Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de uma criança. Fernando Pessoa.

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Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de uma criança. Fernando Pessoa

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Não há império que valha

que por ele se parta uma

boneca de uma criança.

Fernando Pessoa

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Uma breve nota:

A música desta apresentação se chama ‘Ameno’ (amenizar, libertar), composta pelo grupo Era.

A tradução da letra está logo a seguir, e vale alguns instantes de reflexão, antes de se prosseguir com a apresentação.

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AMENOGrupo Era

AMENOGrupo Era

Dori me Interi mo, AdapareDori meAmeno, AmenoLantire, Lantire moDori me

Ameno, Omenare, imperaviAmeno, Dimere, dimereMantiro, Mantire moAmeno

Omenare, imperavi emulariAmenoOmenare, imperavi emulari

Ameno, Ameno doreAmeno dori meAmeno dori me

Ameno, DomDori me, ReoAmeno dori meAmeno dori me

Dori me, Dom

Sinta minha dor Absorve-me, Toma-me Sinta minha dor Liberta-me, Liberta-me Descubra-me , Descubra meus sinais Sinta minha dor

Suaviza (esta dor), Conforta-me Perceba, perceba Mutilaram-me, Machucaram-me Liberta-me

Suaviza (esta dor), Conforta-me Liberta-me Suaviza (esta dor), Conforta-me

Liberta-me, Ameniza a dor Ameniza minha dor Ameniza minha dor

Liberta-me, Senhor Alivia minha dor, Rei Ameniza minha dor Ameniza minha dor

Tira-me esta dor, Senhor

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Qual o mundo que deixaremos para trás

- para as próximas gerações

-, quando partirmos?

Uma breve jornada,

oportunidades,

legados que ficarão.

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Que herança lhe destinaremos?

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O futuro dependerá

do que agora

fizermos.

E, certamente,

há muito por se fazer...

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Cabul, Afeganistão

Três anos depois da queda do regime Talebã, - num país

dilacerado pela guerra e onde as oportunidades de trabalho,

alimentação e necessidades básicas são escassas -,

crianças disputam migalhas de carvão que caem dos sacos

transportados por caminhões da Cruz Vermelha, de modo a

garantir seu próprio sustento e de suas famílias.

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Karkhla, Paquistão

Crianças com idade entre 4 e 6 anos, em sua maior parte provenientes

de famílias afegãs refugiadas da guerra civil que acomete seu país

natal, trabalham em fábricas de tijolos. O seu desgastante trabalho

consiste em virar os tijolos para que sequem mais rapidamente ao sol.

O seu peso de criança permite que realizem seu penoso trabalho sem

amassar os tijolos em que se apóiam.

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Tegucigalpa, Honduras

Abutres e crianças disputam as sobras que encontram

num aterro sanitário da capital hondurenha. Juan

Flores e outras crianças reviram o lixo a fim de

encontrar qualquer coisa que possa ser comido ou

vendido.

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Siliguri, Índia

Ruksana Khatun, de nove anos de idade, quebra pedras na

periferia da cidade. Pequenas mãos calejadas em troca de um

salário irrisório.

Segundo a Organização Internacional de Trabalho, OIT, mais de

220 milhões de crianças trabalham no mundo, mais da metade

delas em funções perigosas e em condições e horários

precários, com jornadas de trabalho de até 17 horas.

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San Vicente, Colombia

Na entrada de um bordel, adolescente aguarda o próximo cliente.

Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância,

UNICEF, revelam que milhões de crianças são vítimas da exploração

sexual em todo o mundo. A cada ano, um milhão e duzentas mil

crianças são vítimas de tráfico e venda.

Triste mundo que assim trata as suas crianças.

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Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no Brasil,

segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, OIT.

O filme “Anjos do Sol” aborda a cruel realidade que cerca o tema.

Conforme relatos da equipe de produção, a exploração sexual de crianças

e adolescentes no país ocorre em duas frentes: - nas cidades litorâneas,

estando ligado ao turismo sexual realizado por estrangeiros; - e nas

cidades do interior das regiões Norte e Nordeste, onde a necessidade

desesperada de renda criada pela pobreza leva os pais a venderem suas

filhas.

Dentre as tantas histórias tristes que inspiraram o roteiro do filme está a

da pequena menina apelidada de R$ 0,50, por ser este o preço que ela

cobrava por programa.

O filme expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual

infanto-juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que

lucram com esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas

famílias), donos de boates, cafetões, coronéis e políticos.

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Recife, Brasil

A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima

existirem 100 milhões de crianças vivendo nas

ruas do mundo subdesenvolvido ou em

desenvolvimento, das quais 10 milhões no Brasil.

A maioria dessas crianças

abusa das drogas, que as

ajudam a negar, a fugir da

realidade, a matar a fome,

e a se aquecer.

Muitas destas crianças mantêm algum tipo de

laço familiar, porém despendem a maior parte

do tempo nas ruas, - pedindo esmola, vendendo

coisas de pouco valor, engraxando sapatos,

lavando vidros de carros -, a fim de

complementar o ganho familiar. Não raro, se

envolvem em pequenos furtos.

Outras vivem de fato nas ruas, em grupos,

dormindo em prédios abandonados, debaixo de

pontes e viadutos, e em parques públicos.

Nos dois grupos, os meninos são maioria. As

meninas têm por destino a prostituição.

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Talvez seja hora dos políticos e

governantes

incluírem ‘compaixão social’ nas

suas pautas e agendas de trabalho.

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Tão perversas quanto persistentes, as desigualdades sociais e a

pobreza atingem particularmente a população infanto-juvenil no país.

Estudos têm mostrado que as condições de vida das crianças são mais

severas em lugares onde a infra-estrutura escolar é de baixa qualidade.

Faz-se necessário, portanto, criar condições que estimulem um

aumento na freqüência escolar, com a conseqüente ampliação dos seus

horizontes e o desenvolvimento das suas potencialidades.

As políticas destinadas a acabar com o trabalho infantil também devem

procurar eliminar a necessidade da família pela renda da criança.

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Não muito distante da

Disneylândia, a Terra da Fantasia,

crianças, filhos de pais viciados em

drogas, catam latas a fim de

complementar o orçamento

familiar, e ajudam, como podem,

nos afazeres domésticos.

Segundo dados do Escritório das

Nações Unidas de Combate às

Drogas e ao Crime, UNODC, o

uso de drogas ilícitas no mundo

vem crescendo, apesar dos

esforços mundiais de controle.

Os EUA permanecem como os

principais consumidores de

maconha e cocaína no mundo. Califórnia, Estados Unidos

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O aumento no consumo das drogas sintéticas, como a

anfetamina e estimulantes similares ao ecstasy, é considerado

preocupante pela facilidade com que elas são produzidas, já

que, ao contrário das drogas tradicionais, não são necessárias

grandes áreas de plantações, sendo produzidas com produtos

químicos facilmente obtidos, em laboratórios muitas vezes

improvisados, tornando o combate mais difícil.

Segundo o UNODC, a questão das drogas sintéticas exige uma

redefinição das abordagens adotadas, devendo-se mudar o

paradigma em torno da questão do combate às drogas, com a

prevenção ganhando uma importância muito maior do que a

repressão.

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Congo, África Central

A avó de Chantis Tuseuo, de nove anos de idade, estende a mão

para sua neta, gravemente desnutrida, que aguarda atendimento

num posto de saúde nos arredores de Kinshasa.

No mundo, segundo dados do UNICEF, estima-se que 55% das

mortes de crianças estão associadas à desnutrição, à fome que

debilita lentamente.

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A insanidade

das guerras…

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Irlanda do Norte,

décadas de 80 e 90

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Chechênia, 1997

Kosovo, 1999

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África, desde sempre

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Faixa de Gaza,

Palestina, 2004

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Iraque, 2005

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Israel, 2006

Líbano, 2006

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etc, etc etc...

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até quando?

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É no coração da noite,

que desponta o dia.

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Qual o mundo que pretendemos deixar

para as futuras gerações?

Um mundo mais justo, certamente...

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O Reino de Deus não irá despencar sobre nossas

cabeças da noite para o dia.

Se somos sinceros no nosso desejo

de que ele venha até nós, temos

que fazer a nossa parte.

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O Reino de Deus, a idade

áurea marcada pela justiça,

não descerá dos céus.

Ele soerguer-se-á do chão

em que pisamos, regado

pelo sagrado suor dos que

se importam com o

próximo.

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A sua chegada depende de

pequenos atos de

bondade, de heróicos

gestos de compaixão.

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Qual o mundo que deixaremos para

as crianças de hoje?

Para as que ainda nascerão?

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M i s e r i c ó r d i

a

Ela representa, portanto, um sentimento de empatia,

colocar a miséria do próximo no nosso próprio

coração.

A palavra misericórdia, de origem latina, surge da

junção de misereo (miséira), e cor (coração).

A misericórdia se refere ao coração que

se compadece e age.

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Elie Wiesel, escritor romeno

O oposto da fé não é a heresia,

mas a indiferença.

O oposto da vida não é a morte,

mas a indiferença.

O oposto da amor não é o ódio,

mas a indiferença.

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K y r i é E l é i s o n

Estou precisando do Teu Sopro,da Tua Força,

da Tua Misericórdia.

Antiga invocação grega que significa:

Senhor, envia Teu Sopro,

envia Tua Misericórdia.

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Bem-aventurados os misericordiosos,

porque alcançarão misericórdia.

Jesus Cristo,

Sermão da Montanha

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Quem semear, colherá...

Há muito por ser feito ainda.

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Deus move o céu inteiro naquilo que o

ser humano é incapaz de fazer.

antigo ditado oriental

Mas não move uma palha naquilo que a

capacidade humana pode resolver.

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Não permita que as preciosas horas dos

preciosos dias da tua vida passem em branco.

Empenhe-se por tornar o pequeno

canto onde vive em algo um pouco

melhor do que antes da tua chegada.

As crianças do mundo agradecerão.

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Grande é a poesia, a

bondade e as danças,

Fernando Pessoa

mas a coisa melhor do

mundo são as crianças.

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Formatação:

[email protected]

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