Muros de Arrimo

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calculo de muros de arrimo

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  • 1. EstruturasDimensionamento e Execuo deCortinas do tipo Berlimsrie Estruturasarnaldo patrcio ricardo teixeira1 edio / 2006

2. ApresentaoEste texto resulta, genericamente, o repositrio da Monografia do Eng. Arnaldo Patrcio, orientadapelo Prof. Ricardo Teixeira.Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-se ao que se pensa omitido.Embora o texto tenha sido revisto, esta verso no considerada definitiva, sendo de supor aexistncia de erros e imprecises. Conta-se no s com uma crtica atenta, como com todos oscontributos tcnicos que possam ser endereados. Ambos se aceitam e agradecem.Joo Guerra Martins 3. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimSUMRIOO presente trabalho prope-se apresentar, de uma forma simples, directa e meramenteintrodutria, alguns tipos de conteno de terra ou suporte lateral. Na verdade, este trabalhoaborda principalmente, aspectos relacionados com o dimensionamento e execuo de paredesde conteno do tipo Berlim, com fundamentos baseados em fontes bibliogrficas eapontamentos da disciplina de Estruturas Especiais I e do Estgio realizado numa empresa deconstruo civil.O primeiro captulo expe vrios tipos de paredes de conteno mais utilizados, com algumasobservaes importantes para cada tipo, aprofundando mais os aspectos especficos relativosaos muros Berlim.No segundo captulo so apresentadas metodologias de clculo, expondo os tipos deestruturas a serem consideradas em conformidade com as teorias de base (Coulomb, Rankinee as envolventes de Terzaghi-Peck). visando as contenes do tipo Berlim. tambmapresentado um modelo de clculo utilizado na anlise deste tipo de estruturas, acompanhadode um exemplo de aplicao.No terceiro captulo exposto um caso prtico, que foi acompanhado durante a realizao doEstgio curricular do autor. demonstrada toda a envolvente relacionada com o faseamentoplaneado em projecto, com a real execuo deste, referindo-se vrios condicionamentosexistentes, devidos aos mais variados factores. Toda esta descrio ainda acompanhada deuma reportagem fotogrfica. I 4. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimA - NDICEIntroduo ........................................................................................................................1Desenvolvimento ........................................................................................................... I-1Captulo I: Tipos de Paredes de Conteno ............................................................... I-1I.1. Muros de Suporte ..................................................................................................... I-1I.1.1. Em consola ............................................................................................................ I-2I.1.2. Muro de gravidade ................................................................................................ I-3I.1.3. Muro ancorado ...................................................................................................... I-4I.1.4. Muro com lajes de atrito ....................................................................................... I-5I.1.5. Muros de contrafortes ........................................................................................... I-6I.2. Paredes Moldadas..................................................................................................... I-7I.2.1. Metodologia Construtiva....................................................................................... I-7I.3. Muros Berlim ........................................................................................................... I-9I.3.1. Metodologia Construtiva..................................................................................... I-12I.4. Cortina de Estacas .................................................................................................. I-16I.5. Outros tipos gerais de conteno............................................................................ I-17 II 5. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimI.5.1. Muros de suporte Mistos e Compsitos .............................................................. I-18I.5.2. Escavaes Entivadas.......................................................................................... I-18I.5.3. Muro de Gabies ................................................................................................. I-18I.5.4. Muro de Terra Armada........................................................................................ I-18Captulo II: Metodologias de Clculo..........................................................................II- 1II.1. Introduo ................................................................................................................II- 1II.2. Aces......................................................................................................................II- 2II.2.1. Presses de Terras.................................................................................................II- 2II.2.2. Impulso das guas................................................................................................II- 7II.2.3. Impulso de Sobrecargas Uniformemente Distribudas .........................................II- 7II.3. Modelos de clculo ..................................................................................................II- 8II.3.1. Introduo .............................................................................................................II- 8II.3.2. Modelo bidimensional ..........................................................................................II- 9II.3.3. Geometria..............................................................................................................II- 10II.3.4. Condies fronteira...............................................................................................II- 12II.3.5. Aces...................................................................................................................II- 13III 6. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimII.3.6. Deformaes .........................................................................................................II- 14II.3.7. Presses no solo ....................................................................................................II- 15II.3.8. Esforos ................................................................................................................II- 16Captulo III: Caso Prtico ........................................................................................ III-1III.1. Introduo........................................................................................................... III-1III.2. Faseamento Planeado ......................................................................................... III-3III.3. Acompanhamento da obra .................................................................................. III-4ConclusoBibliografia IV 7. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimB - NDICE DE FIGURASFigura I. 1 - Muro de suporte em consola Esquema de aces ................................... I-3Figura I. 2 - Muro de suporte de gravidade Esquema de aces ................................. I-4Figura I. 3 - Muro de suporte ancorado .......................................................................... I-5Figura I. 4 - Muro de suporte com laje de atrito............................................................. I-6Figura I. 5 - Muro contraforte armado............................................................................ I-7Figura I. 6 - Fases de execuo de paredes moldadas .................................................... I-9Figura I. 7 - Fases de execuo do muro de Berlim ..................................................... I-16Figura I. 8 - Cortina de estacas ..................................................................................... I-17Figura II. 1- Muro de suporte com estrutura rgida .......................................................II-2Figura II. 2- Muro de suporte com estrutura flexvel sem apoios intermdios .............II-5Figura II. 3- Muro de suporte com estrutura flexvel com apoios intermdios .............II-6Figura II. 4 Modelo de clculo para estrutura flexvel com apoios intermdios .........II-6Figura II. 5 Esquema de uma cortina Berlim com perfis embebidos .........................II-9Figura II. 6 Malha de elementos finitos de parede ...................................................II-10Figura II. 7 Materiais da parede................................................................................II-11V 8. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimFigura II. 8 Condies fronteira ...............................................................................II-12Figura II. 9 Aces sobre a parede ...........................................................................II-13Figura II. 10 Deformaes da cortina.......................................................................II-14Figura II. 11 Esforos de flexo ...............................................................................II-15Figura II. 12 Esforos de flexo mx .........................................................................II-16Figura II. 13 Esforos de flexo my .........................................................................II-17Figura II. 14 Esforos de corte .................................................................................II-18Figura III. 1- Fases da obra.......................................................................................... III-1Figura III. 2- Conteno de terras provisrias com telas e beto projectado .............. III-2Figura III. 3- Parede de conteno prevista Corte tipo............................................. III-3Figura III. 4- Demolies para a preparao da 2 Fase de execuo da obra ............ III-5Figura III. 5- Retirada de fios e tubagens e demolies das paredes interiores .......... III-6Figura III. 6- Reforo do prtico do porto antes da demolio total da laje.............. III-7Figura III. 7- Estrutura metlica de suporte da fachada (lado exterior) ...................... III-8Figura III. 8- Fixao da estrutura metlica de suporte da fachada (lado interior) ..... III-8Figura III. 9- Recepo e preparao de mquinas, acessrios e materiais................. III-9VI 9. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimFigura III. 10- Perfurao de um dos furos para a colocao do perfil HEB120 ...... III-10Figura III. 11- Colmatao e preparao do local para a execuo da viga de coroamento................................................................................................................................... III-11Figura III. 12- Preparao dos locais para a execuo da viga de coroamento antes doabatimento da fundao ............................................................................................. III-12Figura III. 13- Fissura da fachada aps o abatimento da fundao ........................... III-12Figura III. 14- Local onde ocorreu o abatimento da fundao e preenchimentosefectuados .................................................................................................................. III-13Figura III. 15- Perfurao de um dos furos para a colocao dos cabos da ancoragem................................................................................................................................... III-14Figura III. 16- Selagem dos cabos da ancoragem aps colocao ............................ III-14Figura III. 17- Colocao dos cabos da ancoragem aps injeco da calda.............. III-15Figura III. 18- Equipamentos para a aplicao do Pr-esforo ................................. III-16Figura III. 19- Faseamento real da execuo do muro .............................................. III-17Figura III. 20- Armaduras de espera para o empalme com a armadura dos painisprimrios.................................................................................................................... III-18Figura III. 21- Pormenor superior da cofragem para betonagem de um painel comarmaduras de espera................................................................................................... III-19Figura III. 22- Equipamentos necessrios execuo das ancoragens ..................... III-20 VII 10. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimFigura III. 23- Demolio da rampa do lado este e a execuo rampa do lado sul ... III-21Figura III. 24- Escavao total at a cota inferior das sapatas do muro .................... III-22Figura III. 25- Armaduras de espera para o empalme com a armadura do painelsecundrio.................................................................................................................. III-23Figura III. 26- Execuo dos painis primrios e secundrios do ltimo nvel deancoragem.................................................................................................................. III-24Figura III. 27- Cabos do 2 nvel de ancoragem prontos a levar o pr-esforo......... III-24Figura III. 28- Incio dos trabalhos da 2 Fase da obra............................................. III-25Figura III. 29- Fase final dos trabalhos de execuo da parede tipo Berlim ............. III-25 VIII 11. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimC - SIMBOLOGIAMaisculas latinas BPerfil HEB - base do perfil metlico HEB. F - aco ou fora concentrada H - altura (profundidade da escavao). HTerras - altura da escavao. IxPerfil - momento de inrcia do perfil metlico. IxBeto - momento de inrcia do elemento em beto. Ka impulso activo Kwinkler - apoio de Winkler L - comprimento da laje Np - coeficiente adimensionalMinsculas latinas b - largura da sapata. b,eq - largura eficaz da seco. cu -.coeso aparente. heq - altura equivalente. m - coeficiente redutor. p -impulso equivalente. q .- carga permanente.IX 12. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlimqsuperfcie .- carga permanente na superfcieMinsculas gregas v- tenso vertical. h - tenso efectiva da gua. gua hsobrec arg a - tenso efectiva da sobrecarga. e- dimetro da estaca - peso volmico do solo solo-peso volmico do soloy - profundidade . X 13. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimDESENVOLVIMENTOCaptulo I: TIPOS DE PAREDES DE CONTENOI.1.Muros de SuporteEstes tipos de estruturas de conteno de terras podero ser constitudas por pedras, betosimples ou armado, beto ciclpico, alvenarias de blocos de beto ou tijolos macios etambm mistos.Os muros construdos em pedra, devero ter as suas ligaes atravs da utilizao deargamassas que garantam a unio das pedras e, consequentemente, a estabilidade local eglobal do muro.Nos muros constitudos por beto simples ou armado deve-se ter fundamentalmente emateno a composio dos betes quanto a agressividade do terreno, da gua, da atmosfera etambm satisfazer as especificaes regulamentares. No seu fabrico, as cofragens, asarmaduras e a betonagem, devero respeitar as regras gerais de qualidade e as condiesexigidas pelo projectista.No caso dos aos muros em beto ciclpico, no muito convencional a utilizao dearmaduras devido as dimenses das pedras incorporadas na betonagem, que podero noassegurar a boa ligao entre o beto e as armaduras. necessrio ter muita ateno sdimenses e ao volume mximo das pedras que serem incorporadas na betonagem, noesquecendo tambm da composio do beto por forma garantir a boa aderncia com aspedras.Os muros constitudos por alvenarias de blocos de beto ou tijolos macios, devem assegurarboas ligaes internas em todas as direces. Em ambos os materiais, as alvenarias do tipofurado nunca devero ser utilizadas devido a forte possibilidade de se deformarem ou partiremmediante as presses ou impulsos que estaro a actuar sobre eles. I-1 14. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimPara todos os tipos de muros, as sapatas devem garantir a adequada distribuio das tensesno terreno e a estabilidade do muro, sendo que nos muros em alvenaria, s se poderassegurar estas condies quando as sapatas so em beto ou beto armado, quando odimensionamento o justificar. Tambm conveniente a execuo do coroamento da partesuperior do muro limitando deformaes, conseguindo uma maior durabilidade e qualidade.Os muros mistos podero apresentar na sua fachada pedras ou elementos pr-fabricados,sendo a parte de trs constituda por beto simples. necessrio que estes elementos estejambem ligados para funcionarem como um conjunto e no causarem patologias no muro. Paragarantir essas ligaes, usual a utilizao de pedras com profundidades desiguais edesencontradas e tambm vares de ligao. de fundamental importncia salientar que todos os tipos de muros com os diversos tipos demateriais a serem ou no utilizados, so fortemente condicionados por questes econmicas,pelas caractersticas do terreno, localizao, acessos, estruturas existentes e tambm pelaestrutura que vir a ser construda.I.1.1. Em consolaOs muros de suporte de beto armado em consola so executados quando a altura do muropermite obter deformaes da sua extremidade superior compatveis com as exigncias deprojecto.A principal caracterstica deste muro seu funcionamento estrutural. A sua estabilidade emrelao ao derrube garantida pelo peso do terreno sobre a rea da sapata, situada atrs dotardz do muro. A sua espessura condicionada pela existncia ou no de impulsos da gua epela grandeza dos impulsos do terreno.Uma verificao importante a anlise da ligao entre o tardoz do muro e a sapata, uma vezque se trata de um ponto delicado sob o ponto de vista estrutural. I-2 15. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimEste tipo de soluo, adoptada quando se pretende uma estrutura de conteno definitivapara alturas de terras pouco elevadas.qKa.qKa.solo.H Figura I. 1 - Muro de suporte em consola Esquema de acesI.1.2. Muro de gravidadeEste tipo de muro , em geral, executado em beto no armado com agregado de grandesdimenses. O seu funcionamento estrutural garantido custa do seu peso prprio que, porum lado, garante o atrito entre a sua base e o terreno de fundao e, por outro lado, induz ummomento estabilizador de valor superior ao induzido pelos impulsos horizontais das terras.Esta soluo de conteno interessante quando se pretende evitar a utilizao de armaduras.So exemplo disso as obras martimas e porturias, onde a presena dos sais conduz rpidacorroso das armaduras.I.1.3. Muro ancoradoOs muros de suporte de beto armado com ancoragens, so executados quando a altura daescavao muito significativa e o terreno induz presses elevadas, ou se pretenda o murotenha deformaes compatveis com as exigncias de projecto.I-3 16. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlim q Ka.qKa.solo.HFigura I. 2 - Muro de suporte de gravidade Esquema de acesDenomina-se de ancoragem uma armadura constituda por um entranado de fios de ao dealta resistncia (cabos), inserida no terreno com uma dada inclinao e profundidade previstasem projecto, envolvida em calda de cimento injectada a alta presso (bolbo de selagem) nazona de amarrao. Esta armadura, aps tensionamento permite resistir de maneira eficientes presses induzidas pelo terreno atrs da cortina. qF Ka.q Ka.solo.HFigura I. 3 - Muro de suporte ancoradoTambm esta soluo adoptada quando se pretende uma conteno definitiva, respeitando ascondicionantes do local, nomeadamente a gesto do espao subterrneo onde se vo localizaras ancoragens, devendo em alguns casos ter-se em linha de conta a drenagem das guas,garantindo boa estanquidade.I-4 17. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimI.1.4. Muro com lajes de atritoTrata-se um tipo de estrutura de suporte, conceptualmente anloga, ao muro ancorado,residindo a principal diferena no facto do papel da ancoragem ser desempenhado por lajeshorizontais que funcionam com o atrito desenvolvido entre a superfcie de beto e solosobrejacente e o solo subjacente.Este tipo de soluo adoptada, alm de ser definitiva, envolve custos mais elevados e maiornmero de condicionamentos do que os muros ancorados, necessitando ter a rea situada atardz livre, para tambm ser possvel realizar os movimentos de terras e a execuoascendente do muro (enquanto os muros ancorados executa-se de forma descendente). de salientar, no entanto, que se trata de um tipo de conteno que possui como vantagemno exigir de equipamentos especializados. Como tal este mtodo interessante para aresoluo de situaes pontuais de conteno de terras. Contudo, ter sempre quer serequacionado o seu custo e viabilidade face a uma soluo ancorada. F = [v.( tg ).2/3.L)]Figura I. 4 - Muro de suporte com laje de atritoI-5 18. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimI.1.5. Muros de contrafortesTrata-se de uma soluo de conteno interessante quando o recurso a muros em consola no vivel face ao valor elevado das deformaes induzidas pela altura de escavao.Este tipo de muro armado em duas direces contendo armaduras horizontais com oobjectivo de limitar as deformaes diferenciais e diminuir a espessura necessria do muro. a) Vista Lateralb) Vista posteriorFigura I. 5 - Muro contraforte armadoI.2. Paredes MoldadasO recurso a este tipo de estrutura justifica-se quando se pretende construir uma contenoantes mesmo de se executar a escavao.Quando a profundidade da escavao assume valores elevados, usual o recurso pontosintermdios de apoio, materializados por ancoragens pr-esforadas.I-6 19. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimI.2.1. Metodologia ConstrutivaCom este tipo de soluo pretende-se ter uma conteno definitiva do terreno, respeitando ascondicionantes do local, as caractersticas dos materiais constituintes, e garantindo a correctaexecuo dos processos construtivos.O processo de execuo pode ser resumido nas seguintes fases: Construo de muros guia em beto armado, que serviro como limite a ser respeitados durante as fases seguintes; Execuo da escavao entre os muros guia com substituio do terreno por lamas bentonticas ou introduzindo beto pobre, para evitar o fecho da abertura devido a desmoronamentos; Introduo da armadura (pr-montada) da parede na escavao realizada; Recuperao da lama bentontica expelida aquando da introduo da armadura e do beto na cavidade, atravs da sua bombagem para uma central de reaproveitamento; Demolio dos muros guia e incio da primeira fase de escavao no intradorso da parede betonada. Execuo do primeiro nvel de ancoragens, para minimizar deslocamentos da parede no sentido do interior da escavao; Escavao at ao segundo nvel previsto em projecto; Execuo do segundo nvel de ancoragens; Repetio das etapas anteriores at cota mxima de escavao prevista em projecto; Dependendo do tipo de utilizao da obra, poder-se- proceder regularizao da parede moldada. Podero existir defeitos ou bolsas de beto quando ocorreuI-7 20. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlima substituio da betonite por beto, devendo ser corrigidos e colmatados oseventuais pontos de entradas de guas, evitando tambm que as armadurasentrem em processo de corroso. Tambm na face exterior da parede, poderoexistir esses mesmos defeitos, s que estes ficaro por corrigir. Lanamento do Beto Retirada da BentoniteFASE 1FASE 2FASE 3 a) Execuo da betonagem de uma fase;b) Fases e ancoragens executadas. Figura I. 6 Fases de execuo de paredes moldadasI.3. Muros BerlimOs muros de Berlim so estruturas de conteno de terras constitudas por perfis metlicos,geralmente da srie HE, cujo espaamento definido em funo da altura, entre os quais secolocam pranchas de madeira ou painis de beto armado.Este tipo de soluo geralmente usado quando se pretende uma conteno provisria derpida execuo, podendo esta ser, ou no, reforada com ancoragens de carcter provisrio.Quando executada com pranchas de madeira ou painis de beto armado, a cortina nonecessita de cofragens e em contenes de carcter provisrio, permite a recuperao dosperfis quando a conteno deixa de ser necessria.I-8 21. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimEm situaes em nas quais a conteno tenha carcter definitivo podem-se executar os paneisde beto armado atravs da realizao de betonagens in situ entre os perfis metlicos. Nestecaso o muro ser uma parte integrante da estrutura que dever garantir a conteno de terras eguas, que em alguns casos dever ser muito boa.Os equipamentos normalmente utilizados para a execuo das ancoragens so: Equipamento de furao; Ferramentas diversas de furaco: varas, martelo de fundo de furo, martelo de superfcie, casing, bits de furao; Bomba de injeco e misturadora de alta turbulncia; Bomba de gua (se necessrio); Compressor; Macaco hidrulico e bomba de pr-esforo; Mquina de soldar.Simplificadamente, os materiais utilizados constituintes so:A) Elementos verticaisGeralmente, os elementos verticais so perfis metlicos em forma de H ou I, por vezesutilizadas seces circulares, sendo estes ltimos menos utilizados por no terem uma formaque permita o apoio dos elementos horizontais, obrigando fundio ou cravao de perfisadicionais, como, por exemplo, perfis em forma de T de modo a permitir o apoio daspranchas. B) Elementos horizontaisI-9 22. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimOs elementos horizontais, so constitudos por pranchas em madeira para contenes de curtadurao, usando-se tambm com carcter mais duradouro pranchas metlicas ou em betoarmado pr-fabricado (tambm conhecido como Paredes de Paris). Em alguns casos, tambmso utilizados os perfis metlicos em forma de H ou I como elemento horizontal para umacorrecta amarrao dos perfis verticais, mantendo a verticalidade e distncia entre os perfis.Por vezes introduzem-se calos entre as pranchas e os perfis de modo a melhorar o contactocom o solo e reduzir os deslocamentos laterais. C) Elementos de fixao e as ancoragens.Quanto aos elementos de fixao (cabea das ancoragens ou placas de distribuio), estespodero ser de diversos tipos, porm tendo uma composio e resistncia apropriadas sforas e presses que so aplicadas tanto em fase colocao como em fase posterior devendosuportar as aces impostas pelo terreno, podendo ou no ser agravadas na fase de colocao.As ancoragens, sero aplicadas no terreno por meio de cabos de ao, os quais devero serapreciados os seguintes parmetros:Caractersticas de resistncia;Caractersticas de elasticidade;Caractersticas de fluncia;Comportamento de relaxao.Para a selagem das ancoragens no terreno, sero utilizadas caldas de cimento (a base de guae cimento) apresentando caractersticas de viscosidade e rigidez suficiente baixas para quepossam ser injectadas, tendo como funo:Ligar a armadura ao terreno na zona de amarrao;Fornecer proteco contra a corroso na zona de amarrao;I-10 23. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlim Preencher os vazios do terreno que possam consentir perda de calda envolvente, principalmente na zona de selagem.A calda de cimento injectada de forma contnua e sem interrupes na zona de selagem, atque seja obtida a presso de injeco adequada (quando o terreno j no aceita calda e/ouquando a presso atinge aproximadamente os 30 bar). O intervalo entre injeces, caso sejanecessrio, dever estar entre 12 e 24 horas.O equipamento de mistura da calda de cimento de alta turbulncia, para proporcionar auniformidade na qualidade da calda, devendo a mistura ser mantida em tanque agitadorenquanto decorre a injeco e a gua utilizada ser introduzida antes da mistura e nunca emestgio posterior.O equipamento de pr-esforo composto por um conjunto macaco/bomba hidrulico, sendoa carga aplicada por patamares e os alongamentos registados directamente sobre o mbolo domacaco. A aplicao do pr-esforo nas ancoragens realiza-se normalmente 7 dias aps altima operao de injeco e quando aplicado o aditivo acelerador de endurecimento dacalda de cimento, o tensionamento poder ser aplicado cerca de 4 dias aps essa data.As ancoragens provisrias sero desactivadas aps o travamento definitivo da conteno.I.3.1. Metodologia ConstrutivaO processo de execuo semelhante a construo das paredes moldadas, com a diferenaque o muro ir ser executado conforme a escavao avana. Pode-se dizer que as paredesmoldadas em relao aos muros de Berlim conferem uma melhor qualidade e tambm ummaior custo.O processo de execuo pode ser resumido nas seguintes fases e como mostra a Figura I. 7: Reconhecimento do local, implantao e piquetagem ou marcao das posies correctas onde sero colocados os perfis;I-11 24. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimFurao para colocao e selagem de perfis metlicos verticaisColocao e selagem dos perfis metlicos;Escavao da vala para execuo da viga de coroamento;Execuo da viga de coroamento;Escavao geral para execuo do primeiro nvel de painis primrios,deixando banquetas nas zonas correspondentes aos painis secundrios;A escavao realizada de forma a deixar exposta apenas a reacorrespondente execuo dos painis primrios acrescida do espaonecessrio implantao dos vares de espera para os painis secundrios(laterais) e painel primrio seguinte (cota inferior). Tal procedimento implica,nesta fase, a permanncia de banquetas correspondentes aos painissecundrios que garantam a estabilidade da escavao;Execuo dos painis primrios;Montagem da armadura dos painis, seguida de cofragem e betonagem. Nazona inferior do painel usual e aconselhvel deixar os vares de espera dentrode uma caixa de areia, a qual aps a escavao do nvel seguinte, se desmoronapor aco da gravidade deixando visveis os vares para amarrao do painelseguinte;Execuo de ancoragens e colocao de escoras nos painis executados na faseanterior;Remoo das banquetas correspondentes aos painis secundrios e respectivaexecuo;Uma vez garantida a estabilidade dos painis primrios, por intermdio dasancoragens e escoras, pode-se proceder remoo das banquetas deixandotoda a plataforma ao mesmo nvel. Fica assim concluda a escavao doprimeiro nvel de painis;Execuo de ancoragens e colocao de escoras nos painis secundrios;I-12 25. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimRepetio, para cada um dos nveis de escavao previstos, e at cota dofundo da escavao, das operaes anteriormente referidas.Actualmente, no sentido de acelerar o processo construtivo descrito, abetonagem dos painis pode ser realizada com o recurso a beto projectado.Na fase final de execuo da conteno perifrica h que realizar ou a sapata de fundao soba base das paredes de conteno Berlim, no caso de ser possvel uma soluo de fundaosuperficial, ou o macio de encabeamento de estacas, no caso de fundao profunda.Na figura seguinte apresenta-se um esquema do faseamento construtivo de uma paredeBerlim.ial lnictaCoovascaaeld tuaacC otaa)1 Fase da betonagem e escavao;I-13 26. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlim lcia a lni t Coo va ca a es ldtuaac ta Co b) Execuo da 1 ancoragem;ia l lnico taCo a vascd aetu al acta Coc)2 Fase da betonagem e escavao;I-14 27. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno Berlim iall nic C ot a o va s ca aea ld ctutaa Co d) 2 Fase da ancoragem.Figura I. 7 - Fases de execuo do muro de BerlimI.4. Cortina de EstacasEste tipo de estrutura de conteno assenta na hiptese da redistribuio de presses queocorre entre as zonas menos rgidas e mais rgidas de um dado meio ou domnio, vulgarmentedesignada de efeito de arco.A soluo consiste na cravao de uma linha de estacas com trado contnuo, cujo afastamentoentre faces pode oscilar entre zero (estacas tangentes) e o dimetro das estacas (0).Afastamentos maiores no so recomendveis devido s limitaes inerentes ao efeito dearco.Aps a colocao das estacas, executa se uma lmina de beto com Malhasol, podendo aindaser feita uma viga de coroamento para uma melhor solidarizao e estabilizao das estacas. I-15 28. Dimensionamento e execuo de paredes de conteno BerlimNo caso de se utilizarem ancoragens intermdias, pode ainda ser necessrio utilizar vigasmetlicas de repartio.Betoe