Mulher nordestina, resistente que nem mandacaru

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Quem acredita nessa história de mulher ser sexo frágil precisa conhecer Maria Lucia Uchoa, 42 anos, exemplo de nordestina forte e trabalhadora que não desanima com as dificuldades da vida. Casada com Antônio Alves de Andrade resistiu à vontade de ir embora da região semiárida piauiense e criou sua família com criatividade e muito trabalho. A história de Dona Lúcia, começa na comunidade Tucuns dos Donatos em Pedro II, onde morava com os pais e seus irmãos. Desde pequena ela conta que trabalhavam de roça de onde tiravam o sustento da família. Com a morte dos pais, os irmãos se viram sozinhos, mas com muito trabalho conseguiram sobreviver. Após o casamento com Seu Antônio, Dona Lúcia foi morar na casa da sogra que ficava na comunidade Pau D'arco, na cidade de Milton Brandão. Lá a agricultora diz que a falta d'agua, continuava sendo a maior dificuldade “nós sempre tivemos a dificuldade da água naquela região, mas em Pau D'arco não tinha água para nada, lá água para beber, cozinhar e tomar banho tínhamos que buscar na comunidade Vereda, caminhávamos meia hora para buscar um balde d'água”, afirma. Dona Lucia conta que em busca de uma vida melhor para a família, Seu Antonio viajava para São Paulo para trabalhar como pedreiro, na construção civil. No período chuvoso a família trabalhava na roça, na plantação de feijão e milho e na estiagem ele retornava para São Paulo, “Ele passava um tempo lá e outro aqui para ver se melhora nossa situação financeira, porque somente da roça não dava, quando a gente tava com mais dificuldade, ele corria pra lá para não passar fome”, conta. Mas seu Antônio afirma que a vida em São Paulo não era nada fácil, seu sonho era não precisar ficar longe tanto tempo e ter como sustentar a família sem precisar sair de seu lar. O sonho começou a se realizar quando a família foi morara na Comunidade Teteu, distante nove quilômetros de Milton Brandão, lá eles foram beneficiados com a Cisterna de 16 Mil Litros do Programa Um Milhão de Cisterna (P1MC) que armazena água da chuva para o consumo humano. Agora a Piauí Ano 3 | nº 63 | Julho| 2009 Milton Brandão- Piauí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Mulher Nordestina, resistente que nem mandacaru 1 A plantação de cebola de Dona Lucia, esperança de lucros futuros. Dona Lúcia, Seu Antônio e quatro dos seus cinco filhos.

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Quem acredita nessa história de mulher ser sexo frágil precisa conhecer Maria Lucia Uchoa, 42 anos, exemplo de nordestina forte e trabalhadora que não desanima com as dificuldades da vida. Casada com Antônio Alves de Andrade resistiu à vontade de ir embora da região semiárida piauiense e criou sua família com criatividade e muito trabalho.

A história de Dona Lúcia, começa na comunidade Tucuns dos Donatos em Pedro II, onde morava com os pais e seus irmãos. Desde pequena ela conta que trabalhavam de roça de onde tiravam o sustento da família. Com a morte dos pais, os irmãos se viram sozinhos, mas com muito trabalho conseguiram sobreviver. Após o casamento com Seu Antônio, Dona Lúcia foi morar na casa da sogra que ficava na comunidade Pau D'arco, na cidade de Milton Brandão. Lá a agricultora diz que a falta d'agua, continuava sendo a maior dificuldade “nós sempre tivemos a dificuldade da água naquela região, mas em Pau D'arco não tinha água para nada, lá água para beber, cozinhar e tomar banho tínhamos que buscar na comunidade Vereda, caminhávamos meia hora para buscar um balde d'água”, afirma.

Dona Lucia conta que em busca de uma vida melhor para a família, Seu Antonio viajava para São Paulo para trabalhar como pedreiro, na construção civil. No período chuvoso a família trabalhava na roça, na plantação de feijão e milho e na estiagem ele retornava para São Paulo, “Ele passava um tempo lá e outro aqui para ver se melhora nossa situação financeira, porque somente da roça não dava, quando a gente tava com mais dificuldade, ele corria pra lá para não passar fome”, conta.

Mas seu Antônio afirma que a vida em São Paulo não era nada fácil, seu sonho era não precisar ficar longe tanto tempo e ter como sustentar a família sem precisar sair de seu lar. O sonho começou a se realizar quando a família foi morara na Comunidade Teteu, distante nove quilômetros de Milton Brandão, lá eles foram beneficiados com a Cisterna de 16 Mil Litros do Programa Um Milhão de Cisterna (P1MC) que armazena água da chuva para o consumo humano. Agora a

Piauí

Ano 3 | nº 63 | Julho| 2009Milton Brandão- Piauí

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Mulher Nordestina, resistente

que nem mandacaru

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A plantação de cebola de Dona Lucia, esperança delucros futuros.

Dona Lúcia, Seu Antônio e quatro dos seus cinco filhos.

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família também conta com a Cisterna Calçadão, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) que tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água da chuva que serve para molhar a horta e os canteiros e dá de beber às pequenas criações. “depois que a gente conquistou a cisterna de água para beber melhorou muito porque acabou a mais essa correria de pegar água longe e com essa cisterna agora para plantar, estamos com esperança de que melhore mais ainda”, afirma.

Após passar por uma capacitação, Seu Antônio começou há um ano construir as cisternas de 52 mil litros do P1+2. Para ele uma satisfação, pois afirma que sabe o bem que é para as famílias terem a tecnologia em casa. “ Eu me sinto honrado em poder contribuir com o Programa, eu tenho uma dessas em casa e sei o bem que é, saber que estou trabalhando em algo que vai ajudar outras família me deixa feliz de mais”, diz Se Antônio.

Dona Lúcia conta que no inverno sempre teve seu canteirinho de cebola e coentro, mas no verão a falta d'agua dificultava o plantio. Com a água da cisterna agora ela pode manter seus canteiros o ano inteiro. Mesmo tendo que cuidar da casa, a agricultora divide seu tempo com outras atividades que ajudam a pagar as despesas do lar, ela fabrica e vende redes, pinta e borda panos, além de outras mercadorias que pega para vender, como vasilhas, roupas, bolsas, a agricultora agora sonha com a possibilidade de vender também o excedente do que planta em seu quintal.

A Agricultora diz que sabe o valor de ter água em casa e por isso se esforça bastante para que não se desperdice esse bem precioso. Ela conta que até a água com a qual lava as coisas tem utilidade, serve para molhar as culturas. Para aguar as plantas ela também usa o sistema de gotejamento, que aprendeu com o curso de Sistema Simplificado de Irrigação para a Produção de Alimentos do P1+2, esse sistema irriga as plantas de forma lenta, contínua e controlada de modo a umedecer continuamente as raízes garantindo uma boa economia de água. A agricultora conta que usa a garrafa Pet, corta o fundo, enche de água e faz um pequeno furo na tapa, a garrafa é amarrada em uma estaca próximo ao canteiro e com isso pingo a pingo, as plantas vão sendo molhadas.

Outra técnica que a agricultora usa para economizar água é a cobertura seca. Ela cobri a superfície do solo com uma camada de folhas que caem de outros cultivos. As folhas formam uma camada protetora sobre o solo que aumenta a umidade e favorece o desenvolvimento da cultura.

No quintal da família tem plantação de banana, caju, goiaba, manga, acerola e graviola, alem dos cultivos de tomates, cebolas coentro, pimentão e alface e várias tipos de plantas medicinais entre elas mastruz, vick e hortelã.

Dona Lúcia confessa que seu maior objetivo é poder vender o excedente do que planta no quintal da sua casa, mas por enquanto, ela diz que não vai dá, vai investir primeiro nas frutíferas, pois estão pequenas e precisam de muita água, “por enquanto os canteirinhos vão ser só para o consumo e quando as frutíferas estiverem maiores, eu aumento a produção para poder vender”, afirma a agricultora.

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Dona Lúcia usa o sistema de gotejamento para molharsuas culturas e cobertura seca para reter a água.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

largura tarja superior 2ª página 4cm

Fonte Serifa BT bold corpo 11

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largura 2,3cm

largura 1,7cm

largura 1,9cm

Piauí

Ministério doDesenvolvimento Social

e Combate à Fome

largura 4,2cm

Secretaria de Segurança Alimentar

largura 1,6cm

Apoio:

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CENTRO REGIONAL DE ASSESSORIA E CAPACITAÇÃO