupou o quinto pos-to da tabela classificativa. Em 2010, quando se estreou em competições do género, a formação da vila de Calulo quedou-se na sétima posição. A competição é disputada por 12 equipas, divida em dois grupos.

Fonte - Angop

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CULTURAISABEL FERREIRA OFERECE LIVROS AO

CONSULADO-GERAL

Isabel Ferreira lançou em Novembro de 2013, por ocasião das festas do dia da independência de Angola, na sala de reuniões do Consulado-Ge-ral de Angola em São Paulo, duas obras literá-rias intituladas “GUARDADOR DE MEMÓRIAS” e do “COELHO CONSELHEIRO, MATREIRO E OUTROS CONTOS QUE EU TE CONTO”, bem como ofereceu ao Consulado-Geral obras de al-guns escritores angolanos, destacando-se os es-critores Filomena Gioveth, Seomara Santos, João Tala, Tazuary Nkeita, Maria Cristina Drese, e etc.O referido acto está inserido na divulgação da literatura e cultura angolana.As obras serão muito bem recebidas pelos an-golanos e brasileiros residentes em São Paulo, carentes de livros escritores da terra. Com este

objectivo, o Consul Geral de Angola em São Paulo, Embaixador Belo Mangueira, ofereceu, aos angolanos internados nas penitenciarias de Itaí e Feminina da Capital exemplares dos livros da referida escritora.

No acto da oferta dos livros, o Cônsul-Geral agradeceu o gesto e referiu que os livros torna-rão o acervo bibliográfico do Consulado Geral mais rico, podendo, agora, ser consultado por interessados e apreciadores da boa literatura angolana.

Isabel Vicente Ferreira, de seu nome completo, nasceu em Luanda. É filha de José Vicente Ferreira e de Rosalina José Alfredo. viveu parte da sua vida num internato de religiosas( as madres de S. Do-mingos e S. Paulo) em Luanda. Nos últimos tem-pos tem vivido entre Angola, Brasil e Portugal.

Isabel Ferreira autografando um de seus livros, na cerimônio de entrega no Consulado Geral

Consul Geral, Dr. Belo Mangueira lendo dedicatória feita pela Escritora Isabel Ferreira, no momento da entrega dos livros

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