NATAL /// RIO GRANDE DO NORTE /// OUTUBRO DE 2018 … Sebrae/UFs...Tudo parecia bem, mas desastres...

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NATAL /// RIO GRANDE DO NORTE /// OUTUBRO DE 2018 ATENDIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA O SETOR O Sebrae mantém projeto para o atendimento as empresas que atuam nos elos da cadeia do petróleo e gás natural, oferecendo consultorias, capacitação e soluções competitivas transformando o RN pequenas empresas: PETRÓLEO E GÁS: NOVO HORIZONTE PARA EMPREENDEDORES DO RN As perspectivas de a atividade petrolífera voltar a aquecer no Rio Grande do Norte são animadoras, a partir de novos projetos voltados à maximizar o fator de recuperação e o incentivo à competitividade no setor.

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NATAL /// RIO GRANDE DO NORTE /// OUTUBRO DE 2018

ATENDIMENTO E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA O SETORO Sebrae mantém projeto parao atendimento as empresasque atuam nos elos da cadeiado petróleo e gás natural,oferecendo consultorias,capacitação e soluçõescompetitivas

transformando o RN

pequenasempresas:

PETRÓLEO E GÁS:NOVO HORIZONTE PARA

EMPREENDEDORES DO RNAs perspectivas de a atividade petrolífera voltar

a aquecer no Rio Grande do Norte sãoanimadoras, a partir de novos projetos voltadosà maximizar o fator de recuperação e o incentivo

à competitividade no setor.

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O PETRÓLEO É NOSSO!

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transformando o rnpequenas empresas:

Avenida Lima e Silva 76 - Lagoa Nova59075-710 Natal - RN - (0800-570-0800)

José Álvares VieiraPresidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-RNJosé Ferreira de Melo NetoDiretor Superintendente do SEBRAE-RNJoão Helio Costa da Cunha Cavalcanti JuniorDiretor Técnico do SEBRAE-RNJosé Eduardo Ribeiro VianaDiretor de Operações do SEBRAE-RNEdwin Aldrin Januário da SilvaGerente da Unidade de Comunicação e Marketing

ENTIDADES DO CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUALAssociação Norte-Rio-Grandense de Criadores - ANORCAgência de Fomento do Estado do RN - AGNAssociação Comercial e Industrial de Mossoró - ACIMBanco do Brasil S/A - BBBanco do Nordeste do Brasil - BNBCaixa Econômica Federal - CEFFederação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN - FAERNFederação das Associações Comerciais do RN - FACERNFederação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN - FCDLFederação das Indústrias do RN - FIERNFederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RNFundação de Apoio à Pesquisa do RN - FAPERNServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE

Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do RN - SEDECServiço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI - DR- RN

ESCRITÓRIOS REGIONAIS* Apodi - Rua Joaquim Teixeira de Moura, 1315 - Portal da Chapada - 59700-000 –(84) 3333-3940* Assú - Rua Bernardo Vieira, 104 - Centro – 59.650-000 – (84) 3331-8304* Caicó - Rua General Dantas, 215 -Centro -59.300-000 - (84) 3417-7400* Currais Novos - Rua Lula Gomes, 112 - Centro - 59380-000 - (84) 3405-7500* Joao Câmara - Rua Antônio Proença, 721- Centro - 59.550-000 - (84) 3262-2115* Mossoró - Rua Rui Barbosa, 630 - Centro - 59.600-230 - (84) 3317-8800* Nova Cruz - Rua 15 de Novembro, 174 - Centro - 59.215-000 - (84)3281-6100* Pau dos Ferros - Rua Quintino Bocaiuva, 295 - Centro – 59.900-000 - (84) 33516300* Santa Cruz - Rua Lourenço da Rocha, 103 - Centro - 59.000.00 - (84) 3291-7300

Há 70 anos, Getúlio Vargasdisputava a presidência e oBrasil se mobilizava em tornode uma das suas principaisriquezas, com o bordão “OPetróleo é Nosso”. Nomes depeso entraram nessacampanha, como RobertoCampos e Eugênio Gudin, masterminaram vencidos naferrenha defesa que faziam àparticipação de capitalprivado, inclusive estrangeiro,nas atividades de exploraçãodo petróleo. Finalmente, foicriada a Petrobras, em 03 deoutubro de 1953, com garantiade monopólio, somentequebrado 44 anos depois, pelaLei nº 9.478, a chamada Lei doPetróleo.

Essas consideraçõeshistóricas iniciais valem parasituar minha posição quanto àparticipação de pequenasempresas locais no grandenegócio do petróleo emterritório potiguar. Que segueem ritmo lento, é verdade,mesmo depois da quebra domonopólio estatal. O paísparece estar vivendo temposidênticos àquele 1936, quando,no livro O Escândalo doPetróleo, Monteiro Lobatoacusou o então presidenteGetúlio Vargas de “não perfurare não deixar que se perfure”.

Minha expectativa é que

breve possamos deixar essebordão no passado. Ao lembraro trabalho do SEBRAE paraaproximar (se não umcasamento, pelo menos umnamoro) Petrobras e pequenasempresas locais retorno aosidos de 1995, ainda no Séculopassado. Bira Rocha, entãoPresidente do CDE, disse quenem eu nem o SEBRAEconseguíamos vender nada àPetrobras. Sequer um boné!

Desafio aceito,aproveitamos um programalançado pelo Nacional einiciamos o cadastramento depequenas empresas quetivessem condições de atenderaos requisitos da Petrobras,como fornecedoras. Algunscríticos, arautos dopessimismo, insinuaram que oSEBRAE passara a trabalharpara a Petrobras, e de graça.Prefiro, definitivamente, pensargrande. Vejo aquele singelocadastramento de empresascomo o embrião da Rede PetroRN, quando Mossoró se tornouum importante polo deserviços industriais na área dopetróleo e do gás.

Possivelmente o núcleoempresarial mais inovador,tecnológico e sofisticado desteEstado, a Rede Petro foi criadacom a ajuda do SEBRAE, com oobjetivo de congregar empresas

da área de petróleo e gás queprestam serviços ou vendemprodutos à Petrobras. Ganhamambos os lados nasnegociações: Petrobras fazcompras de alta qualidade,empresas fornecedoras vendemprodutos bem avaliados,capazes de enfrentar aconcorrência em mercadosexigentes, inclusive em outrospaíses. Aliás, organizar missõesao exterior é outra ação doSEBRAE à Rede Petro, um apoioà ampliação de negócios àsempresas associadas, quechegaram, em determinadomomento, a ser mais de 100.Tudo parecia bem, mas

desastres acontecem. Eaconteceram.

Primeiro, com a própriaPetrobras e o saque que sofreu.Sobre esse, nem adianta falar.Em segundo lugar houveentraves à normalidadeoperacional da Petrobras com aviolenta oscilação dos preços dobarril de petróleo, irmãossiameses da política e gêmeosunivitelinos da economiamundial. Esses preços, quevariaram de US$ 150,00 a US$30,00, nos últimos anos, hoje sesituam em cerca de US$ 75,00.O terceiro desastre para aintegração Petrobras eempresas potiguares, talvez o demaior impacto negativo, foi adescoberta do pré-sal, em 2006,sob cuja sombra passaram a serdefinidas as prioridades deinvestimento da estatal.

Por esse tempo o Rio Grandedo Norte se orgulhava da suaposição de maior produtor depetróleo em terra (onshore),com produção diária de mais de100 mil barris, marca que otornava forte candidato a umaRefinaria. Em 2008 a parceriaPetrobras e PDVSA venezuelana(leia-se Hugo Chávez) seconcretizou na Refinaria Abreue Lima, em Pernambuco. “Sobreessa, nem adianta falar” (denovo). Modernizaram asinstalações de Guamaré e nosderam a Refinaria PotiguarClara Camarão, como prêmiode consolação.

O que me preocupa, porém,não são as perdas do passado;

essas não podem mudar. Aocontrário, penso que algo deveser feito, agora. Urge que todasas forças representativas dasociedade tentem evitar orecorrente discurso daPetrobras sobre a necessidadede desinvestimento no RioGrande do Norte. Que elas seunam em torno do ProjetoTopázio. Que a Petrobras oviabilize, transferido àiniciativa privada poçosmaduros localizados em terra.É até compreensível que umaempresa de grande porte tenhaperdido o interesse em poçosterrestres, principalmente porquestões de escala. Que ela,cada vez mais, dirija suas açõesao litoral do Rio Grande doNorte, pois o petróleo offshoreé território de poucas grandesempresas, como ocorre nomundo todo. Ao contrário,também no mundo todo, osprojetos onshore sãoexplorados por grande númerode pequenas empresas. Queelas trabalhem, produzam egerem empregos aqui, na nossaterra.

Desinvestimento, para aPetrobras, pode ser puroinvestimento, oportunidade denegócio para muitas empresaspotiguares. Só não é possívelnem saudável que a Petrobrasrepita o erro do qual Getúlio foiacusado: nem extraia e nemdeixe extrair petróleo nos poçosmaduros da Bacia Potiguar.Com todo o respeito, o petróleoé nosso, não da Petrobras.

OPINIÃOJOSÉ FERREIRA DE MELO NETO

DIRETOR SUPERINTENDENTE

DO SEBRAE/RN

@sebraernwww.rn.sebrae.com.br www.facebook.com/sebraern @sebraern (84) 99911.0160

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Petróleo & Gás

Bacia potiguar: da crise ao cenário de novas oportunidades

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transformando o rnpequenas empresas:

CLEONILDO MELLOREPÓRTER

Desde o primeiro jorrode petróleo na cidade deMossoró até aconsolidação do maiorcampo produtor terrestredo Brasil, o Campo doCanto do Amaro, muitacoisa mudou na atividadede exploração e produçãode petróleo em terra noRio Grande do Norte,sobretudo na região Oeste,onde estão concentradosos principais camposterrestres da baciapotiguar.

O Brasil possuireservas de pouco mais de1 bilhão de barris de óleoequivalente em terra, dasquais cerca de 300milhões estão no RioGrande do Norte. No casodo gás natural, as reservascomprovadas chegam a 4bilhões de metroscúbicos. No entanto, nosúltimos quatro anos, aindústria petrolífera doestado e a sua cadeia devalor vêm atravessandouma fase turbulenta,notadamente em funçãodos desinvestimentos daPetrobras nos ativosterrestres. Com isso, naregião de Mossoró, odesemprego subiu,empresas faliram oumudaram de ramo e oestado passou a arrecadarmenos de um setor, querepresenta 13% doProduto Interno Bruto(PIB) potiguar.

O estado vivenciou adescoberta, a abundância,o apogeu e também adesaceleração de umaatividade, que, mais doque nunca, buscaforçosamente se erguer,para o bem da economiado Rio Grande do Norte. Aabertura do mercado paranovas companhias projetanovas perspectivas, umleque de possibilidade deremodelagem de negóciose dá fôlego aos

empreendedores que jáestão, ou almejam entrar,nesse setor.

Não há informaçõesprecisas. Estima-se que aredução dos investimentosda Petrobras tenhaprovocado impactonegativo de 13 mil postosde trabalho no RN. Deacordo com dados daAssociação Comercial eIndustrial de Mossoró(ACIM), o comércio demunicípios da regiãoregistrou uma retraçãogradativa que já ultrapassaos 30% em função da

desaceleração da atividade. “O processo de

desinvestimento daPetrobras trouxe umaressaca para a cidade eregião em termos deemprego e investimentos.E o comércio nos últimosseis anos sentiu esseabalo, uma vez que acompanhia abraçou todaa cadeia produtiva, que écomposta por uma sériede empresas prestadorasde serviço e um pessoalqualificado especialmentepara essas empresas”,explica o presidente da

ACIM, José Carlos Matos.

RecuoÉ indiscutível que a

produção caiu e atualmentechega a 46 mil barris de óleoequivalente por dia (boed),mas esse volume já chegoua atingir o pico de 112 milboed. Isso se explica pelonúmero de poços emdesenvolvimento, que teveuma brusca redução,passando de 308, em 2015,para apenas 37 no anopassado. Os exploratóriosacompanharam essa curvae decaíram de 37 para

nenhum nos respectivosanos. As prospecções pornovas áreas também foramminando. Enquanto senotificava entre 30 e 20novas descobertas emmeados de 2009 e 2012, aquantidade despencou aponto de se notificar apenasuma nova área no anopassado.

Sobre os motivos paraos desinvestimentos dapetroleira na atividadeterrestre, a Petrobrasinformou via assessoria deimprensa que “todos oscampos que já passarampelo pico de produção sãoconsiderados maduros, eapresentam declínionatural da produção. Nosúltimos anos, algunsfatores contribuíram paraacentuar esse declínio,dentre eles, a redução nainjeção de vapor emvirtude da crise hídrica noRN. Esse vapor éfundamental para seextrair o petróleo pesadoque compõe parte dasjazidas do estado”.

Entretanto, segundoestudo da FGV Energia, afalta de investimentos noonshore se explica pelaopção brasileira deexploração em águasprofundas e ultraprofundas a partir dos anos90. “Após 20 anos deprodução, em média,grande parte doshidrocarbonetospermanece nosreservatórios de umcampo, mesmo após o usode métodos de recuperaçãosecundários e terciários”,aponta o estudo.

E são justamente essescampos que são alvos deoperadorasindependentes epequenas companhias,apontadas como capazesde retomar o potencial daatividade petrolífera noRN e aquecer toda acadeia produtiva com aaquisição de campos compoços marginais.

O RN detém cerca de um terço das reservas brasileiras de petróleo egás natural em terra com aproximadamente 300 milhões de barrisde óleo equivalente. A retomada da atividade é decisiva para aeconomia potiguar, já que o setor responde por 13% do PIB do RN

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Projeto setorial

Atendimento e inteligência competitivapara o setor

produzem bens, forneceserviços ou atuamdiretamente na atividadede exploração e produção.A proposta principal dainiciativa é promover ainserção competitiva depequenos negócios na nosetor, ampliando ascompetências e o nível deinovação, que são chavespara acessar novosmercados, de formacompetitiva e sustentável.Até 2014, o projeto contavacom o apoio operacionalda Petrobras para odesenvolvimento de açõespara o fortalecimento dasmicro e pequenasempresas fornecedoras dacadeia. A partir daí, alémde desenvolver e qualificaros fornecedores através decapacitações econsultorias, o Sebrae tembuscado ampliar asoportunidades dasempresas com aaproximação dasprodutoras independentesde petróleo, realizandoencontros e rodadas denegócios, inclusive com oengajamento de grandesempresas de energias

Grande do Norte para teruma atividade que gerenegócios e empregos”,ressalta Robson Matos. Ameta agora é incentivarpequenas empresas aatuarem como operadorasindependentes. “Temos apossibilidade de articularcom instituiçõesfinanceiras linhas decrédito específicas para asempresas interessadas ementrar nessa área deprodução e exploração”,finaliza Matos.

renováveis,especialmente da energiaeólica. Também temincentivado aparticipação dasempresas em feiras e narealização de eventos,notadamente voltadospara discutir a retomadados investimentos nasregiões produtoras. Deacordo com o gestor doprojeto de Petróleo e Gás,Robson Matos, as açõesdo Sebrae-RN estãobaseadas em cinco eixos,que passam pelaformação da governança,promoção da inteligênciacompetitiva edesenvolvimento dospequenos negócios combase na gestão e inovação,assim como promoção deacesso a novos mercadose, principalmente, aarticulação de políticaspúblicas que fortaleçamtodo o setor. “Temosrealizado um papelimportante de articulaçãoinstitucional na área depolíticas públicas paraampliar o debate de comonovamente dinamizar acadeia do petróleo no Rio

Um setor com atividades específicas e com alto nível deexigência, inclusive internacional, ambiental etecnológica requer empresas qualificadas e em sintoniacom esse mercado. Por isso, há mais de uma década oSebrae no Rio Grande do Norte mantém um projeto paracapacitar e atender especificamente os empreendedoresque estão envolvidos na cadeia de valor da indústriapetrolífera. O Projeto de Fortalecimento da Cadeia dePetróleo e Energia do RN atende 60 empresas que

/// PROJETO DEFORTALECIMENTODA CADEIA DEPETRÓLEO EENERGIA DO RN

1 Atende atualmente60 empresas do

setor

2Oferece capacitação econsultorias de

forma subsidiada (até70%) nas áreas de gestãoe inovação

3 Disponibilizasuporte para

licenciamento ambientale adequação da empresaa normas internacionais( ISO 9001, ISO 14001 eOHSAS 18001)

4 Promoveintercâmbio

tecnológico com outrasregiões e estadosprodutores

5 Viabiliza aparticipação em

eventos do setor, missõesempresariais e visitastécnicas

6 Podem participarpequenos negócios

da cadeia de petróleo, gásnatural e energia

7 Para participar,basta procurar um

ponto de atendimento doSebrae

ROBSON MATOS – GESTOR DO PROJETO PETRÓLEO E GÁS

O Sebrae mantém projeto para o atendimento as empresas que atuam nos elos da cadeia dopetróleo e gás natural,oferecendo consultorias,capacitação e soluções competitivas

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transformando o rnpequenas empresas:

Suporte e capacitação

Para as empresasparticipantes, o Sebraeoferece uma série decapacitações na área degestão e principalmenteconsultorias e serviçosespecializados de formasubsidiada, através doprograma Sebraetec,adequando a empresapara as exigências domercado. O Sebrae oferecesuporte para odesenvolvimento de planode ação para atuar nessemercado de petróleo e gás.De acordo com o gestor doprojeto e analista técnico,a vantagem da iniciativa éjustamente oferecerconsultorias que estão emsintonia com o setor,como é o caso depreparações paralicenciamento ambiental,implantação de Sistemade Gestão da Qualidade -ISO 9001, Sistema deGestão Ambiental - ISO14001, Sistema de Gestãoda Saúde e SegurançaOcupacional - OHSAS18001 e ResponsabilidadeSocial - 16001, além deserviços digitais paracriação de sites eaplicativos e design decomunicação. Quarentaempresas participantes doprojeto passaram por umaavaliação para analisar onível de gestão com basenos critérios do Modelo deExcelência da Gestão(MEG), da Fundação

Nacional da Qualidade(FNQ). Além disso, oprojeto foi responsávelpor auxiliar na elaboraçãodo novo posicionamentoestratégico da Redepetro-RN, uma rede com 50empresas ligadas à cadeia,dentro da nova realidadeda atividade no estado.

Engenharia e soluçõesinovadorasUma das primeirasempresas participantes doProjeto de Fortalecimentoda Cadeia de Petróleo eEnergia do RN foi aEngepetrol. Fundada em1987, a empresa foiestruturada para prestarserviços à Petrobras naárea de manutenção eevoluiu para a fabricaçãode peças para instalaçãode poços. Hoje, a

Engepetrol é conhecidapor criar soluçõesinovadoras em termos deacessórios que gerameconomia e eficiência noprocesso. “Criamos essesitens a partir daobservação e dasdemandas do campo, queé um grande laboratório”,revela o empresário JoséNilo Souza.A linha de produção daEngepetrol fornece peçaspara a Petrobras e maisoutras operadoras com umcatálogo superior a 100itens, produzidosexclusivamente emMossoró. "A Petrobras éuma operadora dereferência porquedesbravou essa terra. Coma chegada das outrascompanhias, nossacarteira de clientes foiacrescida. O momentomudou, mas asoportunidades denegócios permanecem",afirma Nilo. A empresaatende clientes de estadosdo Norte, Nordeste eSudeste, onde há atividadede produção e exploraçãode petróleo. Chegou asentir os reflexos dosdesinvestimentos na

região. Teve que demitirum terço do quadro depessoal, ficando comapenas 20 funcionários. Oimpacto também foisentido no faturamento,que caiu 30%. "Adesistência só vem quandorealmente acaba. Antesdisso, vem a persistência ea insistência. Só depois adesistência. Acredito naregião e num trabalho a serfeito em nível de Brasil apartir daqui [Mossoró]",diz otimista oempreendedor daEngepetrol. Sobre oprojeto e iniciativas doSebrae, José Nilo analisa:"O Sebrae teve, e tem, umpapel de extremarelevância em todo esseprocesso, já que aglutinouem torno de um projetotodas as empresas dacadeia e viabilizou aqualificação e oplanejamento estratégicoconjunto, de forma aatender as expectativasdas operadoras depetróleo. Se não fosse oSebrae, levaríamosbastante tempo parareunir todas essasempresas em torno de umobjetivo comum".

ENGEPETROL

Projeto do Sebrae oferece consultorias eserviços especializados de forma subsidiada,através do programa Sebraetec,adequandoa empresa para as exigências do mercado

“A Petrobras éuma operadorade referênciaporquedesbravou essaterra. Com achegada dasoutrascompanhias,nossa carteira declientes foiacrescida. Omomentomudou, mas asoportunidades denegóciospermanecem”.

JOSÉ NILO SOUZA

40empresasparticipantes doprojeto passaram poruma avaliação paraanalisar o nível degestão com base noscritérios do Modelode Excelência daGestão (MEG),daFundação Nacionalda Qualidade (FNQ).

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HISTÓRICO

Fazer a ligação entre aspequenas empresas queprestam serviços oufornece bens e grandescompanhias, que precisamde rede de terceirizadospara operar no setor. Essa éuma das linhas do Sebraepara ajudar os pequenosnegócios a acessaremnovos mercados epromover um volumemaior de negócios, que seconcretizam com osencontros de negócios. Opróximo voltado para osetor ocorrerá no finaldeste mês, durante o III

Fórum Onshore Potiguar,que será realizado entre osdias 27 e 29, no GarbosRecepções e Eventos, emMossoró.

O Encontro deNegócios promoveráintercâmbios comerciaisentre empresascompradoras e empresasfornecedoras do setor,tanto no segmento deexploração e produçãoquanto no de refino etransporte. A expectativaé de que 250 empresasparticipem da rodada denegócios. No ano

anterior, durante omesmo fórum,participaram 36empresas ofertantes eoito âncoras, o queresultou em 155 reuniõesde negócio. Espera-seque nessa edição onúmero deagendamentos seja aindamaior, já que terá umnúmero bem maior departicipantes.

Promovido peloSebrae e pela Redepetro-RN, o III Fórum OnshorePotiguar vai discutir asfronteiras da produçãoterrestre de petróleo noBrasil e terá naprogramaçãoconferências, palestras,painéis técnicos, visitas aempresas referências euma mostra de empresasoperadoras efornecedoras do setor,além do encontro denegócio.

A estrutura serácomposta de três áreas,que tratam de petróleo egás, energias renováveis einovação. Nessa últimaarena, os empreendedoresterão a oportunidade deapresentar as soluçõesinovadoras que suasempresas criaram para osetor.

O fórum foi concebido comuma proposta protagonista. Aprimeira edição do eventoaconteceu em 2016, sendorealizado em torno de umasolicitação do Ministério dasMinas e Energias para discutirpreviamente o Reate,programado com vistas àrevitalização da atividade deprodução terrestre. A Carta deMossoró com as propostas dosegmento serviu de parâmetropara a construção doprograma, cujo lançamentoocorreu em janeiro do anoseguinte em Salvador, na Bahia.

Na segunda edição, o fórumfoi dedicado a discutir aspossíveis opções para aretomada dos investimentos naindústria do petróleo na regiãoNorte e Nordeste, com especialatenção às oportunidadesatreladas ao repasse de camposda Petrobras para operação deempresas independentesbrasileiras e estrangeiras e arevitalização da cadeia defornecimento. O evento teve omérito de reunir o governo doestado e os onze municípiosprodutores de petróleo paramostrar a importância dessesetor para a economia do RioGrande do Norte.

Nessa edição, a ideia édisseminar o conhecimento deinovações tecnológicas quepossam melhorar aperformance da produção depetróleo e gás em terra, além dediscutir temas ligados àsenergias renováveis. Durante oevento, a Agência Nacional dePetróleo, Gás Natural eBiocombustíveis (ANP) vairealizar audiências públicas etambém será lançadooficialmente o Fórum Potiguarde Petróleo e Gás, que devereunir os principais atores eentidades para traçar osdestinos do setor. Aprogramação e a gradecompleta do evento podem serconferidas no sitehttp://redepetrorn.com.br/onshore/.

Fomento a novosnegócios e aproximação empresarialNo setor de petróleo e gás, um dos focosestratégicos do Sebrae é fomentar maisnegócios para as empresas da cadeia

/// III FÓRUMONSHOREPOTIGUAR

àà Dias 27 e 29,no GarbosRecepções,emMossoró.àà Vai discutir asfronteiras daproduçãoterrestre depetróleo noBrasilàà Promoveráintercâmbioscomerciais entreempresascompradoras eempresasfornecedoras dosetoràà 250 empresasparticiparão darodada denegócios.

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Por que para o Sebrae esse é umsetor tão importante?

O setor de petróleo e gás tem aolongo de sua cadeia uma série deatividades, em diferentes níveis defornecimento, que em grande parte éformada por pequenos negócios.Essas atividades vão desdeatividades de alto grau deespecificação técnica, como porexemplo, interpretação de dadosgeofísicos, passando por atividadesde engenharia, serviços industriais,indústrias de bens, perfuração ecomplementação de poços, echegando à hotelaria. O SEBRAE tempapel crucial no apoio dessespequenos negócios, principalmentena preparação de empresas para oatendimento aos requisitos dasgrandes empresas (âncoras),promovendo a inserção competitivade pequenos negócios nessa cadeia.

Há mais de uma década, o Sebraeteve um papel primordial naorganização da cadeia desuprimentos do setor de petróleo egás. Quais são os desafios diante docenário atual desse segmento?

Os últimos anos não têm sidofáceis para as empresas fornecedorasdo setor de petróleo e gás aqui no RioGrande do Norte. Retração dosinvestimentos, queda acentuada daprodução de petróleo e gás, aliados aoutros fatores, promoveram umagrande desmobilização de empresas,redução de suas atividades, queda nofaturamento, entre outrasdificuldades. Os desafios vão nosentido de preparar cada vez mais asempresas para o atendimento àsnovas demandas do setor de petróleoe gás. Estão surgindo novas formasde contratação e diferentes players,com novas demandas. É preciso,principalmente, criar um ambientefavorável para que os pequenosnegócios possam estar cada vez maispresentes nessa cadeia.

O senhor acredita que é possívelfazer um trabalho para colocar oRN, mais especificamente Mossoró,como centro do onshore brasileiro,como querem os empresários dessesetor, numa espécie de hub de

serviços?Mossoró, bem como este estado,

preparam-se para o atendimento àsdemandas do setor de petróleo e gás.Mossoró detém um pool deempresas de grande expertisetécnica, mão de obra altamentequalificada, boa parte dosoperadores têm bases instaladas nacidade, o Instituto Senai deTecnologia para Petróleo e Gás,universidades, e o CTGAS éreferência para o atendimento àsdemandas do setor. Não podemosesquecer que grande parte daprodução de petróleo e gás em terra,no Brasil, é obtida na região deMossoró, como por exemplo, oCanto do Amaro.

Como o senhor vê o cenáriofuturo da atividade de petróleo e gásnatural do Rio Grande do Norteapós essa desaceleração deinvestimentos? A abertura domercado traz novas perspectivaspara a atividade no estado?

Esperamos que a retomada daprodução de petróleo e gás, bemcomo o surgimento de novosinvestimentos, voltem a dinamizaressa importante atividade para oestado. Abertura de mercado sempretraz novas oportunidades. Existemreservas provadas, camposprodutores, empresas preparadas emão de obra qualificada. As energiasrenováveis cada vez maissubstituirão o petróleo como fonteenergética. É urgente a retirada dessariqueza do nosso subsolo. Petróleosó gera riquezas se for produzido.

EDUARDO VIANADIRETOR DE OPERAÇÕES DO SEBRAE-RN

Uma parte importante das ações do Projetode Fortalecimento da Cadeia de Petróleo eEnergia do RN é a promoção de missõesempresariais e intercâmbio tecnológico entreempresas dos principais polos produtores depetróleo do Brasil e do mundo. Osempreendedores têm a oportunidade deconhecerde perto a realidade da atividade eaplicar aos seus negócios.

No mês passado, um grupo viajou aosEstados Unidos para conhecer como pequenosprodutores se organizam e como funciona acadeia de uma forma geral. A comitiva, formadapor um consultor, três empresários e o gestor doprojeto, Robson Matos, visitou durante dez diasos estados de Oklahoma e do Texas. O grupopode entender as regulamentações do setor depetróleo e gás para pequenos produtores dasduas localidades americanas, além de visitarpequenos operadores locais. Os empresáriostambém participaram de eventos, como aOklahoma Oil & Gas EXPO e PBIOS – PerminanBasin Show. Esse foi apenas um dosintercâmbios, pois o Sebrae já viabilizou entre2017 e 2018 a participação de 20 empresas emeventos de promoção de negócios, como aPetrosul, Petronor e Rio Oil&Gas, todasrealizadas no Brasil.

Intercâmbio tecnológico

integra as ações

inserção competitiva dos pequenos negócios

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Pequenos operadores já exploram campospotiguares

A abertura dessemercado é aguardada desde2013, quando o ConselhoNacional do Petróleo(CNPE) aprovou a Resoluçãonº 1, estabelecendo apolítica e as medidasespecíficas para aumentar aparticipação das empresasde pequeno e médio portenas atividades de exploraçãoe produção de petróleo e gásnatural. Mas pouco seavançou nessas questões.Mesmo assim o Rio Grandedo Norte já conta com apresença de produtoresindependentes.

A abertura do mercado éuma realidade. Hoje, existementre 13 e 15 empresasatuando na produção depetróleo e gás de formaindependente no Brasil. NoRio Grande do Norte, pelomenos, sete dessas empresasjá operam camposmarginais, mas, pelopotencial, há mercado parapelo menos 100 operadoras

independentes na visão de especialistas.Entre as operadoras presentes no RN,

estão a GeoPark, Sonagol, Imetame, PartexOil & Gas, Central Resources , Petrosynergye a Phoenix. Essa última um braço dogrupo Orion e idealizada por pequenosinvestidores com experiência no ramo dopetróleo que entraram na modalidade delow cost (baixo custo) com estrutura bemenxuta, adquirindo os ativos da UTC, emcinco campos (Concriz, Periquito,

Pelo menos sete companhias independentes atuam noscampos maduros,antes,explorados por grandescompanhias.Uma delas é a Phoenix que pretende chegar aofim do ano com uma produção de 75 barris de petróleo pordia e 15 mil metros cúbicos diários de gás natural

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transformando o rnpequenas empresas:

“Existe uma enorme quantidadede poços nessa região queproduzem entre cinco e dezbarris por dia, mas estãofechados. Esses poços jápoderiam estar sendo operadospor pequenos produtores a umbaixo custo”

GUSTAVO CACHINA

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ialistas.s no RN,me, Partextrosynergyo do

quenosramo doidade deura bem

UTC, emo,

Periquito Nordeste,Periquito Norte e Rio doCarmo) localizados emmunicípios da região deMossoró, sobretudo emUpanema.

Um dessesempreendedores é GustavoCachina, que é engenheiro eespecialistas em petróleo egás, e viu no negócio umaoportunidade decrescimento. Ele é o diretortécnico da empresa, quechega a movimentar cercade R$ 10 milhões por ano.Isso porque a operadorapossui dez poços emprodução, conseguindoobter 28 barris de petróleopor dia e 10 mil metroscúbicos de gás natural. Pelopotencial, a meta daPhoenix é finalizar o anoproduzindo 75 barris e 15mil metros cúbicos de óleo egás, respectivamente, pordia.

Uma das estratégias daPhoenix para gerar volumede negócio é fornecer gásnatural a postos decombustível que não estãointegrados à rede degasodutos da Potigás. Paraisso, conta com umaestrutura logística de oitocarretas [de propriedade dospostos] que se revesam noabastecimento e transportedos cilindros de gás naturalpara os municípios deMacau, Caraúbas, Itajá,Ceará-Mirim, Santa Cruz eCurrais Novos.

Mais players“Existe uma enorme

quantidade de poços nessaregião que produzem entrecinco e dez barris por dia,mas estão fechados. Essespoços já poderiam estarsendo operados porpequenos produtores a umbaixo custo”, analisaGustavo Cachina em relaçãoà abertura para pequenascompanhias. Ele vê naentrada de mais empresasum ponto positivo. “Commais empresas, poderíamos

Pautas dos independentesO presidente da Associação

Brasileira de ProdutoresIndependentes de Petróleo (ABPIP),Marcelo Magalhães, tambémdefende essas facilidades para ospequenos operadores e diz que asprincipais reivindicações dessesinvestidores passam por três áreas.Eles querem disposição de ativos quenão sejam foco da Petrobras, atravésde processos de venda ou cessão.

“O fato é que, em três anos deProjeto Topázio, a Petrobras não foicapaz de concluir a venda denenhum dos polos inicialmenteanunciados. Pelo contrário. O queassistimos foi a retirada de polos,como o de Buracica, na Bahia, doprocesso”, diz o presidente da ABPIP.Segundo ele, o campo de Canto doAmaro, no RN, foi escolhido parauma licitação, em que a vencedora,uma empresa de serviço, assumiria orisco de produção. “Não achamosesse modelo adequado ao momento,sobretudo se estiver concentrado emgrandes empresas internacionais deserviços, como Baker, Schlumbergere Halliburton. Não contribui para acriação de uma indústria forte”.

O Campo do Canto do Amaro ébloco potiguar situado numa áreasuperior a 362 quilômetrosquadrados na região deMossoró/Areia Branca com mais1.882 poços perfurados e cuja

produção atual de óleo gira em tornode 10 mil barris de óleo por dia e 20milhões de metros cúbicos por dia degás natural. Os picos de produçãodesse campo – considerado o maiorem terra do país - ocorreram em2014, com a produção de 73,5milhões de metros cúbicos por dia degás natural, e, no caso do óleo, em1990, quando eram retirados 39,9 milbarris de petróleo por dia dos poçoslocais.

SimplificaçãoOutras questões pleiteadas pela

ABPIP são a simplificação regulatóriae a melhoria das condições decomercialização do óleo e gásproduzidos pelos independentes.Isso porque a Petrobras é acompradora monopsônica,impondo regras e preçosincompatíveis com os padrõesinternacionais na avaliação daassociação, que conta com 11operadoras associadas das 15existentes no país. “O que esperamosé ter uma indústria pujante, comdezenas de operadorasindependente atuando em terras eaguas rasas de nosso país, cominvestimento, geração de emprego,renda, royalties, impostos e aumentodo fator de recuperação dos camposmaduros brasileiros”, estima MarceloMagalhães.

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transformando o rnpequenas empresas:

ntidadee

dez

eradoss a um

/// CAMPO DOCANTO DO AMARObloco potiguarsituado numaárea superior a362 quilômetrosquadrados naregião deMossoró/AreiaBranca

1.882poçosperfurados ecuja produçãoatual de óleo giraem torno de 10mil barris deóleo por dia e 20milhões demetros cúbicospor dia de gásnatural.

/// PRODUTORESINDEPENDENTES

1 Existem entre 13e 15 empresas

atuando naprodução depetróleo e gás deforma independenteno Brasil.

2 No Rio Grandedo Norte, pelo

menos, sete dessasempresas já operampoços marginais.

3 Operadoraspresentes no

RN: GeoPark,Sonagol, Imetame,Partex Oil & Gas,Central Resources ,Petrosynergy e aPhoenix.

4 A Phoenix chegaa movimentar

cerca de R$ 10milhões por ano.

5A operadorapossui dez poços

em produção e chegaa obter 28 barris depetróleo por dia e 10mil metros cúbicos degás natural.

ter uma estrutura logísticacompartilhada. Quantomais players no mercado,mais é possível compartilharequipamentos, comosondas de perfuração, eminimizar custos”.

Todo o óleo e a maiorparte do gás obtidos pelaPhoenix são enviados emcarretas para o Polo deGuamaré em carretas, já quenão tem acesso a rede dedutos da Petrobras,compradora da matériaprima. “O acesso reduziriaos nossos custos.Precisamos dessasfacilidades de produção”,argumenta GustavoCachina.

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transformando o rnpequenas empresas:

O recuo no ritmo daatividade acendeu umsinal de alerta, nãosomente entre governo eprefeitos dos municípiospotiguares produtores depetróleo, mas também emproprietários de terras,que viram as receitasadvindas dos royaltiesdespencarem. Os repassestotais para o RN saíram dafaixa de R$ R$ 550,8

Os repasses totais para o RN saíram da faixa de R$ 550,8milhões,em 2014,e caíram para o patamar de R$ 322,2milhões no ano passado,uma redução de 41,5%

Sinal de alerta após desaceleração de royalties

milhões, em 2014, e caírampara o patamar de R$ 322,2milhões no ano passado,uma redução de 41,5%.

Franklin de BritoNunes possui umapropriedade com 80hectares, localizada noCampo do Canto doAmaro, onde existem novepoços perfurados. Dessetotal, somente cinco estãoem operação. Os quatroforam desativados depois

da retração do setor econsequentemente tevequeda nos repasses.

“Quando um poço éperfurado, nos trêsprimeiros meses, aprodução é alta. Cheguei areceber R$ 20 mil noprimeiro mês, no segundoR$ 18 mil e no terceiro R$15 mil. Depois, foi senormalizando com umamédia de R$ 7 mil. Mashoje estou recebendo

apenas R$ 1,5 mil mensalmente”, revela. Franklin Nunes adquiriu a terra em 2002 com três

poços perfurados. Com o boom de investimentos naregião, foram perfurados mais três poços e até chegar aototal de nove poços. Parte da renda obtida no auge daprodução foi investida em uma empresa de montagemde tendas.

As prefeituras também sentiram o baque com aredução da produção. As 11 cidades do Rio Grande doNorte onde há atividade petrolífera ou por onde passamos dutos têm nos royalties o equivalente a 37% daparcela recebida do Fundo de Participação dosMunicípios (FPM). Um impacto e tanto para essasmicroeconomias.

/// RESERVAS DE ÓLEO EQUIVALENTE EM TERRA

BRASILmais de 1 bilhão de barris

RN300 milhões de barris

Número de companhias independentes: 12 operadorasProdução atual: 46 mil barris de petróleo por dia

PETRÓLEO & GÁS NO RN EM NÚMEROSàà RN é 6º produtor nacional de petróleo e gásàà RN responde por 2,2% da produção nacional da Petrobrasàà RN possui 14 blocosàà O estado tem 102 camposàà São 4.161 poços produtores (até 2017)àà E tem 7.108 poços perfurados

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transformando o rnpequenas empresas:

expertise e estão instaladasna região, possam passar afornecer bens e serviços àcadeia produtiva ou até setornarem operadoras doseu próprio campo. A ideiaé dar condições para queprodutores independentespossam se instalar noestado, a produção ganharescala e assim retomar aatividade.

Ambiente favorável Que a abertura do

mercado é imprescindívelpara retomada dasatividades, não restamdúvidas. Porém, é precisoter um ambientefavorável do ponto devista jurídico eeconômico para que ospequenos negóciospossam aproveitar deforma competitiva essecenário. O debate gira emtorno das condiçõesnecessárias para issoocorrer. Isso é o que

pensa a gerente deDesenvolvimento daIndústria do Sebrae-RN,Lorena Roosevelt.

Para ela, na situaçãoatual, não se torna viável aatividade pensandoexclusivamente naPetrobras porque, segundoela, é inviável para acompanhia continuar com

Para o Sebrae, aatividade ainda éimportante e está muitoaquém da sua capacidadeprodutiva. A cadeia dopetróleo e gás natural abreum leque de possibilidadede fornecimento de bens eserviços, desde a parte delicenciamento ambiental,sísmica e perfuração até aparte de fardamentos,alimentação e transporte.Além disso, pessoasqualificadas estãoaguardando aoportunidade deretomada.

Em função disso, oSebrae no Rio Grande doNorte tem abraçado apauta da reativação dosinvestimentos e daconsolidação da aberturado mercado, fazendo umtrabalho de articulaçãoinstitucional com diversasentidades representativasdo segmento, de forma acriar um ambientefavorável à atuação dasmicro e pequenasempresas.

“Os pequenos negóciostêm um papelfundamental nessa cadeiaprodutiva, uma vez que asgrandes companhias têmno seu core business umaatividade muito específica,mas que precisam dediversas outras empresaspara complementar oserviço”, explica o gestordo Projeto deFortalecimento da Cadeiade Petróleo e Energia doRN do Sebrae-RN, RobsonMatos.

A abertura do mercadoe o aquecimento do setorabrem um espaçoimportante para que asmicro e pequenasempresa, que têm

A cadeia do petróleo e gás natural abre um leque de possibilidade de fornecimento de bens e serviços. Além disso, pessoas qualificadas estão aguardando a oportunidade de retomada

Novo cenário pós-desinvestimento

/// REPASSE ANUAL DEROYALTIES RN*

2018 - R$ 310,2 milhões**

2017 - R$ 322,2 milhões2016 - R$ 289,7 milhões2015 – R$ 388,4 milhões2014 - R$ 550,8 milhões2013 – R$ 509,2 milhões*Estado e municípios **AtésetembroFonte: ANP

a mesma dinâmica que jáfoi no passado. Tambémseria difícil é crer que asoperadorasindependentes, a iniciativaprivada, isoladamente,consigam isso.

“Acredito que a médioou longo prazos teria queter investimentos,políticas, infraestrutura elegislação tributária eambiental que tornassemviável a parceria entre aPetrobras e essasoperadorasindependentes paraviabilizar essa produçãono estado. Essa dinâmicaeconômica, que um dia jáocorreu, tem todacondição de voltar. Masem novos moldes, atravésde parcerias e através deuma legislação específicaque viabilize isso”, avalia.Para Lorena Roosevelt, éimportante pensar aatividade do petróleo forado petróleo, ou seja,

analisar quais sinergiasessa indústria e essa mãode obra qualificadapossuem com outrossetores, até de energiasrenováveis, e que essaregião possa sereestruturar para atenderdemandas que vêm dofuturo.

“A gente precisa pensaro petróleo nos Marcos doPetróleo Onshore,considerando os camposmaduros e marginais, mastambém precisamospensar o petróleo fora dopetróleo. Todo esseconhecimento, esseaprendizado e essacapacidade instalada naregião também podem setornar um elementoatrativo para outros tiposde indústria ou de serviçosque venham a terrelacionamento com aregião de Mossoró”,conclui a analista técnicado Sebrae-RN.

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pequenas empresas:transformando o rn

Propostas abremfronteira paranovos players

A abertura do mercado para novas operadoras dependede políticas públicas que regulamentem a aquisição ecessão dos campos que ainda pertencem à Petrobras. Umadas diretrizes que pretendem disciplinar esse repasse deativos é o projeto Topázio, como é denominado o plano dedesinvestimento da estatal na produção terrestre. Oprojeto foi lançado em 2016 e continha inicialmente umconjunto dez campos maduros da companhia que seriarepassado para operadoras independentes, inclusive oscampos potiguares.

Depois de o Tribunal de Contas da União (TCU)solicitar a revisão da sistemática de venda de ativos dapetroleira e brecar os leilões, o projeto foi relançado no anopassado e disponibiliza agora no Rio Grande do Norte doispolos terrestres, que se encontram em fase vinculante deconcessão, o Riacho da Forquilha e o Macau, além de umpolo marítimo situado em águas rasas, o Rio Grande doNorte Mar.

Ao todo, projetoTopázio prevê o repassede 47 campos no RioGrande do Norte, amaioria situada no poloRiacho da Forquilha, quepossui 34 camposterrestres e onde há 2.274poços perfurados. Aprodução desse polo,operado 100% pelaPetrobras, chegou em2016 a 8.748 barris de óleopor dia e 332 mil metroscúbicos de gás naturalpor dia.

No polo Macau, sãosete campos (Aratum,Lagoa do Aroeira, Macau,Porto Carão, Salina Cristal,Sanhaçu e Serra), sendoque três deles têm porçõesem águas rasas: Aratum,Serra e Macau. Ao todo, oPolo Macau, que tem 24,5milhões de barris depetróleo equivalente (óleoe gás natural) em reservas,de acordo com a Petrobras.Os sete camposproduziram em 2016 algoem torno de 6 mil barrispor dia de petróleo.

Já o polo situado emáguas rasas, a 30quilômetros da costa, o

quais quatro sãohabitadas), duas comfacilidades de separaçãogás/líquido. Os que sãooperados exclusivamentepela Petrobras - Ubarana,Cioba, Oeste de Ubarana eAgulha – obtiveram umaprodução no primeirosemestre do ano passadode 3.729 barris de óleoequivalente por dia. Nosdemais, a produção chegaa 1.567 barris de óleoequivalente por dia.

A companhia tambémrevela que pretendeinvestir nos campos quenão estão no projetoTopázio. “Com base naanálise de portfólio, aPetrobras pretendeinvestir nas concessõesque estão e continuarãosob sua responsabilidade,buscando aportartecnologias e métodos quemaximizem o fator derecuperação. Comoexemplo, podemos citar alicitação para aportetecnológico na concessãode Canto do Amaro,iniciativa que está emandamento no Rio Grandedo Norte”, afirma viaassessoria de imprensa.

Diz também que vemimplantando diversosprojetos dedesenvolvimento visandoà melhoria do fator derecuperação. Em 2017,chegou a investir R$ 800milhões em projetos deprodução, entre eles o deinjeção no campo deUbarana, que está à venda.

Sobre o projeto, aPetrobras diz que asparcerias edesinvestimentossignificam a possibilidadede outros operadoresinvestirem no RN. “Osnovos concessionárioscontinuarãodesenvolvendo asoperações e atividadesinerentes às concessõesdos polos”. Até agora,nenhum campo do projetoteve a venda ou cessãoconcretizada.

O projeto Topázio, como é denominado oplano de desinvestimento da estatal naprodução terrestre, é uma das diretrizes

///PROJETO TOPÁZIO EM NÚMEROS

80 campos em fase devenda

9 .000poços perfurados

47 campos potiguaresà venda

POLOS POTIGUARESRiacho daForquilha, Macau eRio Grande doNorte Mar

Rio Grande do Norte Mar,tem seis campos - Agulha,Cioba, Oeste de Ubarana,Pescada e Arabaiana eUbarana, este último foi oprimeiro campo que aPetrobras descobriu no RioGrande do Norte, emnovembro de 1973.

Atualmente, produzemcom 54 poços e 25plataformas fixas (das

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transformando o rnpequenas empresas:

Programa Reate estudacrédito para independentesA implementação do Programa Reate devetriplicar o número de companhias queoperam no setor petrolífero brasileiro

“O programa é muitocompetitivo”.

JOÃO VICENTE DE CARVALHO VIEIRA

Outra importanteiniciativa para revigorar aprodução terrestre por partede outros players veio doMinistério de Minas eEnergia (MME), o Programade Revitalização dasAtividades de Exploração eProdução de Petróleo e GásNatural em Áreas Terrestres

políticas voltadas aoincremento dasatividades de exploração eprodução de petróleo egás natural em terra. Naprática, regulamenta orepasse dos camposenvolvidos no projetoTópazio para osoperadoresindependentes, já quevisa estrategicamenterevitalizar e estimular,assim como aumentar acompetitividade daindústria petrolífera nesteambiente.

Entre as metas do Reate,estão a inclusão de pelomenos outras 25 empresasna oferta permanente etriplicar a produção atualdos campos terrestres emdois anos. De acordo com osecretário de Petróleo GásNatural e CombustíveisRenováveis do Ministériode Minas e Energia - MME,João Vicente de CarvalhoVieira, as ações do plano acurto prazo dependem dosucesso do projeto Topázio.

(Reate). A implementaçãodessa inciativa deve triplicaro número de companhiasque operam no setorpetrolífero brasileiroatualmente.

Lançado no anopassado, o programa temcomo objetivos propor emonitorar ações, projetos e

No entanto, a médio e longoprazos traz vantagens para osetor, como abrir todos oscampos para ofertapermanente, por viabilizaros novos atores e ampliar acadeia. “O programa é muitocompetitivo”, resume.

JOÃO VICENTE DE CARVALHO - MME

REATE

OBJETIVO

propor e monitorarações, projetos epolíticas voltadas aoincremento dasatividades deexploração eprodução de petróleoe gás natural em terra.

25 empresas serãoincluídas na ofertapermanente,triplicando aprodução atual doscampos terrestres emdois anos.

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pequenas empresas:transformando o rn

Maior pluralidade de empresas no setor a partir de 2019Uma nova portaria da Agência Nacional de Petróleo(ANP) obriga o repasse dos ativos terrestres da Petrobrasaté o primeiro semestre de 2019 e apresentação deplanos de desenvolvimento dos blocos de interesse. Emvez de leilões, as ofertas serão permanentes

As perspectivas de aatividade petrolíferavoltar a aquecer no RioGrande do Norte sãoanimadoras,principalmente devido àaprovação da Portaria denúmero 309, da AgênciaNacional do Petróleo, GásNatural eBiocombustíveis (ANP).Baseadas nas políticas deexploração e produçãoestabelecidas peloConselho Nacional dePolítica Energética(CNPE), as regrascontidas na normativa eaprovadas em setembropassado visam àmaximizar o fator derecuperação e o incentivoà competitividade nosetor com uma maiorpluralidade decompanhias em camposterrestres e em águasrasas.

A portaria afetadiretamente o Rio Grandedo Norte, já que o grupode trabalho determinou aavaliação do nível deinvestimentosnecessários para mitigar asituação atual de quedada produção e deatividades nessesambientes. Os objetivossão ampliar asparticipaçõesgovernamentais,controlar o declínio dasreservas, a corretaexploração dosreservatórios e atrairnovos investimentos.

Pelas regras, aPetrobras terá deapresentar até o fim doano a solicitação deprorrogação doscontratos dos camposterrestres e em águasrasas que forem dointeresse da companhia,acompanhado dosrespectivos planos dedesenvolvimento,contemplando aretomada deinvestimentos nasconcessões. Nos casos em

que não houver interesse de prorrogaçãocontratual ou aprovação da ANP, ou que forverificada a necessidade de alteração do planode desenvolvimento para realização deinvestimentos adicionais, a ANP tomarámedidas administrativas para realização dosinvestimentos ou devolução das áreas.

“A Diretoria Colegiada da ANP determinou,através da RD 568/2018, que a Petrobrasconcluísse os projetos de alienação jáiniciados até o primeiro semestre de 2019.Além disso, determinou que a empresaavaliasse, dentro de 90 dias, quais ativosterrestres e de águas rasas seriam de seuinteresse, para manutenção em carteira,devendo os demais serem devolvidos à ANP oucedidos a outras empresas”, assegurou ocoordenador de Áreas Terrestres da ANP, JoséFernando de Feitas.

Petrobras deveráapresentar pleitos deprorrogação contratualdos campos de seuinteresse acompanhadosdos respectivos Planos deDesenvolvimento, queindiquem a retomadaimediata dosinvestimentos. Para osdemais, poderá avaliar sedeseja que a ANP a auxilieno processo dedesinvestimentos pormeio da realização deleilões.

JOSÉ FERNANDO DE FEITAS - ANP

Uma das principaispreocupações dos empresáriosque querem investir nesse setoré justamente a regularidade econstância dos leilões. O que éagência tem planejado paraatender a essas expectativas?

Todo o processo de oferta deativos em terra, quer seja deprodução ou de exploração,passa agora a ser feito através daOferta Permanente, ou seja, jánão há necessidade de leilõesperiódicos. Inicialmente, estãoselecionados quase 900 blocos e14 campos maduros, dos quaismais de 700 estão em terra. Masesse número será aumentado àmedida que seus dados sejamorganizados e as áreasambientais manifestem suaconcordância.

O senhor acredita que aatividade de produção terrestreno Brasil e no RN ainda temmuito potencial a serexplorado?

Considerando que os atuaisFatores de Recuperação dasbacias terrestres são em geralmuito baixos quandocomparados a outras áreasprodutoras no mundo e com asmelhores práticas da indústria,estimamos que muito ainda hápor fazer.

Há estimativas de quanto osetor ainda pode produzir emovimentar com a ofertapermanente de áreas?

Atualmente, o Fator deRecuperação da Bacia Potiguar éde 16%, quando um valor maispróximo das médias mundiaisseria de 35%. Um incremento deum ponto percentual no atualFator de Recuperaçãorepresentaria uma adição àsreservas de cerca de 65 milhõesde barris de óleo equivalente,demandando investimentos demais de 500 milhões de dólares epagamento de royalties de cercade 300 milhões de dólares.

JOSÉ FERNANDO DE FEITAS

COORDENADOR DE ÁREAS TERRESTRES DA ANP

OFERTA DE ÁREASNÃO PRECISA MAIS DE LEILÕES PERIÓDICOS

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transformando o rnpequenas empresas:

Hub

Mossoró como centro tecnológico do onshore do país

Tornar a região de Mossoróuma referência em produção etecnologia de bens e serviçosdirecionados para a cadeiaprodutiva de petróleo peloknow-howna área deprodução e exploraçãoterrestre, estrutura já instaladapara atender ao setor e,principalmente, posiçãogeográfica estratégica emrelação aos demais polosprodutores no Nordeste,Sudeste e Norte. A ideia decriação de um hubtecnológico do petróleo naregião, como uma espécie deparque tecnológico, temganhado força entre a classeempresarial da cidade depoisda redução do ritmo daatividade com osdesinvestimentos daPetrobras nos últimos anos.

A ideia faz muito sentido, jáque o Rio Grande do Norteestá dentro da margemequatorial, uma faixa noAtlântico estimada em ummilhão de quilômetrosquadrados considerada a novafronteira de exploração depetróleo e gás em águas rasasdo Brasil e que vai do litoral do

de Tecnologia Petróleo e Gás(IST), sem mencionar oCentro de Tecnologia do GásNatural (CTGás), que ficalocalizado em Natal.

Embora a especulação nãotenha sido confirmada pelacompanhia, segundo osempresários, a Shell já teriainteresse em montar no RioGrande do Norte umaunidade de tancagem paraadquirir o óleo obtido pelasoperadoras independentes erefinar fora do estado. Caso ainformação se confirme, aregião precisará de umaestrutura portuária paraescoar tanto o petróleo,quanto equipamentos. Oucorrerá o risco de ver essematerial sair pelo Porto dePecém, terminal portuário noestado Ceará. O RN até já temem Guamaré uma unidade debombeio em alto mar, em quenavios petroleiros atracam esão abastecidos, mas talestrutura é de propriedade daPetrobras.

ViabilidadeO presidente da

Redepetro-RN, GutembergDias, também destaca aviabilidade do hubporque acidade está a 1.800quilômetros de qualquer áreaprodutora de petróleo emterra, o que favorece alogística. “As empresas, quefabricam bombas oumateriais para sondagem,operando a partir da cidadeconseguem atender a todoBrasil. Se efetivamente acidade se voltar a ser esse hubde equipamentos, produtos emateriais, teríamos comoatender o mercado brasileirocom muita tranquilidade”.Segundo ele, a transformaçãovisa atrair empresas queconsumam e forneçam bensnessa cadeia, mas o governo,prefeituras do Oeste e classepolítica precisa se unir embusca desse objetivo. “Nós,associações de classes,estamos imbuídos nesseprojeto porque essa atividadetraz desenvolvimento para aregião e todo o estado”,conclui.

Classe produtiva almeja a elevação do Rio Grande do Norte, a partir de Mossoró, à condição de hubtecnológico de produtos e serviços petrolífero do Brasil

GUTEMBERG DIAS - REDEPETRO-RN

Amapá ao Rio Grande doNorte.

Nessa região, sem contarcom o RN, já existem 44blocos operados por 13companhias, incluindoPetrobras e Shell, e queprecisam de serviços demanutenção efornecimento de produtos,incluindo a indústria de gásnatural do Maranhão, omaior produtor em terra.Do outro lado, na faixa leste,

Mossoró atenderia aosblocos do Nordeste,sobretudo o recôncavobaiano, e o Sudeste, naregião da Bacia de Campos,fazendo o elo entre os doisextremos.

Expertise E não é apenas na

geografia que o RN sedestaca, mas também natecnologia. Mossoró temduas das maiores

companhias globaisreferência em serviçosnessa área, a Schlumbergere a Halliburton, queoferecem serviçosespecializados de altatecnologia para asoperadoras petrolíferas,como perfilagem,canhoneio e testes deformação a poçosrevestidos. Tem ainda umcentro avançado depesquisas, o Instituto Senai

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