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N° 54 Ano 4/20161ª Edição

ATIVIDADES AGRÍCOLAS E AFINS

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Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

Apicultura

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O que vem por aí /// por Mundo das Especialidades

ÉSe você já acampou na mata, provavelmente já viu algumas delas próximas a alguma seiva que escorria de uma árvore ou então lá estava ela naquele seu doce preferido, e para aqueles que foram mais além, sentiram “na pele”

o poder de sua ferroada. O que vale aqui lembrar é que estes insetos compõem um mundo fascinante de curiosidades e conhecimentos. Pertencem à super família Apoidea, a mesma das vespas.Mesmo que voem 2 quilômetros longe da colmeia, a abelha nunca erra o caminho de volta.Elas também realizam em torno de 40 voos diários em busca de néctar e pólen, chegando a visitar 40 mil flores por dia, colhendo o néctar que é guardado no sistema digestório do inseto e misturado a enzimas (invertase e glicose oxidase), transformando-o em mel. Portanto… então, o mel nada mais é do que vômito de abelha. Isso tudo foi só um gostinho doce deste fascinante mundo. Aproveite!

EXPEDIENTE

1ª Edição: Disponível em www.mundodasespecialidades.com.br Direção Geral: Khelven Klay de Azevedo Lemos Diagramação e Edição: Khelven Klay de A. Lemos Coord. de Guias das Especialidades: Thomé Duarte Editoração e Revisão : Aretha Stephanie Autor: Pablo Rios e Khelven KlayImpressão: Servgrafica Editora SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES Telefones:(84)8778-0532 E-mail:[email protected] Site: www.mundodasespecialidades.com Facebook:Facebook.com/mundodasespecialidades DIREITOS RESERVADOS: A reprodução deste material seja de forma total ou parcial de seus textos ou imagens é permitida, des-de que seja referenciado o Mundo das Especialida-des e seus autores pela nova autoria ao fim de seu material. Todos os direitos reservados para Mundo das Especialidades UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA UNIÃO LESTE BRASILEIRA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Natal, RN, Junho de 2016

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Bom Estudo!

PABLO RIOS

KHELVEN KLAY

Olá, sou Pablo Rios, Master Avançado de Desbravadores e Jovens. Atu-almente estou Coordenador da 7ª Região da MBN.

Curto ler, escrever, acampar e fazer bonecos. Gosto muito de mel, mas apesar disso, quero distância de

nossas amiguinhas abelhas.

Sou diretor do site Mundo das Especialidades. Zootecnista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Líder investido e atualmen-

te trabalho com o Clube de Líderes, aqui na Missão Nordeste, UNeB.

QUEM ESCREVE

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História da Apicultura

No início, o homem promovia uma verdadeira “caçada ao mel”, tendo que procurar e localizar os enxames, que muitas vezes nidifica-vam em locais de difícil acesso e de grande risco para os coletores. Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen, crias e cera, pois o homem ainda não sabia como separar os produtos do favo. Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o homem a procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o mel para consumo.

Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios começa-ram a colocar as abelhas em potes de barro. A retirada do mel ainda era muito similar à “caçada” primitiva, entretanto, os enxames podiam ser transportados e colocados próximo à residência do produtor.

Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colmeia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo.

Na Idade Média, em algumas regiões da Europa, as árvores eram propriedade do governo, sendo proibido derrubá-las, pois elas poderiam servir de abrigo a um enxame no futuro. Os enxames eram registrados em cartório e deixados de herança por escrito, o roubo de abelhas era considerado um crime imperdoável, podendo ser punido com a morte.

Nesse período, muitos produtores já não suportavam ter que matar suas abelhas para coletar o mel e vários estudos iniciaram-se nesse sentido. O uso de recipientes horizontais e com comprimento maior que o braço do produtor foi uma das primeiras tentativas. Nessas colmeias, para colheita do mel, o apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, in-clusive a rainha, e depois retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as abelhas.

Alguns anos depois, surgiu a ideia de se trabalhar com reci-pientes sobrepostos, em que o apicultor removeria a parte superior, deixando reserva para as abelhas na caixa inferior. Embora resolvesse a questão da colheita do mel, o produtor não tinha acesso à área de cria sem destrui-la, o que impossibilitava um manejo mais racional dos enxames. Para resolver essa questão, os produtores começaram a co-locar barras horizontais no topo dos recipientes, separadas por uma distância igual à distância dos favos construídos. Assim, as abelhas construíam os favos nessas barras, facilitando a inspeção, entretanto, as laterais dos favos ainda ficavam presas às paredes da colmeia.

Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medi-da entre esses dois espaços Langstroth chamou de “espaço abelha”, que é o menor espaço livre existente no interior da colmeia e por onde podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Essa descoberta sim-ples foi uma das chaves para o desenvolvimento da apicultura racional. Inspirado no modelo de colmeia usado por Francis Huber, que prendia cada favo em quadros presos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro, Langstroth resolveu estender as barras superiores já usadas e fechar o quadro nas laterais e abaixo, mantendo sempre o espaço abelha entre cada peça da caixa, criando, assim, os quadros >

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>>> móveis que poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e mo-vidos lateralmente dentro da caixa. A colmeia de quadros móveis per-mitiu a criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como a conhecemos hoje.

Surgimento no Brasil

A atividade apícola teve início no país em 1839, quando o pa-dre Antônio Carneiro trouxe algumas colônias de abelhas da espécie Apis Mellifera da região do Porto, em Portugal, para o Rio de Janeiro. Outras raças da mesma espécie foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus.

Com a introdução da abelha africana (Apis Mellifera Scutellata) em 1956, a apicultura brasileira tomou um novo rumo, de forma aci-dental: essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar com as abelhas de raça europeia, formando um híbrido natural chamado de abelha africanizada.

A agressividade dessas abelhas causou, inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores aban-donaram a atividade. Somente após o desenvolvimento de técnicas adequadas, nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Principais produtos

A apicultura fornece diversos produtos, entre eles podemos citar:

Mel – Utilizado medicinalmente, para cozinhar e principalmente para adoçar. Muitas receitas utilizam mel, desde um bolo e até para assar carnes.

Cera – Na Antiguidade, a cera de abelha era utilizada como combus-tível para lamparinas, impermeabilização de recipientes e embalsama-mento, mas era prioritariamente de uso medicinal na fabricação de un-guentos e pomadas. Atualmente continua sendo de uso medicinal, mas também cosmético, sendo base de fabricação de maquiagens.

Própolis – Essa substância funciona como o antibiótico da colmeia, impedindo a proliferação de bactérias. Para o ser humano, o própolis tem função: antiviral, antifúngica, anestésica, anti-inflamatória, etc.

Pólen – Além de ser indispensável para a fecundação das árvores frutíferas, o pólen tem função cosmética, medicinal e alimentar para o ser humano.

Geleia real – Serve de alimento para os embriões das abelhas e para a Abelha Rainha durante toda a vida. Para os humanos é alimento e usado de forma terapêutica.

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Diferenças entre as abelhas Em um enxame existem três tipos de indivíduos diferentes: rainha, zangão e operária.

Rainha - É a mãe de todos os indivíduos da colônia. Só existe uma rainha na colmeia que, para ser fecundada, realiza o voo nupcial. O fato acontece no início da sua vida reprodutiva. Neste voo a rainha pode ser fecundada por vários zangões. Cinco a seis dias após a fecundação, inicia-se a postura, podendo a rainha pôr até 3.000 ovos por dia, em condições de grande florada. A rainha pode viver até cinco anos, no entanto, nas condições tropicais brasileiras, sua vida útil é de aproxima-damente dois anos. A rainha consegue manter as abelhas unidas den-tro da colmeia por meio de um cheiro produzido por ela, o feromônio de agregação. Com o passar do tempo, a rainha envelhece diminuindo a postura e a produção de feromônio, fazendo com que as abelhas operárias a substitua.

Zangão - São os indivíduos machos da comunidade. Não apresentam estrutura específica para o trabalho e sua função na colmeia é fecundar a rainha. Atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida e, após fe-cundar a rainha, morrem, por perderem parte dos seus órgãos sexuais, os quais ficam presos na genitália da rainha.

Operárias - As abelhas operárias são responsáveis por todas as tare-fas dentro e fora da colmeia. Suas atividades obedecem a uma escala de trabalho que normalmente está associada com a idade do indivíduo e ao desenvolvimento de suas glândulas:

Do 1º ao 3º dia de vida: As abelhas são denominadas faxineiras. Elas tem a função de limpar a colmeia, os depósitos de mel e as células de nascimento das abelhas operárias, rainhas e zangões.Do 4º ao 14º dia de vida: Nessa idade, elas elaboram a geléia real e alimentam a rainha e as larvas (jovens), motivo pelo qual são batizadas de abelhas nutrizes. Do 14º ao 21º dia de vida: São batizadas de abelhas engenheiras, por ser esse o período no qual elas se dedicam à produção da cera e à construção dos favos. Do 21º ao 38/42º dia de vida: Após os 21 dias de idade, as operárias dão início à atividade de coleta de néctar no campo (fonte de açú-cares), pólen (fonte de proteína, minerais, óleos e vitaminas), resina e água. Por isso são chamadas de campeiras.

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Você sabia?

Abelhas e agricultura

A relação das abelhas com práticas agrí-colas sempre teve um caráter complementar, com benefícios para todos os envolvidos. Enquanto as abelhas conseguem o néctar e o pólen necessários para se alimentar, e produzir o mel e outros derivados (para as espécie que formam grandes colônias), a agricultura se beneficia da polinização que amplia sua produtividade e garante frutos com mais qualidade e, consequentemente, maior valor de mercado. Para que aconteça, entram em ação os polinizadores, que são animais como abe-lhas, vespas, borboletas, pássaros e morce-gos responsáveis pela transferência do pó-len entre as flores masculinas e femininas. Em alguns casos, também o vento e a chuva exercem este papel. Das espécies conhecidas de plantas com flores cerca de 88% dependem, em algum momento, de animais polinizadores. Mais de 3/4 das espécies utilizadas pelo homem na produção de alimentos dependem da polinização para uma produção de quali-dade e em quantidade. Veja alguns produ-tos que precisam de polinização: algodão, caju, castanha-do-Brasi(também conheci-da como castanha-do-Pará), canola, maçã, melão, tomate, maracujá, laranja, girassol, urucum, pera, cana-de-açúcar, uva, café, manga

Rainha Zangão Operária

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Materiais que são usados na apicultura A caixa Langstroth é a mais utilizada no Brasil devido à pratici-dade de manejo que vocês veem abaixo no infográfico. A colméia dita racional é uma caixa, ou um conjunto de caixas empilháveis, dispostas sobre um fundo (ou chão) e cobertas por uma tampa (ou teto). Geral-mente, é feita de madeira. Dentro das caixas, ficam os quadros (ou caixilhos), que são estruturas retangulares, como molduras, destinadas a conter os favos feitos pelas abelhas.

Fundo: É uma superfície, geralmente de madei-ra, com pequenas paredes nas laterais e atrás, que servem de apoio ao ninho. A frente estende-se alguns centímetros além do comprimento do ninho, para servir de plataforma de pouso e deco-lagem das abelhas. O espaço formado entre a superfície do fundo e o início da parede frontal do ninho é a entrada da colméia, chamada de alvado.

Tampa: É uma superfície, geralmente de madei-ra, com paredes em duas laterais, que ajudam no seu encaixe sobre a última caixa da colméia.

Alvado: Abertura localizada na frente da caixa, na parte inferior, para entrada e saída das abelhas. O alvado normal tem cerca de 37 cm de largura por 1 ou 2 cm de altura. Na prática, geralmente é usado um redutor, um pedaço de madeira que diminui esse espaço um pouco nas estações quentes e bastante nas frias (nas estações quentes, às vezes não é usado nenhum redutor). Alguns fundos são reversíveis, o que significa que as paredes laterais têm alturas diferentes de um lado e de outro. Com isso, o apicultor pode variar a altura do alvado pela reversão do fundo.

Ninho

Melgueirasplacas destinadas à produção de mel. É lá que são construídos os favos. Geralmente ficam na parte superior das caixas criatórias.

Tela excluídoraÉ uma tela larga o suficiente para

deixar uma operária passar, mas não uma rainha, nem os zangões. Com a

tela posta entre o ninho e as mel-gueiras, pode-se ter segurança de

que não haverá quadros de cria nas melgueiras.

Você sabia?

Própolis

Essa foi talvez a maior descoberta da api-cultura moderna, que possibilitou o desen-volvimento das colméias racionais. Não há uma razão conhecida, mas segundo as ob-servações de Lorenzo Lorraine Langstroth, em 1851, as abelhas não fecham espaços maiores de 6,4 mm com própolis, nem cons-troem favos em espaços menores que 9,5 mm. Isso permitiu definir o espaço-abelha.

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No centro de cada quadro, o apicultor coloca uma lâmina de cera alveolada(uma cera já pronta), que funciona como um início do favo. As abelhas só continuam o que já receberam começado. Quando não são induzidas, ou quando sobra algum espaço relativamente gran-de numa caixa, as abelhas constroem favos fora dos quadros. Quando o apicultor esquece quadros sem cera alveolada, elas constroem favos atravessados, cada um passando por dentro de vários quadros. Neste caso, arrumar a colméia pode dar um trabalho enorme.

Melgueiras (ou sobrecaixas) são destinadas apenas à produção de mel, para que os seus quadros não contenham também crias e pólen. Geralmente são mais baixas que os ninhos e formam os andares mais altos do “prédio”. Alguns apicultores preferem usar apenas ninhos nas colméias, inclusive fazendo o papel de melgueiras (os sobreninhos). Esse é o mo-delo moderno básico, mas inúmeros outros são pos-síveis. No passado, as colmeias eram cestos de palha emborcados. Caixas comuns, sem quadros, também foram usados por décadas.

Ninhos (ou caixas, ou câmaras de criação) contêm os quadros que serão usados para a postura de ovos e desenvolvimento das crias. Geralmente são mais altas e formam o primeiro ou os primeiros anda-res, se a colmeia for vista como um edifício. Apresen-tam coloração mais escura que o quadro de mel.

Favos de ninho

quadro de crias

Favo de mel

Quadro de melgueira

Você sabia?

Espaço - abelha

É exatamente o intervalo de 6,4 a 9,5 mm que as abelhas sempre deixam livre. Conhe-cendo essas medidas, foi possível projetar a colmeia racional, de quadros móveis, com a certeza de que as abelhas construiriam favos apenas nesses quadros, se correta-mente induzidas, e não iriam colá-los entre si e nem às paredes das caixas. Essa é a di-mensão mais conhecida na apicultura, mas há outras também importantes.

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Como as abelhas produzem cera? A cera é produzida por seis pares de glândulas cerígenas que se localizam no abdomen de abelhas jovens entre 10 a 18 dias de vida. Elas ingerem mel e pólen, excretam após 24 horas uma minúscula es-cama de cera de coloração branca.Essas glândulas ceríferas secretam a cera de forma líquida dissolvida em uma substância volátil, que na superfície externa do tegumento se evapora, deixando as placas de cera.

As abelhas que secretam cera fazem uma espécie de “corti-na”, umas presas às outras pelas patas. Cada uma delas produz flocos de cera, que depois são mascados e amolecidos com um pouco de saliva. Em seguida, são colados e moldados na estrutura de cera que está sendo construída. No caso do favo, a estrutura é um agrupamento de alvéolos, ou células, cuja seção transversal é um hexágono. Esses alvéolos são dispostos lado a lado, de forma que cada parede é com-partilhada por duas células (exceto as paredes mais externas, é claro). Eles também são dispostos fundo-contra-fundo, desencontrados, de maneira que cada favo possui duas camadas de alvéolos, cada cama-da voltada para um lado.

Qual o tamanho de alvéolo? As européias constroem 857 alvéolos de operária em 100 cm² (considerando-se as duas faces). A A.m.scutellata, menor, constrói 1000 alvéolos no mesmo espaço. Quando é fornecida cera alveolada às africanizadas no padrão europeu, elas mantêm as dimensões origi-nais da lâmina. Alvéolos de zangão são maiores e perfazem cerca de 520 por 100 cm². Alvéolos usados para cria de operárias e armazena-gem de pólen geralmente têm as mesmas dimensões. O armazena-mento de mel pode ser feito em alvéolos de operária ou de zangão.

Formato hexagonal dos favos Essa forma otimiza a construção, pois atende da melhor forma possível o compromisso entre economia de cera e trabalho versus a resistência mecânica final do conjunto. Naturalmente, esta não é uma decisão racional das abelhas; uma hipótese é que a seção hexagonal seja apenas o resultado final da tentativa de formar vários alvéolos con-tíguos de seção circular – uma forma muito mais comum na natureza. Depende da área útil do quadro (as medidas mais rigorosas são as externas), mas pode-se estimar, arredondando, para 7.000 alvéolos de operária por quadro de ninho (3.500 por face), e 4.000 alvéolos por quadro de melgueira (2.000 por face).

Por que as colméias ficam escuras? Favos recém construídos são brancos, mas vão ficando ama-relados rapidamente. Os favos de ninho escurecem muito mais que os de melgueira, pois cada cria deixa resíduos do seu casulo e dejetos or-gânicos que as outras operárias não conseguem eliminar inteiramente. Um favo de ninho antigo chega a ser quase negro.

Cera AlveoladaCera colacada pelo apicultor para que as abelhas iniciem o trabalho da construção dos favos de cria ou mel

Alvéolo

Favoscorrespondem ao conjunto das estru-turas hexagonais (alvéolos) que são construídos pelas abelhas que podem servir para colocar mel no caso das melgueiras ou lar-vas de cria no caso dos ninhos.

Favoconjunto de alvéolos

Você sabia?

Por que o mel não cai da colméia?

A construção do favo é orientada pela gra-vidade, e ele é perfeitamente vertical. Os alvéolos, porém, não são puxados a 90º. Eles são feitos com uma inclinação ascen-dente de 9 a 14º em relação à horizontal. Isso evita que o néctar/mel escorra logo que começa a ser armazenado no alvéolo, e também impede que as larvas caiam da célula acidentalmente. Quando o volume de néctar/mel armazenado atinge a borda do alvéolo, as abelhas iniciam a sua opercu-lação (fechamento), de forma a impedir o escorrimento.

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Fumegador Ferramenta apícola usada desde muito tempo para produzir fumaça para acalmar as abelhas e possibilitar o trabalho no apiário. A fumaça pode ser produzida com a queima de pedaços de madeira, serragem, cascas de eucalipto e esterco seco de vaca.

A utilização do fumo interfere na vida do enxame, provocando uma reação de alerta. Perante o temor do perigo, as abelhas emitem um zumbido prolongado, que pode ser considerado o sinal para dar início ao meio apícola. Neste instante há uma redução considerável na ação de defesa dos insetos e uma diminuição da velocidade das abe-lhas sobre os quadros. O que as abelhas fazem é comer e armazenar todo o mel em seus corpos, para que o alimento da colmeia inteira não se perca durante o considerado incêndio na floresta, que é a impressão causada pelo fumegador.

Roupa para a apicultura A indumentária é o equipamento de proteção individual (E.P.I.) do apicultor. É composta de macacão, máscara, luvas, botas e chapéu e deve ser usada completa para proteger o apicultor e diminuir os ris-cos de ferroadas. A indumentária deve ser confeccionada na cor bran-ca e mantida sempre limpa. A máscara deve ser de tecido resistente, de cor clara, com tela fina e escura no visor, de forma a permitir melhor visualização.

Dica!Se liga!

Odores forte provocam maior defensivida-de das abelhas, ocasionando ferroada no apicultor, evitar uso de perfumes ou deso-dorantes fortes antes da atividade.

A indumentária é feita de Brim, que é um tecido resistente e duro, o que evita as possíveis ferroadas devido ao ataque das abelhas durante o manejo.

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Escolhendo o local O local a ser escolhido para a instalação do apiário deve con-siderar as normas de segurança para pessoas e animais, a disponibili-dade de flora apícola e de água.

1. Observe as fontes de néctar e pólen: O local a ser escolhido deverá ter flora apícola abundante que forneça néctar (matéria prima para a produção de mel) e pólen (fonte de proteína e vitaminas para a alimentação das abelhas). Não esquecendo que o raio de ação das abelhas na coleta de néctar e pólen é de aproximadamente 1500m.

2. Observe as fontes de água: A água é essencial para o bom de-senvolvimento das colônias. Locais com água parada devem ser evita-dos, pois podem ser focos de doenças. A fonte de água não deve estar a uma distância superior a 200 m. Em locais com escassez de água, deve-se instalar bebedouro.

3. Considere a facilidade de acesso ao apiário: O acesso deve permitir a aproximação de veículos para transportar materiais, colmeias e o escoamento da produção. Na instalação do apiário (zona rural) devem-se observar as distâncias de segurança: escolas e residências rurais - 500 metros; criações de animais domésticos confinados - 300 metros; estradas e rodovias- 300 metros.

Doenças As abelhas, como todos os organismos vivos, são susceptí-veis a várias doenças, parasitas e predadores, cuja acção pode ter um efeito prejudicial no seu normal desenvolvimento, e mais importante na sua produtividade. Os apicultores, como criadores de gado, têm a responsabilidade de promover o desenvolvimento de colónias fortes e saudáveis, em especial nas épocas de maior produção.

A exploração do material apícola e algumas técnicas de mane-jo, acompanhadas da intensificação da produção apícola, resultaram numa proximidade cada vez maior entre colônias. Este fator, ao que se junta às constantes deslocações de colônias, o comércio de abelhas (rainhas, núcleos ou pacotes de abelhas) entre apicultores de diferen-tes regiões do mesmo país, ou mesmo, entre apicultores de diferentes países e continentes, contribui de forma marcante para a disseminação da maioria das doenças das abelhas. A melhor medida de prevenção contra a aparição de infestação da maior parte das doenças repousa sobre um bom cuidado da parte do apicultor.No caso de pequenos besouros há outras medidas que o apicultor deverá tomar no próximo porvir para combater esta doença na sua exploração, tais como:

1- Possuir colmeias fortes com favos cobertos de abelhas; evita-se assim que os quadros fiquem desocupados e abandonados nas extre-midades laterais da colmeia;

2- Utilizar colmeias que permitam limpeza dos fundos, evitando assim uma acumulação de detritos;

3- Nunca deixar quadros ou restos de favos abandonados no apiário, porque o seu cheiro atrai os coleópteros das colmeias;

4- Evitar trocar quadros entre as colmeias atingidas com as sãs;

5- Inspeccionar periodicamente as suas colmeias e, prestar atenção especial no caso em que se constatar sintomas parecidos aos da traça.

Você sabia?

Você sabia?

Pólen e nectar

Observe a presença de pólen nas patas das abelhas (corbícula) ao visitar a flor, isso é um indicativo que a planta é fornecedora de pólen.Ao observar a abelha visitando a flor sem a presença de pólen em suas patas é indicativo de que a planta é fornecedo-ra de néctar.Existem plantas que fornecem tanto pólen como néctar ou somente um desses produtos.

Abelha ladra

São espécies de abelhas que invadem e “parasitam” colmeias de outras que sa-íram para coletar néctar das flores. Iden-tificados em Cabo Verde, um conjunto de ilhas na costa da África, os insetos variam de tamanho, podendo ter de 3,2 a 5 milí-metros de comprimento. são pretas com listras brancas, com aparência de zebras. As abelhas “ladras” ocupam as colmeias alheias e colocam ovos enquanto as outras estão fora, para que suas larvas possam se alimentar dos nutrientes coletados.Os ovos das invasoras eclodem antes dos colocados pelas verdadeiras “donas” da colmeia, e as larvas destróem os ovos das hospedeiras, aproveitando as reservas de néctar para si.

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Variações Climáticas Apesar da capacidade de adaptação das abelhas a diferentes ambientes, as colônias desses insetos podem sofrer grandes prejuízos com as variações das condições climáticas. Embora as abelhas adul-tas sejam relativamente tolerantes às variações térmicas, suas crias são sensíveis a pequenas variações da temperatura do ninho. Para o bom desenvolvimento das formas jovens, a área de cria do ninho deve ser mantida a temperaturas entre 30 a 35 °C, já que as temperaturas acima desta faixa podem prejudicar o desenvolvimento larval, principal-mente a metamorfose. Além disso, em temperaturas acima de 40 °C, os favos de cera cheios de mel podem amolecer e quebrar.

Uma temperatura elevada no interior da colônia pode colocar em risco tanto o desenvolvimento populacional como o armazenamen-to de alimento; com isso, as abelhas tomam uma série de medidas para evitar o superaquecimento. Inicialmente, as abelhas adultas se dispersam pelo ninho e começam a promover a ventilação, pelo bati-mento das asas, de forma a criar correntes de ar que favorecem a saída do ar quente e entrada de ar fresco. Adicionalmente, as operárias po-dem promover a evaporação de pequenas gotas de água, espalhadas nos favos ou expostas nas suas próprias línguas.

Por isso, é grande a importância da manutenção de fontes de água nas proximidades da colônia. Também visando a diminuição da temperatura, parte das abelhas pode sair da colmeia, formando aglo-merados do lado de fora para reduzir a produção de calor e facilitar a ventilação. Entretanto, tudo isso gera um gasto energético extra para a colônia, que emprega tempo e recursos para o controle da temperatu-ra, deixando de realizar outras atividades como coleta de néctar e pólen para o armazenamento de alimento.

Outros elementos climáticos como umidade relativa do ar, ra-diação solar, precipitação, velocidade do vento e pressão atmosférica tem um efeito determinante em relação ao estabelecimento e desenvol-vimento de colônias de abelhas. Dessa forma, considera-se importante o monitoramento dessas variáveis e a avaliação de sua influência nas colônias de abelhas, visando o estudo dos impactos que as mudanças climáticas podem provocar sobre esses organismos e possíveis ações que possam minimizar esses efeitos.

Você sabia?

Pilhagem

Pilhagem é o roubo de mel praticado por abelhas vindas de outras colmeias. Para evitar este problema, não abra as colmeias em época de pouca florada e não deixe res-to de mel espalhado no apiário.

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Tipos de colmeias Conhecem -se hoje mais de 300 diferentes tipos de colmeia; que variam em função de adaptação climática, manejo, etc. Mas todas elas apresentam a mesma constituição básica: um fundo, ou assoa-lho, um ninho que é compartimento reservado ao desenvolvimento da família – a melgueira, compartimento onde é armazenado o mel, os quadros, nos quais são moldados os favos de mel ou de cria, e uma tampa, que reveste toda a colméia

Lusitânia é um tipo de colmeia que tem uma capacidade de alber-gação de um maior número de abelhas. Essa colmeia no entanto apresenta algumas desvantagens começando logo pelo preço. Dos 3 modelos mais comuns o que normalmente é comercializado a preços mais elevados é a Lusitânia. Outra desvantagem apontada no clima específico açoriano é devido às temperaturas amenas que temos, uma colmeia dessa dimensão se não estiver bem fortalecida, pode ter imen-sos problemas com o frio. Outra desvantagem é o arranque do enxame numa colmeia de tão grande dimensão.

Colmeia reversível: Uma das grandes vantagens desta colmeia em relação à Lusitânia é no arranque. Uma colmeia reversível (em condi-ções favoráveis) arranca de tal forma “rápido” que uma distração por parte do apicultor pode levar a uma enxameação indesejável. Também, no mercado, esta é a colmeia que apresenta os preços mais competi-tivos. Mantém os quadros em forma quase quadrangular sendo assim uma vantagem em relação à Langstroth. O peso é bastante mais leve que as restantes colmeias, o que facilita o transporte. Devido as alças serem iguais ao ninho esta colmeia também é muito boa na poupança de material em comparação à langstroth e lusitânia.

Langstroth (tradicional do desenho): É o modelo mais utilizado em todo o mundo. Na verdade, tanto a colmeia reversível como a Lusi-tânia foram adaptadas deste modelo. Tem a vantagem de ter material disponível em todo o mundo. Até da China se pode encomendar ma-terial para a langstroth. Tem um ninho suficientemente grande para a postura da rainha sem apresentar grandes problemas.

Quando o mel deve ser colhido? Constantemente o apicultor deve estar atento à sua produção e deve sempre verificar os quadros de mel se eles estão cheios de mel e operculados. Operculação é o processo pelo qual as abelhas fecham os alvéolos (de cria e de mel) com uma fina camada de cera, indicando, no caso do mel, a sua maturação, e no caso das crias, o último estágio de desenvolvimento. A verificação deve acontecer pelo menos a cada 15 dias, tempo médio para que um dos quadros esteja completo de mel. Caso verifique que a produção está baixa, as medidas de sanida-de devem ser tomadas. Veja na próxima página os passos para extra-ção do mel.

Langstroth

Lusitânia

reversível

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Preparando Quadros

1. Remova a tampa que cobre as melgueiras da colmeia.Utilize o fumegador para acalmar as abelhas a uma distância de 20cm da col-meia.

1. Limpe os quadros com a escova. A limpe-za é feita para a retirada das sujeiras.

2. Com auxílio do limpador de ranhuras retire a cera acumulada nos quadros. Qua-dros defeituosos ou quebrados devem ser descartados

3. O arame deve ser colocado no quadro e fixado com pregos, para sustentar as lâmi-nas de cera alveolada, evitando, assim, que o favo se quebre durante a centrifugação e as revisões.

4. Passe o fio de arame pelo orifício eestique-o com o esticador

5. Incruste a cera alveolada no quadro aramado. Encaixe a lâmina de cera alve-olada na ranhura. Apoie a lâmina de cera alveolada no arame de forma a encaixá-la na ranhura do quadro.

6. Derreta a cera bruta em banho-maria

2. Retire um dos quadros de mel. Verifique se o mel saudável tem uma coloração clara e os opérculos estão fechados.

3. Com a ajuda de um garfo desoperculador, retire os favos de mel da melgueira.

Mão na massa!

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7. Despeje a cera derretida na ranhura.Para soldar a lâmina de cera alveolada na ranhura utilize o caneco soldador ou a colher. Deve-se tomar cuidado ao manusear a cera quente.

10. Ajuste o quadro com a cera alveoladasobre a tábua de apoio. O arame deve ficar voltado para cima possibilitando a passa-gem da carretilha.

11. Passe a carretilha aquecida sobre o arame. Ao final da operação, verifique se a cera está bem incrustada.

8. Esquente a carretilha 9. Molhe a tábua de apoio com água fria. A água evita que a cera se cole na tábua.

Alimentando artificialmente as abelhas

As abelhas precisam de dois ti-pos de alimentação artificial: de subsistência e estimulante.

A alimentação de subsistência é feita visando suprir a ausência da alimenta-ção natural coletada nas flores. A Alimentação estimulante é feita com antecedência de aproximadamen-te dois meses do início da florada prin-cipal e serve para estimular a postura da rainha, aumentando a população

1. Dissolva o açúcar na água. A proporção do açúcar para a água varia de acordo com o objetivo da alimentação; se estimulan-te ou de subsistência. Para a alimentação estimulante usam-se duas partes de água para uma parte de açúcar. Para a alimen-tação de subsistência a proporção é de uma parte de água para uma parte de açúcar.

4. Coloque o alimentador no alvado. A re-dução do alvado evita que outras abelhas tentem entrar na colmeia para pilhar (rou-bar o alimento).

3. Coloque o alimento no potedo alimentador. O alimento não

deve ser fornecido quente para as abelhas. Encaixe o pote no alimen-

tador

2. Aqueça a mistura

Mão na massa!

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1. Lona limpa, indumentária (EPI), fumigador, melguei-ras contendo quadros com favos construídos ou cera al-veolada, vassourinha, formão. 2 - Vista a indumentária;3 - Acenda o fumigador;4 - Retire a tampa da melgueira

6. Retire os quadros com mel maduro. Mel maduro é aquele que está no favo operculado (favo recoberto por uma fina camada de cera). E apresenta a umidade adequada para consumo, no máximo 20%, conforme determina a legislação brasileira.

8. Coloque os quadros em uma melgueira vazia7. Remova as abelhas do quadro de mel

5. Aplique a fumaça. Utilize pouca fumaça para evitar resíduos no mel, depreciando sua qualidade.

Colheita e beneficiamento do mel Sendo o mel um alimento, é necessário que se adote medidas higiênicas desde a colheita no apiário. Para colher mel os apicultores devem estar em boas condições de saúde e realizar procedimentos de higiene pessoal. Os equipamentos, utensílios e a indumentária devem estar limpos, com atenção especial para as luvas. As melgueiras não podem ser colocadas no chão e devem ser protegidas da contamina-ção de microorganismos e sujidades durante o manuseio e transporte.

Atenção!

1 - Colha apenas os favos que estiverem totalmente operculados;2 - Não devem ser colhidos quadros de mel que apresentem crias;3 - Não devem ser colhidos quadros de mel com pó-len.

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3. Coloque os quadros de mel na mesa desopercula-dora

4. Retire os opérculos Para se realizar a desoperculação, não usar anéis, relógios, pulseiras, brincos e afins, utilize uniforme de trabalho e lavar as mãos com água potável e detergente que deverá ser neutro e biodegradável, para evitar danos ao meio ambiente.

1. Higienize o ambiente 2. Higienize os equipamentos e utensílios

9. As melgueiras com os favos de mel devem ser levadas para a Unidade de Extração do Mel (UEM), protegidas (tampa, lona, veículo coberto, etc.) da poeira, da umida-de e de outras sujidades para não depreciar a qualidadedo mel. Para minimizar esforços físicos e evitar danos à saúde, recomenda-se a utilização de equipamentos ade-quados para o transporte das melgueiras como padiola, carro de mão ou automóvel utilitário, os quais devem estar limpos.

O beneficiamento do mel é feito na UEM cuja construção deve ser feita de acordo com as normas predeterminadas pelos órgão com-petentes. A manipulação de produtos alimentícios deve ser feita de for-ma higiênica e segura. A higiene pessoal bem como a higienização e sanitização da UEM, dos equipamentos e dos utensílios utilizados é necessária para garantir um produto com qualidade livre de contami-nações por microorganismos.Para o beneficiamento do mel são reali-zadas as seguintes operações: extração, filtração, decantação, envase, rotulagem, embalagem e armazenamento.

Fique atento!

Fique atento!

Sanidade na casa do mel

A sanitização consiste no uso solução de água potável e produtos químicos saniti-zantes com ação bactericida e fungicida para combater bactérias e fungos. Existem vários produtos no mercado sendo o mais utilizado o hipoclorito de sódio (água sa-nitária 3%). Para fazer a diluição deve-se colocar 100 ml de água sanitária (3%) em 10 litros de água.

Coletando a própolisA colheіtа da própolіs deve ser feita dіre-tаmente nа colmeіа, com a rаspаgem dаs bordаs. Este é o lugаr onde а própolіs en-contra-se em seu estado mаіs lіmpo e mаіs recentes de produção pelas abelhas.

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5. Coloque os quadros desoper-culados na centrífuga

6. A centrifugação deverá ocorrer lentamente no início para não quebrar os favos que estão cheios de mel, aumentando-se a sua velocidade progressiva-mente.

7. O mel deverá passar por peneiras em duas ocasiões: após a centrifugação e quando da sua colocação no decantador.

8. O processo de decantação é utilizado para retirar eventuais partículas que perman ceram após a filtragem. O mel ficará em decantação por aproximadamente 48 a 72 horas. Duran-te a decantação a espuma e outras partículas sobem formando uma camada na superfície.

9. Após o tempo da decantação deve ser fei-to o envase. No envase, o mel deve escorrer pela parede do vasilhame, evitando-se a for-mação de espuma. A rotulagem deve seguir as especificações dos órgãos oficiais municipal (Serviço de Inspeção Municipal - SIM), esta-dual ou federal (Serviço de Inspeção Federal - SIF)

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Para refletir Todos os caminhos do homem lhe parecem puros, mas o Senhor avalia o espírito. Proverbios 16:2 Definir obje-tivos e traçar metas é direito e dever de toda pessoa, bem como lutar para realizá-los. No entanto, se quisermos ser bem sucedidos deve-mos pautar nossos planos nos planos de Deus, no que é agradável ao Grande Arquiteto das nossas vidas. Encontramos a seguinte citação em Pv 16:1 “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor.” Em Isaías 55 na primeira parte do versículo 8 lemos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos”.

A verdade é que por mais arquitetados que sejam nossos pro-jetos, eles podem falhar, por melhor que sejam nossos planos eles nem se comparam ao que Deus tem planejado para cada um de nós. So-mos a geração do imediatismo, do aqui e agora, a geração que pensa e que acha que com a mesma velocidade que os pensamentos fluem assim deve acontecer o que se pensa. Mero engano! Pois nossos pen-samentos quando pautados no querer de Deus produzem em nós algo que vai muito além do que ver nossos projetos realizados, produzem a certeza de que aconteça o que acontecer Deus tem o controle de tudo, e se tão somente estivermos no centro da Sua vontade, tudo cooperará para nosso bem. Para viver os planos de Deus envolve renuncia do eu (Mt 16:24); devemos aceitar Seus propósitos (Mt 26:36-39); pois Quan-do vivenciamos os planos de Deus, somos bem sucedidos. (Hb 5:7-9)

Bibliografia RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Mel Manejo de apiário para produção de mel: Coleção SENAR. 142. ed. Brasília: Senar, 2010., 2010. 81 p.

RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem; MAGALHÃES, Ediney de Oliveira. Abelhas Apis mellifera Instalação do apiário: Coleção SENAR. 141. ed. Brasília: Senar, 2010., 2010. 81 p.

TÉCNICO, Cap – Departamento; MAGALHÃES, Ediney de Oliveira. Manual de Sanidade Apícola - Sintomas, profilaxia e contro-le. Portugal: Artegráfica Brigantina – Bragança, 2007. 36 p. Disponível em: <http://www.fnap.pt/>. Acesso em: 25 maio 2016.

SILVA, Aline Leite et al. Sanidade Apícola: Gerenciamento em Saúde Animal e Saúde Pública / Faculdade de Medicina Veterinária e Zootec-nia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. 24 p.

PIRES, SÂNCIA. “Doenças das abelhas: a Varroose.” (2004).https://apiariocantodorio.wordpress.com/colmeia/www.embrapa.org.brwww.infoescola.comwww.sebrae.com.brwww.abelha.org.brwww.semabelhasemalimento.com.brwww.sistemafamasul.com.brwww.mel.com.brhttp://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/apicultura-tipos-de-col-meia/

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Manejo de apiário para produ-ção de mel. Coleção SENAR

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