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Revista Digital de Podologia Revista Digital de Podologia Gratuita - Em português Gratuita - Em português N° 93 - Agosto 2020

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N° 93 - Agosto 2020

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R e v i s t a p o d o l o g i a . c o m n ° 9 3 A g o s t o 2 0 2 0

ÍNDICE Pag.

5 - ¿Como recomendar calçados esportivos para pacientes que praticam

corrida? De evidências científicas à experiência clínica.

Manuel Mosqueira Ourens. Espanha.

18 -Biossegurança dos riscos ocupacionais das infecções respiratórias por

aerodispersóides de unha.

Simone Marques Pinto de Oliveira, Felipe De França Oliveira, Bruno Lemos Cons e

Paulo Murilo Neufeld. Brasil.

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Resumo Praticar esportes tem uma influência positiva

sobre a condição física de uma pessoa, além de reduzir a incidência de obesidade, doenças car-diovasculares e muitos outros problemas crôni-cos de saúde. A corrida é uma das formas mais populares de atividade física, pois é uma ativida-de humana natural e acessível a quase toda a população.

Nos últimos 50 anos a popularidade da corrida

de distância tem aumentado devido à sua grande acessibilidade e promoção do esporte na área da saúde. No entanto, correr causa altos índices de lesões. A etiologia é multifatorial, incluindo fato-res extrínsecos como superfície, supertreinamen-to, nível do corredor ou especialidade esportiva e fatores intrínsecos, como nível de condiciona-mento físico, histórico de lesões, fadiga e adap-tações durante a corrida, biomecânica e tênis de corrida.

O design dos tênis de corrida mudou nos últi-

mos cinquenta anos com o objetivo de prevenir lesões relacionadas à corrida e melhorar o des-empenho. Os tênis de corrida devem ser selecio-nados após uma avaliação cuidadosa e completa. Este artigo de atualização avalia os recursos e métodos de recomendação de tênis para corre-dores.

O objetivo é fornecer uma visão ampla, clara e

objetiva dessas ferramentas e auxiliar os podólo-gos em suas clínicas na recomendação de tênis para corrida.

Palavras-chave: Corrida, calçados esportivos,

tênis de corrida, assessoramento, pronação, amortecimento, conforto.

Abstract Doing sports has a positive influence on a per-

son’s physical condition as well as for reducing the incidence of obesity, cardiovascular disease, and many other chronic health problems. Running is one of the most popular forms of

physical activity as it is a natural human activity and accessible to almost everyone. Within the last five decades the popularity of distance run-ning has increased due to its easy accessibility and sport promotion in general. However, running causes high rates of injuries. The multifactorial etiology, including extrinsic factors such as the surface, overtraining, skill level, the level of com-petence and intrinsic factors such as the level of physical condition, injury medical records, distur-bances during the race, running biomechanics and running shoes. Running footwear design has changed over the past fifty years in order to pre-vent running-related injuries and improve perfor-mance. Running shoes should be selected after a thorough and careful evaluation. This update arti-cle evaluated the characteristics and methods for giving useful advice on footwear to runners. The aim is to provide a broad, clear and objective view on this tools and help podiatric clinicians when recommending running shoes.

Keywords: Running, sports footwear, running

shoes, assessment, pronation, dcushion, com-fort.

INTRODUÇÃO Correr (i.e. running) é uma das atividades

esportivas mais populares, pois é uma atividade humana natural (1) e acessível a quase todos. Ele tem muitos benefícios positivos para a saúde e pode ajudar a prevenir muitos problemas crôni-cos relacionados à inatividade.

No entanto, a prevalência de lesões de mem-

bros inferiores em decorrência da corrida conti-nua a aumentar (2) e, embora sua etiologia seja claramente multifatorial (3), o calçado esportivo é um fator importante a ser considerado.

É lógico considerar que o tênis de corrida des-

empenha um papel fundamental, pois geralmen-te é o único equipamento necessário para a corri-da. Portanto, muito do sucesso no gerenciamen-to de lesões em corredores passa pela importân-cia de se conhecer o calçado esportivo (4).

Como recomendar calçados esportivos para pacientes que praticam corrida? De evidências científicas à experiência clínica.

Manuel Mosqueira Ourens - España. Clínica del Pie Factor Biomecánico. A Coruña, España. Grupo de Investigación ABIDOR, Universidad Católica San Antonio de Murcia (UCAM), España.

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É claro que o calçado de corrida de hoje é fruto de pesquisa e inovação, e sua mudança é cons-tante ao longo dos anos com o objetivo de melho-rar o desempenho e influenciar a biomecânica, além de ajudar na prevenção de lesões. Porém, apesar do desenvolvimento tecnológico aplicado aos calçados esportivos, até 79% dos corredores continuam a se lesionar (5,6).

Como indica Lieberman (7), todos os corredo-

res, incluindo atletas profissionais, corriam des-calços ou com calçados minimalistas até que os modernos tênis de corrida foram inventados em 1970, incorporando amortecimento de calcan-har, suporte de arco plantar e solados mais gros-sos para proteção e mitigação de impactos (8).

Porém, atualmente o calçado é desenhado com

sola mais fina para promover um padrão de sus-tentação mais natural que, ao mesmo tempo, seu mecanismo de execução protege o pé e o restan-te das estruturas superficiais (8,9).

A teoria do professor Lieberman de que o corpo

humano estaria preparado para correr descalço e que, mesmo de uma perspectiva evolucionária, correr descalço é tão natural quanto andar des-calço é apoiada por essas investigações.

Por esse motivo, talvez a dúvida seja que o pé

não está adaptado para correr descalço nas superfícies atuais e também que o “corredor típi-co” mudou (10), visto que o número de corredo-res amadores está aumentando cada vez mais, principalmente sem preparação prévia e, propor-cionalmente, o número de lesões também aumenta.

Os principais objetivos dos tênis de corrida

sempre foram os mesmos ao longo da história: fornecer amortecimento e melhorar o desempen-ho.

O desempenho é um parâmetro que, se o ana-

lisarmos com base em marcas de corridas de longa distância como a maratona, podemos observar que houve uma diminuição clara e per-ceptível nos tempos desde os primeiros jogos olímpicos modernos da história até os passados, do Rio de Janeiro (11).

Porém, se buscarmos uma relação entre mar-

cas e tênis de corrida, devemos adicionar uma variável importante como é o corredor/a (princi-palmente a raça). Por esse motivo, é importante fazer a pergunta: o tênis faz o corredor ou é o corredor que faz o tênis?

Estamos realmente diante de uma complexa

interação multivariada que abrange o tipo de corredor, sua anatomia (antropometria, biomecâ-nica, etc.), técnica de corrida, histórico de lesõ-es, métodos de treinamento e carga, superfície e, claro, seus calçados esportivos.

Várias investigações têm tentado criar ferra-

mentas de aconselhamento em calçados (12-15) e até um total de 15 métodos diferentes foram descritos para avaliar até 28 características (16).

Os benefícios desses critérios para avaliar as características dos calçados são evidentes, porém, não está claro se há mais ferramentas disponíveis, quais estão sendo utilizadas e prin-cipalmente se são relevantes, por exemplo, na consulta diária de podologia.

Tendo em vista que o tênis de corrida pode afe-

tar substancialmente a frequência de lesões (17), e é comum que podólogos recomendem certas marcas e modelos de calçados esportivos aos pacientes para prevenção e/ou tratamento de lesões, além de uma anamnese detalhada e um exame clínico minucioso, é necessário avaliar com base em quais critérios e ferramentas com evidências científicas e/ou clínicas essas reco-mendações sobre calçados de corrida devem ser feitas.

O objetivo deste artigo é dar uma visão geral do

calçado desportivo para corrida, a evolução das suas principais características e em que parâme-tros se deve basear a sua recomendação.

AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA A recomendação ou prescrição de calçados

esportivos tem historicamente focado em fatores relacionados ao amortecimento, controle da pro-nação, atividade muscular e controle postural, bem como o desempenho esportivo já menciona-do.

No entanto, o parâmetro mais comum é o que é conhecido como “biomecânica do corredor”. Mas, o que devemos avaliar no binômio tênis-corredor do ponto de vista biomecânico?

O objetivo principal é identificar os fatores de risco biomecânicos e as limitações/alterações funcionais que predispõem à lesão no corredor.

Além das avaliações em maca ou em pé que

costumam ser realizadas na clínica diária, as evi-dências científicas mostram a importância de avaliar os movimentos do corredor nos testes mais funcionais e dinâmicos (com maior validade do que os testes de descarga), tanto na condição descalça como posteriormente, realizar os mes-mos testes novamente e comparam os resultados na condição da calçada (4).

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Provavelmente seja correto indicar que faltam orientações clínicas sobre a importância e os usos dos instrumentos de avaliação de calçados no binômio tênis-corredor, bem como entender possíveis diferenças em situações em que o paciente realiza tarefas semelhantes descalço ou calçada.

A realização desses testes funcionais gera

padrões de movimento e ativações musculares de todo o corpo e principalmente do aparelho locomotor, podendo identificar déficits de mobili-dade ou força que não são evidentes no exame anterior através dos testes mais comuns ou comuns. na avaliação clínica e podológica do corredor.

Um dos testes que refletem e reproduzem a

importância do que está indicado no parágrafo anterior é o salto unipodal (single leg heel raise). Esse teste é um teste clínico muito comum para avaliar a função do pé, do tornozelo, da força do tríceps sural e do tendão de Aquiles, além de fadiga, resistência e equilíbrio (18,19).

Também deve ser usado na avaliação do corre-dor/a, reproduzindo este teste em condição des-calço e calçada. A realização desse teste na clíni-ca permite avaliar o efeito do possível desgaste do calçado (zona posterior lateral ou medial) e da compressão da entressola, podendo fornecer informações sobre como o calçado altera o feed-back neuromuscular (20).

A realização de outros testes, como o agacha-

mento unipodal single leg squat (21) ou o salto unipodal single leg hopping (22), são recomenda-dos em corredores, são úteis para avaliar possí-veis desequilíbrios de força no membro inferior e também devem ser realizados em ambas as con-dições (ou seja, descalço e calçada).

Além disso, devemos ter em mente, conforme

indicado por diferentes autores (23), que em qualquer atleta que treine e compita predomi-nantemente correndo, qualquer avaliação biome-cânica e/ou podológica deve ser baseada na aná-lise da prova simulando as condições usuais, destacando, principalmente, o calçado.

Provavelmente, seja necessário e fundamental

avaliar o calçado do paciente em qualquer estu-do biomecânico em busca de padrões assimétri-cos que podem ser decorrentes de diferenças na avaliação funcional do paciente calçado e descal-ço (14).

Outro aspecto a se levar em consideração na avaliação biomecânica é o tipo de contato inicial (CI) que o corredor faz no momento do impacto com a superfície.

Em relação ao CI, é importante destacar que a fadiga influencia claramente a cinemática da corrida (24) e, portanto, o padrão de CI, causan-do uma translação dos CI do metatarso e da metade do pé em direção ao calcanhar, conforme os quilômetros da competição progridem.

Embora na clínica, como nos estudos laborato-

riais, nem sempre seja possível avaliar corredo-res na presença de fadiga, o que pode reduzir a validade dos resultados obtidos, é necessário levar isso em consideração na análise de possí-veis lesões associadas. e também na recomenda-ção do tênis de corrida, já que a fadiga é um componente crucial e quase onipresente na corri-da (25,26).

Em consonância com o mencionado acima, os

corredores de maratona apresentam, em sua maioria, um CI de calcanhar (27,28), e também foi observado que à medida que aumenta o des-empenho (ou seja, melhor classificação), os corredores apresentam um menor CI de calcan-har e mais com o mediopé ou metatarso.

É importante levar em consideração a experiên-

cia do corredor, uma vez que os pacientes que iniciaram a corrida recentemente podem estar mais sujeitos a erros de treinamento e sobrecar-gas se não forem acompanhados por profissio-nais, como trinadores e preparadores físicos.

Em conclusão, parece que o padrão biomecâni-co de corrida relacionado ao pé (i.e., CI) é condi-cionado, entre outros fatores, pela velocidade de corrida (ou seja, desempenho ou nível do atleta) e o nível de fadiga experimentado pelo atleta.

Por esse motivo, é imprescindível que, para

compreender plenamente os riscos e benefícios da corrida, principalmente nas primeiras fases de adaptação, e para a recomendação de tênis de corrida, entre outros, seja necessário conhe-cer os efeitos da fadiga.

A anamnese é essencial em todos os tipos de

pacientes e também em corredores. Nestes casos, além das questões relacionadas à saúde, médicas e clínicas, é importante agregar uma série de questões como as indicadas na Tabela I sobre aspectos relacionados ao treinamento, além de manter um relacionamento direto com o treinador/a do corredor e fornecer uma avalia-ção, controle e monitoramento multidisciplinar.

Os parâmetros mais utilizados para a suposta

prevenção de lesões pelo tênis de corrida são analisados a seguir, como amortecimento e esta-bilidade. Historicamente, argumentou-se que materiais mais macios amortecem mais, que a

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pronação era um fator de risco e, portanto, o controle do movimento necessário, e que, combi-nando esses dois parâmetros, as lesões em corredores poderiam ser evitadas.

AMORTECIMENTO À medida que as lesões por corrida se torna-

ram mais frequentes, as primeiras teorias asso-ciavam o risco de lesões ao aumento do impacto ou das forças de reação do solo.

Isso levou ao projeto e à fabricação de tênis de corrida almofadados com solas intermediárias grossas (29). Porém, e apesar de atualmente a tendência ser no sentido oposto e defender que um apoio mais natural pode prevenir lesões, as taxas destas entre os corredores minimalistas e almofadados são semelhantes.

Da mesma forma, em anos recentes, pesquisas

e publicações científicas indicam que o uso de materiais mais macios não se traduz necessaria-mente em maior amortecimento e mesmo que as entressolas mais macias aumentam as forças de reação do solo. Um exemplo disso são os estudos que analisaram o amortecimento como estraté-gia de prevenção de lesões, e seus resultados não mostraram uma diminuição significativa na fre-quência de lesões na troca da dureza da entres-sola (30).

Portanto, é essencial levar em consideração

que um excesso de amortecimento no tênis de corrida pode causar lesões (31), aumentar as for-ças de reação do solo (32) e definitivamente adi-cionar mais ao sapato não reduz o risco de lesõ-es nos corredores (30).

Apesar disso, a maioria dos corredores acredita

que calçados com grandes sistemas de amorte-cimento são eficazes na redução do risco de lesõ-es durante a corrida. Tudo isso partindo do pres-suposto de que o aumento das forças de reação do solo é um fator de risco em corredores, visto que cada vez mais estudos (33,34) discordam e questionam se são os responsáveis pela origem das lesões.

Porém, e desde ponto de vista neuromecânico,

as forças de impacto contra o solo durante a corrida serviriam como sinais de entrada (35), que auxiliam a produzir um “ajuste muscular” ao contato do pé com o solo (i.e. CI). Este ajuste ajuda a minimizar a vibração dos tecidos moles e reduzir o estresse nas articulações e tendões.

Em outras palavras, aumentaria o amorteci-

mento natural do corpo e reduziria o impacto do pé em contato com o solo. Essa teoria é chamada de "ajuste muscular" e é levada em consideração pelas marcas de tênis de corrida no design de seus tênis.

Cada marca esportiva possui seu próprio siste-

ma de amortecimento (Tabela II). Independentemente disso, o importante é que à medida que a capacidade de amortecimento do calçado diminui, os corredores conhecem e podem modificar seus padrões de suporte e téc-nica de corrida para manter as cargas externas constantes e controladas.

Relacionado às estratégias de adaptação con-

tra o desgaste do calçado, os estudos (36) indi-cam que eles não são modificados por diferentes tecnologias de amortecimento, portanto, sugere-se que os corredores devem escolher tênis de corrida por razões diferentes a da tecnologia de amortecimento.

PRONAÇÃO Para evitar lesões relacionadas à corrida, muita

atenção foi dada, junto com as capacidades de absorção de choque do tênis, aos elementos de controle de movimento.

Historicamente, tem sido recomendado com-prar tênis de corrida com base em parâmetros como o grau de pronação (37), entretanto, a evi-dência científica atual e os ensaios clínicos ran-domizados não respaldam essas recomendações (38,39).

Embora a pronação seja um movimento ativo e

natural do pé para a adaptação e absorção de impactos durante a caminhada e/ou corrida e a

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Tabela I. Questões relacionadas com o treinamento e fundamentais para a

recomendação de calçados de corrida.

Tabela I. Questões relacionadas com o treinamento e fundamentais para a recomendação de calçados de corrida.

- Experiência (dias, meses, anos, etc.) - Quantos dias (frequência) - Quantos quilômetros (volume) - Ritmo - Semana de treinamento (maratona, etc.) - Onde (asfalto, pista, floresta ou montanha, etc.) - Antropometria e biomecânica (sexo, peso, testes funcionais, etc.) - Histórico de lesões - Objetivo - Histórico do calçado (melhor, pior) - Qualquer marca ou modelo associado a lesões anteriores.

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consequente adaptação ao terreno, sempre foi a variável principal e a mais avaliada pelos podólo-gos e tem sido associada a lesões.

Consequentemente, quando o risco de lesão em corredores começou a ser coletado e estuda-do, a pronação foi considerada, com poucas evi-dências científicas a esse respeito, como uma variável responsável pela origem das lesões durante a corrida e, ao mesmo tempo, tão impor-tante para o projeto e fabricação de tênis de corrida.

Porém, estudos como o de Nielsen e colabora-

dores (38) destacam em seus resultados e con-clusões que a posição pronada do pé entre 7° e 10°, é um fator preventivo e uma vantagem nas lesões na corrida.

É importante destacar também os resultados

de outro estudo (39) onde foi evidenciado que corredores com pés muito pronados e que usa-vam tênis com controle de pronação se lesiona-vam mais e passavam mais dias livres do que aqueles que, com o mesmo tipo de pé, eles usa-ram tênis neutros.

Isso pode nos levar a pensar que aqueles pacientes que correm com pés muito pronados requerem um certo grau de liberdade de movi-mento para serem capazes de se adaptar às superfícies durante o contato do pé com o solo, e que um pé muito pronado teria limitado sua capacidade de absorver o impacto pois é por meio da pronação que ele o faz.

A aplicação clínica disso seria considerar o não

uso de tênis de corrida com grandes sistemas de controle de pronação nesses pés muito prona-dos.

Em vista do exposto, e que não há evidências claras de que a pronação seja responsável por lesões na corrida, a questão é determinar se o corredor prona de forma excessiva e se esse excesso pode ser prejudicial.

Para isso, empresas e fabricantes de tênis de corrida modificaram seus sistemas de classifica-ção de seus calçados, eliminando o conceito de controle de pronação para estabilidade. Procura-se, assim, transmitir a ideia de que a pronação deve ser mantida em uma faixa segura, reduzin-do a velocidade desse movimento.

Mesmo tênis com sistemas de entressola

medial mais duros muitas vezes degradam mais rápido na entressola lateral mais macia, e essa

assimetria aumentada pode contribuir para lesõ-es de inversão do tornozelo, aumento do estresse joelho medial e forças de reação do solo (40-42).

Por esse motivo, os modelos atuais de pratica-

mente todas as marcas de tênis de corrida incor-poraram elementos como as guias de controle (serão desenvolvidas em seções posteriores) e as entressolas em cúpula que abraçam o pé, redu-zindo a importância do aumento da dureza da entressola medial.

Tudo isso deve nos levar a considerar que esta-

mos objetivando a prevenção de lesões nos parâ-metros errados, e até mesmo que esses parâme-tros podem ser fatores de risco ao invés de pre-ventivos.

Por isso, hoje em dia, as marcas de calçados esportivos passam a considerar o que se denomi-na o padrão de movimento preferido e o filtro de conforto como os verdadeiros fatores de preven-ção de lesões em corredores.

PADRÃO DE MOVIMENTO PREFERIDO Este conceito tem semelhanças com o efeito

das órteses plantares e com o conceito de realin-hamento do pé, uma vez que: a congruência arti-cular do pé em posição neutra é a ideal para pre-venção de lesões?

A aplicação da teoria de Root (43) na busca da

posição neutra da articulação subtalar durante a fase de apoio intermediário da marcha com o objetivo de evitar as chamadas compensações “anormais” do pé durante essa fase, e o realinha-mento de a arquitetura do pé que causa alteraçõ-es cinemáticas por meio de órteses funcionais foi e continua sendo uma teoria amplamente utiliza-da no campo podológico.

No entanto, existem várias investigações mos-

trando que as alterações cinemáticas observadas com o uso de órteses plantares são pequenas, fracas e inconsistentes (44,45).

No caso do tênis de corrida, a situação é

semelhante e pode ser explicada por meio de um novo conceito definido pelo professor Benno Nigg em um de seus artigos mais recentes (10): “pre-ferred movement pathway” ou padrão de movi-mento preferencial.

A base de sua teoria vem do fato de que a

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Tabela II. Sistemas de amortecimento atuais das principais marcas de corrida.

Marca Asics Brooks Saucony Mizuno Nike Adidas New Balance Hoka

Sistema de amortiguación Flytefoam SuperDNA Everun Wave ZoomX Boost FreshFoam RMAT

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correlação entre o “alinhamento” do pé e a fre-quência de lesões é pequena.

Sua explicação se baseia no fato de que se há mudanças entre correr descalço e calçado, mas as que ocorrem na trajetória de movimento do calcâneo e da tíbia são pequenas e não sistemá-ticas (46,47), como ocorre com as órteses plan-tares, conforme indicado acima.

Portanto, é importante concluir que as mudan-ças ocorrem principalmente na amplitude do movimento, mas não na trajetória do movimento.

Se aplicarmos o mencionado acima para a

seleção correta de tênis de corrida para nossos pacientes, um tênis de corrida adequado seria aquele que permitisse que o pé se movesse no padrão de movimento preferido, tendo em mente a necessidade de limitar ou encurtar este camin-ho de movimento sem bloqueá-lo. Esse é o obje-tivo dos guias de controle (guide rails) que prati-camente todas as marcas de tênis incorporaram em seus modelos de tênis de corrida (Figura 1).

O que o conceito de padrão de movimento pre-

ferido está tentando transmitir é que a cinemáti-ca do pé não pode ser controlada em grande medida e que as mudanças que os tênis de corri-da podem produzir estão mais relacionadas à ati-vação muscular (ajuste muscular) do que realin-hamento esquelético.

CONFORTO É o parâmetro mais utilizado hoje para reco-

mendar tênis e tênis de corrida. Não apenas defendido por estudos científicos (48,49), mas também por marcas de calçados esportivos e que elas mostram em suas campanhas de mar-keting e publicidade.

Embora muitos corredores possam identificar

rapidamente quais calçados são mais confortá-veis para eles, a verdade é que o conforto não é um parâmetro fácil de quantificar, portanto ... Como avaliamos o conforto de nossos pacientes corredores?

Se pedirmos a um paciente que avalie o confor-to de um tênis de corrida, ele não poderá dar essa resposta a menos que compare subjetiva-mente as sensações daquele calçado com as de outros que usou antes, e isso já é um parâmetro a considerar, conta não apenas do ponto de vista da escolha, mas do descarte.

Em outras palavras, se um corredor nos diz que

uma determinada marca ou modelo de calçado tem sido confortável para ele, nosso objetivo será encontrar aqueles com características semelhan-tes e testá-los naquele paciente. É a teoria do "se

algo funciona, não mude", ou pelo menos não em grande medida.

Outra medida ou variável para avaliar o confor-

to seria aquela que nos permite quantificar o conforto e determinar relações válidas entre ele e a estrutura do calçado, as características do corredor e suas variáveis biomecânicas (12).

Para isso, podemos usar uma escala visual analógica (VAS) (Figura 2) onde rotularíamos como “nada confortável” (0 pontos de conforto) à esquerda e na extrema direita “o mais confor-tável” (15 pontos de conforto). Da mesma forma, e dado que existem outros aspectos que podem influenciar o conforto, seriam incluídas questões específicas como as listadas na Tabela III.

Concluindo, se o calçado comprometer o

caminho preferido de movimento, aumentaria a carga e o aumento da carga pode causar lesões (10). Ao contrário, se os corredores percebem que seus calçados são confortáveis, a incidência de lesões diminui (49,50). Além disso, sapatos confortáveis aumentam o desempenho (48 e reduzem a variabilidade cinética durante a corri-da (51).

Determinar e quantificar o conforto é difícil. No entanto, e com base nas evidências científicas, clínicas e comerciais apresentadas acima, é um fator muito importante e deve ser levado em con-sideração quando recomendamos o tênis de corrida para nossos pacientes.

USO DE ORTESES PLANTARES A dúvida sobre qual tipo de tênis esportivo é o

mais adequado dependendo se o paciente usa órteses plantares é outra das dúvidas comuns na consulta.

De acordo com as evidências científicas, essa decisão é amparada por dois parâmetros: dureza e conforto. Diferentes estudos têm sugerido que

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Figura 1. Sistema de controle e estabilização por meio de trilhos-guia (Brooks Sports, Inc.).

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uma órtese menos rígida (padrão ou customiza-da) pode reduzir as lesões, e há vários que afir-mam que 50-90% dos corredores que são trata-dos com órteses plantares relatam uma recupe-ração completa ou uma grande melhora em suas patologias.

Também é importante observar e levar em con-

sideração, conforme observado acima, que o efeito de realinhamento da órtese plantar não está claro e permanece controverso.

Em relação ao conforto, Muendermann et al.

(49) incluíram o conforto individual como único critério de seleção para palmilhas em seu estu-do. Seus resultados mostraram que o grupo que escolheu as palmilhas mais confortáveis para eles (independentemente dos critérios podológi-cos ou relacionados à avaliação clínica do pacien-te), teve 53% menos lesões que o grupo contro-le.

Portanto, parece que o conforto das palmilhas (órteses plantares) é um fator importante para as lesões, aspecto que, como foi mostrado na seção anterior, é extrapolado para o tênis de corrida.

Da mesma forma, o conforto das inserções

plantares ou órteses tem sido associado a vários fatores, como pressão plantar, sensibilidade do pé e o já indicado alinhamento de pé e perna (52,53). Ensaios clínicos randomizados descobri-ram que órteses plantares pré-fabricadas pres-critas com base no conforto (ao invés do tipo de pé) reduziram a dor patelofemoral (54,55).

Pela experiência do autor, e compartilhada com outros colegas em situações comuns de consul-tório, o fator conforto é essencial: pacientes que não se sentem confortáveis com suas órteses

plantares desde o primeiro momento são candi-datos claros para que tenhamos que modificar nosso tratamento.

OUTROS FATORES A LEVAR EM CONTA Os tênis de corridas gastos induzem movimen-

tos compensatórios (36), reduzem a capacidade de absorção de choques (56) e alteram a estabi-lidade do membro inferior (57).

É importante ter em mente que as informações à medida que a entressola do tênis de corrida se degrada, os corredores podem ver alteradas as informações sensoriais que recebem através do impacto e que o acúmulo de treinamento ou carga contribui para lesões por uso excessivo.

É importante controlar a fadiga que os mate-

riais do tênis de corrida podem sofrer (rugas, dureza, etc.), podendo monitorar esse desgaste com durômetros projetados para esta finalidade. A área superior ou os tecidos da área superior do calçado também devem ser verificados.

Normalmente, quanto maior o peso do corre-dor, maior o desgaste e o rasgo, como se a super-fície na qual costumam correr seja mais abrasi-va. O tipo de contato inicial (CI) do pé com o solo (calcanhar, mediopé ou metatarso) e maiores momentos pronador/supinador também devem ser revistos regularmente.

Os corredores devem ser solicitados a ir à clíni-

ca podológica com todos os tênis de corrida que usam atualmente (em muitos casos são vários modelos), bem como se eles guardam os usados anteriormente para avaliar possíveis desgastes, áreas de fricção ou pressão, etc. É importante determinar os meses ou anos e a quantidade de quilômetros que o calçado possui.

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Figura 2. Escala visual analógica para avaliação do conforto.

0 Nada confortável

15 O mais confortável

Parâmetro a ser avaliado

Nível de amortecimento geral

Amortecimento do calcanhar

Apoio/adaptação do calcanhar

Altura do arco longitudinal interno

Largura do tênis

Largura do antepé

Comprimento do tênis

Tabela III

Pergunte ao paciente

Que acha do nível de amortecimento destes tênis ?

Você notou muito impacto no calcanhar?

As partes posteriores fornecem apoio?

Ajusta bem o arco do pé?

Você acha que eles se adaptam bem à largura do seu pé?

Sente seu pé comprimido nestes tênis?

Eles se adaptam bem ao comprimento do seu pé?

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Em relação aos parâmetros indicados acima, se o corredor indica que determinada marca ou modelo lhe é confortável, não se machucou e, em geral, “está bem”, é aconselhável não variar ou alterar muito as características do novo calçado, e é provável que busquemos algo semelhante e que forneça alguns detalhes extraídos da explora-ção biomecânica.

Da mesma forma, mas na direção oposta: se algo deu errado (sistema de amortecimento, dis-positivos de controle, etc.), leve em consideração para analisar os possíveis motivos do exame e, a priori, procure outros modelos diferentes a este.

O laço ou padrão de laço em tênis de corrida

também é um fator importante a se considerar. Um engajamento mais firme do pé ocorre em

um sapato com atadores que cobrem até o últi-mo ilhó superior, levando ao uso mais eficaz das características de rolamento dos calçados espor-tivos e provavelmente reduzindo o risco de lesões nos membros inferiores (58).

Da mesma forma, e levando em consideração

as conclusões de outro estudo (59), o uso de cadarços elásticos deve ser controlado, uma vez que os corredores que os utilizam podem ter maior pico de pressão plantar na região lateral do antepé, bem como um maior pronação do retropé.

Deve-se levar em consideração que, em geral, os cadarços podem ajudar os corredores a obter um melhor ajuste do pé com o tênis, pois aumen-tam o conforto percebido (60) e ajudariam na prevenção de lesões, por permitir um melhor controle dos fatores mencionados acima.

Também é recomendado que os corredores

usem mais de um par de calçados esportivos (61), variem a distância e incluam outras ativida-des esportivas em seu plano de treinamento (30). Melhorar a mobilidade, estabilidade e força nos pés também ajudaria os corredores a evitar lesões (7).

Nesse contexto de conforto, é fundamental ouvir o corredor. Como foi proposto, a anamnese e a entrevista pessoal são uma parte muito importante da avaliação geral do corredor. Também deve ser considerada a recomendação de outros profissionais como lojas especializa-das, treinadores, etc., com o objetivo de propor-cionar ao corredor uma visão mais global e mul-tidisciplinar possível.

CONCLUSÕES O calçado desportivo de corrida evoluiu ao

longo dos anos e é fundamental conhecer estes avanços para melhorar a recomendação e acon-

selhamento aos nossos pacientes. O fato de um tênis de corrida ter mais amorte-

cimento não implica ou está associado à melho-ria da capacidade de dispersar as forças de rea-ção do solo. Mesmo um maior amortecimento por meio de materiais mais macios pode encora-jar os corredores a adotar uma técnica de corrida e um CI menos eficiente e contato com maior impacto do que tênis com menos amortecimen-to.

A pronação é um movimento natural e normal

do pé ao caminhar e, claro, também ao correr. A pronação por si só não deve ser motivo para escolher um tênis de corrida; Por esse motivo, o controle da pronação em tênis de corrida pode ser um elemento de risco em lesões por uso excessivo em corredores e está cada vez mais fora de uso e o termo estabilidade é cada vez mais utilizado.

Em pés muito pronados ou com pronação

máxima, pode ser aconselhável usar calçado estável que permita a pronação do pé, obtendo um amortecimento mais natural. Deter a prona-ção com materiais ou densidades muito duras pode causar problemas e lesões aos corredores.

As lesões produzidas na corrida são multifato-

riais e estão principalmente associadas a parâ-metros de treinamento (treinar muito, muito rápido e sem descanso para assimilar as cargas), sexo, antropometria e biomecânica do corre-dor/a, além de superfícies e calçados.

A avaliação multidisciplinar, desde o podólogo,

o treinador e até mesmo a recomendação da loja especializada, proporcionam maior conhecimen-to e segurança na hora de indicar o calçado de corrida mais adequado para o paciente. É funda-mental ouvir e ter em mente as sensações e pre-ferências do corredor ao recomendar o tênis de corrida.

Conhecer as características e os sistemas de

amortecimento ou controle de movimento que você usou e sua experiência com eles (especial-mente se tiver sido negativa) é essencial para orientar o processo de recomendação de calça-dos. O conforto é um fator essencial ao recomen-dar tênis e tênis de corrida.

Com base no que foi indicado e referenciado

acima, para um paciente que corre é mais impor-tante a forma como corre do que o calçado que usa, mas também é fundamental ter em conside-ração o que calça nos pés, pois pode afetar a forma como corre.

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CONFLITO DE INTERESSES Nenhum. FINANCIAMENTO Nenhum.

Autor: Manuel Mosqueira Ourens

Clínica del Pie Factor Biomecánico. A Coruña, España. Grupo de Investigación ABIDOR,

Universidad Católica San Antonio de Murcia (UCAM), España.

Correspondencia: Manuel Mosqueira Ourens [email protected]

Matéria extrída de:

Rev Esp Podol. 2020;31(1):46-54 DOI: 10.20986/revesppod.2020.1571/2020

www.revesppod.com/

Recibido: 01-04-2020 - Aceptado: 03-04-2020 0210-1238 © Los autores. 2020. Editorial: INSPIRA NETWORK GROUP S.L. Este es un artículo Open Access bajo la licencia

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Resumo A poeira de unha contém queratina, detritos

microbianos e diferentes tipos de fungos que podem afetar a saúde do trabalhador. A presente pesquisa tem o objetivo geral fazer uma revisão da literatura nacional e internacional acerca da biossegurança dos riscos ocupacionais dos pro-fissionais exposto ao risco biológico: bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, microplas-mas, príons, parasitos, linhagens celulares e outros organismosagentes etiológicos de infecçõ-es respiratórias, bem como as normas existentes relacionadas a temática. Como metodologia, foi realizada uma revisão narrativa de literatura, com coleta de dados em artigos, sites, teses, dis-sertações e livros impressos que abordam a temática. Os resultados demonstraram que gran-de parte da poeira de unha permanece no ar por cerca de 10hs, as partículas (<2,5 um) mostram mais tempo de meia-vida na atmosfera, sendo assim indispensável o uso do EPIs e EPCs ade-quados para esse tipo de exposição. As partícu-las que não são eliminadas pelas células de defe-sa causam estresses celulares, pois a longo prazo, podem ocasionar fibroses ou neoplasias pulmonares.

Palavras-chave: Infecções respiratórias;

Biossegurança; Risco ocupacional; Aerodispersóides de unha.

Abstract Nail dust contains keratin, microbial debris and

different types of fungi that can affect the health of the exposed worker. The present research has the general objective of reviewing the national and international literature on the biosafety of occupational risks of professionals exposed bio-logical risk as an etiological agent of respiratory infections, as well as the existing norms related to the theme. As a methodology, a narrative lite-rature review was carried out, with data collection

in articles, websites, theses, dissertations and printed books that address the theme. The results that a large part of the nail dust remains in the air for about 10 hours, the fine particles (<2.5 um) show a longer lifetime in the atmos-phere, making it essential to use PPE and EPCs suitable for this type of exposure, as well as other aerodispersoid elements. The particles that are not eliminated by the defense cells the macro-phages cause cellular stresses resulting in the malformation of the cells. In the long run, cau-sing pulmonary fibrosis and lung cancer.

Keywords: Respiratory infections; Biosafety;

Occupational risk; Nail aerodispesoides. 1. Introdução A Biossegurança é considerado um conjunto de

procedimentos, em ações voltadas para a preven-ção, minimização ou eliminação de riscos ineren-tes à todas as atividades de pesquisa, de produ-ção, de ensino, de desenvolvimento tecnológico e também das prestações de serviços, com a preo-cupação na saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos(TEIXEIRA, et al., 1996).

Para Carvalho (2013), a questão dos perigos ocupacionais merece atenção, tendo em vista que é necessário reconhecer que um profissional inserido num ambiente de trabalho, certamente estará exposto a diversos perigos simultanea-mente.

As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), é atribuída a responsabilidade pela elaboração de mapas de riscos ambientais. Dessa forma, o trabalhador tem como garantir um determinado controle social, e participar das definições e processos de condições de trabalho (MIRANDA, 2004).

Segundo Kenny et al. (1999), a exposição a microrganismos aéreos ou outros bio-aerossois

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Biossegurança dos riscos ocupacionais das infecções respi-ratórias por aerodispersóides de unha.

Simone Marques Pinto de Oliveira (1), Felipe De França Oliveira (1), Bruno Lemos Cons(2) y Paulo Murilo Neufeld (3) - Brasil. (1) Graduandos do curso Bacharelado de Biomedicina da Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” (Unigranrio). (2) Doutor em Farmacologia e Química Medicinal na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). (3) Doutor em Ciências pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Professor da Escola de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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pode resultar em uma sensibilização respiratória (asma ou alveolite) e em efeitos toxicológicos no pulmão, como a febre de inalação ou síndrome da poeira orgânica tóxica. Isto pode contribuir para uma debilitação progressiva da saúde.

Os aerodispersóides de unha são, com frequên-cia, negligenciados pelos profissionais como risco relevante para a saúde. Do mesmo modo, a literatura a respeito da temática e da construção de protocolos de prevenção e cuidado ainda é reduzida e não inclui estudos populacionais específicos, sendo necessário ampliar esta dis-cussão no âmbito acadêmico e indicar possibili-dades de aprofundamento do assunto (CARVAL-HO, 2013).

O principal efeito da inadequada qualidade do

ar em ambientes internos ou externos se dá no sistema respiratório humano. Assim, as doenças no sistema respiratório são aquelas de maior importância no estudo da qualidade do ar inter-no (QUADROS, 2008).

A avaliação do perigo no ambiente de trabalho é um passo importante na proteção dos profis-sionais, dos bens patrimoniais, bem como para o cumprimento da legislação vigente. Na maioria das vezes medidas simples são capazes de con-trolar os perigos identificados (CARVALHO, 2009).

Entre os riscos existentes, está a exposição a poeira de unha. A poeira de unha contém quera-tina, detritos microbianos e diferentes tipos de fungos que podem afetar a saúde do trabalhador exposto. (BARRETO, 2003).

Neste contexto, emerge o questionamento:

Quais são as normas e procedimentos existentes em relação à biossegurança do profissional exposto a aerodispersóides de unha de modo a protegê-lo?

A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar os riscos ocupacionais existentes em relação à exposição a aerodispersóides de unhas como agente etiológico de infecções respirató-rias, bem como às normas existentes relaciona-das a temática.

Os objetivos específicos são propor medidas mais eficientes na diminuição da população microbianas e aerodispersóides, classificar os diferentes tipos de aerodispersóides, detalhar sobre os perigos da inalação de aerodispersóides de unhas por determinados profissionais, estabe-lecer as medidas de biossegurança, com o uso de Equipamentos de proteção individual (EPIs) e Equipamentos de proteção coletiva (EPCs).

2. Material e Métodos Busca ativa por artigos publicados em bases de

dados como Scielo, Pubmed, Portal CAPES, Nature, Call Press que abranjam os riscos ocupa-cionais pela exposição a aerodispersóides e inalação de poeira de unha ocasionando infecção do sistema respiratório.

No caso desta pesquisa, quanto aos fins, está

classificada como explicativa, pois se preocupa em esclarecer os fatores que levam à ocorrência de determinado fenômeno, buscando revelar e justificar os motivos para obtenção de melhores resultados positivos ou negativos (VERGARRA, 1998).

Com relação aos meios, a pesquisa será biblio-gráfica, cujo resultado é apresentado sob a forma de um relatório identificando os pontos conforme os objetivos da presente pesquisa. Para alcançar os objetos propostos, a pesquisa em tela pode ser classificada, de acordo com (Gil, 2010), além de explicativa e bibliográfica, como descritiva, exploratória e qualitativa. Descritiva, segundo o referido autor, pelo objetivo primordial de apresentar as características de determinada população. De natureza explorató-ria, devido ao escasso conhecimento na área.

Segundo Lakatos e Marconi (2010), são vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, que variam de acordo com as circunstân-cias ou com o tipo de investigação. A pesquisa foi realizada a parti de dados coletados relaciona-dos ao tema.

3. Biossegurança A definição de biossegurança começou a ser

construída no início da década de 1970, após o surgimento da engenharia genética na sociedade (ALBUQUERQUE, 2001).

Em 1973, houve a primeira experiência utili-zando a técnica de biologia molecular, que foi a transferência de expressão do gene da insulina para a bactéria Escherichia coli, provocando uma forte reação da comunidade cientifica mundial, o que levou a realização da Conferência de Asilomar (ALBUQUERQUE, 2001).

De forma preventiva, prioritária para riscos bio-

lógicos, para o controle do ambiente e do método de trabalho de laboratórios de saúde pública, planejada pela Organização Mundial de Saúde surgiu a biossegurança (HOKERBERG, 2006).

No entanto, a biossegurança no Brasil só se

estruturou como área específica nas décadas de 1970 e 1980 (SHATZMAYR,2001).Na década de 1980, tanto no Brasil quanto no mundo, a bios-segurança foi conceituada como práticas de pre-venção para o trabalho em laboratório com agen-tes patogênicos, e, além disso, classificou-se os

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riscos ocupacionais como biológicos, químicos, físicos, radioativos e ergonômicos (COSTA, 2002).

De acordo com Costa (2002), foi na década seguinte que se observou a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, ani-mais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante em programas de biossegurança.

A consolidação da legislação brasileira de Biossegurança se deu com a promulgação da lei 8974/1995. Somente em 2000, clonagem e uso de células tronco passaram a ser pauta de dis-cussões.

O desenvolvimento do Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), o funcionamento da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e a definição da Política Nacional Brasileira (PNB) para regulamentar as atividades que envolvam a construção, consumo, transpor-te, armazenamento, comercialização, liberação e descartes relacionados a OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) em todo território brasileiro, foram determinados após a Lei n° 11.105 de 24 de março de 2005 que revogou a Lei n° 8.974/95 (ALBUQUERQUE, 2001). Portanto à Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz define de forma preven-tiva a biossegurança como um conjunto de ações (TEXEIRA et al. 1996).

De acordo com ARAÚJO et al. (2003) a biosse-

gurança como problema em questão tem sido vista de maneira globalizada sendo tratada de forma irrelevante na rotina diária. À adoção das medidas de biossegurança são necessárias para manter a qualidade das práticas tanto para o profissional quanto para o paciente, a uma com-plexidade de fatores que envolvem os riscos ocu-pacionais conforme figura 1. Para o autor o uso adequado dos Equipamentos de Proteção

Individual (EPIs) e dos Equipamentos de Proteção Coletivos (EPCs) e de suma importân-cia.

De acordo com Carvalho (2013), a questão dos perigos ocupacionais merece atenção, tendo em vista que é necessário reconhecer que um profis-sional inserido num ambiente laboral, certamen-te estará exposto a diversos perigos de forma concomitante.

3.2 Riscos Ocupacionais No anexo 4 da Portarian°25, de 25/12/1994

do Ministério do Trabalho e Emprego, os perigos ocupacionais e/ou profissionais estão divididos em cinco grupos principais, de acordo com as cores, segundo a NR 9. A figura 1 apresenta um esquema no qual estão sintetizados os riscos existentes.

Os riscos biológicos incluem o contato com

agentes biológicos, como bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, microplasmas, prí-ons, parasitos, linhagens celulares e outros orga-nismos (SANTOS, 2001).

Os riscos químicos são aqueles que afetam às

vias respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou vapores, ou pela natu-reza da atividade de exposição, e quem podem ter contato ou ser absorvidos pelo organismo, através da pele ou por ingestão (SANTOS, 2001).

Os riscos físicos são a exposição arruído, frio,

calor, umidade, vibrações, pressão hiperbárica, pressão hipobárica, radiação ionizante, radiação não ionizantes (SANTOS, 2001).

Os riscos ergonômicos são associados ao

levantamento de peso, ritmo excessivo de trabal-

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Figura 1- Representação esquemática dos tipos de riscos e exemplos. Fonte: FAMAZ (2010).

Riesgo Físico

Riesgo Químico

Riesgo Ergonómico

Riesgo de Accidente

Riesgo Biológico

LLamas, frio, ruido, calor humedad

vibraciones radiaciones presiones anormales

Toxicidad, corrosividad,

inflamavilidad, explosión,

incompatibilidad, incéndios

Fatiga física o mental,

inestabilidad emocional,

irritabilidad, depresión,

dolores generales

Aparatos de vidrio,

equipamientos eléctricos,

otros

Lesión temporária o

definitiva, choque eléctri-

co, muerte

Dispersión de la aten-ción y de la capacidad de observación, menor rendimiento intelectual

Intoxicación aguda o crónica,distaciamien-to temporário o defi-nitivo, incapacidad,

muerte

Distaciamiento temporário o

definitivo

Contaminación

Incapacidad temporária o

definitiva muerte

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ho, monotonia, repetitividade, postura inadequa-da de trabalho (QUADROS, 2008).

Os riscos acidentais estão relacionados as

máquinas e equipamentos sem proteção, proba-bilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado (QUA-DROS, 2008).

No entanto diante de vários acidentes, à neces-

sidade de mapeamento territorial, e para benefi-ciar os trabalhadores (PELLETIER, 2007).

O mapa de risco é uma metodologia descritiva e qualitativa de investigação territorial de riscos, publicado no Brasil no início da década de 1980, para o estudo das condições de trabalho, apoia-do no Modelo Operário Italiano (MIRANDA, 2004).

A proposta italiana categorizava os riscos em

quatro grupos: 1. Fatores presentes no trabalho e nos locais de

habitação (luz, temperatura, ventilação e umida-de);

2. Fatores característicos dos ambientes de tra-balho (poeiras, gases, vapores e fumaças);

3. Fatores que provocam desgaste físico e men-tal;

4. Condições de trabalho que geram estresse e a organização do trabalho.

De acordo com VALADARES (2008), a utiliza-

ção dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) como cabines de segurança biológica, capelas de fluxo laminar, chuveiro de emergên-cia, lava-olhos, extintores (seco, água, pó e espu-ma) e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que compreendem jaleco, luvas, óculos transparentes com proteção lateral, máscaras, protetor auricular e toucas são uso obrigatório conforme as Normas Regulatórias (NR).

As Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, como a NR 06, NR 07, NR 09, NR 15, NR 17, NR 32, preco-nizam as ações legais para os assuntos relacio-nados à biossegurança (VALADARES, 2008).

• NR 06 - Os EPIs (Equipamentos de Proteção

Individual) são considerados produtos de uso individual de modo a proteger quanto aos riscos relacionado a atividade interna no ambiente de trabalho para promover segurança, com os prote-tores de cabeça, óculos, máscaras e luvas (POR-TARIA SIT/DSST, 2010).

• NR 07 - Estabelece a obrigatoriedade por

parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados a

implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promover a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores (MINISTERIO DO TRA-BALHO et al., 1977).

• NR 09 – Programa de Prevenção de Acidentes

Ambientais (PPRA) fica estabelecido identificar e orientar a todos, em relação à ocorrência de ris-cos ambientais existentes ou que venham a exis-tir no ambiente de trabalho que possam estar expostos aos agentes químicos, físico e biológi-co, artigo 168 e 169 da CLT – Lei n° 7.855/89 e 6.514/77 (MINISTERIO DO TRABALHO et al.1977).

• NR 15 – Estabelecer limite de tolerância,

quanto a insalubridade, definir o adicional sala-rial baseado no salário mínimo regional de acor-do com os riscos: 10% mínimo, 20% médio, e máximo 40% sem caráter de direito adquirido, se o empregado mudar de função será descarac-terizado a atividade insalubre, o adicional deixa de existir, de acordo com o artigo 189 e 192 da CLT – Decreto Lei 6.514/77 (MORAES et al., 2008).

• NR 17 – Promover medidas que permitam

adequar condições de trabalho, no aspecto psi-cofisiológicas dos funcionários, de modo a pro-por segurança, conforto e desempenho eficiente (MINISTERIO DO TRABALHO et al.1977).

• NR 32 - Tem por finalidade determinar e esta-

belecer as diretrizes básicas para a implementa-ção de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral assim como verificar a sinalização, rotulagem preventi-vas e tipos de EPCs e EPIs (MINISTERIO DO TRA-BALHO et al.1977).

3.3 Aerodispersóides As partículas são consideradas aerodispersói-

des que não são vistos a olho nu, portanto são prejudiciais à saúde, deixando em condições de insalubridade os trabalhadores que estão expos-tos a esses agentes (WHO, 2004).

De acordo com (NETTER, 2000) o trato respira-

tório é responsável por executar a troca de gases ligados ao processo de respiração das células, sendo constituído pelas vias respiratórias supe-rior e inferior. No entanto o nariz externo, cavida-de nasal, faringe, laringe e parte superior da tra-queia são órgãos localizados fora da caixa toráci-ca formando o trato respiratório superior e na

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parte inferior do trato respiratório formado pela traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pul-mões. Um grupo de respostas complexas são capazes de providenciar uma defesa oportuna de forma a proteger os pulmões contra agressões ambientais e infecciosas, através das vias respi-ratórias.

As doenças pulmonares ocupacionais são alte-rações morfológicas e/ou funcionais das vias res-piratórias de curso agudo ou crônico, reversíveis ou não, causadas pela inalação de poeira orgâni-cas ou inorgânicas no ambiente de trabalho (ZOCHIO, 2009).

De acordo com Quadros et al. (2009), os bio-aerossois estão presentes em ambientes exter-nos e internos, entretanto, a contaminação em ambiente fechado é mais crítica devido à insufi-ciente e insatisfatória renovação do ar.

Cada nível de biossegurança estabelece um conjunto de procedimentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs) e de controles de engenharia. Os EPCs são formados por cabines de segurança biológica (BSC) e cape-las de exaustão química. A correta aplicação dos procedimentos e de EPIs e EPCs formam as prin-cipais barreiras de contenção, sendo usualmente denominadas como barreiras primárias (SEWELL et al., 2006).

Os aerodispersóides são considerados em sus-pensão no ar partículas como material líquido e sólidos, névoas, neblinas, fibras, fumos e poeiras (SST, 2014). A figura 2 apresenta os principais tipos existentes.

A literatura sugere que os aerodispersóides

podem ser sensibilizadores respiratórios, defini-do como substâncias que, quando inalados, podem desencadear uma reação alérgica irrever-

sível no sistema respiratório (MCLARNON et al. 2005).

Uma vez sensibilizado o indivíduo, mesmo que em pequenas concentrações, as substâncias podem desencadear asma, rinite ou conjuntivite, que podem apresentar os seguintes sintomas: tosse, chiado, pressão torácica, coriza ou oclu-são nasal lacrimejantes ou espirros (MCLARNON et al., 2005).

3.3.1 Classificação dos aerodispersóides Partículas sólidas ou líquidas que possuem

entre 0,5 e 200 mícrons são consideradas aero-dispersóides abaixo dessa medida, porém as par-tículas entre 0,5 e 0,001 mícrons, é considerado aerossol. A figura 3 apresenta a classificação dos aerodispersóides no trato respiratório (ZOCHIO, 2009).

De acordo com Purkiss (1997), grande quanti-

dade dos aerodispersóides de unha permanece no ar por cerca de 10hs.

Padrões da indústria para segurança e saúde ocupacionais consideram que o uso de equipa-mento individual (EPI), como máscaras e luvas são requisitos indispensável (HEUS-VAN PM, 1995).

Estudos feitos por Purkiss et al. (1997) revela-ram que nenhum sistema de extração de pó remove todas as partículas de aerodispersóides do ar.

Purkiss (1997) observou ainda que muitas das máscaras usadas não são capazes de promover a proteção contra partículas de poeira que sejam menores do que 0,5 microns (5mu) e aquelas menores do que 0,8 microns, não chegou nem a 30% de proteção.

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Figura 2 – Tipos de aerodispersóides . Fonte:http://www.saudesegurancanotrabalho.org/classificacao.agentes.quimico

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De acordo com WHO (2000), as partículas finas (<2,5 μm) mostram tipicamente maior tempo de meia-vida (dias a semanas) na atmosfera do que as mais espessas, e tendem a estar mais unifor-memente distribuídas numa região geográfica. Partículas maiores se depositam mais rapida-mente e, como resultado, sua inalação é menos uniforme do que as finas.

Assim como o tamanho aerodinâmico, a rela-

ção comprimento-diâmetro também é importan-te, conforme está ilustrado na apresentação do mecanismo de ação na figura 4, já que as partí-culas podem ser depositadas nas regiões respira-tórias dos alvéolos e bronquíolos (WHO, 2000).

3.3.2. Mecanismo Molecular de Ação O comprimento da fibra em suspensão é deci-

sivo, apesar do mecanismo de resposta do orga-nismo ser similar, fibras curtas podem ser fago-citadas mais facilmente pelos macrófagos alveo-lares (MA) e removidas, enquanto as fibras mais longas irão causar sérios problemas para ambos, macrófagos e células epiteliais, determinando fibrose (asbestoses) e neoplasias de pulmão (ASTDR, 2003).

3.4 Efeitos dos Aerodispersóides no Trabalho do Podólogo Estudos revelaram que 31% dos podólogos

profissionais apresentam um alto nível de imuno-globulina E (IgE) em comparação ao grupo con-

trole de podólogos estudantes (DAVIES,1984). De acordo com DAVIES (1983), questionário

realizados entre os podólogos legalmente regis-trados, 49% relataram problemas nasais, irrita-ção ocular ou problemas respiratórios, no mesmo estudo, uma porcentagem desses podó-logos apresentaram anticorpos precipitantes para o fungo Trichophyton rubrum.

ABRAMSON et al. (1985), descobriram que pó

de unha consiste em queratina, elementos fúngi-cos, com hifas e artrósporos e outros detritos microbianos.

De acordo com DONALDSON et al. (2002), pes-

quisas demostraram a presença de partículas contaminada com endotoxinas da parede celular bacterianas que podem causar uma resposta inflamatória, em poeira de unha. A forma, tamanho, teor de endotoxina e sua capacidade de causar uma resposta inflamatória dos consti-tuintes desse material pulverulento tem sido ava-liado a partindo estudo de resíduos de unha em brocas de podólogos.

O esquema abaixa mostra a forma como foi

realizada a análise quanto ao tamanho e a mor-fologia das partículas.

. IMAGEN A figura 5 apresenta o registro de microscópia

eletrônica de varredura das partículas, em

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Figura 3 – Efeito dos aerodispersóides no trato respiratório. Fonte: www.bernadesst.com.br/aerodispersoides/133//.

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tamanho aumentado em 4.000X, revelando partículas de vários tamanhos, as menores em forma de placas e flocos.

A imagem da figura 5 indica que

existe um número significativo de partículas minúsculas de aerodisper-sóides, que podem ser inaladas pelos profissionais e atingirem os pulmões.

Para validar essa hipótese, os auto-

res realizaram uma comparação do número de partículas de tamanhos inaláveis e não inaláveis. (DONALD-SON et al., 2002). A figura 6 apresenta o gráfico construído pelos autores, que apresenta uma comparação entre os tamanhos das partículas encontradas.

As partículas foram coletadas de brocas de podólogos, armazenadas por 1 a 2 semanas sem alterações, foram misturadas e separadas em partes iguais: uma parte em temperatura ambiente à 37° a outra parte congelada em fre-ezer a -80° por 3 semanas. Foi diluída em uma solução salina estéril 1mg/ml, partículas aleató-rias foram dimensionadas usando uma luz de alta potência, miscroscópia eletrônico e varre-dura, e uma gratícula da ocular para calcular o tamanho das partículas (Donaldson et al., 2002)

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Figura 4 – Mecanismo molecular de ação dos aerodispersóides. Fonte: Rochas e Minerais Industriais – CETEM/2008, 2a Edição.

Figura 5 – Partículas de aerodispersóides analisada.

Fonte: Donaldson et al. (2002)

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A comparação indica um número mais expressivo de partículas respiráveis, representando um risco elevado de contaminação para os profissionais. Para caracterizar os riscos aos quais as profissionais estejam expostas (DONALDSON et al. 2002). Os dados foram adaptados no quadro 1.

A maioria das partículas possui tamanho menor que 10 μm, de modo que oferecem risco elevado de desenvolvimento, asma e bronquite. O risco foi menor para enfisema pulmonar DONALDSON et al. (2002).

Corroborando com tais resultados, Tinley et al. (2014) analisaram os principais tipos de fungos

encontrados na cavidade nasal de podólogos do Reino Unido, em comparação com um grupo de pro-fissionais de outras áreas. Os resultados estão sintetizados no gráfico apresentando na figura 7. Os autores encontraram uma maior prevalência de fungos nas amostras dos profissionais de podologia. As diferenças foram significativas em comparação com o grupo controle.

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Figura 6 – Comparação das partículas por tamanho. Fonte: Donaldson et al. (2002).

Quadro 1 - Risco de doenças por tamanho da partícula. Fonte: (Donaldson et al. 2002).

Figura 7 – Comparação da prevalência de fungos nas cavidades nasais e podólogos e outros profissionais. Fonte: Tinley et al., 2014.

Tamanho µm

Asp

erg

uill

us

fum

igatu

s

Prevalência de fungos nas cavidades nasais (%) Podólogos Controles

Asp

erg

uill

us

vers

icolo

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Phaeoannello

-

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Leva

dura

no

identif

icada

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Entre os fungos mais prevalentes, o Aspergiligus fumigatus e as leveduras foram os microrganismos com as maiores incidências. De acordo com Donaldson et al. (2002), o Aspergiligus fumigatuse é encontrado em ambientes hospitalares e em plantações, sendo responsáveis por doenças pulmonares como a aspergilose e o aspergiloma.

Eles também podem ser responsáveis pelo des-

envolvimento de outras doenças respiratórias, como a asma e a bronquite. As leveduras e fun-gos dimórficos podem conduzir ao desenvolvi-mento de criptococcose, histoplasmose e blasto-micose. Por isso, o controle de infecções é uma questão fundamental em podologia. (EHPU, 2007). De acordo com REES et al. (2000), a importância da desinfecção eficaz é a principal forma de controlar a infecção na prática podoló-gica.

Vários patógenos bacterianos vêm sendo tam-

bém encontrados como contaminantes em poei-ras (OTTER et al. 2010). Microrganismos como Staphylococcus aureus resistente à meticilina é capaz de sobreviver nos ambientes, sendo trans-portados em escama de pele (TANG et al. 2009).

Materiais particulados gerados durante a mani-pulação da lâmina ungueal são procedimentos rotineiros nas atividades em podologia, sendo uma forma de contaminar o ar interno em que se atua (BURROW et al. 2006).

Tinley et al. (2014) e Donaldson et al. (2002)

destacam a necessidade de uso de máscaras e do estabelecimento de políticas de saúde efetiva-mente capazes de fiscalizar o uso de equipamen-tos de proteção respiratória em ambientes de tratamento de unhas, já que problemas respira-tórios ainda são subestimados na podologia. Em relação às máscaras, o modelo N95 é o mais indicado para a proteção contra os aerodisper-sóides, tendo em vista apresentar proteção de até 95% contra partículas maiores que 10μm. A figura 8 exibi um modelo de máscara N95.

4. Programa De Proteção Respiratória Como Estratégia De Prevenção O Programa de Proteção Respiratória (PPR)

tem o objetivo de oferecer condições de controlar doenças ocupacionais decorrentes da inalação de poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores (MIRANDA, 2004).

Trata-se de uma sistematização de medidas

práticas e administrativas que devem ser realiza-das por uma empresa para que a máscara seja corretamente utilizada sendo obrigatórias desde a década de 1990 (MIRANDA, 2004).

É de extrema necessidade que sejam feitas recomendações para a elaboração, implantação e administração de um programa que oriente como selecionar e usar corretamente os equipa-mentos de proteção respiratória, haja vista os grandes riscos que a exposição a agentes quími-cos gera para a saúde do trabalhador (BRASIL, 2005).

A Portaria no 01 de 11 de Abril de 1994, e emi-

tida pelo Ministério do Trabalho, estabelece um regulamento técnico sobre uso de equipamentos de proteção respiratória, determinando que todo empregador deve adotar um conjunto de medi-das com a finalidade de adequar a utilização de equipamentos de proteção respiratória – EPR. Para a composição do PPR, são necessárias a indicação do gestor do Programa, a descrição dos procedimentos operacionais e a seleção, limitações e uso dos respiradores (ZOCHIO, 2009).

A escolha do respirador depende do treinamen-

to dos usuários, ensaios de vedação (FIT TEST), manutenção, Inspeção e guarda dos equipamen-tos e questionário de avaliação médica (BRASIL, 2007).

5. Conclusão A preocupação com os profissionais que estão

exposto aos aerodispersóides oriundo do pó de unha nos motivou ao estudo e pesquisa teórica sobre as formas de prevenir as infecções do trato respiratório.

De acordo com os artigos analisados, chega-

mos à conclusão que uma das melhores formas de se evitar os riscos ocupacionais pela exposi-ção ao pó de unha (aerodispersóides) é a orien-tação e a educação continuada acerca das Leis e Normas Regulatórias, bem como quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPis) e coletivos (EPcs) adequado para cada tipo de atividade e procedimento.

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Figura 8 – Modelo De Máscara N95 Fonte: Brasil, 2005.

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Neste contexto, a biossegurança representa uma ferramenta prática fundamental para os profissionais que exercem suas atividades em ambientes internos com mais segurança. Aliada a um conhecimento teórico sobre a legislação, as técnicas operacionais conforme a sistemática da proteção.

Observou-se que grande parte dos artigos cien-

tíficos estudados enfatizou as discussões sobre segurança biológica e a necessidade da adoção de medidas voltadas para educação e para a saúde profissional.

A proteção contra a inalação desses agentes é

obtida por meio da seleção e uso dos equipa-mentos de proteção respiratória adequados, seguindo as orientações contidas na publicação Programa de Proteção Respiratória.

6. Referências bibliográficas - Abramson C, Wilton J.

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