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xp^'2: rfz£'^£%* *£>*—¦¦ S- «zxy &ycyp llMÊm A'v s1x></\ mm c^-v f°\ mw m immmm wmwfà Bliliaiil P Ü B 1,1 C A O AO QfJINZ K N A L A sa a o SI IBrazil Rio de Janeiro 1884 Setembro 15 X. 44 \ Como o via jor que, confiado na ap- proximação do termo da sua jorfiaíbi, incauto demora o passo; sem pensar que a noite ainda pôde sorprehendel-o e prival-b do gozo de chegar ao seu destino, Spirítas! velai attentos no cumprimento da vossa nobre missão de propaganda, para que a morte não venha envolver-vos em seu manto g*e- lido, antes de haverdes feito todo o possível para que a verdade triumpho; esforçai-vos afim que a humanidade entre na senda traçada pelo divino mestre, na senda do amor e da ca ri- dade, fora da qual não pôde haver salvação. As horas vão veloces se préeipi- tando nos abysmos da eternidade, o dia descamba, e as trevas da noite vos podem vir envolver, impedindo- vos de Continiuardes a ver o traço do roteiro que tendes de seguir para at- iingir-des ao termo feliz das vossas aspirações. Todos nós temos, junctaniente com as provações em que nos compete re- parar os erros do nosso passado, a árdua e sublime missão de trabalhar pelo levantamento intellectual e mo- ral nosso e dos nossos irmãos em hu- manidade. Todos devemos avançar sempre, avançar o mais possível, porque não sabemos a que horas virá a morte bator-nos á porta, deixado incompleta a tarefa que nos impozernos, e fazendo que leguemos a nossos filhos um trÇ- ballio que podíamos ter executado e que irá forçal-os a perder um tempo precioso, que deviam empregar em novos avanços para a. perfeição inde- finita. A no?sa missão é toda preparato- ria. Ponhamos era pratica os conselhos do precursor do Christo, lavemo-nos, purifiquemo-nos, aplanemos os caini- nhos, afastemos delles as pedras, ur- zes e espinhos, para facilitarmos o avançar do carro da verdade, que ha de vir esplendorosa espargir sua luz benéfica sobre a humanidade inteira, convertida. Não acrediteis que ireis encontrar vossa estrada plana e juncadade flores; montões de pedras, carcomidos destroços das desmoronadas crenças de outras eras, fundos precipícios ca- vados pelo ódio, o despeito e o mau querer dos homens, procuram tornal-a impraticável, buscam impedir que | chegueis em tempo curto á terra da promissão, onde correm o leite e o mel, segundo a linguagem imaginada do propheta hebreu, onde vos»espera o galardão que o Senhor reserva, aos trabalhadores que bem desempenham a tarefa de que se encarregam. Eucorajai-voá com os resultados obtidos, mas não tentai déscançar imprevidentes, quando ainda resta tanto a fazer. A semente foi espalhada profusa- mente, mas nem toda cahiu sobre um terreno apropriado para poder germi- nar e crescer; parte delia derramou-se em terreno pedregoso, as .plantas da- pinhas podem apossar-se do sueco necessário para a germinação de ou- tra parte, e as aves do ceu ainda po- dem vir arrebatar uma outra parte, restringindo de muito os limites do ({tio podieis conseguir. Velai attentos, não balbaratai um dos minutos desta vossa existência; trabalhai sempre, que no fim da jor- pada, no dia da vossa chegada res- pousaveis com a consciência tranquil- Ia, gozareis da alegria que experi- menta o nauta que, depois de longa e afadigosa viagem por mares procello- sos, calca feliz o solo da pátria amada, vê-se rodeado da familia que jubilosa o saúda e abraça. Então descançareis; então será tempo de adquirirdes novas forças, de vos preparardes para novas lutas. Como as antigas Vestaes, não dei- xai que se extinga o santo fogo da es- pe rança em vossos peitos. Nunca abandonai o bastão da fé, sobre o qual deveis sempre apoiar os vossos passos. Sustentai-vos sempre pela caridade, a caridade sem condições, a caridade para com todos,amigos ou inimigos, a caridade donde nascerão a paz, a liar- monia e a fraternidade univer.saes. Koiaa e o Padre Curei No nosso'n. 39 falíamos do vene- rando Padre Curei e do seu monumen- tal trabalho II Vaticano regio, no qual elle se apresenta ao mundo denun- ciando e abjurando os erros do romã- uismo. Esperávamos que os grandes theo- logos do nosso tempo viessem acampo, munidos de argumentos irrefutáveis, para, á luz da razão esclarecida, pul- verisar os erros do ex-jesuíta. Fomos illudidos em nossa espectá- tiva. Roma surgiu cercada de toda a sua pompa mundana, não para demons- Irar o convencer ser falsa a doutrina do Padre Curei, mas para impor ao mundo catholico, sob pena deformi- davel excommunhão, que se queimasse, sem lel-o, tal trabalho. E' fácil e cominodo e*sse modo de combater, mas é pouco etKcaz, hoje quando os homens não querem mais crernViquillo que não comprehendem, quando a excommunhão não provoca mais que o riso, porque a razão pro- dama, para ser ouvida pelo mundo inteiro, que o Pai celeste não pôde condemnar algum de seus filhos, pelo facto de se recusar este a satisfazer os caprichos infundados dos intitulados defensores da fé. Essa excommunhão não é mais que um poderoso reclame pare a propaga- cão da obra de Curei. Colc»io Politécnico de Car- tagena Este importante estabelecimento de instrucção em Cartagena 'Hespanha;, sob a direccãò do nosso correlegiona- rio o distineto Spiríta o Sr. Dr. José Requena Belmonte, apresentou nos últimos exames realizados em Junho os mais surpreendentes resultados. De 116 exames a que foram sub- mettidos seus alumnos houve as se- guintes approvações: « Sobresaliente ª 73 « Xotable. ª 18 « Bueno ª 13 « Aprovado ª lií Nem uma reprovação 1 São estes os brilhantes resultados colhidos pelos esforços empregados por uma direcção, que, não visando os mesquinhos interesses materiaes, faz do magistério um verdadeiro sa- cerdocio. Honra aquelles que trabalham na santa causa do progresso da humani- dade. A prece pelos maiiw O mazdeismo, a velha e sublime religião de Zoroastro, em vez de ex- eoinmunhões e condemnações eternas aos que fallecem em suas provações, ensinava a seguinte oração aos seus adeptos : «Protege-me, grande Orncuzd ! tor- na-me grande agora e sempre. Lança tuas vistas sobre aquelle que faz o mal, concede-me a graça de vel-o co- nhecendo a pureza do coração. Permitte que a palavra possa des- truir os demônios, e que vejamos seu chefe, não respirau lo mais que a pu- reza, pronunciar eternamente tua pa- lavra, no meio de todos os darvands convertidos. » E'um pensamento bello, excessiva- mente caridoso, digno de ser repetido pelos homens todos e de ser escutado por Deus. Que differeiiça entre esse ensino e o daquelles que chegam mesmo a pro- hibir, que se n*e por aquelles que julgam seus contrários em matéria de ! Spirítas, imitai aos mazdeistas pedi principalmente Pcr aquelles que vos odeiâo e perseguem; pedi porque, assim concorrendo para que elles se modifiquem, também vos elevareis aos olhos do Pai celestial. Despacho inexplicável Pretendendo o Sr. A. Torterolli as- sentar uma lapida na sepultura de seu filho, requereu á Santa Casa da Misericórdia permissão para neila fazer gravar o seguinte : Nascer,mor- rer, tornar a nascer, renascer ainda e progridir sempre ; tal é a lei. Affonso nasceu, etc. Perguntamos o que havia nisso que chocasse á moral ou a religião, para ter o seguinte despacho : Sim-, menos a primeira parte. Santa casa, Io de Julho de 1884. Barão de Cotegipe ? 1 I Pretenderá o illustradissimo Prove- dor da Santa Casa emendar ao pro- prio Christo, que disse a Nicodemus para entrardes no reino dos céus é pre- ciso nascentes de novot Ao « Apóstolo» Em seu numero de 29 do passado, tratando da conversão do judeu Af- fonso Ratisbone, diz o Apóstolo haver elle abraçado o catholicismo por ter tido uma visão, em que um espirito luminoso se lhe manifestara influindo em seu animo para que desse tal passo. acreditará o collega que os espi- ritos bons também se communicam com os homens, ou esse que se mos- trou a Ratisbone era Satanaz desfigu- rado para illudil-o? ¦* ¦ ? ¦'¦-¦ fff^M 1 ^'ilaP^ —. *i< ¦ ¦v'--;'i^i.?sâ ^.yv.jva!

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A sa a o SI IBrazil — Rio de Janeiro — 1884 — Setembro — 15 X. 44

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Como o via jor que, confiado na ap-proximação do termo da sua jorfiaíbi,incauto demora o passo; sem pensarque a noite ainda pôde sorprehendel-oe prival-b do gozo de chegar ao seudestino, Spirítas! velai attentos nocumprimento da vossa nobre missãode propaganda, para que a morte nãovenha envolver-vos em seu manto g*e-lido, antes de haverdes feito todo opossível para que a verdade triumpho;esforçai-vos afim que a humanidadeentre na senda traçada pelo divinomestre, na senda do amor e da ca ri-dade, fora da qual não pôde haversalvação.

As horas vão veloces se préeipi-tando nos abysmos da eternidade, jáo dia descamba, e as trevas da noitevos podem vir envolver, impedindo-vos de Continiuardes a ver o traço doroteiro que tendes de seguir para at-iingir-des ao termo feliz das vossasaspirações.

Todos nós temos, junctaniente comas provações em que nos compete re-parar os erros do nosso passado, aárdua e sublime missão de trabalharpelo levantamento intellectual e mo-ral nosso e dos nossos irmãos em hu-manidade.

Todos devemos avançar sempre,avançar o mais possível, porque nãosabemos a que horas virá a mortebator-nos á porta, deixado incompletaa tarefa que nos impozernos, e fazendoque leguemos a nossos filhos um trÇ-ballio que podíamos ter executado eque irá forçal-os a perder um tempoprecioso, que deviam empregar emnovos avanços para a. perfeição inde-finita.

A no?sa missão é toda preparato-ria.

Ponhamos era pratica os conselhosdo precursor do Christo, lavemo-nos,purifiquemo-nos, aplanemos os caini-nhos, afastemos delles as pedras, ur-zes e espinhos, para facilitarmos oavançar do carro da verdade, que hade vir esplendorosa espargir sua luzbenéfica sobre a humanidade inteira,convertida.

Não acrediteis que ireis encontrarvossa estrada já plana e juncadadeflores; montões de pedras, carcomidosdestroços das desmoronadas crençasde outras eras, fundos precipícios ca-vados pelo ódio, o despeito e o mauquerer dos homens, procuram tornal-aimpraticável, buscam impedir que |

chegueis em tempo curto á terra dapromissão, onde correm o leite e o mel,segundo a linguagem imaginada dopropheta hebreu, onde vos»espera ogalardão que o Senhor reserva, aostrabalhadores que bem desempenhama tarefa de que se encarregam.

Eucorajai-voá com os resultados jáobtidos, mas não tentai já déscançarimprevidentes, quando ainda restatanto a fazer.

A semente foi espalhada profusa-mente, mas nem toda cahiu sobre umterreno apropriado para poder germi-nar e crescer; parte delia derramou-seem terreno pedregoso, as .plantas da-pinhas podem apossar-se do sueconecessário para a germinação de ou-tra parte, e as aves do ceu ainda po-dem vir arrebatar uma outra parte,restringindo de muito os limites do({tio podieis conseguir.

Velai attentos, não balbaratai umsó dos minutos desta vossa existência;trabalhai sempre, que no fim da jor-pada, no dia da vossa chegada res-pousaveis com a consciência tranquil-Ia, gozareis da alegria que experi-menta o nauta que, depois de longa eafadigosa viagem por mares procello-sos, calca feliz o solo da pátria amada,vê-se rodeado da familia que jubilosao saúda e abraça.

Então descançareis; então serátempo de adquirirdes novas forças, devos preparardes para novas lutas.

Como as antigas Vestaes, não dei-xai que se extinga o santo fogo da es-pe rança em vossos peitos.

Nunca abandonai o bastão da fé,sobre o qual deveis sempre apoiar osvossos passos.

Sustentai-vos sempre pela caridade,a caridade sem condições, a caridadepara com todos,amigos ou inimigos, acaridade donde nascerão a paz, a liar-monia e a fraternidade univer.saes.

Koiaa e o Padre Curei

No nosso'n. 39 falíamos do vene-rando Padre Curei e do seu monumen-tal trabalho II Vaticano regio, no qualelle se apresenta ao mundo denun-ciando e abjurando os erros do romã-uismo.

Esperávamos que os grandes theo-logos do nosso tempo viessem acampo,munidos de argumentos irrefutáveis,para, á luz da razão esclarecida, pul-verisar os erros do ex-jesuíta.

Fomos illudidos em nossa espectá-tiva.

Roma surgiu cercada de toda a suapompa mundana, não para demons-Irar o convencer ser falsa a doutrinado Padre Curei, mas para impor aomundo catholico, sob pena deformi-davel excommunhão, que se queimasse,sem lel-o, tal trabalho.

E' fácil e cominodo e*sse modo decombater, mas é pouco etKcaz, hojequando os homens não querem maiscrernViquillo que não comprehendem,quando a excommunhão não provocamais que o riso, porque a razão pro-dama, para ser ouvida pelo mundointeiro, que o Pai celeste não pôdecondemnar algum de seus filhos, pelofacto de se recusar este a satisfazer oscaprichos infundados dos intituladosdefensores da fé.

Essa excommunhão não é mais queum poderoso reclame pare a propaga-cão da obra de Curei.

Colc»io Politécnico de Car-tagena

Este importante estabelecimento deinstrucção em Cartagena 'Hespanha;,

sob a direccãò do nosso correlegiona-rio o distineto Spiríta o Sr. Dr. JoséRequena Belmonte, apresentou nosúltimos exames realizados em Junhoos mais surpreendentes resultados.

De 116 exames a que foram sub-mettidos seus alumnos houve as se-guintes approvações:

« Sobresaliente 73« Xotable. 18« Bueno 13« Aprovado lií

Nem uma reprovação 1São estes os brilhantes resultados

colhidos pelos esforços empregadospor uma direcção, que, não visandosó os mesquinhos interesses materiaes,faz do magistério um verdadeiro sa-cerdocio.

Honra aquelles que trabalham nasanta causa do progresso da humani-dade.

A prece pelos maiiw

O mazdeismo, a velha e sublimereligião de Zoroastro, em vez de ex-eoinmunhões e condemnações eternasaos que fallecem em suas provações,ensinava a seguinte oração aos seusadeptos :

«Protege-me, grande Orncuzd ! tor-

na-me grande agora e sempre. Lançatuas vistas sobre aquelle que faz omal, concede-me a graça de vel-o co-nhecendo a pureza do coração.

Permitte que a palavra possa des-truir os demônios, e que vejamos seuchefe, não respirau lo mais que a pu-reza, pronunciar eternamente tua pa-lavra, no meio de todos os darvandsconvertidos. »

E'um pensamento bello, excessiva-mente caridoso, digno de ser repetidopelos homens todos e de ser escutadopor Deus.

Que differeiiça entre esse ensino e odaquelles que chegam mesmo a pro-hibir, que se n*e por aquelles quejulgam seus contrários em matériade fé !

Spirítas, imitai aos mazdeistaspedi principalmente Pcr aquelles quevos odeiâo e perseguem; pedi porque,assim concorrendo para que elles semodifiquem, também vos elevareisaos olhos do Pai celestial.

Despacho inexplicável

Pretendendo o Sr. A. Torterolli as-sentar uma lapida na sepultura deseu filho, requereu á Santa Casa daMisericórdia permissão para neilafazer gravar o seguinte : Nascer,mor-rer, tornar a nascer, renascer ainda eprogridir sempre ; tal é a lei. Affonsonasceu, etc.

Perguntamos o que havia nisso quechocasse á moral ou a religião, parater o seguinte despacho : Sim-, menosa primeira parte. Santa casa, Io deJulho de 1884. Barão de Cotegipe ? 1 I

Pretenderá o illustradissimo Prove-dor da Santa Casa emendar ao pro-prio Christo, que disse a Nicodemuspara entrardes no reino dos céus é pre-ciso nascentes de novot

Ao « Apóstolo»

Em seu numero de 29 do passado,tratando da conversão do judeu Af-fonso Ratisbone, diz o Apóstolo haverelle abraçado o catholicismo por tertido uma visão, em que um espiritoluminoso se lhe manifestara influindoem seu animo para que desse talpasso.

Já acreditará o collega que os espi-ritos bons também se communicamcom os homens, ou esse que se mos-trou a Ratisbone era Satanaz desfigu-rado para illudil-o?

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PARA 0 INTERIOR E EXTERIOR

Semestre GtfÓOO

PAGAMENTO ADIANTA DO

Toda a correspondência deve sor di.ri-gida a

A. Eli os «Ia Silva

120 RUA DA nÀ-RIOGA 1£0

As assignaturns terminam eni Junho eDezembro.

—(.:»—

Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

O MUNDO SIDERAL

XVIII

A TERRA E SEU SATELLITE

A uma distancia média de 37:050:120léguas de 4000 metros, descreve o

planeta Terra sua orbita em tornodo Sol. com a velocidade média de29:506M,515; em 365-256 dias.

Sua distancia quando no peribelio éde 36:431:548 léguas, e quando noaphelio de 37:674:303 léguas.

Como os outros planetas, tem este afôrma de um corpo gerado pela revo-lução de uma ellipse ao redor do seueixo menor: medindo seu raio máximo1:594 eo mínimo 1:589,8 léguas.

Sua área superficial é de 5:092:642myriametros quadrados e seu volumede 1:082:841:768 myriametros cubi-cos.

Tendo os planetas sua origem nolento resfriamento de massas nebulo-sas, é mais natural que a sua çonden-sação proceda da superfície para ointerior e nâpdreste paraaquella, comoalguns pretendem; pelo que cremosque todos elles constam de uma crosta,mais ou menos espessa e densa, encer-rando gazes e vapores em ignição.

Crô-se que a crosta terrena medeapenas 12 léguas de espessura.

Sua superfície não é lisa, mas, rela-tivameute á sua extensão, essas irre-laridades ou différeriçás de elevaçõesdesapparecem corno as asperezas dasuperfície de uma laranja.

A densidade média da Terra é dé1,694, e sua massa1:824:614:464:192:610:274:204:701.

Sua rotação se effectua em 0,9972dias médios, percorrendo cada pontodo seu equador 46õ'",047 por segundo:a ella é devido o pheuomeiio da sue-cessão dos dias e das noites.

A inclinação de 23° 27' 15" do planode seu equador sobre o de sua orbitafa/. que a sua superfície fique divididaem cinco zonas perfeitamente defini-das, das quaes a torrida, dividida aomeio pela linha equatorial, mede umalargura de 46° 54' 30" ; as luas tem-peradas, contidas entre os trópicos eos circulos polares, 43° 5' 30" cadauma; e nsjrigidas 23° 27' 15" cadauma.

I

Desde que o Sol ap parece no hori-sónte, até que elle passa o meridiano,á obliqüidade de seus raios diminui-,de modo que a quantidade de calorrecebida, cm mu dado tempo, por uma

j determinada porção da superficie dosolo, vai aug'mentari,do? sendo aindaesse effeito favorecido pelo decresci-

terrena varia atoada instante e, inver-samorite ás ^spas dimensões, as dosarcos descriptos pela Terra em suarevolução, acontece que, quando o Solchega ao solisticiò de verão do heniis-

pherio austral, achando-se ella no seu

perilièlio, as estações da primavera eilo verão são mais quentes n'esse he-

mento do trajècto que o.raio tem de I mispherio que as do-boreal; eni còin-

peiisação, porém, sua duração é n'a-

quelle menor que n'este.effeçtuar na atmosphera e da inclina-

ção das âifférentcs camadas desta.

O plienoméno inverso se produz ;i

partir do meio dia; porém, a temp--ratnra do 1 iig-ar con finda asnbir ain.Iadurante uma ou duas horas, até que a

quantidade de calor recebida cesse deser superior á perdida pela irradia-cão.

Continua a temperatura a descerdurante o rosto do dia o Ioda a noite:voltando a subir de novo. sóme-nte

quando o Sol reapparéce no hnrisonte",Os pontos eqninoxiaes e soliaticiaes

dividem a ecliptica em quatro partesiguaes. portanto, também podemosdividir o tempo que o Sol ü-.-ista para.partindo de um desses pontos.tornaraelle, em quatro partes; as quaes nãopodem ser iguaes. porque a velocidadecom que esse astro percorre a ecliptica..apparencia resultante da velocidadereal de translação da Terra, não éuniforme.

lasses quatro períodos ou estaçõestêm os nomes de primavera, verão,outono e inverno.

Consideremos o Sol noequiiioxip da,Balança, que e o começo da prima verapara o nosso lie mispherio.'; haveráigualdade do dia e da noite.

Seguindo elle d'essè ponto para osolisticiò. sua declinarão vai augmen-tnndo constantemente, bem como otempo que elle. se demora acima doborisonte. attingindo esse augmentoao seu máximo a 22 de Dezembro.

IVesta data, em que principia overão para nós. a declinação solar vaidiminuindo, assim como a duraçãodos dias que. a 22 de Março, .igualade novo á da noite.

Avança então n Sol para o solisticiòdo hemispherio boreal; é a nossa esta-ção do outono, na qual os dias omiti-nuam a so encurtar e as noites a so.alongar, até 22 de Junho, começo donosso inverno, em que os dias vãocrescendo e as noites décrescerido, tor-nando a ser iguaes a 22 de Setembro.

Dá-se o inverso para o outro hemis-pherio.

A temperatura de um lugar depen-dendo do tempo cm que o Sol se cori-serva acima, do borisonte. (. da maiorou menor obliqüidade com que seusraios atravessam a atmosphera, asestações da primavera e do verão sãoas mais quentes, as do outono o, doinverno as mais frias: devendo aindaa temperatura do verão ser maior quea da primavera por ter n'aqiiellaconservado o solo, parte do calor quon'esta recebera, e bem assim ser a doinverno inferior á do outono, porquen'esta elle ainda conserva parte dorecebido no verão.

| Como a grandeza do raio da orbita

Dá-se o mesmo relativamente ásestações do outono e do inverno dohemispherio austral, porque então aTerra se acha no seuáphelio; pelo queessas duas estações são mais frias nonosso que no hemispherio opposto.

Compensam-se, portanto, essas cqii-dii-ões e, em resultado, os dous hemis-

pherios terrenos recebem annualmentea mesma quantidade de calor.

O clima de um lugar.; além da sualatitude, depende também de, variasnutra-; cii-eumsf alicias, como sua nltu-ra, sua visinhnnea do mar ou dascadeias de montanhas, etc.

Não podemos, porém, tractar aquidessa questão com o desenvolvimento

que ella exigi-, porque seria afastar-mo-nós do nosso programma.e invadiro- domínios de uma outra parte dassciencias naturnes.

A acção do calor solar na crostaterrena não se fa'/ sentir abaixo d" HOou 10 metros da superfície: pintoalém do qual a do interior se tornnapreciável, crescendo de um gráo cen-tio-rado para cada HO ou 33 metros dedescida.

Não cremos, porém, que essa pro-gréssãó continue além dos limites in-teriore.s da mesma crosta, mas simque, (Veste ponto em diante, ella con-sm-va-se constante, mantendo osgazese vapores da região central em estadode igniçãò.

Quando, no decurso de um anno.examinamos o eixo de rotação daTerra, achamos que elle occupa posi-ções sensivelmente parallelas: se po-rém nossa observação se estender alémd'esse limite, veremos que esse paral-lelismo não é rigorosamente exaeío,que o plano do angulo formado poresse eixo com uma perpendicular ao

plano da orbita muda muito lenta-mente de posição cada anuo, e comelle a. linha dos equinoxios e o começodas estações; é o movimento chamado

precessão dos equinoxios. em virtude do

qual esses pontos percorrem animal-mente um arco de 50",2 de oceidentepara oriente: sendo necessário o pe--riodo de 26:000 annos, para qué cadaum d'elles percorra toda, a ecliptica.

Também o angulo do eixo com aperpendicular ao plano da orbita nãoé constante: elle varia de 48" porséculo.

Actualmente elle diminua, <; iiecliptica se vai approxiinando doequador.

Com o movimento de todo o syste-ma solar em torno da estrella Vega,seu centro de attraceão, e o de preces-são dos equinoxios, o polo boreal daTerra, que antigamente apontava para

uma estrella do Dragão, se dirige ¦hoje

para a Polar o caminha para Vega.Como os outros, é o nosso planeta,

envolvido por um manto gazoso ouatmosphera, cuja altura apreciável éde 12 léguas; sua densidade mi basede 0,001293, e sua pressão sobre cadadecimetro quadrado da superficie en-volvida de 103,32 kilogrammas.

Ml Ia compõe-se de oxygenio, azotoe, em menores proporções, ácido car-bonico, vapor d'agua, ammÒnico eoutros gazes.

A densidade media do corpo do bo-rnem terreno é de 1,060.

«o-

A nrcexiNtiMftcia «Ia aüsnaI»

por André Pezzani

O problema de .nossa origem nospermanece oceulto, e é só pela obser-vação dos factos da existência actualque, tirando por indução o passadodo presente, podemos tentar rcsól-vel-o.

"Três hypotheses têm sido emittidasa respeito:

1." Antes de virá Terra já a almapreexistia eni outro mundo qualquer:A vida terrena não é mais que umponto na do indivíduo, ligado a mui-tas outras vidas diversas no passado eno futuro.

2.-1 A alma só começa a ser, quandoa criança foi concebida no seio ma-terno.

3." A alma só se manifesta nesseinstante, mas já sua essência preexis-tia mu seus pais.

Afastando esta. terceira hypothese,que está evidentemente comprehen-(lida na segunda, visto que a vidamoral só data do dia em que a esseri-cia se, manifesta, trataremos das duasprimeiras, que são tão antigas como omundo, sem podermos dizer qual dei-Ias tem a precedência sobro a outra,neste sentido.

A nossa tarefa se resume em inda-gar se os phenomenos revelado-; pelaobservação da alma nos indicam jáhaver ella tido uma existência ante-rior,ou se elles podem ser sufficiente-mente explicados pelos factos da exis-tencia actual.

O duplo facto da desigualdade dasintelligeucias e da desigualdade damoralidade é admittido pelo senti-mento geral.

Todos os dias ouve-se dizer que talou tal menino mostra disposições es-peciaes, que tal outro cuja educaçãoestá apenas começada, já apresentapronunciada inclinação viciosa.

De que -inexplicáveis prodígios,neste sentido, não somos diariamentetestemunhas?

Ora são jovens ainda impubeiéstrocando suas bonecas por um violino,e attingindo á habilidade consuni-mada dos grandes mestres, em umaidade em que a maioria nâo sabe dis-tihguir uma nota de outra: como acelebre Thereza Milanollo que aos 9annos de idade espantava eenthusins-inava com o seu violino as capitães daEuropa; ora são os dous pastores eaj^-culadores — Henrique Mondeux e Vi to"*Mangiamele, e tantos outros. .

São factos dignos de alta nota aolado dos quaes, ainda que menos sa-limites, podemos citar centenas deoutros não menos positivos.

Interroguemos os mestres e as mãesde. familia.

Nem um só delles hesitará om t-firmar a desigualdade das iutelligen-cias.'lambem

quando .lacotot proclamouo principio contrario, provocou a maisviva opposiçãò.

Helvécio não tinha sido Òutr'ora

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KKIOOIMIADOK — 1884 — Setembro — 14

mais felií, apezar de, no ^en tempo, aig-ualdade nativa ser uma consequen-cTa necessária do sensualismo queentão dominava tudo.

Com seriedade ninguém negará adesigualdade intellectual e moral doshabitante,7, da Terra.

Os philosophos que sustentaram aigualdade das Intelligeucias, nãocríavn nisso sinceramente, e só emit-tiam e^i paradoxo como um modo deanimação a todos, como os prelimina-res estranhos de um novo plano deensino.

E' verdade, entretanto, que é im-

possível conceber-se dous homens emuma posição tão idêntica, que deum se possa tirar conclusões sobre ooutro ; e disso elles concluíam que asdifferencas que se notavam, eramfilhas das variações dos meios em quecada um vivia.

Mas convém notar que ha intelli-gencias tão fracas, tão acanhadasque, mesmo que se as submetia ásmelhores condições de educação, éimpossível fazel-as chegar aonivel deoutras que não tiveram cultura ai-gmnia.

Em compensação apresentam-se asvezes homens de tal superioridadeqne saúdam os com o nome de gênios.

S^ria preciso demonstrar-se, páraque taes idéias fossem aceitas, queuni idiota a quem dificilmente se pôdeensinar as cousas mais communs, eracapaz de se tornar um Newton ou umLeibuitz, se o collocasseinos no meioem que estes grandes homens vive-ram.

Esta conseqüência parece tão ab-surda, revolta de tal modo o bomsenso, que nós não hesitamos em pro-clamar a desigualdade das intelligen-cias sobre esta terra como uma ver-dade admiti ida pela consciência dogênero humano.

O principio contrario não foi maisque um paradoxo em que, mesmoaquelle que emittiu, nãò creu de ummodo absoluto.

Expliquemos bem o nosso pensa-mento, para evitar que seja mal com-prehendido.

Ninguém contestou nem contestaque as intelligeucias sejam desiguaesna humanidade.

Jacotot, cujo nome não é indiomo defigurar neste escripto, reconhecia essadesigualdade como um facto, masattribuia a differença dos meios daexistência actual.

No erro de, Jacotot ha o germeti deuma grande verdade. A

Esse erro provem de crer esse, phi-losopho explicar suflicienteuiente avariedade, ás vezes enorme, das intel-lígencias pelos factos somente daexistência terrestre actual, que defôrma alguma podem explical-a.

Ao mesmo tempo, porém, elle ex-prime uma idéia assaz bellae justaquando admitte no ponto de partida aig-ualdade das faculdades e um poderintellectual idêntico.

Como o demonstramos, a desigual-dade da essséucia não pôde ser pro-varia nem pela natureza da alma. an-tes da sua manifestação, nem pelasoberana justiça de Deus.

Essa idéia é mesmo contradictoriacom a noção dos seres : pois que sendoa alma, antes das suas manifestações,uma simples essência, seria precisoque houvessem tantas essências dis-tinetas quantos indivíduos; o que éinsustentável.

A distancia iminensa que separa osidiotas dos homens de gênio, indicaclaramente que as almas não vêm áTerra com o mesmo grau de poder eno mesmo ponto de iniciação.

A differença de educação e a varie-dade dos meios não podem dar dissouma explicação perfeita.

Para sustentar a igualdade dasalmas no começo da sua existênciaactual seria preciso, eu o repito, sus-tentar*que uni cretino a quem, apezarde uma posição social brilhante, nãose ponde ensinar os mais vulgareselementos das sciencias, teria podido,collocado no meio em que viveu Napo-leão, conceber e executar as grandio-sas obras deste ; opinião que a cons-ciência da humanidade não aceita.

Se fosse possível distinguir e reuniras almas, que, ao chegarem á Tèrra^possuem o me-uno grau de desenvol-\imento, far-se-iam curiosas obser-vações, submettendo-as, mais ou me-nos, & mesma educação e ás mesmasinfluencias.

Na verdade, os progressos varia-riam porque, por mais que se faça,nunca os meios poderão ser compl 'ta-mente idênticos; a differença de umaa, outra, porém, seria pouco sensível enunca produziria as notáveis distinc-ções que separam o.s indivíduos tom i-dos ao acaso e reunidos pelos aconteci-mentos terrenos, sempre presididospela Providencia divina.

O papel da Providencia consistosobretudo em uma distribuição dasalmas, de modo (pie o seu progressoseja sempre seguro e a humanidadecaminhe com passo bem firmado naconquista de seus destinos.

A desigualdade das almas queaportam ao nosso globo, não provêm,como já ficou estabelecido, de umadifferença de essência ou uma vontadeparticular dá Divindade: sua razão sópôde encontrar-se na serie, mais oumenos longa de suas existências an-teriores.

Assim as disposições da alma. quesão um simples effeito de suas munifestaç.ões precedentes, formam o pontode partida de seu desenvolvimentoactual.

Vindo oecupar um corpo humano,a alma imprime á matéria um modode ser correspondente ao grau deiniciação por ella já adquirido.

Gall com effeito demonstrou, pelainvenção da sciencia phrenologica,que uma disposição cerebral oarticu-lar corresponde a cada inclinação, acada faculdade da intelligencia.

Póde-se criticar sòu resultado emsuas applicações, em seus detalhes,porém,considerados em principio: notodo, os trabalhos de Gall são inata-caveis.

E' possível que esse sábio tenhacominettido alguns erros de pratica,que já foram ou serão rectificados porseus suecessores ; mas um systema emsi mesmo verdadeiro não pode serdestruído, na infância de uma scien-cia, pelas falsas interpretações nasci-das cie uma observação incompleta.

Se a conformação do cérebro forindependente da alma, conceb^-seque, em certos casos, a vontade destadeve achar-se irresistivelmente domi-nada, e sua liberdade aniquilada ou^pelo menos, muito coaretada.

O assassino de profissão (não nosreferimos ao que commette uma mortesob 6 império de uma paixão),-apre-senta constantemente o desenvolvi-mento cerebral indicado pelos plireno-logos.

Segundo a opinião ordinária, queadmitte que esta encarnação é a pri-meira para cada um de nós, que sópor ella seremos julgados, tropeçamoscom invencíveis diflicuhlades, ergui-das contra a justiça divina e a justiçados homens.

Como! Poiso inferno ha de abrir-separa um homem que foi impellido ao

mal por sua inclinação, que não tevea liberdade ou, pelo menos só a tevemuito limitada, para lutar com ella?

Que significam as nossas tribunas ecadafalsos ?

A condemnação de um assassinoserá então um assassinato jurídico, eo juiz que o condem na um assassino.

Para provar ao assassino que elleerrou, que elle era livre, vós o ma-taes.

Lastimai-o antes, encadeai-o comoum animal feroz.

Crueldade e injustiça de Deus,bar-baria da sociedade, eis as consequen-cias a que chegamos necessariamente:conseqüências" evidentemente falsas,pois que assim a justiça humana e ajustiça divina não iriam ter senão auma perpetua iniqüidade.

Chie respondem os thealogos a estaquestão iusoln vel?

Deus exigirá de cada um na medidado que lhe concedeu, isto é que, se ohomem obedeceu a uma tendência ir-resisti vel, não é digno de punição, nãopôde ser castigado ; é recuar a diuicul-dade sem resolvel-a, é dístruir todasas leis da sociedade humana.

Com effeito, se um assassino se mos-trar com um concurso assustador deproeminencias cerebraes, não se opoderá condeninar ; pois o crime eranecessário,a liberdade de evital-o nãoexistia.

Assim também, que mérito virá dapratica do bem, para um homem cujocérebro seja admiravelmente confor-mado, em quem se encontrem no maisalto grau de desenvolvimento todasas bossas da benevolência, do sensomoral e da religiosidade?

A mansidão do cordeiro constituiráum mérito para esse animal ?

Não, como ninguém dirá ser o tigrecriminoso por sua fereza.

Depois das descobertas phrennlogú-cas, para que o mérito e o deméritocontinuasse a existir nas relações doinundo, tornava-se necessário que cadainclinação fosse contrabalançada poroutra de sentido contrario; resultadodesmentido pela experiência, visto quea cabeça dos scelerados apresentaquasi sempre a sciencia phrenologicaum horrendo conjueto de brutalidade<! más paixões.

A desigualdade moral, como a des-igualdade intellectual, não pôde poisser explicada senão pelas conquistaseitas pela alma em suas existênciasfanteriores.

B «ftLHHTIll

O QUARTO DA AVO'

& r<*!icÍ4Üa<lc mi íaBBiilSa

Melle. MONNIOT

Ordeno-vos que vos ameismutuamente..

(Evanç; S.JoIo, XV, 12).

TRADUZIDO POR li. O.

IXKECOKDAÇÕRS TOCANTES

(Conclusão)« — Escuta! Süffoco em minh'alma o

reséntiráento e.átéo queixume contra ti.,,.Lutei .'para perdoar-te... li sobretudo lutopára confiar-te, sem pensamento òften-sivo, minha (Ilha, nA thesouro... Agoraouve-me bem! Í-J.À velare.s sobre minhafilha como m'o pfbme.tteste eu te bem-digo e te amo... Se a abandonares, porém,se a trahires com"o trahiste seu pai, que amaldição de uma mãi recaia para sempresobre ii !

h — Senhora, ••esponieu Manette, emmenos de nma hora a menina Maria estaráem casa da Sra. Vertet c eu virei dizer-vol-o.

« — Até á vista, mãi!... gritei eu, co-brindo de beijos uma ultima vez minhadesfallecida mãi. Oh ! meus filhos que ho:-roroso drama! No dia seguinte minha mãifoi presa... Quanto a mim, eu tinha partidopara Baz, em companhia de nossa dedicada

amiga, á Sra. Vertet, que apezar de meusgritos e lagrimas me conservava comsigo,como lh'o pedira minha mãi. Não deixou-me senão depois de entregar-me pessoal-mente a minha tia Virgé. Manette voltarapara junto de minha mãi, cuja dor miti-gára, trazendo algumas linhas da parte daSra. Vertet Ksta excellente amiga se com-promcttia aconduzh-me á minha tia e aconservar-me sempre uma affeição que, naverdade, nunca me faltou. Ella oifereeia umazilo em sua casaá minha mãi. Ksta resistioássupplicas e ás lagrimas de Manette,que acmjuravaaque fugisse ofterecendo-se paracoadjuval-a. Não só ella temia compro-metter a Sra. Vertet, como seu único pen-samento, seu único desejo, era reunir-se ameu pai. Esse desejo foi bem depressa sa-tisfeito.. Minha mãi passava a noite fazendocontar-lhe e repetir os menores detalhesdoaccolhimento que eu tinha tido em casade nos<a amiga, onde Manette, fortalecidapor suas boas intenções, subira comigo;a. fazer repetir-lhe meu pezar, quando aSra. Vertet me reteve e as palavras de ter-mira (pie eu lhe enviava por entre minhaslagrimas. Algumas vezes ella pedia a Ma-nette que seaftastas.se : ordenava-o mesmo.Manette declarou não querer abandonai-a.A mais heróica coragem tinha substituídoá covardia de um dia. Ella não se preoceu-páva senão com os meios a tentar paralibertar meu pai e preservar minha mãi.Foi então e por seus reiterados pedidos (pieminha mãi deu-lhe o nome e a morada deum convencional poderoso, an'igo amigode meu pai, afim de pedir-lhe que no casode uma prisão, fizessem o favor de encár-cèrál-a com seu marido. Si ella conservasseMia liberdade, minha mãi iria pessoalmenteá casa d'esse convencional ede outros paratentar móvel-os em favor de meu pai. Nãolhe deram tempo para isso. Quando Ma-nette vio conduzirem-a, correu ã casa dooonvencionahque conservou-seinuexoravel

e insensível, quanto á protecçáoque implo-rava para meus pais, porém, queconsentioem empenhar-se para que fossem encare-rados juntos. O.s últimos dias de meus que-ridos pais não se passaram sem doçuras...Suas almas, unidas na morte como ô foram,durante a vida, consoladas por todas asesperanças da fé, voaram juntos paraDeus... "Ah!

sem duvida, também unidasvelaram sempre sobre sua filha orpham!...Manette. ficava em Pariz em quanto meuspais viveram: mil vezes expoz-separa sabernoticias suas e m'as transmittir porinter-médio da Sra. Vertet. Depois de sua morte,pedio e obteve vir ficar comigo em Bar, paraconsagrar-me sua vida Que cruel emoção,quando nos tornamos a encontrar! Ella,porém, morreu joven; seus remorsos quenem as austeridade^ da penitencia, nemseus desvelados cuidados comigo, nem apratica constante de todas as virtudes po-deram diminuir, abreviaram seus dias. Euchorei-a amargamente. Quanto a mim, ad-miro-me, meus filhos, le minha longavida, depois de tantos sofiVimentos. »

Mais de uma vez os soluços do auditóriotinham retribuído aos que sufíocavarri aSra Yalbrum. O próprio Pedrinho tinhachorado tanto, vendo chorar Eliza, sobrecujos joelhos elle se tinha installado, quepor lim adormecera.

Oh ! vovó, exclamou Fanny, abraçandosua avó, comoé triste! e entretanto, (plantovosagradeço tor-nos contado esse episódio!

K' tão tocante e tão bello ! acrescentouMathilde; vossa mãi foi sublime, vovó.

O que me commove mais, continuouFanny, é pensar que essa historia é a denossa própria família, que esse homemcorajo>o e essa mulher interessante eramos pais de vovó.

Sim! exclamou Arthur; lica-so orgu-lhoso por descender delles!

Mathilde levantou-se e approximando-sedo retrato da Sra. de Bervilliers. contem-

plou-o com ternura. O Sr. Adolpho erguen-do a lâmpada alumiou o doce e bello rosto,que pareceu animar-se com essa claridademais viva

Como eu a amo! disse Fanny. Pobremãi! Fil-a, vossa Maria : Deus abençoou-a;vede quantos filhos File deu-lhe.

Fila vos vê do céo, eu o espero; dissea Sra. Valbrum...

Que encantadora expressão! quantagraça e distineção ! disse a Sra. A".

Sabeis, minha mãi, acerescentou oSr. Adolpho, que deveis parecer-vos comella de um modo notável?

Disseram me isso muitas vezes e euo desejava tanto, que em minha infância,mais de uma vez, mesorprehenderam, pro-curando, cm um espelho, encontrar em meurosto esses traços queridos.O brácélète com que ella está, é semduvida a jóia fatal, perguntou Raul.

aí! sim, meu filho; minha mãi eratão feliz e altiva por essa dádiva da rainha,que se adornai a com ella, para tirar seuretrato destinado a minha tia de Virgé.

As perguntas suecederam-se sobre todosos pontos em que cada um desejava escla-,recimentos. O nobre semblante" do Sr. de*Bervilliers foi tampem visto respeitosa-mente por seus descendentes. Escreveria-mor,volumescom aconversação*deste únicoserão e já este capitulo toma proporções deum livro. Imitemos, pois, o Sr. Adolpho,que po:: termo ás interrogações, declarandoemfim, encerrada a sessão. *Mas

havia tantacousa a perguntar ainda quer a respeito daSra. de Virgé, cujo retrato attnüA a atten-ção, quer a propósito de outras rfrcL J,>çõesde família, que convencionou-se reurnrem-se no dia seguinte. Como esgotar em umanoite só, mesmo em muitas, o interesse li»gado a uma vidatàolonga e cheia do peri-pecias como a du Sra. Valbrum?

FIM

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ALLAN-KARDEG('«iu! inuaçi* É¥

0 QUE É 0 SPIRITISMO

SOLUÇÃO DE ALGUNS PROBLEMASPELA DOUTRINA SPIRITA

(Continuação)

Nem sempre uma vida penosa éuma expiação; muitas vezes, ella éuma prova escolhida pelo Espirito,que vê um meio de avançar mais ra-pidamente, na coragem com que ellesaiba supportal-a.

A riqueza é também uma prova,mas muito niais perigosa que a iiiise-ria, pelas tentações que ella dá e osabusos a que provoca: também oexemplo dos que viveram, demonstraser ella uma prova em que a victoriaé mais difiro il.

A differenca das posições pociáesseria a maior das injustiças, quandonão seja um resultado da conductaactual, se ella não tivesse uma com-pensação.

E' a convicção dessa verdade, ad-quirida pelo Spiritismo, que nos dá aforça de supportar as vicissitudés davida, e nos faz aceitar a nossa, seminvejar a sorte dos outros.

135. Porque ha homens idiotas ecretinos?

A posição dos idiotas e dos cretinosé a menos couciliavel com a justiça deDeus, na hypothese da unidade daexistência.

Por miserável que seja. a condiçãoem que o homem nasce, elle pôde sa-hir delia por sua intelligencia e seutrabalho; o idiota e o cretino, porém,são votados, desde o nascimento atéa morte, ao enibrutecimento e ao des-preso; para elles não ha compensaçãopossível.

Porque, pois, foi sua alrna creadaidiota"/

Os estudos spirítas, feitos acercados cretinos e idiotas, provam quesuas almas são tão intelligentes comoas dos outros homens; que essa enfer-midade é uma expiação infligida aEspiritos que abusaram de sua intel-ligeucia, e soffrem cruelmente por sesentir presos, em laços que elles nãopodem quebrar, e pelo despreso deque se vêm o objecto, quando, talvez,foram tão considerados em sua vidaprecedente. (Revista Spirita de Pariz,1860, pag. 173 : O Espirito de umidiota. — Idem, 1861, pag. 311 : Oscretinos).

136. Qual é o estado da alma duranteo somno ?

No somno é só o corpo quem repousa,o

"Espírito não dorme.

As observações praticas pro vam que,nessas condições, o Espirito goza detoda a sua liberdade e da plenitudedas suas faculdades; elle se aproveitado repouso do corpo, dos momentosem que este dispensa a sua presença,para obrar separadamente e ir ondeelle quer.

Durante a vida, qualquer que sejaa distancia a que elle se transporte, oEspirito fica sempre preso so corpopor um cordão fluidico, que serve parachamal-o, quando a sua presença setorna necessária. E' só a morte quemparte esse laço.

137. Qual ê a causa dos sonhos?Os sonhos são o resultado da liber-

dade do Espirito durante o soinno; ásvezes, elles são a recordação dos luga-res e das pessoas que o Espirito viu ouvisitou nesse estado. [Liv. dos Espiri-tos : Emancipação da alma, somno,sonhos, soninambulisino, segunda vis-ta, lethargia, etc, n. 44 e seguintes.— Liv. dos Médiuns : Evocação daspessoas vivas, n 284 — Revista Spi-fita de Pariz, 1860, pag. 11:0 Espi-

rito dc um lado e o corpo de outro. —tdem, 1860, pag. <st : Estudo sobre oEspirito das pessoas vivas).

138. Donde vêm os preseiitimentos ?Sã') recordações vagas e intuitivas

do que o Espirito aprpsendeu cm seu-;momentos de liberdade; e algumasvezos avisos pcc.ultos dados por Espi-ritos benévõlos.

139. Porque lia sobre a Terra selva-gens e homens civilisados ?

Sem a preexistência da alui;), estaquestão é insoluvel, a menos que nãoadmitíamos que Deus tenha eivadoalmas selvagens e almas eivilisadas,

! o que seria a negação da sua justiça.Além disso,a razão recusa adniittir

que; depois da morte, a alma do sei-vagem fique perpetiiamente em umestado de inferioridade, bem como que.ella se ache na mesma elevação quea i lo 1 tomem civilisaido.

Admittindo para as almas um mes-mo ponto do partida, única doutrinacompatível com a justiça do Deus, apresença simuhanea da selvageria eda civil isação na Terra é um factomaterial que prova o progresso queuns já fizeram e que os outros têmde fazer.

A alma do selvagem alíingirá poiscom o tempo, o mesmo grau da escla-recida ; mas, como todo dia morremselvagens, sua alma não pode attingira c-y^a grau senão em encarnaçoessuecessivas, cada vez mais aperfeiçoa-das e apropriadas ao seu avanço, eseguindo todos os graus intermedia-rios a e.^es, dous extremos.

140. Não será admissível, segundoas idéias de alg umas pessoas, q n e a alma,não se encarnando mais que uma vez.jaca o seu progresso no estudo de Espi-rito ou cm outras espheras?

Isto seria admissível, se todas oshabitantes da Terra se achassem oamesma altura moral e intellectual ;caso em que se poderia dizer ser essemundo affectado a um determinadograu: ora, que de vezes se nos apre-senta a prova do contrario!

Com effeito, não é còriiprehensivelcomo o selvagem não civilisou-se a jiiina Terra, quando vemos almas maisadiantadas encarnadas ao lado delle,nem porque haja para estas uma pe-cessidade de ter progredido em outraparte, quando vemos junto d*eH'asoutras inferiores; do que resulta apossibilidade da pluralidade das exis-tendas terrenas, demonstrada porfactos que temos sob os olhos.

Se fosse de outro modo, era precisoexplicar-se : 1% porque só a Terra temo monopólio das encarnaçoes '! 2". por-que, tendo esse monopólio, n'ella seapresentam almas encarnadas de todosos graus"?

™ 141. Porque, no meio das sociedadeseivilisadas, se mostram seres dc umaferocidade comparável á dos mais bar-baros selvagens '}

São Espiritos muito inferiores, sa-hidos das raças barbaras, e que se.reencarnararn em um meio, qúe nãoé o seu e no qual elles estar deslocados,corno estaria ura rústico collocado derepente no grande mundo.

Observação.—Não é possível adinittir-.se,sem negar*a Deus os attribntos de bondadee justiça, que a alma do criminoso en-durecido tenha, na vida actual, o mesmoponto de partida que a de um homem cheiode todas as virtudes.

Se a alma não for anterior ao corpo, a docriminoso e a do homem dc bem são tãonovas urna como a outra, porque, então,uma dellas é boa c a outra má?

142. Donde vem o caracter ãistinc-tivo dos povos ?

São Espiritos tendo, mais ou menos,os mesmos gostos e as mesmas ineli-nações, que se encarnam em um meiosympathico e, muitas vezes,no mesmomeio,no qual podem satisfazer assuasinclinações.

143. Como progridem e como dege-neram os povos ?

..Se a alma é creada juntamente com

o corpo, as dos bom ms de hoje são tão inovas, tão primitivas Como as doshomens da idade média, e desde entãopergunta-se porque têm (dias costu-mes mais brandos e uma intelligenciadeseuvol vida ?

Si> na morte do corpo a alma deixadefinitivamente a Terra, pergunta-sea ioda. que seria o frueto do trabalhofeito para o melhoramento de um povo,se se o tivesse de recomeçar com asa laias novas que diariamente chegam?

Os Espiritos se encarnam em ummeio sympathico e em relação com ograu de seu adiantamento.

Um chinez, por exemplo, que pro-grediu suflicientemente, <¦ não encon-tra mais em sua raça um meio corres-pondente ao grau (pie elle attingiu,se encarnara entre um povo maisadiantado.

A medida que unia, geração dá umpasso para a frente, ella attrahe porsympathia Espiritos mais avançados,os quaes são, talvez, os mesmos quejá haviam vivido no paiz e que, porseu progresso, delle se tinham afãs-tado; é assim que, de próximo empróximo, uma nação avança.

Se a maioria dos novos for de umanatureza inferior, os antigos se indoretirando e não podendo voltar a ummeio inferior ao que comporta o seuadiantamento, o povo degenerará eacabará por extingmir-se.

Observação.— Rssas questões provocamoutras que encontram sua solução no mes-mo principio; por exemplo, donde vem adiversidade das raças sobre a Terra?—Haraças rebeldes ao progresso.?—A raça negraé susceptível de subir ao rtivel das raçascuropeas? — A escravidão é útil ao pro-gresso das raças inferiores?— Como sepôde operar a transformação da humani-dade? (Liv. dos Espiritos : Lei do pregres-so, n.';';(') e seguintes — Revista Spirita d'1Pariz, 1872, pag; 1 : Doutrinados anjos dc-cabidos. -Idem, 18(52, pag.Ti : Periectibi-lidadeda racaneara).'

O i-IOMHM DKPOrs DA MOIITK

111. Como se opera a separação dualma e do corpo'} E brusca ou gradual-mente ?

O desprendimento se: opera gradual-mente e com uma lentidão variável,segundo os indivíduos e as circum-stancias da morte.

Os laços que prendem a alma. aocorpo não se rompem senão aos poucos,e tanto menos rapidamente quanto a,vida. foi mais material e sensual.[Liv.dos Espíritos, n. 155).

145. Qual é a situação da alma im-iiiediatamenlc depois da morte do corpo'}Tem ella instantaneamente a conseien-cia desi ? Em uma palavra, que vê ella'}o que experimental

No momento da morte, tudo se apre-senta confuso; é-lhe preciso algumtempo para se reconhecer; ella conter-va-se tonta, no estado do homem quesabe de um profundo somno e procuracomprehender a sua situação.

A lucidez das idéias ea memória dopassado lhe voltam, á medida que sedèstroe a influencia da matéria, deque ella se acaba de separar, e que sedissipa o nevoeiro que obscurece seuspensamentos.

A duração da perturbação que se-gue á morte, é muito variável ; ellapôde ser de algumas horas só.iiente,como de muitos dias, muitos rnezesou, mesmo, dé muitos annos.

Ella é menos longa para aquellesque, emqtianto vivos, se identificaramcom o seu estado futuro, porque essescora pre bondem irnraediataráohte a suasituação; ella é tanto mais longaquanto mais materialmente o sujeitoviveu.

A sensação que a alma experimentanesse momento é também muito va-riavel; a perturbação que se segue ámorte, uada tem de penosa para ohomem do bem : ella é calma e emtudo semelhante á que acompanhaum despertar plácido.

"X

Para aquelle cuja consciência não épura e que amou mais á vida corporalque á espiritun 1, esse momento ó cheiode aneiedade e de angustias, qué vãoaiigmentando á medida que elle sereconhece : porque então elle sentemedo o uma sorte de terror diante doque vê, e sobretudo, do que entrevê.

A sensação que podemos chamarphysica, é a de um grande allivio ede um immenso bem-estar; fica-secomo livre de um fardo, e o Espiritose sente feliz por não mais experi-montar as dores corporaes, que o ator-mentavam alguns instantes ani.es;elle se sente livre, desembaraçado,como aquelle a quem tirassem as c.i-de ias que o prendiam.

Em sua nova situação, a alma vê eouve outras cousas que escapam ágrosseria dos organs corporaes.

Ella tem, então, sensações e per-cepCõès que nos são desconhecidas.Revista spirita de Pariz, iSõi), pag.244 : Morte de um Spirita. — Idem,18(50, pag. 332 : O despertar do Espi-rito.—idem, 1862, pags. 129 e 171 :Exéquias do Sr. Sahsão).

Observação.— listas respostas o todas ásquesão relativas ásituação da alma depoisda morte ou durante á vida, não são oresultado de uma theoria. ou de um svste-ma, mas de estudos directos feitos sobremilhares de indivíduos, observados emtodas as phases é em todos os períodos dasua existência espiritual, desde o maisbaixo até o mais alto degrau da escala, se-gundo seus hábitos durante a vida terrena,seu gênero de morte, etc.

Muitas vezes diz-se, {'aliando da vida iu-tara, que não se sabe o que nella se passa,porque ninguém riol-0 veio contar; é uraerro, pois que são precisamente os que jánella se acham, que, a respeito delia, nosvem instruir, e Deus o permitte boje, maisque em alguma outra época, como um ul-timo aviso dado á incredulidade e ao mate-rialismo.

/

(Continua).

M1IÍM0IO QUE E

o

spmmsMoíntroducção ao conhecimento do mundo

invisível pelas manifestações

dos espiritos

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