Multiplicando Igrejas Sadias

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Multiplicando.com.br Multiplicando Igrejas Sadias PANORAMA GERAL NOSSA MISSÃO A missão do MIS é o de prestar assistência a igrejas e líderes cristãos a fim de leva-los a um nível mais elevado de eficiência com o objetivo de edificar e multiplicar a saúde de congregações locais. NOSSOS VALORES Paixão Contagiosa – demonstrada por... Crer que a igreja local é a esperança para o mundo Treinamento de lideres que venham comunicar a mensagem do evangelho com integridade e entusiasmo Multiplicação dos nossos dons ao criar valores em outros Conhecimento e Experiência – demonstrada pela... Nossa habilidade de identificar e antecipar problemas ao oferecer soluções antes do surgimento de obstáculos que venham neutralizar a ação sadia da igreja. Comunicação e Coordenação – demonstrada pela ... Nossa capacidade de facilitar uma melhor comunicação entre membros de equipes ao ouvir as suas necessidades e promover ativa participação e troca de idéias. Reuniões Eficientes – demonstrado pela nossa... Habilidade de conduzir reuniões bem planejadas e cuidadosamente organizadas envolvendo individuos ou grupos chaves. Processo Vitorioso – demonstrado pela... Nossa consciência de que uma igreja sadia requer compromisso de todas as partes envolvidas em se trabalhar juntos a fim de identificar questões, comunicar alvos, buscar

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Multiplicando Igrejas Sadias   

PANORAMA GERAL

NOSSA MISSÃO

A missão do MIS é o de prestar assistência a igrejas e líderes cristãos a fim de leva-los a um nível mais elevado de eficiência com o objetivo de edificar e multiplicar a saúde de congregações locais.

NOSSOS VALORES

Paixão Contagiosa – demonstrada por...

Crer que a igreja local é a esperança para o mundo Treinamento de lideres que venham comunicar a mensagem do evangelho com integridade e entusiasmo

Multiplicação dos nossos dons ao criar valores em outros

Conhecimento e Experiência – demonstrada pela... Nossa habilidade de identificar e antecipar problemas ao oferecer soluções antes do surgimento de obstáculos que

venham neutralizar a ação sadia da igreja.

Comunicação e Coordenação – demonstrada pela ... Nossa capacidade de facilitar uma melhor comunicação entre membros de equipes ao ouvir as suas necessidades e

promover ativa participação e troca de idéias.

Reuniões Eficientes – demonstrado pela nossa... Habilidade de conduzir reuniões bem planejadas e cuidadosamente organizadas envolvendo individuos ou grupos

chaves.

Processo Vitorioso – demonstrado pela... Nossa consciência de que uma igreja sadia requer compromisso de todas as partes envolvidas em se trabalhar juntos a

fim de identificar questões, comunicar alvos, buscar alvos comuns a fim de alcançar as realizações de planos, projetos ou programas.

NOSSOS SERVIÇOS

MENTOREAMENTO

Hoje, em nossos dias, as pessoas estão usando “coaches” ou “personal trainer” para praticamente tudo; desde acompanhamento para perda de peso até desenvolvimento pessoal. Ao longo dos anos temos descoberto que pastores e

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lideres de igreja também muito podem se beneficiar quando são acompanhados de perto através de um mentor pessoal. Um mentor pessoal pode se encontrar individualmente, mensalmente ou trimestralmente com a pessoa a ser mentorizada. Mentorização também é oferecida via telefone ou e-mail.

CONSULTORIA

O processo de consultoria é um esforço coordenado de apoio entre lideres de igrejas local e o MIS. Absolutamente, a nossa abordagem não vem de forma “enlatada.” Pelo contrário, é um processo que tem o objetivo de elevar a participipação de uma congregação na busca honesta de desenvolvimento de um plano individual e singular para a realidade específica da mesma.

SEMINÁRIOS

Treinamentos via seminários estão disponíveis numa variedade de tópicos ou individualmente preparado para distintas necessidades. Seminários de três a oito horas são oferecidos num formato de duas ou três noites ou num final de semana. Esses seminários também podem ser realizados no formato de um retiro.

Nélio DaSilva

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Plantando Igrejas Sadias   

PLANTANDO IGREJAS SADIAS

Uma igreja sadia e obediente assemelha-se a uma planta que cresce e se reproduz infinitamente. Dr. George Petterson

Na minha estimativa não são poucos os líderes que estão perdendo a empolgação e os grandes e incalculáveis benefícios de plantar uma igreja.

Sinceramente creio que as melhores e mais salutares igrejas ainda estão para ser plantadas e porque creio nisso e por ter em minha carreira ministerial uma significativa experiência em plantação de igreja, estou disposto a contribuir tanto quanto possa para que milhares de novas igrejas sejam plantadas nesses próximos 20 anos se o Senhor me conceder saúde e energia para isso.

Pouco tempo atrás alguém me disse: Eu acho que só uma pessoa sem o juizo perfeito é que poderia se enveredar nos riscos e aventura de plantar uma igreja. Eu não creio que uma pessoa tenha que ser “maluca” mas creio que talvez ela tenha que ser um pouco diferente.

Responda a essas perguntas:

• Você é o tipo que se fascina diante de um desafio?• Você é o tipo de pessoa que gosta de iniciar um projeto do zero?• Você é uma pessoa que gosta de gente?• Você se considera uma pessoa que gosta de trabalhar em equipe?

Se você respondeu “sim” a essas quatro perguntas, chances muito forte existem que você tem

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potencial para plantar igreja.

Gostaria de desafia-lo a considerar seriamente e sob muita oração o maravilhoso desafio de plantar novas igrejas.

Nosso profundo desejo aqui no MIS é o de sermos uma fonte de encorajamento e também treinamento para pastores e líderes que desejam se envolver no maravilhoso ministério de plantação de igrejas.

Permita-me assinalar porque cremos que plantação de igreja deve ser de alta prioridade no Reino:

1. Obediência à Grande Comissão: Valorizamos plantação de novas igrejas porque cremos que é o meio mais eficiente de evangelização que existe na face da terra. É através da plataforma de plantação de igrejas que melhor edificamos o Corpo de Cristo, equipamos obreiros e multiplicamos líderes.

2. Plantação de Igrejas: Valorizamos a plantação de todo o tipo de igreja a fim de atingir todo o tipo de pessoas. Não estamos fechados em apenas um “modelo” de plantação de igreja. . 3.Igrejas Sadias: Valorizamos plantação de igrejas que desenvolvem alicerces sadios e bíblicos. Não encorajamos plantação de igrejas apenas visando crescimento numérico mas encorajamos uma análise de avaliação anual usando instrumentos próprios de avaliação a fim de proteger a saúde do Corpo.

4. Igrejas Crescentes e Reprodutoras: Valorizamos plantação de igrejas que irão crescer e fazer melhores discípulos. Cremos que igrejas sadias irão crescer e se reproduzir em novas igrejas assemelhando-se ao processo natural e sadio da vida humana. Valorizamos igrejas que se multiplicarão em número e qualidade. Cremos que igrejas maduras irão reproduzir muitas filhas, netas e bisnetas.

Se você tem interesse sobre o assunto “Plantação de Igreja” queira nos contactar pelo telefone (011) 5523-2544 ou escreva-nos para [email protected]

Nélio DaSilva

PLANEJANDO UMA NOVA IGREJA

É incrível quanta tempo, energia e aflição pode ser evitada através de um simples planejamento básico. Tenho visto muitas igrejas fracassarem no seu propósito de plantação em função de um pobre, displicente e inconsequente planejamento. A plantação de uma igreja de muitas maneiras assemelha-se a um planejamento familiar.

Algumas famílias planejam os seus filhos, outras enfrentam gravidez inesperadas. Seja qual for o caso, a realidade é que a maioria das pessoas tem a mesma quantidade de tempo para se preparem antes da chegada do bebê.

Quando da chegada do bebê seria muito imprudência que os pais não tivessem devotado o tempo e a energia necessária para se prepararem mental, física, emocional - e especialmente - praticamente para este importante evento. Bebês precisam de fraldas, alimentação adequada, tempo, cuidado e atenção entre uma variedade de outras coisas. Precisamos encarar a plantação de uma igreja sob a mesma luz. Antes da igreja nascer, portanto, prepare, planeje, apronte-se.

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Quatro fases da preparação:

1 - A Fase da Concepção

Esta é a fase onde a visão para uma nova congregação é concebida. Deus é quem planta esta semente no coração de um homem ou de uma mulher a fim de que o Seu propósito seja alcançado. A pessoa pode não saber em profundidade e nem em riqueza de detalhes sobre onde e como essa igreja irá nascer, mas a pessoa já sabe em seu espírito que essa igreja (ou muitas outras igrejas) irá nascer.

2 - A Fase da Gestação

Essa é a fase crucial no estágio de plantação de igreja. É nessa fase que a estrutura e a força do futuro estará se formando. Tenho descoberto que quando um projeto de plantação de igreja fracassa, invariavelmente tem a ver com um medíocre desenvolvimento desta fase. A maior parte do trabalho base para a plantação de uma igreja precisa ser feito nessa fase.

O plantador da igreja precisa ter com clareza a sua visão, realizar os estudos e as pesquisas necessárias em relação à área que a igreja estará sendo plantada. É nesta fase que o núcleo base precisa ser desenvolvido, é imperativo desenvolver uma estratégia específica, levantar os fundos necessários para equipamento e logística de um modo geral.

Nessa fase também é necessário resistir à tentação de que o processo para “iniciar” a igreja está “demorando demais.” Promover um nascimento prematuro é uma tentação que está diante de todo plantador de igreja; a realidade é que abrir as portas de uma igreja sem uma preparação adequada pode ter sérias consequencias. Robert Logan, Peter Wagner e outros especialistas na área de plantação de igreja sugerem de 4-6 meses para se investir na fase da preparação.

3 - A Fase do Nascimento

Esse é o dia que tanto esperávamos! A nova igreja está pronta para abrir as suas portas ao público e começar a funcionar como um centro de adoração, cuidado, discipulado e evangelização.

Se o trabalho do alicerce foi bem planejado e alvos concretos foram alcançados então não existe nenhuma razão pela qual não compareça um significativo número de pessoas para essa congregação nascente. Aqui então se torna o começo de um centro onde uma comunidade irá consistentemente ver o reino das trevas ser destruído e o Reino de Deus expandido. Um grande farol foi aceso e as trevas irão fugir!

4 - A Fase da Maturidade

Se o plantador de igreja trabalhou com diligência e esmero as fases anteriores, esta fase é apenas uma consequancia natural de um sadio crescimento. O teste da maturidade de uma igreja tem a ver como quão bem ela está concretizando a sua visão. O alvo desse processo é de que a igreja venha a ser uma fonte reprodutora de novas igrejas.

Quando Jesus deu aos Seus discípulos a Grande Comissão, foi isso que Ele antecipou: que o mundo fosse ganho através da plantação de novas igrejas.

À Deus toda a GlóriaNélio DaSilva

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Seminários

1. COPS - Companheiros de Oração do Pastor

2. Integração e Assimilação de Novos Membros

3. Igreja Vibrante

4. Líderes Saudáveis = Igrejas Saudáveis

5. Plantando Igrejas Sadias

6. Derrotando Gigantes

COPS - COMPANHEIROS DE ORAçãO DO PASTOR

Rogo-vos pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor.Apóstolo Paulo aos Romanos – 58AD

Eugene Peterson, autor de uma popular paráfrase bíblica americana, declarou recentemente que “um pastor não pode ser bem sucedido se não for moldado por Deus sob três ângulos conectores: Escritura, oração e abertura completa com uma alma amiga.” Peterson está absolutamente correto.

Já estou perto de completar 30 anos de ministério e durante esses anos tenho experimentado bençãos incríveis da parte de Deus. Já fui pastor de igreja local, tive o privilégio de implantar várias igrejas (implantação de igrejas é a minha grande paixão). Porém, nos últimos anos o Senhor tem colocado um peso no meu coração por pastores e pelas suas famílias. Creio que de um modo geral, muito pouco se tem feito em termos de um ministério específico de apoio à vida espiritual do pastor.

Estou convicto que de muitas e variadas formas vitais, a primeira linha de defesa de uma família é a igreja local. Porém, uma igreja só poderá realmente ser uma igreja forte quando o pastor for emocionalmente estável e espiritualmente sólido. Esta é a razão pela qual creio que

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se pastores e suas famílias forem fortalecidos, então poderemos experimentar uma sadia vitalidade espiritual em muitas igrejas e na própria nação.

Breves Testemunhos

Nélio, você é resposta de orações de há muito!! A sua passagem pela nossa igreja e pelo meu ministério, de fato, não foi um evento mas um marco de grandes conquistas para o Senhor, em Piedade e em nossas vidas em geral. Você nos tirou do "olhar pro umbigo" e incendiou nossa paixão por almas, e o amor destes homens (Companheiros de Oração do Pastor) por mim! Obrigado por este desafio que me deixou.Pr. Alexandre Davi Recife, PE

Os efeitos (Ministério COPS) já podem ser sentidos nos relacionamentos dos homens com suas respectivas famílias, reverberando diretamente no ambiente espiritual da nossa Igreja. Tudo isto é tão real, que a impressão geral é que muitas lutas e obstáculos que temos enfrentado nos últimos meses no seio da nossa Igreja teriam sido facilmente resolvidos ou pelo menos, minimizados se já houvesse um ministério como os COPS!Rev. Robinson MonteiroJoão Pessoa, PB

Nélio DaSilva

INTEGRAçãO E ASSIMILAçãO DE NOVOS MEMBROS

"...acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus" Romanos 14:7.

O SEMINÁRIO

Alguma vez você já fez perguntas como:

COMO ATRAIR UM NÚMERO MAIOR DE VISITANTESPARA A NOSSA IGREJA?

COMO PODEMOS AJUDAR VISITANTES A SE TORNAREM PARTE INTEGRANTE DA NOSSA IGREJA?

COMO FAZER COM QUE PESSOAS QUE JÁ ESTÃO DENTRO DA IGREJA POSSAM SE TORNAR SENSÍVEIS ÁS NECESSIDADES DOS NOVOS VISITANTES?

Não importa qual seja a configuração da sua igreja – seja ela, contemporânea ou tradicional – grande, média ou pequena, chances existem que você já fez a si mesmo as perguntas acima. Infelizmente, em nossos dias, esse assunto e tais questões não tem sido francamente encaradas e –consequentemente – as portas do fundo da igreja continuam amplamente abertas. O Seminário de Assimilação/Integração é uma resposta a esta enorme necessidade dentro do Corpo de Cristo.

O QUE VOCÊ IRÁ APRENDER

Após esse seminário, a sua igreja poderá compreender numa dimensão muito maior e mais profunda a importância da sua função. A sua igreja poderá implementar com enormes chances de exito:

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Uma atmosfera calorosa e natural de aceitação incondicional ao visitante.

Compreender a relação existente entre uma igreja acolhedora e a retenção de novos membros.

Compreender o que Deus está fazendo ao enviar um visitante à sua igreja.

Entender as Sete Condições Emocionais de um Visitante.

Aprender como retirar os melhores dividendos do seu Domingo.

Uma nova estratégia para aumentar significativamente o fluxo de frequência à sua igreja.

Entender as Sete Perspectivas de Deus sobre um Visitante.

Como desenvolver um plano estratégico a fim de levar pessoas a um mais profundo compromisso com o discipulado dentro da sua igreja.

Como mobilizar e capacitar pessoas a se tornarem líderes.

TESTEMUNHOS

Este seminário mudou completamente a percepção da realidade daquilo que se passa nos Domingos aqui na nossa igreja e através dos preciosos e práticos insights do Pr. Nélio, ganhamos agora uma nova atitude e passamos a implementar uma vitoriosa estratégia no processo de assimilação em relação às pessoas que nos visitam nos Domingos.Pr. Silair de Almeira – Primeira Igreja Batista do Sul da Florida. Pompano Beach, Florida.

Nos últimos 30 anos este foi o melhor seminário de que participei!J.H – Pompano Beach Christian Center – Pompano Beach, Florida.

Este seminário foi simplesmente sensacional! Sua habilidade de comunicação foi magnifica pois cativou a nossa atenção o tempo todo mesmo depois de um longo dia de trabalho. Espero que esse seminário transforme a história da nossa igreja. Viviane – Igreja Assembléia de Deus Cristo – Nossa Rocha – Boca Raton, FL

Este seminário, ministrado, com muita sabedoria, pelo Pr. Nélio éum poderoso instrumento para transformar uma situação que a maioria das igrejas evangélicas enfrentam: como fechar a porta de saída.Rev. Manoel OliveiraNew Life Presbyterian Church – Framingham – MA

Excelente seminário! Claro, objetivo, prático, realista e absolutamente abençoado! Muito bom saber que existem homens de Deus que transmitem o que realmente vivem no dia a dia, acreditam em cada palavra que pronunciam e demonstram ser absolutamente apaixonados pela obra do Senhor e pelo Senhor da obra. J.A.M – Primeira Igreja Batista de Long Island – NY

Pastor Nélio, seu treinamento foi maravilhoso, excelente e muito eficiente. Com certeza a prática da qual fomos ensinados será uma grande benção para mim e para a nossa igreja.L.H.F - Primeira Igreja Batista de Long Island – NY

O Pr. Nélio, através do seminário de assimilação/integração, veio abençor a nossa igreja e nos despertar para um grande potencial de crescimento na mesma. Desde a implantação do referido ministério na igreja temos experimentado uma grande

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mudança, os nossos visitantes sentem-se bem á vontade, o que certamente garante o seu retorno. Os membros por sua vez, estão totalmente envolvidos e preocupados em tornar a igreja um ambiente aconchegante para aqueles que vêm pela primeira vêz ou que estão começando a carreira cristã. Pela benção que representou no nosso meio, eu o recomendo com alegria.Pr. Moisés MonteiroNew Life Brazilian Community Church-Pompano Beach, FL

Um seminário realista que expões fraquezas, deficiencies e debilidades mas que oferece soluções práticas e objetivas para a area mais importante de uma igreja local: a comunicação.Pr. João Lucena – Igreja Assembléia de Deus – Cristo, Nossa Rocha. Boca Raton, FL

Pastor Nélio, o seu trabalho é de suma importância e todas as igrejas deveriam ouvi-lo e praticar os seus ensinamentos.L.S – Comunidade Cristã Presbiteriana, Newark, NJ.

Esse curso foi excelente! Aprendi muito com o Pr. Nélio. Certamente que os conhecimentos que adquiri irão aprimorar ainda mais o ministério da minha igreja. E.R – Primeira Igreja Batista do Sul da Florida. Pompano Beach, Florida.

Este seminário foi tremendo para a minha vida. Aprendi coisas novas que jamais tinha nelas prestado atenção. A partir deste seminário serei um novo obreiro na Obra de Deus. L.B - Primeira Igreja Batista do Sul da Florida. Pompano Beach, Florida.

Sua experiência pessoal para mim foi o auge das preleções. Gostei demais, aprendi muito e certamente que a nossa igreja foi muito abençoada. A questão do modelo (pastor) foi fundamental.G.R - New Life Community Presbyterian – Framingham, MA

Maravilhoso! De tremenda importância para o andamento da Obra do Senhor. Obrigada Senhor, pela vida do Pr.Nélio que Tu continues abençoar a vida deste Teu servo!Celina – Igreja Assembléia de Deus – Cristo, Nossa Rocha. Boca Raton, FL

Obrigada por esse maravilhoso seminário. Fez-me ver e entender o quanto precisamos trabalhar mais para que a nossa igreja acolha melhor aquelas pessoas que Deus está nos mandando.M.B.S - New Life Community Presbyterian – Framingham, MA

Esse seminário foi muito edificante! Tocou o meu coração e esclareceu de forma prática e muito clara sobre o meu papel para com aqueles que se aproximam da nossa igreja.N.S - Comunidade Nazareno – Deerfield Beach, FL

Eu era uma pessoa antes deste seminário e hoje sou completamente outra. Esse seminário mudou a prática da minha vida cristã.B.V - New Life Brazilian Christian Church – Pompano Beach, FL

Engana-se aquele que pensa e se entusiasma com a idéia de que o seminário sobre assimilação/Integração seja um método-estratégia de segurar pessoas na igreja. Acerta aquela pessoa que crê que o visitante é alguém que Deus enviou para receber o impacto do evangelho através de pessoas comprometidas com o princípio de amor, restauração, acolhimento e assimilação que são atitudes própria de Jesus. Pr. Valter MouraComunidade Cristã Presbiteriana – Danbury, CT

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Nélio DaSilva

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IGREJA VIBRANTE

Temos dois alvos específicos nesse seminário:

Aprimorar o foco ministerial da igreja

Se o machado está cego e sua lâmina não foi afiada, é preciso golpear com mais força; agir com sabedoria assegura o sucesso. Eclesiastes 10:10

Desafiar a igreja a crescer sadiamente

Este Jesus é “a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular”. Atos 4:11

Este seminário é especialmente designado para igrejas em transição e desejosas de uma profunda mudança em sua cultura.

Diagnóstico e Avaliação

Neste seminário a igreja será desafiada a responder perguntas como:

Onde estamos?Quais são e quais tem sido os pontes fortes da nossa igreja?Quais são e quais tem sido as limitações da nossa igreja?Quais são as necessidades que tem sido eficazmente preenchidas pela nossa igreja?Quais são as necessidades que não tem sido eficazmente preenchidas pela nossa igreja?O que é que motiva a nossa igrejaO que é que estamos fazendo aqui?Por que existimos?

E muito mais... Nélio DaSilva

LíDERES SAUDáVEIS = IGREJAS SAUDáVEIS

Liderança é aquela maravilhosa, especial qualidade e dádiva de Deus. Um talento singular de trabalhar bem com as pessoas, criar uma visão e trazer vida a essa visão a fim de beneficiar milhares de pessoas.

Esse seminário tem como objetivo analisar e dar as ferramentas saudáveis a fim de criar uma cultura de saúde em uma congregação local. Esse seminário enfatiza a inquestionável realidade de que tudo se levanta e cai em liderança.

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Os tópicos abordados nesse seminário irão desafiar líderes a crescer em sua liderança e expandir a saúde da Igreja.

Nélio DaSilva

PLANTANDO IGREJAS SADIAS

O seminário Plantando Igrejas Sadias tem o objetivo de contribuir com a comunidade cristã através de treinamento e consultoria, a todos aqueles que estão envolvidos ou que desejam se envolver na maravilhosa missão de plantar novas igrejas. Denominações, organizações cristãs e igrejas locais que não aprendem o caminho da multiplicação, geralmente vão gastar o seu futuro tendo que lidar com a divisão e a subtração. Todos sabemos que crescimento é vital para qualquer grupo, mas o segredo para o desenvolvimento de um sólido e frutífero ministério está na multiplicação.

Nesse seminário estaremos cobrindo alguns tópicos como os assinalados abaixo:

* Crescendo em Intimidade com Deus: Disciplinas Espirituais do Plantador de Igrejas.

* Riscos Espirituais do Plantador de Igrejas: A Síndrome de Saul

* Plantando uma Igreja sem Perder a Família

* Construindo sua Filosofia de Ministério (Visão, Valores, Missão e estratégias)

* As Sete Etapas do Processo de Plantação de Igrejas: Da gestação até a multiplicação

* Mobilizando Intercessores e Parceiros financeiros capazes de viabilizar espiritual e financeiramente o seu projeto

* Criando uma Cultura de Recepção aos Visitantes

E muito mais..

Esse seminário é especificamente designado a encorajar futuros plantadores de igreja, pastores e líderes denominacionais que gostariam de investir suas vidas em multiplicação de novas igrejas.

Nélio DaSilva

DERROTANDO GIGANTES

Derrotando Gigantes é um seminário que tem o objetivo de identificar e estabelecer antídotos específicos à luz da Palavra de Deus. Nesse seminário examinamos os gigantes da Letargia, do Ressentimento, do Desapontamento, da Inquietação e outros mais. O seminário pode ser ministrado em 6 ou 8 horas, num ambiente de retiro espiritual ou mesmo nas dependências da igreja local.

Testemunhos de Participantes:

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Derrotando Gigantes me ensinou os limites entre o que é de minha responsabilidade e o que só o Deus Todo-Poderoso pode fazer. Esse conhecimento, aquietou meu coração e me trouxe paz. CM

“Derrotando Gigantes” traz questões que afloram íntimos sentimentos. Não há como derrotar gigantes invisíveis. Precisamos “ressuscitar”sentimentos esquecidos para apagá-los definitivamente. O Deus de toda graça, através desse seminário me ajudou a identificar e lidar com os gigantes que fazem parte da minha vida. SC

Estou saindo daqui muito diferente de como entrei. MF

A forma como o Pr. Nélio transmite as Verdades e Promessas de Deus, nos faz relembrar que está tudo pronto, é só consultarmos diariamente a Palavra de Deus, pedirmos a orientação do Espírito Santo e refletirmos sobre o que Deus quer de nossa vida naquele momento. HR

Nélio DaSilva

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Liderança em Ministério

1. Aprimorando o Seu Culto

2. Atraindo Visitantes Para a Sua Igreja

3. Espalhando Bons Rumores Sobre a Sua Igreja

4. Indo Embora...mas Ficando!

5. Múltiplos Cultos (Parte 1)

6. Múltiplos Cultos (Parte 2)

7. Planejando Estrategicamente

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21. Mudança: Abrace-a ou Resista-a

22. Marketing na Igreja (II)

APRIMORANDO O SEU CULTO

Indique – rápido! - o mais importante ministério que uma igreja precisa ter para que possa crescer.

Se você é como a maioria das pessoas, você possivelmente irá dizer que o crescimento da sua igreja está numa relação e proporção direta com a qualidade da celebração dos seus cultos aos domingos.

Mas afinal, o que é exatamente uma adoração comunitária celebrativa? Quais são os insights necessários para que criemos tal celebração? Quais os elementos ou os componentes de uma eficiente celebração comunitária?

Definição Geral

Definir com clareza e objetividade uma celebração de culto não é algo fácil. No entanto, todos podemos reconhecer quando nos encontramos dentro de uma eficiente e edificante celebração.

Partindo de um ponto de vista bastante prático, a adoração é celebrativa quando...

1. As pessoas são atraídas. Uma adoração celebrativa ocorre quando pessoas vêm à igreja porque desejam realmente estar ali, e não pelo fato de terem que ali estar.

2. As pessoas trazem seus amigos. Uma adoração celebrativa não apenas atrai pessoas, como estas terminam por se transformar numa razão para que amigos e convidados sejam a ela trazidos.

3. As pessoas participam. Uma adoração celebrativa cria um ambiente e uma atmosfera onde o cantar, orar, dar ofertas e outras áreas da adoração são feitas com entusiasmo e exuberância.

4. As pessoas ouvem. Uma adoração celebrativa capta a atenção dos adoradores durante todo o tempo da adoração.

5. As pessoas crescem. Uma adoração celebrativa desafia indivíduos a tomarem decisões que irão afetar a sua vida numa base diária.

Insight #1: A adoração celebrativa é comunicada à pessoa como um todo.

Uma adoração eficiente leva a sério a natureza mental, espiritual e relacional dos adoradores.

Infelizmente aqui a tendência generalizada é a da polarização. Para alguns grupos o importante e totalmente fundamental é a mente, enquanto para outros tudo se resume na esfera das emoções. A realidade é que uma adoração celebrativa eficiente deve desafiar não só a mente e

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as emoções, mas também o coração dos adoradores (João 4).

Insight #2: A adoração celebrativa empolga aqueles que dela participam.

Em certas celebrações bastam alguns segundos para que se possa sentir uma atmosfera altamente contagiante. Não é fácil descrever o sentimento; contudo, ainda assim podemos instintivamente saber quando uma celebração traz consigo certos elementos que não são encontrados em ouras celebrações.

Apesar de – obviamente – não querermos criar um falso entusiasmo, a realidade é que, quando adoradores experimentam uma forte energia eles afirmam que aquela adoração foi celebrativa. Se no entanto o nível de energia e vitalidade foi baixo, chances muito fortes irão indicar que eles nunca mais retornarão.

Aprimorando a adoração

Nos dias atuais a nossa sociedade esbanja ricas informações mediante imagens constantes, vendas em “bits” de pouquíssimos segundos, e outros estímulos criativos para lhes prender a atenção. Contrastantemente, porém, quando as pessoas vêm à igreja o que elas com freqüência encontram é um ambiente de lentidão e morosidade, com pouquíssimo ou inexistente apelo visual. Conseqüentemente, quando confrontada com a falta de estímulo, a mente das pessoas tende a divagar.

Apresento a seguir cinco idéias/sugestões que você pode usar a fim de criar uma adoração celebrativa mais empolgante, o que sem dúvida irá segurar a atenção do seu povo.

1. Construa a celebração em torno de um tema

À semelhança do que ocorre com um sermão, quando a unidade é violada torna-se difícil salvar até mesmo um bom conteúdo. Uma celebração com um forte senso de unidade pode chamar todos os outros componentes do culto para o mesmo tema; o resultado não será outro, a não ser uma maior penetração na mente e no coração das pessoas.“Mas como criar tal unidade?” Primeiramente identifique o tema geral que você deseja comunicar à sua audiência. A seguir, selecione e use apenas músicas que se encaixam dentro do seu tema. Tome o cuidado deliberado e disciplinado de mencionar seu tema central na introdução, nos comentários de transição de um segmento do culto a outro, e até mesmo em seus anúncios.

2. Planeje participação

Uma adoração celebrativa mantém as pessoas alertas, ao envolvê-las de uma maneira significativa durante todo o decorrer da celebração. “Mas como criar tal participação?” Promova participação mediante cânticos, bater de palmas, aperto de mãos, abraços, completando as lacunas vazias do esboço da sua mensagem falando, sorrindo, e por meio de outras formas de participação da audiência.

3. Acelere o movimento da celebração

Uma adoração celebrativa se movimenta com suficiente dinamismo, visando manter a atenção dos participantes. Acelere o compasso dos cânticos e use músicas com ritmo acelerado. Faça o contraste de variação – diminuindo o compasso - usando cânticos reflexivos, sempre trazendo de volta o tema central da celebração.

4. Elimine os “espaços mortos”

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Uma adoração celebrativa eficiente se move rapidamente entre as várias partes do culto, sem permitir – em hipótese alguma – nenhum espaço morto, a ponto de impedir que as pessoas percam a atenção.Desenvolva boas transições entre os vários elementos da adoração. Os movimentos entre o povo e os elementos da celebração devem ter a combinação de dois elementos aparentemente paradoxais: rapidez e suavidade.

5. Use variedade

Uma eficiente adoração celebrativa usa uma variedade de elementos na adoração. Essa variação é vital no objetivo de manter a atenção dos participantes.Para aprimorar a adoração você pode incluir uma variedade de elementos, tais como: participação de um ministério de teatro, implementação de pequenos esquetes – sempre dentro do tema central –, entrevistas, vídeo, testemunho intercalado num dos pontos do sermão, solo musical etc.

Conclusão

Uma adoração celebrativa começa com um planejamento antecipado. Portanto...

Recrute seu grupo de louvor, e com eles comece a desenvolver celebrações criativas.

Planeje sua celebração com pelo menos 4 semanas de antecipação.

Use as cinco idéias/sugestões a fim de aprimorar a sua celebração do domingo.

Nélio DaSilva

ATRAINDO VISITANTES PARA A SUA IGREJA

Há pouco mais de uma década venho observando e estudando a maneira como igrejas se posicionam em relação a pessoas que vêm à igreja pela primeira vez. Tenho descoberto que em média uma congregação não retém 5% da massa de volume desse contingente de pessoas. Essa média é extremamente baixa, considerando que essas pessoas vieram à igreja sem nenhum custo promocional ou esforço por parte da própria igreja. Tenho concluído que a razão pela qual a esmagadora maioria de visitantes não retornam para uma segunda visita é o fato de essas pessoas não haverem sentido em sua primeira visita que foram recebidos com calor, carinho e consideração; tampouco encontraram na igreja uma genuína atmosfera de aceitação. Isso vem em confronto direto com o que Paulo ordenou em sua carta aos Romanos: Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus. Romanos 15:7

Preparando-se para receber convidados

Quando você sabe que convidados estão chegando a sua casa, uma preparação começa a tomar lugar. É hora de implementar uma limpeza geral, preparar alguns pratos especiais e – de um modo geral – criar um ambiente, uma atmosfera mais agradável possível a fim de oferecer o melhor aos seus convidados. De modo semelhante, antes sequer de convidar pessoas a virem à sua igreja, é necessário que uma preparação geral seja implementada.

1. Desenvolva uma preparação eficiente

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Responda objetiva e sinceramente, evitando qualquer forma de racionalização: A sua igreja tem demonstrado eficiência na prática de receber pessoas que a visitam pela primeira vez? Se a resposta é “não”, então as chances de que as pessoas não irão considerar a possibilidade de voltar para uma segunda visita são muito fortes. Eis aqui apenas três sugestões que podem ser os elementos cataclistas de um novo e sadio redirecionamento para a sua igreja na área de preparação:

a) Comece a pregar uma série de mensagens sobre a importância da “hospitalidade”. Romanos 15:7 é um excelente texto para fundamentar toda essa série de mensagens.

b) Trace um perfil tão aproximado quanto possa das pessoas que na média visitam a sua igreja. Exemplo: As pessoas que nos têm visitado nos últimos 2 anos estão em média na faixa dos 30 anos de idade, com dois filhos entre 5 e 8 anos.

c) Reúna um pequenos grupo de pessoas (no máximo sete) a fim de discutir algumas idéias sobre como implementar algumas estratégias de como recepcionar e dar as boas-vindas aos novos visitantes. (Sugestão: coloque nesse grupo pessoas que estão na sua igreja há menos de um ano.)

2. Desenvolva o moral da igreja

Lyle Schaller – um dos mais respeitados consultores na área de crescimento de igreja afirma: “Moral baixa é o inimigo número um de uma congregação local.” Lyle está absolutamente correto!Estatísticas comprovam que a maneira mais eficiente de trazer convidados à igreja é mediante convite de seus próprios membros. Se no entanto a sua congregação tem um moral baixo, os membros não se sentirão à vontade para fazer tal convite. Eis aqui três sugestões simples, que uma vez implementadas podem fazer uma diferença positiva:

a) Celebre todo e qualquer aspecto positivo do ministério da sua igreja. Não perca nenhuma oportunidade de celebrar tudo que for positivo e significativo na vida da sua comunidade; esteja atento a todos os detalhes positivos, por menores que sejam. Celebre!

b) Peça às pessoas que foram de alguma forma tocadas positivamente pelo ministério da sua igreja que relatem a sua história diante da congregação. Use esses testemunhos de preferência no meio das suas mensagens aos domingos.

c) Estabeleça alguns alvos e louve a congregação quando esses alvos forem alcançados. Lembre-se do que o notável psicólogo William James afirmou: “A necessidade número um das pessoas é a de serem apreciadas”.

2. Desenvolva a comunhão da sua igreja

São muitas as pessoas que freqüentam igrejas sem fazer amigos. Rick Warren, pastor da Saddleback Valley Comunity Church, na Califórnia, afirma: “Se uma pessoa não fizer pelo menos seis amigos na congregação dentro de um período de seis meses, essa pessoa não irá permanecer um ano nela”.

a) Comece por promover jantares de comunhão a cada dois meses.

b) Promova jantares entre famílias da igreja, dividindo-as em quatro casais por jantar. Promova o mesmo tipo de evento para solteiros.

c) Encoraje as pessoas a compartilhar suas refeições numa base rotativa.

Lembre-se de que a Igreja de Atos compartilhava constantemente não apenas a Palavra, mas também o pão (Atos 2:42.)

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3. Desenvolva o ministério de atendimento e boas- vindas

A maioria das igrejas que conheço fazem referência a si mesmas como igrejas amigas e acolhedoras. O problema com esse tipo de informação é que ela parte de pessoas que compõem a igreja. A percepção, portanto, é de dentro para fora, e não de fora para dentro. Via de regra os convidados não têm a mesma percepção dos membros; e quando esse sentimento é constatado, é necessário urgentemente melhorar o ministério de atendimento e boas-vindas. Eis aqui algumas sugestões:

a) Selecione pessoas que sejam simpáticas, com sorriso fácil e que tenham atitude acolhedora para dar as boas-vindas aos convidados.

b) Aplique a lei dos “três apertos de mão” por parte de três pessoas distintas, antes que o visitante se assente.

c) Construa um Balcão de Informação, mantendo todas as informações do balcão perfeitamente atualizadas. O Balcão de Informações será um lugar onde as pessoas poderão ter facilmente as suas perguntas respondidas.

4. Desenvolva o plano da sua igreja

Primeiramente comece a examinar detidamente os seus registros de freqüência entre os dois últimos anos, e determine a sua porcentagem de retenção proveniente da massa de volume de visitantes. Se ela estiver acima de 5% ,celebre. Se este não for o caso, estabeleça um alvo de pelo menos dobrar a sua retenção nos próximos 12 meses.

Prepare o seu Plano

Após se haver preparado para receber convidados, comece um planejamento estratégico, a fim de atrair gente nova para a sua igreja. Eis aqui cinco sugestões básicas para um bom início:

1. Encoraje convites de “boca a boca”.

Convite de boca a boca é a melhor e mais eficiente maneira de atrair visitantes para a igreja. Quando as pessoas estão satisfeitas com a sua igreja elas passam naturalmente a dar bons testemunhos das coisas boas e saudáveis que estão experimentando. Quando isso estiver ocorrendo você não terá problemas de falta de convidados.

Eis aqui uma maneira muito simples, porém eficiente de encorajar seu povo a convidar amigos para a igreja. Confeccione um cartão de visitas com o nome da igreja, imprimindo em seu verso as direções sobre como chegar até lá. Distribua a cada membro da igreja 52 cartões, pedindo-lhes que dêem um cartão por semana a seus amigos, como um convite para virem à igreja. Você ficará surpreso com a quantidade de pessoas que irão lhe dizer que nunca receberam um convite específico para irem a uma igreja.

2. Demonstre apreço pelas pessoas que estão trazendo convidados à igreja.

Após um determinado jantar é comum nas igrejas pedir que o pessoal da cozinha venha até o refeitório para receber uma palavra de apreço pela refeição, preparada com dedicação e esforço. As pessoas aplaudem, demonstrando a eles a sua satisfação.

Da mesma forma, eis aqui uma maneira de apreciar aqueles que têm trazido convidados à igreja. Quando as pessoas registrarem no cartão a sua presença, providencie um espaço para que indiquem quem foi a pessoa que lhes fez o convite. Mantenha um registro com o nome das pessoas que estão trazendo convidados. A cada dois meses ofereça uma “Noite da

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Apreciação”. Na ocasião, ofereça a essas pessoas uma sobremesa ou um café com bolo, uma forma de lhes demonstrar o apreço da igreja por seu empenho em convidarem seus amigos para virem à igreja.

3. Anuncie o ministério da sua igreja

Se a sua igreja é pequena, está apenas saindo de um platô ou está num lugar de pouca visibilidade, você precisa fazer algo a fim de torná-la conhecida dos visitantes em potencial.

Eis aqui uma maneira de anunciar o ministério da sua igreja: Desenvolva uma simples estratégia de marketing, criando algo como “Primeira Contato”. Tente fazer algo simples, mas criativo. Verifique se você não tem em sua própria membresia alguém que já esteja produzindo marketing secularmente. Com o material pronto e em mãos, tente distribuir - via correio ou utilizando adolescentes da igreja – o seu conteúdo num raio de cinco minutos de distância (de carro) da sua igreja. Dentro de seis meses distribua o mesmo material num raio de dez minutos de distância (de carro) da sua igreja.

4. Crie entradas que não ameacem

Igrejas crescentes têm freqüentemente pelo menos três pontos de entradas. Qual a razão? É que pessoas novas geralmente não se sentem à vontade ao freqüentarem uma igreja.

Eis aqui uma maneira de se desenvolver alguns pontos de entrada:

a) Peça aos membros da sua igreja que lhe dêem uma lista de nomes de amigos não crentes.

b) A seguir peça a eles que indiquem o possível interesse daquelas pessoas em esportes, classes, artes etc.

c) Reúna o maior número possível de pessoas num grupo de interesse comum, e selecione os três grupos maiores. A seguir, crie três novos ministérios em cima desses três interesses, para o próximo ano.

5. Dê boas-vindas aos convidados

Quando convidados vão a uma igreja eles gostam de ser reconhecidos, mas também se preocupam em preservar seu anonimato. Se eles se sentirem de alguma maneira constrangidos, não mais irão retornar.

Eis aqui uma maneira de dar as boas-vindas aos seus convidados:

Estabeleça na sua igreja uma lei que inaugurei na minha faz alguns anos: a lei dos três minutos. Peça aos membros da igreja que não falem com outro membro nos primeiros três minutos após a conclusão do culto. Assim que você impetrar a bênção, ou após o último canto, anuncie: “Lembre-se da lei dos três minutos”.

A verdade é que ninguém se torna membro de uma igreja sem antes visitá-la. Portanto, use algumas das idéias/sugestões acima e aumente seu potencial de crescimento, ao atrair um número maior de visitantes à sua igreja.

Nélio DaSilva

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Page 19: Multiplicando Igrejas Sadias

ESPALHANDO BONS RUMORES SOBRE A SUA IGREJA

Precisando de um bom médico? Um empréstimo com a melhor taxa de juros? Comprando um carro novo? Buscando uma nova cidade para morar?

Onde buscar orientação? No jornal? Na T.V? Ou você “vai às cegas?” Se a sua postura for como a da maioria das pessoas, você irá buscar informações com familiares, colegas de trabalho ou amigos. O pessoal da área de propaganda chama isso de marketing “boca a boca”. Essa é – comprovadamente – a maneira mais eficiente de anunciar qualquer produto – até mesmo uma igreja!

Exemplos bíblicos

O anúncio de boca em boca é apresentado nas Escrituras como uma história, um relato, um movimento de Deus, uma reputação e um rumor. Rumores são caracterizados como bons rumores ou como rumores maledicentes e nocivos (II Co 6:8). Cristãos são encorajados a pensar e a espalhar bons rumores (Fp 4:8).

O ministério de Jesus foi predominantemente comunicado pelo modelo “boca a boca”. Depois de ressuscitar uma pessoa, Lucas registra que "... esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança." (Lc 7:17).

Um exemplo clássico de anúncio boca a boca é encontrado em I Tessalonicensses 1:8. Escrevendo sobre a igreja em Tessalônica, Paulo diz: "Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma...

As pessoas estavam espalhando a notícia de como os tessalonicenses estavam abandonando os ídolos e servindo agora ao Deus único e verdadeiro. Elas espalhavam a história de boca a boca. Esse meio foi tão eficiente que Paulo confessou: ... não termos necessidade de acrescentar coisa alguma (...)

Energizando Bons Rumores

Bons rumores irão se desenvolver naturalmente, quando membros e freqüentadores alcançarem um sentido de satisfação pessoal com o ministério da sua igreja.

1. Melhorando as Instalações.

Se as instalações da igreja, tais como estrutura física e equipamentos, estiverem aquém daquilo que as pessoas têm na própria casa, elas até poderão continuar vindo à igreja, mas não se sentirão suficientemente confortáveis, a ponto de espalharem bons rumores e estenderem convites a outras pessoas. O ideal é que as instalações sejam sempre um pouco melhores que o que elas esperariam que fossem.

2. Qualidade dos Cultos

Os cultos devem ter uma qualidade consistente, a ponto de superarem a qualidade dos cultos anteriores;ou – em outras palavras – consistentemente bons. Por exemplo, se a adoração é excelente num domingo a cada mês, e medíocre nos demais domingos, será difícil espalhar bons rumores. Os membros só espalharão boas notícias quando estiverem seguros de que a adoração terá uma boa qualidade todos os domingos.

3. Entreviste as Pessoas

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Traga pessoas à frente, até a plataforma, e as entreviste, sejam elas membros ou não. A única condição é que tenham um testemunho positivo, encorajador e contundente a compartilhar, a respeito da eficiência e ação da igreja na vida delas.

4. Cultive Relacionamentos Influentes

Certo pastor visitou uma ocasião o prefeito de sua cidade. Depois das apresentações iniciais o prefeito perguntou ao pastor de que forma ele poderia ajudá-lo. O pastor agradeceu, respondendo que dispensava qualquer ajuda ou favor. E esclareceu que marcara aquela visita apenas para saber de que maneira ele – pessoalmente -, e sua igreja, poderiam ajudar o prefeito no desempenho do seu trabalho. Antes de sair ele orou com o prefeito, pedindo a sabedoria de Deus e suas bênçãos para aquele homem. O prefeito ficou impressionadíssimo com aquela visita, porque se deu conta de que aquele homem não o visitara com uma agenda que lhe trouxesse benefícios pessoais.Não é necessário tecer muitas conjecturas para chegar à conclusão de que o prefeito só teria coisas boas a dizer do pastor e da sua igreja.

5. Edifique Solidamente

Complete os projetos que você iniciou. Trabalhe com pequenos alvos, assegurando-se do sucesso do seu empreendimento. E faça anúncio público, quando tal projeto estiver concluído. Tire fotos, slides, e registre o sucesso da tarefa concluída. Então exiba-os, relembrando seu povo durante todo o decorrer do ano. Desenvolva um vídeo ou uma brochura especial a respeito das realizações da sua igreja.

6. Comunique Vitórias

No formato de um pequeno jornal registre as respostas às orações do seu povo. Compartilhe o fato de como a sua igreja está progredindo no avanço dos alvos traçados durante aquele ano. Comunique da maneira mais criativa possível a alegria de constatar como sua comunidade está alcançando as pessoas. Leia publicamente os cartões ou cartas de agradecimento de pessoas que foram ajudadas e ministradas por sua igreja. Comunique tudo em pelo menos cinco maneiras diferentes.

7. Desenvolva um Senso de Expectativa

Pregue mensagens que desafiem as pessoas a crerem no impossível. Relembre a elas a forma miraculosa em que Deus supriu sua congregação no passado. E lhes afirme que Ele está pronto para fazer muito mais (Ef. 3:20). Compartilhe como Deus tem respondido às suas orações.

8. Distribua Cartões de Visitas

Providencie cartões de visita com endereço da sua igreja, horário de cultos e a forma de chegar até ela. Dê a cada membro 52 cartões, um para cada domingo do ano, e encoraje-os a trazerem seus amigos à igreja.

A sua igreja tem uma maneira natural de espalhar bons rumores mediante o marketing “boca a boca”?

Se não tem, certamente você necessita desenvolver uma estratégia que possa ajudá-lo mediante o mais eficiente e significativo método de espalhar bons rumores.

Page 21: Multiplicando Igrejas Sadias

Nélio DaSilva

INDO EMBORA...MAS FICANDO!

Há poucos dias encontrei um colega que acabara de deixar o pastorado da sua igreja, após haver servido por 35 anos como pastor titular. Perguntei a ele sobre as implicações da sua decisão de freqüentar a sua própria congregação, depois de tantos anos de intimidade com ela? A resposta dele foi esta: “Várias pessoas me disseram que não ficasse, mas eu me decidi pelo contrário”. Talvez você esteja pensando: “Essa pessoa cometeu um erro”. É possível que você esteja certo. Algo dentro de mim me faz crer que esta não é, de fato, a melhor decisão, e eu tenho – penso eu - fortes argumentos contra ela. Implicações óbvias podem ocorrer, tais como – ao surgirem problemas membros talvez queiram se refugiar no “meu pastor”, ou no “pastor anterior”, que pode cair na tentação de não abdicar do controle e liderança da igreja. Tudo isso faz muito sentido. No entanto o pastor que mencionei decidiu permanecer como membro da igreja.

“E daí?...” - você pergunta - “O que isso tem a ver comigo? Eu nunca ficaria numa igreja depois de a haver pastoreado!” Talvez você não tenha que enfrentar essa mesma decisão. Contudo, à medida que se vão sucedendo a variedade de oportunidades e opções de ministério, o crescente custo emocional e financeiro com a mudança de uma cidade para outra, as implicações de filhos na escola ou na universidade, a questão de transição na carreira com a aproximação da meia-idade, enfim, todos esses elementos conglomerados, ou quem sabe alguns deles podem fazer com que você venha a considerar a decisão de mudar de ministério, mas só que permanecendo na mesma cidade. E aí você poderá se encontrar diante do dilema de decidir freqüentar ou não a igreja que pastoreou possivelmente por um longo tempo.

Se este for o caso, eis aqui alguns aspectos a considerar quando frente a tal decisão:

Quais são os aspectos positivos da decisão de permanecer?

1. Você poderá participar das realizações daquilo que começou.

Você poderá ter um tempo extra, agora desfrutando uma liberdade maior para promover algumas curas em relacionamentos estremecidos durante seu período como pastor.

2. Você será capaz de estabilizar a sua família.

Não haverá necessidade de mudar de escola ou de médico. Não haverá necessidade de novos ajustes e busca de novos amigos num novo lugar. É muito mais fácil lidar com apenas uma mudança do que com várias num curto período de tempo.

3. A sua família poderá manter a identidade com muito maior tranqüilidade.

O pastor que mencionei acima continuou ensinando no Departamento de Educação Cristã, e sua esposa prosseguiu seu ministério na igreja.

4. Os seus filhos já não sofrerão a pressão de serem chamados de “filhos do pastor”.

5. Você terá oportunidade de exemplificar a possibilidade da unidade em Cristo.

Page 22: Multiplicando Igrejas Sadias

Quais são os aspectos negativos?

1. Você irá perceber que muitos de seus amigos não mais irão buscar a sua companhia.

A experiência minha – como também de outros líderes - testifica que quando pastor da igreja minha casa era o centro de muita movimentação, relacionada com seus membros. Eram muitos jantares, churrascos e farta recreação e comunhão com irmãos queridos. Após o rompimento formal com a igreja a relação fraterna caiu assustadoramente. Apesar de ser difícil perder esse alto nível de comunidade, a parte mais dolorida foi lidar com o sentimento de haver sido desertado por aqueles que chamava de amigos.

2. Você ficará fora do processo decisório da igreja.

As pessoas – principalmente as que ocupam posição de liderança – não mais irão buscar sua opinião sobre a direção e os rumos da igreja; você já não terá uma plataforma para iniciar e criar ministérios. Após muitos anos ocupando o centro do processo decisório, você será alguém “do lado de fora”.

3. Você irá descobrir que as pessoas não mais o chamarão de “meu pastor”.

De certa forma você não terá mais o peso de ter as pessoas o tempo todo à sua procura. Você já não terá que cumprir o horário marcado com pessoas para aconselhamento. Não receberá mais ligações em casa, tarde da noite. Não mais receberá aquelas críticas maledicentes. Ainda assim a perda da identidade não é algo fácil de lidar com ela. Tampouco é confortável lidar com o sentimento de perda de alguns valores preciosos. Por outro lado, você terá que aprender a conviver com um estranho sentimento de solidão.

4. Você irá perceber que muitos dos ministérios que você iniciou já não existem.

Neste ponto em particular a experiência de outros, e a minha, também testifica que a maior parte do ministério criado no tempo do exercício do seu e do meu pastorado se desvaneceu após o desligamento formal da igreja. Ficou neles e em mim um sentimento de frustração e dúvida sobre a qualidade de um trabalho que poderia talvez haver sido melhor implementado. É como se esses ministérios significassem tão-somente idéias e sonhos deles e meus, e não deles também.

5. Você terá grande dificuldade para encontrar uma nova função para você.

As dificuldades apontadas nos itens 1-4 serão as principais barreiras para que você possa lidar com sua nova identidade.

6. Você irá descobrir que não mais poderá expressar seus sentimentos e suas opiniões.

Em deferência ao novo pastor é necessário um cuidado extremo em relação a tudo que você disser. Fatalmente surgirão situações nas quais você irá discordar completamente da direção que a igreja estará tomando. Nessa ocasião você estará diante do dilema: “Será que expresso livremente minha opinião, me tornando possivelmente vulnerável à acusação de dissidente, ou apóio algo com que sob hipótese alguma não concordo?” Obviamente que esse não é um lugar nada confortável onde estar.

Algumas recomendações:

Se porventura você algum dia se encontrar diante da oportunidade de permanecer na igreja que você pastoreou, esteja aberto a isso. Contudo é imprescindível que primeiramente você responda às seguintes perguntas:

Page 23: Multiplicando Igrejas Sadias

1. Eu realmente tenho o apoio do novo pastor?

2. Tenho o apoio da minha família?

3. Sinto de verdade o desejo pessoal de ficar?

Se a sua resposta for “SIM” a todas essas perguntas, considere a possibilidade de ficar.

Haverá certamente muitas pessoas que lhe dirão que não fique. Inclusive talvez você mesmo haja aconselhado outros a nãao ficarem. Mas meu amigo acima mencionado ficou, e quem sabe...talvez você também fique!

Nélio DaSilva

MúLTIPLOS CULTOS (PARTE 1)

Uma das mais freqüentes considerações entre igrejas crescentes nos dias atuais é a adição de múltiplos cultos.

Por que realizar múltiplos cultos?

À medida que vamos prosseguindo no novo século é esperado que uma grande quantidade de igrejas considere acrescentar pelo menos um culto às suas programações. É absolutamente fundamental considerar o “porquê” de precisarem de um culto adicional, antes de se preocuparem com o “quando” e o “como”.

A seguir, permita-me que lhe apresente sete razões principais para se considerar o fato de se acrescentarem novos cultos. De um modo geral, múltiplos cultos...

1. Oferecem opções

O formato de apenas um culto está se tornando algo estático demais, em meio a uma sociedade que oferece inúmeras opções – desde pasta dental, desodorantes, postos de gasolina, tipos de carros etc., a programas de computador, além de uma infinidade de escolhas. Enfim, as opções se multiplicam numa velocidade incrível. Conseqüentemente as pessoas vão cada vez mais se acostumando com intensas variedades. Acrescentar um novo culto é uma maneira de providenciar opções no ministério da Igreja.

2. Proporcionam Melhor Utilização de Espaço

Nos nossos dias, a compra de espaço para a igreja tende a se tornar mais difícil que nunca, no passado. E isso não apenas pelo custo financeiro, mas por imposições legais. Os cultos múltiplos permitem que a igreja possa usar suas atuais instalações duas ou três vezes mais, sem que antes tenha de se engajar num caríssimo e desgastante projeto de construção.

3. Permitem crescimento

O crescimento numérico é desencorajado num auditório lotado. Pesquisas têm demonstrado que quando uma igreja atinge 80% da sua capacidade de lotação ela pára de crescer. Por outro lado, estudos entre igrejas nos Estados Unidos evidenciaram que quando uma igreja passa de um culto para um segundo, 80% dessas igrejas, de modo geral, passaram a experimentar de 15% a 20% de acréscimo na freqüência aos cultos.

Page 24: Multiplicando Igrejas Sadias

4. Aumentam a Fé

Igrejas com apenas um culto na essência mantêm sua ênfase nos membros atuais. Igrejas que oferecem mais de um culto têm a tendência de colocar sua ênfase em alcançar gente nova, o que requer de imediato dois valores absolutamente essenciais: fé e visão.

5. Expandem o Ministério

Existe um limite de quantas pessoas podem ministrar em apenas um culto. Ao adicionar pelo menos um culto, a igreja passará a dobrar a sua capacidade de ministrar, uma vez que a abertura de espaços para o ministério se tornará uma realidade óbvia.

6. Alcançam Novas Pessoas

O caráter de um culto com o mesmo estilo e o mesmo tempo de duração tem a tendência de atrair apenas um tipo de pessoa. Ao adicionar um novo culto com tempo diferente de duração, e com novo estilo, novas pessoas poderão ser atraídas e alcançadas, pessoas que normalmente não freqüentariam a igreja, no estilo que ela vem oferecendo.

7. Mantêm as Pessoas Satisfeitas

As distintas preferências por música, vestimenta, tempo etc são complexas demais para serem tratadas em apenas um culto. Múltiplos cultos permitem que a igreja se concentre em variadas preferências.

Perguntas que merecem resposta:

1. Devem os cultos se manter idênticos?

Obviamente que o item 7, acima, sugere o contrário. No entanto, vejamos - se os alvos para acrescentar um culto adicional são: 1) atrair novas pessoas; 2) exercitar em maior escala os dons espirituais dos cristãos; 3) expandir oportunidades para serviço ou 4) dar às pessoas uma maior quantidade de opções. Então é simplesmente uma questão de bom senso oferecer opções de estilo de culto, em vez de um culto idêntico.

3. Cultos aos Sábados é uma Boa Idéia?

Algumas igrejas têm descoberto que o sábado tem sido um dia apropriado para acrescentar um novo culto às suas programações. Contudo minha recomendação é que as igrejas que desejam abrir um culto no sábado precisam estar conscientes de que....

• Não devem pensar em dar início a um novo culto no sábado, se o culto no domingo não tiver uma forte freqüência e muita vibração.

• A um culto no sábado pode faltar a mesma intensidade de um culto no domingo, uma vez que as pessoas podem estar vindo diretamente de uma outra atividade, ou até mesmo do trabalho, e o cansaço possivelmente seja um dos fatores.

• Um culto no sábado à noite pode ser uma boa opção para pessoas que trabalham no fim de semana e/ou preferem usar esse tempo para uma viagem ou uma atividade recreacional.

(Ver artigo com mesmo título para continuação e análise dessa matéria.) Nélio DaSilva

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MúLTIPLOS CULTOS (PARTE 2)

Como a Igreja deve proceder?

Considere as seguintes sugestões, à medida que você começa a desenvolver planos para a concretização de um culto adicional.

1. Comece a registrar dados concretos

Comece a manter um controle da quantidade de participantes do seu culto, tanto de adultos como de crianças; também quanto ao número de carros no estacionamento (no caso de a igreja ter estacionamento próprio.) Observe especialmente quando a igreja atinge 80% da sua capacidade de lotação.

2. Prepare a sua liderança

Jamais se esqueça do velho e sábio provérbio: “Tudo se levanta e cai em liderança!” Tanto quanto você puder, eduque e treine os líderes da igreja a compreender a importância do relacionamento entre capacidade de assentos, estacionamento, atendimento a crianças e o crescimento geral na freqüência aos cultos. Compartilhe com eles as razões positivas para múltiplos cultos. Sugira uma estratégia para adicionar cultos à medida que sejam necessários.

3. Eduque a congregação

Direcione a atenção da congregação para a Grande Comissão do Senhor Jesus. Alerte-a sobre a possibilidade e a importância de acrescentar novos cultos. Solicite comentários por meio de pesquisa com a congregação e contatos pessoais. Faça uma pesquisa entre pessoas sobre preferência de estilos de culto e o tempo a ser investido em múltiplos cultos.

4. Estabeleça uma data

Desenvolva um plano estratégico e comunique aos membros da igreja uma possível data para começar o culto adicional.

5. Treine uma equipe adicional

Considere o número de pessoal necessário para dar apoio logístico ao novo culto. Comece a recrutar e treinar membros adicionais para a equipe de recepção, grupo de louvor ou coral, pessoas para ministério com crianças etc. Busque pessoas que ainda não estão servindo em algum ministério, tentando envolvê-las num novo papel de suporte e apoio.

6. Comunique (repetidamente) sobre as mudanças

Anuncie o novo culto aos membros não assíduos, à congregação ativa e a outros freqüentadores em potencial. Use o jornal da cidade, boletins informativos, cartas, cartazes e toda a criatividade que você tiver a fim de que o novo culto tenha todo o suporte possível.

7. Faça uma experiencia de 12 meses

Promova o novo culto como uma nova experiência. Se possível, realize-o por um período de 9 a 12 meses, antes de uma completa avaliação.

Quando o novo culto deve ser implementado?

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Para que as suas chances de sucesso na implementação do novo culto ocorram, é melhor iniciá-lo quando...

1. Surgir o momento certo

Um dos maiores erros que igrejas freqüentemente cometem é o de acrescentar um novo culto na ocasião inapropriada. A chave para acrescentar um novo culto deve ocorrer quando a igreja estiver experimentando um gradual, porém sólido crescimento, e não quando o crescimento estacionou ou a igreja se encontra num platô.

2. O moral é alto

Acrescentar um novo culto é um passo de fé. Se a igreja estiver experimentando um período de desencorajamento, ou está enfrentando um período de conflitos, essas questões devem ser resolvidas antes de partir para múltiplos cultos.

Quais são as questões fundamentais?

Qualquer igreja que deseja iniciar um novo culto deverá trabalhar cuidadosamente algumas etapas e considerar as seguintes questões fundamentais:

Questão 1: Estilo de culto

A questão principal que muitas igrejas enfrentam é a de decidir se o novo culto será idêntico ao já existente ou se será num estilo diferente. Fator chave a considerar: Diversidade da congregação.

Questão 2. Equilíbrio na freqüência

Uma questão que passa freqüentemente despercebida é se as freqüências dos dois ou mais cultos serão equilibradas. Fator chave a considerar: a capacidade de assento do auditório, a configuração da congregação (solteiros, casados com filhos, idosos.) e o estilo de vida, de um modo geral.

Questão 3. Horário dos cultos

O horário dos novos cultos adicionais é um elemento que poderá definir o sucesso ou o fracasso da iniciativa.Fator chave a considerar: o volume de trânsito (gente e automóveis), comunhão necessária e o estilo de vida das pessoas.

Questão 4: Berçário e criançasUma das questões mais difíceis e complicadas a considerar é quando e como providenciar a assistência necessária a crianças.Fator chave a considerar: a idade das crianças da sua congregação, a expectativa dos membros e o número em potencial de pessoas a servirem nesse ministério.

Questão 5: Música

Múltiplos cultos aumentam a necessidade de um número maior de pessoal na área da música.Fator chave a considerar: a disponibilidade do atual potencial de pessoal na área da música.

Questão 6: Ministérios de apoio

Acrescentar um novo culto requer um adicional apoio de pessoal.

Page 27: Multiplicando Igrejas Sadias

Fator chave a considerar: A disponibilidade de um apoio adicional de pessoas em áreas cruciais de ministério.

Nélio DaSilva

PLANEJANDO ESTRATEGICAMENTE

Se existe uma coisa com a qual talvez todos nós – líderes de igreja – podemos concordar é que estamos interessados na direção da nossa igreja. É nosso desejo sermos sensíveis à ação de Deus na vida e direção da igreja que ele nos deu para liderar, uma vez que “Em seu coração o homem planeja seu caminho, mas o Senhor determina seus passos”. (Provérbios 16:9)

Uma maneira eficiente e que – creio eu – pode ajudar a estabelecer um futuro melhor para a sua igreja é apontar uma equipe de planejamento, a fim de estabelecer sua VISÃO para os próximos cinco anos, e com a maior clareza possível.

Equipe de Planejamento

Comece por indicar algumas pessoas-chaves que venham a fazer parte desse longo planejamento. Essa equipe deve ser composta de homens e mulheres que tenham algum tipo de envolvimento na igreja. Portanto, selecione...

• Pessoas que sejam líderes• Pessoas que tenham o desejo sincero de ver a igreja crescer• Pessoas dotadas de um verdadeiro espírito de equipe (que possam trabalhar juntas).• Pessoas capazes de tomar decisões• Pessoas que sejam relativamente novas na vida da igreja.

Eu sugeriria que o número de membros para a equipe de planejamento não devesse ter mais de sete pessoas.

Os Ingredientes

Um bom planejamento a longo prazo deverá incluir uma boa revisão e/ou – se a sua igreja ainda não possui - uma nova exposição de quatro declarações básicas.

1. Uma Declaração do seu PropósitoUm propósito ou uma declaração de missão consiste nas razões bíblicas pelas quais a igreja existe.

• Deve ser fundamentada claramente na Palavra de Deus.• Deve ser comunicada de tal maneira que as pessoas possam saber o que isso significa.

Observação: Uma boa e contundente declaração de propósito pode ser elaborada com menos de 25 palavras.

2. Uma Declaração da sua VisãoUma declaração de visão expressa como a igreja irá agir na sua região ou área (geográfica) ministerial. Características que devem estar presentes na sua declaração de visão:

• Deve ser relevante para seu local de ministério• Deve ser suficientemente grande para desafiar o povo, e bastante pequena a ponto de não

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desencorajá-los.

Observação: A declaração de visão deve responder à questão: “Se a nossa igreja for tudo aquilo que Deus deseja que seja nos próximos cinco anos, então nós nos propomos...”

3. Uma Declaração de ValoresUma declaração de valores consiste numa lista de princípios básicos que impulsionam sua igreja à ação.

• Eles são os fatores que estão por trás de todas as decisões.• Eles são a chave para um ministério eficiente.

Observação: Freqüentemente eles são emocionalmente enraizados na história da vida da sua igreja.

4. Uma declaração dos seus ObjetivosUma declaração de objetivos na realidade é uma extensão do propósito e da visão da igreja, só que agora explicando com maiores detalhes o que deve tomar lugar, a fim de que os objetivos sejam alcançados.

• Eles pormenorizam como uma congregação local espera preencher seu propósito.• Eles são vistos com maior clareza mediante as programações da igreja.

Observação: Os objetivos se relacionam diretamente com cada área de relevância no ministério da igreja.

A declaração dos seus objetivos será – com toda a certeza – a seção mais extensa do seu plano, a qual deverá assinalar os alvos que você espera alcançar em cada área de relevância ministerial. A maioria das igrejas deverá estabelecer alvos nas áreas de...

- Evangelismo - Adoração- Educação Cristã - Assimilação de Novos Membros- Missões - Ministério de Família- Adoração - Ministério de Homens- Ministério com Jovens - Ministério de Criançasetc.

O Processo

Passo #1 – Comece com Pastor TitularPeça ao pastor que escreva uma breve declaração para cada uma das seções mencionadas acima, as quais são particularmente importantes à futura direção da igreja.

Passo #2 – Reveja com a equipe ministerial (Pastor Assistente, e outros pastores da igreja, caso haja mais de um pastor.)Dê à equipe ministerial a oportunidade de escreverem suas próprias idéias e comentários, a fim de exporem as idéias do pastor titular e de cada membro da equipe ministerial.

Passo #3 – Reveja com a liderança da igrejaFaça cópias das idéias e comentários do pastor titular, bem como da equipe ministerial, e as ofereça a cada membro da diretoria/conselho da igreja, com o pedido de que a eles acrescentem suas próprias idéias e comentários.

Passo #4 – Reveja com os líderes de ministériosPeça aos demais líderes dos principais ministérios da igreja que revejam os planos que estão

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em desenvolvimento, pedindo-lhes que acrescentem a eles suas próprias idéias e comentários.

Passo #5 – Escreva o Primeiro RascunhoDepois de haverem sido recebidas as informações dos líderes de ministério no passo #4, faça com que a equipe de planejamento - a equipe de aproximadamente sete pessoas - venha a se reunir para compilar e escrever um novo rascunho de seus planos para os próximos 5 anos.

Passo #6 – Sinta o “Pulso” da CongregaçãoUma vez que o primeiro rascunho haja sido escrito, tome o pulso da congregação, oferecendo-lhes cópias para que os membros façam uma revisão e teçam os comentários que desejarem.

Passo #7 – Trabalhe no Documento FinalApós sentir o pulso da congregação, escreva o planejamento final da sua projeção para 5 anos, e mova o processo que deve tomar lugar dentro da sua estrutura eclesiástica, a fim de ser aprovada.Lembre-se de que seu plano deverá passar por várias escritas, antes de ser finalmente aceito. Normalmente o tempo para desenvolver um plano de cinco anos envolvendo as fases sugeridas acima deverá levar em média entre nove e doze meses.

FinalmenteUma vez que o planejamento é finalizado, este deve ser comunicado a toda a congregação. Considere separar dentro do seu calendário um dia especial onde o planejamento possa ser apresentado para toda a congregação.

Nélio DaSilva

MARKETING NA IGREJA

Doutrina sadia, boa comunhão, boa prática de oração e, de forma generalizada, um ministério o melhor possível. Poderão esses elementos garantir o crescimento de uma igreja? Não, necessariamente. Algumas vezes, não obstante tenham os ingredientes básicos nos lugares certos, as igrejas não crescem.

A. Problema

A realidade é que não são poucas as igrejas que não se comunicam bem com seu público alvo. O problema é que elas não têm uma imagem definida. Acontece que uma imagem desleixada envia às pessoas uma mensagem óbvia de desleixo; conseqüentemente, em razão desse fator muitas delas deixam de ser alcançadas. Por outro lado, uma imagem clara e definida provoca a impressão de um ministério excelente, o que redunda em sua atração sobre as pessoas.

O que é uma imagem?

Imagem é uma intangível, mas muito importante parte de uma estratégia de crescimento de uma igreja. O dicionário de Webster define imagem como: “...impressão do público em geral, a qual é freqüente e deliberadamente criada ou modificada pela propaganda ou publicidade (...)”

É bíblico fazer propaganda?

As igrejas do Novo Testamento nunca publicaram um “folder”, ou fizeram uso de propaganda usando correio ou qualquer meio similar. No entanto elas criaram uma atmosfera em que o crescimento se fazia presente. Os meios que usaram no passado chamaríamos hoje de marketing. Veja alguns exemplos:

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Cartas do Novo TestamentoAs cartas do Novo Testamento são instrumentos óbvios de propaganda. Lucas, João, Tiago, Pedro e Paulo, todos eles usaram essa ferramenta de propaganda a fim de comunicar o amor, o cuidado, o ensino e a exortação às pessoas que não tinham condições de ser alcançadas de outra maneira.

Boca a bocaA instrumentalidade mais antiga e também mais eficiente já estava bem presente no Novo Testamento. Milhares de pessoas foram alcançadas por esse maravilhoso instrumento de propaganda. A igreja de Tessalonica é um exemplo típico do espalhar “boca a boca”: “...partindo de vocês, propagou-se a mensagem do Senhor na Macedônia e na Acaia. Não somente isso, mas também por toda parte tornou-se conhecida a fé que vocês têm em Deus. O resultado é que não temos necessidade de dizer mais nada sobre isso”. I Tessalonicenses 1:8

Considere ainda o familiar João 3:16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Perceba que todos os elementos de um bom marketing estão nesses versículos: o Produto – Jesus Cristo; a Oferta – Gratuita; a Promessa – Vida Eterna! Deus, na realidade foi o primeiro grande “marketeiro”. Os princípios de marketing foram criados pelo próprio Deus.

O que o marketing não pode fazer

Apesar de ser o marketing um método que pode ser usado para comunicar as Boas-Novas, ele não é um método de se ficar rico usando truques e práticas de crescimento rápido.

O marketing não irá mudar a realidade. Se a igreja não exemplifica aquilo que apregoa ela não irá crescer. Uma vez que o público visita uma igreja ele fica sabendo se o marketing é verdadeiro ou não. Uma propaganda falsa é capaz de trazer pessoas à igreja, mas apenas uma única vez.

O marketing não irá promover crescimento pessoal. O crescimento pessoal é um processo, não um evento! Ele toma lugar através do tempo e à medida que as pessoas aprendem, aplicam as verdades aprendidas e experimentam a nova vida. O melhor que o marketing pode fazer é ajudar as pessoas trazendo a elas informações que poderão auxiliá-las em seu crescimento.

O marketing não irá substituir o relacionamento pessoal. Os “marketeiros” seculares sabem muito bem que a melhor de todas as propagandas é se ter um cliente satisfeito, que irá contar a outros a boa experiência que teve com um determinado produto ou com uma loja. O mesmo ocorre com a igreja. André contou a Pedro; Felipe contou a Natanael. O espalhar de boca a boca é sempre o meio mais eficiente.

O que o marketing pode fazer

O marketing não é o coquetel de remédios para todas as doenças da igreja. No entanto, com toda a certeza poderá ser de grande benefício para seu crescimento saudável.

O marketing pode levantar o moral. Lyle Shaller, um famoso consultor de igreja americano afirma que o inimigo número um da igreja é o moral baixo. Uma estratégia positiva de marketing pode levantar o moral do povo e dar a eles um ponto de referência para convidarem seus amigos a virem à igreja.

O marketing pode criar uma atmosfera de crescimento. Visitantes em potencial podem, mediante o marketing, aprender sobre a oportunidade de um relacionamento pessoal com o

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Deus vivo e verdadeiro. Essas pessoas podem saber do interesse da igreja em lhes preencher a necessidade. Podem ainda vir a saber da sua maneira de aceitar pessoas novas na comunidade.

O marketing pode atrair visitantes. Apesar de muitas pessoas terem uma certa dificuldade em verbalizar o que as atrai a uma determinada igreja, um dos elementos de atração é a imagem que tal igreja projeta a respeito de si mesma. Um bom marketing pode criar uma imagem convidativa a fim de fazer com que as pessoas venham a se envolver em oportunidades e eventos específicos.

O marketing pode moldar as atitudes da comunidade. O marketing oferece à igreja uma oportunidade de dizer às pessoas da comunidade onde está ela localizada a respeito do seu desejo de abraçar, receber, contribuir, bem como compartilhar entusiasmo e vida de Cristo a todos que estão ao seu redor.

Como iniciar um bom marketing

• Construa em sua comunidade o desejo de alcançar o perdido.• Desenvolva uma equipe de editores, escritores, desenhistas (talvez você se surpreenda com a quantidade de talentos que você tem em sua comunidade).• Investigue as necessidades, as atitudes e os interesses do seu público alvo.• Focalize seu marketing dentro da sua área de ministério.• Direcione diferentes estratégias para os atuais membros, para pessoas que andam em busca de igreja, e para a população sem igreja, que você está querendo atrair.• Invista 5% do orçamento total da igreja em seu plano de ação.

Estratégia Equilibrada

Um eficiente e produtivo marketing deve ser equilibrado entre as cinco áreas seguintes:

1. Boca a Boca: Enfatize a Grande Comissão. Construa o moral da sua congregação. Ajude seus membros a identificar amigos e familiares. Providencie uma série de eventos a fim de que membros possam trazer à igreja seus amigos e familiares.

2. Exercite Comunicação Interna. Publique uma “newsletter” da igreja, ou seja, um jornal comunitário numa base mensal ou bimensal. Ofereça oportunidades de ministério e envolvimento. Comunique vitórias e temas positivos.

3. Trabalhe na Primeira Impressão. Faça um folder tendo em mente, como alvo, a pessoa alienada do evangelho e sem nenhuma participação em igreja. Use fotos de pessoas da igreja em seu envolvimento com ministérios. Faça um convite para que as pessoas venham à igreja. Coloque no seu folder algumas frases de pessoas, indicativas da maneira em que a igreja as tem ajudado.

4. Marketing pelo Jornal Local - Use pequenos jornais que atingem diretamente seu segmento e área de ministério. Fixe determinado tema em cada propaganda. Use humor. Solicite resposta. Desenvolva quatro anúncios e repita-os quatro semanas de cada vez.

Conclusão

A questão fundamental que todas as igrejas deveriam se perguntar é esta: “O que as pessoas estão pensando a nosso respeito?”

Em todos os casos só existem três respostas.

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1. Elas pensam positivamente a respeito da nossa igreja.

2. Elas pensam negativamente a respeito da nossa igreja.

3. Elas não pensam absolutamente nada a respeito da nossa igreja.

A resposta número um tem o potencial de criar uma atmosfera de crescimento. A resposta número dois é uma tragédia. A resposta número três é uma anátema!

Igrejas crescentes devem criar um ambiente onde as pessoas pensem a respeito da sua igreja, e pensem positivamente.

Nélio DaSilva

O PASTOR REVITALIZADOR (PARTE 1)

O mundo dos negócios da atualidade está em busca de “Turnaround Managers”, ou seja, aqueles executivos que se deparam com uma empresa que está enfrentando desgastes e perdas financeiras, e ao assumirem a sua liderança fazem com que um rumo completamente novo e positivo passe a tomar lugar, trazendo ar fresco, nova direção e – conseqüentemente - lucros para ela. Lee Iacocca e seu trabalho na direção da Chrysler tornou-se um exemplo clássico de um “Turnaround Manager”.

De modo similar, igrejas desgastadas e necessitadas de revitalização precisam também freqüentemente da habilidade e perícia de um “Turnaround Pastor”. Esses indivíduos se deparam com uma igreja em declínio, e mediante sua arguta e florescente liderança fazem com que ela venha a experimentar crescimento e uma nova e necessitada vitalidade.

Quais são as características de um turnaround pastor, ou de um pastor revitalizador?... É minha pretensão deixar com você doze características que distinguem o pastor revitalizador do restante da população pastoral. Para uma melhor identificação creio ser pertinente dividir as características entre as áreas Pastoral e de Liderança.

Características Pastorais

1. EmpatiaO pastor revitalizador experimenta forte empatia com as cargas e aflições das pessoas sob seu cuidado pastoral, e tem uma habilidade toda especial de lidar sinceramente com essas questões. Em outras palavras: ele sabe quando chorar e quando se regozijar com seu povo.

Exemplo - Neemias tomou conhecimento de que o povo remanescente em Jerusalém estava em “grande sofrimento e humilhação”, e em função disso a sua reação foi: “...sentei-me e chorei. Passei dias lamentando-me, jejuando e orando ao Deus dos céus” (Neemias 1:3,4). De modo semelhante, a empatia de Paulo por seus irmãos judeus foi tamanha que ele escreveu: “Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de minha raça” (Romanos 9:3).

2. SensibilidadeO pastor revitalizador exibe uma sensibilidade fora do comum para com o palpitar do coração da congregação. Ele sabe quando deve ir adiante e quando dar alguns passos para trás.

Exemplo - Quando Esdras, o profeta, leu o livro da lei de Deus, o povo ficou profundamente consternado com seus próprios pecados. Neemias sentiu que a sua exausta congregação tinha

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sido forçada para lá dos seus limites. Portanto ele agora declara um dia de celebração, e pede que os levitas acalmem o povo. Algum tempo depois Neemias observou um dia para confissão corporativa e arrependimento (Neemias 8:5;9:4).

3. EquilíbrioApesar de ser o revitalizador um indivíduo de apurada sensibilidade, ele está envolvido numa missão profética. Assim sendo, como tal ele expõe seus propósitos com clareza e firme determinação, tendo o equilíbrio e a habilidade de orientar seu ministério às pessoas, sem se esquecer da tarefa e missão que está à sua frente.

Exemplo - A missão de Jesus era de salvar e buscar o que se havia perdido, mas ele também encontrou tempo para visitar pessoas que traziam consigo um vazio existencial, investindo além disso tempo, cuidado e consideração para com as crianças (Lucas 19:1-10; cf Lucas 18:15-17).

4. EquipamentoO pastor revitalizador assume com clareza a responsabilidade de “...preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:12). Ele equaliza seu ministério para grupos grandes e grupos pequenos, tendo ao mesmo tempo a visão de treinar uns poucos, mas seletos líderes, para a liderança futura.

Exemplo - Paulo ministrou a grandes grupos e multidões, mas selecionou e trouxe para perto de si um pequeno grupo de indivíduos, que seriam os futuros líderes da Igreja. Paulo segue com exatidão a mesma estratégia de Jesus (Atos 15:40;16:3).

5. Discernimento O pastor revitalizador evidencia uma habilidade de discernir entre as atitudes que vêm de Deus e as que procedem do homem. Ele parece ter uma capacidade especial de ler entre as linhas, e de discernir entre agendas carnais e agendas espirituais.

Exemplo - Neemias escreveu: “Percebi que Deus não o tinha enviado, e que ele havia profetizado contra mim, porque Tobias e Sambalate o haviam contratado” (Neemias 6:12; cf. 10-14).

6. Visão

O pastor revitalizador é por natureza empreendedor. Ele recebe com ansiedade e empolgação a tarefa que Deus lhe confiou, e assim a executa. No processo de concretizá-la ele motiva outros a buscar e alcançar o mesmo alvo.

Exemplo - O apóstolo Pedro encorajou líderes a “...pastorear o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir”. (I Pedro 5:2)

Características de Liderança

7. IniciativaO pastor revitalizador não faz tão-somente que as coisas aconteçam, como inicia processos de mudanças. Ele exibe um humilde senso de inadequacidade, e se coloca na dependência total de Deus.

Exemplo - Josias começou uma reforma “...sendo ainda bem jovem”. Moisés disse a Deus: “Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito?” (Êxodo 3:11)

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8. Clara VisibilidadeO pastor revitalizador assume posturas bem visíveis, frontais. Sua liderança está altamente associada à sua qualidade de vida. Ele estabelece exemplos de inspiração.

Exemplo - Paulo foi, com toda a certeza, influenciado pela morte de Estêvão (Atos 7:58;8:1). Posteriormente ele desafiou outros a seguir seu próprio exemplo (I Coríntios 4:14-17).

9. Prioridades DefinidasO pastor revitalizador tem a capacidade de realizar suas tarefas com a clara compreensão das suas prioridades. Ele se focaliza naquilo que Deus - de maneira singular - o capacitou a fazer.

Exemplo - Em meio a contínuas demandas por seu tempo, Jesus era dotado de uma calma, um propósito e uma direção muito precisos para a sua vida. No final dela ele orou: “Eu te glorifiquei na Terra, completando a obra que me deste para fazer” (João 17:4).

10. Estabilidade PessoalO pastor revitalizador manifesta consistência e perseverança em meio às pressões. Ele ocupa uma posição que traz consigo um alto nível de estresse, desafiando freqüentemente valores e compromissos que – fatalmente – resultam em conflitos e oposições.

Exemplo - Estêvão demonstrou serena estabilidade, em face de uma hostil oposição (Atos 7:54,55). Pedro e João também são exemplos de serenidade em face da oposição (Atos 4:13).

11. MotivadorO pastor revitalizador compreende a natureza da tarefa que tem à sua frente, e sabe como motivar outras pessoas rumo à concretização do seu alvo; e no processo ele recebe o apoio e o suporte das pessoas.

Exemplo - Moisés se identificou com a aflição do povo; sugeriu um plano para solucionar essa aflição e foi reconhecido como o homem de Deus para liderar o povo naquela situação (Êxodo 12).

12. Atitudes ArrojadasO pastor revitalizador é freqüentemente identificado como rude e autoconfiante. A confiança dele vem de uma profunda fé em Deus, fé essa que o capacita a assumir riscos significativos. O bem-sucedido resultado dos seus riscos fortalece freqüentemente a fé daqueles que o seguem. Contudo, em algumas ocasiões os resultados podem ser também desastrosos.

Exemplos - Pedro lutava constantemente para se equilibrar entre a rudeza e a verdadeira liderança. Eventualmente ele aprendeu a tal ponto a temperar essa qualidade, que pôde canalizá-la para propósitos bastante produtivos.

Conclusão

O pastor revitalizador tem a capacidade universal de fazer as coisas acontecerem. Como líder no Corpo de Cristo, o pastor revitalizador é singularmente suprido pelo Espírito Santo com o dom de liderança. “Se alguém tem o dom de exercer liderança, que a exerça com zelo”, diz Romanos 12:6,8.

O pastor revitalizador tem um profundo cuidado pastoral para com a sua congregação, enquanto faz simultaneamente as coisas acontecerem. Até mesmo os membros relutantes a mudanças não são alienados, e sim gentil e amorosamente liderados.

Nélio DaSilva

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PREPARANDO A CASA PARA RECEBER CONVIDADOS

Algo que tem sido rotina em minha casa é a preparação que fazemos para receber nossos convidados. Estou perfeita mente consciente de que esta não é uma prática singular na minha família, mas generalizada. Essa preparação envolve limpeza dos banheiros, esvaziamento de cestos de lixo, uso do aspirador de pó (minha especialidade), retirada do pó dos móveis, e por aí vai...

De modo semelhante, igrejas crescentes investem uma quantidade significativa de tempo no processo de preparar “a casa” para receber seus convidados e visitantes. Essas igrejas sabem que...

1. É necessário que haja visitantes para que uma igreja possa crescer. Nenhuma igreja cresce sem que se possa contar com eles. Como regra geral, uma congregação necessita de 4 a 5% da freqüência a seus cultos de visitantes de primeira vez, para que possa experimentar um crescimento significativo.

2. Alguns visitantes irão retornar para uma segunda visita. As igrejas crescentes criam uma atmosfera que faz com que os visitantes sintam o desejo de voltar para uma segunda visita. Também, como regra geral, pelo menos duas em cada dez pessoas que visitam uma igreja pela primeira vez devem retornar para uma segunda visita, a fim de que a igreja experimente um crescimento numérico.

3. Visitantes tomam decisões rápidas.A maioria dos visitantes decidem se irão voltar a uma igreja nos primeiros 5 a 8 minutos da entrada pela porta frontal. Se a primeira impressão é negativa, torna-se difícil mudá-la.

Preparando Para Receber Visitantes

Eis aqui sete áreas nas quais uma igreja deveria focalizar sua atenção, na medida em que realmente se prepara para receber visitantes.

1. Cuide das suas instalaçõesOs visitantes observam, e começam a formar opinião a respeito da sua igreja nos primeiros minutos. Portanto:

• Pinte a igreja a cada cinco anos. Essa é uma excelente maneira de envolver pessoas num mutirão de “embelezamento” das suas instalações físicas.• Redecore o interior da igreja a cada cinco anos. Preste atenção a pequenos detalhes; eles poderão fazer uma diferença significativa na percepção geral.• Mantenha a igreja o mais limpa possível.• Substitua tapetes e cortinas a cada dez anos.

2. Remodele seu berçárioOs pais da atualidade trazem consigo a expectativa de que o berçário de uma igreja seja comparável ao quarto do seu bebê em casa. Eles esperam que ele seja dotado da mesma qualidade da creche aonde enviam seus filhos.

Para receber convidados...

• Redecore o berçário a cada três anos (pelo menos). • Desinfete o berçário toda semana.• Ofereça treinamento apropriado às pessoas que trabalham no berçário.• Por uma questão de familiaridade, mantenha tanto quanto possível as mesmas pessoas no

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ministério do berçário.• Ofereça segurança aos pais.

3. Ofereça clara direção aos visitantesHá alguns anos o parque da Disney, na Califórnia, informou ao público em geral que a pergunta mais freqüentemente formulada pelos visitantes do parque é esta: “Onde fica o banheiro?” Pois seus visitantes também necessitam de direção em áreas-chaves, como berçário, banheiro, salas etc.

Para receber convidados...

• Prepare um pequeno mapa das suas instalações, dando as coordenadas a fim de serem rapidamente compreendidas pelos visitantes.• Posicione sinais visíveis a nível dos olhos, apontando para a relevante ação da igreja.• Treine hospedeiros para saudar e direcionar visitantes a importantes áreas.

4. Receba e dê boas-vindas aos convidados com um sorriso no rosto, e franca cordialidade

Uma loja que se tem destacado por seus gestos simples de cordialidade é a cadeia de lojas Wal Mart. Li recentemente que a Wal Mart já está em grandes centros no Brasil, e pretende se expandir até capitais menores. Uma característica interessante de todas as lojas da Wal Mart é a maneira graciosa e cordial de atendimento nos primeiros 5 segundos da entrada do cliente naquela loja.A Wal Mart compreendeu aquilo que igrejas ainda sentem uma enorme dificuldade de entender: as pessoas decidem voltar para uma segunda visita nos primeiros minutos de atendimento.

Para receber convidados...

• Comece pelo estacionamento. Dê calorosas e positivas boas-vindas às pessoas que estão estacionando seu carro no estacionamento (caso a igreja tenha estacionamento).• Estenda uma calorosa saudação aos visitantes, à medida que eles estejam se aproximando do prédio da igreja, mediante bem treinados atendentes.• Providencie relevantes informações sobre a igreja por meio de um atraente e acessível “balcão de informações”, ou “centro de recepção”. • Estabeleça significativas conexões entre novos visitantes e as pessoas da igreja, ao apresentar a estas esses novos convidados.• Providencie para os visitantes um pequeno lanche composto de café, bolo e refrigerante, num lugar a eles reservado. Nesse lugar eles deverão ter um encontro informal com o pastor e sua esposa.• Certifique-se de estar oferecendo ao visitante um confortável lugar na igreja.

5. Aprimore seu culto

As pessoas na sociedade atual estão cada vez mais sintonizadas com programas mais organizados e bem planejados. Apesar de termos uma clara compreensão de que o culto é muito mais do que uma apresentação ou uma mera perfórmance, a realidade é que ele precisa ser muito bem preparado, a fim de assegurar o retorno do visitante. (Mais sobre este assunto no tópico “Aprimorando o seu culto”, que pode ser acessado nesta mesma seção do site.)

Para receber convidados...

• Construa seu culto ao redor de um tema específico.• Permita participação dos adoradores.• Crie um senso de fluxo no culto.• Acelere o compasso.

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• Elimine “espaços mortos”.• Use variedade.• Valha-se da criatividade.

6. Pregue mensagens relacionais

À medida que vamos avançando no novo século aumentam dia a dia as doenças emocionais sobre as pessoas. Faz alguns anos uma jovem que eu havia casado tempos atrás me fez a seguinte afirmação: “Pastor, ao entrar na igreja toda bem adornada no meu vestido de noiva eu não tinha idéia da bagagem emocional que estava trazendo para meu casamento”.

Famílias quebradas, pais e mães solteiros, situações de codependência de ordem física, mental, sexual, e abusos de substâncias químicas criaram uma geração de gente ferida. Tanto visitantes como participantes regulares da igreja não precisam ser espancados pelo púlpito; eles necessitam é de encorajamento, aceitação, vitalidade e esperança, que só o Evangelho pode oferecer.

Para receber convidados...

• Compreenda as necessidades das pessoas.• Providencie respostas bíblicas para as necessidades delas.• Ilustre sua mensagem partindo da vida real e à luz dos nossos dias.• Conte histórias de pessoas que tiveram necessidades semelhantes e encontraram respostas em Jesus Cristo.• Remova obstáculos físicos, como grandes púlpitos e móveis obsoletos.• Compartilhe sua própria vida.• Use humor.

7. Faça um acompanhamento apropriado

Tradicionalmente igrejas faziam acompanhamento a visitantes enviando uma carta assinada pelo pastor, seguida de uma visita do próprio pastor ou de membros da igreja. No entanto, com o aumento da criminalidade e com a dificuldade das pessoas em abrir imediatamente a sua casa, as dificuldades de acompanhamento aumentaram.

Para receber convidados...

• Expresse sua amizade mediante uma ligação telefônica.• Agradeça a cada convidado por intermédio de um pequeno cartão. Evite a impessoalidade de uma carta.• Informe os visitantes sobre eventos que estão tomando lugar na igreja.• Peça a todos os visitantes de segunda vez que participem de um “café com bolo” na casa do pastor. Esse convite deve ser formulado mediante um convite especial, em dia e hora pré-determinados.

(Esse tópico é desenvolvido com maior amplidão no Seminario de Assimilação e Integração. Maiores informações sobre o seminário podem ser adquiridas na secção “seminários” deste site.

Nélio DaSilva

O PASTOR REVITALIZADOR (PARTE 2)

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Como você pode recuperar a sua igreja de um desastre? Como você consegue ajudar seu povo a “catar os cacos” do chão, colocando o passado para trás e contemplando confiantemente o futuro?

Desastres podem ameaçar a saúde da sua igreja após uma divisão, um problema de ordem moral, um dilema moral (impropriedade por parte do pastor), ou mediante uma série de outros eventos. Certamente que trazer a igreja de volta após algumas dessas hecatombes exige oração, paciência, perseverança, criatividade e uma estratégia assaz saudável.

Inimigos ao redor

Igrejas que enfrentam desastres têm pelo menos quatro inimigos que devem ser enfrentados e derrotados. Esses inimigos são:

Inimigo número um: Moral Baixa. Pessoas que gastaram anos e até mesmo meses dentro de uma atmosfera estilo panela de pressão irão fatalmente se desencorajar. Elas podem até ficar revoltadas contra Deus por haver permitido que tal coisa lhes houvesse acontecido... Sonhos desfeitos, segurança ameaçada e pessoas se sentindo emocionalmente espancadas trazem como resultado um desencorajamento generalizado, que só tende a descambar para a moral baixa.

Inimigo número 2: Necessidade de sobrevivência. As pessoas irão assumir uma posição defensiva a fim de se proteger a si próprias de feridas, ameaças e perigos. Novas maneiras de fazer as coisas e soluções criativas serão recebidas com resistência. A tendência é buscar proteção a todo custo, o que leva as igrejas a um estilo prevalecente de agir sempre pensando na necessidade de sobreviver ao caos.

Inimigo número 3: Atitudes Passivas. As pessoas terão a tendência de manifestar a atitude de “esperar para ver”. Novas iniciativas de buscar novas soluções terão freqüentemente como resposta atitudes mornas, abúlicas e apáticas. Muitos verão o ministério como uma armadilha, e se recusarão a se envolver, como resultado de atitudes passivas.

Inimigo número 4: Consolidação de Poder. Alguns líderes irão se agarrar com unhas e dentes ao seu poder de decisão. Qualquer pessoa que desafiar esse novo controle adquirido será recebida com grande resistência. Lideres de igreja terão a tendência de consolidar seu poder e controle sobre todas as funções da igreja.

Inimigo número 5: Perda de Respeito. As pessoas irão perder o respeito pelo oficio pastoral. O pastor é freqüentemente percebido como sendo parte da crise. Direta ou indiretamente o oficio será visto com desconfiança. Um novo pastor terá que enfrentar por meses a fio, ou talvez por alguns anos, a falta de respeito em função dos eventos ocorridos no passado.

Três Princípios

#1: Um eficiente pastor revitalizador trabalha de baixo para cima.Ele promove uma sadia reviravolta numa igreja que tenha a habilidade de envolver as pessoas numa base pública e privada. Em outras palavras: enquanto ele promove uma nova visão pelo púlpito, o pastor revitalizador deve estar próximo das pessoas a fim de ajudá-las a recuperar seu entusiasmo e sua coragem, e assim seguirem em frente rumo ao futuro.

#2. Um eficiente pastor revitalizador movimenta-se com rapidez.A sabedoria prevalecente nos diz que pastores não devem tomar grandes decisões no seu primeiro ano de pastorado. Creio ser o oposto a verdade, quando se trata de um pastor revitalizador. Promover mudanças radicais numa igreja significa tirar vantagem do período de lua-de-mel e fazer tantas mudanças quantas forem possíveis. Não há tempo para esperar,

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diante de uma situação de crise.

#3. Um pastor revitalizador eficiente toma a iniciativa.Liderar uma igreja que está em meio a uma situação de desastre não demanda consenso, de forma alguma. As pessoas que se encontram em meio a problemas estão buscando uma liderança diretiva. Promover um novo e salutar caminho para uma igreja significa assumir controle e dar-lhe uma direção sólida.

Sugestões para promover uma saudável reviravolta numa igreja:

1. Mantenha-se próximo das pessoas. Conheça essas pessoas. Marque reuniões estratégicas com grupos pequenos da igreja, a fim de ouvir o que lhes acontece na mente e no coração. Faça perguntas. Ouça, ouça, ouça. Tente identificar seus medos e apreensões. Parta para ações imeditas, a fim de aliviar qualquer tipo de estresse. Apague os fogos mais perigosos e ameaçadores.

2. Esteja atento ao uso do dinheiro. Determine uma quantia fixa que você necessita mensalmente. Despesas fixas incluem gastos de manutenção, aluguel, prestações mensais, salários, tudo, enfim, que é essencialmente necessário para que você possa operar. Apesar de você não desejar – e isso é sábio – ter controle direto do dinheiro, você deve ser um entre aqueles que terá poder de decidir para onde o dinheiro deve ir. Para se manter solvente, gaste apenas aquilo que você arrecadou no mês passado. Dessa forma você se manterá solvente nos próximos 30 dias.

3. Focalize-se no positivo. Apesar de parecer difícil, o fato é que toda situação, por mais crítica que seja, tem seus aspectos positivos. Por exemplo: uma igreja que sofreu o choque e o traumatismo de ver as suas instalações destruídas por incêndio, ao olhar a situação pelo lado positivo poderá reerguer seu edifício criando uma nova estrutura física, que seja mais condizente com suas necessidades.

4. Crie uma nova visão para o futuro. Tão-somente uma nova visão tem a capacidade de fazer com que as pessoas apanhem os cacos do chão e se posicionem com o olhar para o futuro. Estabeleça a visão clara e determinada de que o melhor ainda está por vir; compartilhe essa visão em suas mensagens aos domingos, nos grupos pequenos, na conversa uns com os outros, e em todas as oportunidade que tenha a seu dispor. Lembre-se de que as pessoas perecem porque não têm visão. Como diz Salomão: Onde não há visão a casa cai.

5. Enfatize a sua missão/propósito. Reveja e/ou reescreva a sua declaração de propósito. Comunique-se com seu povo, revelando-lhe como isso impacta a situação em que você se encontra. Coloque a sua declaração de missão num pequeno plastificado, do tamanho de um cartão de visita. Distribua a declaração entre todas as pessoas da igreja, a fim de que elas o levem em sua carteira, junto com seus cartões de crédito etc.

6. Dê às pessoas uma forma de se sentirem bem a respeito de si mesmas. Em outras palavras: seja um encorajador. Convide-as a ir a sua casa, e ofereça-lhes um lanche, aproveitando a ocasião para lhes agradecer por permanecerem firmes no barco. Peça a elas que compartilhem a forma em que Deus tem trabalhado na vida delas. Descreva situações bíblicas, nas quais Deus se manifestou em tempos de grandes dificuldades e desencorajamento. Visualize como Deus pode portentosamente operar na sua atual crise. Desafie as pessoas a confiar em Deus, nesse mesmo Deus que operou maravilhas no seu passado.

7. Crie situações em que as pessoas possam ser bem- sucedidas. Estabeleça alguns projetos curtos, ou alvos que você sabe que elas poderão alcançar. Lidere-as em direção a eles. Quando o alvo for alcançado, faça um barulho e celebre essa vitória. Trabalhe no moral do

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povo, e você verá que gradualmente as pessoas estarão sendo preparadas para alvos maiores e mais desafiadores.

8. Use o melhor que você tiver - os melhores professores, músicos e líderes com os quais você pode contar. Mantenha a qualidade tanto quanto puder. Ore especificamente a fim de que Deus traga as pessoas que você precisa a fim de desenvolver seu ministério. Envolva-as para que orem a Deus, e o Senhor traga os trabalhadores dos quais você necessita. Enfim, use os melhores dons e talentos que Deus preparou para você nesse momento histórico do seu ministério.

9. Comunique, comunique, comunique. Seja específico e cristalinamente claro na sua comunicação. Lembre-se de que comunicação não é o que você diz, e sim o que as pessoas realmente entendem. Portanto, explique – com clareza – como cada pessoa ou grupo pode contribuir para levar a igreja a um nível muito mais elevado de saúde. Mantenha o máximo possível as pessoas informadas mediante comunicação via carta ou e-mail. Valha-se de grupos pequenos, em meio aos quais as pessoas possam ouvir sobre os passos que estão sendo tomados em relação ao futuro; ofereça a elas a oportunidade de se expressarem e formularem suas perguntas. Torne público tudo que for apropriado para o devido momento. Mantenha um espírito de abertura e transparência.

10. Estabeleça um plano. Pesquise continuamente a sua realidade. À medida que você começar a falar com as pessoas, sempre procurando articular o linguajar positivo, você irá perceber que um plano começará a tomar lugar. Faça uma lista das suas opções debaixo dos seguintes tópicos, e trace suas próprias considerações:

a) O que deve ser feito imediatamente?b) O que deve ser feito dentro de um ano?c) O que pode esperar por mais de um ano?

Ao tentar responder a essas perguntas você estará se focalizando nas suas necessidades imediatas, desenvolvendo ao mesmo tempo um plano a médio e a longo prazo.

Conclusão

* Quais foram as idéias neste artigo que se identificam com o momento atual da sua igreja?

* Quais são os passos que você deve tomar na sua própria igreja?

* O que você irá fazer a fim de iniciar o que tem de ser feito?

Nélio DaSilva

ESTABELECENDO UMA CULTURA DE SERVIçO

Um dos meus amigos estava pastoreando uma igreja, que aliás crescera substancialmente nos seus primeiros três anos de ministério. Como excelente estrategista ele a liderou de uma maneira bastante eficiente, ao desenvolver um plano de crescimento; trouxe pessoas para a sua visão e executou seu plano de uma maneira impecável.

Sob uma variedade de pontos de vista a igreja acabou se tornando uma das maiores na sua região. Tecnicamente tudo estava em ordem para que ela continuasse a experimentar

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crescimento. Contudo, no seu quarto ano sua freqüência caiu significativamente, e ela nunca mais alcançou a projeção de crescimento que experimentara nos primeiros anos.

Qual a razão disso? A igreja pastoreada por meu amigo fracassou em alcançar seu potencial porque as pessoas envolvidas não haviam compreendido que o coração de uma igreja crescente está na mesma proporção da sua habilidade de servir.

A incapacidade de servir deu seus primeiros passos no berçário das crianças. Não havia ninguém disposto a servir nesse tão importante e vital ministério da igreja. Aliás, o mesmo ocorreu em outros ministérios. O interessante é que, apesar de outras abordagens mais mecânicas para crescimento, tais como planos, estratégia, alvos etc. estivessem bem posicionados, o fato é que a igreja sofreu declínio em função da recusa dos seus membros em servir uns aos outros e à comunidade que eles tentavam alcançar.

Onde nos encontramos?

Compartilho essa história para dar ênfase ao fato de que o coração do crescimento de uma igreja depende basicamente do aspecto espiritual, e não do técnico. Toda experiência prática me mostra que até mesmo uma sólida organização e ministérios bem planejados irão eventualmente fracassar, se despojados do amor ativo, o cuidado e o serviço demonstrado para com o Corpo de Cristo e o mundo que pretendemos alcançar.

As Escrituras nos asseguram que as pessoas que precisam do Senhor Jesus seriam atraídas a ele na medida em que vissem que estamos amando uns aos outros (João 13:34,35), e não pelo fato de serem as nossas técnicas as mais avançadas e saudáveis. Sim, é óbvio que desejo enfatizar este ponto: precisamos estar certos de que o lado estratégico do nosso ministério tem sido solidamente estabelecido. As pessoas poderão se afastar da igreja, caso vierem a conhecer a maneira desleixada com que conduzimos nosso ministério. Por outro lado, a razão fundamental por que as pessoas são atraídas a Cristo vem pelo serviço que prestamos a elas.

Creio serem poucas as pessoas que irão discordar do fato de que as igrejas devem ser caracterizadas por seu serviço amoroso e sacrificial. O Senhor Jesus tornou isso bem evidente, quando seus discípulos Tiago e João, e a mãe deles, o abordaram, pedindo-lhe que os deixassem sentar um à sua direita e outro à sua esquerda, no seu Reino (Mateus 20:20-28). A resposta de Jesus estabelece o tom de um verdadeiro ministério.

“Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos."

Criando uma Cultura de Serviço

Uma das principais tarefas de um líder é edificar uma cultura de serviço, mediante a qual as pessoas possam servir umas às outras. Registro abaixo alguns passos que outros lideres tomaram a fim de criar uma cultura de serviço em suas igrejas.

Passo#1: Assuma um compromisso de longo prazo. Construir ou edificar uma determinada cultura numa igreja é um processo lento e ao mesmo tempo difícil. Especialistas do comportamento humano afirmam que a cultura é uma atitude que leva pelo menos cinco a sete anos para se construir. São necessários suficientes e eficientes mentores, liderança e exemplo a serem observados, antes que a cultura se transforme em realidade cristalina.

Passo#2: Envolva todos os líderes da igreja na cultura a ser implementada. Parte da razão

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pela qual são necessários cinco ou sete anos para implementar uma nova cultura é o fato de que líderes precisam ser treinados para compreender e verificar a nova cultura em ação.

Passo#3: Envolva-se no conhecimento do seu povo. Invista uma grande quantidade de tempo – formal e informalmente – fazendo perguntas, identificando valores, sondando corações. Trace um quadro da cultura atual da sua igreja e identifique os valores que devem permanecer e os novos valores com necessidade de serem assimilados ou implementados.

Passo#4: Molde uma nova cultura. Leia passagens das Escrituras que descrevem o que a Igreja realmente deve ser, verbalizando a seguir uma nova visão cultural para ela, baseada naquilo que você tem aprendido. Antes de pensar em desenhar uma nova cultura é fundamental que você decida como serão seu formato e implicações.

Passo#5: Formalize sua nova cultura. Comece por criar uma declaração de missão e escrever uma série de valores. Trazer as pessoas a uma nova cultura de serviço só tomará lugar quando as pessoas compreenderem e sentirem um senso de paixão pela missão ou propósito da sua igreja.

Passo#6: Modele uma nova cultura. Lembre-se de que um princípio tremendo de liderança é este: As pessoas fazem aquilo que vêem. Líderes são cruciais para uma nova cultura. Suas palavras e seu tom de voz são essenciais para sua implementação. Exemplo: criar uma cultura de serviço positiva significa demonstrar cuidado e consideração para com as pessoas que já estão na igreja, ao lhes aprimorar ainda mais sua dignidade, buscando soluções para os problemas de uma maneira justa e objetiva.

Passo#7: Comunique a sua nova cultura. Nunca force em seu povo os elementos da sua nova cultura. Em lugar disso concentre todos os seus esforços em usar todos os meios de comunicação possíveis a fim de comunicar sua nova cultura de serviço, nos próximos cinco a sete anos, de uma maneira clara, firme e consistente.

Passo#8: Reforce a sua nova cultura. Use o jornal informativo da igreja (se você o tem), ou cartas específicas a seus membros, ou inclusive tempo do culto para contar histórias de como membros estão servindo uns aos outros, carregando as cargas alheias e desta forma exercendo a vontade do Senhor. Pregue e ensino sobre tópicos a respeito do serviço cristão.

Passo#9: Reconheça as pessoas que estão abraçando seu valor cultural. Escreva um cartão, envie flores, faça, enfim, algum tipo de reconhecimento àqueles que estão servindo uns aos outros. Faça um reconhecimento público tão rápido quanto possível, a fim de que outros possam ver o bom exemplo e sejam encorajados a fazer o mesmo. Ao agir dessa maneira outros estarão vendo que você realmente crê nesses valores.

Passo#10: Faça um evento anual a fim de enfatizar a sua cultura de serviço. Aproveite essa oportunidade para chamar a atenção sobre sua missão e valores, a todos os presentes. Dê placas de reconhecimento pelo bom serviço, pelo altruísmo, e celebre as bênçãos de Deus sobre a sua igreja, durante o ano que passou.

A cor verdadeira vai aparecer

Estabelecer uma nova cultura é como pintar sobre uma parede com uma cor mais escura. A cor original irá eventualmente aparecer, a não ser que as pessoas realmente “comprem” de coração a nova cultura.

Você pode escrever uma nova declaração de missão, desenvolver um novo slogan e nada absolutamente pode mudar; isto, porque a dificuldade não está na linguagem, e sim na atitude. É a profundidade por trás das declarações que realmente conta. A verdadeira cor das pessoas

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sempre aparece. Isso também ocorre com a sua igreja.

Conclusão

Capturar uma nova cultura de serviço só é totalmente possível quando o coração dos adoradores está comprometido com um novo e sacrificial espírito de serviço.

Nélio DaSilva

MANEJANDO O TEMPO

Alguns anos passados me deparei com uma história verídica e muito interessante. Ela envolve Charles Schwab, um dos gurus do mundo empresarial americano, e o presidente da Bethlehem Steel, uma companhia no ramo de aço.

O presidente da companhia estava encontrando grande dificuldade em manejar seu tempo. No esforço de encontrar algum alívio ele desafiou Schwab com estas palavras: “Mostre-me uma maneira de realizar mais coisas com o tempo que eu tenho. Se funcionar, eu lhe pagarei muito bem por isso”.

Schwab sugeriu ao presidente da companhia de aço os seguintes passos:

Passo #1: No final do dia faça uma lista das tarefas a serem realizadas no dia seguinte.

Passo #2: Coloque-as em ordem de prioridade.

Passo #3: No dia seguinte faça o primeiro item da sua lista. Não faça mais nada até concluir o primeiro item.

Passo #4: Quando você terminar o primeiro item, cheque novamente a lista.

Passo #5: Faça o segundo item da sua lista. Não faça mais nada até concluir o segundo item.

Passo #6: Continue a trabalhar na sua lista até o final do dia.

Passo #7: No final do dia faça uma nova lista das tarefas a serem realizadas amanhã, e repita os passos 2-7.

Após praticar esses passos por vários meses, o presidente da companhia de aço concluiu que a sugestão de Schwab foi tão eficiente que lhe enviou um cheque de vinte e cinco mil dólares!

Mitos a respeito de Tempo

Manejar o tempo eficientemente começa com o rejeitar de alguns mitos na questão do manejamento do mesmo.

Mito: Você precisa de mais tempo.

Verdade: Você tem todo o tempo de que necessita para fazer aquilo que Deus deseja que você faça.

Mito: Você tem menos tempo que as outras pessoas.

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Verdade: Você tem a mesma quantidade de tempo que a pessoas mais ocupadas deste mundo.

Mito: Você pode economizar tempo.

Verdade: Você não pode estocar o tempo, visto que ele continua se movimentando.

Mito: Você pode manejar o tempo.

Verdade: Você só pode manejar a si mesmo.

Mito: Você pode realizar muito mais, ao trabalhar mais horas.

Verdade: Você deve trabalhar de uma maneira mais inteligente, e não necessariamente mais horas.

Mito: Você pode recuperar o tempo perdido.

Verdade: Você jamais poderá recuperar o tempo perdido.

Mito: Você está muito ocupado para fazer tudo que precisa fazer.

Verdade: Você tem tempo para fazer tudo que deve fazer.

Grandes Desperdiçadores de Tempo

Uma pesquisa entre 25 executivos revelou que os maiores desperdiçadores de tempo são:

• Procura de itens desaparecidos ou fora de lugar• Visitas inesperadas• Interrupções súbitas• Correspondências desnecessárias• Organização pobre• Espera pelas pessoas• Leitura de material sem nenhuma relevância ao trabalho• Falta de preparo• Ligações telefônicas• Pausa para café• Falha em delegar• Longas cartas/e-mails

10 Sugestões para uma Eficiente Utilização do Tempo

1. Ore por um eficiente uso do tempo (Salmo 90:12)2. Estabeleça uma rotina e fique firme nela (Eclesiastes 3:1)3. Marque seus compromissos num calendário4. Elimine tarefas desnecessárias5. Delegue tarefas a outras pessoas (Êxodo 18:13)6. Dê um fim a ligações telefônicas inúteis7. Acelere seu processo de decisão. Você nunca terá todas as informações que deseja.8. Estabeleça alvos a longo prazo9. Lide com correspondência apenas uma vez. Use-a, arquive-a ou jogue fora.10. Faça primeiramente as tarefas maiores. Se você tem que comer alguns sapos, então como primeiramente os maiores.

Nélio DaSilva

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GENTE EM PRIMEIRO LUGAR

Nos primórdios da indústria automobilística, Henry Ford estabeleceu um paradigma sem precedentes ao usar produção técnica em massa e peças-padrões para seus carros. Sua filosofia era que, ao criar um tipo de carro, ele poderia produzi-lo com dois benefícios fundamentais: rápido e barato. Seu Modelo T, realmente com preço muito razoável, supriu a necessidade da população e fez com que a Ford assumisse a dianteira na fabricação de automóveis daqueles tempos.

Porém gradualmente as pessoas começaram a pedir a Ford que criasse novos modelos, e com cores variadas. Infelizmente Henry Ford não estava interessado em colocar gente em primeiro lugar. A sua resposta – que ficou para sempre marcada na história do automobilismo - para aqueles que queriam carros de cores diferentes, foi esta: “As pessoas podem comprar a cor que quiserem, contanto que seja preta”. A sua inabilidade em colocar as pessoas em primeiro lugar fez com que a Ford caísse da posição número um e perdesse milhões de dólares num mercado sensacional. As coisas teriam sido diferentes se ele houvesse tido a sensatez e a simplicidade de colocar as pessoas em primeiro lugar.

Se a sua igreja deseja crescer, então preciso compartilhar um segredo com você: “Coloque gente em primeiro lugar”. Colocar gente em primeiro lugar reforça o compromisso que temos de servir uns aos outros. Quando as pessoas são colocadas em primeiro lugar, elas têm a tendência de sentirem-se bem a respeito da sua igreja. Em resposta, elas passam a colocar outras pessoas em primeiro lugar, e a influência vai avançando dentro da comunidade.

A questão mais Importante

A Peter F. Drucker Foundation sugere que a pergunta que toda organização sem fins lucrativos deveria perguntar a si mesma é esta: “Quem é nosso cliente?”

Toda organização tem a sua própria terminologia para seus clientes. Médicos os chamam de pacientes; advogados de clientes, e igrejas de visitantes ou convidados. Só que não importa qual seja o termo que venhamos a empregar. O fato é que servir às pessoas é o grande chamado e vocação da igreja. A igreja, na realidade, tem dois clientes: as pessoas que estão dentro dela e aquelas que estão fora.

Nossos clientes “internos” representam aqueles que fazem da sua igreja a sua família. Nossos clientes “externos” são as pessoas que estamos tentando alcançar com as boas-novas de Jesus Cristo.

Uma vez que temos dois clientes, onde iremos colocar a nossa prioridade em nossos esforços de dar às pessoas o primeiro lugar? Essa nem sempre é uma resposta fácil de se obter, pois ela consiste de ambas as situações. Colocar as pessoas em primeiro lugar significa focalizar as duas clientelas. Temos que estar continuamente atentos àqueles que já estão dentro da igreja, ao mesmo tempo que tentamos alcançar os que se encontram fora dela.

Não apenas um programa

Colocar gente em primeiro lugar não é apenas um programa. É uma atitude, um estilo de vida. Isso significa que...

1. Temos que ouvir as pessoas.Ao investir tempo em ouvir as pessoas, demonstramos que elas vêm em primeiro lugar na vida

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da nossa igreja.

2. Temos que levá-las a sério.Ao irmos além do simples conhecimento das preocupações das pessoas, respondendo a elas com ações práticas, evidenciamos a elas que suas idéias e o que pensam têm importância.

3. Nós as ministramos na flexibilidade delas.Ao sermos sensíveis ao estilo de vida do nosso povo, comunicamos nossa compreensão e consideração frente às pressões que enfrentam em sua vida diária.

4. Nós estamos disponíveis em emergências.Ao responder imediatamente em tempos de crises, estamos lhes enviando uma forte mensagem de que elas são nossa primeira prioridade.

5. Nós as apreciamos.Ao agradecer às pessoas, expressamos a elas as necessidades que temos delas e de seus ministérios.

6. Nós honramos os que se importam com os outros.Ao apreciar as pessoas publicamente, estamos destacando um exemplo: como colocar as pessoas em primeiro lugar.

7. Nós as aceitamos incondicionalmente.Ao amar e aceitar as pessoas como elas são, nós permitimos que elas se descontraiam e compartilhem o amor e o perdão de Cristo.

8. Nós as desafiamos a crescerAo termos a expectativa de que as pessoas irão crescer, nós apoiamos a sua vontade de se tornarem tudo aquilo que o Senhor deseja que elas sejam.

Algo para pensar

O segredo do crescimento de uma igreja é colocar as pessoas em primeiro lugar. Colocar as pessoas em primeiro lugar consiste em dois fatores fundamentais: ATITUDE e PROCESSO. Pense sobre o compromisso da sua igreja em colocar as pessoas em primeiro lugar, ao responder às seguintes perguntas:

1. Qual a atitude da sua igreja em colocar as pessoas em primeiro lugar?

2. Você pode identificar ações específicas ou incidentes que ilustram essa atitude?

3. Existem ministérios, programas ou outro processo organizacional estabelecido que possam assegurar que as pessoas estão sendo colocadas em primeiro lugar?

4. Quais são eles?

5. A sua igreja aprecia honra, ou de alguma forma expressa sua gratidão para com aqueles que têm colocado pessoas em primeiro lugar?

Contando a sua história

• Descubra uma história que demonstre o valor de colocar as pessoas em primeiro lugar.

• Se existem pessoas que ainda estão presentes na sua congregação, e que foram personagens da história que você contou, aprecie-as publicamente.

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• Use histórias repetidas vezes, o que vem demonstrar que a sua igreja tem como símbolo colocar as pessoas em primeiro lugar.

Conclusão

Quais são os ministérios ou programas que você poderia desenvolver a fim de reforçar esse valor? Como você poderia começar a colocar as pessoas em primeiro lugar na sua igreja?

Nélio DaSilva

CONTAR OU NãO CONTAR?

São muitos os pastores e líderes que conheço que têm aversão a contar o número de pessoas que comparecem à sua igreja. Alguns expressam o sentimento de que as igrejas não deveriam se envolver no “jogo de números”. Outros trazem consigo o temor de que manter registro de números poderá induzi-los ao orgulho e a uma dependência de estatísticas.

Entretanto, não obstante o que muitos pensam, números não são um mal necessário. O autor do livro de Atos comunicou cuidadosamente o crescimento da igreja usando registros e estatísticas. De 120 pessoas (Atos 1:15) ela subiu para 3.000 (Atos 2:41), acrescentou outros 5.000 homens e, quando os números se expandiram, o crescimento foi simplesmente registrado como “multidão de homens e mulheres” (Atos 5:14).

Considere a parábola da Ovelha Perdida em Lucas 15. O pastor deixou noventa e nove ovelhas em campo aberto para ir em busca de uma que se havia perdido. Mas como ele sabia que uma estava perdida? Obviamente ele as contara...

Apresentar um relatório de números e estatísticas é um instrumento aceitável e útil para se registrar os resultados do evangelismo e do pastoreio de uma igreja. Não se trata, absolutamente, de um jogo de números, mas de uma maneira de avaliar nossa fidelidade à comissão de Cristo - buscar e salvar o que se havia perdido.

O Valor das Estatísticas

Quando vamos ao médico a enfermeira ou o próprio médico toma cuidadosamente nossa temperatura, pressão arterial, peso, altura, batidas cardíacas e outros fatores mensuráveis. Usando essas estatísticas ele pode então formular um julgamento sobre a nossa saúde. De maneira alguma - obviamente – a aquisição dessas informações nos cura. Só que elas são um precioso instrumento para avaliar nosso estado de saúde.

De modo similar, manter um acurado registro ministerial pode dar-nos uma compreensão objetiva sobre o real estado da nossa igreja. Apesar de estatísticas não levarem ninguém a Cristo ou promoverem o crescimento de ninguém no Senhor, o fato é que elas podem nos assistir na compreensão sobre onde, quando e como nosso ministério pode ser mais eficiente.

Por exemplo: uma igreja pode trabalhar exaustivamente em sua intenção de atrair novas pessoas para ela, e ainda falhar em incorporá-las à vida da igreja. Pelo fato de se observar cuidadosamente o padrão de freqüência de novos membros, torna-se fácil verificar quais as pessoas que estão se envolvendo na igreja e quais as que não estão, e a partir desses dados providenciar uma resposta adequada.

Registros Para Manter

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Líderes de igreja que desejam aumentar a eficiência de seus ministérios irão perceber que será de grande benefício descobrir...

1. O que atrai pessoas para a igreja.Poucas igrejas sabem o que realmente atrai pessoas a elas. Perguntar às pessoas novas sobre como ouviram a respeito da sua igreja, e cuidadosamente registrar suas respostas irá apresentar um quadro mais realístico e abrangente da presença da sua igreja na comunidade. Isso lhe dará ainda subsídios para concentrar seu foco e seus esforços a fim de alcançar mais e mais pessoas para Cristo.

2. O que mantém as pessoas na igreja.Os visitantes permanecem na igreja onde têm condições de construir amizades, se juntarem a um grupo pequeno e encontrarem um lugar onde possam servir. Fazer um acompanhamento de todos os novos membros para verificar se eles estão envolvidos nessas três áreas irá ajudar a assimilar os frutos do seu esforço de trazer mais pessoas para o seio da igreja.

3. Como pessoas se tornam membros da sua igreja.As pessoas se tornam membros de uma igreja mediante conversões, transferências, e crescimento biológico. Fazer um acompanhamento desse quadro específico por um período de três anos irá permitir que você veja onde os esforços evangelísticos da sua igreja são fortes, e onde precisam de uma ênfase maior.

4. Como as pessoas encontram a Cristo em suas igrejas.Entrevistar novos convertidos a fim de descobrir como eles fizeram seu compromisso com Cristo irá salientar aqueles ministérios e indivíduos que foram mais eficientes na trajetória da sua igreja.

5. Quão assiduamente as pessoas freqüentam a igreja.Fazer um acompanhamento da freqüência das pessoas ao culto lhe dará uma perspectiva de possíveis mudanças, ajustes e desenvolvimentos na sua estratégia ministerial.

Como obter as informações necessárias?<B< comuns mais métodos>

• Entrevistas: Um telefonema a um visitante dentro de um período de 24 horas pode lhe dar um toque pessoal e uma breve troca de informações. Na realidade, mediante estudos recentes ficou comprovado que as pessoas estão mais prontas a dar informações por telefone do que por qualquer outro dispositivo.

• Registro em cartões: Os cartões com nome, endereço e telefones podem ser de grande benefício para que um sólido acompanhamento possa tomar lugar. É importante que uma grande ênfase seja dada por intermédio do púlpito para que as pessoas preencham esses cartões.

• Livro de Registro de Visitantes: Na realidade o que difere o livro de registro de visitantes do registro em cartões é apenas a forma. Mas é notório como certas pessoas preferem assinar e deixar seu registro num livro grosso e formal, em lugar de num simples cartão.

Conclusão:

Registros são mais acurados quando feitos numa base semanal. Não há dúvida de que, se você mantiver registro, sua igreja será ajudada no processo de obediência à Grande Comissão.

Nélio DaSilva

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PROMOVENDO MUDANçAS NA IGREJA TRADICIONAL

Se existe um esporte que me fascina, este é o esqui aquático. Nunca desperdiço uma oportunidade de ver bons atletas ultrapassando ondas. Aprecio suas habilidades em fazer piruetas em meio à seqüência de ondas e obstáculos que surgem pela frente. Para quem observa esses habilidosos atletas em sua perfórmance esqui-aquática isso parece ser algo fácil e natural. Mas é apenas impressão. O que é necessário mesmo é uma habilidade e muito treino para que eles consigam se manter em pé.

Em anos recentes se tornaram bastante populares os jet-esquis. Esse pequeno veículo aquático permite que o motorista se sente e dirija como se estivesse dirigindo uma motocicleta, só que num lago ou em pleno oceano. No mar eventualmente esses “wave runners” - como originalmente também são conhecidos – irão tentar ultrapassar uma grande onda, ou talvez atravessar pelo ângulo errado. Quando isso ocorre, freqüentemente o veículo capota e lança o motorista para fora. Felizmente os fabricantes o construíram com um mecanismo que lhe permite que fiquem no mesmo lugar, a fim de que o motorista possa dar umas poucas braçadas a nado e dessa maneira retorne ao comando do veículo.

Enfrentando as Ondas das Mudanças

Trazer mudanças para uma igreja tradicional lembra de certa forma dirigir um jet ski, que espalha ondas sobre a calmaria de um lago. Pode ser algo gratificante e empolgante, mas eventualmente é capaz de ser desastroso.

Algumas vezes as ondas causadas pelas mudanças são relativamente pequenas, como as que são produzidas por um jet ski. Em outras ocasiões – dependendo do lugar – elas são tão poderosas que se torna praticamente impossível alguém suplantá-las.

Penso que à medida em que as ondas das mudanças se movimentam em nossas igrejas precisamos de um plano para que efetiva e eficientemente as dirigimos.

Começar novos ministérios, reestruturar outros antigos ou eliminar certos programas anteriores é difícil, em qualquer situação; a onda pode se tornar grande demais para ser ultrapassada na igreja tradicional. Os dez passos que compartilho agora com você são idéias e sugestões que já foram usadas por pessoas que enfrentaram essas ondas. Esses passos puderam minimizar em muito seu impacto, trazendo calmaria, e um novo e determinado olhar para o futuro.

Passo#1: Abençoe o Passado.

A não ser que você seja o plantador da igreja, você – irremediavelmente – estará construindo sobre o fundamento de outros. Foi o compromisso, sacrifício e amor deles pelo Senhor que tornou possível a existência da sua igreja e o lugar que hoje ela ocupa. Sempre respeite e honre os líderes que serviram com fidelidade.

Passo#2: Afirme os ministérios anteriores.

Procure descobrir quais foram os ministérios que se tornaram legendários na história da sua igreja e afirme-os juntamente com as pessoas que serviram dentro deles. Isso é particularmente importante, principalmente se você está planejando reestruturá-lo ou substituí-lo.

Passo#3: Dê ênfase a princípios, e não a métodos.

Saliente os princípios que formaram as bases e os alicerces dos ministérios do passado. Pense detidamente em cada ministério que precisa ser mudado e identifique os princípios bíblicos que

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os validaram. Ensine e pregue esses valores e princípios que atravessaram o tempo e permanecem válidos até os dias de hoje.

Passo#4: Apresente mudança como uma extensão de ministérios do passado.

Apresente a sua nova abordagem de ministério como uma “extensão” de um ministério anterior. Por exemplo: se você deseja iniciar um novo culto, focalize-se no fato de que você está expandindo o seu presente culto de tal maneira que agora irá alcançar um número maior de pessoas.

Passo#5: Ilustre como a mudança traz consigo os valores de um ministério do passado.

Numa certa igreja bastante tradicional o novo líder quis mudar a reunião de oração do meio da semana para um ministério de grupos pequenos. A liderança ajudou o povo a compreender que o objetivo da reunião do meio de semana era o de orar. A liderança argumentou ainda que um número maior de pessoas estariam orando se vários grupos pequenos estivessem reunidos em horários diferentes durante a semana. A igreja, como resposta, concordou em fazer uma experiência neste sentido.

Passo#6: Assegure às pessoas que você estará implementando princípios bíblicos.

Invista tempo em instruir as pessoas de tal maneira que elas possam compreender que é a “forma” de ministério que está mudando, e não a “fundação”. Enfatize os princípios bíblicos mais que os estilos do passado, fazendo uma ponte de explicação sobre como as formas mais recentes de fazer ministério contêm os mesmos velhos princípios.

Passo #7: Ouça e Ame.

Líderes precisam dar às pessoas o tempo necessário para que elas possam compartilhar seus sentimentos, extravasar suas frustrações e se tornar familiarizadas com os novos estilos de ministério. É sábio prover pequenos fóruns reunindo grupos pequenos de cada vez, onde essas pessoas possam fazer perguntas, em lugar de uma reunião envolvendo toda uma assembléia geral de igreja.

Passo #8: Comunique o fato de que as tradições são muito mais honradas e valorizadas quando incorporadas em novos ministérios.

Existem tradições mortas e tradições vivas. As mortas continuam a ser lembradas com muito pouco ou nenhum impacto na vida das pessoas. As tradições vivas continuam, ao prover as razões históricas para ministérios que estão sendo realizados hoje. As melhores tradições são aquelas que apontam para o futuro mediante eficientes e produtivos ministérios que alcançam as pessoas com a gloriosa presença do Evangelho.

Passo:#9: Seja Paciente.

Compreenda que são necessários de 5 a 7 anos, e em alguns casos até mais, para levar uma igreja arraigada em suas tradições do passado a uma nova direção no futuro.

Passo #10: Persevere e confie em Deus porque é ele que muda mente e corações.

À medida que amamos a Deus e servimos seu povo, ele irá nos ajudar a implementar as mudanças para um eficiente e gratificante ministério.

Nélio DaSilva

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O DNA DE UM LíDER

Todos que vivemos nesta geração estamos conscientes do que é o DNA - o código genético que – resumidamente, sem entrar nas implicações técnicas - determina quem na realidade somos. Quando examinamos um DNA nos damos conta de quem realmente é uma pessoa, quais as doenças mais suscetíveis de ela contrair, seu histórico familiar etc. Essa tem sido uma ferramenta de grande valor para os cientistas, a fim de numa fração mínima de erros descobrirem fatos e realidades que há bem poucos anos eram simplesmente impossíveis de serem descobertos.

Isso me fez pensar em nós como líderes. Será que existe um DNA capaz de nos fornecer as configurações de líderes que irão ser bem-sucedidos e terminar bem a sua carreira? (Aliás, hoje, mais do que nunca no passado, estou preocupado em terminar bem a minha.) Creio que líderes saudáveis - aqueles que deixam um legado que realmente vale a pena seguir – não têm necessariamente o mesmo DNA; mas que tal, pelo menos um figurativo DNA? Em outras palavras: Será que existe um gen comum, ou alguns gens comuns a todos eles? Sinceramente, eu creio que sim.Se fôssemos a um laboratório, penso que alguns desses gens que menciono abaixo poderiam ser encontrados nos DNA de líderes que fizeram, fazem e para sempre farão uma grande diferença em sua geração.

1 - Uma predisposição de estabelecer alvos desafiadores. Um líder de qualidade tem uma indisposição, uma ojeriza ao status-quo. Eles vêem a “média” como um lugar que eles só querem mesmo manter como um espelho retrovisor. Em lugar disso, estão continuamente se elastificando a si mesmos, a fim de crescerem, se aprimorarem, serem melhores naquilo que fazem, sempre colocando os olhos em alvos nunca imaginados por outros. Eles visam atirar em direção a tão alto que mesmo não alcançando seus alvos, ainda assim conseguem chegar a uma altura jamais conseguida por ninguém. Eu vejo esse gen muito presente em alguns personagens bíblicos. Neemias no VT e Paulo no NT são ótimos exemplos.

2 - Uma habilidade de focalizar intencionalmente um destino desejado. Muitas pessoas podem estabelecer alvos arrojados, porém a maioria delas se deixa distanciar deles com a maior facilidade e freqüência, em função de uma ou outra distração no processo de alcançar seus objetivos.

Grandes e significativos alvos – de um modo geral – levam tempo para serem alcançados. Em razão disso, vai haver tempo suficiente para a tentação de sair da rota e deles retirar os olhos. Percebo freqüentemente que aquelas coisas que nos afastam dos nossos alvos são inclusive coisas boas; só que não são as melhores... Os líderes que fazem de fato uma diferença fundamental são aqueles que não retiram seus olhos dos seus alvos. Eles se mantêm focalizados; têm a habilidade especial de dizer “não” a coisas boas, visando alcançar as melhores. Neemias me parece um exemplo clássico desse perfil, ao deixar evidentes as suas prioridades (Neemias 6:3).

3 - Uma abertura para se sacrificar pessoalmente, a fim de alcançar seus alvos. Quando as coisas ficam difíceis, a maioria das pessoas tem a tendência de desistir. E o pior: quando as coisas se tornam pessoalmente difíceis, a maioria delas realmente desiste. Quando as coisas se tornam realmente difíceis, os líderes que fazem uma diferença se relembram a si mesmos dos alvos arrojados que se auto- estabeleceram, e se lembram também do que a realização significou para eles, e de que a recompensa do alvo alcançado lhes compensa passar pelas tribulações momentâneas. Esses líderes estão abertos a se sacrificarem pessoalmente a curto prazo, a fim de alcançarem

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a esperada realização, ainda que a longo prazo. Fixar e manter os olhos num panorama maior os habilita a perseverar, não obstante frente aos maiores desconfortos e dores que possam experimentar.

4 - Uma predisposição para a tenacidade. Tenacidade é a habilidade de “seguir em frente”. Tempos difíceis? Seguindo em frente! Problemas financeiros? Seguindo em frente! Falta de confiança das pessoas? Seguindo em frente! Você lembra mesmo um grande sonhador? Seguindo em frente! Exausto? Seguindo em frente! Com vontade de largar tudo e desistir? Seguindo em frente! Sempre lembrando isso: Seguindo em frente! O prêmio está aí na frente! Muitos são os que desistem quando bem perto de alcançar o sonhado alvo. Portanto, siga em frente!

5 - Uma habilidade de identificar os recursos e usá-los com sabedoria. Líderes que fazem uma enorme diferença são aqueles que entendem que não podem isolar-se. Ninguém é um ilha, e ninguém é bem-sucedido por si mesmo. Líderes bem-sucedidos são aqueles que têm a habilidade de identificar claramente suas fraquezas. É sua capacidade em reconhecê-las e identificá-las o que os torna bem-sucedidos.

Eles vêem seus recursos e os utilizam com sabedoria, prosseguindo assim sua jornada rumo ao sucesso. E eles não apenas usam esses recursos, como os utilizam. Existe uma grande diferença entre usar e utilizar. As pessoas, as finanças, e tudo mais são trazidos e também ajudados por esse líder, que soube não apenas manipular, mas inclusive motivar outras pessoas a crescer mediante um salutar processo de mudança.

6 - Um desejo de ajudar outras pessoas a realizarem mais também para si mesmas. Grandes líderes têm consciência de que podem fazer uma enorme diferença. Eles sabem que a riqueza pode ajudar a matar a fome de muitos. Eles sabem que a sua posição de influência é capaz de abrir a porta para alguém que normalmente não teria chance alguma. Pessoas são ajudadas sadiamente por esses líderes, e jamais são usadas como trampolins.

Conclusão – Penso que se pudéssemos identificar o DNA de um líder, esses elementos sobre os quais falamos acima estariam presentes nos seus valores fundamentais. Você pode reconhecer alguns deles presentes em você? A boa notícia a respeito do DNA de que estamos falando, versus o nosso DNA real, é que você pode trabalhar no DNA de um líder, o que faz uma diferença mesmo mantendo o seu DNA. Portanto, se lhe falta um pouco daquilo que mencionamos acima, leve esses elementos a Deus. Trabalhe naquelas áreas, use a solicitude, examine-se com honesta transparência e vulnerabilidade, e certamente os resultados num futuro próximo poderão fazer toda a diferença neste mundo.

Que Deus muito o abençoe!Nélio DaSilva

12 JóIAS PRECIOSAS DA LIDERANçA

Não tenho dúvida em afirmar que estamos vivendo, nos dias atuais, a mais grave crise de credibilidade; crise esta, sem precedentes na Igreja Cristã. Absolutamente, creio que, desde o Dia de Pentecoste quando a Igreja nasceu, nunca enfrentamos um momento mais delicado quando a matéria tem como tema “credibilidade”.

A realidade é que as pessoas podem não ouvir o que você diz, mas elas observam os seus passos. E mais: as pessoas fazem aquilo que elas vêem. Em outras palavras, uma das ferramentas mais poderosas à sua disposição é a sua atitude como líder. Apesar das pessoas

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nem sempre crerem naquilo que você diz, certamente que elas crêem em tudo que você faz. E aquilo que elas vêem você fazer – freqüentemente – se transforma naquilo que também elas irão fazer.

A questão, portanto, é: O que é que o seu povo está vendo na sua liderança? Quantas dessas positivas influências abaixo fazem parte do seu repertório?

1 - Honestidade A sua palavra tem realmente peso? Pode o seu povo confiar que assim que você tiver algo importante que envolve a vida deles, eles ouvirão diretamente de você? As suas atitudes e ações têm deixado cristalinamente claro que você não irá enganá-los ao alimentá-los com meias verdades? ...pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens. II Coríntios 8:21.

2 - Autoconfiança O seu povo vê em você um líder seguro e confiante ou uma pessoa vacilante e duvidosa? Você está disposto a assumir riscos ou está constantemente buscando por segurança? Teu servo pôde matar um leão e um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo. I Samuel 17:36

3 -Sacrificio Todas as vezes que ao seu povo é requerido sacrifício em favor do Reino, você tem liderado como exemplo pessoal de sacrifício? Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós. I Tessalonicenses 2:8

4 - Consideração Você tem compaixão das pessoas que estão em dificuldade? Você tem ajudado pessoas a readquirir a sua dignidade e respeito próprio? Você tem consideração com o tempo das pessoas ou a sua agenda é que vem sempre em primeiro lugar? Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade. Romanos 12:13

5 - Prestação de contas Você – honestamente – tem hoje alguém com quem você se abre completamente e presta contas da sua vida? (Mais sobre esse assunto ver artigo “Prestando Contas.”) Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Tiago 5:16

6 - Dedicação Você tem aquela atitude de “dar tudo de si” na mesma intensidade que você requer de outros? Além disso, pelo amor ao templo do meu Deus, agora entrego, das minhas próprias riquezas, ouro e prata para o templo do meu Deus, além de tudo o que já tenho dado para este santo templo. I Crônicas 29:3

7 - Lealdade O estado das suas ovelhas é algo que está no topo das suas prioridades? Você tem ganhado a lealdade delas por ter dado a elas a sua? Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos. Provérbios 27:23

8 - Altruísmo Você tem estado menos preocupado com a sua imagem, fama e reputação e mais interessado em colocar outras pessoas em “frente da câmera” do que a si mesmo? Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do

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evangelho da graça de Deus. Atos 20:24

9 - Horário Você tem observado a sua pontualidade nos seus compromissos? Você tem dado feedback às pessoas da mesma maneira que tem exigido delas? “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?" Mateus 7:3

10 - Entusiasmo Tem você se mantido encorajado, otimista e energético? Você tem mantido uma atitude positiva mesmo em meio às mais difíceis circunstâncias?De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados. II Coríntios 4:8

11 - Perseverança Você tem se recuperado rapidamente de um fracasso? Você tem visto o fracasso como uma experiência de aprendizado? Você tem rotineiramente buscado por oportunidades em meio às adversidades? Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:13,14

12 - Criatividade Você tem constantemente buscado por um novo caminho? Você é reconhecido como uma pessoa inovadora?Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Filipenses 3:12

Nélio DaSilva

10 MANEIRAS DE GASTAR MENOS TEMPO EM REUNIõES

Recentemente a esposa de um líder de uma igreja me fez saber que ela estava saturada de ter que esperar pelo seu marido até altas horas da noite em função de reuniões de diretoria da igreja. Eu entendo e compartilho a frustração dessa senhora. Reuniões longas e improdutivas, que poderiam ser cortadas pelo menos pela metade, são algo que muitas igrejas não conseguem eliminar. Permita-me lhes dar 10 maneiras de gastar menos tempo em reuniões:

1 - Desencoraje e cancele reuniões desnecessárias.

2 - Sempre prepare uma agenda.Distribua antecipadamente; tenha cópias extras no dia da reunião.

3 - Estabeleça um limite de tempo.Estabeleça um limite de inicio e conclusão para as reuniões, e fique firme em sua decisão.

4 - Convide apenas aqueles cuja presença é absolutamente necessária.Não participe de reuniões em que sua presença não é necessária.

5 - Coloque cadeiras menos confortáveis na sala de reunião.

6 - Comece a reunião estabelecendo objetivos específicos e concretos a serem alcançados naquela reunião.Não permita que assuntos novos entrem para a agenda uma vez que a agenda já foi preparada.

7 - Esteja preparado para a reunião e motive outros a fazer o mesmo.

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8 - Vá direto ao assunto.Minimize conversas paralelas desnecessárias.

9 - Mantenha a discussão dinâmica, mas na trilha certa.Faça com que os membros resolvam a questão que está sobre a mesa antes de entrar em outros assuntos. Encoraje os membros a edificar sobre a idéia um do outro.

10 - Para longas reuniões separe 10 minutos de intervalo para cada 90 minutos.O tempo economizado por não ter um intervalo é perdido pela redução da atenção e baixa produtividade.

Nélio DaSilva

COMO LIDERAR UMA REUNIãO DE DIRETORIA

Quem já não teve a experiência de sentar-se por algumas horas num mesmo lugar e ter de assistir a condução de uma reunião muito mal preparada? A discussão demorou horas, o tempo passou e tudo o que ficou no ar foi a forte sensação de que nada, mas absolutamente nada, foi realizado. Frustração total. O fato é que uma reunião de diretoria ou de um conselho de igreja pode ser uma experiência tediosa, árida, realmente frustrante e pode além de tudo isso ser também um evento perigoso.

Porém, as coisas não têm que necessariamente ser dessa maneira. Você pode fazer das suas reuniões um momento de positivas experiências se essas reuniões forem conduzidas com a abordagem correta. Tudo o que é necessário é mesmo a abordagem correta. Eis alguns passos imprescindíveis para uma saudável e produtiva reunião:

1 - Coloque todos os itens na mesma agenda.Existem dois problemas imediatos em reuniões de diretoria: Participantes têm a sua própria agenda pessoal e freqüentemente o líder tem uma grande dificuldade em manter o controle da reunião. Numa certa igreja, um determinado líder tinha o costume de no final da reunião, dar uma tossida, limpar a garganta e invariavelmente afirmar: "Antes de irmos embora, eu tenho mais um item para discussão".

Ele fazia isso todas as vezes que a diretoria se reunia e como resultado disso, o nível da reunião caia de qualidade, uma vez que o que estava para ser introduzido na reunião eram temas negativos e deprimentes. Essa é a razão pela qual é muito importante que todos os itens sejam colocados na mesma agenda.

2 - Prepare uma agenda que realmente funcione.Antes de uma reunião, aos membros da mesma, deve ser dada a oportunidade de dar ao diretor presidente ou ao líder da corporação, os itens a serem incluídos na agenda da reunião. Após este primeiro passo, o grupo se reúne e discute apenas os itens que estão na agenda.

Ao fazer isso com antecipação, anula-se o fator surpresa. A construção de uma agenda ajuda também a manter as coisas numa perspectiva positiva e produtiva. Para que uma agenda realmente venha a funcionar ela deve constar de três itens indispensáveis: itens de informação, itens de estudo e itens de ação.

a - Itens de Informação. Toda reunião deve começar com uma nota positiva e a seção de informação faz com que isso seja possível. Minha sugestão é a de incluir cinco a seis relatórios positivos sobre algumas

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coisas que estão acontecendo na igreja. Itens de informação devem também incluir futuros eventos, reuniões etc.

Em algumas reuniões de diretoria, finanças freqüentemente é o primeiro tópico a ser abordado e dali nada mais se move. Os itens de informações devem ser breves, talvez não mais do que sete minutos. Deve ser o tempo apenas suficiente para abrir o apetite e criar uma atitude positiva para todo o restante da reunião.

b - Itens de Estudo. Esta segunda parte da agenda sempre contém o maior número de itens. Noventa e cinco por cento de qualquer reunião deve ser gasto "estudando" ou discutindo os itens que envolvem alvos da igreja/organização. Uma importante regra que deve ser implementada nesta agenda é nunca votar ou decidir sobre um item que está sendo apenas estudado.

A pressão em votar faz com que as pessoas tomem partido, e como conseqüência promove-se desencorajamento e perda de criatividade. Ao começar a usar este sistema você pode manter alguns itens na seção "estudo" por vários meses principalmente se for um assunto controverso. Por outro lado outros assuntos menos controversos podem ser estudados em apenas uma reunião e a seguir enviados para a próxima reunião da assembléia.

c - Itens de Ação. A última seção da agenda contém itens de ação. Se cada um deles já foi estudado na seção "itens de estudo" se a matéria já foi discutida, então ela está pronta para ser votada. Uma vez que você usar este sistema não será necessário gastar mais do que cinco minutos nos itens de ação.

Se você se sente frustrado com reuniões de diretoria/conselho, lembre-se de que você não é um caso isolado. Muitos de nós sonhamos com um mundo sem reuniões. Mas a verdade é que nós precisamos dos nossos membros de diretoria/conselho. Eles nos dão perspectiva, experiência e segurança que não temos em nós mesmos. Como o autor de Eclesiastes afirma: "É melhor serem dois do que um".

Nélio DaSilva

MUDANçA: ABRACE-A OU RESISTA-A

Se a sua igreja realmente for fazer uma diferença e quiser se manter relevante, ela tem que mudar. – Sim, eu sei – isso pode ser algo assustador.

A realidade é que, para muitas pessoas, mudança é algo ainda mais ameaçador do que desafiador. Mudança é vista como a ação destrutiva de tudo aquilo que é familiar e confortável em vez de ser encarada como a criadora do novo e do empolgante. A dura realidade é que a maioria das pessoas, e organizações, prefere a posição de conforto a da excelência.

Porém, nos dias em que vivemos, se você não muda possivelmente você irá se estagnar e morrer. Ë de vital importância que estejamos abertos à mudança na nossa cultura de igreja. É importante que estejamos com nossos olhos e corações atentos ao mundo ao nosso redor, e uma vez atentos possamos estabelecer a melhor estratégia de comunicar a mais maravilhosa de todas as noticias: O Evangelho de Jesus Cristo!

Depois de labutar no ministério por quase 30 anos e ter o privilégio de estar muito perto do

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coração de muitos líderes, ao longo desses anos tenho encontrado exemplos de brilhantes mudanças que foram sadiamente executadas. Permita-me compartilhar com você algumas coisas que aprendi:

As pessoas apenas irão mudar se a alternativa for pior do que a própria mudança.

Algumas vezes é difícil demais para as pessoas internalizar as necessidades que elas têm para mudar. Um piloto militar certa ocasião fez uma interessante observação que ilustra esse ponto.

Ele disse que muitos pilotos morreram em acidentes porque ficaram dentro da aeronave por um período de tempo longo demais. Eles preferiram a familiaridade da cabine ao risco de um salto de pára-quedas mesmo após a cabine haver se transformado numa armadilha mortal.Da mesma maneira muitos líderes se tornaram nulos em sua ação porque o seu povo preferiu o familiar – mas mortal – versus o risco e a empolgante maneira de alcançar novas e gratificantes compensações. Temos que ensinar ao nosso povo que a letargia pode significar morte.

As pessoas estão famintas por estabilidade mesmo em meio a mudanças.

As pessoas que são firmes, seguras e responsáveis – em qualquer organização – frequentemente são as mesmas que tem pavor de mudanças. Temos que manter essas pessoas sempre em mente. Temos que assegurá-las que mudança não significa o fim do mundo para elas; significa uma continuação, mas com aprimoramentos e possibilidades de vôos mais altos e maiores realizações.

Eis aqui algumas sugestões:

• Explique as razões para as mudanças.

Quando as pessoas compreendem a lógica por detrás das mudanças, as coisas se tornam mais racionais e mais confortáveis para elas e consequentemente, mais abertas às mudanças.

• Mostre como os planos a ser implementados manterão os riscos ao mínimo. Enfatize as coisas que permanecerão da mesma forma.

• Deixe que elas saibam o que lhes espera, passo por passo.

• Demonstre apreciação por elas, valorize-as no processo de implementação de mudanças. Lembre-se dessas palavras de Walt Disney: "Você pode sonhar, você pode criar e edificar a idéia mais maravilhosa neste mundo, mas você sempre terá que depender das pessoas para fazer com que o seu sonho se torne uma realidade."

Para que mudanças possam ser bem sucedidas, elas tem que ser bem planejadas. Temos que estar no controle das mudanças e não à mercê delas. Portanto, mudanças bem sucedidas têm que ter como base valores reais que incorporem aquilo que realmente somos ou que desejamos – disciplinadamente – ser.

Quanto a isso temos – igreja – muito que aprender com o mundo empresarial. Há pouco tempo atrás, tomei conhecimento de que a poderosa Honeywell decidiu mudar a sua orientação de nacional para global. Para isso ela adotou um agrupamento de valores que se constituíram de integridade, qualidade, performance, respeito mútuo e diversidade.

Esses valores capacitaram a Honeywell a seguir firmemente o seu curso através de um oceano de mudanças. O planejamento envolveu um processo de basicamente três passos: flexibilidade, reestruturação e reestabilização. A parte da flexibilidade foi o aspecto com o qual os funcionários tiveram a maior dificuldade. Depois de anos e anos fazendo a mesma coisa e da

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mesma maneira, eles se tornaram enrijecidos em função dos rígidos hábitos. Agora, eles teriam que desaprender seus velhos hábitos.

Quando você deseja amolecer algumas coisas, você usa o calor, ou o próprio fogo. Como filho de ourives, uma das figuras inesquecíveis que tenho em minha mente é a de meu pai fundindo ouro e transformando-o num líquido brilhoso. O velho formato simplesmente deixou de existir. Esse é o estágio onde mudanças enfrentam a sua maior resistência.

Nesse estágio é que se torna absolutamente necessária uma habilidosa comunicação. Você tem que deixar cristalinamente clara as razões para a mudança e as conseqüências de não mudar. Os benefícios e os prejuízos devem ser claramente comunicados. Use toda sorte possível e imaginável de comunicação. Use-a através de cartas, newsletter, vídeo, sessões para perguntas e respostas, enfim, use-a à exaustão. Lembre-se que comunicação não é o que as pessoas ouvem, mas sim o que elas entendem.

Jamais considere que a mudança terminou.

Através do processo de mudança é importante que desde a pessoa mais simples até a mais influente, todos estejam convencidos que a liderança da igreja/organização apóia as mudanças. A começar pelos líderes, estes devem assumir a responsabilidade de encorajar novas posturas. Líderes devem modelar mudanças na medida em que eles estarão lidando com as pessoas em diferentes níveis tanto quanto possível dentro da igreja/organização.

É possível que reais mudanças levem muitos anos para se concretizar e você jamais deveria considerar o trabalho como terminado. Em vez disso, você deveria buscar maneiras para mudanças institucionais. Em outras palavras: quando o seu povo é orientado e educado em maneiras eficientes de como promover mudanças, você estará sólida e sadiamente preparado a enfrentar o futuro.

Nélio DaSilva

MARKETING NA IGREJA (II)

Ao estabelecer pacto com Noé, Deus projetou um arco colorido no céu, em memória para a gerações. Nenhum marqueteiro conseguiu, até hoje, produzir um efeito de luz tão espetacular como este! O homem só consegue manobrar a luz quando há escuridão e é por isso que a maioria dos cenários de teatro tem fundo preto. Só Deus pode criar efeitos de luz na presença do Sol. (Gn.9:11-17)

Deus escreve a Lei em tábuas para que Moisés retransmita ao povo. Mídia Impressa pelo dedo do Pai! (Ex.24:12)

Em Hab.2:2 o Senhor ordena ao profeta que escreva a visão em tábuas e coloque ao longo do caminho, para que seja lida por quem passar. Deus criou o out-door!!

Deus mandou Isaías escrever a profecia em tábuas grandes para mostrar aos homens e também registra-la em livro para que fosse conhecida de gerações futuras. Deus multimídia! (Is.30:8)

Os patriarcas das doze tribos tinham seus nomes gravados em pedras sardônicas presas às vestes sacerdotais como perpétua lembrança aos homens e honra diante de Deus. Lembramos que o lay-out das vestes foi totalmente ditado por Deus. (Ex.28:9-12)

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Deus sempre foi criador de grandiosos eventos, tudo para comunicar seus feitos, seu amor, seu cuidado e seus planos. O primeiro grande evento é a Páscoa, com detalhes minuciosamente descritos a Moisés. Tabernáculos, Primícias, Pentecostes, Expiação são alguns exemplos. (Lv.23:1-44) Já no Novo Testamento, Jesus institui a Santa Ceia e o Batismo como atos solenes e públicos para publicar sua mensagem.

A cruz, formada por uma horizontal menor sobre uma vertical maior, é tida pelas academias de marketing como sendo o primeiro logotipo conhecido. Duas simples linhas sobrepostas são capazes, hoje, de transmitir uma infindável lista de conceitos e informações sobre a vida nas mãos de Deus. Ainda na ótica do marketing, a igreja cristã foi a primeira instituição a utilizar conceitos de “Ponto de Venda” como conhecemos hoje: “produto” homogêneo, lay-out padronizado e, claro, a logomarca na porta. Pode-se dizer que a mensagem de Jesus é o primeiro “produto global” da história, distribuído em todos os países, em todas as línguas e em todas as culturas.

O composto de marketing é descrito pelos famosos quatro pês: People (público-alvo), Product (produto), Place (ponto de venda) e Promotion (promoção). Nos diversos cursos e seminários que participei, os palestrantes sempre mostram outros pês: Pesquisa, Pós-Venda, Preço, Padronização, Popularidade, Perturbações, Pré-Venda, Pluralidade... é certo que em todos estes conceitos é possível localizar e posicionar a missão da igreja:

• Público-Alvo: “...para TODO aquele que nele crer...” (Jo.3:16)• Produto: “Deixo-vos a PAZ, a minha PAZ vos dou...” (Jo.14:27)• Ponto de Venda: “Pois ONDE se acham dois ou três...” (Mt.18:20)• Promoção: “IDE, fazei discípulos de todas as nações....” (Mt.28:19)• Pesquisa: “Envia homens que ESPIEM a terra...” (Nm.13:2)• Pós-Venda: “...Chega aqui o teu dedo, e VÊ as minhas mãos...” (Jo.20:27)• Preço: “...vinde e comprai, sem dinheiro e SEM PREÇO, vinho e leite.” (Is.55:1)• Padronização: “para que todos SEJAM UM, assim como Tu és em mim” (Jo.17:21)• Popularidade: “...saíram, e divulgaram a sua FAMA por toda aquela terra.” (Mt.9:31)• Perturbações: “...levantou-se grande PERSEGUIÇÃO contra a igreja” (At.8:1)• Pré-Venda: “SE tivesses conhecido o dom de Deus...” (Jo.4:10)• Pluralidade: “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre...” (Gl.3:28)

Jairo Ishikawa

Consultoria Ministerial   

SINOPSE

Desafiar igrejas a buscar a visão de Deus para a sua vida e ministérios.

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Promover transformações para o cumprimento da missão que Deus lhes confiou.

Equipar a igreja com ferramentas para o desenvolvimento de um ministério saudável

ALVO

O alvo da Consultoria Ministerial é ajudar igrejas a estabelecer planos estratégicos, identificar a visão de Deus e sistematizar seus sonhos.

A consultoria ministerial é desenvolvida com base em dois princípios: visão espiritual do Reino e passos práticos de planejamento.

O QUE A CONSULTORIA FAZ

Fornece treinamento, materiais e acompanhamento em áreas como pesquisa, desenvolvimento de projetos, implementação e desenvolvimento do processo de discipulado na igreja, estratégias de evangelização e ensino, implementação e desenvolvimento de ministérios na igreja e treinamento de líderes.

A consulta ministerial não “vende” um “pacote ministerial” para a igreja. Cada igreja é uma realidade e para cada realidade há sugestões e propostas específicas.

Nélio DaSilva

Estratégias de Liderança

1. Buscando Feedback

2. Os Três P´s da Liderança

3. Para Antes e Depois de Você Falar

4. 10 Perguntas Vitais Para Um Pastor

5. Três Rápidas Idéias Sobre Eventos Especiais

6. O que Voluntários Estão Buscando

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7. Motivação Pesa

8. O que o Negativismo lhe Traz

9. Bumerangue Ajuda Membros a Crescer

10. Começando Um Novo Ministério na Igreja?

11. Dez Dicas Sobre Como Lidar Com a Crítica

12. 12 Estratégias Para uma Liderança Bem Sucedida

13. Encorajando A Sua Equipe de Trabalho

BUSCANDO FEEDBACK

Se você deseja obter um feedback de qualidade de membros da sua equipe de ministério, eis aqui algumas sugestões:

Encontre-se com essa pessoa (apenas uma de cada vez) por uma hora ou duas pelo menos uma vez a cada 90 dias. Evite que esse encontro seja nas dependências da igreja. Talvez a melhor opção seja num almoço ou jantar.

Deixe claro que esse encontro não é nada formal e que você não tem uma agenda e que tudo que você deseja é um honesto feedback. Isso significa que você deverá falar muito pouco e ouvir muito.

Pergunte sobre como essa pessoa está vendo as recentes realizações na igreja, etc.

Faça um esboço dos planos que você tem (tanto quanto você possa) para com a igreja ou para com algum determinado departamento o qual você espera algum feedback dessa pessoa. A seguir, pergunte como essa pessoa se vê dentro desse plano e na igreja de um modo geral a longo prazo. É possível que esta pessoa venha revelar algum interesse ou habilidade que pode ser usado em algum projeto posterior.

Peça a opinião dessa pessoa sobre a perspectiva que ela possa ter sobre como membros de ministério podem ainda aprimorar a forma de trabalharem juntos como equipe e peça também uma sincera avaliação da sua própria (você) liderança na igreja. Nota importante: É possível que pessoa hesite em lhe dar qualquer feedback em pessoa. Se este for o caso, encoraje-a a lhe escrever um e-mail com as suas recomendações e sugestões.

Apresse-se a corrigir qualquer problema que porventura possa surgir. A pior coisa que pode acontecer é você obter um

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feedback e não fazer absolutamente nada a respeito da matéria.

Nélio DaSilva

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OS TRêS P´S DA LIDERANçA

Líderes bem sucedidos praticam esses três “P’s”

Paixão. Eles não tem medo de demonstrar entusiasmo em aprimorar entusiasmo de ambos: gente e atitudes.

Persistência. Eles nunca desistem dos seus esforços de encorajar mudanças e apoiar aprendizado que irão aprimorar a igreja e suas lideranças.

Publicidade. Eles publicam a necessidade que tem de uma maneira tão eficiente que as pessoas se perguntam: “O que eu preciso fazer?” “De que maneira eu posso me envolver?”

Nélio DaSilva

PARA ANTES E DEPOIS DE VOCê FALAR

Responder as perguntas abaixo antes de você falar, certamente que aumentarão as chances das pessoas realmente ouvir o que você tem a dizer:

Quem são os membros dessa audiência?

O que eles sabem e o que eles precisam ouvir?

Eles se importam comigo e com o que eu tenho a dizer?

Quais as experiências que eles já tiveram pelo qual pode afetar a maneira deles receberem a minha mensagem?

E depois de você falar faça uma crítica da sua própria fala ao fazer a si mesmo essas perguntas:

Eu posso concluir, pela reação da audiência que eles realmente compreenderam o que eu tentei comunicar?

Se a mensagem – para mim é óbvia – por que eles não compreenderam a minha mensagem?

Devo agir de forma diferente da próxima vez?

Nélio DaSilva

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10 PERGUNTAS VITAIS PARA UM PASTOR

1. Nos últimos 30 dias você ouviu os membros da sua congregação conversando a respeito da sua visão em relação a sua igreja?

2. A atmosfera da sua igreja é inquestionavelmente contagiante?

3. A missão da sua igreja sai com com clareza, objetividade e convição vinda apaixonadamente do seu coração?

4. Os seus lideres abraçam a sua visão?

5. Você planejou uma atividade nos próximos três meses que tem o objetivo de ajuda-lo a ver o futuro que Deus tem para a sua igreja?

6. A sua liderança entusiasticamente concorda sobre a maneira de como realizar a missão da igreja?

7. Você tem um processo, no papel, sobre como a sua igreja deve desenvolver novos lideres?

8. Toda a comunicação da sua igreja reflete e reforça a sua visão?

9. Existe uma clareza cristalina a respeito do novo ministério a ser lançado na igreja?

10. Você já identificou uma pessoa que possa ajuda-lo a ser o líder que você precisa ser?

Nélio DaSilva

TRêS RáPIDAS IDéIAS SOBRE EVENTOS ESPECIAIS

Aumente as suas chances de atrair uma grande multidão para os seus eventos (fora da igreja) especiais por:

Realizar o evento num lugar fora do usual tal qual um cinema, teatro ou um clube. Porém, antes de asumir compromisso com um determinado lugar procure a respostas para essas perguntas: “O local tem capacidade elétrica suficiente para suportar seus equipamentos?” “Existe alguma restrição no local a respeito de barulho?” “Existe estacionamento suficiente que possa satisfazer a demando do seu público?”

Investir numa boa campanha de marketing. Tenha em mente que isso pode ser a sua apresentação inicial na comunidade. Portanto, sua propaganda deve visar não apenas chamar a atenção do público mas também exibir a sua qualidade. Precaução: Não permita que detalhes refinados faça você se esquecer de detalhes fundamentais. Check e check várias vezes lembrando-se que os convites devem providenciar respostas a todos os quem, o que, onde, quando e porque a respeito do seu evento.

Recrutar apoio de pessoas influentes na comunidade e muitos amigos. Lembre-se que muitas dessas pessoas estarão fazendo a seguinte pergunta: “O que é que ganho com isso?” As pessoas de um modo geral gostam de fazer parte de algo portentoso. Considere também o apoio de algumas “celebridades cristãs”. Precaução: Tome um especial cuidado no uso dessas celebridades; certifique-se de que seu testemunho

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cristão é realmente autentico.

Nélio DaSilva

O QUE VOLUNTáRIOS ESTãO BUSCANDO

Você pode aprimorar – e muito – as suas chances de atrair produtivos e comprometidos voluntários se você:

Oferecer a eles uma “REDE” ou seja: “Retorno de dividendos.” Como? Ao providenciar e assegurar aos seus voluntários variadas maneiras deles participarem em curtos projetos com objetivos claramente definidos.

Evitar aceitar voluntários apenas porque eles querem o trabalho ou porque estão há muito tempo sem fazer nada. Em vez disso concentre-se na regra dos “três certos”: Pegue o voluntário certo, para o trabalho certo e na hora certa.

Providenciar oportunidades para aqueles que podem lhe ajudar por apenas um período de tempo limitado. Estratégias: tarefas compartilhadas ou em co-lideranças de grupos ou projetos, menos reuniões face a face e mais contatos via e-mail, fax ou telefone.

Trouxer a sua equipe de voluntários para uma – bem planejada - reunião anual de um dia. Agenda: questões problemáticas, alocação de recursos e mudanças que afetam a vida operacional da igreja. Bônus: Você verá quão bem os seus voluntários irão interagir.

Nélio DaSilva

MOTIVAçãO PESA

Você está consciente da importância que o ingrediente “motivação” tem na sua comunicação? Como líder, os seus comentários tem um impacto enorme sobre como os membros de uma equipe se sentem a respeito da igreja e do papel que eles representam na mesma. Eis aqui duas simples sugestões que podem lhe ajudar a elevar o moral da sua equipe de trabalho e aprimorar a auto estima deles.

Em cada reunião, faça algumas declarações positivas a respeito de cada membro de equipe. Seus comentários devem ser sinceros, fatídicos e relevante em relação ao trabalho que aquela pessoa vem desempenhando.

Cada vez que você falar com um membro da sua equipe de ministério, faça uma descritiva e positiva declaração sobre como aquela pessoa está indo num determinado projeto ou encargo.

Nélio DaSilva

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O QUE O NEGATIVISMO LHE TRAZ

Pensamentos negativos criam uma névoa densa e escura em tempos críticos de decisões.

Qual é a diferença entre um obstáculo e uma oportunidade? A principal diferença entre um obstáculo e uma oportunidade é a atitude que eu tenho em direção a ambas.

Pensamentos negativistas são contagiosos.

Toda e qualquer pessoa está sujeita a uma corrente de atitudes negativas que podem levar a uma zona de extremo perigo.

Pensamentos negativos fazem com que tudo fique exageradamente magnificado. Tomadas pelo negativismo, algumas pessoas tratam um pequeno buraco no telhado como se fosse um furacão.

A Lei de Murphy – Nada é tão fácil como aparenta ser; tudo é muito mais demorado do que se espera; e se alguma coisa pode dar errado, dará errado e no pior momento possível.

A Lei do Nélio – Nada é tão difícil como aparenta ser; tudo é mais gratificante que você espera ser; e se alguma coisa pode dar certo, dará certo no melhor momento possível.

Nélio DaSilva

BUMERANGUE AJUDA MEMBROS A CRESCER

Tente a abordagem bumerangue para acelerar o crescimento de um membro de igreja ao fazer com que ele(a) aceite a sua responsabilidade em vez de se esquivar.

Exemplo:

O membro da igreja diz: “Pastor, nós temos um problema.”

Você responde: “Quais são as opções que você sugere?”

Nélio DaSilva

COMEçANDO UM NOVO MINISTéRIO NA IGREJA?

Muito bem. Você já definiu em sua mente e Deus já confirmou em seu coração mais um novo e promissor ministério a ser implementado em sua congregação. E agora, qual o próximo passo? Permita-me lhe dar algumas sugestões práticas:

Ore!Invista tempo em oração com alguns amigos que já tenham algum interesse nesse ministério. Peça a Deus que lhes dirija a cada passo dessa nova jornada. (Colossenses 4:2)

* Peça a Deus para lhes mostrar cada passo a ser dado em fé a fim de levar avante esse

Page 66: Multiplicando Igrejas Sadias

ministério. (Mateus 21:12)

* Agradeça a Deus pelo privilégio de poder participar de algo de valor eterno e profundamente significativo. (1 Corintios 3:10-15)

* Comece a orar pelos desdobramentos desse ministério. Ore para que muitos venham a conhecer a Cristo como Salvador e Senhor. Ore especificamente por pessoas que possam vir a participar desse ministério. Ore para que Deus providencie a liderança necessária para esse ministério. (Mateus 28:18-20)

Busque Mentores! Você conhece alguém que já está fazendo algo parecido com o que você vem sonhando? Não se acanhe. Peça ajuda. Se nós aqui do MIS pudermos de alguma forma lhe ajudar e encorajar, não hesite em nos contactar.

Publique. Torne publico o seu desejo de fazer desse ministério algo relevante e abençoador.

Reuna. Traga as pessoas certas para a formação do núcleo base.Persevere. Lembre-se: nada de significativo acontece da noite para o dia. Vale a pena meditar em Gálatas 6:9.

Nélio DaSilva

DEZ DICAS SOBRE COMO LIDAR COM A CRíTICA

1 - Tente não se irarAs demais sugestões na nossa lista simplesmente serão impossíveis de serem praticadas se você perder a cabeça e explodir em ira. Claro que não é fácil manter a calma quando se está debaixo de uma artilharia, porém, vale a pena relembrar as palavras de vida que Paulo declarou aos Efésios: Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Efésios 4:31

2. Ouça a crítica atentamente Tente compreender exatamente o que foi dito e porque, de tal maneira que você possa dar uma resposta apropriada. Se nenhum outro objetivo for alcançado, pelo menos você poderá aprender muito sobre a outra pessoa ao ouvi-la com atenção. Você também fará com que a pessoa passe a se sentir bem a respeito de você, uma vez que você foi aberto e pronto a ouvi-la. Uma palavra de cautela: não importa quão difícil isso venha a ser, é por demais importante que você não diga nada até que o crítico conclua o que tem a dizer ou lhe faça uma pergunta.

3 - Quanto aos críticos injuriosos Se a crítica é feita de maneira inepta ou punitiva, então é melhor focalizar a sua atenção na inabilidade do crítico do que se sentir ferido. Imagine quantas outras pessoas já não foram feridas pelas palavras inconseqüentes dessa pessoa. Não se apresse a atribuir malicia àquilo que pode ser explicado por incompetência.

4 - Peça por exemplos dos seus errosFaça isso com um sincero desejo de ir à raiz do questionamento da outra pessoa. Não tenha uma atitude negativista, sarcástica ou antagonista. Faça as perguntas que puder a fim de ajudá-lo(a) a entender a situação e demonstre o seu desejo de ouvir a outra pessoa.

5 - Compartilhe a sua percepção da situaçãoPrimeiramente, reconheça a extensão da sua concordância com alguns pontos da possível crítica que lhe foi feita. De maneira polida, porém, com firmeza corrija as informações que não

Page 67: Multiplicando Igrejas Sadias

são corretas - dadas pelo seu crítico. Trate das questões da maneira mais desapaixonada possível.

6 - Nunca acuse o crítico de ser injustoMesmo que você acha que a crítica não é justa, você pode estar certo que essa não é a opinião do crítico. Você poderá eventualmente ser capaz de convencer a pessoa do erro dela, mas você não irá conseguir isso simplesmente acusando-a.

7 - Faça um sumário das suas discordânciasAssinale objetivamente as discrepâncias que permanecem entre os dois pontos de vista em termos específicos. Fique firme na sua posição, mas sem malicia. Sugira uma ação corretiva a fim de resolver a discordância que ainda permanece.

8 - Examine os seus sentimentosUma vez que as questões foram lidadas descreva os seus sentimentos em função da crítica que você recebeu. Dê a essa pessoa a oportunidade de compreender como você se sentiu e de que maneira ela teria se sentido se estivesse em seu lugar.

9 - Agradeça ao críticoAgradeça com sinceridade, demonstre apreciação pelo desejo dessa pessoa de lhe ajudar a crescer através da crítica mesmo que isso lhe tenha ferido.

10 - Agradeça a DeusAo longo dos anos eu tenho crescido e aprendido muito mais com os meus críticos do que com pessoas que concordam comigo. Portanto, a essas pessoas eu tenho expressado a minha gratidão por me ajudarem a crescer em áreas que venho resistindo à ação de Deus. Agradecer a Deus, portanto, é mais do que oportuno em tempos em que tenho a excelente oportunidade de me

Nélio DaSilva

12 ESTRATéGIAS PARA UMA LIDERANçA BEM SUCEDIDA

1 - Demonstre às pessoas, as quais você está liderando, as qualidades que você espera que elas demonstrem a você. Um dos mais poderosos princípios de liderança é este: As pessoas fazem aquilo que elas vêem! Portanto, obtenha honestidade, lealdade, sensibilidade, consideração, espírito decisivo, flexibilidade, objetividade e entusiasmo que você deseja dos seus liderados, ao demonstrar a eles exatamente essas mesmas qualidades em si mesmo. Modelar atitudes é, e sempre será, a mais poderosa estratégia de liderança.

2 - Faça com que as suas expectativas sejam claramente conhecidas De que outra maneira você espera que as pessoas possam satisfazer as expectativas que você tem sobre elas? Nunca assuma que uma pessoa, seja ela membro da igreja ou um líder de um departamento, já saiba – sem que você antes a tenha claramente comunicado – quais são as expectativas que você tem sobre o trabalho e função que você delegou. Não tenha medo de dizer exatamente o que você espera do trabalho e ministério daquela pessoa. Diga a ela antes dela se engajar no trabalho e faça isso tão freqüente quanto possa.

3 - Use reuniões para fortalecer a sua equipe Encoraje participação e o compartilhar de idéias. Mantenha o grupo focalizado no alvo.

4 - Demonstre apreciação pela dedicação ao trabalho

Page 68: Multiplicando Igrejas Sadias

Lembre-se que você trabalha com voluntários e seres humanos (voluntários incluídos) precisam constantemente de sentirem apreciados pelo trabalho que realizam. Voluntarismo requer apreciação constante. Portanto, não perca a oportunidade de apreciar o trabalho que as pessoas vem desenvolvendo.

5 - Aceite as diferenças das pessoas e tire vantagem disso Nem todas as pessoas se tornam a estrela da sua equipe. Algumas pessoas vão se superar e outras não irão sair do lugar. Portanto, da mesma maneira que você trata o seu filho como se ele fosse o único, trate também aquela pessoa conforme a singularidade dela.

6 - Dê feedback às pessoas independente da contribuição que elas estão dando para a equipe Faça isso objetiva e honestamente tão freqüente quanto possa. Deixe-os saber de que maneira eles estão preenchendo as suas expectativas e onde eles podem aprimorar.

7 - Ouça a sua equipe Ao serem ouvidas, as pessoas passam a compreender que aquilo que elas dizem tem importância. Ao ouvi-las você irá ganhar o respeito e a lealdade delas. E mais: você estará sabendo o que se passa com elas.

8 - Compartilhe os seus alvos, visões, motivações e razões Não diga às pessoas o que elas devem fazer. Compartilhe com elas sobre quais são as suas reais necessidades naquela determinada situação e permita que elas lhe ajudem a decidir sobre a melhor maneira de preencher aquelas necessidades.

9 - Admita seus erros Ao contrário do que possa parecer sinal de fraqueza, isso é um sinal de vitalidade e saúde.

10 - Não prometa – cumpra Apenas duas coisas podem acontecer quando você promete algo a alguém, e nenhuma das duas é muito boa. O cumprimento de uma promessa é sempre esperado; e uma promessa não cumprida pode acabar com um relacionamento.

11 - Coloque as pessoas em funções em que elas estejam mais próximas de preencher as suas próprias necessidades tanto quanto as da igreja/organização Essa é a melhor resposta para uma pergunta que líderes me fazem frequentemente: “Como é que eu posso motivar o meu povo?”

12 - Dê às pessoas as informações que elas precisam para fazer o trabalho que lhes foi dado – antes mesmo delas necessitarem de tais informações Para muitos voluntários, informação é alguns dos recursos necessários, mas que estão pouco disponíveis. Ao delegar um trabalho, ofereça todas as informações que estiverem a seu alcance.

Nélio DaSilva

ENCORAJANDO A SUA EQUIPE DE TRABALHO

Eu jamais vi uma pessoa que pudesse fazer um trabalho realmente extraordinário a não ser debaixo do estímulo, do encorajamento, do entusiasmo e da aprovação por parte das pessoas para as quais ela está trabalhando. Charles M. Schwab

Uma das coisas mais importantes que você pode fazer a fim de aprimorar o seu ministério é - numa base constante e disciplinada - encorajar o seu povo. Pequenos gestos - creia - podem

Page 69: Multiplicando Igrejas Sadias

fazer uma diferença monumental na sua relação com o seu povo.

Talvez, por serem "pequenos" a nossa tendência é a de imaginar que eles possam ser dispensáveis. Porém, nada pode estar mais longe da verdade do que pensar e agir dessa maneira. A sua equipe de trabalho é gente, e gente precisa de encorajamento e apreciação. O autor de Hebreus declara: Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Hebreus 10:24

Eis aqui algumas maneiras de encorajar o seu pessoal

Diga a eles que você os aprecia. Para muitos, isso é tudo o que eles realmente necessitam. O notável psicólogo Wiiliam James certa vez declarou que a necessidade número 1 do ser humano é a de ser apreciado. Paulo em suas cartas frequentemente demonstrava apreciação àqueles que com ele labutavam. Veja o que ele diz aos Filipenses: Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês... por causa da cooperação que vocês tem dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora. Filipenses 1:3a,5b.

Um simples: "Olha, quero que você saiba que eu aprecio demais a sua colaboração preciosa na nossa equipe e a maneira dedicada com que você tem se empenhado a fim de fazer do nosso projeto um real sucesso." Palavras genuínas como essa podem fazer uma diferença incrível na vida de alguém!

Dê a eles uma folga. Lembre-se que você está trabalhando com voluntários. Essas pessoas têm as suas agendas cheias, tem problemas, dúvidas e aflições e talvez o melhor presente que essa pessoa possa receber numa determinada semana é uma ausência em mais uma reunião. Você já considerou dizer a essa pessoa: "Olha, você tem feito um trabalho extraordinário na nossa equipe e eu gostaria que você descansasse essa semana, e não viesse para a reunião, que tal investir um tempo extra com a família?"

Compre um presente para ele(a). Com um pequeno mas significativo presente diga a essa pessoa: "Ei, sabe de uma coisa? Eu quero lhe dizer que tenho apreciado demais a contribuição que você tem dado à nossa igreja e ao Reino de Deus; isso aqui (presente) é apenas um pequeno gesto de apreciação em função do muito que você tem representado para todos nós." Atitude como essa produz maravilhas!

Nunca se esqueça de dizer: "Obrigado!" Claro que as pessoas estão trabalhando para Deus e que devem, por obrigação, fazer o melhor para o Senhor. Mas elas são humanas e, portanto, precisam de ser encorajadas e apreciadas. Portanto, nunca é demais a palavra "obrigado" ou um pequeno cartão expressando por escrito a sua gratidão.

Faça um reconhecimento público. Uma maneira de encorajar a sua equipe de trabalho é de reconhecê-la em público e na frente dos seus colegas. Se você encontrar uma oportunidade para isso não deixe de fazê-lo. Observe como as pessoas apreciam isso, e como elas são encorajadas a produzir ainda mais quando elas são valorizadas e apreciadas.

E finalmente...

Mantenha uma atitude positiva de encorajamento no seu ambiente de trabalho!

Encoraje!Nélio DaSilva

Artigos

Page 70: Multiplicando Igrejas Sadias

1. Como Avaliar Uma Possível Mudança de Ministério - Nélio DaSilva

2. As Nossas Babilônias - Oswaldo Prado

3. Captando Recursos Com Atitude Correta - Nélio DaSilva

4. Como Ajudar Pessoas a Enfrentar Problemas - Ary Velloso

5. Pastores sem Pastoreio - Gladston Pereira da Cunha

6. O Líder e o Manejamento do Seu Tempo - Nélio DaSilva

7. Mestres em Reconciliação e Pedir Perdão - David Kornfield

8. Puxaram Meu Tapete e Deus Não Viu - Ary Velloso

9. Liderança em Momentos Críticos - Nélio DaSilva

10. O Mais Sublime Chamado - Naamã Mendes

11. O Sucesso e o Caráter do Líder - Josué Campanhã

12. Pregue a Palavra - John Stott

13. Infame Mistura no Púlpito Evangélico - Eduardo Rosa Pedreira

Page 71: Multiplicando Igrejas Sadias

14. Sem Olhar Para Trás - Daniel Costa

15. Prestando Contas - Nélio DaSilva

16. Por Um Despedir Responsável - Mônica Mesquita

17. O Fenômeno da Contra-Missão - Oswaldo Prado

18. O Day After dos Evangélicos - Oswaldo Prado

19. Jerusalém X Antioquia e o Missionário - Ariovaldo Ramos

20. Salmo 3 - Ariovaldo Ramos

21. 12 Jóias Preciosas da Liderança - Nélio DaSilva

22. Delegando Com Eficiência - Nélio DaSilva

23. 10 Princípios Que Nenhum Líder Pode Ignorar - Nélio DaSilva

24. Um Novo Olhar a Um Velho Pecado - Nélio DaSilva

25. O Paradigma do Amor - Nélio DaSilva

26. Momentos Críticos - Nélio DaSilva

Page 72: Multiplicando Igrejas Sadias

27. Um Aperto de Mão ao Pastor - Nélio DaSilva

28. Como Vai a Saúde...da Sua Igreja? - Nélio DaSilva

29. Ansiando pelo Sábado - Ed Rowell

30. Lidando com o Desencorajamento - Nélio DaSilva

31. Derrotando Seus Gigantes - Nélio DaSilva

32. Evitando Uma Reação Química - Nélio DaSilva

33. O Que Fazer Após a Queda do Seu Herói - Nélio DaSilva

34. Dueto Devocional - Bob e Charlotte Mize

35. Paz Financeira - Samuel Vieira

36. Evangelização no Mercado Pós Moderno - Robson Ramos

37. Lidando com Pessoas Difíceis - Synezio Lyra

38. O Pequeno "Extra" - Nélio DaSilva

39. Olá, Tem Alguém em Casa? - Louis McBurney

Page 73: Multiplicando Igrejas Sadias

40. Excelentes Recursos - Nélio DaSilva

41. 5 Coisas Que Eu Gostaria de Saber Antes de Entrar Neste Mundo - Nélio DaSilva

42. Desencorajado? - Nélio DaSilva

COMO AVALIAR UMA POSSíVEL MUDANçA DE MINISTéRIO

Existe um velho provérbio que afirma: "Uma pedra atirada na hora certa é muito melhor que o ouro presenteado na hora errada." Tem sido inúmeras as vezes em que líderes tem me perguntado com uma expressão facial preocupada e ansiosa: - "Quais são os parâmetros que necessariamente tenho de obedecer a fim de decidir se devo ou não permanecer em uma determinada igreja?" Toda e qualquer pessoa em uma posição de liderança compreende muito bem a importância e a absoluta necessidade de tomar uma decisão correta na hora e no momento apropriado. Um erro de cálculo nesta decisão pode ser sinônimo de muitas dores as quais trarão consigo fatalmente enormes chagas e posteriormente incalculáveis cicatrizes emocionais.

É inevitável que todos nós eventualmente temos que tomar sérias e importantes decisões e muitas vezes nós não nos damos conta que a vida está sobrecarregada de um processo de decisões. A decisão que tomamos quando tínhamos vinte anos de idade pode ter sido boa e a mais acertada para aquela idade em particular, mas existem outras decisões que devem ser tomadas à luz do processo do momento em que nos encontramos. Porém, é através da habilidade de analisar o momento certo de se tomar uma decisão é que pode nos dar os subsidios a fim de fazer uma grande diferença.

Nos últimos dez anos eu tive que tomar as decisões mais sérias de toda a minha vida. Foram decisões difíceis e que certamente - eu estava consciente - trariam enormes conseqüências, não apenas para a minha vida pessoal, mas para a minha família e para muitas outras pessoas. Em tempos de sérias decisões eu aprendi a fazer algumas perguntas que me ajudaram tremendamente a entender o meu momento histórico e espero que ao compartilhar com você algumas dessas perguntas, você possa ser encorajado também no seu momento atual. É meu desejo sincero e ardente ser essencialmente prático ao tentar ajudar pastores, líderes, homens de negócios ou até mesmo qualquer pessoa que está se questionando se já não chegou a hora de tomar uma decisão relacionado à sua geografia. Eis aqui dez perguntas que tenho feito a mim mesmo ao me questionar se devo ou não fazer as malas e vislumbrar um novo ministério.

1. Já alcancei os anos mais produtivos do meu ministério nessa igreja/organização?

Eu creio sinceramente que deve haver um momento quando nós olhamos para dentro de nós mesmos e de uma maneira integra e honesta venhamos a formular a seguinte pergunta: "Eu estou hoje num estágio onde o meu ministério tem sido eficiente para a vida desta igreja/organização?" Exemplo: para um pastor que está iniciando o seu ministério em uma determinada igreja é quase certo que aquele primeiro pastorado - via de regra - será a de um curto pastorado. A razão para isto é que ele não tem experiência, ele vai cometer uma série de erros, ele irá se desencorajar e possivelmente o período de uma três anos é um período caracterizado por um processo de aprendizado. O fato é que os anos mais produtivos de um ministério - em termos

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gerais - não estão nos primeiros anos de uma carreira ministerial. Essa á a razão para a relevância dessa pergunta número um. Observadores afirmam que são necessários um mínimo de cinco anos antes que um líder venha a ser realmente eficiente num ministério ou numa organização. Para um líder que muda de igreja a cada três anos é simplesmente impossível atingir os seus anos mais eficientes. É necessário você perguntar a si mesmo não apenas sobre a sua idade cronológica, a idade da sua carreira, mas é fundamental perguntar a si mesmo: "Nessa igreja/organização, eu já alcancei os mais produtivos anos do meu ministério?"

2. Eu tenho um sonho e paixão por esse trabalho?

O escritor Mack Davis declarou certa vez: "Quando o sonho de um homem é anulado não há mais nada a fazer a não ser preparar o seu funeral." Essa pergunta lhe leva a um outro examinar significativo. É quando você se pergunta: "A minha visão está intacta? O meu sonho ainda está palpitando forte em meu coração?"

3. Os meus dons estão sincronizados com a tarefa que tenho a cumprir?

Em outras palavras, as minhas áreas fortes de atuação estão alinhadas com as demandas que estão sobre mim nesse campo de trabalho em particular? Os meus dons "batem" com aquilo que eu estou fazendo? Dois fatores ocorrem quando você está se aproximando dos seus anos de maturidade ministerial. Número 1: você se dá conta daquelas coisas que você faz bem e se sente bem em faze-las. Número 2: você se dá conta daquelas coisas que você não faz bem feito e você não se sente bem em faze-las. Uma das coisas mais tristes que tenho observado é de contemplar líderes posicionados e operando numa posição onde - decididamente - eles não são eficientes e, consequentemente, não produtivos. Por experiência própria, eu costumava me sentir culpado quando me dava conta da minha completa inabilidade para desempenhar certas funções pastorais; e a culpa vinha porque eu não sentia prazer naquilo que estava fazendo. Muitas coisas que eu fazia e até aos olhos das outras pessoas dava a impressão que eu fazia muito bem. Porém, à medida em que fui amadurecendo, fui também compreendendo que aquelas tarefas não estavam em sincronia com o meu temperamento, minha personalidade e nem com a combinação dos meus dons. É necessário que você conheça realisticamente os seus pontos fortes, mas também é necessário que você conheça objetivamente os seus pontos fracos.

4. Estou filosoficamente compatível com as pessoas as quais estou trabalhando?

Essa é uma pergunta decisiva antes de fazer as malas ou decidir ficar no lugar onde você se encontra. É quando eu medito nessa questão: "As pessoas com as quais estou ombro a ombro nesse ministério, elas estão na mesma "faixa de onda" em que eu me encontro?" O fato é que se filosoficamente você não está compatível com as pessoas que estão liderando e ministrando com você, certamente que você está em problemas e tudo o que você irá enfrentar é uma série contínua de conflitos sem uma previsão imediata de solução. Quando filosificamente não existe compatibilidade, a questão deixa de ser quem está errado ou quem está certo, mas sim a evidência de uma grave problemática de se ter duas ou mais direções tomando lugar e como resultado o caos passa a ser lugar comum.

5. Minha formação social e cultural se encaixa com esta igreja/organização?

Essa é uma outra boa pergunta que tem muito me ajudado através dos anos. A prática tem me mostrado que muitos pastores que tem uma formação cultural e social no sul do país - por exemplo - tem uma dificuldade muito grande de se ajustarem no nordeste

Page 75: Multiplicando Igrejas Sadias

do país e vice-versa. Isso não é uma questão de certo ou errado. Isso na realidade apenas significa que o modus operandus de se pensar e atuar terá como base fatores sociais e culturais. Eu não vou citar uma região em particular, mas existem certas regiões do nosso país que eu não me arriscaria a pastorear porque eu sei que culturalmente eu não me encaixaria. As pessoas daquela região iriam me causar um enorme desconforto e em contrapartida eu iria incomoda-los tremendamente e o que teriamos na realidade seria um amontoado de gente em conflito por um bom período de tempo. Isso porque não houve um ajuste social e cultural que deveria ter sido levado em conta. Essa pergunta deve ser respondida com séria objetividade porque as pessoas de um modo geral se relacionam através da sua cultura e da sua formação social.

6. Eu tenho uma habilidade que já foi esgotada no meu ministério atual?

Existem certos pastores que exercem uma função terapêutica em uma determinada congregação. Esses líderes já iniciam o seu trabalho com uma perspectiva bem clara e determinante de uma breve permanência. Talvez tenha sido o caso de uma igreja que enfrentou uma traumática divisão e demanda naturalmente a presença de um pastor com um forte perfil pastoral a fim de amar, cuidar, compreender e promover cura naquele corpo. Temos que estar abertos para entender que eventualmente e em alguns casos a nossa permanência é mesmo por apenas um período específico na vida de uma congregação. Existem certos pastores - por exemplo - que são plantadores de igreja. De um modo geral eles são incríveis naquilo que realizam. Eles começam uma igreja com uma grande rapidez; na primeira semana cinqüenta pessoas são salvas, a oferta supera a expectativa, eles alugam um local de reuniões maravilhoso e nos próximos três anos o que você vê é uma incrível atividade. Porém, o fato é que da mesma maneira que eles edificam muito rapidamente, da mesma forma se eles permanecerem no mesmo lugar por muito tempo podem dividir aquilo que ajudaram a somar. Eu tenho visto pastores levantarem uma igreja e quando esta congregação chaga a duzentas pessoas, ela se divide e é reduzida a cinqüenta pessoas novamente. E novamente de cinqüenta ela se ergue a duzentas pessoas e novamente se divide e volta para os cinqüenta e o ciclo continua. Essa igreja teria seiscentas ou oitocentas pessoas se todos permanecessem na mesma congregação. Por que isso ocorreu? Porque certos líderes tem dons que devem ser usados apenas por um certo período de tempo. E a pergunta que tenho que fazer dentro da minha realidade é: "A minha habilidade já foi esgotada nesse ministério?" Sim ou não?

7. Minha credibilidade ainda está forte o suficiente para permanecer?

Essa é uma das perguntas mais importantes para decidir se vamos permanecer ou se vamos mudar. Essa pergunta é vital porque quando você perde credibilidade com a sua congregação - decididamente - é hora de mudar. Quando pastores me dizem que a sua congregação já não mais lhe seguem, quando eles já não tem mais influência sobre o seu povo e quando esses sinais estão fortemente presentes, então não há mais nada a fazer a não ser ligar para a companhia de mudanças. Por que? Porque você perdeu a sua credibilidade. Isso não significa necessariamente que você seja uma pessoa de mau caráter, um péssimo líder ou que esteja vivendo em pecado. O que significa é que as pessoas já não lhe seguem mais e se as pessoas não lhe seguem você deixou de influenciar e se você já não mais influencia, isso significa que você já não é mais um líder, porque liderança é influência.

Credibilidade é como ter dinheiro vivo depositado em um banco. Se a sua credibilidade está intacta com o seu povo, então o seu reservatório nesse banco é crescente e os dividendos são adquiridos automaticamente. Quando a credibilidade é quebrada o seu reservatório também é quebrado e as suas reservas simplesmente se esvaem. É fato

Page 76: Multiplicando Igrejas Sadias

absoluto que algumas vezes líderes em igrejas - ou em organizações - vão a falência e quando a falência é declarada, torna-se muito difícil encontrar um outro caminho a não ser uma nova transição.

8. Estou disposto a pagar a preço a fim de ver o crescimento desta igreja/organização?

Quando honesta e sinceramente nos damos conta que não estamos mais dispostos a pagar o preço exigido para ver o crescimento da igreja/organização, então - sem nenhuma dúvida - é hora de ir embora. A razão para isso é que alguém tem que pagar a preço e se não estamos dispostos a isso a coisa mais íntegra a fazer é escrever a carta de demissão. Existem certos aspectos em um determinado ministério que só serão realizáveis em função de um alto preço a ser pago e temos que examinar se este preço será pago por nós ou por uma outra pessoa. Eu estou disposto a pagar o preço?

9. Se eu tivesse um outro lugar para ir, eu ainda assim, ficaria aqui?

Não faz muito tempo atrás, em conversa com um pastor ele compartilhou comigo a sua experiência e situação do seu relacionamento com a sua igreja. A certa altura da nossa conversa ele me perguntou: "Nélio, o que você acha, devo ficar em minha igreja ou devo ir embora?" A minha resposta a esse querido irmão veio em forma de uma pergunta. Eu lhe perguntei: "Se você tivesse condições de fazer uma transição, se esse convite lhe oferecesse um bom salário e excelentes benefícios, você mudaria?" E ele me disse: "Sim, eu me mudaria." E eu então acrescentei: "Então a sua pergunta já está respondida."

O fato lamentável, porém, esta é a realidade, são inúmeras as vezes em que ficamos em igrejas e organizações não porque desejamos ficar; mas ficamos porque não temos nenhum outro lugar para irmos. Eu tenho ouvido pastores que vem a mim e me dizem: "Mas, para onde eu vou se sair daqui?" Essa pergunta chega às raias de ferir a integridade de alguém. A minha pergunta é: Não ter um outro lugar para ir é razão suficiente para permanecer onde você está? Isso é justo para com as pessoas que pagam o seu salário? Estou perfeitamente consciente que esta é uma questão complicada. Porém, se uma pessoa pode em sã consciência admitir que iria para um outro lugar se houvesse oportunidade, isso em si mesmo já uma razão para mudar. E a razão para isto é que uma pessoa jamais será eficiente quando o seu desejo seria o de estar em um outro lugar.

10. Eu tenho uma atitude positiva em relação ao meu trabalho?Ao concluir com essa décima pergunta você certamente que pôde perceber que todas essas perguntas não são difíceis de serem respondidas. O problema com essas perguntas é que elas acabam se transformando numa questão emocional. A minha tentativa nada mais e nada menos é do que tentar colocar as emoções de um lado e de outro lado simplesmente poder examinar detida, honesta e objetivamente a possibilidade de tomar uma sábia e correta decisão. Decisão esta que poderá fazer uma diferença fundamental não apenas na minha vida pessoal, no meu ministério, mas também na vida daquele precioso e incalculável tesouro que Deus me deu: a minha família.

Avaliando uma possível mudança de pastorado

1. Quão valioso eu sou para a minha igreja/organização?1 2 3 4 5Sem valor - Muito valioso

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2. Como tem sido a minha experiência nesta igreja/organização?1 2 3 4 5Ruim - Muito boa

3. Quão satisfeito eu me encontro naquilo que estou fazendo?1 2 3 4 5Insatisfeito - Muito Satisfeito

4. Qual é a minha imagem?1 2 3 4 5Muito ruim - Excelente

5. Será difícil me substituir?1 2 3 4 5Não será difícil - Será muito difícil

6. Quão justa é a minha compensação financeira?1 2 3 4 5Injusta - Muito Justa

7. O que este trabalho está acrescentando à minha carreira e ao meu potencial?1 2 3 4 5Não muito - Está fazendo muito

8. Eu estou trabalhando na igreja/organização errada?1 2 3 4 5Igreja errada - Igreja Certa

9. Existe um outro lugar em que eu prefereria ir ou um outro lugar em que eu gostaria de estar?1 2 3 4 5Chame a transportadora - Quero morrer aqui

10. Esta presente posição está concretizando a vontade de Deus para a minha vida?1 2 3 4 5Não - Sim

Uma escala para examinar a saúde da sua carreira ministerial

40-50 - "Eu não preciso do médico."30-39 - "Onde está o médico?"20-29 - "Onde está o hospital?"10-19 - "Onde está a UTI?"0-9 - "Onde está a casa funerária?"

Nélio DaSilva

AS NOSSAS BABILôNIAS

Recentemente passei por mais um desapontamento com a Igreja Evangélica neste país. Eu precisava obter um alvará para o funcionamento do escritório de nossa missão e, para isto, reuni-me com outros colegas da Sepal, com o assessor do secretário de governo em nossa cidade.

Page 78: Multiplicando Igrejas Sadias

Depois de termos sido muito bem recebidos e explicado, àquele representante do poder municipal, exatamente do que precisávamos, ouvimos dele a seguinte frase: “Hoje em dia as igrejas evangélicas têm nos dado mais trabalho do que os bares da cidade.”

Num primeiro instante, não consegui compreender a amplitude do que acabara de ouvir. Entretanto, não precisei do que mais alguns segundos para entender tudo claramente, pois aquele assessor complementou com algo estarrecedor: “Toda semana vem alguém ao meu gabinete para reclamar de alguma igreja. Eles não suportam o barulho das músicas e das orações e, também, ficam indignados porque muitos estacionam seus carros em lugares proibidos.”

Ao sair daquele lugar fiquei perguntando a mim mesmo: “Você sabia que é parte desta mesma igreja, que tem causado tantos escândalos e ganhado a antipatia daqueles que vivem ao redor?” Comecei a imaginar como tudo isso cheirava muito mais à Babilônia do que a Reino de Deus. Eu estava literalmente chocado! Meu próximo passo foi parar um pouco para refletir sobre tudo aquilo.

Vieram então, à minha mente, as palavras ditas por Nabucodonosor quando, um dia, passeava pelos corredores de seu palácio: “Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória de minha majestade?” (Dn 4.30).

Pensei comigo mesmo: “Este é o sentimento de muitos que lideram nossas igrejas e que têm gerado toda sorte de ira, frustração e ódio por parte dos infelizes que moram ao redor de nossos templos.

A meu ver, os fatores que geram este tipo de comportamento nefasto estão fundamentados em 3 pilares. O primeiro deles é o sentimento de posse. Muitos de nós tornamo-nos os legítimos construtores e “proprietários” daquilo que ousamos chamar de “Igreja de Jesus”. Um grande paradoxo, para dizer o mínimo. Mas isso não é novidade. Nabucodonosor também assumiu este comportamento quando imaginou que a Babilônia lhe pertencia.

Em seguida, transparece com enorme desenvoltura, o sentimento de poder. Quem tem mais poder? O pobre vizinho das nossas igrejas ou o pastor? Evidentemente, o pastor, muitas vezes, imagina ter todo o poder para fazer daquele espaço geográfico que ocupa, o que ele bem entender. Se existe ao redor do templo uma criança precisando adormecer, ou um idoso enfermo, ou um casal que trabalhou durante toda a semana e quer ter um tempo de silêncio, isso não importa. Afinal, o pastor tem o poder para aumentar e abaixar as caixas de som e para gritar diante dos microfones quando julgar necessário e, em alguns casos, até mesmo levar sua audiência ao delírio coletivo. Com Nabucodonosor e a sua Babilônia aconteceu o mesmo. Ele chegou a dizer que detinha “enorme poder”.

Finalmente, transparece para mim algo ainda mais terrível: o sentimento de arrogância. Aquele alto funcionário do governo de minha cidade disse: “Alguns destes pastores dizem que nada lhes impedirá de continuarem agindo desta maneira, mesmo que os vizinhos venham a protestar”. Puro sentimento de arrogância e de soberba! Nabucodonosor afirmou que a Babilônia lhe servia também de motivo de muito orgulho. Na verdade ele foi mais sincero que muitos de nós, pois disse que aquela cidade representava a “glória de sua majestade”.

Isto nos leva a concluir que, em lugar de expandirmos o Reino de Deus, conquistando o respeito e a simpatia das pessoas, através de igrejas saudáveis e missionárias, em muitos casos, infelizmente, estamos construindo nossas Babilônias e ganhando a antipatia de muitos. Pior. Estamos sendo reconhecidos como um povo arrogante e que não se submete às leis. Resta a nós declarar perante o Cordeiro: “Senhor Jesus, tem misericórdia de nós!”

Oswaldo Prado

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CAPTANDO RECURSOS COM ATITUDE CORRETA

Não existe nenhuma novidade no fato de que levantar fundos é uma tarefaárdua, que fatalmente tem a tendência de provar a sua fé, medir o nível dasua perseverança e até mesmo sacudir a sua auto-estima.

Desde 1992 tenho me envolvido no levantamento de sustento pessoal e apartir de então tenho aprendido algumas lições que têm me ajudado acrescer nessa tarefa que eventualmente produz desencorajamentos.

Quero testificar que apesar dos desafios que o levantamento de fundossempre me traz, a minha fé tem sido aumentada através desse ministério. Através do levantamento de fundos para o meu ministério, tenho ganho novos e preciosos amigos e tenho também ganho um real prazer em atingir certos alvos financeiros que tenho estabelecido.

O Senhor tem sido extremamente gracioso para comigo nessa área e, portanto, meu objetivo é o de lhe encorajar e lhe passar um pouco daquilo que a prática do levantamento de fundos tem me ensinado.

Eis aqui algumas breves lições práticas que tenho aprendido:

1. Deus é quem levanta os fundos necessários para a possibilidade de realização do meu ministério. Minha responsabilidade é unicamente a de comunicar com a maior clareza e objetividade possível, os sonhos e projetos que Deus colocou em meu coração. Nesse processo a minha comunicação com doadores em potencial é tão importante quanto à minha visão ministerial.

Portanto...

2. Ao escrever uma carta para uma pessoa, escreva-a como se estivesse falando com um amigo íntimo.

3. Jamais use subterfúgios ou exagere suas histórias no objetivo delevantar fundos.

4. Use variedade em seus parágrafos a fim de manter as pessoas atentas no texto. Exemplo: sublinhe dois ou três dos mais importantes ítens doseu texto.

5. Uma carta que tem o objetivo de levantar fundos não pode ser longa e -obviamente enfadonha, - portanto, não use mais do que no máximo duaspáginas.

6. Nunca termine a primeira página com um ponto final. Force o leitor air para a segunda página e lá termine a sua sentença.

7. Dê ênfase nos benefícios. Deixe as pessoas saberem o que irá acontecer com o resultado da parceria financeira na qual elas se envolverão.

8. Não seja vago ou nebuloso. Faca um pedido especifico de doaçãoindicando a quantia que você deseja e estabeleça a data que você gostaria de obter aquilo que você necessita.

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Espero que estas simples dicas possam encorajá-lo e faze-lo mais eficiente no abençoado ministério de levantamento de fundos.

Seu parceiro em ministério,

Nélio DaSilva

COMO AJUDAR PESSOAS A ENFRENTAR PROBLEMAS

Como pastor que prega a Palavra e ministra ao coração de seu povo, você sempre terá pessoas o procurando com os mais diversos problemas. Desde um rapaz que brigou com a namorada, um filho que tem dificuldade em aceitar a autoridade do pai, a mulher que traiu o marido, o casal que está a ponto de divorciar-se, até os casos extremos de tentativa de suicídio por causa de finanças, homossexualismo ou lesbianismo. 

A diferença entre o aconselhamento pastoral e o aconselhamento de um psicólogo é que no centro do aconselhamento pastoral há de estar um Deus forte, capaz de resolver qualquer problema, miraculoso, poderoso para reverter as situações mais desfavoráveis. A diferença entre você e um psicólogo não crente, é que você está firmado em um Deus forte e na Sua Palavra infalível. Afaste Cristo e a Sua Palavra do aconselhamento e já não será mais um aconselhamento cristão. 

Dizendo isto, não estou afirmando que a Bíblia sempre tenha respostas açucaradas e diretas para os difíceis problemas da vida, nem afirmando que com meia-dúzia de versículos e uma oração no final o problema está resolvido. 

O conselheiro deve ter em mente que a maioria das pessoas que o procuram para serem aconselhadas já desenvolveram o que em Psicologia se chama de "mecanismo de defesa", que são racionalizações e fugas. Através destas atitudes, elas justificam os seus problemas mais sérios e encontram uma explicação para o seu comportamento. 

Isto quer dizer que dificilmente a pessoa vem falar de uma maneira objetiva sobre seus problemas, mas, quase sempre, os apresenta de maneira superficial. Teremos, portanto, dois casos a tratar: "o superficial ou aparente" e "o verdadeiro". E este último, muitas vezes, não vem à tona de imediato. 

Resumindo: Quase sempre que uma pessoa vem para ser aconselhada, ela traz consigo o problema superficial e o problema real. Por exemplo: Um moço diz: "Papai e eu temos discutido muito". Discussão, é o problema superficial. O porquê da discussão é o problema real. 

Seguem agora algumas "dicas" que poderão ajudá-lo no seu aconselhamento pastoral. 

1º - Não use a Bíblia como "varinha mágica". Por exemplo: - "Meu marido me bateu". - "Irmã, está escrito que o justo será perseguido." (Mt 5.10) 

- "Pastor,tive um problema violento de cobiça". - "Meu filho, em Êxodo 20.17 está escrito: 'Não cobiçarás!'. Eu vou orar por você". (Eu sei que estou sendo simplório, mas é triste dizer que é exatamente isto que muitas vezes acontece). 

2º - Dê atenção total ao que o aconselhando estiver falando, numa atmosfera descontraída, pois ele apresentará primeiro o problema superficial ou aparente, para ver se será aceito e compreendido. Então, depois de algum tempo, ele revelará o problema que o perturba. 

3º - Enquanto a pessoa estiver contando o seu problema, procure verificar o que ela está querendo dizer

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através do que está dizendo, e o que ela está deixando de falar, ou a quem e o que está acusando. Lembre-se: Estar atento é ouvir os verdadeiros sentimentos de uma pessoa, os quais ela comunica através de palavras escolhidas, tom de voz e expressões faciais (veja Tiago 1.19). Exemplo: A esposa que ao contar a história começa dizendo: "Nós poderíamos estar em uma situação financeira bem melhor, se não fosse a mão aberta de meu marido". O ataque aí é direto ao marido e mais tarde você verificará que muitas vezes foi ela quem o levou a viver acima do seu padrão financeiro. 

4º- Procure ver, de maneira cuidadosa e com muita cautela, se a pessoa realmente conhece a Cristo. Só porque ela tem o "rótulo" evangélico, não significa, necessariamente, que ela seja "nascida de novo". Exemplo: Uma jovem evangélica ao terminar seu curso universitário, estava namorando um rapaz não crente. A pedido de sua mãe, procurou alguns pastores e procurou saber a sua posição quanto ao namoro. Certo dia, esta mãe veio à mim, pedindo-me para falar com sua filha. Respondi-lhe que atenderia, contanto que a própria filha me telefonasse e combinássemos um horário. (Eu queria testar o interesse da moça em ser aconselhada). A filha acabou telefonando e agendamos um encontro. No dia marcado, depois de algumas palavras sobre o que ela fazia, estudava, etc., ela me perguntou: "Posso namorar um rapaz não crente?" Creio que ela estava esperando que eu abrisse a Bíblia em 2Co 6.14, em diante, e lhe mostrasse o perigo da união de trevas com a luz. 

Mas, em vez disso, eu disse a ela: "Você está perguntando à pessoa errada. Primeiro, você precisa decidir quem é o Senhor de sua vida". Então, parti do zero para explicar-lhe o plano da Salvação e através de gráficos mostrei-lhe o que era luz e trevas, o que era salvo e perdido. Então ela me disse: "Ah! Agora eu vejo. O meu namoro com fulano não é luz com trevas, mas sim, trevas com trevas". 

Ela acabou por aceitar a Cristo, ganhou o rapaz e, este, também já ganhou os pais para Cristo. Agora estão planejando casar-se em um futuro bem próximo. 

Queridos, não pensem que todo aconselhamento tem um fim florido e rosado como este. Por outro lado, se o aconselhamento é bíblico e você é sensível e dirigido pelo Espírito em localizar a raiz do problema e em seguida dá a solução bíblica, caberá então, ao aconselhando, a responsabilidade de aceitar ou não. Deste modo, você não precisa se sentir que fracassou no seu aconselhamento. Veja o exemplo claro disto em Marcos 10.17-22, quando Jesus dá um conselho, mas a pessoa se recusa em obedecê-lo. Quem falhou? Foi o conselheiro ou o aconselhando? 

5º - Em aconselhamento, a pessoa deve procurar o conselheiro e não o conselheiro ir atrás do filho da Dna. Maria, ou do esposo da Dna. Joana, ou do gerente do banco que está tendo problema familiar. São os interessados quem devem procurar o pastor, como já dei exemplo na "dica n.° 4", pedindo para a mãe fazer com que a moça me procurasse. Se eu mesmo tivesse telefonado ou procurado a jovem, perderia toda a autoridade. 

6º - Localizado o problema e suas causas, procure levar a pessoa a um ponto em que ela não possa escapar das responsabilidades de seus atos com desculpas. É impressionante como a mente humana é engenhosa e capaz de racionalizar e justificar a razão de seu procedimento. Nada melhor e mais eficiente do que a Palavra de Deus para este confronto com a pessoa, com seu problema, e deixar com ela a responsabilidade. 

Veja o caso de Natã com Davi em 2Samuel 12. Veja, também, como o Senhor confrontou Caim, quando disse: "...Por que andas irado? E por que decaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo". (Gn 4.6,7). Deus, aqui, está colocando a responsabilidade no aconselhando. 

7º - Procure ler bons livros e revistas sobre aconselhamento. O livro "Conselheiro Capaz" de Jay Adams e muitos outros, principalmente na área de "família", que, graças a Deus, recentemente têm inundado as nossas livrarias, podem ajudar-nos. 

8º - A última e mais importante de todas as "dicas": 2Timóteo 2.15; 3.17: "Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade"; "... a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". 

Finalmente, você já parou para pensar que o livro de Malaquias, além de falar sobre "dízimo", fala do dever do sacerdote do Senhor? Em Malaquias 2.6-7 lemos: "A verdadeira instrução esteve na sua boca, e

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a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüidade apartou a muitos. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos". 

Consideremos estas verdades à luz de nosso próprio ministério e vida. Poderia a mesma coisa ser dita de você e de mim?

Ary Velloso

PASTORES SEM PASTOREIO

Quantos se lembram de Jimmy Swaggart e seu belíssimo programa de televisão que ia ao ar nos sábados pela manhã? Eu particularmente achava maravilhoso aquele programa. Quantas vidas conheceram Jesus Cristo através dele, tanto no Brasil quanto no mundo! 

Contudo, Swaggart caiu em pecado, sendo acusado de adultério. O grande pregador ficou desacreditado. Muitos tiveram a sua fé duramente abalada e outros chegaram a abandoná-la. Não quero falar acerca da fé destas pessoas, se eram ou não salvas em Cristo, mas desejo refletir acerca da pergunta que não quer calar: “Por que pastores caem”? 

Se olharmos para a Igreja Cristã, veremos grande número de pastores e líderes que caíram. Várias causas existem para a queda destes homens de Deus, porém, a que eu julgo ser a mais comum é a falta de pastoreio dos pastores. 

Não sei se você já parou para pensar, mas o pastor é um tipo de cristão que não é pastoreado. A Igreja existe para que os crentes possam edificar-se mutuamente através do exercício dos dons espirituais, como parte da sua vida de adoração. No contexto da Igreja, Deus capacitou pessoas para serem os facilitadores deste processo, estes são os pastores e líderes (Ef 4.11-12). Portanto, estes são responsáveis por ensinar, admoestar, exortar, corrigir e consolar a Igreja. Mas, os pastores não possuem ninguém para fazer isto com eles e por eles. 

A função pastoral é de extrema necessidade para que a Igreja possa ser Igreja, e para que cada crente possa desenvolver-se como tal. As Escrituras sempre chamam a atenção dos pastores para não esquecerem a sua função em relação à Igreja e as pessoas (1Pe 5.1-4). 

O pastor, porém, não é um ser sobrenatural ou superevoluído. Os pastores são seres humanos como quaisquer outros. Têm problemas pessoais, conjugais, financeiros, ficam doentes, entram em depressão e, pasmem, até morrem. Poderíamos parafrasear Tiago, dizendo: “O pastor é homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos...”. 

É certo que alguns pastores ignoram esta verdade. Julgam ser super-heróis, cheios de poder e capacidades especiais, que com um balançar de capa, resolvem todos os problemas. Parte deste tipo de pensamento, foi criado por meio da Igreja, afinal, para muitos crentes, pastores nem sequer pecam. Infelizmente, alguns compraram esta idéia, vivem como se não pecassem e fizeram discípulos com este pensamento. 

Não é difícil encontrar pastores que se julgam acima do bem e do mal, quando não, acima de Deus. Alguns mais “humildes” afirmam que Deus se assenta no vaso sanitário do banheiro de suas casas, enquanto fazem a barba, a fim de baterem papo durante o barbear.

Muitos pastores foram ensinados a manterem o status de infalíveis. Por esta causa, várias gerações de pastores auto-suficientes e enganados foram colocados à serviço da Igreja de Cristo. Uma vez que não precisavam de ninguém, tais pastores faziam o que lhes dava na telha, usando ainda a seu favor, afirmações como: "Não se levante contra o UNGIDO do

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Senhor"! 

Os pastores passaram a pertencer a um nível mais alto de espiritualidade dentro da Igreja. Porém, isto vai contra a Palavra de Deus. A Igreja acabou voltando para a Idade Média, instituindo novamente o clero e o laicato. O que a Bíblia condena e o que os reformadores lutaram para tirar da Igreja, agora ganhou uma nova roupagem evangélica. 

Isto tem causado grandes feridas na vida da Igreja. Quantas denominações evangélicas surgiram por causa de um “Deus me revelou”, muitas vezes pronunciado por um pastor revoltado contra uma liderança que ousou questioná-lo? 

Os pastores não são pastoreados como cristãos, por isso, muitas vezes estão livres para fazerem o que bem entendem. Os pastores não possuem ninguém a quem devem prestar contas de seus atos. 

Talvez alguns possam dizer: "Você está enganado! Existem as convenções, os presbitérios, os colégios episcopais, etc.". Estou cansado de ver pastores sendo exortados por estas instituições, algumas vezes até sendo disciplinados. E, por esta causa, rompem com suas denominações e criam as suas próprias igrejas, onde são os senhores absolutos e donos inquestionáveis da verdade. 

É necessário pensarmos que, quando o pastor cai, é porque lá atrás não havia alguém para orientá-lo ou para ele prestar contas. 

Todo pecado começa pequeno. Primeiro, o pastor deixa de entregar o seu dízimo, depois pega dois reais no gazofilácio durante a semana, depois, cinqüenta reais e depois dá o golpe na conta da Igreja e foge. Outros pecados também seguem este padrão. 

Precisamos criar uma nova mentalidade pastoral, onde pastores sejam mais humanos e menos super-heróis; mais conscientes da sua finitude e menos “santos” aos seus próprios olhos; mais cristãos e menos profissionais da fé. Precisamos de homens que encarem a missão de mentorear os jovens que atendem ao chamado pastoral, a fim de ensiná-los a pastorear com sabedoria, ao invés de enxergá-los como concorrentes em potencial. 

Creio que se Swaggart e outros grande pastores que caíram, fossem pastoreados de perto, talvez as suas quedas poderiam ter sido evitadas, bem como as feridas provocadas por elas. 

Gladston Pereira da Cunha é pastor da Igreja Presbiteriana de Marataízes (ES) e mestrando em Teologia Pastoral pelo Mackenzie (SP). E-mail: [email protected]

Gladston Pereira da Cunha

O LíDER E O MANEJAMENTO DO SEU TEMPO

Se existe um tópico no meio empresarial que tem se tornado extremamente popular na atualidade é o de “manejamento do tempo.” As ofertas de mais um inédito seminário nessa área, que promete a solução de como lidar com o seu tempo é simplesmente “imperdível”. Assim os seminários são anunciados. Interessante que numa geração de rapidez cibernética tudo nos leva a crer que teríamos muito mais tempo que há 30 anos, época em que ainda não tínhamos a rapidez de comunicar em segundos via e-mail, vídeo conferência, saborear uma deliciosa refeição em poucos minutos num forno de microondas e por ai vai. 

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Mas o fato é que nós não manejamos o tempo, isto porque ninguém tem essa habilidade. O que podemos manejar somos nós mesmos e a maneira como nos relacionamos com os eventos que nos confrontam numa base diária. Nós não manejamos o tempo. O ponteiro do relógio é que avança segundo após segundo, a despeito de estarmos ocupados em alguma tarefa ou não. O que fazemos é manejar a nós mesmos. Nós decidimos o que fazer e no que nos envolver. O problema e a solução residem não no tempo, mas em nós. 

Da mesma forma nós não manejamos dinheiro. Uma pilha de dinheiro pode ficar estática num determinado lugar se ninguém nela tocar. O dinheiro não crescerá e não encolherá. O que manejamos é a nós mesmos e as decisões que faremos em relação sobre como vamos gastar ou investir aquele dinheiro. Portanto, a medida que prosseguimos na nossa jornada de vida, um fundamento que não podemos perder de vista, uma vez que ele é por demais importante, está no fato de que nós não manejamos coisa alguma – nós manejamos a nós mesmos!

De que maneira podemos manejar a nós mesmos? Eis aqui alguns lembretes a considerar:

1) Lembre-se que é você quem decide

Esteja certo de ter isso sempre em mente: eu só posso manejar a mim mesmo. Eu é que decido a maneira sobre como vou agir e reagir em cada situação. Dwight D. Einsenhower estava correto quando afirmou: “A história do homem livre não é escrita pelo acaso, mas pelas escolhas, pelas suas escolhas.” Tanto o Antigo como o Novo Testamento salientam esse princípio, a parábola dos talentos é a prova contundente da decisão sobre o que fazer com o um, dois ou cinco talentos recebidos.

2) Lembre-se que é você quem estabelece as suas prioridades

A razão muito simples para isso é que se você não defini-las outras pessoas o farão por você, porque você deu a elas a sua permissão através da sua omissão em agir. Esteja em sintonia com as suas prioridades. Hoje você pode afirmar do fundo do coração quais são as prioridades na sua liderança? Você já decidiu quais são as dez prioridades com as quais você irá investir o seu tempo? Só apenas e tão somente apenas depois de você ter isso com clareza em sua mente é que poderá manejar a si mesmo e dai implementar as suas prioridades.

3) Lembre-se que é imperativo que você diga “não”. 

Aprenda a dizer “não” com um sorriso no rosto. Aqui é que a maioria de nós fracassamos. Porque temos feito dos nossos ministérios nossos ídolos, a simples noção de desaprovação de certas pessoas traz consigo o pavor do fracasso. Como dizer não a alguém de quem tanto dependemos? A resposta para isso talvez esteja num próximo artigo. O fato, porém, é que existem momentos e – novamente – você terá que tomar a decisão de obedecer aquilo que o Senhor Jesus ordenou: “Seja a sua palavra sim, sim ou não, não”. Só quando realmente cremos no Evangelho é que podemos estar livres em Cristo para com total integridade dizer “não”. 

Portanto, é saudável sempre também relembrar a nós mesmos que uma das mais preciosas dádivas que Deus nos deu foi a habilidade de escolher. Por essa razão nós podemos manejar a nós mesmos apropriadamente e de acordo com as prioridades que sentimos ser as prioridades que Deus tem estabelecido para as nossas vidas. Em Atos 20:24 Paulo nos dá o seu exemplo de escolha e decisão pessoal ao definir claramente o seu foco e a maneira sobre como ele manejava a si mesmo: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus.”

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Certamente que o foco no Evangelho deu a Paulo muito mais que ele esperava que pudesse obter. E a minha confiança é que essa também é a promessa de Deus a mim e a você. 

Nélio DaSilva

MESTRES EM RECONCILIAçãO E PEDIR PERDãO

Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor. Todos tropeçamos de muitas maneiras.

Todos erramos de muitas maneiras, pecamos, pisamos na bola. Líderes, então, ainda mais. Porque sua influência, sua língua e seu poder acabam, às vezes, sarando e abençoando e, outras vezes, cortando e ferindo. Para manter nossa liderança de forma saudável, precisamos nos tornar mestres em resolver conflitos, inclusive os que nós mesmos causamos ou neles estamos envolvidos. E um dos maiores segredos para conseguirmos isso é sendo humildes, ensináveis e saber como pedir perdão, de tal forma que as barreiras caiam e as pontes sejam erguidas.

No ano passado, participei diretamente de múltiplos conflitos: desavenças que estavam prestes a destruir uma equipe de ministério em âmbito nacional - processo de confronto em amor em que alguém teria de sair da equipe ou mudar radicalmente - um ambiente disfuncional no qual a aparente liderança autoritária estava afastando as pessoas; uma equipe com líder esgotado que, sob estresse, tomou decisões independentes de cortar ou mandar embora membros da equipe; e o afastamento de alguém que ficou profundamente magoado e não conseguiu estender o perdão pelo mal que sofreu nem perceber a sua responsabilidade no meio do conflito. Nesses cinco casos, a maioria dos conflitos teve finais abençoados e ainda estou torcendo para que todos os tenham. 

Chaves para a reconciliação incluem: 

1. Comunicação clara face a face entre as pessoas em conflito. 

2. Ajuda para ouvir o coração um do outro, estendido por meio de um mediador ou outros membros da equipe. 

3. Humildade para pedir perdão e liberar perdão genuíno, não retendo as dores. 

4. Compromisso de continuar juntos, pois a missão e visão da equipe são suficientemente importantes para nos dar a garra e compromisso de resolver o conflito. 

Comunicação clara envolve eliminar os mal-entendidos. Muitos conflitos são criados em cima de distorções - ouvimos algo que a outra pessoa não falou ou não queria comunicar. As coisas facilmente pioram quando comentários de terceiros são tecidos. Fulano diz "A"; Beltrano ouviu "B" e comunica "C" para Ciclano; Ciclano ouviu "D" e fica enfurecido com Fulano por algo que ele nunca fez ou jamais falou. Sentar juntos e tirar os mal-entendidos é fundamental na reconciliação. 

Quanto mais nossas emoções se envolvem, mais facilmente podemos nos sentir feridos ou magoados por alguém. Nesses contextos, pode ser um auxílio grande alguém nos ajudar a ouvir o coração do outro. Um segredo é repetir o que ouvimos o outro falar, antes de colocar nosso retorno. Outro segredo é responder ao coração da pessoa e não cair na armadilha de explicar nossa perspectiva. 

Algo que ajuda a outra pessoa realmente sentir-se entendida de coração é agradecermos pelo presente que a pessoa nos deu, a oferta de expressar seus sentimentos. Isso se aplica ainda quando a pessoa está irada conosco. Se percebemos que fizemos mal para a pessoa ou contribuímos para isso, até sem querer, e entendemos de alguma forma a dor da outra pessoa, podemos nos arrepender e pedir perdão - de coração. É uma disciplina espiritual, quase sobrenatural, não entrar com nossa perspectiva e sim nos dedicar a ouvir bem a pessoa ferida. 

Nossa perspectiva pode surgir num segundo momento, possivelmente em outra reunião, quando os papéis poderão ser trocados: nós, expressando em que nos sentimos feridos, abusados ou mal-

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entendidos; e a outra pessoa esforçando-se para ouvir e responder a nosso coração. Se as feridas ou dores foram mútuas, normalmente um mediador ajudará bastante. 

A humildade permite que abramos nosso coração e mente para nos colocarmos na situação da outra pessoa, sentindo empatia e compaixão. Isso é fundamental para se ser ensinável, tendo essa predisposição quanto a querer crescer e aprender por intermédio de cada situação e cada pessoa que Deus coloca em nossa vida. 

A pessoa humilde admite fraquezas, pede ajuda, reconhece que sua perspectiva não é a última palavra e aceita correção. Sem humildade não é possível ser um líder bíblico que serve. A pessoa orgulhosa, por outro lado, não consegue perceber o mal que causa a outros, até explicando para eles o erro na perspectiva deles, levando-os a sentir que não vale a pena falar com ela quando tiverem conflitos. Mantém-se cego, tornando-se uma certa lei para si mesma. 

O compromisso de continuar juntos, de perseverar na unidade que Deus nos deu é necessário para se dispor a pagar o custo que o processo de reconciliação pode requerer. 

Recentemente, passei três dias com oito pessoas resolvendo conflitos. O custo foi alto em todos os sentidos, mas saímos do encontro mais comprometidos do que antes de os conflitos brotarem. A essência do Salmo 133 se encontra na primeira e última linha do Salmo: "Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!... Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre". Essa união é como "óleo precioso", uma unção de cura, graça e poder (Sl 133.2). Muitos elementos de caráter e maturidade e de habilidade relacionai se tornam possíveis apenas quando pessoas continuam juntas a longo prazo. 

Se queremos ser e desenvolver líderes saudáveis, abracemos as oportunidades para crescer nas quatro qualidades acima. Parafraseando Tiago, consideremos motivo de grande alegria o passarmos por diversos conflitos, pois sabemos que a prova da nossa fé produz perseverança a fim de que sejamos maduros e íntegros, sem nos faltar coisa alguma.(Tg 1.2-4).

David Kornfield

PUXARAM MEU TAPETE E DEUS NãO VIU

Como líder, você já sentiu isso alguma vez? 1 Reis 21.1-29 

Introdução

A vida não é justa... Você já se sentiu como se alguém tivesse tirando proveito de você? De quando em quando, você percebe que estão prontos para aprontar uma com você? E Deus não faz nada.

Já aconteceu de você esperar uma promoção e vem demissão? E sobre os seus direitos... o patrão não liga para eles e parece que Deus também não está nem aí? Está Deus realmente zelando por mim e por meus direitos como um bom advogado?

Há uma história no Velho Testamento que nos mostra como Deus está aparentemente indiferente ao que está acontecendo a um de seus servos, mas na verdade ele estava muito ciente e agiu quando devia e no seu tempo.

É uma história trágica, dolorida e sanguinária. Primeiro, vou dar o background no qual ela está inserida. Em segundo lugar, contarei a história ponto por ponto e, finalizando, mostrarei como toda a injustiça vai ter o seu justo castigo.

Não pense que os Lalaus, os corruptos, patrões, empregados desonestos, maridos cruéis e esposas maquinadoras vão ficar impunes, vão passar em branco sem nada lhes acontecer. A justiça divina virá ou nesta ou na vida futura.

I. O contexto histórico do nosso texto

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Ben-Hadade é o rei da Síria... é um nome de uma dinastia como Faraó... O ano era por volta de 850 a.C. O rei da Síria se armou, junto com todos os pequenos vassalos (reis) para eliminar Israel... (veja / Reis, cap. 20).A história, daqui para frente, é um mar de sangue, diz A. N. Mesquita no seu comentário.

II. Tudo por causa de uma vinha (chácara) 1 Reis 21.1-4

a) Nabote tinha uma chácara ao lado do palácio v. 1Esse era o palácio de verão do rei Acabe, rei de Samaria.

b) O rei Acabe cobiça a chácara de Nabote - v. 2 A cobiça gera um espírito destrutivo em nós. Acabe era um homem controlado por suas paixões e emoções. Queria porque queria comprar a vinha.

Fez uma boa oferta pela vinha-v. 2  Isso era uma grande tentação.  O comprador era o rei, que tinha poder sobre vida e morte.  A pressão sobre Nabote era grande.  Sob pressão, você mantém seus princípios?

c) Nabote recusa vender a chácara

Ele tinha duas opções: 1. Agradar o rei, ou 2. Agradar o REI do rei

Porque a Lei de Israel proibia: Levíticos 25.23; Números 36.7-8

Por razões financeiras, a terra poderia ser vendida para um patrício, mas, no ano do Jubileu, a terra voltaria ao seu dono original.

d) Acabe dá uma de criança - vs. 4 e 5

Aborreceu-se  Indignou-se  Deitou-se  Virou-se para a parede  Recusou-se a comer (veja Gn 4.23)

II. Puxaram o tapete de Nabote - vs. 6-16

a) Por causa da crueldade da rainha Jezabel vs. 6-16

O plano da rainha envolvia:

Falsificação de documentos - v. 8  Hipocrisia deliberada (em nome da Religião) - vs. 9, 12  Suborno-v. 10  Perjúrio - v. 10

b) Por causa da aparente indiferença de Deus.

Por vezes, o silêncio de Deus nos incomoda... o relógio d'Ele parece estar atrasado... Habacuque sentiu-se assim... mas Deus estava agindo.

III. Os que puxam o tapete cairão um dia - 21.17

a) A profecia sobre o fim de Acabe -21.17

"Então, a palavra do Senhor veio...".

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Nós não sabemos por que somente agora veio a Palavra do Senhor... Por que não antes?

Não, Deus não está indiferente ao que se passa com você... seja você um cristão, ateu, sério com Deus ou indiferente...

Veja que Deus sabia o lugar, a rua, o número, o lugar preciso em que estava o rei Acabe. O computador de Deus nunca erra, Ele conhece todos os e-mails- Ele tem o seu e nunca tem uma vírgula de mais ou de menos que faça o e-mail retornar...

b) A Profecia sobre o fim de Jezabel - v. 23

c) O fim de Acabe e Jezabel - 22.34-38; 2 Reis 9.30-37

IV. Conclusão

Deus não se esqueceu de você, Ele sabe...Haverá um dia de acerto de contas...

Malaquias 3.16-1 7; Hebreus 10.30-31; e Judas 1.14-1 5

Sim, Ele sabe quem está puxando o seu tapete. Ele sabe e está no controle da situação. Não dá para entender, mas dá para confiar. O Criador é digno da nossa confiança, ainda quando não entendemos tudo.

Ary Velloso

LIDERANçA EM MOMENTOS CRíTICOS

Você já percebeu que em algumas vezes quando você tenta “dar um jeito na vida” - organizar, manter a calma e o controle, ser mais gentil com as pessoas, mais paciente ou criar alguma coisa a fim de fazer com que um real aprimoramento se apodere de você - que parece ser exatamente em tempos assim que certos obstáculos surgem a ponto de fazer com que você questione até mesmo aquilo que está querendo criar? 

Estou absolutamente convencido de que todos nós temos – eventualmente – esse tipo de experiência. Tudo parece estar indo muito bem, a semana correndo otimamente, tudo perfeito com as crianças, na igreja as coisas não poderiam estar melhor, e de repente... BOOM!!! Alguma coisa acontece que desmorona com a sua empolgação, com a sua alegria. De um momento para o outro você se encontra numa situação extremamente difícil. Eu chamo isso de “Momentos Críticos”. 

Esse é o momento quando o BOOM surge - um momento em que você se sente completamente impotente diante da situação, mesmo após sentir-se muito forte, quando tudo parecia sob absoluto controle. O que fazer em tempos como esses?

Eis aqui uma lista de seis atitudes que você pode assumir nesses momentos críticos. Se você me permite, deixe-me ser bastante pessoal: tenho experimentado esses oito elementos em minha própria vida, e eles têm provocado uma substancial diferença na prática do meu viver. Tenho encontrado alívio diante do estresse emocional em que eventualmente me deparo. Como sei que você é tão humano quanto eu, então possivelmente pode ser que haja aqui algum benefício também para você. 

1) OREOre… Faça da oração o primeiro recurso, jamais a última opção. Entregue suas emoções e circunstâncias a Deus; respire fundo e ORE. A oração é o respirar da alma. Mais e mais creio que o benefício primordial da oração é encontrar no meio do mais aparente desacerto o acerto do propósito e da paz de Deus, que excede toda compreensão lógica.

2) CHORESim, você leu corretamente. Chore. O choro – afirmam psicólogos dos nossos dias – tem a habilidade de

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aliviar a tensão do corpo em tempos de crises. Na realidade o estresse emocional é como uma tempestade que vai gradualmente crescendo no interior de uma pessoa. Eu posso física e mentalmente ouvir, ver e sentir os trovões, raios e relâmpagos dentro do meu mundo interior em tempos de fortes tensões. O choro é como a chuva que vem durante a tempestade. É a purificação do corpo e da alma, que à semelhança da chuva de verão purifica a terra. É interessante observar que até mesmo Jesus, apesar de não conhecer em si mesmo o pecado, também nos deu o exemplo da sua humanidade ao chorar. Não tenha medo de exibir as suas lágrimas. O velho ditado “homem que é homem não chora” é uma ardilosa artimanha do inimigo da nossa alma contra um lenitivo de Deus para nosso próprio benefício. 

3) SORRIAMais do que sorrir, tente dar boas gargalhadas tanto quanto possa. Salomão sabia do que estava falando quando disse: “Medicina…” (Monica, deixe como esta que vou ainda ver o texto). 

Tenho descoberto, em anos recentes, que se em vez de nos levarmos tanto a sério levássemos Deus a sério, teríamos muito mais motivo para rir...

Aprenda a rir de você, isso porque se você não rir de você mesmo outras pessoas rirão. Em momentos críticos traga um filme cômico para casa, ou traga à memória situações cômicas. Meu ponto é simples: sorria! Sorria, porque acima de tudo você tem um Pai Celestial que tem absolutamente TUDO sob seu controle. Não existe absolutamente nada que está acontecendo sem que antes tenha passado pelo filtro do amor de Deus.

4) DESABAFEColoque isso para fora. Fale abertamente e sem reservas com seu cônjuge, ou com um amigo de confiança. Abra seu coração. Fale, fale, fale... O melhor exemplo de desabafo que conheço nas Escrituras foi feito por Jó, ao enfrentar seu “Momento Crítico” (Jó 7:10-21). O interessante é que Deus não interrompeu seu desabafo. Ele nem sequer o exterminou, pela atitude ousada com que questionou a sabedoria do seu Criador. Certamente que isso expressa em alto e bom som o caráter do nosso Pai Celestial. 

5) FAÇA EXERCÍCIO FÍSICOUm dos hábitos mais salutares que alguém pode cultivar é o de caminhar. Quando você caminha, essa forma de exercício lhe dá a oportunidade de refletir, meditar, falar com Deus. Um dos momentos mais preciosos que tenho tido com Deus tem acontecido em minhas caminhadas pela manhã. 

6) RENDA-SENão se apegue ao momento crítico que você está vivenciando. (Compreendo que é fácil demais falar, mas muito difícil vivenciar). No entanto, continue agindo com base em princípios imutáveis e não em circunstâncias transitórias. Tenho descoberto que quando nos apegamos excessivamente a um tipo de resultado que deve suceder “do modo que desejamos”, terminamos por fatalmente enfrentar dores e decepções. A paz só vem como resultado de uma entrega total, rendição, aceitação. O meu saudoso mentor espiritual Jack Miller estava absolutamente correto quando afirmou: “Um órfão é alguém que de alguma maneira perdeu o toque da graça de Deus. E agora, isolado de suas promessas, desenvolveu uma visão ínfima de Cristo e uma pequeníssima visão do Evangelho. Por outro lado, um filho é alguém que está caminhando em fé e vivendo debaixo das promessas de Deus. Essa pessoa tem um grande Cristo e um grande Evangelho.”

Os momentos críticos são inevitáveis. Na realidade eles poderão se tornar nosso pior inimigo ou nosso melhor amigo. Quero encorajá-lo a fazer do momento crítico seu melhor aliado, aquele que – sem dúvida alguma – poderá levá-lo a um nível bem mais elevado em sua liderança.

Que Deus muito o abençoe.Nélio DaSilva

O MAIS SUBLIME CHAMADO

Sei de um grande número de pastores que gostariam de ter um programa básico para

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desenvolver um ministério com casais em sua igreja local. O trabalho com casais na igreja é tremendamente eficaz para promover a ação terapêutica no ambiente familiar e na própria igreja. Assim ele pode se tornar, também, urna ferramenta estupenda na evangelização e crescimento das pessoas e da igreja. 

A maioria dos pastores ou igrejas, se limitam, porém, a ter um ou dois encontros de casais por ano, outras um pouco mais privilegiadas mantém uma classe de escola bíblica dominical abordando este tema. Este ministério cumpre um papel educativo e terapêutico importante, porém não com profundidade suficiente para atender o que a questão da família exige da igreja. Pretendemos neste espaço indicar algumas pistas, de modo especial ao pastor, para que os encontros, as classes especiais e o próprio aconselhamento de casais ganhe eficiência, eficácia, e efetividade. 

1° O mais Sublime chamado 

Antes de qualquer coisa precisamos compreender a natureza, a importância e a finalidade do nosso chamado. Freqüentemente achamos que Deus nos chamou para fazer coisas, exercer uma atividade, etc. O maior desejo de Deus é que O conheçamos profunda e intimamente, desfrutando de comunhão ilimitada. Este desejo é tão forte, que Ele veio, abrigou-se numa carne como a nossa, misturou-se conosco, fez-se conhecido, mostrou o rosto. 

Estabeleceu um projeto de tal forma que participamos cfeste propósito eterno e, por esta razão, Deus nos convida a nos identificarmos com sua maneira de ser, a ponto de nos tornarmos parceiros de sua manifestação entre os homens. Estas são as.razões pelas quais Deus desejava viver e nos chama para a mais sublime realização do ser humano: A comunhão íntima com Deus (I Jo.1.3; Pv.8.34; I Co.1.9; Fp.2.1; Ef.3.9,11; II Tm.1.9; Hb.2.6-7; Fp.3.10). Certo teólogo afirmou: "Há um vazio no coração do homem que só pode ser prenchido por Deus". A partir desta afirmação poderíamos talvez dizer: "Há um vazio no coração de Deus que se completa com a nossa comunhão com o próprio Deus." 

Muitos pastores encaram o ministério primeiramente como uma realização pessoal. Sabemos porém que a verdadeira realização está na nossa comunhão com Deus, Outros se frustram no ministério porque sem comunhão íntima com Deus, caem na rotina e fracassam, porque só Deus pode renovar nossa rotina. Deus não dá uma novidade todo dia, mas Ele faz novo tudo que vivemos diariamente por causa da nossa comunhão com Ele. 

A comunhão com Deus é o chamado mais sublime. Nem o ministério, nem o pastoreio, nem o casamento, nada, absolutamente nada deve nos afastar dele.

2° Desnudando-se nu diante da esposa 

Esta é uma das maiores dificuldades para os homens e, mais ainda, para a maioria dos pastores. Não é fácil se deixar ser conhecido, abrir os nossos conflitos interiores, ou falar das nossas taras, desejos impuros, dificuldades de comunicação para outra pessoa, mesmo que ela seja a nossa esposa. As dificuldades são maiores com os pastores porque freqüentemente eles sentem ou se exige deles que mantenham a aparência que estão bem. 

São inúmeras as historiais de esposas magoadas por causa da guerra verbal, da falta de comunicação, das brigas por razões financeiras, infidelidades, incompreensões, desrespeitos etc. Pastores não são diferentes de outros homens. Eles precisam ser honestos, abertos, transparentes, verdadeiros. Ou, como diz a Bíblia: "precisam andar na luz". 

O cristão, o pastor, o líder precisa abrir o coração com sua esposa por três razões pelo menos. Primeiro, porque Deus espera isto de todos nós (I Jo.1.5-7; Jo.3.19-21); segundo, porque a melhor terapeuta de um homem é a sua esposa e vice-versa; terceiro, porque quando

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aconselharmos na área de família haverá essa realidade e testemunho em nossa vida e ministério e, então, estaremos vivendo o que ensinamos e falando a verdade. 

3° Uma vida sexual saudável 

Existe uma forte tendência entre os evangélicos de negar nossa humanidade. Entre os pastores, por estarem mais em evidencia, além da humanidade, nega-se a sexualidade, via falsa espiritualidade ou via negação da nossa natureza pecaminosa que se manifesta em muitos momentos atravês dos desiquilíbrios sexuais. 

Muitos pastores convivem com duas personalidades: uma no púlpito, outra na cama. No púlpito, passam uma imagem de santos e espirituais, na cama demonstram desejos, às vezes impuros que, apesar da fé e do conhecimentos bíblico que possuem, ainda não foram retirados de suas mentes. Por esta razão se relacionam mal com suas esposas, as tratam como objetos, depósito de esperma. Quantos não se relacionam fisicamente com a esposa mas mentalmente os sonhos, as fantasias e os desejos impuros se estabelecem de tal forma que se tornam uma só carne? 

Outros pastores são tão espirituais que consideram o abordar das questões sexuais absolutamente desnecessário. Muitos chegam a dar a impressão que Deus criou o homem e a mulher; o sexo, porém, foi criado pelo diabo com o propósito de gerar esta confusão toda, tamanho descuido com que tratam desta área. Não há tempo, não se conversa sobre o assunto. A esposa é elogiada publicamente enquanto "adjutora" espiritual, e humilhada particularmente enquanto mulher, pela indiferença com que é tratada, não tendo as necessidades de afeto, carinho e ternura atendidas. 

Quando se vive um ambiente de inadequação sexual como este que descrevemos, corre-se grandes riscos. A infedelidade bate a porta e torna-se uma grande possibilidade. O primeiro ataque de Satanás é contra a família e, na maioria das vezes, via desatenção na área sexual. A verdadeira espiritualidade é trabalharmos os desejos dentro da normalidade para qual Deus nos criou (I Co.7.1-5). 

4° Assumindo a Paternidade 

Há uma quantidade imensa de filho de pastores órfãos. Certa vez ouvi um deles dizer: "Eu não gosto muito de ser filho de pastor porque ele não tem tempo para mim. Ele lê a Bíblia, aconselha e ora com todos os jovens da igreja, mas nunca f az isto comigo". Pastores não tem tempo para seus filhos. Não cochicham, não brincam, não dão risadas, não se tocam, não se beijam, não lêem a Bíblia, não oram juntos. Filhos de pastores, como todas as crianças, precisam de amor e disciplina. 

A responsabilidade e o privilégio de amar, disciplinar e levar nossos filhos a Deus é tão significativa e importante que não pode ser deixada nas mãos dos professores da Escola Dominical, dos presbíteros, nem mesmo na exclusiva responsabilidade da mãe, mesmo que ela seja esposa de pastor. Esta tarefa é do pai, ainda que ele seja o pastor mais importante e ocupado do mundo. Ser filho de pastor não abençoa automaticamente ninguém. Os filhos são abençoados quando têm um pai. 

5° Edificar a família para edificar a igreja 

Seria possível alguém que fracassou em edificar sua família em Cristo, edificar um grupo de 100, 200 ou 1000 pessoas? Estas pistas que indicamos tem o propósito de mostrar que o fato de se ter numa determinada Igreja exelentes pregações, programações, estudos bíblicos e aconselhamento na área familiar, não são suficientes para edificar as famílias. Torna-se indispensável que os líderes sejam referenciais, modelos santos enquanto maridos e pais. 

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Freqüentemente afirma-se que o ministério causa grandes problemas na família do pastor. Poderíamos dizer o contrário: pastores fracassados a nível familiar tem forte tendência de desenvolverem ministérios desestruturados e fracassados. Pastores e líderes precisam, em primeiro lugar, edificar suas famílias, fazer de sua esposa e filhos seus primeiros discípulos para que seus ministérios se estendam além aas palavras e tornem-se eficazes, eficientes e efetivos. Por isto não devemos desistir, mas exercer ou recomeçar o ministério sempre a partir da comunhão com Deus e edificação da família como o mais sublime chamado. 

Naamã Mendes é pastor da Igreja Presbiteriana Cristo Rei em Cambridge, MA – EUA e autor do livroIGREJA: LUGAR DE VIDA da Editora Betânia

Naamã Mendes

O SUCESSO E O CARáTER DO LíDER

Os desafios para o futuro em relação ao caráter de um líder são os mesmos de 4 mil anos atrás.

Sara havia morrido. Abraão queria enterrar sua esposa em Canaã, na caverna de Macpela, que pertencia a Efrom, conforme relata Gênesis 23. Ele decidiu comprar o terreno, apesar de poder aproveitar a situação para ganhá-lo. 

Inicialmente, Abraão pediu autorização para enterrar Sara naquela terra, pois eram estrangeiros ali. Depois de ter a autorização, pediu que o povo intercedesse junto a Efrom, para que ele lhe vendesse a caverna de Macpela. O desejo dele era comprar e pagar o preço justo. 

Normalmente, na hora da morte pode-se conseguir qualquer coisa. As pessoas oferecem transporte, dinheiro e até túmulo, caso a família não tenha um. Nessa hora, se o caráter de uma pessoa tiver falhas, ela poderá se aproveitar da situação para conseguir mais do que precisa. Abraão era respeitado naquele lugar e não precisaria gastar nenhum tostão, mas seu caráter não permitiu que isso acontecesse. 

Pano de fundo 

Para entender melhor esse episódio, é preciso analisar fatos anteriores. Abraão se mudou para o Egito e mandou Sara mentir dizendo que era sua irmã. Como Abraão teria se sentido como homem, sabendo que um outro homem tomou sua mulher para ele? 

Depois desse episódio, Abraão vai morar com Sara no Neguebe, em Gerar. Novamente, ele apresentou sua esposa como irmã para o rei Abimeleque. Deus impediu o rei de tomar Sara por sua mulher. Abraão teve de enfrentar a repreensão de Abimeleque, como culpado por induzi-lo a um erro. 

Mais à frente, Abraão se encontrou com Abimeleque para negociar alguns poços que havia feito e os servos do rei haviam tomado à força. Abimeleque sabia que Deus era com Abraão em tudo o que ele fazia. No entanto, lembrou-se do episódio com Sara e pediu a Abraão que não mentisse para ele. O fato de Abimeleque pedir a Abraão que não mentisse servia como repreensão e vergonha. 

Lições de Caráter 

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Abraão foi um líder que obedeceu a Deus, deixando tudo para trás por causa de uma visão do Senhor, mas nos ensina algumas lições de caráter e liderança. Ele foi um homem que entregou sua esposa duas vezes para outro homem, mentiu, aceitou gerar um filho com uma serva da sua esposa e ainda teve de ouvir de um ímpio que ele era um mentiroso. 

O episódio da morte de Sara mostra os ajustes que Deus havia feito no caráter de Abraão. Havia algumas falhas no caráter de Abraão que foram sendo corrigidas com o tempo. Depois que Abraão foi chamado de mentiroso por Abimeleque, na negociação dos poços de água, a Bíblia não menciona nenhuma fraqueza do seu caráter. Ao contrário, Abraão faz questão de comprar o terreno para enterrar sua esposa. 

Um líder fiel a Deus nunca se aproveita de situações em benefício próprio, ou mesmo tira proveito de situações. No episódio da morte de Sara, o povo queria lhe dar aquilo que desejava. A reação de Abraão foi humilhar-se, seguindo os padrões corretos daquilo que Deus desejava que fizesse. 

A vida de Abraão mostra que qualquer pessoa escolhida por Deus para liderar pode ter falhas de caráter. A questão é se, durante a sua trajetória, você permite que Deus ajuste o seu caráter ao d'Ele. Se isso for acontecendo, sua liderança será abençoada e seu caráter será parecido com o de Deus. Caso Deus não possa fazer isso, não há motivo para que você lidere o povo d'Ele. 

O caráter e a bênção de Deus 

Quando Deus escolhe alguém para liderar, Ele abençoa essa pessoa. Ao "forçar a barra" para liderar por interesse próprio ou político, não se garante a bênção de Deus, mesmo que a intenção seja fazer algo para o Senhor. Quando Deus escolhe uma pessoa que se submete completamente a Ele, isso gera um fluxo de bênçãos de Deus sobre a vida desta pessoa e sobre aquilo que ela fizer. 

Apesar de estarmos no século 21, os desafios para o futuro em relação ao caráter de um líder são os mesmos de 4 mil anos atrás. Mudaram as circunstâncias, mas a natureza corruptível do ser humano continua a mesma. 

Os desafios de uma liderança bem-sucedida na atualidade continuam sendo obedecer e permitir que Deus molde o seu caráter ao d'Ele. Não existirá liderança abençoada sem isso. Deus precisou de 25 anos para moldar o caráter de Abraão. 

Nunca é tarde para permitir que Deus comece a moldar o caráter. Muito do fracasso dos líderes está associado àquilo que são e não àquilo que tentam fazer e não conseguem. Abraão conseguiu cumprir a visão de Deus não somente porque ele saiu de sua terra, mas, principalmente, porque permitiu que Deus moldasse o seu caráter. Esse princípio ainda continua valendo hoje. 

A visão que Deus quer cumprir por seu intermédio depende da sua permissão para que o Senhor molde o seu caráter. A pergunta que fica no ar: "Quais são as falhas de caráter que tenho, que Deus precisa eliminar, para cumprir a sua visão por meio de mim?". Não vá dormir hoje sem pensar nisso. Tenha coragem de fazer essa pergunta para Deus.

Josué Campanhã

PREGUE A PALAVRA

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Como Escolher Um Texto Para Pregar 

Freqüentemente torna-se um grande problema escolher um texto para pregar. A razão não é porque faltam textos, mas porque há muitos. Se estamos estudando a Bíblia diariamente, poderemos ter uma lista comprida de textos que estão à espera de serem pregados. Mas qual deles vamos escolher? 

Há quatro fatores que podem influenciar a nossa escolha. 

a) O Fator Litúrgico

Reconheço que a maioria de nós não vêm de igrejas litúrgicas. Quero recomendar a vocês o valor de um calendário eclesiástico. Todos nós observamos o Natal. Quando chega o dia de Natal, não pregamos sobre a ressurreição, pregamos sobre o nascimento de Jesus. Portanto, vamos começar com o Natal. Entre o Natal e a Páscoa há aproximadamente 3 meses. No dia de Natal, pensamos sobre o nascimento de Jesus; na Páscoa, sobre a ressurreição de Jesus. Deste modo, os 3 meses entre os dois eventos são o tempo natural para se pensar em pregar sobre a vida e o ministério de Jesus. 

Há vários pastores que gostam de encaixar, nesse período, pregações sobre os evangelhos. Antes do Natal, por uns dois ou três meses, é uma boa idéia se deter no Velho Testamento, pensando na preparação divina para a vinda do Messias. Poderíamos começar com a Criação em meados de outubro e ter algumas mensagens na preparação que o Velho Testamento apresenta para a vinda de Jesus Cristo. 

Então, do Natal até a Páscoa, concentrarmo-nos nos evangelhos. Depois da Páscoa e do dia de Pentecostes, concentrarmo-nos nas epístolas, porque assim estaremos pensando sobre a vida cristã como uma vida vivida no poder do Espírito Santo. 

Este é um calendário eclesiástico bem simples. Espero ter deixado claro que há três fases principais nele: outubro a dezembro - Velho Testamento; Natal até a Páscoa ou Pentecostes - sobre a vida de Jesus; do dia de Pentecostes até o mês de outubro - a vida no Espírito, talvez terminando com o livro de Apocalipse. 

Essas são as três divisões principais da Bíblia. Não estou sugerindo que sempre nos devemos deter a esse calendário, mas é uma fonte de referência bem valiosa para nós.

b) O Fator Externo 

Muitas vezes há eventos no mundo lá fora como, talvez, a ocorrência de uma catástrofe, que exigem um sermão sobre eles. 

Poucos anos atrás estive na Guatemala, depois daquele terrível terremoto. Estava falando para um grupo de pastores como vocês e perguntei-lhes quantos haviam pregado sobre o terremoto no domingo seguinte ao evento. E fiquei surpreso ao ver quão poucas pessoas levantaram suas mãos. 

É de compreender o fato por que não o fizeram. Calamidades naturais são um grande problema. Não é fácil pregar sobre o problema da providência divina, ou o problema do sofrimento. Mas praticamente todas as pessoas naquele dia, na igreja, estavam pensando sobre o terremoto. Estavam fazendo perguntas em suas mentes. Por que Deus permite que aconteça um terremoto? Por que Ele permitiu que tantas igrejas fossem destruídas? 

Muitos tinham perdido parentes e amigos e estavam de luto. Vieram à igreja naquele domingo se perguntando: Há alguma palavra do Senhor sobre isto? E muitos saíram de lá desapontados, porque o pastor não tinha nada a lhes dizer. Devemos ser sensíveis com o que acontece no mundo exterior. 

Quando há um escândalo de proporções nacionais pode haver algum debate nos jornais. E toda a imprensa está envolvida neste debate. Talvez, trate-se de uma nova legislação sobre o divórcio ou qualquer outra coisa. E as pessoas vêm à igreja com perguntas. Qual deve ser nossa opinião sobre isso como crentes? Esse é o fator externo. 

c) O Fator Pastoral

Os melhores pregadores são sempre aqueles bons pastores que conhecem a sua congregação. Eles

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conhecem a condição espiritual das suas ovelhas. 

Espero que vocês trabalhem em equipe. Já falei sobre a pirâmide com o pastor encarapitado lá no púlpito. Sugeri que nós destruíssemos a pirâmide, porque toda igreja deveria ter uma equipe pastoral. A supervisão pastoral do rebanho não deveria estar toda nas mãos de um único homem. Não é bíblico. 

Lembrem-se das primeiras viagens missionárias de Paulo, quando ele e Barnabé estavam retornando. Atos 14.23 diz que promoveram em cada cidade a eleição de presbíteros. Desde o princípio havia uma equipe pastoral. Encontramos este mesmo conceito nas cartas de Timóteo e Tito. Paulo lhes deu a ordem de ordenar presbíteros. 

Em cada denominação, a aplicação disso é diferente. Alguns têm diáconos, outros presbíteros. Alguns são ordenados, outros não são ordenados. 

Seja qual for a sua situação, entretanto, o princípio é o mesmo: deve haver essa pluralidade no cuidado do rebanho. Que a equipe de líderes compartilhe a responsabilidade pastoral! 

Quero explicar porque estou enfatizando isso. Se há uma equipe, é a equipe que decide sobre a pregação. Vou contar-lhes o que acontece conosco em Londres. Deus, em sua infinita bondade nos concedeu uma equipe bem grande. Temos um retiro da equipe três ou quatro vezes por ano. E quando nos afastamos para esse retiro oramos juntos, lemos a Bíblia juntos, passamos tempo de descanso juntos, mas levamos conosco uma agenda de negócios para discutir. 

Um dos assuntos que sempre tratamos é sobre o que vamos pregar. Planejamos as nossas pregações para cada trimestre. Discutimos como está a congregação. Quais são as suas necessidades; sobre o que descobrimos sobre eles nos últimos 3 meses; se ignoramos algo; se há desconhecimento de alguma doutrina, alguma falha na vida cristã. 

E ao discutirmos e pensarmos juntos sobre isso, tomamos uma decisão perante Deus a respeito de nossa pregação. Decidimos sobre livros da Bíblia que vamos expor ou sobre tópicos que queremos tratar. É uma decisão de equipe e ela surge das necessidades que percebemos na congregação. Às vezes, quando nos preparamos para o retiro, dizemos à congregação o que vamos fazer. Dizemos a eles no domingo: "Na próxima quinta-feira a equipe pastoral vai ter um retiro. Por favor, orem por nós. Uma das coisas que vamos discutir é sobre a nossa pregação. Se vocês têm qualquer pedido a fazer, ou sugestões a dar, por favor coloquem na caixa ao fundo da igreja". 

Agindo assim, damos à congregação a oportunidade de fazer pedidos a respeito dos nossos sermões. Descobrimos que isso é muito útil. 

d) O Fator Pessoal 

Devemos lançar mão de momentos inspirados. Não sei como a sua mente funciona, mas a minha mente normalmente está sempre nublada. 

Ocasionalmente esse nevoeiro levanta e a luz do Espírito Santo transparece. Aí eu percebo algo com uma clareza que nunca havia visto antes. É um momento de inspiração. Paro o que estou fazendo e escrevo aquilo que pensei antes que o nevoeiro desça outra vez. 

Eu recomendo essa prática a vocês. Às vezes, a nossa mente está bem lúcida. Estes momentos acontecem em intervalos diferentes: muitas vezes quando estamos estudando a Bíblia, às vezes, no meio da noite, ou, às vezes, quando estamos escutando uma palestra. 

Na hora em que isso acontecer, agarre aquele momento, entregue-se a ele, anote os seus pensamentos antes que os esqueça. Sempre trago comigo papel e caneta, sempre tenho papel e caneta junto à minha cama, de modo a poder escrever também os pensamentos da meia-noite ou das primeiras horas da manhã. Os melhores sermões que pregamos a outros são aqueles que pregamos a nós mesmos.

John Stott

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INFAME MISTURA NO PúLPITO EVANGéLICO

"Política e religião não se misturam!” — essa é, talvez, uma das frases mais ouvidas nos últimos dias no cenário eleitoral. Dita por políticos, soa superficial e oportunista, pois tenta esconder aquilo que no fundo revela: a preocupação com adversários que se apresentam como religiosos, tentando conquistar eleitores para os quais a questão religiosa é decisiva. Repetida pela mídia, ou pelo senso comum, revela certa ingenuidade, ao não se perceber quão mais complexa é essa relação. 

Mistura é um processo no qual pelo menos dois ingredientes se encontram, havendo como conseqüência perda de identidade de ambos, pois resulta num produto final que não é integralmente nem um nem outro. Esta simples definição deve nos deixar em alerta frente à propalada mistura entre religião e política, pois o resultado dela já se faz revelar na figura de religiosos atuando como políticos (em alguns casos com os piores traços da política nacional), e políticos assumindo uma versão religiosa (em alguns exemplos, com o que há de pior na religiosidade brasileira). 

Um dos mais fortes ingredientes dessa mistura é hoje a Igreja Evangélica. Ela se tornou tanto alvo como agente desse caldo político-religioso. É alvo na medida em que, diante do seu crescimento, os políticos perceberam que não mais poderiam desprezar este segmento. Torna-se agente, pois tem hoje uma presença cada vez mais viva nos diversos níveis políticos do país, demonstrando um forte apetite por avançar nos centros de decisão pública. 

Percebo o fenômeno e o avalio com profunda preocupação. Minha inquietação é porque vislumbro sérios prejuízos decorrentes desta mistura para a Igreja Evangélica brasileira. Dois deles, em especial, chamam-me a atenção. 

O primeiro se relaciona com o divórcio fatal entre fé e ética, infelizmente já instalado na vivência de alguns segmentos da Igreja Evangélica, e tornado ainda mais explícito nesta infeliz mistura. Exemplos desse divórcio aparecem na transformação da comunidade de fé em curral eleitoral de políticos evangélicos ou evangélicos políticos, promovendo um verdadeiro mercado eleitoral, no qual se comparam e se vendem votos (d)escancaradamente; no despudor com que se mente a fim de preservar e/ou alavancar as mais estranhas alianças; na falta de integridade no mínimo esperado quanto à declaração de bens, tentando esconder dos olhos do eleitor a real situação econômica patrimonial. 

O segundo aspecto é conseqüência: trata-se da manipulação do discurso religioso visando à obtenção de votos. Vejo que em lugar de um debate promotor de uma consciência política, o que temos é o uso indevido do púlpito evangélico para demonizar o candidato adversário e abençoar em nome de Deus o aliado. Promove-se assim uma espiritualização dos votos, deixando de lado aspectos importantíssimos na escolha dos candidatos. 

Ora, tal comportamento, da parte dos políticos de plantão, prontos a vestir qualquer roupagem no processo eleitoral, já era de se esperar. Constatar no entanto a mesma atitude nos chamados políticos apresentados como evangélicos é de acender com toda a intensidade as chamas da indignação. 

O mais grave e lamentável neste quadro está no fato de a Igreja Evangélica estar perdendo a oportunidade de contribuir vividamente para a cena política. Ela só poderia fazer isso se rejeitasse a mistura e propusesse o diálogo. 

Explico: diferentemente da mistura, no diálogo não se perde a identidade, mas se estabelece uma relação entre no mínimo dois pólos, na qual ambos são mutuamente enriquecidos. 

Misturar religião e política é uma insensatez, ou uma artimanha maldosa, mas fazê-las dialogar é um caminho divino. Diálogo e não mistura, sim, pois já é hora de superar a ingênua percepção de que essas realidades não se tocam. Elas precisam é se encontrar. 

Não fosse colaboradora nessa infame mistura, a Igreja Evangélica poderia ser a ponte capaz de, à luz de uma ética fundamentada na fé, influenciar o quadro político. E a política, no seu sentido mais original de exercício da cidadania, oferecer à comunidade de fé o caminho para uma atuação transformadora deste país.

Eduardo Rosa Pedreira

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Pastor da Comunidade Cristã da Barra da TijucaRio de Janeiro

Eduardo Rosa Pedreira

SEM OLHAR PARA TRáS

Poucas histórias são tão chocantes e surpreendentes quanto à narrativa bíblica da destruição de Sodoma e Gomora, onde inclui a afirmação de que a mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa estátua de sal. A minha inquietação com essa história não é quanto à aceitação da veracidade dos fatos ali narrados, mas com algo muito mais subjetivo. O que me incomoda é uma postura de Ló que possui reflexo na forma como muitos de nós lidamos com a vida: a sua dificuldade em sair, em deixar aquela cidade para trás. Sodoma na vida de Ló e sua família, não lhe oferecia segurança. Não lhe dava acolhimento, pois os tratava como forasteiros. Não lhe tinha respeito, pois eram capazes de se lançarem com violência contra eles. Ali Ló foi capaz de cometer o seu maior desatino pondo em risco a integridade física e moral de suas duas únicas filhas. Porém, quando tiveram a oportunidade de sair daquela situação se mostraram lentos e com dificuldades, o que ficou cristalizado no comportamento da mulher de Ló.

Essa história expõe essa estranha possibilidade de nossa condição humana de nos deixar oprimir, de nos deixar condicionar em certas situações, de ter dificuldade de fechar o ciclo atrás de nós e ir para frente sem olhar para trás. A questão que a narrativa dessa história levanta é: Por que demoramos tanto para quebrar certos jugos de sobre nossas vidas? Por que ficamos olhando para trás, paralisados e petrificados por coisas que já não nos dão prazer de vida?

Primeiro, porque, muitas vezes, o que hoje é opressão já foi um dia lugar de sonhos e esperança. Ló foi para Sodoma depois de um desentendimento entre os pastores de seu rebanho e os pastores do rebanho do seu tio Abraão. E para que não houvesse mais desentendimento entre eles Abraão propôs que se separassem e lhe diz: Se você for para a direita eu vou para a esquerda e se for para a esquerda eu vou para direita. “Então, levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomora, como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar.

Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu para o Oriente” (Gn 13). Foi cheio de esperança e sonhos, movido por um olhar de beleza e encantamento que Ló vai parar em Sodoma. Não é fácil admitir que o sonho acabou, que a esperança frustrou. Ficamos presos nesses lugares de opressão porque nos falta coragem de encarar as decepções e viver com elas e para além delas, por isso, estamos sempre dando um tempo a mais, protelando as nossas decisões na infantil expectativa, de quem sabe, amanhã aconteça o que tanto almejamos. É difícil sair, nos sentirmos livres para irmos para frente porque para nos reorganizarmos precisamos antes de nos desfazermos, de nos desestruturarmos, reconhecer em nossa consciência que uma parte da vida se perdeu ali. Segundo, porque mesmo ruim, de alguma forma aquela é a vida que conhecemos. 

A narrativa da história nos diz que Ló estava à porta da cidade quando os anjos chegaram. A porta da cidade era o lugar onde os negócios eram feitos, as transações comerciais aconteciam. Diz também, que as filhas de Ló tinham noivos naquele lugar. Jesus descreve a situação daqueles diais de Ló da seguinte forma: “Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam” (Lc 17:28). Ou seja, mesmo sendo um lugar de opressão é ali que se encontram os símbolos, os significados e valores de nossa vida. Mal ou bem algumas coisas cresceram naquele lugar e não é fácil perde-las. O que nos paralisa é essa tensão entre o

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concreto e a probabilidade, entre a realidade que já conhecemos e sabemos lidar e o novo, o desconhecido, o imprevisível, o futuro aberto que não sabemos se podemos responder à altura. Lya Luft diz o seguinte: “Sair do estabelecido e habitual, mesmo ruim, é sempre perturbador. O desejo de ser mais livre é forte, porém, o medo de sair da situação conhecida, por pior que seja, poder ser maior ainda”. E, é isso que nos aprisiona nessa estranha postura para com a vida de irmos em frente, mas olhando para trás.

Mudanças sempre produzem ansiedade, mas são necessárias, porque, muitas vezes, ficar onde se está pode significar a morte. Os anjos dizem a Ló, sai deste lugar e salva a tua vida. Para romper com os jugos da opressão: Primeiro, precisamos crer que mais do que força de vontade, do que coragem, do que disposição, que a vida acontece conduzida por uma outra força e disposição que irrompe e nos empurra para fora dos lugares que não sabemos sair. 

Quando viram a morosidade e dificuldade de Ló, os anjos os pegaram pelas mãos e os puseram fora da cidade (Gn 19:16). Não estamos sozinhos na vida, precisamos aprender a nos deixar conduzir por essa estranha mão invisível, mas real e presente que nos dá suporte e segurança para nos movermos e agirmos. Segundo, precisamos romper com as opressões dentro do tempo e das condições que podemos suportar. O que faz com que a vida vá de uma opressão para outra, de uma situação de amargura para outra, é não estarmos prontos, não amadurecermos o tempo necessário à nossa decisão e nem pesarmos as condições que tínhamos para viver o novo que se apresenta diante de nós. A narrativa dessa história diz que os anjos respeitaram o tempo de Ló para lidar com a situação: “Apressa-te, pois nada podemos fazer enquanto não estiveres seguro.” E respeitaram as condições em que Ló acreditava ser necessária para viver o novo, pos disse Ló a eles e concordaram: “Assim não, Senhor meu! Não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra. Eis aí uma cidade perto para qual eu posso fugir. Permite que eu fuja para lá.” Quando não nos sentimos prontos, seguros, quando não acreditamos que temos chance e condição naquilo que está diante de nós é muito difícil ir em frete sem olhar para trás. Porém, viver é a busca constante de decifrar o enigma nosso, de descobrir qual é o nosso propósito, o nosso real projeto na vida. Por isso, somos todos, muito mais, naturalmente, caminhantes e buscantes, do que seres paralisados na opressão.

Daniel Costa é pastor da Igreja Presbiteriana Betaninha – Niteroi, RJDaniel Costa

PRESTANDO CONTAS

Alguns anos atrás tive o privilégio de hospedar em minha casa para uma programação especial na nossa igreja um renomado líder cristão. Em uma das nossas conversas ele me reclamava da solidão e das demandas que estava sobre ele e seu ministério.

Eu lhe perguntei se ele tinha um pastor ou um mentor ou alguém a quem pudesse abrir o coração ou ainda se ele frequentava uma igreja onde pudesse ter um grupo de apoio. Ele respondeu “não” a todas às minhas perguntas. Hoje, - lamento relatar - esse líder é mais um dentro da estatística daqueles que caíram moralmente e estão à margem e nada mais são do que uma pálida lembrança daquilo que fora no passado: um ministério rico e extremamente abençoador.

Mas o que é realmente “prestar contas?”. Entendo que prestar contas nada mais é do que se abrir a umas poucas pessoas, sendo estas, cuidadosamente selecionadas a quem uma pessoa possa ser transparente e completamente vulnerável.

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Prestar contas é dar a alguém o direito de lhe examinar, de lhe fazer algumas perguntas difíceis e ao mesmo tempo estar aberto a receber conselhos sábios.

Quatro qualidades que devem estar presentes na prestação de contas:

• Vulnerabilidade – Aberto a reconhecer seus erros e disposto admitir falhas, erros e fraquezas, mesmo antes de ser confrontado.

• Ensinabilidade – Aberto a aprender, rápido para ouvir e atender à admoestação; aberto ao conselho.

• Disponibilidade – Acessível, tocável, disposto a ser interrompido.

• Honestidade – Comprometido com a verdade independente de quanto esta venha doer. Desejoso de admitir a verdade não importando quando dificil e humilhante possa ser tais admissões.

Base bíblica para prestação de contas:

1. Deus é inescapável e inevitável. (Matt. 12:35-36; Rom. 14:10-12) 

2. Líderes espirituais são ordenados por Deus e benção ao povo de Deus. (1 Cor. 16:13-16; Heb. 13:17) 

3.Encorajamento mútuo é benéfico e salutar. (Rom. 12:9-16; Rom. 15:1-2,14; Gal. 5:25-6:2) 

Vantagens da prestação de contas

1. Quanto regularmente mantemos uma atitude de prestação de contas, as chances da queda reduzem dramaticamente. (Prov. 13:10,14,18,20; 15:31-33).

2. Quanto regularmente mantemos uma atitude de prestação de contas, passamos a ver as coisas com mais clareza. (Prov. 27:17,19) 

3. Quanto regularmente mantemos uma atitude de prestação de contas, teremos grandes dificuldades de eximirmos de nossas culpas e responsabilidades. (Prov. 27:6) 

Três perguntas para uma honesta auto-avaliação

1. Você pode citar um ou dois nomes – além do núcleo familiar – as quais você tem se disciplinado a regularmente prestar contas da sua vida?

2. Você está consciente dos perigos de não ter ninguém a quem prestar contas?

3. Quando foi a última vez que você prestou contas de “áreas privadas” da sua vida para alguém?

Nélio DaSilva

POR UM DESPEDIR RESPONSáVEL

O processo deve ser respaldado por um caráter de extrema comunhão e responsabilidade.

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Quando uma igreja local ou um órgão denominacional firma laços com um missionário, é imprescindível que algumas perguntas sejam feitas - e respondidas - para que o acordo estabelecido entre ambos logre êxito. O que a igreja espera do missionário? Quais as suas atribuições? Qual a sua responsabilidade? O seu dever? Os seus direitos? Da parte do missionário também se deve questionar. O que ele espera da igreja? Quais as suas obrigações diante dela? Quais os seus direitos? 

Muitos relacionamentos missionário/igreja local se tornaram traumáticos pela falta de cuidado em enumerar e responder essas questões no momento em que se estabelece um vínculo qualquer entre ambos. 

O Novo Testamento nos dá uma primorosa diretriz, no exemplo que a Igreja de Antioquia deixou, por ocasião do envio de Paulo e Barnabé. Antioquia era uma igreja que esperava no Senhor, que andava com o Senhor, que ouvia a voz de seu Senhor. Sabemos que ali surgiu o primeiro ato planejado e respaldado de missão estrangeira. Antioquia viu além. Queria que o Evangelho superasse barreiras raciais, sociais e geográficas de sua época. O texto sagrado registra, no versículo 3 de Atos 13: "Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram" (tradução revista e atualizada). Quais poderiam ser as implicações e as deduções em cima da expressão "os despediram"? 

Apélusan, o verbo grego traduzido por "despediram", tem o sentido de libertar, soltar, mandar embora. A seqüência - jejuar, orar, impor as mãos, despedir - pressupõe um ambiente espiritual que envolvia a igreja em si e os que estavam sendo enviados. O ato de impor as mãos mostra que a igreja estava se associando com aqueles homens, estava recomendando-os à graça de Deus. É um símbolo de comunhão, um reconhecimento claro de que criam piamente que o próprio Deus os chamara. Paulo e Barnabé tinham uma história de serviço naquela comunidade e seu testemunho foi tão impactante que ela, com tranqüilidade, responsabilizou-se pelo envio de ambos. Percebemos, nessa associação, uma via de mão dupla. O missionário fazendo a sua parte e a igreja, a dela. 

O texto bíblico em questão não esclarece os detalhes "logísticos" dessa empreitada: se a igreja se preocupou com as vestimentas, calçados; ou se entregou dinheiro ou uma pequena reserva de alimento para os missionários. No entanto, temos a certeza de que esse processo foi respaldado por um caráter de extrema comunhão e responsabilidade de ambos: os que iam e os que ficavam. 

É esse o caráter que precisa fluir da igrejas brasileiras para com os seus comissionados. Ações espirituais, embasadas na vontade do Pai, que reflitam o pressuposto de santidade, maturidade cristã e espírito de serviço. 

Chega de cartas enviadas aos campos informando que o sustento está sendo cortado. Chega de e-mails informando que por a igreja ter uma nova concepção e definição de campo, o dileto missionário não poderá mais contar com ela. Chega daqueles longos e intermináveis meses sem nenhuma linha sequer por parte da igreja, dando ao menos um "olá, como vai?". Chega daquela antiga e redundante pergunta "quantas almas já se converteram?", como se um ministério pudesse ser medido apenas por isso. Chega de tanto desserviço. Chega! 

Vamos libertar nosso missionário, vamos soltá-lo, vamos mandá-lo embora (na graça de Deus) e enquanto ele "lá" estiver, que a igreja fique aqui, de prontidão ante o falar de Deus, sobre o como seqüenciar essa despedida.

Mônica Mesquita

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O FENôMENO DA CONTRA-MISSãO

Os acontecimentos que a mídia tem feito questão de registrar sobre a igreja evangélica em nosso país mostram que ela ainda carece de muita maturidade. 

Na verdade, trata-se de uma igreja que cresceu em visibilidade, mas que ainda conserva traços profundos de um ser que mais se parece com um adolescente procurando mostrar aos outros que já se desenvolveu o suficiente para ser encarado como um adulto. Um grande engano. Uma terrível falácia. 

Somos herdeiros de uma mensagem que nos foi trazida por missionários forâneos, especialmente a partir da metade do século 19. Eles vieram até nós porque haviam compreendido aquilo que Dietrich Bonhoeffer fez questão de registrar quando ainda estava nos porões de uma prisão nazista, em 1944, pouco antes de ser sentenciado à morte: "a igreja é igreja somente quando ela existe para os outros." 

Nascemos sob a égide de uma igreja que chegou até nós com uma visão holística do evangelho. Mesmo havendo exceções por parte de alguns missionários que nos trouxeram um evangelho etéreo e alienado da realidade social, hospitais, orfanatos, escolas, instituições de saúde e de ensino teológico foram instalados em terras brasileiras, especialmente no início do século passado. 

Tratava-se de uma igreja com a visão de uma missão integral, e que deveria servir de balisamento para o desenvolvimento de uma igreja autóctone com esse mesmo perfil. 

Hoje a história é outra. De uma igreja herdeira dos sinais da missão e do Reino, nos transformamos numa simples caricatura daquilo que o Senhor planejou que ela fosse. 

A questão a ser levantada a respeito de tudo isso deveria ser a mais simples e óbvia possível: por que nos metemos nessa enrascada? O que nos levou a nos desviar da missão que nos confiada por Jesus? 

Estamos verdadeiramente dentro de um processo que tenho chamado de "fenômeno da contra-missão". Tenho refletido sobre isso e chegado a algumas conclusões. Certamente elas não se esgotam em si mesmas, mas poderiam nos ajudar quem sabe a encontrar de novo o caminho de uma igreja em missão. 

Tem-se feito a opção de se estabelecer metas de crescimento antes de medir o caráter daqueles que tem feito parte dessa Igreja 

Na ânsia por estabelecer comunidades mais numerosas, tem se feito uso de inúmeras fórmulas importadas de crescimento de igreja. Hoje em dia é muito comum ouvir da boca de pastores e líderes que estão usando este ou aquele modelo. Isso não estaria errado em tese, se o intuito do coração fosse outro. 

As portas de entrada em nossas comunidades tornaram-se bem largas, ao ponto de não sabermos bem o que significa ser um cristão autêntico. O "vale-tudo" entrou em jogo, e os absolutos da Palavra de Deus já são descartados, se o interesse é o sucesso e o crescimento. 

Sabe-se que em algumas cidades de nosso país, certos comerciantes tem procurado limitar o crédito para pastores. Tem se tornado comum ouvir de alguns cristãos que nunca convidariam outro cristão para trabalhar em sua empresa ou fazer parte de seu negócio. 

Quem sabe esta seja uma das respostas pelas quais ainda o Brasil continua o mesmo, apesar

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do crescimento numérico das igrejas evangélicas. Como uma igreja pode ser um agente de transformação numa sociedade em decomposição, se ela mesma ainda precisa se converter de seus pecados? 

Há uma busca pela especialização na gerência de um mercado próspero, antes de sermos vistos como servos de um Reino estabelecido pelo Deus verdadeiro 

Sem a visão da missão, a Igreja se torna um mercado de almas. O produto mais obcecadamente buscado passa a ser a figura humana em desgraça e miséria. Quanto mais esse ser humano estiver distante da imagem do Criador, mais presa fácil ele se torna daqueles que anseiam em ampliar rapidamente seus redutos eclesiásticos. 

E nesse jogo vale tudo. Promessas, trocas, pensamentos positivos, água benzida, milho ungido, garantia de um marido ou esposa em curto espaço de tempo, e muito mais. 

Estava absolutamente correto o saudoso e grande pregador avivalista inglês Charles Spurgeon quando disse em um de seus sermões: "Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor." 

O fenômeno da contra-missão faz com que se estabeleça uma igreja como um espaço gerencial hierarquizado, onde a figura paulina do corpo unido na diversidade deixa de existir e passa-se a presenciar a figura daqueles que se auto-denominam "os detentores da verdade", e que podem ser chamados de um simples evangelista, obreiro ou missionário até a categoria quase suprema de apóstolo. 

Isto até soaria razoável se ao menos essas expressões estivessem de acordo com os dons que o Espírito tem dado à Igreja, sendo que, para isso, certamente não haveria necessidade de estabelecermos títulos e níveis de autoridade. 

Percebe-se um completo descompasso entre uma Igreja que demonstra crescimento, mas que não provoca transformações estruturais na nação 

Há um silêncio angustiante por parte da Igreja em relação ao mundo. Deixou-se de ouvir a voz profética e denunciadora de cristãos inconformados. A igreja deixou-se encantar por ela mesma, e pelas benesses do poder político institucionalizado. Como contestar as injustiças de um governo municipal, estadual ou federal, se amanhã posso ser um beneficiário dele? 

Sentimo-nos hoje vivendo um grande paradoxo: enquanto os institutos de pesquisa afirmam que essa igreja evangélica cresce em níveis acima de qualquer expectativa e já se torna motivo de grandes espaços na mídia, a situação do país permanece a mesma. 

Os índices de pobreza ainda são alarmantes, a corrupção está instalada nos mais variados níveis de poder, o acesso à saúde e a educação ainda é privilégio de poucos – resumindo: vivemos num país onde as desigualdades sociais são enormes. 

O discipulado de uma nação, como a nossa, deveria implicar na implantação de igrejas que fossem verdadeiros agentes de transformação. Essas comunidades se tornariam assim não somente um lugar de adoração a Deus e proclamação da Palavra, mas também seus membros se engajariam em ações concretas para a transformação das cidades. 

Com raras exceções, o que temos visto, são "guetos" onde o alvo principal é manter os membros das igrejas satisfeitos e sem nenhum compromisso com aqueles que estão "fora" da igreja, ou seja, os que estão no mundo. Nada mais contra a missão do que esse posicionamento. 

Adota-se o posicionamento da "síndrome de Pedro" e se esquece de que a Igreja existe para

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servir os povos da terra 

A busca quase frenética pelo sucesso e crescimento das comunidades tem levado a uma situação bem semelhante àquela que Pedro experimentou: a visão da missão é tão abrangente quanto o espaço geográfico e cultural de Jerusalém. A estratégia missionária passa a ser tão somente aqueles que estão à nossa volta. 

Como pensar em abençoar os povos da terra, se de nós é exigido crescer intra-muros? Como desafiar jovens e casais para se tornarem missionários entre povos indígenas, ou em populações ribeirinhas da Amazônia, nos sertões do Nordeste, ou ainda entre nações da África e Ásia, se a tarefa é extender o próprio reino? 

Mais uma vez negamos nossa herança missionária. Como explicar diante de Deus que homens e mulheres de outras nações vieram até nós, mesmo antes de seus países serem totalmente evangelizados e nos trouxeram a semente do evangelho? 

Como afirmar que Abrãao recebeu o mandato de abençoar as famílias da terra, se nos negamos a fazer o mesmo? 

A pressão que pastores e líderes tem recebido para que suas igrejas se tornem conhecidas, e os mesmo bem sucedidos caminha na mão contrária de uma igreja em missão. 

Seria possível explicar por que ainda encontramos cidades, povoados, vilas onde a igreja ainda não está presente, enquanto em outros lugares podemos nos dar ao luxo de escolher em qual igreja desejamos ir? Isto faz sentido somente quando a igreja passa a ser tão somente a imagem de Jerusalém, esquecendo-se de Judéia, Samaria e os confins da terra. 

Da mesma maneira que nos dias da Reforma, surgiu um movimento chamado de Contra-Reforma, procurando negar os fundamentos preconizados por Lutero, percebo que em nossos dias a igreja brasileira se vê diante de um movimento que caminha na mão inversa da missão. 

Os anos futuros poderão nos reservar uma triste surpresa. Estaremos fazendo parte de uma igreja que estará na boca do povo, mas que não provocará mudanças no coração e na alma do povo brasileiro. 

A melhor maneira de revertermos esse quadro é pedirmos perdão diante do Senhor em profunda humilhação, e buscarmos intencionalmente o alvo de fazer com que cada igreja local se transforme numa verdadeira comunidade missionária. Mesmo que para isso tenhamos que caminhar na contra mão de tudo o que temos visto e ouvido.

Oswaldo Prado

O DAY AFTER DOS EVANGéLICOS

O "Day After" dos Evangélicos que Buscam "Alianças" ou a Volta da Constantinização. 

O processo de redemocratização de nosso país, teve início em meados da década de 80 e aconteceu num momento singular da história do protestantismo brasileiro. 

Exatamente naquela década os evangélicos brasileiros avançavam quantitativamente 5,2% ao ano. Para ser mais claro: estávamos crescendo mais de duas vezes em relação ao crescimento vegetativo. Algo digno de nota, pois tratava-se de algo inusitado e que, de certa forma, começava a sinalizar algo novo para a Igreja Evangélica Brasileira. 

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Teve início também naqueles dias um despertamento muito grande para que as igrejas pudessem enviar seus filhos para os campos missionários transculturais. Passou-se a buscar o crescimento de igrejas locais e o fenômeno das mega-igrejas se instalou entre nós. As mais variadas teologias sobre libertação espiritual penetraram o segmento evangélico, especialmente vindas da América do Norte. 

Proliferaram também, neste período, o estabelecimento de igrejas independentes, dando início ao fenômeno hoje conhecido como pós-denominacionalismo. 

Foi também naqueles dias que o então presidente Sarney desejou ardentemente prorrogar seu mandato por mais um ano. Naquela altura já havia um pequeno contigente de políticos evangélicos na Câmara que, além de neófitos na arte de se fazer política, tornaram-se, muitos deles, massa de manobra para os interesses do Planalto. 

E os olhos daqueles que governavam perceberam que um novo curral eleitoral se prenunciava forte e que o melhor seria tê-los como aliados. Sabe-se que os votos favoráveis destes deputados evangélicos à prorrogação do mandato do então presidente proporcionou a vários deles concessões de rádios e até mesmo de canais de televisão. 

Nada mal para uma igreja que estava dando sinais de crescimento e que precisava ser domesticada segundo os padrões do rei terreno. 

Quando lembro-me destes fatos sinto uma mescla de tristeza e ao mesmo tempo de ira, que espero, ser santa. 

Mas o fato ainda mais desalentador é que iniciou-se naquela altura o estabelecimento da cultura dos conchavos e das alianças. 

Mais do que isso: muitas profecias foram compartilhadas com o povo de Deus em suas igrejas, como vindas do trono do Rei, e que viraram cinzas... Quem não se recorda do apelo que milhões e milhões de evangélicos receberam em 1989, afirmando que Collor definitivamente era o enviado de Deus para governar nossa nação com justiça e equidade? 

E que seu oponente era alguém que estava a serviço do reino das trevas? O "day after' mostrou que as profecias nada mais eram do que resultado de alianças espúrias feitas com o então candidato. 

Ao contrário do que temos visto, o nosso Deus quando deseja estabelecer uma relação genuína e verdadeira com Seu povo Ele estabelece uma aliança. 

Logo após o episódio do dilúvio, o Senhor Deus diz a Noé: 

"Vou estabelecer a minha aliança com vocês e com os seus futuros descendentes e com todo ser vivo está com vocês..." (Gn 9.9-10) 

Esta atitude de Deus tinha a ver com toda a criação que havia sido afetada naquele momento pelo julgamento do Senhor. 

Mas esta aliança viria acompanhada de um sinal indelével, marcante: 

"Este é o sinal da aliança que estou fazendo com vocês, para todas as gerações futuras: o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra."(Gn 9.12-13) 

Deus estabelece a aliança com todo ser vivente por uma única e simples razão: seu amor

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infinito. Porque nos ama, Ele estabelece um pacto de amor com todos, inclusive com aqueles que estão longe dEle ou mesmo não O conhecem. 

Nesta aliança divina havia apenas um promotor, Deus, e os beneficiários, todos os seres humanos. Nada de troca. Nada de toma lá, da cá. 

Recentemente acabamos de passar por mais uma experiência extremamente salutar e democrática de exercer nossa cidadania, escolhendo nossos governantes, e especialmente nosso presidente. 

Há uma linda história sendo escrita nesse país através da liberdade plena que temos de escolher aqueles que entendemos ser as pessoas com propostas que mais se assemelhem às do Reino de Deus. 

Mas há também um lado triste que mostra que uma neo-constantinização está mais do que nunca presente e se adensando em muitos setores do protestantismo brasileiro. 

Enquanto a AEVB (Associação Evangélica Brasileira), da qual tenho a honra de ser membro fundador, relembrou a todos os cristãos evangélicos o Decálogo do Voto Ético, a mídia mostrava vários líderes evangélicos estabelecendo alianças com este ou aquele candidato. 

Quando isto acontece, invariavelmente uma pergunta sempre surge em meu coração. Estes acordos de apoio a um ou outro encerram-se no momento dos abraços e dos apertos de mão ou tem outros desdobramentos que podem desembocar em benesses as mais variadas? 

Vale a pena refletir sobre isso à luz daquilo que o nosso Deus entende por alianças.

Para mim, como normalmente tem acontecido, o "day after" explicará muitas dessas alianças feitas tanto com o candidato vencedor ou perdedor. 

O maior perigo diante de tudo isso é que a Igreja abdica de sua vocação profética de delatar as injustiças e os pecados de nossa sociedade em troca de alguns favores tão mesquinhos. 

Sonho com o dia em que nossa nação escolherá seus dirigentes à luz dos valores do Reino de Deus, e não por credo religioso que eles professem. 

Sonho com o dia em que os evangélicos desse país priorizem a missão da Igreja como algo obsessivo, de tal maneira que nossos governantes vejam em nós, não uma massa de manobras para alianças espúrias, mas gente que ama a Jesus de tal forma, que não abre mão dos absolutos da Palavra por nada neste mundo.

Oswaldo Prado

JERUSALéM X ANTIOQUIA E O MISSIONáRIO

Igreja que se centraliza em missões influencia, muda, faz e fica na história.

"Disse Jesus: 'Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, ide portanto e pregai o evangelho a toda a criatura'. " Como Jerusalém reagiu à universalidade dessa convocação?

Reagiu de forma muito morosa. 

Pedro vai a Cornélio depois de um trabalho imenso do Espírito Santo para convencê-lo, com

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muita relutância. Não bastasse isso, ainda é chamado pelos líderes da Igreja em Jerusalém, onde é instado a apresentar um constrangido relatório sobre a pregação do Evangelho a gentios. Eis a crise que Jerusalém teve com o chamado de Cristo para a evangelização do mundo. 

Signo da missão

A Igreja de Jerusalém só saiu para fazer missões quando foi perseguida. Isso se deu logo após o martírio de Estevão, quando, principalmente, o pessoal ligado a Estevão é caçado (O livro de Paulo, de Walter Wangerin, Editora Mundo Cristão) e chega a Samaria e Antioquia pregando o Evangelho. São eles que começam a pregar aos gentios. 

Já a Antioquia nasce sob o signo da missão. Os seus presbíteros já trazem em si essa marca, são oriundos de diferentes partes do mundo. Por isso, diferente do apóstolo Pedro, que relutou, os presbíteros de Antioquia são absolutamente abertos ao Espírito Santo, estão prontos para ceder os seus dois melhores homens para o serviço missionário: Barnabé e Paulo. 

A Igreja em Jerusalém reluta em pregar aos gentios, a Igreja em Antioquia já tem gentios em seu Conselho. 

A Igreja em Jerusalém sofre de preconceitos farisaicos, a de Antioquia tem a visão de Jesus Cristo para todos os homens de todas as raças, de todas as tribos, de todas as línguas, de todas as nações. 

A Igreja de Jerusalém desapareceu, a Igreja de Antioquia se tornou a "mãe de todas as igrejas" porque, a partir do ministério de Paulo e dos seus discípulos, isso sem contar o que Barnabé deve ter feito com Marcos, cuja memória perdemos, tem-se o desenvolvimento do Evangelho por toda a Europa e Ásia e, conseqüentemente, por todo o mundo. 

Essa diferença aparece na formação das escrituras, a grande maioria dos livros que compõem o Novo Testamento foi escrita por missionários de Antioquia. Igreja que se centraliza em missões é Igreja que influencia, que muda, que faz e fica na história. E essa história começa com a visão que se tem do missionário. 

Jerusalém via os missionários como uma espécie de aventureiros - e criticou seu líder quando este foi nisso envolvido pelo Espírito Santo. Antioquia via os missionários como os seus melhores homens.

Ariovaldo Ramos

SALMO 3

Este salmo foi escrito por Davi no período que ele fugia de Absalão. Absalão era um jovem forte, rigoroso carismático e voluntarioso. O seu meio irmão Amnon, atacou e violentou a sua irmã. Absalão esperava que Davi tomasse alguma posição. Esperava que Davi fizesse justiça. Mas, Davi não fez nada. Extremamente fora de controle, Absalão tomou as dores da irmã e matou o seu irmão. Além disso, rebelou-se contra o pai conquistando aliados dentro do reino e destitui o pai do reinado, fazendo com que fugisse de Jerusalém.

Absalão significa “a paz do seu pai”. Entretanto, aqui é exatamente o contrário, pois Absalão se tornou um grande tormento para o rei Davi. Mas, Davi tinha culpa nessa confusão toda. Pelo menos em dois momentos... O primeiro momento é identificado no pecado de Davi contra o próprio Deus. E o segundo, é que Deus havia dito que a espada não iria mais se apartar do seu reino e que o que ele tinha feito às escondidas,

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seria feito contra ele mesmo de forma pública. O que ele havia feito no oculto com as concubinas na presença de todo o mundo ficaria notório em todo o Israel. 

Quase todos ficaram contra Davi, na verdade, ele só escapou porque era um guerrilheiro em Israel. No tempo de Saul Davi tinha construído vários esconderijos no deserto. Ele estava se valendo dos velhos esconderijos para escapar da fúria do seu filho. Da mesma maneira em que ele tinha escapado da fúria do rei Saul, escapava de Absalão. Davi voltou à velha situação quando ele era apenas alguém que tinha uma promessa na mão e mais nada. O que nós podemos aprender aqui? Aprendemos que, às vezes, experiências que nos foram amargas, mais tarde podem se revelar em grandes aprendizados. Porque nós pensamos que o que estamos sofrendo hoje é o máximo que podemos experimentar. Pensamos assim, porque não conhecemos o futuro. Pode ser que aquilo que hoje é um sofrimento insuportável, amanhã se torne um grande aprendizado. Davi só escapou porque teve que fugir de Saul, senão, Absalão o teria encontrado e destruído. Ele não conseguiu porque Davi havia aprendido a andar no deserto quando fugia da perseguição de Saul. 

As pessoas diziam que o que Davi estava passando era por causa de seu pecado contra Deus, através de Absalão o Senhor o estava punindo. A lógica dessas pessoas era que se Deus estava punindo a Davi, então, não havia salvação para ele. Essa era também, a lógica dos seus inimigos. Eles se perguntavam entre si: “porque Davi está perdendo o reino? Porque ele tem que fugir de seu próprio filho? Porque Deus o está punindo?”. E Deus o está punindo mesmo. As causas são clara em sua história; ele tomou a mulher de Urias e, ainda o assassinou. Além disso, foi um péssimo pai, pois viu o filho fazer o que fez com sua própria filha e não tomou nenhuma atitude - o que levou o seu filho Absalão a concluir que o pai já não estava em condições de governar e que não entendia mais o significado de ser um rei. Não tinha nenhum compromisso com a justiça e principalmente com Deus. Portanto, partindo desse princípio, Absalão fez uma grande campanha contra o pai. Não era difícil convencer o povo de Israel de que o rei Davi era um louco maldito e que tinha cometido muitos erros. A conclusão era aparente: esse homem rompeu com Deus não sabe mais o que significa governar o reino, portanto, não tem o direito de estar no trono. Mas a punição de Deus era para promover arrependimento e não destruição da pessoa. 

Eles diziam: “Não há mais salvação em Deus para ele, pois Deus o abandonou”. Aprendemos outra lição aqui neste salmo. É que Deus nunca está contra os seus escolhidos, ao contrário, Ele está sempre a favor, por causa disso, corrige. Se Deus não corrigir é sinal que não está se importando. E isso deve nos deixar preocupados. Mas Deus corrige a todos aos que ama, e o faz da maneira que Ele quer, promovendo uma transformação genuína em seus corações.

Ariovaldo Ramos

12 JóIAS PRECIOSAS DA LIDERANçA

Não tenho dúvida em afirmar que estamos vivendo nos dias atuais a mais grave crise de credibilidade; crise esta, sem precedentes na história da Igreja Cristã. Absolutamente, creio, que desde o Dia de Pentecoste quando a Igreja nasceu, enfrentamos o momento mais delicado quando a matéria tem como tema “credibilidade”. 

A realidade é que as pessoas podem não ouvir o que você diz, mas elas observam os seus passos. E mais: as pessoas fazem aquilo que elas vêem. Em outras palavras, uma das ferramentas mais poderosas à sua disposição é a sua atitude como líder. Apesar das pessoas nem sempre crerem naquilo que você diz, certamente que elas crêem em tudo que você faz. E aquilo que elas vêem você fazer – frequentemente – se transformam naquilo que também elas irão fazer.

A questão, portanto, é: O que é que o teu povo está vendo na sua liderança? Quantas dessas positivas influências abaixo fazem parte do seu repertório?

1. Honestidade

A sua palavra tem realmente peso? Pode o seu povo confiar que assim que você tiver algo importante que envolve a vida deles, eles ouvirão diretamente de você? As suas atitudes e ações tem deixado cristalinamente claro que você não irá engana-los ao alimenta-los com meias verdades? (2 Corintios 8:21)

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2. Auto-confiança

O seu povo vê em você um líder seguro e confiante ou uma pessoa vacilante e duvidosa? Você está disposto a assumir riscos ou está constantemente buscando por segurança? (I Samuel 17:36)

3. Sacrificio

Todas as vezes que ao seu povo é requerido sacrificio em favor do Reino, você tem liderado como exemplo pessoal de sacrifício? (I Tessalonicensses 2:8)

4. Consideração

Tem você compaixão das pessoas que estão em dificuldade? Você tem ajudado pessoas a readquirir a sua dignidade e respeito próprio? Você tem tido consideração com o tempo das pessoas ou a sua agenda é que vem sempre em primeiro lugar? (Romanos 12:13ª)

5. Prestação de contas

Você – honestamente – tem hoje alguém com quem você se abre completamente e presta contas da sua vida? (Mais sobre esse assunto ver artigo “Prestando Contas.”). (Tiago 5:16) 

6. Dedicação

Você tem aquela atitude de “dar tudo de mim?” Na mesma intensidade que você requer de outros? (I Cronica 29:3)

7. Lealdade

O estado das suas ovelhas é algo que está no topo das suas prioridades? Você tem ganho a lealdade deles por ter dado a eles a sua? (Provérbios 27:23)

8. Altruísmo

Você tem estado menos preocupado com a sua imagem, fama e reputação e mais interessado em colocar outras pessoas em “frente da camera” do que a si mesmo? (Atos 20:24)

9. Horário

Você tem observado a sua pontualidade nos seus compromissos? Você tem dado feedback às pessoas da mesma maneira que tem exigido das outras pessoas? (Mateus 7:3)

10. Entusiasmo

Tem você se mantido encorajado, otimista e energético? Você tem mantido uma atitude positiva mesmo em meio às mais difíceis circunstâncias? (II Corintios 4:8)

11. Perseverança

Você tem se recuperado rapidamente de um fracasso? Você tem visto o fracasso como uma experiência de aprendizado? Tem você rotineiramente buscado por oportunidades em meio à adversidades? (Filipenses 3:13)

12. Criatividade

Tem você constantemente buscado por um novo caminho? Você é reconhecido como uma pessoa inovadora? (Filipenses 3:12)

Nélio DaSilva

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DELEGANDO COM EFICIêNCIA

Na minha estimativa são poucos os líderes que delegam a quantidade certa de responsabilidades àqueles que estão dispostos a servir. Porém, existem aqueles – mais poucos ainda - que delegam demais; e outros tantos – a grande maioria – que praticamente nada delegam. Por que? Bem, a realidade é que a maioria das pessoas em posição de liderança concordam que deveriam delegar muito mais que delegam mas relutam em investir tempo com o objetivo de ensinar uma pessoa uma nova tarefa – ainda que absolutamente importante – a ser desempnehada.

Outros não delegam porque estão excessivamente envolvidos com aquilo que estão fazendo a ponto de não conseguirem emocionalmente abdicar daquilo que consideram como “meu projeto”. Outros, simplesmente não delegam por não confiar em seus voluntários e por temor de perda de controle.

Porém, apesar de todos os possíveis obstáculos, - alguns que nem sequer mencionei, o fato é que os argumentos em favor de delegar são fortes demais para serem ignorados. Veja apenas alguns deles: você poderá reduzir a sua carga, aliviar a sua agenda, sentir-se mais seguro ao deixar o seu escritório, desafiar e desenvolver novos líderes e talvez se concentrar em uma outra área de tremenda importância. 

Portanto, delegar é um investimento que se for feito com sabedoria e talvez seguindo a sequência abaixo, poderá resultar em excelentes benefícios à saúde da sua liderança.

1. Faça um inventário do seu povoRick Warren alguns anos atrás me contou que certa ocasião quando a Saddleback precisava desesperadamente de encontrar um terreno, ele fez um breve aviso à congregação dizendo: “Se você pode nos ajudar com as suas habilidades profissional a adquirir um terreno para a nossa igreja favor se reunir comigo na segunda feira as 8:00 da noite no meu escritório aqui na igreja.” No dia seguinte lá estavam vários consultores de empresas de portentosos portes no mercado americano. Rick não tinha nem por sonhos a idéia de que aquelas pessoas com todo aquele talento já faziam parte da sua igreja. Talvez você não tenha a mesma riqueza de talentos que Rick tem na Califórnia. Mas isso não lhe exime do fato de que cabe a você e a mim como líder descobrir os tesouros que estão sentados nos bancos das nossas igrejas. Portanto, é sua a responsabilidade de acessar o seu material humano. Faça perguntas como: “O que é que eles fazem bem?” “O que eles gostam de fazer?” “Onde é que eles tem brilhado no passado?” Faça uma lista, trace um perfil de dons, habilidades e vontade de cada pessoa.

2. Faça uma combinação dos talentos com a responsabilidadeQuais são as atividades atuais que requer um talento ou interesse em particular que possa combinar com a responsabilidade a ser delegada? Exatamente – quais são as partes daquelas atividades que você poderia delegar a uma pessoa com aquele talento e interesse? Pode a tarefa ser logicamente extendida a fim de ser aglutinada para a nova responsabilidade?

3. Antecipe repercussõesQuais são as acomodações que você deverá fazer a fim de apoiar a pessoa que deverá receber a tarefa? Como você irá evitar qualquer consequência negativa e minimizar os riscos sobre a tarefa que foi delegada?

4. Comunique a sua expectativa com clareza e objetivadeNão apenas verbalize, mas ponha no papel e declare com a mais precisão possível a maneira como você espera que a tarefa seja desempenhada. O que é que realmente você espera? Como será o projeto na forma final? Quais são os elementos especiais que devem estar inclusos? O que deve ser exclusos?

5. Providencie latitude e criatividadeDê liberdade e espaço para que a pessoa que foi delegada à tarefa, possa agir com tranquilidade. Controle o resultado e não a criatividade para a obtenção do mesmo. Permita que a pessoa que recebeu a tarefa traga alguns elementos adicionais e talvez até melhores idéias do que a sua a fim de completar o projeto que você concebeu.

6. Mostre os benefíciosTodo ser humano precisa de motivação e todas as pessoas tem a “chave” certa. Sem cair na transgressão da manipulação, explique à pessoa as vantagens de aceitar essa nova tarefa partindo da perspectiva dela. Exemplo: “Essa tarefa lhe fará mais relevante no Reino.” “Essa tarefa poderá lhe trazer enormes

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dividendos espirituais.” “Essa tarefa irá lhe trazer enorme satisfação pessoal.” “Essa tarefa irá elastecer a sua liderança.” Expresse o seu próprio otimismo e confiança na habilidade daquela pessoa em ser bem sucedida. Prometa o seu apoio e a sua assistência.

7. Apoie o que foi delegadoProvidencie todos os recursos que forem necessários a fim de que a pessoa e a tarefa possa ser bem sucedidas. Treine e instrua sobre todos os passos necessários requeridos pela responsabilidade que foi delegada. Mentorize a pessoa durante o processo de realização da tarefa. Forneça as informações, tempo, dinheiro, autoridade, contatos pessoal a fim de que a pessoa possa ser bem sucedida na realização da sua tarefa.

8. Permaneça acessívelAja como um porto de refúgio quando a pessoa estiver insegura, vacilante em meio aos vendavais de dificuldades para a realização da tarefa. Permaneça disponível para consulta, para encorajamento e apoio mas não assuma a responsabilidade que pertence apenas à pessoa que recebeu a tarefa.

9. Avalie os resultadosFaça um acordo com a pessoa que recebeu a tarefa de juntos avaliarem e, numa data mutuamente concordada, discutirem o progresso daquilo que foi delegado. Faça isto pelo menos uma vez por mês até que o projeto esteja concluido. Faça os ajustamentos necessários conforme requeridos pela avaliação.

10. Faça um reconhecimento público do bom trabalho realizadoLouve tanto o esforço e dedicação da pessoa quanto a realização alcançada. Agradeça as pessoas que lhe ajudaram. Resultados concretos e tangíveis tem o potencial de enviar mensagens poderosas àqueles que poderão se tornar canais de concretização de novos e gratificantes projetos.

Nélio DaSilva

10 PRINCíPIOS QUE NENHUM LíDER PODE IGNORAR

Talvez um sub-título aplicável ao título acima seria: “Tornando-se um líder que seu povo tenha real prazer de louvar, e não o chefe que todos venham a detestar”. Eis aqui os 10 princípios que nenhum líder pode ignorar:

1. Aprecie a sua equipe ministerialNão importa se você é líder de uma grande ou pequena equipe ministerial. Quando um membro da sua equipe realiza um bom trabalho, não permita que isso passe despercebido. Reconheça, aprecie, elogie. Não consinta que essa preciosa oportunidade de apreciar - ainda que algo aparentemente insignificante – seja desperdiçada. (Provérbios 27:23)

2. Nunca, jamais, humilhe um membro da sua equipe de ministérioSe você está aborrecido com alguém da sua equipe, pelo fato de essa pessoa haver feito alguma coisa errada, mantenha-se frio, calmo, especialmente em público. Se você optar por humilhá-la - seja de maneira privada, seja em público, ela poderá nutrir um ressentimento contra você, e seu ministério fatalmente irá sofrer. (Provérbios 18:21)

3. Crie uma cultura na qual errar não é proibidoSe você não comete erros, chances existem de que você não está crescendo em sua liderança. Se a sua equipe tiver permissão de sentir que os erros são parte do processo de alcançar novas altitudes, em vez de apenas se sentir mal ou envergonhado, então eles irão se arriscar ainda mais em seu favor. (I João 2:1)

4. Lembre-se de detalhes pessoaisSepare um tempo específico para conhecer a sua equipe: quem são eles, quão importante é a sua vida etc. Mantenha um foco de interesse neles como pessoas, e não exclusivamente como instrumentos de trabalho. (Provérbios 16:22)

5. Não se esconda atrás da sua posiçãoSeja simplesmente humano, e ofereça amizade genuína à sua equipe. Dessa maneira você poderá apoiar

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e encorajar uns aos outros, quando os momentos difíceis chagarem. (Mateus 5:16)

6. Seja abordávelPermita que a sua equipe venha a sentir que ela pode se aproximar de você e lhe falar sobre matérias e questões sensíveis; questões que envolvam dificuldades não apenas ministeriais, como também fora do ministério. (Tiago 3:13)

7. Admita seus errosSe você errou, seja o primeiro a admitir. Lembre-se de que as pessoas fazem aquilo que vêem. Você é um homem ou mulher de Deus, mas você não é infalível! A sua equipe respeita-lo, e mais ainda se você for capaz de admitir os próprios erros. (Provérbios 28:13)

8. Ouça de uma maneira que a sua equipe possa falar com você.Freqüentemente as pessoas são intimidadas e temerosas diante da posição exercida pelo líder. Faça tudo que for possível para demonstrar que você está aberto a ouvir o que eles têm a dizer, e que eles são importantes e valiosos. (Tiago 1:19)

9. Seja claro nos seus pedidosÉ sua a responsabilidade de se assegurar de que as pessoas entendem o que você lhes está pedindo. Portanto, comunique-se com clareza; fale, mas também escreva, e pergunte se as pessoas realmente entenderam o que você lhes solicitou. (Provérbios 14:15)

10. Trate a todos com respeito e cortesia, em todo o tempoFaça isso sempre, particularmente quando há problemas! Toda pessoa que trabalha sob sua liderança é um ser humano valioso que merece ser respeitado. Em última análise, um líder cristão é alguém que tem a grande responsabilidade de demonstrar o caráter de Deus mediante sua própria vida. Exercitar respeito e cortesia à sua equipe é algo que poderá mover o céu na terra. (Provérbios 20:3)

Nélio DaSilva

UM NOVO OLHAR A UM VELHO PECADO

Uma introspectiva, honesta e objetiva avaliação do ser interiorà luz do Evangelho da Graça de Deus.

Satánas está trabalhando a todo vapor 24 horas por dia, 7 dias na semana no objetivo de cega-lo completamente em relação ao seu pecado. Porém, quando ele fracassa nesse seu intento e você passa a ver aquele velho pecado, aquele padrão pecaminoso, então o inimigo maior das nossas almas muda radicalmente sua estratégia. Uma vez que ele não conseguiu impedir que você identificasse ou visse o seu pecado, então agora ele agora implementa uma outra ação: ele luta com todas as suas forças para que você permaneça nesse pecado, lute com esse pecado e consequentemente você venha a ser definido por esse pecado. Veja agora o resultado de uma bem articulada obra satânica: uma vez você viu, identificou o seu pecado e não o confessou, a consequencia imediata foi a perda da comunhão, a ausencia da alegria da sua salvação restaurada, e o resultado que você obteve foi este que ai está diante de você: desencorajamento.

O saudoso Jack Miller certa vez conta que num determinado dia falando de Cristo a um policial, ele pergunta a este official se ele sabia qual era a diferença entre uma pessoa ser presa e ser declarada culpada. “Claro que eu sei disse o policial. Nós prendemos muitos criminosos mas nem sempre os declaramos culpados.” Eu pensei comigo: assim é o pecado. É perfeitamente possível que eu venha a ficar preso pelo meu pecado, - ou em outras palavras - possa vê-lo, não ter mais a minha visão encoberta (ou cega por ele) e ao mesmo tempo – o que é terrivelmente trágico- não me sentir culpado por ele.

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Eis aqui o ponto: Se Satanás não consegue cega-lo em relação ao seu pecado, ele quer mante-lo preso por ele, desencorajado na sua luta e frustração em vencer esse pecado, especialmente aquele pecado antigo e frequentemente repetido, como por exemplo, deixar de orar antes de tomar uma decisão, fracassar em diligentemente investir tempo em oração e em vez disso, sair apressadamente rumo aos seus alvos que você espera alcançar. Ao fazer isso, você o faz dependendo da sua própria força, jogo político, charme, venda de valores, e usando a marca do “tolo” conforme descreve Salomão em Provérbios; ou seja, dependendo completamente da sua própria compreensão, intuição e sendo sábio aos seus próprios olhos.

Tenho aprendido em meses recentes que a convicção de pecado é a coisa mais linda, mais doce e mais preciosa que Deus concede aos seus filhos. Você e eu podemos deixar de estarmos presos para compreender que somos culpados e quando você se sente culpado do seu pecado, você passa a se assemelhar àquela mulher em Lucas 7, com aquele senso de ter sido tão grandemente perdoada e consequentemente, cheia do senso de ser muito amada. E aqui está um fantástico paradigma: muito amor a Jesus significa muito amor a outras pessoas, mesmo àquelas especialmente dificeis de amar.

Essa mulher é – para mim – o quadro perfeito do que significa ser abençoado: abundância de alegria e paz, completamente independente das circunstâncias. As circunstâncias dela – se você se recorda – eram horríveis; ela era uma prostituta muito conhecida na cidade, era escória da sociedade, membro do mais baixo escalão na escala social, vista com desdém e desprezada por todos. Essa mulhernão tinha retidão própria, não tinha um passado limpo, não tinha boa reputação,nenhum senso de grande realização humana,nenhum desempenho que fizesse com que ela se sentisse bem a respeito de si mesma. Enfim, as suas circunstâncias eram muito piores do que a maioria das que temos experimentado.

E ainda assim essa mulher é alegria e a paz personificada. E eu me pergunto: Por que? Não existe outra explicação a não ser esta: Aquela mulher sentiu-se culpada da sua montanha de pecados, ela os confessa e passa a sentir a exuberante e indiscritível benção de ter sido perdoada por essa mesma montanha de pecados. 

Permita-me uma pergunta: Porventura, isso que expus acima não tem nada a ver com você, não é o seu problema, não se aplica a você, uma vez que você não tem nenhum problema ou dificuldade de ver o seu pecado diante de você?. Bem, se este é o caso, então me permita uma outra pergunta: “Hoje você está cheio da alegria e paz independente das circunstâncias que o rodeiam?” 

Se a sua resposta é "sim", Deus seja muito louvado por isso! Você está numa relação correta com Deus, você não precisa de uma outra nova ou inédita convicção de pecados, porque você está no lugar exato onde o pecador deve sempre estar: aos pés da cruz de Cristo, no lugar onde a mulher em Lucas 7 também estava. Não existe um lugar melhor nesse mundo para se posicionar.

Mas se a sua resposta é “não”, se você não está cheio da alegria e paz, independente das suas circunstâncias, eu quero que você considere que talvez você não esteja no “lugar do pecador” (lugar onde sempre devemos estar). Em vez disso, você deve estar no “lugar do fracasso” onde você pode ter sido apenas preso por seus pecados, mas ainda não está se sentindo culpado ou condenado por eles: um lugar onde você vê seu pecado, mas não ao ponto de intimamente compreender que você ofendeu a um Deus Santo, Santo, Santo. Portanto, você fracassou e consequentemente você ou está cheio de auto-derrota ou apenas jogando o jogo leviano do desencorajamento por se achar fraco na prática da oração, por se analisar como um líder de pouca fé, indigno de pastorear o rebanho de Deus ou liderar de alguma forma a Igreja de Cristo, ou ainda por se sentir desqualificado até mesmo para ser um simples cristão. 

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Se este é o estágio em que você se encontra, permita-me sugerir que você está se deixando levar pela idéia que Satanás tenta impingir em todos nós e em todo o tempo, ou seja: que é seu desempenho que realmente conta! Se honesta e sinceramente você pode dizer a si mesmo: “Sim, tenho dado uma importância enorme ao meu desempenho, ando muito frustrado com a maneira que lidero a minha igreja, minha família, meu relacionamento com as pessoas...” Se você se sente dessa maneira, então...desista! Jesus aqui veio para lhe dar algo infinitamente melhor do que o seu desempenho, o desempenho Dele. O alcance de Jesus é um alcance perfeito, a retidão de Jesus é uma perfeita retidão. Eis aqui o melhor de todos os caminhos: Peça a Jesus para que lhe envie o Seu Espírito e que este Santo Espírito possa torná-lo culpado da paixão que você tem pela sua própria retidão, o que tem causado na prática que você despreze a perfeita retidão que vocêjá tem em Cristo. Apesar de você pensar que a última coisa que você deseja nesse mundo é ver ainda mais do seu pecado, isso é exatamente a coisa que você mais precisa na sua vida. Quero encoraja-lo a recrutar intercessores para ajuda-lo nessa tarefa tão delicada e extremamente vital da sua relação com Deus e para com os seus padrões pecaminosos. 

Lembre-se: você está correto em sentir necessidade de retidão. Nós fomos criados para sentir essa necessidade. O problema é que não podemos possui-la por esforço próprio, porque a nossa justiça são como trapos de imundicia. Ouça: não existe nada que eu e você jamais tenhamos feito que tenha sido simplesmente apenasporque amamos a Jesus. cada uma das nossas mais nobres ações traz consigo um lado sombrio, um lado egoístico, egocentrico, uma atitude e motivação de se auto-servir, ou em outras palavras: nossa própria glória. E o trabalho árduo, consistente e astuto de Satanás é fazer com que não vejamos este lado sombrio das nossas ações.

A realidade nua e crua é que vivemos para a nossa glória, e mesmo que nunca permitissemos que ninguém viesse a saber das nobres ações que fazemos, esse lado sombrio está sempre presente e são exatamente essas sombras que fazem com que nos sintamos bem a respeito de nós mesmos quando realizamos essas nossas ações; isto porque no íntimo do nosso ser nós cremos que temos alguma retidão que pertence única e tão somente a nós mesmos. E aqui está o ponto extremamente problemático: quando alimentamos esse nosso senso de auto-retidão então a retidão perfeita de Jesus passa a ter pouquissima importância e até mesmo o próprio Jesus passa a ter pouca ou nenhuma relevância para nós. E quando a justiça de Cristo em nós imputada deixa de realmente ter a sua relevância nas nossas vidas então na prática nós passamos a nos assemelhar ao fariseu de Lucas 7; cego para com o seu próprio pecado, mas muito alerta para com o pecado notório da prostituta da cidade a qual lavava os pés de Jesus com as suas lágrimas de alegria por ter sido perdoada de tão grande pecado!

Em meses recentes, tenho lançado um novo olhar para o meu velho pecado. Portanto, peça a Jesus para que envie o Seu Espírito a fim de lhe trazer uma nova, uma inusitada convicção de pecado para que você possa uma vez mais experimentar a alegria e paz de uma deliciosa comunhão com o Senhor. Essa é a pérola preciosa a qual vale a pena vender tudo o que é possível a fim de obte-la. Não existe nada no mundo que possa a isto se comparar. Desista dessa sua luta frustrante de ter que provar a sua própria retidão, esqueça-a e venha a Jesus novamente, sem reservas como você veio na sua conversão, lembra-se? 

Sim…algo mais: quando pedir ao Espírito Santo para que venha e sobre você derramando uma porção nova e exuberante do Seu Espírito, quando você passar a descansar em Jesus e nele confiar a fim de tocar aquelas áreas dos seus padrões pecaminosos, entregue e confie a Ele o tempo em que as suas orações serão respondidas. Não se estribe no seu próprio entendimento em relação a quando a resposta virá, em vez disso, confie única e tão somente em Jesus. Caso contrário você será tentato pelo inimigo a se entregar ao desencorajamento, uma vez que Jesus não ouviu a sua oração e não atendeu o seu mais angustiante pedido no tempo em que você esperou que ele atendesse. Talvez a sua espera tenha a duração de dez anos! Como é que eu eu você podemos ser tão arrogantes ao ponto de acharmos que somos nós que sabemos o que

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é melhor para nós e para aqueles a quem amamos? Ao me confrontar com esta pergunta - que fatalmente me condena, - eu me prostro diante desse Deus tremendo e soberano e lembro ao meu frágil coração que sabedoria nada mais é do que entender no profundo da alma de que a nossa limitação humana está sempre diante de nós e que Jesus não tem sobre Si limitação alguma. 

Nélio DaSilva

O PARADIGMA DO AMOR

Estava há poucos dias ao telefone, conversando com a minha esposa - eu em Nova Jersey, ela em Orlando. Em virtude da transição que enfrentamos, temos falado praticamente todos os dias. Essa conversa recente me levou a uma profunda investigação na minha alma. Enquanto falávamos, entramos numa área onde – decididamente – não iríamos concordar com determinado ponto da nossa questão. Então, em dado momento eu simplesmente a interrompi de uma maneira abrupta, que muito a feriu. Desligamos o telefone, e imediatamente comecei a me perguntar a mim mesmo: Por que é tão fácil ferir as pessoas a quem mais amamos? Por que a intimidade traz essa dicotomia de amor e desprezo num paralelo tão próximo?

Tenho feito perguntas difíceis à minha alma em dias recentes, e uma das que mais me tem inquietado o coração tem sido a que diz respeito à minha relação com as pessoas, ainda que em diferentes níveis. Pelo fato de estar me sentindo tão freqüentemente vazio de amor, resolvi investigar a pessoa de Jesus. Fui então aos Evangelhos, e quando meus olhos se detiveram num dos mais ternos episódios que envolvem a sua figura, ali encontrei o Paradigma do Amor. 

Lucas narra que ao se aproximarem da cidade de Naim – Jesus, seus discípulos, e mais a imensa multidão que o acompanhava – foram surpreendidos por um funeral. 

Em dia subseqüente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu à sua mãe. Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou seu povo.Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. (Lucas 7:11-17)

Naim – pude descobrir numa breve pesquisa – está localizada num lindo vale no sudeste da Galiléia, onde a tribo judaica de Issacar se radicara. O Velho Testamento nos fala dessa terra como uma terra deliciosa (Gênesis 49:15). Em hebraico Naim significa agradável. No entanto para essa mãe, nesse dia em particular não havia absolutamente nada de agradável. O seu filho – seu único filho – havia falecido. E essa não era a primeira vez em que ela enterrava alguém muito querido. Ela era viúva. Para uma mulher judia, a maior alegria na vida era dar à luz a um filho; sua maior tristeza, perdê-lo. A perda do marido e do único filho significava para ela um sombrio e fatal veredicto: uma vida de pobreza. E para complicar ainda mais a situação desesperadora dessa pobre mulher, muito possivelmente ela estava vivendo sob o estigma da culpa, uma vez que o consenso geral era de que a morte prematura de uma criança significava punição de pecados. Possivelmente todo o povoado de Naim estava balançando a cabeça e se perguntando o que ela teria feito de tão horrendo, a ponto de perder praticamente tudo em sua existência.

É dentro desse contexto que Jesus aparece. E é sua atitude em meio a esse cenário desolador que me traz evidências do Paradigma do Amor. A primeira coisa que Jesus faz é olhar para aquela mulher. O texto diz: Vendo-a ...! O que chama a atenção é que Jesus não olha para a multidão ou para o filho morto. Pelo contrário, em meio ao encontro dessas duas multidões, a primeira que o acompanhava, e a segunda que acompanhava o funeral, ele direciona toda a sua atenção para essa mulher, e ao vê-la ... se compadeceu dela (13).

Jesus vê uma mulher que, como o filho, estava praticamente morta para a vida, em conseqüência de sua profunda dor. Cabe aqui observar que apesar de pensarmos na vida e na morte como duas categorias

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distintas, os judeus traziam consigo o conceito da entre-vida. No Velho Testamento, quando Noemi retorna a sua casa após sepultar o marido e dois filhos, ela diz às pessoas do seu povoado: Não me chameis Noemi [que significa agradável]; chamai-me Mara [que significa amargurada], porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso (Rute 1:20). Noemi estava viva, mas se sentia morta. Pois a viúva a que nos referimos, à semelhança de Noemi, estava viva-morta, divorciada da vida, sem luz, sem esperança. Jesus sabia disso muito bem, e toma para si o seu sofrimento: ... o Senhor se compadeceu dela. Ou seja, literalmente Jesus foi movido pela compaixão. Ele entra no mundo daquela mulher sentindo o que significava estar naquele lugar - lugar de dor, perda, abandono, desprezo e solidão.

Não chores - diz Jesus a ela. Ele experimenta a dor daquela mãe, contudo não se perde em meio à dor, apesar de se sentir tal qual ela estava se sentindo. Ao dizer “não chores” alguém pode alegar que Jesus estava interrompendo um processo natural de lamento. A psicologia moderna nos tem ensinado que não cabe a nós dizer a alguém como tem de se sentir. Mas não é mesmo verdade que quando a sua filha de 2 anos de idade cai e arranha o joelho você a abraça e lhe diz: “Filhinha, não chore! Daqui a pouco isso vai passar...”? Por que você diz isso? Você diz porque está consciente de que aquela dor realmente vai passar. Jesus sabia que aquela mulher – apesar de tanta dor, tantos infortúnios - tinha uma razão para ter uma nova esperança: seu fim de forma alguma iria ser de um interminável lamento.

O respeito pelos mortos levou a multidão que acompanhava Jesus a dar a “preferencial” do trânsito à viúva e seus acompanhantes, em direção ao cemitério. Contudo naquele momento Jesus interrompe o funeral, ao tocar suavemente no caixão. Não é mesmo verdade que a maioria de nós só poderia parar uma multidão daquela magnitude ao estendermos nossos braços para o ar e gritarmos a fim de sermos ouvidos? É interessante que pessoas com menos poder têm a tendência de exagerar seus movimentos, à semelhança de um adolescente que sai batendo a porta porque não se conforma com a ordem de estar de volta a casa num determinado horário, pois não aceita a imposição. No entanto, pessoas com grande poder parecem exibir sua força de uma maneira branda, porém tremendamente eficiente - tal como o César da antiga Roma, que com o simples gesto do seu polegar decide se alguém vai viver ou morrer... A ação de Jesus tem a poderosa majestade de um rei da antigüidade. Ele diz: Jovem, eu te mando: levanta-te! E agora, aquele que estava morto obedece a Jesus e começa a falar...

Lucas narra que ...todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós. Agora, com o acréscimo dos que seguiam o funeral, o tamanho da multidão praticamente dobrou. Todos os olhos passam a se concentrar em Jesus – afinal, apenas duas outras vezes um milagre como esse havia ocorrido. Esse milagre está cheio de incríveis possibilidades – contrato com a mais atraente publicadora, direitos cinematográficos, convite garantido nos mais badalados programas de TV!

Mas os olhos de Jesus estão fixos na viúva. Ele toma seu filho pelas mãos, ajuda-o a sair da cesta mortuária e o leva até ela. Ele não está preocupado consigo mesmo; não pensa em tirar vantagem daquela incrível manifestação de poder. Enfim, ele não se deixa perturbar por seu próprio milagre, mas se concentra inteiramente nas pessoas beneficiadas. Jesus só se importa ali com duas coisas: a necessidade física daquele rapaz e a carência emocional daquela mulher. Vejo neste episódio um incrível equilíbrio em Jesus: a demonstração da ternura a par com a demonstração do poder. 

São freqüentes as vezes em que vemos líderes, pessoas dotadas de poder, agindo como verdadeiros tratores humanos: muita força, muita influência, uma autoridade quase que palpável, mas ausência total de sensibilidade. Por outro lado, é verdade também que vemos pessoas sensíveis mas sem nenhuma capacidade de liderança, conseqüentemente inoperantes. Entretanto, no Paradigma do Amor vemos a bondade adornada com a exuberância do poder. 

Charles Spurgeon foi um pregador famoso, que viveu em Londres há mais de cem anos. Tremendamente usado por Deus – como eu e você teve muitas falhas. Sua esposa Susie conta que certa vez o acompanhou a um lugar onde ele deveria falar a uma enorme multidão. Ela narra:

Fomos juntos em direção a um enorme auditório, e eu lembro que à medida que chegávamos mais perto da escada que dava acesso a ele aumentava o número de pessoas ao nosso redor. Em poucos minutos ele (Spurgeon) simplesmente ignorou a minha existência; o peso da mensagem que estava prestes a pregar o absorveu completamente. Numa questão de segundos uma porta se abriu, ele entrou por ela e se encontrou com alguns líderes que o aguardavam para dar inicio à programação da noite. E eu fui deixada só por meu marido, sem a menor idéia do local aonde deveria me dirigir. 

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Isso lhe é familiar? Uma grande multidão, uma mulher assustada, e um apaixonado e inquieto pregador. Aqui temos o pregador que se esquece da mulher porque tem a mente completamente voltada para aquilo que vai dizer daí a poucos minutos. Jesus – por outro lado – é Aquele que se esquece do sermão em detrimento da pessoa; Spurgeon ignora a pessoa em detrimento do sermão. E as coisas ficam ainda piores: 

No inicio me senti apenas confusa, mas depois fiquei irada. De volta a casa disse à minha mãe como estava me sentindo. Ela me fez ver que o meu marido não era um homem comum, que toda a vida dele estava dedicada a Deus, e eu jamais deveria fazer coisa alguma que pudesse refletir negativamente em seu ministério.

Spurgeon, depois de cumprir seu compromisso voltou para casa indignado, pelo fato de haver procurado em vão a esposa.

Minha mãe foi até ele e lhe contou como eu havia me sentido. E Spurgeon repetiu tudo aquilo que ela me dissera: que antes de qualquer coisa ele era um servo de Deus. 

Você percebe como Deus é envolvido, literalmente arrastado a uma situação como essa? De alguma forma Deus havia se tornado a razão para que Spurgeon ignorasse a sua esposa. É interessante perceber que Deus não é revelado na vida de Spurgeon por meio desse incidente. Afinal de contas, o Senhor se transforma numa desculpa para a prática do desamor.

Eu e Spurgeon, neste aspecto temos muito em comum. Quando tudo o que Tereza necessitava de mim era ter meu ouvido atento, minha resposta foi “resolver” a questão interrompendo-a, ainda que não de uma maneira agressiva, mas suficientemente hostil a ponto de ousar lhe mandar a seguinte mensagem: “Eu tenho coisas muito mais importantes para tratar com Deus, do que me perder num diálogo que não está me levando a lugar nenhum...” 

Tenho percebido que desfruto alguns atributos incríveis em minha vida, tal como o de “ressuscitar um filho morto”. No entanto não tenho investido num tempo dedicado a olhar, sentir e realmente caminhar junto, mas muito mais junto mesmo, do coração da Tereza. Na minha obsessiva dependência de total controle, estou sempre muito mais pronto a pensar no “próximo filho que tenho de ressuscitar” do que especificamente nela... Contudo, o que percebo é que todas as vezes que me concentro numa tarefa, e não na Tereza, ela percebe imediatamente a diferença da minha ação. Mas a ternura de Jesus me sugere uma forma menos “eficiente”, porém muito melhor de me relacionar, principalmente com aquelas pessoas que estão mais próximas do meu coração.

Quando aquele submarino russo explodiu matando mais de cem jovens marinheiros, o presidente Putin relutou demais em deixar suas férias para atender a essa tragédia de enormes conseqüências. Ficou ímplicito na atitude do presidente russo que a sua presença junto a familiares, ou seu apoio às equipes de resgate não iria reverter a escalada da tragédia. Putin tinha o poder, mas era destituído de amor. Imagine o que poderia haver acontecido no seu coração, se ele houvesse abraçado aquelas mães que haviam perdido seus filhos, alguns com apenas 18 anos de idade!... Imagine como teria sido imenso o seu crescimento, se ele apenas houvesse escutado e sentido de perto o coração dilacerado daquelas jovens esposas, tão prematuramente transformadas em viúvas!...

O Paradigma do Amor nos mostra como amar de forma genuína, e na seguinte escala: olhar, sentir, ajudar. Se tão-somente ajudarmos alguém, sem investir tempo em olhar para essa pessoa; sem sentir o que ela está sentindo, sem parar tudo que estamos fazendo para dar atenção a ela, para lhe ouvirmos as queixas e queixumes da alma tantas vezes assombrada e dolorida de decepções, solidão, incompreensão e sofrimento, nosso amor será muito banal, frio e egoísta. Se por outro lado olharmos e sentirmos, mas não fizermos o que é absolutamente necessário fazer, não pararmos mesmo em meio à pressa ou ao cansaço, nosso amor será algo de muito pouco ou nenhum valor. O Paradigma do Amor nos ensina que o genuíno amor realiza as três coisas – sejam quais forem as circunstâncias. Amar sem renúncia e sem esforço é muito fácil e banal; lance fora esse tipo nada cristão de amor, que só serve para afastar de Deus os carentes!

Nélio DaSilva

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MOMENTOS CRíTICOS

Você já percebeu que quando algumas vezes você tenta “dar um jeito na vida” isto é, organizar, manter a calma, o controle, ser mais gentil com as pessoas, mais paciente ou criar alguma coisa a fim de fazer com que um real aprimoramento tome lugar na sua vida...e não é verdade que parece que é exatamente em tempos assim que certos obstáculos surgem a ponto de fazer com que você questione até mesmo aquilo que está querendo criar?

Estou absolutamente convencido de que todos nós temos – eventualmente – esse tipo de experiência. Tudo parece estar indo muito bem, a semana correndo otimamente, tudo perfeito com as crianças, na igreja as coisas não poderiam estar melhor, e de repente...BOOM!!! Alguma coisa acontece que desmorona com a sua empolgação, com a sua alegria. De um momento para o outro você se encontra numa situação extremamente difícil. Eu chamo isso de “Momentos Críticos”. 

Esse é o momento quando o BOOM surge - um momento em que você se sente completamente impotente diante da situação, mesmo após você se sentir muito forte, quando tudo parecia sob absoluto controle. O que fazer em tempos como esses?

Eis aqui uma lista de seis atitudes que você pode assumir nesses momentos críticos. Se você me permite, deixe-me ser bastante pessoal: Tenho experimentado esses oito elementos em minha própria vida, e eles têm provocado uma substancial diferença na prática do meu viver. Tenho encontrado alívio diante do estresse emocional em que eventualmente me deparo. Como sei que você é tão humano quanto eu, então possivelmente pode ser que haja aqui algum benefício também para você. 

1) ORE

Ore…Faça da oração o primeiro recurso, jamais a última opção. Entregue suas emoções e circunstâncias a Deus; respire fundo e ORE. A oração é o respirar da alma. Mais e mais creio que o benefício primordial da oração é encontrar no meio do mais aparente desacerto o acerto do propósito e da paz de Deus, que excede toda compreensão lógica.

2) CHORE

Sim, você leu corretamente. Chore. O choro – afirmam psicólogos dos nossos dias – tem a habilidade de aliviar a tensão do corpo em tempos de crises. Na realidade o estresse emocional é como uma tempestade que vai gradualmente crescendo no interior de uma pessoa. Eu posso física e mentalmente ouvir, ver e sentir os trovões, raios e relâmpagos dentro do meu mundo interior em tempos de fortes tensões. O choro é como a chuva que vem durante a tempestade.

É a purificação do corpo e da alma, que à semelhança da chuva de verão purifica a terra. É interessante observar que até mesmo Jesus, apesar de não conhecer em si mesmo o pecado, também nos deu o exemplo da sua humanidade, ao chorar. Não tenha medo de exibir as suas lágrimas. O velho ditado “homem que é homem não chora” é uma ardilosa artimanha do inimigo da nossa alma contra um lenitivo de Deus para nosso próprio benefício. 

3) SORRIA

Mais do que sorrir, tente dar boas gargalhadas tanto quanto possa. Salomão sabia do que estava falando quando disse: “Medicina…” (Monica, deixe como esta que vou ainda ver o texto). Tenho descoberto em anos recentes que se em vez de nos levarmos tanto a sério levássemos Deus a sério, teríamos muito mais motivo para rir...

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Aprenda a rir de você, isso porque se você não rir de você mesmo outras pessoas rirão. Em momentos críticos traga um filme cômico para casa, ou traga à memória situações cômicas. Meu ponto é simples: sorria! Sorria, porque acima de tudo você tem um Pai Celestial que tem absolutamente TUDO sob seu controle. Não existe absolutamente nada que lhe está acontecendo sem que antes haja passado pelo filtro do amor de Deus.

4) DESABAFE

Coloque isso para fora. Fale abertamente e sem reservas com seu cônjuge, ou com um amigo de confiança. Abra seu coração. Fale, fale, fale...O melhor exemplo de desabafo que conheço nas Escrituras foi feito por Jó, ao enfrentar seu “Momento Crítico” (Jó 7:10-21). O interessante é que Deus não interrompeu seu desabafo. Ele nem sequer o exterminou, pela atitude ousada com que questionou a sabedoria do seu Criador. Certamente que isso expressa em alto e bom som sobre o caráter do nosso Pai Celestial. 

5) FAÇA EXERCÍCIO FÍSICO

Um dos hábitos mais salutares que alguém pode cultivar é o de caminhar. Quando você caminha, essa forma de exercício lhe dá a oportunidade de refletir, meditar, falar com Deus. Um dos momentos mais preciosos que tenho tido com Deus tem acontecido em minhas caminhadas pela manhã. 

6) RENDA-SE

Não se apegue ao momento crítico que você está vivenciando. (Compreendo que é fácil demais falar, mas muito difícil vivenciar). No entanto, continue agindo com base em princípios imutáveis, e não em circunstâncias transitórias. Tenho descoberto que quando nos apegamos excessivamente a um tipo de resultado que deve suceder “do modo que desejamos”, terminamos por fatalmente enfrentar dores e decepções. A paz só vem como resultado de uma entrega total, rendição, aceitação. O meu saudoso mentor espiritual Jack Miller estava absolutamente correto quando afirmou: Um órfão é alguém que de alguma maneira perdeu o toque da graça de Deus. E agora, isolado de suas promessas, desenvolveu uma visão ínfima de Cristo e uma pequeníssima visão do Evangelho. Por outro lado, um filho é alguém que está caminhando em fé e vivendo debaixo das promessas de Deus. Essa pessoa tem um grande Cristo e um grande Evangelho. 

Os momentos críticos são inevitáveis. Na realidade eles poderão se tornar nosso pior inimigo ou nosso melhor amigo. Quero encorajá-lo a fazer dos momentos críticos seu melhor aliado, aquele que – sem duvida alguma – podera leva-lo a um nivel bem mais elevado em sua liderança.

Nélio DaSilva

UM APERTO DE MãO AO PASTOR

Uma das mais vívidas memórias da minha infância é a de quando no final de um culto, eu me dirigia com certa ansiedade à porta da igreja a fim de apertar a mão do pastor. Para mim, um garoto de apenas 5 anos de idade, o pastor só estava apenas um pouco abaixo de Deus. Prá mim aquele homem representava a verdade, representava a própria coragem, representava honra e santidade. Meus pais gostariam que eu fosse pastor, eles até me consagraram a Deus antes sequer do meu nascimento, para tal propósito, porém, eu nunca me considerei digno de tão alta posição.

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Eu observava os pastores que passavam e visitavam a nossa pequena igreja em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Eles me pareciam dotados de grande conhecimento, pessoas realmente especiais. Parecia que uma nova luz com um novo brilhar se despontava quando surgia o pastor. Todas as pessoas queriam falar com esse homem especial e no meu entender era uma grande honra quando ele se dirigia a certa pessoa. Na minha infância eu já cria naquilo que um dia iria tomar conhecimento do que Spurgeon já havia declarado: “Se Deus o chama para ser um ministro, não se rebaixe para ser um rei.” 

Eu passei a honrar os pastores porque via nesse homens genuíno altruísmo. Eram homens cultos, capazes, eficientes. Homens que poderiam ter optado por uma outra carreira secular com grandes possibilidades de serem bem sucedidos. Mas eles fizeram uma opção por um caminho melhor. Eles eram os homens escolhidos de Deus.

Eu sei que tudo isso não passa de um grande idealismo da minha infância. Pastores são seres humanos. Alguns muito egoístas, outros até muito esquisitos. Mas aqueles eram homens bons que amavam a Deus e que tinham um sincero desejo de servir a Deus e as outras pessoas. Eles eram homens especiais.

Foram necessários quase vinte anos de tempo integral no ministério para que eu viesse a experimentar algumas mudanças drásticas. Atualmente eu sirvo como coordenador de implantação de igrejas. No meu trabalho tenho tido a oportunidade de verificar in loco o abuso que muitas congregações tem imposto contra os seus ministros. Alguns desses ministros foram despedidos sumariamente outros falsamente acusados e difamados além da imaginação. Outros se deram até o seu limite máximo antes de desistirem amargamente do ministério pelo qual foram chamados. Outros se encontram triturados emocionalmente diante de tremendas pressões e expectativas irreais. Hoje eu não estou apertando a mão dos pastores. Atualmente eu estou desesperadamente segurando as suas mãos antes que eles se afundem totalmente. Pessoalmente eu já estive nessa situação e conheço exatamente o amargor de tal experiência.

Já vivi o suficiente para poder observar mudanças de atitudes de certas igrejas contra os seus pastores. Eu sei o que é pregar com todo o coração para apenas contemplar faces rígidas e congeladas que exibem a determinação de apenas ignorar.

Eu sei o que é pregar ano após ano sem aumento de salário e sem a mínima segurança de trabalho. Eu já senti e tomei conhecimento de primeira mão da experiência de ter filhos que foram feridos pela igreja a qual servi com dedicação e integridade. Nos dias de hoje, confesso, não conheço muitos pais que desejam ver os seus filhos no ministério.

Há pouco tempo tomei conhecimento de um colega que disse: “Havia um certo presbítero que freqüentemente tinha o costume de gritar comigo. Ele ainda dizia que eu era a única pessoa com quem ele podia gritar. Ele disse que não podia gritar com a sua esposa ou com os seus clientes. Ele também não poderia gritar com os membros da congregação. Portanto, ele gritava comigo porque eu era o seu “empregado.”

De um outro pastor tomei conhecimento de que um líder em sua congregação lhe propôs uma “limpeza” na liderança para que ambos viessem a ficar livres para dirigir a igreja da maneira deles. Quando este pastor recusou a proposta, ele passou a ser perseguido a tal ponto que não viu outra maneira a não ser mudar de igreja.

Outro pastor conta que “...havia uma certa senhora que estava indignada pelo fato de eu ter sido eleito como pastor da sua igreja e não um certo pastor amigo da sua preferência. Ela resistiu à minha liderança desde o primeiro e até o último dia em que fiquei naquela igreja. A igreja cresceu e eu ganhei o amor e respeito do povo, mas ela continuou o seu trabalho e na surdina continuou espalhando veneno contra mim e o veneno persistiu até mesmo depois que deixei aquela igreja.”

Eu poderia contar outras histórias semelhantes a estas envolvendo o meu próprio ministério, porém, hoje, ao olhar para tras, creio que Deus estava me preparando para assistir e apoiar pastores com feridas de ministério. As vezes quando me deparo com certas situações, penso que teria sido melhor se ele tivesse escolhido uma outra pessoa para esse trabalho. Porém, ainda hoje eu olho para os pastores como nos meus tempos de menino. Meu maior desejo hoje é o de levantar os seus braços - numa atitude de apoio semelhante ao dado a Moisés por Ur e Arão diante do exército amalequita - e não apenas apertar as suas mãos. 

Infelizmente muitos cristãos são totalmente ignorantes quanto às pressões que estão sobre o pastor e

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sobre sua família. Eles ficariam surpresos e chocados se tomassem conhecimento das batalhas que são travadas entre o pastor e os oficiais na igreja. Muitos cristãos nunca consideraram a expectativa irreal que está sobre um pastor, sobre suas necessidades emocionais, sobre suas necessidades financeiras. Eles (cristãos) não tem a mínima idéia do quão solitário um pastor pode se sentir no exercício do seu ministério.

No ministério sempre foi requerido sacrifício e os pastores os quais tenho oportunidade de aconselhar, estão dispostos a pagar o preço. Esses homens não estão buscando uma vida fácil. Por outro lado, eles não deveriam ser perseguidos por aquelas mesmas pessoas as quais eles estão buscando servir.Um homem dedicado a Deus e à sua igreja deveria receber a confiança e apoio da igreja da mesma maneira que ele recebe o apoio e confiança da parte de Deus. Um pastor não deveria se questionar se a próxima reunião do conselho não seria a sua última. Um pastor deveria ter presbíteros que pudessem apoiá-lo e encorajá-lo ao invés de exibirem atitudes de ciúme e inveja. Ele deveria ser apreciado quando ao tomar uma atitude correta e ser ainda amado quando a sua atitude não for correta. Ele e sua família deveria ser tratado com a mesma graça que prega à sua igreja.

É grande o número de homens que estão deixando o ministério. Centenas só estão seguros “por um fio.” E o mais trágico é que eles não estão sendo destruídos pelo mundo, eles estão sendo abatidos pela própria igreja.

Aperte a mão do seu pastor. Dê a ele um grande abraço. Agradeça a Deus por ele. Demonstre a sua apreciação por ele. Sugestão: ofereça a ele um jantar especial de apreciação por tudo aquilo que ele tem sido para você e sua família. Escreva-lhe uma carta, ou apenas um simples cartão. Um gesto sincero de apreciação pode fazer uma grande diferença não apenas aqui e agora, mas por toda a eternidade. “Como ouvirão se não há quem pregue?”

Nélio DaSilva

COMO VAI A SAúDE...DA SUA IGREJA?

Há pouco tempo eu estava folheando uma revista onde o autor analisava as 20 melhores cidades do Brasil para se residir. A análise tinha como referencial o clima, custo de vida, nível de criminalidade, transportes públicos, assistência médica e outros fatores. Ao ler aquele artigo fiquei pensando: de forma semelhante, igrejas também podem ser analisadas pela sua eficiência em ministrar ao seu público, sua ação na comunidade, enfim, a saúde da sua funcionalidade. Porém, antes que você comece a protestar pela impropriedade de tal análise em relação às igrejas, vale a pena reler Apocalipse 1-3 sobre a análise de Deus sobre a real situação das sete igrejas da Ásia Menor.

Independentemente daquilo que eu e você possamos concordar ou não, o fato é que as pessoas quando se aproximam de uma congregação local elas percebem a atmosfera daquela igreja nos primeiros 5 a 10 minutos da sua primeira visita. Talvez essas pessoas nem sequer possam articular em palavras como foi que elas chegaram a tais conclusões, mas o fato é que essas pessoas estão tomando decisões se irão ou não voltar no próximo domingo.

Há mais de doze anos venho estudando e pesquisando o impacto de uma igreja local sobre uma pessoa que visita a igreja pela primeira vez. Permita-me dar-lhe alguns elementos que essas pessoas estão buscando numa igreja.

1. Elas querem sentir a presença de Deus

As pessoas esperam que Deus “venha” para a igreja. Eu gostaria de poder definir com exatidão o que as pessoas estão realmente buscando. Mas não posso. Penso que é como o belo, você sabe e pode reconhecer quando está diante dele, mesmo sem conseguir definir em palavras.

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Há pouco tempo uma pessoa assim definiu a sua visita numa igreja em que ela nunca anteriormente havia visitado: “Quando ali entrei, havia uma atmosfera de antecipacão no ar; era como se algo marcante fosse acontecer nos próximos minutos. Havia uma marcante, doce e maviosa presença de algo muito especial naquele lugar.” 

Da mesma maneira que as pessoas sentem a presença do mal, elas também sentem a presença de Deus. Para algumas pessoas que ainda não tiveram um encontro real com Deus, esta singular característica pode determinar a escolha da igreja que elas irão frequentar. Quero lhe relembrar que experimentar, provar o sobrenatural é uma característica marcante e de alta prioridade na nossa sociedade contemporânea.

2. Elas querem que as pessoas se importem com elas

Algumas igrejas – a bem da verdade, muito mais que “algumas” – são altamente centralizadas em si mesmas. Porém, outras são exatamente o contrário e torna-se muito fácil estabelecer a distinção entre ambas. 

Nos últimos dez anos, quando visito uma igreja onde nunca estive, tenho por hábito tirar o meu “chapéu” de pastor, de líder, de cristão e quando adentro pela porta coloco o meu chapéu de pecador sem Cristo, de alguém desesperadamente necessitado de uma palavra amiga, de ser aceito incondicionalmente, mas com tristeza – confesso – não é isso que encontro nas igrejas. O que vejo, via de regra, após os cultos, são os crentes festivamente se confabulando com outros crentes; e eu, que tenho um vácuo profundo na minha alma, não recebo por parte de ninguém uma palavra genuína de interesse ou aceitação. O que recebo, às vezes, são manifestações superficiais, em que me mandam levantar, dizer o meu nome (como se realmente eles estivessem interessados) e, constrangido, fico desapontado pela insensibilidade das pessoas que estão à frente. Saio dali com a certeza e a decisão tomada de nunca mais voltar àquele lugar.

Porém, em contraste, igrejas que realmente se interessam pelas pessoas novas que delas se aproximam, são aquelas que se empenham em preencher as necessidades das pessoas, sejam estas quais forem. Essas igrejas têm uma abordagem com o potencial de mudar qualquer pessoa, tal é a força e exuberância de seu impacto. Essas igrejas falam pouco ou quase nada sobre seus programas, ministérios a não ser que realmente estes venham ajudar aquelas pessoas novas que estão se aproximando.

3. Elas querem entender a terminologia das igrejas

Igrejas sadias falam em termos que qualquer pessoa possa entender. Elas fazem um esforço deliberado de traduzir a terminologia religiosa para a linguagem do dia a dia em vez de repetir chavões que só fazem lembrar aos de fora que realmente eles “são de fora”. Uma pessoa do “lado de dentro” pode muito bem saber o que é uma “classe de catecúmenos”, mas dúvido que uma pessoa do lado de fora possa saber o que essa palavra estranha realmente significa. Uma pessoa do lado de dentro sabe muito bem que “reavivamento” pode significar uma série de cultos que será realizado em alguns finais de semana, mas uma pessoa do lado de fora, não tem a mínima idéia do sentido dessa palavra. 

São muitas as igrejas que fazem questão de colocar no boletim que o pastor vai pregar um “sermão.” Ora, sermão é uma palavra com alto poder negativo, isso porque ninguém gosta de ouvir um “sermão.” E constantemente vemos pessoas dizerem: “Lá vem você de novo me pregar um sermão!” Não seria mais fácil a comunicação se substituíssemos sermão por “mensagem”? Aliás, na igreja nós afirmamos historicamente uma mensagem de Boas Novas e não um sermão.

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Bem aventuradas são as igrejas onde as pessoas podem entender aquilo que está sendo comunicado!

4. Elas querem identificação

Logo que entramos numa sala onde não conhecemos ninguém, a nossa ação natural é olhar ao redor para ver quem são essas pessoas e com quem elas se parecem. Nosso nível de conforto ou desconforto pode ser alto ou baixo dependendo de quão rapidamente seja a nossa identificação com as pessoas que ali estão. Se uma sala está cheia de mulheres, um homem imediatamente pensa: “Eu estou no lugar errado.” Num lugar onde todas as pessoas são jovens e se vestem de maneira casual, uma pessoa de paletó e gravata irá sentir que está fora de lugar. 

Uma igreja que realmente quer identificar-se com o público que deseja alcançar, certamente terá os seus desafios, mas o fato é que até mesmo coisas pequenas, e aparentemente insignificantes, passam a ter importância fundamental. Ver uma pessoa que de alguma forma se assemelha com meu estilo e se veste como eu e essa pessoa está lá em cima na plataforma...essa igreja passa a se identificar e promover uma atmosfera convidativa que pode gerar aproximação e abertura para uma real comunicação do evangelho.

5. Elas estão buscando por igrejas que lidam com problemas de uma maneira sadia

Frequentemente você pode dizer muito mais a respeito de uma igreja sobre a maneira como ela lida com problemas do que como ela lida com sucessos. Isso é fácil de avaliar uma vez que todas as igrejas – sem exceção – todas elas têm problemas.

O que acontece quando o sistema de som insiste em emitir aquele som explosivo e irritante ou simplesmente desaparece e tudo agora é silêncio? De que maneira o pastor responde a uma criança de dois anos de idade que insiste em atrapalhar o culto? O pessoal do berçario se desculpa e oferece soluções ou se mantém numa atitude defensiva quando eles não conseguem achar a sua bolsa de fraldas? Quando a igreja está no vermelho em seu orçamento, a liderança passa a apontar dedos, lançar culpa ou nasce um movimento de oração e um novo espírito de generosidade?

O que torna uma igreja sadia não é a ausência de problemas, mas sim como os problemas são encarados.

6. Senso de Expectativa

Ouça as conversações que tomam lugar nos corredores, na frente ou entre os bancos das igrejas e você irá decidir se o verbo que as pessoas estão usando está no passado, presente ou futuro. A maioria das igrejas sadias são igrejas que têm os seus olhos no futuro e no futuro elas colocam a sua esperança. Elas estão muito em sintonia com aquilo que Tomas Jefferson afirmou certa vez: “Eu gosto muito mais dos sonhos do futuro do que a história do passado”. Essas igrejas estão permeadas pela expectativa da ação e visitação de Deus em seu futuro.

A maioria das pessoas que vêm à igreja no domingo são pessoas que se sentem emocionalmente espancadas de segunda a sábado; decididamente elas não estão esperando por mais uma nova seção de espancamento no domingo. Elas vêm à igreja para serem encorajadas e curadas. Elas querem ouvir as Boas Novas de Jesus Cristo. Elas querem ouvir que existe um Deus, um Deus que delas não se esqueceu e um Deus que irá abençoá-las no futuro. 

A igreja que verdadeiramente crê, e diz que “por causa de Jesus Cristo o melhor ainda está por vir”, é a igreja que respira espiritualmente um ar sadio.

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Nélio DaSilva

ANSIANDO PELO SáBADO

Para mim, promover a necessidade de um sábado regular é o mesmo que ver Mick Jagger estivesse batendo no púlpito, pregando a abstinência de sexo, drogas e rock’n’roll Quem o ouviria sem gargalhar? Por isso encorajo todo o pastor a ler Eugene Peterson, ex-pastor e agora professor no Regent College, em Vancouver, British Columbia.

Parafraseando G. K. Chesterton, o problema não é termos um sábado livre e o desejarmos; o problema é termos um sábado livre e ele se tornar difícil. Todos aqueles que lidam com o trabalho desgastante do ministério sabem que o sábado livre é a solução. Mas parece uma solução fora de nosso alcance. Comprimir o trabalho necessário de uma congregação em seis dias parece um grande feito, mas as pesquisas mostram que muitos pastores conseguem tirar um dia de folga por semana. 

Como a maioria de nós aproveita esse dia? Os pastores de folga trocam o óleo do carro, cortam grama, colocam as leituras do doutorado em dia, treinam o rime juvenil de futebol, desmontam as luzes do Natal, levam o cachorro ao veterinário para ser castrado e, inevitavelmente, passam algum tempo elaborando o sermão do dia seguinte. O que diferencia esse dia dos outros seis não é a ausência de trabalho, mas o enfoque no trabalho. Trabalho é trabalho, não é descanso. Passar um dia longe do ministério é necessário e pode até ser gostoso, mas não é um descanso sabático.O descanso sabático restaura a energia, a esperança e a paixão. Guardar o descanso sabático significa interromper o trabalho que nos suga a energia, a esperança e a paixão. O descanso sabático significa colocar de lado o mito de que “ocupado é melhor”. Significa uma nova maneira de pensar a respeito do tempo, das prioridades e do lazer. 

Meu parâmetro teológico é legalista. Penso no descanso sabático primeiramente como algo espiritual, um dia ajoelhado em oração dentro de um quarto, derramando meus pecados, meus sofrimentos e minha angústia diante de Deus. Alguns anos atrás, no momento crítico de uma decisão, um amigo emprestou-me sua casa nas montanhas, onde passei 48 horas em oração e jejum. Considerei aqueles dias como minha folga da semana. Embora tenha sido um bom tempo, voltei para casa exausto. Levei semanas para voltar ao normal. Refletindo sobre isso, diria que aquele tempo afastado foi um exercício espiritual bem-vindo e necessário, mas não foi um descanso sabático.

Antes da era tecnológica, para a maioria das pessoas, o trabalho significava esforço físico. A idéia do descanso sabático significava uma interrupção do trabalho físico. As opções normalmente proibidas de atividades sedentárias ou mesmo ausência de atividade eram deixadas para um dia na semana. A mente libertava-se dos negócios mundanos do trabalho para explorar a teologia, a música e a conversação. Para os pastores, assim como para muitos outros cujo trabalho consiste em inatividade física mas grande atividade mental, talvez o descanso sabático devesse envolver suor e sol, interrupção da leitura, do pensamento, do aconselhamento e do sermão. 

Quando vivia no Arizona, encontrei meu descanso sabático na fonte menos provável, de volta ao grupo do rodeio. Uma ou duas vezes por semana eu praticava por algumas horas com alguns dos laçadores locais na arena Silver Creek Sheriff Posse. Na maioria das noites de sexta-feira ou de sábado durante, todo o verão, eu competia em algum lugar do norte do Arizona. Meu primeiro artigo foi publicado na Super Looper, revista oficial do United States Team Roping Congress [Grupo de Laçadores dos Estados Unidos]. 

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No verão de 1991, meus descansos sabáticos foram interrompidos quando caí junto com um cavalo e sofri fraturas oblíquas no pulso esquerdo, tanto no rádio quanto no cúbito, tive o escafóide quebrado em várias partes na base do dedão e abri o queixo. Preguei no domingo seguinte com 14 pontos no queixo e gesso até a axila. Durante os três meses seguintes, o gesso foi progressivamente diminuindo. Cortei a maior parte do gesso da palma da mão, de maneira que pudesse segurar as rédeas e o rolo da corda na mão esquerda, e voltei, de fato, ao ritmo normal mais ou menos em seis semanas.

Desde o começo, sofri muito com alguns membros da igreja por causa do rodeio. Peões de rodeio tinham fama às vezes merecida de bêbados preguiçosos e infiéis. Muitos dos membros da igreja estavam preocupados por ver seu pastor com freqüência na companhia daquela ralé. Eu não tinha para quem dizer o quanto gostava das relações despretensiosas que encontrava entre aqueles homens. Todos me chamavam de “pregador”, e, embora não fosse meu objetivo principal, tive ótimas oportunidades de ministrar no ambiente do rodeio. Mas, o que era mais importante, tanto quanto a oportunidade de ministrar. As tensões se acabavam. A ira era domada. As preocupações era que minha alma se renovava colocadas em nova perspectiva. Eu ria. A alegria era renovada. E na maioria das vezes voltava para casa de coração confortado e espírito animado. 

Quando morei no subúrbio de Chicago, tive muita dificuldade em encontrar alguém para brincar de peão de rodeio comigo. Experimentei diversos métodos para recarregar as energias. Corria, pescava e fazia longas caminhadas nas trilhas de Prairie Path. Ainda hoje continuo a procurar meios de integrar à minha vida os elementos do descanso sabático, como riso, solitude, submissão, adoração e lazer.

Subterfúgios 

Você já deve ter ouvido piadas sobre pastores que encontram subterfúgios para o descanso sabático: o pastor que adora futebol e diz à secretária que vai visitar a família Gramado; ou aquele que adora pescar e tem um barco chamado Visita, que diz: “Estarei em Visita o resto do dia se alguém procurar por mim”. Não estou defendendo os subterfúgios; o que me incomoda é o fato de pessoas mal-humoradas desaprovarem nossas atividades sabáticas e por isso nos fazerem lançar mão desses artifícios. Mas se elas pudessem ouvir nossa pregação quando estamos com espírito renovado, em vez dos sermões que fazemos quando completamente exaustos, talvez nunca mais tivéssemos de recorrer aos subterfúgios. Durante anos esperei que alguém dissesse: “Pastor, estamos observando seu trabalho e como ele tem nos deixado cansados. Estamos muito preocupados com seu bem-estar físico e espiritual e insistimos diminua o ritmo a fim de recarregar a energia. Pode contar conosco, vamos acompanhá-lo”. Outro episódio na ilha da fantasia. Então comecei a fazer esse pequeno sermão a mim mesmo a cada semana. Pelo menos a primeira parte. E ninguém percebeu nada. Não pude acreditar. Diminuí meu trabalho em 20%, e ninguém reclamou. Ainda aparecia quando necessário, fazia-me presente em momentos e lugares estratégicos e, quase toda semana, pregava com a paixão que surge da renovação. 

Ed Rowell

LIDANDO COM O DESENCORAJAMENTO

O desencorajamento, desde meus primeiros dias na fé cristã, tem se tornado o maior de todos os meus inimigos, e ao longo de 32 anos de fé em Cristo tenho descoberto que ele vem freqüentemente a mim em função, ou melhor, em disfunção da minha maneira errada de

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encarar as circunstâncias ao redor, e a maneira equivocada em que a partir daí começo a desenvolver meus pensamentos.

Para fazer frente a constantes ataques de desencorajamento, resolvi fazer a mim mesmo quatro perguntas que muito me têm ajudado. Espero que isso possa também de alguma forma ajudá-lo, quando ele bater à sua porta.

1. Estou desencorajado a respeito de alguma coisa sobre a qual não tenho nenhum controle? 

Tenho descoberto ao longo desses anos que as coisas que mais me desencorajam são aquelas sobre as quais freqüentemente não tenho nenhum controle. Lembro que quando estava plantando uma igreja nos Estados Unidos, entre imigrantes brasileiros, e quando num determinado domingo a freqüência caía, eu me sentia um verdadeiro fracasso. No entanto, a bem da verdade eu tinha muito pouca influência na decisão de alguém ir ou não ir à igreja num determinado domingo. 

Desencorajar-se a respeito de coisas que estão além do meu controle é me colocar numa situação que fatalmente irá me derrotar. Se eu não tenho o poder e o controle de corrigir um certo problema, e ainda assim permito que ele me domine, eu me torno vítima dos meus próprios sentimentos. O que preciso é me focalizar nas coisas que posso fazer, mudar, ou nos problemas que consigo resolver. Pensar dessa maneira é construtivo, positivo, e me deixa encorajado.

2. Estou assumindo a culpa pelo fracasso de alguém?

Lembro com muita clareza a noite em que batizei o jovem e promissor casal Edmílson e Andréia. Nós os encontramos numa tarde de sábado, quando saíamos às ruas para abordar pessoas e com elas compartilhar o evangelho. Naquela noite de domingo, batizar esse casal, realizar seu casamento e vê-los totalmente engajados na nova comunidade cristã era algo que jamais poderia esquecer, uma vez que toda a sua história problemática trouxe um verdadeiro desafio de amor e dedicação de vários membros. A realidade é que sua decisão de receberem e seguirem a Cristo foi alguma coisa simplesmente milagrosa.

Passado menos de um ano, porém, a freqüência deles à igreja aos domingos foi se tornando mais e mais esporádica. Ambos foram esfriando em seus relacionamentos com os membros, envolveram-se em discórdias, e em pouco tempo estavam fora dela, participando de outra comunidade. Como igreja oramos pelo casal insistentemente, e lhes pedimos que não nos deixassem, e que deveriam trabalhar em seu relacionamento, antes que uma decisão de divórcio contra a nossa igreja fosse finalmente tomada. Contudo nossos apelos e orações foram aparentemente em vão. Os conflitos continuaram, eles decidiram sair, foram para uma outra igreja, e pouco tempo depois saíram dela e foram para outra... e outra... 

Dois anos depois tomamos conhecimento de que eles haviam se separado. Mas uma tragédia ainda maior estava por vir. Numa tarde de domingo Edmílson chama Andréia para conversarem sobre a partilha de bens em função da recente separação, e no quarto que antes juntos compartilhavam ele toma de um revólver e atira na cabeça dela, matando-a instantaneamente, atirando em seguida contra a própria cabeça.

Essa tragédia abalou a cidade, repercutindo sobre todos que de alguma forma haviam tido algum tipo de envolvimento com o casal. Mas como posso eu me tornar responsável pela insanidade de alguém? A realidade é que quando um dia nos posicionarmos diante de Cristo, “cada um receberá o seu galardão, segundo seu próprio trabalho” (I Co 3:8.). Se por outro lado a questão é a minha infidelidade, tudo de que preciso é encará-la, confessá-la e me arrepender.

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O verdadeiro arrependimento jamais nos leva ao desencorajamento, e sim à genuína alegria.

3. Estou buscando construir o reino de Cristo, ou o meu próprio reino?

Tenho observado que ministros profissionais – e eu me incluo entre eles – são as pessoas mais competitivas que existem. Quando honestamente avalio o que realmente me traz desencorajamento, tenho que admitir que a razão mais freqüente é a falta de reconhecimento por parte de outros. Quantas não foram as vezes em que ouvi o sermão de um afamado pastor, e aqui dentro de mim pensei comigo: Posso pregar tão bem ou melhor do que ele. Por que esse indivíduo é tão famoso e eu sou um ninguém?...

Há pouco tempo um pastor me disse que ele tinha de mudar para uma igreja maior, porque “precisava de um desafio maior”. Pude me empatizar com esse companheiro porque já experimentei esse tipo de frustração, e de maneira mais freqüente do que gostaria de admitir. A realidade era que naquela pequena igreja e pequena cidade havia desafios para a duração de toda uma vida, para o meu amigo. Eis apenas alguns desses desafios:

Como expandir a demanda de ministério quando se tem um número limitado de pessoas comprometidas com a obra, e quando 80% dos adultos da congregação já estão envolvidos em alguma forma de ministério?

Como alcançar os jovens e adolescentes que têm pouquíssimo ou nenhum contato com a igreja e interesse absolutamente nenhum em coisas espirituais? Como atingir essa moçada, sexualmente ativos e envolvidos com algum tipo de droga e álcool? Se apenas tivéssemos os recursos talvez pudéssemos oferecer um ministério especializado e direcionado a eles...Como identificar e preencher as carências de uma crescente população que vê a igreja como uma instituição arcaica e irrelevante?

Como atender às necessidades sociais com os parcos recursos que temos à nossa disposição?

À medida que juntos analisávamos a questão do meu colega pastor, chegamos à fria e contundente conclusão de que havia muitas oportunidades de ministério ali mesmo, ali naquele lugar, a fim de estender o reino de Deus.

4. Porventura a minha expectativa não é simplesmente... excessiva?

É absolutamente imperativo e salutar que eu enfrente a dolorosa possibilidade de que a minha ambição pode exceder e em muito os dons que possuo. 

Por ter uma personalidade aguerrida e empreendedora, minha tendência natural é de minimizar obstáculos e prosseguir rumo a um alvo empolgante e desafiador. Há vantagens em ter esse tipo de perfil, mas ele me traz problemas e eventualmente retumbantes derrotas. Aliás, há pouco tempo li sobre grandes corporações que muito se prejudicaram por promoverem alguns de seus funcionários para posições que exigiam habilidades que estavam muito acima da capacidade deles. E isso é algo que – decididamente – não quero que aconteça comigo. 

Hoje, depois de sofrer alguns reveses exatamente nessa área, passei a me perguntar e a orar mais objetivamente sobre essa questão: até que ponto devo me lançar nas incríveis possibilidades que estão diante de mim e ao mesmo tempo entender que tenho de equilibrar meus próprios dons e habilidades com minhas próprias limitações? Apesar de não haver permitido que alguns dos meus sonhos viessem a morrer, tenho compreendido que preciso aceitar o fato de que estou presentemente servindo a Deus no lugar onde ele me posiciona como mais útil.

Há poucos dias, lendo uma passagem familiar do Novo Testamento me deparei com Jesus e

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sua oração no jardim, e ali aprendi que ele destilou a essência do seu ministério num princípio básico e essencialmente fundamental: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer” (João 17:4).

Ao ler esse texto fiquei mais uma vez desafiado a contemplar a vida e suas perplexidades pelas lentes de Jesus. Para Jesus tudo se resumia em fazer a vontade do Pai - nada mais e absolutamente nada menos. Ao comparar meu coração cheio das suas agendas pecaminosas, lágrimas me vieram aos olhos, e me arrependi pela minha inquietação de alma, pelas minhas preocupações, pela correria, pela auto-suficiência, por colocar tantas coisas na minha agenda que não têm nada a ver com a agenda do Pai. Em meio ao meu quebrantamento, pude ouvir uma voz suave e gentil me comunicando no íntimo do meu ser o que eu mais precisava ouvir: “Nélio, você tem o trabalho que Eu lhe dei; não existe nenhuma outra maneira de trazer glória a mim do que fazer exatamente o que coloquei em suas mãos.” 

Uma honesta resposta a essas quatro respostas me tem ajudado tremendamente em meus momentos de desencorajamento. Espero que isso possa também ser útil a você.

__________________________________________________________Nota Desde 1998 venho travando uma árdua batalha contra o desencorajamento; em meio a essa batalha, naquele mesmo ano inauguramos um site voltado para o tema desencorajamento. O site tem sido muito visitado, e continua ativo, com mensagens diárias de encorajamento (www.encorajamento.com) 

Nélio DaSilva

DERROTANDO SEUS GIGANTES

A fantástica história bíblica envolvendo o confronto entre Davi e Golias é algo que nunca deixou de me fascinar, desde meus primeiros dias na Escola Dominical. Essa é uma história muito familiar, até mesmo para pessoas que nunca abriram uma Bíblia, e ela na realidade traz consigo uma estratégia de como derrotar de uma maneira bem-sucedida os gigantes que surgem na sua e na minha vida. Sim, gigantes. Todos nós nos deparamos com eles. Maus hábitos, dúvidas, dificuldades financeiras, relacionamentos difíceis etc, tudo isso e muito mais pode ser considerado gigante em nossa vida.

A história se refere à fascinante luta entre Davi e Golias, representando dois povos em confronto: de um lado os filisteus, e do outro, os israelitas. Voltemos no tempo e vejamos se nessa história não está inserida uma quantidade enorme de verdade e princípios que podem – hoje – ser aplicados em nossa vida.

Eis aqui alguns deles, que ecoam através do tempo, princípios que posso ver nessa fascinante história de um jovem rapazinho derrubando um enorme gigante:

1 - Esteja certo de que os gigantes irão tentar bloquear o seu caminho rumo à Terra Prometida.São tantas as vezes em que corremos em direção aos nossos sonhos, com a ingênua atitude semelhante à de um passeio num parque num dia ensolarado, em meio a uma serena e fresca brisa convidativa... Isso não é verdade! Se você tem um sonho, um alvo, um ardente projeto em seu coração, algo a seus olhos tão grande como uma Terra Prometida, pode estar certo de que em meio à trajetória entre o ponto de partida e o ponto de chegada você irá enfrentar muitos obstáculos.

Haverá pessoas que farão tudo que for possível para impedi-lo de alcançar seu alvo. Rick Warren costuma dizer que “Todas as vezes que você decide construir uma casa, pode estar certo de que alguém vai atirar pedras em seu telhado!” Os gigantes irão aparecer. Não é uma questão de “se”, e sim de “quando”. Esse é um fato, e você tem que contar com ele. Não dê inicio à sua jornada com os olhos fechados. Espere encontrar pelo menos um ou vários gigantes!

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2 - Ataque seu gigante com uma razão maior do que tão-somente sua própria vitória.Para Davi, a razão primeira e fundamental era a de defender a honra de Deus, uma vez que esse gigante havia zombado do Deus de Israel. Sim, claro que ele sabia que ganharia uma esposa, se livraria para sempre do imposto de renda e teria benefícios financeiros... Contudo, a razão que palpitava em seu coração não era de caráter pessoal. Havia nele um propósito que transcendia interesse particular. A própria glória de Deus estava envolvida na empreitada.

O mesmo deve ocorrer conosco. Sim, é verdade que haverá uma série de benefícios que virão em função do nosso sucesso. Entretanto eu tenho percebido - e as Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse confirmam - que o maior de todos os sucessos deste mundo é pura vaidade. Só que as coisas que trazem o mais profundo senso de satisfação pessoal sempre vêm mediante realizações de caráter altruísta - razões e causas que transcendem esta vida tão passageira! 

3 - Não subestime sua própria capacidade.Quando indagado se ele teria condições de derrotar aquele gigante, Davi logo refletiu sobre seu passado. De imediato me vem à mente algo que o notável Soren Kierkgaard disse certa vez: “Para se viver a vida tem-se sempre que olhar para a frente, mas para compreender a vida tem-se sempre que olhar para trás”. 

Para Davi o passado era um memorial de fidelidade e ação portentosa de Deus em sua vida. Se o presente o desafiava, o passado o motivava a crer no Deus de Israel. Ao olhar para tráz Davi se lembra da maneira como Deus já o havia ajudado a derrotar um urso e um leão, quando guardava as ovelhas do seu pai. Portanto, agora seu raciocínio era: “Se eu pude derrotar o urso e o leão, certamente posso derrotar este grandalhão...” Davi conhecia sua força e capacidade. Ele sabia que o que poderia fazer ele faria novamente, e uma vez mais, até que alcançasse seu alvo.

4 - Não use a armadura das outras pessoas.Tudo bem. O rei finalmente se convenceu de que Davi poderia ir em frente e enfrentar o gigante. Só que primeiramente ele tinha que colocar sua própria armadura em Davi. E Davi à semelhança de um menino de 10 anos, vestido com o terno do pai se deu conta de que além do ridículo, a impraticalidade daquilo era óbvia. “Não, muito obrigado”, diz Davi. Ele sabia do que estava precisando, e o que necessitava não era aquilo que estava funcionando para outras pessoas.

Claro que precisamos de conselhos de outras pessoas, mas é necessário que cheguemos a um momento definidor, onde temos que tomar uma decisão, decisão essa que deve ter como fundamento o que funciona para mim, e não - necessariamente – o que funcionou para alguém. Estamos vivendo numa geração que busca resultados imediatos, e a tentação de colocar modelos que funcionaram em outras circunstâncias, outros climas e outras culturas é sempre muito forte. Porém os resultados podem ser os mais inesperados possíveis. Para Davi, sua funda e sua habilidade de pontaria eram tudo de que ele necessitava.

5 - Use cinco armas, mesmo que você venha a precisar de apenas uma.Essa é uma das partes mais fascinantes dessa história. Davi obviamente sabia que ele era muito habilidoso no manuseio da sua funda, suficientemente hábil para matar um gigante. Portanto, existe uma certa autoconfiança nisso. Mas ele não estava alheio à realidade de que nossos melhores planos tendem a nos surpreender, resultando no oposto do que esperávamos. Estava pois consciente de que eventualmente são necessários mais do que algumas pedras para matar gigantes. Portanto, mesmo que ele precisasse de apenas uma pedra para fazer o trabalho, teve outras quatro como garantia, para fazer a cobertura.

E você? Quais são as medidas de cautela que tem colocado no seu bolso? Se tem apenas uma, é bom e sábio pensar em levar consigo pelo menos mais umas quatro alternativas, a fim de derrotar seu gigante.

6 - Corra para o gigante e não do gigante.Aqui está um ponto muito interessante. A narrativa é clara em demonstrar que Davi correu em direção ao gigante. Para quê? Para que pudesse ter a melhor posição, a fim de lançar a sua pedra. 

Muitos de nós temos como postura correr dos nossos gigantes, com a expectativa de que se corrermos e nos escondermos com habilidade, eles nos deixarão em paz. Puro engano. Os gigantes – à semelhança do gigante filisteu - aí estão para atormentar, para zombar, para trazer confusão e desencorajamento, e tentar minimizar a ação do Deus vivo e verdadeiro. Não fuja dos seus gigantes. Aproxime-se deles e, na posição mais estratégica possível, derrube-os!

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7 - Certifique-se de que o gigante está morto, depois que ele cair.Apenas um arremesso, e o gigante caiu. Davi fez uma festa de celebração? Não. Ele se aproximou do gigante caído, e com um golpe certeiro com a espada do próprio gigante lhe decepou a cabeça. Davi aqui fez algo que vale a pena salientar: os gigantes têm uma habilidade muito especial de voltar à vida. Portanto, antes de seguir em frente certifique-se de que realmente a conquista foi definitiva.

À semelhança de Davi, você PODE conquistar seus gigantes! Você pode também fazer deles uma memória de vitória, e se mover rumo à Terra Prometida. Quero encorajá-lo a meditar sobre esses princípios, desejando que eles possam encorajá-lo a derrotar os gigantes do presente e aqueles que ainda hão de vir.

Que Deus muito o abençoe!Nélio DaSilva

EVITANDO UMA REAçãO QUíMICA

O adultério tem invadido a nossa sociedade com uma força jamais anteriormente conhecida. O assunto é inevitável. Televisão, cinema e canções tem explorado com maestria as tramas desenvoltas num relacionamento triangular. Há não muito tempo atrás, Calvin Klein lançou a sua famosa fragância “Eternity” (eternidade), apostando com este nome na duração do seu produto. Atualmente, ele também está vendendo como nunca a sua nova fragância “Escape” (fuga), insinuando com este nome a fragilidade das relações traduzidas nas famosas escapadas fora do casamento.

Os escândalos de ordem social não são mais apenas prerrogativas de jornais baratos e sensacionalistas. Em anos recentes, até mesmo as publicações denominadas “responsáveis”, tem penetrado nos elameados escândalos de famílias famosas. A imprensa mundial não vinha dando tréguas aos membros da família imperial inglesa, fazendo com que Charles e Diana, Andrew e Fergie se tornassem foco da atenção mundial. O record de audiência na TV inglesa foi alcançada pela chamada “Confissão de Diana”, quando praticamente a Inglattera parou para ver e ouvir a princesa do coração do povo falar sobre o seu problemático relacionamento com Charles, a presença de Camila, a outra de Charles, e o seu próprio envolvimento sexual com uma outra pessoa.

Pouco tempo depois disso, impossível esquecer, Lady Di faleceu tragicamente em acidente de carro, em Paris, junto a seu mais recente namorado, propiciando audiência ainda maior, não só na TV inglesa, mas na mídia mundial. 

Uma recente pesquisa sobre adultério publicada em uma revista americana de psicologia, demonstrou que 92% dos entrevistados acreditavam que a monogamia é algo de “grande importância”. Porém, 45% dessas mesmas pessoas admitiram o seu envolvimento em uma relação ilícita, com a quebra dos seus próprios votos matrimoniais.

Ao escrever esse artigo tenho que lhe confessar um incomôdo dentro de mim. Certamente, existem várias razões para isso, e, talvez, uma das mais fortes é o fato de estar com 46 anos de idade e acabar de ler um livro que muito impactou a minha vida. Meia Idade é um livro no qual o autor descreve que existe um tempo em nossas vidas onde necessariamente, o que temos que fazer é refletir sobre a nossa caminhada nessa existência. Temos de examinar por onde vimos andando, onde estamos hoje e para onde estamos indo. Um tempo de avaliação e retomada de direção. A leitura deste livro fez com que reacendesse em mim um desejo mais intenso de terminar bem a minha carreira.

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Não faz muito tempo, recebi a noticia de que um pastor amigo, um homem de notáveis talentos, teve subitamente o seu ministério e a sua vida arrasados por um envolvimento em adult’rio. Seu ministério está literalmente destruído, seu nome elameado, sua própria saúde abalada e a família em frangalhos. Histórias como essa tem se repetido centenas de vezes dentro da comunidade cristã e, confesso, o meu coração se quebra todas as vezes em que ouço algo assim.

Estou absolutamente convencido de que, se por um lado estas noticias nos apanham de surpresa, por outro, sei que houve todo um processo sendo desenvolvido, possivelmente ao longo de muitos anos. Também estou convencido de que, para cada líder cristão famoso que cai ao longo do caminho sob o escrutínio da mídia, existe uma quantidade enorme de outros totalmente desconhecidos que estão se afastando voluntariamente, ou estão sendo banidos dos ministérios em função da impropriedade na área sexual.

Meu anos de ginásio me ensinaram alguma coisa sobre reação química. Aprendi: quando certas substâncias entram em contato com outras, fatalmente haverá uma reação. Num pequeno laboratório da minha escola em Lins, estado de São Paulo, quase provoquei um acidente de proporção considerável, ao misturar dois ingredientes que não poderiam jamais se tocar. Tenho aprendido desde então, que, de um modo geral, as pessoas não respeitam as leis químicas mais do que eu, nos meus dias como estudante ginasial. Elas misturam voláteis ingredientes sem dar o devido tempo para avaliar as consequências. Muitos casais não compreendem que uma reação química pode ocorrer quando um dos cônjuges se relaciona com alguém que não seja o seu próprio. Por favor, não me interprete mal. Não estou me referindo necessariamente a uma atração sexual. Estou me referindo a uma reação de dois corações, uma química que envolve duas almas. Isto é o que chamo de adultério emocional. Uma intimidade com o sexo oposto além da fronteira do casamento. Adultério emocional é uma infidelidade do coração. Quando duas pessoas começam a falar das suas lutas íntimas, das inquietações dos seus corações, suas dúvidas e incertezas, é bem possível que elas estejam compartilhando as suas próprias. Sabemos, Deus estabeleceu que tal relação fosse somente compartilhada dentro do relacionamento conjugal.

Há algum tempo atrás, um pastor me confessou: - Já não amo minha esposa, estou apaixonado por uma moça da minha igreja. Olhei nos olhos daquele companheiro da mesma maneira como tenho olhado detidamente nos olhos de muitos outros com quem tenho conversado abertamente sobre essa matéria. Eu tenho descoberto que, na maioria dos casos, um relacionamento adúltero teve início em um encontro casual dentro da própria igreja. Uma reação química toma lugar. Ele fala da sua frustração em casa, ela compartilha uma reação similar e em pouco tempo as emoções passam a ricochetear com uma rapidez intensa, e corações passam a experimentar uma ligação emocional irresistível.

Via de regra, o adultério não se dá por acaso. Antes, há uma história, norteada por passos claros e definidos. Você pode estar convergindo em direção a um adultério quando os seguintes passos são dados:

* Você tem uma necessidade que o seu cônjuge não está preenchendo. Necessidade de atenção, aprovação ou afeição. Se um desses requisitos não são preenchidos, um dos cônjuges então começa a buscar em alguém, ainda que inconscientemente, a satisfação de uma destas brechas. 

* Você começa a se sentir mais confortável em se “abrir” com alguém que não seja o seu cônjuge.As dificuldades do dia são compartilhadas com certo prazer em um almoço, um encontro, uma carona no carro ou através de correspondência, via e-mail, etc.

* Você começa a falar com alguém sobre problemas e frustrações que tem vivido com

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seu cônjuge.* Você começa a falar a procurar razões justificar esta sua relação de proximidade com uma outra pessoa, a fim de se sentir mais confortável com sua consciência. Neste processo de auto justificação, você inclusive busca razões espirituais que justifiquem suas atitudes, tais como: é da vontade de Deus falar honesta e abertamente com uma outra pessoa cristã.* Você começa a sentir um intenso desejo de estar perto desta pessoa.* Você esconde do seu cônjuge o relacionamento que está tendo com essa pessoa, ainda que o processo esteja somente em nível de conversa.

Quando você se encontra conectando-se com uma outra pessoa que não seu marido ou esposa, certamente já iniciou-se uma jornada que frequentemente termina em adultério ou divórcio. A questão porém, é: como você pode se proteger e guardar-se puro num contexto desses?

1 - Tome PrecauçõesCerto pastor viu-se atraído em seus pensamentos por uma jovem funcionária da sua igreja. Depois de meses de racionalizações, ele finalmente admitiu a si mesmo que estava constantemente buscando razões para se encontrar com aquela pessoa. Ele resolveu assumir a seguinte postura: Eu só me encontrarei com ela quando for apenas e estritamente necessário, e gastarei apenas um tempo mínimo. Só nos encontraremos no escritório, e tanto quanto possível na companhia de outras pessoas. Com o passar de alguns meses, seu relacionamento com aquela pessoa voltou ao estado original, um relacionamento saudável, da mesma maneira como para com outros colegas de trabalho.

Algumas precauções dentro deste processo devem ser incluídas, até mesmo posições mais radicais, como por exemplo as de Rick Warren, um dos mais bem sucedidos pastores dos Estados Unidos. Após assistir a tantas quedas morais, Rick se sentou e escreveu os Dez Mandamentos para a sua equipe de trabalho.

1 - Não visitar pessoas do sexo oposto a sós.2 - Não aconselhar pessoas do sexo oposto a sós no escritório.3 - Nãoa conselhar pessoas do sexo oposto mais de uma vez sem a presença do cônjuge.4 - Não tomar refeições a sós com pessoas do mesmo oposto.5 - Não beijar pessoas do sexo oposto ou demonstrar atos de afeição que possam ser questionados.6 - Não discutir detalhes de dificuldades de ordem sexual com pessoas do sexo oposto, quando em aconselhamento.7- Não discutir detalhes de problemas de ordem sexual do seu casamento com pessoas do sexo oposto.8 - Muito cuidado ao responder cartões, cartas ou bilhetes a pessoas do sexo oposto.9 - Faça da sua secretária a sua protetora aliada.10 - Ore pela integridade moral de outros membros da equipe.

Estas posições certamente podem nos levar a suspeitar de toda e qualquer relação com o sexo oposto, o que nos criaria perspectivas doentias. Um simples beijo no rosto, ou qualquer ato de afeição, não pode estar envolta o tempo todo dentro de precauções. O excesso de precaução pode nos levar a desenvolver uma mente maldosa, que vê o pecado a que buscamos evitar nos gestos mais simples. Em que pese tudo isso, essas precauções devem nos chamar a atenção para cuidarmos melhor desta área de nossa vida. 

Dietrich Bonhoeffer, em seu livro, “Tentações” declara: Quando a cobiça assume o controle, Deus se torna irreal para nós. Bonhoeffer está absolutamente correto. Quando cobiça e paixão sexual ilícitas passam a nos consumir, ao mesmo tempo, Deus passa a ser uma presença opaca, distante e irreal. Surgem as racionalizações, nos tornamos insensíveis a uma tragédia

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que pode estar prestes a tomar lugar.

Estou convencido de que o primeiro passo a ser tomado, com o objetivo de derrotar a tentação sexual, é simplesmente fugir dela. Creio que exatamente isso que Paulo estava comunicando a Timóteo quando lhe disse imperativamente: “Foge das paixões da mocidade” (II Tim 2:22) A mesma recomendação foi dada à igreja em Corinto: “Fugi da impureza!” Em outras palavras: não se coloque numa posição na qual tenha de testar sua própria resistência. Excelentes ilustrações destes momentos de tentação seriam:

Capítulo I“Andei por uma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Caí denro do buraco. Estou perdido. Não tenho nenhuma ajuda. Porém, a culpa não é minha. Vai levar muito tempo para eu sair daqui.” 

Capítulo II“Andei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Fingi que não vi. Caí novamente. Não posso crer que estou no mesmo lugar, mas a culpa não é minha. Vai levar muito tempo para eu sair daqui.” 

Capítulo III “Andei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Vejo que o buraco está ali. E, ainda assim eu caio dentro dele. Isso se tornou um hábito. Meus olhos estão abertos. Sei onde estou. A culpa é minha. Vou sair daqui imediatamente.” 

Capítulo IVAndei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Eu passei de lado.” 

Capítulo V“Fui por uma outra rua.” 

Tenho conversado com alguns líderes que caíram em adultério, e eles, de um modo geral, tem expressado uma certa surpresa em relação a como tudo aconteceu. Falam como se tivessem sido levados por uma irresistível força da natureza.

Porém, é bom lembrar, ninguém cai em um precipício se mantiver uma distância segura. Mas, ao invés disso, eles se chegam cada vez mais ao abismo, até o momento onde o perigo acaba se tornando uma ameaça mortal.

2 - Preste Contas da Sua Vida a Alguém.Talvez esta seja a área que mais se fala e menos se pratíca. No meu contato com líderes cristãos, tenho chegado a uma conclusão: quanto mais proeminentes se tornam, mais necessidade tem de se prestar contas da sua vida. Porém, infelizmente, é o inverso que ocorre. À medida que a igreja cresce, ou o ministério se expande, frequentemente o líder passa a conhecer as pessoas num nível ainda mais superficial, com os que estão ao seu redor assumindo o seguinte raciocínio: Quem sou eu para questionar se a decisão que ele está tomando é a melhor ou não? O fato é que muitos pastores, em igrejas pequenas, também se sentem isolados e solitários no que se refere à tentação na área sexual.

Já faz alguns anos que estabeleci um sistema de prestação de contas da minha vida a um grupo de reduzido de companheiros. Eles são meus amigos e estamos comprometidos uns com os outros nos “regozijos e sofrimentos”, (I Cor.12:26). Nos abrimos, falando sobre o estado espiritual de nossas vidas. Compartilhamos alegrias, lutas e tentações. Confesso que nem sempre é agradável receber o telefonema de um deles, questionando uma determinada área de minha vida pessoal. Mas é compromisso com Deus e com eles ser aberto, vulnerável e transparente. Afinal, estes indivíduos,dentro do Corpo de Cristo, são instrumentos de cura para

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a minha própria vida.

Estou absolutamente convencido de que a arma mais eficiente que o inimigo tem em suas mãos é a de manter os cristãos distantes uns dos outros. Quando não prestamos contas da nossa vida a alguém, quando não mais falamos sobre as questões que realmente afligem a nossa alma, passamos a viver a síndrome de ilha, e fatalmente nos tornamos vulneráveis a uma série de mazelas. Tiago estava absolutamente correto quando afirmou: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados.” (Tg 5:16). 

Aprendi há muito tempo atrás, que, para ser vitorioso na vida cristã, não apenas preciso da ação do Espírito Santo, mas também da ajuda dos meus amigos. Preciso, indispensavelmente, do poder do Espírito Santo, mas também da confiança e do amor de alguns irmãos que possam me fazer perguntas dificeis como: - Nélio, você está investindo tempo em Deus? Como vai a sua vida mental (pureza)?; Tem abusado do seu poder como líder?; Tem andado em obediência a Deus; Tem mentido prá mim, em algumas das perguntas anteriores que lhe fiz? 

Howard Hendricks, há alguns anos atrás, afirmou que, segundo sua observação ao estudar um grande número de líderes que fracassaram moralmente, existem três denominadores comuns, e pelo menos um deles está presente em cada caso estudado:1) Esses individuos não gastavam tempo com Deus2) Não prestava contas da sua vida3) Eles nunca imaginaram que isso poderia acontecer com eles.

Quando me deparei com essa afirmação, confesso, me apavorei. Inicialmente, meu raciocínio foi: - Hei! Tenho uma esposa maravilhosa, tenho um bom casamento, amo a Deus, isso nunca poderá acontecer comigo. Porém, me dei conta de que existem muitos companheiros que amam tanto a Deus como eu, estão servindo a Deus de uma maneira muito mais eficiente do que eu e, ainda assim, em algum tempo, em algum lugar, eles caíram. Ao pensar nisso, acabei me transformando num covarde. Tenho um temor tremendo de uma queda moral e não me envergonho de admitir. E, como fruto desta reflexão, quero lhe dar o terceiro passo prático de como evitar uma química errada.

3 - Considere o exorbitante preço da queda.Todas as vezes em que que me sinto particularmente vulnerável a uma tentação de ordem sexual, começo a “ensaiar” na minha mente quais seriam as consequências desta queda. Tenho pensado em algumas delas:

• Ferir o Senhor, que me redimiu, e trazer o Seu nome à lama.• Ter que um dia olhar na face do Senhor Jesus, o Justo Juiz, e responder pelas minhas ações.• Seguir os passos daqueles que caíram e tiveram os seus ministérios destruídos.• Causar uma dor incalculável à Tereza, minha grande amiga e leal companheira.• Ferir os meus amados filhos Léo, Marcus e Michael.• Arrasar a minha imagem e credibilidade diante dos meus filhos e anular totalmente meus esforços de ensina-los a obedecer a Deus (Por que obedecer um homem que nos traiu e à nossa mãe?). Certamente, assim raciocinariam.• Se a minha cegueira persistir ou minha esposa for incapaz de me perdoar, talvez venha perder minha esposa e filhos para sempre.• Perder o respeito próprio.• Adquirir um tipo de culpa terrivelmente dificil de ser anulada (Ainda que Deus me perdoe, eu me perdoaria?). • Memórias que para sempre permeariam minha mente e que seriam uma constante ameaça na intimidade com minha esposa.• Perda de anos de investimento em treinamentos e experiências adquiridas ao longo do tempo. Talvez permanentemente.• Prejudicar consideravelmente o trabalho de outros fiéis homens de Deus na minha cidade.

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• Trazer um grande prazer e satisfação a Satnas, o grande inimigo de Deus e de tudo que é bom e puro.• Dificuldades para sempre com a pessoa que cometi adultério.• Possíveis consequências físicas de doenças venéreas ou mesmo a AIDS. No caso de AIDS, a possibilidade de infectar a minha esposa e ser o causador da sua morte.• Possibilidade de uma gravidez que resultaria para todo o sempre numa lembrança do meu pecado.

Eu espero que a crua e franqueza demonstrada neste artigo tenha sido de algum benefício a você. Não me foi fácil articular esta matéria e fazer frente a este tópico. Porém, meu compromisso pessoal e deste web site é o de sermos honestos e íntegros na análise dos nossos erros e acertos. 

Estou também perfeitamente consciente de que muitos, lendo este artigo, são imaculadamente inculpáveis na área de fidelidade conjugal. Porém, para aqueles que estão em luta nessa área, deixe-me compartilhar essa analogia: imagine uma pessoa que esteja lutando contra o vicio do jogo. Ela já prometeu a Deus que não irá mais a um Cassino, situado em Campinas, por exemplo. Está dirigindo o seu carro vindo do Rio de Janeiro para São Paulo. Chega a um ponto da estrada que ela vê a indicação de saída para a estrada que a conduzirá a Campinas. Imediata e espontaneamente, ela toma a saída que dá acesso à cidade e passa a circular em frente aos cassinos. Essa pessoa ainda não cometeu o pecado, mas o coração de Deus já está sofrendo com aquela atitude.

Se você está próximo demais de alguém de quem não deveria estar, e sabe que sua resistência está nas últimas, mas, ainda assim, tenta se convencer de que tem o controle da situação, então, por favor, ouça: humilhe-se diante de Deus, ajoelhe-se, fale com o Senhor, confesse o que realmente está se passando com o seu coração.

Deus está pronto para restaura-lo e, sabemos, é o Senhor que nos convida ao caminho da restauração. Todos nós estamos em meio a uma batalha. Deus está lhe convidando a uma vida bem sucedida. Uma vida bem sucedida não consiste necessariamente em ser pastor de uma grande igreja, escrever livros e ser mencionado na galeria dos famosos líderes da atualidade. A minha definição de vida bem sucedida é a seguinte: Ser bem sucedido é gozar do amor e do respeito daqueles que estão mais próximos de mim. 

Todos nós vivemos, quase todo tempo, sob o risco de fazer o que fiz no laboratório do meu ginásio. Vivemos com a constante possibilidade de criarmos uma reação química capaz de explodir nosso casamento, nossa família e nosso ministério. De fato, estamos diante de uma grande batalha. Uma batalha impiedosa e estratégica, que nem mesmo Alexandre ou Napoleão jamais enfrentaram. Temos que, de uma vez por todas, compreender que ninguém pode se preparar para uma batalha que não é conhecida, e muito menos sairmos vitoriosos de uma batalha para a qual jamais nos preparamos. 

Nélio DaSilva

O QUE FAZER APóS A QUEDA DO SEU HERóI

Uma das mais devastadoras coisas que pode acontecer a uma pessoa que admira e respeita outra é vê-la cair e negar os valores que antes defendia e propagava. Em nosso círculo cristão alguns eventos em anos recentes marcaram a queda de proeminentes líderes. Os efeitos dessa tragédia são impossíveis de ser analisados. Talvez só mesmo a eternidade poderá nos revelar. 

Creio porém ser importante – dentro desse contexto – levantar a seguinte pergunta: Por que tais quedas nos causam tanta surpresa? A realidade é que líderes caem, e – infelizmente – continuarão caindo. O

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apóstolo Paulo já havia traçado um quadro perturbador dessa verdade, quando fez a advertência: “Aquele que está em pé veja que não caia”. A realidade é que o perito em assuntos de casamento cai. O perito em finanças vai à falência e o “perfeito” em integridade vai para a cadeia em razão de fraude. Será então que em função desse fato incontestável deveremos desistir de vez dos nossos heróis? Não, de modo algum! 

Creio sinceramente que existem lugares para nossos heróis. O que temos que aceitar é que eles não são perfeitos; e o que devemos fazer é aprender a lidar com suas imperfeições. Entretanto, após fazer tal afirmação não estou me referindo ao indivíduo que abdicou completamente dos seus valores morais, e sim ao homem ou mulher sinceros que eventualmente caem, não obstante tudo aquilo que antes defendiam e propagavam.

Permita-me portanto deixar com você algumas dicas a observar, a respeito de quando seu herói vier a cair... - e isso certamente irá acontecer!

Examine cuidadosamente os eventos posteriores. Não focalize sua atenção no que aconteceu, e sim na maneira em que ele está respondendo à sua queda. Observe a forma em que está se recuperando. Muito mais importante que a queda é a constatação de que ele de fato voltou a se levantar. Eu e você podemos aprender verdadeiras maravilhas sobre isso - talvez muito mais do que qualquer outra coisa.

Olhe para a verdade, e não para a pessoa. O que ele/ela está dizendo é a verdade? Então aceite-a. O conselho e as instruções que ele deu a outros foram corretos, mesmo depois de um certo tempo haver ignorado aquilo que ensinara, vindo após isso a cair? A verdade é verdade, e pode ser aplicada mesmo quando dita por alguém que nem sequer se ouviu a si mesmo.

Olhe para a atitude. Ele admitiu haver cometido o erro? A meu ver, esta é a metade da batalha. Se por outro lado ele dá muitas e muitas voltas, se enrijece, num espírito defensivo, lançando a culpa em outras pessoas, cresce em mim a suspeita sobre seu real arrependimento e quebrantamento. Busque nele, isto sim, uma atitude humilde, que em termos práticos está como que afirmando: “Eu errei, caí; só existe um culpado, e o culpado sou eu. Assumo a minha responsabilidade”. Em outras palavras: nada mais, nada menos, do que a atitude de Davi no Salmo 51.

Olhe para as lições. O que você pode aprender com o fracasso do seu herói? Ele continua se defendendo e acusando outros? Transformou-se numa pessoa amarga e difícil de com ela se conviver? Negligenciou sua família ou sua saúde? Essas são, sem dúvida, algumas coisas que você deve observar e aprender com tal pessoa. 

Observe a restauração. Cada situação ruim pode trazer coisas simplesmente maravilhosas. Deus tem uma habilidade muito especial para transformar crucificação em ressurreição. Portanto, esteja atento à maneira como essa pessoa será restaurada. Se a atitude dela for boa, então nada mais você poderá esperar do que uma sólida e abençoada restauração.

Olhe para a pessoa, e não para a celebridade. Em última análise, jamais devemos nos esquecer de que nosso herói é uma pessoa, e não apenas uma celebridade. Fama e dinheiro não o torna imune à dor e à humilhação pública que enfrentou. Lembre-se: se esse herói foi seu amigo pessoal, você irá reagir de forma diferente, caso ele fosse uma pessoa a distância. Creio sinceramente que devemos responder ao nosso herói como se ele fosse um amigo muito próximo.

Nélio DaSilva

DUETO DEVOCIONAL

Uma das áreas mais deficientes de um casal que de alguma maneira está envolvido no ministério, seja de uma igreja local ou de um campo missionário, pode ser aquela na qual ele precisava ser mais eficientes: leitura bíblica, oração e louvor no ambiente doméstico. Um pastor, pastora, missionário, missionária ou líder é aquele e aquela que está quase todo tempo

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pregando e falando sobre devoção com Deus. Fala-se, ensina-se, estimula-se a leitura da Bíblia e oração, mas as vezes dentro do próprio lar, estas são realidades bem ausentes.

Assim, a começar pelo casal toda família pastoral, se iguala a tantas outras famílias que somente conhecem o que é devocionalidade quando vão a igreja. Quando o culto acaba, a bíblia se fecha e somente será aberta no próximo de dia de culto comunitário. Ao canto e ou pronunciamento do último amém, os lábios se fecham e somente vão-se abrir em oração na próxima reunião da igreja. Nós mesmos vivemos esta realidade em nosso ministério, sofrendo com a nossa própria indisciplina na nossa devocionalidade, mas pela graça de Deus, descobrimos o caminho de uma vida devocional a duas vozes, um dueto harmônico em busca da presença de Deus.

Devocional a Duas Vozes: O Caminho da Mudança

Desde que nos casamos, há 34 anos atrás, queríamos ler a Bíblia e orar regularmente juntos. Mas durante 15 anos, por mais que tentássemos, não conseguíamos nos firmar neste hábito. Entretanto nossa vida mudou a partir de um verão em que Charlotte deu aulas numa universidade Evangélica. O tópico da sua matéria era “Como unir a família através da Escola Dominical.” Enquanto ela ensinava, se deu conta da ironia do fato de que os cinco membros de nossa família estavam em quatro estados diferentes dos Estados Unidos. Bob, que na época trabalhava numa igreja grande, estava freqüentando um congresso fora do estado; nosso filho mais velho estava numa viagem missionária; e os dois filhos mais novos estavam acampados. Nossa família estava dividida por estarmos envolvidos em diferentes ministérios.

Concluímos então que como pais, passar tempo com o Senhor era uma necessidade absoluta. Dar início a esta prática foi semelhante a um pássaro tentando chocar, mas eventualmente obtivemos sucesso em exercer esse hábito, ao que demos o nome de nosso “devocional a duas vozes”. Desde que estabelecemos este hábito como parte de nossas vidas, temos sido recompensados maravilhosamente.

As Fascinantes Conseqüências

Se você em meio a rotina de trabalho pastoral intensa na qual está envolvido (a) criar oásis de devoção com seu conjugue, imediatamente verá brotar na sua vida fascinantes conseqüências:

1 - Haverá tempo juntos, mesmo quando se pensa não ter tempo. Uma agenda cheia normalmente acompanha a vida pastoral e missionária, e isto separa os casais. Eu decidi certa vez registrar os compromissos de Bob durante algumas semanas e descobri que ele passava uma média de 85 horas semanais em trabalhos do seu ministério. Em uma igreja que servimos, Charlotte dava aulas 6 vezes por semana, para cinco grupos etários diferentes. Sem uma hora devocional diária, não nos era possível nem ao menos nos vermos certos dias, a não ser para nos cumprimentarmos ligeiramente. O nosso momento devocional nos força a estarmos juntos e compartilharmos diariamente pelo menos 15 ou 20 minutos juntos.

2 - Haverá uma oportunidade para Deus falar. Muitas impressões mundanas e pecaminosas bombardeiam as nossas mentes diariamente. Sem uma hora específica e um lugar reservado para podermos escutar a Deus, poderemos deixar de ouvi-lo. Por isso a nossa hora devocional é uma abertura durante o dia para Ele nos orientar e dirigir em nosso casamento e ministério. 

3 - Haverá a real possibilidade de provar intimidade num nível mais profundo. Intimidade conjugal é muito mais que relacionamento sexual, envolve se colocar diante de Deus como uma só carne, e não apenas com indivíduos, crescendo assim juntos em nossa caminhada com Ele. O nosso momento devocional em dueto nos fornece uma oportunidade para conseguirmos fazer isto. Esta intimidade também nos ajuda no sentido de nos proteger contra tentações e mesmo de sermos infiéis a Deus e um ao outro.

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4 - Haverá um exemplo inapagável para nossos filhos. Nossos 3 filhos aprenderam a respeito da importância de um momento devocional regular, onde se pode compartilhar, e agora eles também praticam seus momentos devocionais em harmonia a duas vozes.... 

Seis passos para que o momento devocional dê resultado:

Sabemos que este costume de separar uma hora tranqüila devocional é difícil de se começar ou de se manter, e é fácil de se deixar de fazê-lo por qualquer razão. Entretanto, tal investimento produz grandes dividendos. As seguintes sugestões podem ajudá-los a dar início e a manter a disciplina de um momento devocional:

1 - Façam um pacto, um com o outro, e com Deus.Uma coisa tão importante como esta não pode ser tratada levianamente.. Nós mesmos fizemos uma cerimônia na qual admitimos a nossa necessidade de ter nosso momento devocional juntos, afirmamos juntos a nossa decisão (incluindo todos os detalhes) e verbalmente prometemos um ao outro diante de Deus que iríamos considerar o nosso devocional como uma “prioridade sagrada” 

2 - Mantenham o horário. Para garantir a regularidade, nossa opção foi a de escolher bem cedo de manha; geralmente começamos o devocional entre 5:30 e 6:00h. Deste modo podemos ter um bom começo para o nosso dia cheio de atividades ( e também os nossos filhos, quando estavam em casa.) Se acontece de termos alguma reunião fora de casa durante o café da manhã, então nos reunimos mais tarde durante o dia. Mesmo quando estamos separados, combinamos uma maneira de nos reunirmos. Certa vez Bob teve que ficar longe de casa 5 dias por semana, durante sete meses. Neste período líamos a porção diária da Bíblia separadamente, e depois conversávamos brevemente e orávamos ao telefone!

3 Estabeleçam um lugar. Um lugar específico pode se transformar num local especial. O nosso “altar” é a cama, onde nos encostamos na intimidade dos nossos travesseiros. É um lugar confortável , com boa luz para a leitura e xícaras de café ao lado da cama.

4 - Combinem a respeito do conteúdo e a abordagem. Leitura bíblica e oração devem ser os ingredientes principais, mas será necessário responder a diversas perguntas ao iniciar esta atividade: O que vai ser lido, e quanto? Se a leitura vai ser em voz alta, quem vai ler? Se um guia devocional for usado, como vai ele ser escolhido? Diversas vezes lemos a Bíblia inteira durante o ano. Cada um de nós lê silenciosamente, e a seguir discutimos como aplicar o que aprendemos em nossas vidas. Depois fazemos oração.

Durante o nosso tempo de oração compartilhamos pedidos, tanto para nós mesmos como para outros. Usamos uma lista de oração para verificar como Deus as responde. Nós dois oramos em voz alta. Algumas famílias acham que o homem é que deve dirigir a oração enquanto a esposa permanece em silencio. Mas nós acreditamos que o marido deve ouvir suas esposas orar para conhecer melhor o íntimo delas. Como pastor eu sinto que tenho uma necessidade especial de que minha esposa ore por mim, porque ela é o meu maior apoio.

5 - Sejam flexíveis. Certa ocasião, no mês de dezembro, enquanto planejávamos para o ano seguinte, sentimos a necessidade de ler mais lentamente, em vez de correr para terminar a leitura da Bíblia no fim do ano. Passamos os próximos 12 meses lendo o livro dos Salmos e os Evangelhos, talvez lendo menos, mas discutindo mais.Nós sempre procuramos maneiras novas para sair da rotina. As vezes usamos versões diferentes cada ano, ou suplementamos as nossas leituras bíblicas com materiais devocionais escritos por santos do passado ou do presente.

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6 - Sejam honestos. É preciso muito esforço e coragem para confessar uns aos outros as nossas fraquezas, pecados e lutas íntimas. E é mais difícil ainda pedir perdão a Deus na presença um do outro. Não é fácil admitir que lutamos para entender certas passagens, ou admitir como ela nos atinge pessoalmente. Mas tal honestidade nos aproxima mais ainda um do outro e de Deus. 

O casamento de pastores parece que está em grande crise. Certa vez Bob começou a enumerar os pastores do seu relacionamento que estavam enfrentando sérios problemas conjugais. Ele desistiu de contar depois que enumerou 28! Temos certeza de que a nossa devocional a duas vozes nos tem ajudado a evitar inúmeros problemas. Este costume tem sido a pedra fundamental do nosso casamento e do nosso trabalho, e nos assegura de que ministramos um ao outro, e não somente à congregação que pastoreamos.______________________________________________________________

Bob e Charlotte Mize vivem em Colorado Springs, onde Bob é pastor associado na Sunnyside Christian Church. Eles têm três filhos adultos e quatro netos.

Bob e Charlotte Mize

PAZ FINANCEIRA

Recentemente li um livro que muito me impactou. Paz Financeira é um maravilhoso livro escrito por um cristão bem sucedido no mundo dos negócios imobiliários que relata com humildade, seu fracasso financeiro, e dá algumas pistas para superar a angustiante escravidão que a dívida financeira traz para o ser humano.

Uma das coisas que ele faz questão de observar é que a maioria das pessoas estão perturbadas, sem saber como manusear o dinheiro que tem recebido, e um dos grandes vilões tem sido a dificuldade que temos para dizer “não” para nós mesmos em relação ao consumo e a gastos que temos assumido. Queremos comer a sobremesa antes do jantar.

Famílias Pastorais são muito susceptíveis a esta realidade: A maioria convive com pessoas que ganham um pouco mais, e estão sempre sendo desafiadas a dar um presente “compatível” aos filhos com o dos seus amiguinhos. O Pastor e sua esposa devem vestir bem, pois representam a Igreja, no entanto, nem sempre seu salário é compatível com seu “status”. A melhor definição para isto foi dada pelo filho de um pastor na escola dominical, que quando indignado sobre o que era o pastor disse: “Pastor é alguém que vive como rico, e ganha que nem pobre”. Isto gera uma distensão entre a receita e a despesa, entre o que entra e o que sai, e assim, a família pastoral vive quase sempre correndo para cobrir a déficit que seu balanço bancário apresenta, depois de um jantar num final de semana com amigos da Igreja.

Nós somos uma sociedade imediatista, caracterizada pelo fast-food(cada vez maisfast(rápida) e menos food(comida), somos a geração micro-ondas. Queremos prazeres imediatos, até mesmo nossa relação com Deus tem sido assim: Queremos respostas imediatas! Nós não temos facilidade para transferir para um outro momento, uma situação de prazer. Falta-nos disciplina para isto. A maioria das pessoas endividadas, não está por causa de problemas de saúde ou tragédias, mas porque foram incapazes de dizer não, a um que exigiria deles um gasto que eles não podiam assumir, ou uma vitrina que se tornou extremamente atraente que levou-os a colocar o débito no cartão de crédito, rolando a dívida para o mês que vem para cobrir com dinheiro que eles não têm de onde tirar. Assim, perdem a paz financeira.

Pessoalmente, tenho estipulado alguns princípios básicos para encontrar esta paz, uma vez que tenho descoberto que desequilíbrio financeiro gera alguns sérios problemas em nosso pastoreio: Nossa atenção se divide, as brigas no lar se tornam mais freqüentes, nossa ansiedade aumenta, as coisas básicas começam a ficar atrasadas: cheque especial, contas pessoais e mensais como aluguel, luz, água, escola das crianças, aumento do debito no cartão de credito, etc.

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Princípios que podem (re) orgaznizar sua vida financeira:

1. Quite seus débitos - Fala-se muito hoje em "juro-composto", o juro que se acumula em nossa conta, o antigo "juro sobre juro". Qualquer débito com juros atuais como os que temos no Brasil, ou mesmo juros baixos são capazes de distender sua economia. Se você já esta devendo, a melhor forma de se livrar e vendendo alguma coisa para sair deste circulo vicioso de receber seu salário para pagar as contas vencidas, tendo todo seu salário já comprometido. Duas sugestões podem ser feitas para se quitar: (a) - Corte as gorduras e não crie outros débitos, veja se e possível quitar apenas eliminando gastos, se possível, você pode alcançar este equilíbrio mais rápido. Comece pagando as dividas menores para a maior (isto tem um efeito psicológico- você começa perceber que seus esforços estão valendo a pena) (b) - Não fique a mercê de nenhuma financiadora, agiota ou banco- Caso sua situação seja mais grave, se necessário, venda seu carro e compre um mais velho, ou então, ande de ônibus um pouco, sua vida vai ficar um pouco mais complicada, mas vai valer a pena o esforço. Disciplina é boa para o corpo, mas é melhor ainda para a alma.

Debito prolongado e mal planejado tem a ver com disciplina pessoal da alma, revela nossa incapacidade de viver com o que temos, seja qual for o salário que recebemos.

2 - Planeje sua vida a longo prazo - Isto é, não coma a sobremesa antes da janta. Muitos gastam seus dias viajando, passeando, comprando roupas desnecessárias e indo a restaurantes, sem possuírem um projeto a longo prazo: aposentadoria, entrada num apartamento (casa). Não conseguem adiar um prazer imediato, não são capazes de planejar para comprar um video-cassete ou carro, compram a prestações, juros altos, esquecendo-se que com o juro que pagam comprariam dois aparelhos...Compra a vista ainda tem desconto...

3 - Faça as coisas trabalharem para vocês - Muitos vivem correndo atras do dinheiro, mas poucos colocam o dinheiro para trabalhar para eles. Por exemplo, ao comprar um imóvel e aluga-lo, você pode reforçar seu caixa, aquilo se torna uma entrada extra. Quando aplica este dinheiro no mercado financeiro, os juros pequenos tornam-se uma bola de neve. Ao invés de trabalhar para pagar juros, seu dinheiro trabalha a seu favor.

O grande princípio de uma vida financeira equilibrada é a coisa mais óbvia de todas, contudo, a maioria parece fazer questão de não saber. Nosso governo, lideranças políticas e famílias ainda não entenderam: Ninguém pode ter paz financeira se não tiver equilíbrio nas suas finanças! Paz financeira começa quando decidimos equilibrar o que ganhamos e o que gastamos. Isto é, quando aprendemos a nos “contentar com o nosso saldo”. Temos vivido verdadeiros tormentos, lares tem sido desfeitos, famílias inteiras tem vivido infernos pessoais, simplesmente porque estamos estressados comprando coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos com o objetivo de impressionar pessoas de quem se quer gostamos. ______________________________________________________________

Samuel Vieira é pastor presbiteriano e atualmente pastoreando a Igreja Presbiteriana de Anápolis-GO. É casado com Sara e pai de Priscila e Mateus.

Samuel Vieira

EVANGELIZAçãO NO MERCADO PóS MODERNO

Um dos meus melhores amigos — que não se considera cristão — me disse que às vezes se surpreende pensando que, se Deus existe, não deve gostar da banalização que é feita do seu nome. Um conhecido colunista da mais lida revista semanal do país reclamou da superexposição do sagrado em nossa cultura. “Menos deus, por favor” foi o seu desabafo.1 É um alerta. Não é à-toa que o segmento dos não-religiosos está entre os que mais cresceram na década de 90.

Qualquer reflexão ou ação evangelizadora, transcultural ou não, deve levar em consideração as mudanças que estão acontecendo ao nosso redor e que afetam a todos nós, assim como as instituições, sejam elas eclesiásticas ou não, nas quais estamos envolvidos.

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Vivemos num mundo de extremas transformações, que afetam todos os aspectos da nossa existência. Temas como pós-modernidade e globalização podem não evocar sentimentos muito confortáveis. Mas não podemos ignorar os seus efeitos, se desejamos nos manter responsavelmente engajados no projeto de levar o evangelho até os confins da terra.

A influência que este momento extraordinário exerce sobre o modo como vivemos, trabalhamos e comunicamos as boas novas de Jesus Cristo representa um desafio singular para a Igreja. Mais do que isso, está reestruturando a vida daqueles que pretendemos alcançar com o evangelho, assim como as instituições formadoras de opinião.

Neste breve artigo não podemos deixar de fazer alguns registros que sirvam de parâmetro para nossa reflexão sobre a evangelização. Partimos do pressuposto de que as forças da pós-modernidade e globalização, por assim dizer, estão presentes na vida política, tecnológica, cultural, econômica e religiosa; e essas forças afetam direta ou indiretamente sistemas políticos, tradições, valores, formas de pensar e agir, gostos — enfim, a vida da maior parte das pessoas. 

Essas forças afetam também as instituições, sejam elas governamentais ou não, privadas ou religiosas. Desse modo, no início deste novo milênio, a Igreja precisa repensar o seu papel e reavaliar as suas práticas.

Esta sensação de fragilidade que experimentamos é também um reflexo da inadequação das instituições que, até o momento, serviram de referência. Precisamos reconstruí-las a partir do resgate de parâmetros encontrados nas Escrituras e na história da Igreja.

Quem é a pessoa que queremos impactar com as boas novas de Jesus Cristo, no início do terceiro milênio?

Segundo um filósofo contemporâneo, “o homem moderno é o que experimenta a sensação do estranho, não tem certezas estabelecidas, apenas dúvidas”.2

A cada dia, somos levados a conviver com novas tecnologias, mas, no fundo, parecemos nômades no deserto, exilados do único lar que conhecíamos. Uma das características desta época é o não-pertencimento, representado pelos “sem-lar”, a exemplo do filho pródigo, que, após ter saído de casa, passou a viver “ num lugar distante” (Lc 15.11-32).

A sociedade que adentra o terceiro milênio é cativa da visão pós-moderna que nada vê além da fragmentação e que, como uma nau à deriva, afirma a “dissolução da totalidade, do grande relato, da interpretação abrangente e histórica”.3

Como é a paisagem religiosa no início do terceiro milênio? Ao contrário do que foi apregoado pelos profetas da modernidade, as sociedades modernas não decretaram o fim da religião mas viram surgir uma recomposição do campo religioso. Longe do controle e tutela institucionais, abriram-se novos espaços para a multiplicação de formas originais de crença.

Por um lado, a religião é relegada a um lugar secundário na sociedade. Por outro, cresce o interesse e a demanda por temas e práticas de caráter espiritual, nas formas mais variadas e diversas possíveis. Este processo — que acontece sem que possa ser controlado pelas instituições religiosas legitimadoras das crenças — é facilmente observado pela multiplicação de símbolos e discursos religiosos que formam esse sincretismo religioso que vemos por toda parte.

Num contexto fértil como este, em que testemunhamos diariamente a emergência de formas inesperadas de sociabilidade religiosa, é preciso buscar e explorar novos rumos que permitam que ações evangelizadoras se concretizem de forma dinâmica e criem raízes. 

Todos os que se interessam pela evangelização devem prestar atenção ao cenário que se forma, no qual os atores são as ovelhas sem pastor que estão sendo “horrendamente tatuadas pelas complexidades” dos dias em que vivemos. E, em dias como estes, devemos tomar todos os cuidados para que haja entre nós motivo ou razão para que aqueles que nos observam venham a desdenhar de nós e se distanciar dos caminhos de Deus.______________________________________________________________

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Extraído e adaptado da Introdução ao livro de mesmo título, publicado pela Editora Ultimato, em Novembro de 2003. Para maiores informações sobre o livro consulte o site: www.robsonramos.com.br

Notas

1. MAINARDI, Diogo. Menos deus, por favor. Veja, São Paulo, 11 jun. 2003, p. 127.2. BORNHEIM, Gerd. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 jul. 1995. 3. IANNI, Octavio. A sociedade global. Boletim do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências da Religião (Pontifícia Universidade Católica), São Paulo, [ANO, Nº], p. 180-181.

Robson Ramos

LIDANDO COM PESSOAS DIFíCEIS

Certamente que eu e você interagimos com pessoas difíceis numa base diária. Pelo fato de estarmos investindo a nossa vida no ministério, a freqüência do contato com pessoas difíceis é bem mais maior do que gostaríamos. Afinal, a Igreja permanece como um hospital para pecadores ao invés de um museu de santos.

Freqüentemente vem à minha mente as palavras que li alguns anos atrás em um dos livros de T.S Elliot. Ele diz que existem muitas pessoas as quais falamos com dificuldade e outras com as quais tudo que falamos parece ser em vão. Quão verdadeira é esta afirmação!

Felizmente, existem uma série de livros que tratam especificamente desta matéria. Partindo de um sólido ponto de vista cristão, eu li oito livros, todos eles publicados em meados da década de 1980 com relação a esta temática. Mas a lista de publicações nesta área é muito mais extensa do que as obras que eu tive oportunidade de ler.

Uma vez que o problema é tão real no trabalho da igreja, é absolutamente essencial que tenhamos uma clara compreensão do mesmo e desta forma possamos desenvolver uma eficiente habilidade em como lidar com tais indivíduos. Apesar do desconforto que isso nos traz, o fato é que como ministros nós não podemos fugir de tais desafios. Como Cavett Robert nos diz: "Muitas pessoas podem aprender a lidar com coisas, mas são poucos que se tornam especialistas em lidar com gente." Eu absolutamente creio que no ministério nós temos que fazer ambos.

Apesar de existir situações que estão acima da nossa habilidade de resolver, eu estou convencido que a maioria dos problemas na igreja podem ser corrigidos. Para este fim precisamos investir tempo, exercitar paciência e em oração comprometer as questões ao Senhor. A natural tendência humana é a de evitar as pessoas que são antagonistas na sua natureza ou aquelas que de alguma forma tem nos ferido. Talvez a melhor maneira seja a de ir ao encontro dessas pessoas e na dependência do Espirito Santo descobrir o que está errado e a seguir, tomar os passos que sejam necessários em direção a uma resolução. 

Mesmo quando as coisas não seguem uma direção satisfatória aos nossos olhos, pelo menos poderemos ganhar uma paz de mente ao nos darmos contas que fizemos aquilo que era correto e próprio de se fazer. Em muitos casos conflitos surgem em função de maus entendidos. E isso pode ser corrigido através do diálogo. Por outro lado se mostramos que não temos interesse e se viermos a ignorar o problema, o conflito pode se estender e causar uma ferida permanente.

Como em qualquer situação, alguém tem que tomar a iniciativa e nós como líderes estamos em uma melhor posição para tomar a iniciativa e desta forma corrigir e anular conflitos. Já faz algum tempo que na minha vida de um modo geral eu venho seguindo o prático conselho do famoso poeta alemão Goeth: "Trate as pessoas como elas fossem aquilo que elas deveriam ser e desta forma você irá ajuda-las a se tornarem o que elas são capazes de ser."

O desafio que é comum a todos nós em posição de liderança é o de temperar o nosso discurso com sal e fazer com que a nossa vida venha a refletir o amor de Deus em ação através das nossas vidas.

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Concluindo, é saudável lembrar o que o Dr. Alan Redpath certa vez declarou: "Se você é um ministro cristão, você estará sempre em crise, seja no meio de uma, saindo de uma ou entrando em uma."

Dr.Synezio LyraMembro do Colegiado de PastoresFirst Presbyterian ChurchBoca Raton, Florida, USA

Synezio Lyra

O PEQUENO "EXTRA"

Há pouco tempo atrás, conversando com um jovem pastor que está prestes a iniciar a sua carreira ministerial, esse jovem moço me disse: “Nélio, a “competição” entre liderança e igreja está muito grande e às vezes eu me pergunto, eu que estou iniciando, como é que vou sobreviver no meio desse clima? O mercado evangélico está demandando uma performance extraordinária dos seus lideres, como é que eu vou sobreviver?” 

Eu disse para ele: “O seu desafio, não é tão grande quanto você imagina. Tudo o que você tem de fazer é transformar pessoas comuns em pessoas extraordinárias.” Ele me arregalou os olhos e me fez a pergunta inevitável que se resumiu em apenas uma palavra: “COMO?”

Sobre um pouco do que conversamos naquele dia, eu quero colocar aqui nesse pequeno artigo. Por mais impossível e simplista que possa a minha resposta parecer, o fato é que realmente a coisa não é tão difícil e nem complicada se você apenas parar para pensar. Afinal, o que é uma pessoa extraordinária? Permita-me responder: Uma pessoa extraordinária é alguém que consistentemente faz coisas simples e ordinárias que a maioria das pessoas não quer fazer. 

Portanto, se realmente queremos que as nossas pessoas ordinárias se tornem extraordinárias, tudo o que temos de fazer é dar a elas razões muito fortes para que elas façam as coisas ordinárias que via de regra as pessoas não irão fazer. 

Gente extraordinária

Vamos para a prática: uma pessoa extraordinária não tem que necessariamente ser uma pessoa extraordinariamente talentosa. Muitas pessoas, com grande conhecimento e habilidades, estão apenas indo regularmente em suas profissões, enquanto que outras, com muito menos talento, estão indo extremamente bem.

O fato é que sucesso está à disposição de qualquer pessoa que está disposta a aprender alguns poucos princípios e consistentemente colocá-los na prática da vida diária. O seu povo pode ser formado de gente extraordinária se eles estiverem dispostos a exercer e praticar um persistente esforço.

O tipo de qualidade que define um líder ou um ministério em particular, raramente vem em função de uma ação espetacular. A qualidade vem através de que chamo de “aprimoramentos incrementais”.

Veja esse exemplo: O bem sucedido empresário Fred Friendly fundou e estabeleceu a companhia de entregas Federal Express com base numa idéia portentosa: a promessa de uma entrega de pacotes em 24 horas, absoluta e positivamente em 24 horas. Porém a reputação da Federal Express foi construída – ao longo dos anos - no cumprimento dessa promessa com inúmeros pequenos aprimoramentos ao longo da jornada como empresa.

Você não precisa ser uma Federal Express a fim de fazer entregas com a mesma qualidade de serviços. O que você pode fazer, independente do negócio que você estiver envolvido, é aprimorar incrementalmente as suas atividades. Portanto, a chave é ajudar o seu povo a cultivar uma cultura de excelência e fazer com que isso se torne rotina na sua vida diária. Por quê? Porque uma atitude de excelência tem a habilidade de transformar pessoas ordinárias em

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extraordinárias. Pessoas ordinárias aceitam 99% como suficientemente bom ou como bom demais. Pessoas extraordinárias sabem que se 99% for o alvo, eles podem um dia se transformar numa história de horror. Gente extraordinária é aquela que busca por um padrão de qualidade que traça uma clara distinção entre os seus competidores.

Uma questão de identificação

Outro dia vi um anúncio que dizia: “A chave para um marketing eficiente é identificação.” Fiquei pensando... isso realmente é verdade! Quando as pessoas começam a ver a si mesmas usando e se beneficiando diretamente dos seus produtos ou serviços, elas se tornam interessadas.Quando as pessoas podem instantaneamente identificar um determinado valor em algo que lhes é oferecido, elas passam a crer naquilo que está sendo anunciado.

Quando elas vêem maiores vantagens nos recursos que você pode oferecer versus os recursos que elas estão usando no momento presente, elas vão ficar curiosas para saber mais daquilo que você pode oferecer.Quando elas se dão conta de que o que você pode fazer por elas tem mais valor do que aquilo que elas estão obtendo, elas serão desafiadas a se entregarem com mais paixão a uma determinada causa. 

Porém, excelência tem que ter início no coração do líder e isso significa que excelência tem que ser primeiramente internalizada. Claro que temos que vender excelência para o nosso povo, mas excelência tem que fazer parte do nosso DNA antes que possa ser propagado, isso porque um dos princípios fundamentais de liderança é: As pessoas fazem aquilo que as pessoas vêem.

Liderança de ontem e liderança de hoje

No passado era centralizada em alguma coisa que chamamos de controle. Aqueles que tinham mão forte eram os que reinavam. Em outras palavras: o líder deixava bem claro quais eram as suas expectativas e checava para ver se o trabalho estava sendo feito. Esse tipo de liderança já deixou de ser eficiente há muito tempo atrás. Em vez de controlar, temos que aprender a influenciar. Novamente, aqui – como igreja – temos que aprender com o mundo empresarial. No mundo empresarial da atualidade mais e mais decisões estão sendo tomadas de baixo para cima; decisões tomadas com prestação de contas e avaliações em todos os níveis. 

No ministério é perfeitamente possível encontrar as pessoas certas para o lugar certo, ou seja, usando a nossa linguagem cristã: pessoas com dons espirituais a fim de servir no Corpo de Cristo. Como resultado, teremos uma maior satisfação de fazer ministério, uma mais acurada qualidade de trabalho e espírito de equipe.

Permita-me enumerar algumas qualidades que são comuns a todos os líderes extraordinários: 

Ensinabilidade – Líderes extraordinários são aqueles que estão abertos a novas idéias, a novos métodos; maneiras novas de fazer as coisas. São aqueles que estão abertos a ouvir, observar – e acima de tudo – a constantemente aprender.

Adaptabilidade – Líderes extraordinários são aqueles que estão desejosos de se ajustar e se adaptar às constantes mudanças.

Flexibilidade – Líderes extraordinários são aqueles que estão dispostos a realmente interagir com pessoas – a lidar com pessoas de muitos e diferentes dons, temperamentos e estilos de comportamento.

Criatividade – Líderes extraordinários são aqueles que se arriscam, tem pavor do status quo e, portanto estão dispostos a errar, cair, se levantar e aprender com seus erros. São aqueles que encorajam outros a seguir o seu exemplo.

Sensibilidade – Líderes extraordinários são aqueles que têm uma consciência clara das suas necessidades, interesses e preocupações com necessidades das outras pessoas.

ConclusãoVocê pode desenvolver tais líderes extraordinários e uma extraordinária força de trabalho se você – primeiramente – estiver disposto a providenciar oportunidades para que eles aprendam e apliquem o que

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eles tem aprendido.

Lembre-se que a diferença entre o ordinário e o extraordinário é apenas um pequeno extra.

Dê ao seu povo uma porção extra de instrução e desenvolvimento. Compartilhe com eles uma medida extra de entusiasmo. Desafie-os a colocarem um pouquinho extra na vida das pessoas com as quais elas trabalham e com os seus clientes. Esses pequenos extras acrescentados irão lhe render um desempenho extraordinário.

Eu desejo a você um sucesso extraordinário!Nélio DaSilva

OLá, TEM ALGUéM EM CASA?

“Você nunca me escuta!” Estas palavras foram ditas por Andréa, entre lágrimas e soluços. Repentinamente senti-me como se estivesse sem equilíbrio. O que é que está acontecendo? Já faz 15 anos que sou o pai de Andréa, e 8 que sou psiquiatra. Fui especialmente treinado para ser um ouvinte profissional que pode ler sinais não verbais, e a detectar as entrelinhas, prestando toda a atenção, para depois oferecer minha resposta empática.

Então era natural que eu fosse tentado a explicar à minha filha que ela estava enganada na sua acusação. Andréa era uma adolescente. Ela certamente não poderia ser compreendida por seu pai. Mas, excepcionalmente fiquei, calado e deixei que Andréa pusesse para fora o que tinha a dizer. Lentamente sua historia se formulou, pontilhada de pequenos soluços de angústia. Ela descreveu a sua tristeza e seu sentimento de inutilidade. Se sentia abandonada por seus amigos e rejeitada por mim. Disse até, que às vezes, tinha vontade de dar um fim na sua vida.

Queria fazer Andréa parar de falar, para poder logo lhe dizer que ela não tinha razão de sentir-se como ela se sentia. Estava sendo muito difícil ouvi-la, mas estava determinado a escutar tudo que ela tinha a dizer. Quando terminou, disse-lhe a respeito da minha preocupação, e a segurando-a em meus braços.

Após alguns minutos, as lágrimas pararam. - Obrigado, Papai, tudo vai ficar bem., disse Andréa. Depois, com um pequeno sorriso ela acrescentou: - “E obrigado por não me fazer um sermão.”Este incidente me sacudiu. Ele deixou claro que existia um abismo entre minha maneira “profissional” de ouvir e o que eu fazia em minha própria casa. Era capaz de passar seis ou sete horas ouvindo eficientemente as pessoas envolvidas em nosso ministério de aconselhamento, mas ao chegar em casa , a poucos metros de distância , estar completamente distante distraído e surdo para os meus próprios familiares.Minha história talvez não o surpreenda. Talvez até se pareça com a sua. Em minha prática de aconselhamento, tenho ouvido narrativas semelhantes a esta dos lábios de centenas de pastores e suas esposas.

POR QUE NÃO OUVIMOS

Depois de ouvir pessoas infelizes, queixosas e exigentes o dia todo” disse-me um pastor sinto-me desgastado e não quero ouvir mais nenhuma palavra de ninguém.

Não podemos negar ou escapar à realidade do cansaço. Ouvir eficientemente por muitas horas consome uma energia Como um pastor disse recentemente: - sinto-me totalmente desgastado quando tenho de me relacionar com um grupo de pessoas por 8 horas. Eu preferiria estar rachando lenha do que fazer isso. Então quando chego em casa e vejo minha esposa Joyce e

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meus três filhos, todos desejando a minha atenção, eu tenho vontade de correr!.... 

E ele corre mesmo, concorda sua esposa. Diretamente para a TV ou seu computador. Talvez nem mais o vejamos pelo resto da noite!Ouço outro tipo de frustração bastante comum entre os pastores, dizem tentar ouvir suas esposas, presumindo que desejam soluções para problemas ou opiniões - Nada do que os maridos dizem parece que ajuda. Não ouço minha mulher, um dos pastores admitiu, porque não tenho a menor idéia do que ela quer. 

Joe, pastor que foi preletor num retiro recente, sem dúvida falou por muitos outros homens quando disse: - Sou um solucionador de problemas. Sou pago para isso. Empregados e membros da igreja me procuram para lhes aconselhar. Eles me contam os seus problemas e lhes dou as respostas, e eles as aceitam, me agradecem profusamente e deixam a sala.Mas, acrescentou: - Quando chego em casa, e Ann começa a falar, tento descobrir qual é o problema. Quando penso que descobri do que se trata, dou-lhe minha solução, ou mostro-lhe por que ela não deveria se sentir do modo como se sente. Mas o que lhe digo não é aceito e logo começo a ficar muito frustrado: “Bem, você me perguntou o que acho, não foi? Disse-lhe o que acho e agora você não ficou contente. O que você quer que diga?”.

Posso lhes assegurar que Ann saiu tão frustrada quanto Joe.A noção de que ouvir com atenção é a solução, deixa muitos homens confusos. Que bem pode fazer só ouvir? Entretanto a mensagem que ouço de minha esposa, Melissa, é a mesma que ouvi de Andréa e de todas as mulheres dos grupos de aconselhamento que dirijo. Quando uma mulher percebe que está sendo ouvida, se sente valorizada!

Outra razão pela qual pastores não são bons ouvintes em casa, é que eles não querem ser criticados. Um marido que arrasta a sua carcassa cansada pela porta da frente pode estar sentindo-se arrebentado depois das lutas do dia. Quando sua família o saúda com uma lista de queixas, ele entra em ebulição. Um pastor confessou-me que em muitas tardes tinha azia ao voltar para casa. Freqüentemente fazia um retorno para fazer uma visita ao hospital quando já estava a apenas uma quadra da sua casa. Ele achava horroroso ter de enfrentar uma metralhada de críticas que, bem sabia, aguardava-o em casa.

Não é surpresa que, ao evitar de ir para casa, parecia como que o abandono da família. Quando finalmente voltava para casa, já não o aguardava ali nenhum carinho ou admiração, e a sua expectativa de que seria recebido com ira, geralmente se concretizava. A família estava realmente presa a um circulo vicioso.

APRENDENDO A REESTABELECER CONTATO 

A boa notícia é que você não precisa permanecer preso nestas espirais. Compreendi que podia levar meus ouvidos comigo para casa, naquela pequena caminhada do escritório até lá. Alguns ajustes no meu comportamento e atitude ajudaram muito.

A primeira mudança começa cada dia, na porta do meu escritório, lugar onde exerço o meu ministério. Quando fecho-a atrás de mim para ir para casa, conscientemente escolho deixar os cuidados do dia lá dentro. Descobri que eles estarão lá, fielmente me esperando, quando volto na manhã seguinte.

A Segunda atitude, é mentalmente mudar as engrenagens do “terapeuta Louis” para “Louis, o marido e pai”. Faço isso primeiramente olhando para as Montanhas Rochosas nas proximidades e agradecendo a Deus por toda a graça que cobre a minha vida. Em seguida tento me lembrar de alguma qualidade positiva a respeito de Melissa e de nossos três filhos, como a criatividade ou o senso de humor peculiares. Finalmente reflito: como o dia deles deve ter sido? Penso em maneiras possam mostrar meu interesse em suas vidas.

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Nesta altura, já estou chegando em casa e num estado mental completamente diferente.

Tenho de admitir que recebo ajuda muito importante de Melissa. Ela reconhece as minhas necessidades quando chego em casa, vindo do trabalho. Quando os nossos filhos ainda viviam em casa, até eles aprenderam a me dar algum espaço e tempo para me desafogar. Compreendia que precisava de amor e afeição, e que eu não iria desaparecer. Assim, geralmente podia saber que teria um período de calma antes que eles apresentassem suas próprias necessidades.Creio que agora você estará pensando com os seus botões, “Pensava que este artigo fosse sobre como ouvir!”. De fato, ele é sobre isso! O passo mais importante para se poder ouvir bem é se conscientizar a respeito das barreiras e do aprendizado, para se poder criar o ambiente mais amistoso possível. O resto é apenas o seu esforço para realizá-lo. Estas diretrizes o poderão ajudar:

1. Avalie o seu estilo de ouvir. Uma vez que você reconheça as várias maneiras de ouvir (e aquelas que pretende usar), você estará melhor preparado para mudar as engrenagens entre o escritório e o lar. No livro “Connecting With Self and Others” (Conenctando consigo mesmo e com os outros) os autores Sherrod Miller, Daniel Wackman, Elam Nunally e Phyllis Miller identificam três estilos diferentes de ouvir: 

• Audição Persuasiva que acontece quando você ouve só o suficiente para formular a sua resposta e então interrompe a conversa para poder controlar a situação. Esta foi a minha maneira típica de tratar meus filhos. Andréa estava certa.• Audição Diretiva, na qual você busca esclarecer a informação conduzindo a outra pessoa através de suas perguntas escolhidas. (Pastores, médicos e professores freqüentemente fazem perguntas cujas respostas darão as informações que desejam saber.• Audição com Atenção tem o propósito de descobrir as idéias ou sentimentos da outra pessoa. Você encoraja a pesoa sem dirigir o rumo da conversa. (Esta maneira é excelente para estabelecer contato e compreensão. Raramente é usada mas é um alívio poder experimentá-la.)

2. Exercite-se em prestar toda a atenção. Deixe o jornal de lado, desligue a televisão (não tire o som apenas!) saia do computador (estou informado de que isto é possível). Em seguida, encare a outra pessoa de frente, faça contato com os olhos e talvez diga a ela que você está contente de ver que ela pode passar algum tempo com você. Até mesmo um toque físico faz bem.

A parte mais difícil disto parece que está em nossas atitudes. Lembro-me da sabedoria de um fã de esportes que disse: - Quando estou em casa e há um jogo importante na TV, gosto de me focalizar totalmente no jogo. Mas, finalmente, cheguei a conclusão de que já vi tudo que se passa ali: as grandes bolas, os passes, dribles e tiradas. Na verdade o grande jogo que estava perdendo era o que acontecia no meu próprio casamento e na minha família. Isto facilitou muito para que eu desligasse a televisão mais do que depressa. Depois de uma pausa e sorrindo ele disse: Além disso, quando o jogo é mesmo excepcional ele é re-transmitido mais de dez vezes depois na ESPN (canal de esportes)...”

Se você acha que não pode mesmo ser interrompido, numa situação mais rara do que queremos admitir, você pode dizer - Aguarde-me por meia hora e depois conversaremos com calma.

3. Aprenda a fechar o ciclo de comunicação. Verifique com freqüência com a outra pessoa, se você entendeu corretamente o que ela passou para você - Um método eficiente é parafrasear o que ela disse.Assusto-me em verificar como minhas interpretações, às vezes, podem estar distorcidas.

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Naturalmente isso ocorre porque a pessoa provavelmente não expressou corretamente o que ela queria dizer, mas aprendi que mostrando este fato para ela só piora o relacionamento. - E por que voce já não disse isso antes..? Talvez você se sinta sem jeito ao tentar se certificar de que está entendendo e de que ouviu corretamente, mas comer com garfo também deve ter sido sem jeito a princípio.

4. Assuma a responsabilidade por sua reação. Quando você realmente ouve a outra pessoa, isto até certo ponto afetará você. Você escuta e interpreta as palavras e os sinais não verbais. Dependendo do contexto e do relacionamento, você poderá interpretar mal a mensagem. Em nossos grupos de aconselhamento temos visto muitos indivíduos ouvirem uma mensagem negativa, enquanto os outros todos na sala ouvem uma positiva.

Quaisquer que sejam suas interpretações, você pode escolher como vai reagir. Compreendendo este processo pode até ajudá-lo a se comunicar bem com sua esposa também.

Podemos ter uma “dica” do teólogo Paul Tournier, que contou de que modo aprendeu a ouvir sua esposa, Nelly, e a permanecer em silencio diante de Deus, no seu relacionamento conjugal: "Nelly tinha escrito - Você sabe que é meu professor, meu médico, meu psiquiatra e até meu pastor, mas você não é meu marido."

Levei meses para ver e compreender isto, e anos para ver o significado total disto. Até minha religião consistia de idéias a respeito de Deus, Jesus, o homem e salvação. Quanto a minha esposa, eu fazia sermões para ela, dava-lhe aulas de psicologia, filosofia e tudo mais... mas sentimentos, ansiedades e desesperos, não sabia compartilhar. Tudo isto aprofundava cada vez mais o nosso longo silêncio. Mas esta conscientização transformou o nosso relacionamento! Eu aprendi realmente a ouvir a minha esposa.

É irônico, não é mesmo? Pastores e conselheiros são treinados para ouvir com atenção a qualquer um que entre pelas portas do escritório. Mas, freqüentemente, a melhor maneira de ouvir nossas famílias é abandonar o profissionalismo quando saímos porta afora e nos dirigimos para casa.

Louis McBurney

EXCELENTES RECURSOS

Quando as pessoas pensam alcançar um determinado alvo ou sonho, frequentemente elas iniciam essa trajetória verificando os seus recursos, a fim de determinar se podem ou não obter ou alcançar aquilo que desejam. É sábio agir dessa maneira. Mas onde a maioria das pessoas falham, nessa fase da empreitada, é que elas tendem a se concentrarem na utilização dos recursos errados. 

Exemplo: de modo geral, a maioria das pessoas se concentram na questão financeira. Para elas dinheiro é fundamental e se perguntam: “Quanto dinheiro eu tenho?” Óbvio que temos que ter os recursos financeiros, mas o dinheiro – ao contrário do que muitos pensam – não é o maior de todos os recursos. Na realidade existem outros recursos que são mais importantes e com toda certeza, muito mais impactantes que dinheiro

Dê uma examinada na pequena lista que lhe dou abaixo. Se você tiver dinheiro, mas não tiver essas qualidades, você não irá muito longe, ainda que tenha todos os recursos financeiros disponíveis. Por outro lado, se você tiver essas qualidades, mas ainda existirem carências no departamento de dinheiro, mesmo assim você poderá ir em busca e, eventualmente, alcançar o sonho ou alvo desejado.

1. Desejo. O primeiro passo rumo a realização de um sonho, de um alvo a ser alcançado, tem como base e

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fundamento o desejo de realmente alcançá-lo. Por desejo, quero dizer, uma pré-disposição de pagar um preço, ainda que alto para conquistar o que deseja ser conquistado; em outras palavras, é ter no coração aquele fogo que não é consumido em tempo algum. Assemelha-se à atitude do personagem de Alex Houxley da série “Raízes” em que o seu maior desejo na vida era sentir o gosto da tão sonhada liberdade e se ver livre das cadeias e da argola de escravo que carregava em seu pescoço.

Desejar algo com intensidade é muito mais do que uma simples vontade passageira. À semelhança do profeta Jeremias, é algo que lhe queima por dentro, algo profundo e ardente em seu coração, sempre presente em sua mente. Pergunta: você tem esse tipo de desejo? Se tem – tudo é apenas uma questão de tempo - você realizará aquilo que sonha realizar.

”São poucas as pessoas - comparativamente falando -, que sabem realmente o que é desejar com a suficiente intensidade. Essas pessoas não sabem o que é sentir e manifestar um intenso, amoroso, faminto, insistente e persistente desejo; algo semelhante ao do homem que está se afogando e que precisa desesperadamente de ar, ou como do homem perdido e sedento num deserto que busca com paixão por um pingo d’água, ou pelo faminto que busca um pedaço de pão.” Robert Collier

2. Visão.Robert Schuller disse certa vez: “As pessoas não têm problema de dinheiro, elas têm contínuo problema de visão.” Se você tem visão por alguma coisa, você irá atrair o dinheiro que você precisa. É a visão que tem a habilidade de atrair outros visionários para um plano espetacular, para um Grande Panorama, de promover grandes conspirações contra o império das trevas. Você pode, honestamente, afirmar primeiramente a você mesmo que traz consigo uma visão sobre aquilo que deseja alcançar? Você pode ver a realização tão desejada, já concretizada, mesmo que ela esteja ainda na fase embrionária? Você pode ouvir o seu barulho? Pode sentir o seu aroma?

Quão grande é a sua visão? É algo minúsculo, pequenino, insignificante incapaz de empolgar alguém? Ou é alguma coisa tão grande e significativa como um grande magneto com um grande poder de atração? Se você tem uma arrojada visão e forte desejo de ver o seu plano e sonho se concretizarem, isso certamente ocorrerá, não importa quanto dinheiro você tenha ou não tenha.

3. Persistencia. “Nada neste mundo pode ocupar o lugar da persistência. Talento não pode ocupar; nada é mais comun do que pessoas que não alcançaram sucesso apesar de muito talentosas. Geniosidade não ocupará. Genios que nunca foram reconhecidos é algo tão comum que é quase um provérbio. Instrução não ocupará. Esse mundo está cheio de gente instruída mas que nunca alcançaram seus objetivos. Persistência e determinação são onipotentes.” Calvin Coolidge

É uma prática incontestável na vida, que as pessoas que realmente alcançam seus objetivos são aquelas que simplesmente desistem de desistir. A verdade é que muitas são as vezes que um determinado prêmio é perdido porque não perseveramos o suficiente. Riqueza, talento, geniosidade e instrução são elementos importantes, mas eles não podem e jamais poderão tomar o lugar daquela pessoa que possui uma tenacidade, uma perseverança a toda prova.

Pergunta: Você persiste mesmo quando as coisas ficam muito dificeis e os obstáculos aparentemente se tornam intransponíveis? Quando o alvo parece ser algo simplesmente inatingível...você desiste ou você se levanta altaneiramente disposto a perseguir o seu sonho, até vê-lo concretizado? Se você persistir, você irá alcançar o seu sonho mesmo que você não tenha os recursos financeiros.

Conclusão –Ao longo da minha vida, tenho observado que homens e mulheres deste mundo, que conseguiram a concretização dos seus sonhos foram pessoas que não encontraram facilidades à sua frente. Eles enfrentaram momentos de pavor. Muitos medos. Medo da perda. Medo da humilhação. Medo do fracasso. Mas o que distingue essas pessoas do restante do mundo é que todas elas – sem exceção – foram pessoas de grande persistência. Quando uns desistiam, eles persistiam mesmo sem os recursos financeiros e outros preciosos recursos que eles simplesmente não possuiam. Eles apenas tinham um sonho – um grande sonho – e a coragem de seguir em frente, sem se importar com o custo. Paulo, o notável apóstolo do Novo Testamento e o maior plantador de igrejas de todos os tempos, é um exemplo claro de tal determinação. (Atos 20:24; Filipenses 3:12-13.)

”Coragem não é a ausencia de medo; coragem é seguir em frente apesar do medo.”

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G.K. Chesterton

Qual é o seu mais precioso recurso? Com certeza não é dinheiro. Certamente que existem recursos muito mais excelente do que o dinheiro conforme compartilhei com você. Desejo, Visão, Persistência podem fazer toda a diferença do mundo e eles podem ser o presente de Deus a você. Busque-os. 

Nélio DaSilva

5 COISAS QUE EU GOSTARIA DE SABER ANTES DE ENTRAR NESTE MUNDO

Algum tempo atrás eu não pude deixar de rir quando folheei, em uma livraria nos Estados Unidos o livro “Dez Coisas que eu Gostaria de Saber Antes de Entrar no Mundo Real” . A autora é Maria Shriver, esposa de Arnold Schwarzenegger. Eu fiquei pensando comigo mesmo: “Deixa disso Maria...” essa é uma criatura que nasceu e cresceu dentro da dinastia dos poderosos Kennedys e se casou com o maior ator de filmes de ação de todos os tempo e hoje é a primeira dama do estado da California! Deixando Maria de lado, o título do livro dela mecheu comigo e me fez pensar: Quais são as apenas cinco – não dez - coisas que eu gostaria de saber antes de entrar neste mundo tão real? Eis aqui o que eu realmente gostaria de saber, com toda certeza e que demorou um bocado prá eu entender a respeito desta vida: 

1 - A vida não é justa. Por que as pessoas não me disseram isso? Talvez elas tenham realmente me dito, mas eu não ouvi. Aprendi que não devemos levar esse ponto aqui muito a sério não; mas temos que ser realistas, afinal as Escrituras mostram, com riquezas de relato relatos que realmente a vida não é justa. Lição positiva: Portanto, apesar de que o melhor mesmo é aceitar aquilo que vem à nossa frente com a melhor atitude possível, o fato é que temos que, continuamente, dar o nosso melhor, sonhar grandes sonhos e fazer aquilo que é o melhor possível.

2 - As pessoas tem os seus favoritos. É verdade que não é o que você sabe que realmente importa, mas quem você conhece é que realmente faz toda a diferença! Isso porque as pessoas jogam o jogo do favoritismo. Na prática, as coisas funcionam da seguinte maneira: algumas vezes não importa se você é a pessoa mais capacitada ou tem a melhor oferta naquela licitação. As pessoas vão fazer seus acordos com as pessoas que elas realmente gostam e tambem com aquelas que lhes dão um tapinha nas costas, ou com aquelas que realmente sabem massagear outros egos. Lição positiva: Creio que a lição a ser aprendida aqui é que enquanto lutamos para alcançar nossos sonhos, temos que desenvolver uma forte rede de sadios relacionamentos. 

3 - As pessoas vão te decepcionar. Ser uma pessoa que faz o que diz pode ser uma bênção e uma maldição. Bênção porque sou capaz de olhar no espelho e ver a minha própria face todos os dias. Maldição porque a nossa tendência é ter uma expectativa muito alta das pessoas e certamente que as elas irão nos decepcionar porque elas são humanas, pecadoras e trazem consigo a sua humanidade depravada e como consequencia, não cumprem a sua palavra ou fazem aquilo que deveriam fazer. Eu poderia ter economizado muito stress emocional se eu soubesse disso antes de entrar nesse mundo. Lição positiva: Devo dimimuir em muito a expectativa que tenho das pessoas e entender que assim como elas eu também sou falho e necessito constantemente da graça de Deus.

4 - Nem todas as pessoas querem crescer. Ingenuamente eu achava que todas as pessoas gostariam de aprender e crescer. Eu pensava que as todas as pessoas queriam ser melhores e se aprimorar naquilo que elas faziam. A realidade é que a maioria das pessoas não quer crescer. Essa é a razão pela qual existe uma coisa que nós chamamos de “média.” A maioria das pessoas querem mesmo é ficar onde elas estão. Lição positiva: Não posso me conformar com a média. Deus me colocou neste mundo com um propósito, me deu dons e talentos e à semelhança da Parábola dos talentos, vai chegar o dia em que terei de apresentar os dividendos daquilo que me foi entregue.

5 - Casamento demanda trabalho e disciplina. Um bom casamento requer muito trabalho. Quando jovem você pensa: “Vou encontrar a garota dos meus sonhos e com ela viverei feliz para sempre.” O que ocorre é que você se esquece que o seu cônjuge é um ser humano e você também é, na maioria das vezes! Viver debaixo do mesmo teto com alguém que tem as suas preferências, gostos e desgostos, personalidade, intinerários, agendas e sem mencionar alvos na vida é algo que demanda muito trabalho! Lição positiva: numa relação de casamento vão haver oportunidades mil para explodir, mas á também no casamento que estão as maiores fontes de felicidade. Sempre vale a pena investir tempo e

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energia em retirar o que existe de melhor nesta vida.

Bônus: a despeito de tudo que mencionei acima, vale a pena viver esta vida! Nem todas as coisas mencionadas são “positivas” ou dignas de merecimento do nosso foco, mas elas são verdadeiras. Ser positivo não significa enfiar a cabeça num buraco do chão e evitar a negatividade da vida. Ser positivo significa ser realista, compreender os aspectos negativos da vida e optar pelo otimismo. Creio que o melhor cenário é o de lidar com o negativismo – com a melhor atitude possível – e direcionar o foco naquilo que é positivo (Fil 4:8).

A vida é boa, é dom e presente magnífico de Deus e eu posso fazer com que ela seja ainda melhor. Essas são apenas 5 lições dentre tantas que a vida tem me ensinado DEPOIS que entrei nesse mundo tão real. E dai? Bom, pelo menos aprendi essa lições e posso vivê-las pelo resto da minha vida com a maior intensidade possível! E eu espero que você também as viva. 

Nélio DaSilva

DESENCORAJADO?

Todo ser humano enfrenta dificuldades. Scot Peck estava correto quando logo início do seu best seller “The Road Less Traveled” declarou: “A vida é muito difícil.” O fato, porém, é que existem certas pessoas que parecem encarar as dificuldades da vida como um constante desafio, enquanto outras as interpretam como se estivessem constantemente sucumbido frente à voracidade das lutas e dos problemas com que se defrontam.

A verdade é que, quando desencorajados, somos rapidamente tentados a responder a situações de uma maneira pela qual, um pouco mais à frente, muito possivelmente vamos nos arrepender. Em tempos de aflição nós nos isolamos, culpamos pessoas e situações, fazemos deduções negativas, desistimos ou até mesmo seguimos em frente, só que com todos esses sentimentos acima fervilhando em nosso ser oprimido e tumultuado.

Nas Escrituras lemos sobre pessoas que experimentaram grande desencorajamento. Examinemos alguns exemplos e vejamos a fonte de tal sentimento. 

1 – Raquel não podia ter filhos. Certo dia, em completo desespero e profundo desencorajamento ela exclama ao seu marido: “Da-me filhos, senão morrerei.” (Genesis 30:1). O desencorajamento de Raquel veio como resultado de uma situação de ressentimento contra a qual ela não tinha nenhumcontrole para mudar. 

2 – Quando os israelitas ouviram que os cananeus eram gigantescos e que viviam em cidades fortificadas, “...eles se levantaram e gritaram em voz alta; e o povo chorou aquela noite.” (Numeros 14:1). O desencorajamento deles lhes sobreveio em razão de comprarem a difícil situação frente a qual se encontravam com seus próprios recursos, em lugar de trazerem à memória a realidade dos recursos de Deus. 

3 – Quando os israelitas vagavam pelo deserto, diz a Bíblia que “...o povo se tornou impaciente no caminho.” (Números 21:4). Como resultado eles ficaram desencorajados porque se focalizaram a tal ponto nas dificuldades que chegaram a perder de vista as promessas de Deus e suas provisões. 

4 - Davi estava prestes a ser apedrejado por seus próprios homens, quando eles experimentaram profundo desencorajamento, motivado pela perda de sua família e de seus bens. A experiência “de chão” de Davi veio como fruto de haverexperimentado a rejeição e a incompreensão daqueles a quem tanto amava. A boa noticia nesse episódio é que “Davi se reanimou no Senhor seu Deus.” (I Samuel 30:6). 

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5 – Elias chegou a um ponto tão extremo em seu desencorajamento que pediu até mesmo a morte para si (I Reis 19). Primeiro ele estava fisica e emocionalmente exausto. Segundo – este item talvez seja ainda mais significativo -, ele parecia indicar que estava indo em frente na obra de Deus, só que sem um sentido claro de direção do próprio Deus. A Bíblia registra que Elias foge a fim de proteger a própria vida. Entretanto, não havia nenhuma indicação de que essa era a indicação de Deus. Quantas não são as vezes, em nosso dia-a-dia em que nos encontramos “queimados”, correndo desarvorados de uma lado a outro, sem uma direção clara e definida!...

6 – Em seu profundo estado de desencorajamento Jó declara: “Por que esperar se já não tenho mais forças? Por que prolongar a vida, se meu fim é certo?” (Jó 6:11). Pouco tempo depois vamos ve-lo fzendo uma outra pergunta, e desta vez, especificamente a Deus: “Parece-me bem que me oprimas, que rejeites a obra das tuas mãos e favoreças o conselho dos perversos?” (Jó 10:3). À luz dos sofrimentos de Jó, é possível que venhamos a acreditar que as suas considerações tem algum sentido, quando ele parece concluir que Deus não é justo em permitir que ele (Jó) tenha que esperimentar tamanhos infortúnios.

7 – Numa determinada ocasião Neemias estava tão triste e deprimido que o rei Artaxerxes até mesmo o questionou sobre seu abatimento emocional. Neemias se sentia muito desencorajado porque via que a obra de Deus estava sofrendo um retrocesso. A reconstrução dos muros de Jerusalém era um projeto muito próximo do coração de Neemias, e ele diz ao rei: “Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?” (Neemias 2:3). Quantas não sãs as pessoas que estão se sentindo completamente desencorajadas, porque seus projetos, aos quais deram a vida, se transformaram em nada?

Com base nesses sete contundentes exemplos bíblicos, podemos retirar algumas conclusões a fim de evitarmos certos desencorajamentos. Nós precisamos:

1 – Distinguir entre situações mutáveis e não mutáveis em nossa vida. Não mutáveis são aquelas condições que Deus está permitindo porque visam à concretização dos Seus propósitos.2 - Manter os olhos focalizados no poder de Deus e em Seus recursos.3 – Rever as promessas de Deus e relembrar as maneiras em que Ele proveu no passado.4 – Alegrar-se naquilo que Deus realmente é -, e para isso revendo Seus atributos.5 – Esperar pelo tempo do Senhor. Grandes e importantes decisões não deveriam jamais ter como referencial o desencorajamento, a dúvida ou o mêdo.6 – Ter certeza de que o Senhor é justo, bondoso e extremamente misericordioso, não importa qual seja a situação que venhamos a enfrentar.7 – Compreender que aquilo que pode parecer um retrocesso pode – na realidade – ser a maneira de Deus nos mostrar grandes e melhores planos para o nosso próprio bem-estar e deleite.

Nélio DaSilva

Lutas da Alma1. Apresentação

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15. Sobre Circunstâncias

APRESENTAçãO

Nesta seção tenho como objetivo compartilhar com você as lutas que tenho enfrentado em minha própria alma nesta breve e mui transitória experiência humana. É meu objetivo dividir também com você um pouco da minha humanidade, deixando de lado o profissionalismo, as estratégias, as lideranças e todo aquele lado agradável e bonito que - de certa forma – todos nós gostamos de colocar na vitrine.

As lutas da Alma representam a minha angústia interior em resistir constantemente ao senhorio do meu amado Salvador, que me tem amado obstinadamente, com um amor simplesmente impossível de ser compreendido em termos humanos.

Espero que este diário onde seu conteúdo foi algumas vezes compartilhado com uns poucos amigos, sendo que outros não tiveram acesso a ele, e só agora os exponho ao público, no objetivo de que mediante minhas lutas e fraquezas as pessoas possam ser encorajadas e desafiadas a crer nesse Pai por excelência, nesse Abba Pai que a todo momento nos chama de volta aos seus amorosos braços.

Minha oração é que o conteúdo de “Lutas da Alma” o encoraje a amar com maior paixão o Amante da sua alma.

Nélio DaSilva

FUNDAMENTO DA MINHA ESPERANçA

É Jesus realmente o fundamento da minha esperança? Ou minha esperança está fundamentada em minha habilidade, inteligência, charme, carisma para fazer com que as coisas aconteçam?

Está o meu nome escrito no Livro da Vida, de tal maneira que isso se torna mais significativo do que qualquer outra coisa, a tal ponto que eu possa permanecer alegre e em paz, independente das minhas circunstâncias? Se amanhã eu perder a minha saúde, minha reputação, minha família, será Jesus suficiente para mim?

Senhor, eu creio, mas me ajuda na minha falta de fé! Obrigado por me trazeres esta certeza ao coração pelo instrumento do teu Santo Espírito!

Obrigado, companheiros de oração. Suas orações estão fazendo uma enorme diferença!Nélio DaSilva

FOCO PRINCIPAL

Quando meu foco principal é o ministério, ou outra qualquer circunstância da vida, então estou num GRANDE PROBLEMA, pois me vejo SEMPRE autoconfiante, o pensamento intenso, continuamente preocupado... Na realidade isso na prática significa ausência de alegria, falta de paz – a menos que as coisas caminhem da maneira como desejo ou espero.

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Por outro lado, quando meu foco principal é o Senhor Jesus e, de forma SECUNDÁRIA, vêm o ministério ou outras circunstâncias, a vida cristã se torna leve e gratificante. Passo então a experimentar VIDA, humildade e amor sobrenaturais. Como, afinal, isso se manifesta na prática? 

Não me torno defensivo quando atacado, nem controlador ou “agendoso”; tampouco intenso, cheio de correrias e preocupações. Consigo, isto sim, ouvir as pessoas, me tornando genuinamente gracioso, especialmente com aqueles de quem discordo, ou que exibem desconsideração para comigo. Sou ainda gracioso com irmãos que irritam este auto-suficiente juiz de todos.

Por favor, ore por minha desesperada necessidade de estar focalizado no meu Salvador.Nélio DaSilva

SANIDADE

Sanidade é compreender quão aleijado emocional e espiritualmente eu sou, e quanta necessidade tenho do Salvador a fim de que me resgate de mim mesmo a cada hora de cada dia, a cada minuto de cada hora... Estou confuso e desesperadamente necessitado de uma nova convicção do meu pecado de depender demais de mim mesmo!

Satanás deseja me manter exatamente assim, confuso e desorientado de tal maneira que me sinta à semelhança de um viciado - que desesperadamente necessita da sua droga: depender de boas circunstâncias para que alcance paz e usufrua alegria.

A coisa mais linda que o meu Aba Pai/Jesus/Espírito pode fazer neste meu momento é me enviar o seu Espírito a fim de me convencer do meu pecado, de tal maneira que eu possa me contentar e me alegrar em ser fraco, criança, dependente, filho adotado do Pai, que me ama, que se deleita em mim muito mais do que alguém jamais possa me amar.

Nélio DaSilva

Dá-ME CONTENTAMENTO!

Nesta situação em que me encontro hoje, Pai/Jesus/Espírito, dá-me contentamento!

Perdoa-me por não conseguir ser grato por ela e por teu plano para a minha vida. Perdoa-me por continuamente me sentir tão insatisfeito com a preciosa retidão de Jesus, que foi creditada em minha conta, a ponto de agora poder ser amado por ele. Retidão esta que me liberta da tonta necessidade de ser alguém aos olhos dos outros. Dá-me contentamento de tal maneira, Pai, não apenas pela retidão de Jesus, mas pelo próprio Jesus.

Que eu possa desfrutar o processo de viver mais um dia, sem depender da adrenalina de mais um alvo ou mais um sucesso alcançado.

Amigos, esta é a minha oração nesta terça-feira; espero que seja também a sua!

Obrigado por suas orações. Elas estão fazendo uma enorme diferença! Por favor, continue a se lembrar de nós em suas preces. Estamos perto da nossa partida para o Brasil, e os desafios que nos esperam são simplesmente tremendos. Estaremos fadados ao fracasso, a não ser que o Senhor venha e nos resgate.

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Continuo aqui, orando por seu CORAÇÃO.Nélio DaSilva

PASSOS DE BEBê

Muito obrigado, Senhor, por responderes às orações dos meus queridos parceiros de oração, que oram por minha FÉ.

Obrigado por me capacitares a dar alguns passos de bebê, passos esses essenciais, que envolvem uma maior parceria contigo, Senhor.

Obrigado por abrires meus olhos - ainda que um pouco - para que eu consiga enxergar a minha tendência apaixonada de me preencher o vazio na minha vida em forma de vácuo, com atividades, ministério, projetos, planos...em lugar de me entregar a Ti com este propósito...

Obrigado por me mostrares a preciosidade de trabalhar em parceria contigo, pela preciosidade que significas, Jesus. Tudo mais não passa de pura vaidade.

Obrigado por me mostrares como tanta coisa na minha vida se resume em fugaz e inútil vaidade. 

Obrigado pelos passos de bebê na direção certa.

Obrigado, companheiros de oração.

Amigos, eis aqui um pensamento que merece uma meditação:

“Experimentar quebrantamento é o começo do avivamento; é doloroso, humilhante, mas é a única maneira." Roy Hession

Nélio DaSilva

CRER

Crer é a coisa mais maravilhosa deste mundo. Acrescente qualquer coisa de você mesmo, e você estragará tudo. Quando você crê e vem a Cristo você deve vir totalmente desprovido de si mesmo, deixando para trás a sua própria retidão, sem trazer absolutamente nada, a não ser o seu pecado. (Oh! Como isso é difícil!) Você deixa para trás a sua santidade, seu crescimento, dignidade, serviço, bom desempenho, e traz tão-somente a sua necessidade. Se assim não for, Cristo, afinal, não servirá para você, nem você para ele.

Cristo será um puro Redentor e Mediador, e você será um pecador carente. Então você e Cristo nunca irão concordar. A coisa mais difícil do mundo é ter a Cristo, e somente a Cristo para sua retidão. Acrescente o mínimo que seja a Cristo, e você anulará a obra da Cruz.

Adaptado de Honey Out of the Roch, by Thomas Wilcox, 1621-1687Nélio DaSilva

ARDENTE INTERCESSãO

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Amigos, eu lhes suplico que se juntem a mim numa ardente intercessão a fim de que Deus possa me dar graça/poder a fim de tê-lo no centro dos meus pensamentos, neste dia/semana/mês/ano. É uma luta sem trégua, não meramente uma luta da minha vontade/esforço/agenda. Peço-lhes que façam comigo uma súplica a ele para que me capacite nesta luta, a fim de mantê-lo no centro da minha vida, a cada minuto do meu dia.

É um alvo impossível - reconheço - sem o Deus do Impossível. Esta é a razão pela qual suplico suas orações para esse sonho impossível.

Os minutos cheios da consciência de Deus não podem ser comparados nem de longe com a frustração/desapontamentos dos minutos de fracassos. A alegria e a paz de viver dentro da comunhão com ele não têm preço, mas assemelham-se à pérola valiosa pela qual vale a pena vender tudo, a fim de adquiri-la.

O poder humano alcança resultados humanos, enquanto o poder sobrenatural atinge resultados sobrenaturais. A Igreja tem muito do primeiro mas nem tanto do segundo. 

Obrigado, companheiros de oração, por sua parceria e intercessão.Nélio DaSilva

LâMPADA MARAVILHOSA

O que aconteceria se um gênio de uma certa lâmpada maravilhosa me oferecesse três desejos?

Minha primeira reação seria mudar algumas circunstâncias que venho enfrentando, de tal maneira que pudesse experimentar alguns alívios físicos, emocionais e espirituais.

Mas a verdade é que o que hoje tenho em termos de circunstâncias é precisamente o que preciso a fim de aprender a viver o futuro de uma maneira melhor, bem melhor do que vivi no passado. De que maneira? Menos autoconfiante e sim confiante em Cristo; menos utilitarista e mais submisso; menos impulsivo e mais alegre/sereno e dependente.

Meu Aba Pai está estendendo as suas Mãos para mim e oferecendo a sua direção a fim de que eu possa me livrar de mim mesmo e das desesperadas tentativas de me liberar das minhas circunstâncias. 

Por favor, ore para que o pequeno órfão Nélio aceite a oferta do seu Aba Pai, em vez de sair correndo de um lado para o outro à semelhança de uma ave que acaba de perder a sua cabeça.

Obrigado, companheiros de oração. Eu lhes asseguro que alguns passos de bebê estão sendo dados na direção certa. Grato também por suas preciosas orações.

Nélio DaSilva

APAIXONADO PELO MINISTéRIO?

É possível que líderes cristãos venham a se apaixonar pelo ministério sem que ao mesmo tempo sejam emocionalmente necessitados? Será que gente emocionalmente saudável vai ao extremo em ministério, apenas por amor a Jesus?

Ou alguns de nós que somos considerados radicais por Jesus temos no entanto profundas necessidades que vêm desde a tenra infância, com imensuráveis vácuos, que estamos tentando preencher com uma dedicação radical ao ministério? Será que a retidão/justiça de Cristo satisfaz radicais obreiros cristãos, ou precisamos de algo mais - algum tipo de nossa própria retidão/justiça aos olhos de outros ou ainda aos nossos próprios olhos?

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Será que um líder saudável sofre desgastes emocionais no ministério? É possível que certos líderes empilham coisas demais nas suas agendas, tornando-se assim agitados, intensos, preocupados...

Será que deveríamos elevar esses líderes cristãos radicais a posições ainda mais radicais, ou nos posicionar ao lado deles, ombro a ombro, talvez fazendo a eles algumas perguntas difíceis sobre o lado sombrio da sua alma, e o porquê dessa adrenalina toda a fim de realizar a obra de Deus?

Será que visionários são pessoas emocionalmente sadias?... O que os impulsiona ou motiva?

Aba Pai/Jesus/Espírito, abre nossos olhos para que possamos ver a verdade a respeito de nós mesmos. Dá-nos a graça de ver o Senhor, e circunstâncias para que a verdade nos liberte. Nós te pedimos no precioso nome de Jesus.

Nélio DaSilva

SOBRE FELICIDADE

Quando penso em felicidade como ausência de problemas, estou em meio a um grande problema.

Mas quando o Espírito abre os meus olhos para a decadência deste mundo e para o engano do coração humano do não cristão e de cristãos como eu, aí então eu estou mais em sintonia com a realidade e preparado para ir ao meu Aba Pai e a ele suplicar que me dê sabedoria e graça necessárias para enfrentar os problemas que estão à minha frente.

É lindo, é maravilhoso confiar em Jesus dessa maneira; e é frustrante, decepcionante crer que a felicidade consiste na ausência de problemas.

Satanás espera que eu tenha uma perspectiva irrealista a respeito do dia de hoje, e ele nada mais deseja do que estejam meu olhar e meu pensamento mergulhados nas ondas das minhas circunstâncias, em vez de em Jesus.

Nélio DaSilva

MEU TESTEMUNHO

Tenho pensado recentemente a respeito do relacionamento do principe Charles e da sua falecida esposa Diana e como é a grande a similaridade do relacionamento deles como casal com o meu relacionamento com Deus. No início dos anos 80 parecia que havia uma enorme paixão entre Charles e Diana; porém, depois de um certo período entrou em ação um outro relacionamento: uma relação devidamente orquestrada, basicamente teatral entre aquele casal famoso. E parece que entre ambos surgiu algo consensual onde se admitia: “Nós vamos dar as mãos diante do público, durante um certo período vamos viver juntos, mas o fato é que - ambos sabemos - a paixão que nos uniu já não existe mais.” 

Aqui está o coração da minha analogia: ao longo de muitos anos, muito ocupadamente era meu envolvimento na igreja e na Obra de Deus de um modo geral, mas ao longo dessa caminhada – não foi para mim fácil admitir – eu perdi a minha paixão por Deus e pelo meu relacionamento com Ele. E por muitos anos a minha tarefa era manter esse “casamento” com todas as obrigações que um casamento requer em termos de desempenho.

Na ocasião, estando já no ministério por mais de dezoito anos, eu me tornei orgulhoso das minhas realizações ministeriais. Afinal eu já havia plantado três igrejas, levantado milhões de dólares para um movimento de plantação de novas igrejas que iniciei em 1992 através da Mission to North America (agencia de plantação de igreja da minha denominação) e iniciando do zero, sem nenhum recurso financeiro a não ser uma grande e apaixonada visão de expandir o reino de Deus através de plantação de igrejas. Resultado? Várias igrejas foram plantadas, dezenas de pastores e lideres treinados, recursos necessários levantados...impressionante? Eu achava que sim e eu me orgulhava do meu trabalho. Mas o

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que eu não me dei conta foi que no processo de alcançar aqueles alvos o ministério acabou se transformando no meu ídolo. Sempre muito ativo, pregando, ensinando, recrutando, estrategizando e levantando dinheiro para a Obra de Deus, essa era a minha rotina diaria.

Nesse processo, acabei produzindo uma esposa infeliz e três filhos rebeldes. Se o ministério era o meu ídolo, o ídolo da Tereza era os meninos. Toda a sua vida ela preparou os meninos para serem bons cristãos. Nós colocamos os meninos uma escola cristã bastante legalista, todos os verões eles frequentavam pelo menos duas semanas de Acampamento cristãos e frequentavam tanta Escola Bíblica de Férias que fosse possível.

Em 1995 nós nos mudamos de New Jersey para Orlando, Florida. Uma vez que eu não estava mais plantando igrejas por mim mesmo, começamos a frequentar uma igreja da nossa denominação, River of Life, pastoreada por Chuck Holliday. Em 1997 Chuck nos introduziu a um material que circulava largamente pelas nossas igrejas da PCA. Nome do material: “Sonship” talvez a melhor traduçao seja: “Aba Pai!” um estudo centralizado na adoção/filiação com base primordialmente no livro de Gálatas. Eu e a Tereza participamos num grupo pequeno de estudos desse material e fizemos todos os “homeworks” requeridos pelo curso.

Poucos meses depois eu comecei a perceber uma significativa e profunda diferença na vida da Tereza. Aquela mãe forte e controladora estava sendo substituida por uma calma, serena e mais compreensiva ser humana em relação à fraqueza e aos pecados dos seus filhos. Essa mudança falou de uma forma extremamente profunda para mim; passei em ver na minha esposa de mais de vinte anos algo completamente inusitado e eu descobri que a Tereza possuia algo que eu ainda não tinha e então me dei conta que eu não poderia mais prosseguir vivendo a minha vida daquela maneira!

Meus dois alvos na vida sempre foram: número 1, ser um líder bem sucedido, meu alvo número 2 era projetar uma boa e bem sucedida imagem diante das outras pessoas. Esses dois alvos – creio eu – andavam de mãos dadas, eles eram uma força compulsiva em minha vida. 

Eu queria ser bem sucedido e queria projetar a minha boa imagem. Eu me deliciava com meus projetos de plantação de igreja e eu ia me dando muito bem com as coisas que eu me envolvia no meu ministério. Porque sob muitos aspectos eu estava “certo” naquilo que eu estava fazendo eu acabei me tornando uma pessoa perigosa. Me tornei perigoso porque pessoas que estão “certas” não precisam muito de Jesus. Pessoas que estão certas não precisam do Espírito Santo. Pessoas que estão certas não precisam gastar muito tempo em oração. A realidade é que eu estava radical e redondamente errado, o meu nível de auto-retidão atingia uma proporção estratosférica. Eu me excedia no trabalho devotando ao mesmo horas intermináveis e quando a minha esposa protestava eu me justificava dizendo a mim mesmo: “Essa é a obra de Deus e ela tem que ser feita!” 

Em Março de 2000 o Senhor abriu as portas para que eu e a Tereza pudessemos assistir a uma conferencia sobre Sonship (Aba Pai) em Charlottsville, VA. Durante toda aquela semana eu pude ouvir ali muitas coisas que absolutamente não era nada de novo mas foi naquela semana que o Senhor me convenceu da dureza do meu coração e da gravidade do meu pecado; pela primeira vez o Senhor ali me mostrou a minha atitude rebelde em relação a Ele uma vez que – na prática – eu não cria na realidade e magnitude do Evangelho. Deus naquela semana realizou um verdadeiro milagre transformando o meu coração ao renovar o meu amor pelo meu Senhor Jesus Cristo. Deus restaurou a alegria da minha salvação e me resgatou de uma vida de idolatria.

Poucos meses atrás, numa manhã, eu estava em um parque próximo da minha casa, sentado num banco a mim bastante familiar; e ali eu contemplava alguns patos que nadavam felizes naquela linda manhã de primavera enquanto recebia no meu rosto o impacto de uma suave, doce e convidativa brisa. Naquela manhã em particular eu estava refletindo naquilo que Deus vem fazendo em minha vida: mostrando claramente a condição real do meu coração, minha preocupação com a minha imagem pessoal, minha cobiça e minha ira. Não sei como explicar mas naquela manhã eu fui tomado e abraçado pelo amor de Deus de uma maneira simplesmente incrível. Foi uma coisa maravilhosa porque naquela manhã de uma maneira singular eu compreendi a intensidade e a profundidade do amor de Deus por mim. E ali imediatamente pude identificar especificamente aqueles dois pecados em minha vida pelo qual eu havia me tornado bastante defensivo ao longo dos anos principalmente quando a Tereza a eles se referia. De repente, passei a me ver debaixo do sangue de Cristo, eu não me vi me defendendo, justificando, racionalizando...pelo contrário me senti abraçado, aceito, amado, como se Deus estivesse me declarando o Seu amor por mim e o quanto Ele se alegrava em mim, (Sofonias 3:17). Ganhei – decididamente – uma

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nova relação com esse Pai incrível. 

Ainda continuo em batalhas com a minha natureza pecaminosa, mas louvando a Deus pelo Seu amor e pela Sua paciencia para comigo. O evangelho tem um novo significado na minha vida. Pela graça de Deus eu agora compreendo o que o saudoso Jack Miller afirmou certa ocasião: “Um orfão é alguém que de alguma maneira perdeu o toque da graça de Deus. E agora, isolado das promessas de Deus, essa pessoa desenvolveu uma visão ínfima de Cristo e uma pequenissima visão do evangelho. Por outro lado, um filho é alguém que está caminhando em fé e vivendo debaixo das promessas de Deus. Essa pessoa tem um grande Cristo e um grande evangelho.”

Outono de 2002 Nélio DaSilva

PODEMOS IMAGINAR?

Temos medo porque no fundo, bem no fundo da nossa alma existe uma forte suspeita de que é simplesmente impossível agradar a Deus. Oh, sim...claro que nós sabemos que Deus nos ama. Todo o mundo sabe disso. Mas é exatamente aí que reside o problema. Ele ama todo o mundo.

A questão fundamental não é se Deus nos ama ou não. A questão é se realmente ele nos aprova; se nós lhe estamos agradando.

Não é esse o nosso raciocínio? “Se não estivermos agradando a Deus, ele não estará se agradando de nós”. Portanto, por que deveríamos amar alguém que está sempre nos condenando? Por outro lado, podemos imaginar como seria o empolgar o coração de Deus; imaginar esse Deus correndo em nossa direção com seus braços abertos, nos recebendo com a maior ternura, vestindo-nos com uma nova roupagem, colocando um anel em nosso dedo?

Podemos imaginar o Deus do Universo promovendo uma festa em nossa homenagem?Nélio DaSilva

VITóRIA APóS VITóRIA

Elas (as vitórias) me fazem muito bem. São elas que me empolgam a respeito de mim mesmo. Minha carne ADORA essas vitórias. Que glória! Glória para o Nélio. Uh!... Mais glória para o Nélio!

Sendo sinceros: não é isso mesmo que todos nós buscamos? Glória para nós mesmos? Sucesso... Aprovação das pessoas... Perfórmance magnífica, de tal maneira que venhamos a sentir algo muito gratificante a nosso respeito... Bem, talvez esse seja um problema muito particular, referente a pessoas como eu; pessoas dotadas de uma carnal e faminta necessidade de buscar satisfação com base na própria retidão, perfórmance e sucesso.

No entanto, tudo que sei é que a justiça, a retidão, o sucesso e a perfórmance de Jesus pouco ou nenhum significado têm a ver em relação a mim, que já tenho uma abundância da minha própria justiça, retidão, sucesso e perfórmance.

Com o passar dos dias continuo nesse círculo vicioso de trabalhar intensamente na minha própria performance. Enquanto isso Jesus, ao meu lado - paciente e amorosamente - estende seus braços, me oferecendo seu precioso manto de justiça, que muito freqüentemente me parece insatisfatório, principalmente naqueles momentos de insanidade, quando me vejo intensamente consumido em ânsias de me acrescentar ainda mais do meu próprio senso de

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justiça, ao tentar me provar, e a outros, meu significado e valor.

Obrigado, Aba Pai/Jesus/Espírito... Obrigado porque a tua graça é mesmo para o doente, o fracassado, aqueles que como eu enfrentam lutas monumentais para viver a vida cristã segundo a tua ótica. Obrigado por tua misericórdia.

Obrigado porque tu me dás a graça de ver a VERDADE a respeito de minhas necessidades reais, e assim contemplar com real clareza como PRECISO desesperadamente de ti, a cada segundo da minha vida...

Nélio DaSilva

SOBRE CIRCUNSTâNCIAS

Obrigado pelas minhas circunstâncias, mas não apenas pelas "boas". Perdoa-me por acreditar que sei quais são as "boas" e quais as “más". Perdoa-me por imaginar que eu sou o mestre da minha alma, o dirigente do meu destino. Perdoa-me pela arrogância de tentar fazer a minha vida "funcionar" de modo a ser continuamente feliz, preenchido, gratificado, pelo fato de crer que eu, sim, é que sei do que preciso e do que não preciso. Eu te entrego toda a minha impiedade, autoconfiança, auto-suficiência, e corro para ti, Aba/Pai/Jesus/Espírito, suplicando-te que me concedas uma graça de tal maneira renovada que possa me contentar em ser frágil, dependente, filho adotado teu, um filho servo, um filho amado, resgatado por tua infinita misericórdia e graça.

Obrigado pela sanidade que posso experimentar, a qual me vem quando me regozigo e encontro real conforto por me conscientizar de que não tenho nenhuma retidão própria. Portanto, agora é profunda a minha gratidão por tua preciosa retidão, tu que me capacitas a ver e a entender como te regozijas em mim e me capacitas a desfrutar a mim mesmo. E mais: pela maneira como singularmente me criaste.

Aba, Pai, eu preciso da tua graça a cada dia, porque a perco muito rapidamente; a de ontem já se esvaiu; preciso de outra hoje. Como posso ter, Senhor, a humildade e o amor sobrenaturais a fim de atingir o perdido com teu amor, que insiste em me alcançar? Obrigado, Senhor, obrigado, obrigado a ti, pérola de valor inestimável, pela qual vale a pensa vender tudo que tenho para possuí-la.

Nélio DaSilva