NANQUIM E CARVÃO

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  • 3 Sutileza e economia4 Introduo ao nanquim8 Desenho de tons com nanquim

    12 Bico de pena e nanquim16 Desenho com pincel22 Pincel seco com nanquim26 Hachuras cruzadas32 Desenhos com bico de pena e pincel38 Trabalhos com hidrogrficas44 Linhas, tons e texturas51 Paleta bsica de cores56 Modelagem de tom com pontilhismo60 Carvo: material e tcnicas66 Uso de papis texturizados70 Construo de tons74 Desenho a borracha78 Tipos de carvo85 Modelagem de tons com traos90 Penas para desenho91 Tintas de escrever para desenho92 Arte oriental94 Canetas hidrogrficas96 Carvo

    Ttulo original da obra em fascculos: DRAW IT! PAINT IT!Ttulo da verso em lngua portuguesa: DESENHE E PINTECURSO GLOBO DE DESENHO E PINTURA uma reedio do fascculo DESENHE E PINTE

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  • Sutileza e economia

    Pin tar a luz que incide sobre uma figura hum ana -constitui, ao mesmo tem po, um desafio e um estmulo. O desafio est em reproduzir, o mais diretam ente possvel, a sutil interao entre luz e som bra; o estmulo reside em captar as form as das som bras com poucas pinceladas.

    T rabalhando com nanquim , voc poder chegar bem perto dessa fluncia, pois trata-se de um a tin ta que desliza com grande facilidade. Use um pincel relativam ente grande e pinte com rapidez, m ovim entando o brao desde o om bro, e no s o pulso.

    Jane Corsellis fez este esboo de um modelo vivo. Com eando com um a aguada suave, deixou em branco as reas mais claras e escureceu o resto progressivam ente, at chegar ao quase preto. A m aior parte da figura ficou em branco, bastando um a simples sugesto de som bra para transm itir volume.

  • Introduo ao nanquim

    Se voc sempre achou que a tin ta um material mais apropriado para escrever do que para desenhar, pense novam ente. Alguns dos melhores desenhos que o m undo j viu foram executados por artistas que trabalharam com simples tin ta preta um m edium que oferece inm eras possibilidades excitantes, apesar de suas aparentes limitaes.

    O desenho com tinta nanquim um dos meios mais antigos de expresso visual do homem; de fato, os chineses fabricam tinta preta desde 2500 a .C . A tualm ente existem tintas tipo nanquim prova de gua (permanentes) e solveis, adequadas a diferentes estilos de desenho e a vrios tipos de caneta.

    Entre os diversos implementos que voc pode usar para aplicar tin ta tipo nanquim sobre o papel, muitos so originrios da Antiguidade. A travs dos tem pos, a engenhosidade do hom em produziu varetas m ergulh- veis em tin ta , penas cortadas e m odeladas, e canios cortados, sem falar na caneta de bam bu usada durante sculos pelos chineses e at hoje preferida por m uitos artistas.

    Um medium diretoO trabalho com caneta e tin ta tipo nanquim direto e m uitas vezes sem retorno: depois que foi feita uma m arca no papel, m uito difcil (e s vezes impossvel) apag-la; portanto, no h lugar para indeciso. O ideal

    contar com audcia e segurana para saber o que voc vai colocar no papel, antes de comear.

    Seja ele dinm ico e audacioso ou delicado e rendilhado, o desenho a tin ta provoca um im pacto direto, vivo. Os tons so produzidos com linhas ou hachuras sobrepondo-as ou variando o espao entre elas para criar gradaes de claro e escuro. Em bora isso possa parecer um a limitao, m uitos desenhos a tin ta no apresentam mais do que dois ou trs tons distintos. Veja no desenho acima, por exemplo, como o artista consegue produzir os tons simplesmente variando o tipo, o com prim ento, a intensidade, a densidade e a direo dos traos.

    Arco delia Conca, Itlia, de Arthur L. Guptill. Pena e tinta

    sobre papel.

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  • EquipamentoNesta pgina apresentam os um a seleo de pincis, canetas e m arcadores que so usados com tinta preta (todos esses materiais podem ser empregados tam bm com cor).Pena de escrever: Pena cortada a m o, que produz linha m dia, de espessura varivel.Pena de desenhar: Pena de metal que produz linha fina e uniforme, prpria para trabalhos mais delicados.Pena redonda: Pena de metal que produz linha uniform e. Precisa de abertura m aior na caneta do que as penas de desenhar.Pena quadrada ou rondes: Produz linhas de largura variada, dependendo de como se em punha a caneta. Pena de caligrafia: Pena de ponta oblqua, usada principalm ente para trabalhos com letras. C ontudo , alguns artistas preferem-na em lugar da pena quadrada.Caneta-tinteiro: Produz geralm ente linha bastante flexvel e deve ser u tilizada sempre com tin ta solvel em gua, para no entupir.Caneta tcnica: Existem muitas m arcas diferentes no m ercado; a que m ostram os aqui produz linha m uito fina e uniform e, mas aceita pontas perm utveis num a variedade de ta m anhos de ponta . geralm ente usada com tintas especiais.Caneta esferogrfica: Produz linha uniform e que pode, no entanto , ser explorada de maneira criativa, dependendo do jeito , da presso em pregada e do m odo de segurar a caneta. Pincel de marta: Os de m elhor qualidade tm ponta fina, que se alarga progressivam ente, dependendo da presso, inclinao ou da m aneira de segurar o pincel.Pincel chins: Expressivo e m uito popular no m undo ocidental, o tradicional pincel chins deve ser segurado verticalmente. Pode produzir grande variedade de marcas, desde linhas finas at pinceladas largas.Canetas com ponta porosa: So apresentadas em todas as form as e tam anhos, s vezes com tinta prova de gua, mas em geral com tin ta solvel em gua. As pontas tendem a fazer um a linha slida e uniform e. Marcadores com ponta de feltro: Possuem pontas largas, em form a de cinzel, e so usados principalm ente para trabalhar reas de tom preto uniform e.

  • Traos bsicosCom tantos implem entos para desenho a tin ta sua disposio, melhor com ear fam iliarizando-se com um a ou duas penas de utilidade geral, para que voc possa sentir o medium. Uma pena de desenhar com sua respectiva caneta mais que suficiente para praticar os traos bsicos. Q uanto ao papel, h um a variedade de tipos nas lojas especializadas e um a escolha cuidadosa dar bons resultados. Para trabalhar, apie o papel sobre um a prancha de desenho firme. O restante da relao de m ateriais bastante simples: um vidro de tin ta nanquim prova de gua, um pano ou papel absorvente para lim par a pena, a fim de que no fique obstru da, e mos obra.

    Com o no desenho a lpis, aconselhvel que-voc se sente confortavelmente, com a prancha inclinada na sua direo e com a luz incidindo por sobre seu om bro esquerdo, se voc for destro, ou vice-versa. Se recear derrubar o vidro de tin ta , coloque-o sobre um pano absorvente ou um m ata-borro; m elhor ainda p rend-lo mesa por exemplo, com um a tira de fita crepe.

    Manejo da canetaVoc pode segurar a caneta norm almente, mas os m ovim entos que fizer devem vir do brao e do om bro e no do pulso, como pode ocorrer com o desenho a lpis. Evite a ten ta o de descansar a mo sobre o p apel e m ovim entar a caneta com o indicador e o polegar, pois isso restringe a sua percepo da pena e da m aneira pela qual ela faz contato com a superfcie do papel. Voc tam pouco deve m ergulhar a pena na tinta at o cabo basta chegar at a m etade da pena.

    GRUPO B

    GRUPO AV

    GRUPO

    GRUPO DT

  • Exerccios com traosOs exerccios com traos, na pgina oposta, m ostram o que possvel fazer no desenho a tinta: praticando-os, voc desenvolver maior controle sobre a caneta.Grupo A: Experimente fazer todo tipo de linha, m ovim entando a caneta sobre o papel com presso variada, linhas onduladas, traos curvos descontrolados e grafismos feitos ao acaso. Voc notar que a caneta se m ove com mais facilidade em determ inadas direes e menos em outras. Lembre-se disso im portante. Grupo B: Pratique estes traos da mesma maneira, desta vez trabalhando mais rpida e livremente. Com ece no alto e deixe a mo mover-se na direo natural (para a esquerda, se voc for destro). Se fizer isso com bastante rapidez, form ar-se- um a curva fechada no final de cada tra o, no ponto em que voc levanta a caneta para comear o seguinte. Grupo C: Estes traos m ostram curvas controladas. Cada um dos crculos e ovais form ado por duas linhas curvas, uma para fora da mo e a outra para dentro (voc ver que mais fcil desenhar a prim eira).Grupo D: As linhas retas que fo rmam os trs blocos no p da pgina ao lado foram desenhadas a mo livre. Aqui necessrio controlar a presso da mo sobre a pena, para que a linha fique uniform e. Procure espaar os traos da m aneira mais regular possvel e m antenha-os paralelos. Ao contrrio do que foi pedido no exerccio B, evite girar a mo enquanto trabalha.

    Praa Santa Catalina Tomas, Palma de Maiorca, de Paul Hogarth. Pena e tinta preta sobre papel prensado a quente. Observe a agilidade e a fluidez do trao deste brilhante desenhista.

  • Desenho de tons com nanquim

    Em bora a tin ta nanquim seja um mdium extraordinariam ente eficaz para desenhar contornos, quando se tra ta de criar tons ela coloca um desafio bem m aior. Observe o desenho desta pgina e note que ele foi feito apenas com tin ta nanquim preta.

    P ortan to , a sensao de diferentes tonalidades de cinza criada por um efeito ptico, decorrente do em prego de diferentes hachuras. Pode-se obter efeitos tonais de outra form a por exemplo, diluindo a tin ta nanquim em gua e aplicando-a com um pincel para form ar aguadas tonais. M as, em geral, no desenho com nanquim os tons so construdos pelo uso de diferentes hachuras.

    No desenho desta pgina, a primeira providncia do artista foi diminuir a variedade tonal do motivo para cinco tons branco, passando por trs cinzas, at o preto. Isso ilustra um a im portante regra sobre trabalho to nal com tinta: quanto menos tons voc tiver para trabalhar, mais fcil ser distinguir um do outro .

    A seguir, o artista decidiu criar os tons usando linhas retas simples. Ele produz o cinza mais claro (na tnica

    do homem) com linhas paralelas e uniform es, e os dois cinzas mais escuros cruzando o mesmo tipo de linhas em ngulos retos.

    Os blocos abaixo m ostram algumas variaes tonais que voc pode obter simplesmente aum entando a

    Acima: Desenho de Harry Borgman, feito a tinta sobre papel montado. Borgman usa hachuras cruzadas retas, feitas com rgua, deixando que as linhas se quebrem ou engrossem em alguns lugares, para criar maior variedade. Os pretos uniformes foram feitos com pincel.

    Abaixo: Seqncia de cinco tons.Os cinzas so traados a mo livre e escurecidos pelo aumento da espessura das linhas.

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  • grossura das linhas. Pratique desenhando blocos semelhantes.

    Q uando tiver adquirido experincia em desenhar diferentes blocos de tons, experimente variar o tom dentro de cada bloco, como se v acima,A. Desenhe prim eiro algumas linha' horizontais paralelas, com 2 mm de distncia entre um a e outra. Ento, diminua gradativamente o espao entre as linhas, m antendo-as paralelas, at quase no aparecer mais espac branco entre elas.

    Lembre-se de que todos esses exerccios devem ser feitos a mo livre em bora parea tentador utilizar uma rgua. Assim, voc treina a mo para segurar a caneta com firmeza e aplicar presso uniform e pena.B. Em seguida, repita o processo usando traos diagonais. Desta vez as linhas devem ficar mais prximas entre si no centro do bloco, e mais distantes nos cantos.C. P or fim, desenhe um terceiro b loco de tons, com eando com linhas bastante espaadas, que se aproximam gradativam ente.

    Os exerccios B e C, alm de desenvolverem sua conscincia tonal, aperfeioam a capacidade de controlar as linhas e de dar s reas tonais contornos limpos e m arcantes.

    Acima: Cena de fazenda. Os tons so feitos com Unhas paralelas, desenhadas em espessuras e comprimentos diferentes.

    OUTRAS TCNICAS TONAISOs blocos de tom esquerda foram produzidos com diferentes tcnicas e tipos de caneta.A. Linhas paralelas feitas com presso crescente da pena para produzir uma mudana tonal de claro para escuro.B. Hachuras cruzadas em diagonal, usando dois conjuntos de linhas traadas da mesma maneira que em A, criam uma gradao tonal de escuro para mais escuro.C. Hachuras cruzadas simples, em ngulo reto, como as utilizadas no desenho da pgina oposta.D. Hachuras cruzadas abertas, em diagonal, criam pequenos "losangos de espao branco.E. Hachuras cruzadas em ngulos mais agudos criam efeito vibrante.F. Maior ngulo de cruzamento das hachuras cria padres acidentais, mas visualmente rtmicos.

    TINTA NANQUIMA tinta nanquim disponvel nas lojas em geral presta-se muito bem a todas as tcnicas de desenho. Ela seca rapidamente, produzindo uma marca densa, negra. Limpe a pena de vez em quando para que no fique obstruda pela tinta seca.

  • Tcnicas de aplicao de tons

    REAS EM PRETOQuando tiver de preencher uma grande rea com preto uniforme, a soluo mais rpida e fcil aplic-lo diretamente com um pincel do tipo marta. Lave-o logo aps o uso a tinta prova de gua endurece e seca muito rpido.Os dois desenhos acima contm reas em preto uniforme, pintadas com pincel.

    Escolha seu mtodoAo fazer um desenho tonal com caneta e nanquim , voc precisa, primeiro, relacionar as tcnicas mais adequadas para re tra tar o m otivo escolhido. Se voc usar estilos diferentes no mesmo desenho, talvez consiga descrever satisfatoriam ente objetos isolados, mas o resultado final ser pouco convincente e sem unidade.

    A maioria dos desenhos a nanquim bem-sucedidos apresenta um a ou duas tcnicas apenas. Curiosam ente, ao lim itar ou selecionar o tra tam ento, voc consegue transm itir com m aior clareza sua m aneira particular de ver o m otivo.1. Tcnica do tom linear: O vaso e o ja rro do desenho no alto , esquerda, foram desenhados com linhas finas de caneta, que acom panham os contornos dos dois objetos. Algumas das linhas esto bem jun tas nas reas som breadas e outras, mais

    separadas nos pontos em que os ob jetos refletem a luz. Seguindo os contornos dessa m aneira, aum enta-se o efeito tridim ensional.2. Hachurado e hachuras cruzadas: Na cabea da garota (no alto, d ireita), o artista utiliza hachuras cruzadas para criar os tons. No rosto e no pescoo, ele traa linhas finas paralelas, onde os tons so claros, e ento cruza-as um a vez para os tons mdios e duas vezes para os escuros.

    As roupas tam bm so feitas com hachuras cruzadas, desta vez com linhas mais pesadas, para produzir tons finais mais escuros.3. Marcas e pontos: Alm de linhas, voc pode produzir tons com traos curtos, m arcas e pontos. Veja as diferenas de abordagem nos esboos abaixo. O da esquerda com posto quase que inteiram ente de traos lineares; o da direita, por uma variedade de m arcas curtas, batidas.

  • Alm de expressar luz e som bra, o tom desempenha outro papel vital no desenho em preto e branco feito com nanquim : o de descrever a cor local dos objetos. Infelizmente, muito fcil confundir essas duas funes ao interpretar as variaes tonais do seu m otivo, e isso pode resultar num desenho fraco e pouco convincente. Trata-se de um problem a ainda mais difcil de solucionar no caso do nanquim , onde voc tem um a variao lim itada de tons sua disposio.

    A soluo consiste em colocar a nfase tonal em um a dessas duas funes. Volte a examinar a primeira impresso que teve do m otivo e tente perceber o que o im pressionou mais as diferenas na cor local ou os contrastes entre luz e som bra.

    Se um determ inado elemento aparece com mais fora, convm explor-lo, abdicando dos outros. Em alguns motivos, porm , fica difcil eleger o elemento tonal dom inante; nesse caso, cabe a voc, como artista, dar sua prpria interpretao.Cor local: Q uando o m otivo bastante simples e apresenta fortes contrastes de cor, convm enfatizar a cor local. O retrato da garota na pgina anterior constitui um bom exemplo: pode-se notar claramente que seu cabelo m uito escuro e que ela est usando roupas de vrias cores diferentes; as som bras no rosto e pescoo tm um papel secundrio o suficiente para dar form a cabea. Luz e sombra: na transm isso deste aspecto de tom que o desenho a nanquim m ostra m elhor a sua fora expressiva, pois o branco brilhante e o negro puro so sempre tons dom inantes. A gradao tonal que voc coloca entre eles depende da atm osfera que pretende criar de m odo geral, quanto menos tons cinzas, mais dramtico o efeito. De qualquer m aneira, os tons das cores locais so totalm ente secundrios.

    A ilustrao ( direita) um bom exemplo de nfase tonal no aspecto luz e som bra. Observe como o artista tira o mximo proveito da tinta preta pura e do papel branco.

    direita: Desenho a caneta e nanquim, de Harry Borgman.A nfase tonal fo i colocada nas diferenas entre luz e sombra.

  • Bico de pena e nanquim esquerda: Cena de rua, Washington,D.C., de Thomas Kinkade, caneta tcnica sobre papel rascunho,22,5 x 30 cm.Note que o desenho composto por muitas linhas finas, de espessura uniforme.

    Voc provavelm ente j apreciou, em ilustraes de livros ou revistas, a delicadeza e a notvel riqueza de detalhes dos trabalhos a bico de pena e nanquim . A preciso do bico de pena, especialmente adequada s exigncias do desenho tcnico, produz tambm resultados excelentes em tra balhos artsticos, com o no desenho desta pgina. P ara conseguir o mesmo detalham ento e a mesma qualidade e preciso de trao, voc precisar, antes de mais nada, de um a pena ou caneta capaz de produzir linhas finas como estas. O tradicional bico de pena com cabo a soluo mais adeq u ad a . M as voc p o d e r usar tam bm um a caneta para desenho tcnico.

    am pla de texturas e tons. O cabo pequeno e leve, fcil de m anejar. O nico incm odo do bico de pena que obriga o desenhista a in terrom per o trabalho freqentem ente para m ergulhar a pena no vidro de tinta.

    Caneta tcnicaDestina-se principalmente ao desenho tcnico e tem um a ponta fina e m uito precisa. A tin ta flui continuam ente de um reservatrio (cartucho) em butido no corpo da caneta e chega at a ponta atravs de um tubo m insculo, cujo dim etro no varia. P o rtan to , para alterar a espessura do trao, voc ter de acoplar outra ponta (elas so disponveis em calibres diversos, alguns extrem am ente finos). Ao contrrio do bico de pena, porm, a caneta tcnica no permite var ia r a e sp e ssu ra de m a n e ira progressiva, dentro do mesmo trao, o que constitui um a lim itao im portante.

    Estilos de linha fina para tons direita, apresentam os oito verses diferentes da mesma natureza-m orta, todas desenhadas a m o livre, com bico de pena. A tigela e a caixa recebem iluminao lateral, criando um a variedade de aproxim adam ente cinco tons, desde o m uito escuro (nas sombras projetadas pelos objetos) at o m uito claro (nas partes da tigela e da caixa ilum inadas diretam ente).

    Note a grande variedade de linhas que uma mesma pena capaz de produzir. Os tons mais escuros foram criados aum entando-se a presso nas linhas verticais, para torn-las mais grossas (A), e usando-se tcnicas de hachuras cruzadas (D e F). Observe como as linhas verticais paralelas fa zem os objetos parecer mais altos, enquanto as linhas horizontais tendem a alarg-los. As linhas que seguem o contorno de um objeto enfatizam sua superfcie e form a (C). E as linhas mais casuais (D e E) do s superfcies um a aparncia menos real .

    O efeito pontilhado criado em E provoca um a sensao completamente diferente dos demais desenhos, que so lineares. um a boa tcnica para criar as variaes tonais mais acentuadas basta m udar o tam anho e a densidade dos traos.

    Bico de penaProporciona grande variedade de tir pos e espessuras de trao , graas flexibilidade de sua ponta. Q uanto m aior a presso da pena sobre o p apel, mais grossa a linha. Assim, aplicando presses diferentes, voc obtm uma gam a surpreendentem ente

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  • Os exemplos de A a H mostram oito maneiras diferentes de reproduzir a mesma natureza- morta com nanquim e bico de pena. Observe que A e B foram desenhados usando-se apenas linhas retas. O exemplo C mostra o que acontece quando as linhas seguem os contornos do objeto. Os exemplos de D a H so compostos de traos mais variados, incluindo rabiscos (D), pontilhado (E), traos diagonais (H)

    e hachuras cruzadas (F). Experimente todas essas maneiras de trabalhar com a pena e veja quais as que voc prefere; mas deixe sempre as linhas paralelas retas e uniformemente espaadas. Voc logo descobrir que, exercendo maior presso sobre a pena, produzir tons ' mais escuros. Observe tambm como cada uma das tcnicas usadas d uma caracterizao diferenciada ao desenho.

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  • Exemplo: rvore floridaA execuo deste desenho a bico de pena, dem onstrada a seguir em suas diversas etapas, mais simples do que parece prim eira vista. Ao contrrio do que costum a acontecer, h mais trabalho de bico de pena no fundo do que na rea do motivo principal. Embora os galhos, folhas e ptalas sobrepostos formem um a rede bastante com plexa, muitos deles so com pletados com preto ou simplesmente deixados em branco, para se destacarem da textura detalhada do plano de fundo.

    1. Faa um desenho a lpisAo desenhar motivos mais complexos com pena e nanquim , melhor fazer prim eiro um esboo a lpis. Comece traando o contorno da estrutura bsica dos galhos e contorne depois as folhas, flores e galhos menores.

    2. Contorne a nanquim 2Mergulhe o bico de pena no nanquim e comece a cobrir as linhas do esboo inicial. O nanquim perm ite traar linhas uniform es, perfeitam ente pretas e prova de gua, o que no ocorre com outros tipos de tinta.

    Trace as linhas cuidadosam ente, prestando ateno em todas as sobreposies de folhas e galhos lem- bre-se de que no fcil corrigir erros feitos com tin ta . Ao mesmo tem po, no se preocupe se no seguir precisamente as linhas do esboo, pois a etapa seguinte consiste em apagar o desenho a lpis com um a borracha. Antes disso, porm, verifique se a tinta est totalm ente seca.

  • 3. Acrescente o tom do fundoO tom do plano de fundo dar relevo ao trabalho que voc executou at agora. Faa o fundo com linhas horizontais cuidadosam ente traadas, de peso uniform e, e espaadas com a maior regularidade possvel. T rabalhe com cuidado para que as linhas no ultrapassem os contornos.

    Escurea ligeiramente o tom em direo parte superior do desenho, acrescentando mais linhas horizontais e fazendo com que algum as passem por cima das outras. Essas variaes tonais devem ser bem irregulares. Por isso, no se preocupe em fazer as linhas perfeitam ente retas.

    4. Acentue tons e texturasQ uando toda a rea do fundo estiver coberta, volte ao motivo principal do desenho e acrescente os tons mais escuros aos galhos, pintando-os at ficarem de um preto slido (o que pode ser feito tam bm com pincel). Antes de continuar, espere a tin ta secar por completo.

    Nesta etapa, o tom do fundo ainda parece suave e claro demais em relao rvore; portan to , acrescente mais linhas horizontais para escurec-lo em alguns lugares e produzir um efeito mais interessante.

    Finalm ente, use traos curtos e grossos em ziguezague para indicar a textura dos arbustos atrs da rvore. Faa algumas folhas som breadas e acrescente um a textura fina e linear casca dos galhos mais grossos.

    MATERIAL EMPREGADOUma folha de papel macio. Bico de pena.Tinta nanquim.Lpis HB.Borracha.

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  • Desenho com pincel

    Acima: Old Deerfield, Connecticut, de Harry Borgman. Aqui, o artista explora o pincel e o bico de pena para produzir traos grossos e finos.

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    O desenho com pincel e nanquim estim ula um a form a de trabalhar mais direta e audaciosa e ajuda-o a concentrar-se, acima de tudo, na linha o que constitui um a tim a m aneira de m elhorar sua habilidade de desenhar.

    Escolha do materialO desenho a pincel exige m aterial de boa qualidade. Evite, po rtan to , papis ruins, que podem absorver a tin ta de m aneira irregular ou fazer com que ela seque depressa demais (antes que voc tenha tem po de trabalh- la no papel).

    Q uanto ao pincel, escolha um de procedncia japonesa, ponta fina e plos m arrons, que lhe dar todas as variaes e espessuras de linha necessrias. Voc pode tam bm usar um pincel de cerdas para fazer o esboo, assim como um pincel de m arta n . 1, para estudos detalhados.

    Alm de pincis, papel e tinta, p ro videncie tam bm um vidro com gua para lim par os pincis aps cada sesso (agite vigorosam ente os pincis dentro da gua e limpe-os com um pano; de vez em quando, lave-os com gua fria e sabo neutro).

  • Controle do pincelAntes de ten tar fazer desenhos definitivos com pincel, pratique um pouco, para adquirir m elhor controle. Em vez de procurar descrever fo rmas, v fazendo as linhas, curvas ou crculos, espontaneam ente.

    Voc logo ficar acostum ado m aneira pela qual leves variaes na presso e inclinao do pincel criam efeitos diferentes.

    A. Linhas horizontais traadas com apenas uma leve variao na presso.

    Os exerccios abaixo so extrem am ente teis para essa prtica inicial. Tente im itar os tipos de linha exatam ente com o so ap re se n ta d as , m antendo-as dentro dos limites de um quadrado isso a judar a treinar a colocao das linhas no local preciso. N ote com o cada um dos padres sugere efeitos diferentes e tam bm como a variao da densidade dos traos altera o resultado final.

    B. Linhas verticais traadas com apenas uma leve variao na presso.

    Este ltim o ponto especialmente im portante: em bora o uso de um pincel facilite sobrem aneira a criao de reas chapadas de tom preto , o prin cipal atrativo dos desenhos a pincel assim como dos trabalhos realizados com bico de pena est na m aneira pla qual as linhas de pesos e densidades diferentes so com binadas para transm itir a form a e a textu ra de um m otivo.

    C. Linhas traadas com variaes extremas de presso.

    D. Linhas traadas com gestos nervosos e presso variada.

    E. Linhas traadas com presso progressivamente maior.

    F. Linhas rpidas, de pesos diferentes e direes aleatrias.

    G. Traos curtos, feitos com presso variada.

    H. Linhas curvas, traadas lentamente, com leve variao de presso.

    I. Linhas curvas, rpidas, traadas com presso uniforme.

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  • Tcnicas de desenho com pincel

    Pgina ao lado: Um desenho feito com pincel sobre papel de aquarela, de Harry Borgman. O artista fez o desenho bsico com um pincel n. 3 de marta-vermelha e nanquim a prova de gua, acentuando-o com um pincel n. 6. Em seguida, umedeceu o papel e acrescentou aguadas de tinta solvel em gua, usando o mesmo pincel n. 6.

    P ara dem onstrar algum as das tcnicas de desenho com pincel, apresentam os abaixo o mesmo desenho feito em diferentes estilos.

    A. Desenho solto: Feito com um pincel n. 2 sobre papel m ontado. O pincel encontra pouqussim a resistncia no papel liso, o que perm ite traar linhas mais fluentes.

    B. Luz e sombra: O pincel possibilita criar grande variedade de texturas e tons m uitos deles impossveis de reproduzir com um a pena.

    C. Pincel seco: Os desenhos feitos com pincel seco destacam -se pelas texturas interessantes e pela ex traordinria suavidade. Voc pode criar diferentes efeitos usando diversas superfcies texturizadas de painis de ilustrao. Lembre-se, porm , de que desenhar com pincel seco exige um bom planejam ento prvio. P o r essa razo, m elhor fazer um desenho a lpis bem planejado e us-lo como referncia.

    D. Pincel de cerdas: E m bora dificulte o traado de linhas finas, produz desenhos de efeito geral m uito interessante quase sempre sem elhantes a esboos prelim inares.

    E. Papel mata-borro: Constitui um a tim a base para desenho com pincel e nanquim : sua superfcie tem um a agradvel maciez e, com o no pode ser re trabalhada nem corrigida, acaba resultando num desenho vivo e espontneo. N ote que algum as linhas deste desenho so vigorosas. Para obter esse efeito, carregue o pincel e deixe o m ata-borro chupar mais tinta em alguns lugares (para linhas mais claras, use menos tinta).

    F. Sombras: Voc pode produzir um efeito interessante trabalhando primeiro sobre as reas de som bra com um pincel de ponta fina. No exemplo, o efeito do pincel seco na roupa do homem transm ite maciez, ao passo que os traos curtos e pequenos nas dobras acrescentam volume e arredondam as form as.

    B. Luz e sombra C. Pincel seco

    D. Pincel de cerdas E. Papel mata-borro F. Sombras

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    A. Desenho solto

  • Exemplo: desenho com pincel de cerdasNeste exemplo, o artista H arry Borg- m an aproveita a rigidez do pincel de cerdas para produzir um desenho direto, a rro jado . quase impossvel produzir detalhes finos com este tipo de pincel, o que impe um a m aneira mais im pressionista de trab a lhar. Procure exercitar-se bastante com o pincel de cerdas, pois ele desenvolve sua habilidade de ver os elementos essenciais de um a cena e til para esboos ao ar livre.

    1 e 2. Desenhe a cenaComece com um desenho a lpis da cena, concentrando-se na colocao precisa dos principais elementos com- posicionais.

    Pinte prim eiro o poste de ilum inao, no centro da composio. Acrescente algumas reas pretas e detalhes direita.

    3 e 4. O fundoAps com pletar um a parte do lado direito, passe para os prdios da esquerda. A idia equilibrar as reas de preto chapado na p in tura como um todo.

    Para facilitar esta etapa, vire o desenho. Use o lado estreito do pincel para desenhar as linhas finas.

    5 e 6. O primeiro planoAps com pletar o fundo, faa as pessoas e mesas do primeiro plano. T rabalhe com o mesmo estilo simples e arro jado sem deixar-se absorver demais pelos detalhes.

    Acrescente as ltimas reas de preto chapado quando o desenho estiver quase p ronto . Note como essas reas estabelecem um ritm o, que valoriza m uito o desenho.

    7. O desenho prontoEm bora tenha sido feito com cuidado, o desenho pronto (pgina ao lado) conserva seu aspecto im pressionista, de esboo: as form as e linhas audaciosas definem apenas os elem entos mais im portantes, deixando m uita coisa por conta da imaginao do observador.

    MATERIAL EMPREGADOPapel montado sobre painel.Lpis 2B.Pincel de cerdas.Tinta nanquim preta.

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  • Pincel seco com nanquimA tcnica do pincel seco executada com tinta nanquim produz linhas irregulares de contornos suaves, em contraste com as linhas finas geralmente associadas a esse m aterial de p in tura. Ademais, ajuda a obter to da a variedade de tons cinzentos os mais claros ficam m anchados com minsculos pontos pretos e os mais escuros, com pontos brancos.

    Para tirar a mxima vantagem do pincel seco, desenhe em papel de textu ra definida. Q uanto mais granulada a superfcie, mais pronunciado o efeito: o pincel passa por sobre os vos e deposita gotas de tinta sobre os picos , criando um efeito de tons e linhas quebrados.

    Exercite-se num pedao de papel, passando o pincel sobre ele num m ovimento am plo e determ inando blocos de tons de densidades variadas. Note que, se aplicar leve presso, as reas resultantes sero cinza, ligeiramente salpicadas; sob presso maior, e com mais tinta, os tons pretos tornam -se mais profundos.

    Pratique em papis lisos e speros, traando diversas sries de linhas, retas e curvas, que se afinam e alargam sucessivamente. Observe que traos pontilhados produzem manchas interessantes e ajudam a relaxar a m o.

    Use pincis velhos, que j perderam a ponta e abrem-se melhor.

    PINCEL ABERTOTrabalhando com o pincel bem aberto, em forma de leque, voc obtm linhas muito finas simultaneamente. Varie a distncia entre os tufos de plos do pincel ou mantenha-a uniforme, segundo o efeito que deseja criar.

    Este mtodo bastante til para cobrir grandes reas de tom escuro, seja com uma srie' simples de linhas, seja com linhas cruzadas. tambm ideal para indicar texturas, como-casca de velhas rvores ou madeira desgastada pelo tempo. Cubra grandes reas rapidamente, pois o pincel aberto surte melhor efeito quando usado de maneira livre e solta

    Pratique a tcnicaCarregue um pincel de tam anho mdio (n. 3 ou maior) e descarregue a m aior parte da tinta na boca do vidro. Torne a limpar o pincel num pedao de papel ou m ata-borro , abrindo-o com o um leque.

    direita: Saskia levando Rumbartus para baixo, de Rembrandt van Rijn, bico de pena e aguada de bistre,18,5 x 13,3 cm. A textura do papel e o pincel seco ajudaram o mestre a criar vividos efeitos mosqueados dentro das sombras.

    TCNICAS DE PINCEL SECO

    Para obter pinceladas abertas, carregue o pincel levemente com tinta e passe-o sobre um pedao de papel. Aperte os plos contra a superfcie e separe-os com um estilete.

    O pincel aberto produz uma variedade de marcas. Trabalhe de tons escuros para claros com pincel seco, observando as formas que so produzidas espontaneamente.

    Rabisque livremente: bata com o pincel, para fazer manchas; use menos tinta, para obter linhas finas; aperte com maior presso, para traar linhas mais grossas.

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  • Exemplo: rochas do desertoA tcnica do pincel seco ideal para reproduzir motivos com textura bem evidenciada e detalhes minuciosos. Para dem onstrar essa caracterstica, o artista H arry Borgm an escolheu uma paisagem com pedras, areia e solo acidentado. Com pletando o efeito do pincel seco, utilizou papel de aquarela com superfcie spera.

    1. Desenhe o contornoM ergulhe de leve um pincel de aq u arela n . 4 em tinta nanquim e desenhe o contorno bsico. Molhe um pouco mais o pincel para fazer as linhas do centro mais grossas, pois, no trabalho concludo, esta rea representada em tom preto.

    2. Acrescente tons mdiosMolhe o pincel na tin ta e depois limpe-o num pedao de papel, rem ovendo a m aior parte do pigm ento.

    Em seguida, passe-o sobre a superfcie do trabalho para produzir tons cinzas mdios no primeiro plano e no plano intermedirio. Faa traos am plos, diagonais, a fim de enfatizar a textura e o contorno e conduzir os olhos do observador atravs da cena.

    Carregue mais o pincel, criando um tom ligeiramente mais escuro. Aplique-o nas reas centrais a borda do rochedo e a sso m b ras p roduzidas pelas m oitas.

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  • 3. Determine os pretosPara sim plificar a escolha de tons mais escuros que os cinzas mdios da etapa an terior, preencha as reas de preto uniform e os conjuntos de pedras do fundo e as som bras form adas pela ponta pro jetada do rochedo que aparece na rea central. Divida o primeiro plano, indicando algumas m oitas e pedras.

    No deixe de prender na beirada de sua prancheta pedaos do mesmo papel que voc est usando para desenhar. Assim poder testar o efeito toda vez que renovar e limpar a tinta.

    4. Complete as sombrasCom pincel seco, faa um tom cinza mais escuro, para representar o ro chedo ngreme do plano de fundo e o topo achatado do m orro do centro.

    Acrescente mais sombras s pedras e vegetao, e escurea um a parte delas com o pincel um pouco mais m ido.

    Para dar os toques finais textura, faa alguns pontos no cho arenoso em frente s rochas mais altas, e indique as m oitas distantes.

    Com o regra geral, os desenhos a pincel seco precisam de bom planejam ento para que todas as texturas e tons se harm onizem entre si. E m bora seja um simples esboo, este exemplo no constitui exceo: o artista preocupou-se com a harm onia do m otivo, a superfcie do papel e a tcnica.MATERIAL EMPREGADOUma folha de papel de textura spera, de aproximadamente35,5 x 35,5 cm.Um pincel de aquarela n. 4.Tinta nanquim.

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  • Hachuras cruzadas

    ' f e A ESCOLHA DA CANETAUma boa caneta-tinteiro til para fazer hachuras e hachuras cruzadas, principalmente se tiver ponta levemente arredondada, que lhe permita passar a pena sobre o papel em todas as direes, sem arranhar.

    Voc pode tambm comprar uma variedade de penas para encaixar no cabo (experimente-as para avaliar a espessura dos traos que produzem).

    E, seja qual for sua escolha, verifique se a caneta no entope nem borra.

    A tin ta nanquim destina-se basicamente ao desenho linear. P ara a ob teno de tons, po rtan to , recorre-se ao traado de um a srie de linhas p aralelas, que, ao ser com binada com ou tra srie de linhas, tam bm p aralelas mas orientadas em ou tra direo, resulta num tom slido. o que se denom ina tcnica de hachuras cruzadas.

    Tom e formaAs hachuras cruzadas so desenvolvidas tendo com o base a variao do espaamento das linhas, de sua espessura e do nm ero de cam adas. Com um pouco de prtica, voc ser capaz de reproduzir qualquer tom , escuro ou claro. P ara isso convm levar em conta, primeiro, que um a srie de hachuras, ao ser cruzada com outra , produz um tom duas vezes mais escuro que o de um a nica srie; e, se

    gundo, que se as linhas forem grossas e traadas bem perto umas das outras, produziro um tom mais escuro do que se forem finas e mais espaadas (veja o desenho abaixo).

    Voc pode tam bm variar o com prim ento e a direo dos seus traos, para indicar o form ato do objeto que est desenhando (por exemplo, utilizando traos curvos ao desenhar ob jetos arredondados).

    Variao dos traosProcure fazer os traos das hachuras cruzadas bem espontneos, para que seu desenho no parea excessivamente mecnico. Experim ente penas de diferentes espessuras e veja como cada um a delas pode ser til para o que voc pretende desenhar. E lembre-se tam bm que, apertando com mais fora a caneta, voc obtm um a linha mais pesada.

    Acima e direita: O artista Harry Borgman comea, com um esboo bsico, este desenho a tinta de um babuno, feito com caneta tcnica. Em seguida, modela o animal, usando uma forma solta de hachuras cruzadas, para produzir os tons mais escuros.

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  • Acima: Este desenho a bico de pena, de Harry Borgman, emprega hachuras cruzadas para modelar a figura do homem. O artista varia a densidade das hachuras cruzadas, para produzir o tom desejado. Observe tambm como ele modela o tronco da rvore com traos arredondados, hachurados.

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  • Exemplo: vista da ruaEste exemplo, preparado pelo artista H arry Borgm an, visa a desenvolver sua habilidade em hachuras e hachuras cruzadas. As form as so deliberadam ente simples, para que voc possa concentrar-se na tcnica. O artista trabalhou sobre papel de ro lo, com um bico de pena com um para desenho, de ponta mdia, capaz de produzir um a linha bastante pesada. Se preferir um toque mais leve, experim ente um a pena mais fina.

    1. O esboo a lpisCom um lpis de grafite 2B, faa um esboo dos principais elementos da cena inclua alguns detalhes, como os galhos. Indique, grosso m odo, as sombras no muro que aparece em primeiro plano.

    2. Faa o contorno a tinta 2U sando um a caneta com um de pena m dia, cubra o desenho a lpis com tinta. Desenhe de m aneira solta, sem se prender rigorosam ente ao con to rno feito a lpis seno o resultado parecer rgido demais.

    Ao term inar 0 desenho a tinta, no apague as linhas a lpis mantenha- as como um guia de tons.

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  • 3. Hachuras horizontaisComece a m odelar os tons, traando linhas paralelas sobre as form as.

    M antenha os traos bastante soltos e no se preocupe se no ficarem perfeitam ente retos o excesso de preciso pode resultar num a aparncia rebuscada demais. E lembre-se que, com a aplicao das cam adas subseqentes, as eventuais irregularidades das prim eiras cam adas dificilmente perm anecero evidentes.

    Ao cobrir as casas, deixe seus tra os seguirem as linhas da perspectiva: isso refora a sensao de profundidade e guia o olhar do observador atravs do desenho.

    4. Hachuras cruzadasForm e o tom nas reas mais escuras, traando linhas verticais perpendiculares s da prim eira cam ada. Utilize a caneta com presso uniform e e faa com que a distncia entre as linhas seja igual das linhas horizontais.

    A hachura cruzada cria um novo tom , duas vezes mais escuro que o prim eiro, e faz com que o desenho comece a en trar em perspectiva.

    Espere a tin ta secar totalm ente an tes de prosseguir.

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  • 5. Continue a formar os tons P ara escurecer o tom da rvore, das som bras nas casas e do m uro que aparece na frente, trace um terceiro conjunto de linhas diagonais, num ngulo de 45 com as cam adas an teriores. Lembre-se de deixar seus tra os uniform em ente espaados.

    P ara os destros, mais fcil comear as hachuras diagonais em baixo, esquerda, e continu-las para cima, direita assim voc poder ver o que est fazendo. P ara os canhotos, aconselhvel trabalhar no sentido contrrio .

    A plique alguns traos curtos em determ inados lugares dos telhados e paredes das casas, para sugerir m elhor sua textura.

    6. Escurea as sombrasA rvore central a rea mais escura do desenho. P ara ap ro fundar seu tom , cubra-a com mais hachuras cruzadas. Elas devem form ar um ngulo de 45 com as anteriores, mas, desta vez, inclinadas na direo oposta.

    Continue a trabalhar nas reas mais escuras da cena. Faa traos curtos em algum as das som bras do m uro e aplique um tom preto s ja nelas, sombras dos telhados e s sombras projetadas pelas telhas no alto do m uro. Isso far com que se destaquem em relao ao tom cinza.

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  • 7. Complete os detalhesA plique alguns toques texturais nas casas com traos feitos ao acaso.

    Escurea o m uro da frente, nas reas som breadas, com mais hachuras verticais e diagonais. Varie os tons, de m aneira que algumas reas fiquem em preto slido e outras perm aneam em tom mdio. Para dar um aspecto mais convincente s pin- gadeiras no alto do m uro, faa-as com traos soltos horizontais.

    Com plete os galhos das rvores ao fundo com linhas pretas slidas. P a ra que estas rv ores no desviem muito a ateno da rvore grande central, aprofunde mais o tom desta ltim a, cobrindo-a com mais hachuras. Finalm ente, trace vrias linhas curvas pesadas, para indicar os pequenos galhos do alto da rvore, e deixe o cu branco, para criar um contraponto com a variedade de tons exibida pelo desenho.

    Dicas adicionaisAs hachuras cruzadas exigem ateno e cuidado m eticulosos, para p roduzirem resultado realmente bom . P o rtanto, esta tcnica se aplica melhor ao desenho feito dentro de casa, onde voc pode dem orar o quanto quiser, sem se preocupar com alteraes nas condies de luz ou do tem po, como ocorre em trabalhos ao ar livre.

    Voc pode fazer vrios esboos livres do m otivo escolhido, enquanto estiver no local, e ento us-los como referncia para fazer em casa o desenho detalhado. Isso tem a vantagem adicional de contribuir para m anter um a atm osfera de espontaneidade no desenho.

    P or fim, procure no escolher m otivos dem asiadam ente grandes ou com plicados. Sua realizao pode exigir m uito tem po de trabalho e h o risco de voc perder a pacincia antes de term in-los.

    MATERIAL EMPREGADOUma folha de papel, com cerca de 14 x 17,8 cm.Um lpis de grafite 2B.Uma caneta de desenho com pena mdia.Tinta nanquim preta.

    A ESCOLHA DO PAPELPara desenhos a tinta, o mais adequado um papel razoavelmente liso, sobre o qual a pena deslize sem arranhes. Quando a superfcie do papel spera demais, as fibras agarram-se tinta e chegam a subir pela pena.

    s vezes, porm, um papel grosso, como o tipo Canson, d bons resultados e nesse caso voc pode recorrer a um estilete para raspar eventuais erros, sem risco de rasgar o papel.

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  • Desenhos com bico de pena e pincelAo desenhar com tin ta nanquim , usando caneta e pincel, possvel conseguir um feliz casam ento que destaque os melhores aspectos de cada um deles.

    As canetas, por exemplo, so ideais para detalhes delicados, linhas finas e para a form ao de tons. Tornam -se inadequadas, no entanto, na cobertura de grandes reas, exigindo um trabalho penoso e dem orado, com resultado nem sempre satisfatrio.

    P or ou tro lado, o pincel, perfeito para traos audaciosos e aguadas uniformes e fluidas, no contribui para um trabalho que exija preciso.

    Desse m odo, jun tos, constituem um a com binao natural de detalhes firmes e um desenho solto, propiciando um a harm onia raram ente p rejudicada por problem as tcnicos.

    A escolha dos pincisE n q u an to a escolha da caneta resume-se a um a questo de simples preferncia pessoal, os pincis mais adequados so os de alta qualidade, pois os inferiores tm um a vida com- provadam ente curta. Os pincis japo neses so excelentes apropriados para o uso com tinta nanquim e de grande durabilidade. A ponta fina

    perm ite um a gam a m uito variada de larguras de linha, dependendo da presso exercida. Ao mesmo tem po, devido ao corpo volum oso da cabea, o pincel tem capacidade para reter bastante tin ta, elim inando a preocupao de que venha a secar no meio de um a pincelada.

    Em bora os pincis funcionem bem em superfcies speras, ao us-los com binados com caneta, m elhor valer-se de papis menos fibrosos, para que, assim, o bico de pena no faa nenhum a rasura na folha.

    Maneiras de trabalharNo existem regras rgidas que determinem como se deve com binar os dois instrum entos, mas, em geral, convm fazer primeiro um leve esboo a lpis.

    Comece, por exemplo, com pinceladas de aguada, como na p in tura abaixo, e em seguida trace linhas com a caneta. Se a aguada ainda estiver m olhada, as linhas resultaro suavizadas, criando um contorno irregular, enquanto a m arca feita sobre um a aguada seca ficar mais ntida.

    P ara um a abordagem mais precisa, porm , siga o m todo que dem onstrarem os a seguir, comeando o desenho com a caneta.

    Abaixo: Velha fbrica Underwood, H artford, Connecticut, 1963, de Paul Hogarth. O artista trabalhou diretamente com pincel japons para transmitir o carter dramtico e monumental da fbrica. Depois de manchar os traos, valeu-se de uma pena de ao para completar as texturas irregulares dos tijolos, ferragens e janelas.

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  • Exemplo: margaridasNestas flores em close-up, H arry 1 Borgman dem onstra um a das maneiras de com binar caneta com pincel. Depois de um desenho prelim inar a lpis, ele introduz os detalhes com um bico de pena, prepara o fundo aplicando um a aguada, e acrescenta toques escuros com um pincel ja p o ns de tam anho mdio. O tipo de papel aconselhado o liso comum, para que a pena no agarre nas fibras.

    1. As linhas principais a lpisCom um lpis HB, delineie as flores objetivando a preciso das form as e a proporo.

    Desenhe em prim eiro lugar a flor maior, comeando pelo pistilo (a rea central) e depois passando para as ptalas. Sugira algumas ondulaes nelas e indique as ptalas m enores que tam bm saem da rea do pistilo. Esboce as flores do. fundo de m aneira solta.

    2. Desenhe com a caneta 2T om ando com o guia o esboo a lpis, desenhe o contorno de todos os elementos da p in tura com o bico de pena e tin ta nanquim preta.

    Curve os traos para sugerir a textura dos pistilos, deixando a caneta acom panhar a form a das ptalas. Observe atentam ente a estru tura da flor, onde as ptalas se form am , e de que m odo diferem umas das outras.

    Antes de prosseguir, deixe a tinta secar com pletam ente.

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  • 3. Toques escuros com pincelComo so desnecessrias nessa fase, apague as linhas a lpis com um limpa-tipos, para evitar que o desenho fique manchado.

    Com o pincel japons, faa os detalhes da sombra na rea central das flores, com pinceladas curtas e largas, aplicadas com bastante presso.

    Retire a maior parte da tinta, para criar um efeito de linhas quebradas, e acentue as partes onduladas das ptalas.

    Acrescentar tons pretos nessa fase facilita identificar onde sero colocadas as sombras intermedirias e qual a sua profundidade.

    4. Pinte o fundoAinda com o pincel, pinte o fundo com pinceladas sobrepostas. Para evitar a invaso da rea das ptalas, pinte primeiro os contornos antes de preencher as reas maiores. Tome cuidado para que sua mo no atrapalhe a viso do desenho, do contrrio, ao pressionar o pincel, voc poder ultrapassar acidentalmente a linha de contorno. Coloque um pedao de mata-borro branco embaixo da mo para proteger o resto da superfcie.'

    Deixe descobertas algumas partes do papel branco, para dar a impresso de textura e da presena de elem entos in defin idos nas reas sombreadas.

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  • 5. Acrescente o tom cinzaAgora, use a caneta para acrescentar os tons cinza-claros s ptalas, por meio de hachuras (traado de linhas paralelas) no sentido do com prim ento. Deixe determ inadas reas em branco para criar um efeito de luz solar.

    Trace linhas verticais sobre os pis- tilos para lhes dar um a cor acinzentada, evitando, mais um a vez, as reas que devem receber luz intensa.

    Atenue os brancos no fundo negro com hachuras verticais, dim inuindo, assim, o contraste entre o fundo denso e as flores claras.

    T rabalhando dessa m aneira todo o desenho, sem dar acabam ento a nenhum a parte , voc pode form ar gradualmente os tons, de m odo que combinem com o fundo dom inante.

    6. Reforce mais os tonsFaa mais traos nas reas das ptalas imersas na som bra. Form e algum as to n a lid ad es com h achuras cruzadas, mas no escurea demais os tons, para que no concorram com o fundo.

    Procedendo da mesma form a, escurea o lado inferior dos pistilos.

    Se as partes plidas e texturizadas do fundo se sobressarem em dem asia, atenue o contraste fazendo h achuras cruzadas sobre elas.

    N ote como o acrscimo de tons m odulados modifica acentuadamente o desenho, em com parao com a fase anterior.

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  • 7. Retoque as sombrasReforce com o pincel as ondulaes das ptalas das flores. P a ra retocar o desenho, acrescente novas sombras aos pistilos, tom ando o cuidado para que esses toques sejam menos fortes que o fundo.

    Term inado o trabalho , lave o pincel imediatamente com gua fria e sabo neutro , um a vez que este$, do tipo japons, se estragam com facilidade. M olhe-o com a boca para que endurea, voltando a form ar a pon ta fina anterior, e p ro teja a cabea com o tubo que acom panha o pincel. Verifique se voc no prendeu nenhum plo nas laterais. Antes de to rnar a us-lo, mergulhe-o em gua para retirar a saliva.

    O desenho acabado perm ite que o observador distinga qual instrum ento foi usado com adequao. A caneta produz contornos delicados e cria gradaes sutis de tom cinza; o pincel produz os traos mais pesados,

    tenha sido ele usado a seco (para os tons quebrados) ou m olhado (para as linhas slidas e as reas negras de m aior extenso).

    A importncia do projetoAo contrrio do desenho a lpis que perm ite voltar atrs num a idia em diferentes fases do trabalho , as caractersticas mais audaciosas e ra dicais da tinta geralmente exigem, do artista, um a deciso anterior ao incio do trabalho .

    aconselhvel que voc tenha uma idia bastante clara da imagem que pretende produzir, com base naquilo que v ou lembra-se de ter visto. Esboos rpidos, simples anotaes ou fotografias em preto e branco ajudam a com por o desenho. O im portante que, antes de aplicar a tin ta, voc faa, a lpis, as linhas gerais, que no devem ser m uito fortes, pois serviro apenas como base para o tra balho definitivo.

    MATERIAL EMPREGADOUma folha de papel comum, de aproximadamente 14 x 18 cm Tinta nanquim preta.Um lpis HB.Bico de pena.Um pincel japons, mdio. Mata-borro.

  • Trabalhos com hidrogrficas[J VENTILAO Muitas canetas hidrogrficas prova de gua (permanentes) contm corantes, resinas e solventes orgnicos. Alguns desses solventes so txicos; portanto, antes de mais nada, leia os rtulos com ateno.As crianas so mais suscetveis aos efeitos txicos e no devem usar esse tipo de caneta. Mesmo os adultos devem assegurar ventilao adequada ao trabalhar com hidrogrficas prova de gua, abrindo as janelas ou usando um exaustor de ar.

    As mesmas canetas hidrogrficas que voc utiliza no dia-a-dia para fazer anotaes e rabiscos podem ser em pregadas, tam bm , para elaborar desenhos totalm ente desenvolvidos. As hidrogrficas (com ponta de feltro ou de fibra) so extrem am ente versteis e voc pode encontr-las em muitos tipos e tam anhos diferentes, com pontas finas ou rom budas, que p ro porcionam am pla gam a de efeitos. A variedade de cores tam bm m uito grande, abrangendo desde os tons pastel at as cores mais escuras, e sua tinta pode ser solvel em gua ou perm anente, dispensando qualquer preparao prvia.

    Formas de utilizaoCom um a hidrogrfica voc pode fazer desenhos lineares, cobrir reas de cores chapadas ou aplicar um a cor sobre outra. Elas tambm combinam com outras tin tas, particularm ente a de escrever, aquarela e lpis.

    Os m arcadores largos, com ponta em form a de cinzel, perm item distribuir a cor no estilo da aquarela: basta aplicar um a srie de marcas largas, um a ao lado da ou tra (sem sobreposio) at form ar um a rea de cor uniform e (ver abaixo). A tinta seca rapidam ente e voc pode, ento, sobrepor ou tras cores.

    A enorme variedade de tipos de hidrogrfica possibilita linhas e traos de diversas larguras. E com os m arcadores voc pode traar linhas e tam bm preencher reas de cor uniform e, dependendo da m aneira de em punh-los.

    O trabalho com hidrogrficas exige rapidez e confiana. Decida o tipo de trao que voc deseja produzir e aplique a caneta com gestos rpidos. Se o m arcador ficar apoiado por m uito tem po sobre o papel, a tinta poder penetrar demais e com prom eter o resultado final.

    Acima: Aplicao de uma camada uniforme de cor com um marcador de ponta em forma de cinzel. Trabalhe com rapidez, para que a tinta no penetre demais no papel.

    esquerda: Vrios tipos de hidrogrfica e as linhas que elas produzem. Da esquerda para a direita: ponta em forma de cinzel, em forma de bala, ponta comum de fibra e ponta fina de fibra.

    direita: Marrakesh, Marrocos, 1966, de Paul Hogart, canetas hidrogrficas, lpis e aguada de cor sobre papel de rolo, 44 x 50 cm.

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  • Exemplo: passeio d*> onnHninEsta vista tranqila de Veneza, de au- 1 toria de H arry Borgm an, foi to talm ente produzida com canetas hidrogrficas coloridas, do tipo m arcador. Ela constitui um a boa introduo s tcnicas bsicas, pelo equilbrio que apresenta entre cor uniform e e traos isolados.

    O trabalho p ronto tem a aparncia translcida de um a aquarela, em bora no haja tan ta m istura entre as cores, pois a tin ta absorvida e seca rap idam ente.

    Para este exemplo, H arry Borgman escolheu um painel preparado, de superfcie mdia. Ele tem textura suficiente para aceitar bem a tin ta e no spero demais, a ponto de to rnar os traos irregulares.

    1. Esboo bsicoCom a ponta de um m arcador cinza claro faa um esboo inicial, desenhando as principais formas da composio. Escolha sempre um a tonalidade clara e neutra para as linhas do esboo, pois os contornos no devem sobressair m uito.

    2. Pinte o cu e a gua 2Com o m arcador azul mais claro, preencha a rea do cu com um a cam ada de cor uniform e, como foi descrito na pgina anterior. Trabalhe com rapidez, para conseguir m anter a uniform idade do tom. A tinta das hidrogrficas seca muito depressa, e, se voc no for rpido ao aplicar os traos, correr o risco de produzir linhas excessivamente duras.

    Em seguida, com plete a rea da gua com o mesmo azul. No se preocupe se voc ultrapassar um pouco os contornos cinza; mas a gndola e os prdios devem ficar sem cor, por enquanto .

  • 3. Acrescente mais cores suavesPinte o grande prdio central usando am arelo cor de pele um a cor quente. C ontinue trabalhando com bastante ra pidez, para que a tin ta seque de m aneira uniform e.

    A gora pegue o m arcador cinza mais claro e pinte os prdios que ladeiam o que voc acabou de colorir.

    Aplique essa cor tam bm na torre e na cpula. Em bora elas venham a ser pintadas num a etapa posterior, essas camadas iniciais de cor constituem um elem ento im portante na p in tura , atuando como um a espcie de base , que brilhar atravs das cam adas transparentes de tin ta que forem sobrepostas em seguida.

    4. Indique os tons mdiosAplique agora um cinza mais frio na: duas cpulas e em alguns telhados. Us< a mesma caneta para desenhar mais al guns detalhes nos prdios.

    Com um m arcador m arrom claro pinte o bloco de prdios da esquerda < a parte superior do prdio central; tra balhe com a parte achatada da ponta para produzir traos largos e vigorosos Pinte os tons mais claros da gndol com a mesma cor.

    Nesta etapa, esses tons podem pare cer m uito fortes; mas eles ficaro mai: suaves e ocuparo o lugar certo no es quema tonal quando voc acrescentar a; cores mais escuras.

  • 5. Trabalhe a regio da gua 5Use um a caneta verde-oliva plido sobre o azul claro para indicar o desenho das ondas na superfcie da gua. Faa os traos bem finos a distncia, e ligeiram ente mais grossos medida que se aproxim ar do prim eiro plano.

    Indique os reflexos do prim eiro plano tam bm com traos grossos e vigorosos, em cinza escuro. Com esta mesma cor, pinte a som bra ao lado da gndola. Coloque ainda algumas m anchas ao fundo, do lado esquerdo, com um m arcador verde escuro, para sugerir a existncia de rvores.

    Pinte alguns reflexos das rvores e dos prdios na gua do fundo, usando cinza plido e am arelo cor de pele, reforados com alguns traos leves de um cinza mais escuro. Q uando os prdios receberem os toques mais escuros, voc poder ap ro fundar o tom desses reflexos, para criar uma com plem entao adequada.

    6. Sombras e detalhes menores 6Olhe criticam ente para a pin tura. Neste estgio, ela j comea a apresentar caractersticas de aquarela.

    P ara definir os tons mais escuros, complete o resto da gndola e as pessoas com cinza bem forte. Use a ponta da caneta para deixar os detalhes bem definidos. Antes de fazer cada m arca no papel, procure im aginar, com a m aior clareza possvel, a aparncia que ela dever ter. Decida como em punhar e usar o m arcador e ento faa o trao com um gesto rpido e confiante.

    Execute os detalhes finais e as som bras dos prdios, trabalhando sobre a cor j existente com dois cinzas mais plidos. A com binao de m arrom e cinza cria um a som bra bastante delicada.

  • 7. Toques finaisCom o cinza mais escuro, pinte as ja nelas e as som bras criadas pelos pilares na frente dos prdios. Aplique este mesmo cinza escuro em alguns dos reflexos da gua e suavize suas bordas com um cinza mais claro. Acrescente outras som bras, menos profundas, com um cinza mdio.

    Introduza um azul suave em algumas partes das cpulas. Suavize as bordas com cinza, com o foi feito com os reflexos na gua. Isso acentua a impresso de form a e p ro fundidade da rea do fundo, que constitui um im portante centro de interesse no trabalho .

    O desenho acabado apresenta a elegante simplicidade e transparncia de um a aquarela em bora tenha sido realizado em muito menos tempo, pois no h necessidade de espe

    rar que a tin ta seque. essa caracterstica que to rna as hidrogrficas ideais para fazer esboos de um a cena, que sero utilizados mais tarde como referncia para pintar com uma tin ta de secagem mais dem orada. E, graas enorm e variedade de cores (que voc pode aum entar, com binando-as entre si), possvel fazer esboos com referncias de cores bastante precisas.

    No se esquea dos cinzaMesmo um a cena simples como esta m ostra com o im portante ter algumas canetas cinza na sua coleo. P ara as reas som breadas em tons delicados, basta sobrepor um cinza cor que voc quer colocar na sombra. A tinta cinza transparente tem o efeito de velar e suavizar a cor que est por baixo, mas sem anul-la.

    MATERIAL EMPREGADOPainel de ilustrao de superfcie mdia, de 20 x 25 cm. Marcadores com ponta em forma de cinzel, nas seguintes cores: cinza quente plido, amarelo cor de pele, cinza frio claro, cinza frio mdio, areia escuro, verde- oliva, verde-terra, cinza frio profundo, cinza escuro, azul claro, cinza frio plido e azul-gelo.

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  • Linhas, tons e texturas

    Acima: Esta cena dc neve, de Harry Borgman, mostra como a Unha e o tom produzidos com hidrogrficas podem ser eficientes. O artista usou apenas duas tonalidades de cinza e preto um cinza n. " 7, para os prdios do fundo e a cerca, e um cinza n. " 4 na rea do cu.

    Com a grande variedade de tipos de caneta hidrogrfica disponvel quase sempre num a am pla gam a dc cores vivas e audaciosas o principiante sente-se tentado imediatam ente a trabalhar com cores. Na verdade, o que d um carter especial aos desenhos com hidrogrficas o forte contraste de linhas e tons que elas propiciam. Vale a pena, portanto, explorar esses efeitos prim eiro em tra

    balhos m onocrom ticos, com hidrogrficas preta e cinza.

    O segredo de um bom trabalho m onocrom tico com hidrogrficas est na autoconfiana com o elas so indelveis, cada trao deve ser planejado com cuidado. Mas essencial tam bm realizar um bom nm ero de esboos prvios, para conhecer as possibilidades que elas oferecem de produzir linhas, tons e texturas.

  • Fila A: Linhas de larguras variadas feitas com pincel mgico.

    Fila B: Linhas finas desenhadas com uma variedade de canetas hidrogrficas com ponta de feltro.

    Fila D: Grafismos e marcas estriadas, feitos com canetas secas.

    MARCADORES PRETOSApresentamos acima uma variedade de linhas e marcas texturais obtidas com marcadores pretos de diversos tamanhos. Lembre-se de que o marcador prprio para desenho tem ponta em forma de cinzel com 9 mm de largura, prpria para uma abordagem mais audaciosa.A: Com a ponta multifacetada do oincel mgico voc pode criar linhas

    de pesos e larguras diferentes, simplesmente ajustando o ngulo em que segura a caneta.B: As pontas de feltro, em forma de bala, produzem linhas mais finas e oferecem menos campo para variaes. Portanto, mantenha um estoque de tamanhos diferentes para os detalhes.C: Alguns dos efeitos texturais que voc pode produzir

    com um pincel mgicocomum dependendo do modo desegurar a caneta e da pressoaplicada.D: Efeitos obtidos com o uso de marcadores secos.Nunca jogue fora as canetas velhas elas produzem marcas estriadas, desajeitadas, que criam texturas excelentes para paisagens e estudos arquitetnicos.

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  • LPIS, LINHA E TOMA tcnica bsica para hidrogrficas consiste em fazer um esboo preliminar usando um lpis de gradao mdia, como o HB. Em seguida, complete o desenho e crie os tons com as hidrogrficas. difcil definir objetos s com tons, pois as marcas deixadas pelas hidrogrficas tendem a ficar com aparncia irregular: mas voc pode acentuar e tornar mais ntido o aspecto geral acrescentando alguns toques lineares fortes.A linha particularmente importante nos estudos arquitetnicos. Compare os dois desenhos direita e veja como as linhas do maior definio e impacto ao desenho de cima.

    A ESCOLHA DO PAPELNo trabalho com hidrogrficas, as trs caractersticas mais importantes do papel para definir a aparncia do desenho so: a capacidade e velocidade de absoro da tinta, a granulao da superfcie e a translucidez. Cada papel combina essas trs caractersticas de maneira diferente. O melhor, portanto, orientar a escolha em funo do seu motivo.De maneira geral, os papis de gramatura maior e de superfcie lisa e dura so melhores que os papis de desenho convencionais, que tendem a ficar saturados de tinta.O papel de arroz tipo japons constitui exceo to absorvente que pode receber uma quantidade considervel de mistura. Uma alternativa interessante escolher um papel de superfcie lisa, de alto brilho, como o papel de decalque ou de layout: estes admitem correes, pois a tinta tende a permanecer sobre sua superfcie, ao invs de penetrar nas fibras. Tambm vale a pena experimentar papis de superfcie lisa para aquarela.

  • MARCADORES CINZAOs marcadores cinza so teis no s para fazer ilustraes em preto e branco, mas tambm para acrescentar sombras em reas coloridas, O pincel mgico apresenta uma srie de cinzas em tonalidades quentes e frias e em tons que vo de 1 (quase branco) at 9 (quase preto). Os cinzas frios possuem uma tonalidade ligeiramente azulada; os quentes tendem para o marrom.Nem todos os fabricantes fazem uma srie completa de cinzas e no h garantia de que a gradao e a colorao entre as canetas seja consistente. Assim, ao escolher uma srie de cinzas, atenha-se a uma marca e veja se a tonalidade da cor no varia demais de uma caneta para outra.

    TEXTURAS ARQUITETNICASAo desenhar com canetas hidrogrficas importante lembrar que a ponta larga produz linhas de espessura uniforme. Isso pode criar certa monotonia mas proporciona, por outro lado, um padro coerente, que dar unidade ao seu trabalho. Para obter alguma variedade, voc pode usar o lado estreito da ponta e at mesmo fazer alguns rabiscos com ela, dando um toque mais pessoal ao trabalho.Veja nos exemplos esquerda como as hidrogrficas se prestam bem ao desafio de produzir diferentes texturas arquitetnicas.A partir do alto: quatro tamanhos de tijolos, uma superfcie de madeira spera, outra de cimento marmorizado e uma parede de pedra todos desenhados com pincel mgico comum.

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  • Neste exemplo, o artista Harry Borgman tira o mximo proveito das linhas ntidas e audaciosas produzidas com canetas hidrogrficas. Experimente faz-lo, para testar alguns dos traos j descritos especialmente aqueles que registram o aspecto de m ateriais de construo.

    As pinturas de motivos arquite tnicos em geral ficam melhores quando o tom das hidrogrficas usado em conjunto com linhas. As canetas com ponta em form a de cinzel so mais difceis de controlar; por isso melhor usar canetas de ponta fina, que oferecem melhor controle dos tons cinza e m aior preciso.

    1. O esbooCom um lpis HB, desenhe a loja, fazendo as linhas bem leves. Talvez voc prefira usar um a rgua para as linhas retas finais; mas, ao desenvolver o desenho, procure trabalhar a mo livre.

    Q uando o esboo estiver com pleto, faa algumas das som bras mais escuras com um a caneta de ponta fi

    na. Finalm ente, acrescente os traos largos de tom cinza das rvores do fundo.

    2. Os cinzas intermediriosPreencha cuidadosam ente todas as reas de cinza interm edirio. No se esquea de respeitar a direo da fonte de luz, para que as sombras fiquem no lugar certo. Use um a variedade de tons, desde os cinzas n .1* 2, 3, 5 e 7 at o n . 9, para as reas mais escuras das portas e janelas.

    Coloque algumas som bras nas r vores e indique as folhas com traos curtos e audaciosos sem preocupar-se em reproduzi-las com preciso de detalhes.

    3. Acrescente texturaPara term inar o prdio, faa a textura dos tijolos. Trabalhe com a ponta da caneta, procurando deixar os traos bem uniformes. Trace tambm as linhas horizontais finas que sugerem um a fachada de lambris.

    Complete o trabalho fazendo tra os amplos para indicar as telhas.

    MATERIAL EMPREGADOUm lpis HB.Uma caneta hidrogrfica preta de ponta fina.Um papel de superfcie lisa dura. Pincis mgicos de vrios tons de cinza (pelo menos cinco). Se decidir usar hidrogrficas de outro tipo,- compare seus tons com os da pintura acabada, antes de comear, para verificar se so compatveis.

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  • Paleta bsica de coresAo selecionar um a paleta bsica de canetas hidrogrficas, lembre que suas cores no podem ser clareadas com gua nem tin ta branca. Assim, escolha um nm ero proporcionalmente maior de cores claras para mistu rar, pois estas sempre podero ser escurecidas, aplicando-se sobre elas cinza neutro ou outras cores escuras.

    A escolha da paleta adequada depende da experincia, m as, para um bom comeo, convm ter dezoito cores bsicas, incluindo cinco tonalidades de cinza, e preto. Com elas, voc poder conseguir m uitas outras cores, bastando aplicar um a sobre outra . Ao elaborar suas m isturas, no se esquea de lim par a pon ta das canetas com um pedao de papel, sempre que as usar, pois elas retm cores A com a mesma facilidade com que as distribuem .

    Como comprar hidrogrficasProcure adquirir tonalidades quentes e frias de cada cor; por exemplo, com pre um vermelho quente, como

    o verm elho, e um mais frio, como o carm im . N o deixe de acrescentar sua paleta algumas cores especiais, como am arelo-lim o, rosa ou violeta , que so difceis de preparar.

    Os fabricantes costumam imprimir tabelas de cores, que podem ajud- lo bastante na hora da com pra, mas no substituem o teste direto sobre o papel. M esmo este no suficiente para garantir o resultado, pretendido, pois, dependendo da rapidez com que absorvem os corantes, certos papis podem causar ligeiras variaes de cor. Assim, se voc m uito exigente com relao a cores, teste cada to n alidade sobre um a am ostra do papel que planeja utilizar.

    esquerda: Sidi-bou-Said, Tunsia, 1966, de Paul Hogarth. O artista elaborou a maior parte desta obra com caneta hidrogrfica.Para as cores mais delicadas do fundo, preferiu usar algumas aguadas.

    SOBREPOSIO DE CORESVoc pode usar caneta hidrogrfica tanto para simplesmente pintar formas desenhadas como para criar efeitos especiais, valendo-se, para isso, de variados recursos, explicados a seguir. Com um pouco de treino, produzir grafismos e texturas como os que v acima.

    A. O papel foi previamente umedecido com uma aguada. Com isso, a tinta colorida ficou mais suave e esmaecida.B. O artista pintou as sombras do fundo com caneta hidrogrfica e, sobre algumas delas, trabalhou depois com lpis de cor.

    MUDE A PALETA medida que voc se familiariza com sua seleo bsica de canetas hidrogrficas, suas pinturas comeam a ficar meio parecidas entre si. Mudando a paleta de vez em quando, voc no s dar vida nova ao seu trabalho como ainda ampliar sua experincia com as cores existentes.

    C. A cor bsica do cu rosa-claro, sobre a qual foi aplicado spia, tambm claro; para dar obra um brilho mais quente, o autor passou sobre toda a rea uma caneta cor de pele.D. Concludo o trabalho, o artista cobriu-o com uma camada de spia- claro, conferindo-lhe maior unidade.

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  • A IMPORTNCIA DO PAPELPara obter bons resultados com caneta hidrogrfica, no basta saber misturar as cores. preciso tambm fazer experincias com diferentes tipos de papel, principalmente se voc quer aprender novas maneiras de criar profundidade e tons.

    A. Estas rvores foram pintadas sobre papel cuch. Os pigmentos permanecem na superfcie, permitindo que se refaam determinadas reas.B. Nesta paisagem, tambm feita sobre cuch, o autor criou as reas iluminadas acrescentando cores mais claras s rvores e s rochas.

    C. Este exemplo demonstra como as cores podem ser misturadas sobre papel liso.D. Nesta pintura, feita sobre papel comum para caneta hidrogrfica, o artista usou uma mistura de cores frias no fundo e quentes no primeiro plano, criando profundidade.

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  • Exemplo: casa no campoEm bora possam ser usadas em quase todos os tipos de desenho e p intura, as canetas hidrogrficas so particularm ente indicadas para a reproduo de construes arquitetnicas tem a que m uitas pessoas evitam, receando, equivocadam ente, que envolva dem orada preparao de esboos. Com canetas hidrogrficas, voc pode, em menos de duas horas, p in tar um a construo com o a que aparece no exemplo destas pginas.

    1. O esboo inicialComece fazendo um esboo da cena inteira. Use para isso lpis de grafite HB e papel liso, excelente para desenhar a lpis. Q uando tiver term inado o esboo, faa um a aguada clara no cu, m antendo o tom o mais uniform e possvel.

    2. Equilbrio tonal 2T rabalhe as partes mais distantes do campo com verde-escuro; para a rea mais prxim a, use verde-am arelado. Complete o primeiro plano com uma caneta cor de m ostarda.

    P inte as rvores com verde-oliva, cobrindo toda a superfcie branca do papel, exceto as partes da casa e da cerca. Isto o a judar a estabelecer com m aior facilidade o equilbrio to nal na pintura. No se preocupe em term inar cada uma das partes da pintura. Faa o trabalho aos poucos, para obter um resultado mais fluente e uniform e.

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  • 3. As cores das construesUse duas tonalidades diferentes de cinza frio para pintar o telhado do celeiro e das construes vizinhas. D mais profundidade e interesse aos edifcios, pin tando seu lado ensolarado com verm elho-papoula e o lado som breado com carm im .

    Sobre algumas das partes pintadas com carm im , passe verde-nilo, para escurecer as sombras e dar-lhes maior profundidade. Use o mesmo tom para escurecer as rvores, mas faa as reas som breadas utilizando verde- azulado.

    Pinte a cerca com cinza-claro, para que as m arcas de lpis fiquem visveis, produzindo um a aparncia texturizada.

    4. Trabalhe as texturasFaa as sombras nas margens inferiores das rvores com azul-ftalo. Use esta mesma cor, porm em um a caneta de ponta quase seca, para indicar uma textura de madeira rstica na parede do celeiro.

    Acentue os beirais dos telhados com pequenas reas de preto. Passe preto tam bm em todas as janelas e m olduras de portas.

    Pinte a textura do capim do cam po interm edirio com verde mais escuro. Acrescente ao capim do primeiro plano traos verticais em bronze e bege. Passe um a cam ada de spia-claro sobre todo o primeiro plano, para dar-lhe calor; em seguida, faa algum as marcas escuras no capim.

  • 5. Os toques finaisNa m aioria dos papis, impossvel clarear os tons pintados com caneta hidrogrfica. Por isso, convm tra balhar seus tons gradativamente, procurando evitar que fiquem escuros demais.

    No exemplo dado, use um cinza ligeiramente mais escuro, para obter os tons da cerca; se necessrio, aplique tonalidades cada vez mais escuras at chegar ao efeito desejado. Term inada a pintura bsica da cerca, faa as marcas com cinza-escuro. Assim, voc no s destacar a cerca em relao ao plano do fundo como lhe dar um aspecto mais realista, fazendo-a parecer desgastada pelo tem po.

    Com o toque final, aplique um cin- za-mdio nos telhados, para separ- los m elhor, form ando reas contrastantes de luz e som bra.

    Os trabalhos com hidrogrficas apresentam um inconveniente: com o tem po, tendem a descorar. Isto se deve ao fato de que as canetas h idrogrficas contm corantes em vez de pigm entos, sendo, po rtan to , extrem am ente suscetveis luz sobretudo luz solar in tensa. P ara minimizar o risco de descolorao, conserve suas pinturas num porta- flio ou em oldure-as, protegendo-as com vidro. Se op tar por esta ltima soluo, pendure-as bem longe da luz direta do sol.

    MATERIAL EMPREGADOPapel liso.Lpis de grafite HB.Paleta de dezoito cores: azul-claro, azul-ftalo, verde-escuro, verde- amarelado, verde-oliva, mostarda, verde-nilo, vermelho-papoula, carmim, bronze, bege, spia-claro, cinco tonalidades de cinza, e preto.

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  • Modelagem de tom com pontilhismo

    & PONTILHISMO COLORIDOAo introduzir uma variedade de tonalidades no pontilhismo, o efeito ptico o de uma mistura de cores, no puramente tonal. Uma mistura de pontos amarelos e azuis funde-se em verde aos olhos do observador. Assim, um vermelho muito quente ou intenso pode ser neutralizado com pontos da cor oposta o verde.

    & TEXTURA COM PONTILHADOCombinando diferentes formas e espessuras de pontas num nico desenho, produz-se texturas e tons atravs de pontos. Experimente hidrogrficas com pontas em forma de bala para obter marcas redondas; com pontas chanfradas para traos curtos e batidos; com pontas finas para minsculos pontos e traos.

    A o contrrio do lpis ou do carvo, as hidrogrficas pretas e cinzas no servem para gradaes de tons esfu- mados: contm corante prprio, inaltervel, mesmo quando se aum enta ou diminui a presso dos traos.

    Para compensar essa desvantagem, os fabricantes as produzem com grande variedade de tons (os cinzas quente e frio, por exemplo, so encontrados em at nove tonalidades), e mesmo um simples estudo tonal requer a u tilizao de hidrogrficas diferentes.

    Por essa razo, o pontilhism o a form ao de tom com o agrupam ento de m insculos pontos, que os olhos do observador fundem nu ma massa uniform e de cor um a tcnica til: usando-se trs ou quatro tons em diversas combinaes, possvel criar tonalidades de gradao uniform e, na intensidade desejada.

    Mtodo de trabalhoPara com ear a fazer experincias

    com esboos tonais, voc precisar do cinza mais claro (o n . 1), do mais escuro (n. 9) ou do preto, de duas tonalidades interm edirias e de um bloco de esboos de papel branco.

    Para um meio-tom, combine as hidrogrficas clara e escura num a m istu ra uniform e de pontos. Para equilibrar o tom mais alto ou mais baixo na escala, privilegie mais um a to n a lidade que outra, usando os cinzas interm edirios para preencher a rea.

    Com o o pontilhism o form a figuras com massas de pontos, e no com linhas definidas, talvez seja mais p rtico com ear com um contorno po n tilhado dos principais elementos, como um guia a ser seguido. m edida que se fam iliarizar com a tcnica dispense as linhas-guia e visualize a cena como um todo, sem se apoiar em contornos firmes. Lembre-se que o observador v apenas um desenho to nal geral; ento, afastando-se um pouco, trabalhe num a escala grande.

    COMO EXPLORAR MARCAS DE HIDROGRFICAS E SUPERFCIES

    PONTOS E TRAOS FINOS PAPEL LISOPontas finas combinadas com outras mais grossas permitem obter desenhos com texturas interessantes. Aqui, os cinzas-claros diminuem o tom dos traos pretos, no sendo alterados pela granulao do papel.

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    MARCAS GROSSAS PAPEL DE ROLOA ligeira absorvncia do papel deixa as marcas um pouco confusas nos lugares em que elas se sobrepem. Quando quiser fazer gradaes tonais, lembre-se de levar em conta a possibilidade de os corantes se misturarem.

    PONTOS MISTURADOS - PAPEL JAPONSEm papis de superfcie de alta absorvncia, os pontos se fundem totalmente quando se deixa a ponta parada. Note o tom arroxeado criado pela frieza do cinza nos lugares em que ele escorre para o preto.

    TRAOS GROSSOS PAPEL REVESTIDOOs traos e as marcas horizontais permanecem separados porque o revestimento da superfcie do papel evita que o corante se espalhe.O artista desenhou estes traos com hidrogrficas versteis, de pontas chanfradas.

  • direita: Esta fo i a folha que Borgman colocou sob a pintura acima reproduzida. Os escuros so resultado dos tons que atravessaram o papel japons. Aproveitando este efeito acidental, o artista acrescentou, com tinta branca, pontos claros ao cu e obteve uma excelente verso de inverno para a cena de vero.

    Acima: Sobre papel.japons, o corante da hidrogrficKform a um circulo perfeito, com um contorno borrado que sugere um foco suave. Aqui, o artista Harry Borgman criou padres diferentes, experimentando tamanhos variados de pontos. O resultado uma paisagem de vero impressionista.

  • Exemplo: choupo americano

    2. Trabalhe os tons 2Comece a form ar o tom usando a hidrogrfica n . 7 (mais escura) para as reas som breadas. Nos lugares em que a som bra mais intensa no alto e embaixo da rvore, do lado direito , faa o tom mais denso, espaando menos os pontos.

    Sugira os tons interm edirios com os cinzas n .os 4 e 5. Use a ponta chanfrada para fazer os pontos aproxim adam ente do mesmo tam anho, produzindo um a textura uniform e.

    Lembre-se de que os desenhos m onocrom ticos no precisam ser em preto e branco. Se preferir hidrogrficas coloridas, escolha, por exemplo, um a com binao de verdes que tenha a mesma variedade tonal aqui apresentada. Neste caso, conviria usar um a seleo de verde-claro, oliva-plido, pinho e verde-oliva.

    As rvores constituem um m otivo particular - 1 mente apropriado ao estilo pontilhista, um a vez que os pontos, distribudos de certa m aneira e sob controle, podem criar um a textura realista, semelhante das folhas. Nesta dem onstrao, o artista H arry Borgm an trab a lhou sobre papel liso m ontado em painel, que, por no ser absorvente, tende a conservar os corantes separados, e usou hidrogrficas de cor cinza-claro, com pontas chanfradas.

    1. O contorno pontilhadoTrabalhando em torno da rvore, faa o conto rno pontilhado com a ponta da h idrogrfica cinza mais claro.

    Indique as reas em que as som bras caem sobre as folhas no interior da rvore como essas marcas sero cobertas na etapa final do trabalho , use linhas ininterruptas.

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  • Faa esses traos at o tronco, deixando alguns pontos em branco para que sua form a parea slida.

    Com plete a p in tura pontilhando um meio-tom sobre os escuros.

    3. Complete o tomObserve o desenho a distncia e p ro cure captar o efeito geral. As reas ainda em branco merecem ateno: com a hidrogrfica n . 7, faa traos curtos, batidos, da esquerda para a direita, em diagonal.

    MATERIAL EMPREGADOPapel liso colado em painel, de aproximadamente 28 x 20,5 cm. Canetas hidrogrficas, em cinza frio, nmeros 1, 4, 5 e 7. (Se usar marcas diferentes, compare cpm as ilustraes antes de comear.)

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  • Carvo: material e tcnicasA utilizao do carvo em desenhos rem onta aos primr- dios da prpria arte. M as, apesar de sua longa e im portante histria, ele visto ainda com reservas por muitos artistas por se desprender do papel com facilidade e ser impreciso , e seu uso acaba ficando restrito a esboos preparatrios para pinturas a leo. Na verdade, o carvo possibilita resultados m uito expressivos. Ele desliza sobre o papel com um toque agradvel e basta um a leve variao na presso para obter grande variedade de efeitos, desde os delicados tons mdios texturizados at os escuros profundos. Voc pode tam bm esfum -lo e mistur-lo com o dedo ou um esfum inho e produzir luzes rem ovendo-o com um lim pa-tipos.

    O carvo oferecido sob diversas form as. A mais comum o basto (de carvo vegetal natural de videira ou de salgueiro). H tam bm os bastes chatos de carvo, mais com prim idos, prprios para cobrir grandes reas, e os lpis de carvo. Estes so os melhores instrum entos para desenhos detalhados, pois voc pode apont-los bem fino. Existem diferentes qualidades de lpis de carvo, de duros a macios, e diversos tipos de bastao.

    Superfcies de desenhoUm a das caractersticas mais interessantes do carvo que ele tende a revelar a granulao e a textura do papel em que voc desenha o que o to rna particularm ente expressivo em papis bem texturizados. O papel especial para desenho a carvo d bons resultados tam bm com pastel seco e lpis. Sua superfcie canelada e bastante resistente, para que possa ser rasurada m uitas vezes. Os papis de textura spera tm granulao m aior e superfcie irregular, o que to rna as reas fundidas mais vividas e os traos largos mais arro jados.

    Como evitar borresA maciez do carvo torna-o bastante sujeito a borrar acidentalm ente o trabalho . P or isso vale a pena tom ar as seguintes precaues:1. Enrole os bastes de carvo em papel ou num invlucro especial, para no sujar os dedos. Se voc gosta de sentir o to q u e do carvo de m aneira mais direta, tenha um pano mido mo para lim par os dedos.2. Ao desenhar, apie o pulso sobre um pedao de papel vegetal, colocado sobre o trabalho.3. Quando term inar seu desenho, proteja-o com um a cam ada de fixador em spray.

    Acima, esquerda: Vrios tipos de carvo. A partir do alto: um basto comprimido, num porta-carvo, um lpis de carvo enrolado em papel, o tipo comum com suporte de madeira e dois bastes de carvo natural.No centro, esquerda: Dois esfuminhos de papel para esfumar carvo e um leno de papel para limpar reas insatisfatrias de desenhos com carvo natural (ou para espalhar um tom suave sobre uma rea grande).Embaixo, esquerda: Dois limpa-tipos para carvo. Aperte a massa, formando uma ponta, para apagar reas pequenas, ou use-a inteira, para apagar reas maiores.

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  • Ponte Marie, de Harry Borgman, 24 x 30 cm.O carvo funciona melhor sobre superfcies de pape! texturizados, mas tambm pode dar bons resultados em determinadas superfcies lisas, como neste desenho, feito com lpis de carvo 2B, relativamente duro, sobre cartolina lisa.

  • PRIMEIRO CONTATOExperimente de incio alguns bastes de carvo natural. Segure-os perto da ponta que encosta no papel, para que no quebrem ou esfarelem.

    Trace diversas linhas, variando a presso para produzir diferentes espessuras. Em seguida, passe a trabalhar com tons, segurando os bastes deitados. Finalmente, tente fundir alguns tons com o dedo ou um esfuminho de papel e crie alguns reflexos, usando um limpa-tipos.

    TRS TCNICAS DIFERENTESAs tcnicas para desenho a carvo podem basear-se em traos, em fuso de tons ou no contorno gestual.Os desenhos acima, de Ferdinand Petrie, ilustram o resultado textural do emprego de traos (esquerda) e o aspecto mais firme e profissional dos tons fundidos (direita). Os cachorros desenhados por James Gurney (abaixo) exemplificam a tcnica de contornos gestuais. Com gestos rpidos e econmicos, o artista conseguiu captar a essncia do motivo.

  • Exemplo: rvore tombadaPara estabelecer um prim eiro conta- 1 to com o desenho a carvo, experimente fazer esta paisagem rochosa com um a interessante rvore tom bada, dem onstrada passo a passo pelo artista Ferdinand Petrie.

    1. Faa o esbooEsboce as principais form as com um lpis de carvo duro bem apontado. No aperte com m uita fora apenas deixe a ponta deslizar sobre o papel. C oncentre sua ateno na silhueta do tronco de rvore (a figura central da com posio). Indique vagamente os pinheiros atrs do tronco.

    Faa as pedras do prim eiro plano e indique levemente os lugares onde os planos claros passam para a som bra. Seguindo as linhas bsicas do esboo, defina os contornos exatos do tronco de rvore e das pedras.

    Faa uma linha em ziguezague na borda inferior do tronco e na base das pedras esquerda, para sugerir o capim.

    2. Introduza massas tonais 2Aps determ inar todos os contornos, comece a form ar a estru tura tonal, que d unidade ao desenho. Nas reas de tons uniform es, use o lpis bem inclinado.

    Trabalhe primeiro as reas mais escuras do desenho o grupo de pinheiros e os toques de som bras profundas no tronco e debaixo dele usando um lpis de carvo macio. Com traos curtos e irregulares desenhe a folhagem; nas reas som breadas, utilize grafism os irregulares.

    U sando o lpis de carvo mdio, faa os tons bem claros da faixa de pinheiros a distncia. Trabalhe com o lpis deitado, sobrepondo traos horizontais claros e curtos, para fo rmar um tom contnuo.

  • 3. O capim do primeiro planoAgora passe para o prim eiro plano e trabalhe o capim que cresce entre as pedras. Use o lpis de carvo mdio deitado, fazendo m arcas rpidas para cima e para baixo. Insinue a textura do capim , mas, ao mesmo tempo, deixe aparecer bastante papel, para sugerir m anchas de luz. Lembre-se de que as marcas devem ultrapassar a borda inferior do tronco de rvore e a base das pedras no canto inferior esquerdo.

    Nesta etapa, todas as partes do desenho recebem os tons adequados, exceto a rvore e as pedras, que continuam da cor do papel.

    4. O tronco de rvore 4Agora voc pode comear a trabalhar no tronco de rvore propriam ente dito. Tente visualiz-lo com o um cilindro com as extremidades recortadas; isso o a judar a obter um padro satisfatrio de luz e som bra.

    Faa prim eiro as reas mais escuras ao longo da parte inferior do tronco. Use um lpis mdio, deitado, e trabalhe com traos longos. O bserve com o a prpria natureza do carvo sugere a textura da casca.

    Aplique tons ligeiramente mais escuros nas som bras do galho quebrado, p ro je tad o con tra o cu, e sombreie a base do outro galho quebrado. Agora examine o desenho e verifique se o tronco apresenta uma gradao de tons adequada sua forma cilndrica.

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  • 5. Termine o desenhoUsando novam ente o lpis de carvo m dio, faa as som bras nas pedras. Observe que h um a diferena ntida entre as partes mais altas, ilum inadas pelo sol, e os lados sombreados das pedras. Procure visualiz-las como um grupo de cubos espalhados pelo cho; isso facilitar a m odelagem.

    Com eando pela extrem idade esquerda do tronco, trabalhe os tons mais escuros, que se estendem ao longo de toda a casca. Escurea tambm algumas reas da gram a, para sugerir som bras projetadas pelas pedras em prim eiro plano.

    Esc