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NA FRONTEIRA OESTE DE MATO GROSSO: O GRUPO ESCOLAR ESPERIDIÃO MARQUES, SEU PERFIL PELOS JORNAIS Adriane Cristine Silva GT 08 – História da Educação Resumo: Neste trabalho o objetivo é contribuir com a historiografia da educação do estado de Mato Grosso, a partir de estudo referente ao Grupo escolar Esperidião Marques, na perspectiva dos jornais da época, pelos seus 100 anos de existência. Trata se de modelo de instituição de ensino público de Cáceres, na fronteira Oeste do Estado do Mato Grosso. Modelo de Instituição que desenvolveu em São Paulo, e foi levada a outros estados, a partir de 1910 fase da modernização educacional, nesta região, e em destaque os primeiros passos da escola pública no interior do estado de Mato Grosso. Para a análise da instituição escolar em questão, procuraremos apresentar detalhes de uma instituição no interior do estado de Mato Grosso. Esta pesquisa reforça a necessidade de se estimular as pesquisas referentes à cultura escolar mato-grossense e perceber melhor seu processo de desenvolvimento ao longo do tempo, seu significado, a partir dos registros encontrados para delimitar o seu perfil pelos jornais que circulavam no período de correspondente a 1910\1947. Ainda assim destacamos a necessidade de como o pesquisador deve analisar as fontes disponíveis nos arquivos e cuidarmos com as armadilhas do olhar ideológico. Usamos aqui o recorte temporal da dissertação de mestrado defendida em 2011. Em destaque, uma fase de grandes transformações na cultura escolar deste estado trazida pela proclamação da república. Palavras-chave: Fontes históricas, Educação, imprensa Introdução Este trabalho tem como objetivo contribuir com a historiografia da educação do Estado de Mato Grosso, através de uma análise pela microhistória ou então estudos regionais a qual se insere no campo da História da Educação a partir da preocupação em identificar o modo como uma realidade social é construída em lugares e tempos distintos, nos conduziram aos escritos do historiador francês Michel de Certeau, organizados na obra “A Escrita da História”, publicada na década de 1970. Com o propósito de estabelecer uma abordagem temática acerca da História das Instituições Escolares em geral, e do Grupo Escolar Esperidião Marques, em particular, recorremos às reflexões de Burke, Hobsbawm, Thompson. De forma que seja possível constituir as circunstâncias gerais e particulares na tessitura deste trabalho. 1 III EHECO – CatalãoGO, Agosto de 2015

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NA FRONTEIRA OESTE DE MATO GROSSO: O GRUPO ESCOLARESPERIDIÃO MARQUES, SEU PERFIL PELOS JORNAIS

Adriane Cristine SilvaGT 08 – História da Educação

Resumo: Neste trabalho o objetivo é contribuir com a historiografia da educação do estado deMato Grosso, a partir de estudo referente ao Grupo escolar Esperidião Marques, naperspectiva dos jornais da época, pelos seus 100 anos de existência. Trata se de modelo deinstituição de ensino público de Cáceres, na fronteira Oeste do Estado do Mato Grosso.Modelo de Instituição que desenvolveu em São Paulo, e foi levada a outros estados, a partirde 1910 fase da modernização educacional, nesta região, e em destaque os primeiros passosda escola pública no interior do estado de Mato Grosso. Para a análise da instituição escolarem questão, procuraremos apresentar detalhes de uma instituição no interior do estado deMato Grosso. Esta pesquisa reforça a necessidade de se estimular as pesquisas referentes àcultura escolar mato-grossense e perceber melhor seu processo de desenvolvimento ao longodo tempo, seu significado, a partir dos registros encontrados para delimitar o seu perfil pelosjornais que circulavam no período de correspondente a 1910\1947. Ainda assim destacamos anecessidade de como o pesquisador deve analisar as fontes disponíveis nos arquivos ecuidarmos com as armadilhas do olhar ideológico. Usamos aqui o recorte temporal dadissertação de mestrado defendida em 2011. Em destaque, uma fase de grandestransformações na cultura escolar deste estado trazida pela proclamação da república.

Palavras-chave: Fontes históricas, Educação, imprensa

Introdução

Este trabalho tem como objetivo contribuir com a historiografia da educação do

Estado de Mato Grosso, através de uma análise pela microhistória ou então estudos regionais

a qual se insere no campo da História da Educação a partir da preocupação em identificar o

modo como uma realidade social é construída em lugares e tempos distintos, nos conduziram

aos escritos do historiador francês Michel de Certeau, organizados na obra “A Escrita da

História”, publicada na década de 1970.

Com o propósito de estabelecer uma abordagem temática acerca da História das

Instituições Escolares em geral, e do Grupo Escolar Esperidião Marques, em particular,

recorremos às reflexões de Burke, Hobsbawm, Thompson. De forma que seja possível

constituir as circunstâncias gerais e particulares na tessitura deste trabalho.

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Através de abordagens inovadoras e mais recentes acerca da história das instituições

escolares, devemos destacar as análises de Bencostta (2002); Camargo (2000); Faria Filho

(2004); Siqueira (2000); Souza (1998); Vidal (2005).

Devemos considerar ainda o recorte temporal que envolve o período compreendido

entre 1910-1947, a qual foi utilizado para tecer a Dissertação defendida no programa de pós

graduação em educação pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

As reflexões de Nosella e Buffa (2008) a esse respeito corroboram para o fato de que

os estudos de instituições escolares representam atualmente um grande filão a ser explorado

por educadores no sentido de contribuir para o avanço da história da educação no Brasil. Os

autores observam que esses estudos produzidos em sua maioria nos programas de Pós-

Graduação em Educação, elegem a instituição escolar como objeto de abordagem e, durante o

processo investigatório, consideram sua essência material, seu contexto histórico e as

circunstâncias particulares de sua criação e instalação.

Ainda assim cuidados em utilizarmos a fonte Jornais, pois através de seu texto não

apenas tão somente relatos, o jornal apresenta um discurso que constitui um tempo político e

ideológico, e ainda realizarmos uma forma própria de ler tendo em mente o objetivo do

trabalho a ser escrito, sendo ainda necessária a articulação entre descrição e as dependências

que tecem os laços sociais.

De acordo com CAPELATO (set/91 agos/92,p.57) os jornais existem para conduzir a

política, na característica de ser apartidário mas agir a partir de sua característica regida

atráves do sujeito que esta atrás do jornal e por interesses de um determinado grupo social.

Então é essencial considerarmos na análise a história do periódico, sua linha editorial, seu

posicionamento político.

Nosella e Buffa (2008) sugerem que deve ser avaliado, sobretudo seu processo

histórico, como origens, bem como seu momento “áureo” e no estado em que se encontra. Ou

seja, há que se avaliar, pelo menos em parte, conforme observaram os referidos

pesquisadores, o cotidiano da escola, o edifício, enfim:

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A organização do espaço, estilo, acabamento, implantação, reformas e eventuaisdescaracterizações; os alunos: origem social, destino profissional e suasorganizações; os professores e administradores: origem, formação, atuação eorganização; os saberes: currículo, disciplinas, livros didáticos, métodos einstrumentos de ensino; as normas disciplinares: regimentos, organização do poder,burocracia, prêmios e castigos; os eventos: festas, exposições, desfiles (NOSELLA;BUFFA, 2008, p. 16).

Um aspecto destacado pelos autores refere-se à tendência historiográfica em se estudar

prioritariamente a história de instituições mais antigas ou de maior destaque social, como

foram as Instituições de Ensino Superior, as escolas normais, as escolas confessionais,

sobretudo, femininas.

A pertinência das reflexões de Nosella e Buffa (2008) nos remete também para as

considerações acerca das abordagens e dos métodos levantadas pelo historiador inglês Peter

Burke em torno da crítica à história tradicional, a qual priorizava os temas nacionais ou

internacionais, em detrimento das propostas regionais, das efervescências humanas cotidianas,

mais precisamente da perspectiva da história total.

Por isso surge a necessidade de se realizar estudos que contemplem instituições

localizadas em espaços não tradicionalmente estudados e envolvendo, sobretudo os segmentos

“sem vozes” no cenário educacional brasileiro, como alunos, professores e funcionários.

Afinal, segundo Nosella e Buffa (2008, p. 362) e, com os quais concordamos, “a pesquisa em

história das instituições escolares tem como vantagem a possibilidade de superar a dicotomia

entre o particular e o universal, o específico e o geral, o concreto e o conceito, a história e a

filosofia”.

Com estas considerações, privilegiamos a região de Cáceres como lócus de

observação, problematização e análise no sentido de explicar seu passado que ainda se faz

sentir no presente.

Nessa direção, nossa análise parte das práticas culturais, das experiências e

singularidades educacionais ocorridas na região, parte também das mudanças na estrutura

educacional e dos diferentes caminhos que a educação percorreu ao longo de sua história.

Contudo, esta proposta também se justifica por si só, por deslocar a atenção da história dos

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grandes centros urbanos e dos grandes acontecimentos para a história do interior de um

Estado do Centro-Oeste do país.

Erigiu-se assim uma escola que serviu de instrumento difusor do ideário de

modernização e de progresso proposto pelo regime republicano, inaugurado em 1889. A

análise envolve, portanto as dimensões históricas da escola e da cidade, considerando sua

localização (fronteira Brasil-Bolívia), e, sobretudo suas formas de representação municipal e

de relações sociais aquilatadas por um regime pautado na civilidade, civismo, higienização.

E então os jornais

Dois periódicos foram utilizados como fonte para a presente pesquisa: A Razão e o

Jornal Argos de circulação local, disponíveis em micro-filmes do acervo do Arquivo Público

do Estado de Mato Grosso. Evidentemente que para dar cientificidade à fonte

jornalística consideramos a época em que o material foi produzido, sobretudo sua vinculação

política como é o caso do Jornal A Razão, instalado em Cáceres em 17 de maio de 1917,

destinado ao órgão do partido republicano mato-grossense, sob a direção do professor

Demétrio Costa Pereira de (1917-1939) e do Dr. Leopoldo Ambrosio Filho, de 1939 até 1954.

Outro arquivo jornalístico consultado refere-se ao Jornal Argos, Jornal que circulouem

Cáceres de 1911 a 1914. Foi fundado por Generoso Pereira Leite e tinha comocolaboradores,

dentre outros, Pedro Trouy, general Aníbal da Mota, Demétrio da Costa Pereira e João de

Campos Widal.

A partir de um tempo de pesquisa destinado a análise dos Jornais Argos e A Razão

então é visível que nas primeiras páginas aparecem as notícias ditas como mais importantes e

de grande repercussão na sociedade, e nos dois jornais observados este falto é visível. A

temática educação, e em específico Grupo Escolar se faz presente na maioria das páginas.

reexaminar todos esses sistemas densos, complexos e elaborados pelos quais a vidafamiliar e social é estruturada e a consciência social encontra [rá] realização eexpressão (THOMPSON, 1981, p. 189).

Então através de Thompson temos a certeza de que a vida social se apresenta pelos

fatos relevantes e esta se estrutura diante do que encontramos enquanto realidade vivida, e

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neste viés temos do Grupo Escolar Esperidião Marques as notícias nas demais páginas e

ainda as notas dos alunos em destaque, mas ai já nas páginas posteriores.

No ato de noticiar, nos permite compreender a partir de que é necessário apresentar o

que esta se realizando. Os feitos de uma Instituição Republicana, deve ser apresentadas, até

mesmo como prestação de contas ou retorno social de investimentos do governo para a

população. E ainda o que de fato se apresenta nos meios sociais em uma realidade a partir do

olhar do seu escritor.

Vejamos os detalhes.

Procedeu-se a tapagem da referida pedra. Com uma trolha de prata, expressamentemandada preparar pelo empreiteiro construtor Sr. Capitão José Corbelino, foramlançados pelos nomeados acima, as primeiras colheradas de argamassa nas juntas, esobre elas colocado o competente tampo. Feito o que, por meio de aparelhospróprios, efetuou-se a sua colocação na escavação previamente feita (JORNALARGOS, 1913).

Observa-se nesse fragmento, a busca da consolidação das relações de poder sociais

determinadas pelo poder material ou simbólico incorporado ou assimilado pelos agentes

envolvidos na trama. Por trás dos pequenos objetos, como a trolha de prata, das “colheradas

de argamassa”, estava um mundo, um ‘poder quase mágico que permite o equivalente daquilo

que é obtido pela força (física ou econômica), graças ao efeito específico de mobilização, que

só se exerce se for reconhecido, quer dizer, ignorado como arbitrário’ (BOURDIEU, 1989,

p.14).

Considerar então a área de abrangência e os traços de formação do pesquisador, o qual

determinara a proporção e compreensão do objeto de pesquisa apresentada pelo jornal.

No caso do Grupo Escolar Esperidião Marques (GEEM), a pesquisa foi direcionada a

partir do texto escrito e pelo olhar do pesquisador que se desenvolver por critérios definidos

entre, lista de alunos, comunicado aos pais, anúncio das festas, inauguração, e ainda

encontramos anúncios envolvendo acidentes de alunos em brincadeiras domésticas levando ao

óbito, férias de professor em viagem a outra cidade e ou país, caixa escolar, valor da obra,

visitas ilustres enfim a realidade que permeia a escola.

Para o correspondente do Jornal A Razão, a matéria que circulou na manhã de 15 de

março de 1915, na antiga cidade do interior brasileiro tinha discurso distinto:

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O bulício das ruas, posto que reduzido entre nós, perturba a regular seqüência doensino, se nos atentarmos ao espírito infantil, trêfego, irrequieto, curioso. Depois,está claro que onde a aglomeração é menor, o consumo de oxigênio no fenômeno derespiração, também o é, por isso mesmo sobressai à vantagem dos lugares solitários,para o fim do que curo(A RAZÃO, 1915).

A avaliação da Imprensa não só considerava a realidade local, como trazia avaliaçõesligadas ao universo de São Paulo:

Dentre os 128 grupos escolares que possui São Paulo, conheço a maior parte deles -estão situados em bairros mais ou menos situados, porém aprazíveis, pitorescos.Atualmente, os educacionais estrangeiros, de nomeada merecida,preconizam aulascampestres, à natureza, a fim de quem as crianças possam gozá-la, admirá-la ecompreendê-la, no que tem de poético e grandioso.(Jornal A Razão, 1915).

Tivemos a oportunidade de então mergulharmos num mundo próprio da educação na

fronteira oeste do Estado de Mato Grosso, pelo seu cheiro, seu sabor, seus causos e sua cor.

Um universo constituído de particularidades e regido pela dureza ainda em destaque nas

notícias referentes a políticas públicas em educação.

E então nos remetemos aos mil laços da História a qual que unem uns aos outros os

diversos aspectos da realidade (MARTIN; BOURDÉ, 1983). E desses laços ao sentido atribuído a

notícias do Grupo Escolar Esperidião Marques percebemos a riqueza de detalhes demonstrados nos

acontecimentos realizados por esta instituição de ensino.

A cidade de Cáceres

Cáceres é uma cidade colonial do sertão mato-grossense, banhada pelo Rio Paraguai e

limitada pelos municípios de Barra dos Bugres, Poconé, Corumbá, Livramento, Mato Grosso,

Mirassol D’Oeste e República de Bolívia.

Essa antiga cidade localiza-se à margem direita do Rio Paraguai e foi fundada em 06

de outubro de 1778. Surgiu sobre um terreno plano e arenoso, cujas ruas foram cortadas em

ângulos retos, onde se assentaram casas, em sua maioria, térreas. Caracterizou-se também

pela formação de antigas fazendas pastoris que contribuíram para o seu desenvolvimento e

composição de sua história. Grande parte dos produtos econômicos de Mato Grosso saía do

porto de Cáceres e era escoada para os países platinos através do Rio Paraguai.

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Foi no cenário urbano de Cáceres que se assentaram, já nas primeiras décadas do

século 20, as primeiras estruturas organizacionais do Grupo Escolar Esperidião Marques,

objeto de nossa investigação, o qual está inserido no campo da História das Instituições

Escolares.

Sobre a cidade de Cáceres, ainda encontramos detalhes desta cidade no jornal A Razão

de 1924:

Está assentada sobre uma planície a nossa querida cidade de Cáceres. Devia ser,portanto, uma cidade absolutamente geométrica, com suas ruas largas, direitas,cortando-se em ângulos retos, arborizadas, praças ajardinadas, onde as famíliaspudessem passar e se espairecer às tardes de verão e às noites de luar. O traçadoprimitivo começado pelos fundadores da cidade e continuado pelos seus primeiroshabitantes, vem sendo desprezado, o que é antiestético e anti-higiênico, isto é, enfeiaa nossa urbe e a predispõe para se tornar inóspita e insalubre em futuro talvez nãomuito remoto. A cidade tem crescido extraordinariamente: em pouco mais de meioséculo tornou-se quase três vezes maior [...] (A RAZÃO, 1924).

Temos através do Jornal A Razão, a apresentação de cenas, vivencias e os olhares que

caracterizaram as ruas na cidade que até hoje abriga o Grupo Escolar Esperidião Marques.

Devemos destacar sobre a caracterização da cidade de Cáceres pelo presidente dos Estados

Unidos na sua visita a cidade de Cáceres

‘[...] as ruas da pequena cidade não eram calçadas e tinham estreitos passeios detijolos. As casas térreas eram caiadas de branco, ou de paredes azuis, cobertas detelhas vermelhas; as janelas, com gelosias [grades fasquias de madeira], vinham dostempos coloniais; remontando através do Portugal cristão e mourisco, originaram-sede uma remota influencia árabe’ (ROOSEVELT, 1944. p. 137).

Da mesma forma, o viajante destacou a diversidade cultural e finalmente Roosevelt

também viu a Escola em Cáceres:

Mas ali mesmo em Cáceres, o espírito do novo Brasil já ia penetrando; foraconstruído um belo edifício público para grupo escolar. Fomos apresentados aodiretor, um homem esforçado que realiza excelente obra, um dos muitos professorestrazidos nos últimos anos para Mato Grosso, de São Paulo, centro do novomovimento educacional que muitíssimo fará em benefício do Brasil (ROOSEVELT,1944, p. 138).

Cumpre lembrar que quase sempre o cronista não conseguia captar na totalidade as

variáveis de uma sociedade estranha aos seus valores deixando, portanto, lacunas a serem

preenchidas, cujo nexo deve ser buscado em outras fontes, sem, contudo deixar de ser uma

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preciosa fonte para o historiador de ofício, a caracterização das cidades pelos olhares dos

viajantes.

Olhares ao Grupo Escolar Esperidião Marques

Elegemos o Grupo escolar Esperidião Marques, importante Instituição de ensino do

município de Cáceres, criado em 04 de fevereiro de 1912, com o nome de Grupo Escolar

Costa Marques, enquanto objeto de estudo. Cuja construção inicia-se em 1913 e é encerrada

em 1920, na esquina da Praça Duque de Caxias, cujo espaço a partir desta construção passou

a ser considerado parte central da cidade. Apresentado na Figura 1.

Este grupo escolar se consolidou a partir da necessidade de se criar uma instituição

escolar e que desenvolvesse assim como apresentasse a seus alunos o conhecimento

independente do olhar e crivo da Igreja, mas um olhar voltado a partir dos ideais republicanos

na perspectiva de eliminar o analfabetismo assim como transmitir regras sociais morais úteis

a massa popular, com conhecimentos voltados ao progresso dos grupos sociais a qual

pertencem, voltando sempre o pensamento a sua pátria.

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FIGURA 1. Fachada do Grupo Escolar Esperidião Marques. Fonte: Acervo pessoal (2010)

Este objetivo de trazer a educação escolarizada à população em massa, de acordo com

Saviani (2006), deveria ser de responsabilidade do poder Central, que teria a tarefa de

organizar e manter integralmente escolas em todo território brasileiro, principalmente o

ensino primário.

Entendemos que uma estratégia utilizada pelos poderes constituídos, no sentido de

atrair crianças e jovens para a escola, era a publicação evocativa nos jornais locais, no sentido

de sensibilizar os pais para realizar as matrículas de seus filhos, conforme revela o fragmento

de um noticiário publicado no Jornal A Razão - de 08 de dezembro de 1927 - a respeito do

encerramento do ano letivo:

Encerrou o ano letivo com uma modesta festa escolar, de conformidade coma praxe invariavelmente seguida no grupo escolar desde a sua fundação. Osalunos, e principalmente as alunas da casa porfiaram em manifestar seu regozijo,recitando e cantando poesias, cançonetas e hinos, obedecendo a umprograma seleto e de muitos números. Foram distribuídos boletins de promoção,prêmios aos alunos aprovados com distinção (10) e diplomas aosque concluíram o curso preliminar (8), quatro de cada seção. A festa se designou deassistir os representantes dos Srs. Bispo Diocesano e intendenteGeral, e os senhores Juiz de direito da comarca Comandante da GuarniçãoFederal e da Força Pública e outras autoridades civis e militares, famílias,cavalheiros e a petizada do estabelecimento e de fora. Realçou a festa umaorquestra de exímios amadores da arte de Carlos Gomes (JORNAL A RAZÃO,1927).

Havia nesse sentido, interesse das autoridades em centrar investimentos na realização

de festas cívicas pontuais, envolvendo datas históricas, momento de encerramento do ano

letivo, festas voltadas para prestação de homenagens às autoridades regionais.

A partir da compreensão de que a criação do Grupo Escolar Esperidião Marques em

Cáceres – MT, que representou o marco inicial na organização da educação e também para a

consolidação do republicanismo nesta cidade, apresentando então como sendo um espaço

social de consolidação desta educação proposta pelo governo tendo como fonte de inspiração

outros estados na linearidade do ensino gratuito e público.

Nessa perspectiva, o governo mato-grossense projetou a criação do Grupo Escolar

Esperidião Marques (GEEM) e, acompanhando a lógica de instalação dos Grupos Escolares,

foi determinada sua expansão, que só se fez da forma mais onerosa possível a partir da

construção de um prédio próprio, destinado à atividade educacional. Era a tentativa de romper9

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com a forma tradicional de funcionamento das escolas brasileiras, as quais, na grande

maioria, funcionavam em espaços físicos adaptados ou num espaço improvisado pelo próprio

professor.

O novo modelo de educação, representado pelos grupos escolares “[...] surgiu

primeiramente com a tarefa de garantir - por meio do ensino - que a população em seu

conjunto fosse homogeneizada, e, para tanto, o conhecimento das primeiras letras e das

noções de coisas era requisito básico” (REIS, 2006, p. 202).

Através de um regime disciplinar que caracterizava os grupos escolares instalados nos

mais distintos lugares do país. A disciplinarização estava no bojo do prédio planejado como

da instituição escolar. Ali meninos e meninas eram separados. O espaço físico tinha que ser

estruturado para isso. A edificação, sob comando do empreiteiro construtor Sr. Capitão José

Corbelino, devia conceder ao Grupo Escolar Esperidião Marques (GEEM) sua existência

material. Emergia no espaço central da cidade uma escola tipicamente urbana, transformando-

se num dos mais imponentes prédios públicos do município de Cáceres.

Nas listas, a partir dos jornais Argos e a Razão, dos relatórios e dos ofícios,

encontrados na sede do arquivo público em Cuiabá, devemos destacar alguns nomes que se

dedicaram ao exercício da educação nos anos de 1910 a 1947.

Nessa listagem detectamos pessoas cujas trajetórias de vida foram dedicadas à

educação no Estado de Mato Grosso, a exemplo do professor José Rizzo.Diretor que veio de

São Paula nessa perspectiva de mudança o qual acompanha a obra desta unidade escolar. E

seguindo seus passos tivemos o cuiabano Demétrio da Costa Pereira, e também o cacerense

Dormevil Malhado da Costa e Faria, cacerense filho de Joaquim da Costa Faria e Isaura

Malhado da Costa e Faria.

Sua fundação esteve ligada diretamente ao processo de desenvolvimento da cidade, em

face da consolidação do regime republicano. Seu funcionamento passou a ocorrer num prédio

localizado na Rua General Osório, onde hoje funciona o Arquivo Municipal. Ali se agruparam

três escolas: a) a masculina que tinha como diretor Professor Octavio Motta; b) a feminina

com a professora Ritta Garcia e c) a mista com a professora Escolástica Botelho.

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Em 31 de agosto de 1913, o Jornal A Razão disponibilizou notícias sobre as primeiras

propostas apresentadas à Secretaria dos Negócios de Agricultura e Obras Públicas, para a

construção do Edifício do Grupo Escolar da cidade de São Luiz de Cáceres. A imprensa local

em conjunto com o correspondente do periódico Diário da Capital fez o seguinte registro:

O Dr. João da Costa Marques [irmão do Governador], Secretário da Agricultura, deacordo com o parecer da junta de arrematação, resolvem autorizar o Sr. Dr. Diretorde Obras Públicas a lavrar contrato com o Sr. José Corbelino, para a construção doGrupo Escolar de São Luiz de Cáceres e cuja proposta no valor de $207.500.000, é amais vantajosa para os interesses da Fazenda Estadual (A RAZÃO, 1913).

A matéria informa que o Sr. José Corbelino havia solicitado aditamento a uma

proposta anterior, mas acabou autorizando por telegrama seu procurador a fazer uma redução

de 5% sobre o valor da proposta, que ficou reduzido a $196.125.000, vencendo a licitação que

envolveu outros dois proponentes - os Srs. Francisco Affonso Ramires que pediu

$219.000.000 - e Vilá S. Rueda com $295.000.000.

Os prédios, além de cumprir a finalidade utilitária e funcional, deviam também

imprimir sua dimensão social, simbolizar os novos valores a serem incorporados pela

sociedade e traduzir a construção de uma nação moderna pautada na cultura e na educação.

Rosa Fátima de Souza (1998), assim refere-se ao caracterizar os primeiros grupos

escolares do Estado de São Paulo, surgidos nos albores da República:

Estes edifícios puderam sintetizar todo o projeto político atribuído à educaçãopopular: convencer, educar, dar-se a ver! O edifício escolar torna-se portador de umaidentificação arquitetônica que o diferenciava dos demais edifícios públicos e civisao mesmo tempo em que o identificava como um espaço próprio, lugar específicopara as atividades de ensino e do trabalho docente. Na arquitetura escolarencontram-se inscritas, portanto dimensões simbólicas e pedagógicas (SOUZA,1998, p. 123).

A escola, no início do regime republicano, torna-se o símbolo da nova ordem, ou nas

palavras da Marta Carvalho ‘o sinal da diferença que se pretendia instituir entre um passado

de trevas, obscurantismo e opressão, e um futuro luminoso em que o saber e a cidadania se

entrelaçariam trazendo o Progresso’ (SOUZA, 1998, p. 123).

O Jornal A Razão, publicado no dia 9 de fevereiro de 1935, apresentou detalhes sobre

o processo de criação da caixa escolar no Grupo Escolar Esperidião Marques, por iniciativa

dos professores da instituição:11

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Elzira Garcia de Arruda “ “ 5Teresa Fontes “ “ 5Clarice Fanaya “ “ 4Brígida Benedita Leite “ Simplesmente 3,5Lucidia Avelina de Moraes “ “ 3,5Ana Rita de Oliveira “ “ 3,3Zulmira Barros “ “ 3Paulina Enedina da Silva “ “ 3Fonte: A Razão (1912). Organização: Silva (2010).

Ao término de cada ano letivo, os resultados eram divulgados amplamente. A lista das

notas obtidas pelos alunos do Grupo Escolar Costa Marques, sobretudo dos exames finais,

publicava-se na imprensa local: ‘Amanhã, domingo, o Grupo Escolar desta cidade estará em

festas para a distribuição de prêmios e diplomas aos seus alunos. As festas que serão públicas

e realizar-se-ão às 9 horas do referido dia, não havendo convites’. Comunicava-se a população

da cidade das realizações do GEEM, demonstrando os resultados dos seus alunos à

comunidade.

Algumas Considerações

Com essa perspectiva, entendemos que nosso trabalho se insere na corrente de

esforços interpretativos que vem sendo realizado no campo da história, no sentido de fazer

avançar os estudos regionais acerca das instituições escolares. Procuramos discutir o GEEM,

no contexto da historia nacional, mas considerando seu aspecto singular, como uma

instituição localizada em área de fronteira (Brasil-Bolívia), contando com a participação de

diferentes atores sociais, possuindo enfim, uma história única, distinta. Em relação aos

inúmeros Grupos Escolares implantados no país na primeira metade do século XX.

E então os jornais enquanto pistas para a tessitura desta reflexão, nos permite uma

perspectiva de metodologia a ser cruzada com outras fontes de informação, permitida a partir

do entrelaçamento dos fatos históricos e compostos por um perfil próprio ao se rever o

passado e sentir os acontecimentos por um outro olhar. A imprensa nos permite revisitar o

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passado, ainda mergulhada na dimensão que o autor da matéria nos permite. Enfim o retrato

do cotidiano por outros olhares.

Observamos também que, o Grupo Escolar Esperidião Marques desde sua criação em

1912 - até o ano de 1947, data final do recorte - afigurou-se como instituição de relevo para a

sociedade cacerense, a despeito de caracterizar-se como escola pública, nacionalista e laica.

Constituída num do edifício em estilo arquitetônico neoclássico.

Dispondo de prédio próprio, diretor (gestor) e quadro docente permanente para atuar

no ensino em séries iniciais, o GEEM desempenhou o papel indispensável para a difusão dos

ideais da República. Para cumprir o projeto republicano, a escola adotava procedimentos

básicos, alguns deles expressos em códigos de conduta que iam desde práticas diárias em sala

de aula, passando por imputação de valores ligados ao amor à família, desprendimento,

abnegação, dignidade pelo trabalho, e alcançavam exigências de posturas ou condutas a serem

incorporadas fora do âmbito escolar envolvendo disciplina, civismo, polidez, entre outros.

Estes valores nacionalistas eram trabalhados dentro da escola traduzidos nos cultos aos

símbolos nacionais como hino, bandeira, brasões e cerimônias de homenagens aos vultos

históricos brasileiros.

Nos escritos da imprensa em Mato Grosso, ao que se refere a Grupos Escolares, a

linearidade não se faz presente. Temos sim um perfil da história pelos jornais com datas

ausentes e ainda nos deparamos com o silenciamento em alguns fatos sociais e demais

eventos .

Ainda percebemos o jornal que retrata a unidade, dos fatos que dizem respeito a

grupos próprios, sendo o jornal não apenas local social, mas sim social e global. Pois agrega

fatores e demonstram características gerais. Fatores que podem contribuir com a compreensão

desta temática.

Devemos apontar ainda que foi uma prática de demonstrar ações e posturas de um

sistema novo de governo voltado para a educação de qualidade nos idos de 1910. Cem anos

depois tivemos a oportunidade de presenciar a notícia desta mesma Instituição de Ensino a

ocupar páginas da imprensa escrita, com outras características, permeadas pela

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transformação, embora ainda apresentada mostra a sociedade cacerense a Escola e suas ações

voltadas para a comunidade.

FONTES E REFERÊNCIAS

1.1 Álbuns

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1.32 Jornais

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JORNAL A RAZÃO. Cáceres, 15 de dezembro de 1912.JORNAL A RAZÃO. Cáceres, 02 de março de 1935.JORNAL A RAZÃO. Cáceres, 02 de fevereiro de 1945.

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