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Murilo Monteiro Mendes nasce em Juiz de Fora (MG), em 13 de maio de 1901. Falece em Lisboa, em 15 de agosto de 1975

Biografia

Passa a infância na cidade natal. Aprende as primeiras letras em casa.

Inicia cedo suas leituras, conhecendo as obras de Júlio Verne, Racine, Corneille e Molière.

Vizinho do escritor Belmiro Braga, cuja biblioteca freqüenta com assiduidade, tem oportunidade de ler Cesário Verde, Eça, Antônio Nobre, Fialho, Camilo, Machado de Assis, Castro Alves, Alphonsus de Guimaraens.

Corresponde-se com Alphonsus de Guimaraens, Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Coelho Neto.

Na casa do amigo Ismael Neri (RJ), trava relações com Graça Aranha, Mário e Oswald de Andrade, chefes da revolução modernista.

Tem o primeiro livro publicado em 1930, Poesias, por insistência do pai. Recebe o prêmio “Graça Aranha”, com Rachel de Queiroz e Cícero Dias.

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Murilo Mendes viveu seus últimos 18 anos na Itália. Aqui e lá, continuou escrevendo. Deixou 16 livros de poemas, sem contar antologias, reuniões da poesia completa, inéditos e obras em prosa.

Principais Obras

"Poemas" (1930), "Bumba-meu-poeta" (1930), "História do Brasil" (1933), "Tempo e eternidade" - com Jorge de Lima (1935), "A poesia em pânico" (1937), "O Visionário" (1941), "As metamorfoses" (1944), "Mundo enigma" e "O discípulo de Emaús" (1945), "Poesia liberdade" (1947), "Janela do caos" - França (1949), "Contemplação de Ouro Preto" (1954), "Office humain" - França (1954), "Poesias (Obra completa até esta data)" (1959), "Tempo espanhol" - Portugal (1959), "Siciliana" - Itália (1959), "Poesie" - Itália (1961), "Finestra del caos" - Itália (1961), "Siete poemas inéditos" - Espanha (1961), "Poemas" - Espanha (1962), "Antologia Poética" - Portugal (1964), "Le Metamorfosi" - Itália (1964), "Italianíssima (7 Murilogrami) - Itália 1965), "Poemas inéditos de Murilo Mendes" - Espanha (1965), "A idade do serrote" (1968), "Convergência" (1970), "Poesia libertá" - Itália (1971), "Poliedro" (1972), "Retratos-relâmpagos, 1ª série" (1973),"Antologia Poética" (1976) e "Poesia Completa e Prosa" (1994).

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A primeira fase, caracterizada pelo, Humor e irreverência, compreende as obras “Poemas – 1930” ; “Bumba-meu-poeta – 1930” e “História do Brasil – 1932” .

Nessas obras é explicita a influência das principais características da primeira fase do Movimento Modernista sobre o poeta, como por exemplo: a reescritura de textos do passado, na forma de paródia; o predomínio da linguagem coloquial e, sobretudo, o humor e irreverência.

Ainda nessa fase destaca-se uma característica que marca toda a obra de Murilo Mendes: a realidade social.

Fases & CaracterísticasLinhas Paralelas

“Um presidente resolveConstruir uma boa escolaNuma vila bem distante.Mas ninguém vai nessa escola:Não tem estrada pra lá.Depois ele resolveuConstruir uma estrada boaNuma outra vila do Estado.Ninguém se muda pra láPorque lá não tem escola.”

História do Brasil (1932)

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A partir da obra Tempo e eternidade (1935), escrito em colaboração com Jorge de Lima, nota-se que a religiosidade, fruto da adesão do poeta ao catolicismo, passa a ser um novo componente da poesia de Murilo Mendes. Apesar disso, a preocupação com as causas sociais não é abandonada. O próprio Murilo afirmou que os problemas sociais não se opõem à religiosidade:

Fases & CaracterísticasA Tentação

Diante do crucifixoEu paro pálido tremendo:"Já que és o verdadeiro filho de DeusDesprega a humanidade desta cruz".

Poesia Liberdade

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A face religiosa da poesia de Murilo Mendes também apresenta elementos de misticismo e da “restauração da poesia em Cristo”. Surge a consciência do caos, representado por um mundo decadente e estilhaçado, que o poeta, utilizando-se da sua maior arma, no caso a poesia, tenta compreender e organizar.

Fases & Características

A Graça

Desaba uma chuva de pedras, uma enxurrada de estátuas de ídolos caindo, manequins descoloridos, figuras vermelhas se desencarnando dos livros que encerram as ações dos humanos.E o meu corpo espera sereno o fim deste acontecimento, mas a minha alma se debate porque o tempo rola, rola, rola.Até que tu, impaciente, rebentas a grade do sacrário; e me estendes os braços: e posso atravessar contigo o mundo em pânico.E o arco-de-deus se levanta sobre mim, criação transformada.

Tempo e Eternidade (1935 – com Jorge de Lima)

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Nas obras posteriores, nota-se que Murilo Mendes incorpora a sua poesia elementos do Surrealismo, não só das técnicas de composição dessa escola literária, mas também da forma como os Surrealistas encaram o mundo, ou seja, o desregramento dos sentidos humanos; a desordem e o caos; a libertação dos poderes imaginativos por meio do sonho e da magia. Tudo isso com o intuito de romper com a falsa ordem castradora que predomina através dos séculos, visando à renovação, não só dos valores artísticos, mas também dos políticos e morais.

Fases & CaracterísticasPoema Dialético

É preciso conhecer seu próprio [abismoE polir sempre o candelabro que o [esclarece.Tudo no universo marcha, e [marcha para esperar:Nossa existência é uma vasta [expectaçãoOnde se tocam o princípio e o fim.A terra terá que ser retalhada [entre todosE restituída em tempo à sua antiga [harmonia.Tudo marcha para a arquitetura [perfeita:A aurora é coletiva.

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Já na obra “Contemplação de Ouro Preto" (1954), que, segundo Alfredo Bosi, é “o ponto mais alto da carreira de literária de Murilo Mendes”, nota-se uma forte presença de elementos do Barroco, como, por exemplo, as antíteses e uma atmosfera carregada de conflitos entre os valores terreno e o espiritual.

Fases & CaracterísticasAo Aleijadinho

Pálida a lua sob o pálio avançaDas estrelas de uma perdida infância.Fatigados caminhos refazemosDa outrora máquina da mineração.É nossa própria forma, o frio moldeQue maduros tentamos atingir,Volvendo à laje, à pedra de olhos facetados,Sem crispação, matéria já domada,O exemplo recebendo que oferecesPelo martírio teu enfim transpostoSevero, machucado e rude aleijadinhoQue te encerras na tenda com tua Bíblia,Suplicando ao Senhor – infinito e esculpido –Que sobre ti descanse os seus divinos pés.

Contemplação de Ouro Preto (1954)

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A característica que marca toda a obra de Murilo Mendes é a tentativa de conciliar, através da experimentação, os traços antagônicos da educação que recebeu, de seu temperamento e de seu caráter. Revela o homem em conflito com a realidade, que procurou criar uma arte engajada nas questões sociais mais prementes de seu tempo e, sobretudo, uma arte engajada ao seu espiritualismo cristão.

Conclusão

ANTI-ELEGIA Nº 1

O dia e a noite são ligados pelo prazerE pelas ondas do arA vida e a morte são ligadas pelas floresE pelos túneis futurosDeus e o demônio são ligados pelo homem.