“não corresponde à realidade social” - jtm.com.mo · Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016...

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5086 • Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 10 PATACAS 25 0 C/32 0 C • HOJE Fonte SMG AMANHÃ HÁ BENFICA-SPORTING EM MACAU Pág. 12 PUB Pág. 5 Visita “muito produtiva“ de jovens empresários Durante uma semana, jovens empresários locais visitaram em- presas e centros de incubação de negócios em Portugal, num pro- grama que Jorge Valente, presi- dente da Associação dos Jovens Macaenses considerou “muito positivo e produtivo”. Pág. 9 Presidente Português intervem amanhã na ONU O Presidente da República Portu- guesa Marcelo Rebelo de Sousa vai intervir pela primeira vez pe- rante a Assembleia Geral da ONU amanhã à tarde, madrugada de quarta-feira em Macau. Marcelo Rebelo de Sousa, que viaja em voo comercial, leva uma comitiva ofi- cial que inclui o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que vai participar com Marcelo Rebelo de Sousa em duas iniciativas sobre refugiados, e o ministro dos Negó- cios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Marcelo Rebelo de Sousa e Jorge Sampaio vão cruzar-se em Nova Iorque com o antigo primei- ro-ministro português António Guterres, que estará nesta cidade no mesmo período, prosseguindo os contactos relacionados com a sua candidatura ao cargo de secre- tário-geral da ONU. No dia da sua intervenção, estará presente numa recepção oferecida pelo presiden- te Barack Obama. À margem da sessão de debate geral anual en- tre chefes de Estado e de Governo dos 193 membros-membros da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa vai ter encontros bilaterais com o rei de Espanha, Felipe VI, e com o recém-empossado presidente do Brasil, Michel Temer. A saúde é o factor mais importante para uma vida melhor se- gundo os cidadãos de Macau que responderam ao questionário “Better Life Index” um estudo da Organização para a Coope- ração e Desenvolvimento Económico (OCDE) a decorrer desde 2011. Até ao momento os dados recolhidos em Macau mostram que a maioria dos cidadãos que responderam ao inquérito on- line consideram que a saúde é o elemento determinante para obter melhores condições de vida, seguindo-se a satisfação pes- soal e a educação. A segurança fica em quarto lugar e a habita- ção em oitavo. Mas nem todos concordam. Saúde é o mais importante para a população local Biblioteca Central a concurso até 2017 Num encontro com mais de 60 pessoas, o Instituto Cultural apre- sentou o projecto para a biblioteca central, que será alvo de concurso público até ao início de 2017. A audiência mostrou-se favorável à decisão, pedindo que acelerassem os trabalhos. Pág. 4 Motoristas queixam-se dos Terminais Num inquérito a motoristas e trabalhadores dos terminais de autocarros, a maioria apontou a falta de casas-de-banho e más condições nas salas de descanso. A deputada Ella Lei exortou o Governo a forçar as companhias a tomarem medidas. Pág. 6 Vão nascer hortas biológicas na EPM A zona de recreio da Escola Por- tuguesa de Macau vai ser a partir deste ano lectivo, um espaço mais ecológico. “Vamos ter um espaço só para este projecto. Os alunos já pintaram e decoraram os pneus onde vamos fazer as hortas”, ex- plicou Andreia Ramos. Pág. 7 Págs. 2 e 3 O regresso dos Beatles DEPUTADA SONG PEK KEI EM ENTREVISTA AO JTM Lei Eleitoral “não corresponde à realidade social” FOTO JTM DOSSIER Centrais

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5086 • Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 10 PATACAS

250C/320C• • • HOJE

Fonte SMG

AMANHÃ HÁ BENFICA-SPORTING EM MACAU Pág. 12

PUB

Pág. 5

Visita “muito produtiva“de jovens empresáriosDurante uma semana, jovens empresários locais visitaram em-presas e centros de incubação de negócios em Portugal, num pro-grama que Jorge Valente, presi-dente da Associação dos Jovens Macaenses considerou “muito positivo e produtivo”. Pág. 9

Presidente Portuguêsintervem amanhã na ONUO Presidente da República Portu-guesa Marcelo Rebelo de Sousa vai intervir pela primeira vez pe-rante a Assembleia Geral da ONU amanhã à tarde, madrugada de quarta-feira em Macau. Marcelo Rebelo de Sousa, que viaja em voo comercial, leva uma comitiva ofi-cial que inclui o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que vai participar com Marcelo Rebelo de Sousa em duas iniciativas sobre refugiados, e o ministro dos Negó-cios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Marcelo Rebelo de Sousa e Jorge Sampaio vão cruzar-se em Nova Iorque com o antigo primei-ro-ministro português António Guterres, que estará nesta cidade no mesmo período, prosseguindo os contactos relacionados com a sua candidatura ao cargo de secre-tário-geral da ONU. No dia da sua intervenção, estará presente numa recepção oferecida pelo presiden-te Barack Obama. À margem da sessão de debate geral anual en-tre chefes de Estado e de Governo dos 193 membros-membros da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa vai ter encontros bilaterais com o rei de Espanha, Felipe VI, e com o recém-empossado presidente do Brasil, Michel Temer.

A saúde é o factor mais importante para uma vida melhor se-gundo os cidadãos de Macau que responderam ao questionário “Better Life Index” um estudo da Organização para a Coope-ração e Desenvolvimento Económico (OCDE) a decorrer desde 2011. Até ao momento os dados recolhidos em Macau mostram

que a maioria dos cidadãos que responderam ao inquérito on-line consideram que a saúde é o elemento determinante para obter melhores condições de vida, seguindo-se a satisfação pes-soal e a educação. A segurança fica em quarto lugar e a habita-ção em oitavo. Mas nem todos concordam.

Saúde é o mais importantepara a população local

Biblioteca Central aconcurso até 2017Num encontro com mais de 60 pessoas, o Instituto Cultural apre-sentou o projecto para a biblioteca central, que será alvo de concurso público até ao início de 2017. A audiência mostrou-se favorável à decisão, pedindo que acelerassem os trabalhos. Pág. 4

Motoristas queixam-sedos TerminaisNum inquérito a motoristas e trabalhadores dos terminais de autocarros, a maioria apontou a falta de casas-de-banho e más condições nas salas de descanso. A deputada Ella Lei exortou o Governo a forçar as companhias a tomarem medidas. Pág. 6

Vão nascer hortasbiológicas na EPMA zona de recreio da Escola Por-tuguesa de Macau vai ser a partir deste ano lectivo, um espaço mais ecológico. “Vamos ter um espaço só para este projecto. Os alunos já pintaram e decoraram os pneus onde vamos fazer as hortas”, ex-plicou Andreia Ramos. Pág. 7

Págs. 2 e 3

O regresso dos Beatles

DEPUTADA SONG PEK KEI EM ENTREVISTA AO JTM

Lei Eleitoral “não correspondeà realidade social”

FOTO

JTM

DOSSIERCentrais

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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As eleições legislativas são no próximo ano. As regras de declarações das informações

para as campanhas previstas na revi-são da Lei Eleitoral foram criticadas. Qual é a sua opinião?

-As regras são confusas e não cor-respondem à realidade social de Ma-cau. Por exemplo, sou presidente de honra de uma associação e isso não significa que administre essa associa-ção. Macau é considerada uma comu-nidade “associativa” porque também já se tornou numa forma de sociali-zação. Não faz qualquer sentido ser obrigatório declarar as informações de uma associação quando os candi-datos não têm ligações directas com essa associação. Além disso, a lei não prevê concretamente como declara-mos essas informações.

-Vários deputados e associações queixam-se que a campanha eleito-ral está sujeita a mais controlo e fis-calização. De que forma acha que o Governo vai diferenciar a campanha eleitoral das actividades regulares das associações?

-Isso tem a ver com os objectivos de determinadas actividades. As as-sociações solicitam um pedido à Fun-dação Macau e, por isso, é previamen-te explicado qual o pressuposto da actividade, e se é ou não enquadrada no âmbito de uma campanha eleito-ral. O Governo não me pode acusar se estiver a socializar com as pessoas durante uma actividade associativa, porque isso não significa que esteja a fazer campanha eleitoral. Se for as-sim, é melhor que os deputados não vão a lado nenhum.

-Nas próximas eleições, acha que os candidatos devem ser responsabi-

lizados nos casos de compra de votos?-O Governo já explicou isso. A res-

ponsabilidade criminal recai sobre quem pratica o acto. A lei não deve penalizar alguém que não praticou o crime.

-Nas eleições é diferente?-Não podemos esquecer que as

pessoas podem comprar votos só para culpar outras listas. Se alguém vier cá dar dinheiro e isso for descoberto a lista é retirada das eleições.

-Vai recandidatar-se à Assembleia Legislativa?

-Ainda não pensei nisso. Vou pen-sar mais tarde, porque assim tenho menos dores de cabeça (risos). Para já, só penso em melhorar os actuais tra-balhos.

-Os eleitores votam mais cons-cientemente?

-Claro que sim. As pessoas estão cada vez mais instruídas e com o de-senvolvimento e acesso à internet as pessoas estão cada vez mais informa-das. Por estas razões, acho que os ci-dadãos sabem avaliar com mais rigor os trabalhos e o perfil dos candidatos.

- É a mais jovem deputada do he-miciclo. Os jovens locais estão “des-ligados” da política?

-Os jovens de Macau não são mui-to interessados na política e há várias razões para explicar isso. Penso que a nova geração é muito influenciada pe-los pais, portanto, as pessoas seguem a sua vida o que é normal dentro de uma comunidade chinesa: estudam, traba-lham, poupam dinheiro para comprar

casa e casam. Deste modo, participar na vida política não é uma prioridade para a maioria da população.

-A nova geração é tida como mate-rialista. Partilha da mesma opinião?

-Toda a gente, também me incluo, gosta de coisas materiais, é normal. As pessoas gostam de “gozar” a vida. Hoje em dia, a nova geração encara outro tipo de problemas e que se de-vem, em parte, pelas despesas diárias serem mais elevadas e, para os jo-vens poderem comprar casa têm que trabalhar muito mais. Por isso, não podemos simplesmente achar que os jovens são mais materialistas porque eles só estão a seguir com a vida deles.

-O mandato dos deputados termi-na no próximo ano. Que balanço faz dos trabalhos da Assembleia Legisla-tiva?

-É difícil resumir. Nos últimos três anos, passámos por várias fases in-cluindo a mudança dos dirigentes do Governo o que, por sua vez, alterou a orientação das políticas e o modo de trabalhar. Colocando-me na posição dos residentes, penso que o Executivo deve continuar com os trabalhos. Na realidade, este aspecto não tem sido satisfatório porque não temos visto os trabalhos a serem conduzidos, in-cluindo a apresentação de propostas de lei. Este Governo está a seguir os mesmos passos do Executivo cessan-te e está a concluir o que ficou para trás. Basicamente, há muitos serviços públicos que, neste momento, estão a finalizar os trabalhos deixados pelos

Viviana Chan serviços do Governo anterior. Agora também entendo que

em termos de recursos humanos o Governo não tem capacidade suficien-te para responder aos novos requeri-mentos e necessidades da população.

-O Governo tem aplicado me-didas para aumentar o nível de efi-ciência administrativa. Tem havido resultados?

- Este Governo como o anterior falaram, várias vezes, em reforçar a coordenação entre os diversos ser-viços, inclusive através da reforma e reestruturação da administração pública. Mas, continuamos a assis-tir a uma lentidão de trabalhos, para além de que são precisos dois anos para aplicar a fusão de serviços. No meu ponto de vista, os problemas que já existiam continuam por resolver e a eficiência administrativa não foi aperfeiçoada. O que o Governo fez foi apenas alterar algumas coisas à su-perfície.

-Tais como?-A reestruturação do Instituto para

os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e do Instituto do Desporto e com o mesmo número de trabalha-dores. São dois órgãos para organi-zar actividades de entretenimento e, depois de reestruturados, acho que as actividades organizadas serão as mesmas. Conheço uma pessoa que quer abrir uma oficina mas à entrada do espaço há parquímetros que im-pedem a entrada dos carros na ofici-na. Por isso, esse indivíduo tem tido algumas dificuldades em resolver a questão juntos dos serviços públicos porque a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) infor-mou-o que para remover os parquí-metros tem de solicitar autorização junto dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Só

DEPUTADA SONG PEK KEI EM ENTREVISTA AO JTM

Lei Eleitoral “não corresponde à realidade social”

A deputada Song Pek Kei revelou que ainda não pensou na recandidatura numa altura em que falta menos de um ano para as

eleições legislativas. Em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Song Pek Kei aponta que a revisão da Lei Eleitoral vai gerar mais confusão porque as regras previstas não se adequam à realidade de Macau. Por outro lado, a deputada está do lado do Governo na

questão de atribuir responsabilidade criminal ao indivíduo que cometer o crime de compra de votos

Há muitos serviços públicos que, neste momento,estão a finalizar os trabalhos deixados pelos serviços

do Governo anterior

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 03

que, quando foi pedir informações a DSSOPT disse-lhe que não sabia nada sobre assunto e que não podia aju-dar a resolver. Como é isso é possível quando este assunto está relacionado com os dois serviços? É neste contexto que digo que o Governo só faz coisas superficiais e ainda não resolveu os problemas nucleares.

- Tem criticado o mecanismo de recrutamento centralizado na Função Pública. A situação melhorou?

-A ideia por detrás do recrutamen-to centralizado é garantir uma meca-nismo de selecção justo e transparen-te. Mas, o mesmo mecanismo foi alvo de críticas por ser demasiado exigente e lento. Antigamente, os serviços pú-blicos tinham o direito de abrir pro-cessos de recrutamento para além de que tinham autonomia suficiente para fazer isso. Actualmente, esse tipo de recrutamentos é mais demorado por causa dos problemas de coordenação dos diversos departamentos. Por isso, sugerimos a criação de uma lista de competências do pessoal da Função Pública, a que bastaria a assinatura dos chefes de departamentos que as-sim poderiam assumir responsabili-dades em determinados casos de for-ma a acelerar os trabalhos.

- O Governo garantiu que vai con-tinuar a melhorar vários aspectos le-gislativos. Tem havido sucesso nesta meta?

-A ideia do Governo é boa, ago-ra cada um tem a sua equipa de ju-ristas para elaborar as leis e às vezes falta uma visão global das coisas. O Governo pretende ter uma coordena-ção central da legislação, abrangendo vários pormenores. Além disso, o Go-verno não tem sido muito activo com os trabalhos que apresenta. Há mui-tos diplomas relacionados com o quo-tidiano de Macau que deveriam ser apresentados pelo Executivo na As-sembleia Legislativa mas tal não é fei-to. O que, por consequência, só atrasa na elaboração do processo legislativo. Além disso, noto que o Governo não é nada pragmático. Isto não significa que esteja contra, em algumas situa-ções, o Governo agir mais lentamente, mas sobre alguns temas que são mais consensuais o Governo deveria ser mais decisivo como, por exemplo, em relação ao salário mínimo.

-Pode explicar melhor?-O Governo deve dividir as tarefas

por fases. O salário mínimo já obteve um consenso social, mas até agora só ficou definido para os trabalhadores de segurança e de limpeza. O Regime de Previdência Central não obrigató-rio é outro exemplo. A sociedade está mentalizada para a necessidade de ter este fundo de Previdência Central não obrigatório, e mesmo assim o Gover-no vai, nos primeiros três anos, defi-nir o regime como não-obrigatório e só depois é que vai ponderar alterar a obrigatoriedade. Isto é simplesmente repetir os trabalhos todos outra vez.

-É um dos rostos que levou o ar-rendamento para o Hemiciclo. Tive conhecimento de que há opiniões contra a ideia de limitar o aumento das rendas nas lojas...

-O diploma está a ser discutido na especialidade e recebemos de facto opiniões que sugerem a exclusão do arrendamento das lojas neste diploma.

-Porquê?-Porque as pessoas defendem que

as lojas são para fazer negócios e as casas envolvem o direito de residência das pessoas, é um direito humano, ao contrário das lojas. As pessoas acham que os utentes destes espaços comer-ciais não merecem ser tão protegidos

como os utentes das habitações.-Os inquilinos estão preocupados

com a fixação do coeficiente para ac-tualização das rendas na ordem dos 30%. Não é uma taxa muito alta?

-Isso é um grande desentendi-mento. Queria aproveitar esta opor-tunidade para esclarecer. Quando apresentámos o diploma, demos um exemplo do regime de fixação da taxa de juro. As pessoas entenderam mal, ou seja, que queríamos fixar uma taxa mínima de aumento na casa dos 30%. Na realidade, a nossa proposta não prevê qualquer valor. Gostaríamos que o Governo defina este coeficien-te de actualização de rendas no terri-tório. A ideia não é ajustar esta taxa anualmente, mas ter uma taxa fixa, as-sim, pode-se manter a estabilidade do mercado de arrendamento. Ou seja, se esta taxa muda todos os anos, vai impulsar a instabilidade do mercado imobiliário e nós não queremos isso.

-Qual é o valor adequado?-Isso depende do mecanismo e

não o que eu acho que deva ou não ser. Queremos que o Chefe do Execu-tivo defina esses valores porque tem na sua posse dados mais globais. Este diploma pode tranquilizar o mercado imobiliário de Macau e, inclusive, aju-dar e dar mais tempos aos jovens para decidirem se precisam ou não de com-prar casa e, por sua vez, estimular as pessoas a optarem pelo arrendamen-to. Claro que não podemos definir um coeficiente muito baixo, porque isso vai ter impacto negativo para a eco-nomia. Cabe ao Governo tomar a de-cisão política.

-A Lei do Arredamento obriga ao reconhecimento de assinaturas. Como funciona?

-Este procedimento pode ajudar a evitar os casos de contrato por falso arrendamento, e tivemos essa ideia quando trabalhámos no combate às pensões ilegais em que, por norma, são criadas dentro de apartamentos com falsos contratos de arrendamen-to. Ou seja, a polícia não consegue mesmo encontrar o responsável. Os gerentes das pensões ilegais pagam 100 patacas a um idoso para assinar o contrato. Com a obrigatoriedade do reconhecimento das assinaturas, o Governo também é beneficiado pela medida, porque terá mais dados reais sobre o mercado imobiliário.

- Há condições para o diploma ser aprovado ainda neste mandato?

-Sim, queremos acelerar o proces-so. Há cada vez mais pessoas à espe-ra desta lei sobretudo os que querem alugar casa. Tivemos esta ideia em 2013 quando as rendas se multiplica-ram em Macau, muitas famílias foram expulsas e lojas também.

-Os deputados apresentaram pro-postas no sentido de uma maior uti-lização da língua inglesa, concorda com esta ideia?

-Claro, se Macau quer tornar-se numa cidade internacional e num Centro Mundial de Turismo e Lazer faz sentido que saibamos falar mais línguas. E, é importante vincar que isso não implica que se torne numa língua oficial, mas antes para facilitar a comunicação com o exterior onde o inglês é utilizado com frequência. Acho que o Governo deve trabalhar nesse sentido.

- Na prática, o peso da língua por-tuguesa no território pode perder importância?

-Não vai afectar, até porque dife-rentes línguas têm diferentes funções e Macau continua a assumir o papel de plataforma entre a China e os Paí-ses de Língua Portuguesa.

Além disso, noto que o Governo não é nadapragmático. Isto não significa que esteja contra, em algumas situações, o Governo agir mais lentamente, mas sobre alguns temas que são mais consensuais

o Governo deveria ser mais decisivo

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201604 JTM | LOCAL

É já no final do mês que arranca o 30º Festival Internacional de Música de Macau e este ano além dos espectáculos e programa alternati-

vo, o Instituto Cultural (IC) preparou o “Fórum Fes-tival Internacional de Música de Macau” para dis-cutir o desenvolvimento das artes locais.

O fórum vai decorrer nos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro sob o tema “Festival Internacional de Música e Festival de Artes como um Sinal do De-senvolvimento Cultural de uma Cidade”. A ideia é explorar a relação entre os festivais de música e de artes e o desenvolvimento cultural urbano em vá-rias regiões.

Com palestras e sessões de intercâmbio dedi-cadas a diversos temas, destacam-se tópicos como marca de uma cidade, programação, desenvolvi-mento de públicos, turismo cultural e divulgação na Internet.

A sala de conferências do Centro Cultural de Macau vai assim receber convidados de renome internacional, como o director administrativo do Barbican Centre, Sir Nicholas Kenyon; o fundador e director executivo do Festival Verbier, Martin Engs-troem; e a presidente executiva da Arts House Limi-ted, em Singapura, Lee Chor Lin. Da região vizinha de Hong Kong virá a directora executiva do Festival

de Artes de Hong Kong, Tisa Ho; o co-fundador e director artístico do Clockenflap e Festival de Músi-ca e Artes de Hong Kong, Jay Forster; o estrategista digital do Clockenflap e Festival de Música e Artes de Hong Kong, Simon Bratt.

A representar a China Continental estará Wang Yong director da Escola de Música da Universidade de Xangai; Zhang Jie, directora da Praça da Cultura de Xangai e Wu Jiaton, director-geral da Wu Pro-motion.

O fórum é aberto ao público em geral e de en-trada livre, no entanto é necessária inscrição prévia online ou presencial.

A arte como sinal de desenvolvimento culturalDurante o Festival Internacional de Música será organizado um fórum para discutir o papel das artes, nomeadamente dos dois grandes festivais de música e artes locais, como sinal de desenvolvimento da cultura da cidade. Para o debate foram convidados vários profissionais do sector, incluindo da organização do Festival Verbier, Festival de Música e Artes de Hong Kong e Clockenflap

ARTISTAS AUSCULTAM SECTOR SOBRE A UTILIZAÇÃO DO ANTIGO TRIBUNAL

Biblioteca Central a concurso até início de 2017

Numa tentativa de acalmar os ânimos no seio da sociedade re-lativamente à transformação do

antigo tribunal na nova biblioteca central, o Instituto Cultural (IC) organizou uma sessão de esclarecimentos, em que reve-lou que o novo concurso de arquitectura será lançado até ao final do ano ou início de 2017.

“Nós, Instituto Cultural, e a Direcção de Obras Públicas vamos trabalhar em conjunto neste concurso. (...) Não vamos usar o passado concurso, vamos fazer um novo”, afirmou o presidente do IC, Ung Vai Meng, à margem da sessão, de-pois de anteriormente ter dito que o con-curso pretende atrair “talentos locais”, não devendo ser aberto a ‘designers’ in-ternacionais.

“Este fim de ano vamos começar este concurso público (...) para o planeamento da nova biblioteca central e vamos acabar a construção por volta de 2018”, acrescen-tou a chefe do departamento de gestão de bibliotecas públicas, Tang Mei Lin.

“Ainda estamos a começar, mas são muitos documentos e temos de fazer as traduções e a preparação da denomina-da “engenharia financeira”, por isso, nós planeamos [lançar o concurso de arqui-tectura] este ano, mas pode vir a ser no início do próximo ano”, afirmou a chefe de departamento.

Esta não é a primeira vez que se realiza um concurso público para esse edifício, já que em 2008 foi realizado um concurso, entretanto alvo de uma investigação do Comissariado Contra a Corrupção e pos-teriormente cancelado. O Instituto Cultu-ral tomou as rédeas do projecto em con-junto com as Obras Públicas.

As propostas dessa altura não foram usadas e por isso o Governo optou por um novo concurso.

De acordo com a publicação All About Macau e em sentido contrário a toda a polémica existente, a grande maio-ria das mais de 60 pessoas na assistên-cia apoiaram a intenção do Governo de transformar o antigo tribunal, devido a aspectos como localização ideal e trans-portes convenientes.

Mesmo em relação ao orçamento esti-mado de 900 milhões de patacas, os par-

Num encontro com mais de 60 pessoas, o IC apresentou o projecto para a biblioteca central no edifício do antigo tribunal, revelando que será alvo de concurso público entre o final deste ano e início de 2017. A audiência mostrou-se favorável à intenção governativa, pedindo que acelerassem os trabalhos. Por outro lado, dois artistas locais lançaram um inquérito ao sector das artes sobre a utilização do antigo tribunal

ticipantes consideraram o valor razoável, sendo mais importante o Governo acele-rar a construção. No entanto, ouviram-se também palavras de dúvida sobre o valor e foi pedido ao Executivo que divulgas-se abertamente os detalhes dos projectos que venham a ser apresentados a concur-so.

Ung Vai Meng reiterou que o valor foi apresentado pelas Obras Públicas, com base em cálculos sobre custos de mate-riais até 2019 e valor do preço do metro quadrado. Em Agosto, afirmou que o montante pode baixar dos 900 para 700 milhões de patacas se o valor da inflação durante os anos da construção for mais baixo do que em 2015, altura em que fo-ram feitos os cálculos.

Sobre a localização, Tang Mei Lin afirmou que enquanto noutras partes do mundo há uma tendência para as novas bibliotecas serem afastadas do centro da cidade, na Ásia é normalmente privile-giado o coração urbano.

A nova biblioteca, que vai ocupar dois

edifícios antes ocupados pelo antigo tri-bunal e Polícia Judiciária (PJ), no centro da cidade, contempla 11 pisos e uma área de 33.000 metros quadrados.

A chefe do departamento do patrimó-nio cultural, Leong Wai Man, explicou na sessão que as fachadas dos edifícios de-verão ser mantidas, assim como alguns elementos nos respectivos interiores. En-tre estes elementos de arquitectura por-tuguesa estão as escadas em madeira e mármore nas entradas dos dois edifícios e painéis de azulejos nas antigas instala-ções da PJ.

Segundo informação anteriormen-te divulgada, em Setembro começa o concurso público para demolir parte do edifício e as obras de demolição deverão arrancar no final deste ano ou início de 2017.

Inquérito ao sector artísticoNo seguimento de toda a “comoção

social” sobre o projecto, dois artistas lo-cais, Kevin Chio e Lam Teng Teng, deci-

diram lançar um inquérito online para recolher as opiniões sobre a nova biblio-teca.

O inquérito tem como público alvo o sector das artes e cidadãos comuns e esta-rá disponível até 20 de Setembro.

Com perguntas específicas para cada parte, pretende-se saber junto das asso-ciações artísticas dados concretos sobre a utilização do espaço do tribunal para actividades, já que o local tem recebido exposições e peças de teatro desde que foi desocupado. Para além disso, querem saber qual a opinião sobre o “teatro de blackbox”, que o IC pretende ali desen-volver.

A componente do inquérito dirigida aos cidadãos tem como objectivo perce-ber o nível de utilização do espaço, mas também saber se acham o espaço existen-te em Macau para exposições suficiente.

Ontem à tarde, foi organizado um se-minário sobre o mesmo tema no Arma-zém do Boi.

L.F. e V.C. com LusaFO

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 05

SATISFAÇÃO PESSOAL É A SEGUNDA PRIORIDADE

“A saúde não compra uma habitação”

Uma vida melhor depende sobretudo da saúde. Esta é uma das conclusões provisórias do “Bet-ter Life Index”, um estudo da Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a decorrer desde 2011. Até ao momento os dados reco-lhidos em Macau mostram que a maioria dos cidadãos que responderam ao inquérito online consideram que a saúde é o elemento determinante para obter melhores condições de vida, seguindo-se a satisfação pessoal e a educação. A segurança fica em quarto lugar e a habita-ção em oitavo.

Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Fernando Go-mes diz não compreender a tendência, não apenas pelo facto de a saúde em Macau “não ser má em compara-ção com muitos outros sítios” mas também por consi-derar que a habitação deveria causar maiores preocu-pações. “Se fosse jovem estava mais preocupado com a habitação porque ela influencia indirectamente a saúde e a saúde não influencia a habitação. É importante ter-mos um espaço para habitação condigna. Isso melhora a saúde”, frisou o médico acrescentando que “a saúde não compra uma habitação, mas a habitação pode me-lhorar a saúde”.

“Hoje em dia as pessoas mais novas devem preocu-par-se com a habitação porque é quase inacessível em termos de rendimento”, indicou ainda o clínico.

Carlos Kuan também mostra ter uma visão diferen-te da reflectida pelos resultados do inquérito, sobretu-do por considerar que o direito à saúde é bem garan-tido. “A esperança média de vida em Macau é longa” , destacou, justificando a tendência com o número de feriados existentes na RAEM, que evitam que a popu-lação viva numa situação de grande stress.

Pelo contrário, Joe Chan mostra estar de acordo com o resultado do inquérito. “Às vezes as pessoas não se preocupam tanto com dinheiro ou com a eco-nomia local, mas querem sempre um bom ambiente para viver”, frisou.

Falando na qualidade de cidadão da RAEM, Joe Chan indicou que não há um inquérito oficial local que avalie a satisfação da população em relação a vários as-pectos da vida quotidiana e criticou o facto de ser dado um tão grande privilégio ao turismo sobre a qualidade de vida dos cidadãos.

Os dados, actualizados diariamente, apontavam até ontem à tarde a educação como o factor mais importan-te o que para Gertina Van Schalkwyk era justificável. “Isso está provavelmente relacionado com a percepção que a comunidade que respondeu a este inquérito tem da sua qualidade de vida. Se tivessem problemas de saúde ou falta de infra-estruturas nesse âmbito, então a saúde seria mais importante”, frisou em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Já em Hong Kong, a situação altera-se ligeiramente. A saúde mantém-se em primeiro lugar, a satisfação pes-soal em segundo, mas segue-se a segurança. Na China Continental a saúde é também vista como o factor mais importante, porém, ao contrário do que acontece em Hong Kong, Macau, e até mesmo na OCDE, as rendas são vistas como o segundo parâmetro mais relevante.

A saúde é o factor mais importante para uma vida melhor segundo os cidadãos de Macau que responderam ao questionário “Better Life Index” da OCDE. Fernando Gomes diz não compreender a tendência, sobretudo tendo em conta o facto da maioria dos inquiridos serem jovens que, para o médico, deveriam preocupar-se mais com a habitação

Inês Almeida

De acordo com o site oficial da OCDE, desde a cria-ção do índice, mais de 100 mil utilizadores deram a sua opinião em relação ao que é mais importante para si na construção de uma vida melhor, sendo que até ao final deste ano este número deve subir para 150 mil.

Olhar para o futuroPela primeira vez este relatório da OCDE contem-

pla também uma série de indicadores que podem vir a afectar o bem-estar global no futuro. No que respeita aos recursos naturais, os riscos das mudanças climáticas “continuam a apresentar-se como uma grande amea-ça ao futuro bem-estar”. “A concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera tem crescido rapidamente nas últimas quadro décadas e as reduções ‘per capita’ das emissões destes casos nos países da OCDE não

têm sido suficientes na última década para diminuir as crescentes concentrações globais”, lê-se no documento alertando que “a exposição crónica a partículas finas de poluição atmosférica impõe ameaças à saúde”.

Ao mesmo tempo é deixado um alerta de que cerca de 40% dos residentes da OCDE “são expostos a níveis anuais de partículas finas (PM2.5) entre 25 e 35 micro-gramas por metro cúbico, um valor significativamente mais alto do que o recomendado quer pela União Euro-peia, quer pela Organização Mundial de Saúde”.

No âmbito do que é denominado de “capital hu-mano” é focada sobretudo a saúde. Embora a preva-lência do fumo tenha descido na maioria dos países da OCDE desde 2000, “crescentes taxas de obesida-de podem apresentar uma série de novos desafios para o futuro da saúde”.

Uma em dez crianças é alvo de “bullying”

Cerca de uma em 10 crianças, dos países da OCDE, com idades que variam entre os 11 e os 15 anos, diz ter sido alvo de “bullying” pelo menos duas vezes no espaço de dois meses, sendo que estes valores podem subir mais de 15% em alguns países, refere o relatório do “Better Life Index”. A revelação é feita num capítulo que refere que nem todas as crianças estão a começar a vida da melhor maneira, tendo em conta também que a pobreza ao nível dos salários afecta uma em sete crianças e que 10% vivem no seio de agregados familiares em que ambos os membros estão desempregados. O documento frisa também que “crianças que vivem em contexto com menos recursos sentem mais pressão na escola dizem que gostam menos da escola”, além de estarem mais propícias a ser alvo de “bullying”.

Pacientes enviados para a RAEHK constituem percentagem “muito baixa”

Depois de um artigo no South China Morning Post ter dado conta de casos de residentes de Macau que optam por se deslocar à RAEHK para obter cuidados médicos e ter referido o montante gasto pelo Executivo com o envio de pacientes para a região vizinha, os Serviços de Saúde (SSM) vieram garantir que a percentagem de envio de pacientes “é muito baixa” e que estas situações “são apenas um complemento aos serviços médicos locais”. Os SSM referem que o artigo em causa “pode causar mal-entendidos” salientando que “o envio de casos específicos para centros médicos não só permite assegurar que o doente de Macau possa obter de forma atempada e adequada o tratamento, como ainda permite promover, de forma eficaz, o desenvolvimento da técnica de medicina regional”. É ainda garantido que foi tido em conta “o benefício económico desta medida”.

Se fosse jovem estava mais preocupado com a habitação porque ela influencia indirectamente a saúde e a saúde não influenciaa habitação. É importante termos um espaço para habitação

condigna. Isso melhora a saúde

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201606 JTM | LOCAL

RELÓGIOS VALIAM QUASE CINCO MILHÕES DE PATACAS

Gerente furta própria loja mas “perde” dinheiroO gerente de uma relojoaria foi detido por ter furtado, da própria loja, nove relógios avaliados em cerca de cinco milhões de patacas. Contudo, o detido não lucrou muito com o crime já que vendeu os relógios por 920 mil patacas. Às autoridades, o suspeito alegou que tinha contraído muitas dívidas por ter perdido todo o dinheiro no jogo

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ARQ

UIVORima Cui

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, da China Conti-nental, por ter furtado de uma

relojoaria nove relógios, avaliados em 4,7 milhões de patacas. Com o plano “bem” executado, os relógios acabaram por ser vendidos em casas de penhores por um total de 920 mil patacas, um va-lor muito aquém do real.

De acordo com a PJ, o suspeito era gerente da relojoaria desde 2012 mas terá começado a delinear o plano para furtar os relógios no início deste ano, al-tura em que terá ficado viciado em jogar em casinos. Este vício, informou a PJ, le-vou ao dívidas avultadas que o suspeito não poderia pagar.

Segundo as autoridades, o detido confessou ter praticado o furto durante quatro meses embora tenha retirado da loja um relógio de cada vez. O crime era realizado durante o seu turno de traba-lho, altura em que ficava com acesso a todas as chaves da relojoaria.

Os furtos acabaram por ser desco-bertos por um dos clientes da relojoaria

quando se dirigiu à loja para ir recu-perar um relógio que tinha mandado arranjar, e o relógio tinha desaparecido pelo que o cliente decidiu apresentar denúncia.

O suspeito terá indicado que preten-dia devolver todos os relógios mal con-seguisse recuperar dinheiro que perde-ranas mesas de jogo.

Vídeo-vigilânciaapanha outro

Noutro caso, a PJ deteve nas Portas do Cerco um funcionário de uma loja de acessórios de onde terá furtado mais de

50 produtos, incluindo quatro relógios. Alertadas pelo proprietário do es-

tabelecimento, no início deste mês, as autoridades policiais verificaram com-portamentos suspeitos por parte de um funcionário de 22 anos, através da gra-vação do sistema de vídeo-vigilância

O suspeito, residente, terá admitido o crime que praticava ao aproveitar-se dos momentos de distração do colega de trabalho.

Embora o prejuízo declarado pela loja fosse de 33 mil patacas, o suspeito disse ter lucrado 46 mil patacas com a venda dos objectos na Internet.

FALTA DE CASAS DE BANHO E SALAS PARA DESCANSO SEM AR CONDICIONADO

Más condições nos terminais de autocarros

Um inquérito feito pela Federação das Associa-ções dos Operários de

Macau (FAOM) sobre as condi-ções de trabalho nos terminais de autocarro deu luz a uma série de problemas com que os trabalhadores deste sector lidam diariamente.

A vice-presidente da FAOM, Ella Lei, indicou que cerca de 50% dos inquiridos (motoristas, funcionários e trabalhadores de limpeza) queixaram-se de falta de casas-de-banho e saneamen-to adequado nos terminais, e uma percentagem semelhante referiu que as salas de descanso e de inspecção não têm ar con-dicionado.

Ella Lei apontou ainda que o resultado do inquérito mostrou que 94% dos funcionários das companhias de autocarros só têm meia hora de almoço.

Assim, a também deputa-da exortou o Governo a obri-garem as concessionárias de serviços de transportes a me-lhorarem as condições de tra-balho e a oferecerem um me-lhor ambiente para o descanso dos trabalhadores.

A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) inquiriu motoristas, funcionários e trabalhadores de limpeza dos terminais de autocarros. Dos vários problemas, a maioria apontou para falta de casas de banho e más condições nas salas de descanso e de refeições. Para Ella Lei, os resultados revelam “gravidade” na qualidade destas infraestruturas, pelo que exortou o Governo a forçar as companhias de autocarros a tomarem medidas

Viviana Chan

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JTM

/ARQ

UIVO

Juntando-se a associações li-gadas ao sector dos transportes, a FAOM recolheu opiniões em 25 terminais de autocarros, en-trevistando 252 trabalhadores, incluindo 207 motoristas, 38 res-ponsáveis dos terminais e sete trabalhadores de limpeza.

O questionário pede que os entrevistados se pronunciem so-bre cinco temas, entre as quais os locais para as refeições, infraes-truturas que os protejam do sol,

as instalações em geral, e a capa-cidade de resposta a necessida-des dos trabalhadores.

Do total, 17% dos inquiridos criticaram o facto do banco onde habitualmente se sentavam para almoçar ter sido retirado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Por outro lado, 76% disse haver equipamentos para protecção do sol no trabalho.

A maioria dos inquiridos so-

licitou, contudo, melhorias nas salas de descanso e casas-de-ba-nho, nomeadamente com a ins-talação de torneiras para forneci-mento de água e de aparelhos de ar condicionado.

Segundo explicou Ella Lei, muitos terminais apenas têm casas de banho temporárias e não têm água ou electricidade, apenas possuindo iluminação provisória.

O mesmo inquérito referiu

que 19% chamaram a atenção para questões de estacionamen-to ilegal, o que deixa impedir a paragem dos autocarros e 13% queixaram-se de maus compor-tamentos dos passageiros.

Os trabalhadores apontaram que muitos turistas perguntam direcções o que tem aumentado a carga de trabalho destes fun-cionários. Por isso, revela o es-tudo, os inquiridos desejam que o Governo crie quiosques de in-formação nos terminais destina-dos a este tipo de questões.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, Ella Lei considera que a resolução destes problemas são urgentes porque o problema de trânsito no território tem piora-do quando, ao mesmo tempo, tem sido dada prioridade ao transporte público.

Daí, a deputada apelar à importância de lançar um pla-no para melhorar o ambien-te de trabalho, que segundo permitirá melhorar a imagem deste sector podendo atrair mais jovens a ingressar na car-reira de motorista.

Por outro lado, a medida iria ainda contribuir para me-lhorar o serviço de autocarros, defendeu a vice-presidente e deputada.

Notas falsas de mil dólares de Hong Kong voltama “atacar” territórioA Polícia Judiciária (PJ) está a investigar mais um caso de notas falsas no território. Durante os dois dias anteriores ao Festival do Bolo Lunar, as autoridades locais verifi-caram, dentro de seis casinos, um total de 20 notas falsas de 1.000 dólares de Hong Kong (série de 2010). Todas as notas falsas são do Hong Kong and Shanghai Banking (HSBC). Segundo a PJ, as notas falsas não são muito semelhantes às verdadeiras, e são facilmente diferenciadas ao primeiro olhar. Mesmo assim, e segundo a PJ explicou, a burla passou despercebida aos funcioná-rios de lojas e restaurantes dos hotéis-casi-nos locais porque não se deram ao trabalho de verificar se as notas eram verdadeiras ou falsas. Por isso, o caso acabou por ser interceptado pelos contabilistas destes lo-cais. Segundo a PJ, a circulação destas no-tas falsificadas apenas se verificou dentro dos hotéis-casinos, porém, foi lançado o apelo à população para que fique atenta a estas notas. Caso tentem passar-lhes es-sas notas, os cidadãos devem contactar de imediato as autoridades policiais ou bancá-rias e não utilizar as notas. Recorde-se que esta situação não é caso único. Em 2013, foi encontrada uma centena de notas falsas de mil dólares de Hong Kong, a circular den-tro dos casinos da RAEM, o que obrigou à suspensão temporária de pagamentos com notas de mil dólares de Hong Kong em praticamente todas as lojas da cidade. R.C.

O detido também foi “roubado”

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 07

Abertas inscrições para apoios à educação sobre a SIDA

Os Serviços de Saúde (SSM) revelaram que foram abertas as inscrições para o “Programa de Apoio para a Educação sobre a SIDA” deste ano. A data limite é o dia 14 de Outubro. O valor máximo a atribuir a cada actividade é 14 mil patacas. Uma nota dos SSM alerta que além de entidades não-governamentais, associações e escolas podem inscrever-se. Os cidadãos individualmente podem fazer o mesmo, no entanto, “devem obter garantias de uma associação ou de uma escola ou apresentar outras garantias para apreciação do júri”.

A atribuição de cheques relacio-nada com o Plano de Compar-ticipação Pecuniária no Desen-

volvimento Económico para este ano terminou na sexta-feira, tendo sido be-neficiados um total de 682.393 pessoas.

De acordo com um comunicado,

212.901 beneficiários receberam o mon-tante por transferência automática, tota-lizando um valor que ultrapassa 1,8 mil milhões de patacas. Além disso, foram enviados 469.492 cheques por via postal, cujo valor acumulado atinge mais de 4 mil milhões de patacas. Até à data, foram

levantados 332.992 cheques, correspon-dendo a 70,9% do total.

Durante o período de atribuição dos cheques, o Centro de Serviço do Institu-to para os Assuntos Cívicos e Munici-pais recebeu 19.478 pessoas, sendo que a maioria se deslocou ao local pessoal-

Cidadãos já levantaram 332 mil cheques pecuniáriosJá foi concluída a distribuição dos cheques do Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico. Até à data foram levantados mais de 332 mil dos 682.393 cheques distribuídos até sexta-feira

mente. Também no âmbito dos apoios, já

foram publicados os resultados da apre-ciação da última fase do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo para os anos de 2014 a 2016. A validade para utilização dos subsídios termina no dia 31 de Dezembro.

A Direcção dos Serviços de Educa-ção e Juventude (DSEJ) recebeu reque-rimentos de 225 instituições para a rea-lização de cursos de educação contínua e exames de credenciação, incluindo 128 instituições de educação contínua, oito de ensino superior, duas entidades pú-blicas, 76 associações e 11 entidades com funções educativas ou de formação.

A zona de recreio da Escola Portuguesa de Macau (EPM) será, a partir deste ano lectivo, um espa-ço diferente, mais verde e biológico. “Vamos ter

um espaço só para este projecto. Os alunos já pintaram e decoraram os pneus onde vamos fazer as hortas”, ex-plicou Andreia Ramos, professora de Ciências Naturais na EPM, e coordenadora do projecto que partilha com a docente Mara Ribeiro.

A ideia de criar uma horta biológica na EPM surgiu no âmbito de uma acção de formação frequentada pela maioria do corpo docente do Departamento de Ciências Naturais e de Físicas da EPM, que decorreu na Univer-sidade de São José, sob a coordenação da investigadora Cristina Calheiros.

Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Andreia Ra-mos sublinhou que este tipo de actividades é de elevada importância sobretudo numa cidade como Macau que enfrenta alguns problemas ao nível ambiental. “É uma problemática que está agora a ser altamente discutida. [Os alunos] vivem num local que tem alguns espaços verdes, é verdade, mas que são constantemente postos em causa”, evidenciou a docente.

“É importante eles perceberem que num sítio tão urbanizado e poluído como Macau qual é também a importância destes espaços verdes para tentar contra-riar a poluição que se produz aqui”, sublinhou An-dreia Ramos.

Segmentado em várias etapas, a concepção da horta biológica vai passar, numa primeira fase, pela divulga-ção de algumas ideias fundamentais sobre a construção de um espaço deste género.

“Agora temos uma actividade extracurricular que é precisamente a horta biológica. Inicialmente vamos fazer uma pesquisa de como se constrói e que tipo de plantas queremos plantar”, adiantou Andreia Ramos.

“Este ano, essas actividades extracurriculares muda-ram um bocadinho e a Direcção dos Serviços de Educa-

PROJECTO EDUCATIVO ARRANCA ESTE MÊS NA ESCOLA PORTUGUESA

Hortas biológicas ao cuidado dos mais novosÉ um projecto pioneiro através do qual se pretende alertar os alunos para a importância do meio ambiente e a sua preservação. A dupla de docentes, Andreia Ramos e Mara Ribeiro, vai orientar os educandos durante todo o processo de construção de hortas biológicas que ficarão espalhadas pelo recreio Escola Portuguesa de Macau. Destinado aos alunos do 1º ciclo, o projecto poderá crescer para o 2º ciclo com um formato ligeiramente diferente

Catarina Almeida

ção e Juventude passou a exigir que os alunos até ao ter-ceiro ano, se não me engano, estejam obrigatoriamente inscritos em duas ou três actividades extracurriculares. Foi daí que surgiu a ideia de criar a horta biológica como actividade extracurricular”, acrescentou.

Para já, o objectivo é transmitir aos alunos do 1º ciclo “todos os processos necessários e passos para a construção da horta, não só desde o solo que é neces-sário como a quantidade de água, que tipo de plantas se adaptam a este clima, entre outros. [Os alunos] vão ter de fazer este trabalho de investigação para perce-berem que não é só pôr umas sementes na terra e tudo acontece”, acrescentou.

Não obstante, os restantes alunos da EPM podem ter contacto com este projecto uma vez que existe uma “dis-ciplina de ciências experimentais, incluída no currículo, que também poderá ter alguma parceria com o clube ex-tracurricular. Os próprios professores titulares estão sen-sibilizados para esta actividade”, ressalvou a docente.

Jardins verticais decoram escola

A fase de embelezamento dos pneus - onde serão construídas as hortas biológicas - já está concluída se-

guindo-se, assim, novas etapas. Numa próxima fase, pretende-se incluir o segundo

ciclo neste processo. “Com os mais velhos queria fazer a parte da compostagem [processo biológico que con-siste em deixar fermentar os resíduos agrícolas e urba-nos, misturados ou não em terra vegetal] para construir, talvez com alunos do 8º ano, um pequeno compostor porque também é uma matéria que vou abordar com as turmas que estou a leccionar. Mas, ainda não está total-mente definido”, contou Andreia Ramos.

Para além das hortas biológicas, está a pensar-se fa-zer nascer espaços semelhantes, mas com conceitos ligei-ramente diferentes. “Queremos, noutro jardim da escola, aproveitar as paredes para fazer jardins verticais e um cantinho só para plantas aromáticas. Para já, vamos co-meçar com as hortas e jardins verticais e depois partire-mos para as plantas aromáticas”, adiantou.

Em termos gerais, o projecto em causa permitirá aos alunos manterem algum “contacto com os processos de crescimento, neste caso de plantas, e serem responsabi-lizados para tomarem conta das suas hortas”, explicou Andreia Ramos. “Não só pela parte ambiental, que sem dúvida é a mais importante, mas é também uma forma de lhes fazer sentir responsáveis”, concluiu.

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REIA

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Pneus decorados servirão de canteiros

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201608 JTM | LOCAL

GOVERNO QUER SENSIBILIZAR ATLETAS AO PROGRAMA DE APOIO FINANCEIRO

Centro de alto rendimento pronto em 2019

O centro de alto rendi-mento há muito prome-tido pelo Governo vai

estar concluído, depois de su-cessivos atrasos, dentro de três anos, revelou o presidente do Instituto do Desporto (ID), Pun Weng Kun.

“A elaboração do projecto já está na última fase (…). Espera-mos que esteja concluído dentro de três anos”, disse Pun Weng Kun à agência Lusa, referindo--se ao Centro Polivalente de Es-tágio, que deveria ter sido inau-gurado no ano passado, à luz das previsões de 2012.

Este centro destina-se a aco-lher os atletas de alto rendimen-to que participam no plano de formação e, numa fase posterior, “caso haja condições”, atletas es-trangeiros.

Actualmente, há mais de uma centena de atletas de elite incluídos no programa de apoio financeiro concebido pelo Go-verno de Macau em 2014. Con-tudo, apenas dez se dedicam em exclusivo a uma modalidade, com formação especializada. No nível mais elevado do programa – reservado a medalhados com ouro em Mundiais ou Jogos Asiáticos – está apenas Huang Junhua, praticante de wushu, que recebe 25 mil patacas men-sais, segundo dados do ID.

Nas modalidades praticadas pelos restantes nove, incluindo portadores de deficiência, há so-bretudo artes marciais – wushu,

Dentro de três anos, o Executivo espera ter concluído o projecto do centro de alto rendimento para que numa fase posterior se possa receber atletas estrangeiros, além dos locais. O presidente do ID reconhece que existem menos atletas de elite, devendo ser feito maior trabalho de sensibilização

Viviana Chan

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JTM

/ARQ

UIVOkaraté e taekwondo. Estes

encontram-se numa categoria inferior, que também exige a conquista de pódios em compe-tições internacionais, recebendo um financiamento menor. Os dez atletas de elite treinam pelo menos cinco dias por semana ou um mínimo de 25 horas. O pro-grama divide os atletas em três grandes níveis, subdivididos em diversas categorias, às quais correspondem por conseguinte distintos financiamentos.

O presidente do ID reco-nheceu que “no passado, o número era maior”, pelo que a ideia passa por “sensibilizar os atletas para que adiram ao programa de modo a passarem para um nível semiprofissional ou profissional”.

Apesar de o plano não exigir a prática de uma modalidade específica, admitiu a vontade de “aumentar o nível desportivo”, em particular das artes marciais – com especial destaque para o wushu –, por permitirem uma “formação mais sistemática”, como disciplinas individuais.

O ID pretende melhorar a formação em outros desportos como ténis de mesa, barcos--dragão ou futebol: “Não é por se ter bons ou maus resultados, é porque são as modalidades fa-voritas e as mais praticadas pela população”.

Planos “inconsequentes”Manuel Silvério, presidente

do ID de 1996 a 2008, conside-rou “inconsequentes” os planos ao nível da alta competição.

Por um lado, encontra-se centralizada nas associações desportivas – subsidiadas – mar-cadas por “puro amadorismo” e, por outro, “há um corte entre o desporto escolar e o desporto federado ou associativo”, uma ligação que seria fundamental para “haver um verdadeiro de-senvolvimento para se chegar à alta competição”, defendeu o ex--dirigente do ID.

Apesar de reconhecer que “não existe nenhuma fórmula”, considerou que a “falta de hábi-tos dos técnicos, dos dirigentes, dos atletas, de instalações ou os calendários de competições con-fusos” impedem o fomento da

alta competição. Em paralelo, a falta de instalações desportivas é um dos grandes entraves à prá-tica de determinadas modalida-des em Macau, como o futebol.

Para Manuel Silvério, o “Desporto para Todos” contri-bui para agravar o problema, pois entra em conflito com o desporto associativo, apesar de reconhecer que essa política foi relevante no passado. “Sei de equipas da I divisão [de fute-bol] que não conseguem cam-pos para treinar. Muitas vezes é por causa do ‘Desporto para Todos’. Os campeonatos são in-terrompidos por causa de uma efeméride, para uns joguinhos

de idosos, para o festival das mulheres, para as competições dos deficientes. (…) Num es-paço tão exíguo, já com tantos atritos entre modalidades, es-tarmos ainda a insistir nesse tipo de campanha é chover no molhado”, considerou.

Sobre os Jogos Olímpicos, Manuel Silvério defende que a região “deve continuar a ba-talhar” para integrar a família olímpica, uma ambição que remonta ao final da década de 1980. “A filiação no COI [Co-mité Olímpico Internacional] é um direito e até é um dever das gentes de Macau de lutar por ela”, afirmou.

Manuel Silvério mantém que o território não está a ser trata-do “em pé de igualdade” com Hong Kong, que integra o COI e se estreou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952, então como colónia britânica.

O pedido de adesão “nunca foi recusado formal ou infor-malmente” e isso “é importan-te”, sublinhou, destacando ain-da que “apesar de Macau não ser membro do COI, continua a ser membro de pleno direito do Conselho Olímpico da Ásia (COA)”.

“É a única janela que Macau ainda tem para participar nes-sas competições internacionais a nível da Ásia” e permitiu, aliás, a Macau organizar os Jo-gos da Ásia Oriental (2005), os Jogos da Lusofonia (2006) e os Jogos Asiáticos em Recinto Co-berto (2007).

JTM/LUSA

O Juiz,Chan Chi Weng

O Escrivão Judicial Principal,Aníbal Gonçalves

1ª Vez “JTM” - 19 de Setembro de 2016

Proc. Execução Ordinária nº CV3-16-0095-CEO 3° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Chan Chi Weng

O Escrivão Judicial Principal,Aníbal Gonçalves

1ª Vez “JTM” - 19 de Setembro de 2016

Habilitação nº CV3-12-0021-CEO-A 3° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Seng Ioi Man

O Escrivão Judicial Adjunto,Sou Wai Hong

1ª Vez “JTM” - 19 de Setembro de 2016

Acção Ordinária nº CV2-15-0037-CAO 2° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 09

O manual de ensino “Português Global”, pu-blicado pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai ser lançado oficialmente no pró-

ximo mês e depois distribuído na China graças a um inédito acordo com uma editora de Pequim.

O lançamento vai ter lugar por ocasião da V con-ferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), marcada para 11 e 12 de Outubro, embora a data em concreto ain-da esteja por decidir, adiantou à agência Lusa o pre-sidente do IPM, Lei Heong Iok.

O acordo alcançado no ano passado com a Com-mercial Press constitui o primeiro do tipo em que uma editora chinesa vai difundir manuais de ensino de português produzidos fora do interior da China, como explicou o coordenador do Centro Pedagógi-co e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André. O manual é essencialmente o mesmo, com ligeiras variações, a fim de o moldar ainda mais ao

público-alvo. Em princípio, no mesmo dia do lançamento ofi-

cial do manual, vai ser lançado um outro livro, edi-tado pelo IPM, da autoria de Carlos André, adian-tou Lei Heong Iok.

“Uma língua para ver o mundo: olhando o por-tuguês a partir de Macau” é o título da “colectânea de ensaios”, todos inéditos à exceção de dois, escri-tos ao longo do tempo, em particular nos últimos dois anos.

“É de natureza ensaística, mas não é um livro académico no sentido clássico da palavra. São re-flexões”, disse Carlos André explicando que essas “reflexões” incidem principalmente sobre o actual ponto de situação, mas “apontam obviamente pers-pectivas ou caminhos”.

Para Carlos André, do ‘boom’, que fez com que de quatro universidades a China passasse a ter hoje 33 com ensino do português – 23 das quais em licen-ciatura – resulta um problema: a “escassa prepara-

ção dos docentes e “a falta de materiais”. Sobre o futuro do ensino português na China, o

académico rejeita uma estagnação: “O sistema está em crescimento ainda – não a este ritmo vertigino-so, mas está em crescimento, o que significa que es-tes problemas vão perdurar, pelo menos, por uma dúzia de anos até chegarmos a um ponto em que haja pelo menos dois doutorados já nesta área em cada universidade”. Até lá, “temos de ser nós a fa-zer o que é necessário para apoiar este corpo docen-te cheio de vontade e generosidade. Nós, não digo portugueses apenas, mas nós a partir de Macau que tem uma missão específica que a História lhe confe-re”, argumentou.

Entretanto, adiantou, o Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM prepara-se para lançar, até ao final do ano, pelo menos quatro livros, na área da escrita ou fonética e o quarto vo-lume do “Português Global”.

JTM/LUSA

Manual de português do IPM lançado em Outubro“Português Global”, o manual para professores chineses de português elaborado pelo IPM começará a ser distribuído em Outubro pela ocasião da conferência ministerial do Fórum

VINHOS E IMOBILIÁRIO “DEBAIXO DE OLHO” DOS JOVENS MACAENSES

Visita a Portugal concluída com nota “positiva”

A Associação dos Jovens Macaen-ses e Associação de Jovens Em-presários de Macau terminaram

ontem em tom positivo a missão em-presarial a Portugal.

“O balanço é muito positivo. As pes-soas que vieram acharam o programa muito interessante e variado, porque foi feito com base no feedback dos mem-bros”, disse Jorge Valente, presidente da Associação dos Jovens Macaenses ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

A comitiva atingiu o seu número máximo em Lisboa, quando se reuni-ram cerca de 22 jovens empresários, tendo sido mais reduzida na primeira parte da visita por Coimbra e Porto. “Nem todas as pessoas podiam dispen-sar toda a semana para a visita , mas por outro lado alguns membros não com-pareceram porque já tinham encontros marcados com outras empresas, por isso foi uma semana muito produtiva”, afirmou Jorge Valente.

O programa não era concentrado apenas numa área comercial mas em várias, para que houvesse uma ligação aos negócios dos membros participan-tes, daí que tenha incluído empresas na área alimentar e de bebidas, banca e mesmo novas tecnologias.

De passagem por Porto e Coimbra, os empresários locais visitaram a Associa-ção Nacional de Jovens Empresários, a BLIP, empresa de desenvolvimento para os jogos online da Bet Fair, Caves Sande-man; Ideal Drinks; hospital privado da Ideal Med e ainda visitaram o Instituto Pedro Nunes. O instituto foi criado pela Universidade de Coimbra em 1991 para promover a inovação e a transferência de tecnologia, possuindo laboratórios pró-prios e apostando na incubação e acelera-ção de empresas de base tecnológica.

Em Lisboa os encontros oficiais fo-

Durante uma semana, jovens empresários locais visitaram empresas e centros de incubação de negócios em Portugal, num programa que também incluiu os vinhos e o imobiliário. Considerando uma semana positiva e muito produtiva, Jorge Valente referiu que os contactos na área dos vinhos e imobiliário foram “mais fáceis”

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ram com a Embaixada da China, Bela I (aceleradora para novas tecnologias), BCP e Central de Cervejas.

O programa oficial foi da responsa-bilidade da AICEP, que estabeleceu os contactos. “Não conhecíamos a maior parte das empresas e instituições”, disse.

Quanto a oportunidades futuras de negócios, o empresário referiu ainda ser cedo para fazer essa avaliação, porque a visita era exploratória e a concretiza-

ção de parcerias depende de cada mem-bro. “O primeiro contacto não foi para assinar contratos, mas para conhecerem a empresa e os produtos. Só mais tarde é que saberão se os produtos e preços se encaixam no que procuravam”, indi-cou, exemplificando com os vinhos.

Segundo afirmou, esse sector e do imobiliário são de maior acessibilidade, havendo quem tivesse auscultado os preços de compra de habitação.

A viagem não era apenas para pro-curar oportunidades de negócio e in-vestimento, mas também turística, pelo que os participantes tiveram a oportu-nidade de provar gastronomia típica e ir ver o Benfica.

No calendário de actividades da As-sociação dos Jovens Macaenses está mar-cada uma viagem à China Continental em meados de Outubro e um torneio de futebol para membros em Novembro.

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201610 JTM | DOSSIER

O cantor-compositor e o baterista posaram para fotografias num tapete azul em Lei-cester Square, em Londres, para o lança-

mento de “The Beatles: Eight Days a Week - The Tou-ring Years”, que atraiu centenas de fãs em êxtase, além de celebridades como Madonna, Eric Clap-ton, Bob Geldof e Liam Gallagher.

O documentário mostra os anos de turnée mundiais da banda, com McCartney, Starr, e os falecidos John Lennon e George Harrison sendo adorados por fãs em todos os continentes. Apre-senta imagens de espectáculos no início da car-reira no Cavern Club na sua Liverpool natal, con-certos a abarrotar de jovens em êxtase, em todo o mundo e o seu último espectáculo ao vivo em 1966, em San Francisco.

“Estamos ambos animados, é a primeira vez para nós também”, disse Ringo Starr à multidão sobre o documentário.

O filme faz uso de um rico acervo de imagens antigas - fotos, vídeos e gravações de áudio - da banda no auge da Beatlemania, com os fãs aos gritos e o grupo no estúdio. “Começamos como quatro companheiros numa excelente banda de baragem e continuamos tocando e tocando e tudo isso aconteceu”, disse Paul McCartney.

Para além das imagens emblemáticas com mo-mentos íntimos pouco conhecidos ou mesmo iné-ditos (por exemplo, com o manager Brian Epstein) “Eight Days a Week” soma os contributos de mui-tos fãs para conseguir alguns registos dos países por onde os Beatles passaram. “Isto sem esquecer os depoimentos fundamentais de personalidades como Kitty Oliver (sobre a integração dos negros nos concertos), Richard Lester (que os dirigiu nos filmes A Hard Day’s Night e Help!, respectivamente de 1964 e 1965), Elvis Costello, Whoopi Goldberg ou Sigourney Weaver.

Para João Lopes, “sendo uma aventura visce-ralmente musical, The Beatles: Eight Days a Week desenvolve-se também como um conto filosófico sobre a fama, as suas euforias e ilusões, proezas e equívocos, num salutar contraponto à ideolo-gia contemporânea dos “famosos” televisivos. É, além do mais, um filme de inequívoca comunhão afectiva, incluindo depoimentos actuais de Paul McCartney e Ringo Starr, e tendo contado com a colaboração de Yoko Ono e Olivia Harrison, viú-vas de John Lennon e George Harrison’.

A apresentação do documentário foi analisado de vários ângulos. O influente The Guardian, atra-vés da pena de Peter Bradshaw tece os maiores elogios ao documentário, mas começa por relatar um momento pouco conhecido. Diz que quando os Beatles desembarcaram em Nova Iorque para actuar em “The Ed Sullivan Show”, as câmaras apanharam dois cartazes em que um dizia “Bea-tles Unfair 2 Bald Men” (é preciso relembrar que em Portugal andar com cabelo comprido era mal visto pela sociedade) e “England Get Out of Ire-land.” Para Peter Bradshaw, ambos os cartazes revelavam o medo destes atractivos e famosos estrangeiros e os sentimentos mistos com que a

América recebia esta invasão musical britânica”.Do outro lado do Atlântico, o New York Times

num breve comentário assinado por Neil Gen-zlinger acha o documentário aborrecido e sem interesse, porque não revela material novo que justifique o filme. A crónica dá relevo a que aque-les anos eram de pura insanidade e que se os Bea-tles não foram os primeiros a pôr as mulheres a chorar e a desmaiar –Frank Sinatra e Elvis Presley também o tinham feito, a intensidade e a escala ainda hoje são surpreendentes”. Neil Genzlinger não deixa de dar uma “picada” – o documentário foi produzido pela Apple Corps, uma empresa

Paul McCartney e Ringo Starr reúnem-se para lançamento de filme sobre Beatles

Os ex-Beatles Paul McCartney e Ringo Starr se reuniram para um regresso ao passado no fim de semana, durante a estreia de um documentário feito pelo vencedor do Oscar, Ron Howard sobre o ‘Fab Four’, que mostra a vida da banda na década de 1960

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | DOSSIER 11

América recebia esta invasão musical britânica”.Do outro lado do Atlântico, o New York Times

num breve comentário assinado por Neil Gen-zlinger acha o documentário aborrecido e sem interesse, porque não revela material novo que justifique o filme. A crónica dá relevo a que aque-les anos eram de pura insanidade e que se os Bea-tles não foram os primeiros a pôr as mulheres a chorar e a desmaiar –Frank Sinatra e Elvis Presley também o tinham feito, a intensidade e a escala ainda hoje são surpreendentes”. Neil Genzlinger não deixa de dar uma “picada” – o documentário foi produzido pela Apple Corps, uma empresa

dos Beatles pelo que não era de esperar qualquer momento politicamente menos correcto.

Independentemente destas tradicionais “guer-ras” anglo-americanas, Gonçalo Palma no Diário de Notícias lembra que “o título advém de Eight Days a Week um dos muitos número um do top norte-americano de singles durante a beatlemania e retrata o ritmo louco em que os Beatles viveram durante quatro anos, entre 1962 e 1966.”

O crítico acha, e isto é consensual que os Fab Four aceleraram o mundo que estava à espera de uma mudança. Assim o documentário revela “que a tecnologia se atrasou em relação à banda

de Liverpool de forma embaraçosa. Basta recordar no documentário Eight Days a Week as condições surrealistas em que os Beatles tocaram perante 56 mil pessoas no Shea Stadium, em Nova Iorque, com amplificadores de 100 watts, sem monitores e sem propriamente um PA. A banda não se ouvia e ninguém os ouvia. Até na inédita dimensão de concerto de estádio, os Beatles, só com três roadies (o grupo de apoio ao equipamento da banda), pu-seram à prova o mundo.”

Explica que “todo este impacto político-social, documentado em Eight Days a Week, tem como sustentação as características musicais únicas dos

Beatles, com uma sintonia vocal invejável entre os vários membros e uma frescura de som revolucio-nária na fórmula do rock & rol” e acentua que a tática, conjugadas com o manager Brian Epstein e o produtor George Martin de “fazer digressões na América do Norte só quando o grupo tivesse um n.º 1 no top norte-americano de singles resultou e de que maneira – os Beatles tinham já os Estados Unidos a seus pés, no aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque, em 1964, antes de serem apresen-tados na televisão por Ed Sullivan.”

Já o crítico de cinema João Lopes, no mesmo Diário de Notícias, assinala a importância dos quatro de Liverpool na história da cultura po-pular. “As convulsões de usos, costumes e ideias ao longo da década de 1960 não podem ser com-preendidas sem passar pelas suas canções, desde a contagiante simplicidade de She Loves You até à ousadia experimental de A Day in the Life. E tudo isso vivido na vertigem de quem foi queimando etapas criativas a uma inusitada velocidade – as gravações dessas duas canções, por exemplo, es-tão separadas apenas por quatro anos, de 1963 a 1967”, assinala.

Para ele, no documentário “The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years”, essa vertigem “surge como o centro irradiante do filme de Ron Howard, por certo um dos acontecimentos maio-res na história recente do documentarismo” . E explica que num contexto audiovisual em que pas-sámos a ter um espectacular acesso a muitos ma-teriais informativos, o documentário celebra um princípio eminentemente cinematográfico, bem diferente da “acumulação” tantas vezes favorecida por modelos televisivos: a reprodução dos clichés mitológicos não basta para compreender a dimen-são e os efeitos de um fenómeno, sobretudo de um fenómeno como os Beatles”.

O melhor dos Beatlesé feito em estúdio

Embora dito de outro modo, todos concordam com as razões para que os Beatles deixassem de fazer espectáculos ao vivo, e tournées mundiais.

“Os Beatles estavam cercados pela loucura. To-cando em palcos isolados nos centros dos relvados de estádios, bem longe da bancada, pasmavam-se com os fãs que corriam na sua direcção, a fugir à po-lícia; meninas desmaiavam, gritavam e choravam”.

O crítico João Lopes assinala que o princípio do fim começou no célebre concerto do Shea Stadium, Nova Iorque, a 15 de Agosto de 1965. “John, Paul, George e Ringo reconheceram uma amarga verda-de: os gritos da assistência tinham desvirtuado a sua própria performance, gerando um “circo” de que, afinal, eles não queriam ser personagens”.

No documentário, “tal concerto constitui uma peça nuclear desta evocação, já que surge, na ín-tegra, depois do documentário propriamente dito (para uma duração total de duas horas e 17 minu-tos), e através de um fascinante paradoxo cinema-tográfico: de facto, os Beatles queixavam-se de que já nem conseguiam ouvir-se uns aos outros; o certo é que o restauro do som é notável (reequilibrando música e... gritos), tanto quanto o da imagem, aliás tratada por esse talentoso director de fotografia que foi Andrew Laszlo.”

Passaram para o estúdio e conforme assinala Gonçalo Palma, os Beatles tornaram-se ainda me-lhores.

São dessa altura os magistrais álbuns Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band ou Abbey Road, mas dessas obras primas já Eight Days a Week não precisa de falar.

JTM com imprensa internacional

Paul McCartney e Ringo Starr reúnem-se para lançamento de filme sobre Beatles

Paul Mc Cartney e Ringo Starr à chegada à ante-estreia em Londres

Numa célebre conferência de Imprensa nos EUA

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201612 JTM | DESPORTO

Quatro “grandes” da bolinhadiscutem amanhã acesso à finalBenfica, Ka I, Monte Carlo e Sporting, chegam à fase eliminatória da bolinha com as mesmas ambições. Chegou a hora da verdade, rumo à final da competição

A fase de grupos do campeonato de bolinha serviu não só para se encontrarem os semi-finalistas

da prova, mas também para mostrar a qualidade e as ambições dos quatro clu-bes que amanhã à noite vão procurar ga-rantir um lugar na discussão do título.

E por aquilo que se viu ao longo de várias jornadas, esperam-se dois jogos equilibrados, ainda que com ligeiro fa-voritismo para Ka I e Benfica, porque foram os primeiros classificados das suas séries e porque estiveram lado-a--lado na final da época transacta, ganha pelo Ka I, com um golo apontado por William Gomes.

Espera-se casa cheia para a ama-nhã nas bancadas do Campo D. Bosco, aguardando-se que também as equipas possam proporcionar bons espectácu-los, até porque não vão faltar jogadores de boa técnica, a maioria dos quais es-trangeiros.

O primeiro desafio da noite, às 19 horas, coloca frente-a-frente o Ka I e o Monte Carlo, com vários brasileiros no relvado a tentarem fazer a diferença e os chineses locais a darem uma ajuda.

O “sete” de Josecler integra nomes já com larga experiência de futebol de Macau, como são os casos de Diego Pa-triota, Bruno Figueiredo, William Go-mes, Adilson Silva, Domingos Chan, acabando por ser uma mais valia e que têm dado frutos na equipa.

Ka I defende títuloO entrosamento é um dos pontos

fortes do Ka I, juntando-se este ano um outro brasileiro, Ronieli Nascimento, e ainda Pang Chi Hang e Choi Keng Sang, que integraram a formação inicial na derradeira partida da fase de grupos face ao Lai Chi (4-0

Para este desafio com o Monte Car-lo, há a dúvida entre a utilização na equipa base de Roni ou William, saben-do-se que este último vai recuperando de uma lesão e, talvez por isso, não te-nha ainda condições para fazer todo o tempo de jogo.

Relativamente à campanha do Ka I até esta altura, teve apenas um empate (2-2) diante do Lam Pak e dois desafios em que venceu de forma tangencial (Night Walker e Chiba).

Agora, como refere o treinador, “chegou a hora do vamos ver”…

“É um jogo de grande importância para nós. O nosso grupo era difícil e julgo que passámos bem a esta fase a eliminar. Na minha opinião estão nas meias-finais as quatro melhores equi-pas, aquelas que trabalham mais. É a hora do vamos ver, pois temos de fazer o nosso futebol, habitualmente agressi-vo e dar tudo para seguirmos em fren-te. Teremos que dar mais do que demos até aqui. Vamos para cima deles e eu espero que também o Monte Carlo faça também um jogo bonito. O que errar menos tirará partido disso, estou cer-to”, palavras de Josecler.

Jogo de coragemO Monte Carlo foi segundo do Gru-

po B, tendo apenas perdido, na derra-deira ronda, com o Benfica, que fechou só com vitórias.

As duas equipas não tiveram grande oposição e cedo garantiram a qualifica-ção, o que acabou por tirar algum brilho à parte final da série.

Os “canarinhos” valem-se sobretu-do da influência dos brasileiros, bons executantes, como são Jackson Sousa, Julyan Duarte, Camilo Neto e Andre-son Ribas, mas um deles tem de ficar no banco e tem sido o defesa central An-dreson.

Para este jogo, de grande responsa-bilidade, o técnico Cláudio Roberto vai ter de escolher os três estrangeiros para o início, que actuarão ao lado de Pau-lo Chieng, Lo Chin Fong, Lo Kuan Io e Iong Oi Chit, equipa que alinhou diante do Benfica na fase de grupos.

“Este é um jogo em que temos de ter muito cuidado. O Ka I sabe jogar muito bem a bolinha e por isso precisamos de utilizar uma estratégia forte para mar-car bem o adversário. Mas, por outro lado, também saber atacar e essencial-mente ter muita coragem nos dois mo-mentos do jogo, com bola e sem bola”, disse ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU o técnico Cláudio Roberto.

Tal como no Ka I, também o Monte Carlo tem praticamente todo o plantel em condições, ainda que Neto tenha sentido dores nas costas. “Espero que não seja nada de especial e que ele pos-sa dar o seu contributo à equipa”, subli-nha o treinador.

Velho clássicoO segundo jogo da noite é um clássi-

co do futebol português, Benfica-Spor-ting, que tem mostrado equilíbrio nos confrontos anteriores, quer na bolinha, quer no bolão.

As “águias” não esquecem o empate registado na última jornada da Liga de Elite, que tirou a hipótese de um cam-peonato pleno de vitórias para o con-junto de Henrique Nunes, cujo adjunto, Tiago Simões, é agora o responsável para a bolinha e de quem fomos saber a opinião-antevisão para o desafio de amanhã:

“Estes são os jogos em que todos nós queremos jogar e ganhar. Um Benfica--Sporting é sempre um desafio alician-te em qualquer parte do mundo e nós acreditamos nas nossas qualidades. Sabemos, no entanto, que o adversário tem igualmente qualidade e vai querer ganhar o jogo. Da nossa parte entramos sempre para vencer e este encontro não será diferente.”

Relativamente à equipa a entrar de início, não haverá muitas razões para alterações, até porque em equipa que ganha não se mexe.

Por isso, tudo aponta para que Ali-son Brito continue a começar no banco, devendo ser, em termos de opções de ataque, o primeiro a ser lançado, como tem acontecido ultimamente.

Lei Chi kin deverá ser o único chinês no “sete” de Tiago Simões, depois da saída para Portugal, de Chan Man, fi-cando no banco Lei Kam Hong, ao lado de Alison, Rafael Bastardo, Vinício de Morais Alves e Duarte Pinheiro Torres.

Colectivo competitivoO Sporting aparece com a moral

Vítor Rebelo*

em cima nestas meias-finais, depois do apuramento, que talvez poucos espe-rassem, dada a situação do rival Lam Pak, ter sido alcançado mesmo no cair do pano da fase de grupos.

Os “leões” só perderam até aqui dois jogos, diante de Lam Pak e Ka I, mostrando bons momentos de futebol, em especial quando o brasileiro Júnior Soares tinha possibilidade de jogar, uma vez que, como se sabe, representa um clube da I Divisão de Hong Kong.

Com o reforço (regresso ao plantel) de Edgar Teixeira, os “verde-brancos” passaram a ter uma equipa mais con-sistente, a que se juntou o luso-angola-no Roque Santos e o local Pedro Lopes Pereira, havendo mais opções no banco para o treinador.

Se o Sporting se apresentar com as principais armas, onde se inclui Lee Keng Pan, então as suas hipóteses de criar dificuldades ao Benfica serão maiores.

“Será certamente um jogo tão inten-so como têm sido os outros Sporting--Benfica, emotivos e bem disputados, com incerteza no resultado. Por isso é uma boa razão para as pessoas irem ver o jogo. Em termos de estratégia da equipa, encontrámos a fórmula, vamos continuar a aplicá-la e tentar ganhar. Temos de ser uma equipa coesa, estar concentrados e ter um colectivo bas-tante competitivo. Queremos manter a nossa filosofia, também com posse de bola”, afirma o técnico João Pegado.

O Sporting apresenta duas baixas, Amâncio Goitia e João Ramos.

*Jornalista

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Um Benfica-Sporting é um “clássico” em todo o lado...

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | DESPORTO 13

LIGA PORTUGUESA

Estoril e Nacional vencem e Setúbal é goleado em casa!...

Pronto: o Estoril, com mérito, não deu hipóteses ao Moreirense para recolher qualquer ponto na visi-

ta à Amoreira: dois golos sem resposta, ambos com o selo de Índio (aos 10 e 80 minutos) e um Moreirense, que nunca conseguiu um lance de perigo na área estorilista, a regressar a Moreira de Cóne-gos de mãos a abanar.

Aliás, não espanta este resultado. A equipa da “linha”, nos jogos já disputa-dos, tinha deixado boas indicações rela-tivamente à sua produção futebolística,

Muitas expectativas nesta 5ª jornada: desde logo, a curiosidade em ver se o Nacional acabava com a “conta zero” em termos de pontos, depois, se o Estoril chegava, enfim, à vitória e, por fim, se o Setúbal confirmaria a sua entrada “de leão”. Se os primeiros atingiram o patamar dos objectivos, os sadinos foram copiosamente derrotados em casa!

mas faltava-lhe acertar na baliza contrá-ria. Neste jogo conseguiu esse feito e ga-nhou!

Em Guimarães, um empate foi pré-mio e castigo. Prémio, para um Belenen-ses que apesar de estar em desvantagem no marcador desde o minuto 13, não dei-

tou “a toalha ao chão” e procurou sempre a igualdade. Num jogo muito dividido, sem que uma equipa se mostrasse supe-rior à outra, era previsível o empate. Que aconteceu ao minuto 75 e, daí até ao apito final, nem uma situação que ase possa di-zer de “golo feito”. Por isso…

Em Setúbal o “escândalo” da jornada: os sadinos que até aqui tão boa conta vi-nham dando de si, orgulhando-se de ter um dos menos batidos bloco defensivo, deitaram tudo a perder, ante um Paços de Ferreira muito mais organizado, muito mais afoito e terrivelmente prático.

O golo madrugador sofrido logo aos 4 minutos, poderá ter estado no desnorte colectivo dos setubalenses que, mesmo tendo conseguido a igualdade pouco tempo depois, jamais se encontraram, ja-mais conseguiram impor o seu jogo. Por isso, ao intervalo, já estavam em desvan-tagem de forma clara: 1-3.

José Couceiro não poupou os seus jo-gadores, na análise ao jogo. Visivelmente abatido, foi bem claro nos recados: “de-mos muitos brindes e eles aproveitaram! Este jogo ficou definido pelos muitos er-ros que cometemos!”.

Já Carlos Pinto estava feliz pela vitória em terreno alheio: “Os jogadores mere-cem o que acontece. Era muito importan-te ganhar aqui.”

Pois era. Na luta da “tranquilidade classificativa”, vencer em Setúbal, em casa de um concorrente “ao seu campeo-nato”, é sempre muito importante!

Por fim, no Funchal, no derby madei-rense, o Nacional quebrou o enguiço e conseguiu a sua primeira vitória (2-0) pe-rante um Marítimo, de novo, demasiado perdulário, criando situações de possível golo mas evidenciando uma total falta de pontaria. O golo da “tranquilidade na-cionalista”, obtido no ultimo minuto dos seis (!!!) dado pelo árbitro, apenas confir-mou o sentido prático dos nacionalistas, muito mais eficientes no seu jogo, ante um Marítimo a acusar, claramente, um momento menos bom psicologicamente, incapaz de mostrar uma organização de jogo suficiente para causar problemas aos adversários.

Ou nos enganamos muito ou… não tardará a mudança de técnico!

* Jornalista profissionalespecializado em desporto

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Costa Santos Sr.*Especial para o JTM

José Couceiro, técnico do Setúbal ficou visivelmente furioso

Benfica com teste complicado frente ao Braga

Devido à jornada europeia – o Braga jogou na passada quinta feira – o Benfica-Sporting de Braga joga-se hoje, quando já for madrugada de terça-feira em Macau. Teste muito complicado para os campeões nacionais, principalmente porque tem ainda “baixas” importantes: Jardel, Samaris, Jonas, Jimenez e Rafa e, claro, a obrigatoriedade de vencer para não perder o “combóio” da dianteira. A curiosidade reside, também, no facto de estar em jogo o segundo lugar (ambas as equipas têm 10 pontos) e, ainda, o de ambas as equipas deseja-rem rectificar o resultado menos positivo da primeira jornada das Ligas dos Campeões e Europa, já que cederam empates em casa em jogos em que eram teoricamente favoritos. No encontro de hoje, os problemas maiores estão do lado de Rui Vitória. Não é fácil gerir um momento com oito ou nove jogadores, considerados titulares, lesionados e, claro, não poder fraquejar nas obrigações que o calendário impõe. A ver vamos se José Peseiro “aproveita” esta “debilidade” benfiquista ou se, por outro lado, os que entrarem na equipa encarnada, agarram a oportunidade com ambas as mãos.

LIGAS EUROPEIAS

BARÇA GOLEIAO Barcelona goleou em Leganés por 5-1, com o seu trio de ataque em alta voltagem: Messi (dois), Suárez e Neymar construíram uma golea-da finalizada por Rafinha. O Barça subiu à liderança provisória da liga espanhola, com 9 pontos, à espera de ver o que faz o Real Madrid em Barcelona, mas contra o Espanhol, sem Cristiano Ronaldo (engripado) nem Gareth Bale (lesionado). Também em destaque a goleada do Atlé-tico de Madrid por 5-0 frente ao Sporting de Gijon, com dois golos do recuperado Torres e outros do já consagrado Griezman.

FALCAO REGRESSA AOS GOLOSO Mónaco retomou a liderança isolada da liga francesa, ao vencer em casa o Rennes, por 3-0. A equipa de Leonardo Jardim contou com o regresso aos golos de Radamel Falcao, que abriu o marcador (o francês Lemar fez os outros dois). Moutinho jogou os 90 minutos, Bernardo Silva, que tem sido um esteio na equipa monegasca entrou aos 62’ alegadamente por acusar cansaço. Mesmo sem Ibrahimovic, o PSG foi a Caen ganhar por 6-0 com quatro golos de Cavani

BAYERN LIVROU-SE DE SUSTO Na Alemanha, jogando em casa, o Bayern de Munique sofreu o pri-meiro golo, mas continua sem ceder pontos. Superou o susto dado pelo Ingolstadt e virou o resultado para 3-1 na Allianz Arena de Muni-que. Renato Sanches foi titular e saiu aos 61 minutos. O internacional português, Raphaël Guerreiro, que tem estado a fazer grandes exibi-ções nesta sua primeira época na Alemanha, foi titular no meio campo do Borussia Dortmund, que goleou o Darmstadt por 6-0.

Na estreia nos relvados da Premier League, o avançado argelino tranquilizou o campeão inglês

quanto ao investimento feito: marcou dois golos em três minutos, abrindo ca-minho à vitória caseira da equipa de Claudio Ranieri sobre o Burnley (3-0).

Slimani mostrou neste primeiro jogo no King Power Stadium de Leicester os atributos que passeou nos relvados por-tugueses. E marcou em dois lances que fazem parte da sua imagem de marca: de cabeça, com excelente sentido de coloca-ção e um faro letal para o golo.

A vitória de ontem, completada com um autogolo de Ben Mee (78’), permitiu ao Leicester recuperar o trilho das vitó-rias na liga inglesa, depois de um arran-que difícil– duas derrotas e um empate nas quatro jornadas anteriores.

Nos encontros já realizados, destaque também para a vitória do Liverpool em Stanford Bridge, terreno do Chelsea. Na

retina dos espectadores e críticos ficou especialmente o segundo golo do Liver-pool, uma “bomba” de Jordan Hender-son como nem sempre se vê.

Nos restantes resultados dos jogos de sábado, naturalidade na vitória do Arse-nal, em casa do Hull City (1-4), nos 4-0 com que o Manchester City brindou o AFC Bournemouth, e nos 3-1 com que o Everton bateu o Middlesbrough. O West Bromwich Albion- West Ham United teve seis golos e terminou com 4-2 para os locais.

Ontem, e quase a rondar o escânda-lo, o Manchester United perdeu pelo terceiro jogo consecutivo, desta vez em casa do Watford, o que coloca a equipa de Mourinho a seis pontos do líder Man-chester City.

Depois do fecho desta edição jogam--se ainda o Crystal Palace- Stoke City, o Southampton-Swansea City e o Totte-nham Hotspur-Sunderland

PREMIER LEAGUE

Slimani já brilha em LeicesterO argelino, contratado ao Sporting por 40 milhões de euros, marcou dois golos de cabeça na vitória do Leicester

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201614 JTM | ACTUAL

Explosões intencionaisna América do NorteO presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que a ex-plosão que no sábado feriu pelo me-nos 29 pessoas, uma das quais com gravidade, numa rua da cidade foi intencional mas que estão, para já, descartadas ligações a terrorismo. Testemunhas citadas por meios de co-municação locais dizem que se tratou, aparentemente, da explosão de um artefacto que estava dentro de um cai-xote de lixo. A agência Efe, contudo, informava ontem que foi descoberta uma segunda bomba feita aparente-mente com uma panela de pressão de cuja parte central saem cabos, ligados com fita adesiva de cor prata, não muito longe da que explodira ante-riormente. Horas antes, verificou-se uma outra explosão num caixote de lixo em Nova Jersey, estado vizinho de Nova Iorque, que não provocou feridos porque a corrida de comandos que estava para ali passar, atrasou-se. Também na mesma noite, oito pessoas ficaram feridas num centro comercial do estado do Minnesota num ataque com uma faca cujo autor foi abatido, anunciou a polícia. Segundo o chefe da polícia local, Blair Anderson, o ata-cante “fez referências a Alá”. “Con-firmámos que ele perguntou a pelo menos uma pessoa se era muçulmana antes de a atacar”, acrescentou. O ata-cante foi abatido por um polícia que não estava de serviço. Os EUA estão sob medidas especiais de segurança porque Nova Iorque acolhe hoje uma cimeira sobre refugiados e migrantes e, a partir de amanhã, a reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas.

A sondagem realizada entre 9 e 15 de Setembro mostra que 42% de prováveis eleitores apoiam Hillary, enquan-to 38% favorecem Trump. Hillary, que tem liderado as

sondagens pela maior parte do tempo desde as convenções na-cionais republicana e democrata, reconquistou assim a vanta-gem depois da sua liderança ter sofrido quebra uma quebra no fim de Agosto.

Hillary tem vantagem entre minorias, mulheres, pessoas que ganham mais de 75 mil dólares por ano e os de tendência política moderada. Trump tem vantagem entre brancos, ho-mens, entre os muito religiosos e as pessoas perto da idade de se aposentar.

Esta sondagem foi feita após as notícias que Hillary tinha uma pneumonia bacteriana não contagiosa, o que provocou nova discussão sobre a saúde dos dois candidatos. Trump, de 70 anos, seria o presidente mais velho a assumir o cargo, en-quanto Hillary, 68 anos, seria a segunda mais velha.

Desde então, os dois candidatos divulgaram detalhes da sua saúde pessoal. Os médicos de Hillary afirmaram que o seu exame físico é normal, tirando a pneumonia, e que está em ex-celente condição mental. Trump divulgou uma nota do seu mé-dico dizendo que estava com “saúde física excelente”. Aliás, os norte-americanos não parecem estar muito preocupados com a saúde dos candidatos. De acordo com uma outra sondagem Reuters/Ipsos, a maior parte afirmou que o tema não faria dife-rença na hora de votar.

Michelle Obama entra na campanha

A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, fez na sexta-feira a sua primeira aparição oficial na campanha elei-toral em favor de Hillary Clinton, numa acção em que, segundo a EFE, “arregaçou as mangas” para tentar conquistar o voto dos jovens, ao dizer que “não é a hora de desanimar”.

Diante de centenas de estudantes da Universidade George

Mason, no Estado da Virgínia, a primeira-dama deixou eviden-te em mais de uma ocasião o seu grande carisma ao lidar com o público e apelou aos mais jovens para que “não venham a um comício só para tirar ‘selfies’, mas para ir às ruas e conseguir registar eleitores para a candidata”.

“Vou trabalhar muito duro para fazer com que Hillary Clin-ton seja eleita. Preciso da vossa ajuda, mas têm que arregaçar as mangas. Estão prontos?”, perguntou Michelle aos estudantes, lembrando-os que não é preciso apenas votar em Novembro, mas mobilizar as suas comunidades para aumentar a partici-pação.

Michelle Obama lembrou que a Virgínia é um dos estados--chave (os chamados ‘swingstates’, que não têm preferência de-finida entre os dois grandes partidos) e recordou que quando o seu marido foi reeleito, a margem de vitória em alguns desses estados foi de apenas alguns votos. “As eleições não são apenas sobre quem vota, mas também sobre quem não vota”, adver-tiu Michelle aos mais jovens, que costumam registar os índices mais baixos de participação nas eleições.

Por isso, a primeira-dama reforçou que é muito importante que os jovens “se disponham a trabalhar com o coração” para fazer com que Hillary seja eleita presidente.

“Todos têm que chegar à família, amigos, e conhecidos para lhes pedir para se registarem e votarem. Não saiam deste edifí-cio sem fazer isso”, pediu aos estudantes.

Michelle também encorajou os jovens a “não ouvirem o ruído” da campanha eleitoral, que está viciada pela retórica maliciosa de Donald Trump e serem justos sobre o que a ex--secretária de Estado pode oferecer ao país.

“Hillary inspira-me. Sinto-me inspirada pela sua vida e car-reira, dedicadas ao serviço público”, declarou ao reiterar que nem o seu marido, Barack Obama, nem o ex-presidente Bill Clinton, estavam tão preparados como Hillary para ocupar o cargo. “E acontece que ela é uma mulher”, frisou Michelle, que foi muito ovacionada pelo público.

EUA

Hillary continua a liderar sondagens após pneumoniaA candidata democrata, Hillary Clinton, tem uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre Donald Trump, e as notícias sobre a pneumonia não lhe diminuíram apoio, de acordo com uma nova sondagem Reuters/Ipsos

Inscrição nas provas de admissão ao Curso de Estágio de ADVOCACIA de 2016

Avisam-se todos os interessados que reunirem os requisitos definidos na actual versão do Regulamento do Acesso à Advocacia, com as alterações publicadas no Boletim Oficial da RAEM n.º 45, II série, de 9 de Novembro de 2011, e pretendam frequentar o Curso de Estágio de Advocacia de 2016, que deverão requerer a sua inscrição para efeitos de submissão às provas de admissão, junto da Associação dos Advogados de Macau, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação deste aviso. As provas de admissão terão lugar em data e local a anunciar.

Para mais informações, é favor contactar esta Associação: Avenida da Amizade, n.º 918 Edifício World Trade Center, 11.º andar Tel: 28728121, 28728122 Fax: 28728127 bv e-mail: [email protected]

De harmonia com o disposto na última parte do n.º 2 do artigo 20.º do citado Regulamento, a realização deste Curso de Estágio ficará dependente de deliberação da Associação dos Advogados de Macau.

A data de realização das provas de admissão será oportunamente divulgada.

Macau, 19 de Setembro de 2016

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | ACTUAL 15

AUSTRÁLIA

Um país há 25 anos sem recessão económicaÉ preciso voltar muito no tempo para encontrar uma fase de crise na economia australiana, o que é atribuída a uma economia muito diversificada

ÍNDIAPelo menos 17 soldados morre-ram ontem num ataque a uma base militar indiana em Uri, na região de Caxemira, avançou o exército indiano. “Quatro ter-roristas” morreram também no ataque, segundo as autoridades.

UCRÂNIAO Departamento de Estado dos EUA considerou “ilegítimas” as eleições para o arlamento russo (Duma) na Crimeia, con-vocadas para domingo, avan-çando que não reconhecerão o resultado. “A nossa posição so-bre a Crimeia é clara: a penín-sula é parte integral da Ucrâ-nia”, acrescenta o texto.

CHINAO supertufão Meranti causou pelo menos 13 mortos à sua passagem pela China, havendo ainda outras 14 pessoas desa-parecidas, segundo revelaram as autoridades locais”. Na pro-víncia de Fujian morreram sete pessoas e cerca de 331 mil pes-soas foram realojadas estando contabilizados estragos em cerca de 200 milhões de USD.

EGIPTOA justiça egípcia ordenou o con-gelamento de bens de cinco conhecidos defensores dos di-reitos humanos e de três orga-nizações não governamentais, atiçando os temores de que haja uma nova onda repressiva contra a sociedade civil no país.

ROMÉNIADesde o fim da ditadura comu-nista na Roménia, há 27 anos, o país passou de 23 milhões de habitantes para 19,7 milhões, uma queda de 14% provocada principalmente pela emigração económica, que causa perdas milionárias e ameaça os servi-ços fornecidos pelo governo. Só no ano passado, o segundo país mais pobre da União Europeia (UE) perdeu 110 mil pessoas.

ALEMANHAMilhares de manifestantes participaram no sábado, com cruzes brancas, e em silêncio, no protesto contra o aborto, a eutanásia e os métodos de Diagnóstico Pré-implantacio-nal (DPI) no feto nos arredores do Bundestag (parlamento fe-deral), em Berlim.

TURQUIAA polícia turca deteve um ho-mem acusado de pontapear e agredir uma mulher por usar calções demasiado curtos num autocarro em Istambul, noticiaram ontem os meios de comunicação locais. Gritando “quem usa calções deve mor-rer”, o suspeito atacou a mu-lher, que é enfermeira, ponta-peando-a na cara. O homem, que trabalha como segurança numa empresa, tinha sido diagnosticado com uma “de-pressão maníaca”, acrescentou uma fonte policial.

VOLTA AOMUND

Acredito que me queiram afastar de tudo, deste sítio onde estou a trabalhar. Não estou a pensar em nenhu-ma em concreto, mas há pessoas que gostariam de me

ver longe daqui”, disse em resposta a uma pergunta dos jor-nalistas Rui Gustavo e Pedro Santos Guerreiro.

Questionado sobre se estava a falar de arguidos que inves-tiga, Carlos Alexandre respondeu: “Não sei. Há sempre inte-resses. Já tive incidentes de recusa nos processos e não inter-preto isso como uma tentativa de afastamento”.

À pergunta sobre se se sente “em risco”, respondeu: “Como já me foi avisado, tenho de me cuidar”. A este propósito, refe-riu ainda “uma fiscalização” da Autoridade Tributária às suas contas, sobre que “um dia” falará em público, mas recusou “densificar”.

O Expresso revela que a entrevista que hoje publica foi rea-lizada antes da transmissão pela SIC, a 8 de Setembro, de uma outra entrevista a Carlos Alexandre na sequência da qual a defesa do ex-primeiro-ministro José Sócrates apresentou um pedido de recusa do juiz, que é o responsável pelo processo da Operação Marquês, em que o antigo líder do Governo é arguido.

Carlos Alexandre: “Não tenho dinheiro ou contas bancá-rias em nome de amigos”

Na entrevista ao Expresso, Carlos Alexandre volta a suge-rir que está sob escuta, afirmando que fala “sucintamente” ao telefone, mas não pode falar “muito tranquilamente”, porque as suas palavras podem ser interpretadas por “pessoas que tenham acesso às interceções, as autoridades formais de con-trolo ou outras”.

Carlos Alexandre nunca apresentou queixa por causa das escutas.

Noutro ponto da entrevista, e recusando sempre falar em concreto sobre a Operação Marquês, afirma que “em muitos processos há uma grande dilação temporal entre a instauração do inquérito e o despacho final”, com “vários exemplos no DCIAP cuja investigação dura há mais de cinco ou seis anos”.

“Há ene processos que vão além do prazo normal e por

Há 25 anos, a selecção argentina, encabeçada por Maradona, era campeã mundial de futebol. Os

poucos telemóveis em operação eram do tamanho de um tijolo de construção. E a União Soviética estava no seu pro-cesso final de desintegração.

Ora por 25 anos consecutivos, a eco-nomia australiana só vem crescendo. Os dados mais recentes, de Junho, mostram que em 2016, a economia está a crescer a um ritmo anual de 3,3%.

Só faltam três trimestres para que a Austrália alcance o recorde de maior crescimento económico contínuo na época moderna - que actualmente per-tence à Holanda: 26 anos.

O bom desempenho experimentado pela economia australiana tem ainda mais mérito devido ao colapso dos pre-ços internacionais das matérias-primas - uma tendência ameaçadora para uma nação voltada para a mineração.

A explicação pode ser encontrada, parcialmente, na boa sorte, segundo a correspondente de economia asiática da BBC, Karishma Vaswani.

PORTUGAL

Juiz Carlos Alexandre: “Acreditoque me queiram afastar de tudo”O juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), disse acreditar que o querem afastar do cargo que ocupa, incluindo arguidos dos casos que tem em mãos, numa entrevista publicada no sábado pelo jornal Expresso

isso é que a lei prevê algumas circunstâncias excecionais”, afirma, acrescentando que foi criada uma legislação, preci-samente quando José Sócrates era primeiro-ministro, com “normas que estendiam o prazo de acesso ao inquérito, por motivos julgados relevantes”.

Sócrates acusa juiz de “insinuação torpe e covarde” e “abuso de poder”

A Operação Marquês conta com mais de uma dezena de arguidos, incluindo José Sócrates, que esteve preso preventi-vamente mais de nove meses, e que está indiciado por frau-de fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

JTM com imprensa portuguesa

“As minas foram fechadas e empre-gos foram perdidos nesse sector. Mas não esqueçamos que a Austrália é uma economia altamente diversificada”, afirmou, alientando que “o turismo, finanças, tecnologia e educação são os componentes principais da economia da Austrália e beneficiaram de uma moeda australiana fraca”.

Também ocorreram lucros no sector agrícola e a mesma indústria de mine-ração obteve um alívio com a recente desvalorização do dólar australiano, o que fez os produtos do país ficarem mais baratos no exterior., enquanto os avanços tecnológicos a fizeram mais competitiva.

Alto padrão de vidaIndependente do desenvolvimento

recente, o facto é que a Austrália está há mais de uma geração sem conhecer uma verdadeira crise económica.

O país conta com abundantes recursos naturais e o seu território tem dimensões continentais. Conta com recursos mine-rais, e beneficiou de correntes migratórias

que levaram profissionais e empresários de todo o mundo a viver no país.

A Austrália atrai novos habitantes, em parte com a promessa de uma boa qualidade de vida mas também pelas praias, natureza e um clima agradável - além de cidades cosmopolitas como Sydney e Melbourne.

O desemprego está um nível baixo, de cerca de 5% e há muitos australianos que nunca experimentaram uma crise económica.

De acordo com agências internacio-nais, contudo, há analistas que adver-tem que com uma procura externa que às vezes vacila, um elevado nível de en-dividamento dos seus habitantes e ou-tros factores que diminuem o consumo, não se deve descartar uma desacelera-ção do crescimento.

Por isso, a Austrália não se pode des-cuidar nos nove meses que faltam para alcançar a Holanda e ficar com a meda-lha de ouro do crescimento económico mundial.

JTM com agências internacionais

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201616 JTM | OPINIÃO

REGINADE AZEVEDO PINTO*

AOS MEUS OLHOS

Sobriedade emocional

O amor não se come de faca e garfo. Somos brutos a amar, sôfregos. Nunca comemos da maneira como norteia a etiqueta. Co-

locamos uma mesa bonita, toalha esticada, os diversos talheres a emoldurar os pratos, guar-danapos e copos. Cotovelos não tocam na mesa, cabeça muito erguida como uma girafa e pensa-mentos sóbrios acima das nuvens.

Começamos civilizados no amor. Mesa pos-ta, muito composta, tudo centrado e arrumado. Colocam-se as costas nas celas disciplinadoras da cadeira, outras costas. Come-se devagar e pausadamente, arqueiam-se sobrancelhas, inter-cala-se o prato com pequenos sorves de bebida e limpam-se os lábios antes e depois. Esvazia-se o tira gostos para mudarmos de estação. Pompa e circunstância verte o jarro do centro da mesa. Atravessados pelo desconhecido jogam este xa-drez com os olhares, com as mãos e expressões, não conhecem a tática do adversário. O guarda-napo permanece no colo. Não caia de surpresa uma gotinha de incúria. Respira-se pó de már-more na mesa.

-”O que vão desejar os senhores?”- questiona a mesinha de cabeceira da sala como seu abajur inclinado sobre a mesa prestando vassalagem ao candeeiro de teto que jorrava reflexos de cristais sobre a mesa.

-”Sobriedade emocional... mal passada.”- Aduz a senhora.

Sobriedade... sobriedade é o sal que tempera

e não alimenta. A emoção, o pão que mata a fome. A fome o grito mais visceral. Ela queria tudo e ele não percebia nada. Actuava por mimetismo acompanhava todos os seus gestos mais delica-dos. Não saía de tom e perseguia-a com o olhar.

Esgotaram-se as entradas, os pratos, o vi-nho caro, a sobremesa. A inquietação apertava o dedo mindinho do pé fazendo-o balançar ao som do nervosismo mudo. Temperança e descri-ção era o que lhe ecoava no corredor da testa. Sobriedade, sobriedade, palavra de ordem! Ela pensava na solidão infecunda que os separava, a sua esperança já estava descabelada mesmo com extensões de conversas com o olhar. Ela tingia as verdades com rubor, ele percebia metade de tudo. Idiomas desencontrados, dialectos envie-sados. Ela tinha o coração na varanda do copo, empoleirado por uma serenata, ele no rés-do--chão descalço procurava ainda a sua gravata. Eles não se entendiam nesta dieta emocional... tudo ficou frio e consumido pelo ar. Nem um pa-pelzinho soflan tapou a temperatura…

Perceberam então que o amor não se serve com faca e garfo. Nem a faca o consegue cortar nem o garfo o consegue apanhar. O amor conso-me, não é para morrer à fome…

Para darem um final feliz à história decidiram ir alimentar o amor, foram comer fora de horas a uma tasca. Luz tíbia, cotovelos em cima da mesa, vinho da casa, curvados sobre a mesa, proximi-dade fecunda, sem faca e garfo, com dedos be-suntados de hambúrguer bem passado e batatas fritas da marca colesterol… estavam a escrever o amor deles à revelia da etiqueta nas costas do mundo, era o sortilégio do alvorecer no sorriso dela.

Mataram a fome e foram felizes para sempre!

*Advogada em Lisboa

O Eu e os Políticos, o novo livro de José António Sa-raiva (JAS), é um capítulo da obra mais vasta Eu e o Mundo que o homem anda a escrever há décadas.

Por falar em políticos, Jérôme Cahuzac, ex-ministro fran-cês, está a ser julgado por trapaças com o fisco. Há dias, no tribunal, pediram-lhe explicações por um depósito na Suí-ça, há 25 anos, e que ele ainda mantém. “Ah, era para apoiar o Michel Rocard”, desculpou-se. Rocard é um político fran-cês que morreu há dois meses... Nada como os mortos para depositarmos culpas.

Canalhices de políticos lembradas, passemos então, sem sair do género, ao magnífico “Eu...”, o JAS e as coisas pican-tes que ele sabe sobre os nossos políticos.

Olha, o irmão que já morreu, a contar ao “Eu” a sexua-lidade do irmão; olha, o escritor que já morreu, a contar ao “Eu” as brejeirices dum ministro; olha, um ministro que já morreu e que, moribundo, invocou ao “Eu” a sua doença para sacar umas massas...

Na capa do livro desenha-se um buraco de fechadu-ra, erro gráfico: o JAS espreitou menos do que cavou em campas.

E é pena, porque o “Eu”, só, é mesmo fascinante. Fala-va ele com o político Arnaut, um dos responsáveis do Euro 2004 em Portugal, e disse-lhe: “Já pensou que se mandam um avião contra um estádio matam 40 mil?”

Um mês depois, tungas!, havia F-16 a vigiar o espaço aéreo...

“Espantosa coincidência!”, ironiza no livro o nosso JAS, inventor, além do saco de plástico, dos primeiros drones an-titerroristas.

JTM/DN

José António Saraiva espreita e baba-se

FERREIRAFERNANDES*

Direcção dos Serviços de Finanças

AVISOCOBRANÇA DO IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOS

1. Avisa-se os Srs. contribuintes que o referido Imposto é pago em 2 prestaçãoes, se for superior a MOP3,000.00, em Setembro e

Novembro de cada ano. Se for não superior a MOP$3,000.00, é pago numa única prestação, em Setembro de cada ano.2. O não pagamento da 1ª prestação no mês de vencimento (Setembro) importa para além da cobrança de juros de mora e 3%

de dívidas, o imediato vencimento da prestação vincenda.3. No mês de pagamento, se os Srs. contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que se

dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo o conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2ª via do mesmo. Por outro lado, os contribuintes, que sejam titulares do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM, podem recorrer aos quiosques desta Direcção de Serviços para efectuarem a impressão de 2ª via do conhecimento de cobrança pessoal.

4. O pagamento da 1ª ou única prestação pode ser efectuado, até ao última dia do mês de Setembro, nos seguintes locais:– Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa, do Centro de Serviços da RAEM ou do

Edifício Long Cheng;Os impostos/contribuições podem ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitido pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O valor total de pagamento não pode ser superior a MOP$100.000,00 (cem mil patacas), sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão. Pode-se também optar pelo pagamento através do cartão “Quick Pass”, sendo que o valor total de pagamento não pode ser superior a MOP$1.000,00 (mil patacas).

– Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados:Banco da China; Banco Comercial de Macau; Banco Delta Ásia; Banco Industrial e Comercial da China; Banco Luso Internacional; Banco Nacional Ultramarino; Banco Tai Fung; Banco OCBC Weng Hang.

– Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação «Jet payment»;– Por pagamento electrónico [“banca-on-line”]:

Banco da China, Banco Nacional Ultramarino, Banco Tai Fung, Banco OCBC Weng Hang, Banco Luso Inter-nacional.

– Por pagamento telefónico “banca por telefone”: Banco da China, Banco Tai Fung.5. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não pode ser anterior, em mais de três dias, à da

sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da «Direcção dos Serviços de Finanças», nos termos das alíneas 2) e 3) do nº 1 do Artigo 4º do Regulamento Administrativo nº 22/2008. Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$50.000,00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

6. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa, cheque bancário ou cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Não é possível enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovativo do pagamento. Note-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 5, relativamente aos cheques:– O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento

de cobrança.7. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do

serviço de cobrança.8. Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.Aos 18 de Agosto de 2016.

O Director dos Serviços, Iong Kong Leong

Consultation by Appointment Office hour: 10:00 - 19:00 Close on Sun, Tue and Public Holiday

Tel: (853)28373266 Fax: (853)28356483

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A família enlutada de Aureliano António Ritchie informa que a missa de 7º dia deste seu ente querido se realiza hoje,

19 de Setembro, pelas 18 horas na Sé Catedral.

A todos quantos se queiram associar neste piedoso acto,a família enlutada agradece antecipadamente.

Missa de 7º dia AURELIANO ANTÓNIO RITCHIE

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | OPINIÃO 17

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

19/09/1996

SERVIÇO DE INFORMAÇÕESPASSOU À HISTÓRIAO Gabinete para a Criação de uma Estrutura de Informações (GCEI) vai ser extinto em 1 de Outubro, deter-mina um despacho do Governador, publicado ontem em Boletim Oficial (BO). A decisão decorre de estar “con-solidada uma actividade de informa-ções específica ao nível das institui-ções responsáveis pela segurança no Território de Macau e no âmbito das respectivas atribuições”. “Neste con-texto, considerando que as estruturas existentes satisfazem hoje as necessi-dades imediatas no domínio das in-formações, entende-se estarem afasta-dos os pressupostos que justificaram a criação e manutenção da actividade do GCEI que foi criado em Julho de 1990 por se ter reconhecido “a contri-buição importante, senão essencial”, que um “serviço de pesquisa e análise de informações pode fornecer à cada vez mais complexa actividade gover-nativa, no seu objectivo de garantir o desenvolvimento e a estabilidade”. O GCEI foi criado como uma equipa de projecto e com uma duração máxima previsível de três anos, prorrogada, sucessivamente, por dois anos em Julho de 1993 e de 1995. Um outro despacho do Governador de Macau, também publicado ontem em BO, prorroga até 31 de Dezembro de 1997 a duração do Gabinete de Apoio ao Processo de Integração, “consideran-do que as finalidades subjacentes à constituição daquela equipa de pro-jecto aconselham a que se mantenha por ora o seu funcionamento”.

COREIA DO NORTEVOA PARA MACAUA Coreia do Norte vai abrir em Ou-tubro o seu espaço aéreo à aviação internacional, foi ontem anunciado, no mesmo dia em que a companhia norte-coreana, “Air Koryo”, come-çou a escalar o Aeroporto Internacio-nal de Macau (AIM). A “Air Koryo” vai ligar Pyongyang a Macau às 2as e 3as-feiras, com aviões Ilyushin-62, quadrireactores de fabrico soviético com capacidade para 312 passageiros, inserindo uma escala no AIM no voo que realiza entre as capitais norte--coreana e tailandesa. A “Air Koryo” obteve da Autoridade da Aviação Ci-vil de Macau autorização para escalar o AIM em carreiras regulares bise-manais entre 16 de Setembro e 29 de Março de 1997. Entretanto, o director da uma agência de viagens de HK, a “Golden Trip Travel Serviçe”, que foi nomeada, em Agosto, como escritório de representação da Coreia do Norte na colónia britânica para a área do tu-rismo, anunciou a abertura do espaço aéreo norte-coreano.

Breves relatos de duas festas macaenses no Rio de Janeiro

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

“Si tem gente batê pórta pôde entráVêm comê cô nos na mêsa”

(trecho de “Unga Casa Macaísta”,adaptação de “Uma Casa Portuguesa”)

No artigo anterior, foi feita uma apreciação do volume XXXVIII da colecção “Mosaico”, do acervo editorial do Instituto Internacional de Macau (IIM), que tem

por títutlo “As festas da Casa de Macau do Rio de Janeiro”, cuja autora é Paloma Rodrigues Augusto, jovem investiga-dora brasileira da área das ciências sociais que esteve pre-sente em todas as principais festas daquela agremiação re-creativa, social e cultural macaense durante quase um ano, convivendo com os seus associados, familiares e amigos.

Complementando as considerações já feitas, pareceu-nos de interesse reproduzir os relatos sucintos de duas dessas festas, uma em que se comemorou o aniversário da criação da Casa e ao mesmo tempo o Dia de Portugal e das Comu-nidades Portuguesas, e a outra em que se homenageou o Brasil, nova pátria amada que soube acolher macaenses de várias gerações:

Aniversárioda Casa e Dia de Portugal

“Antes desta festa, realizei mais uma entrevista com Iana As-sumpção. Soube que o mês de junho é muito importante para a CMRJ, pois é este mês que reúne algumas das datas importantes para a comunidade macaense, como o Dia de Portugal, o Dia de Camões e o Dia das Comunidades Portuguesas, bem como o Ani-versário da CMRJ. Nesta festa de aniversário e na festa de ano novo, a entrada é gratuita para os sócios, sequer sendo exigido pa-gamento da mensalidade, o que cria expectativa de maior público ao local.

No dia da festa, 29 de junho, a decoração da Casa remetia a Portugal, todas as mesas estavam cobertas por toalhas vermelhas e verdes, cores que remetem à bandeira portuguesa. Havia também bandeirinhas portuguesas nas mesas e uma grande bandeira de Portugal em umas das janelas. Iana e Silva D’Assumpção e Julia-na e Ana Maria Nolasco, principais responsáveis pela organização da festa, foram as primeiras a chegar.

Na cozinha, elas cuidavam dos últimos preparativos para ser-vir o almoço. Pouco depois, chegou o sócio Leonardo Carion com equipamentos musicais, caixa de som, instrumentos e partituras e foi ajudado pelos outros sócios a descarregar os equipamentos. Ele havia combinado de realizar um show nesta festa. Léo Carion, como também é chamado, junto com seu irmão Mario Carion fize-ram parte de uma banda musical chamada Os Selvagens na época da Jovem Guarda, movimento musical que existiu no Brasil na década de 1960, quando aqui chegaram. Duas crianças brincavam com as peças de Mahjong durante este início de festa.

Por volta de 13h, a maioria dos sócios que participariam desta festa já tinham chegado e o almoço foi servido. Os pratos servidos foram um ‘Cozido Macaense’ preparado por Silvana D’Assumpção e uma ‘Dobrada à moda do Porto’ preparada por Acaio D’Assumpção. Como sobremesa, foi oferecido um ‘Pastel Folhado recheado com Ovos Moles’ e ‘Arroz Doce’. O pastel foi preparado por Isis D’Assumpção, filha de Silvana, irmã de Iana, neta de Acaio, e o arroz doce por Vera, atual esposa de Acaio. To-dos esses pratos concorreram a melhor prato salgado ou a melhor sobremesa. Os pratos vencedores foram o cozido preparado por Sil-vana e o pastel de ovos moles preparado por Isis.

Após o almoço, começou o show de Leonardo Carion. Por volta da segunda música, o sócio Antônio Mendonça se levantou de sua

mesa com um chocalho de metal e se dirigiu para o local onde Leo-nardo executava seu show e começou a acompanhá-lo. Após cantar algumas canções em inglês das décadas de 1960 e 1970 (que talvez lhe remetam à Macau que conheceu, onde aprendeu o idioma), Léo Carion tocou algumas músicas famosas da cultura portuguesa, também em homenagem ao jornalista português da TDM, emis-sora de tevê de Macau, que realizava uma matéria sobre a CMRJ na ocasião.

Durante o show ocorreu um concurso de declamação de poesias e um concurso de dança de casais. O concurso de declamação foi vencido por Luisa Carion, que não deve ter ainda seus 10 anos e leu um poema de Camões; e o concurso de dança pelos sócios Augusto ‘Magoo’ Carion e Julia Carion.

Essa terceira festa, uma das festas mais alegres que acompanhei até então – talvez porque nesse dia esses macaenses celebrassem não só os 23 anos da Casa de Macau do Rio de Janeiro, mas também os mais de 23 anos da história que eles vêm construindo juntos uns com os outros – foi também uma comemoração carregada de senti-do para aqueles que dela participavam.

Digo isso porque a comunidade macaense possui uma forte identidade com a cultura portuguesa, como disse Augusto Carion, o ‘Magoo’, em seu depoimento registrado no livro Macau Somos Nós: ‘Sempre, até hoje, digo que sou português. Nasci em Xangai, mas sou português.’”

A Festa do Brasil“A última festa do ano ocorrida na CMRJ foi a Festa do Brasil,

que ocorreu no dia 30 de novembro. O cartaz de divulgação, pro-movido na página da Casa na rede social facebook, convidava os sócios para uma festa de ‘maravilhas brasileiras’, como churrasco, samba e cerveja.

Na mesa, pratos típicos dos churrascos brasileiros: arroz, farofa, molho à campanha, além das carnes, é claro. Como sobremesa, foi servida uma tapioca doce. Os pratos foram preparados por Silvana Assumpção e a churrasqueira, localizada na parte externa da casa, foi comandada por Denny Carion e Eduardo Carion. Como bebida típica brasileira, ainda foi oferecida caipirinha.

A Festa do Brasil foi a festa que mais reuniu jovens com idade na casa dos vinte anos, contando inclusive com um animado grupo de rapazes com instrumentos musicais, promovendo uma roda de samba ali. Porém, a maioria dos jovens presentes não eram sócios da CMRJ, mas amigos de outros jovens sócios da casa, o que de-monstra que a casa está de fato sempre aberta para os convidados, brasileiros ou estrangeiros. Assim, a festa seguiu animada, com Léo e Mario Carion cantando junto com os outros rapazes.

A Festa do Brasil foi caracterizada pelo esforço por parte dos or-ganizadores da CMRJ, que são hoje, em sua maioria, jovens brasi-leiros descendentes de macaenses, de realizar uma festa com traços típicos da cultura brasileira, como é comum em algumas casas no Brasil aos finais de semana, reunindo amigos e familiares para um churrasco com música e cerveja.

Foi também durante essa festa que Acaio Assumpção, também conhecido como Mestre Acaio, recebeu das mãos de Léo Carion uma homenagem por sua contribuição ao karatê. Foi ele o fundador da ‘Sei Go Kan’ de karatê no Rio de Janeiro. Seria a última festa em que este grande macaense que viveu décadas no Rio de Janeiro estaria presente, tendo falecido em janeiro de 2015.

Durante toda a festa, realizei ainda entrevistas com os membros da comunidade macaense no Rio de Janeiro, os sócios da CMRJ, a fim de saber deles qual a importância das festas da Casa de Macau do Rio de Janeiro. Foram realizadas ao todo nove entrevistas com diferentes gerações de macaenses e, através delas, pude obter dife-rentes perspectivas sobre o significado de ser macaense e a impor-tância das festas da CMRJ.”

É importante que relatos como estes, que gostaríamos de ver multiplicados pelas Casas de Macau, fiquem registados para a posteridade, para a memória e para a história das co-munidades macaenses.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

Dito“Mas isso não interessa e não importa se a Torre Eiffel é um dos monumentos com mais réplicas no mundo. O mais importante é que agora podemos passar uma noite completamente ro-mântica a dar umas beijocas debaixo da nossa Torre Eiffel.”

José Drumond, in “Hoje Macau”

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 201618 JTM | LAZER

• • • NATUREZA

Tartaruga centenária salva a sua espécie da extinçãoUma tartaruga gigante macho de Galápagos com mais de 100 anos de idade está a ser considerada como a grande responsável por recuperar a população desses na sua ilha nativa, Española, e, assim, salvar a espécie da extinção

Diego é um Chelonoidis hoodensis, espécie en-contrada na natureza

apenas nesta ilha ao sul do arquipélago de Galápagos, no oceano Pacífico.

O arquipélago ficou famo-so mundialmente por ter sido alvo de estudos do natura-lista inglês Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, por conta de sua grande bio-diversidade.

Há 50 anos, havia apenas dois machos e 12 fêmeas da espécie de Diego em Españo-la - e os animais estavam es-palhados pela ilha para que fosse possível reproduzir.

Mas o apetite sexual de Diego reverteu a situação. Vivendo num centro de re-produção na ilha Santa Cruz, uma das maiores de Galápa-gos, Diego tornou-se pai de cerca de 800 filhotes.

“Ele é um macho reprodu-tor muito activo sexualmente e contribuiu enormemente para repopular a ilha”, disse Washignton Tapia, especia-lista em preservação de tarta-rugas do Parque Nacional de Galápagos, à agência AFP.

De volta a GalápagosCom 80 kg, 90 cm de com-

primento e 1,5m de altura (se esticar as pernas e pescoço), Diego foi o macho domina-dor entre os três selecciona-dos para recuperar a espécie em Española. Convive com seis fêmeas, as suas parceiras nesta missão.

Diego foi achado no Jar-dim Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos - daí veio

seu nome -, após a espécie ter sido identificada pelos cien-tistas e ter sido lançada uma campanha internacional para

encontrar mais exemplares desse raro tipo de tartaruga.

“Não sabemos exactamen-te como ou quando ele chegou

aos Estados Unidos. Deve ter sido retirado de Española en-tre 1900 e 1959 por uma ex-pedição científica”, afirmou

Tapia.Diego foi levado de volta

para Galápagos em 1976 e in-cluído no programa de repro-dução da espécie.

Os cientistas não tinham conhecimento do quanto ele havia contribuído para essa tarefa, até há seis anos, quan-do uma análise genética mos-trou que ele era pai de 40% dos filhotes libertados na na-tureza pelo projecto.

Ao todo, 2 mil tartarugas foram distribuídas pela ilha. Hoje, a espécie não está mais ameaçada de extinção.

“Não diria que a espécie está em condições perfeitas, porque há registos históricos que mostram que provavel-mente houve mais de 5 mil tartarugas na ilha. Mas está tudo a correr muito bem - e o número a aumentar o, o que é mais importante”, disse Ta-pia.

Das 15 espécies de tartaru-gas gigantes com origem em Galápagos, três foram extin-tas, vítimas dos piratas do sé-culo 18 que alteraram o frágil ecossistema do arquipélago.

Entre aquelas espécies ameaçadas actualmente, nem todas têm um macho como Diego para vir ao seu resgate. A esperança de recuperar a espécie Chelonoidis abingdo-ni morreu junto com seu úl-timo sobrevivente conhecido.

O centenário George, o So-litário faleceu em 2012 após se recusar por muitos anos a reproduzir em cativeiro.

JTM com agênciasinternacionais

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 JTM | LAZER 19

• • • E AINDA

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O roubo da Taça do Mundial de futebol

Peralta (Paulo Tiefenthaler) trabalha numa seguradora, está com dívidas de jogo e pensa sempre em se dar

bem. É o típico malandro inofensivo, cujos golpes, apenas para lhe garantir uma vida melhor, nunca dão certo. Tenta de tudo, desde jogos clandestinos até ao esquema de pirâmide. Eram os anos de 1980, e muita gente caía nesse golpe.

“O Roubo da Taça”, no entanto, é uma história que não poderia ter acontecido noutro país senão o Brasil, onde a lei e ma-landragem dialogam com facilidade, num contorno ténue e esfumaçado.

Peralta tem fácil acesso à sede da Con-federeação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio, pois diz que é representante do Atlé-tico Mineiro. A taça Jules Rimet – cujo di-reito de posse o Brasil conquistou em 1970 ao sagrar-se tricampeão derrotando a Itália – estava na sala do presidente da entidade, atrás de um vidro blindado, com uma mol-dura presa por um único prego.

Junto com um seu comparsa, o ex-agen-te da polícia Borracha (Danilo Grangheia), Peralta facilmente rouba o troféu numa aca-lorada noite de Dezembro de 1983.

Roubar foi fácil, mas o que fazer com a taça? Quem irá comprar aquilo que estava na capa de todos os jornais? Para desespero de sua mulher, Dolores (Taís Araújo), ele es-conde o troféu dentro da sua própria casa. Enquanto buscam um comprador, a polícia entra em cena, na figura de um investiga-dor (Milhem Cortaz).

A excelente direcção de actores – assina-da por Fábio Goldfarb, também premiado

em Gramado – reconstitui uma época que parece nunca morrer no Brasil, os anos de 1980. Está tudo lá, na decoração da casa, nos acessórios e figurinos – por David Parizotti – e nas cenas na televisão, onde a mulher Dolores acompanha todos os dias os capí-tulos da primeira versão da novela “Guerra dos Sexos”, com direito a exibição da clás-sica cena de Fernanda Montenegro e Paulo Autran atacando-se mutuamente com co-mida durante o pequeno almoço.

Além da reconstituição de época, da criatividade do guião e da fotografia vence-dora em Gramado – de Ralph Strelow –, a grande estrela do filme é mesmo Tiefentha-ler, que aqui mostra o seu grande talento, especialmente para comédia. Ele já se tinha destacado como actor secundário em “Trin-ta”, mas é em “O Roubo da Taça” que mos-tra o seu timing afiado para o humor, a sua sagacidade na composição de personagem – um sujeito com praticamente tudo errado na vida, incapaz de perceber que se vai dar mal – e presença de cena.

A presença da actriz, modelo, apresen-tadora e cantora brasileira de cinema e te-levisão Taís de Araujo também não é des-prezível.

O circuito comercial, infelizmente, não trará este filme brasileiro às salas de cinema em Macau, pelo que os nossos leitores po-derão ver o trailer do novo filme no site do JTM, e dentro de algum empo talvez pos-sam aparecer algumas cenas no YouTube. É uma comédia e tanto, garantimos.

JTM com agências internacionais

Eva Herzigovádeslumbra na Marie ClaireA supermodelo checa Eva Herzigová mostra toda a sua beleza e elegância no número de Outubro da Marie Claire francesa, em fotos de Stefano Galuzzi. Eva Herzigová inicou a carreira no mundo da moda em 1989, aos 16 anos. Em 1994 saltou para o estrelato como rosto (e corpo) do Wondrebra. Recentemente, a manequim, em entrevista à Madame Figaro, apelidou as modelos actuais de «raparigas Kleenex». «São clones vindos da Rússia ou do Brasil. São escolhidas porque têm o visual da tendência do momento, fazem todas as capas em cinco minutos mas muito poucas chegam ao ano seguinte», disse.Ex-namorado da filha

de Whitney Houston considerado responsável pela sua morteUm juiz da Geórgia considerou o ex-namorado de Bobbi Kristina Brown legalmente responsável pela sua morte em 2015, depois do acusado não comparecer à sessão do processo civil, disse um advogado que representa o espólio dela. Um júri vai determinar quanto Nick Gordon, que ainda não foi indiciado criminalmente, deve pagar pelo seu papel na morte de Bobbi Kristina, a única filha da falecida Whitney Houston e o cantor Bobby Brown. Uma autópsia revelou que a intoxicação por drogas e a imersão na água provocaram a sua morte. O advogado acusou Gordon de lhe dar uma “mistura tóxica” e de roubar dinheiro da sua conta bancária quando ela estava de coma. Gordon nega as alegações e diz que tentou salvar a vida de Bobbi Kristina, mas nem ele nem o seu advogado compareceram à sessão do processo civil.

Kate Hudson revelapor que nunca faladas suas relaçõesNão espere saber detalhes da vida privada de Kate Hudson tão cedo, especialmente de namoros. A actriz que é capa de Outubro da revista ‘Marie Claire’ explicou que esta posição tem a ver com os dois filhos, Ryder, 12, e Bingham, 5, fruto das relações com Chris Robinson e Matthew Bellamy, respectivamente. “[O Ryder] consegue ler e ouvir. Não vou ceder a esse tipo de coisas até que haja alguém na minha vida que vou apresentar aos meus filhos”. Assim se percebe por que motivo a estrela de 37 anos nunca comenta os rumores de potenciais romances que lhe são apontados como, por exemplo, Nick Jonas, 23, ou o DJ Diplo, 37.

É uma história tão sensacional que parece inventada – e parte dela foi, para o filme “O Roubo da Taça”. Mas, aparentemente, muito do que está no écran é real, ou, ao menos, poderia ter sido. O realizador Caito Ortiz – que assina o guião parte de factos concretos para inventar uma trama plausível, pautada pela comédia

VEJA VÍDEO NO SITE DO JTM • www.jtm.com.mo

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 19 de Setembro de 2016 • Fecho da Edição • 23:00 horas

No que ao ensino da Língua Portugue-sa concerne, conhecem-se as limitações do passado e o excelente trabalho feito por várias instituições locais e os competen-tes e dedicados profissionais que lá traba-lham, para uma tarefa nada fácil.

É também do conhecimento geral o su-cessivo aumento dos alunos chineses que aprendem português, na RAEM e espe-cialmente na China Continental onde em poucos anos se passou de quatro para 33 universidades, com excelentes resultados como podemos comprovar no contacto com esses ex-alunos, o que justifica. Em 23 dessas universidades já existe o grau de licenciatura.

Foi uma longa marcha de êxito, que criou o que poderemos chamar de “pro-blema de abundância”. Sabe-se que vai continuar o crescimento do número de alunos, mas escasseiam os professores e Portugal está fora destas contas.

Assim, e poucos parecem perceber, o Instituto Politécnico passou a investir na formação de docentes chineses, com cur-sos de Português.

Desconheço os resultados concretos. De uma coisa garanto: este sim, é um ver-dadeiro “grande salto em frente”...

ENPASSANTJosé Rocha Diniz

O verdadeiro “grandesalto em frente...”

Pandas bebés chamam-se “Jian Jian” e “Kang Kang”O Governo de Macau escolheu os nomes “Jian Jian” e “Kang Kang” para as crias de panda gigante nascidas em Junho, que em conjunto formam a palavra “saúde” ou “saudável”. As designações seleccio-nadas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e pela Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Cheng-du, surgiram de um total de 1.718 sugestões dadas pelos cidadãos. De acordo com um comunicado do IACM, estes nomes revelam “o amor e entusiasmo da população para com as crias”. No total, foram recolhi-dos 3.587 boletins com 1.718 sugestões, sendo que 1.117 propuseram os nomes escolhidos. Foram tidos em consideração critérios como o sig-nificado, a boa pronúncia, a compreensão fácil e outros nomes já atri-buídos. A justificação dos participantes refere que os nomes propostos significam “crescimento saudável e, ao mesmo tempo, manifesta” esse desejo para todos os residentes de Macau. Dois dos participantes vão receber um prémio correspondente a 5.000 patacas e uma lembrança a 3 de Outubro, dia da “Celebração dos 100 Dias das crias de panda gigante”.

55% dos alunos dependem do telemóvel Um inquérito realizado pela Associação Geral dos Estudantes Chong Wa de Macau concluiu que 55%, de um universo de 1.382 alunos, disseram ser dependentes dos telemóveis pois admitiram cair na ilusão de que o telemóvel está a tocar. As entrevistas decorreram entre Março e Maio, num total de 36 instituições de ensino superior, escolas secundárias e pri-márias. De acordo os dados recolhidos, apurou-se também que 95% dos estudantes usam o telefone, maioritariamente para “fazer amigos online”, entretenimento e fazer chamadas. Além disso, cerca de 35% reconheceram que se distraem com facilidade com os telemóveis e que também usam es-tes aparelhos nas salas de aulas. Além disso, mais de 20% admitiram que quando se esquecem do telemóvel sentem-se sozinhos e desemparados e apesar das dificuldades em classificar esta relação uma vez é o primeiro inquérito do género fica claro que os jovens estudantes de Macau são claramente afectados pelos telemóveis. R.C.

Reconstrução do Sin Fong na fase de avaliação de propostasA reconstrução do edifício Sin Fong Garden foi autorizada no arranque deste Verão, po-rém, as obras ainda não são visíveis. Con-tudo, de acordo com o vice-presidente da Associação de Conterrâneos de Jiangmen, o projecto entrou já na fase de avaliação de propostas. Segundo Chan Pou Sam, a “Macau Empresa Social” vai ser responsá-vel pela avaliação das propostas de cinco empresas, mas ainda não há um calendário que preveja o término desta etapa. Como está relacionada com um assunto social importante, a escolha da empresa terá em conta vários factores, tais como a qualidade das obras, a duração do projecto e o custo, ressalvou Chan Pou Sam. Assegurando compreender a preocupação dos mora-dores, o mesmo responsável pediu mais paciência para esta fase de avaliação de propostas. Recorde-se que os trabalhos de demolição e de reconstrução do edifício Sin Fong, que se encontrava em risco de ruína desde 2012, podem demorar dois anos, se-gundo relevou a Associação dos Conterrâ-neos de Jiangmen. A associação vai pagar 60% da despesa total das obras de recons-trução, equivalente a cerca de 200 milhões de patacas. R.C.

Passeios de barcoem meados de 2017A directora dos Serviços de Turismo revelou que os passeios de barco entre a Península de Ma-cau e as Ilhas estão em fase de preparação, pre-vendo-se que poderão começar em meados do próximo ano. Maria Helena de Senna Fernandes explicou que a companhia de exploração está a definir o percurso do passeio, a trabalhar na aquisição dos barcos e no estabelecimento de zo-nas de embarque. A responsável observou que estes trabalhos vão demorar algum tempo, por isso, ainda não há um nome para este passeio. Por outro lado, de acordo com o jornal “Cheng Pou”, a mesma responsável revelou que, no que respeita ao encerramento provisório do Ho-tel Beijing Palácio Imperial, ainda não recebeu propostas de obras de melhoria, apesar de já ter sido entregue um aviso a alertar para a necessi-dade de melhorar as condições para que reabra seis meses depois. Helena de Senna Fernandes recordou que faltam instalações necessárias ao funcionamento e que o gerente do hotel preci-sará de pedir autorização para a sua reabertura.

V.C.

Trabalhadores de construção do “Lisboa Palace” ameaçam suicidar-seA construção do Lisboa Palace está a ser alvo de uma disputa laboral entre os trabalhadores e a companhia de construção. Na semana passada, um grupo de trabalhadores ameaçou saltar de uma das gruas de construção por causa de atrasos nos salá-rios, alertou a deputada Ella Lei. De acordo com “MASTV”, a deputada disse que 100 operários foram despedidos sendo que só ficaram a par da situação depois de lhes ter sido vedada a entrada, na quinta-feira, aos estaleiros da obra. Ella Lei indicou ainda que isso deve ser um despedimento sem justa causa e, por isso, trata-se de uma violação à Lei Laboral. O último protesto dos trabalhadores ocorreu na quarta-feira durante o qual houve alguns momentos de tensão. Quatro operadores sentaram-se, durante 13 horas, no alto de uma grua. Ella Lei apontou que nestes casos, o Governo deve responsabilizar o empreiteiro, uma vez que os subempreiteiros podem fugir com as suas responsabilidades. Além disso, a deputada entende que esta confusão deve-se, no geral, a uma falha no recrutamento dos trabalhadores na área de construção civil. V.C.

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JTM

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Apostas desportivas são“oportunidade de ouro”desperdiçada O especialista de jogo Muhammad Co-hen defendeu que a criação de ‘lounges’ para assistir e apostar em eventos des-portivos é uma “oportunidade de ouro” que está a ser desperdiçada em Macau, onde apenas uma empresa detém essas apostas. O calendário desportivo tem uma grande variedade de eventos. Po-díamos ter tido festas de visionamento dos Jogos Olímpicos nos casinos de Ma-cau, se houvesse salas de qualidade, com belos ecrãs, bom ambiente, comida, bebida, onde as pessoas podem apostar, ao invés de ficarem em casa a ver os jogos sozinhas”, defendeu Muhammad Cohen um dos edi-tores da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau. “É uma opor-tunidade de ouro e toda a gente está a olhar para o lado.” As apostas desportivas estão, actualmente, concentradas na empresa Macau Slot, cujo contrato foi este ano renovado até 2021 e Cohen apontou que “os números actuais da Macau Slot são minúsculos” – em 2015 a empresa teve lucros líquidos de 138,4 milhões de patacas, fruto de 8.197 milhões de patacas em apostas – e que os espaços existentes estão “tão longe de serem os mais modernos ‘lounges’ de apostas desportivas como uma bicicleta está de um Ferrari”. JTM/Lusa