NEEJA NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E … · E que há de negar que esta lhe é...
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NEEJA – NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UMNOVO MUNDO
APOSTILA DE PORTUGUÊS- ENSINO MÉDIO
PROFESSORA: ELAINE MARIA EITELWEIN
LÍNGUA
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões.
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões.
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa,
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade.
E que há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
-Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica Latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
( Caetano Veloso. Velô, 1984 )
A LÍNGUA
Para falarmos e sermos compreendidos, para interagirmos com outras pessoas por
meio de palavras, precisamos ter domínio de uma língua. Entretanto, para falar uma língua,
não basta conhecer seu vocabulário, é preciso também ter domínio de suas leis
combinatórias. Nós podemos, por exemplo, conhecer o sentido de cada uma das palavras
desta frase:
Os iguais parecem dias todos
Esta frase, porém, nada significa para nós, porque nela não foram respeitadas as leis
de combinação das palavras. Observe como a frase ganha sentido, se combinarmos as
palavras desta forma:
Todos os dias parecem iguais.
Assim: língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por
meio do qual as pessoas de uma comunidade comunicam-se e interagem entre si.
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Além da palavra (oral ou escrita) e gestos, são também códigos os sinais de trânsito,
os símbolos, o código Morse, etc. A Língua Portuguesa, por exemplo, é o código mais
utilizado em nosso país para situações de comunicação. O código é uma convenção estabelecida por um grupo de pessoas ou por toda a
comunidade, e o número de sinais que o formam é limitado e só varia por meio de acordo entre os usuários do código.
A fala, os gestos, os desenhos, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o
código de trânsito, o código dos surdos, tudo é linguagem.
AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Cada um de nós começa a aprender sua língua em casa, em contato com a família,
imitando o que ouve e apropriando-se, aos poucos, do vocabulário e das leis combinatórias
da língua. Nós vamos, também, treinando nosso aparelho fonador (a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais) para produzir sons que se transformem em palavras,
em frases eem textos inteiros.
Em contato com outras pessoas, na rua, na escola, no trabalho, observamos que
nem todos falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras
cidades ou regiões do país, ou por terem idade diferente da nossa, ou por fazerem parte de
outro grupo ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades
linguísticas.
Todas as variedades lingüísticas são corretas, desde que cumpram com eficiência
o papel fundamental de uma língua – o de permitir a interação verbal entre as
pessoas.
Exemplos de variedades linguísticas:
1) A língua como expressão de uma identidade grupal:
Publicado emComunicação, Gírias e expressões, Rato de Sebo, Tiras
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2) As gírias:
3)As regionalidades:
Este exemplo procura reproduzir o jeito como supostamente se fala em certas
regiões de Minas Gerais:
Causo de mineirim
Sapassado era sessetembro, taveu na cuzinhatomano uma picumel e
cuzinhano um kidicarnecumastumate pra fazer uma macarronada cum
galinhassada. Quascaídessustoquanduvi um baruividedenduforno,
parecenumtidiguerra. A receita mandopômidipipocadenda galinha prassá. O forno
isquentô, o mistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quinein
um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaídendapia! Fiqueisemsabêdoncovim,
pronconvôoncotô. Oiprocevêquelocura! Grazadeus ninguém semaxucô!
(http://bacaninha.cidadeinternet.com.br/home/mensagens/engraçadas)
4)Os estrangeirismos: neste texto a base é a língua portuguesa, mas o autor, Cunha
lima, inseriu palavras em inglês para descrever uma passagem da vida cotidiana de uma
pessoa mais madura, de classe média alta, que mora em alguma cidade grande:
O PORTUGUÊS BRASILEIRO: ENCONTRO DE DIFERENTES FALARES
Dos grafiteiros: Dos surfistas: Bomber: grafiteiro que ataca ilegalmente. Aê: saudação.
King: bom grafiteiro, admirado. Beate: meninas de praia.
Tag: assinatura de grafiteiro. Flat: mar sem ondas.
Fui ao freezer, abri uma coca diet; e sai cantarolando um jingle, enquanto
ligava meu disc player para ouvir uma música new age.
Precisava de um relax. Meu check-up indicava stress. Dei um time e fui
ler um best-seller no living do meu flat. Desci ao playgrond; depois fui fazer
um cooper. Na rua, vi novos outdoors e revi velhos amigos do footing. Um
deles comunicou-meaquisição de uma nova maison, com quatro suítes e até
convidou-me para o open house. Marcamos, inclusive, um happy hour.
Tomaríamos um drink, um scotch, de preferência onthe rocks. O barman,
muito chic, parecia um lordinglês. Perguntou-me se eu conhecia o novo point
society da cidade: Times Square, ali na Gilberto Salomão, que fica perto do
Caf,da La Bosque e do Baby Beef, com serviçoala carte...
LIMA, Ronaldo Cunha. Novo Milênio: a língua portuguesa e os anglicismos.
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Com a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, o surgimento de novos falares
foi inevitável: indígenas e posteriormente africanos passaram a falar a língua portuguesa,
que, por sua vez, adquiriu novas expressões e vocábulos trazidos por esses povos.
Há aproximadamente 20 mil vocábulos de origem tupi que constam em dicionários.
Observe as expressões nos textos a seguir:
TEXTO 01:
“reparando bem, todo o mundo tem pereba, só a bailarina que não tem”, diz uma
canção de Chico Buarque de Holanda. Pereba, do tupi, significa, ferida.
“Pare este nhenhenhém”. A expressão vem do ver nhe’eng(falar, piar) e significa
pare de falar sem parar, de resmungar.
O velho jogo de peteca, que é um pequeno saco cheio de areia ou serragem sobre o
qual se prendem penas de aves, tem esse nome devido ao verbo petek – golpear ou bater
com a mão espalmada. É com a palma da mão que se joga o brinquedo.
“Velha coroca” é uma velha resmungona. O termo nasceu do verbo kuruk, que
significa resmungar. –modificou-se ligeiramente. Em Português, cutucar é tocar com a mão
ou o pé.
“Estar jururu” é estar melancólico, tristonho, cabisbaixo. O termo indígena aruru,
de onde surgiu a palavra, tem o mesmo significado.
Várias palavras mantiveram pronúncia e significado praticamente originais:
mingau(papa preparada geralmente com farinha de mandioca), capim, mirim(que significa
pequeno) e socar(do verbo sok, com mesmo significado).
NAVARRO, Eduardo de Almeida. Método moderno de tupi antigo. São Paulo: Globo, 2006.
TEXTO 02:
Você sabia?História da língua portuguesa
Você sabia... Qual a extensão da influência africana no português brasileiro? Por
quase 300 anos, o Brasil recebeu milhares e milhares de africanos, aqui trazidos como
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escravos para o trabalho rural ou na mineração. Vieram negros de praticamente toda a
África, mas deles destacam-se dois grandes grupos: o guineano-sedanês e o banto. Esses
povos falavam muitas línguas, das quais quatro exerceram razoável influência na nossa. Do
primeiro grupo, podemos mencionar o ioruba ou nagô (Nigéria) e o eue ou jeje(Benin).
Do segundo, o quimbundo(Angola) e o quicongo(Congo).
Uma série extensa de palavras oriundas dessas línguas incorporou-se ao nosso
léxico, especialmente as relativas a:
Divindades, conceitos e práticas religiosas: Oxalá, Ogum, macumba, axé, mandinga;
Comidas e bebidas: quitute, vatapá, acarajé, caruru, farofa, canjica e, possivelmente,
cachaça;
Topônimos: nomes de lugares: Caxambu, Bangu, cacimba, quilombo, senzala;
Roupas, danças e instrumentos musicais: tanga, miçanga, samba, maxixe, berimbau;
Animais, plantas e frutos: camundongo, marimbondo, dendê, jiló, quiabo;
Deformidades, doenças, partes do corpo: cacunda, capenga, calombo, caxumba,
banguela, bunda.(...)
Enquanto a maioria dessas palavras entrou há muito tempo em nossa língua, uma
outra é de chegada mais recente: rastafári, em que o elemento de origem árabe rasé título
de chefe etíope( da Etiópia). Designa tipo de penteado muito em moda nos últimos tempos
no Brasil.
A África continua inspirando...(...)
HERNANDES, Paulo. Você sabia?
www.paulohernandes.pro.br/vocesabia/indice.html
LÍNGUAS QUE MORREM
Diz-se que uma língua “é morta” quando já não é mais falada por mais nenhum povo.
O latim, por exemplo, do qual se originou a língua portuguesa e outras tantas,
atualmente é uma língua morta, embora ainda seja estudada. O problema que envolve a
morte de uma língua é que muitos conhecimentos e uma cultura inteira também ficam
ameaçadas de extinção.
Leia a notícia a seguir, que faz referência à extinção de línguas indígenas no Brasil:
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Xetá e Xipaia, no Brasil, têm um falante cada
Algumas línguas indígenas estão literalmente à beira da extinção no Brasil porque as
poucas pessoas que as falam simplesmente não têm para quem transmitir o
conhecimento. No Paraná há só um falante da língua do povo xetá. “Ele é um solteirão,
que dificilmente vai passar sua cultura pra frente”, conta Aryon Rodrigues, do
laboratório de Línguas indígenas da Universidade de Brasília. Segundo o pesquisador,
o caso se repete na região da Altamira, no Pará, onde somente uma mulher xipaia fala a
língua de seu povo. No mesmo local, entre os curuaia, vivem somente dois falantes. “A
situação aqui é muito ruim”, diz.
Folha de São Paulo, 20 de set. 2007
APLICANDO CONHECIMENTOS: ( ENEM 2010)
Riqueza Ameaçada
Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de extinção – mais da
metade (110) é falada por menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem
amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique
Felisberto Kokama, um analfabeto para seus padrões e um guardião da pureza de seu
idioma( caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina e feminina), lá no
Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor Leonel, da região de santo
Antônio do Iça (AM), mostra o problema atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas brancas
pelas dificuldades de sobrevivência. O contato com a língua portuguesa foi exterminando e
dificultando a prática da nossa língua. Há poucos falantes, e, com vergonha de falar. A
língua é muito preconceituosa entre nós mesmos”.
Revista Língua Portuguesa. São Paulo: segmentos, n. 26, 2007.
O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes do patrimônio
linguístico e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor Leonel, da região
de santo Antônio do Iça(AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão ameaçados de
extinção devido ao:
a) Medo que as pessoas tinham de serem castigadas por falarem a sua língua.
b) Número reduzido de índios que continuam falando entre si nas suas reservas.
c) Contato com falantes de outras línguas e imposição de um outro idioma.
d) Desaparecimento das reservas indígenas em decorrência da influência do
branco.
e) Descaso dos governantes em preservar esse patrimônio cultural brasileiro.
As variedades linguísticas: variedade padrão e variedade não padrão
Variedade padrão: é a variedade lingüística de maior prestígio social.
Variedade não padrão: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua
padrão.
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LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO VERBAL
Linguagem verbal: a unidade básica é a palavra (falada ou escrita).
Linguagem não verbal: possui outro tipo de unidade: gestos, mímica, música, dança,
fotografia, imagem, etc.
Linguagem verbal: 1º quadrinho da tirinha acima.
Linguagem não verbal: 2º, 3º e 4º quadrinhos da tirinha acima.
Linguagem não-verbal: todos os quadrinhos da tirinha acima.
SEMÂNTICA
As palavras têm sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são
empregadas. É o caso, por exemplo, do verbo passar, que pode assumir diversos sentidos,
dependendo do contexto em que está inserido. Esse e outros aspectos das palavras
relacionadas ao sentido são estudados pela semântica.
Alguns dos aspectos tratados pela semântica são: sinonímia e antonímia.
SINONÍMIA: OBSERVE A FRASE: “Somente um pescador de nome Almon – um
homem velho e solitário – permaneceu na aldeia” é possível substituir o verbo
permanecer por ficar sem que haja uma alteração de sentido significativa.
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Quando em contextos diferentes uma palavra pode ser substituída por outra,
dizemos que as duas são sinônimas.
Sabe-se, entretanto, que não existem sinônimos perfeitos. Veja, no texto
a seguir, a opinião do poeta Mário Quintana sobre este assunto:
SINÔNIMOS?
Esses que pensam que
Existem sinônimos ,
Desconfio que não sabem distinguir
As diferentes nuaças de uma cor.
Mário Quintana. Caderno H. São Paulo: Globo.
ANTÔNIMOS: são palavras de sentidos contrários entre si.
Observe a frase:
“À noite o silêncio negro e denso era ainda mais profundo do que durante o dia.”
O narrador emprega duas palavras que se opõem quanto ao sentido: NOITE e DIA
- por isso, são antônimas.
NOSSOS AUTORES, NOSSA LÍNGUA:
Ai! Se Sêsse!
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
tedizêquarquétoulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
práqui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?…
Tarvezqui nós dois ficasse
tarvezqui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virgetôdas fugisse!!!
SILVA, Severino de Andrade. “Ai! Se sêsse!...
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Compreensão textual:
1) Depois de ler ou ouvir o poema, sua hipótese sobre o título se confirmou?
2) Qual é a questão abordada pelo poeta?
3) Observe a última palavra de cada verso. O que elas têm em comum?
4) Por que você acha que o poeta iniciou os oito versos do poema com a expressão
“se”?
Análise Linguística:
1-Observe as expressões: “impariasse”, “nós dois vivesse”, “nós assubisse”, “qui são
Pêdo”, “têdizêquarquétoulice”. É possível afirmar que essas expressões não estão
registradas na norma-padrão? Por quê?
2-No poema, há duas palavras que não são usadas em nosso cotidiano. “impariasse e
arrimasse”. Considerando a leitura do poema de Zé da Luz, o que você supõe que elas
signifiquem?
3-Você já deve ter percebido que, muitas vezes, as palavras aparecem no dicionário de
forma diferente daquela que encontramos no texto. No caso dos termos “empariasse” e
“arriminasse’, como você acha que elas estão registradas no dicionário|? Mas fique
atento: é comum dizer “chuver” para o verbo “chover”. Para consultar o termo no
dicionário, você precisará procurar “chover”. Como você acha que deverá procurar as
express~pes correspondentes a “impariasse” e “arrimiasse’?
4-Se o título do poema estivesse registrado na norma-padrão, como seria?
CIÊNCIAS, IMPRENSA E LITERATURA: modos de explicar o mundo.
Leiao texto jornalístico de divulgação científica a seguir:
A estação de satélites científicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
já está recebendo dados do telescópio orbital Corot. A missão tem como objetivo
procurar planetas semelhantes à terra(Pequenos e rochosos) fora do sistema solar.
A base brasileira em Alcântara(Maranhão) é uma das três que recebem sinais da
sonda, e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado. O
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telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.
A estação de Alcântara foi um dos motivos que permitiram ao Brasil fechar o acordo
com a França – país que lidera a missão Corot – para entrar no projeto., Os franceses
bancaram 70% da construção da sonda, cujo software de funcionamento foi elaborado
com a participação dos brasileiros.
Os grandes diferenciais da Corot em relação a outros telescópios são sua precisão
para medir a intensidade do brilho das estrelas e sua capacidade de observar na mesma
direção do céu por longos períodos. Oito universidades brasileiras estão envolvidas em
pesquisas que vão analisar dados da sonda.
Folha de S. Paulo. Caderno Ciências. São Paulo, 29 jan. 2007.
Agora, reflita sobre o funcionamento do texto jornalístico de divulgação
científica, respondendo às questões abaixo:
1) Localize o nome do jornal e o nome da seção em que essa foi publicada.
3) Qual foi o principal fato que motivou a notícia?
4) De acordo com o que você pôde observar, que características essa notícia de
divulgação científica apresenta, quanto ao tamanho(desenvolvimento), linguagem,
público a que se destina e objetivos?
Análise linguística:
“A base brasileira em Alcântara(Maranhão) é uma das três que recebem sinais da
sonda, e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado. O
telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.”
a) Que expressão substituiu “sonda”?
b) Indique uma razão para essa substituição.
c) O que leva o autor a concluir que se trata do mesmo objeto?
Artigos definidos e indefinidos
Artigos são palavras que podem variar quanto ao gênero(indicar feminino ou
masculino) e também quanto ao número(indicar singular ou plural). Os art igos são
palavras que acompanham o substantivo, determinando-os de modo preciso (artigos
definidos: o, os. a, as) ou vago(artigos indefinidos: um, uns, uma, umas).
Artigo definido: exemplo: A França lidera a missão Corot.
Artigo indefinido: Um planeta semelhante à Terra foi detectado.
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d) Que mudanças de sentido o trecho sofreria se fosse escrito da seguinte maneira?
A base em Alcântara (Maranhão) é uma das três que recebem sinais da sonda,
e está captando dados desde o dia 12, informou o INPE em comunicado. Um
telescópio havia sido colocado em órbita em 27 de dezembro.
OBSERVE AGORA OUTRO MODO DE TRATAR O TEMA: “exploração do espaço
sideral”
Espaço Sideral
o que me diz
dos planetas,
dos anéis de saturno,
e da origem dos rios,
que aqui reúno.
o que me diz
de mercúrio,
de seu brilho escuro?
de marte
de sua superfície escarlate,
do mistério,
espalhado por toda parte.
o que me diz
de júpiter.
da lua
que atravessa olhares.
o que me diz
das nebulosas,
que fazem da terráquea existência
poeira e gás:
não origem, não fim,
que não há.
o que me diz
de plutão,
afastado do sol
como qualquer
compreensão.
tudo existe.
homem, morte,
vida real.
que tudo se explique,
será só eclipse
no espaço sideral.
In: BONVICINO, Régis. 33 poemas. São Paulo:
Iluminuras: Secretaria de Estado da Cultura, 1990
GÊNEROS TEXTUAIS
Podemos dizer que os gêneros textuais são as diferentes formas em que se apresentam
os textos narrativos, expositivos, argumentativos, etc. Por exemplo, quando falamos de
narrativas ficcionais, pensamos em diversos gêneros: fábulas, as lendas, os mitos, os
contos, as novelas, os romances, entre outros. O mesmo acontece com os textos
argumentativos; há o editorial, o artigo de opinião, etc.
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Compare as mensagens do poema com a da notícia sobre a sonda Carot. Depois
classifique as características relacionadas a seguir, de acordo com o gênero textual
a que pertencem. Utilize N para notícia e P para o poema.
Características Notícia / poema
Critica a pretensão humana de
desvendar os mistérios do espaço.
Apresenta linguagem objetiva.
Crê no sucesso das buscas espaciais.
Considera os mistérios que cercam o ser
humano complexos e de difícil
explicação.
Apresenta linguagem subjetiva.
Apresenta sentido figurado.
Apresenta sentido literal.
Expressa sentimentos e pessoalidade.
Expressa fatos e informações
organizadas de modo impessoal.
O filho feito sem pecado
Uma moça deu à luz uma criança e mandou educar longe da cidade em que
morava. Para que ninguém soubesse jamais de sua culpa. O menino cresceu. Fez-se
homem e veio visitar a cidade, justamente onde sua mãe vivia. O rapaz viu-a,
enamorou-se dela e se casou. Meses depois, descansando o marido no colo da mulher,
reparou esta numa medalha de ouro, com a efígie de Nossa senhora da conceição,
lembrança que pusera ao pescoço do filhinho ao separar-se dele. Sentido-se criminosa e
não querendo prolongar aquela união sacrílega, contou sua história ao esposo que era,
sem saber, seu filho. Este partiu imediatamente para longe e não mais enviou notícias.
Depois nascia o filho, batizado com o nome de Tomé, e a mãe anunciou dar um
grande prêmio a quem decifrasse o enigma que apresentaria. Não acertando, pagaria
uma multa. A mulher educou o seu filho como um príncipe, foi muito feliz e morreu
rica porque ninguém conseguiu decifrar o enigma, que era assim:
Meu filho Tomé
Que muito me é!
É filho do meu filho
Irmão do meu marido
É meu neto e meu cunhado,
Filho feito sem pecado.
CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil.Adaptação de Luísa freire. São Paulo: Globo,
2003.
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Observe que, além do enigma, o conto apresenta dois parágrafos. Releia cada um deles
e, a seguir, complete o quadro com as informações que estão faltando:
fatos personagens Principais ações
Situação inicial Uma moça tem um
filho e envia para
ser criado em outra
cidade. Um dia o
filho visita a
cidade, apaixona-se
pela mãe e casa-se
com ela.
-Deu à luz
-Mandou educar
longe
-Menino cresceu e
veio visitar a cidade
-Rapaz casou com a
moça.
O conflito
- moça (mãe e
esposa)
- filho (também
marido)
Sequência final
ESTRUTURA BÁSICA DA NARRATIVA FICCIONAL E TIPOS DE
NARRADOR:
Observe que, no primeiro parágrafo desse conto, há dois momentos. O parágrafo
começa com apresentação dos elementos que compõem a história, a situação inicial. Em
seguida, o narrador apresenta o conflito e seu desenvolvimento. O segundo parágrafo é
a sequência final. Temos, com isso, a estrutura básica da narrativa ficcional.
Situação Inicial: a definição ou indicação de tempo, espaço, das personagens e
a questão que será abordada.
Conflito: a questão em torno da qual estão reunidas as personagens; é a
resolução do conflito que justifica e movimenta a trama da narrativa ficcional, O clímax
é o ponto mais intenso do conflito.
Sequência Final: o desenlace é quando o leitor descobre como o conflito foi
resolvido na trama. Nem sempre a história termina com uma resposta explícita ao
conflito, mas sempre uma elaboração da questão abordada na trama.
Perceba que a história que você leu é contada por alguém: o narrador.
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Dizemos que um narrador pode contar em1ª ou 3ª pessoa. Se narra em 1ª pessoa, ele
participa da história. Se ele é onisciente ou observador, o texto é narrado na 3ª pessoa.
Onisciente é o narrador que sabe tudoo que aconteceu e o que vai acontecer com as
personagens.
Observador é o narrador que se comporta como uma câmera que filma tudo o que
acontece, sem saber o que a personagem está pensando.
SABEGO, Vera. Projeto incentivo à leitura. São Paulo: natura, 2006. P, 99
No conto de Câmara Cascudo, temos um narrador em 3ª pessoa.
TIPOS DE DISCURSO: AS VOZES DO TEXTO
DISCURSO DIRETO: quando a voz da personagem é apresentada fielmente no texto,
temos o discurso direto:
“O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso
como nenhum outro. Redizia:
- Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda. Mas que é que há,Miguilim?
ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9ª edição. Rio de janeiro: Nova fronteira, 1984.p.139.
Observe o uso de dois pontos e do travessão indicando a fala dos personagens
DISCURSO INDIRETO: quando a voz do narrador e a voz da personagem são
apresentadas sem distinção explícita.
“Aprumou-se, fixou os olhos nos olhos do polícia, que se desviaram. Um
homem. Besteira pensar que ia ficar murcho o resto da vida. Estava acabado?Não
estava. Mas para que suprimir aquele doente quebambeava e só queria ir para baixo?
Inutilizar-se por causa da fraqueza fardada que vadiava na feira e insultava os pobres!
Não se utilizava, não valia a pena inutilizar-se. Guardava a sua força... “
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 89. Ed. Rio de janeiro: Record. 2003.p.107.
Texto narrativo:constitui basicamente uma sequência de fatos ou acontecimentos no
tempo. Apresenta um narrador em terceira ou primeira pessoa, personagens e
caracterização de espaço.
Observe o exemplo:
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Originário da Etiópia, onde já era utilizado em tempos remotos, o café atravessou o
Mediterrâneo e chegou à Europa durante a segunda metade do século XVII. Era a
época do Barroco e das monarquias absolutistas, e a expansão do comércio
internacional enriquecia a burguesia europeia, que se dava ares de nobreza. Já no
século XVIII, os cafés tornaram-se centros de encontro e de reunião elegante de
aristocratas, burgueses e intelectuais ociosos. (nosso século3. São Paulo, Abril, 1980. P. 83.)
CLASSES GRAMATICAIS:
Classificação tradicional
Na gramática da língua portuguesa, a classificação mais tradicional divide as
palavras em dez classes.
O substantivo e o verbo podem ser entendidos como classes importantes em
uma frase, pois geralmente estes elementos são a base para outras relações, ou mesmo
constituintes que são necessários para o entendimento básico da ideia de uma frase. As
classes artigo, numeral, pronome, adjetivo e advérbio geralmente especificam o
substantivo e o verbo, são classes adjuntas. As classes preposição, conjunção,
pronome, servem para ligar, relacionar outras palavras, são classes conectivas. Além
destas classes, há uma que serve para expressar sentimentos: a interjeição.
Variáveis
Substantivo
Artigo
Adjetivo
Numeral
Pronome
Verbo
Invariáveis
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição
OS SUBSTANTIVOS:
Os substantivos podem ser classificados em:
Comuns e próprios
Comuns são aqueles que dão nome a espécie: pessoa, rio, planeta;próprios são
aqueles que designam um indivíduo da espécie: João, Amazonas, Marte.
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Concretos e abstratos
Concretos são aqueles que designam os seres propriamente ditos, isto é, os
nomes de pessoas, de animais, vegetais, lugares e coisas: homem, cão, árvore,
Brasil, caneta; abstratos são aqueles que designam ações, estados e qualidades:
beleza, colheita, doença, bondade, juventude.
Coletivos
São substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou
coisas da mesma espécie. No substantivo coletivo, trata-se de um único ser uma
pluralidade de indivíduos: elenco (conjunto de atores); matilha (conjunto de cães
de caça), etc.
Primitivos e derivados
Primitivos são aqueles de que derivam outros vocábulos: ferro é um substantivo
primitivo porque dele derivam outras palavras (ferreiro, ferraria, ferradura);
derivados são aqueles que procedem de outras palavras (guerreiro é derivado
por vir de guerra, guerra + eiro).
Simples e composto
Simples são aqueles substantivos constituídos de um só radical: casa, casarão;
compostos são aqueles formados na união de dois ou mais radicais: boca-de-
leão, couve-flor, passatempo
Exercícios: substantivos
Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Queixa- Caetano Veloso
Por definição, substantivo abstrato é aquele que não tem existência própria, só existe
apoiado em outro ser. Sabendo disso
1)Indique a alternativa em que só aparecem substantivos abstratos:
a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, imagem
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade
c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo
d) amizade, saudade, presença, esperança, amizade.
e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança
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2)Relacione as duas colunas de acordo com a classificação dos substantivos.
1) menino ( ) abstrato
2) passatempo ( ) coletivo
3) Rio de Janeiro ( ) próprio
4) lápis ( ) concreto
OS ADJETIVOS:
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade,
característica, aspecto ou estado. Podem ser simples, sendo formados por apenas um
radical, ou compostos, sendo formados por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples:
A maçã é vermelha.
O menino é muito bonito.
Minha mãe está zangada.
Exemplos de adjetivos compostos:
Meu vestido verde-escuro está estragado.
Meu pai é franco-brasileiro.
Que menino mal-educado!
Os adjetivos variam em gênero (masculino e feminino), em número (singular e plural) e
em grau (normal, comparativo e superlativo).
.(INSPER 2007)
1) Destaque os adjetivos presentes no 1º quadrinho:
2) Qual é o substantivo que estes adjetivos estão caracterizando?
18
PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo.
Servem para representar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que
são:
1ª pessoa............a que fala
2ª pessoa............com quem se fala
3ª pessoa............de quem se fala
Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?
Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:
São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.
Singular Plural Exemplo
1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.
2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?
3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?
São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou
indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais)
e oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Desejo-te
Faça-me o favor...
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s),
a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os
pronomes se tornam no(s), na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
Amim pouco importa o que dizem...
Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as
pessoas do discurso.
PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do
discurso com algo que lhe pertence.
19
Singular Plural
1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)
PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em
relação às pessoas do discurso.
1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que
fala.
2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que
ouve.
3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.
Estes livros e essas apostilas devem ser guardadasnaquela estante.
Estes - perto de quem fala
essas - perto de quem ouve
naquela - distante de ambos
Exercícios sobre pronomes demonstrativos:
a) Corrija o pronome demonstrativo "essa" dos dois quadrinhos abaixo e justifique sua
resposta.
b) No segundo quadrinho qual palavra fica subentendida ?
20
PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Referem-se à 3ª pessoa do
discurso.
Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.
São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s),
muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s),
vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais,
qualquer, quaisquer...
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..
Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.
PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas
diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.
Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).
Invariáveis: que, onde, quem...
Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?
PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo
que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.
Variáveis:o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).
Invariáveis:que, quem, onde.
Conseguiu o emprego que tanto queria.
ADVÉRBIO:
Compare estes exemplos:
O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem.
A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é
um advérbio.
Marcos jogou bem.
Marcos jogou muito bem.
A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem: muito, aqui, é um advérbio.
A criança é linda.
A criança é muito linda.
21
A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo linda: muito, nessa frase,
é um advérbio.
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do
próprio advérbio.
Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação,
normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da
oração.
Por exemplo:
Asprovidências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como:
Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa.
Dúvida: Talvez ele volte.
Exercícios sobre advérbios:
1)Observe, na fala do recruta Zero, o uso de circunstâncias
que completam e modificam o verbo “fazer”. Destaque-as:
2) No 2º quadrinho, ele acrescenta uma circunstância ao verbo
voltar: o advérbio “já”. O que aconteceria se ele usasse o
advérbio “depois?
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração.
Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela
preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido
da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.
22
Exemplos:
1. Os amigosdeJoão estranharam o seu mododevestir.
amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição
de: preposição
2. Ela esperoucomentusiasmo aquele breve passeio.
esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição
com: preposição
Esse tipo de relação é considerada uma conexão em que os conectivos cumprem a
função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar
palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.
Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o
primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime;
o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele
que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.
Exemplos:
1. A horadasrefeições é sagrada.
hora das refeições: elementos ligados por preposição
de + as = das: preposição
hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"
refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"
2. Alguém passoupor aqui.
passou por aqui: elementos ligados por preposição
por: preposição
passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"
aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"
As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou
variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz
como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras
palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de
concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim,
não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela
se funde.
Por exemplo:
de + o = do
por + a = pela
em + um = num
As preposições podem introduzir:
23
a) Complementos Verbais
Por exemplo:
Eu obedeço "aos meus pais".
b) Complementos Nominais
Por exemplo:
Continuo obediente "aos meus pais".
c) Locuções Adjetivas
Por exemplo:
É uma pessoa "de valor".
d) Locuções Adverbiais
Por exemplo:
Tive de agir "com cautela".
e) Orações Reduzidas
Por exemplo:
"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.
INTERJEIÇÃO
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito,
ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem
que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa
palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma
palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que
estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As
interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia
24
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia
ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
1. Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição
sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"
2. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição
sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um
contexto específico.
Exemplos:
1. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
2. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse
modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto
de enunciação.
Exemplos:
1. Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua
significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"
2. Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital
significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"
3. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição
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tom da fala: euforia
4. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição
tom da fala: decepção
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.
Por exemplo:
- Você faz o que no Brasil?
-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
b)palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é
pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.
Por exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
CONJUNÇÃO
Conjunção é uma das classes de palavras definidas pela gramática geral. As conjunções
são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma
função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples
coordenação. 1
26
Exemplos:
Portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando,
ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.
Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja,
uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções
subordinativas.
Saiba que:
As conjunções "e"," antes", "agora"," quando" são adversativas quando
equivalem a "mas".
Carlos fala, e não faz.
O bom educador não proíbe, antes orienta.
Sou muito bom; agora, bobo não sou.
Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
"Senão" é conjunção adversativa quando equivale a "mas sim".
Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade.
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as
outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.
Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou mais
termos da oração a que pertence.
Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.
Quando é conjunção explicativa," pois" vem, geralmente, após um verbo no imperativo
e sempre no início da oração a que pertence.
Não tenha receio, pois eu a protegerei...
Conjunções essenciais
As conjunções ditas "essenciais" são: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto,
ou, pois, porque, portanto, se, ora, apesar e como.
Coordenativas
Oração coordenada é a que se coloca do lado de outra, sem desempenhar função
sintática; são sintaticamente independentes.
Aditivas
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As aditivas estabelecem uma relação de ligação entre duas orações (ex.: e, nem, mas
também, como também, além de (disso, disto, aquilo), tanto... quanto, bem como).
Fabio jogou bola edescansou.
Agrediu a outro efoi agredido.
Adversativas
As copulativas ou adversativasligam duas orações ou palavras, expressando ideia de
contraste ou compensação. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito
anteriormente (ex.: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante,
contudo, etc).
Obs.: antes das Conjunções adversativas a vírgula é obrigatória.
Ia à igreja, porém não seguia os mandamentos.
Conclusivas
As conclusivas ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão
ou consequência. Servem para dar conclusões às orações (ex.: logo, por isso, pois
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim).
Não estudou, logo não passou na prova.
Alternativas
As alternativas ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha,
indicando fatos que se realizam separadamente (ex.: ou, ou...ou, ora, já...já, quer...
quer, seja... seja, talvez... talvez).
Ora a criança chora, ora a criança ri.
Explicativas
As explicativas ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia
nela contida. Expressam a relação de explicação, razão ou motivo (ex.: que, porque,
porquanto, pois, por isso (anteposta ao verbo), já que, visto que, como).
Ore, porque com a oração engrandeces a tua misericórdia, e também, a tua
proteção.
Subordinativas
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração
subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma
oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas,
correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. Um período
formado por conjunções subordinadas que não contém as tais conjunções é chamado de:
oração principal. Funcionam como adjuntos adverbiais.
Integrantes
28
Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito,
objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento
nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de
outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se "se".
Afirmoqueestudei.
Não seisefizeram ou sefarão.
Espero que a ajuda não demore.
Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por
"isso", "isto" ou "aquilo".
Afirmoqueestudei. (afirmo isto)
Não seisefizeram ou sefarão. (não sei isto)
Espero que a ajuda não demore. (espero isto)
As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que
possuem.
Causa
Funcionam como adjunto adverbial de causa. Estabelece, na frase, uma relação de causa
e consequência entre dois ou mais fatos mencionados (ex.: :porque, pois, porquanto,
como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, na medida
em que).
Foi para lápoisestava doente.
Não fomos à festa porquetínhamos de estudar.
Como o calor estava forte, pusemo-nos a andar pelo passeio público.
Como o frio era grande, aproximaram-se da lareira.
Comparativa
Funcionam como adjunto adverbial de comparação. Iniciam uma oração que contém o
segundo membro de uma comparação (ex.: que, mais/menos (do) que, (tal) qual,
(tão/tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem).
Indica comparação entre dois membros.
Eramais azul do queé agora.
Levantou-secomo seestivesse indo à maratona.
O doce estavatão doce quanto o outro que acabou.
Concessiva
Funcionam como adjunto adverbial de concessão. Inicia uma oração subordinada em
que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz
de impedi-la (ex.: (muito) embora, ainda que, se bem que, mesmo que, mesmo quando,
29
posto que, apesar de que, por mais que, nem que, conquanto, malgrado, não obstante,
inobstante, em que pese)
Apesar de não terem pego ônibus, vi-os chegando ao destino.
Estava cansado, embora tenha chegado ao destino.
Condicional
Funcionam como adjunto adverbial de condição. Iniciam uma oração subordinada em
que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou
não o fato principal (ex.: se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que,
desde que, a menos que, a não ser que, uma vez que). .
Seria mais poeta, a menos que fosse político.
Caso estivesse por perto, nada disso teria acontecido.
Não sairia sem que dormisse antes.
Ele poderia sair, contanto que terminasse a tarefa.
Ficou decidido que seria ao ar livre exceto se chovesse.
Conformativa
Funcionam como adjunto adverbial de conformidade. Inicia uma oração subordinada
em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal (ex.:
conforme, como, segundo, consoante (todas elas com mesmo valor de conforme)).
Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)
Consecutiva
Funcionam como adjunto adverbial de consequência. Iniciam uma oração na qual se
indica a consequência (ex.: que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou
tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de modo que, de
sorte que, de maneira que, de jeito que, cada que, sem que, que (= sem que).
Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
Falou tanto na reunião que ficou rouco.
Proporcional
Funcionam como adjunto adverbial de proporção. Iniciam uma oração subordinada em
que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração
principal (ex.: à medida que, à proporção que, ao passo que, enquanto, quanto
mais/menos ... (mais/menos), tanto mais/menos ... (mais/menos)).
À proporção que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
Tudo isso vou escrevendo à medida que entramos no Ano Novo.
O preço do leite aumenta ao passo que esse alimento falta no mercado.
Temporal
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Funcionam como adjunto adverbial de tempo. Iniciam uma oração subordinada
indicadora de circunstância de tempo (ex.: logo que, quando, enquanto, até que, antes
que, depois que, assim que, sempre que, apenas, mal, cada vez que, desde quando,
desde que).
Custas a vir e, quando vens, não demora.
Ela sorriu, quando me viu.
Implicou comigo assim que me viu.
Finalidade
Funcionam como adjunto adverbial de finalidade. Introduzem uma oração que expressa
a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. (ex: a fim de que, para que,
que, porque = para que).
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.
EXERCITANDO:
Conjunções coordenativas e subordinativas: As coordenativas ligam orações
independentes, enquanto as subordinativas ligam orações dependentes. *
*A imagem que ilustra a questão é de autoria do cartunista Quino
1) No quadrinho do cartunista Quino, encontramos a conjunçãomas, que pode ser
classificada como:
a) Conjunção consecutiva.
b) Conjunção aditiva.
c) Conjunção adversativa.
d) Conjunção alternativa.
e) Conjunção conclusiva.
31
APLICAR O CONHECIMENTO:
O “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de
“verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em não
ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica”
do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e
preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para
bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz
etílico”, para lhe poupar os sentimentos.
O tratamento verbal dado aos negros é o melhor exemplo da condescendência
que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão” etc. são até
considerados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a inferiores, e, felizmente, cada
vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto. Foi substituído por
afrodescentente, por influência dos afro-americans, num caso de colonialismo cultural
positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer dizer seu nome continua no
Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.
VERÍSSIMO, L. F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco. 10 jun. 2006 (adaptado).
1)Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do
comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de:
Defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao
preconceito racial, que inexiste no Brasil.
Criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive com a discriminação
camuflada em certas expressões linguísticas.
Sugerir que o país adote, além de uma postura linguística "politicamente correta",
uma política de convivência sem preconceito racial.
Questionar a condenação de certas expressões consideradas "politicamente
incorretas", o que impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente.
Mostrar que os problemas de tolerância racial, no Brasil, já estão superados, o que
se evidencia na linguagem cotidiana.
2)“Em uma reportagem a respeito da utilização do computador, um jornalista
posicionou-se da seguinte forma:
A humanidade viveu milhares de anos sem o computador,e conseguiu se virar.
Um escritor brasileiro disse com orgulho que ainda escreve à máquina ou à mão; que
precisa do contato físico com o papel. Um professor liberal refletiu que o computador
não mudou apenas a vida de algumas pessoas, ampliando a oferta de pesquisa e
correspondência, mudou a carreira de todo o mundo. Um professor arrematou que todas
as disciplinas hoje não podem ser imaginadas sem os recursos da computação e, para
um físico, ele é imprescindível para, por exemplo, investigar a natureza subatômica.”
Como era a vida antes do computador? OceaAir em Revista, n. 1. 2007.(adaptado)
32
1) Entre as diferentes estratégias argumentativas utilizadas na construção de
textos, no fragmento, está presente:
a) A comparação entre elementos.
b) A reduplicação de informações.
c) O confronto de pontos de vista.
d) A repetição de conceitos.
e) A citação de autoridade.
Objetivos da Análise Sintática
A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações
que compõem um período.
Estrutura de um Período
Observe:
Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.
Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações:
Conhecemos mais pessoas e quando estamos viajando.
Termos da Oração
No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis
palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise
sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra
considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração.
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:
1) Essenciais
Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo
sujeito e predicado nas orações.
2) Integrantes
Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:
* complemento verbal - objeto direto e indireto;
* complemento nominal;
* agente da passiva.
33
3) Acessórios
Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam
circunstância). São representados por:
* adjunto adnominal;
* adjunto adverbial;
* aposto.
Observe a resposta que Miguelito dá a Mafalda. Ela está correta? Quem é o sujeito da
oração proposta por Mafalda?
Sujeito
É o termo da oração sobre o qual se diz alguma coisa.
Ex: Maria fez faculdade de Letras.
Maria é o sujeito da oração, pois é a respeito dela que se diz algo.
Núcleo do Sujeito
É a palavra mais importante do sujeito. No exemplo citado acima, Maria é o sujeito e
núcleo do sujeito, também.
Porém, às vezes, o sujeito vem composto por várias palavras e conectivos. Então, é
preciso identificar qual destas palavras é a mais importante.
EX: O carro do meu pai é azul.
O sujeito é: O carro do meu pai.
Temos cinco termos. Destes, o mais importante é carro. Logo, carro é o núcleo do
sujeito.
Classificação do Sujeito
O sujeito pode ser:
34
- Simples
- Composto
- Oculto ou desinencial
- Indeterminado
- Oração sem sujeito.
a)Sujeito Simples
Possui apenas um núcleo.
Exemplo: As estrelas brilham no firmamento.
Sujeito: As estrelas
Núcleo: estrelas
b) Sujeito Composto
Possui mais de um núcleo.
Exemplo: O menino e a menina vão à escola.
Sujeito: O menino e a menina
Núcleo: menino/menina
c) Sujeito Oculto ou Desinencial
Não está presente na frase, mas é reconhecível pela terminação verbal.
Ex1: Concordamos com as suas idéias.
Sujeito: nós
Núcleo: nós
Ex2: Não entendi a questão.
Sujeito: eu
Núcleo: eu
d) Sujeito Indeterminado
O sujeito não está expresso na oração. Existem duas formas de indeterminar o sujeito.
1.Verbo na terceira pessoa do plural
- Mandaram os acidentados para o hospital.
- Falaram bem de você.
- Telefonaram para você.
35
2.Verbo na terceira pessoa do singular + partícula – se junto de qualquer verbo
(exceto o verbo transitivo direto)
- Precisa-se de carpinteiros. (o verbo precisar é transitivo indireto)
- Acredita-se em marcianos. (acreditar é transitivo indireto)
- Trabalha-se demais aqui. (trabalhar é intransitivo)
e) Oração sem Sujeito
Ocorre oração sem sujeito nos seguintes casos.
1. Com o verbo haver no sentido de existir ou com referência à passagem de tempo.
- Há dois meses que não o vejo.
- Há vários alunos na sala.
- Há muitos anos que não o vejo.
- Havia cinco alunos na biblioteca.
Nestes casos o verbo haver é impessoal. Porém, se nós substituirmos haver por
existir, já não será mais um caso de oração sem sujeito.
Ex: Existiam cinco alunos na sala.
Sujeito: cinco alunos.
O verbo existir possui sujeito, pois ele não é impessoal.
2.Com verbos e expressões que indicam fenômenos meteorológicos.
- Trovejou hoje.
- Nevou no sul do Brasil.
3. Com verbos fazer, ser, estar indicando tempo ou clima.
- Faz dois anos que ele saiu.
- É uma hora.
- Está frio.
36
1)É correto afirmar que a charge visa:
A) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência às aulas.
B) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente.
C) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela.
D) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional.
E) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar.
2) Leia a tira.
a) Por que Eddie Sortudo diz que o Rei não parece muito aborrecido com o roubo?
b) O sujeito da oração “Ele não parece muito aborrecido” pode ser classificado como:
( ) Sujeito determinado simples
( ) Sujeito determinado composto
( ) Sujeito determinado oculto
( ) Sujeito indeterminado
3)A oração sem sujeito caracteriza-se por:
a) O sujeito está indeterminado.
b) Não se atribui o fato a nenhum ser.
c) O sujeito está simplesmente oculto.
d) O fato é atribuído a um ser determinado.
4). A oração sem sujeito possui apenas:
a) Objeto direto.
b) Objeto indireto.
c) Predicado.
d) Sujeito oculto.
37
MÓDULO8
Oíndio é o Brasil
É...Brasil é índio
É...eo índio é o Brasil!
Tupi, Tamoio, Tapuai, Tupinambás
Gente que a gente nem sabe maiis
Jês, Caiapós, Caingangues, Aimorés
Dos rios e matas, igarapés.
Tudo isso é...Brasil é o índio
É...e o índio é o Brasil
A terá é Bororó
Cerado é Caiapó
São donos dissi aqui
Não tem mais Guaicurus, Goitacás
Os rios estão sujos demais.
Tupi, Tamoio, Xavante, Pataxós
Yanomâmis, Caiapós,
Jês, Tremembés, Caingangues,
Aimorés
Esse é o ...Brasil é o índio
É...e o índio é o Brasil
(VALLE, Marcos; VALE, Paulo Sérgio;
CANTUÁRIA, Vinícius. Escape.São Pulo.
Trama,2002)
Em 2000, o Instituto Socioambiental (ISA) encomendou ao Instituto Brasileiro
de Opinião pública e Estatística (Ibope) uma pesquisa de opinião sobre o que os
brasileiros pensavam sobre os indígenas. Duas mil pessoas de todo o Brasil (homens e
mulheres, eleitores com mais de 16 anos) responderam a vinte perguntas. A seguir, são
apresentados alguns resultados dessa pesquisa.
Perguntas concorda discorda Não sabe/não
opinou
1) Os indígenas
conservam a
natureza e vivem
em harmonia com
ela?
88% 8% 4%
2)Os indígenas
não são
preguiçosos,
apenas encaram o
trabalho de forma
diferente de nós?
81% 13% 6%
3)Os indígenas
são violentos?
36% 59% 6%
3)Os indígenas
são violentos
apenas com os que
invadem suas
terras?
89% 8% 4%
38
Aplicar conhecimento:
(Encceja- 2002) As pinturas corporais foram sempre muito utilizadas pelos povos
indígenas em rituais de festas, magias e lutos. Atualmente vemos pessoas pintar os
rostos por protesto político, como foi o caso dos estudantes chamados de “caras
pintadas”. Também os torcedores de futebol pintam no rosto a bandeira de seus times.
Com base nesses exemplos, pode-se concluir que tais gestos representam diferentes
formas de:
a)Preconceito
b) expressões culturais
c) manifestações esportivas
d) sentimentos religiosos
(Enem2011)Palavra Indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da
era da computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles
chamam de angojhá) e windows(Oventã)
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há
4 anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI),
em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pelo Star One (da
Embratel), Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que
a Web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto para preparação e envio de
documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena. A
apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a
novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação
para eles está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
-Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo
chamar computador de computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra guarani. E
criaram aiúirúrive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos
mouse,Windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o idioma deles,
como angojhá(rato) e oventã(janela) – conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
Disponível em: www.revistalingua.uol.com.br
39
O uso das novas tecnologias de informação fez surgir uma série de novos termos
que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original, como: mouse,
download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da
informática à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela:
a. A possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à comunicação
que a web pode trazer a seu povo e à facilidade no envio de documentos
e na conversação em tempo real.
b. O uso da internet para preparação e envio de documentos, bem como a
contribuição para as atividades relacionadas aos trabalhos da cultura
indígena.
c. A preservação da identidade, demonstrada pela preservação do idioma,
mesmo com a utilização de novas tecnologias características da cultura
de outros grupos sociais.
d. Adesão ao projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI),
que, em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta, possibilitou o
acesso à web, mesmo em ambiente inóspito.
e. A apropriação da nova tecnologia de forma gradual, evidente quando os
guaranis incorporam a novidade tecnológica ao seu estilo de vida com a
possibilidade de acesso à internet.
VERBOS;
Verbos são palavras que exprimem ação, estado, mudança de estado e fenômenos
meteorológicos, sempre em relação a determinados tempo.
Ex:
Faz sol.
(fenômeno da
natureza)
LOCUÇÃO VERBAL:
As pessoas estão
felizes. (estado) Eles passeiam no
parque. (ação)
40
As pessoas estão passeando no parque.
3) “estão passeando no parque” é uma expressão formada por dois verbos –
estão(verbo estar no presente do indicativo) + passeando(verbo passar no
gerúndio)- com valor de um verbo= passeiam.
4) * Nas locuções adverbiais conjuga-se apenas o verbo auxiliar: ter, haver,
ser, estar e ir.
5) O verbo principal vem sempre numa das formas nominais: gerúndio ou
particípio.
FLEXÃO DOS VERBOS:
a) Número e pessoa
1ª pessoa (quem fala): Eu escrevo/Nós escrevemos
2ª pessoa (com quem se fala): Tu escreves/ Vós escreveis
3ª pessoa (de quem se fala): Ele escreve/ Eles escrevem
b) Modo:
Indicativo: é o modo da certeza: acontece, aconteceu ou acontecerá.
Subjuntivo: é o modo da dúvida, incertezas, a possibilidade de algo vir a acontecer.
Indicativo:é o modo da persuasão, da ordem, do pedido, do conselho, do convite.
c) Tempo:
Modo indicativo Modo subjuntivo
Presente Presente
Pretérito perfeito Pretérito perfeito
Pretérito imperfeito Futuro
Pretérito + que perfeito
Futuro do presente
Futuro do pretérito
d) Vozes:
Ativa: o sujeito pratica a ação. “Meu tio alugou as casas da vila.”
Passiva analítica: sujeito sofre a ação: “As casas da vila foram alugadas por meu tio.”
Passiva sintética: sujeito sofre a ação: “Alugam-se casas”.
Reflexiva: sujeito faz e sofre a ação: “O garoto feriu-se”
FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS:
Gerúndio: terminações: ando,endo, indo. “ Chegou correndo”
Particípio: terminações: ado, ido.” Havia chegado”
41
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS:
Regulares Irregulares
Não sofrem alterações no radical:
Ex: Eu canto, tu cantas, ele canta...
Sofrem alterações no radical:
Ex: Eu posso,eu podia, eu poderei
CONJUGAÇÕES:
1ª conjugação: verbos que têm a vogal temática: A: pensar, amar. Falar...
2ª conjugação: verbos que têm a vogal temática: E: comer, vender, fazer...
3ª conjugação: verbos que têm a vogal temática: I: partir, sumir, sorrir...
MODO INDICATIVO: verdade, fatos que ocorreram ou vão ocorrer.
Presente Pret.perf. Pret.imp. Pret.+qperf. Fut.pres. Fut.pret.
AR
Euo
Tuas
Elea
Nós amos
Vós ais
Eles am
ei
aste
ou
amos
astes
aram
ava
avas
ava
ávamos
áveis
avam
ara
aras
ara
áramos
áreis
aram
arei
arás
ará
aremos
areis
Arão
Ária
arias
aria
aríamos
aríeis
ariam
ER(or)
Euo
Tu es
Elee
Nós emos
Vós eis
Eles em
i
este
eu
emos
eis
em
ia
ias
ia
íamos
íeis
iam
era
eras
era
êramos
êreis
eram
erei
erás
erá
eremos
errreis
erão
eria
erias
eria
eríamos
eríeis
eriam
IR
Eu o
Tu es
Ele e
Nós imos
Vósis
Eles em
i
iste
iu
imos
istes
iram
ira
iras
ira
íramos
íreis
iram
ira
iras
ira
íramos
íreis
iram
irei
irás
irá
iremos
ireis
irão
iria
irias
iria
iríamos
iríeis
iriam
42
REGÊNCIA : é a relação de dependência entre dois termos. O termo que rege outros se
chamaregente; os demais a ele subordinados são os regidos.
REGÊNCIA VERBAL: quando o termo regente é o verbo.
Observe na tabela abaixo alguns casos de regência verbal:
VERBO Exemplo
Aspirar Transitivo direto: tragar, sorver
Transitivo indireto: desejar, almejar
Assistir Transitivo direto:ajudar
Transitivo indireto:ver, presenciar
Obedecer/desobedecer Transitivo indireto: semprecom
preposição
Morar/residir/estar situado Transitivos indiretos: sempre com
preposição
Visar Transitivo direto: assinar
Transitivo indireto: ambicionar
Preferir Transitivo indireto: sempre com
preposição
Querer Transitivo direto: desejo
Transitivo indireto: estimar
TRANSITIVO DIRETO:verbos que se ligam ao complemento sem
preposição
TRANSITIVOS INDIRETOS: verbos que se ligam ao complemento com
preposição
Exemplificando:
a) Aspirei o ar do campo; ( transitivo direto)
b) Aspirei a um alto cargo na empresa. ( transitivo indireto)
c) Assisti ao jogo. ( transitivo indireto)
d) O médico assistiu o paciente. (transitivo direto)
e) Sempre obedeço aos sinais de trânsito. (transitivo indireto)
f) Moro em Tenente Portela .( transitivo indireto)
g) Resido na cidade de Tenente Portela. ( transitivo indireto)
h) Estou situado na Rua Maracanã. (transitivo indireto)
i) Ele assinou o cheque. (transitivo direto)
j) Luís visa ao cargo de presidente. ( transitivo indireto)
k) Prefiro bolo a café. (transitivo indireto)
l) Eu quero a liberdade. (transitivo direto)
m) Eu quero muito a meus pais. (transitivo indireto)
43
Proposta de redação - Crônica Argumentativa
Crônica Argumentativa
“O cronista do jornal é como cigano que toda noite arma sua tenda e pela manhã a
desmancha e vai” (Rubem Braga)
Conceituação
A característica mais relevante de uma crônica é o propósito com que ela é escrita. Seu
eixo temático é sempre em torno de uma realidade social, política ou cultural. Essa
mesma realidade é avaliada pelo autor da crônica e uma opinião é formulada, quase
sempre com um tom de protesto ou de argumentação. Por vezes, assume um tom até
mesmo sarcástico, no intento de criticar ou revelar as mazelas sociais. A crônica
argumentativa é aquela na qual o objetivo maior do cronista é relatar um ponto de vista
diferente do que a maioria consegue enxergar.
Características
Apresentação do assunto ou controvérsia a ser discutida, normalmente, no início do
texto;
Tratamento subjetivo do tema, deixando perpassar a sensibilidade e as emoções do
cronista;
Linguagem criativa e figurada, geralmente de acordo com o padrão culto informal da
língua.
44
A crônica argumentativa visa a apresentar a opinião do autor, sem obrigatoriamente
buscar convencer o leitor.
Exposição de argumentos que fundamentam o ponto de vista do autor;
Conclusão surpreendente, criativa, ou conclusão-síntese, que retoma as ideias do texto e
confirma o ponto de vista defendido.
Exemplos Ilustrativos
Bullying de gente grande
Não gosto do conceito de bullying e do uso que temos feito dessa palavra. Eu já
disse isso e reafirmo em nossa conversa de hoje.
Por que tenho rejeição em relação ao conceito? Porque ele leva o adulto a se
ausentar das questões que os mais novos enfrentam na convivência com seus iguais.
É como se nada do comportamento manifestado pelas crianças --nos conflitos,
nas provocações, brigas e desavenças, nos apelidos e nas piadas a respeito de aparência-
- tivesse relação com o mundo adulto.
E mais: é como se elas fossem totalmente responsáveis por tudo o que fazem. De
errado, é claro. O conceito nos permite, portanto, ficar de fora desses problemas. Talvez
por isso mesmo faça tanto sucesso entre nós, adultos.
E o que dizer, então, do uso da palavra? Temos uma especial atração pelo
exagero nessa questão.
Uma criança pequena que é mordida pelo colega na escola, um primo que zomba
do outro que perdeu o jogo, a criança que usa óculos e ganha um apelido por isso... tudo
agora é transformado no tal do bullying.
Bem, mas encontrei um bom uso para essa palavra e esse conceito -e é disso que
vou falar hoje. Trata-se do bullying de adultos contra crianças e adolescentes.
Outro dia ouvi a mãe de uma menina chamá-la de "anta" e dizer que ela só fazia
coisas erradas.
Ainda ouvi a garota responder, com cara de choro, que não havia feito o que
fizera por querer... Havia errado tentando acertar. Isso é bullying, concorda leitor?
Uma criança humilhada por alguém contra quem não pode ou não consegue se
defender pode muito bem ser assim entendido.
(...)
Talvez esteja na hora de fazermos um acordo no mundo adulto: o de só falarmos
do bullying entre os mais novos quando controlarmos nosso próprio comportamento e
pararmos com essa história de humilhar, depreciar, excluir, intimidar e agredir, velada
ou escancaradamente, as crianças e os adolescentes.
45
(Rosely Sayão, http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/1240878-bullying-de-gente-grande.shtml,
publicado em 05/03/2013, acesso em 05/03/2013
TEXTO DE OPINIÃO:
Cor não pega. E racismo, pega?
Há três quartos de século, a cada fevereiro renova-se a pergunta: e se a cor
pegasse? Foi logo depois da Revolução de 30 que Lamartine Babo lançou “O teu cabelo
não nega”, coautoria dos irmãos Valença. Como ensinam as professoras às crianças com
direito a creche, cantam os versos: “ Mas como a cor não pega, mulata/ Mulata eu quero
teu amor”.
Pela lógica da letra, a resposta é inescapável, tchau, mulata, bye-bye, amor.
Sem dúvida, marchinhas carnavalescas não foram feitas para consagrara lógica.
Bem como, se a maldição do politicamente correto se impusesse à folia, a festa correria
o risco de acabar.
“Cabeleira do Zezé” tem mesmo certa dose de homofobia. Porém não se
compara à ideia explícita, do mal em si, na cor da mulata.
Argumentam que a cultura da época, sem conotação discriminatória. O racismo,
contudo, é inegável. E, fosse para eternizar cabeças do passado, talvez valesse introduzir
a escravidão e a chibata.
Incomoda que se trate como natural o que não é. Dizer que só topa a moçoila
porque cor não se transmite é barbaridade, não liberdade poética. Reconsiderar o que
cantamos desde o berço não implica avalizar desvarios autoritários. Como cartilhas para
sufocar a arte. Muito menos proibir a composição de Lamartine Babo e dos irmãos
Valença, criadores da marcha que, reinventada por Lalá, virou sucesso.
O Brasil só teria a ganhar se, vez por outra, pensasse sobre aberrações como
essa. Fizesse isso em relação a outras expressões de segregação, quem sabe fosse menos
racista. Da minha parte recuso-me a perpetuar o “espírito d’antanho”.
Quando o bloco vai de “O teu cabelo não nega”, ouço calado. É o tal protesto
silencioso.
MAGALHÃES, Mario. Folha de S. Paulo, 2 fev. 2007, p.2.
A todo o momento, pessoas procuram defender e fazer valer suas ideias,
seja nas relações pessoais, em casa ou entre amigos, seja nas relações de trabalho,
de estudo, de compra e venda. A dificuldade está em demonstrar que se tem razão
ou direito àquilo que se está pleiteando. Nos textos de opinião as pessoas
apresentam os seus diferentes pontos de vista, conforme o texto acima.
Os textos de opinião, como você percebeu, revelam, em primeiro plano, as
intenções e o ponto de vista do autor. Nele, os argumentos devem ser expostos de
maneira clara, direta, ordenada, e seu objetivo é, muitas vezes, convencer o leitor.
Em uma reportagem a respeito da utilização do computador, um jornalista
posicionou-se da seguinte forma:
46
“A humanidade viveu milhares de anos sem o computador,e conseguiu se virar.
Um escritor brasileiro disse com orgulho que ainda escreve à máquina ou à mão; que
precisa do contato físico com o papel. Um professor liberal refletiu que o computador
não mudou apenas a vida de algumas pessoas, ampliando a oferta de pesquisa e
correspondência, mudou a carreira de todo o mundo. Um professor arrematou que todas
as disciplinas hoje não podem ser imaginadas sem os recursos da computação e, para
um físico, ele é imprescindível para, por exemplo, investigar a natureza subatômica.”
Como era a vida antes do computador? OceaAir em Revista, n. 1. 2007.(adaptado)
1) Entre as diferentes estratégias argumentativas utilizadas na construção de
textos, no fragmento, está presente:
n) A comparação entre elementos.
o) A reduplicação de informações.
p) O confronto de pontos de vista.
q) A repetição de conceitos.
r) A citação de autoridade.
PREDICADO:
Os termos essenciais da oração servem para entendermos melhor a estrutura e como ela
funciona. Quando analisamos sintaticamente os termos da oração, dividimos em sujeito,
predicado e vocativo.
Quando identificamos e retiramos o sujeito, todas as palavras que restarem da oração é
o que chamamos de predicado. O predicado também possui um núcleo que pode ser um
verbo (predicado verbal), nome (predicado nominal) ou um verbo e um nome
(predicado verbo-nominal). Vamos estudar como funciona cada um deles!
Predicado verbal
Predicado verbal é aquele em que seu núcleo é constituído por um verbo; ou seja, o
verbo é a parte principal do predicado. Esse verbo pode ser classificado em: verbo
transitivo direto, verbo transitivo indireto, verbo transitivo direto e indireto e verbo
intransitivo.
Verbo transitivo direto
Verbo transitivo direto é o verbo que exige um complemento. Para reconhecer um
verbo transitivo direto fazemos a pergunta ao verbo e temos a resposta “o que” sem uso
de preposição. Exemplo: Mariana comprou várias figurinhas. Nesse caso, o verbo
comprar é verbo transitivo direto e o seu complemento, chamamos de objeto direto.
Verbo transitivo indireto
47
Verbo transitivo indireto é o verbo que exige complemento. Para reconhecer um verbo
transitivo indireto, fazemos a pergunta ao verbo e temos a resposta “de que”. Exemplo:
Mariana gosta de estudar. Nesse caso, o verbo gostar é verbo transitivo indireto, pois
quem gosta, gosta “de quem” ou “de alguma coisa”. O complemento do verbo transitivo
indireto, chamamos de objeto indireto.
Verbo transitivo direto e indireto
O verbo transitivo direto e indireto pede complemento com e sem preposição. O verbo
atua de forma direta e indireta. Para reconhecer um verbo transitivo direto e indireto
fazemos a pergunta ao verbo com e sem preposição. Exemplo: Prefiro comprar peixe à
carne. O complemento do verbo transitivo direto e indireto é o objeto direto e indireto.
Predicado nominal
Predicado nominal é aquele em que seu núcleo é constituído por um nome; ou seja, o
nome é a parte principal do predicado. Esse nome é o predicativo do sujeito. O verbo
utilizado no predicado nominal é o verbo de ligação. O verbo de ligação junta o sujeito
ao predicativo. Exemplo: As meninas estavam muito alegres. Nesse caso, o núcleo do
predicado é “muito alegres”, que chamamos de predicativo do sujeito, ou seja, é o
estado das meninas.
Predicado verbo-nominal
O predicado é verbo-nominal quando possui dois núcleos, sendo um verbo e outro o
nome (predicativo do sujeito ou do objeto)
48
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Usos do pronome “lhe”
Observe o pronome destacado no seguinte trecho e indique a quem ele se refere:
“ –Menino, venha cá, você está ficando um homem (...) começarei a ensinar-lhe o bê-a-
bá.”
Você deve ter observado que o pronome lhe refere-se a alguém já citado
anteriormente no texto, no caso, o menino.
No trecho, o pronome está funcionando como complemento do verbo. Note que
“quem ensina, ensina algo a alguém.”
Quem ensina A alguém algo
eu Começareia
ensinar
lhe O bê-a-bá
ao menino
O pronome lhe substitui um complemento verbal introduzido por preposição.
Como a relação entre o verbo e o complemento se dá indiretamente, por meio de
preposição, o complemento verbal está funcionando como “objeto indireto.”
Objeto indireto: completa um verbo com preposição.
CONCORDÂNCIA NOMINAL:
O que motivou o apito do juiz foi
a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a norma-padrão.
b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto.
c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”.
d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística.
49
e) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome
A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou
numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos,
adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-
se da relação entre nomes.
Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração,
e o adjetivo, como adjunto adnominal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.
Por Exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar.
Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Por Exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre
concordar no plural.
Por Exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo
forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).
Exemplos:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
50
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo
efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no
plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros
diferentes.
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de
nenhum modificador.
Por Exemplo:
Água é bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou
qualquer outro determinativo.
Por Exemplo:
Esta água é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto,
etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.
Por Exemplo:
Os jovens tinham algo de misterioso.
6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda
normalmente com o nome a que se refere.
Por Exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.
Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função
adverbial, ficando, portanto, invariável.
51
Por Exemplo:
Eles só desejam ganhar presentes.
7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular,
podem ser usadas as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.
Por Exemplo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.
Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
Obs.: veja esta construção: Estudo a cultura espanhola e portuguesa.
Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única,
espano-portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.
CRASE:
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição
“a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o
pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada
por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao” e o
substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo
de sentido, então com certeza há crase.
SIM( para a crase) NÃO (para a crase)
1)Antes de palavras femininas que
aceitam “ao” quando trocadas por
uma palavra masculina.
1)Antes de verbos.
2)Antes de numerais que indicam
horas.
2)Antes de pronomes.
3)Antes dos nomes de cidade,
estado ou país que aceitarem
“volto da”
3)Antes de nomes masculinos.
4)Antes das palavras “distância” e
“casa” quando estas forem
determinadas.
4)Entre palavras repetidas
5)Antes de locuções adverbiais
femininas: às claras, às vezes...
5)Quando o “a” estiver no singular
e a palavra seguinte no plural.
6)Antes de expressões que aceitam
“a moda de”. Ex Vestiu-se à Luís
XIV
52
Exemplificando o quadro sobre a crase, observe a regra na tabela acima e veja o
exemplo na tabela abaixo:
SIM NÃO
1)Fui à igreja ontem. 1) Fiquei a conversar sobre o tema.
2)Chegamos às 10h. 2) Falei a ela sobre nós.
3)Chegamos à Bahia ontem. 3) Dei a José o meu aval.
4)Visitamos à casa de Maria.4) Ficamos frente a frente.
5)Saímos às escondidas. 5) Palestrei a alunas do curso Normal.
6) Comi bife à milanesa.
O uso da crase está condicionado a diversas regras. Aprendê-las é muito importante para
o emprego correto do acento grave (`)
Quais palavras preenchem adequadamente as lacunas indicadas na tirinha?
a) há – às – há c) a – as - à
b) à – às – a d) há – as - há
53
Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos deputados, o cartunista adotou como
estratégias
a) polissemia das palavras e onomatopeia.
b) traços caricaturais e eufemismo.
c) paradoxo e repetição de palavras.
d) metonímia e círculo vicioso.
e) preterição e prosopopeia.
3. A análise sintática está correta em todas as opções, exceto em:
a. No 1º quadrinho você é o sujeito da oração.
b. Comeu é VTD e meu irmão é OD.
c. A forma verbal “é” pertence ao grupo dos verbos significativos.
d. “Essa família”, no último quadrinho, tem a mesma função sintática de “meu irmão”, no
1º quadrinho.
54
Módulo 9
O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice, ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega
Chegasuado e veloz do batente
Traz sempre um presente pra me
encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo
dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar
Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro com carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu,
gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos está um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as
iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo eu não disse, seu
moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
letras.mus.br › MPB › Chico Buarque
55
CARTUNS:
plametacho.bolspot.com/
AliedoKammar, Rio de Janeiro - RJ, ilustrou para o Jornal do Brasil, Correio do Povo (RS), Pasquim.
Blog do Aliedo
56
ARTIGO DE OPINIÃO
O ESTELIONATO DA PEC 171/93
O debate sobre a Proposta de Emenda Constitucional – PEC171/93- de redução da
maioridade penal de 18 para 16 anos de idade vai prosseguir percorrendo os longos
corredores, as salas de reuniões, os gabinetes, agora em comissão especial, depois de ter
sido admitida pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados.
Mesmo diante de dados concretos que indicam não haver nenhuma relação entre
diminuição da maioridade penal e a redução da violência e experiências de países como a
Alemanha que voltou atrás na decisão de reduzir a idade para menos de 18 anos, o debate
prosseguirá.
Assustador é pensar que, muito além de um debate democrático, podemos estar
vivendo tempos em que trocar as medidas socioeducativas de jovens infratores, cujos
índices ficam em torno de 20%, por celas imundas em presídios superlotados, onde os
índices de reincidência chegam a 70% é apontado como solução e necessidade para a
redução da extremada violência do nosso país.
Não apontar ensino de qualidade, educação libertadora, escolas públicas, acesso ao
lazer e ao esporte, saúde integral, empregos dignos(para jovens com mais de 16 anos) e
ensino profissionalizante efetivo como foco principal para iniciar e terminarrrr qualquer
debate que seja sério em relação a um futuro de menos violência e mais igualdade é imputar
a 0,013% (jovens que cometem crimes contra a vida) da população de 21 milhões de
adolescentes brasileiros uma responsabilidade que não lhes cabe.
É uma irresponsabilidade de adultos!
Os mesmos adultos que permitiram o assassinato de 81 mil jovens entre 15 e 19
anos no período de 1998 e 2008, segundo dados da Unicef.
Não se combate a violência construindo muros, colocando adolescentes em prisões,
cercando a casa com arame eletrificado.
Violência se combate com justiça, com dignidade, com emprego e oportunidades.
E mais, com solidariedade, respeito e educação.
57
A PEC 171/93 por uma coincidência tem o mesmo número do artigo referente ao
estelionato no Código Penal Brasileiro.
E por coincidência, ela tenta, “induzindo ou mantendo alguém em erro”, fazer crer
que o futuro será melhor se no presente encarceremos jovens!
Estelionato é crime, ser adolescente não!
ANDRÉA SAINT PASTOUS NOCCHI- Juíza do Trabalho – Jornal Zero Hora, 02/04/15. P.33
Nos quatro textos acima citados há um tema em comum: a redução da
maioridade penal. Para produzir um texto argumentativo- dissertativo é preciso a
leitura de várias tipologias textuais e de vária opiniões, pois ao escrever o autor usa do
conhecimento adquirido em todas elas, criando, assim, argumentos para a ideia que
vai defender e as soluções que irá apresentar.
Portanto, para a escrita de uma dissertação é necessário ser leitor ativo e
atuante na sociedade, estar a par dos acontecimentos de nosso país para poder
apresentá-los e dar sua contribuição na solução destes impasses.
Observe, agora, uma crônica de Nilson Souza sobre como escrever um texto
argumentativo-dissertativo:
58
Folha em branco
Milhares de estudantes que enfrentam neste final de semana o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) estarão amanhã diante de um dos terrores da vida escolar: a folha em
branco. Naquele espaço fatídico ( não usem esta palavra, por favor), eles terão que
fazeruma redação de próprio punho para provar que sabem se comunicar por escrito em
bom português e que são capazes de se posicionar sobre a realidade que os cerca. Na
condição de quem se vê diariamente confrontado com esse desafio, por dever de ofício, me
atrevo a deixar duas ou três sugestões para a garotada nesta crônica sabatina.
A primeira delas é resposta que sempre dou quando um jovem vem me dizer que
não sabe nem como começar um texto:
-Conte para um amigo! – respondo.
Um truque elementar para destravar o cérebro é a gente escrever como se estivesse
contando um episódio qualquer a um amigo. Claro, numa redação formal é preciso ter
cuidado para não cair na armadilha das gírias, dos clichês e das repetições, mas ajuda
bastante usar uma linguagem simples e evitar termos que não são do vocabulário usual do
autor.
Outra coisa que costumo esclarecer aos angustiados redatores é que ninguém
escreve bem sem um pouco de sacrifício. Juntar as letrinhas é sempre difícil para quem não
faz isso todos os dias. Mas também é muito gratificante constatar que aquilo que
escrevemos faz sentido para as outras pessoas e, às vezes, até emociona.
O esforço, portanto, faz parte do processo de escrita e tem que começar bem antes
do confronto com a folha em branco. É essencial, para quem precisa supera esse desafio,
dominar o conteúdo gramatical, saber concordância nominal e verbal, não tropeçar na
ortografia, caprichar na pontuação e na acentuação. Com esse instrumento nas mãos( e na
cabeça), é só fazer o óbvio: ler o enunciado com atenção, formular uma tese clara,
desenvolvê-la e defendê-la.
A redação exige uma conclusão e posicionamento do autor. Mas não está terminada
quando a gente coloca o ponto final. Aí, é preciso fazer um exercício de humildade: reler,
cortar tudo o que não for cavalo (a sábia lição do escultor grego Phídias)e, mais importante,
passar para o lugar do amigo que está “ouvindo” a sua história.
É pelo olhar do leitor – e não do autor – que a redação tem que fazer sentido, ter
uma mensagem clara e cumprir seu propósito de comunicar. Senão, mesmo com linhas e
parágrafos, ela continuará sendo uma folha em branco.
Nilson Souza. Jornal Zero hora, 20/10/2011. P. 33.
59
Esquema de uma dissertação
Introdução: No primeiro parágrafo você deverá expor o problema e o caminho a ser
seguido no texto para expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.
Desenvolvimento: Aqui se encontram os argumentos, opiniões, estatísticas, fatos e
exemplos. Ao apresentá-los você deve sempre se direcionar para um lado da questão, um
ângulo de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente pensada e
analisada para que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição.
Conclusão: Aqui você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista
defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arremate todos os argumentos
utilizados durante a construção do texto e apresente proposta para diminuir o problema
apresentado.
Exemplo de uma dissertação:
Punição X Educação
A violência em todas as diferentes sociedades humanas parece ser uma constante
crescente. Infelizmente os jornais criminalísticos nunca ficam sem conteúdo para exibir,
esse conteúdo traz uma grande revolta à população que o absorve, principalmente, quando
os transmissores dessas informações usam demasiado sensacionalismo ao transmiti-las. A
revolta da população torna-se mais acentuada quando os delitos são cometidos por pessoas
que teoricamente não deveriam ser capazes de cometê-los.
O que mais polemiza a questão da maioridade penal é a brandura com que o estado
através de suas leis reage aos crimes cometidos por menores. O estado afirma em sua
constituição que uma pessoa só é mentalmente capaz de assumir seus atos aos 18 anos, mas
a habilidade com que certos jovens cometem seus crimes denota inteligência suficiente para
exercerem responsabilidade penal. Nesse ponto o estado mostra-se contraditório, pois,
permite que jovens considerados “mentalmente incapazes” exerçam o direito ao voto.
Por outro lado,a imprensa sensacionalista, no senso comum, propõem uma obsessiva
busca a punições para esses delinquentes e esquecem-se que o agente transformador do ser
humano é a educação e não o “ferro”, é exatamente isso que nos distingue dos animais. O
sábio Pitágoras cita isso numa frase em que diz: ”Educai as crianças para que não seja
preciso punir os adultos”.
Para a resolução deste problema devem ser adotadas várias medidas conjuntas, a
primeira delas é o estado acabar com a contradição de idades entre o eleitorado e a justiça
criminal. Outra medida importante é o endurecimento no tratamento dos delinquentes,
endurecimentos que deve visar apenas o desestímulo dessas práticas. E a mais importante
de todas as medidas é o estado investir em educação de qualidade que não vise apenas o
aprendizado de aritmética, gramática etc. Mas também foque bastante no ensino de
60
filosofia, sociologia e outras matérias que levem os estudantes a pensarem a respeito de
teorias da felicidade, moral, ética e a conviverem em sociedade como seres racionais.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO:
É composto por duas ou mais orações, independentes sintaticamente, isto é, uma
não exerce nenhuma função sintática sobre a outra.
Exemplo:“ A Maria levantou-se e foi espantar as moscas do rosto do anjinho.”
1ª oração: A Maria levantou-se.
2ª oração: e foi espantar as moscas do rosto do anjinho.
A primeira oração tem existência independente da segunda oração. Cada oração vale
por si só. A essas orações independentes dá-se o nome de coordenadas e o período
composto por esse tipo de oração é chamado de período composto por coordenação.
Se essas orações forem introduzidas por uma conjunção, chamam-se de
coordenadas sindéticas. Se não são introduzidas por conjunção, chamam-se coordenadas
assindéticas.
Orações coordenadas sindéticas: de acordo com o tipo de conjunção que as introduz,
podem ser:
Conjunção Exemplo
Aditivas ( e, nem...) O marido a arrancou da cadeira e ela saiu
gritando.
Adversativas (mas, porém...) A família queria noticiar o atropelamento,
mas não tinha dinheiro.
Alternativas( ou, ou...) Ora cuspia, ora soltava um palavrão.
Conclusivas (logo, por isso...) Ganhavam pouco, logo não podiam
contratar um advogado.
Explicativas( que, porque...) Não atravesse a rua, pois você pode ser
atropelado.
Observe que na tira acima temos alguns períodos por coordenação:
a) Transcreva da tirinha as formas verbais presentes. b) Qual é a oração coordenada explicativa presente no 2º quadrinho?
c) Qual o valor semântico da conjunção em destaque na oração “ou pra mostrar ação”?
d) Retire do 3º quadrinho uma oração coordenada aditiva e sublinhe a conjunção.
61
ACENTUAÇÃO GRÁFICA:
Observe nesta tira de Luis Fernando Verissimo que há algumas palavras que recebem
acento gráfico: política, é, lá, dá e cá. Para que determinadas palavras possam ser
acentuadas, existe em nossa língua uma regra de acentuação gráfica, obedecendo a
seguinte ordem:
Aí vai um lembrete especial, do qual você não poderá nunca se esquecer!
Nós contamos a sílabas das palavras, começando do fim para o começo.
De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras recebem nomes variados, é o que
conheceremos agora.
Oxítonas – a sílaba tônica é a última.
Ex: café – cipó – bebê
Paroxítonas – a sílaba tônica é a penúltima.
Ex: útil – tórax – táxi
Proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima.
Ex: árvore – lâmpada – número
Todas as proparoxítonas são acentuadas
Quando estudamos sobre este assunto é muito importante conhecermos sobre o caso dos
monossílabos, que como você já sabe, são palavras que possuem uma única sílaba.
Eles são classificados em átonos e tônicos.
62
Os monossílabos átonos são aqueles pronunciados de maneira fraca, pois eles não têm
acentuação própria.
Ex: de, me, se, lhe
Os tônicos são pronunciados com mais força e possuem acentuação própria.
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM",
"ÊNS", seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)”
ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como
“ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
Ex.
Chá Mês nós
Gás Sapé cipó
Dará Café avós
Pará Vocês compôs
vatapá pontapés só
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém
Resumindo:
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de
hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as
vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
R – câncer, caráter, néctar, repórter.
X– tórax, látex, ônix, fênix.
63
PS – fórceps, Quéops, bíceps.
Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco,
proparoxítona.
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
IMPORTANTE
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e
“u” tônicas, portanto hiatos?
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”,
“cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já
soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento
que reforce isso.
5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em
nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller,
mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
64
Pôde(passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou
plural:
SINGULAR PLURAL
Ele tem Eles têm
Ele vem Eles vêm
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter,
intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Fonte:
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental.8 ed. São Paulo, Atlas, 2009, p. 15,
22-3.
EXERCITANDO:
1)Encontram-se, a seguir, alguns páreos de palavras. Sua tarefa consistirá em
analisá-los, tendo em vista a posição da sílaba tônica. Feito isso, explique a diferença de
sentido existente entre os mesmos.
02) Aponte a palavra correta quanto à acentuação:
a) môça
b) vêzes
c) insigne
d) hebreia
e) mes
03) Qual palavra se acentua pelo mesmo motivo de céu?
a) já
b) história
c) herói
d) caía
e) fé
65
Levando em conta as informações do primeiro quadrinho, identifique a alternativa que
apresenta a palavra que também sofreu alterações na acentuação gráfica devido à regra
mencionada:
a) plateia
b) heroico
c) gratuito
d) baiuca
e) caiu
1. A palavra públicosegue a mesma regra de acentuação de
a. Previdência.
b. Misericórdia.
c. Câmara.
d. Irretratável.
2. A opção que apresenta uma adequada proposta de correção ortográfica é:
a. “É necessário pensar menos em si próprio e mais na coletividade, [...]” – própio.
b. “[...] mas corrigirá distorções históricas [...]” – corrijirá.
c. “[...] se o Supremo Tribunal Federal fisesse o seu trabalho [...]” – fizesse.
d. “Quem tem privilégios não quer largar o osso.” – previlégios.
3. De acordo com a norma culta escrita, a opção em que a palavra destacada está
corretamente empregada é:
a. O debate sobre a previdência social trás à tona a polêmica da aposentadoria integral.
b. Na manifestação contra as mudanças na previdência, participaram cerca de mil
funcionários públicos.
c. Todos esperam que o parlamentar brasileiro haja de acordo com a ética do serviço
público.
d. Segundo a legislação em vigor no país, ele se aposentará daqui há treze anos.
66
A questão 4 baseia-se na charge a seguir.
4.Pela leitura das informações verbais da charge, conclui-se que :
a. Os trabalhadores da iniciativa privada serão beneficiados pela reforma na previdência
social brasileira.
b. A reforma da previdência social brasileira depende, exclusivamente, do sacrifício dos
funcionários públicos.
c. As modificações na legislação da previdência quanto aos benefícios para o trabalhador
brasileiro ocorrerão em 2013
d. Certo segmento da classe trabalhadora brasileira poderá perder alguma vantagem com a
reforma da Previdência.
67
5. Assinale a opção com vocábulos que têm hiato:
a. Imundície, pólen, elétron, espontâneo, quanto.
b. Luís, arguem, jaú, sairdes, genuíno.
c. Troféu, painel, metaloide, ainda, paisinho.
d. Reféns, construção, veículo, plebeu, saúdo.
6. Assinale a oração cujas palavras estejam indevidamente acentuadas.
a. Corria pélos bosques em completo desespero.
b. Arrancávamos os pelos do gato.
c. O verbo pôr é bastante complicado.
d. Por que você não para de fazer tantas perguntas, menino?
e. Você já foi ao Polo Sul?
7. “Às vezes, as ideias não ________, ou _______ muito numerosas. Todos ______ as
necessidades locais, poucos ______ auxiliar.”
No presente do indicativo, os verbos seriam, pela ordem:
a. Veem, vêm, veem.
b. Vêm, vêm, veem, vêm.
c. Vêm, vêm, vêm, vêm.
d. Veem, veem, veem, veem.
e. Vêm, veem, veem, vêm.
8. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de:
também, incrível e caráter.
a) alguém, inverossímil, tórax
b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nó.
2) Na tirinha abaixo há duas palavras oxítonas acentuadas e uma proparoxítona.
Identifique-as:
68
Prefixos:
Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de
modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe
gramatical.
Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego,
línguas em que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos
autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros,
por sua vez, tiveram grande utilidade na formação de novas palavras. Veja os
exemplos:
a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-
Formação das Palavras
Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a
composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de
derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição
sempre haverá mais de um radical.
Derivação
Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a
partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:
Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro,
marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao
contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou
prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.
Tipos de Derivação
Derivação Prefixal ou Prefixação
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado.
Veja os exemplos:
69
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz
Derivação Sufixal ou Sufixação
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de
significado ou mudança de classe gramatical.
Por Exemplo: alfabetização
No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verboalfabetizar. Este,
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
A derivação sufixal pode ser:
a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.
Por Exemplo:
papel - papelaria
riso - risonho
b) Verbal, formando verbos.
Por Exemplo:
atual - atualizar
c) Adverbial, formando advérbios de modo.
Por Exemplo:
feliz - felizmente
Derivação Parassintética ou Parassíntese
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à
palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos)
e verbos.
Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através
da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um
desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não
existem as palavras "entriste", nem "tristecer".
Exemplos:
Palavra
Inicial Prefixo Radical Sufixo
Palavra
Formada
mudo e mud ecer emudecer
70
alma des alm ado desalmado
Atenção!
Não devemos confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de
prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização
e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência:
desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez
provém de valor.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer
que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem.
Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de
prefixo e sufixo.
ATIVIDADES:
Forme palavras usando o processo de composição por aglutinação. Para tanto,
junte as palavras dadas, fazendo as adaptações necessárias:
Água/ardente:.....................................................pedra/óleo:..............................
Plano/alto:.........................................................boca/aberta:...............................
Forme palavras usando o processo de composição por justaposição. Nesteprocesso
as palavras não perdem elementos e podem exigir hífen:
Estrela/mar....................................................bananas/maçã..........................................
Tele/visão....................................................amor/perfeito
Forme palavras por meio de prefixos: derivação prefixal
Veneno:...................................caraegar.................................obedecer.........................
Ligar........................................ver..........................................atento..............................
Use os sufixos do quadro abaixo para formar o grau do diminutivo: derivação
sufixal.
-ejo -icha- inho
Lugar:................................barba:.........................................cão:.................................... .....
Sublinhe o sufixo e o prefixo das palavras: derivação parassintética.
Adoçar engomar subterrâneo amanhecer enrolar amaciar
71
Crie um substantivo derivado de um verbo: derivação regressiva:
Pescar:............................................castigar:............................trabalhar:..........................
CONCORDÂNCIA VERBAL:
No Mínimo, uma vergonha!
01) Você concorda que os setenta e três centavos é só para gozar com a nossa cara?
Justifique sua resposta:
Concordância é o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se
acomodarem a outras palavras.
A concordância verbal trata das alterações do verbo, para se acomodar ao seu
sujeito.
Como regra geral o verbo concorda com o seu sujeito em pessoa e número:
Ex: As crianças comeram muito chocolate. sujeito: 3ª pessoa verbo: 3ª pessoa
do plural
do plural
Certas situações de concordância verbal provocam dúvidas. Vejamos as principais:
# Sujeito composto:
- Anteposto: nesse caso o verbo vai para o plural.
Ex: A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o caos.
- Posposto: o verbo fica no plural ou concorda com o elemento que estiver mais
próximo.
Ex: Passarão o céu e a terra.
72
verbo: plural sujeito composto
Passará o céu e a terra. verbo: singular sujeito composto
concordando com céu
- Elementos identificados semanticamente: quando os núcleos do sujeito são palavras
que pertencem ao mesmo grupo significativo o verbo fica no singular.
Ex: Alegria e felicidade nos acompanha constantemente. núcleos sinônimos verbo singular
- Com elementos ligados por ou:
• Se a conjunção cria relação de exclusividade, o verbo fica no singular.
Ex: José ou João será eleito presidente.
• Se a conjunção não cria relação de exclusividade, o verbo vai para o plural.
Ex: Correr ou nadar exigem bom preparo físico.
- Com elementos em gradação, o verbo concorda com o elemento mais próximo:
Ex: O vento, a chuva, o frio não os inquietava. núcleos organizados em gradação verbo no singular.
- Com as expressões um e outro / nem um nem outro, o verbo pode ficar no singular ou
plural.
Ex: Nem um nem outro dormiu.
Nem um nem outro dormiram.
# Verbo com o pronome apassivador se.
O verbo acompanhado pelo pronome apassivador se, concorda normalmente com o
sujeito.
Ex: Vendem-se tapiocas fresquinhas.
Vende-se uma casa na praia.
# Verbo com índice de indeterminação do sujeito.
Quando o verbo é acompanhado pelo índice de indeterminação do sujeito esse fica na 3ª
pessoa do singular.
Ex: ? Assistiu-se à demonstração de dança.
# Pronome de tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa
(singular ou plural).
Ex: Vossa Alteza atendeu ao nosso pedido.
Vossas Altezas atenderam ao nosso pedido.
# Coletivo
O verbo fica no singular quando o sujeito é um coletivo no singular.
Ex: O bando visitava a cidade deserta.
# Porcentagem
73
- O verbo concorda com o sujeito quando esse é um número expresso em
porcentagem, sem especificação.
Ex: Um por cento não compareceu à aula.
Noventa por cento não compareceram à aula.
- Quando o sujeito vem especificado o verbo concorda com esse:
Ex: Dois por centodos alunos não compareceram à aula.
Dez por centodo alunadoestá em dia com as mensalidades.
Há situações em que o número percentual é considerado:
a) O partitivo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Dos alunos, dez por cento estão em dia com as mensalidades.
b) Quando o verbo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Não compareceu um por cento dos alunos.
c) Quando a porcentagem vem determinada:
Ex: Aqueles vinte por cento do Senado não votaram.
# Nomes usados só no plural
Quando o sujeito é constituído por nomes próprios que só têm plural, o verbo fica
no plural se esse nome vier precedido de artigo plural, caso contrário, fica no
singular.
Ex: Campinas fica no Estado de São Paulo.
Os Estados Unidos lideram o movimento.
EXERCITANDO:
1. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses:
a) _____________ de haver algumas mudanças no seu governo. (há/ hão)
b) Sempre que ______________ alguns pedidos, procure atendê-los rapidamente.
(houver/ houverem)
c) Pouco me _______________ as desculpas que ele chegar a dar. (importa/
importam)
d) Jamais ______________ tais pretensões por parte daquele funcionário. (existiu/
existiram)
e) Tudo estava calmo, como se não ________________ havido tantas reivindicações.
(tivesse/ tivessem)
9. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses.
a) Espero que se _________________ as taxas de juro. (mantenha/ mantenham)
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b) É importante que se _______________ outras soluções para o problema. (busque/
busquem)
c) Não se ______________ em pessoas que não nos olham nos olhos. (confia/confiam)
d) Hoje já não se __________________ deste modelo de carro. (gosta/ gostam)
e) A verdade é que ________________ certos pormenores pouco convincentes.
(observou/observaram)
TABELA DE CONJUGAÇÃO DOS VERBOS REGULARES
MODO SUBJUNTIVO:
Presente Pretérito perfeito Futuro
AR
Que eue
Que tu es
Que elee
Que nós emos
Que vós eis
Que eles em
se eu asse
se tu asses
se ele asse
se nós ássemos
se vós ásseis
se eles assem
Quando euar
Quando tuares
Quando elear
Quando nós armos
Quando vós ardes
Quando ele arem
ER
Que eua
Que tuas
Que elea
Que nósamos
Que vósais
Que eles am
Se euesse
Se tuesses
Se eleesse
Se nósêssemos
Se vósêsseis
Se elesessem
Quando euer
Quando tueres
Quando eleer
Quando nós ermos
Quando vós erdes
Quando eles erem
IR
Que eua
Que tuas
Que elea
Que nósamos
Que vósais
Que eles am
Se euisse
Se tuisses
Se elesisse
Se nósíssemos
Se vósísseis
Se elesissem
Quando eu ir
Quando tuires
Quando ele ir
Quando nós irmos
Quando vós irdes
Quando elesirem
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VERBOS IRREGULARES:são aqueles que apresentam formas irregulares em
algumas pessoas, tempos e modos.
Exemplos de verbos irregulares: dar, aguar, nomear, odiar, caber, fazer, crer, dizer,
ler, moer, perder, poder, pôr, precaver, prover, querer, ver, mentir, cobrir, fugir, etc.
Veja a conjugação do verbo valer, no tempo presente do modo indicativo e no tempo
presente do modo subjuntivo:
Presente do indicativo Presente do subjuntivo
Eu valho Que eu valha
Tu vales Que tu valhas
Ele vale Que ele valha
Nós valemos Que nós valhamos
Vós valeis Que vós valhais
Eles valem Que eles valham
Observe a tirinha “Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson, e julgue as proposições:
Calvin e Haroldo, criação do desenhista americano Bill Watterson.
Os verbos também podem ser estudados a partir da análise de tirinhas
I – O verbo “colocou”, no primeiro quadrinho, está no pretérito perfeito;
II – A forma verbal “olhando”, no segundo quadrinho, está no modo indicativo;
III – A forma verbal “poderia”, no segundo quadrinho, está no futuro do pretérito do
modo subjuntivo;
IV – A forma verbal “acharmos”, no quarto quadrinho, está no futuro do subjuntivo;
V - A forma verbal “fosse”, no quarto quadrinho, está no pretérito imperfeito do modo
indicativo.
Estão corretas:
a) I e IV.
b) II, III e V.
c) I, IV e V. d) III e V
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BIBLIOGRAFIA:
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adultos/ Neide Aparecida de Almeida...(et al.). 1. Ed. São Paulo: Globo.
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São Paulo:IBEP:1998.