Na Prática ed 25

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contexto regional PUBLICAçãO LABORATóRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIMEP ANO 5 – EDIçãO 25 – NOVEMBRO/2011 A VIDA MáGICA DO CIRCO EM 360º prostituição MÉDICOS X CONVÊNIOS: OS BASTIDORES DE UMA VIDA SEM LIMITES foto reportagem Qualidade nos atendimentos em xeque economia VALOR DE CRéDITO IMOBILIáRIO EM PIRACICABA CRESCE 300%

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Novembro de 2011

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contexto regional

Publicação laboratório do curso de Jornalismo da unimePano 5 – edição 25 – noVembro/2011

a Vida mágica do circo em 360º

prostituição

Médicos X convênios:

os bastidores de uma Vida sem limites

foto reportagem

Qualidade nos atendimentos em xeque

economiaValor de crédito imobiliário

em Piracicaba cresce 300%

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novembro/2011 • edição 25 2 opinião

Larissa Helena

em junho de 2009 noticiava-se a decisão do supremo tribunal Fe-deral (stF) de que jornalista não

precisaria ter diploma para exercer a pro-fissão. com o ganho de 8 votos contra 1 o stF eliminou a obrigatoriedade, imposta em um decreto-lei em 1969, época de um governo de ditadura militar.

gilmar mendes, relator do caso no stF alegou que a exigência do diploma feria ‘a constituição Federal que garante a liber-dade de expressão e informação’. diante desta colocação, acredito que seria impor-tante, além da luta pela volta da exigên-cia do diploma, repensar de que modo a profissão jornalista tem sido representada em nosso país. suponho, que na ditadu-ra militar esta obrigatoriedade tenha sido implementada para passar um ‘pente fino’ nos profissionais, justamente para se dife-renciar da importante função da do for-

eXPediente:

Jornal laboratório dos alunos do 5º semes-tre de Jornalismo da unimep - Reitor: cló-vis Pinto de castro - Diretor da Faculdade de Comunicação: belarmino cesar guima-rães da costa - Coordenador do Curso de Jornalismo: Paulo roberto botão - Edição: ana camila negri (mtb 28.784) - Colabo-ração: Prof. camilo riani (Projeto gráfico e Planejamento Visual) e sérgio silveira campos (laboratório de Planejamento gráfico) - Editoras Assistentes: cláudia assencio de campos e larissa Helena da rocha martins - Editores assistentes de fotografia: antonio corazza netto, arthur berto belotto e leonardo belquiman Perei-ra - Repórteres: amanda maretti, angelyca Paiva, michaella Frasson, carla rossignolli, caroline solano, cintia tavares, elaine Pereira, Felipe abrahao, Fernando galvão, Flavia ribeiro, gustavo annunciato, Josia-ne Joveli, Karina bonfa, Karine Vieira dos santos, laura tesseti, luana rodrigues, lucas calore, luiz Felipe lourenço, ma-riana neves, nathalia machado, nayara de oliveira, rafaela gazetta , raphael Justino, ricardo gonçalves, ronald gon-çales, sabrina Franzol, Valéria spinelli, Vanessa carvalho e Vladimir catarino.

mador de opinião, a do texto de ‘achismos’. o mais irônico é esta queda do diploma vir à tona em um momento no qual nos-so governo resume-se em um modelo de ‘democracia’. será que agora, a queda do diploma não estaria associada à banaliza-ção da profissão jornalista como somente o responsável por meras reportagens repro-duzidas através das famosas fontes oficiais, ou meros transmissores de informação?

solano nascimento, jornalista, pesqui-sador, professor e doutor em comunica-ção, em sua obra “os novos escribas” (ar-quipélago editoral, 2010), comenta sobre o monge franciscano e filósofo giovanni Fidanza (leia-se século Xiii) canonizado como são boaventura que denominou quatro classificações de pessoas que se dedicavam a fazer livros/textos, que possi-velmente equiparo às tipologias que hoje poderiam se enquadrar aos que ‘garantem a liberdade de expressão e informação’: “o primeiro é o dos escribas, aqueles que es-

Jornalistas: escribas ou autores?

Claudia Assencio

na prática, a teoria é outra. a fra-se não surgiu com esta edição, tampouco tem algo de original,

mas ela traduz o que a experiência de acompanhar os processos de elaboração de um jornal - da seleção de pautas, da busca das fontes e da apuração, das técni-cas, desafios e impasses da reportagem até sua distribuição - significa para aqueles que se aventuram nas primeiras tentativas de fazer jornalismo fora do espaço segu-ro da sala de aula, onde a simulação não é permitida. o produto, a matéria prima do jornalismo - a notícia - aqui adquire a mesma importância que o processo.

no seu aclamado livro “a Primeira Ví-tima”, em que aborda a cobertura da im-prensa internacional ao longo de várias guerras, desde a da criméia (1854-1856), até a do Vietnã (1965-1975), sem igno-rar as nefastas duas guerras mundiais (1914-1919 e 1939-1945), o brilhante jornalista australiano Philip Knightley trata dos tantos pecados cometidos pelos colegas durante tais tristes conflitos. o que levou o ex-senador norte-americano Hiram Warren Johson a afirmar que “na guerra, a primeira vítima é a verdade”.

na prática, qual será a próxima vítima?

crevem as obras dos outros, sem qualquer acréscimo ou alteração. o segundo é o dos compiladores, que escrevem as obras dos outros, mas incluem algo próprio. o ter-ceiro grupo é o dos comentadores, aqueles que escrevem tanto obras próprias quanto alheias, mas dão lugar principal às alheias, dedicando seus próprios escritos às expli-cações. o último grupo é daqueles que dão lugar principal à própria obra e usam trabalhos de outros para fins de confirma-ção. esses são os autores” (nascimen-to, 2010, p.12). talvez os três primeiros grupos possam até remeter a um imaginá-rio justificador à valia da queda do diplo-ma, visto que uma cópia pode ser feita por qualquer um. no entanto, o último grupo, o dos autores, é o que melhor representa o exercer da competência jornalística na profissão, que coerentemente se encadeia à valorização de especificidades adquiri-das com a formação acadêmica que muito batalham durante 4 anos.

Pecados, cometemos mui-tos sim, é verdade, pois, ainda somos apenas es-tudantes de jornalismo, galgando espaço num concorrido e, muitas ve-zes, profano mercado, pelo qual exprimimos intensa paixão e desejo de tomar suas rédeas.

tamanha intensidade que não torna a verdade uma vítima, mas sim, muitos dos conceitos e ideias que mantivemos por muito tempo. ir a campo é sinônimo de um vasto e frutífero apren-dizado e que bom que tornamos noções pré-concebidas em vítimas. Por que isso nos permite ir mais além.

mais além na realidade da prostituição, cercada por muitos problemas, é verdade, mas cuja história é escrita por seres huma-nos como qualquer um de nós. mais além na problemática gerada pelos planos de saúde. mais além nas arestas que definem o Programa minha casa minha Vida, por meio do qual muitos brasileiros tiveram a indescritível oportunidade de chamar um imóvel de seu. mais além na difusão da

cultura local piracicabana, redescobrindo o cururu,o samba lenço, o batuque de umbi-gada, oriundos de nossa própria terra natal mas que, pasmem, é motivo de chacota por parte de muito jovem metido a moderno. e, para aqueles que realmente são, não há como se esquecer da cultura oriental, tra-zida de além mar, o cosplay, abreviação de “costume players” ou ainda “costume roleplay” (ambos do inglês), que podem ser traduzidos como “representação de perso-nagem a caráter”.

na prática, os “personagens a caráter” so-mos nós, jovens caracterizados daquilo que almejamos ser. Jornalistas! e digo carac-terizado, não para diminuir. ao contrário, para trazer à tona o que a expressão há de melhor: aquela que põe em relevo o caráter, distinguindo as virtudes de cada um.

nossa luta constante, como evidencia esta edição de na Prática, será de lutar contra a mentira, enaltecendo a verdade, contrariando o pensamento de Hiram Jo-hnson. mas algum desinformado poderá dizer: “não se trata de uma guerra”. não é isso o que diriam tantos profissionais de jornalismo que morrem, não tão raramen-te assim, exercendo suas funções.

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edição 25 - novembro/2011 3cidadeFernando Galvão Vladimir Catarino

em Piracicaba, na última década, o crescimento da população foi desproporcional ao crescimento de veículos. em 2000, a cidade contava com cerca de 130 mil veículos, hoje são mais de 230 mil,

enquanto o desenvolvimento progressivo da população piracicabana foi de 319 mil para 364 mil.

tais estatísticas geraram uma preocupação sobre a alta demanda de veículos e suas consequências, fazendo com que fosse organizada, no mês de setembro, a primeira semana de mobilidade urbana de Piraci-caba. durante sete dias foram discutidos diversos assuntos relacionados ao trânsito e a mobilidade em geral, visando contribuir com a melhoria das políticas públicas relacionadas ao tema.

segundo lurdes, uma das organizadoras do evento e presidente da associação dos acidentados 20 de agosto, o objetivo da semana é cons-cientizar a população para educação no trânsito, através do respeito que o motorista e pedestre devem ter uns com os outros.

lurdes criou a associação quando seu filho e nora foram mortos em um acidente de trânsito na rodovia luiz de Queiroz no dia 20 de agosto de 2001. o caso teve repercussão nacional, tendo em vista que o motorista responsável pela tragédia era o cantor renner, da ex-dupla sertaneja rick

e renner. “através do acidente retirei forças para tentar fazer algo de bom à população. Perdi meu filho e minha nora e, desde então,

tento evitar que outras pessoas passem pelo que passei”, disse.outro objetivo do evento foi o de pressionar a Prefei-tura municipal para dar segmento ao Plano diretor

de mobilidade, uma lei complementar de 2006, que prevê melhorias no sistema de transporte alternati-

vo, motorizado ou não.o ciclista e professor Juan sebastianes defende como saída em curto prazo a criação de uma ciclovia na cidade e a melhoria dos transportes públicos. segundo sebastianes, uma saída seria a construção de ciclovias nas grandes artérias da cidade, onde é comum o tráfego intenso. desta maneira, haveria uma diminuição no número de carros nas vias públicas. “Hoje não existe respeito aos ciclistas. eu mesmo estou me recuperando de um acidente que sofri na avenida armando de salles quan-do, em um domingo, sai para pedalar e terminei batendo em um ônibus”, disse o professor.

a semana de mobilidade também visou estudar maneiras de melhorar o

deslocamento dos deficientes físicos. o presidente do conselho municipal de

Pessoas com deficiência (comdef), Fernando domingues,enfatiza que pela primeira vez na

cidade foi celebrado, no dia 21 de setembro, o dia nacional de luta das Pessoas com defici-

ência. ao longo da semana, deficientes contaram seus problemas cotidianos, que foram anotados e serão

levados à Prefeitura para que sejam criadas políticas públicas visando garantir os direitos fundamentais destas

pessoas. “um dos maiores problemas encontrados foi justamente a mobilidade no transporte e na área de educação. eles buscam o

respeito e também alguns ajustes nas áreas públicas, como reforma das calçadas e rampas nas edificações”, destacou.o evento contou com a participação da população, empresários e políti-

cos, e os organizadores afirmaram que a partir de agora, todo ano haverá a semana para discutir os problemas voltados à mobilização social.

mobilidade urbana é tema de debate em Piracicaba

A falta de organização no trânsito piracicabano

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novembro/2011 • edição 25 4 saúde

Cíntia TavaresRonald Gonçales

“a água chegou à boca”, declara o presiden-te da associação Paulista de medici-na (aPm), Jorge carlos machado curi

(crm: 37236). “os honorários médicos estão defasa-dos e a interferência das empresas acaba prejudicando a assistência moderna”. as palavras do representante da aPm comprovam os problemas na relação entre médicos e empresas de planos de saúde e justificam as paralisações de 72 horas das especialidades médi-cas relacionadas a alguns convênios do estado de são Paulo, ocorridas em setembro. curi explica o motivo do descontentamento: “muitas vezes, os médicos não conseguem nem manter seus consultórios em funcio-namento, devido aos honorários defasados”. os valo-res das consultas variam de r$ 28 a r$ 64.

o cardiologista e ecocardiografista, dr. nicolau ache merino (crm: 69688) de Piracicaba, também sai em defesa dos colegas de profissão. “os médicos

estão cobertos de razão em organizar essa para-lisação, pois os honorários recebidos na maio-ria dos procedimentos estão muito abaixo do que deveriam ser, obrigando o profissio-nal a realizar mais atividades para manter os seus custos”, explica merino. o médico diz ain-da que alguns convênios ou seguro saúde levam até três meses para efetuar o pagamento. segundo ele, os serviços dos planos, com algumas exceções, são bons, mas poderiam ser melhores e revela que realiza, por mês, dez vezes mais atendimentos pelo convênio do que pelo sistema particular: são 200 contra 20.

a defasagem nos valores é também reclamada pelo ortopedista michael siqueira (crm: 115748): “em sete anos, enquanto o valor da consulta aumentou 44%, as operadoras de planos de saúde tiveram 129% de incremento no faturamento, que chegou a ultra-passar r$ 70 bilhões em 2010. além de não repassa-rem os reajustes concedidos pelos órgãos federais, os planos de saúde interferem diretamente no trabalho do médico”. segundo siqueira, os planos criam obs-

crise na relação entre médicos e conVênios coloca em XeQue Qualidade nos atendimentos

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edição 25 - novembro/2011 5saúde

de médica é praticamente impossível conseguir con-sulta quando se necessita”.

a única entrevistada satisfeita é daniela bertechi-ni, mãe de matheus, 5. ela explica que seu filho faz uso do convênio regularmente para tratamento com otorrinolaringologista e para consultas  na emergên-cia. “sempre que marco uma consulta, consigo para a semana seguinte”, declara.

a resolução normativa (rn) 259/2011 da ans (agência nacional de saúde suplementar) publicada em junho deste ano, prevê o atendimento do usuário em até 14 dias, no máximo, após o contato do pa-ciente interessado. a rn passa a vigorar a partir do próximo dia 19 de dezembro. Para as consultas básicas nas áreas de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, o atendimento ocorrerá em até sete dias úteis. nas demais especialidades médicas, o atendimento deverá ser em até 14 dias úteis. em caso do não cumprimento dos prazos, o usuário pode denunciar diretamente na ans, através do telefone: 0800 701 9656, se segunda a sexta-feira, exceto feria-dos nacionais, das 8h às 20h.

“ser saudável gera descontos”a fim de inverter a atual lógica existente no setor, a

ans publicou no dia 22 de agosto a rn 265/11, que prevê descontos na mensalidade, prêmios e bens mate-riais para beneficiários que participarem de programas de envelhecimento ativo, promovidos pelos convênios. a ideia é cuidar da saúde ao invés de tratar a doença.

a medical recebeu bem a medida. “Já temos, há vários anos, o espaço saúde medical que cuida exatamente da prevenção de doenças crônicas e de ações para incentivar hábitos de vida saudáveis”. no entanto, a empresa não divulgou se oferece descontos aos conveniados.

a unimed explica que a norma foi publicada re-centemente e que a cooperativa já criou um grupo de estudos para analisar a viabilidade de sua implantação.

Agendandoa reportagem do na Prática tentou agenda-

mento no dia 31 de agosto com um profissional da área de dermatologia em limeira. a resposta da se-cretária da clínica foi que só haveria horários para o início de novembro. se a norma da ans valesse hoje, o plano de saúde para o qual o médico trabalha poderia ser penalizado, já que o atendimento deveria ocorrer até o dia 22 de setembro.

outro profissional da cidade, da área de ortopedia, também foi procurado na mesma data e ofereceu con-sulta para o dia 2 de setembro, dois dias após a ligação.

em ambos os casos, a reportagem tentou também agendar atendimento particular, sem ser via convênio, e foram informadas as mesmas datas.

táculos para a solicitação de exames e internações e pressionam para que haja a redução de procedimen-tos, a antecipação de altas e a transferência de pacien-tes. tais questões representam iminente risco à saúde do conveniado e prejudica a relação entre médico e paciente: “a classe médica é tão prejudicada pelo mo-delo atual de saúde suplementar quanto os usuários, que estão muito insatisfeitos”, completa o ortopedista.

uma pesquisa realizada pelo instituto datafolha, divulgada pelo conselho Federal de medicina (cFm) em junho deste ano, mostra que 58% dos pacientes - praticamente seis em cada dez usuários - tiveram

no ano passado, alguma experiência negativa com o atendimento oferecido pelos planos de saúde e 25% declararam ter tido alguma difi-

culdade de acesso, algo que até então, parecia limitado ao sus (serviço Único de saúde). a conveniada adriana motta, 45, assegura que

já passou por situações difíceis quando precisou dos serviços de pronto atendimento e reclama da forma como certos médicos atendem. “Às vezes, eles são apressados e não dão tempo para que possamos fazer toda a queixa, sem dar explicações detalhadas sobre o diagnóstico e o tratamento da doença”.

a unimed de santa bárbara d’oeste, americana e nova odessa, destaca que considera justa a paralisa-ção dos médicos do estado de são Paulo e esclarece que na empresa, o médico não é um profissional cre-denciado, mas um cooperado e dono do empreendi-mento. esta condição garante ao médico participar da

gestão de sua cooperativa. o grupo medical-li-meira acredita que todos os cidadãos têm direi-

to de protestar e afirma que a cobertura do seu trabalho está de acordo com a agência

nacional de saúde suplementar (ans).Já as empresas amhpla, de Piracica-

ba, e são lucas saúde, de americana, foram procuradas, mas não se manifes-

taram sobre o assunto.

Atendimento rápidosegundo levantamento do cFm (conselho Fede-

ral de medicina) em pesquisa encomendada pelo ins-tituto datafolha, as reclamações mais comuns dentre os usuários dos planos de saúde relacionam-se à de-mora em agendar consultas, exames e procedimentos, além da fila de espera no atendimento.

cliente de um dos convênios, raquel belzi corrêa Pereira, 39 anos, reclama do atendimento do seu pla-no, alegando que não consegue especialistas de ime-diato e que por diversas vezes teve dificuldade para agendar consultas. Priscila Helena Jorge rodrigues, 33, também se diz insatisfeita com o agendamento dos médicos que busca. “dependendo da especialida-

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novembro/2011 • edição 25 6 política

Luiz Felipe LeiteRaphael Santos

segundo dados do tribunal superior eleitoral (tse), 13.880.058 milhões de pessoas de todo o país são filiadas a partidos políticos e destas, 458 mil são jovens, entre 16

e 24 anos. os dados acima representam cerca de 3,5% do total das pessoas politicamente ativas no brasil, informação confir-mada pelo cientista político leonardo barreto. segundo ele, a juventude brasileira do século XXi, de maneira geral, não se interessa por política e que a popularização das redes sociais, traz, mesmo que de maneira indireta, o jovem para as dis-cussões sobre política, pensamento compartilhado por sara saconato, 23, estudante de gestão de políticas públicas na usP e moradora de limeira. “a mobilização dos jovens acontece devido à velocidade com que as informações chegam, assim a sociedade consegue ter um diálogo universal”, relata.

mesmo partilhando a opinião de que a inter-net é um instrumento importante na mobili-zação política do jovem, danilo monteiro de oliveira, 22, filiado ao Psb (Parti-do socialista brasileiro) de limeira e ibrahim cesar, 25, presidente do Psl (Partido social liberal) de rio claro fazem ressalvas. “a internet é uma ferramenta que não está sendo utiliza-da de maneira completa. o brasil está atrasado nesse sentido”, opina dani-lo. Já ibrahim diz que a internet e as redes sociais permitem a l t e r na t i v a s de articula-ções po-líticas,

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a inserção da JuVentude na Política atraVés das

REdEs sociAismas critica a ideologia de alguns usuários. “um usuário provoca o outro, mas não o mobiliza. é como reclamar de algo e não fa-zer nada para mudar a situação”, finaliza o presidente do Psl.

Jessika raphaela stahl, 17, estudante do ensino médio e vere-adora júnior de limeira por duas vezes, acredita que o jovem é uma ferramenta importante para debater questões do inte-resse da sociedade, entre eles, a política. “no período da dita-dura, entre 1964 e 1984, os jovens participavam ativamente e está na hora de resgatar aqueles valores de protesto, de questionar o que foi pré-estabelecido”, comenta.

a estudante conta que o interesse pela política surgiu quando tinha 13 anos. em 2007, a câmara municipal de limeira fez campanha nas escolas para que os jo-

vens se candidatassem a vereadores juniores. “Foi in-teressante, pois eu não gostava nem de ouvir falar

em política, desde então tomei gosto. Fui eleita vereadora júnior aos 13 e depois com 15 fui

reeleita e até hoje continuo participando regularmente das reuniões. com isso

aprendo muito”, explica Jessika.o vereador Paulo Hadich, do Psb de limeira, expli-

ca algumas maneiras de como o jovem pode atu-ar politicamente. após filiar-se a um partido, o jovem recebe al-gumas obrigações legais. “aí entram as atividades par-tidárias, como participar de congressos, fazer recolhimento de contr ibuições partidárias, en-tre outras”, diz Hadich.

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edição 25 - novembro/2011 7cinema

Carla RossignolliNathália Machado

muita disposição e pepinos. essa foi a receita que lauro Pinotti, produtor piracicabano e diretor da Pinacote-

ca municipal precisou para produzir o longa metragem “estágio terminal”, que segundo ele tem caráter minimalista. a pré-estréia aconte-ceu em são Pedro, no cine teatro são Pedro, em outubro, e superou as expectativas do di-retor. Pinotti é pioneiro na produção cinema-tográfica em Piracicaba, tendo feito o primeiro curta-metragem da sua carreira em 1988. atu-almente, é dono de uma produtora audiovisual.

“estágio terminal” foi rodado pela coope-rativa “minha Hollywood é aqui” que se iden-tificou com o projeto. o único valor que o pro-dutor teve de desembolsar foi 400 reais, gasto na compra de pepinos, legumes que foram uti-lizados durante toda a produção, que de acordo com Pinotti, correu sem problemas e com a colaboração de todos os envolvidos no projeto. “todos contribuíram como podiam, empres-tando desde uma faca até um apartamento”.

o filme faz parte de uma trilogia chama-da “insanidade”. o primeiro filme trata da saga de um repórter policial que busca saber se é loucura propriamente dita ou a falta de religiosidade que faz um homem cometer crimes e assassinatos. “o objetivo do filme é fazer pensar e provocar discussão de concei-tos existenciais. todas as situações retratadas são inspiradas na loucura do homem con-

cooPeratiVa “MinhA

hollywoodé AQui”

Produz Filme indePendente

temporâneo, que solitário, perdeu a noção de espiritualidade”, disse o diretor.

Pinotti já sabia que dificilmente poderia contar com patrocínio empresarial da região, mesmo rodando todo filme em Piracicaba, evidenciando pontos históricos e turísticos da cidade, como o rio de Piracicaba, enge-nho e a rua do Porto. a cooperativa selecio-nou os melhores atores, figurantes e músicos da região para tornar o filme realidade, e cada um contribuiu com o que podia. as cenas muitas vezes eram rodadas em casas empres-tadas pelo próprio elenco. a trilha sonora escolhida é de uma banda piracicabana cha-mada retroverso, conhecida durante o fes-tival de música Palco alternativo, realizado na cidade em 2010. em relação à escolha da trilha para o longo, foi escolhido um reper-tório que aliviasse o clima pesado do filme.

o diretor aposta na capacidade do interior de produzir obras de boa qualidade fora do eixo rio – são Paulo, mas ainda falta espaço. “a gente se vira como pode”, lamenta. Planos para exibir filmes nas faculdades de Piracica-ba não faltam. o que chama atenção na opi-nião dele é a falta de interesse dos jovens por produções mais modestas e regionais. “não entendo a falta de interesse, já organizei sa-raus com filmes legais e produções indepen-dentes, mas não há público”.

em tempos em que o cinema nacional pa-rece só ter espaço para as mega produções, é preciso preservar o espaço de filmes locais, como o drama psicológico do piracicabano.

Elenco da cooperativa Minha

Hollywood é aqui produz f ilme

Estagio Terminal

lauro rozados

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novembro/2011 • edição 25 8 prostituição

Rafaela GazettaSabrina FranzolClaudia AssencioJosiane Joveli

durante a noite e a madrugada, eles e elas se escondem por trás da exagerada maquiagem,

da roupa curta e justa e do salto alto. an-dando pelas principais esquinas da região central de Piracicaba, não é difícil encon-trar os chamados profissionais do sexo pe-rambulando em busca de espaço e, claro, de dinheiro. levantamentos feitos nos últimos anos apontam para um conside-rável aumento no número de pessoas que optam por esse caminho.

em 2002, eram 111 profissionais do sexo em Piracicaba. no ano passado, este número foi para 292, alta de 163%. os da-dos são do projeto esquina da noite, de-senvolvido pela ong (organização não governamental) casvi (centro de apoio e solidariedade à Vida) e coordenado por adriana Vieira, que credita a expansão da profissão ao desenvolvimento da cidade. “com o crescimento de Piracicaba: surgi-mento de novas empresas, faculdades e o setor agro-industrial, consequentemente haverá aumento no número da clientela, bem como no número dos próprios pro-fissionais do sexo”, explica.

os dados revelam que em 2002 eram 70 mulheres e 35 travestis. oito anos depois, o número passou para 200 e 90, respecti-vamente. enquanto isso, entre os garotos de programa houve diminuição: de 6 para 2. “com os garotos de programa o contato é mais difícil. eles vão para os pontos altas horas da madrugada, não conicidindo com o horário de assistência realizado pela ong. além disso, eles não têm um ponto, uma ci-dade fixa”, explica sonia carreiro, assistente de coordenação do esquina da noite.

Na Práticaa equipe de reportagem do na Prática

foi às ruas e ouviu esses profissionais que deixam a família, o conforto da casa e o carinho dos amigos para se arriscararem ao desconhecido.

aos vinte e um anos, técnico em en-fermagem há cinco há quatro. a alegria e a simpatia do travesti alana camuflam o seu real sonho: ser psicólogo. ele é de araras e há uma semana em Piracicaba comprovou a sua teoria: aqui a renda com

ProFissionais do seXo au menta 163% em oito anosa prostituição é maior. o medo é real, as incertezas também, mas o dinheiro fala mais alto. “a gente sai para trabalhar, mas nunca sabe se irá voltar”, desabafa.

alana conta que já passou por situa-ções desesperadoras que o fizeram pensar em desistir. “eram duas horas da manhã quando três homens aproximaram-se de mim e pediram dinheiro para comprar drogas. eu disse que não tinha, mas eles se revoltaram. bateram tanto em mim, que desmaiei e só acordei no dia seguinte no hospital, com o rosto todo desfigura-do”, relembra. ele mora com mais 22 me-ninas na casa de uma cafetina, conhecida na cidade como abelha. a diária da casa é r$ 30, exceto aos domingos, quando o valor passa a ser r$ 45, devido ao maior número de programas.

é com o dinheiro da prostituição que o também travesti mirela Pryncy, 21, diplo-mado em cabelo e maquiagem comprou um gol gs, zero km. Há dois anos fazen-do programa, grande parte de sua renda foi destinada a transformação do corpo. além do silicone, ele usa metacril no rosto. essa substância, usada em estética, tem como finalidade o preenchimento de determinadas regiões do corpo para corri-gir imperfeições. “tenho vontade de pa-rar, porque trabalhamos no frio, na chuva e sempre tem um engraçadinho que nos humilha, mas é muito fácil ganhar dinhei-ro com esse serviço”, revela.

mirela consegue por mês, no mínimo, r$ 3 mil. o programa no drive-in custa r$ 50 e nos motéis o preço varia de r$ 80 a r$ 100. “comecei com uma brincadeira entre amigas, mas é que nem droga: quan-do a gente experimenta, não para mais”, compara ele, que durante a relação não se esquece da proteção. “acho muito impor-tante se cuidar, usar camisinha. se o clien-te fala que não quer, eu falo que não vou

Experiência nas ruasmal a noite cai na cidade e renata já

está a postos para mais um expediente em uma das principais esquinas do centro de Piracicaba. “chego sempre por volta das 19h. Pode não parecer, mas o movimento começa cedo”, conta a garota de programa.

natural de Feira de santana, a baiana renata tem uma longa história nas ruas. aos 40 anos, ela fez seu primeiro programa aos 12, pouco tempo após se mudar com a mãe e as irmãs para são José dos cam-

pos. “minha mãe era prostituta e resolveu se mudar para o interior paulista em busca de um ‘mercado’ mais rentável. e aqui no estado conseguiu se estabelecer”, conta.

renata afirma que, assim como ela, suas irmãs seguiram a profissão da mãe. “des-de criança tivemos contato com isso, era a vida que nós conhecíamos”. Porém, ao atingir a idade adulta, ela tentou seguir

PaPo de Programa

Conheça algumas das gírias usadas pelos profissionais do sexo na cidade:

• Bater uma porta: fazer programa

• ococo: homem que não vale à pena

• dar um doce: bater na garota de programa ou roubá-la

• Quá: mentira

• Babadeira: Gay ou travesti barraqueira que gosta de fazer escândalo

• gongar: Ridicularizar

• alibã: policial, carro patrulha

outras profissões. “Fui garçonete e aten-dente. mas, como o salário era pequeno, logo voltei para a prostituição”.

a família passou ainda pelas cidades do guarujá e são Paulo antes de se mudar para Piracicaba, há quase 20 anos. aqui, renata se casou e teve três filhos, hoje com 21, 19 e 16 anos. “meu marido tem bastante ciúme de mim e não gosta muito da minha

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edição 25 - novembro/2011 9prostituição

ProFissionais do seXo au menta 163% em oito anos

Às seis horas da tarde de um sábado brindado por um dia ensolarado, o céu começa a ficar mais escuro, anunciando o eminente cair da noite. o crepúsculo, que, do lado de fora anuncia a esperada noite de sábado para muitos clientes, para aque-las sete jovens moças, aponta para o início de uma, muitas vezes, tortuosa rotina.

o espaço é agradável. a sala, que faz vezes de salão principal, é tomada por uma parafernália outrora utilizada ape-nas em shows musicais. são marcantes as caixas de som e cabos, com direito a um imponente globo espelhado, que acabara de ser ligado e já se fazia presente. a va-riedade – e principalmente a quantidade – de bebidas no bar impressiona.

os quartos são muitos e, relativamente, bem estruturados, com camas, guarda--roupas, espelhos e até, em alguns casos, uma penteadeira. da cozinha, o cheiro de

entre o luXo e o liXogalinha caipira cozida abre o apetite. é a hora do jantar das meninas e o momento de recarregar as baterias para toda a ma-drugada. na área externa, três meninas se divertem na mesa de bilhar.

longe da vulnerabilidade proporciona-da pelas ruas, as profissionais do sexo que trabalham em uma famosa casa de Pira-cicaba, não precisam se preocupar com a violência das esquinas, enquanto finalizam a maquiagem e a escolha de vestimentas e adereços para mais um expediente. “a casa noturna é mais segura. aqui estamos sempre vigiadas pelos funcionários. além disso, muitos dos clientes são conhecidos pelo nosso gerente”, afirma Paty, de 22 anos. “eu conheço meninas que traba-lham nas ruas e foram espancadas. além disso, não são raros casos em que a garota de programa é cruelmente assassinada”.

aos 25 anos, Juli conhece muito bem

essa realidade. aos 16 anos, ela começou a fazer programas nas ruas de sua cidade na-tal, no norte do Paraná. “Já apanhei muitas vezes. em algumas ocasiões, o cliente che-gou a colocar o revólver na minha cabeça, me obrigando a usar cocaína”, lembra.

o caso mais emblemático é o de mari, 27. grávida de cinco meses, ela continua fazendo programas. o pai da criança é seu namorado, que ela conheceu na mesma casa noturna onde trabalha. “Primeiramente ele era só um cliente. depois nos apaixonamos e começamos a namorar”, conta mari, que afirma que, antes do início da jornada no-turna, passa o dia com o rapaz. “ele fica aqui comigo até o fim da tarde e entende que é minha profissão, por isso ele vai embora”. Quanto ao fato de estar esperando bebê, a garota afirma que não causa estranheza dos clientes. alguns, inclusive, a escolhem exa-tamente por isso. “Há homens que tem fe-

uma das profissões mais antigas da humanidade por óticas distintas

profissão. no começo era mais difícil, mas hoje ele está um pouco mais conformado”. Parte da aceitação vem do dinheiro obtido com os programas. segundo renata, em “semanas boas”, ela chega a faturar r$ 4 mil. “comprei casa, carro e moto, tudo com o dinheiro dos programas”.

mas apesar da experiência de quase três décadas dividindo as esquinas com outros homens e mulheres, renata não esconde que o medo ainda a assola. “Há muitos casos em que o cliente espanca a prosti-tuta, chegando até a matar. eu mesma já vi garotas serem agredidas e já tive uma amiga assassinada. Porém é um risco que temos que saber assimilar e administrar”.

outra preocupação é quanto à proximi-dade com a criminalidade. “Prostituição e tráfico de drogas caminham lado a lado. a maioria dos profissionais do sexo hoje em dia, até como forma de agüentar a noi-te, usa drogas e tem uma relação muito próxima com traficantes. eu já cheguei a usar”, conta. “e isso sem contar os clien-tes que obrigam as garotas a se drogarem. não há prostituição sem tráfico”.

tiche por fazer sexo com mulheres grávidas. eu preencho essa lacuna”.

o segredo da vitória – em outra casa noturna, impera o cheirinho de casa lim-pa. a sala principal é marcada pelas pe-quenas mesas com toalhas vermelhas, cada uma com apenas dois lugares. a penumbra proporcionada pelas cortinas, somada a pouca iluminação, oferece um misto de sensualidade e mistério.

em um banheiro improvisado como camarim, os odores de flores, chocolate e frutas se misturam aos perfumes das ga-rotas. o cosmético preferido é creme para a pele produzido por uma famosa marca norte-americana, que, pelo jeito, já con-quistou diferentes mercados.

com o adiantado das horas, alguns pri-meiros clientes chegam a uma sala temá-tica, voltada aos costumes árabes, com di-reito a duas odaliscas dançando em trajes minúsculos brilhantes.

em poucas horas, a casa lota e as meni-nas correm para satisfazer os clientes. os que conseguiram quarto (eram cinco, ao todo), ganharam a noite. Para quem não teve essa sorte – ou velocidade – a opção foi um motel localizado perto dali.

Nas ruas o perigo da prof issão é maior

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novembro/2011 • edição 25 12

Programa do g oVerno FederalaQuece setor imo biliário na região

economia

Ricardo Gonçalves Angélyca Paiva

sair do aluguel e ir em busca da realização do sonho de conquistar a casa própria faz parte do cotidiano de muitos brasileiros.

Para facilitar a aquisição de novas moradias por pessoas de baixa renda, o governo Federal anunciou, em 2009, o programa ‘minha casa, minha Vida’. com essa iniciativa, a proposta do programa é a construção de um milhão de casas populares para famílias com renda de zero até 10 salários mínimos. um dos objeti-vos do governo é gerar renda e novos empregos na área de construção civil, e tem por principal intenção diminuir 14% do déficit habitacional no país. atualmente, o patamar chega a um

déficit de 7,2 milhões de moradias, segundo estatísticas da caixa econômica Federal.

das diversas opções de financiamento de novas casas que o plano ‘minha casa, minha Vida’ oferece, o governo investirá r$ 34 bi-lhões no total, sendo r$16 bilhões de cofres da união para subsídio da moradia, r$10 bilhões para subsídios de financiamento do Fgts, r$5 bilhões para financiamento à infraestru-tura e r$1 bilhão de financiamento à cadeia produtiva.

segundo selma olivieri, corretora e ex--gerente da caixa econômica Federal (ceF), as facilidades para quem quer adquirir novas casas e apartamentos por meio deste programa geraram um aumento do setor imobiliário no brasil. segundo olivieri, ficou mais fácil ad-quirir imóveis novos ou na planta com as for-mas de financiamento do plano ‘minha casa, minha Vida’, além do subsídio do governo que ajuda muito na hora de assinar o contrato. ou-tro fator importante é a permissão do governo na utilização do Fgts no financiamento. de acordo com a ceF, no primeiro trimestre de 2011, foram assinados 226.381 contratos que

totalizaram r$14,7 bilhões em financiamentos habi-tacionais no país se com-parado ao ano anterior, que totalizou r$14,6 bilhões.

empresas como a mrV engenharia, por exemplo, responsável por uma parcela dos novos empreendimentos cons-truídos em mais de 100 cidades do brasil, cujas es-timativas de vendas são em ilu

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edição 25 - novembro/2011 13economia

Programa do g oVerno Federal

entenda melhor o suBsídio do governo

O subsídio do governo para isentar parte do custo do imóvel pode chegar até R$ 23 mil e o valor varia de acordo com a região, com a população da cidade e a faixa de renda do comprador. Os imóveis poderão ser financiados no valor de até R$170 mil para as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. As taxas de juros para os financiamentos são de 5% ao ano + TR para quem ganha de 3 a 5 salários mínimos, 6% ao ano + TR para 5 a 6 salários mínimos e 8,16% ao ano +TR para salários que variam de 6 a 10 salários mínimos. Para as parcelas, o governo também estipulou que o valor a ser pago mensalmente não pode ultrapassar 20% da renda familiar.

Para financiar com rendas a partir de r$ 1.300,00 você pode:

• Ganhar subsídio de até R$ 23.000,00• Ter taxas menores de juros• Pagar em até 360 meses• Ter seguro-desemprego• Usar FGTS

documentos básicos:• RG• CPF• Comprovante de Renda• Comprovante de Residência*Os documentos necessários para cada tipo de financiamento estão disponíveis em caixa.gov.br

total Por ano (Crescimento no total do 3 municípios)

2008 - r$ 144.873.017,24 2009 - r$ 395.053.160,73 2010 - r$ 472.929.385,59

valor de crédito imobiliário contratado CaiXa

PiraCiCaBa ameriCana santa BÁrBara

Faça a sua simulação em migre.me/5n6Xt

média 135 imóveis diariamente, teve em 2009 o saldo de lucro liquido de r$ 347,4 milhões e, em 2010, um total de vendas contratadas de r$ 3,8 bilhões. com esses números fica fácil entender o motivo do aumento de empresas na região que apostam na criação de novos proje-tos no setor imobiliário.

motivada pelo sonho de conquistar a casa própria e por essas facilidades, a estudante monique monqueiro, 20, está satisfeita por ter conseguido a aprovação do crédito imobiliário e o subsídio do governo no valor de r$ 18.316. segundo ela, “o beneficio do governo ajudou a abater o valor das parcelas”. monique avalia que a compra do imóvel é um grande investi-mento para o futuro. “eu e meu noivo temos dificuldades em guardar dinheiro, acredito que pela nossa idade. Pensamos em investir em algo que tivéssemos de pagar todos os meses, uma responsabilidade e que futuramente nos seria necessário”, afirma.

Por outro lado, Fernando galvão, 33, não obteve o mesmo resultado. com o objetivo de sair do aluguel, o morador da cidade de Pira-cicaba decidiu investir na compra do imóvel próprio. no entanto, o estudante encontrou al-guns obstáculos que o fizeram desistir tempo-rariamente do objetivo. o comprador afirma ter sido prejudicado pela imobiliária respon-sável pela intermediação com a construtora e iludido pelas ofertas e formas de pagamentos. sem condições financeiras para assumir todos os custos exigidos pela empresa, galvão deci-diu abandonar o negócio. “não fui informado de antemão sobre alguns pontos. os gastos au-mentaram, acumulei dívidas e acabei perdendo o negócio”, lamenta. Para recuperar o dinheiro, optou então pelo processo judicial que já corre há dois anos.

Para garantir êxito na hora de adquirir um imóvel financiado, o comprador deve ficar muito atento às condições de pagamentos apresentadas e os detalhes contratuais. além disso, estar informado sobre todos os possíveis contratempos que possam ocorrer durante o processo. as facilidades e ofertas de empre-endimentos não descartam a importância do planejamento.

aQuece setor imo biliário na região

Page 14: Na Prática ed 25

novembro/2011 • edição 25 14 internetcaso não haja fila de espera, pode perma-necer por mais 30 minutos.

a conectividade é considerada mínima para quem utiliza vários serviços no mun-do virtual: são 500 kb/ps distribuídos em 10 computadores, ou seja, cerca de 50 kb/ps para cada máquina, o que torna o ser-viço extremamente lento. mesmo assim, o número de frequentadores é grande. de acordo com benedito Ferreira, respon-sável pelo projeto em santa bárbara, em 2010 foram cadastrados 601 usuários e 24.595 atendimentos. Para atender ainda mais pessoas, foi solicitada ao governo do estado a implantação de mais duas salas na cidade, uma no centro comunitário do bairro 31 de março e outra no centro comunitário do bairro Jardim são Fer-nando. “aqui, muitos jovens que pode-riam estar nas ruas, aproveitam para fazer e imprimir trabalhos gratuitamente, além de aprenderem informática”, conta luiz Fernando, monitor da unidade do acessa são Paulo na cidade de santa bárbara.

o objetivo final da implantação do pro-grama de popularização da internet nestas cidades é o de dar subsídio à inclusão di-gital, tanto por meio de parcerias privadas quanto públicas, nacional ou municipais e, assim, criar novas formas de vínculo social a partir desta inclusão, favorecendo o de-senvolvimento da educação por meio de uso do mundo virtual.

Políticas PÚblicas criam noVas Formas de AcEsso à REdELucas CaloreMariana Neves

a utilização da internet nos faz pensar em uma outra dimen-são com relação às atividades

do nosso dia a dia. no brasil, o seu uso quebra recorde. o país ocupa o 5º lugar no ranking de países com maior número de conexões no mundo, com média de 80 milhões de usuários.

Pensando no aumento do número de usuários da internet, o governo Federal, por meio do ministério das comunica-ções, estabeleceu uma proposta para mas-sificar ainda mais o acesso. até 2014, a banda larga (redes de acesso com velocida-de superior às de conexões com planos te-lefônicos) será oferecida a preços acessíveis e, assim, aumentar a capacidade de infra-estrutura de comunicações. estima-se que em território brasileiro, existam 20 milhões de usuários com planos de banda larga.

antes de chegar a todas as regiões do país, algumas cidades projetaram planos próprios e gratuitos de acesso à internet para a população. o interior do estado de são Paulo já possui cidades que oferecem esse tipo de serviço, como araraquara,

Vargem grande do sul e rio claro, que já estão com planos de acessibilidade em uso.

em araraquara, há mais de um ano existe o projeto “internet para todos”, que atinge cerca de 95% da cidade e tem em média 9.500 pessoas cadastradas e é precursor na região. o sinal da internet gratuita é ofe-recido por meio da tecnologia wi-fi, sem a necessidade de uso de fios. Já em rio claro, o projeto prevê velocidade de acesso de 70 a 128 kpbs, suficiente para quem deseja ter acesso à rede para utilização de recursos em menor escala como o acesso ao e-mail. os utilizadores do plano, que segundo a Prefei-tura municipal já somam 18 mil cadastros, devem adquirir alguns equipamentos para a recepção do sinal.

no estado, existe o programa acessa são Paulo, desenvolvido pelo governo estadual em parceria com as prefeituras municipais e

administrado pela Prodesp (companhia de Processamento de dados do estado de são Paulo), com o objetivo de atender jovens e adultos de baixa renda que não têm condi-ções de ter um computador em casa.

em 2002, foi inaugurado o 1º posto do acessa são Paulo em Piracicaba, na bi-blioteca municipal. em 2006, a cidade ganhou mais um posto, centro cultural antonio Pacheco Ferraz. só em rio claro, funcionam dois postos. Já em santa bárba-ra d’oeste, o posto local foi inaugurado em 2010. a unidade recebe por volta de 500 pessoas por mês. a sala possui 10 compu-tadores conectados à internet banda larga para uso gratuito da população. Para utili-zar o serviço é preciso fazer o cadastro com apresentação de rg e menores de 16 anos devem apresentar autorização dos pais. cada usuário tem direito a 30 minutos e,

Locais de acesso gratuito à internet na região

santa BÁrBara d’oesteRua Jorge Juventino de Aguiar – Centro Comunitário do Conjunto Habitacional Roberto Romano - Telefone: 3455-3413De segunda à sexta-feira das 8h às 16h

PiraCiCaBaBiblioteca Pública municipal “ricardo Ferraz de arruda Pinto”Rua Saldanha Marinho, 333, Centro – Telefone: 3433-3674De segunda à sexta-feira das 8h às 18h e aos sábados das 8h às 12hestação da Paulista Avenida Doutor Paulo de Moraes, 1580, Paulista - Telefone: 3402-7373De segunda à sexta-feira das 8h às 17h

rio ClaroJardim Cherveson Rua M-14, 379, De segunda à sexta-feira das 8h às 17hParque lago azulRua 2, 2880, Parque do Lago AzulTelefone: 3522-8000De segunda à sexta-feira das 8h às 17h e aos sábados das 8h às 12h

rio das PedrasAvenida Doutor Adhemar de Barros, 520, Bairro Bom Jesus II Telefone: 3493-6909De segunda à sexta-feira das 8h às 17h

claudia assencio

A unidade do ‘Acessa São Paulo’ em Piracicaba, localizada na Biblioteca Municipal, recebe visitantes de todas as idades

Page 15: Na Prática ed 25

edição 25 - novembro/2011 15

Nayara de OliveiraCaroline Solano

o lodo formado pela decomposi-ção de materiais orgânicos resul-tantes do processo de purificação

da água bruta originada das represas nas estações de tratamento de água, pode se tornar um excelente objeto de comercia-lização sustentável, a produção de tijolos.

Pioneira entre as cidades da região me-tropolitana de campinas a possuir a libe-ração para estudos sobre a destinação final desse material, a coden (companhia de desenvolvimento) de nova odessa, que presta serviços de saneamento básico para o município, iniciou em 2010 estudos para esta opção mais “econômica” e ecológica.

atualmente, o material passa por testes na produção sustentável de tijolo utilizado em construções, diminuindo os custos de deslocamento do lodo para o destino final do material - até então feita em aterro sa-nitário controlado em Paulínia -, além de contribuir para empresas de cerâmicas, que

meio ambiente

possuem a argila como principal componente na fabricação do tijolo de barro.

segundo o diretor-presi-dente da companhia, ricar-do ongaro, o resultado é obtido a partir de um processo lento e que demanda muitos estudos e investimentos. “nova odessa não é o único município interessado neste estudo. a Petrobrás também já entrou com pedido de libe-ração da produção de tijolos na cetesb (companhia de tecnologia de sanea-mento ambiental), mas não foram auto-rizados”, contou.

a cetesb só vai liberar o teste de pro-dução do tijolo a partir da base de lodo após a apresentação do estudo físico--químico que comprove a neutralidade da contaminação do ar a partir do processo de queima do material.

“desde a desidratação até a disposição final do lodo é necessário possuir licenças ambientais e para que isso seja liberado são necessários estudos e projetos que

O lodo, depois de seco, vira matéria prima

para a produção de “tijolo sustentável”; acima,

tanque que armazena lodo proveniente do tratamento

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surtam efeitos e que comprovem ser um método ecológico. afinal, a produção de tijolos é feita a partir da queima dos pro-dutos e a fumaça produzida é liberada pe-las chaminés da caldeira diretamente no ar. a cetesb quer que seja comprovado que esta fumaça resultante não é poluen-te”, explicou ongaro.

devido ao alto custo de investimento para a empresa particular que presta os serviços públicos, a cidade vai aguardar a apresentação do resultado por outra em-presa interessada e, então, dar início ao pedido de liberação dos testes práticos. Por enquanto, são feitos pequenos estudos

Fotos: nayara de oliveira

que comprovem a eficácia do tijolo.o processo, desenvolvido pela equipe

técnica da coden entre os anos de 2005 e 2009, faz com que a água percorra todo o processo normal até chegar a estação de tratamento de água, quando é deposita-da em tanques especiais, onde permanece durante a secagem parcial, para então ser colocadas em suspensão, até a secagem total. o lodo obtido com o processo é um barro rico em ferro e manganês, vindo da mistura dos produtos utilizados no trata-mento da água, como cloro, policloreto de alumínio, carvão ativado e flúor. conside-rado um forte ingrediente sustentável na produção do tijolo, esse mesmo lodo tam-bém serve como adubo de plantas, o que torna o projeto, além de prático, ligado ao desenvolvimento sustentável.

Pode Virar ingrediente básico na Produção

tijolode

Page 16: Na Prática ed 25

novembro/2011 • edição 25 16

Elaine PereiraKarine Santos

a moda japonesa de se fantasiar e in-terpretar um personagem do universo do entretenimento (principalmente man-gás) tornou-se prática no mundo todo. conhecido como cosplay - contração das palavras em inglês  costume (fanta-sia) e  play    (brincadeira) - o hobby vem ganhando cada vez mais espaço no país. a primeira convenção englobando esse tipo de fã foi o mangácon ii, realizado em 1997, em são Paulo, que reuniu 30 cosplayers.

atualmente, os maiores eventos nacio-nais dessa área chegam a alcançar um pú-blico de 40 mil pessoas e grande parte se veste de seu personagem favorito.

o brasil é atualmente tricampeão mundial de cosplay. seja para concor-rer a prêmios, exteriorizar os gos-tos através dos personagens favoritos, ou apenas para se divertir, as competições e festivais de cosplay estão se tornando mais frequentes tam-bém no interior.

comportamento

cosPlay:

segundo ricardo zanettini, diretor administrativo da avalon eventos, empresa responsável pelo maior con-curso de cosplay do interior do esta-do de são Paulo - o circuito anime Fest-, há aproximadamente 10 anos o costume era pouco conhecido e a maio-ria dos participantes estava na capital de são Paulo, onde aconteciam as princi-pais competições.

a ideia de realizar o circuito ani-me Fest partiu do princípio de dar oportunidade e visibilidade aos cosplayers do interior do estado de são Paulo. com edições anu-ais, as etapas do festival ocorrem em distintas cidades pelo perío-do de seis meses a um ano. “a cada edição do circuito per-cebemos que o número de cosplayers aumenta, junto

uma realidade alternatiVa

com a qualidade de suas apresentações e fantasias. as pessoas estão começando a deixar a vergonha e o preconceito de lado e vindo se divertir fazendo cosplay”, conta zanettini.

com uma vasta coleção de perucas coloridas, roupas extravagantes, maquia-gem e diversos acessórios que ela mesma

confecciona, a cosplayer, Joelma Vi-dal Pereira, 28, descreve o costu-

me: “mais do que representar ou vestir um personagem, o hobby é ser alguém diferente por al-gum tempo”.

a estudante já foi a lugares inusitados vestida de cosplay, algo que, segundo ela, não se-ria feito por qualquer pessoa. “Fui a uma cerimônia de cris-ma vestida de rosinha (auto

da compadecida), em formatura do técnico de enfermagem de satine (moulin rouge) e já apareci na uni-

versidade vestida de mulher maravilha, robin, speedracer, Hermione granger (Harry Potter) entre outros”, conta Joel-ma, achando tudo muito divertido.

Para Jéssica campos, 24, estudante e cosplayer há quase 10 anos, participar de festivais lhe deu oportunidades de co-nhecer novos lugares e fazer novos ami-gos. “Já participei de várias competições, inclusive conquistei um título mundial no Japão, acompanhada de um parceiro”. atualmente Jéssica recebe convites para ministrar palestras sobre o tema em eventos por todo o brasil.

Já para a química bárbara duzzi, 22, o cosplay é um hobby que alivia o estresse do cotidiano, mas que muitas

vezes leva tempo e custa caro, devido aos seus mínimos detalhes. “cosplayers para

mim são artistas muito pacientes”, defen-de a cosplayer que passa horas confeccio-nando as minuciosas partes das roupas de suas variadas personagens.

Joelma Pereira exibe uma de suas fantasias como cosplayer

Personagens de desenhos japoneses são os mais populares

Cada detalhe é pensado para

compor a roupa perfeita para o

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Page 17: Na Prática ed 25

edição 25 - novembro/2011 17

Flavia RibeiroVanessa Carvalho

“P iracicaba é berço da cultura cai-pira e abriga em seu seio ma-nifestações que nos remetem à

própria formação do povo brasileiro. Essas manifestações aqui afloradas (...) necessitam de um apoio à altura de sua importância”. o trecho extraído da carta aberta assinada por artistas, agentes, produtores culturais e gestores de associações culturais e di-vulgada durante o i Fórum das tradições Populares de Piracicaba, em 2008, aponta para um eminente desaparecimento das manifestações outrora bastante difundidas. o que pode ser explicado pela dificuldade na renovação de seguidores, já que elas são praticamente desconhecidas entre os jovens.

na contramão desta tendência, a cida-de de Piracicaba tem se destacado – por meio do Poder Público aliado a entidades culturais – pelo trabalho de preservação de grupos remanescentes de manifesta-ções como a congada do divino espírito santo, o cururu, a catira, a viola caipira, o batuque de umbigada e o samba len-ço, além de incentivar a participação das

JoVens contribuem com a PreserVação de culturas PoPulares em Piracicaba

novas gerações por meio de projetos re-alizados com os jovens em escolas e uni-versidades.

roberta lessa, responsável pelo grupo congada do divino espírito santo de Piracicaba, conta que o grupo chegou a ter apenas cinco integrantes. “com muito empenho voltamos a crescer e hoje esta-mos com cinquenta integrantes, de crian-ças a idosos”, destaca roberta, que explica que a congada do divino espírito santo é uma dança de louvação a nossa senhora que vem sendo passada de geração a ge-ração. “desenvolvemos projetos em es-colas para que esta tradição não acabe de uma hora para a outra e assim possamos aumentar o número de jovens e crianças em nosso grupo, pois são eles que vão dar continuidade à tradição”.

Nova geração - um exemplo de dedi-cação é Fernanda toledo, 24, integrante do grupo batuque de umbigada há qua-tro anos. ela entrou para o grupo após sua avó sofrer um derrame e descobrir na manifestação, marcada pela dança, uma forma de reativar os movimentos per-didos. “minha família inteira participa,

enquanto na prática os jovens conservam as tradições populares de Piracicaba, no campo teórico, o tema também é motivo de estudos, vistos como elementos de cultura folk (cultura regional/popular) na perspec-tiva da comunicação.

no brasil, na década de 60, o concei-to de Folkcomunicação surge a partir dos estudos de luiz beltrão, um dos pioneiros entre os pesquisadores da comunicação no brasil e responsável pela publicação da pri-meira revista científica brasileira da área, a comunicações & Problemas, de 1965. se-gundo beltrão, as manifestações populares, acionadas por agentes de “informação de fatos e expressão de idéias”, tinham a mes-

ma importância comunicacional que as do jornalismo de massa.

a Folkcomunicação, trazida aos dias de hoje pela arte de rua, pela pichação ou pe-las danças, por exemplo, busca unir o ser que está às margens no processo comuni-cacional, com a cultural regional. Para o pesquisador da área e professor da unimep, Victor corte real, “a manifestação folcló-rica parte da cultura popular e está intima ao ser humano, bastando apenas, unir teoria e prática. a Folk é para os cultural ou eco-nomicamente marginalizados, traduzidos na comunicação entre a classe popular e a mídia”, explica.

Para o professor, Piracicaba tem muitas

tradições: “desde o time de futebol da ci-dade, o XV de novembro, até as manifes-tações mais conhecidas como a Festa do divino, as festas típicas dos bairros santana e santa olímpia, a Festa de tanquinho, os bonecos do elias e até o rio Piracicaba, que de certa forma compõe o cenário des-tas tradições.

integrando a prática da cultura Folk a partir da teoria, o professor corte real busca desenvolver projetos de estudo sobre as tradições populares voltados aos jovens, com a intenção de inseri-los na cultura pi-racicabana, e de contribuir para que as tra-dições que expressam os costumes de um povo não acabem no esquecimento.

desde a minha sobrinha de 11 anos até a minha avó de 91 anos”, comenta.

apesar de jovem, a estudante se de-dica para manter o grupo em atividade e incentivar a cultura, faz apresentações no meio acadêmico, principalmente para esclarecer a questão religiosa, além da di-vulgação dos projetos de integração entre membros do grupo com jovens.

Juventude na tradição do Cururu - bruno grando, 20, trabalha para que a tradição do cururu não desapareça. des-de 2007 canta no grupo de cururueiros de Piracicaba. aos cinco anos começou a participar das viagens junto com a irman-dade do divino de laranjal Paulista da capela de são sebastião e a se interessar pela maneira com que o cururu é apresen-tado. “o que mais despertou o meu in-teresse nesta cultura foram as mensagens

tradições Populares na teoria: a Folkcomunicação

passadas ao povo que vêm acompanhadas das apresentações”, destaca grando.

bruno explica que o cururu não é uma tradição que desperta muito o interes-se dos jovens, “conforme o tempo está passando, conseguimos cativar a nova geração graças à dedicação de todos os componentes do grupo e, inclusive, a de moacyr siqueira um dos maiores curu-rueiros da região”, ressalta.

Para o jovem é uma grande satisfação participar e dar continuidade a uma tra-dição tão antiga, “tenho muita paixão e pretendo passar os meus conhecimentos a todos, procuro sempre estar à disposição das pessoas que estão precisando de infor-mação sobre o cururu ou das que têm um interesse em aprender ou apenas gostam de assistir, costumo fazer várias apresen-tações e o meu maior objetivo é tornar um popular cururueiro”, afirma grando.

Diferentes gerações se reúnem no 1º Fórum em Defesa das Tradições Populares de Piracicaba

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novembro/2011 • edição 25 18

Felipe AbrahãoMichaella Frasson

nos dias 29 e 30 de novembro acontece a 14ª edição do saresp (sistema de avaliação de rendi-

mento escolar do estado de são Paulo) que avalia a qualidade da educação bási-ca do estado de são Paulo. na prova, que é uma avaliação em larga escala, aplicada aos alunos do 3º, 5º, 7º e 9º anos do en-sino Fundamental e da 3º série do ensino médio, são avaliados os conhecimentos de língua Portuguesa, matemática, His-tória, geografia e redação.

o exame, realizado desde 1996, permite avaliar o desempenho dos alunos e a didá-tica dos professores em cada escola, além de gerar uma cultura de avaliação que ace-lere ações de melhoria do ensino e pro-mova a capacitação contínua dos profes-sores e gestores, uma vez que os resultados podem ser comparados de ano a ano.

de acordo com os resultados obtidos no saresp, a secretaria da educação do estado de são Paulo - see/s pode de-finir iniciativas prioritárias para atingir os objetivos traçados pela política educacio-nal em vigor.

a participação das escolas é feita por adesão. a prova, realizada pelo governo do estado de são Paulo, não é obrigatória para os municípios, que têm a opção de aderir ou não. as escolas particulares respondem pelas despesas da aplicação da prova, o que difere das públicas, que são isentas.

algumas escolas oferecem exames “si-mulados” para que o aluno se familiarize com o sistema. o coordenador da escola estadual são Vicente de Paula, de ame-ricana, genival alves dos santos nico-lau explica que “no ano passado alguns simulados foram realizados, mas o ideal é trabalhar as questões do saresp com os alunos dentro dos conteúdos da sala, re-solvendo e comentando os erros e acertos, entendendo como e porque os erros fo-ram cometidos”.

14º edição do saresP acontece entre os dias 29 e 30 de noVembro

os conteúdos avaliados no saresp são escolhidos de acordo com as orientações da Proposta curricular do estado de são Paulo. os níveis de desempenho são defi-nidos da seguinte maneira: (1) abaixo do básico, quando o aluno não tem domínio suficiente dos conteúdos previstos para o seu ano escolar, (2) básico, quando pos-sui conhecimento mínimo para chegar à próxima série escolar, (3) adequado: ao se apresentar domínio pleno das competên-cias referentes ao seu ano letivo e (4) avan-çado, quando o aluno demonstra domínio acima do previsto para o seu ano escolar.

com os resultados é possível observar o desempenho de cada escola ao longo dos anos, porém, normalmente não se obtêm uma comparação honesta entre o desem-penho das escolas públicas e particulares,

educação

Abaixo, segue tabela com resultados gerais obtidos por alunos do 3º ano do Ensino

Fundamental, nas disciplinas de Matemática (podendo atingir até 100 pontos) e Língua Portuguesa (atingindo até 72 pontos). A rede municipal obteve o maior número

de alunos inscritos na prova Saresp, seguidos da estadual

e particular, porém, o resultado mostra que as escolas privadas obtiveram melhores resultados.

3º ano Fundamental

matemáticalíngua

Portuguesa

Estadual 72,0 48,1

Municipal 64,8 44,1

Particular 83,1 57,4

Fonte: http://saresp.fde.sp.gov.br/2010/#

da origem sócio-econômica e cultural dos alunos. “Para a rede pública é sempre bom conhecer a distância dela em relação ao setor privado, para servir de incentivo ao nosso trabalho, que é muito mais difícil do que das escolas particulares, porque temos que superar os obstáculos de na-tureza socioeconômica de nossos alunos. esse é o nosso grande desafio”, relata o secretário municipal de educação de Pi-racicaba, gabriel Ferrato.

uma única prova não é capaz de ava-liar o aprendizado do aluno, porém é uma maneira de identificar o nível da educação brasileira e tentar melhorá-la. “é possível, com muita dedicação e compromisso, colocar a escola pública em patamares equivalentes aos das escolas particulares”, declara Ferrato

arq

uivo

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edição 25 - novembro/2011 19

Amanda MarettiValéria Spinelli

no brasil, os dados sobre mortali-dade no trânsito reforçam a ne-cessidade de prevenir acidentes.

segundo o Portal da saúde do governo Federal, somente em 2008, 38.273 bra-sileiros perderam a vida em acidentes de trânsito. na capital, no mesmo ano, a uti-lização do celular durante o percurso de carro foi o quarto tipo de infração mais

comum e o segundo que mais cresceu.em araras, de janeiro a setembro de 2011 foram feitas 1.075 autu-

ações de motoristas falando ao celular na ‘operação araras

segura’. a ação, realizada pela Polícia militar, em parceria com a guarda municipal e o demu-tran (departamento municipal de trânsito), acontece três vezes por

semana, todas segundas, sextas e sábados, podendo

se estender para outros dias da semana.a estratégia da operação é coi-

bir e reduzir a violência no trânsito e garantir mais segurança à população.

segurança

direção e celular: uma ligação Perigosa

segundo o diretor do demutran da ci-dade, luiz carlos bressan, dirigir falan-do ao celular tira a atenção do motorista. “com certeza absoluta as pessoas que fazem isso correm riscos. não só as que dirigem, mas aquelas que estão de passa-geiras, os pedestres e os outros condutores ao redor”.

em algumas vias da cidade pode se ob-servar que muitos motoristas ainda não estão conscientes dos riscos que oferecem a si e aos outros. “nesta operação, é muito comum abordarmos pessoas falando ao celular enquanto dirigem. é preciso fis-calizar e conscientizar os motoristas que isto é prejudicial”, afirma bressan. estas ações educativas visam chamar a atenção e fazer com que o próprio motorista tenha consciência dos riscos que corre ao diri-gir e falar ao telefone simultaneamente. na cidade de rio claro o número de co-lisões e acidentes graves no trânsito vem aumentando nos últimos meses. o último estudo realizado em 2010 pela secreta-ria municipal de mobilidade urbana e sistema Viário registrou um aumento de 17,96% nos acidentes em relação ao ano de 2009. o cruzamento da rua 14 com a av. Visconde do rio claro foi considera-do o ponto mais crítico da cidade, com 48 acidentes, sendo oito com vítimas fatais.

no ano de 2010, rio claro registrou ao todo 3.336 acidentes de trânsito. com esses dados foi elaborada uma tabela na secretaria de mobilidade urbana e siste-ma Viário dos pontos mais perigosos do trânsito da cidade.

maria antonia zaia utiliza seu car-ro para trabalhar e também depende do celular para o trabalho, combinação que causou um acidente. “estava dirigindo o meu carro em uma avenida movimentada na cidade de limeira, que não conheço muito bem, e resolvi atender uma ligação, durante a conversa não percebi que a fila de carros parou e bati na traseira de outros dois veículos”.

no momento ela informou que policias e ambulância foram chamados, e apenas ela foi para o hospital com alguns feri-mentos.

a recomendação do código de trân-sito brasileiro é desligar o celular ao as-sumir o volante. o artigo 252 do código proíbe o uso do celular enquanto o con-dutor dirige. a multa para quem infringe a legislação é de r$ 85,13. o tipo de in-fração é considerada média e o motorista perde quatro pontos na carteira. Fones de ouvido ou viva-voz também são proibi-dos. com o celular no ouvido, o motorista reage de forma mais lenta.

o departamento estadual de trânsito passa aos motoristas alguns atos importantes em relação ao celular e o trânsito:

• Sempre que for dirigir, de preferência deixe o seu telefone desligado.

• Se preferir manter o telefone ligado e precisar atender o celular, saia da rodovia para completar uma conversação.

• Caso não possa sair da rodovia de maneira segura, permaneça na pista de tráfego lento até que consiga sair com segurança para atender ao telefone.

• Lembre que o Código de Trânsito proíbe que o motorista dirija com apenas uma das mãos. O melhor é deixar que a caixa postal atenda as ligações, checando e retornando as mensagens quando estiver em local apropriado.

• Faça o uso correto do telefone celular e usufrua da segurança, comodidade, produtividade que podem até salvar vidas.

Fonte: http://www.detran.sp.gov.br/

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novembro/2011 • edição 25 20

Karina BonfáLaura TessetiLuana Rodrigues

em maio de 2011, o stF (supremo tribunal Federal) determinou que as uniões estáveis homossexuais fossem reconhecidas perante a

lei, assim como as heterossexuais, desde que cumpri-dos todos os requisitos exigidos. o fato, que é uma grande conquista para os casais gays, exige mudanças de paradigmas na sociedade.

segundo a advogada ana Paula gonçalves copri-va, de rio claro, o assunto era abordado nos tribu-nais com frequência. “muitos dos direitos decorren-tes de tal união já eram reconhecidos, como é o caso do inss, que há muito já aceitava o companheiro homoafetivo como dependente para fins previden-ciários, a receita Federal, como dependente e os planos de saúde, também já eram obrigados a acei-tar nesta condição, assim como a adoção por casais homossexuais”, disse.

mesmo com a decisão do stF, a discussão per-manece quanto à possibilidade de converter a união estável em casamento. isto porque o stF, ao se mani-festar, mencionou apenas a equiparação legal da união estável homo e heteroafetiva, sem falar em casamen-to: “Há quem entenda que deve ser aplicada a parte final do parágrafo 3º do artigo 226 da constituição, convertendo tais uniões em casamento, e há quem en-tenda que não. Por isso, em algumas cidades, temos notícias do casamento gay, ou seja, da conversão da união estável homoafetiva em casamento, e, em ou-tras, a negativa de conceder o direito a tal conversão”, explicou a advogada.

andréia Patrícia de souza, 32 anos e tânia revolti-ni, 47 anos, estão juntas há 17 anos e assinaram o con-trato de união estável no cartório de registro civil de rio claro em dezembro de 2010. Para andréia, a permissão para o casamento homoafetivo é um direi-to. “assim como os casais heterossexuais, também te-

mos o direito de comprovar nossa situação civil. não sou solteira, mas perante a lei, não tenho um docu-mento que prove que sou casada”, ressaltou andréia.

a psicóloga maria rita lemos e a analista de in-formática, Fúlvia lúcia margot, também tiveram a união estável assinada em cartório, em são Paulo, re-gistrada em cartório de limeira e homologada pelo juiz da terceira Vara cível, no ano passado. agora o casal reivindica o casamento através de pro-cesso, que, segundo elas, já foi aceito por juiz e negado pelo promotor. “na pri-meira quinzena de outubro, o processo foi encaminhado para são Paulo para ser julgado em segunda instância pelo supremo conselho de magistratura”, disse rita.

Juntas há 12 anos, rita confessa que, mesmo tendo praticamente os mes-mos direitos de um casal heterossexual, têm o desejo de oficializar o casamen-to. “o casamento civil sempre oficializa melhor a situação conjugal. estamos lutando por isso, porque houve discre-pância entre os pareceres do juiz e do promotor”.

rita pontuou que, diferente de hoje, já sentiram preconceito. “Procuramos não agredir ninguém com nossa vida. não te-mos necessidade de sair beijando na boca em público, por exemplo. só queremos nossos direitos básicos”. ela ainda contou que a família da companheira é francesa e reside em cuiabá, e nunca teve qualquer tipo de preconceito. “ela é muito ligada à família, fala quase diariamente com eles por telefone. sua família sempre me aceitou e me recebeu bem todas as vezes que fui para a ci-dade deles. e minha família adora a Fúlvia. ela é outra mãe para minhas filhas e netos. inclusive minha neta de 19 anos mora conosco”.

DiversidadeaPesar do reconHecimento da união estáVel, casais HomosseXuais ainda enFrentam barreiras

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