N9 5 1972 Agosto - ens.org.br · aquele que ouve a palavra de Deus e a guarda" (Luc. 11, 28), com...

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N9 5 1972 Agosto EDITORIAL - Escutai -O A visita do Con o C aliarei ao Brasil o o o o o o o o o A ECIR c on ve rsa com voc ês A oração em família 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 o Centen ário das Conferências Vicenlinas no Brasil o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o A Catequese das crianças o o o o o o o o o o o o o o o o o o O papel do Conselheiro Espiritual o o o o o o o o o o o Os meios de aperfeiçoamento Meu cliente mais importante o o o o o o o o o o o o o o o Jesus Cristo "Superstar" 00 00 o .. o o o o o o o .. o .. O assunto é retiro o o o o o o .... o 00 o o o o o o o 00 o o o No cias dos Setores ...... 00 00 00 00 00 00 00 00 o po I po 3 po 5 po 8 Po 9 po 11 po 15 po 17 Po 19 po 21 po 23 Po 25 Retiros o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o po 31 Ora çã o para a próxima Reunião o o o o o o o o o o o o o po 32

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N9 5 1972

Agosto

EDITORIAL - Escutai-O

A visita do Cono C aliarei ao Brasil o o o o o o o o o

A ECIR conversa com vocês

A oração em família 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 o

Centenário das Conferências Vicenlinas no Brasil o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o

A Catequese das crianças o o o o o o o o o o o o o o o o o o

O papel do Conselheiro Espiritual o o o o o o o o o o o

Os meios de aperfeiçoamento

Meu cliente mais importante o o o o o o o o o o o o o o o

Jesus Cristo "Superstar" 00 00 o .. o o o o o o o .. o ..

O assunto é retiro o o o o o o .... o 00 o o o o o o o 00 o o o

Notícias dos Setores ...... 00 00 00 00 00 00 00 00 o

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Retiros o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o po 31

Oração para a próxima Reunião o o o o o o o o o o o o o po 32

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das

Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

04530 - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - Te!.: 80-4850 04530 - SÃO PAULO, SP

- sômente para distribuição interna -

EDITORIAL

ESCUTAI-O

Os Evangelhos, que nos oferecem inúmeras palavras de Cristo, só nos relatam três palavras do Pai. Como deveriam ser elas preciosas para nós! Uma delas é um conselho: o único conselho do Pai a seus filhos. Com que infinita, filial reverência devemos recebê-lo, com que solicitude atendê-lo! Tal conselho, que con­tém o segredo de toda santidade, é simples e pode ser expresso numa só palavra: "Escutai-o" (Mat. 17, 5), diz o Pai, ao mesmo tempo que nos aponta o seu Filho Bem-amado.

Meditar é, assim, o grande ato de obediência ao Pai. É, como Madalena, sentarmo-nos aos pés de Cristo para escutar a sua palavra ou, melhor ainda, para escutá-lo, a Ele que nos fala. É com efeito a Ele, mais ainda que às suas palavras, que deve­mos estar atentos.

Entregar-se à meditação a partir de uma página do Evan­gelho é muito recomendável; sob a condição de lermos, não como professores de literatura, mas como a noiva que, para além das palavras, nas cartas que recebe, escuta o pulsar do coração de seu amado.

Saber escutar é sem dúvida uma grande arte. O próprio Cristo nos adverte: "Cuidai, pois, na maneira de escutar" (Luc. 8, 18). Se somos beira do caminho, rochedo, ou terreno espi­nhoso, a sua Palavra não poderá crescer em nós. Trata-se de ser a terra boa onde as sementes encontram o que lhes é neces­sário para brotar, desenvolver-se, amadurecer.

Escutar, aliás, não é somente atribuição da inteligência. É nosso ser por inteiro, alma e corpo, inteligência e coração, ima­ginação, memória e vontade que devem estar atentos à palavra de Cristo, a ela abrir-se, ceder-lhe o lugar, deixar-se por ela penetrar, invadir, apossar, dar-lhe adesão sem reserva.

Compreendeis agora porque emprego a palavra escutar de preferência a meditar. Tem uma ressonância mais evangélica e designa principalmente, não uma atividade solitária mas sim um encontro, um diálogo, um contato de coração a coração: é nisto que consiste essencialmente a meditação.

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Na verdade, sem a graça, ninguém poderia escutar o Cristo, pois somos todos surdos de nascença, filhos de uma raça de surdos. Mas, ao sermos batizados, Cristo pronunciou a palavra que, depois da cura do surdo-mudo da Decápole, abriu os ouvi­dos de milhões de discípulos: "Ephphetha! isto é, abre-te" (Me. 7, 34) .

Quando, através da meditação, abrimos o nosso íntimo para que nele tenha acesso, a Palavra de Cristo nos converte, nos "faz passar da morte para a vida" (Jo. ·5, 24), nos ressuscita; torna-se em nós, para nós, fonte impetuosa, vida eterna.

Mas, escutar a Palavra não é suficiente: "Feliz, diz o Cristo, aquele que ouve a palavra de Deus e a guarda" (Luc. 11, 28), com ela se rejubila, dela se alimenta, leva-a consigo, como Maria a criança que tinha concebido - que era a Palavra substancial. Através dela, Jesus santificava aqueles com quem Maria se encon­trava, fazia estremecer de alegria o Batista no seio de sua mãe. Assim quer ele fazer por nosso intermédio.

Não é ainda isto o suficiente. Esta Palavra ouvida, guar­dada, importa que "seja posta ativamente em prática" (Tiago, 1, 25). Quer isto dizer que é preciso, ao longo do dia, estar aten­to à sua presença atuante em nós, aberto às suas sugestões, aos seus impulsos. É o seu dinamismo que nos levará a multiplicar as obras boas, trabalhar, afadigar-se, viver, morrer pelo adverito do Reino do Pai. E se formos fiéis, grande será a nossa alegria, pois que Jesus disse: "Aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática é que são minha mãe e meus irmãos" (Luc. 8, 31).

HENRI CAFF AREL

l!: preciso que os apóstolos dos tempos novos se reunam em tomo da

Palavra, penetrem no seu sentido e dela façam a vida de sua vida .

(D. Paulo Evaristo Arns)

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VISITA DO CON. CAFFAREL AO BRASIL

t com grande satisfação que podemos comunicar a lodos os equipislas o programa da estada do Con. Caffarel entre nós. Falta apenas um mês para a sua chegada e os prepa­rativos estão hem adiantados, graças à colaboração de lodos.

Além dos detalhes materiais, há uma preparação mais importante a ser efetuada, na oração. t preciso que em todas as equipes sejam feitas preces pela viagem e pelo êxito da estada do Con. Caflarel no Brasil, mesmo porque, como todos sabem, a sua saúde an­dou muito abalada e a suas condições físicas ainda não são das melhores. O programa que ·irá desenvolver aqui é bastante "puxado" e não serão demais as orações de lodos para que ele possa aguentar sem cansaço excessivo.

Como costuma fazer para alicerçar todas as suas decisões e para alcançar que seus empreendimentos sejam coroados de êxito, a ECIR programou uma "Hora de Vigilia" na intenção da viagem e estada do Con. Caffarel. O dia, a hora e o texto estão sendo comu­nicados diretamente aos Setores e Coordenações. Assim poderemos estar lodos unidos diante

do Senhor.

Exatamente porque o Con. Caflarel precisa limitar os seus deslocamentos, não poderá, infelizmente, estar em todas as Regiões: são os equipislas que lerão de locomover-se, para encontrá-lo, até a cidade mais próxima onde estão programados os Encontros Gerais: SlO PAULO, FLORIAN6POLIS e RIO DE. JANEIRO. Como o próprio Con. Caflarel nos advertiu, esta será a sua última visita a nosso pais - e portanto a única ocasião, para quase lodos nós, de vermos e ouvirmos o fundador do nosso Movimento.

O Con. Caflarel virá acompanhado de Mareei Delponl, metade do Casal Super-Re­gional do Brasil. t uma pena que Yvelle não possa acompanhar o marido, pois há muitos anos os dois vêm dedicando o melhor do seu tempo ao nosso pais e seria uma alegria tanto para ela como para nós conhecermo-nos pessoalmente.

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PROGRAMA DA VISITA DO COR. CAFFAREL AO BRASIL

Data Local Atividade

05/ 9 - terça São Paulo Chegada

06/9 - quarta São Paulo Reunião com a ECIR

07 a 10/ 9 Ilaici Sessão para GRANDES QUADROS

10/9 - domingo São Paulo EICORTRO GERAL com os equipistas de São Paulo, Capital e Estado

13/9 - quarta Viagem para Florianópolis

14 a 17/9 Florianópolis Sessão para GRANDES QUADROS

17/9 - domingo F1oriaaópoUs EHCORTBO GERAL com os equipistas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

19/9 - terça Viagem para o Rio de Janeiro

19/9- terça Rio de Janeiro EHCOKTRO GERAL com os equipistas da Guanabara, Estado do Rio e Minas Gerais

20/9 - quarta Rio de Janeiro Reunião com a ECIR e partida para Paris

Recebemos pedidos de esclarecimentos sobre os "camets" Campanha "Côn . Caffarel no Brasil", a. saber: onde andam os "camets" e o que fazer-se na hipótese deles não serem encontrados.

Os "carnets" devem estar na pasta. do Casal Responsável ou em poder daqueles que exerceram a responsabilidade no ano de 1971. As contribuições, contudo, poderão ser feitas, independentemente dos "camets", recolhendo-se dois cruzeiros mensais, por casal.

Confiamos decididamente no auxilio mútuo de vocês, repetindo as pa­lavras de São Paulo: "cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria" (II Cor. 9, 7) .

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos

Dois assuntos, ambos importantes, se ofereciam para esta nossa conversa e hesitamos por um momento entre um e outro: a visita do Cônego Caffarel que, dentro de um mês, deverá estar entre nós, acompanhado de Mareei Delpont, Super-Regional do Brasil; o desenvolvimento da "orientação do ano" que já vai a meio caminho de seu término.

Estes dois acontecimentos, entretanto, se entrosam intima­mente. Com efeito, a vinda do fundador e animador espiritual das Equipes de Nossa Senhora e de Mareei Delpont é providen­cial nesta fase de nosso esforço de aprofundamento. Será cer­tamente um incentivo para os nossos trabalhos, ao mesmo tempo em que nos permitirá viver concretamente o caráter internacio­nal do Movimento e sentirmo-nos ainda mais unidos aos milha­res de equipistas que nos ajudam a caminhar para o ideal que decidimos perseguir.

Em novembro do ano findo, ao apresentarmos o programa a ser desenvolvido em 1972, dizíamos:

"No fim do ano de 72, será pedida a todas as equipes já compromissadas a renovação de sua opção consciente ao Movimento e, para as não compromissadas, a efeti­vação desta opção".

Todo este ano terá sido, em suma, uma preparação para a decisão a ser tomada pelos casais, quanto à sua adesão às Equipes de Nossa Senhora, tal qual se apresentam hoje, e isto de acordo com as palavras do Cônego Caffarel em Roma:

"No próximo fim de ano, na reunião de balanço da equi­pe, todos os casais deverão responder, não à pergunta: "sentimo-nos bem no movimento?' mas sim a esta outra: 'Estamos realmente decididos a nos engajar a fundo nas Equipes e, com o auxílio das Equipes, na missão de testemunhas de Deus no meio deste mundo que a maré montante do ateísmo ameaça submergir?"

A atitude tomada pelo Cônego Caffarel em nome do Movi­mento acha-se largamente fundamentada no discurso por ele pro­nunciado perante os dois mil casais que se achavam em Roma em peregrinação. Aliás, seria de todo recomendável retomar a

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esta altura a leitura daquele documento, bem como das palavras da ECIR nas Cartas Mensais de novembro e dezembro do ano findo. O discurso do Cônego Caffarel é bastante incisivo quan­do nos mostra a urgência de consolidar as Equipes, para que elas possam arcar com a responsabilidade que lhes cabe dentro da Igreja, na atual conjuntura que o mundo atravessa.

Alguns quiseram ver nesta nova opção a intenção do Mo­vimento de fazer uma tr iagem entre os "bons" e "maus" equi­pistas. Não se trata disto. Quem, aliás, se arvoraria em juiz, para classificar os equipistas?

Trata-se, isto sim, de uma decisão a ser tomada conscien­temente perante o Senhor, depois de ter refletido e orado ma­duramente. Trata-se de uma escolha a fazer, dentro do maior respeito à liberdade que é devida a cada casal, a cada equipe. Dentro em breve voltaremos a falar mais demoradamente sobre o sentido e o alcance do compromisso que nos é pedido. Até lá, continuemos a aprofundar o espírito e as grandes linhas do Movimento e deixemos para a reunião de balanço a decisão a ser tomada.

Desde já, entretanto, é preciso compreender o que nos é pedido pelo Movimento: interroguemo-nos se o caminho pro­posto pelas Equipes de Nossa Senhora corresponde ao que o Senhor tem em vista a nosso respeito. É bem evidente que ne­nhuma idéia de "merecimento" deverá ser ligada à decisão de cada um dos casais: não seremos mais "merecedores" ao res­ponder "sim", nem o seremos menos se dissermos "não".

Como se depreende das primeiras linhas dos Estatutos, as Equipes de Nossa Senhora se destinam a casais que aspiram a uma vida integralmente cristã. Unimo-nos em equipe para nos ajudarmos uns aos outros nessa caminhada difícil. As Equipes não são o único Movimento, mas apenas um Movimento entre outros com idêntico ideal, embora com métodos e espírito que lhes são próprios.

Elas não agrupam casais que já venceram, mas pessoas de boa vontade dispostas a empregar todos os esforços para viver o Evangelho de Jesus Cristo, serem suas testemunhas no próprio ambiente de vida e, através de sua ação, prepararem os cami­nhos do Senhor, na medida de seus dons e qualidades - como aqueles discípulos que Cristo enviou, dois a dois, diante de si, a todas as cidades e lugares onde tinha que ir (Luc. 10, 1-12) .

É perfeitamente compreensível haver casais que não se adap­tam ao espírito e aos métodos das Equipes e que, após um tempo mais ou menos longo em que fizeram a experiência da vida do Movimento, chegam à conclusão de que não estão no seu lugar

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nas Equipes. É também compreensível que estes casais hesitem em retirar-se. . . É que, durante todo esse tempo, a vivência da fraternidade cristã cimentou amizades sinceras e profundas den­tro da equipe, dentro do Movimento. Entretanto, a escolha que devemos fazer nada deve mudar nos laços de amizade que nos unem. Todos nós temos excelentes amigos que não pertencem ao Movimento, da mesma forma que não ficou diminuída a ami­zade que temos por vários casais que caminharam conosco nas Equipes e que, por motivos de que são eles os únicos juízes, de­cidiram afastar-se e seguir outro caminho.

Caros amigos, os dias que vivemos requerem de nossa parte lucidez, firmeza, decisão, responsabilidade. Numa de suas últi­mas audiências gerais (14-6-72) Paulo VI dizia aos seus ouvintes que o Evangelho não é escola de indolência moral que autorize os cristãos a viverem na mediocridade. É neste sentido que as Equipes de Nossa Senhora desenvolvem o trabalho de reafirma­ção da linha que as inspirou. E o que elas pedem a todos os casais que se acham em suas fileiras é uma opção sincera e viril: a opção por Cristo. Dentro das Equipes, se elas corres­ponderem ao chamado do mais íntimo de sua alma. Fora das Equipes se, na inteira consulta à própria liberdade, assim o de-cidirem.

Com toda a serenidade, voltemo-nos para Nossa Senhora, a padroeira das Equipes, para que ela nos obtenha as luzes do Espírito Santo.

A ECIR

Por motivo das dificuldades de orgauização do programa do segudo semestre, fica lrauslerido para o próximo auo o Encoulro Racional de CoDSelheiros Espirituais, que eslava

previsto para 7 e 8 de agosto.

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PALAVRA AOS EQUIPISTAS

A ORAÇÃO EM FAMíLIA

Há muito tempo esse assunto vem me preocupando. Sem dúvida, a oração em família é um dever do casal equipista. Será que esse dever consiste simplesmente em rezar juntos um Pai Nosso e uma Ave Maria ou em fazer uma pequena oração antes das refeições? Seria então uma formalidade sem grande con­teúdo. Será que não poderíamos sair das fórmulas estereoti­padas?

A oração em família deveria ser um dos meios privilegiados de educar os filhos. Mas talvez neste particular faltem-nos imaginação criativa e experiências interessantes . ..

!: preciso procurarmos meios eficazes e adaptados à men­talidade, à idade, aos problemas dos filhos.

Se a família é uma comunidade de culto não podemos des­prezar a importância da oração comunitária. Rezar juntos sig­nifica muita coisa. Ler juntos um trecho do Evangelho, celebrar a novena do Natal, ler antes da refeição uma oração linda ou um pensamento sugestivo, festejar os diversos aniversários (nas­cimento, casamento, etc.) dando-lhes um caráter cristão, con­versar com os filhos sobre alguns problemas religiosos, comen­tar com eles fatos importantes da vida, armar o presépio de Natal, enfeitar a mesa no dia da Páscoa, dar aos filhos o Evan­gelho ilustrado, ou biografias de santos e heróis cristãos. Ce­lebrar em casa o noivado, a primeira comunhão, a unção dos doentes, etc. . . Tudo isso pode muito bem ser uma maneira de rezar juntos e de cumprir o dever de educar os filhos na fé viva e no amor.

Há cem maneiras de rezar com os filhos. Que cada um procure como fazê-lo. Realmente, eu gostaria que os casais das equipes fizessem duas coisas:

19 - Lembrar-se que eles próprios são os primeiros edu­cadores da fé de seus filhos;

29 - Refletir seriamente sobre o dever da oração em fa­mília, procurando fórmulas novas, várias e adaptadas.

Não seria bom fazer a esse respeito uma troca de expe­riências?

Pe. Alberto Boissinot, s. v. Conselheiro Espiritual do Setor de Marília

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A IGREJA PRESENTE

CENTENARIO DAS CONFER~NCIAS VICENTINAS NO BRASIL

Aparecida do Norte, a cidade-santuário, assistiu, no domingo 21 de maio, a uma das maiores concentrações religiosas de sua história: vicentinos de Minas, Guanabara, Rio de Janeiro, Espí­rito Santo e São Paulo, em número de cerca de vinte mil, ali se reuniram para abrir as comemorações do centenário da So­ciedade de São Vicente de Paulo no Brasil. As 9 horas, D. João Resende da Costa, Arcebispo de Belo Horizonte, oficiou Missa especial para os peregrinos. A Basílica nova estava repleta; na hora da Comunhão, não houve hóstias suficientes para todos. Ao meio dia, os vicentinos saíram em procissão da Basílica velha para a nova, através da Passarela da Fé: o desfile durou hora e meia. . . Na Basílica, realizou-se uma Hora Marial, com preces e cânticos, e fizeram-se ouvir também líderes dos Conselhos vi­centinos.

Fundadas em 1833, em Paris, por Antonio Frederico Ozanam, um estudante da Sorbonne, da qual foi depois professor, as Con­ferências - assim chamadas porque, de início, constituíam cír-

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ENTREVISTA

A CATEQUESE DAS CRIANÇAS

Por ocastao da publicação do livro "Catecismo Existencial" de Carmem Mendonça (Editora Vozes), a Carta Mensal achou oportuno entrevistar o Coor­denador da Catequese na Arquidiocese de São Paulo, Pe. Décio Pe'l'eira, também vigário da Paróquia do Coração Imaculado de Maria, da Universidade Ca­tó.lica.

C.M. - Existem vanas idéias controvertidas a respeito da pri­meira Comunhão. Por exemplo, o senhor acha que

existe idade ideal para a primeira Comunhão?

Pe. Décio - Não existe uma idade ideal, que possa ser gene-ralizada. Ela depende de fatos, que mostrariam

quando seria melhor que a criança comungasse pela primeira vez. A Comunhão está inserida dentro de um contexto. Ela é a participação plena do mistério do Cristo através do sacramento da Eucaristia. A idade seria, pois, aquela em que a criança já está capacitada para descobrir o que significa realmente comun­gar. É evidente também que a criança que viva num lar real­mente cristão adquirirá essa capacidade mais cedo. A primeira Comunhão seria o início de uma vida cristã mais aprofundada.

C.M. - Como o Sr. acha que os pais podem ajudar na catequese dos próprios filhos em casa, antecipando, acompanhando

ou complementando a catequese recebida na Paróquia?

Pe. Décio - Eu acho que a primeira catequese, e a mais im-portante, é a feita pelos pais. São eles que mos­

tram, desde o início da vida da criança, a vivência cristã. As crianças vão aprender muito mais vendo os pais viverem o cris­tianismo. O fundamento seria, pois, o exemplo deles e depois, é evidente, a complementação através de catequistas, mas sem­pre com ajuda e acompanhamento dos pais.

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C.M. - E quanto à solenidade: é importante que haja uma?

Pe. Décio - Acho que não. O principal numa primeira Co-munhão é o conhecimento da vida cristã e dentro

desse conhecimento há um sacramento que se chama Eucaristia e que está dentro de um contexto de vida cristã. A solenidade no caso é tão secundária que se ela não existisse não faria falta, acho ao contrário que seria até melhor.

C.M. - Alguns colégios costumam preparar e realizar a primei­ra Comunhão dos seus alunos. Isto contraria a orien­

tação paroquial atual da Igreja?

Pe. Décio - Existem algumas divergências a esse respeito. A comunidade oficial da Igreja é a Paróquia. Mas

düicilmente ela funciona como tal. Por vários motivos, ( difi­culdade de acesso, viagens de fim de semana, etc.) o contato que alguns têm com a Paróquia é mínimo, quase nulo. Existe então a Escola, que evidentemente não é por si uma comuni­dade, porque é apenas um lugar de trânsito e é muito restrita, somente formada por alunos e professores, não entrando aí o aspecto pais, importantíssimo no caso. O ideal seria que nós. tivéssemos verdadeiras comunidades, como equipes de casais, co­munidades de base, etc., onde houvesse uma verdadeira vivência cristã comunitária. Então aí seria celebrada a primeira Comu­nhão das crianças.

C.M. - Há falta de catequistas? Quais os requisitos necessá­rios a uma boa catequista?

Pe. Décio - Sim, há falta de catequistas. Os requisitos neces~ sários são muitos. O mais importante é que a ca~

tequista esteja profundamente convencida daquilo que diz, e que viva aquilo. Que jamais possa se dizer de uma catequista: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". As outras virtudes são muito intuitivas: saber compreender a criança, adaptar-se à sua linguagem, à sua capacidade, etc . . .

C.M. - Existem cursos ou livros para o treinamento de cate­quistas?

Pe. Décio - Sim. Existem vários cursos. Atualmente estou participando de um no Çolégio do Carmo, para a

formação de pessoas que estão coordenando catequistas nas Pa­róquias. Para quem desejar maiores informações, eu ou a Irmã

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Maria Stella estamos à disposição na Cúria Metropolitana às 2.as e 6.as feiras . Lá temos a relação de todos os cursos que estão sendo realizados.

C.M. - O que vem a ser o livro "Catecismo Existencial", e o que o Sr. acha dele?

l'e. Décio - É uma experiência muito interessante. Sua auto­: ra, Carmen Mendonça, é uma carioca, já avó, que publicou a experiência catequética sua ao preparar os netos para a primeira Comunhão. Gostei muito desse livro, pr incipalmente pela maneira bem adaptada com que se dirige às crianças, tra­tando de temas fundamentais, que até hoje não havia visto tra­tados em catequese infantil, tais como: problemas de revelação, inspiração da Sagrada Escritura, etc. Já várias catequistas o adotaram, pelo menos com.o livro de consulta.

C.M. - Quanto à catequese dos pais das crianças que vão fazer a primeira Comunhão: já está bastante generalizada?

Surte algum efeito a longo prazo?

Pe. Décio - Já está bastante generalizada e surte muito efeito. Existem várias paróquias em São Paulo onde já

não existe o problema de catequistas. Os próprios pais é que preparam os filhos para a primeira Comunhão. Isto é feito de várias maneiras: casais pilotos que preparam os pais, grupos de orientação, reuniões gerais, etc. Isto é muito importante e tem trazido ótimos resultados.

C.M. - Qual poderia ser o papel dos casais equipistas, com for­mação religiosa, nessa catequese de outros casais?

Pe. Décio - O papel é muito importante e constitui em ajudar os pais a prepararem seus filhos para a primeira

Comunhão. Se nós conseguirmos adultos conscientizados, que possam viver plenamente a mensagem cristã, acho que o pro­blema da catequese estará quase todo resolvido.

C.M. - Talvez a "oração em família", preconizada pela ENS, possa ser uma ocasião de catequese das crianças. Qual

seria então a melhor forma de realizar isto?

Pe. Décio - Eu acho que a oração, o seu espírito e o despertar para ela, seria a primeira meta da catequese, por­

que a catequese não é outra coisa senão o despertar da criança

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ou adulto para se colocar como Filho de Deus, nosso Pai. Toda formação deveria levar a esta vida de oração.

C.M. - Mudando um pouquinho o assunto, quando os adoles­centes não querem mais ir à Missa, o que os pais devem

ou podem fazer?

Pe. Décio - O problema dos adolescentes é muito difícil para os pais. O fato deles não quererem ir mais à Missa

é, em geral, uma manifestação de oposição aos pais, que é ca­racterística da adolescência. O adolescente quer mostrar que os pais não mandam nele, que ele é o dono de sua vida. As ati­tudes que devemos tomar são as seguintes: - ajudar o adoles­cente a perceber que ser independente não significa deixar de fazer certas coisas - não forçar demasiadamente - continuar, mais do que nunca, a dar o exemplo - ajudá-lo a descobrir o valor da Santa Missa, o seu signüicado, o seu porque.

Nota da Redação:

Esta entrevista aborda vários aspectos que merecem ser apro­fundados: poderia ser o rastilho para uma troca de correspon­dência com a Carta Mensal.

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O PAPEL DO CONSELHEIRO ESPIRITUAL

No mês em que muitas equipes estarão estudan­do o cap. V do tema: "O sacerdote na Equipe", é com grande satisfação que a Carta Mensal trans­creve do Boletim de Bauru estas notas de uma pa­lestra de um dos primeiros Conselheiros Espirituais de Equipe e de Setor. Há 20 anos, o Con. Pedro Ro­drigues Branco vem dedicando uma boa parte do seu tempo às equipes de J aú e das cidades vizinhas, muitas das quais ajudou a fundar.

É preciso que conheçamos, nós os leigos, qual o papel do Conselne1ro espiritual. Sabendo qual a sua função, poderemos também melhor receber os benefícios dele decorrentes. O Con­selheiro espiritual é uma peça insubstituível da Equipe. Como viver a adesão a Cristo dentro da vida matrimonial? A Equipe não é para resolver problemas particulares de cada Casal, mas para orientá-los para Cristo. É um movimento de leigos que pro­cura a santidade pelo Matrimônio. Quando vamos construir uma casa, procuramos um engenheiro e um arquiteto; quando vamos consertar o carro, um mecânico. Quando estamos doentes, um médico. E assim por diante. E agora, se a equipe é um movi­mento de espiritualidade, temos que procurar um sacerdote. Se­gundo os Estatutos, "todos os planos de trabalho não podem subs­tituir a contribuição doutrinária e espiritual do Sacerdote". Ele que é o homem formado para isso. Que leva os casais a des­cobrirem a sua vocação de servir a Deus no seu estado de vida, e mostra ao casal que eles são membros do Corpo Místico de Cristo. Quando ele faz isso? Em primeiro lugar na parte da oração - trazendo trechos da Bíblia ~ dos Evangelhos apropria­dos ao Matrimônio, onde se conhece o que Deus espera dos Casais. Quando, ouvindo as orações pessoais, ele observa as ne­cessidades de cada um.

O Conselheiro espiritual vai mostrar que não podemos ficar fechados dentro de nossa família, mas devemos ser abertos aos outros casais, ao mundo, numa missão maior de caridade. Então os casais passam de intenções pessoais e egoístas para intenções mais universais, mais altruístas.

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A parte que cabe ao Conselheiro espiritual no tema também é importante, mesmo quando o tema parece exclusivo de casais; aí ele ensina-os a ver tudo com os olhos de Deus, aprendendo o plano de Deus.

É preciso que os equipistas valorizem e aproveitem mais sua meditação. Os casais acabam se tornando uma só família com o Conselheiro espiritual. Com isso ele pode auxiliar mais os casais das equipes, por serem "de casa", do que os outros paro­quianos. Ele espelha para o equipista a verdadeira figura do sacerdote: um homem como outro qualquer, com seus defeitos e qualidades, mas apesar disso o escolhido por Deus como liga­ção entre Deus e os homens; o representante de Cristo na terra.

Precisamos ajudar os sacerdotes a conhecer a sua missão nas Equipes. A Equipe é um grande instrumento de apostolado sa­cerdotal. Quem aceita a Equipe como instrumento de espiri­tualidade tem que aceitá-la com ela é. Sem querer modificá-la conforme sua maneira de ver as coisas, porém valorizando o que ela tem para dar.

"Descobri nas Equipes as riquezas do sacramento do matrimônio e como é profundo o amor cristão - e isto levou-me a rever a minha vida sacer­dotal nesta perspectiva. O casamento que existe entre o sacerdote e Deus me foi assim revelado. Também adquiri um senso mais profundo do que é o amor fraterno, do tipo amor de caridade, agape. Sinto-me mais irmão dos meus irmãos religiosos, sinto uma verdadeira ternura para com eles, um desejo muito grande de ser-lhes útil.

O seguir as regras do jogo na equipe, onde se é ao mesmo tempo sa­cerdote e irmão, constitui um treino para viver com todos os homens que a gente encontra, um aprendizado para amar os homens com o coração de Deus.

Há quase seis anos que sou sacerdote e um ano que sou Conselheiro espiritual de equipe, e as Equipes fizeram com que eu percebesse melhor a grandeza da oração comunitária e acreditasse mais na necessidade da meditação, que agora considero como um elemento essencial do apostolado" .

(Da Carta Mensal Equipes Novas n'l 1, nova edição)

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VIDA DE EQUIPE

OS MEIOS DE APERFEIÇOAMENTO

Traduzido da Carta Mensa.l Norte-Am ericana

Durante nossos seis anos de equipe, temos tido os costumei­ros altos e baixos, como casal e como equipe. Descobrimos que a maior parte de nós tem dificuldades, nalgum momento, com os meios de aperfeiçoamento.

No dia em que deveríamos escrever o presente artigo, che­gou-nos uma carta do nosso casal animador, que por coincidência é jornalista de renome, e ele disse tudo quanto estivéramos pen­sando. Assim, com a permissão de Larry, vamos partilhar com vocês a carta dele e de J oan.

"Parece-nos que há dois aspectos distintos na vida de equipe. Aquele do qual todos nós estamos mais conscientes, é o partilhar comunitário nas nossas reuniões mensais e os seus pro­longamentos esporádicos durante o mês quando nos encontra­mos, por exemplo, a dois casais, para fazermos o dever de sen­tar-se.

O outro não é tão evidente. É a atitude toda e a maneira de viver que o casal se esforça por assumir como pessoas, como casal, e em seu relacionamento com o resto da família. Pare­ce-nos que uma das razões básicas da existência das Equipes é exatamente ajudar os casais a criar essa atitude e essa maneira de viver - de acordo com as Normas de Cristo e dos Evan­gelhos - e a tentar continuamente transformar as suas vidas em função dessas metas. Este processo de renovação radical re­quer uma tremenda dose de maturidade e de auto-disciplina; na ausência de qualquer estímulo por parte da sociedade como um todo, nós precisamos recorrer a alguns aliados para encorajar­-nos. São esses aliados que esperamos encontrar em nossa equipe.

Mas os nossos aliados da equipe só podem mesmo, em última análise, encorajar-nos. Nós mesmos é que devemos tomar as medidas para identificar as atitudes básicas segundo as quais desejamos viver e então transformar as nossas vidas para al­cançá-las. Podemos ser ajudados na reunião pelas lutas e su­cessos dos outros; podemos dar testemunho também nós, que irão

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ajudar os outros. Porém no fundo nada acontecerá a não ser que, como casal e como indivíduos, estejamos lutando dia após dia, tentando entender a nossa vida e mudá-la de acordo com o nosso objetivo.

O esquema das Equipes dá-nos uma série de ferramentas para ajudar-nos neste processo de busca e transformação de nós mesmos. Essas ferramentas - os meios de aperfeiçoamento -são uma disciplina que cada um se impõe a si mesmo; tudo o que se nos pede na reunião é partilhar como estamos indo neste trabalho de auto-disciplina. O controle é algo programado ape­nas para abrir a porta ao encorajamento, ao sustentar-se de uns pelos outros e às sugestões construtivas.

De alguma forma, em nossa evolução como equipe, muitos de nós perdemos de vista o potencial criativo dos meios de aper­feiçoamento, e os vemos apenas como um fardo, como obrigações, talvez um tanto fora de moda ...

Pedimos a cada um dos casais que discutam em profundi­dade, com toda a franqueza e honestidade, sua atitude em re­lação aos meios de aperfeiçoamento enquanto adjutórios na sua vida de casados. Vocês, como casal, sentem realmente a neces­sidade de fazer um dever de sentar-se uma vez por mês a fim de rever a sua vida de acordo com os seus objetivos básicos? Até quanto é importante para vocês rezarem com seus filhos uma vez por dia? Rezar pelos outros casais das Equipes? Pode a regra de vida ajudá-los no seu processo de renovacão total? Como? É a meditação para vocês um fugir da realidade ou a oportunidade de ver as coisas como realmente são (e como de­veriam ser)?"

Em conclusão, gostaríamos de dizer que os meios de aper­feiçoamento não deveriam ser enfatizados por si: deveríamos pensar no que eles podem fazer por nós em nossa vida de casados .

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MEU CLIENTE MAIS IMPORTANTE

Dedicado a todos os pais, por ocasião do Dia a eles consagrado.

Reunião de pais no colégio do meu filho mais velho. O di­retor nos fala das relações entre pais e filhos. - Vocês querem eliminar as dificuldades com seus filhos? A partir dos 10 anos,

I· adquiram o hábito de sair uma vez por mês com eles (a fre­qüência depende do número de filhos) passeando a dois: uma sessão de cinema, um lanche. De início eles ficarão surpresos. Depois perceberão que nesses momentos vocês estarão à sua in­teira disposição, sem pressa alguma. Eles falarão: adquirirão o hábito do diálogo, e isto lhes permitirá ajudá-los ao correr dos anos.

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O plano pareceu-nos engenhoso, a mim e à minha mulher, e resolvemos experimentá-lo com os nossos dois filhos.

Tudo se passou como previsto: surpresa, depois compreen­são, confiança, diálogo. A partir desta experiência, eles perce­beram que, se tivessem realmente necessidade de mim, eu es­taria sempre disponível.

E de minha parte eu compreendi que, entre todos os clien­tes que eu visitava, meus filhos deviam estar em primeiro lugar: cada um deles era "meu cliente mais importante". Fosse qual fosse a hora, a fadiga, a importância da ocupação do momento, eu devia tudo largar para atendê-los, como efetivamente eu fazia com meu cliente mais importante. Faltava provar isto a eles.

Volta de viagem. Noite sem dormir. Depois do jantar, di­ficuldade em ficar com os olhos abertos. Meu mais velho esco­lhe esse momento: "-Papai, eu queria falar com você". Minha mulher protesta. Eu aprovo. Mas dentro de mim mesmo, de repente um estalo: primeiro cliente, primeiro cliente. . . E digo ao meu mais velho: "Venha, você é o meu cliente mais im­portante. O cansaço não importa".

Duas horas para resolver seu problema ... Mas que alegria para mim, diante da confiança total que ele me manifestara. E ele me disse mais tarde que se eu não o tivesse atendido naquele momento, ele não se teria mais aberto comigo.

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Para o segundo, foi um ano mais tarde. Sábado de manhã. Fim de um seminário organizado pela nossa firma. Meu chefe resolve segurar-me para almoçar a fim de fazermos a avaliação do trabalho realizado. Eu telefono à minha mulher para avi­sá-la. - Que pena, diz ela, Paulo queria ver-te. - Não pode es­perar até de noite? - Ele vai para o acampamento de tarde. -Chame-o ao telefone. - Alô, Paulo? Você precisa mesmo falar comigo? - Preciso sim, papai! - Está bem, desmarco o almoço com meu chefe, e vou para casa. Fui avisar o meu chefe: "Meu cliente mais importante está à minha espera: lamento não poder ficar para o almoço". - Bem, nesse caso, até segunda-feira. Mas, diga-me: quem é o seu cliente mais importante? - Meu filho. Ficou boquiaberto ...

Paulo estava à minha espera. Ele queria contar-me sua ale­gria de ter descoberto a amizade. E eu me entusiasmei com ele pela sua descoberta ...

Assim foi que eu sempre tive a confiança dos meus filhos. Eles tinham então 10 e 11 anos. Hoje têm 19 e 20 anos. Con­tinuam a tudo me confiar. Jamais o diálogo foi interrompido entre nós.

(Da Carta Mensal internacional)

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JESUS CRISTO "SUPERSTAR"

Um dos espetáculos mais discutidos no mundo inteiro, repre­sentado em Londres, Nova York, Paris e São Paulo.

Trata-se de uma "Paixão segundo Judas". Um Judas nacio­nalista judeu, que via em Cristo um líder político; decepcionado com sua pregação, acusa-o de só pensar nas coisas do céu, de deixar-se adular, de acreditar "nessa conversa de que é o Mes­sias". Um Judas que trai por revolta, por desgosto, e não por dinheiro. Um Judas atormentado e desorientado. A raiva, o amor, o desespero, a sensação de ser um instrumento, a certeza de ter sido "usado" - os sentimentos de Judas são retratados com tanto cuidado quanto os de Jesus. Nesta "Paixão", são duas as vítimas: Jesus e Judas.

Por isto o papel de Judas tem tanta consistência, mais até que o de Jesus. E é nesta perspectiva - o olhar de Judas -que a ópera nos apresenta um Jesus puramente humano, hesi­tante, quase passivo, levado pelas circunstâncias - um Jesus que nada tem de "super-star". Assistimos, através da oposição entre as duas personagens principais, à eterna luta entre o bem e o mal - o bem, apagado e silencioso, o mal, ativo e espalhafatoso.

Para conseguir o seu objetivo - apresentar um Cristo des­pojado da dimensão divina - os autores, os ingleses Andrew Lloyd Weber (a música) e Tim Rice (a letra), não hesitaram em distorcer várias passagens dos Evangelhos: tudo que pode deixar entrever o Cristo-Deus foi sistematicamente podado ou modificado. Embora recorra a exageros de gíria, colocando ex­pressões totalmente deslocadas na boca de Jesus, a tradução de Vinícius de Morais em algumas passagens importantes não é tão radical, até "abranda" um pouco o texto original. Por outro lado, nem sempre ela consegue render a beleza ou a dramaticidade do original. Nessas horas também os cantores muitas vezes "não ajudam" ...

É deveras lastimável que em momento algum transpareça a divindade daquele que disse: "Ninguém me toma a vida, sou eu quem a dou"; no entanto, o enfoque para o lado humano de Cristo, que afinal sofreu mesmo angústia, dúvida e solidão ao

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"receber a sua morte humana", como diz Péguy, não deixa de ser válido. Quem assistir à ópera convicto de que Cristo era apenas um homem sairá de lá mais seguro na sua convicção -perderá, é certo, uma boa oportunidade de descobrir que este homem também era Deus. Mas os caminhos da graça são im­previsíveis e alguns poderão comover-se com o homem-Jesus e querer saber mais alguma coisa a seu respeito.

É sem dúvida um espetáculo destinado a ter um grande im­pacto sobre a juventude. A par da inegável atração que a fi­gura de Cristo - principalmente de um Cristo "desmitificado" -exerce sobre o público jovem, a beleza da encenação, bastante feliz em alguns momentos, a música, muito bonita na sua sim­plicidade, contribuirão para entusiasmá-lo. Impressionando-se com este Jesus apenas homem, os jovens poderão tender a iden­tificar-se com a problemática de Judas, abraçando a sua dúvida: "Quanto mais eu penso, menos dá para entender . .. "

Os que têm filhos moços ou adolescentes, os que trabalham com jovens não podem deixar de assistir a este espetáculo, pois a eles caberá mostrar aos jovens o outro lado da personalidade de Cristo, respondendo à pergunta-chave da ópera: "Jesus-Cristo, Jesus Cristo, qual a razão do teu sacrifício?"

G.F.D .

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O ASSUiNTO É RETIRO

Num levantamento feito pelo Setor de Marília, no fim do ano passado, apareceram dados curiosos. Por exemplo: os 20 casais das três equipes de Garça haviam feito o retiro (100%), contra apenas 56% dos equipistas de Marília - onde há oito equipes e 60 casais. Ou seja, praticamente a metade dos equi­pistas de Marília não fez retiro em 1971.

E a gente vai se perguntando como estarão as coisas nos outros Setores ... Uma boa sugestão para os Responsáveis de Setor e de Coordenação: já pensaram em fazer um levantamen­to da participação dos casais nos retiros? É , gente, porque os números enganam. Porque a casa lotou, parece que está tudo azul. Mas é preciso ir além dos números e ver os nomes. Então descobre-se que, ano após ano, são sempre mais ou menos os mesmos. E cadê os outros?

O Casal Responsável pelos Retiros conhece bem a "música": os outros são aqueles que vão sempre deixando "para fazer no segundo semestre", e não é que justamente no segundo semestre aparece um empecilho e "fica para o primeiro do ano que vem". Na hora de se inscrever, é a sogra que está doente, ou o marido .; cheio de serviço, o pequenininho com sarampo, Deus - ou me-lhor, o diabo - sabe lá o que. E nessa "conversa", os anos vão passando e ninguém desconfia. Quando a gente vai ver, há uma quantidade de casais que não fazem retiro há 3, 5 ou mais anos.

No entanto, há pelo menos sete pessoas cuja obrigação é não deixar que isto aconteça: o Casal Responsável da equipe e o seu Conselheiro espiritual, o Casal de ligação e o Casal Respon­sável do Setor. Pelo menos, porque em última análise somos todos co-responsáveis e portanto a responsabilidade é de todos: não só de toda a Equipe de Setor como de cada um em relação aos seus companheiros de equipe.

Apelando novamente para Marília, transcrevemos alguns tes­temunhos oriundos do primeiro retiro deste ano:

- "O retiro nos serviu para uma parada do cotidiano e re­encontro nosso, para uma tomada de posição, com melhores pro­pósitos de servir, principalmente nas nossas relações e para com nossos filhos e familiares".

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- "Fez-nos parar para fazermos um exame de consc1encia e ver os pontos falhos de nossa vida e também nos aprimorarmos mais no conhecimento do Plano de Deus".

- "Este retiro nos fez ver o Evangelho de maneira diferente, compreender o sentido da meditação, fazendo com que nosso aproveitamento fosse de maneira total e em hora oportuna, fa­zendo-nos sentir a responsabilidade de aplicar em nossa vida prática tudo o que aqui recebemos".

- "Trouxe-nos uma renovação da nossa vida segundo Cristo. Deu-nos esperanças de viver uma vida cristã mais autêntica".

- "Ajudou-nos a crescer espiritualmente, aprofundando o nosso conhecimento sobre Deus, a oração, e a vida cristã em equipe e na família".

Isto tudo nos lembra como é importante fazermos regular­mente o nosso retiro - importante não só para a nossa vida espiritual, como também para a própria vida conjugal, já que, uma vez unidos pelo Sacramento do Matrimônio, queiramos ou não, uma depende da outra .

"Se eu soubesse de um casal cuja vida conjugal fracassou e descobrisse que há vários anos não vinha fazendo retiro, diria sem hesitação que a culpa desse fracasso recai sobre o seu Responsável de Setor. Porque, muito mais do que uma res­ponsabilidade administrativa, a responsabilidade do Casal Res­ponsável pelo Setor é de ordem espiritual - ele é o respon­sável pelo progresso espiritual de cada um dos membros do seu Setor".

HENRI CAFF AREL

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NOTíCIAS DOS SETORES

Grande é a nossa alegria porque este mês temos farto ma­terial - colhido como sempre principalmente através dos Bole­tins recebidos dos Setores. A Equipe da Carta Mensal tem um agradecimento e um pedido a fazer - o agradecimento, a Irene e Dionísio, responsáveis pelo Setor de Taubaté, que têm man­dado notícias diretamente e regularmente; o pedido, aos demais, para que imitem o seu exemplo. . . Aproveitamos também para renovar o ape.lo para que os Boletins sejam mandados com re­gularidade e se possível em três vias, diretamente para a Se­cretaria.

Encontro e Retiro em Taubaté

Vários foram os pontos altos do Encontro das Equipes de Taubaté; as palavras do Pe. Roque, que falou sobre a respon­sabilidade da família cristã e em particular do casal equipista em relação às vocações sacerdotais; a reflexão e o debate nos sete grupos de trabalho - a reflexão, sobre a parábola de Cristo "Eu sou a videira e vós os sarmentos", os debates sobre o tes­temunho que o equipista deve dar ao mundo sobre a felicidade familiar e o diálogo conjugal.

Quanto ao retiro, os vinte casais participantes ouviram o Pe. Aquino falar, no ambiente austero e chamando à meditação do Convento Franciscano de Santa Clara, sobre espiritualidade conjugal, fraternidade, os dons de Deus e a graça. Uma nota bastante comovedora: a participação dos irmãos cursilhistas durante todo o transcorrer do retiro, dez homens participaram ativamente da equipe de serviço, incumbindo-se da penosa e in­grata tarefa de preparar as refeições.

O Boletim de São José dos Campos

Chegou pela primeira vez o Boletim de São José dos Cam­pos: benvindo! E parabéns porque está muito bom. Pena não termos jamais recebido os anteriores ... Através do Boletim, fi­camos sabendo "algo mais" sobre a viagem de Hélene e Peter -entre outras coisas, que todos, na casa de Yvette e Mareei Del­pont, o Casal Super-Regional do Brasil, sabem rezar o "Magni-

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ficat" em português. Depois dessa, vejam se ainda dá pé rezar a Salve Rainha ... Que tal aprender o "Magnificat", em francês também, pois o Delpont vem aí ...

Dia de Formação do Setor "C" /São Paulo

Havia 30 casais no Colégio Santo América no dia 4 de junho. A dose de espiritualidade foi bem alta, senão vejam: palestras sobre "O Fenômeno Religioso", "Cristo, a Família e a Edu­cação Religiosa", orientação do ano e leitura do Evangel)ho; grupo de trabalho para estudar a pergunta: "Quais são as prin­cipais causas do infantilismo religioso (na fé) - dê pistas para um trabalho de progressiva harmonia entre fé e vida". Não res­tou tempo para estudo da pergunta: "Cristo está em sua casa. Ele está como uma imagem crucificada na parede, ou como um ser vivo que influi na vida da família?", que ficou em aberto para a reflexão dos equipistas. Mas nem tudo foi sério nesse dia: houve a representação, em 40 minutos, de uma peça teatral, criada e interpretada por jovens da Paróquia do Perpétuo So­corro.

A Equipe 1 de Petrópolis e a Orientação do Ano

Transcrevemos do "Equipetrópolis": "Na reunião de março, nosso C .R. transmitiu-nos a orientação recebida no Encontro dos Responsáveis em São Paulo. É o ano da "opção". Para nós, da equipe 1, está bem claro que a opção feita há oito anos atrás deve ser ratificada, dia a dia, através de um esforço consciente para viver aquilo a que espontaneamente nos comprometemos. Desta constatação surgiu o propósito geral no sentido do cum­primento de todas as obrigações por todos os casais.

Sugeriu-se que cada casal ficasse encarregado de cobrar de seu vizinho ao lado a prática dos meios de aperfeiçoamento. Ao que parece, a idéia vai dar bons resultados, pois duas semanas antes da reunião, já começaram os telefonemas dos "padrinhos", preocupados em estimular os "afilhados", enquanto da parte des­tes se nota um grande empenho em não encabular os padrinhos. Nós ganhamos uma carinhosa visita, que nos fez rememorar os velhos tempos em que nos visitávamos com muito mais freqüên­cia. Dispensando patente, aqui fica a sugestão para todos os equipistas que se quiserem confiar aos cuidados dos irmãos.

Nosso querido Conselheiro espiritual prometeu que vai "dar ·duro" na equipe. Ficamos-lhe muito gratos, pois estamos con­vencidos de que é disto que precisamos. Com seu amor exigen­te, ele nos ajudará a cumprir as exigências do amor ...

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Aliás, por falar em "obrigações", a equipe 1 tem uma obri­gação própria e exclusiva: é a "Ave-Maria do Iberê". Por su­gestão do mesmo, deveríamos escolher um momento do dia em que todos nos uníssemos em oração. Ficou combinado que, dia­riamente, às 11,30 hs., rezaríamos uma Ave-Maria nas intenções dos irmãos da equipe".

Por aí vê-se que os meios de aperfeiçoamento pre­conizados pelo Movimento ainda são poucos - sempre há quem invente mais algum ... Sinal de que são real­mente meios de aperfeiçoamento, e não meras obrigações.

"Esforço consciente para viver no dia a dia aquilo a que espontaneamente nos comprometemos"'. . . É exa­tamente o que afirma o Larry, nosso companheiro jor­nalista norte-americano.

Conclusões da Noite de Formação em Campinas

Os 75 casais presentes foram quase unânimes em suas res­postas à pergunta:

1 - O que foi motivo para ressurreição em sua Equipe? -O apostolado comum a todos os membros da equipe é uma ver­dadeira ressurreição para todos. Enquanto gira em torno de si mesma, a equipe não vive, vegeta e a descoberta de um trabalho em grupo faz com que todos acordem e vivam uma nova vida. O Conselheiro espiritual tem sido, para muitas equipes, motivo de ressurreição.

Quanto à segunda pergunta - "Qual a obrigação que já foi instrumento de ressurreição para a sua vida conjugal e familiar" -as respostas também foram concordes; apontaram:

O dever de sentar-se - por ser o momento em que o casal se põe diante de Cristo Ressuscitado que vem para reanimar querp. está desiludido e sem esperança. Para isso é preciso ouvi­-lo: o casal, durante a sua conversa, precisa parar para escutar o Cristo que está presente e não fazer do seu "dever de sentar-se" uma conversa banal como tantas que se faz durante o dia.

Retiro e meditação - quando o Cristo nos aparece mais pal­pável e de onde saimos sempre cheios de uma vida nova.

A reunião da Equipe - a convivência com outros casais, que faz a gente sair de si, já é uma ressurreição. A reunião da equi­pe deve ser um encontro para ressuscitar o nosso ânimo muitas vezes abalado pelos desencontros e desilusões que tivemos no decorrer do mês. A Celebração da Eucaristia durante a reunião

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faz com que valorizemos mais a reunião, sintamos o Cristo mais perto de nós.

Encontro do Setor de Americana

Perto de cinqüenta casais das Equipes de Americana, Sumaré e Santa Bárbara d'Oeste compareceram ao Seminário dos Ca­puchinhos, em Nova Veneza, acompanhados dos filhos, desde bebês até adolescentes.

Para a "filharada" - que não foi pouca - Fanny e Wilson organizaram atividades e entretenimentos que encantaram a todos.

Para os "marmanjos", além das palestras, houve grupos de trabalho muito animados e proveitosos, além da parte litúrgica, muito bem organizada, que teve seu ponto alto na Santa Missa.

Com duas palestras do Responsável pela ECIR, os equipistas do Setor de Americana saíram do encontro de Nova Veneza com muito entusiasmo para se entregarem à orientação do ano.

De parabéns os responsáveis pela iniciativa, pois neles se manifestou o carisma que Deus lhes suscitou para engrandeci­mento do seu Reino. Nossa Senhora, Rainha das Equipes, vai continuar intercedendo pelo completo êxito dos trabalhos daque-

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les que, como Fanny e Wilson, zelam sem esmorecimento pelas Equipes de seus Setores.

Encontro em ltu

No domingo 28 de maio, Glorinha e Moacyr com seus filhos n.0 " 6 e 7 saíram de São José dos Campos e foram para Itu para um Encontro com os irmãos das ENS daquele Setor.

Recepcionados carinhosamente por Gabriela e Mendes. Al­moço em convívio fraterno com os casais do Setor e Frei Agos­tinho em casa do casal regional Ivone e Ahtnylo.

O Encontro, realizado na parte da tarde, constou de exce­lente introdução pelo Frei Agostinho, que demonstrou entusias­mo e conhecimento das equipes; palestra de um jovem que nos emocionou a todos. Foi uma pena que não tenha sido gravada; o garoto, com os pés no chão, nos disse coisas muito boas. Pa­lestra de Moacyr sobre a orientação do ano; aproveitou da pa­lestra do jovem (ele havia falado em opção e testemunho dos pais) para enfatizar o valor da opção e o sentido do nosso tes­temunho de casal. Como houve, antes da palestra, inúmeros tes­temunhos sobre uma ação apostólica dos equipistas (Clube de Mães, APAE, etc.) Moacyr aproveitou para mostrar a grande necessidade da alimentação da alma através da meditação e lei­tura da Palavra de Deus para que se possa enfrentar o aposto­lado sem o perigo do desânimo. Ahtnylo falou alguns minutos sobre os problemas da região. Fala rápida, mas bastante car­regada de significado. O Encontro terminou com Missa oficiada por Frei Estanislau, que se despedia - viagem para a Holanda.

Notas animadoras: a presença de 4 casais de Angatuba, ci­dade que dista mais de 100 Kms. de Itu; testemunhos positivos sobre ação do casal de ligação no Setor.

Dois Avisos

Da Guanabara - Pede-se que, havendo equipista, ou filho de equipista, rádio-amador, comunique seu prefixo, faixa, etc., à Secretaria, para publicação na Carta Mensal.

De Taubaté - Terá lugar no dia 20 de agosto em Taubaté o "V ENCONTRO DE CASAIS DO VALE DO PARAíBA, MOGI DAS CRUZES E UBATUBA". Espera-se um comparecimento maciço dos equipistas da Região E. Os convites já foram expe­didos e devem ser procurados junto aos Casais Responsáveis pelo Setor ou Coordenação, ou então com o casal !rene e Dionísio, em Taubaté, que dará informações pelo telefone 2-4581.

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Mais uma Equipe em Curitiba

Fez seu pedido de admissão no Movimento a Equipe n .0 23 do Setor "B" de Curitiba. A invocação da nova Equipe é "Nossa Senhora do Belém", seu primeiro Casal Responsável é Zélia e Antonio Bardelli e seu Conselheiro Espiritual, Frei Antonio Fiori - palotino.

Rio Preto

Foi lançada por Ruth e Carlos, da equipe 67 de São Paulo, e está sendo pilotada por São Carlos, a primeira equipe de Rio Preto.

NOTíCIAS INTERNACIONAIS

A Equipe Responsável sem os Simpsom

Anunciamos na Carta Mensal anterior a entrada de um novo casal na Equipe Responsável Internacional, os Flach, antes Super­Regionais para as equipes de língua inglesa. Agora recebemos no­tícia de que Constantin e Genevieve Simpsom resolveram deixar a Equipe Responsável. A despedida oficial deu-se num jantar, por ocasião do Encontro de Casais Regionais (do qual participaram Hélene e Peter) em Paris, em abril, mas eles deixaram efetivamen­te a Equipe Responsável em fins de junho. Os Simpsom estavam ao lado do Pe. Caffarel no Centro Diretor - depois Equipe Di­rigente e agora Equipe Responsável - há 21 anos ...

Será que conseguimos aquilatar o que representam 21 anos de dedicação ininterrupta na direção do Movimento? Pode-se imaginar que não tenha sido fácil para os dois "desligar" depois de tantos anos. Por isso Constantin e Genevieve, já credores da nossa admiração e do nosso reconhecimento, merecem que nos lembremos particularmente deles agora em nossas orações.

Novas Equipes

Bélgica: 1 - França: 15 - Portugal: 2.

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RETIROS

Região São Paulo-Capital

Finalmente podemos completar o quadro de retiros, e isto graças aos esforços da Equipe de Retiros recentemente criada.

As inscrições continuam sendo recebidas na Secretaria.

11 a 13 de agosto - em Valinhos - Frei Eduardo Quirino de Oliveira, o.p.

25 a 27 de agosto - em Barueri- Frei Barruel de Lagenest, o.p.

22 a 24 de setembro - em Valinhos - Frei Humberto Pereira de Almeida, o.p.

29 de setembro a 1.0 de outubro - (EM SIL~NCIO) - em Ba­rueri - Pe. Antonio Aqui-

no, s.j.

6 a 8 de outubro - em Valinhos - Frei Estevão Nunes

27 a 29 de outubro - em Barueri - Pe. Décio Pereira

17 a 19 de novembro- em Valinhos- Pe. Mário Zuchetto e sua equipe sacerdotal

Setor de Campinas, em Valinhos

18 a 20 de agosto - Pe. Romanelli

1 a 3 de setembro - Pe. Oscar Melanson

13 a 15 de outubro - Pe. Benedito Pessotto

10 a 12 de novembro - Pe. José Antonio Busch

26 a 28 de novembro - Pe. Mário Zucchetto

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

"A maternidade de Maria na economia da graça perdura inin­terruptamente a partir do consentimento que ela fielmente pres­tou na anunciação, que sob a cruz resolutamente sustentou até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este salvífico munus, mas por sua multiplice in­tercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna. Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz Pátria".

(Lumen Gentium, 62)

Texto de Meditação

Evangelho de São João, cap. 19, vers. 25 a 27:

Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí teu filho". Depois disse ao discípulo: "Eis aí tua mãe''. E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.

Oração Litúrgica

Irmãos, rezemos ao nosso Salvador, que quis nascer da Virgem Maria, e digamos:

- Minha alma exalta o Senhor. Filho de Deus vivo, por vossa Paixão salutar preservastes vossa Mãe de toda im­pureza: - guardai-nos puros de todo pecado. Redentor dos homens, escolhestes como habitação o seio puríssimo da Virgem Maria: - fazei de nós o templo de vosso Espírito. Senhor das inteligências,

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vossa Mãe meditava em seu coração vossos gestos e palavras: - fazei que conservemos vossa palavra num coração bom e puro. Salvador do mundo, quisestes que Maria estivesse ao pé da Cruz para vos assistir: - concedei-nos em meio às provações e alegria da esperança. Rei dos reis, glorificastes Maria com sua alma e seu corpo: - voltai nossos desejos para as realidades eternas.

Oremos:

- Deus eterno e todo poderoso, vós que fizestes ascender até a glória do céu, com sua alma e seu corpo, Maria, a Virgem ima­culada, mãe de Jesus, fazei que permaneçamos atentos às coisas do alto, a fim de partilharmos de sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo . . .

(Oração do Tempo Presente, Oficio da Virgem Maria)

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