Municipios Origens e Significados

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Municpios

P ARANAENSESORIGENS E SIGNIFICADOS DE SEUS NOMES Joo Carlos Vicente Ferreira

Governador do Estado

Roberto Requio de Mello e SilvaSecretria de Estado da Cultura

Vera Maria Haj MussiAugustoDiretor Geral

Wilson Merlo Psnik

FICHACATALOGRFICA

Ferreira, Joo Carlos Vicente Municpios paranaenses : origens e significados de seus nomes / autor Joo Carlos Vicente Ferreira ; coordenador Renato Augusto Carneiro Junior ; equipe de pesquisa Cntia Maria SantAna Braga Carneiro, Jos Luiz de Carvalho, Myriam Sbravati. Curitiba : Secretaria de Estado da Cultura, 2006. 342p. ; 24cm. (Cadernos Paran da Gente ; 5) 1. Paran - Municpios Histria. 2. Nomes geogrficos - Paran. I. Carneiro Junior, Renato Augusto. II. Carneiro, Cntia Maria SantAna Braga. III. Carvalho, Jos Luiz de. IV. Sbravati, Myriam. V. Ttulo. VI. Srie. CDD (21a ed.) 918.1622

Dados internacionais de catalogao na publicao Bibliotecria responsvel: Mara Rejane Vicente Teixeira

Governo do Paran Secretaria de Estado da Cultura

Municpios

P ARANAENSESORIGENS E SIGNIFICADOS DE SEUS NOMES Joo Carlos Vicente Ferreira

Cadernos Paran da GenteCuritiba 2006

n

5

Coordenador do Projeto Paran da Gente

Renato Augusto Carneiro JuniorAutor

Joo Carlos Vicente FerreiraEquipe de Pesquisa do Projeto Paran da Gente

Cntia Maria SantAna Braga Carneiro Jos Luiz de Carvalho MyriamSbravatiReviso

Wilson Pereira Jr.Coordenadora de Desenho Grfico SEEC-PR

Teresa Cristina MontecelliDesign Grfico

Maicon Bernert Puppi

AGRADECIMENTOSO Governo do Paran e a Secretaria de Estado da Cultura agradecem ao professor Joo Carlos Vicente Ferreira, Secretrio de Estado da Cultura e Presidente do Instituto Histrico e Geogrfico de Mato Grosso, por sua gentileza ao permitir a edio, pelo Paran da Gente, deste seu trabalho de pesquisa que figurar como ponto de destaque no acervo de muitas bibliotecas paranaenses. Agradecemos, tambm, ao senhor Jos Carlos Veiga Lopes, membro do Conselho Estadual de Editorao, da Secretaria de Estado da Cultura, pelas informaes contidas nas Notas do Editor, fruto de suas pesquisas acerca da histria do Paran.

OS MUNICPIOS DO PARANMais uma vez demonstro a minha satisfao em participar de uma publicao que resgata as coisas paranaenses. Desta vez, o Caderno do Projeto Paran da Gente cataloga a origem dos nomes das 399 cidades do Paran, resultado de uma pesquisa cuidadosa do professor Joo Carlos Vicente Ferreira. Todo mundo tem curiosidade em saber como e porque tal lugar foi batizado com esse ou aquele nome de pssaro, de rvore ou de flor. No me consta que haja em outro lugar do mundo uma Santa Ceclia do Pavo ou um So Joo do Triunfo, ou ainda um So Sebastio da Amoreira. Nomes de cidades que nos remetem aos tempos da colonizao do estado, quando pioneiros foram dando seus sobrenomes s localidades. Como exemplo, o municpio Campina do Simo, s beiras do Rio Piquiri, onde o primeiro morador Jeca Simo construiu sua casa de taipa, em uma clareira no meio da mata. , assim, de exemplo em exemplo, que vamos descobrindo uma nova maneira de reconhecer as nossas cidades. Nomes indgenas, de negros, paulistas, mineiros, gachos, dos imigrantes de todas as partes do mundo. Nomes de vultos histricos conhecidos e alguns, nem tanto. Todos homenageados pelos municpios do Paran. So todos os nomes que refletem, nesta obra, a nossa formao civilizatria, costumes, fauna e flora de todos os cantos paranaenses. Aqui est, portanto, um trabalho interessante que, com certeza, motivo de orgulho da nossa gente. Dessa gente que faz do Paran um dos melhores lugares para se viver.

Roberto RequioGovernador do Paran

SUMRIOOrigens dos nomes e histria dos municpios paranaenses Apresentao 15 13

ANTONIO OLINTO APUCARANA ARAPONGAS ARAPOTI ARAPU ARARUNA ARAUCRIA ARIRANHA DO IVA

BRASILNDIA DO SUL

CCAFEARA CAFELNDIA CAFEZAL DO SUL CALIFRNIA CAMBAR CAMB CAMBIRA CAMPINA DA LAGOA CAMPINA DO SIMO

Lista de Abreviaturas

16

ASSA ASSIS CHATEAUBRIAND

Introduo 1 7

ASTORGA ATALAIA

Origem do nome Paran

19

B AABATI 22 ADRIANPOLIS AGUDOS DO SUL ALMIRANTE TAMANDAR ALTAMIRA DO PARAN ALTO PARASO ALTO PARAN ALTO PIQUIRI ALTNIA ALVORADA DO SUL AMAPOR AMPRE ANAHY ANDIR NGULO ANTONINA BALSANOVA BANDEIRANTES BARBOSAFERRAZ BARRADOJACAR BARRACO BELA VISTA DA CAROBA BELAVISTADO PARASO BITURUNA BOAESPERANA BOA ESPERANA DO IGUAU BOA VENTURA DE SO ROQUE BOA VISTA DAAPARECIDA BOCAIVA DO SUL BOM JESUS DO SUL BOMSUCESSO BOM SUCESSO DO SUL BORRAZPOLIS BRAGANEY

CAMPINA GRANDE DO SUL CAMPO BONITO CAMPO DO TENENTE CAMPO LARGO CAMPO MAGRO CAMPO MOURO CNDIDO DE ABREU CANDI CANTAGALO CAPANEMA CAPITO LENIDAS MARQUES CARAMBE CARLPOLIS CASCAVEL CASTRO CATANDUVAS CENTENRIO DO SUL CERRO AZUL CU AZUL CHOPINZINHO

CIANORTE CIDADE GACHA CLEVELNDIA COLOMBO COLORADO CONGONHINHAS CONSELHEIRO MAIRINCK CONTENDA CORBLIA CORNLIOPROCPIO CORONEL DOMINGOS SOARES CORONEL VIVIDA CORUMBATA DO SUL CRUZ MACHADO CRUZEIRO DO IGUAU CRUZEIRO DO OESTE CRUZEIRO DO SUL CRUZMALTINA CURITIBA CURIVA

ENASMARQUES ENGENHEIROBELTRO ENTRERIOSDOOESTE ESPERANANOVA ESPIGO ALTO DO IGUAU

GUAIRA GUAMIRANGA GUAPIRAMA GUAPOREMA GUARACI GUARANIAU

FFAROL FAXINAL FAZENDA RIO GRANDE FNIX FERNANDESPINHEIRO FIGUEIRA FLOR DA SERRA DO SUL FLORA FLOREST A FLORESTPOLIS FLRIDA FORMOSADOOESTE FOZ DO IGUAU

GUARAPUAVA GUARAQUEABA GUARATUBA

HHONRIOSERPA

IIBAITI IBEMA IBIPOR ICARAMA IGUARAU IGUATU IMBA IMBITUVA INCIO MARTINS

DDIAMANTE DO NORTE DIAMANTE DOESTE DIAMANTE DO SUL DOIS VIZINHOS DOURADINA DOUTOR CAMARGO DOUTORULYSSES

FOZ DO JORDO FRANCISCOALVES FRANCISCOBELTRO

GGENERALCARNEIRO GODOY MOREIRA GOIOER GOIOXIM GRANDESRIOS GUARA

INAJ INDIANPOLIS IPIRANGA IPOR IRACEMA DO OESTE IRATI IRETAMA ITAGUAJ

E

ITAIPULNDIA ITAMBARAC ITAMB ITAPEJARADOESTE ITAPERUU ITANA DO SUL IVA IVAIPOR IVAT IVATUBA

KALOR

MARING MARIPOLIS

LLAP A LARANJAL LARANJEIRAS DO SUL LEPOLIS LIDIANPOLIS LINDOESTE LOANDA

MARIP MARMELEIRO MARQUINHO MARUMBI MATELNDIA MATINHOS MATO RICO MAU DA SERRA MEDIANEIRA MERCEDES MIRADOR MIRASELVA MISSAL MOREIRASALES MORRETES

JJABOTI JACAREZINHO JAGUAPIT JAGUARIAVA JANDAIA DO SUL JANIPOLIS JAPIRA JAPUR JARDIMALEGRE JARDIM OLINDA JATAIZINHO JESUT AS JOAQUIM TVORA JUNDIA DO SUL JURANDA JUSSARA

LOBATO LONDRINA LUIZIANA LUNARDELLI LUPIONPOLIS

MMALLET MAMBOR MANDAGUAU MANDAGUARI MANDIRITUBA MANFRINPOLIS MANGUEIRINHA MANOEL RIBAS MARECHAL CNDIDO RONDON MARIA HELENA MARIALVA MARILNDIA DO SUL MARILENA MARILUZ

MUNHOZ DE MELO

NNOSSA SENHORA DAS GRAAS NOVA ALIANA DO IVA NOVAAMRICA DA COLINA NOVAAURORA NOVA CANTU NOVAESPERANA NOVAESPERANADO SUDOESTE NOVA FTIMA NOVALARANJEIRAS NOVA LONDRINA NOVA OLMPIA NOVA PRATA DO IGUAU

K

NOVA SANTA BRBARA NOVA SANTA ROSA NOVATEBAS NOVO ITACOLOMI

PINHAL DE SO BENTO PINHALO PINHO PIRA DO SUL PIRAQUARA

RRAMILNDIA RANCHOALEGRE RANCHO ALEGRE DOESTE REALEZA REBOUAS RENASCENA RESERV A RESERVADO IGUAU RIBEIROCLARO RIBEIRO DO PINHAL RIO AZUL RIO BOM RIO BONITO DO IGUAU RIO BRANCO DO IVA RIO BRANCO DO SUL RIO NEGRO ROLNDIA RONCADOR RONDON ROSRIO DO IVA

OORTIGUEIRA OURIZONA OUROVERDEDOOESTE

PITANGA PITANGUEIRAS PLANALTINA DO PARAN PLANALTO PONTAGROSSA PONTAL DO PARAN

PPAIANDU PALMAS PALMEIRA PALMITAL PALOTINA PARASO DO NORTE PARANACITY PARANAGU PARANAPOEMA PARANAVA PATO BRAGADO PATO BRANCO PAULAFREITAS PAULO FRONTIN PEABIRU PEROBAL PROLA PROLADOOESTE PIN PINHAIS

PORECATU PORTO AMAZONAS PORTOBARREIRO PORTORICO PORTO VITRIA PRADOFERREIRA PRANCHITA PRESIDENTECASTELOBRANCO PRIMEIRO DE MAIO PRUDENTPOLIS

QQUARTO CENTENRIO QUATIGU QUATRO BARRAS QUATRO PONTES QUEDAS DO IGUAU QUERNCIA DO NORTE QUINTA DO SOL QUITANDINHA

SSABUDIA SALGADO FILHO SALTO DO ITARAR SALTO DO LONTRA SANTAAMLIA SANTA CECLIA DO PAVO SANTA CRUZ DO MONTE CASTELO SANTAF

SANTAHELENA SANTAINS SANTA ISABEL DO IVA SANTAIZABEL DO OESTE SANTA LUCIA SANTA MARIA DO OESTE SANTA MARIANA SANTA MNICA SANTATEREZADO OESTE SANTATEREZINHA DE ITAIPU SANTANA DO ITARAR SANTO ANTNIO DA PLATINA SANTO ANTNIO DO CAIU SANTO ANTNIO DO PARASO SANTO ANTNIO DO SUDOESTE SANTO INCIO SO CARLOS DO IVA SO JERNIMO DA SERRA SO JOO SO JOO DO CAIU SO JOO DO IVA SO JOO DO TRIUNFO SO JORGE DO IVA SOJORGEDOESTE SO JORGE DO PATROCNIO SO JOS DABOAVISTA SOJOSDASPALMEIRAS SOJOSDOSPINHAIS SO MANOEL DO PARAN SO MATEUS DO SUL SO MIGUEL DO IGUAU SO PEDRO DO IGUAU SO PEDRO DO IVA SO PEDRO DO PARAN

SO SEBASTIO DA AMOREIRA SO TOM SAPOPEMA SARANDI SAUDADE DO IGUAU SENGS SERRANPOLIS DO IGUAU SERT ANEJA SERTANPOLIS SIQUEIRACAMPOS SULINA

UUBIRAT UMUARAMA UNIO DA VITRIA UNIFLOR URA

VVENTANIA VERA CRUZ DO OESTE VR E VIRMOND VITORINO

TTAMARANA TAMBOARA T APEJARA TAPIRA TEIXEIRASOARES TELMACO BORBA TERRABOA TERRARICA TERRAROXA TIBAGI TIJUCAS DO SUL TOLEDO TOMAZINA TRS BARRAS DO PARAN TUNAS DO PARAN TUNEIRAS DO OESTE TUPSSI TURVO

WWENCESLAU BRAZ

XXAMBR

LISTADEABREVIATURAS

No final dos verbetes etimolgicos aparecem as iniciais dos autores mais utilizados. AB AGD ABHF AGC AGF AN BBF DPC Ana Belo Antnio Gonalves Dias Aurlio Buarque de Hollanda Ferreira Antnio Geraldo da Cunha Antnio Gomes Ferreira Antenor Nascentes Brasilides Brites Farina Domingos Paschoal Cegalla Evanildo Bechara Edgar Royston Pike Francisco Filipak Francisco Torrinha Guido Gmez de Silva Luiz Caldas Tibiri Mrio Arnald Sampaio Orlando Bordoni Rosrio Farni Mansur Gurios Silveira Bueno Telmaco Morocines Borba Teodoro Sampaio

12

EB ERP FF FT GGS LCT MAS OB RFMG SB TMB TS

Origens dos Nomes e Histria dos MUNICPIOSPARANAENSESNomes indgenas, de personalidades, de acidentes geogrficos, nomes de rvores, flores, pssaros, santos... Afinal so 399 os municpios paranaenses. Cada um com uma histria peculiar, um nome associado, um povo diferente. Este Caderno do Projeto Paran da Gente rene uma vasta e interessante pesquisa do professor Joo Carlos Vicente Ferreira, paranaense de Santa Ceclia do Pavo. Talvez tenha sido a curiosidade dele mesmo sobre o nome de seu municpio natal que o tenha impulsionado a tamanha empreitada. Trabalho este que dividimos com todos por meio dessa edio atualizada. Conhecer este material certamente enriquecer a nossa cultura sobre o Paran. Queremos dispor edies em todas as bibliotecas pblicas do Estado para que nossas crianas e jovens tenham acesso a um Paran heterogneo, porm extremamente unido. E a Cultura que exerce este papel de unio entre os povos, de respeito s diferenas, de amor terra natal. 13

Vera Maria Haj Mussi AugustoSecretria de Estado da Cultura

APRESENT AOEste Caderno editado a partir de material do pesquisador Joo Carlos Vicente Ferreira, que publicou o livro Cidades Brasileiras: origem e significado de seus nomes Paran, em 1999, como parte de uma coleo que busca registrar nomes e significados de municpios de diferentes estados brasileiros. O trabalho chamou-nos a ateno quando conhecemos o autor, atualmente Secretrio de Estado da Cultura de Mato Grosso. Vimos que se encaixaria totalmente no esprito do Paran da Gente, ao registrar um breve histrico de cada um dos 399 municpios de nosso estado, aps a etimologia dos nomes das cidades paranaenses. Apesar de no ser indito, este nmero dos Cadernos Paran da Gente divulga o resultado das pesquisas do professor Ferreira, que permaneceu distante da maioria das bibliotecas do Paran. Aproveitamos, entretanto, para atualizar algumas informaes que dispnhamos sobre alguns municpios, que se encontram indicadas como notas do editor. Quem no se interessa por conhecer o significado do nome do lugar em que mora? De diferentes origens indgena, toponmico, homenagem a personagens histricos os nomes sugerem uma riqueza cultural a ser preservada. A Secretaria de Estado da Cultura, por meio do projeto Paran da Gente, com o lanamento deste Caderno n. 5, vem cumprindo sua funo de fazer com que o Paran sua histria, tradies e cultura seja mais conhecido por sua gente. Aps o lanamento do Caderno Pratos Tpicos Paranaenses, do Festas Populares do Paran, do Lendas e Contos Populares do Paran e do Caderno comemorativo aos 150 anos da Emancipao Poltica de nosso Estado resultado de palestras e debates sobre a sua histria este material sobre a origem dos nomes e da formao dos municpios que constituem o Paran bastante oportuno para completar mais uma faceta do Inventrio Cultural de nosso Estado. 15

Renato A. Carneiro Jr.Coordenador do Paran da Gente

INTRODUOEste trabalho parte integrante do projeto cultural Cidades Brasileiras - Origem e Significado de Seus Nomes Paran, que visa a elaborao de uma coleo sobre o significado e a origem histrica de todos os municpios brasileiros. O primeiro passo foi a publicao do livro Cidades de Mato Grosso - Origem e Significado de Seus Nomes. J este trabalho trata da questo toponmia e etimolgica dos stios urbanos paranaenses, de certa forma estudados, porm pouco divulgados. Devo dizer, sinceramente, parafraseando o dicionarista Antenor Nascentes que, no fiz mais do que compilar tudo o que sobre este assunto me chegou ao alcance. Certamente a pesquisa foi intensa. Sobre o que j escrevi a respeito deste assunto, reitero que a etimologia a histria das palavras e, como as palavras representam coisas, com freqncia a histria das coisas e, portanto, da civilizao. O homem segundo Victor Henry, notvel escritor que se celebrizou ao escrever Lenseigment de la grammaire, em 1906 um animal etimologista. -lhe inata a curiosidade das origens. Quem no deseja saber a origem do bero natal? Da cidade onde mora? No dizer do escritor Serafim Silva Neto, os topnimos constituem os fsseis de uma lngua. Da sua importncia na elucidao dos substratos antigos, da evoluo fontica e da distribuio dos povoadores, pois a evoluo dos nomes de lugar subsdio importante para o estudo da fontica histrica dos nomes comuns. Em se tratando de estudo da origem dos nomes das cidades, confessamos que encontramos enormes dificuldades para localizar informaes precisas sobre o assunto. Deve-se dizer que no previmos a possibilidade de estar o terreno a tal ponto congestionado de contradies por vezes inextrincveis, de polmicas, de verdadeiras linhas fortificadas. O primeiro projeto era efetuar uma simples narrativa, uma descrio direta, sem embaraos, citaes e referncias. Possivelmente teria sido mais agradvel para o Leitor. Os inmeros autores citados do idia da dificuldade de se chegar por vezes a uma concluso definitiva, principalmente quando se trata de nomes indgenas. Muitos autores confundem a lngua tupi com a guarani, gerando polmicas. O professor de lingstica Francisco Filipak lembra, citando Gurios, que no existe a lngua 17

tupi-guarani, existe o tupi e o guarani, lnguas irms, assim como o portugus e o espanhol. Diferenciar uma da outra um trabalho e tanto de pesquisa, especialmente porque grande parte dos autores de dicionrios tupi e guarani se contradizem. O primeiro municpio criado no Paran foi Paranagu, sendo que desta cidade foram desmembradas as demais unidades municipais da poro territorial que compe este Estado. 18 18 Ao se formar o ncleo de povoamento dava-se um nome localidade, sendo que o meio utilizado para tal fim era heterogneo. Os topnimos paranaenses surgiram, a exemplo do ocorrido em outros Estados da Federao, de homenagens a santos protetores, como So Joo, Santo Incio, Santa Ins, Santa Mariana, Santa Mnica etc.; de origem geogrfica, como Rio Negro, Quatro Barras, Quedas do Iguau, Pontal do Paran etc.; de origem guarani, como Iva, Carambe, Guarapuava, Irati, Jaguariava etc.; de origem caingangue, como Camb, Kalor, Goioer etc.; de origem tupi, como Ipiranga, Tibagi, Guaraqueaba etc.; de siglas de companhias colonizadoras, como Cianorte, Marip e Ibema; da juno de termos prexistentes, como Nova Esperana do Sudoeste, Nova Santa Brbara, Ouro Verde do Oeste, Diamante do

Norte, Flor da Serra do Sul etc.; de homenagem cidade de origem dos colonizadores, como Nova Santa Rosa e Cidade Gacha; de auto-homenagem, como Lunardelli, Moreira Salles, Lidianpolis, Borrazpolis etc.; de homenagem a brasileiros ilustres, como Marechal Cndido Rondon, Manoel Ribas, Telmaco Borba, Wenceslau Braz etc. perfeitamente possvel que esta obra apresente erros ou lacunas. Sendo compreensvel que um trabalho desta natureza, por sua complexidade, carea de mais pesquisas e aprofundamento histrico, principalmente em se tratando da origem de nomes de cidades. Gostaramos de receber contribuies de todos os segmentos da sociedade para elucidao de dvidas que possam surgir, ou mesmo de informaes adicionais teis, que muito nos ajudaro a compor futuras edies. Joo Carlos Vicente Ferreira

AORIGEM DO NOME PARANA denominao Paran vem da lngua guarani e quer dizer: para ... mar + an ... parecido, parente, semelhante, significando rio grande, rio como mar, rio semelhante ao mar. termo de origem geogrfica e refere-se ao Rio Paran, o maior curso dgua em territrio paranaense, que divisa o Estado do Paran da Repblica do Paraguai e do Estado do Mato Grosso do Sul. Originalmente a pronncia correta do termo era Paran, porm, com o tempo alterou-se a acentuao da ltima vogal. Em se tratando de estudo toponmico, deve-se levar em conta que o topnimo Paran, aparece, dentre vrias citaes, em trs outras importantes denominaes no territrio paranaense, a saber: Rio Paranapanema, que divide, a norte e noroeste os Estados do Paran e de So Paulo; Paranagu, primeiro municpio criado no estado; Rio Paran, situado na poro oeste paranaense. A denominao Paran, dada ao Estado da Federao, surgiu a partir de 1853, no perodo da elevao da ento Comarca de Curitiba, que era jurisdicionada Provncia de So Paulo, categoria de Provncia. A sano do projeto que criou a Provncia foi do Senador Honrio Hermeto Carneiro Leo (Marqus do Paran), da Provncia de Minas Gerais. At ento o nome que prevalecia para a poro territorial que hoje compe o Estado do Paran era Curitiba, em funo da denominao da Comarca. Nos livros, documentos e jornais da poca conheciase este territrio, ento paulista, por Comarca de Curitiba. Em 1811, Pedro Joaquim de Castro Correia e S pretendeu criar uma Capitania no territrio que hoje o Estado do Paran. Ambicionava ser CapitoGeneral e apostou seu prestgio nesta proposta. Sobre a inteno de Correia e S, o historiador Romrio Martins, em Histria do Paran, pg. 321, diz o seguinte: ... viu na Comarca de Paranagu, dilatada, pobre e distante da sede do governo paulista a que estava sujeita, o campo propcio aos seus desejos. Apesar do apoio poltico obtido, o aspirante a Capito-General no obteve xito em seus objetivos. A Corte lhe fechou as portas. O autor classifica Correia e S de oportunista e destaca os nomes de Floriano Bento Viana, Francisco de Paula e Silva Gomes e Manoel Francisco Correia Jnior como verdadeiros baluartes da criao da Provncia do Paran. Eram patriotas, pura e simplesmente idealistas. Bento Viana era militar e, a 15 de julho de 1821, iniciou um movimento separatista que passou para a histria com o nome de Conjura Separatista. A 19

princpio os ideais de Bento Viana foram bem aceitos por seus companheiros, mas no momento mais importante, na exposio de seus argumentos para a criao da Provncia no recebeu apoio de ningum. Ficou sozinho. Depois de Bento Viana o nome de Francisco de Paula e Silva Gomes destacou-se no cenrio poltico do separatismo. Segundo Romrio Martins: ... ele trazia baila os seus argumentos sobre as necessidades da criao de uma nova provncia em Curitiba, necessidades 20 nacionais de ordem poltica, econmica e militar. Silva Gomes morreu assassinado por um ndio tapuio, que havia sido criado como seu filho. Por ltimo, concluindo a trilogia dos heris da criao da Provncia do Paran est Manoel Francisco Correia Jnior, um ilustre parnanguara que, dentre outras coisas, para a consolidao da Comarca de Curitiba em Provncia, em 1842, por conta da Revoluo Paulista armou, fardou e manteve sua custa um batalho legalista (Romrio Martins, Histria do Paran, pg. 328). Correia Jnior havia recebido promessa da alta cpula militar imperial que, se vencida a revoluo, transformariam a Comarca em Provncia. Sobre Correia Jnior escreveu Moreira de Azevedo: ... viu os seus haveres abalados pelos sacrifcios que fez na qualidade de coronel da

Guarda Nacional encarregado da defesa da Comarca, ameaada em 1842 pelos revoltosos de So Paulo. No dizer de Romrio Martins a ao poltica de Correia Jnior foi obscurecida por Joo da Silva Machado, ento encarregado das providncias militares da Comarca de Curitiba. Silva Machado no teria, em suas correspondncias ao Presidente da Provncia de So Paulo, se referido s aes desprendidas de Correia Jnior. Silva Machado, o futuro Baro de Antonina omitiu injustamente o servio ideolgico de Correia Jnior, que havia investido sua fortuna nesta empreitada, tendo-a perdido, ficando sem seus bens, sem prestgio e sem amigos. O patrono da Provncia acabou sendo Joo da Silva Machado, um tropeiro gacho de excepcional viso poltica e empresarial. De Silva Machado o historiador Romrio Martins diz o seguinte: Sua presena em Curitiba por ocasio da revolta de Sorocaba (1842) lhe inspirou duas resolues que ele levou a cabo com completo sucesso: a de apossar-se de latifndios por todas as partes da Comarca e a de conseguir a elevao desta categoria de Provncia e fruir os proventos polticos que da adviriam. No houve regio alguma da Comarca vastssima onde ele no registrasse uma

posse de terras escolhidas entre as melhores. No houve tambm, justo que se diga, esforo que no desprendesse no sentido de congregar proslitos para a causa da separao e constituio da Provncia. Todas as honras e proventos lhe couberam no dia da vitria. A Comarca f-lo baro de Antonina. A Provncia f-lo senador. A Lei Imperial n. 704, de 29 de agosto de 1853, sancionada pelo Imperador D. Pedro II, criou a Provncia do Paran. Art. 1 A Comarca de Curitiba, da Provncia de So Paulo fica elevada categoria de Provncia, com a denominao de Provncia do Paran. Sua extenso e limites sero os mesmos da referida Comarca. Segundo Ruy Christovam Wachowicz, em Histria do Paran, pg. 119 ... no processo de emancipao da Comarca, no houve participao da populao nem sua maior mobilizao. Tudo se resolveu nos escales imperiais. A diminuta participao das prprias elites regionais no processo de emancipao, levou as autoridades imperiais a batizarem a nova Provncia. Recentemente, havia sido criada uma Provncia no norte do Brasil que teve seu nome tirado do maior rio da regio: Amazonas. O mesmo comportamento foi aplicado Comarca de Curitiba. Sendo o

Paran o maior rio a banhar o territrio provincial, dele foi extrado o nome da mesma: Paran. A forma como surgiu a denominao do Estado do Paran foi impositiva. No houve consenso. Foi uma deciso de cima para baixo. Se prevalecesse o bom senso continuaria o nome da antiga Comarca de Curitiba. O primeiro Presidente da Provncia do Paran foi Zacarias de Ges e Vasconcellos, que governou de forma brilhante, deixando seu nome marcado pelas aes acertadas de sua 21 21 administrao.

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AABATIda palha. (TS). de 1947. arroz = a espiga, cacho de arroz.

Etimologia. Abati De origem tupi aba... cabelo + ti...brancos, alourados + ... semente: o gro estigma de milho; a denominao tupnica vem dos filamentos ruivos e esbranquiados que envolvem a espiga de milho por baixo Origem Histrica. O ncleo de povoamento que deu origem ao municpio de Abati surgiu em 1925. Neste perodo um grupo formado por Antnio Maria, Joo Carvalho, Cndido Coelho, Jos Vicente, Joo Ramalheiro e Manoel Jos Pereira, todos acompanhados de seus familiares, estabeleceu-se num ponto nas margens do Rio Laranjinha, regio norte paranaense, dando incio ao trabalho de derrubada de mata e ao cultivo do solo. A primeira denominao da localidade foi Lageado, de referncia geogrfica. Posteriormente passou a denominar-se Carvalhpolis, possivelmente numa homenagem ao lder comunitrio Joo Carvalho. O nome Carvalhpolis no vingou, optando a comunidade pelo de Lageado. O clima favorvel e a excelncia do solo roxo permitiram a proliferao de lavouras de caf. A povoao foi elevada categoria de distrito, em 1939, com o nome de Lageado, integrando o territrio do municpio de Santo Antnio da Platina, de acordo com a Diviso Administrativa do Paran, para o perodo de 1939-1943. O Decreto-Lei Estadual n. 199, de 30 de dezembro de 1943, alterou a denominao de Lageado para Abati. Em virtude deste Decreto-Lei, que fixou a Diviso Administrativa e Judiciria do Estado para vigorar em 1944-1948, o distrito de Abati permaneceu no municpio de Santo Antnio da Platina. Pela Lei n. 02, de 10 de outubro de 1947, o distrito de Abati foi elevado categoria de municpio com a mesma denominao. O territrio foi desmembrado do municpio de Santo Antnio da Platina e a instalao ocorreu em 17 de outubro Segundo o pesquisador Jos Carlos Veiga Lopes, Francisco Filipak registra o significado como sendo de origem guarani: Avati = milho, planta, gros ou Avatii ou abatii = arroz, planta da famlia das orizideas. Abati de abatii+ = fruto do

ADRIANPOLISEtimologia. Adrianpolis Palavra formada pelo nome pessoal masculino Adriano e pelo sufixo plis. O termo Adriano origina-se do latim adrianu, natural de dria, tambm (Hadria, Atria), antigo porto do mar etrusco situado perto de Ancona, e segundo Drummond, interpretado como poderoso. O termo plis sufixo grego e significa cidade: Cidade de Adriano. (AN, ABHF). Origem Histrica. bastante antiga a movimentao no territrio do atual municpio de Adrianpolis. A explorao de recursos naturais encontrados em grande escala no municpio foi o que motivou a fixao de muitas famlias no lugar. Por algum tempo a localidade chamou-se Epitcio Pessoa, no entanto esta denominao no perdurou. A partir de 31 de dezembro de 1937, o povoado foi elevado categoria de Distrito Administrativo com a denominao alterada para Parana, com territrio pertencente ao municpio de Bocaiva do Sul. O municpio foi criado em 25 de julho de 1960, pela Lei n. 4.245, sancionada pelo governador Moyss Lupion. Com a emancipao a localidade passou a denominar-se Adrianpolis, em homenagem a Adriano Seabra da Fonseca, empresrio de origem portuguesa e que a partir de 1937, muito lutou em favor da comunidade, sendo proprietrio da empresa Companhia Plumbum S.A. A instalao oficial deu-se em 15 de novembro de 1961. (Nota do Editor. O Decreto 931, de 18/10/1920, criou o Distrito Judicirio de So Domingos que, em 1929, teve o nome mudado para Epitcio Pessoa. Pelo Decreto 2.208, de 28/03/1923, foi elevado a municpio, extinto em 1933 e anexado a Bocaiva. Em mapa de 1929, o nome da localidade onde hoje a sede do municpio chamava-se Porto Ribeira. A localidade de Epitcio Pessoa, embora situada no atual municpio de Adrianpolis, estava em outro lugar.)

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AGUDOS DO SULEtimologia. Agudos adjetivo que origina-se do latim acutus, designando o que terminado em ponta, penetrante (ABHF, AGC). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Sul Vem do anglo-saxnico suth, atravs do francs sud, significando ponto cardeal que se ope ao norte, designando ainda regio situada ao sul. (ABHF). Origem Histrica. Os primeiros movimentos de ocupao deram-se no sculo dezenove. Foi a partir deste perodo que Jos Machado Fagundes, considerado o principal colonizador da regio, iniciou a tarefa

de trazer famlias localidade e empreg-las nos extensos ervais nativos. Fagundes era tenente-coronel da Guarda Nacional, e vislumbrou no perodo ureo do mate o surgimento de uma povoao. Desde o princpio a localidade era conhecida por Agudo, em referncia a um morro de elevao irregular, de aproximadamente cinqenta metros, de vertentes acidentadas, que se localiza nas proximidades do stio urbano. Em 28 de junho de 1902, pelo Decreto Estadual n. 239, foi criado o distrito policial de Agudos, com territrio pertencente ao municpio de So Jos dos Pinhais. Em 30 de dezembro de 1943, pelo Decreto n. 199, a denominao da localidade passou a ser Carijos. Pela Lei Estadual n. 02, passou a chamar-se Agudos do Sul, voltando antiga grafia, sendo acrescentado do Sul, por existir municpio homnimo no Estado de So Paulo. Pela Lei n. 790, de 14 de novembro de 1951, foi criado o distrito administrativo. Em 25 de julho de 1960, pela Lei n. 4.245, foi criado o municpio, com territrio desmembrado de Tijucas do Sul. A instalao deu-se em 18 de novembro de 1961. (Nota do Editor. Foi transformado em Distrito Judicirio pelo Decreto 977, de 11/04/1910. Pela Lei n 2 de 10/10/1947, Carijos passou a denominar-se Agudos do Sul. O nome designado pela Lei anterior, de 1943, era Carijos (paroxtono) e no Carijs (oxtona), como normalmente se usa. Carijo a armao de varas, ou jirau, onde so dispostos os ramos da erva-mate 24 para que sejam dessecados pelo calor do barbaqu.)

ALMIRANTETAMANDAREtimologia. Almirante A palavra vem do rabe al-amir, com sufixo difcil de explicar. referncia a oficial de armada, o posto mais elevado da marinha de guerra. (AGC, ABHF). Tamandar Vem do tupi. Trata-se de um heri mtico, o mesmo que No da lenda do dilvio entre os povos da lngua tupi. Existem inmeras verses sobre sua origem: 1)- tamanda-r... depois da volta (AN). 2) t-aman-ari... o que veio depois da chuva (JA). 3)- tamoindr, do pretrito tamoindar... aquele que fundou o povo, o repovoador da terra. (OB, AN). Origem Histrica. A histria do lugar se perde no tempo e no espao. Seus primeiros habitantes foram homens que perlustraram o primitivo planalto paranaense, pouco tempo depois da fundao de Paranagu e Curitiba. A primeira denominao da localidade foi Pacotuba, que sob a Lei n. 438, de 10 maio de 1875, foi elevada categoria de freguesia. A Lei Provincial n. 957, de 28 de outubro de 1889, criou o municpio com

denominao alterada para Vila da Conceio do Cercado. Foi o ltimo municpio criado no Paran em tempos de Imprio. Em 9 de janeiro de 1890, a denominao foi alterada para Tamandar. O Decreto-Lei n. 7.573, de 20 de dezembro de 1938, extinguiu o municpio de Tamandar, sendo seu territrio integrado ao de Curitiba. A retaliao foi grande, inclusive o nome foi alterado para Timoneira, que denominao antiga da erva-mate colhida nos arredores de Curitiba, significando erva que est mo, caracterizava-se por ser mais fraca que as demais. Alguns anos aps Timoneira passou a integrar o municpio de Colombo. Em 24 de maro de 1956, pela Lei n. 2.644, houve a restaurao poltico-administrativa do municpio, que voltou denominao de Tamandar, a qual se acrescentou o designitativo de Almirante. A denominao Almirante Tamandar homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde e Marqus de Tamandar, nascido na cidade gacha de Rio Grande, em 13 de dezembro de 1807 e falecido em 20 de maro de 1897, no Rio de Janeiro. O Marqus de Tamandar foi membro do Conselho Naval Superior e Ministro do Supremo Tribunal Militar. patrono da Marinha do Brasil. (Nota do Editor. O municpio foi restaurado em 1947 e, em 1956, apenas mudou o nome de Timoneira para Almirante Tamandar. Timoneira uma planta da famlia das aqifoliceas, a Ilex theezans. Na lista de ordenanas da vila de Curitiba do ano de 1777 aparece o bairro da Conceio; na lista de 1785 o bairro da Conceio tinha 24 casas e l morava o cabo Jos Cardoso Pazes.)

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ALTAMIRADO PARANEtimologia. Altamira Topnimo portugus e paraense. palavra formada pelos termos Alta e mira. O termo Alta feminino substantivado do adjetivo alto, que provm do latim altus, designando a parte mais elevada de um ponto, regio ou cidade, excelso . O termo mira origina-se do latim mirare, que significa cravar a vista em, fitar os olhos em, divisar, alcanar, enxergar (ABHF). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Paran Origina-se do guarani Para, (Par)...mar + n (an)...semelhante: semelhante ao mar, rio grande igual ao mar, parente do mar. (FF, AN). Segundo Gonalves Dias, o termo vem do tupi, par-n, significando rio veloz. Origem Histrica. A regio que abrange o territrio do municpio de Altamira do Paran era um grande vazio demogrfico ocupado esparsamente por famlias que se dedicavam ao extrativismo vegetal, primeiramente a erva-mate, depois a madeira. Formou-se ento uma pequena povoao, no interior do

imenso municpio de Guarapuava. Em 1943, com a criao do municpio de Pitanga, o ncleo passou a ter nova sede administrativa, pertencendo jurisdio do municpio recm criado. Atravs da Lei Estadual 4.784, de 20 de novembro de 1963, o povoado de Altamira foi elevado categoria de Distrito Administrativo, integrando o municpio de Palmital. Em 27 de abril de 1982, pela Lei Estadual 7.571, sancionada pelo governador Ney Braga, foi criado o municpio de Altamira do Paran, instalado em 1 de fevereiro de 1983. A denominao Altamira foi dada por consenso da diretoria da Companhia de Colonizao e Desenvolvimento - CODAL, numa homenagem cidade de Altamira do Estado do Par, em 1962. A CODAL adquiriu rea de terras e procedeu ao levantamento topogrfico da regio j parcialmente habitada, cortou e mediu o stio urbano em lotes e os colocou venda, procedendo da mesma forma com a zona rural, aproveitando-se da febre colonizadora que assolava o Paran no comeo dos anos sessenta, do sculo XX.

ALTOPARASO26 Etimologia. Alto Adjetivo originado do latim altus e quer dizer elevado, excelso (AGC). Paraso Termo hbrido. Origina-se do velho persa paridaeza, pelo hebraico pardes, pelo grego pardeisos e finalmente pelo latim paradisu, designando recinto circular, lugar aprazvel, delicioso, den. (AGC, ABHF, FT). Origem Histrica. O territrio do atual municpio de Alto Paraso um dos muitos, que, situados s margens do Rio Paran, foram visitados por europeus, a partir de meados do sculo XVI. Nesta poca o territrio, hoje paranaense, pertencia de fato e de direito Espanha, que mantinha em Assuno, no Paraguai, um governo provincial dirigido por nobres espanhis. O comeo do efetivo povoamento desta regio deu-se em meados da dcada de quarenta, sofrendo influncia da frente de colonizao que se formou a partir de Umuarama. Anteriormente chamado de Vila Alta, foi elevado categoria de Distrito Administrativo em 02 de setembro de 1977, pela Lei Estadual n. 6.916, com territrio pertencente ao municpio de Umuarama. Pela Lei Estadual n. 9.242, de 09 de maio de 1990, sancionada pelo governador lvaro Fernandes Dias, foi criado o municpio de Vila Alta, com territrio desmembrado do municpio de Umuarama. A instalao oficial ocorreu no dia 1 de janeiro de 1993. De acordo com a Lei 14.349, assinada em 18 de fevereiro de 2004, o municpio de Vila Alta passou a se chamar Alto Paraso.

ALTOPARANEtimologia. Alto Adjetivo originado do latim altus e quer dizer elevado, excelso (AGC). Paran Origina-se do guarani Para, (Par)...mar + n (an)...semelhante: semelhante ao mar, rio grande igual ao mar, parente do mar. (FF, AN). Segundo Gonalves Dias, o termo vem do tupi, par-n, significando rio veloz. Origem Histrica. A povoao de Alto Paran foi empreendimento da Imobiliria Ypiranga, de Boralli & Held, empresa que realizou excepcional trabalho colonizador no norte do Estado. A Imobiliria Ypiranga adquiriu 150 mil alqueires de terras da Cia. de Terras Norte do Paran, traando o perfil da localidade. Em agosto de 1948 surgia a cidade de Alto Paran, ocasio em que na mata virgem foi plantado o primeiro marco de sua localizao. A partir desta poca centenas de lotes urbanos e rurais passaram a ser comercializados. A primeira serraria foi instalada em 1949, com a madeira produzida as primeiras casas foram sendo construdas, substituindo os ranchos de pau-a-pique dos primeiros dias. A terra frtil propiciou o cultivo da lavoura. A Imobiliria Ypiranga, no af de prestar bom servio aos compradores de lotes, que se avolumavam com a notcia propagada acerca do lugar, manteve um eficiente servio de transportes, que no primeiro ano conduziu pelo menos 10 mil pretendentes compra de lotes na localidade. A Lei Estadual n. 613, de 27 de janeiro de 1951, criou o Distrito Administrativo de Alto Paran, no municpio de Nova Esperana. O distrito foi elevado categoria de municpio atravs da Lei Estadual n. 1.190, com a mesma denominao. A instalao ocorreu em 5 de maio de 1954. Em Diviso Administrativa Territorial de 1 de julho de 1960, o municpio era formado pelos distritos: sede, Maristela, Santa Maria e Sumar.

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ALTO PIQUIRIEtimologia. Alto Adjetivo originado do latim altus e quer dizer elevado, excelso (AGC). Piquiri De origem tupi Piquiry...rio dos peixinhos (SB). Segundo Gonalves Dias o termo Piquiri vem de pequira...pequeno, ainda novo, falando-se de animais, um cavalo piquira. O mesmo autor relata que o professor Carlos Drumond apresenta a grafia pikiri em seu livro Contribuio do Borro Toponmia Braslica, no entanto, o nome de origem tupi e em hiptese alguma borro.

Origem Histrica. A primeira denominao da localidade foi Reconquista, nome dado pelas primeiras famlias que se estabeleceram na regio. Os primeiros moradores chegaram em 1952, atrados pela qualidade do solo, onde plantaram caf e sonhos. O primeiro comerciante do povoado em formao foi Joo Enrique, em seguida os irmos Volpato passaram a dedicar-se ao beneficiamento de madeira, enquanto que a Cafeeira Alto Piquiri fez histria no lugar. As famlias pioneiras da localidade foram as de Altino de Campos, Luz Ruaro, Joo Marques da Silveira, Nelson Rodrigues Barbosa, Tadahan Kiminami, Fioravante Lucetti, Agenor Alves Bueno, Elias, Joo e Leonzio Volpato, e ainda Joo Soares, Ermnio Mrio Pifer, Otaviano de Souza Freire, Joo Silveira Crispim, Luz e Benedito Fernandes de Arajo, Eutrpio Maciel de Andrade, Joo dos Santos e outras. Em 11 de abril de 1958, pela Lei Estadual n. 3.638, foi criado o distrito administrativo, com denominao de Alto Piquiri e territrio pertencente a Cruzeiro do Oeste. A denominao Alto Piquiri de origem geogrfica, em referncia ao Rio Piquiri, no estando, portanto, junto de sua nascente e sim prximo de sua foz, contrariando a regra bsica das denominaes Alto, que se d s cidades. O municpio foi criado pela Lei n. 4.245, de 25 de julho de 1960, sancionada pelo governador Moyss Lupion. A instalao deu-se em 15 de novembro de 1961. 28

ALTNIAEtimologia. Altnia Juno dos termos Al extrado de Alberto, e ton, extrado de Byngton, acrescido do sufixo nominativo grego ia, que designa qualidade, estado, propriedade, lugar. (AN, ABHF, AGC). Origem Histrica. A partir de 1953, aps adquirir extensa rea de terras para fins de colonizao, a Companhia Byington Ltda., rasgou a extensa e impenetrvel floresta que cobria todo o noroeste paranaense. A ao desta empresa permitiu o desenvolvimento regional. O povo mineiro e nordestino foi o primeiro a chegar no incipiente povoado comandado por Alberto Byington Jnior, scio da empresa colonizadora. A determinao dos pioneiros e qualidade do solo foi fator preponderante para o sucesso da empreitada, que previa a venda de lotes rurais de at 10 alqueires de terras a cada famlia. Foi uma reforma agrria com paz social e econmica. Aconteceu ali uma intensa colonizao, com centenas de famlias ocupando o espao at ento cabedal de naes indgenas, da flora e da fauna silvestre. O povoado estava inicialmente jurisdicionado ao municpio de Peabiru. A partir de 1954 passou ao de Cruzeiro do Oeste e depois ao de Xambr. Em 10 de setembro de 1964, pela Lei Estadual n. 4.925, foi criado o distrito administrativo. Em 14 de setembro de 1966, atravs da Lei Estadual n. 5.394, sancionada

pelo governador Paulo Pimentel, foi criado o municpio de Altnia, com territrio desmembrado de Xambr e instalado a 12 de dezembro de 1968.

ALVORADADO SULEtimologia. Alvorada Trata-se de substantivo feminino que origina-se do latim albor-oris, significando a claridade que precede o romper do sol, o crepsculo matutino (ABHF, AGC). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Sul Vem do anglo-saxnico suth, atravs do francs sud, significando ponto cardeal que se ope ao norte, designando ainda regio situada ao sul (ABHF). Origem Histrica. A companhia Lima, Nogueira Comercial & Exportadora, foi a mola propulsora do desenvolvimento de Alvorada do Sul. A colonizao da regio surgiu da febre da criao de novas cidades no norte paranaense, em fins da dcada de quarenta. A companhia colonizadora tinha sede em Santos, Estado de So Paulo e adquiriu enorme rea de terras com fins de loteamento. Com um bom plano urbanstico o progresso local foi impulsionado. A vinda de colonos, quase que exclusivamente paulistas, permitiu que a extensa poro territorial que circundava o incipiente povoado fosse ocupada por famlias de agricultores que no tardaram em transformar a mata virgem em imponentes cafezais e produtivas lavouras de subsistncia. Os principais nomes no desbravamento da localidade so os de Jos Francisco Ribeiro, Joaquim Bento Alves de Lima, Luciano Alves Teixeira Nogueira, Luis Giovaninetti, Augusto Alves, Manoel Palma Cano, Manoel Joaquim Correia Faria e outros. Pela Lei Estadual n. 790, de 14 de novembro de 1951, sancionada pelo governador Bento Munhoz, foi criado o municpio de Alvorada do Sul. A instalao deu-se em 14 de dezembro de 1952. O nome Alvorada do Sul originou-se do fato de que foi a Companhia Alvorada, em parceria com a Lima Nogueira, os fundadores do povoado. portanto homenagem empresa povoadora. O termo do Sul referncia localizao do municpio no sul do Brasil. Segundo o pesquisador Jos Carlos Veiga Lopes: Havia uma localidade denominada Porto Alvorada, s margens do rio Paranapanema, quase na foz do rio Bonito, hoje submersa pelas guas da represa de Capivara. As terras da firma Lima Nogueira receberam o nome de Fazenda Alvorada. O proprietrio da empresa era o pioneiro Luciano Alves Teixeira Nogueira. Pela Lei n 2, de 10/10/ 1947, foi criado o distrito de Alvorada do Sul, com sede no povoado do mesmo nome, que ficou

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elevado categoria de vila, no municpio de Porecatu. Nos mapas do Estado do Paran, de 1953 e seguintes, a sede do municpio de Alvorada do Sul est no local do Porto Alvorada. S mais tarde, no mapa de 1961, que foi corrigida a localizao, embora no mapa municipal de 1953 estivesse no lugar certo.

AMAPOREtimologia. Amapor De origem tupi, Ama... o que serve, ser costume + por...belo, bonito: uso bonito, costume bonito. (OB, SB). Origem Histrica. Em meados de 1948 chegaram os primeiros colonizadores da regio Justino Rodrigues de Souza, Mariano Viana e Jos Viana e aps algum tempo Gustavo Marques de Oliveira e a estes juntaramse dezenas de outras famlias. A primeira denominao da localidade foi Jurema. As colheitas fartas no tardaram a ocorrer, dando ao povoado o reconhecimento do Estado contribuio na economia paranaense. Pela Lei Estadual n. 116, de 23 de agosto de 1955, foi criado o Distrito Administrativo de Jurema, no municpio de Paranava. Em 25 de julho de 1960, atravs da Lei Estadual n. 4.245, o distrito de Jurema foi 30 emancipado. Atravs da Lei Municipal n. 37, de 13 de junho de 1961, a denominao do municpio foi alterada, passando de Jurema para Amapor. (Nota do Editor. Francisco Filipak d outro significado ao termo Amapor, do guarani, Am = chuva + por = bonito)

AMPREEtimologia. Ampre Sobrenome de origem francesa. Vem do francs ampre, trata-se de unidade de medida de intensidade de corrente eltrica, sendo que o termo surgiu em homenagem ao fsico francs AndrMarie Ampre (1775-1836). Origem Histrica. A colonizao do municpio de Ampre deu-se a partir de movimento migratrio gacho e catarinense, em meados da dcada de quarenta. Os colonos que estabeleceram-se na zona rural enfrentaram problemas com empresas de extrao de madeiras e companhias imobilirias. A maioria das terras eram

devolutas e a ordem social s foi estabelecida com a interferncia do governo estadual que se empenhou na titulao de terras. A Lei Estadual n. 3.511, de 30 de dezembro de 1957, criou o Distrito Administrativo de Ampre no municpio de Capanema. Em 11 de abril de 1961, a Lei Estadual n. 4.348, sancionada pelo governador Ney Braga, criou o municpio de Ampre, com territrio desmembrado de Capanema e Santo Antnio do Sudoeste. A instalao deu-se em 28 de novembro de 1961. O topnimo de origem geogrfica, constituindo-se em referncia ao Rio Ampre, que banha o municpio. Segundo os moradores mais antigos, a denominao surgiu de um grupo de pescadores, os quais encontrando-se na escurido da noite disseram: ... se construssemos uma barragem (usina hidreltrica) neste rio, quantos ampres de energia teramos, eles proporcionaram maior conforto aos moradores do ncleo colonial . (Nota do Editor. Existem outros rios na regio, afluentes do Iguau, com nomes ligados eletricidade, como Faraday, Siemens, alm do Ampre.)

ANAHYEtimologia. Anahy Trata-se de nome pessoal feminino hbrido, juno dos termos Ana e hi. O termo Ana vem do hebraico hannah... graciosa, e no latim ficou ama... ele (Deus) favoreceu-me. Segundo os evangelhos apcrifos, Ana seria muito idosa para ter filhos, mas um anjo veio contradizer a natureza e desta forma nasceu a Virgem Maria, Me de Deus. A igreja canonizou Santa Ana no sculo VI. (AN, AB, GGS, ABHF). O termo hi adjetivo e origina-se do espanhol, significando pequena. Ana pequena, Aninha. O nome pessoal feminino Anah comum na Repblica do Paraguai e homenageia uma ndia guarani, lder de sua tribo, que no permitia o uso de outro idioma em seu pas que no fosse o guarani, segundo a lenda morreu queimada e se transformou em flor. Seu nome ficou imortalizado na guarnia Anah, cujo ttulo original Leyenda de La Flor Del Ceibo, de autoria de O. J. Sosa Cordero. Origem Histrica. A cidade de Anahy foi colonizada no incio de 1950, pela COBRINCO - Cia. Brasileira de Imigrao e Colonizao, empresa que era dona de enorme rea de terras na regio oeste paranaense. O primeiro morador da localidade foi Ricardo Pfeffer, que chegou em 1950, trazendo consigo sua mulher Matilde Hake e os filhos Jlio, Rosalina, Jovino e Joventino. Vieram de Itaipolis, SC. A famlia Pfeffer foi a responsvel pelo surgimento da primeira capela do lugar, em 1960, quando entronizaram a imagem de Santa Ana, no altar da pequena capela. O primeiro comerciante foi Pedro Ladalinski, com uma

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casa de Secos e Molhados. Em 1955 chegaram Antnio Felisberto e Sebastio. Em novembro de 1958, Antnio Mazocatto estabeleceu-se em Anahy. A Lei Estadual n. 7.917, de 2 de setembro de 1967, criou o distrito de Anahy. Em 11 de junho de 1990, pela Lei Estadual n. 9.292, foi criado o municpio de Anahy, com territrio desmembrado de Corblia e instalado em 1 de janeiro de 1993. O nome da cidade constitui-se em homenagem a jovem Anahy, filha do Sr. Gino, gerente da Companhia Brasileira de Imigrao e Colonizao - COBRIMCO. Na ocasio do desbravamento a empresa povoadora deu dois lotes urbanos jovem, como forma de reconhecimento denominao cedida localidade. (Nota do Editor. O ceibo a flor nacional da Argentina e do Uruguai. Seu nome cientfico Erythrina crista+galli; da famlia da corticeira brasileira, que tem o nome cientfico de Erythrina falcata.)

ANDIREtimologia. Andir De origem tupi dir... espcie de morcego. O termo Andir tambm designa um gnero de planta leguminosa da famlia das Papilionceas. (ABHF, AN). 32 Origem Histrica. A colonizao da regio ocorreu a partir de 1927, motivada pela construo da Estao Ferroviria Ing, em funo do prolongamento dos trilhos de ao da linha frrea da Rede So PauloParan. Com a instalao da Estao Ing houve acentuado fluxo migratrio. O incentivador do progresso local e regional foi o sr. Brulio Barbosa Ferraz, dono da rea de terras onde se desenvolveu o municpio. Dentre os pioneiros destacam-se as famlias de Amadeu Bernim, Carlos Ribeiro dos Santos, Domingos Marcondes Machado, Firmino Corra, Manoel M. da Silva, Raul Vaz e outros. Em conseqncia do crescimento elevou-se categoria de vila, atravs do Decreto-Lei Estadual n. 347, de 30 de maro de 1935, com a denominao de Ing. A vila do Ing veio a perder esta denominao por haver um municpio homnimo no Estado da Paraba e ganhou o nome de Andir. O municpio foi criado atravs da Lei Estadual n. 199, de 30 de dezembro de 1943, com territrio desmembrado de Cambar e instalado em 1 de janeiro de 1944.

NGULOEtimologia. ngulo Origina-se do latim angulus, e refere-se a figura formada por duas retas que tm um ponto comum, esquina, canto (AGC, ABHF). Origem Histrica. Na dcada de quarenta, os russos Baslio Pertesew, Dimitri Novikov e George Felmanas adquiriram da Companhia de Terras Norte do Paran, uma rea de terra para formarem fazendas de caf. Sua primeira denominao foi Fazenda Dois Irmos, em homenagem aos dois filhos de Baslio Pertesew. De olho no futuro, os pioneiros vislumbraram a possibilidade de formarem uma cidade naquele ponto estratgico. Separaram rea de trinta alqueires destinados rea urbana. O projeto urbanstico foi traado pelo engenheiro Novikov, em seguida o povoado em formao passou a chamar-se ngulo. Domingos Gasques foi o primeiro comerciante, Geraldo Takaki levantou a primeira serraria, Pedro foi o primeiro farmacutico e Orlando Silveira o primeiro dentista. Nos primeiros anos os idealizadores da cidade edificaram uma igreja e entronizaram a imagem de Santo Antnio, algum tempo depois Joo Gasques construiu outra capela, esta dedicada a So Joo Batista. A Lei Estadual n. 172, de 12 de setembro de 1961, criou o Distrito Administrativo de ngulo. O municpio foi criado em 4 de setembro de 1990, com territrio desmembrado de Iguarau e instalado em 1 de janeiro de 1993. O nome da cidade de origem geogrfica, por estar a sede urbana, ao tempo da colonizao, localizada na divisa das terras da antiga Companhia de Terras Norte do Paran com a Gleba Interventor, de propriedade do governo estadual. Essa divisa formava um ngulo na ligao Maring / Iguarau / Flrida.

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ANTONINAEtimologia. Antonina Palavra formada pelo termo Antnio acrescido do sufixo nominativo ina. Antnio nome pessoal masculino, e vem do latim Antonius, de timo obscuro, significando inestimvel ou digno de apreo. Trata-se de nome de uma gens romana (sculo II a. C.), com possibilidades de origem etrusca, no se descarta tambm a origem grega antheos, que significa flor (AN, AB, GGS). O sufixo nominativo ina vem do latim inu, e designa origem, semelhana, natureza (ABHF). Origem Histrica. A cidade de Antonina uma das mais antigas do Paran. A ocupao deu-se a partir de 1648, quando Gabriel de Lara, o Capito Povoador, cedeu a Antnio de Leo, Pedro Uzeda e Manoel Duarte trs sesmarias no litoral Guarapirocaba. Com o passar dos tempos foi se formando uma povoao a beira do mar. A data oficial da fundao da cidade 12 de setembro de 1714.

Em 1712, Manoel do Valle Porto estabeleceu-se no Morro da Graciosa, iniciando, com grande nmero de escravos, trabalhos de minerao e agricultura. Em seguida Valle Porto obteve autorizao para construo de uma capela, a qual nominou Capela de Nossa Senhora do Pilar. O povoado tomou para si o nome do orago, passando os moradores da localidade a serem denominados capelistas. Em 29 de agosto de 1797, foi criada a Vila de Antonina, deixando para trs o termo Vila do Pilar. A instalao ocorreu a 6 de novembro do mesmo ano. O nome Antonina foi homenagem prestada ao Prncipe da Beira - D. Antnio de Portugal, ainda em 1797. Em 14 de janeiro de 1798, foi empossada a primeira Cmara de Vereadores de Antonina, sendo a primeira providncia tomada a reabertura do Caminho da Estrada da Graciosa, no que foram ajudados por autoridades curitibanas. Em 21 de janeiro de 1857, pela Lei Provincial n. 14, Antonina foi elevada categoria de cidade. (Nota do Editor. O Prncipe Dom Antonio era o primeiro filho, do sexo masulino, de Dom Joo e Dona Carlota Joaquina, nascido em 1795. Por conseguinte, era o prncipe herdeiro do reino de Portugal e suas colnias, que ao falecer ainda menino, em 1801, deixou o trono para seu irmo, Pedro de Alcntara, mais tarde Imperador do Brasil.)

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ANTONIO OLINTOEtimologia. Antnio Nome pessoal masculino. Origina-se do latim Antonius, de timo obscuro, significando inestimvel ou digno de apreo. Trata-se de nome de uma gens romana (sculo II a. C.), com possibilidades de origem etrusca, no se descarta tambm a origem grega antheos, que significa flor (AN, AB, GGS). Olinto Sobrenome de origem geogrfica. Vem do grego Olynthos, pelo latim Olynthu. nome de cidade da antiga Grcia e designa o figo que no amadurece. Nesta cidade, segundo J.J. Egli, em Nomina Geogrfica (1893), a fruta vinha antes da folha e por este motivo no amadurecia (AN). Origem Histrica. A colonizao da regio teve incio em 1895, quando Cndido Ferreira de Abreu, ento diretor do Servio de Colonizao do Estado do Paran, destinou extensa rea de terras a imigrantes eslavos que aportavam nas araucrias, ento na regio do municpio de Rio Negro. Neste mesmo ano chegou um primeiro grupo de dezoito famlias, vindas da Galcia, na Polnia. No ano de 1896, chegaram famlias de ucranianos. Com a imigrao de famlias polonesas e ucranianas para a regio ficou assim denominado o lugar de Colnia Pequena. Em 04 de julho de 1902, o Decreto-Lei Estadual n. 248, criou um distrito policial no povoado, que desde esta poca passou a denominar-se Antonio Olinto, em homenagem a Antonio Olinto dos Santos

Pires, Ministro da Indstria, Viao e Obras do governo de Prudente de Moraes e promotor de assentamentos de colonos ucranianos. A Lei Estadual n. 1.758, criou o Distrito Judicirio do lugar. Em meados de 1938, perodo politicamente conturbado nas terras paranaenses, o nome da localidade foi alterado para Divisa, desagradando comunidade local, assim, no mesmo ano, sua denominao voltou a ser Antonio Olinto. O municpio foi criado em 31 de maro de 1958, atravs da Lei Estadual n. 6.667, sancionada por Moyss Lupion, com territrio desmembrado da Lapa e instalado a 24 de outubro de 1961. (Nota do Editor. O Distrito Judicirio foi criado pelo Decreto 1.758, de 22 de maro de 1918, situado no municpio de Rio Negro, conhecido tambm como Divisa, um de seus povoados. Passou para o municpio da Lapa, do qual, finalmente, seria desmembrado em 1961. Segundo moradores, na grafia do nome do municpio, Antonio no acentuado.)

APUCARANAEtimologia. Apucarana De origem caingangue, ap-caar-n, ap...a base + caar... semelhante a floresta + an...imensa: a base semelhante a uma floresta imensa. (IBGE). Ou ainda de origem tupi, com inmeras verses para a origem do nome: Apucarana 1)- apo + car... que se estende em crculo. (SB); 2)apuc... furo, fenda, buraco + carama... crculo, circunferncia: em crculo rachado. (OB); apuca (apuc)... gerndio de furar + rarana... parecido, falso, semelhante: furo rachado, buraco rachado, em crculo mas com interrupes ou rachas. (SB). Origem Histrica. A cidade de Apucarana foi uma das primeiras a serem planejadas e a terem seu projeto arquitetnico executado pela Companhia de Terras Norte do Paran, aps o sucesso do empreendimento denominado Londrina. Em 1938, chegou regio Benevides Mesquita, conhecido desbravador de sertes, a mando da empresa colonizadora com a misso de abrir um patrimnio. Aps o reconhecimento do terreno e levantamento topogrfico, dispuseram-se venda de lotes urbanos e rurais. A fertilidade do solo e a determinao dos colonos produziram uma cidade relmpago, que surgiu e cresceu tal qual um cogumelo. A companhia colonizadora vendo o sucesso do empreendimento soergueu acampamento apressadamente, pois antevia surgirem novos povoamentos no serto desconhecido que se descortinava no sentido leste/oeste (Mandaguari, Maring, Cianorte, Umuarama etc.). Este fato abalou as estruturas da comunidade, que se ressentiu do imprevisto, porm, logo voltou rota do progresso e cresceu extraordinariamente.

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O Decreto-Lei Estadual n. 199, de 30 de dezembro de 1943, criou o Distrito Judicirio de Apucarana, elevando-o ao mesmo tempo categoria de municpio e comarca de segunda entrncia. A instalao ocorreu a 28 de janeiro de 1944. Segundo o pesquisador Jos Carlos Veiga Lopes, Francisco Filipak d outra verso sobre o nome Apucarana:. Do tupi apuca forma afertica de guirapuca, uirapuca = arapuca ou armadilha, rana = sufixo com significado de falso, falsa. Uirapucarana = armadilha de gaiola falsa. Uirapucarana = Apucarana = arapuca falsa ou armadilha falsa. Segundo a tradio, informada por Pedro Taques, os caciques de Apucarana usavam como emblema majesttico araras, aves postas porta de suas tabas ou ocas. Discorrendo sobre o tema Veiga Lopes acrescenta: A serra de Apucarana ou o lendrio morro de Apucarana impressionaram os exploradores dos sculos passados: Ferno Dias Paes Leme, ngelo Pedroso, Elliot e outros. Apreciando suas informaes chegamos concluso que o morro de Apucarana a Pedra Branca do Mulato na serra do Cadeado, antigamente chamada de Serra de Apucarana. A Cia. de Terras Norte do Paran aproveitou o nome para batizar a cidade, embora um pouco distante, no pertencendo ao atual municpio.

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ARAPONGASEtimologia. Arapongas De origem tupi ara... pssaro + ponga... que soa, que faz barulho (variante de guiraponga). uma ave da famlia dos contingdeos-chasmarhynous-nudicollins, tambm conhecida pela denominao vulgar de ferreiro ou ferrador, notvel pelo som metlico e estridente de seu canto. (OB). Origem Histrica. O idealizador e fundador da cidade de Arapongas foi Willian Brabason Davids, que na poca da fundao da localidade era o prefeito de Londrina e diretor da Companhia de Terras Norte do Paran. Aps a implantao do plano diretor da cidade, estabeleceu-se comercialmente o francs Ren Cellot e sua filha Jeanine. O primeiro lote rural foi vendido a Floriano Freire. Em seguida o ncleo urbano foi crescendo com a vinda de novos comerciantes, dentre os quais: Pedro Vicentim, Joo Chmerecha, ngelo Navarro Saes e Joo Caldeira Alves, cada um de nacionalidade diferente. Como ponto de apoio comunidade rural foram criadas as colnias Esperana e Orle, com imigrantes eslavos e japoneses. At 1943, o territrio araponguense estava jurisdicionado ao municpio de Londrina, passando posteriormente ao de Rolndia. Em 30 de dezembro de 1943, pela Lei Estadual n. 199, foi criado o Distrito

Administrativo de Arapongas. O municpio foi criado em 10 de outubro de 1947, atravs da Lei Estadual n. 02, com territrio desmembrado de Rolndia, sendo instalado a 1 de novembro do mesmo ano. O nome Arapongas foi dado pela companhia colonizadora e curiosamente todas as ruas da cidade tem nomes de pssaros. (Nota do Editor. A araponga tem o nome cientfico de Procnias nudicollis. ave da famlia: Cotingidae, ordem dos Passeriformes. uma das aves mais famosas e tpicas do sudeste do Brasil. freqentemente encontrada em cativeiro. Por ser muito procurada pelo mercado de aves de gaiola, difcil encontr-la perto dos grandes centros. Tem o tamanho de aproximadamente 27 cm.)

ARAPOTIEtimologia. Arapoti De origem tupi ara... dia, tempo, poca + poti (potyra)... flor, florido: o dia das flores, tempo de flores. (SB, OB). Arapoti foi cacique de uma tribo tupi catequizada pelos jesutas e que constituiu a reduo de So Francisco Xavier, s margens do Rio Tibagi. Origem Histrica. As origens histricas de Arapoti esto ligadas s das fazendas Jaguariava e Capo Bonito. Estrategicamente localizado nos Campos Gerais seu cho foi perlustrado por aventureiros, sertanistas e tropeiros desde o incio do sculo XVII. A colonizao e a formao do stio urbano ganharam consistncia a partir de 1910, quando a Southern Brazil Lumber & Colonization instalou-se na regio a fim de montagem de uma fbrica de papel. Este fato permitiu o estabelecimento de inmeras famlias e pessoas que ajudaram a compor a histria do lugar, dentre os quais Saladino de Castro, Arcnio de Latre e Antnio Salvador, que transportavam madeira em carroes. A fbrica de papel transformou-se na imponente Impacel, empresa que muito contribui com a economia paranaense. A Lei Municipal n. 02, de 8 de outubro de 1908, criou o Distrito Judicirio de Cerrado, primeiro nome do lugar. Em 1912, iniciou-se a construo da estrada de ferro cortando a Fazenda Capo Bonito, fato que atraiu muita gente regio. Estabeleceram-se as famlias Alvares, Dias, Trigo, Pena, Esteves, Barros, Biscaia, Tzaskos, Zelazowski, Michalowski, Vendrechoski e outras. O primeiro armazm foi de Telmaco Carneiro, em 1925. Em 1927, foi construda a primeira igreja, o primeiro hotel pertenceu ao Nh Turico, a primeira padaria era de Crespo Cristvo, o primeiro delegado foi Nh Amandio. No ano de 1913, foi inaugurada a estao ferroviria denominada Cachoeirinha. O Decreto-Lei n. 2.556, de 18 de dezembro de 1933, alterou a denominao de Cerrado para Cachoeirinha. Em 7 de maro de

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1934, Cachoeirinha passa a ser Distrito Administrativo de Jaguariava. O Decreto-Lei Estadual n. 199, de 30 de dezembro de 1943, alterou a denominao de Cachoeirinha para Arapoti. O municpio de Arapoti foi criado atravs da Lei Estadual n. 253, de 26 de novembro de 1954, com territrio desmembrado de Jaguariava, e instalado em 18 de dezembro de 1955. (Nota do Editor. As terras onde se localiza a sede do municpio de Arapoti pertenciam fazenda Jaguariava, dadas em sesmaria aos familiares de Francisco Rodrigues Penteado nas primeiras dcadas do sculo XVIII. A parte mais ocidental do atual municpio pertencia fazenda Boa Vista, desmembrada da Fazenda Caxambu, de Francisco Xavier da Silva.)

ARAPUEtimologia. Vem do tupi ira... abelha + po... redondo: abelha que faz enxu redondo. (AGD, SB). Origem Histrica. O ncleo irradiador de colonizao do atual municpio de Arapu foi Ivaipor, a partir das dcadas de quarenta e cinqenta do sculo XX. As famlias que se instalaram nas imediaes do atual stio urbano, o fizeram pensando na qualidade da terra. Das melhores. At os dias de hoje a produtividade excepcional. 38 Dentre as famlias pioneiras assinalamos as de Antnio Salvador, Augusto Ferreira da Silva, Jos Dias Neto, Alcino Branco, Plcido Vieira Rocha, Uria Alves, Joo Mathias, Slvio Kurten, Nelson Butini, Sebastio Uda, Jos Paskizuk, Alvino Cndido de Carvalho, Francisco Antnio dos Santos (Chiquinho), Jos Soares Gomes (1 vereador e farmacutico), Joo Kozak, Alderico Nardini (pioneiro no comrcio), Jaime Salvador (pioneiro e no comrcio at os dias de hoje), Manoel Claudemiro da Cruz. Joo Zuco loteou uma chcara que tinha nas proximidades do povoado em formao. Esta iniciativa permitiu que a localidade viesse a crescer. Em 22 de outubro de 1995, foi realizado um plebiscito para saber da viabilidade do distrito de Arapu tornar-se municpio. A comisso foi presidida por Srgio Carlos Fernandes, com resposta positiva. O municpio foi criado atravs da Lei Estadual n. 11.219, de 08 de dezembro de 1995, com territrio desmembrado do municpio de Ivaipor. A instalao ocorreu em 1 de janeiro de 1997. O primeiro prefeito eleito de Arapu foi o sr. Hlio Mathias. Sua administrao foi de apenas 107 dias, pois foi friamente assassinado no dia 18 de abril de 1997, em emboscada, na cidade de Arapongas. Hlio Mathias comeou muito bem seu mandato, tirando o municpio do ostracismo. Em certa ocasio, em conversa particular com seu Secretrio Municipal, sr. Jaime Salvador, chegou a afirmar que ... se fosse necessrio, colocaria de seu prprio bolso recursos para ajudar o municpio a se desenvolver.

ARARUNAEtimologia. Araruna Sobrenome, primitivamente alcunha. O termo origina-se do tupi arara... ave + una... preto, negro: arara com plumagem azul escuro e brilhante, parecendo preta; a arara Anodorhyncus hyacinthinus. (OB, LCT, AN). Origem Histrica. Um trecho onde se localiza a sede municipal de Araruna fazia parte do histrico Caminho de Peabiru, via pr-colombiana, conhecida por povos indgenas desde tempos imemoriais. A colonizao da cidade teve incio no comeo de 1948. As famlias pioneiras foram as de Paulo Toledo, Joo Antnio Rodrigues, Jos Ribeiro, Ernesto Martins Tavares, Sebastio Incio de Faria, Jos Maria de Faria e Joaquim Emdio de Faria. Este grupo estabeleceu-se s margens da Estrada da Boiadeira. O local escolhido para a instalao do povoado foi no alto de uma colina. Na poca, a cultura que se destacava era o caf, sendo que o solo propcio do lugar permitiu que muitas famlias se estabelecessem em busca de trabalho e paz social. A Lei Estadual n. 613, de 27 de janeiro de 1951, elevou a povoao categoria de Distrito Administrativo no municpio de Peabiru. O municpio foi criado em 26 de novembro de 1954, atravs da Lei Estadual n. 253. A instalao deu-se em 18 de novembro de 1955. O nome da cidade foi escolhido por Sadi Brito, inspetor de terras do Departamento de Geografia, Terras e Colonizao do Paran, com sede, na poca da colonizao, em Campo Mouro.

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ARAUCRIAEtimologia. Araucria Palavra formada pelo termo Arauco e pelo sufixo ria. O termo Arauco designa regio antiga do centro do Chile, e so chamados araucanos os naturais de Arauco, cuja grafia registrada desde 1569, e significa gua gredosa (calcrio frivel que em geral contm slica e argila). O termo ria sufixo nominativo e origina-se do latim arius (GGS, ABHF, AGC). Origem Histrica. antiga a movimentao no territrio do atual municpio de Araucria, vindo de 1668, ocasio em que Domingos Rodrigues da Cunha obteve uma sesmaria doada por Gabriel de Lara - o Capito Povoador, situada na passagem de Apiana. Posteriormente receberam sesmarias Lus e Garcia Rodrigues Velho, em divisa com o Rio Iguau. Merece um captulo especial na histria araucariana a famlia dos Maias, que fundaram um povoado em cima de uma antiga aldeia indgena do planalto curitibano. O local passou a ser denominado Tindiqera. No nascente povoado estabeleceu-se o cirurgio Pascoal Fernandes Leite, o capito Manoel Picam de Carvalho e outros que ajudaram a fazer a histria de Araucria.

A partir de 1876, iniciou-se o perodo imigratrio, especialmente de poloneses, russos e alemes, permitindo o progresso local. Nos primeiros anos da Repblica os moradores reivindicaram a emancipao poltica, no que foram ajudados pelo deputado Victor Ferreira do Amaral. O Decreto-Lei Estadual n. 40, de 11 de fevereiro de 1890, sancionado pelo governador Jos Marques Guimares, criou o municpio de Araucria, com territrio desmembrado de So Jos dos Pinhais e sendo instalado em 1 de maro de 1890. O primeiro prefeito foi o sr. Manoel Gonalves Ferreira. (Nota do Editor. O termo Tindiqera vem de Ting (tribo indgena) e quara (buraco). Em 1765, conforme lista de ordenanas, moravam em Tinguiquera mais de cinqenta famlias. Quando foi elevada freguesia recebeu o nome de Iguau. Foi transformada em Distrito Judicirio pelo Decreto 21, de 08/02/1855. Em 1888, a freguesia de Iguau foi retirada do municpio de So Jos dos Pinhais e anexada ao de Curitiba, do qual se desmembrou, em 1890.)

ARIRANHADO IVAEtimologia. Ariranha Vem do tupi ariranha... ona dgua. mamfero da famlia das Mustlidas (Pteronura brasiliensis Lin). O dicionarista Silveira Bueno define o termo como irara + rana... a falsa irara, que 40 imita a irara, trata-se da lontra. (OB). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Iva Vem do guarani e significa rio da flor ou da fruta bonita. Segundo Teodoro Sampaio, o termo derivou de ba... frutas, flor e de (y)... rio: rio das frutas, ou yiba... flecha e (y)... gua, rio: rio das flechas. Macedo Soares interpreta como rio das ubs, rio das canoas, das flechas, das rvores, das frutas e das uvas. (AN, FF). Origem Histrica. A colonizao do territrio que compreende o atual municpio de Ariranha do Iva, acompanhou o desenvolvimento poltico e econmico de Ivaipor, municpio do qual emancipou-se. De 1940 at 1960, o ncleo que deu origem localidade de Ariranha era conhecido por Arroio Bonito da Fazenda Ub. Com o aumento da populao a Companhia Ub, empresa que colonizou Ivaipor e vasta regio limtrofe, destinou uma rea para o loteamento do ncleo urbano. Desde ento o antigo Arroio Bonito passou a chamar-se Ariranha. A denominao de origem geogrfica, em referncia ao Ribeiro Ariranha, que tem este nome por abrigar, no perodo de ocupao grande quantidade de ariranhas, popularmente chamada de ona dgua. So pioneiras as famlias de Estanislaw e Casemiro Rosvadoski, Ladislau Tebinka, Jos Fila, Pedro Starach, Nicolau e Miguel Verenka, Joo Rosvadoski, Demtrio Verenka, famlias Kossemba e Dolla. Tambm

escreveram seu nome na histria do lugar as famlias de Jaime de Paula, Jos Esteves da Silva, Geraldo F. Tostes, Joo Alves Ferreira, Antnio Jos Assuno, Valdemar Talma, Valdir Dar, Jorge Lobo dos Santos, Alpio e Brs Bueno Camargo, Jos Camargo, Joo Ferreira, Pedro Azevedo, Joo Manoel da Cruz, Odlio J. da Silva, Luz Garcia, Frederico de Nez, Edmundo Levandoski, Alcir Weelenski, Mrio Cazo, Francisco de Oliveira, Mariano Chociai e outros. Ao ser fundado o povoado, uma das primeiras preocupaes foi a construo de uma igreja, visto que a comunidade era maciamente catlica. Foi entronizada a imagem de Nossa Senhora do Rosrio. Em 1967, foi criado o Distrito Judicirio de Ariranha, no municpio de Ivaipor. O municpio de Ariranha do Iva foi criado pela Lei Estadual n. 11.257, de 21 de dezembro de 1995, com territrio desmembrado do municpio de Ivaipor. A instalao deu-se a 1 de janeiro de 1997.

ASSAEtimologia. Assa Origina-se do japons Assahi... sol nascente. (IBGE). Origem Histrica. As origens histricas de Assa remontam ao ano de 1932. Nesta ocasio, a Companhia Colonizadora Trs Barras fundou uma fazenda no ponto onde hoje se situa a sede municipal de Assa. Com o passar dos tempos a colonizadora iniciou a venda dos lotes rurais e urbanos, permitindo a vinda de inmeras famlias, especialmente de japoneses. O local passou a chamar-se Assailand, em referncia aos imigrantes do Japo. O impulso colonizador da companhia foi importante para o desenvolvimento do lugar. A fertilidade do solo e as condies favorveis para as culturas do caf e algodo atraram mais gente regio. Vieram tambm paulistas, mineiros e nordestinos, alm de paranaenses do sul. Atravs da Lei Estadual n. 7.573, de 20 de outubro de 1938, o povoado de Assailand foi elevado categoria de distrito, com sede na antiga Fazenda Trs Barras. A partir desta poca a localidade passou a denominar-se simplesmente Assa. O Decreto-Lei n. 199, de 30 de dezembro de 1943, ratificado pelo Decreto n. 311, de 26 de fevereiro de 1944, criou o municpio de Assa, que foi instalado em 1 de janeiro de 1944. (Nota do Editor. O Decreto-Lei estadual 199, de 30/12/1943, criou o municpio de Assa com o territrio do distrito de Assa e Jataizinho, do municpio de Araiporanga.)

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ASSISCHATEAUBRIANDEtimologia. Assis Origina-se do latim Asisi, pelo italiano Assisi. sobrenome de origem religiosa e nome de cidade da Itlia. Primitivamente era nome dado a meninos chamados Francisco, em homenagem a So Francisco de Assis, nascido nesta cidade em 1.182 d.C. e depois estendido a outros nomes (AN). Chateaubriand Sobrenome de origem francesa. De timo obscuro. O termo ficou mundialmente famoso a partir de 1856, quando um cozinheiro francs conhecido por Chateaubriand, criou um prato especial, cujo ingrediente principal era um fil de boi grelhado. Origem Histrica. O fundador de Assis Chateaubriand foi Oscar Martinez, homem de muita fibra e afeito s lides ruralistas, que vislumbrou nas terras ainda virgens do lugar uma grande cidade. Oscar Martinez era o dono da Colonizadora Norte do Paran S/A, empresa que povoou vasta regio paranaense. Em 15 de janeiro de 1960, aps a concluso do traado urbano iniciou-se a colonizao efetiva do lugar, que originariamente chamava-se Tupssi e estava jurisdicionado ao municpio de Guara. Pela Lei Estadual n. 4.343, de 21 de maro de 1961, foi criado o distrito judicirio, desta feita no municpio de Toledo. O municpio foi criado em 20 de agosto de 1966, atravs da Lei Estadual n. 5.389, com territrio desmembrado de Toledo e instalado em 6 de abril de 1967. 42 Quando foi emancipado o municpio teve sua denominao alterada para Assis Chateaubriand, em homenagem a Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Chateaubriand nasceu na Paraba em 04 de outubro de 1891, faleceu em 04 de abril de 1968. Em 1923, adquiriu o jornal Correio da Manh, no mesmo ano o Dirio da Noite, sendo este o comeo de seu imprio jornalstico. Foi senador da Repblica e membro da Academia Brasileira de Letras, alm de ser o empresrio pioneiro da televiso em toda a Amrica do Sul.

ASTORGAEtimologia. Astorga Cidade da Espanha. O termo vem do latim Asturica (Augusta), cidade romana no pas dos stures, dedicada a Augusto. Estorga na Crnica Breve do Arquivo Nacional - 1429. O nome stures vem do Rio Astura, atualmente denominado Tuerto. O historiador Duarte Nunes de Leo, no livro Origem (1864), diz que o nome stures vem de stur Troiano, edificador de Astorga, o que no parece provvel, pois a cidade da poca de Augusto. (AN).

Origem Histrica. O municpio o que se pode chamar de uma das realizaes vitoriosas da Companhia de Terras Norte do Paran, que colonizou quase todo o norte novo paranaense. Em 1945, organizou um loteamento em rea de 8 alqueires que deu origem a cidade de Astorga. Os primeiros moradores de Astorga foram Antenor Domingues, que veio com mulher e sete filhos e Miguel Francisco da Costa e esposa. No demorou e muitos seguiram o rastro dos pioneiros. A Lei Estadual n. 02, de 10 de outubro de 1947, criou o Distrito Administrativo de Astorga, no municpio de Arapongas. O municpio foi criado em 14 de novembro de 1951, atravs da Lei Estadual n. 790, com territrio desmembrado de Arapongas. A instalao deu-se em 14 de dezembro de 1952. O nome da cidade de Astorga foi dado pelo engenheiro agrimensor Wladimir Babkov, um russo que veio ao Brasil na dcada de trinta e prestou inestimveis servios nao atravs da Companhia de Terras Norte do Paran. Babkov, em depoimento pessoal, afirmou que o nome foi escolhido aps girar um globo terrestre e parar com o dedo indicador sobre o nome Astorga, na Espanha, no continente europeu. O engenheiro desmente a verso de que o topnimo homenagem a um dos diretores da companhia povoadora.

ATALAIAEtimologia. Atalaia Origina-se do rabe aT-Talaia...ponto alto de onde se vigia, o ponto mais alto de uma serra, de sobreaviso, espera, sentinela (ABHF). Origem Histrica. O projeto urbanstico da cidade de Atalaia foi feito pelo desenhista Geraldo Brook, da Cia. de Terras Norte do Paran, que colonizou a regio a partir de 1950. As primeiras famlias que se instalaram em Atalaia foram as de Jos Amaro, Jos Joaquim Rodrigues, Manoel Augusto da Silva, Vicente Marques de Farias, Joaquim Alves de Rezende, Manoel Rodrigues Pereira, Luz Ciccotti e Jos Garcia Filho. No demorou muito e outras famlias arrancharam-se no povoado em formao. Em 14 de dezembro de 1953, atravs da Lei Estadual n. 1.524, foi criado o Distrito Administrativo de Atalaia, no municpio de Nova Esperana. A Lei Estadual n. 4.245, de 25 de julho de 1960, sancionada pelo governador Moyss Lupion, criou o municpio, com desmembramento de Nova Esperana e instalado a 15 de novembro de 1961. O nome da cidade foi sugerido pela companhia colonizadora atravs de seu Departamento Topogrfico, dirigido pelo engenheiro Wladimir Babkov. Existe cidade homnima no Estado de Alagoas, regio do Vale do Paraba.

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Bfluviais. (AGC, ABHF).

BALSANOVAEtimologia. Balsa palavra de origem ibrica, provavelmente pr-romana balsa, designando espcie de embarcao que comumente trafega em guas Nova Feminino substantivado de novo, que se origina do latim novu, e

refere-se a novidade, vida nova, notcia de pouco tempo, recente. (ABHF). Origem Histrica. A primeira denominao da localidade foi Rodeio. Registra-se

o ano de 1876 o das primeiras movimentaes para a colonizao. Nesta poca chegaram regio a procura de vida nova os ousados desbravadores: Euzbio Pereira dos Anjos, Mathias Vieira, Ana Oliveira Chaves, Francisco Oliveira da Cruz, Jos Incio Gonalves, Francisco Leite Cordeiro, Joo Leite Cordeiro, Joaquim Soares Ferreira, Lcio Ferreira Albuquerque e Mathias Gomes. Foram eles que derrubaram as matas e lanaram as primeiras sementes do lugar. Plantavam e se dedicavam pecuria, pois o difcil acesso a grandes centros, devido s ms condies de trfegos e comunicaes, obrigavam a ter de tudo. Em 1891, Galdino Chaves constri uma balsa, feita com esmero, sobrepujando s anteriores, sendo que todas, sem exceo, haviam sido levadas pelas violentas cheias do Rio Iguau. Desta forma, o local deixou de ser conhecido por Rodeio e passou a chamar-se Balsa Nova. O povoado consolidou-se. No entanto, somente em 22 de maro de 1938, atravs da Lei Estadual n. 1.757, que a localidade tornou-se distrito judicirio, no municpio de Campo Largo. Em 31 de maro de 1938, pelo Decreto n. 6.667, o distrito de Balsa Nova passou a denominar-se Joo Eugnio. O ato, extremamente poltico, no agradou comunidade, mas somente em 12 de maio de 1954 que voltou a antiga denominao de Balsa Nova. O municpio foi criado em 25 de janeiro de 1961, pela Lei Estadual n. 4.338, sancionada pelo governador Moyss Lupion, com territrio desmembrado de Campo Largo e instalado a 4 de novembro do mesmo ano. Descrevendo mais sobre Balsa Nova, o pesquisador Jos Carlos Veiga Lopes diz o seguinte: em 12 de abril de 1706, Antnio Lus Tigre obteve a sesmaria do Rio Verde, entre esse rio, o Iguau e o Capo da ndia, que incluam terras nos atuais municpios de Balsa Nova e Campo Largo; no mesmo dia Manuel

Gonalves de Aguiar obteve a sesmaria dos Carlos, entre o Capo da ndia e as Furnas. Antnio Lus Tigre ficou tambm com a sesmaria do Tamandu e Manuel Gonalves de Aguiar com a de So Lus (do Purun), das quais no existem cartas. Antnio Lus Tigre e sua mulher Ana Rodrigues de Frana doaram as terras do Tamandu para Nossa Senhora da Conceio e as do Rio Verde para diversos sobrinhos. Manuel Gonalves de Aguiar e sua mulher Maria Pinheira doaram as suas terras para Nossa Senhora das Neves. Balsa Nova no se chamou Rodeio, esta outra localidade, bem antiga, que j existia em 1728, situada entre Itaqui e Balsa Nova.

BANDEIRANTESEtimologia. Bandeirantes Palavra formada pelo termo bandeira acrescido do sufixo nominativo plural antes. O termo bandeira origina-se do latim vulgar bandaria; do latim tardio bandum e derivado do gtico bandwa, sendo que em todos os casos designa estandarte ou um smbolo com emblema. A palavra bandeirante designa indivduo que pertence a uma bandeira, que tem a vocao de conhecer e descobrir (ABHF, AGC, FT) Origem Histrica. At 1920 a regio era serto bruto, habitada por povos indgenas da nao caingangue. O primeiro passo para a colonizao regional deu-se com o teodolito do engenheiro civil Carlos Burromel, responsvel pela medio de terras entre Bandeirantes e Cornlio Procpio. Surgiram ento as primeiras propriedades agrcolas das redondezas. Em 24 de dezembro de 1926, Joo Manoel dos Santos adquiriu 10 alqueires de terras de Josefina Alves de Lima, dona de grande poro territorial na Fazenda Laranjinha, a fim de fundar um povoado que levou o nome de Invernada. Com o advento da estrada de ferro a povoao cresceu. No muito longe dali surgiu outro povoado, a Vila Rezende, fundado por Zacarias Vieira Rezende. A 12 de abril de 1929, o patrimnio de Invernada foi elevado categoria de distrito no municpio de Jacarezinho. Em julho de 1930, a empresa ferroviria So Paulo-Paran, inaugurou uma estao a trs quilmetros do povoado de Invernada, denominada Estao Bandeirantes. O inevitvel ocorreu. Ao redor da estao, em terreno pertencente a Juvenal Mesquita, proliferou um povoado. A linha de progresso apontava para Bandeirantes, porm Invernada tinha influncia: cartrios, coletoria estadual, hotis, casas comerciais, farmcias, correio etc. Um acordo capitaneado por Eurpedes Mesquita e Osrio Nogueira, permitiu que moradores da Invernada ganhassem terrenos ao redor da Estao Bandeirantes. O acordo foi cumprido e Bandeirantes cresceu e se fortaleceu economicamente. 45

O municpio foi criado em 14 de novembro de 1934, pela Lei Estadual n. 2.396, com territrio desmembrado de Jacarezinho e instalado a 25 de janeiro de 1935. Ao longo da histria social, poltica e econmica de Bandeirantes, um nome se destaca, o de Lus Meneghel, que fundou a Usina Bandeirantes na dcada de quarenta, sendo que at os dias de hoje a famlia Meneghel luta bravamente para manter em p os ideais de seu patriarca. A usina e sua histrica chamin fazem parte do patrimnio histrico da regio. (Nota do Editor. O nmero do Decreto que criou o Distrito Judicirio 2.659. O Decreto 6.212, de 18/01/1938, extinguiu o municpio de Bandeirantes, transferindo a sede para Cornlio Procpio. O Decreto 6.282, de 24/01/1938, restaurou o municpio de Bandeirantes.)

BARBOSAFERRAZEtimologia. Barbosa Sobrenome de origem geogrfica, de Barbosa, do feminino de um possvel adjetivo barboso, derivado de barba, e acrescido do sufixo oso. O termo era aplicado terra que tivesse em abundncia plantas em cujo nome entra a palavra barba, como barba-de-bode, barba-de-velho, conforme Feitosa, 46 Sabugosa, etc. (AN). Ferraz Sobrenome. O dicionarista Leite de Vasconcelos considerou um patronmico e a origem do termo provavelmente vem do espanhol Ferraz. Por outro lado o etimologista A. A. Corteso, em Subsdios, afirma que o termo vem do latim Ferrace, e diz-se que ferrazes eram os casais ou terrenos que pagavam o tributo de ferros ou ferraduras. (AN, AB). Origem Histrica. No ano de 1939, o dr. Joaquim Vicente de Castro, primeiro prefeito de Londrina, obteve extensa rea de terras na regio onde hoje se ergue a cidade de Barbosa Ferraz. Eram tempos de grandes colonizaes no Paran. Algum tempo depois a Imobiliria Paran Ltda., dirigida por Joo Simes, Camilo Simes e Lino Marquetti, obteve a concesso de explorao comercial da rea. Separou para si 229,79 alqueires de terras e procedeu ao loteamento urbano. Era o ano de 1948. Surgiam ento as primeiras casas no ncleo. Nos anos seguintes muitas famlias estabeleceram-se na regio atrs das benesses da terra roxa. Levas de migrantes chegaram: mineiros, paulistas, nordestinos, catarinenses, gachos, fluminenses e capixabas. Depois foi a vez de alemes, italianos, poloneses, franceses e espanhis. Plantavam caf e lavouras de subsistncia, outros dedicavam-se criao de porcos, depois foi a vez da cultura da menta (hortel).

A Lei Estadual n. 2.472, de 3 de novembro de 1955, criou o Distrito de Barbosa Ferraz. Em 25 de julho de 1960, foi criado o municpio atravs da Lei Estadual n. 4.245, com territrio desmembrado de Campo Mouro e instalado em 15 de novembro de 1961. A denominao Barbosa Ferraz foi dada pelos pioneiros, desde os primeiros dias de formao do povoado, em homenagem ao Major Antnio Barbosa Ferraz Jnior, paulista de Ribeiro Preto, que marcou seu nome na historiografia paranaense por ser um desbravador de sertes, a partir do norte paranaense, na dcada de 1920.

BARRADOJACAREtimologia. Barra Origina-se do celta barr, que designa pedao ou desembocadura de rio (PJMS). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Jacar Vem do tupi yakar... aquele que olha de lado, sendo nome comum de vrios rpteis crocodildeos da famlia dos aligatordeos (ABHF, OB). Origem Histrica. As primeiras notcias de colonizao do territrio de Barra do Jacar vm de 1881. Nesta poca estabeleceu-se na regio o sr. Jos Pedro Lopes e famlia, vindos de Minas Gerais. Eram tempos de embates polticos e pessoais pela disputa da terra, pela propriedade, pois abundava a terra devoluta. Em 1904, esteve na regio o coronel Joaquim Batista, tentando resolver questes de pendncias territoriais entre posseiros e latifundirios. No obteve sucesso, sendo somente em 1922 que a situao teve soluo satisfatria. A partir de 1936 a localidade firmou-se como povoao, sendo desta poca a construo de uma capela no lugar, em terreno doado por Jacinto Cndido Lopes, filho do pioneiro Jos Pedro Lopes. O vilarejo que deu origem ao atual municpio de Barra do Jacar ficou conhecido por diversos nomes ao longo dos tempos, inicialmente Fazenda Dourado, depois gua do Barreiro e finalmente Barra do Jacar. O topnimo de origem geogrfica, em referncia ao Rio Jacar que desgua no Rio Cinzas, formando uma barra, da o nome. A Lei Estadual n. 790, de 14 de novembro de 1951, criou o Distrito Administrativo de Barra do Jacar, em territrio do municpio de Jacarezinho. Em 24 de janeiro de 1964, pela Lei Estadual n. 4.810, sancionada pelo governador Ney Braga, foi criado o municpio de Barra do Jacar, com territrio desmembrado de Jacarezinho e instalado a 19 de dezembro de 1964. 47

BARRACOEtimologia. Barraco Aumentativo de barraca, palavra que se origina do italiano meridional barraca (setentrional baraca). O termo Barraco designa grande casa de madeira ou estabelecimento comercial no campo ou em lugares pouco habitados, servindo de habitao e depsito de utenslios e gneros de primeira necessidade (ABHF, AGC). Origem Histrica. antiga a movimentao com fins de explorao no territrio barraconense. Vem desde a poca dos paulistas e vicentistas que procuravam saber das divisas meridionais da ento Capitania de So Paulo, qual pertencia o Paran. O fundador das cidades de Barraco e Dionsio Cerqueira, no lado catarinense, que, juntas, parecem ser uma s cidade, foi o general Dionsio Cerqueira, na poca em que ocupava as funes de chefe da Comisso de Demarcao dos Limites Brasil-Argentina, em 4 de julho de 1903. Um dos nomes mais lembrados pelo pioneirismo na regio o de Misael Siqueira Bello, que foi agente dos Correios e Telgrafos e prefeito da localidade. Barraco sofreu com a Questo de Limites, entre os Estados do Paran e Santa Catarina , com a Revolta do Contestado (1912-1916), e em 1943 integrou o Territrio Federal do Iguau, de curta durao. O 48 municpio foi criado atravs da Lei Estadual n. 790, de 14 de novembro de 1951, sancionada pelo governador Bento Munhoz da Rocha Netto, com territrio desmembrado de Clevelndia e instalado em 14 de dezembro de 1952. O nome Barraco advm da existncia de um barraco na rea onde hoje se situa a sede do municpio. Alguns historiadores afirmam que o barraco servia para hospedagem de tropeiros que vagueavam pela regio fronteiria, outra fonte diz que o barraco tratava-se, na verdade, de um acampamento entrincheirado, construdo por bandeirantes em pocas passadas. (Nota do Editor. Em 28 de maro de 1914, pela Lei 1.407, foi criado no municpio de Clevelndia, o Distrito Judicirio de Dionsio Cerqueira, com sede num lugar denominado Barraco, na regio do Contestado, sendo que suas divisas iam at o Rio Grande do Sul. Com o acordo de limites de 1917, a localidade foi dividida em duas e a parte paranaense ficou com o nome de Barraco e a catarinense de Dionsio Cerqueira. Pela Lei 2.057, de 31/03/1921, a sede do distrito de Dionsio Cerqueira passou a ser no povoado de Santo Antnio do Barraco.)

BELAVISTADACAROBAEtimologia. Bela Origina-se do latim belle, enaltecendo as qualidades de beleza, encantador, sublime. (FT, AGC). Vista Vem do latim visus, faculdade de ver, designando panorama, paisagem. (ABHF, AGC). da Contrao da preposio de (posse), com o artigo feminino a. Caroba Vem do tupi ca... planta, folha + roba... amarga: planta medicinal. Trata-se de erva medicinal da famlia das Bignoniceas, com folhagem densa de folhas midas e associadas. (ABHF). Origem Histrica. Regio de movimentao antiga por parte de aventureiros e coletores de erva-mate em estado nativo. Em 1953 iniciou-se o desbravamento com intenes de colonizao. Estabeleceram-se nesta poca as famlias Pinheiro, Castanha e Aurlio, todas vindas do Rio Grande do Sul. No ano seguinte vieram as famlias Schimidt e Banovaki. Em 1955, foi a vez de Pedro Godi dos Santos estabelecer-se em Bela Vista. Grande lder, Pedro Godi destacou-se por suas aes em favor da localidade. Lutou pela posse da terra e teve apoio de Domingos e Miro Tavares. Em 1957, ocorreu a Primeira Intentona contra os jagunos da companhia que obstrua a inteno de posse dos colonos, a CITLA, a luta ocorreu na Esquina Gacha. A segunda revolta se deu no km 19 e a terceira no escritrio da companhia em Lageado Grande, que foi queimado pelos colonos revoltosos. Muita gente morreu e sofreu. Passado o tempo ruim, a comunidade prosperou. O nome de Bela Vista referncia beleza geogrfica do lugar: belo, ventoso e bom para se morar. No entanto, este nome no foi bem aceito inicialmente. Os colonos habituaram-se a chamar a localidade de Carova. Com o tempo acostumaram-se a cham-la de Bela Vista da Caroba. A troca de Carova por Caroba normal desta zona fronteiria. Trata-se de uma herana castelhana, pois comum paraguaios e argentinos trocarem o v pelo b. Bela Vista tornou-se distrito de Prola DOeste em agosto de 1964. O municpio de Bela Vista da Caroba foi criado atravs da Lei Estadual n. 11.254, de 21 de dezembro de 1995, alterada pela Lei Estadual n. 11.493, de 22 de julho de 1996, com territrio desmembrado dos municpios de Prola do Oeste e Pranchita. A sede do antigo distrito de Bela Vista, constituiu-se na sede do novo municpio, sendo instalada em 1 de janeiro de 1997. (Nota do Editor. O nome cientfico da caroba, rvore de flores roxas, da famlia das bignoniceas Jacaranda puberula.) 49

BELAVISTADO PARASOEtimologia. Bela Origina-se do latim belle, enaltecendo as qualidades de beleza, encantador, sublime. (FT, AGC). Vista Vem do latim visus, faculdade de ver, designando panorama, paisagem. (ABHF, AGC). do Contrao da preposio de (posse), com o artigo masculino o. Paraso O termo vem do latim paradisus, derivado do grego pardeisos e, este, do persa pairidaeza, que significa um lugar de delcias, o den. (FT, AGC). Origem Histrica. O ncleo que deu origem ao atual municpio de Bela Vista do Paraso surgiu na antiga Fazenda Primavera, a partir de 1939. Os primeiros moradores da localidade foram Baslio de Arajo e Maria Palieri Galdioli. Eram agricultores e trouxeram inmeras famlias que se afeioaram ao lugar, graas fertilidade do solo e ao clima, propcio ao desenvolvimento da cafeicultura. Na dcada de quarenta, o povoado experimentou notvel progresso, possibilitando que n