Mundo Fiat 100 Fev/Mar2010

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NÚMERO 100 - FEV/MAR 2010 Novo Fiat Doblò 2010, aventura para todos PCI: do desafio à celebração dos resultados CNH inaugura nova fábrica em Sorocaba Centro de Logística e Distribuição de Peças – CD Integrado CNH/ Iveco Iveco acelera investimentos no Brasil Nova unidade do alumínio da Teksid FPT expande produção de motores e transmissões Magneti Marelli investe R$ 30 milhões em novos produtos Fiat amplia capacidade para 800 mil veículos por ano no Brasil Os cem anos da Alfa Romeo O avanço do Grupo Fiat no Brasil Vista do novo Complexo Industrial da Case New Holland em Sorocaba (SP)

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Transcript of Mundo Fiat 100 Fev/Mar2010

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 100 - FEV/mAR 2010

Novo Fiat Doblò 2010, aventura para todos • PCI: do desafio à celebração dos resultados • CNH inaugura nova fábrica em Sorocaba • Centro de Logística e Distribuição de Peças – CD Integrado CNH/

Iveco • Iveco acelera investimentos no Brasil • Nova unidade do alumínio da Teksid • FPT expande produção de motores e transmissões • magneti marelli investe R$ 30 milhões em novos produtos •

Fiat amplia capacidade para 800 mil veículos por ano no Brasil • Os cem anos da Alfa Romeo

O avanço do Grupo Fiat no Brasil

Vista do novo Complexo Industrial da Case New Holland em Sorocaba (SP)

complexo industrial cnh sorocaba

Fábricaárea construída: 104 mil m²capacidade de produção: 8.000 máquinas/anoGeração de empreGos: 6.000 empregos diretos e indiretos até 2012padrão de excelência: World class manufacturing

centro de loGística e distribuiçãoárea construída: 56 mil m²capacidade de estocaGem: 180 mil locaçõespadrão de excelência: World class logisticconstruído para atender às certificações Green building de sustentabilidade

por Cledorvino Belini*

Em economia, as expectativas dos agentes com poder de decisão estão longe de ser abstrações, mas atuam como vetores que moldam a realidade. São o que alguns autores denominam como profecias autorrealizáveis. Em um cenário de crise dominado por fortes incertezas, expectativas

negativas seguramente resultarão em contração da economia por conta da retração dos agentes. O futuro, segundo Karl Popper, depende do que você, eu e as outras pessoas estão fazendo e farão hoje, amanhã e depois de amanhã.

No final de 2008, quando ficou claro que a crise do sistema financeiro norte-americano havia transbordado e se espalhado globalmente, as incertezas chegaram ao seu ápice e havia o risco con-creto de as expectativas se deteriorarem no Brasil. O Grupo Fiat adotou a postura estratégica de fixar sua atenção no mercado, em seu comportamento e tendências. A decorrência mais importante desta postura foi a manutenção do plano de investimentos no Brasil, que havia sido anunciado no final de 2007 pelo CEO do Fiat Group, Sergio Marchionne, durante visita ao País. No quadriênio 2008-2011, estão em curso investimentos da ordem de R$ 6 bilhões, capazes de dotar o Grupo Fiat de capacidade produtiva, processos, tecnologia e competitividade para responder ao avanço potencial do mercado brasileiro e latino-americano nos setores automotivo, de máquinas agrícolas e de construção e de partes e componentes, que são a essência de nossos negócios.

A decisão de continuar a investir mesmo em um cenário instável contribuiu para dissipar as pró-prias incertezas do mercado. As expectativas negativas foram revertidas, devido à conjugação de esfor-ços públicos e privados que contaram com uma resposta vibrante do mercado consumidor brasileiro. Os sinais de recuperação da economia brasileira são cada vez mais consistentes e o Grupo Fiat colhe os bons frutos de sua estratégia de expansão. A Fiat encerrou 2009 como líder do mercado de automó-veis e comerciais leves pelo oitavo ano, em parte porque os investimentos destinados à ampliação da fábrica permitiram adequar o ritmo da produção à demanda.

A Case New Holland (CNH) investiu cerca de R$ 1 bilhão em uma planta industrial da Case e no Centro de Logística e Distribuição de Peças Integrado CNH/Iveco, cuja produção abastecerá o promissor agronegócio brasileiro e também será exportada para países da América Latina, Estados Unidos e África. A Iveco, neste ciclo de investimentos, implantou o Centro de Desenvolvimento de Produto (CDP) e a nova unidade de caminhões semipesados e pesados. A FPT – Powertrain Technologies está conso-lidando a posição de maior produtora de motores da América Latina, a Teksid investiu na construção de nova fábrica e Magneti Marelli expandiu sua capacidade de produção.

É gratificante crescer em sintonia com o País. É a prova de que precisamos e podemos ser os arqui-tetos de nossos próprios caminhos.

* Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

Investimentos que moldam o futuro

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08 Turismo NoVo DoBLÒ 2010 As praias paradisíacas de Maceió foram escolhidas para o lançamento do Novo Fiat Doblò 2010. o líder absoluto no segmento de multivan foi rees-tilizado e agora está disponível também com motor 1.4 Fire.

24 Gestão pCI No GrUpo FIAT projeto de Competitividade In-tegrado (pCI) consolida-se como uma transformação cultural que envolve todas as empresas do Grupo Fiat e comemora os resultados na primeira fase.

30 Capa ENTrEVISTA BELINI Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina, analisa a evolução do plano de investimentos de r$ 6 bilhões para o Brasil no período 2008-2011.

3� Capa NoVA FÁBrICA CNH Case New Holland (CNH) investe r$ 1 bilhão no Complexo Indus-trial de Sorocaba (Sp), que será centro de referência na fabri-cação de máquinas agrícolas e de construção e vai gerar 2 mil empregos diretos.

44 Capa ENTrEVISTA rIZZIoLI Valentino rizzioli, presidente

da Case New Holland (CNH), explica os investimentos na fá-brica e no Centro de Logística e Distribuição de peças Integrado em Sorocaba (Sp).

48 Capa CD CNH/IVECo Centro de Logística e Distribui-ção de peças – CD Integrado CNH/Iveco em Sorocaba (Sp) alia eficiência em logística e cuidados ambientais.

�4 Capa IVECo ACELErA INVESTIMENToS Com o programa Acelera-ção Iveco, que soma r$ 570 milhões, a empresa investiu na construção do Centro de Desen-volvimento de produto (CDp) e da nova unidade de caminhões semipesados e pesados, em Sete Lagoas (MG).

�0 Capa NoVA UNIDADE Do ALUMÍNIo Teksid do Brasil investe r$ 50 milhões na nova fábrica de cabeçotes de alumínio, que produzirá 600 mil unidades por ano para a FpT – powertrain Technologies.

�4 Capa FpT EXpANDE proDUÇÃo A FpT – powertrain Technologies investiu r$ 300 milhões na im-plantação da nova unidade de motores Fire, em Betim (MG),

na ativação da fábrica de Cam-po Largo (pr) e na ampliação da planta de Sete Lagoas (MG), para se tornar a maior produto-ra de sistemas de propulsão da América Latina.

�8 Capa NoVoS proDUToS MArELLI Magneti Marelli investe r$ 30 milhões para ampliação da capacidade produtiva da divisão powertrain, em Hortolândia (Sp), e desenvolvimento de novas tecnologias.

�2 Capa CApACIDADE proDUTIVA AUMENTADA Fiat Automóveis expande a capacidade para produzir 800 mil veículos por ano no Brasil e investe na atualização tecnoló-gica das etapas de fabricação.

82 Marcas do Grupo Fiat CENTENÁrIo DA ALFA roMEo Desde sempre, a emoção de dirigir foi vital à marca italiana cujos admiradores são fiéis a seu carisma, design e espírito esportivo.

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EXPEDIENTE Mundo Fiat é uma publicação da

Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

www.grupofiat.com.brwww.eticagrupofiat.com.br

FIAT DO BRASIL S/APresidente: Cledorvino Belini

MONTADORASFIAT AUTOMÓVEIS

Presidente: Cledorvino BeliniCASE NEW HOLLAND

Presidente: Valentino RizzioliIVECO LATIN AMERICAPresidente: Marco Mazzu

COMPONENTESFPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES

Superintendente: Franco CiranniMAGNETI MARELLI

Presidente: Virgilio CeruttiTEKSID DO BRASIL

Presidente: Giacomo RegaldoCEO Nafta e Mercosul: Vilmar Fistarol

SISTEMAS DE PRODUÇÃOCOMAU

Superintendente: Alejandro SolisSERVIÇOS FINANCEIROS

BANCO FIDISSuperintendente: Gilson de Oliveira Carvalho

BANCO CNH CAPITALSuperintendente: Derci Alcântara

FIAT FINANÇASSuperintendente: Gilson de Oliveira Carvalho

SERVIÇOS FIAT SERVICES

Superintendente: José Paulo Palumbo da SilvaFIAT REVI

Superintendente: Davide NicastroFIDES CORRETAGENS DE SEGUROS

Superintendente: Marcio JannuzziFAST BUYER

Superintendente: Valmir EliasISVOR

Superintendente: Márcia NavesASSISTÊNCIA SOCIAL

FUNDAÇÃO FIATDiretor-Presidente: Adauto Duarte

CULTURACASA FIAT DE CULTURA

Presidente: José Eduardo de Lima PereiraEDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO TORINOPresidente: Raffaele Peano

COMITÊ DE COMUNICAÇÃOAna Vilela (Casa Fiat de Cultura), Bruno Linhares (Teksid), Carolina Guimarães (Fundação Torino), Cláudio Rawicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Guilherme Pena (Fiat Automó-veis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil).Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MGGestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estra-tégica. Editor-Executivo: Wagner Concha. Cola-boraram nesta edição: Carla Medeiros, Carlos Henrique, Ferreira, Humberto Alves Pereira Filho, José Rezende Mahar, Juliana Garcia, Michelle Leal, Rafael Mariani, Regina Trombelli, Roberto Baral-di, Rúbia Piancastelli, Samuel Almeida, Tatiana Carvalho e Wagner Concha. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: Lastro. Tiragem: 20.500 exemplares. Redação: Rua dos Inconfidentes, 1.075, sl. 801 – CEP 30.140-120 – Funcionários – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517.Fale conosco: [email protected] Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 - (31) 9993-0066 - [email protected]

A revista Mundo Fiat chega à sua edição número 100. Este é um número mágico, que traz a sensação de plenitude e realização, talvez porque evoque a ideia de que se alcançou

a marca de 100% e se produziu algo bom e duradouro. Mas no mundo corporativo e em particular no campo da comunicação, a obra nunca está completa. Quando um ciclo se conclui, outro ime-diatamente se inicia com seus desafios ainda maiores.

Mas este é, sem dúvida, um momento para olhar para trás e contemplar a trajetória da revista e do próprio Grupo Fiat no Brasil. Mundo Fiat nasceu em agosto de 1991, como um jornal dirigido ao público interno das dez empresas que então compunham o grupo. O principal destaque de capa da edição inaugural era, a propósito, a chegada da décima empresa ao grupo, através da incorporação da Ford New Holland. A edição também antecipava informações sobre o automóvel que seria lançado em breve pela Fiat, o Tempra, e anunciava uma revolução: a produção do carburador eletrônico pela Weber, que posteriormente seria consolidada na Magneti Ma-relli, a divisão de autopeças e componentes do grupo.

Hoje o grupo se multiplicou e promoveu muitas revoluções desde então. Cem edições depois, a Case New Holland (CNH) con-solida a produção de máquinas agrícolas e de construção do grupo e volta a ser capa de Mundo Fiat, destacando a inauguração do complexo industrial de Sorocaba (SP). A Fiat é líder do mercado de automóveis e comerciais leves pelo oitavo ano e a Iveco se expande no setor de caminhões. A Magneti Marelli é uma companhia ino-vadora e de ponta e a FPT – Powertrain Technologies consolida-se como maior produtor de motores e transmissões da América Lati-na. A Teksid e Comau investem e crescem e as áreas de finanças e serviços fornecem ao grupo a base segura para sua operação e crescimento. A Fundação Torino e a Casa Fiat de Cultura são os braços educacionais e de cultura do grupo, que ajudam a envolvê-lo com a sociedade. O avanço do Grupo Fiat no Brasil é, apropria-damente, o destaque desta edição.

A revista Mundo Fiat também evoluiu e hoje se dirige aos prin-cipais stakeholders do grupo, alcançando assim os públicos inter-no e externo. É um canal de comunicação que busca ser atraente e motivador no formato gráfico e no conteúdo editorial diversifica-do, que mostra que o grupo transcende os próprios negócios, por ser parte ativa do desenvolvimento econômico, social e cultural do país. Este compromisso nos trouxe até aqui e nos guiará pelos próximos anos.

Boa leitura!*Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

A sensação de plenitude de chegar aos 100

por MArCo AnTônio lAge*

A Lastro, consciente de suas responsabilidades sociais e ambien-tais, utiliza papéis Suzano com certi-ficado FSC (Forest

Stewardship Council) para impres-são da revista Mundo Fiat. A cer-tificação FSC garante que a maté-ria-prima florestal para a produção do papel é proveniente de manejo considerado social, ambiental e eco-nomicamente adequado.

A Lastro está em processo de certificação na Cadeia de Custódia – FSC, garantindo a produção de seus impressos com qualidade e sustentabilidade.

Nunca é tarde para mudar para melhor. Presente no mercado brasileiro desde 2001 e líder

absoluto em seu segmento, o Fiat Doblò ganhou cara nova. A Fiat Au-tomóveis optou por adotar o modelo reestilizado na Europa, dotando-o com opção de motor 1.4 Fire, além do já conhecido 1.8. Nascido para o mul-tiuso, o modelo traz novo acabamento básico para as configurações Cargo e passageiros na linha 2010.

o que MudouAcompanhando as mudanças de

estilo adotadas no mercado europeu,

o modelo nacional passou por uma ampla reestilização, sobretudo na par-te dianteira. Há novos faróis de dupla parábola, nova grade e para-choque com laterais na cor preta, que deixa-ram a multivan com uma aparência mais simpática. Na traseira as lanter-nas ficaram um pouco maiores.

Os componentes fora-de-estrada da versão Adventure foram criados pelo Centro Estilo Fiat América Latina e in-cluem faróis de máscara negra, para-choque frontal próprio, molduras nas caixas de rodas, retrovisores com luzes de direção integradas, lanternas fumê, estepe coberto e com trava antifurto.

TuRI

smO Novo Doblò 2010,

aventura para todosMaceió foi o cenário escolhido pela Fiat para o lançamento da linha 2010 do Doblò, renovado por dentro e por fora, mas mantendo o espaço de sobra para a família ou a turma.

por HuMBerTo AlveS PereirA FilHo*

* Jornalista do Jornal da Cidade, de Belo Horizonte

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referências de Maceió PrAiA do FrAnCêSFica a cerca de �0 quilômetros de Maceió. A Praia do Francês (foto acima) é uma ótima pedida para um dia de praia com a família. É muito bem servida de restaurantes.

PAjuçArAem Pajuçara, a maior atração é o passeio de jangada até a piscina natural que se forma durante a maré baixa entre bancos de areia e arrecifes, a dois quilômetros da costa.

PrAiA de PonTA verdePraia de mar calmo e águas cristalinas, muitos coqueiros e arrecifes de coral que for-mam piscinas bem próximas à areia. Ponto de encontro dos jovens da cidade.

PrAiA de jATiúCAAtrai inúmeros banhistas que buscam a tranquilidade de suas águas. É também muito procurada pelos amantes da pesca e possui boas opções de hotéis em Maceió.

CATedrAl MeTroPoliTAnATambém chamada pelo nome da padroeira de Maceió, nossa Senhora dos Prazeres, a Catedral teve a pedra fundamental lançada em 1821.

TeATro deodoroSua construção começou em 1�0� e terminou em 1�10. o Teatro deodoro destaca-se pela arquitetura em estilo neoclássico com reflexos do barroco.

MirAnTe São gonçAlodesde o mirante, avista-se o centro da cidade, o porto de Maceió, o mar da Pajuçara e Ponta verde. À direita, a vista perde-se na extensão da costa até o Pontal da Barra.

PonTAl dA BArrAde beleza inconfundível, o Pontal da Barra hoje é visitado por turistas que chegam à capital, vindo em busca do típico artesanato e das iguarias da culinária à base de frutos do mar, como a autêntica peixada, o pirão de camarão e a fritada de siri.

Agradecimentos: Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas (SETUr-AL) e Ministério do Turismo (Embratur).

Por dentro, mais mudanças. As colunas das portas passaram a ser revestidas, há apoia-braço nos bancos traseiros e uma nova luz de leitura. A instrumentação do painel também é nova. O novo motor 1.4 Fire, já apli-cado na família Palio e Punto, gera 85/86 cavalos com gasolina e álcool, na ordem. No propulsor 1.8, a potên-cia é de 112/114 cavalos.

equiPAMenToSDireção hidráulica, vidros dian-

teiros elétricos, travas elétricas, por-tas laterais corrediças, computador de bordo, brake light e protetor de cárter são itens de série da versão 1.4 básica. A 1.4 ELX adiciona ar-condi-cionado e sexto banco suplementar. Na 1.8 HLX há ainda telecomando de abertura e fechamento das por-tas, computador de bordo B, calotas exclusivas e tecidos de revestimento mais luxuosos.

A 1.8 Adventure se diferencia das demais por trazer bloqueio do diferen-cial (Locker), bússola e inclinômetros, faróis de neblina e de profundidade, suspensão elevada, rodas de liga-leve aro 15, predisposição para rádio e uma variedade de detalhes de estilo. Entre os opcionais, desde a versão bá-

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sica, estão freios ABS e rádio CD MP3. Os preços do Novo Doblò variam de R$ 48.950 a R$ 59.680.

MACeió, CAPiTAl eM AlTAMaceió, a bela capital de Alagoas,

vive um grande momento. Os investi-mentos em hotelaria e infraestrutura turística se multiplicam. Há um clima de otimismo no ar. Basta dar uma volta pela orla para ver a quantidade de edifícios de alto padrão e de hotéis 5 estrelas que estão sendo concluídos para o verão 2010. Verão, aliás, que já começou em pleno mês de novem-bro. Com uma infinidade de eventos, festas e transatlânticos ancorados, a cidade praiana está em alto astral.

Para aproveitar este visual paradi-síaco, nada melhor do que estar a bor-do de um Dobló 2010. Basta convidar os amigos e visitar as praias paradisí-acas ao redor da capital alagoana. O espaço interno do Doblò impressiona. Para os jovens, cabem todos os amigos e a namorada, para passeios diversos. Prancha de surf, cadeira de praia e tudo o que a ocasião pede. Mas se o seu programa na praia inclui a turma de amigos dos filhos, não se preocupe. O novo Fiat pode ser configurado para ter sete lugares.

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IVECO TECTORCAMINHÃO DO ANO 2009

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Iveco. A únIcATrIcAmpeã do prêmIocAmInhão do Ano.*Seguindo o caminho dos vencedores iveco Stralis em 2007 e iveco daily 70c16 em 2008, o iveco Tector conquistou o prêmio de caminhão do ano 2009 da revista autodata. e, para melhorar, vencemos também o prêmio na categoria Gestão, por nossa estratégia de expansão na américa latina. mais que um título e um tricampeonato inédito no mercado, esse é um reconhecimento à modernidade, economia e robustez de nossos produtos. vamos continuar acelerando, sempre colocando você à frente.

Um tricampeonato inédito, Um reconhecimento único. . . .

campeã na categoria gestão.

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A Fiat Automóveis e a Gerdau Açominas receberam em de-zembro o Prêmio Mineiro de

Gestão Ambiental (PMGA) 2009. Or-ganizada pelo Estado de Minas Ge-rais, a premiação reconheceu o alto desempenho alcançado pelo Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da Fiat, que busca padrões elevados de sus-tentabilidade em suas atividades.

Lançado em 2005, o PMGA é um modelo desenvolvido pelo governo mineiro para promover a melhoria da qualidade da gestão ambiental e o aumento da competitividade das organizações, com foco na promoção da sustentabilidade. O prêmio procura

Excelência nagestão ambientalFiat Automóveis recebe o prêmio Mineiro de Gestão Ambiental 2009, concedido pelo Estado de Minas Gerais às empresas que possuem modelos de gestão sustentáveis.

por juliAnA gArCiA

Ronaldo Simão, superintendente do PMGA, Valentino Rizzioli, vice-presidente do Grupo Fiat, e o governador Aécio Neves

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introduzir nas empresas um modelo de gestão ambiental caracterizado por uma visão sistêmica, em que todas as etapas de gerenciamento organiza-cional devem envolver questões am-bientais consideradas pertinentes. O PMGA é um reconhecimento das em-presas que se destacam por praticar um modelo de gestão sustentável não apenas na produção, mas também por atuar como fomentadora de práticas sustentáveis junto às comunidades do entorno de seus empreendimentos.

Ao receber o prêmio, o vice-presi-dente do Grupo Fiat, Valentino Rizzio-li, ressaltou a importância do PMGA para a Fiat e para todos os setores em-presariais do Estado, que buscam uma melhoria ininterrupta no sistema de gestão ambiental. “Entendemos que o compromisso com o meio ambiente deve ser de todos: das empresas, do governo e de cada um de nós como ci-dadãos. Por isso, esta conquista está sendo compartilhada com todos os 14 mil colaboradores da nossa fábrica em Betim (MG)”, disse.

A Fiat foi a primeira fabricante de veículos comerciais leves do Brasil a obter a certificação de seu SGA na norma ISO 14001, em 1997. Desde então, a empresa vem obtendo melho-ras significativas de seus indicadores de gestão, como o aumento da recir-

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culação de água – de 60% para 92% – e o aumento do índice de reciclagem de resíduos, de 70% para 98%. Rizzioli também expressou a satisfação da Fiat pelo reconhecimento da premiação. “Sentimo-nos ainda mais orgulhosos pelo fato de estarmos em constante evolução. Antes de ser premiada como campeã, a Fiat foi finalista nos dois últimos anos, o que mostra que esta-mos procurando melhorar sempre.”

Para Fábio D’Amico, diretor indus-trial da Fiat, o PMGA tem contribuído de forma significativa para a análise crítica do sistema de gestão da empre-sa e para a sua melhoria contínua. “É também uma grande contribuição à disseminação da cultura da qualida-de e da gestão ambiental, servindo de estímulo para que cada vez mais em-presas invistam no desenvolvimento sustentável.”

Durante a solenidade, que teve tam-bém a presença do diretor de tecnolo-gia industrial da Fiat, Victor Ambrosi, o governador mineiro Aécio Neves disse que o PMGA não é um reconhecimento apenas ao trabalho das empresas, mas ao conjunto de ações adotadas em Mi-nas Gerais com foco ambiental nos últi-mos anos. “A entrega do prêmio ganha relevo ainda maior por não se tratar de uma iniciativa isolada. Na verdade, compõe um conjunto moderno, coe-rente e eficaz de programas, projetos e ações governamentais cujo foco central é a correta gestão ambiental.”

O PMGA tem a chancela da União Brasileira para a Qualidade e apoio do Governo de Minas Gerais. Os ou-tros finalistas de 2009 foram a Ale-Sat, com a base de distribuição de combustíveis em Betim, e a Cemig, pela Usina de Irapé.

A FALCARE equipamentos Industriais Ltda., orgulha-se de ter participado deste projeto, através dos sistemas de pintura/transportadores, e parabeniza o GRUPO FIAT/CASE pela inauguração de sua fábrica.

Esta é mais uma obra em que a parceria entre empresas,deu certo.

Abarrotado de pais e alunos radian-tes, o Fiat Clube, em Betim (MG), foi palco de uma festa que celebra

a educação e a importância do conheci-mento na vida dos jovens. Há 13 edições o Grupo Fiat incentiva filhos ou depen-dentes de empregados a investir nos estu-dos por meio do Prêmio Fiat de Educação, um dos mais bem sucedidos programas privados de estímulo à educação no Bra-sil e no mundo. Criado em 1997, o Prêmio é realizado anualmente em sete países.

Ao som de tambores e depoimentos de antigos vencedores, alunos foram pre-miados pelo desempenho escolar com bô-nus de R$ 4 mil (para 120 estudantes do ensino médio) e R$ 8 mil (para 20 alunos

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AÇÃO Grupo Fiat premia

e incentiva os estudos

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pelo meu esforço”, conta o primogênito de Wilson Martins Pereira, empregado da Fiat Automóveis há 24 anos.

Duplamente ganhadoras, Fabiana Lopes Dumont, formada em Educação Física em Ibirité (MG), e Graziele Altino Frangiotti, formada em Letras em São Paulo (SP), receberam o prêmio do ensino

do ensino superior). Participam jovens de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Lavras, Nova Lima (MG), Curitiba (PR), Amparo, Hortolândia, Mauá, Piracicaba, Santo André e São Bernardo (SP). Higor Yuri Martins, de Contagem, ganhou um dos prêmios do ensino médio. “Foi uma sensação muito boa de reconhecimento

superior após já terem sido contempla-das, há alguns anos, com a gratificação do ensino médio. “Dessa vez a expectati-va foi ainda maior, após tantos anos de investimento com a universidade. Esse retorno é muito bom e pretendo dar en-trada na minha casa”, contou Fabiana, filha de Antero Soares Dumont Neto, da Comau. Já Graziele, filha de Milton José Frangiotti, empregado da Magneti Ma-relli em Mauá, permanece no caminho dos estudos e irá, com o valor recebido, viajar para a Irlanda a estudos. “É um incentivo a mais especialmente para alunos de entidades públicas, pois infe-lizmente a escola não dá todo o apoio necessário.”

por rúBiA PiAnCASTelli

Durante mais de quatro meses de pesquisa, cerca de dez mil consumidores de mais de 40 países expressaram, por meio da pla-

taforma www.fiatmio.cc, mais de sete mil ideias livres, sugestões e pedidos que ajudarão a Fiat Automóveis a construir o FCCIII, o terceiro car-ro-conceito produzido no Brasil. O Fiat Concept Car III (FCC III) será apresentado ao público em outubro, no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.

A partir das ideias definidas, os desig-ners e engenheiros da Fiat co-meçam o desenvolvimen-to do FCC III. Agora, o trabalho virtual será dirigido para sa-ber mais a fundo os desejos dos consumidores na criação de um carro dos sonhos, idea-lizado pelos in-ternautas e con-cebido no Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, em Betim (MG). “Queremos criar um carro fiel aos desejos de nossos clientes e agora começa-mos a tentar entender melhor o que eles querem e a buscar soluções reais de tecnologia”, explica o diretor de engenharia da Fiat na América La-tina, Giancarlo Bertoldi. “Novas ideias são mais que bem vindas e esta fase continuará ativa no portal”, complementa.

Os consumidores desejam que o FCCIII seja um veículo urbano, compacto e econômico, mo-

vido a energia limpa, que utilize materiais ecoló-gicos e que seja integrado a celular, media player, GPS e outros gadgets via sistema operacional próprio. Eles querem, ainda, modularidade, ou seja, a capacidade de alterar suas configurações, além de poder reconhecer o usuário e ter um de-sign bonito, moderno e desejável, com excelente visibilidade e vidros inteligentes que controlem a incidência de luz.

Dos vários tópicos disponíveis no site, segu-rança, infotainment (dispositivos que unem

informação e entretenimento), materiais e propulsão foram

os mais comentados na primeira fase das pes-

quisas. Mais de 65% das mensagens foram enviadas por consumido-res brasileiros, mas o portal também recebeu colaborações dos

consumidores da Alemanha, Argen-

tina, Colômbia, Es-tados Unidos, França,

Japão, Laos, México, Peru, Vietnã e Uruguai.

O portal do Fiat Mio está disponí-vel na íntegra em espanhol, inglês e português. Os comentários podem ser traduzidos ainda para alemão, francês e italiano. A Fiat é a pri-meira fabricante global de automóveis a quebrar o paradigma da indústria automotiva, ao desen-volver um carro junto com os clientes por meio do Creative Commons, sistema onde os direitos de criações são livres e compartilhados.

Desejos dos consumidoresdão vida ao Fiat MioMais de sete mil ideias e sugestões enviadas por internautas de mais de 40 países colaboram com a concepção do Fiat Concept Car III. o próximo passo é entender melhor os desejos dos clientes.

por WAgner ConCHA

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FPT. Powering The FuTure.

Se o motorfoi tão longe, imagineSeu carro.

Conquistar o prêmio Motor do Ano, pela revista Autoesporte, é motivo de muito orgulho para a FPT. Orgulho por produzir o primeiro motor com tecnologia downsizing do Brasil, ou seja, um propulsor compacto com alto desempenho e baixo consumo de combustível e menores índices de emissões. Orgulho por ser um motor 1.4l e vencer na categoria até 2.0l. Mas, principalmente, por saber que são inovações como essas que nos levam cada vez mais longe.

i n o v a r é c h e g a r e m p r i m e i r o .

Fire 1.4l 16v T-JeT. O Motor do Ano pela revista Autoesporte.

www.fptmotordoano.com.br

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pode-se afirmar que o sistema de se-gurança mais famoso é o airbag, mas a sua popularidade fez sur-

gir muitos mitos também. Hoje há uma verdadeira proliferação de airbags nos carros. O Fiat 500 – Cinquecento, recém-lançado no Brasil, por exemplo, vem com sete airbags, sendo dois dianteiros, dois laterais dianteiros (sidebags), dois de cor-tina (windowbags) e um para o joelho do motorista (kneebag). Esta configuração decorre da grande eficiência dos disposi-tivos, que são acionados individualmente e quando realmente necessário, ou seja, quando contribuírem para a redução dos danos aos ocupantes.

O airbag foi desenvolvido

como um sistema de segurança comple-mentar ao cinto de segurança. Esta con-cepção já deixa claro que a existência de airbag não exclui a necessidade de uso do cinto de segurança. O acionamento do airbag se dá quando um sensor eletrônico verifica a gravidade do acidente pela desa-celeração do veículo no momento da coli-são. Sendo necessário, a central eletrônica envia um sinal para o acionador, que está situado junto à bolsa inflável. Em frações de segundo, inicia-se uma reação química que libera nitrogênio em volume suficiente para encher a bolsa, que é confeccionada em nylon e permeável, a fim de permitir que o gás comece a escapar por seus poros logo após o enchimento.

Este movimento faz com que, no mo-mento em que os ocupantes colidem com o airbag, a bolsa se esvazie. Assim, o impacto é amortecido de modo mais efi-ciente. E, ao contrário do que vemos em alguns filmes de Hollywood, o airbag não fica inflado após o acionamento.

Todo esse processo dura cerca de 0,35 segundo, ou seja, um terço de segundo. O enchimento da bolsa provoca um ruído e há liberação de calor em função da veloci-dade de liberação do gás. É normal ver-se sobre a bolsa um pó, que se resume a um talco usado para dobrar a bolsa quando é acondicionada junto ao acionador.

Os airbags frontais apenas são acio-nados em colisões frontais ou em até 30 graus de inclinação e somente quando houver o risco de colisão do motorista ou passageiro com o volante e o painel do veículo, mesmo que estejam usando o cinto de segurança. Pode haver situações em que, mesmo ocorrendo uma colisão frontal, o airbag não é ativado porque, simplesmente, não iria contribuir para re-duzir eventuais lesões. Da mesma forma, os airbags laterais só serão acionados em caso de colisões laterais e os airbags de cortina só serão acionados em caso de colisões laterais de certo impacto ou ca-potamento.

Podem ocorrer acidentes em que o veí-culo sofre múltiplas colisões frontais, late-rais ou traseiras, como no caso de um ve-ículo que roda em uma estrada após uma aquaplanagem, sem que seja acionado o airbag. Isto ocorre porque em nenhum momento do acidente acontece uma bati-da com impacto suficiente para acionar os sensores que disparam o airbag.

Estudos comprovam que o airbag con-tribui para a redução de acidentes fatais na ordem de 30% dos casos. Em função de sua comprovada eficácia, há atualmente uma série de desenvolvimentos de airbag, como para pedestres (situados nos capôs dos veículos) ou para motociclistas.

AvAliAndo A SegurAnçA PASSivAComo avaliar se um carro é realmen-

te seguro do ponto de vista da segurança passiva? Não basta apenas estar equipa-do com um ou mais dos sistemas de segu-rança passiva. Como vimos anteriormen-te, a segurança passiva é resultado de um projeto moderno, que dota o veículo de áreas de deformação progressiva, célula de sobrevivência, bancos com formato an-tideslizamento, cintos de segurança, entre outros. A tudo isto acrescente-se o airbag, sistemas de pré-tensionador nos cintos e outros sofisticados sistemas. Porém, só podemos ter a certeza de que tudo isto funciona se o resultado comprovadamen-te proteger os ocupantes.

Para isso foram desenvolvidos sofis-ticados bonecos, cuja estrutura reproduz a dinâmica do corpo humano em variá-veis como peso, movimentos e articula-ções durante uma colisão. Estes bonecos, de tamanho e proporções humanas, são vestidos, calçados e colocados dentro dos veículos para a realização das provas de colisão em laboratórios, os crash-test. São conhecidos como dummy, que signi-fica idiota em inglês.

Durante a colisão, os sensores insta-lados na cabeça, pescoço, tórax, região pélvica e pernas do dummy registram as forças e as desacelarações ocorridas e que atuam sobre o corpo - são os parâ-metros biomecânicos.

O objetivo é saber identificar quanto e onde o dummy se feriu durante a co-lisão. É estabelecido um valor máximo geral e um valor para cada sensor, le-vando-se em conta os limites que um ser humano suportaria. As avaliações feitas sobre o impacto sofrido pelo dummy in-dicam se um carro é considerado seguro ou não. O resultado é uma consequên-cia direta da modernidade do projeto e do perfeito funcionamento de todas as soluções e sistemas de segurança exis-tentes no veículo.

Cada dummy custa em torno de US$ 100 mil e após um crash-test vai para uma espécie de enfermaria, onde é revisado e fica pronto para a próxima missão, que é ajudar a cuidar de sua segurança.

Segurança passiva:como avaliar se um carro é seguroA edição anterior de Mundo Fiat apresentou uma série de sistemas que visam a proteger os ocupantes do veículo em caso de acidente. Além do cinto de segurança, abordado anteriormente, outro sistema muito eficaz é o airbag. Vamos entender melhor como ele funciona e conhecer como se avalia a segurança passiva.

por CArloS Henrique FerreirA*

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* Engenheiro mecânico e assessor técnico da Fiat Automóveis

Sistema de airbags é acionado eletronicamente ao notar a desaceleração do veículo no momento da colisão

divulgação Fiat

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No final de 2008, no auge das incertezas decorrentes da cri-se financeira internacional, o

CEO do Fiat Group, Sergio Marchionne, lançou um desafio ao grupo: manter os custos em 2009 nos mesmos ní-veis de 2008, isto é, aumento zero de custos de um ano para outro. Parecia uma meta impossível de ser alcançada, pois, embora estabilizada, a economia brasileira registra uma inflação anual da ordem de 4,5%, que impacta os cus-tos. Assim, seria preciso não apenas congelar custos, mas ganhar eficiência para reduzi-los.

O desafio deu origem a uma ampla mobilização nas empresas do Grupo Fiat na América Latina e todas as ações convergiram para a criação do PCI – Projeto de Competitividade Integra-do. Depois de um ano intenso de tra-balho, os objetivos foram alcançados e superados. Por isto, o mês de dezembro foi de celebração. Três eventos, realiza-dos em Betim (MG), Curitiba e Ferreyra (província de Córdoba, na Argentina), reuniram os dirigentes do Grupo Fiat e

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pCI: do desafio à celebração dos resultadoso projeto de Competitividade Integrado (pCI) surgiu como uma oportunidade para repensar os processos do Grupo Fiat na América Latina, em meio a um cenário de incertezas macroeconômicas decorrentes da crise financeira internacional. passados doze meses de trabalho, o pCI se consolidou como uma transformação cultural que envolve todas as empresas do grupo.

por roBerTo BArAldi

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as centenas de colaboradores envolvi-dos no PCI, em expressão do reconheci-mento pelos resultados.

José Francisco Romero, gerente de desenvolvimento de fornecedores e oti-mização de valor do produto da Fiat Automóveis e coordenador do PCI, ex-plica que este é um projeto corporativo estruturado, que tem como objetivos principais melhorar a competitividade e a sustentabilidade dos negócios do Grupo, além de desenvolver ações que criem valor para os nossos clientes. A atuação do PCI é transversal, ocorren-do em cada empresa do Grupo: CNH, Comau, Fiat Automóveis, FPT – Po-wertrain Technologies, Iveco, Magneti Marelli e Teksid, com o suporte da Fiat Services, Fiat Finanças e Isvor, a uni-versidade corporativa do Grupo.

A metodologia de ação está ba-seada na formação e mobilização de times, que buscam identificar novas oportunidades de melhoria em vários vetores, como revisão de processos, otimização de compras e de contratos, processos logísticos, teardown (análise

da concorrência), programas de suges-tões, re-sale (compra de insumos para posterior revenda a fornecedores, a fim de alcançar ganhos de escala), si-nergia entre as empresas, entre outras oportunidades. “Mais do que um pro-jeto, o PCI é uma mudança profunda na cultura organizacional. Iniciamos um ciclo que não termina em 2009. Ao contrário: este é só o começo”, sintetiza Romero.

O PCI se divide em fases. A primeira fase já foi totalmente implantada: seu objetivo era cumprir metas de curto prazo já em 2009, atuando sobre pro-dutos e processos correntes. Todas as empresas percorreram a primeira fase e seus resultados foram comemorados nas três convenções de dezembro. Esta fase é cíclica e deve acontecer sistema-ticamente todos os anos, sempre reno-vando o olhar sobre os fluxos e proces-sos das empresas.

A segunda fase tem como linha mestra a inovação. O crescimento da economia mundial e das empresas é cada vez mais vinculado à inovação, que, em um cenário de crise econômica ou de recuperação da economia, como o que o Brasil atravessa agora, deve ser uma das prioridades estratégicas da agenda empresarial. O Grupo Fiat es-tabeleceu a inovação como estratégia corporativa, porque inovar é agregar qualidade, é converter ideias em valor para as empresas, é um passo para uma economia competitiva, próspera e sustentável. “Nesta fase, projetos estão direcionados para pensarmos no futu-ro, atuando sobre o presente. Dos 38 projetos apresentados para implemen-tação no médio e longo prazos, seis foram aprovados e um deles começa a ser implantado já em 2010”, acrescen-ta Romero.

A terceira fase do PCI também se baseia na otimização e na inovação, mas o foco principal desta etapa é a sinergia. Com o suporte da Fundação Dom Cabral, uma das mais importan-tes escolas de negócios do mundo, o

José Francisco Romero, gerente de

desenvolvimento de fornecedores e otimização de

valor do produto da Fiat Automóveis e

coordenador do PCI

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pCI comemora resultados na primeira fasepor rúBiA PiAnCASTelli

O destaque do encontro que reuniu superinten-dentes de todo o Grupo Fiat e os líderes dos pro-jetos PCI 2009 foram os cases apresentados por profissionais da Fiat Automóveis, Iveco, CNH, FPT – Powertrain Technologies, Teksid, Magneti Marelli e Comau.

As apresentações mostraram como ideias ino-vadoras foram colocadas em prática e quais os be-nefícios financeiros e competitivos alcançados. Os projetos poderão ser adotados por outras empresas, estendendo assim os benefícios a todo o Grupo e ao público consumidor dos produtos do Grupo Fiat.

O gerente de tesouraria da CNH, Marcus Vinícius Pereira, liderou a avaliação interna para identificar oportunidades de substituição de dívidas com taxas altas de juros por outros financiamentos de menor custo. A partir de uma notícia sobre novas regras de financiamentos a custos menores, a CNH apre-sentou proposta de negociação e substituição de dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Havíamos assumido a dívida para manter a liquidez do nosso caixa no auge da crise financeira internacional, com uma taxa de juro factível para a época de incertezas”, explica. A empresa reestruturou a dívida, enqua-drando-se em linha oferecida pelo BNDES à taxa de 4,5% ao ano. A operação representou importante redução no custo financeiro da companhia.

O coordenador de logística da Comau, Alessan-dro Simão, mostrou como uma ideia simples pode trazer mudanças positivas. A substituição do tecido do uniforme por outro, elaborado a partir da na-notecnologia, foi aprovada pelos colaboradores e pelos clientes, que ressaltaram o conforto e a boa apresentação da equipe, respectivamente. “Agimos sempre com simplicidade para obter êxito. Foi assim que, ao escutar a observação de um colaborador so-bre a durabilidade de nossos uniformes, pensamos na troca de tecido. Reduzimos em 12% o custo dos uniformes e aumentamos em 30% a durabilidade”, resumiu Alessandro. Apesar da dificuldade em lo-calizar um fabricante que atendesse à demanda de 6 mil funcionários em 18 Estados, o projeto foi um sucesso. Após testes de encolhimento, desbotagem, conforto e beleza, o novo uniforme foi aprovado também pelo seu custo reduzido. Para o diretor de

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Alessandro Simão, coordenador de logística da Comau

Marcus Vinícius Pereira, gerente de tesouraria da CNH

Grupo Fiat desenvolveu uma produtiva agenda de trabalho nesta direção. “To-das as empresas do Grupo têm muito a ganhar quando estivermos trabalhan-do com processos alinhados e em si-nergia, com custos reduzidos e projetos transversais”, enfatiza Romero. Foram formados três grupos de trabalho, com representantes de todas as empresas. Cada grupo tratou de um tema especí-fico: viagens, telecomunicações e logís-tica e cada qual tem como patrono um dirigente do Grupo Fiat, que o impul-siona e acompanha. As propostas ela-boradas e selecionadas pelos três gru-pos foram apresentadas em plenária e estão em estudo e aprofundamento, para avaliação de viabilidade técnica.

rePenSAr ProCeSSoSO presidente do Grupo Fiat, Cledor-

vino Belini, observa que o PCI surgiu como uma oportunidade para repensar os processos do grupo na América La-tina, em meio a um cenário de incer-tezas macroeconômicas. Deste cenário, segundo Belini, sabia-se apenas que exigiria pelo menos quatro condutas indispensáveis: a busca incessante pela competitividade nos processos, nas tecnologias e nos produtos; foco incondicional na qualidade; fortaleci-

mento da imagem do Grupo e de suas marcas; e a necessidade de ajustar cus-tos a uma nova realidade de mercado, com ganhos de eficiência e menor des-perdício de recursos. “Passados doze meses de muito trabalho, acredito que a estratégia foi correta. Demos início a uma transformação cultural que en-volve as mais de 41 mil pessoas e as 28 fábricas que formam o grupo, com o envolvimento direto de quase 6 mil pessoas nos projetos apresentados no âmbito do PCI”, destaca Belini.

Assim, um programa que começou como uma ferramenta para ajudar a sair da crise, tornou-se parte fundamental da estratégia do Grupo Fiat na América Latina. Hoje, conforme acentua Belini, o PCI está diretamente ligado à filoso-fia do Grupo Fiat, que é sustentada em pilares como a inovação e a qualidade dos produtos, o relacionamento ético e transparente com todos os stakehol-ders e a alta competitividade.

“Devemos encarar o PCI como uma metodologia de uso constante na busca pela competitividade em todas as empresas. Devemos ser e pensar como Grupo, fortalecendo nossa siner-gia, multiplicando e catalisando estas transformações dentro das empresas”, afirma Belini.

Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat

Ivan Alves, supervisor de garantia do pós-vendas da Fiat

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compras da Comau Mercosul, Edmundo Silva, disciplina e motivação são a chave da continuidade desse trabalho sinérgico entre as empresas do Grupo Fiat.

SePArAr Aqui e reunir AliNa Fiat Automóveis, o desmembra-

mento de um conjunto em peças individu-ais resultou em redução de custo e ganho de agilidade no pós-vendas. O supervisor de garantia do pós-vendas, Ivan Alves, res-salta que o PCI estimulou a equipe a pen-sar no viés econômico, e não somente nas questões técnicas discutidas diariamente. O trabalho começou com a análise das ocorrências mais frequentes na manuten-ção de automóveis e geram maior custo para a empresa. Para essa análise, equipes de técnicos e experts em peças e acessórios passaram a desenvolver critérios que mos-travam a real possibilidade de desmembrar uma peça na hora da troca. O caso apre-sentado é elucidativo e envolvia falha na alimentação de combustível. O problema estava localizado genericamente no ‘corpo de borboleta’, mas uma análise mais deta-lhada mostrou que decorria de ressonância entre as paredes da peça e um potenciô-metro. “Concluímos que não era necessá-rio substituir o conjunto, mas se poderia resolver o problema através da inserção de

MUNDoFiAT28

Marcos Antônio Calado, Responsável de Manutenção da Unidade Operativa Manutenção e Implantações da Teksid

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uma arruela para a fixação do potenciôme-tro”, contou Ivan. A economia decorrente deste procedimento estimulou a empresa a analisar outras peças e procedimentos, buscando otimizar a área de pós-vendas.

A FPT – Powertrain Technologies cons-tatou que a reorganização de uma das suas linhas de montagem traria ótimos re-sultados econômicos, de tempo de traba-lho e de espaço. “Tínhamos um problema de não saturação da linha, ou seja, a su-butilização de colaboradores no processo de montagem. O resultado eram operado-res ociosos e sequências desordenadas”, explicou Victor Daldegan de Sousa, líder responsável de UTE e engenheiro mecâni-co da FPT. A solução foi unificar operações e estações de trabalho, além de implemen-tar vários Kaizens como, por exemplo, a retirada de operações em baias, passando à linha de montagem, para compatibilizar os ritmos das operações. Assim, ganhou-se agilidade e garantia da sequência ope-racional da linha. “Quando vemos que simplificamos o processo de produção e pudemos transferir operadores para no-vas linhas, como a do motor Fire 2, perce-bemos o quanto o trabalho foi importante e gerou benefícios financeiros e de moti-vação da equipe”, afirmou.

reviSão de ProCeSSoSA responsável pela área de contabilida-

de fiscal da Iveco, Fabíola Temponi e Goes, e uma grande equipe conseguiram reduzir os impostos pagos sobre peças compra-

das pela empresa, identificando créditos tributários possíveis de serem realizados. “Recuperamos impostos na compra de materiais indiretos usados na produção, uma brecha possível na legislação depois de uma análise que começou em uma das reuniões do PCI”, disse Fabíola.

Toda empresa que usa materiais para a fabricação de seus produtos tem direito a créditos. Entretanto, os materiais de uso indireto precisam estar claramente vincu-lados a essa produção, pois o trabalho exi-ge expertise. Para isso, uma empresa ex-terna foi contratada, sob uma modalidade de contrato que só permite ganho sobre o que foi efetivado. Um caminho inovador foi aberto, trazendo à empresa importante redução de custos através de planejamen-to tributário mais refinado.

Nos processos específicos de tratamen-to de peças, a Magneti Marelli apresentou um projeto que atingiu não só resultados econômicos, como reduziu os impactos ambientais. O supervisor de engenharia de produto da divisão Sistemas Eletrôni-cos da Magneti Marelli em Hortolândia (SP), Rosenir Toledo, conta que a modifi-cação proposta e aceita foi a simplificação de um processo de tratamento térmico em um fixador metálico em aço. “Deixamos de fazer o processo de tratamento térmi-co para fazer o de relaminação, que pro-porciona uma dureza suficiente da peça. Substituímos ainda o aço nobre utilizado por um mais barato. Foi uma operação simples com ganho na qualidade da peça

e, sobretudo, ambiental, pois não usamos mais os fornos e estufas de aquecimento”, explicou. O novo tratamento é ainda me-nos agressivo à peça, que ficou mais resis-tente e atende às necessidades do cliente.

A Teksid também investiu de olho na redução do impacto ambiental, aprimo-rando o sistema de tratamento de água. Motivada pelo PCI, a empresa mudou o tratamento da água utilizada nos pro-cessos de produção, garantindo não só a redução no volume descartado, como também a melhoria na qualidade da água devolvida ao meio ambiente.

O Responsável de Manutenção da Unidade Operativa Manutenção e Im-plantações da Teksid, Marcos Antô-nio Calado, explicou: “A partir de um brainstorming, testamos quatro pos-sibilidades químicas de tratamento da água. No período de testes percebemos um ganho de 40% no descarte de água, sem contar o aumento visível da quali-dade do efluente. Após implantação do novo programa de tratamento, a redução passou a ser de 86%. Em 2008 tínhamos uma média de descarte mensal de 7.100 metros cúbicos de água. Hoje chegamos a 1.000 metros cúbicos por mês.” A água não descartada é reutilizada no processo industrial da Teksid, a primeira empresa de fundição na América Latina a receber o certificado ambiental ISO 14001.

Victor Daldegan de Sousa, líder responsável de UTE e engenheiro mecânico da FPT

Fabíola Temponi e Goes,

responsável pela área de

contabilidade fiscal da Iveco

Rosenir Toledo, supervisor de engenharia de produto da divisão Sistemas Eletrônicos da Marelli em Hortolândia (SP)

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CAPA o avanço do Grupo Fiat no Brasil

plano de investimentos de r$ 6 bilhões no período 2008-2011 tem o objetivo de ampliar a capacidade de produção e assegurar às empresas do grupo no país os melhores processos e a mais avançada tecnologia, consolidando a condição de principal polo produtivo do Grupo Fiat no mundo, fora da Europa.

por WAgner ConCHA

o Grupo Fiat tomou a decisão es-tratégica de preservar o plano de investimentos de R$ 6 bi-

lhões anunciado para o Brasil no fim

Mundo Fiat: Apesar da crise finan-ceira global, o Grupo Fiat mante-ve seu plano de investimentos no Brasil em 2009. O que motivou a decisão?Cledorvino Belini: Fazendo um balanço de 2009, constatamos que, felizmente, a crise financeira global não resultou em grandes dificulda-

des para a economia brasileira em seu conjunto, ao contrário do que muitos temiam. Tal desempenho da economia mostrou que o Grupo Fiat tomou a decisão correta no momento crucial da virada de 2008 para 2009, quando o cenário internacional era incerto e muitas projeções eram as-sustadoras. Optamos por manter

nosso plano de investimentos anun-ciado no final de 2007 e trabalha-mos na perspectiva de recuperação do mercado e de reforçar nossa ca-pacidade de inovar, para transfor-mar a crise em oportunidade.

MF: Como estes investimentos atenderam à estratégia do Grupo Fiat no Brasil?CB: O objetivo é fazer com que as empresas do Grupo Fiat no Brasil, em todos os setores em que atuam, estejam capacitadas com os melhores processos e a mais avançada tecno-logia para aproveitar todas as opor-tunidades de mercado, consolidando nossa condição de principal polo pro-dutivo do Grupo Fiat no mundo, fora da Europa.

MF: Quais os principais investi-mentos feitos pelo Grupo? CB: Os investimentos foram direciona-dos para grandes objetivos: aumentar a capacidade produtiva do Grupo Fiat no Brasil, preparando-o para produzir mais automóveis, comerciais leves, caminhões, máquinas agrícolas e de construção, motores e transmissões, fundidos e peças e componentes; e para otimizar os seus processos. Além disso, os investimentos se destinam a desenvolver novas tecnologias e pro-dutos, incrementar incessantemente a competitividade e a qualidade nos processos, fortalecer nossa imagem e de nossos produtos e conquistar mais mercados.

MF: Quanto foi investido?CB: No final de 2007, anunciamos um plano de investimentos que to-talizava R$ 5 bilhões de recursos a serem aplicados ao longo de quatro anos. Acrescentamos a esse plano a decisão de ativar a fábrica de máqui-nas agrícolas e de construção da Case New Holland (CNH) e o novo centro de distribuição de peças de reposição, que estamos inaugurando em Soroca-ba (SP), com um investimento total de R$ 1 bilhão.

MF: Quais os novos negócios e fá-bricas que daí surgiram?CB: Ao longo de 2008 e 2009 amplia-mos gradativamente a capacidade de produção da fábrica da Fiat, em Betim (MG), de 700 mil para 800 mil veícu-los por ano, além de ter modernizado todas as etapas de fabricação. Inves-timos em novas linhas de prensas, ampliamos a automação na pintura e promovemos melhorias logísticas em todas as áreas da fábrica, entre outras intervenções. A CNH, como já mencio-nei, investiu cerca de R$ 1 bilhão em uma planta industrial da Case e no Centro de Logística e Distribuição de Peças - CD Integrado CNH/Iveco, cuja produção abastecerá o mercado inter-no e também será exportada para pa-íses da América Latina, Estados Uni-dos e África. O centro de distribuição une a eficiência em todos os processos de logística aos cuidados ambientais. Trata-se de um green building (“pré-dio verde”), concebido conforme os

“Mantivemos nosso plano de investimentos anunciado em 2007 e trabalhamos na perspectiva de recuperação do mercado e de reforçar nossa

capacidade de inovar, para transformar a crise em oportunidade.”

de 2007, apesar das incertezas decor-rentes da crise financeira que se espa-lhou globalmente a partir dos Estados Unidos no último trimestre de 2008. Os planos de ampliar a capacidade de produção instalada das várias empre-sas do grupo resultam agora em novas fábricas e linhas de produção, em sin-tonia com as projeções de expansão da demanda nos vários setores em que o grupo atua. São instalações de grande importância econômica, como a fábrica de máquinas agrícolas e de construção da Case e do Centro de Logística e Dis-tribuição de Peças – CD Integrado CNH/Iveco, ambos em Sorocaba (SP).

Na entrevista a seguir, o presiden-te do Grupo Fiat para a América Lati-na, Cledorvino Belini, ressalta que os investimentos devem ser contínuos no âmbito do grupo. “São ações es-tratégicas para desenvolver novas tec-nologias e produtos, incrementar in-cessantemente a competitividade e a qualidade nos processos, fortalecer a imagem de nossas marcas e produtos e conquistar mercados”, destaca.

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C. Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina

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CAPA

melhores padrões internacionais. A Iveco iniciou em 2007 um programa de investimentos que resultou na implantação do Centro de Desenvol-vimento de Produto (CDP) e da nova unidade de caminhões semipesados e pesados em Sete Lagoas (MG), além do novo centro de distribuição em So-rocaba. Recentemente a Iveco assinou acordo de R$ 6 bilhões com o Exército Brasileiro para a construção de 2.044 unidades do Veículo Blindado para o Transporte de Pessoal Médio Sobre

Rodas (VBTP-MR). A execução desse projeto exigirá instalações industriais específicas, a serem implantadas a partir de 2011. A FPT – Powertrain Technologies, por sua vez, investiu em três importantes projetos para se tornar a maior produtora de motores da América Latina. Em novembro de 2009, a empresa iniciou a produção na nova fábrica de motores Fire 2, em Betim, que tem capacidade para 150 mil unidades por ano. A fábrica de Campo Largo (PR) já está em pré-

operação e a unidade de Sete Lagoas (MG) teve sua capacidade ampliada de 60 mil para 120 mil unidades por ano. A Teksid do Brasil investiu na construção da nova fábrica de cabeço-tes de alumínio, localizada no parque industrial de Betim e que atenderá à FPT. A unidade terá capacidade produ-tiva inicial de 600 mil cabeçotes pré-usinados de motores para automóveis por ano, podendo chegar a 1 milhão de peças. A empresa também tem in-vestido na fundição de ferro, para ex-pandir sua capacidade de produção. Por fim, o principal investimento da Magneti Marelli será o aporte de R$ 30 milhões para a ampliação da divi-são Powertrain, que produz sistemas de injeção eletrônica e transmissões automatizadas em Hortolândia (SP), e também a adoção de processos am-bientais, com a construção do Centro Tecnológico (Tech Center) e do galpão

5 do bico injetor Pico Eco, ambos em Hortolândia. O Tech Center é um green building projetado de acordo com pa-drões mundiais de sustentabilidade.

MF: Há previsão de um novo ciclo de investimentos nos próximos anos? CB: No nosso setor de atividades, o in-vestimento tem que ser contínuo e es-tamos avaliando os desdobramentos dos investimentos necessários para os próximos anos. Estamos atentos às oportunidades que o Brasil e a Améri-ca Latina nos oferecem. Um exemplo dessa visão é o investimento que fize-

“A diversificação da matriz energética, a partir de fontes limpas, é o que dá ao Brasil a dianteira nas discussões sobre

a mobilidade sustentável.”

MUNDoFiAT34

CAPA mos na CNH: é uma aposta na força

do agronegócio brasileiro. Da mesma forma, implantar um centro de distri-buição de peças conjunto da CNH e da Iveco significa intensificar a busca de sinergias entre as empresas do Grupo Fiat, na perspectiva de ganhar novas vantagens competitivas. Este é o con-ceito da sinergia: buscar resultados conjuntos que sejam maiores do que a soma das ações isoladas.

MF: O Grupo Fiat do Brasil é re-conhecido por suas inovações tec-nológicas que reduzem o impacto ambiental, como o sistema flex da Magneti Marelli e os motores FPT mais econômicos e menos po-luentes. O Grupo também produz veículos movidos a combustíveis alternativos, como o protótipo elé-trico FCCII, da Fiat, e os caminhões Stralis GNV e Daily Elétrico da Ive-co. Essa é uma tendência mundial irreversível?

CB: Além dessas iniciativas, também estamos desenvolvendo o Palio Elé-trico, com avanços significativos, em conjunto com a Itaipu Binacional e outras empresas do setor elétrico. O desafio é fazer uma bateria mais leve e com maior capacidade, para gerar maior autonomia e desempenho, a um custo viável comercialmente. Acredito que a tendência mundial, em termos de fontes energéticas para a mobilidade, é ter uma matriz diver-sificada, de modo a contemplar di-versas tecnologias. O Brasil tem uma condição diferenciada em termos de matriz energética limpa, pois conta com um grande potencial de geração

de energia a partir de hidrelétricas e ainda conta com o domínio de pro-dução do etanol combustível e dos motores flex, que permitem o uso tanto de etanol quanto de gasolina. A utilização do combustível derivado da cana-de-açúcar tem conteúdo eco-lógico significativo, já que, além de ser uma fonte renovável, ainda tem balanço de carbono positivo, consi-derando-se todo o ciclo de utiliza-ção, a partir do plantio. Portanto, a diversificação da matriz energética, a partir de fontes limpas, é o que dá ao Brasil a dianteira nas discussões sobre a mobilidade sustentável.

MF: Como vê as perspectivas eco-nômicas do Brasil, que receberá os maiores eventos esportivos do pla-neta: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016? Como o Grupo Fiat pretende crescer com o País?CB: A realização desses grandes even-tos esportivos nos próximos anos é uma oportunidade de o Brasil conso-lidar sua condição de nova potência global. Além da grande visibilidade e do fluxo de turismo, o Brasil recebe-rá investimentos vultosos em obras de infraestrutura, como aeroportos e rodovias, e novos equipamentos urbanos, como estádios, complexos hoteleiros e outros serviços. Some-se a isso a consolidação de seus funda-mentos econômicos, como o controle da inflação, a solidez do mercado fi-nanceiro e a tendência de fortaleci-mento do crédito, para revigorar as melhores apostas na perspectiva de um ciclo de crescimento sustentável por um longo período de tempo. Nos setores de atuação do Grupo Fiat, o crescimento dos nossos mercados e também dos resultados é uma decor-rência direta do crescimento da ativi-dade econômica, razão pela qual esta-mos nos capacitando para aproveitar todas as oportunidades que surgirem a partir desse novo ciclo.

“A realização desses grandes eventos esportivos (Copa e olimpíadas) nos próximos anos é uma oportunidade

de o Brasil consolidar sua condição de nova potência global.”

Fabricante de máquinas e equipa-mentos em dois setores-chave da economia, o agrícola e de constru-

ção, a Case New Holland (CNH) inaugu-rou no dia 2 de março o novo Complexo Industrial de Sorocaba (SP), composto de uma fábrica da Case e do Centro de Logística e Distribuição de Peças – CD Integrado CNH/Iveco. Cerca de R$ 1 bi-lhão foram investidos no complexo, que

consolida a liderança de mercado da em-presa e amplia a capacidade de produção para responder à demanda crescente do mercado nos próximos anos.

O complexo CNH está localizado na Zona Industrial de Sorocaba, e vai gerar juntos 2 mil empregos diretos até 2012, além de 4 mil empregos indiretos na re-gião. Hoje, 800 profissionais já traba-lham no local.

CAPA Case inaugura fábrica e

gera 2 mil empregos diretosInvestimento somou cerca de r$ 1 bilhão. Nova fábrica, a maior da empresa em área no Brasil, será um centro de referência na produção de máquinas agrícolas e de construção da CNH, exportando para todos os mercados em que a companhia atua.

por reginA TroMBelli

O projeto faz parte do plano de in-vestimentos do Grupo Fiat para o perí-odo 2008-2011, anunciado em novem-bro de 2007 por Sérgio Marchionne, CEO do Grupo Fiat, em encontro com investidores, com o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva e com o governador José Serra. Com esse investimento, o Grupo Fiat aumenta significativamente sua presença no estado de São Paulo.

O objetivo da empresa é aumentar a fabricação de máquinas agrícolas e de construção, hoje produzidas nas unidades de Curitiba (PR), Piracicaba (SP) e Contagem (MG), e ainda fabricar componentes destinados a essas plan-tas. A produção da nova unidade abas-tecerá o mercado interno e também será exportada para países da América Latina, Estados Unidos e África.

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Sorocaba (SP) será plataforma

mundial na produção de

máquinas agrícolas e de construção

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Somos uma empresa de construção civil, atuante nas áreas industrial, comercial e agro-industrial. Buscamos vencernossos desafios com flexibilidade, valorizando nossos clientes, obtendo assim uma ótima qualidade nos nossos serviços.

C o n s t r u i n d oC o n f i a n ç a e

Q u a l i d a d e e mE m p r e e n d i m e n t o s

E s c . C o m e r c i a l : A v . B a r ã o d e I t a p u r a , 2 7 8 4 – s a l a 1 6 – G u a n a b a r a – C a m p i n a s / S P

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“Sorocaba vai produzir máquinas agrícolas e de construção, que fazem parte da plataforma mundial das duas marcas. Com ela, vamos aumentar nossa produção, atendendo melhor aos mercados em que atuamos”, in-forma Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland (CNH) Latin America.

unidAde MAiS eFiCienTeA planta industrial de Sorocaba

operou até 2001, como unidade pro-dutiva da Case. Naquela época, por ocasião da fusão das empresas Case e New Holland, a produção local, que era de 500 máquinas por ano, e parte dos 600 funcionários foram transferidos para Curitiba, Contagem e Piracicaba. Essa decisão foi tomada em virtude da desaceleração da eco-nomia latino-americana.

Desde então, o mercado brasilei-ro mudou de tamanho e perfil. O ano de 2008 foi o melhor em produção e vendas tanto para máquinas agrí-

colas quanto para equipamentos de construção. A crise financeira global contraiu estes volumes em 2009, mas os sinais de recuperação já são muito claros e tudo indica que 2010 será um ano de excelente desempenho. Para o diretor geral da Case IH, a divisão agrícola da marca, Sérgio Ferreira, a nova unidade contribuirá para o cres-cimento programado em 2010. “Este ano que passou foi muito importan-te para nós, pois já estávamos nos preparando para crescer. Enquanto o mundo estava apreensivo com a crise mundial, nós investimos”, acrescen-ta. Ele explica que a Case IH lançou novas máquinas e apostou em novos mercados trazendo para o Brasil a linha Farmall com tratores de baixa potência. “Fomos criativos oferecendo ao setor canavieiro a colhedora A4000 para trabalho em espaçamentos redu-zidos. Além disso, investimos pesado em equipamentos de grande porte.”

A divisão de construção também está otimista. “Em 2010, prevemos

recuperar a queda que o setor sofreu com a crise internacional e projeta-mos crescimento contínuo nos próxi-mos anos. A nova fábrica é primor-dial para que possamos atender ao mercado tanto em quantidade quan-to em diversidade de equipamentos, para todos os tipos de aplicações”, declara o diretor Comercial da Case Construction Equipment (Case CE), Roque Reis.

O novo complexo difere da antiga fábrica em vários aspectos, explica o gerente-geral Theodoro Paraschiva. Além de empregos adicionais, a fá-brica foi ampliada e conta com uma área construída total de 160 mil me-tros quadrados e capacidade de pro-dução de 8 mil unidades por ano.

O processo de fabricação e as tec-nologias empregadas são as mais atuais. A nova planta tem concepção moderna e está totalmente alinhada ao sistema mundial de produção da

CNH Global e ao World Class Manufac-turing (WCM), sistema de manufatu-ra mundial adotado pelo Grupo Fiat. “Esta unidade é sinônimo de alta tec-nologia. Ela foi desenvolvida para ser a mais moderna da CNH e a primeira fábrica de classe de nível mundial do Grupo Fiat”, destaca Paraschiva.

No setor de fabricação, a unidade está equipada com máquinas de cor-te de chapas a laser com alimentador automático, prensas com controle nu-mérico, estações robotizadas de solda e transportadores aéreos para peças e componentes. Possui também um dos mais modernos sistemas de pintura, semelhante aos utilizados na indús-tria automotiva, que são a pintura eletroforética por imersão e a pintura acrílica de baixa temperatura.

Novas tintas, com alto teor de só-lidos e baixo teor de solventes, estão em fase final de certificação, permi-tindo a pintura das peças em uma

Linha de produçãode colheitadeiras:fábrica temcapacidade paraproduzir 8 milunidades por ano

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só camada, evitando repetidas apli-cações. “Essas tintas só são utiliza-das na nossa fábrica da Bélgica. Elas reduzem pela metade a emissão de solventes para a atmosfera”, explica Paraschiva.

A máquina de corte de chapas a laser, por exemplo, é única no Brasil. “Ela recebe e armazena a chapa, corta e pode ser programada para retornar a chapa cortada ao estoque automatica-mente. O trabalho é programado e, se ocorrer qualquer imprevisto, a máqui-na emite comunicados por e-mail ou celular”, explica Paraschiva.

O equipamento de medição tam-bém é uma novidade importada da Suíça. “Ele é levado até o local aonde a peça é produzida, faz a medição e informa se está de acordo com o pa-drão. Em outras plantas, as peças a serem medidas são deslocadas até sa-las dedicadas.”

Na linha de montagem, o sistema de transporte é feito com carrinhos AGV (Auto Guide Vehicle), que andam sobre cabos elétricos embutidos no solo, que são o maior diferencial em relação às fábricas de marcas concor-rentes. “Esse equipamento permite flexibilidade na linha de montagem, segurança, aumenta a produtividade e a qualidade do produto, que é total-

mente montado em cima do carrinho e só tem contato com o solo na monta-gem dos pneus. Nossa linha de mon-tagem é 20% mais eficiente do que uma fábrica convencional”, garante Paraschiva.

novo MÉTodo de FABriCAçãoO método de produção atual da

unidade da Case é por processos, co-nhecida como fabricação sequenciada e em fluxo contínuo. A grande van-tagem, explica Paraschiva, é ter uma

potência no interior paulista

Sorocaba é a quarta potência produtiva do interior de São Paulo, responsável por 1,�% do Produ-to interno Bruto (PiB) paulista, e a quinta cidade em desenvolvimen-to econômico do estado. Segundo levantamento feito pelo instituto nacional de geografia e estatísticas (iBge) com a Fundação Sistema es-tadual de Análise de dados (Seade) e divulgado no final de 200�, a ci-dade teve um PiB de r$ 11,� bilhões e aparece como a 30ª cidade com maior PiB do Brasil em 200�. o PiB per capita nesse período, segundo o estudo, foi de r$ 21.44�,00.

o setor industrial de Sorocaba é o carro-chefe da economia, com cer-ca de 1.800 empresas de segmentos diversificados (metalúrgicas, quími-cas, farmacêuticas, do setor plásti-co, alimentício, entre outras). Mas o setor metalúrgico de transformação e o segmento eletro-metal-mecâni-co, com ênfase no setor metalúrgico voltado para o segmento automoti-vo, são os mais importantes.

Com cerca de �00 mil habitan-tes, Sorocaba possui uma posição privilegiada, a cerca de �0 quilôme-tros da capital e �0 quilômetros de Campinas, onde está localizado o Aeroporto de viracopos, o segundo maior terminal de cargas aéreas do País. A cidade também é próxima do litoral e está a uma distância de 180 quilômetros do Porto de Santos. o município é servido por importantes estradas, como as rodovias Castello Branco (SP-280), raposo Tavares (SP-2�0), do Açúcar (SP-308) e San-tos dumont (SP-0��).

Planta conta com máquinas

de corte de chapas a laser

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Member of theWürth Group

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Anuncio Inauguracao SW Industry.ai 1 5/2/2010 00:42:48

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gestão centralizada, que permite me-lhor controle da produção, mais efici-ência e qualidade do produto, gerando aumento de competitividade das mar-cas no mercado. “Na fábrica antiga, a

separação era por produtos. Hoje, má-quinas agrícolas e de construção po-derão ser fabricadas, pintadas e mon-tadas no mesmo espaço”, detalha.

O processo de logística para abas-tecimento da linha de montagem tam-bém foi modificado, para garantir o fluxo contínuo da produção e a orga-nização do local de trabalho. O nível de inventário é baixo e o abastecimen-to de peças é feito a partir de uma so-licitação do montador.

ConSTrução eCoAMigávelAs obras na fábrica de Sorocaba

duraram um ano e meio. Além das inovações em equipamentos, o prédio passou por reformas civis importan-tes, seguindo conceitos de preserva-ção ambiental.

As três unidades de tratamento de efluentes e resíduos – biológica, industrial e de pintura – permitem a reutilização quase total da água con-sumida no complexo industrial.

Na cobertura, foram utilizadas telhas translúcidas de policarbonato, que permitem a utilização de ilumina-ção natural durante todo o dia e ga-rantem isolamento térmico.

Unidade está equipada com máquinas de dobra (acima) e modernos sistemas de pintura

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A Case New Holland (CNH) inaugura em Sorocaba (SP) sua maior fábri-ca, em área, no Brasil. As novas

instalações serão um centro de referência na fabricação de máquinas agrícolas e de construção da CNH, exportando para todos os mercados em que a empresa atua. A pri-meira linha de produção que irá operar em Sorocaba é a de colheitadeiras axiais (de rotor), tanto da marca Case IH quanto da New Holland Agriculture. A fábrica tam-bém abastecerá a unidade de Piracicaba (SP) de componentes para as máquinas colhedoras de cana e de café, pulverizado-res e plantadeiras. No futuro, a nova fábri-ca também deverá produzir componentes para as máquinas de construção montadas na unidade de Contagem (MG) e também estará apta a receber linhas completas de produção de futuros lançamentos.

“Para ser líder, é preciso investir. As-sim, avançamos tecnologicamente, au-

mentamos nossa capacidade instalada de produção e nos posicionamos melhor em um mercado que deve crescer acele-radamente”, afirma Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland (CNH) e vice-presidente do Grupo Fiat para a América Latina. A nova fábrica faz parte do plano de investimentos que o Grupo Fiat deflagrou no Brasil no final de 2007 e consolida a posição privilegiada de mer-cado da CNH no agronegócio e no setor da construção.

Nesta entrevista, Valentino Rizzioli analisa a economia brasileira e o mercado de máquinas agrícolas e de construção. Ele prevê que em 2010 os níveis de produção e vendas retornarão e poderão até mes-mo superar os volumes anteriores à crise econômica global, que afetou a demanda por bens de capital. Ele está otimista com o futuro do País. Eis os principais trechos da entrevista:

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CNH inaugura fábrica einveste para manter liderançaCase New Holland (CNH) ativa novo Complexo Industrial em Sorocaba (Sp) para seguir com forte presença nos setores agrícola e de construção.

por WAgner ConCHA

Mundo Fiat: Qual a importância estratégia da inauguração da fá-brica em Sorocaba?Valentino Rizzioli: O Grupo Fiat e a Case New Holland (CNH) acredi-tam que a mecanização agrícola e as obras de infraestrutura continuarão a avançar em toda a América Latina, um mercado cada vez mais atraente. Já temos uma posição privilegiada na região, mas precisávamos aumentar nossa capacidade produtiva, para responder à tendência de contínua expansão do mercado. Vamos produ-

zir em Sorocaba as máquinas mais modernas em linha no mundo, para atender ao mercado sul-americano e para sermos uma alternativa de produção às outras fábricas da CNH espalhadas por outros países. Assim, o investimento é estratégico para o Grupo Fiat em escala global.

MF: Quais fatores basearam a de-cisão de investir nesta fábrica?VR: A decisão foi baseada nos volu-mes crescentes do mercado brasileiro e em sua tendência de médio e longo

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prazos, tanto no setor agrícola quan-to na construção. Há dez anos o mer-cado não era nem a metade do que é hoje. A demanda era cerca de um terço da atual. Percebemos que, mes-mo nos períodos de crise, o mercado não se retrai tanto quanto acontecia no passado, porque já há uma eco-nomia agrícola sustentável no Bra-sil. Por outro lado, há um trabalho de recuperação da infraestrutura do País, que demanda máquinas e equi-pamentos. Temos a liderança no se-tor de mecanização agrícola no Brasil e queremos continuar líderes. Para isso temos de fazer os investimen-tos para oferecer ao produtor brasi-leiro os melhores produtos em nível mundial, mas adaptados e eficientes à agricultura tropical. Esse é o nosso diferencial que sempre trabalhamos em nossas engenharias.

MF: Os investimentos em infraes-trutura tendem a ser mantidos no País?VR: O setor de construção tem vários aspectos importantes a serem ava-liados. O primeiro é que ele segue o ritmo, a dinâmica da economia do País. Nos últimos dez anos, a econo-mia brasileira teve um crescimento contínuo, mesmo com as crises. Isso reforça a confiança dos investido-res, que passam a investir mais na produção industrial e agrícola. Os investimentos em infraestrutura ur-bana, de transportes e de energia se impõem como uma necessidade para assegurar a continuidade dos inves-timentos produtivos no País. Para onde você olhe, verá a necessidade de

vão ser excepcionais, mas há a pers-pectiva de uma boa produção, com custo bem menor do que em 2008. Estima-se em algumas regiões que o custo de plantio caiu em até 25%. Com isso, preveem-se boas margens para os produtores, permitindo uma capitalização da agricultura brasilei-ra. Normalmente o financiamento do custeio da safra era feito por trading internacional, que se retraiu no mer-cado com a crise. Os produtores tive-ram que colocar o próprio dinheiro para poder plantar e isso gerou des-capitalização. Nós estamos prevendo para 2010 a recuperação econômica dos agricultores brasileiros, com re-

máquinas e equipamentos, seja para movimentar setores produtivos como mineração, a metalurgia e o próprio setor agrícola, seja para abrir ou manter estradas vicinais. Há um es-forço público para investir e superar esses gargalos logísticos. As obras do PAC realmente contribuem para fazer do Brasil um país melhor dotado de infraestrutura, mas ainda há mui-to por fazer. Nós conseguimos, em praticamente dez anos, mais do que dobrar a safra agrícola brasileira de grãos. Antes era um sonho do gover-no brasileiro era chegar a 90 milhões de toneladas, mas hoje estamos en-tre 130 e 140 milhões de toneladas, enquanto a infraestrutura do País fi-cou aquela de 20 anos atrás, apenas com uma pequena melhora. Portanto, o Brasil tem que correr e nós somos parte da solução.

MF: Qual sua avaliação do setor de construção civil?VR: O controle da inflação e a cres-cente confiança nos fundamentos da economia brasileira permitiram a re-estruturação do sistema de crédito de médio e longo prazos no Brasil. Com a criação de um plano de estímulo à construção e aquisição da casa pró-pria, voltaram os financiamentos com juros e prazos adequados. O se-tor da construção está se reanimando no Brasil inteiro, em todos os níveis e classes sociais. O ritmo de construção se acelera, as obras de infraestrutura e saneamento básico multiplicam-se nas grandes cidades. Toda essa ati-vidade no setor da construção impul-siona diretamente o PIB de um país e movimenta o setor de máquinas de construção.

MF: Quais as perspectivas do agro-negócio brasileiro para 2010?VR: A safra que foi plantada em ou-tubro e que vai ser colhida a partir de janeiro será boa. Os preços não

flexos sobre a venda de máquinas agrícolas. Em 2009 teremos um mercado de tratores 2% superior em volume a 2008, devido aos planos de incentivo à agricultura familiar, enquanto o mercado de colheitadei-ras está retraído. Mas apostamos na manutenção de linhas atrativas de financiamento para os produtores rurais e avaliamos que o mercado de tratores em 2010 mudará positiva-mente em termos de mix, crescendo a demanda por máquinas de maior porte e maior valor agregado. E no segmento de colheitadeiras, volta-remos aos níveis de 2008, pré-crise, que eram muito satisfatórios.

“o ritmo de construção se acelera, obras de infraestrutura e saneamento básico multiplicam-se nas grandes cidades.

Isso impulsiona diretamente o pIB de um país.”

“Estamos investindo para oferecer ao produtor brasileiro os melhores

produtos em nível mundial, mas adaptados e eficientes à agricultura tropical.”

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Somente 15 empreendimentos no Brasil estão instalados em cons-truções ambientalmente susten-

táveis, certificadas como Green Buil-dings ou Prédios Verdes. A maioria é de prédios comerciais localizados em São Paulo e sua Região Metropolitana. Entre eles, apenas um centro de distri-buição, no setor farmacêutico.

A conquista desse diferencial é o próximo passo do Centro de Logística e Distribuição de Peças – CD Integra-do CNH/ Iveco, inaugurado no dia 02 de março de 2010, em Sorocaba (SP). O empreendimento é o maior centro de distribuição de peças da América Latina e um dos mais modernos do mundo.

No quesito meio ambiente, o Centro

de Distribuição também inova. Deve ser o primeiro do Grupo Fiat no mun-do e o centro de distribuição de peças da América Latina pioneiro receber a certificação LEED (Leadership in Ener-gy and Environmental Design) emitido pelo USGBC (United States Green Buil-ding Council).

A entidade já possui uma afiliada no país, o Green Building Council Bra-sil, criada em 2007 com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da indús-tria de construção sustentável.

“A construção do CD foi finalizada em janeiro, seguindo os pré-requisitos estabelecidos pelo USGBC. Entraremos agora com o pedido para obter a cer-tificação. Mas já podemos comemorar, pois sabemos que essa é uma constru-

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Tecnologia aliada ao meio ambienteo Centro de Logística e Distribuição de peças – CD Integrado CNH/Iveco, em Sorocaba (Sp), une a eficiência em todos os processos aos cuidados ambientais.

por reginA TroMBelli

ção moderna, ecologicamente amigá-vel”, justifica Frederic Wendling, dire-tor de Operações de Peças da CNH.

Com área construída de 56 mil me-tros quadrados, podendo chegar a 76 mil metros quadrados, a obra do CD foi executada em um ano e meio.

Para buscar a certificação LEED, a CNH contratou a consultoria da Cush-man & Wakefield, renomada empresa do ramo imobiliário mundial, presente em 59 países. A Cushman teve ainda o suporte de duas empresas parceiras para desenvolver o projeto: a Espaço Sustentável (provedora das simulações e direcionamentos de melhorias em efi-ciência energética na fase de projetos) e a Térmica Brasil (responsável pelo co-missionamento dos sistemas e instala-ções dos edifícios ao término da obra).

Entre profissionais da CNH e tercei-ros, cerca de 30 pessoas estiveram en-volvidas diretamente com o projeto de certificação LEED do CD de Sorocaba.

“A demanda por construções sus-tentáveis no Brasil começou há pouco tempo, mas a tendência é só aumen-tar”, comenta Juliana Malho, gerente de Consultoria Sustentável da Cush-man. Segundo ela, a unidade foi aberta há três anos e presta consultoria desde o desenvolvimento do projeto até a cer-tificação final.

ConSTrução diFerenCiAdAOs pré-requisitos do USGBC para

a emissão do LEED são abrangentes, explica Wendling. Englobam o plane-jamento e controle de erosão e sedi-mentação do solo durante a obra, efi-

Centro tem capacidade de

estocagem de 180 mil locações

Empreendimentoecoamigável temárea construída de56 mil metrosquadrados

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ciência energética mínima de 14% em relação a um projeto convencional, não uso de gases causadores do efeito estufa em seus sistemas de refrigera-ção em geral, coleta seletiva e destina-ção adequada de materiais recicláveis, além do comissionamento dos siste-mas e instalações por parte de uma empresa independente dos projetistas e executores da obra.

“Para atender aos pré-requisitos e conquistar a pontuação necessária para a certificação, a CNH investiu em várias iniciativas para tornar a edifica-ção eficiente em relação ao consumo de energia e água, emissão de gases e melhoria dos ambientes internos e ex-ternos”, acrescenta Wendling.

Segundo ele, o CD tem arquitetura inteligente e sistema de iluminação com sensores de presença e luminân-cia nos escritórios, que permitem até 75% de redução no consumo de energia dessas áreas. Os sistemas de condicio-namento e renovação de ar implanta-dos (o VAV – Volume de Refrigerante Variável nos escritórios – e o “Roberts” nos depósitos) controlam melhor a temperatura e a humidade e deixam o ar mais limpo.

Para diminuir o calor interno do prédio, também foram empregados na construção materiais com alto índice de refletância solar, como os blocos de con-creto claro da pavimentação externa.

Integração agiliza entregasA parceria entre iveco e Case new Holland (CnH)

no Centro de logística e distribuição de Peças – Cd integrado de Sorocaba (SP) permitirá sinergias ad-ministrativas e operacionais e a maximização dos in-vestimentos das empresas. “despesas de operação, segurança, alimentação e controle de portarias po-dem ser compartilhadas. vamos fazer a agregação de carga para despacho em conjunto, otimizando a frota dos transportadores logísticos que atendem à CnH e à iveco”, explica Maurício gouveia, diretor de pós-venda da iveco na América latina.

Segundo gouveia, há aproximadamente 48 mil comerciais leves, caminhões e ônibus iveco circulan-do pelo Brasil, sendo que mais da metade ingressou no mercado em 200�. “esse rápido crescimento vai continuar e por isso precisamos garantir um servi-ço de pós-venda ainda melhor aos atuais e futuros clientes”, ressalta.

Com 10 mil metros quadrados de área exclusiva da iveco, o Cd oferecerá 100 mil metros cúbicos de espaço para o armazenamento de peças, pratica-mente o dobro da capacidade do centro de distri-buição de diadema (SP), que será desativado já em 2010.

Concebido no âmbito do sistema unificado e global para as peças de reposição, o Common Spa-re Parts System (CSPS), que está sendo implantado globalmente pelo Fiat group, o Cd de Sorocaba vai garantir melhor controle de estoques e maior agili-dade e precisão nas operações da iveco, que movi-menta cerca de 31 mil part numbers diferentes, com uma expedição média mensal projetada em 2� mil itens e 13� toneladas. o sistema está interligado a um carrossel de armazenamento de peças de gran-de frequência de saída, que consiste em uma torre com 10 metros de altura que funciona como uma roda gigante, tendo prateleiras em vez de cadeiras. o equipamento, de uso ainda pouco difundido no Brasil, aumenta gradativamente a eficiência dos se-paradores e agregadores de carga e tem capacidade de armazenamento de 1,� mil part numbers.

“Com o novo sistema economizamos espaço, investimento em ativos, aceleramos o manuseio in-terno, melhoramos a ocupação e a frequência dos caminhões, aceleramos as operações contábeis e fis-cais”, destaca neimar Silva, supervisor de logística de peças da iveco. “o resultado é que o cliente sempre terá a peça que precisa, na hora certa”, acrescenta.

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Eficiência: carrossel localiza peças em apenas 36 segundos

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CAPA O CD também possui sistemas de capta-

ção de energia solar para os chuveiros dos vestiários, de captação e aproveitamento das águas de chuvas em vasos sanitários, de irrigação de jardins e de proteção contra incêndio.

eSTrATÉgiA eM PóS-vendASDo CD saem peças de todos os tama-

nhos, desde porcas e parafusos até moto-res, transmissões e pneus, das quatro mar-cas de máquinas agrícolas e de construção produzidas pela CNH – New Holland Agri-culture, Case IH, New Holland Construction e Case Construction Equipment –, além de peças da Iveco, fabricante de caminhões. Mais de 500 pontos de atendimento em toda a América Latina estão no raio de ação do CD.

Para garantir o mais alto nível de exce-lência, o CD utiliza processos e equipamen-tos de ponta, dentro do conceito de World Class Logistics (Classe Mundial em Logísti-ca). “Ter um centro de distribuição de peças e serviços muito bem equipado e eficiente na distribuição – não somente para o Bra-sil, mas para toda a América Latina – é es-sencial para o nosso negócio. A partir deste centro, poderemos atender a todo nosso mercado com peças de reposição em ques-tão de horas, reduzindo o tempo parado dos equipamentos adquiridos por clientes”, afirma Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland (CNH) Latin America. “É um centro estratégico para o pós-vendas. Costumamos falar que a primeira máquina quem vende é o vendedor; já as outras, é o pós-vendas”, complementa.

O CD tem capacidade de estocagem de 180 mil locações, com possibilidade de ex-pansão para 250 mil. Os produtos ficam em dois prédios distintos: um menor, de 10 mil metros quadrados, para peças grandes e pneus, e o maior para peças menores e de maior rotatividade.

Todo o CD, desde a construção, os equi-pamentos e processos, foram implantados para se alcançar a maior rapidez opera-cional em toda a cadeia logística, desde o fornecedor até o cliente final. “O processo de sinergia é estratégico para o Grupo Fiat.

Isso garante a eficiência e redução nos cus-tos operacionais. Desde 2009, CNH e Iveco passaram a operar com os mesmos siste-mas de Planejamento de Materiais (CSPS) e este ano entra em operação o novo siste-ma de Gestão de Operação de Peças (Click), de abrangência global. Também em 2010 será implantada a última etapa deste gran-de projeto de sinergia de sistemas, com a introdução do módulo de faturamento à rede”, explica Wendling. “A CNH e a Iveco têm uma gama muito grande de fornece-dores e clientes comuns e isso possibilita reduzir de forma expressiva o processo lo-gístico, por meio do aproveitamento racio-nal das cargas.”

inovAção TeCnológiCAUma das novidades em maquinário é

o vertical shuttle, também conhecido como carrossel, que garante a separação das pe-ças com velocidade muito superior à média obtida em CDs comuns. “São 4 torres de 10 metros de altura cada uma, onde estão armazenados 4,5 mil itens. Digitando o có-digo do produto, ele é localizado e dispo-nibilizado em 36 segundos”, explica Luiz Souza, líder de estoque do CD.

Os pneus também são armazenados de forma diferenciada, em porta paletes fabrica-dos exclusivamente para o armazenamento dos pneus CNH. “Os pneus têm que ficar na vertical, em contato com o chão devidamen-te nivelado ou nos níveis superiores do por-ta palete, com encaixe para os cravos dos pneus. Esse sistema garante a qualidade do nosso produto”, informa Souza.

“Todo nosso investimento em infraes-trutura e tecnologia, aliados ao treinamen-to intensivo dos funcionários do CD, dentro dos conceitos do WCL, se reverterá em agi-lidade para a entrega das peças, colocando nossas marcas muito acima do oferecido pela concorrência”, destaca Wendling. O time de Operação de Peças, que envolve as áreas de Compras, Planejamento, Qualida-de, Suporte ao Cliente e o próprio CD, tem o compromisso de atingir em 2010 indi-cadores de referência mundial. Entre eles, garantir que 98% das peças estejam dispo-níveis para entrega imediata.

A Iveco iniciou, em 2007, um programa de investimentos no Brasil denominado Aceleração

Iveco e que soma R$ 570 milhões em cinco anos. A empresa está bem no meio desse programa, que já resul-tou em novas instalações estratégicas para seu avanço no mercado latino-

CAPA Iveco acelera

investimentos no Brasilprograma de investimentos de r$ 570 milhões resultou na construção do Centro de Desenvolvimento de produto (CDp) e da nova unidade de caminhões semipesados e pesados, em Sete Lagoas (MG).

disso, foi mantido um ritmo acelerado de lançamentos e de expansão da ca-pacidade produtiva.

“Lançamos duas famílias de cami-nhões por ano nos últimos três anos, ou seja, um total de seis novas famí-lias, o que representa uma velocidade de ampliação e renovação de gama sem paralelo no mercado brasileiro”, afirma Marco Mazzu, presidente da Iveco La-tin America. “Além disso, multiplica-mos a capacidade produtiva da fábrica de Sete Lagoas, hoje capaz de produzir 70 mil veículos por ano. Acabamos de inaugurar uma nova unidade de mon-tagem de caminhões semipesados e pesados que é uma das mais modernas e produtivas do país”, acrescenta.

No que diz respeito à ampliação da presença da marca no Brasil, a

Polo industrial da Iveco, em Sete

Lagoas (MG)

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americano. Nesse processo, foi cons-truído em Sete Lagoas (MG) o Centro de Desenvolvimento de Produto (CDP), o primeiro centro de engenharia e de-senvolvimento da Iveco fora da Itália, capacitado a realizar todas as etapas de projetos de caminhões destinados ao Brasil e à América Latina. Além

rede de revendedores da Iveco passou de cerca de 50 para 90 pontos em todo o território nacional e investiu-se in-tensamente na divulgação da marca, ainda relativamente desconhecida no Brasil pelo fato de a Iveco ser a mais jovem entre as montadoras de cami-nhões. “O resultado disso tudo é que nossas vendas e nossa participação de mercado têm subido constantemente. Tínhamos 3,5% de market share em 2006. Hoje estamos ao redor de 7,5%”, destaca Mazzu. Desde janeiro de 2007, a Iveco ganhou quatro pontos percentuais de mercado, um desem-penho sem igual. “Este ritmo acelera-do só pôde ser mantido”, diz Mazzu, “porque nosso time de colaboradores vem realizando um grande trabalho, com dedicação e empenho.”

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CAPA O ano de 2009, entretanto, foi difícil

para todo o setor de caminhões no Brasil e não foi diferente para a Iveco. Os re-flexos da crise econômica internacional acabaram por afetar a economia brasilei-ra no final de 2008 e, em consequência, todo o mercado de caminhões brasileiro, cujo comportamento obedece à lógica econômica dos bens de capital e não dos bens de consumo. O mercado começou 2009 com queda de 25% em relação a 2008. “Apesar da acirrada competição, conseguimos manter nosso market sha-re. Terminamos 2009 praticamente no mesmo nível de 2008”, relata o presiden-te da Iveco.

Mesmo no cenário adverso da crise global que se propagou a partir dos Es-tados Unidos no último trimestre de 2008, os in-vestimentos pro-gramados foram mantidos e exe-cutados. A nova unidade de ca-minhões pesados foi inaugurada em setembro de 2009 e foi manti-

do o calendário de lançamentos de novos produtos. Em 2009, a empresa lançou o Iveco Cursor, um cavalo mecânico de 45 toneladas que foi muito bem recebido no mercado. E na Fenatran, em outubro, foi feito o world preview do Iveco Vertis, que é a primeira família de caminhões desen-volvida no Brasil, um resultado direto do trabalho dos engenheiros do CDP.

BoAS PerSPeCTivAS PArA 2010O Iveco Vertis chegará ao mercado

nos próximos meses. Este é um cami-nhão médio, de 9 a 13 toneladas de Peso Bruto Total (PBT), e com ele, pela primei-ra vez na história da Iveco no Brasil, a montadora estará presente em todos os

segmentos de mercado. “Isso terá uma importância fundamental para nós, pois vamos explorar todas as oportunidades com novos e modernos produtos”, afirma Mazzu. Com o Vertis, a Iveco entra num segmento que representa 20% de todo o mercado brasileiro de caminhões e do qual a empresa antes não participava.

As expectativas são boas, pois a em-presa espera repetir, com esta estratégia, o êxito alcançado em outros segmentos de mercado. No segmento de semipesa-dos, de caminhões de 16 a 26 toneladas de PBT, o lançamento do Iveco Tector, o caminhão mais moderno de seu seg-mento, elevou a participação da Iveco de 2% para cerca de 8% das vendas to-tais em um ano. “No geral, acreditamos que nunca estivemos tão bem em termos de produto, qualidade e estrutura para chegarmos a 10% do mercado total em 2010, o que seria um resultado muito bom. Mas continuamos mirando mais alto e vamos continuar a investir”, as-segura Mazzu.

Isso significa que a gama de veículos continuará crescendo e sendo moderniza-da. A Iveco tem a vocação de ser uma em-presa full liner, ou seja, com produtos em todos os segmentos de mercado. “Nesta perspectiva, o setor de ônibus é uma gran-de oportunidade. A Iveco é uma das maio-res produtoras de ônibus na Europa e em 2010 teremos novidades neste segmento no Brasil”, anuncia o presidente da Iveco.

A empresa planeja concentrar seu foco também na qualidade do serviço. A avaliação é que o serviço de pós-venda já é muito bom, em linha com o que há de melhor no mercado. Porém, a meta é ser os melhores. Uma das novidades para 2010 é a inauguração do Centro de Logís-tica e Distribuição de Peças – CD Integrado CNH/Iveco, em Sorocaba (SP), e que vai dobrar a capacidade de armazenamento da Iveco, melhorando o padrão de serviço de entrega de peças para concessionários e clientes. Outra prioridade estratégica e operacional é a expansão da rede de con-cessionários da marca Iveco. Em 2010, a rede deve chegar a 110 pontos.

Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America

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o Exército Brasileiro e a Iveco Latin America assinaram, em dezembro, acordo para a construção de 2.044

unidades do modelo base da nova família de Veículos Blindados para o Transporte de Pessoal Médio Sobre Rodas (VBTP-MR). Os veículos substituirão os antigos mode-los Urutu em uso pelas Forças Armadas brasileiras. O contrato tem valor previsto de R$ 6 bilhões e deverá ser executado en-tre os anos de 2012 e 2030.

O novo contrato abre para a Iveco uma nova frente de negócios no Brasil, onde já produz e comercializa uma ampla gama de caminhões, contando, inclusive, com capa-cidade local de desenvolvimento de produ-tos. O presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, informou que a produção dos veículos blindados demandará novas instalações industriais, devido às carac-

Iveco fornecerá blindadospara o Exército BrasileiroContrato envolve 2.044 unidades do Veículo Blindado para o Transporte de pessoal Médio Sobre rodas (VBTp-Mr), a serem produzidas ao longo de 20 anos. Valor do contrato está avaliado em r$ 6 bilhões e sua execução exigirá instalações industriais específicas, a serem implantadas a partir de 2011.

cito, General de Exército Fernando Sérgio Galvão, e o presidente da Iveco Latin Ameri-ca, Marco Mazzu. Também participaram do evento o Comandante do Exército, General de Exército Enzo Martins Peri, e o presiden-te da Iveco Defence Vehicles, Pietro Borgo.

deSenvolviMenTo nACionAlA família VBTP-MR é fruto da licitação

promovida pelo Exército em 2007, venci-da pela Iveco. Um dos fatores decisivos na escolha foi a experiência da empresa nesse setor, uma vez que a divisão mundial Iveco Defence Vehicles, com sede em Bolzano (Itá-lia) projeta, produz e comercializa veículos militares, incluindo modelos similares ao VBTP-MR brasileiro.

O VBTP-MR será uma família de ve-ículos de transporte de 18 toneladas, equipada com motor diesel, tração 6x6 e capacidade anfíbia, capaz de transportar 11 militares. As especificações básicas in-dicam 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34 metros de altura.

Entre 2012 e 2030, Iveco produzirá 120 veículos blindados por ano

terísticas produtivas de veículos como o VBTP-MR. A capacidade de produção será de 120 veículos blindados por ano.

A produção do blindado também vai exigir o desenvolvimento de fornecedores brasileiros, uma vez que a produção dos modelos acontecerá com alto índice de conteúdo desenvolvido e produzido no Brasil. Dessa forma, o projeto contribuirá para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional. A cadeia produtiva de-verá envolver, no país, cerca de 110 for-necedores diretos e até 600 fornecedores indiretos.

O projeto VBTP está alinhado com o segundo eixo estruturante da Estratégia Nacional de Defesa, relativo à reorganiza-ção da indústria nacional de material de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamento das For-ças Armadas brasileiras esteja apoiado em tecnologias sob domínio nacional, propor-cionando a geração de empregos diretos e indiretos no país.

Para o Exército Brasileiro, o projeto VBTP-MR significa aumentar a opera-cionalidade da força terrestre, incremen-tando sua capacidade de atuação em diversos tipos de missão, com distintas necessidades operacionais, como trans-porte de pessoal, reconhecimento, socor-ro, ambulância, entre outros.

A fabricação do lote de 2.044 unidades terá início previsto para 2012. O acordo foi assinado em cerimônia realizada no Quartel General do Exército, em Brasília (DF), pelo Chefe do Estado-Maior do Exér-

O modelo poderá ser equipado com uma torre armada com operação por controle remoto para diversas aplicações. O modelo pode ser aerotransportado por um avião do tipo Hercules C-130.

Esta família de blindados está em fase de desenvolvimento. O trabalho vem sendo realizado em conjunto pela Iveco, respon-sável pela fabricação do modelo, e pelo Exército Brasileiro, por meio do projeto Mo-bilidade Estratégia e do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT). Também estão envolvidas no projeto a IMBEL (sistema de comunicações), a ELBIT (sistema de armas) e a Usiminas e Villares (desenvolvimento do aço estrutural balístico nacional).

Cerca de 30 engenheiros e técnicos es-pecializados estão diretamente envolvidos no projeto. O primeiro protótipo está em construção em Minas Gerais e ficará pron-to no primeiro semestre de 2010. Outras 16 unidades de um lote piloto deverão ser produzidas pela Iveco no Brasil entre 2010 e 2012.

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CAPA

A Teksid do Brasil deu partida em 2010 à nova fábrica de cabeçotes de alumínio. A em-

presa prepara-se para a fase de pré-produção das primeiras peças e a previsão é que a produção em série comece ainda no primeiro trimestre do ano.

Foram investidos cerca de R$50 milhões na fundição de alumínio, que

atenderá à FPT – Powertrain Techno-logies, empresa do Grupo Fiat. A Tek-sid do Brasil já detinha o know-how no segmento, uma vez que produziu peças em alumínio até 2002, quando decidiu vender seus negócios. “O Gru-po Fiat considerou estratégico voltar a investir na unidade de alumínio no Brasil como suporte ao crescimento esperado do Grupo na América Lati-

Teksid investe em nova fábricade cabeçotes de alumínioNova unidade, que recebeu r$ 50 milhões em investimentos, produzirá anualmente 600 mil cabeçotes de motores para a FpT – powertrain Technologies. Também continuam os investimentos para ampliação da capacidade produtiva da fundição de ferro.

por WAgner ConCHA

na”, explica Vilmar Fistarol, CEO da Teksid Nafta e Mercosul.

A nova fábrica terá capacidade pro-dutiva inicial de 600 mil cabeçotes pré-usinados de motores para automóveis por ano, podendo chegar a 1 milhão de peças. “A produção pode ser facilmente ampliada, pois se trata de uma fábrica modular”, destaca Fistarol.

Na fase de planejamento do pro-jeto, foi avaliada a possibilidade de instalar a nova unidade em Itabirito (MG), mas prevaleceram na análise as vantagens e possibilidades de in-tegração com a estrutura já existente da Teksid em Betim (MG), como siner-gias nas áreas de compras, recursos humanos, administração, finanças, logística e todas as atividades de su-porte. Este diferencial fez com que a fábrica de componentes de alumínio fosse construída no próprio parque industrial da Teksid.

Após a definição do local, a Teksid contratou profissionais extremamente capacitados e detentores de know-how do alumínio para conduzir o projeto. Dois consultores formaram a equipe encarregada pela nova fábrica, que foi construída sob a coordenação de Giacomo Regaldo, responsável pelo projeto. “Os profissionais de coman-do, ex-colaboradores de alto nível da Teksid e que foram escolhidos a dedo, montaram o time operacional”, expli-ca Regaldo, que dirigira durante anos a área de alumínio da Teksid.

O principal desafio enfrenta-do pela equipe foi o prazo curto de execução do projeto. Até a total con-clusão serão cerca de 18 meses. Os primeiros testes, porém, foram fei-tos em agosto de 2009. “O índice de aprovação atestou o alto padrão de qualidade do produto. Isso nos enche de orgulho porque foi um projeto to-talmente realizado aqui no Brasil e com recursos técnicos exclusivos da Teksid”, ressalta Regaldo.

A nova unidade foi construída com o que há de mais moderno no mer-

Ações sustentáveis: nova unidade

recupera entre 90% a 95% da areia utilizada

na fabricação de machos (peças

que moldam materiais

liquefeitos)

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cado, com ênfase nos investimentos com foco na sustentabilidade, como telhas com isolamento termoacústico, que reduzem o calor e ruídos, ilumi-nação e ventilação naturais, sistema de aquecimento solar para a água dos vestiários, além de estações de trata-mento de efluentes.

A planta do alumínio utiliza, ain-da, óleo hidráulico biodegradável, que evita a contaminação da água e pode recuperar entre 90% a 95% de toda a areia usada na produção dos machos (peças em areia usadas em fundição que moldam materiais liquefeitos). “Com isso evitamos o uso do recurso natural e o descarte em aterro indus-

Vilmar Fistarol, CEO da Teksid

Nafta e Mercosul, e Giacomo

Regaldo, responsável pelo projeto

de construção da unidade de

Alumínio

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trial”, enfatiza Carlos Alberto Neto Cunha, responsável por Implantação e Manutenção da unidade de Alumínio da Teksid. “A fábrica foi pensada para usar da melhor maneira possível os recursos naturais e de energia”, com-pleta. Prova disso são os investimen-tos feitos na aquisição dos melhores e mais modernos equipamentos de fun-dição disponíveis no mercado, como os fornos, que são flexíveis e podem rece-ber tanto lingotes (barras de alumínio fundido) como alumínio líquido.

Outra preocupação da Teksid é a constante capacitação de seus cola-boradores. “Estamos desenvolvendo as pessoas para que elas se sintam parte da empresa”, afirma Cunha. A nova fábrica vai gerar aproximada-mente 200 novos postos de traba-lho. Além disso, Regaldo lembra que a Teksid foi a primeira fundição do mundo a obter o certificado OHSAS 18001 (sigla em inglês da agência governamental americana do traba-lho), que estabelece padrões de saúde e segurança do trabalho, e que foi a primeira fundição da América Latina a receber, em 2001, a certificação am-biental ISO 14001, considerado, por-tanto, um benchmaking para o setor de fundição.

Fundição de FerroA Teksid também tem previstos in-

vestimentos de R$100 milhões na fun-dição de ferro, que, assim como a uni-dade de alumínio, integra o plano de investimentos do Grupo Fiat no Brasil anunciado em 2007. Entretanto, devi-do à retração da demanda decorrente da crise internacional, a velocidade de aplicação desses recursos foi ajustada. “Nosso próximo passo é retomar esse ciclo de investimentos aprovado para ampliação da capacidade na área de ferro fundido”, afirma Fistarol. “Já ad-quirimos equipamentos, construímos o galpão da área da Macharia e pre-tendemos ampliar a nossa capacidade produtiva em 50 mil toneladas.”

Fundição com uso de energia limpa

A Teksid do Brasil é pioneira no mundo no recebi-mento de gusa líquido no setor de fundição. o processo começou em 1�8�, quando giacomo regaldo passou a estudar a adoção do transporte do metal em estado lí-quido. Pelo procedimento convencional, a empresa rece-bia o ferro-gusa em lingotes e enfrentava limitações de abastecimento e dificuldades para responder ao aumen-to dos volumes de produção. os lingotes, para serem utilizados, deveriam ser novamente fundidos, deman-dando fornos e energia. os estudos para o transporte e recebimento do metal líquido, que traria grandes van-tagens logísticas e industriais para a Teksid, foram total-mente desenvolvidos pela empresa no Brasil. A escolha do parceiro adequado, a Metalsider, produtora de gusa em Betim (Mg), decorreu de sua proximidade geográfica e vantagens logísticas, o que permitiu a adoção do novo

processo em 1�88.desde então, a

Teksid recebe a ma-téria-prima líquida a uma temperatura que varia de 1.300ºC a 1.3�0ºC, que abas-tece diretamente os fornos. As panelas são transportadas em carretas especiais e acompanhadas por escolta especializa-da. “essa mudança significou para a Tek-

sid uma enorme redução nos investimentos, aumento da capacidade produtiva, forte diminuição no consumo de energia necessária para a fusão dos lingotes e maior velocidade de operação, além de ser um processo ecolo-gicamente correto, pois nosso fornecedor produz o me-tal com carvão vegetal proveniente de reflorestamento”, explica regaldo.

A parceria com a Teksid permitiu à Metalsider investir em ações ambientais, como a plantação de florestas de eucalipto para obtenção de carvão vegetal, que culmi-naram na obtenção da iSo 14001. “Temos um balanço altamente favorável ao meio ambiente porque tiramos cerca de 800 quilos de gás carbônico por tonelada de gusa e produzirmos 200 quilos de oxigênio puro”, conta Bruno Melo lima, presidente da Metalsider.

Metalsider investe em eucalipto para obter carvão vegetal

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divulgação Metalsider

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CAPA

A FPT – Powertrain Technologies está colhendo os frutos dos in-tensos investimentos realiza-

dos ao longo dos últimos dois anos. Franco Ciranni, superintendente da FPT para o Mercosul, destaca três pro-jetos: os R$ 300 milhões para implan-tação de uma nova fábrica de motores Fire com capacidade para 150 mil uni-dades de motores por ano, inaugura-da em novembro em Betim (MG); os R$ 250 milhões investidos na unida-de de Campo Largo (PR) para ativação da planta adquirida (ex-Tritec) e para o aumento de capacidade produtiva e desenvolvimento da nova família de motores midsize, que devem ser lançados no mercado em meados de 2010, além dos R$ 60 milhões para ampliação da capacidade da fábrica de Sete Lagoas (MG), passando de 60 mil para 120 mil unidades anuais.

“A nova fábrica de motores Fire, somada à inauguração da unidade de Campo Largo, colocará a FPT como maior produtora de sistemas de pro-pulsão da América Latina”, destaca Ciranni. Com 60% de automatização,

FpT investe para ser a maiorprodutora de motores da ALImplantação da nova unidade de motores Fire, em Betim (MG), ativação da fábrica de Campo Largo (pr) e ampliação da capacidade produtiva da planta de Sete Lagoas (MG) colocarão a FpT – powertrain Technologies no posto de maior produtora de sistemas de propulsão da América Latina.

por TATiAnA CArvAlHo e WAgner ConCHA

a nova fábrica de Betim produzirá mo-tores de 1.0L a 1.4L com as mesmas tecnologias de processo e também de produto das demais fábricas do Fire na Europa e na Ásia. Isso significa a possibilidade de nacionalização da produção de motores como os fabri-cados nesses continentes. Com isso, além de ter a capacidade aumentada, a FPT passa a ter condições de expor-tar motores para todo o mundo.

FáBriCA de CAMPo lArgo já ProduzDepois de quase dois anos de

concluída a aquisição da fábrica de Campo Largo, a FPT se prepara para o grande momento de inauguração de sua nova unidade. Já foram pro-duzidos cerca de 700 protótipos e, em novembro, começou a pré-produ-ção de motores. Inicialmente, a capa-cidade da FPT Campo Largo será de 270 mil unidades por ano, podendo atingir 400 mil unidades anuais em 2012. Para isso, a FPT deve contratar cerca de 350 funcionários. Somados aos 150 existentes, serão aproxima-

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FPT Campo Largo (PR) recebeu R$ 250 milhões em investimentos

Nova fábrica Fire 2 em Betim (MG) tem capacidade

para produzir 150 mil unidades

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CAPA

damente 500 colaboradores traba-lhando na planta paranaense.

Da nova fábrica de Campo Largo sairão motores comercializados tan-to no Brasil quanto no exterior, que foram desenvolvidos pelos Centros de Engenharia da FPT, em Betim (MG), e na Itália, em conjunto com os enge-nheiros da FPT Campo Largo. Nesse processo, o índice de nacionalização de componentes também foi alterado, subindo de 70% para 90%. “Com esta nova linha de motores, a FPT pas-sa a oferecer ao mercado uma gama completa de produtos e poderá, em dois ou três anos, atingir o objetivo de produzir 2 milhões de sistemas de propulsão por ano nas nossas quatro unidades na América Latina”, afirma Ciranni.

Já estão fechados contratos para o envio dos motores Tritec para ope-rações do Grupo Fiat na América La-tina e Europa. No entanto, o objetivo é que a FPT Campo Largo se torne fornecedora global de motores para

diversas montadoras também fora do Grupo. “O motor Tritec já foi reconhe-cido e aprovado por diversos clientes no exterior enquanto a unidade per-tencia à joint-venture entre BMW e Chrysler. Portanto, é natural que es-tas empresas voltem a nos procurar”, comenta o superintendente da FPT para o Mercosul.

novoS HorizonTeSA FPT tem outras razões para co-

memorar. A empresa encerrou 2009 com um crescimento de 5% em rela-ção a 2008 no volume de produção na América Latina, com aproximada-mente 1,5 milhão de unidades comer-cializadas.

O resultado impulsiona a es-tratégia de aumentar ao máximo a participação da empresa no merca-do aberto, de ampliar a capacidade produtiva para 2,5 milhões de uni-dades ao ano e de diversificar o por-tfólio de produtos. Assim, a FPT vai se consolidar como líder tecnológico no desenvolvimento e produção de motores e transmissões. Além disso, Ciranni pretende firmar o Centro de Engenharia de Betim como referência mundial em excelência para o desen-volvimento de produtos movidos a combustíveis alternativos.

As perspectivas para 2010 tam-bém são otimistas. O mercado de mo-tores diesel, que se retraiu em 2009, deve retornar ao patamar próximo ao produzido em 2008. “No entanto, es-tamos trabalhando intensamente para fechar novos contratos com outros fa-bricantes de veículos, com o mercado aberto, o que aceleraria nossa produ-ção”, observa Ciranni. “Estamos am-pliando gradualmente a porcentagem de fornecimento para as empresas do Grupo Fiat. Em relação aos motores do ciclo Otto e transmissões, nossa expectativa é acompanhar o mercado ou ficar um pouco acima dependendo de acordos de fornecimento dos novos motores”, conclui.

Franco Ciranni fala a fornecedores em Campo Largo: exigência por componentes de qualidade impecável

A Magneti Marelli vai investir nos próximos anos R$ 30 mi-lhões no desenvolvimento de

novos produtos e tecnologias. Um dos principais objetivos é o aumento da capacidade produtiva da divisão Po-wertrain, em Hortolândia (SP), onde é fabricado o câmbio automatizado Free Choice. A decisão estratégica reflete a ótima aceitação do sistema no merca-do automotivo, uma vez que auxilia na dirigibilidade, reduz o consumo e a emissão de poluentes.

Produzido pela Marelli na Europa e na China, o Free Choice passou a ser desenvolvido no Brasil em 2003. A empresa já investiu cerca de R$ 28 milhões na produção da tecnologia. Neste novo plano de investimento, a Magneti Marelli seguirá ampliando suas instalações, com a aquisição de novos equipamentos e a contratação de aproximadamente 100 colaborado-res até o fim de 2010. Com a chega-da de novos clientes, especialistas na área de produto e processos também deverão ser contratados.

O Free Choice começou a ser ven-dido no País em 2008, quando foram fabricadas 15 mil unidades. No ano passado, a produção alcançou 50 mil unidades. Para este ano, a perspectiva é elevar a capacidade produtiva para 140 mil sistemas e, em 2011, para 170 mil unidades. Atualmente a Magneti Marelli possui cerca de 90% do mercado brasileiro de câmbios automatizados.

De acordo com Virgilio Cerutti, presidente do Grupo Magneti Marelli

CAPA Magneti Marelli investe

r$ 30 milhões em novos produtosEmpresa amplia capacidade produtiva da divisão powertrain, fabricante do câmbio automatizado Free Choice, e acelera o desenvolvimento de novas tecnologias.

por WAgner ConCHA

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para o Mercosul, a expansão da divi-são Powertrain é um dos mais impor-tantes projetos da empresa no curto prazo. “Por se tratar de um produto com alto valor agregado, essa opera-ção tem recebido máxima atenção da matriz da Magneti Marelli, na Itália, com investimentos significativos na produção e na área de pesquisa e de-senvolvimento”, destaca.

A Magneti Marelli não interrompeu seus investimentos nos últimos dois anos, mesmo diante da crise financeira internacional. A empresa investiu mais de R$ 300 milhões em todas as suas divisões para o aumento da capacida-de produtiva, atualização do parque tecnológico e adequação a legislações. Vale ressaltar os investimentos feitos para o desenvolvimento de soluções em telemática, de tecnologias para os faróis a LED, sistemas de amorteci-mento com controle eletrônico, as pe-daleiras eletrônicas e o coletor misto com catalisador integrado.

Somente em práticas ambientais foram investidos mais de R$ 36 mi-lhões nos últimos quatro anos. O prin-cipal destaque foi a inauguração, no início de 2009, de duas novas edifica-ções na planta industrial de Hortolân-dia: o Centro Tecnológico (Technology Center) e o Galpão 5, unidade indus-trial de produção de um novo compo-nente dos motores flex, o bico injetor Pico Eco. Os prédios foram projeta-dos segundo padrões internacionais de sustentabilidade que compõem a construção ecologicamente correta.

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Produção do câmbio Free Choice será

ampliada para 140 mil unidades em

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A Magneti Marelli apresentou suas principais inovações na Convenção Mobilidade Sustentável na Renova-

ção Urbana, realizada no Rio de Janeiro. Uma delas é o câmbio automatizado Free Choice, que proporciona maior segurança nas estradas e reduz entre 8% e 10% o con-sumo de combustível em tráfego urbano no modo automático/ econômico.

Segundo Eduardo Campos, gerente comercial da divisão Powetrain, a tec-nologia permite ao motorista enfrentar o tráfego em melhores condições, pro-vocando menos cansaço. “O Free Choice propicia melhor dirigibilidade e beneficia a redução de emissões de poluentes nos grandes centros.”

Os sistemas SFS (Software FlexFuel Sensor), o TetraFuel e o novo bico injetor Pico Eco priorizam a utilização de fontes de energia alternativa ao petróleo. Já a nova família de centralinas possibilita melhor gerenciamento do motor e arma-zenagem de informações sobre o nível de emissão de poluentes do veículo.

Outra novidade apresentada é o sis-tema EcoNavegação, que recebe informa-ções do trânsito em tempo real e orienta a melhor rota, ao identificar ruas com menor quantidade de semáforos, aclives ou declives. O EcoNavegação possui duas vertentes: a EcoDireção, que aponta me-lhores condições de dirigibilidade das vias e o desempenho do veículo; e o EcoRota, que fornece melhoria no desempenho do motor e do veículo de forma integrada.

Para Ricardo Takahira, gerente de novos negócios da divisão Eletrônica, a

Energia sustentável paraa mobilidade urbanaTecnologias de eficiência energética da Magneti Marelli proporcionam melhorias à mobilidade nas grandes metrópoles e contribuem de forma sustentável para a redução das emissões de poluentes.

por rAFAel MAriAni

Câmbio Free Choice

ajuda na dirigibilidade

e reduz o consumo de combustível nos grandes

centros

eficácia do sistema pode ser maior nos veículos automáticos. “Além do feedback, se o carro tiver automação e puder inter-ferir mais diretamente nos parâmetros de condução, optando pela marcha, giro e velocidade, o resultado será alcançado mais rapidamente em termos de eficiên-cia e emissão.”

O presidente do Grupo Magneti Marelli para o Mercosul, Virgilio Cerutti, acredita que o desenvolvimento de sistemas inte-grados será fundamental à mobilidade sustentável. “O conjunto dessas tecnolo-gias propicia uma contribuição significa-tiva ao meio ambiente e à mobilidade ur-bana, alcançando a redução de emissões, a facilidade de condução, além de oferecer melhor performance aos veículos.”

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Fiat

CAPA

O Technology Center possui a certifi-cação “nível ouro” LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Am-biental), emitido pelo USGBC, órgão nor-te-americano regulador de construções ecologicamente corretas. Com área total de 540 mil metros quadrados e auditório com capacidade para 450 pessoas, espaço para eventos e demonstração de produtos, o Technology Center reutiliza água e ga-rante maior eficiência de energia, pois é equipado com lâmpadas e ar condiciona-do de baixo consumo.

O Galpão 5, por sua vez, tem 5 mil metros quadrados e também segue os pa-drões de sustentabilidade. Construída sem a utilização de amianto, a fábrica conta com uma série de itens ecologicamente corretos, como sistema de iluminação na-tural, que garante uma economia de até 50% no consumo de energia, e teto que permite maior isolamento termoacústico.

A preocupação ambiental resulta, ain-da, na redução de 20% no consumo de água e de ar comprimido, já que há reuso de água nos banheiros e sistema de aquecimento so-lar para o vestiário dos colaboradores. Isso garante cerca de 95% do consumo de ener-gia para essa finalidade. A área das linhas de montagem foi reduzida pela metade, se comparada às outras linhas do Complexo Industrial de Hortolândia, otimizando a produção dos componentes.

Além disso, a Magneti Marelli soube transformar os desafios impostos pela crise internacional em uma grande oportunida-de, ao criar uma maior sinergia entre suas divisões. Assim, a empresa segue amplian-do sua integração com foco na eficiência e no desenvolvimento contínuo de inovação. “Acreditamos que o Brasil tem um grande potencial de crescimento, com uma deman-da bastante significativa. Por isso, traba-lhamos para oferecer produtos com alta tecnologia para um mercado cada vez mais maduro e competitivo”, ressalta Cerutti.

Centro Tecnológico garante maior eficiência de energia e reutiliza água

Cerutti, presidente

da Magneti Marelli:

“Trabalhamos para oferecer produtos com

alta tecnologia”

CAPA Fiat amplia capacidade para

800 mil veículos no BrasilFiat Automóveis expande a produção da fábrica de Betim (MG) e investe na atualização tecnológica das etapas de fabricação de automóveis e comerciais leves, para assegurar liderança e competitividade no concorrido mercado automobilístico.

Um vigoroso ciclo de investimen-tos, iniciado ao final de 2007 e que será concluído ao longo deste

ano, resultou em um salto de produtivi-dade e competitividade, consolidando em 800 mil automóveis e comerciais leves por ano a capacidade de produção ins-talada da fábrica da Fiat em Betim (MG). A maturação desses investimentos po-sicionou a marca em um novo patamar tecnológico e aumentou a importância relativa do Brasil nos negócios globais do Fiat Group Automobiles (FGA).

Além da expansão da capacidade de produção de automóveis e comerciais le-ves, os investimentos na fábrica contem-plaram também a atualização tecnológi-ca de todas as etapas de produção, bem como a plena capacitação tecnológica da Fiat Automóveis em todas as etapas do processo de desenvolvimento, do design aos protótipos. Isso assegura a contínua adoção de inovações na gama de produ-tos Fiat produzidos na América Latina.

“A Fiat mantém sua aposta no Brasil e em toda a América Latina como uma região estratégica para o futuro da in-dústria automobilística, e está investin-do com o objetivo de assegurar a sua po-sição de liderança em todos os mercados em que atua”, afirma Cledorvino Belini, presidente da Fiat na América Latina.

As obras de expansão da fábrica de Betim foram um desafio de engenharia superado com êxito. Ao ritmo intenso da indústria automobilística somou-se a efervescência das atividades de cons-trução civil: enquanto a linha de mon-

tagem trabalha ao ritmo de um veículo novo a cada 20 segundos, toneladas de estruturas metálicas e de concreto transformavam-se em novos galpões. Guindastes e homens instalavam novos equipamentos e a cada dia a realidade do complexo de Betim se transformou em uma das maiores fábricas de auto-móveis do mundo, tanto em capacidade quanto em produção.

Os números do canteiro de obras foram expressivos: as construções de-mandaram 60 mil metros cúbicos de concreto, o suficiente para preencher 50 campos de futebol com 15 centímetros de altura. A estrutura metálica utiliza-da nas colunas e no suporte da cober-tura dos novos galpões é formada por 4 mil toneladas de aço, o equivalente a 2,4 mil quilômetros de tubos de uma polegada – mais que a distância entre Belo Horizonte e Teresina, no Piauí. Os 80 mil metros quadrados de telhas dos galpões cobririam toda a área de cinco ginásios do tamanho do Mineirinho, em Belo Horizonte.

Além de novos edifícios e estruturas, a fábrica recebeu novos processos e equi-pamentos. Na área de pintura, 33 robôs de última geração entraram em opera-ção, dando mais agilidade e qualidade ao fluxo produtivo, eliminando pontos de gargalo. O novo sistema é muito mais sustentável, pois reduz o nível de emis-sões decorrente do processo industrial.

Na Oficina de Prensas, duas novas linhas de estampagem de alta produ-tividade foram montadas no novo gal-

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Linha de prensas de alta produtividade (HTL - High Transfer Line) totalmente automatizada, mais veloz que uma linha convencional, aumenta capacidade de produção da Fiat

Fazer parte da

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é a nossa

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de área construída. O galpão abriga os fossos necessários às fundações das prensas. Cada fosso tem 48 metros de comprimento, 21 de largura e sete de profundidade – o equivalente ao volu-me de seis piscinas olímpicas. As no-vas linhas de prensas são capazes de estampar 15 peças por minuto, o dobro do que era feito anteriormente.

logíSTiCATamanha transformação na área de

2,2 milhões de metros quadrados da planta de Betim demandou também um novo planejamento logístico para o flu-xo de pessoas, veículos e mercadorias, dentro e fora dos galpões. As vias inter-nas e a avenida perimetral, que contor-na a área da fábrica, foram ampliadas, para facilitar o trânsito. Com a expan-são, uma nova portaria – a de número 8 – foi construída, para distribuir melhor o fluxo de caminhões para a Funilaria e Prensas.

Com a nova portaria, a Ilha Ecoló-gica, uma área considerada estratégica no modelo de sustentabilidade da Fiat, também recebeu melhorias em sua in-fraestrutura, com ganhos no fluxo de materiais para reciclagem e maior capa-cidade de armazenagem. Atualmente, a Ilha Ecológica prepara para a reciclagem cerca de 15 mil toneladas de resíduos, entre papel e papelão, madeira, plásti-cos, metais e outros materiais.

Além de ampliar a capacidade de cir-culação nas vias dentro e fora da fábrica, o plano de obras logísticas contemplou o alargamento da via principal da Mon-tagem, para melhorar o trânsito interno de caminhões e veículos industriais que abastecem a produção em regime de just in time. A arquitetura da Linha 4 foi mo-dificada para melhorar os fluxos de ma-teriais e facilitar a saída dos automóveis montados – Stilo, Doblò, Idea e Linea. A complexidade dessa obra foi ainda maior para não prejudicar o ritmo de produção, já que foi necessário fazer a transposição das tubulações de ar, água industrial, va-por, combustível, água potável e outros insumos que passam pelo local para um novo corredor, externo ao galpão.

Paralelamente a estas obras, foram realizados investimentos em áreas de suporte, como novos escritórios, ves-tiários e banheiros e ampliação de es-tacionamentos, restaurantes e área de atendimento médico, além de intensos programas de capacitação de recursos humanos.

TeCnologiAOs objetivos do plano de expansão

da Fiat não se restringiram ao aumen-to da produção física. Parte considerável dos recursos foi aplicada na “inteligên-cia Fiat”, que é a estrutura de pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e a capacitação da engenharia para exe-cutar projetos cada vez mais ousados e

inovadores. A Engenharia do Produto foi instalada em novo prédio, com 2,4 mil metros quadrados, ao lado do Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, tam-bém expandido. O Centro Estilo, onde são criadas as soluções de design dos carros Fiat para a região da América La-tina, já conta com uma Cabine de Pintu-ra específica para o desenvolvimento de protótipos. Além da cabine, foi instalado também o Mix Machine, um espaço para o desenvolvimento de cores de carroceria e de novos materiais. E acaba de ganhar uma nova Sala Virtual, a mais moderna do Brasil e dedicada à visualização de protótipos virtuais em duas ou três di-mensões. Sua tela proporciona a visuali-zação em máxima resolução de mínimos detalhes dos projetos, o que permite re-dução no tempo de desenvolvimento dos produtos e nos custos de construção de protótipos e ainda mais qualidade, para o processo e para o produto.

Esse conjunto de instalações de en-genharia capacita a Fiat brasileira com toda a tecnologia necessária para proje-tar um automóvel integralmente e pro-por soluções inteligentes e inovadoras para o setor automotivo, com foco na qualidade, sustentabilidade, inovação e segurança. É o mais completo centro de desenvolvimento da Fiat fora da Itá-lia. O know-how disponível em Betim é comparável com o que há de mais avançado no mundo. Uma capacitação que representa um ganho competitivo para a Fiat e também para a sua rede de fornecedores.

É a combinação desses investimen-tos, tanto em infra quanto em superes-truturas, que irá assegurar à Fiat lide-rança e competitividade no concorrido mercado automobilístico, não apenas com ganho de escala de produção, mas também com alto conteúdo tecnológico e de inovação.

Sala Virtual reduz tempo de desenvolvimento dos produtos e custo de construção de protótipos

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Três importantes contratos foram fecha-dos pela Comau no fim de 2009. O fator determinante para as parcerias com em-

presas do segmento de petróleo, petroquími-ca e de tratamento de água e efluentes foi o sólido currículo da Comau, eficaz no aumen-to da competitividade dos clientes. A empresa firmou novos contratos com a Petrobras, em Macaé (RJ), na Bacia de Campos; a Braskem, em Maceió (AL); e a EcoAqua, na unidade da EcoSteel, em Santa Cruz, distrito do Rio de Janeiro, (RJ).

As novas e importantes contratações con-firmam a expansão dos negócios da Service e o crescimento da atuação da Comau em di-ferentes segmentos, cujos objetivos iniciais foram estabelecidos na estratégia global de expansão do mercado pela Comau Mercosul em 2003. De acordo com Marcelo Pagioro, ge-rente de vendas da Unidade de Negócios Ser-vice da Comau, os três acordos demonstram o desenvolvimento da empresa e a identidade plural buscados nos últimos anos.

A nova parceria com a Petrobras traz uma grande expectativa, pois abre espaço para a

atuação da Comau na Bacia de Campos, a maior reserva de petróleo do Brasil, onde se localiza também a camada pré-sal. Novas oportunidades surgem para a empresa, que se mostra com potencial para enfrentar grandes desafios no setor de petróleo.

Como em todos os outros, os novos con-tratos buscam aumentar o nível de compe-titividade dos clientes. Paralelamente, no aspecto estratégico, a Comau busca alcan-çar novos mercados. “O mercado reconhece os diferenciais e cria oportunidades para a empresa. Nossos acordos são sustentados na capacidade da Comau em agregar valor aos clientes. Queremos que as empresas melhorem sua competitividade com essas parcerias”, esclarece Hiram Reis, diretor worldwide da Unidade de Negócios Service da Comau.

Durante os processos iniciais de implan-tação dos contratos, a Comau tem investido na aculturação em busca de bons resultados para ambos. Segundo Pagioro, a integração das culturas, da empresa contratada e da contratante, é fundamental para garantir a

Comau avança rumo ao pré-salUnidade de Negócios Service continua ampliando sua atuação em diferentes setores, ao firmar contratos com petrobras, Braskem e EcoAqua.

por CArlA MedeiroS

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Cerca de 200 colaboradores prestam serviços de manutenção na Petrobras em Macaé (RJ)

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excelência no desempenho. “A integração é muito importante para conseguirmos bons resultados técnicos”.

A equipe que já realiza os trabalhos tem uma função importante nas novas parcerias. Para cumprir o acordo, a Comau contrata e estimula a motivação dos novos emprega-dos, além de gerar empregabilidade nas re-giões. Para Pagioro, além de novas contrata-ções, uma estratégia fundamental é manter os bons colaboradores que já realizavam o serviço e assegurar que o histórico não seja desprezado. “O desafio é estabelecer uma identidade Comau em todos os trabalhadores e em cada lugar que a empresa atuar para criarmos diferenciais.” Com isso, o know-how da Comau cresce e soma novas experiências a cada nova parceria. “Tiramos lições im-portantes em cada contrato. O trabalho em equipe integrado a todas as áreas de trabalho e Centros de Negócios da empresa e o com-partilhamento das melhores práticas desen-volvidas são fundamentais para atingirmos resultados diferenciados”, ressalta Wagner Possas, diretor da Unidade de Negócios Ser-vice da Comau do Brasil.

Ao entrar na Bacia de Campos, a Comau mostra-se preparada para dar suporte ao se-tor de produção de petróleo e cria um mundo de oportunidades ao seu redor. Na avaliação de Pagioro, o que favoreceu o acordo com a Petrobras foi o reconhecimento da marca den-tre as outras contratações da estatal, visto que a Comau já atua nas refinarias Regap, em Betim (MG), Revap, em São José dos Campos (SP), e Replan, em Paulínia (SP), cuja presença significa ganhos consideráveis para o cliente.

Na Petrobras de Macaé, após firmar a parceria, a Comau realiza serviços de manu-

tenção preditiva, preventiva, corretiva e evo-lutiva; conservação, instalação e operação de equipamentos e sistemas eletromecânicos e eletroeletrônicos, além da automação, instru-mentação e instalações prediais para os ser-viços compartilhados nas bases terrestres e edifícios do cliente. O contrato, que se iniciou em dezembro, conta com uma equipe de cer-ca de quase 200 colaboradores responsáveis pela prestação de serviços.

BrASkeMPelo sucesso dos serviços prestados à

Braskem, a Comau confirmou mais um acor-do para a realização de manutenção indus-trial. Na petroquímica de Maceió, a Comau já atuava nas áreas de Mecânica e Elétrica. Ago-ra passa atuar também na especialidade de Caldeiraria, tornando-se o principal parceiro de manutenção da Braskem na região. Com o novo contrato, iniciado em novembro de 2009, a equipe da Comau passou a ter mais de 160 profissionais na planta de Alagoas.

eCoAquATambém consolidado em novembro de

2009, o contrato de prestação de serviços en-tre a Comau e a EcoAqua, empresa de trata-mento de água e efluentes, tem sido encarado com bastante otimismo. Essa parceria com a EcoAqua é uma terceirização em cadeia e a atuação da Comau, na unidade da EcoSteel, no complexo da ThyssenKrupp CSA Siderúr-gica do Atlântico, no distrito de Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, vai seguir esse conceito durante os 18 meses de acordo.

Marcelo Pagioro explica que a terceiriza-ção é interessante, pois tem como foco esco-pos para os quais a Comau é também refe-rência no mercado: a prestação de serviços de manutenção industrial e o planejamento. “A terceirização busca funcionalidade e pro-dutividade.” A estratégia da Unidade de Ne-gócios Service é estreitar suas relações com a EcoAqua e prestar seus serviços em outras unidades onde atua. A equipe da Comau irá executar na EcoAqua o escopo de serviços globais de manutenção de equipamentos, instrumentos e sistemas de controle e auto-mação, incluindo o planejamento, programa-ção e logística de serviços.

Equipe Comau na EcoAqua, no Rio de Janeiro

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por SAMuel AlMeidA

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FiatQuebra de recordes no

rally Universitário Fiatporta de entrada para o mundo off-road, competição teve, em Brasília, 264 inscritos, maior número de participantes por prova nos cinco anos de evento.

o Rally Universitário Fiat fechou 2009 com um balanço extrema-mente positivo. Em cinco anos de

evento, já participaram cerca de 10.800 competidores, entre pilotos, navegadores e “zequinhas” – como são chamados os caronas na gíria do rally. O recorde de inscritos em uma mesma prova foi bati-do duas vezes em 2009. Logo na segunda etapa do ano, em Curitiba, foram feitas 258 inscrições, ultrapassando a marca de 244 alcançada no final da temporada de 2008, em Belo Horizonte. O recorde foi ba-tido novamente na oitava etapa, em Bra-sília, onde 264 pessoas se inscreveram.

Para o diretor geral do Rally Univer-sitário Fiat, Eduardo Regal, esses são indícios de como o evento tem sido bem recebido Brasil afora. “Estivemos nas regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul e, por onde passamos, deixamos uma legião de fãs querendo que a gen-te volte. Aliás, não são poucos os casos de competidores que viajam para outras cidades a fim de reviver as emoções do rally”, conta.

Iniciado em 2005, o Rally Universi-tário é um rali de regularidade, ou seja, vence quem mais se aproxima das médias estabelecidas. A competição é vista como uma porta de entrada para o mundo off-road, pois é um dos raros eventos dessa natureza que não exigem que os competi-dores sejam profissionais. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o Rally mostra que qualquer um pode participar,

independentemente do carro que tenha. “Aqui, pode-se entrar com o carro do dia a dia, não importa a marca, modelo ou motorização. Também não é exigida ex-periência anterior, pois oferecemos uma aula de navegação gratuita, para que to-dos possam aprender a ler uma planilha de navegação”, explica Regal.

Mesmo admitindo a participação de amadores, a segurança e a responsabili-dade são uma tônica do Rally Universitá-rio, que tem como slogan a frase “A veloci-dade é inimiga do pódio”. Segundo Regal, as velocidades exigidas na planilha são sempre menores do que as estipuladas pelas leis de trânsito. Além disso, blitzes são feitas ao longo do percurso e equipes flagradas com bebidas alcoólicas no car-ro, sem cinto de segurança ou falando ao celular são desclassificadas. “Temos uma grande preocupação com a segurança de todos”, ressalta.

Outra característica marcante do even-to é a solidariedade. Para participar é ne-cessário doar latas de leite em pó, livros, brinquedos ou agasalhos no ato da ins-crição. Todas as doações são destinadas a instituições filantrópicas das cidades onde o Rally acontece. Desde sua criação, o Rally Universitário Fiat já arrecadou aproximadamente 35 mil latas de leite em pó, 6.800 livros e 4 mil brinquedos e agasalhos. Em 2009, as doações foram encaminhadas para 12 instituições, entre elas creches, lares de idosos e entidades beneficentes.

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o coração esportivo da Anonima Lombarda Fabbrica Automo-bili começou a bater em 24 de

junho de 1910. Nasceu das cinzas de uma frustrada tentativa de Alexandre Darracq, um dos grandes fabricantes daqueles primórdios do automóvel na França, de montar seus carros em solo italiano para evitar o pagamento

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os 100 anos da Alfa romeoDesde sempre, a emoção de dirigir com brio foi vital à marca italiana, cujos admiradores são fiéis a seu carisma, design e espírito esportivo.

por joSÉ rezende MAHAr*

para entrar no time da Alfa Romeo. De cara, a Alfa P2, criação inicial de Jano na nova casa, foi vencedora do primeiro cam-peonato mundial de Grand Prix, em 1925 – a Fórmula 1 da época. Outros carros do mesmo projetista foram a série imortal de veículos com comandos duplos, que ia da 6C1500, a 1750 e a 2000, mais as de oito cilindros em linha, a 2300 e a 2900 – es-tas uniam dois blocos de quatro cilindros pelo meio. Com câmaras de combustão he-misféricas, vela central e as válvulas em ângulos de 90 graus, estava feita a marca da Alfa na tecnologia e motores potentes e confiáveis. Esses carros eram as Ferrari de seu tempo – quando Enzo não passava de capo della squadra corse Alfa e ainda não era um ícone italiano. Ele provou ser melhor como chefe da equipe do que ao volante dos carros.

Voltando a 1928, os contratos milita-res acabaram e, com eles, o interesse de Nicola Romeo na marca, que definhou até 1932. Foi quando o primeiro ministro Benito Mussolini resolveu fazer da Alfa Romeo um símbolo italiano e ordenou ao IRI, o Istituto di Ricostruzione Industriale, uma espécie de BNDES da Itália da épo-ca, que assumisse o controle acionário e mantivesse a fábrica funcionando. Aí co-meçou o período de ouro da marca, com carros velocíssimos como a Alfa 8C2900 de rua que, em suas confecções Touring, bem leves, rendia 220 cavalos e superava os 200 km/h – algo do outro mundo para os padrões de então.

Nas pistas, o problema era as verbas do amigo de Mussolini na Alemanha: Hitler proveu a Mercedes-Benz e a Auto Union com caminhões de dinheiro e ge-rou monstros inalcançáveis, mesmo com a pilotagem heroica de Tazio Nuvolari como no GP de Tripoli, por exemplo. Mas foram dessa época as gloriosas 8C2900 Tipo 35 de corrida e as primeiras Alfetta Tipo 158, monopostos destinados a mui-tas glórias já no pós-guerra. Foi dessa época um símbolo dos anos de esplendor da marca, a Alfa 6C2500 com carroceria Vill D´Este, uma imortal criação da Tou-ring Superleggera.

* Jornalista especializado

Como adendo deve-se registrar que alguns carros, principalmente do tipo 6C2500, foram produzidos a conta-gotas durante a guerra, no meio de material mi-litar como os motores Daimler-Benz DB 601 – era o V12 usado em caças como o italiano Macchi Mc202 Folgore e o alemão Messerschmitt Bf 109.

o PóS-guerrAO cenário mudou muito após a II

Guerra Mundial. A fábrica lombarda, que de anônima nessa altura não tinha nada, lutou para sair da inércia que a destruição pelos bombardeios aliados causou. O Pla-no Marshall ajudou muito a reconstrução industrial da Itália e, em 1948, foi relan-çado o modelo mais simples da linha Alfa Romeo pré-guerra, a 6C2500. Sempre com carrocerias feitas à mão em encarroçado-res de automóveis de luxo, logo ficou claro que esses carros não eram o que o merca-do podia pagar. Foi aí que chegou Orazio Satta Puliga, o terceiro gênio da marca, que conduziria a Alfa até os anos 70.

As Alfetta 158 e 159 de antes da guer-ra mostraram que ainda tinham potencial. Com motores supercomprimidos, rendiam até 400 cavalos e venceram, em 1950, o

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contratando para tanto Giuseppe Mero-si, primeiro dos grandes projetistas que foram a alma da marca neste glorioso centenário. Merosi criou uma série de carros leves e velozes capitaneados pela Alfa 24 HP (a denominação que se referia à categoria fiscal calculada so-bre o tamanho do motor). Foi a gênese da fama, da lenda e do mito do cuore sportivo. Logo, começou a participação em competições, com uma bela partici-pação na Targa Florio de 1911.

E desse jeito foi até 1915, quando a I Guerra Mundial interferiu na histó-ria da marca. Um napolitano chamado Nicola Romeo, que produzia armas e equipamentos militares no bairro de Portello, mesmo distrito de Milão onde estava a sede da Alfa, entrou na socie-dade acionária. Em apenas três anos, ele assumiu o controle da companhia, que foi rebatizada de Alfa Romeo. A guerra trouxe contratos militares lucra-tivos e a fábrica cresceu muito, só retor-nando aos automóveis em 1920.

O primeiro modelo com o nome Alfa Romeo foi o 20/30 HP. Foi com um des-ses que o piloto Enzo Ferrari (que, mais adiante, se revelaria chefe de equipe) chegou em segundo lugar na prova de estrada Targa Florio. Merosi continuava a ser o engenheiro de automóveis (como o vitorioso RL), enquanto a fábrica de Nicola Romeo fazia armas, motores ae-ronáuticos e equipamentos militares a pleno vapor. E o jovem Ferrari tinha opi-niões fortes – entre elas, de que Merosi estava velho e desatualizado.

Foi então que Ferrari conseguiu convencer Vittorio Jano a deixar de ser o projetista de carros de corrida da Fiat

de altas taxas de importação. Só que o público comprador local achava os Darracq sem espírito de luta – e o mo-delo francês encalhou nas vendas, ape-sar de sua alta qualidade.

Foi assim que, naquele 1910, o gru-po de investidores liderados pelo Cava-liere Ugo Stella se separou de Darracq e decidiu fazer um automóvel próprio,

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Alfa Romeo Berlina 1900

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FIAT primeiro campeonato da Fórmula 1 mo-

derna nas mãos de Giuseppe Farina. A vi-tória foi repetida em 1951, mas com Juan Manuel Fangio. Os carros de passeio da marca tinham chassis vestidos por carro-zzieri externos. Orazio Satta, então, ide-alizou a Alfa Romeo 1900 – a primei-ra macchina da marca a ser totalmente fabricada e ter sua carroceria estampada e montada na fábrica de Portello.

Mesmo com valores mais contidos, ainda mantinha o Cuore Sportivo. Seu motor de 1.884 cm³ rendia 90 cavalos – em um tempo em que a concorrência nessa faixa de cilindrada alcançava, se muito, 60 cavalos. Sua plataforma era concebida de forma que permitisse fa-cilmente a montagem de carrocerias al-ternativas, iniciativa que favoreceu o nascimento de criações memoráveis da Pininfarina e da Touring.

A 1900 foi sendo aumentada em po-tência, compressão e cilindrada até che-gar aos dois litros e a mais de 130 ca-valos, com os tradicionais carburadores Weber duplos e horizontais e a caixa de cinco velocidades. Um câmbio com ”tan-tas marchas” assim era algo inaudito na época e servia para aliviar as rotações do motor nas autoestradas italianas. Mas o modelo saiu de linha em 1957, quando seus estampos de carroceria e as partes de suspensão foram vendidas para a Industrias Kaiser Argentinas, pri-ma em primeiro grau da nossa Willys. Assim, a IKA fabricou o Bergantín – com roupa de Alfa 1900 e, que tristeza, motor de quatro cilindros e válvulas laterais de Jeep Willys...

Já havia a percepção de que a Alfa precisava de um carro ainda menor e mais leve. Por isso, em 1954, nasceu a Giulietta. Dotado de um motor totalmen-te novo, com bloco e cabeçote de alumí-nio, o modelo deu origem a uma extensa linhagem que sobreviveria até 1993. Foi na Alfa Spider, aliás, que esse motor tor-nou-se um dos primeiros do mundo a ter comando variável de válvulas, na déca-da de 80. A Giulietta foi lançada inicial-mente no modelo Berlina (sedã de quatro

portas) e, posteriormente gerou a Spider e a Coupè, todas inicialmente com mo-tor 1.300 cm3 de 65 cavalos e carburador vertical duplo Solex. As primeiras tinham a alavanca de marchas na coluna, com cinco velocidades, embora logo a alma esportiva se manifestasse e fosse ofereci-do o câmbio de cinco marchas no piso.

Foi nessa época que nasceu também a Alfa Romeo 2000 Berlina, que teria mui-to a ver conosco no Brasil. Sucessora da 1900, tinha motor de quatro cilindros, 1.984 cm³ e 95 cavalos, sempre com cinco marchas. Conforme a tradição da marca, a plataforma se prestava a fáceis adaptações, de forma que eram oferecidas de fábrica versões Coupe e Spider. A 2000 Berlina foi fabricada na Itália de 1957 a

1961, quando foi substituída pela 2600. Esta tinha motor de seis cilindros e bloco de alumínio, saindo também em versões esportivas. Mas foi a série 105 – batizada de Giulia – a obra imortal de Orazio Sat-ta. Fabricada em inúmeras variações, que iam desde as cupês GTA alleggeritas de alumínio, até as belíssimas TZ da Zaga-to, a Giulia Super foi um triunfo da esté-tica aliada à aerodinâmica. As primeiras séries tinham o motor de 1.590 cm³ e 98 cavalos com carburador duplo vertical Solex, mas como era tradicional, logo fo-ram oferecidas versões com dupla Weber 40 (para rua) e até Weber 48 (para pis-

Alfa romeo no Brasil

Alfa Romeo

Giulietta Spider

Alfa Romeo Berlina 2000

A Alfa romeo foi a empresa escolhida pelo governo brasileiro para ceder a paten-te dos caminhões �.�00 (e posteriormen-te dos 11.000) para a Fábrica nacional de Motores (FnM), estatal estabelecida em Xerém, na beira da Serra de Petrópolis (rj). A FnM fora construída na ii guerra para produzir motores de avião militar da Pratt & Whitney e depois fez geladeiras e eletro-domésticos. Começou a fabricar veículos com uma série de 100 caminhões isotta Fraschini, mas pelas precárias condições da isotta, o governo teve de escolher ou-tro parceiro.

em 1��8 foi estabelecido que, além dos robustos caminhões Alfa romeo, a FnM faria também um sedã da marca italiana, mais precisamente a Berlina 2000. Seu lançamento aconteceu em abril de 1��0, junto com a inauguração de Brasília e o carro foi batizado de FnM-2000 jk. Com duplo comando de válvulas no cabeçote, �� cavalos, cinco marchas e pneus radiais, era um dos veículos mais modernos e rá-pidos por aqui, alcançando mais de 1�0 km/h. Mesmo com o golpe militar de 1��4 (quando “cassaram” o nome jk), o caríssi-mo sedã FnM continuou a dar crias.

em 1��� foi elaborada uma variante conhecida por TiMB, ou Turismo interna-cional Modelo Brasil. Tinha frente rebaixa-

da e um motor mais esperto, com maior taxa de compressão. daí resultou, em 1���, o modelo 21�0 – era uma espécie de jk mais elaborado que podia vir com bancos individuais e alavanca de câmbio no piso, como o TiMB. Houve ainda o cupê onça, de fibra de vidro, que teve menos de dez unidades produzidas.

A essa altura, a FnM fora privatizada e vendida à matriz italiana da Alfa romeo. um novo modelo foi desenvolvido sobre a plataforma que vinha desde os tempos do jk. Assim nasceu o luxuoso Alfa romeo 2300, um sedã fabricado exclusivamente no Brasil a partir de 1��4. nessa época foi considerada seriamente a produção da Alfasud no Brasil, mas um acidente de es-trada matou os engenheiros italianos que coordenavam o processo.

querendo produzir caminhões, a Fiat comprou a Alfa romeo no Brasil em 1��8, oito anos antes de assumir a empresa na itália. A fabricação do modelo 2300 (de-pois rebatizado de Ti) foi transferida para Betim (Mg) e a linha permaneceu em ati-vidade até 1�8�, quando se mostrou defi-nitivamente antieconômica. Só com a re-abertura das importações, nos anos �0, é que carros Alfa romeo – como os modelos 1�4 e 1�� – voltaram ao país, agora trazi-dos da itália.

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Apaixonados por Alfa romeo participaram em novembro do 23° encontro Mineiro de Alfistas, promovido pelo Alfa romeo Clube Minas gerais (ArCMg). o evento começou com uma carreata de carros, a “alfeata”, que saiu de Belo Horizonte em direção ao Alphaville lagoa dos ingleses, em nova lima (Mg). Cerca de 30 automóveis de diversos modelos da marca participaram do en-contro.

de acordo com Túlio Silva, presidente do ArCMg, o mais importante no clube é a amizade entre os apreciadores dos veículos da Alfa romeo. “Propor-cionamos momentos de lazer, em que as pessoas podem levar seus carros, ver os automóveis dos colegas e compartilhar experiências.” o clube dos “al-fistas”, como são chamados os apaixonados pela Alfa romeo, realiza encontros mensais e possui 80 pesso-as cadastradas no estado. “Fomos contaminados pelo vírus Alfa. As famílias têm que compreender que gos-tamos dos carros da marca”, ressalta.

Para os alfistas, a marca não se resume a fabricar car-ros; ela é um estilo de vida. “os carros da Alfa romeo representam personalidade, transmitem elegância e es-portividade em seus traços arrojados”, explica o em-presário Fernando Matias, dono de um Alfa romeo 1�� elegance, de 1���. o automóvel do empresário se diferencia pelos detalhes no interior, que possui bancos de couro, volante e console em madeira e motor 2.0 com 1�� cavalos de potência. “É um carro que simboliza elegância, espor-tividade e design moderno. Hoje dirijo meu sonho de infância.”

o publicitário Augusto Conde já teve vários modelos da marca, sendo três 2300, e quatro modelos 1��. Atualmente, possui duas Alfas modelo 1�� SW de 2001 e um modelo 2300 Ti 4, de 1�83, adquirida em um leilão. os cuidados e os tratamentos “a pão de ló” são essenciais para a manutenção dos carros, conta o publicitário. “São sempre revisadas, guardadas com capa de couro, revestida com feltro, e evito andar em dias chuvosos. Sou apaixonado pelas minhas meninas (Alfas) e as trato como parte da família.” Para Augusto, fazer parte do clube de alfistas significa “ter espírito esportivo, estar de bem com a vida e ter prazer em dirigir.”

paixão centenáriapor rAFAel MAriAni

Clube reúne mensalmente

associados em Minas Gerais,

como neste encontro em

Alphaville: culto à marca e formas

elegantes

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tas). A Giulia foi pioneira no uso de freios a disco nas quatro rodas, vaso de expan-são do radiador feito de plástico e a ter coeficiente de penetração aerodinâmica de 0,31 – tudo isso em 1962 e com aque-la frente quadrada, prova de que Orazio Satta era um deus da engenharia.

O primeiro carro de tração dianteira da foi a Alfasud (1971-1989), com motor de quatro cilindros tipo boxer. Projetado por Rudolf Hruska, um tcheco também genial, era produzida numa nova fábrica em Pomigliano d’Arco, no sul da Itália, próximo a Nápoles. Enquanto isso, pro-tótipos Alfa da série T33 iam ganhando várias provas de endurance entre 1967 e 1977, enfrentando bólidos como Pors-che 917 e Ferrari 512. Já na Fórmula 1, a marca atuava como fornecedora de motores para as equipes da qualidade da Brabham, que alcançou o vice-cam-peonato de 1978. A Alfa retornou como scuderia entre 1979 e 1985, mas sem grande êxito. Com os carros de rua, o último brilho da Alfa como marca inde-pendente foi a Alfetta (1972-1984). Eram carros muito sofisticados: tinham moto-res de comando eletronicamente variável e usavam câmbio no eixo traseiro (o que lhes permitia 50/50 de distribuição de peso). Em uma de suas versões, a Alfetta apresentou o último motor de concepção pura Alfa Romeo: o V6 de 2,5 litros e 160 cavalos. Nas subsequentes Alfa 75

e 90, sedãs dos anos 80, essa mecânica chegou a ser oferecida com três litros e quatro comandos de válvulas e 210 ca-valos. O V6 foi a ponte para os carros produzidos sob a égide da Fiat, que com-prou a Alfa Romeo do governo italiano em 1986, salvando a empresa de apuros financeiros. Na época, foi projetada a Alfa 164, um sedã que tinha monobloco projetado conjuntamente com as marcas Saab, Fiat e Lancia. Dessa sinergia nas-ceram os carros Saab 9000, Fiat Croma, Lancia Thema e Alfa 164 – todos tinham tração dianteira, introduzindo a Alfa na fase moderna, com sua primeira carroce-ria projetada em computador.

Dai em frente, surgiram o projeto da 155 e, finalmente, as 145 e 146, carros do setor dos pequenos que vieram para substituir as Alfettas. Posteriormente fo-ram elaboradas a 156, um carro de tração dianteira e grande sucesso, com sensa-ções incríveis tanto nos modelos de qua-tro cilindros em linha e dupla alumagem, como nas GTA, quanto nas versões equi-padas com o último cantor, o Pavarotti Mecânico, que é o 3 litros DOHC V6. Esse motor também equipou a grande 166 e as atuais 159, inclusive em versões 4X4. Nos tempos atuais há a mítica MiTo, cujo nome evoca uma estrada famosa na Itá-lia, os cento e poucos quilômetros que ligam Milão a Torino, as duas cidades-chave da marca.

Alfa Romeo Alfasud Sprint Grand Prix

ignácio Costa

A responsabilidade socio-ambiental aplicada ao ensino teórico e estimu-

lada na experiência prática levou a Fundação Torino ao pódio do Prêmio Cida-dãos do Mundo 2009, re-alizado anualmente pelo jornal Hoje em Dia. Com o projeto Via Turismo, a Fundação conquistou o terceiro lugar da Catego-ria I, de Responsabilida-de Social Empresarial, e reafirmou seu compro-misso na qualidade do ensino de seus alunos.

O Prêmio tem o ob-jetivo de enfatizar as ações de organizações não governamentais (ONGs), governo, em-presa e sociedade civil em prol do desenvol-vimento sustentável e pela disseminação da cidadania no mundo. A quarta edição teve 49 projetos inscritos, dos quais nove foram vencedores.

O Via Turismo oferece aos alunos da instituição a

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AÇÃO prêmio à valorização

da cultura mineiraInstituto Técnico de Turismo, da Fundação Torino conquista o prêmio Cidadãos do Mundo 2009 pelo projeto Via Turismo, que estuda os potenciais turísticos de Santo Antônio do Leite, distrito de ouro preto (MG).

por CArlA MedeiroS

oportunidade de aliar teoria e prática, enfatizando a conscientização sobre a importância do turismo sustentável para o desenvolvimento local, com respeito à comunidade local. O proje-to, que valoriza a história mineira, foi desenvolvido pelo curso Técnico em Turismo entre 2008 e 2009 e abran-geu Santo Antônio do Leite, distrito de Ouro Preto que fica a 78 quilômetros de Belo Horizonte. O distrito foi esco-lhido pela proximidade e pela carência de projetos turísticos.

“Minha surpresa foi perceber o grande potencial turístico que Santo Antônio do Leite possui, mas por falta de divulgação muita gente não conhe-ce”, conta Otávio Gaia, estudante do 3º ano do Instituo Técnico de Turismo (ITT) da Fundação Torino.

De acordo com o professor e co-ordenador do projeto Via Turismo, Marco Aurélio Maia, durante as via-gens ao distrito os alunos aprende-ram a estruturar os questionários que foram aplicados, utilizaram ade-quadamente mapas, plantas locais e regionais e elaboraram relatórios parciais e finais com as informações que foram diagnosticadas. “Isso foi resultado de um ótimo trabalho de equipe desenvolvido com muito estu-do e dedicação”, afirma.

O fato de a região ser pouco co-nhecida favoreceu os estudos e pos-sibilitou a pesquisa sobre o potencial turístico. Os estudantes pesquisaram os principais atrativos – como a Igreja Matriz de Santo Antônio – e contaram com o apoio de artesãos e represen-tantes de associações locais para va-lorizar ainda mais a localidade.

Segundo Marco Aurélio, o projeto Via Turismo Santo Antônio do Leite foi realizado em conjunto com os es-tudantes das três séries do ITT, mas que realizaram diferentes atividades. “A cada ano as turmas vão desenvol-ver trabalhos numa pequena cidade de Minas Gerais”, esclarece.

Marco Maia, coordenador

do Via Turismo, a diretora

Daniela Mendes e alunos do ITT

Após duas viagens ao distrito para estudo e pesquisa, os alunos produ-ziram um guia sobre Santo Antônio do Leite, com informações turísticas, históricas e culturais. A publicação está disponível em português, italia-no, espanhol e inglês. “O que estamos propondo é um estudo da região, um levantamento das potencialidades tu-rísticas. Será uma contribuição para Santo Antônio do Leite e também para os estudantes”, explica o coordenador do projeto.

Para a aluna Priscila Zaghloul Duarte, do 3º ano do curso Técni-co em Turismo, a segunda viagem representou a oportunidade de des-cobrir mais sobre o distrito. “A ex-pectativa para o projeto foi grande após as visitas. Fiquei encantada com a receptividade dos moradores e comerciantes. Todos estão muito abertos a melhorias em relação aos aspectos turísticos”, conta.

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Projeto Via Turismo valorizou a história do distrito de Santo Antônio do Leite, próximo a Ouro Preto (MG)

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Aproximar as artes plásticas de um público heterogêneo, composto por especialistas, estudantes e também

leigos em história e mercado das artes. Esse foi o desafio proposto e atingido pelo ciclo de palestras Arte em Dez Tempos, uma parceria entre a Casa Fiat de Cultura e o Sempre um Papo, que teve a última pa-lestra de 2009 realizada em novembro. O ciclo foi encerrado com chave de ouro com o debate “Artista Híbrido”, do multiartista paulista Nuno Ramos.

“Com esse projeto pioneiro em Minas Gerais, nossa tentativa foi mostrar que as artes plásticas não são algo apenas para iniciados, de difícil compreensão. Mas algo fascinante, que pode falar em linguagem clara e objetiva. Para isso, oferecemos sub-sídios às pessoas para que elas pudessem entender esse universo”, afirmou o jornalis-ta cultural e curador do Arte em Dez Tem-pos, Sérgio Reis. Formado também em artes plásticas na tradicional Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o expert convidou grandes nomes da pesquisa, produção e mercado nacional. Foram dez sessões permeadas por temas di-versificados, trazendo aprendizado e acalo-rados debates para o auditório da Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte.

“Ao longo do ano reunimos alguns dos mais expressivos especialistas para con-versar com o público sobre aspectos fun-damentais da compreensão das artes plás-ticas no Brasil. Os principais movimentos, a relação com o mercado, o processo de formação e as conexões com a produção internacional estiveram em pauta. De-mos, praticamente, um curso completo de artes plásticas com entrada gratuita”, reforçou o diretor do Sempre um Papo, Afonso Borges.

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uRADecifrando as artes plásticas

projeto Arte em Dez Tempos contribuiu para aprofundar a compreensão da história das artes em Minas Gerais e no Brasil, com palestras promovidas na Casa Fiat de Cultura.

por rúBiA PiAnCASTelli

dez TeMPoSDo Barroco mineiro ao multiprofis-

sional contemporâneo, o projeto ofereceu a cerca de 1.000 pessoas um arcabouço histórico sobre tendências estéticas de Mi-nas Gerais, do Brasil, informações sobre artesanato, moda, linguagens e até mes-mo economia ligada à arte. As palestras, sempre filmadas, podem ser vistas no site da Casa Fiat de Cultura (www.casafiat-decultura.com.br), possibilitando assim uma verdadeira compreensão da história das artes no Estado, ou uma “aula com-pleta de preciosos benefícios”, como afir-ma Sérgio Reis.

Os participantes, que formaram uma plateia mista com cerca de 100 pessoas ao dia, aprovaram o projeto. Para a estudante Raquel Silva Rodrigues, os debates foram de extrema importância não só para as pesquisas que desenvolve, mas também para se enriquecer com relatos históricos e diferentes visões de especialistas. “O Arte em Dez Tempos é uma importante ini-ciativa para o público conhecer melhor as artes plásticas em Minas Gerais e também participar do circuito artístico da cidade, importante fonte de cultura, educação e lazer”, afirma.

O curador Sérgio Reis

mostrou que as artes

plásticas não são de difícil

compreensão para leigos

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Alessio Gava e Amanda Mello representaram a Fundação Torino na V Jornada Espacial; no detalhe, com o astronauta Marcos Pontes

reconhecimento nouniverso da astronomiaFundação Torino obtém excelente classificação na XII olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e participa da V Jornada Espacial, em São José dos Campos (Sp).

por CArlA MedeiroS

No Ano Internacional da Astrono-mia, a Fundação Torino não co-memorou apenas os 400 anos da

ciência que estuda os astros e o universo, mas também o notável desempenho na XII Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Amanda Bruno Mello, do 4° Liceo Científico, ficou entre os 50 melhores alunos classificados em todo o país e ganhou como prêmio a par-ticipação na V Jornada Espacial.

A OBA ocorre anualmente e é orga-nizada pela Sociedade Astronômica Bra-sileira (SAB), em parceria com a Agên-cia Espacial Brasileira (AEB) e Furnas Centrais Elétricas. “Inscrevemos a Fun-dação acreditando que os alunos esta-vam preparados para as avaliações que compõem o evento, mas ficamos muito honrados em saber da ótima colocação da Amanda”, afirma Maria Chiara, pro-fessora de biologia e responsável pelo desenvolvimento da OBA na Fundação Torino.

A V Jornada Espacial ocorreu em São José dos

Campos (SP), para onde Amanda viajou com o professor de física e matemática Alessio Gava. Na cerimônia de abertura, autoridades civis e militares enfatizaram que os alunos e professores presentes deviam se sentir orgulhosos, pois eram os 50 melhores colocados entre 860 mil estudantes participantes. “Amanda re-almente merece nossa admiração! Nós podemos sentir-nos satisfeitos ao ver os frutos do nosso trabalho indo tão lon-ge”, elogia Alessio.

Os representantes da Fundação par-ticiparam de palestras, conferências e oficinas sobre temas da área espacial. O evento visa revelar novos talentos para a carreira científica e oferece aos alunos contato direto com profissionais como Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço. Para Amanda, o evento foi uma oportunidade incrível e motivadora. “Foram dias inesquecíveis,

com palestras interessantes e muito aprendizado”, contou

a aluna.Na Fundação Torino,

72 estudantes competiram na OBA, dos quais 35 tive-ram boa atuação e foram

premiados com medalhas. “Atividades assim despertam

no aluno o interesse em descobrir os astros, permitindo o desenvolvimento de diversos conteúdos de forma lúdica”, ressalta a professora Maria Chiara. “As-sim, até a física, que para uns parece uma matéria tão complicada, torna-se ainda mais prazerosa e divertida.”

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inTegrAção CoM oS ClienTeS iveCo

A iveco Argentina proporcionou uma maior in-tegração com clientes e familiares por meio do projeto itinerante Mundo iveco. em um espaço exclusivo disponível em concessionárias, a ive-co demonstrou, de maneira lúdica, seus pro-dutos e principais diferenciais de cada deles. A iveco realizou a entrega de chaves simbólicas aos primeiros clientes do novo iveco Tector e ofereceu orientações sobre os benefícios dos financiamentos para clientes.

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MelHor AuTo MerCoSul 2010

o Fiat linea foi eleito pela revista Auto Test, da Argentina, o Melhor Auto Mercosul 2010. Participaram da votação jornalistas especiali-zados da Motorpress, editora da publicação automotiva, dos jornais Clarín e la nación, entre outros ve-ículos de comunicação argentinos. o evento de premiação também marcou a entrega dos troféus ao campeão e vice-campeão da Copa Fiat linea Competizione 200�.

oBrA de ArTe PeruAnA

uma parceria entre a Fiat e o instituto Tou-louse – lautrec permitiu ao artista peruano gustavo Bockos demonstrar seu talento e criatividade ao produzir uma pintura perso-nalizada para o Fiat Punto. Com estilo juve-nil, ágil, ligeiro e despreocupado, o desenho do artista faz parte da campanha “vive y Punto”. o veículo estará em exibição na con-cessionária italmotor, na Toulouse – lautrec e em diferentes localidades da capital lima.

novo CenTro de ASSiSTênCiA nA ColôMBiA

A Colitalia Autos S.A., importa-dor oficial da Fiat Automóveis na Colômbia, inaugurou o Centro de Assistência ao Cliente em Bogo-tá. o local, que dispõe de equi-pamentos especializados para o suporte técnico, possui centros de colisões, eletromecânica e ca-pacitações e venda de peças de reposição, que são importadas das fábricas da Fiat no Brasil e na itália. A Fiat conta com 10 cen-tros de serviço autorizado e cinco concessionárias na Colômbia. A Colitalia também abriu na cida-de de Cali seu quinto showroom, onde estão expostos mais de 13 modelos diferentes da Fiat.

CinqueCenTo PreMiAdo no CHile

o Fiat �00, o Cinquecento, foi eleito pelo jornal la Tercera, um dos mais importantes do Chile, o Melhor design de 200�. A vo-tação, que teve a participação de jornalistas especializados de diversos órgãos de imprensa, incluiu automóveis top lança-dos no mercado chileno no ano passado.

novo PorTAl FiAT AMÉriCA lATinA e CAriBe

Consumidores da América latina e Caribe têm no site www.fiatlatinoamerica.com informa-ções sobre os veículos Fiat disponíveis em cada país, contatos da rede de concessionários e notícias da marca. disponível em espanhol e inglês, os consumidores também podem con-tatar, via e-mail e call center, o importador de sua região. o site possui conteúdo individuali-zado por país que pode ser compartilhado em várias redes sociais, além de jogos, wallpapers e screensavers exclusivos.

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SuSTenTABilidAde no rAllY dAkAr

A Magneti Marelli foi protagonista de um pro-jeto inovador: a valtra dakar eco Team foi a pri-meira equipe a disputar o rally dakar com um carro movido a etanol. A divisão Motorsport da Marelli adaptou o sistema SFS (Software FlexFuel Sensor) no veículo 4x4 dos brasileiros klever kolber e giovanni godoi. Para que pu-dessem suportar ambientes hostis, além dos itens para competição como escapamento, fil-tro de ar, câmbio – que passou a ser mecânico – e amortecedores, foi necessário refazer toda a programação eletrônica do sistema. o obje-tivo foi mostrar a viabilidade de um rally com foco em sustentabilidade, com carros bicom-bustíveis que utilizam energias renováveis.

AjudA ÀS víTiMAS no HAiTi

o grupo Fiat mobilizou uma série de recursos para auxiliar a população do Haiti, fornecen-do equipamentos e recursos técnicos e finan-ceiros, totalizando 1 milhão de dólares. do Brasil seguirão duas ambulâncias Fiat Fiorino e cinco picapes Fiat Strada, que se somam aos veículos iveco daily e às máquinas de construção da Case e da new Holland, além de pessoal técnico baseado no país. A mobili-zação ocorre em entreita colaboração com as nações unidas, a Cruz vermelha internacio-nal e a Fundação Francesa rava. o grupo Fiat oferecerá, ainda, uma contribuição financeira de 2�0 mil dólares.

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TeSTeS SoBre A neve

no tradicional encontro de inverno organizado pela Ferrari, Fernando Alonso fez os primeiros testes sobre neve dos modelos Fiat �00 e Fiat Sedici, que tiveram a honra de dar as boas-vin-das ao piloto espanhol. Com ele estava o com-panheiro de escuderia, o brasileiro Felipe Mas-sa, e todos os integrantes da equipe Ferrari.

inCluSão eFiCienTe nA TekSid

A Teksid sempre teve como um de seus prin-cípios a prática da responsabilidade social. A mais recente prova disso é o lançamento do inclusão eficiente, programa que oferece oportunidades de trabalho às pessoas com deficiência. o programa – já implantado em outras empresas do grupo Fiat – oferecerá a pessoas com deficiência (principalmente audi-tiva) o curso de “Formação básica para o tra-balho: operador industrial”, que tem previsão para iniciar em fevereiro. Foram abertas 2� vagas para candidatos que receberão orienta-ções sobre saúde, segurança, meio ambiente, introdução à qualidade e trabalho em time. o inclusão eficiente está em fase de recrutamen-to de candidatos para o curso. Após esta fase, haverá a seleção dos candidatos que integra-rão o quadro de colaboradores da Teksid.

PrêMio HoSPiTAl BeST 200�

o Fiat ducato foi o vencedor do prêmio Hos-pital Best como Marca do veículo na categoria ambulâncias em 200�, após pesquisa anual de referências de marca em equipamentos, pro-dutos e serviços hospitalares realizada entre profissionais de saúde de todo o Brasil. os mo-delos ducato Ambulância são unidades mó-veis ideais para o atendimento de urgência e emergência. A premiação, que está na sétima edição, é organizada pela Associação Brasilei-ra de Marketing em Saúde, pela revista Saúde Best e pela editora exímia Comunicação.

líder eM TrAToreSnA FAiXA de �� CAvAloS

A new Holland Agrícola fechou 200� na lideran-ça em vendas de tratores na faixa de potência de �� cavalos. Prova disso foi o reconhecimento conquistado pelo modelo Tl��e, vencedor da categoria destaque do Prêmio gerdau Melhores da Terra. esses resultados foram celebrados no encontro anual da marca, realizado em Curitiba, que reuniu a rede de 80 concessionárias, distribu-ídas em 1�� pontos de vendas espalhados pelo Brasil. estiveram presentes o vice-presidente da new Holland Agrícola para América latina, Fran-cesco Pallaro, e o diretor comercial luiz Feijó.

reTorno ÀS PiSTAS nA FórMulA TruCk

A Scuderia iveco anunciou a contratação do piloto Cristiano da Matta para compor a equipe na Fórmu-la Truck em 2010. ex-campeão da CArT (Fórmula indy) e piloto por dois anos da Fórmula 1, Cristiano fará dupla com Beto Monteiro. A contratação foi oficializada após um teste ao caminhão iveco Stralis de corrida realizado em Brasília. Cristiano retorna às pistas após ter sofrido grave acidente em 200�.

TekSid Adere Ao ProgrAMA ForMAre

o programa Formare, da Fun-dação iochpe, oferece cursos de educação profissional para jovens de baixa renda entre 1� e 1� anos e que estejam cursando o ensino Médio. São mais de �0 organiza-ções participantes. no grupo Fiat, a Teksid é a segunda empresa a implantar o projeto – a primeira foi a Magneti Marelli. As aulas serão ministradas pelos próprios colaboradores da empresa, de maneira voluntária, e o processo seletivo será realizado em feve-reiro. o curso, que começará em março, terá duração de um ano, com aulas de segunda a sexta-fei-ra, das 8h às 1�h. Serão abertas 20 vagas, preenchidas por meio de um processo que engloba pro-vas de matemática, português e redação, dinâmica de grupo, en-trevista e visita domiciliar. durante o período de aulas, os alunos te-rão direito a bolsa de meio salário mínimo, transporte, alimentação, seguro de vida e uniforme, tudo custeado pela empresa. Ao final do curso, os jovens receberão um certificado reconhecido pelo Mi-nistério da educação (MeC).

divulgação Fiat

liderAnçA e PlAnejAMenTo eSTrATÉgiCo

diretores e gerentes comerciais e profissionais das áreas comercial e marketing dos conces-sionários new Holland reuniram-se em Minas gerais para analisar o desempenho em 200� e reafirmar os objetivos estratégicos da marca. du-rante o encontro, o especialista em negociação e liderança Carlos Pessoa discutiu e esclareceu conceitos empresariais e mostrou como o plane-jamento estratégico é vital para a sobrevivência no mercado. Além de palestras, os participantes visitaram a Serra do Cipó, onde realizaram ati-vidades esportivas de aventura que incentivam posturas de liderança e gestão de pessoas.

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EDUCAÇÃO

www.fundacaotorino.com.breMPreSA: Fundação Torino

SERVIÇOS

eMPreSA: Fides Corretagens de Seguros

www.isvor.com.breMPreSA: Isvor Instituto para o Desenvolvimento organizacional

eMPreSA: Fiat revi

eMPreSA: Fiat Services

ASSISTÊNCIA SOCIAL

www.fundacaofiat.com.breMPreSA: Fundação Fiat

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

www.comau.com.breMPreSA: Comau do Brasil

SERVIÇOS FINANCEIROS

eMPreSA: Fiat Finanças

eMPreSA: Banco CNH Capital

eMPreSA: Banco Fidis

CULTURA

www.casafiatdecultura.com.breMPreSA: Casa Fiat de Cultura

MONTADORAS

www.fiat.com.breMPreSA: Fiat Automóveis

www.cnh.comeMPreSA: Case New Holland (CNH)

www.iveco.com.breMPreSA: Iveco Latin America

COMPONENTES

www.magnetimarelli.comeMPreSA: Magneti Marelli

www.fptpowertrain.comeMPreSA: FpT – powertrain

Technologies (Mercosul)

www.teksid.com.breMPreSA: Teksid do Brasil

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eMPreSA: Fiat do Brasil S.A.A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da Fiat SpA, a holding mundial do Fiat Group. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autori-dades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo. No Brasil, o Grupo Fiat reúne 19 empresas, divisões, associações e fundações locali-zadas em três estados e com atuação no setor automotivo*, no setor de serviços e nas áreas de educação e cultura, constituindo-se no 11º grupo empresarial do país (2007), segundo a revista Valor Grandes Grupos (novembro de 2008). A receita líquida do Grupo Fiat no Brasil apresentou crescimento de 17% em 2008 em com-paração com o exercício anterior, ascendendo a r$ 30,3 bilhões.loCAlizAção: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, paraná e São paulo.eMPreSAS, diviSõeS, ASSoCiAçõeS e FundAçõeS ligAdAS ou MAnTidAS Pelo gruPo FiAT no BrASil: Fiat Automóveis, Case New Holland (CNH), Iveco, FpT – powertrain Technologies, Magneti Marelli, Teksid do Brasil, Banco Fidis, Banco CNH Capital, Comau, Fiat Group purchasing/Fast Buyer, Fides Corretagens de Seguros, Fiat Finanças, Fiat revi, Fiat Services, Fundação Fiat, Isvor (Instituto de Desenvolvimento organizacional do Grupo Fiat), Casa Fiat de Cultura, Fundação Torino, além da Fiat do Brasil.PreSidenTe: Cledorvino BeliniPArA SABer MAiS: www.grupofiat.com.br

* Produção de veículos de passeio, comerciais leves, caminhões em todos os segmentos, microônibus, máquinas agrícolas, máquinas de construção, fundidos, motores, câmbios e componentes automotivos, automação industrial e projetos e serviços industriais

raio-X doGrupo Fiat no Brasil

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RIA Esportividade,

sofisticação e classeAlfa romeo GTV de 1972 possui curvas características do designer italiano Giorgetto Giugiaro.

por rAFAel MAriAni

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Modelo adquirido em 2002 porRildo de Carvalho é equipadocom motor de122 cavalosde potência

o empresário Rildo Costa de Car-valho define seu Alfa Romeo GTV, de 1972, como um carro

único. “Por onde passo com o veículo, as pessoas nas ruas observam. Ele é diferenciado, com linhas modernas e esportivas. Dirigi-lo é uma sensação maravilhosa”, explica. O Alfa Romeo se destaca pelo estado de conserva-ção. Segundo o empresário, os pro-prietários anteriores também tinham grande preocupação com a manuten-ção. “Comprei-o de um senhor, que vi andando com ele pelo centro de Belo Horizonte”.

A aquisição ocorreu em 2002 e foi amor à primeira vista, explica o alfis-ta. Desde então, o carro só sai da ga-ragem em momentos especiais. “Saio

somente em eventos ou para passear nos finais de semana”. Rildo restaurou o veículo e manteve a originalidade da marca Alfa Romeo. O GTV tem o peso total de 950 quilos, motor em liga de alumínio, 2.000 centímetros cúbicos, câmbio de cinco marchas, oito válvu-las, 122 cavalos de potência e freios a disco original nas quatro rodas. Os dois carburadores duplos auxiliam no rendimento do modelo de 1972, que pode alcançar a velocidade máxima de 160 quilômetros por hora.

Concebido pelo renomado desig-ner italiano Giorgetto Giugiaro, o Alfa Romeo GTV vermelho possui, além do motor forte, um design imponente, que adiciona ainda mais esportivida-de. “É um carro de uma marca tradi-cionalmente esportiva, e mesmo sen-do um modelo antigo, tem um motor muito ‘bravo’. Corre gasolina na veia quando acelero esse carro”. O cupê é derivado do Alfa Romeo Giulia, pro-duzido em 1954 e marcado pelo mo-mento pós-guerra da fabricante, que o modernizou em 1962.

Mesmo sendo um veículo de tama-nho pequeno, o interior tem bancos baixos, detalhes em madeira e alumí-nio, ótima posição e espaço para o mo-torista e um passageiro. Apesar de es-treito, o banco traseiro é característico nos carros esportivos. O Alfa Romeo GTV foi uma revolução para a época, diferenciado pelo conjunto de esporti-vidade, sofisticação e classe.

ignácio Costa