MOSCARDO. São Paulo (SP) 19 6 1 Ano 33 - N9s. 1353-1357...

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MOSCARDO. São Paulo (SP) 19 6 1 Ano 33 - N9s. 1353-1357, jan;mar;jun;ago. -Publicação irregular -A coleção apresenta exemplares manchados e/ou mutilados FEVEREIRO: Publicação não circulou. ABRIL/MAIO: FALTA o n? 1355 JULHO: publicação não circulou AGOSTO: N$ 1357 - último exemplar localizado.

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MOSCARDO. São Paulo (SP)

19 6 1

Ano 33 - N9s. 1353-1357, jan;mar;jun;ago.

-Publicação irregular

-A coleção apresenta exemplares manchados e/ou mutilados

FEVEREIRO: Publicação não circulou.

ABRIL/MAIO: FALTA o n? 1355

JULHO: publicação não circulou

AGOSTO: N$ 1357 - último exemplar localizado.

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Ò «Santa Mario» ancorou no porto seguro de Recife. Jânio ancorouno porto inseguro de Brasilio. Um está salvo, o outro o que vai salvar?

DESAPONTAMENTO DE KHRUSHEV

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/Zmo Swr.Vicewíe Ragognetti,D. Diretor do MOSCARDO

Prezado amigo

0 Ex *- Presidente da República despede-secordialmente do Diretor do "Moscardo"

UMA CARTA MANUSCRITA DE JUSCELINO AO NOSSO RAGOGNETTI

dos povos americanos para o objetivo comumdo combate ao sub-desenvolvimento. E todoesse esforço culminou no cumprimento dameta democrática, quando o nosso Paísapresentou ao mundo um admirável espe-tácuto de educação politica, que me permiteencerrar o mandato, num clima de pas, deordem, de prosperidade e de respeito a todasas prerogativas constitucionais.

Seja quais foram os rumos da minhavida pública, levarei comigo, ao deixar o hon-roso posto que me confiou a vontade popular,

o firme propósito de continuar servindo aoBrasil com u mesma fé, o mesmo entusiasmoe a mesma confiança nos seus altos desti-nos.

Cordiais saudaçõesJUSCELINO KUBITSCHEK

Brasília, 1961

Ao aproximar-se o término do meu man-dato, venho manifestar-lhe, de modo espe-ciai, o meu reconhecimento pelo seu patrió-tico apoio à luta que travei para conduzir apleno êxito a causa do desenvolvimento na-cional.

Sinto-me satisfeito em poder procla-mar que, na Presidência da República, nãofaltei a um só dos compromissos que assumicomo candidato. Mercê de Deus, em muitossetores realizei além do que prometi, fazen-do o Brasil avançar, pelo menos, cinqüentaanos de progresso em cinco anos de governo.Pude uinda, através âa operação Pan-Ame-ricanaJ despertar as esperanças e energias

ÍNDÜSTRIA CAMA PATENTE

L, LISCIO S/AA maior fábrica de cama da América do Sul

CAMA-PATENTEliegitima, só com a Faixa Azul

MATRIZ: S. PAULO — RUA RODOLFO MIRANDA, 97

FILIAIS: R. DE JANEIRO - PâRTO ALEGRE - RECIFE

BAHIA - B. HORIZONTE - JUIZ DE FORA - MACEIÓ

FORTALEZA - VILA ELVIO (Mun. de Piedade) e

- CAMPO MOURAO (Norte do Paraná)

KRUSCHEW — E agora, seu Kennedy, é preciso co-meçar tudo de novo!

A origem dos Pereira, dos Penteado,dos Prates - um apanhador de pera,outro barbeiro e outro cozinheiro

CASA MARIO CHIODIMARIO CHIODI & FILHO

3 Gerações a serviço de suaElegância.

Artigos Finos para CavalheirosMATRIZ:

RUA SAO BENTO, 315 - FONE: 32-7010FILIAL:

RUA 24 D(E MAIO, 19 — FONE: 37-2031SÃO PAULO

Da caterva incrível que vi-nha desde os tempos em queisto aqui era Império poucosforam os «nobres» que con-tinuam a «ornar» a nossa altasociednde, tipicamente brasi-leira. Tivemos até, como bemrecordou o Paulo Setúbal, ecomo suspira o Paulo Bonfimnas suas esftramboticas ora-ções poéticas, uma marquesade Santos, que nunca foi deSantos e nunca agiu comouma marquesa.

Sobraram alguns, sem du-vida alguma, além do mofo,do tempo, do foguete a jato,de Cuba, do Congo e do Jâ-nio...

xxxUm deles: o conde Pereira

Inácio. Conde de que? Ficoupor conta do Inácio... Expli-ca o Armando Simone Perei-ra, que não é conde, mas éPereira, que os Pereiras des-cendem da planto que dá pé.ras. 0 sujeito que era meiabocò, no tempo de um DonJoão qualquer lusitano, eradenominado Pereira.

— Lá vem o Pereira comas suas pereiradas • • •

Diz?ia-se. Então, os descen-dentes do Inácio, depois queserviram com afinco e devo-ção o Rei de Portugal, pedi-ram-lhe a mercê de um titu-lo: veio o de conde Pereira,que, modernamente, para darmais lustro à vulgaridade docognome, colocaram no fim oInácio..

Temos tambem o conde'Penteado. Houve um Silvioque colocou, antes, um Alva-res Cabral: nobreza dotempo do Américo Vespucci ecompanhia bela. Penteado porque? O primeiro dos pentea-dos deveria ser barbeiro. Bar-beiro de corte, talvez, e, en-tão, Sua Magestade, porquesabia esconhoar tão bem o<rosto real, deu-lhe o titulo deconde Penteado, de penteador».pois, depois da barba, tam-bém' lhe penteava a basta ca—beleira...

xxx

Finalmente ha aí, firme co-mo um larranhaceu, o condede Prates O Guilherme. Atéha pouco era só conde Gui-lherme Prates. Agora, inven-tou o conde Guilherme, . dePrates. Aquele «De» è a pe-ninlia para atrapalhar...

De onde descende o Gui—lherme? De Prates, é talvez,-edição melhorada de De Pra-tos. Pratos? Eureka! Pratos éde cosinha! Então, a desce-dencia se explica facilmente:o primeiro conde da casta foicosinheiro. Era o homem dospratos. E o Rei que gostava de*comer bem — qual é o Reique não come bem? — pura.gratificar o seu cosinheiromor, nomeo-o Conde dos Pra*tos. que, depois, com o tem-po e a penicilina, tornou-sede Prates, para soar melhor...

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próxima temporada de verão FONES : 9*9200 - 9-9242

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Geremia Lunardelli, como bom analfabeto, desejaria, se ele fosse dita-"Sn

dor, aprisionar num campo de concentração todos os intelectuais — Das

Confissões aos íntimos.

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MOMO Agora, seu Jânio, lembra-se de que é Presidente, e deixe as

palhaçadas para mim, no Carnaval...

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Vamos, Dante, Shakespeare, Monteiro Lobato, vamos, todos-

par» o campo pegar na picareta!

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Como o Bn-ll, o .M«^£ÍÜ^Vctóguém. PubUciwie sobo P»*^1"^ SBA-TcontlnuandoU8TICA BRASILEIRA M^ARDOLTO* „,• ser dirigido pelo «"^^^SSo^DA SYLVEIRA, naem cujo «mdlto qpneni o ^JS^LSoSlúo ANTÔNIO%i££ae de wdmtoMhefe, «^*™° £ p££> paraSOARÓELII dinâmico e »g«.

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pode dar: mil. dote, cinco, dez, cem ^«»Í"°g7 w_a

OEM, no momento, no duro, é de M JOLpami»r "^EDA.

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cheques visados e se paga à vista. <SÜ», à vista do credor:

mostra se uma bela nota à vista do credo*, e nada mate).

O fone. sempre ocupado, naturalmente, é o seguinte: 52<*25

Os negócios do Rio de Janeiro estão à cargo do DR. RENA-

TO ALVEK. habüldoso e diplomático, na Av. Almirante

jtorroso. 97 - 8.» Andar, com o telefone: 4264-53. Como

se nota MOSCARDO poi tudo para fora. e as claras!

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0 GOSTO PEU. mTADURApar VIGENTE RAGOGNETTI

Cteiornaís locais, pro ou contra, acredi-sStmmmmB„va_ o seu lugar ao sol, socialista. Final-mente mandou todos para o inferno, e seSSS. dâador, com "aigrette"etad* comares de Napoleão moderno e com atitude^toar antigo- Of^fffgHitier O honienzinho queria que * AleSa fosse democrática e social mau. so-cialista do que democrática J»*»trilhou no poder, alias, por meios upi.Snte de^ocrkticos, teto |

com »=ria dos votos dos seus concidadoes ^ae*euo bonet de Kaiser popular, e ^™°\£depois, de Je^Crât?, *® MM^B^WBSuTlíomf* cbm H,com ajaureda ce-l^tial vindo ao mundo era ele, Hitler, e,^FaS-nello, nada mais. O OTJ.I*nine, quando curtiu a £ orne emtZurigOj soSem comunismo para todos, com li-SeA todos, com vantagens paratodos Nopoder, mandou prender e tomar«rn^Verias em Sibéria os seus ex-compa-XSosTSução, e ficou sozinho, noníto dttando leis e exibinbindo^e como o

Çdo do Senhor», ren^^VZs^dei«toinor Recentemente, nao temos FideiSe7sua barba? Por que a barba??_rase mascarar melhor na sua^estunen-Ülig depois de ter matado tanta«ente para depor um... ditador.

££_ oitadura* S6um eegonao via nrto

^ivflLiado doT eventos impôs aos seus

ES&^igos.intimos qu<, o atassemde Sua Excelência, quando atç poucoeraum pobretâo comum comedor

assíduode sanduiche de mortadela. -. _- O alemão Raupach, no seu KaiserFriedrichs II", afirma que tem poderFrieoricns x ltidão acredita, e seaquele a quem a ^ ¦ "* omcii acredi-seis milhões de eleitores d° Brasü acrem

tes como subalternos e J^f^JS^TL^f_ /in* leis especiais? No capiwiu"Srin^ dÒM^D, lê-sequeomun-do WeSnénte está nas mão,ido*^beoci^Não se diria melhor, que ^^|«|imioos? Isso mesmo, porque, passamosSos passam os ditadores, e o gostodeler ditador não morre, nunca mesmocomo quer Lacordaire, "le deapotisme na

Jamtntóna£a£r?.Ê historia antiga,

pote TnovTdade está em advinhar comoP°-l-,. M»rnv«fc. ou crucificado.. ¦

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ADHEMAR - Perto de5sa turmo, eu não posso de um «pivete»

Qacm visita Sao Paulo e não sa hospeda no

mm $ao bwoWdo conheceu ura hotel moderno -

AVENIDA Í)AJ P«V,0 MARTINELU- «^ 2 3/66 W /n^o

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a Ju^um do Janib iá esló funcionando com o beneplácito das Forçaswwwwwwwiwww «A ditadura do Jânio |a e*i 4RMr|eA

M[DYArmada» e do Congresso Nacional» - ADALGISA NERY -

SABOREIE

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AQUI FORA A TODA GENTE

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JÂNIO - Sim, o «ULTIMO TIPO» é mesmo do figurino cubano.

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Pág. 2 MOSCARDO

• O VÉU

A tenpa lega continua: Na-tal, fim de ano, Carnaval,Páscoa... Entra ano, come-ça Carnaval, acaba Páscoa,e a existência continua e/e-mera e vasia, como diz sem-pre o Antônio Grisi, poetanas horas vagas e banqueironas horas do "rush"...Depois ão advento do Jânio,

o café society está agonizarí-tisinho... Se não existisseo José Tavares de Miranda,sem dúvida alguma, o maiscompleto dos nossos cronis-tas sociais — ele é tambémliterato dos bons e poeta detodas as alturas — a repor-tagem da socieáaáe passavaem branca nuvem, com ostempos janistas que correm,onde há muitos matos e pou-cos cachorros... Matos?Não se trata ão Matos, o Pa-checo 'ãe tôãas as "boqui-nhas" aãolescentes... Mato,é mesmo mato. Do bom.Autentico como o escolhiãovinho ão Marcelino ãe Car-valho e ãataão como ochampanhe que toma a inte.ressantissima Alik Kostakis"and your love"... Na listasó faltou o Ricardo Amaral,mas o Ricarãito é um gatosempre à procura de umarata... E faz rata todos osdias.

Entre um gole ãe whiskydo Braz e uma pitada demaconha conta o MarcosGasparian no seu Jardim deInverno — ou ãe inferno? —que em Roma a policia pren-deu a loura siciliana MariaFiore que dispunha ãe jovensãa socieáaáe que se vendiamqp.600- dólares por noite.

v *_. uma noite de "áolcevitai", naturalmente, observao Armênio Gasparian, que éamigo e parente ão infor-madcr.

Não se sabe bem — re-lata o Marcos — porque, ãe-pois, com a intervenção deuns pistolões, lançaram oveu do mistério sobre ocaso...

Veu para gente que já

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UMA FANÁTICA JANISTA NO PALÁCIO DA ALVORADA...

não tinha veu? — ingênua-mente interroga o inocenteArmênio.

• ALEM DO«DETENTOR»

Em Tóquio está se ven-ãendo o "detentor ãe menti-ras". o aparelho será degrande valia para as moçasque desejam conhecer asverdadeiras intenções ãeseus pretendentes.

— Ora, ora, que bobagem!— exclama a Glayde Carlotaãa Conceição Mota —, maisão que "ten"> cem girl. Épreciso um ãetentor paraco-nhecer as intenções ãos nos-

sos fãs? Basta ir num ei-nema...

• «AQUILO»DA SILVIA

Preso ao leito, por um ãisQturbio passageiro, o comen-daãor Júlio Chiocca dedica-.,se às leituras. E diz ao con-de Paulo Trussardi; seu ami-go ãe infância e ãe Macken-zie, que o foi visitar:

A atriz Silvia Koscina...... aquele pedaço ãe

perdição? — faz o Paulo.—... precisamente. Perãeu

um porta-joias contenáo pe-ças avaliaãas em vários mi-lhões. Quanão, ãesesperaãa,

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PIPICASBaby Pignãtari coiri Ira

voltou. Ira viu, olhou, cuspiu,não gostou, pirou. Boby comIra, acaba Babá da... Ira.

—Ha cachorros soltos nasruas de Guarujá. Cachorrosque mordem- O engènheióJosé Ferrante afirmou queha tambem muitas cadela».Qüe são mordidas.

Arlindo Pacheco, CaioDias Baptista, Agy Rady eDidier Ferreira deram vintemil cruzeiros cada um para oLar da Velhice, dò Guarujá.Precavendo-se ou medo doJânio?Schwenter, diretor doHotel Ritz,- de Londres, man-dou tirar dos quartos todasas camas de casal e colocarduas de solteiros. Jorgito Pra-do, barmem do Jequiti Mar,afirmou que ha tempos já fezisso no seu hotel de Pernam-buco.

José Nunes, do VOGUE,ficou irritado com as irras daIra, por enquanto, Pignata-ri.

Os irmãos Fileppo resol-veram receber só as sexta-feiras. Neste dia não se comecarne, nem se bebe álcool, ea despeza sai minimissima.

Quem é mais velha aBia Coutinho, a Emy Odes.calchi, a Maria Clara Gian-nini, a Anir Martinelli, a Re-nata Prado, Cristiane Lacer-da Soares, née Proust, ex

Mendes Caldeira, a viuvaDente, a Tânia Kovarick?

Oscar Ornstein, do Co-pacabana Hotel, está com oovo de Páscoa - ou não - cheiocom os cronistas sociais. Sãocrônicos nos pinduras.

Mariolino de Oliveira bri-gou com o Jorglnho Guinlepor causa de uma vedetinht

de teatro rebolado. Não. hou-ve rebolo porque os dois sãocivilisados.

— Julinho Pignãtari é na-morado dá Ivone Lask. A Ivo-ne está... laslkando os mi-lhões do pai.

.PIPOCAS1. — Impressão de Clô Pra-

do sobre Sacha Distei: «O ti-

po acabado do gigoló de dan-cing parisienne».

%. — Lupe Cotrlm vai pu-blicar úni llvrq com o següln"te titulo «Entre a flor e otempo». Vai ganhando tempo*Lupe, enquanto é flor, isto, ébroto!

8. — Maysa está em SãoPaulo. Os brotos, tipo mascu-

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FIFINHA DE MIRANDA COSTA LEITE, uma play-girl, loucade encontrar, entre os leitores do MOSCARDO, um

papaizinho coronel.

tomou o seu carro para apre-sentar queixa à policia, no-tou que sentara sobre oportarjoias...Também... Não ê. pre-ciso ser porta-joias paraácorâar com aquilo da Silviasentado em cima da gente...

• A SAIADE DÓLARES

Apezar das badaladas daMdry-Gó-Rounâ — e por quênáó go rouná para à suacasa? — as boites e os infer-ninhos anãam às moscas eaos moscarãos... No Oásishá a república áas bananas...Quem faz a banana, no ãu-ro, é o freguês ao garçon nahora ão pinãura. Só salva avista a Irina Greco. CacoVelho, com os seus cacos ea sua velhice, foi ãar umainjeção ãe vitamina no Bra-silian's Bar, mas não áeunaáa.< Vasantes. O Famey's,espera o Sacha Distei parase salvar... Va esperando...O Michel com gente do Ca-nal A, cai ãe 4... La Vie enRose nem ao áomingos nemcom Golias se enche. Encheos fregueses. O Cave prosse-gue naquela base: com pin-duras ãa granfinagem quepaga, quanão pode, à presta-ções. O Meninão será ju-deu? Na Baiuca continua nobar o Mattar e continua acantar o Petroff. E' de ma-tar o petroff...—i Para salvar as boites —dizia o Arnaldo Carraro, ojovem e dinâmico ináustrial,muito viajado e vivido ao seu\amigo da Dante Alighieri, oconde Roáolfo (Ruãi) Mar-cos Bonfiglioli, o mais moçoe mãís valente dos caçadoresda África e "dintor-ni" noJardim de Inverno dó Fasa-no, onde tudo ê alto: as no-tas ão garçon e as notas mu-sicais ão Vaãeco com o Cor-topassi ao órgão (Mi ha rot-to Vorgano'! gritava outroâia o Ruggero, o melhor áosFasano) — seria necessáriomandar vir aqui uma. baila-rina do Kasbàh americano.A Semia, por exemplo.

Conhece-a? — perguntao Ruãi.

A\% surpresas da Páscoa

— Quem é pai?

/

De... vista. Semiaáan-sa inteiramente ãespiâa. Opúblico joga-lhe ceáulas dedólares, em profusão. Semiarecolhe o money, âesapare-ce, e, depois, volta com ó di-nheiro pregado em torno docorpo.

Não vai... — murmurao Ruãi. — Aqui, a tal de Se-mia, se aparecesse com cédu-Ias ãe âólares como saia, nãosó ficaria novamente despi-da, más seria também ras-

vfifado aos pedaços, para verse tinha escondido em< qual-quer parte do corpo outrasnotas-de-dolares..... ~

• O VELHO E ASRAPARIGAS

Lourenço Flô Júnior, ogentleman e industrial, cujoúnico defeito que se lhe podeapontar é de ser corintiano,afirma que leu o seguintenum telegrama ãa A Gazeta:"O velho numero 1 ãa In-glaterra, Sam Everitt, tem108 anos, atribui a sua pro-longaâa longeviãaãe ao. fato

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lino, andam todos assanhan-dissimo, á procura de uni au-tografo e de... tardes tris-tes...

4. — Sacha esteve no Sa-cha's, no Rio. As mulheresfizeram uma sachada com oSacha, ho Sacha's.

5. — Sebastiano Pagano,conde do Ano, está resfriado-Onde?

6. — Giovanni Laritieri, emCampos, vái fazer uma festacaipira, com «caipirinha».Será uma verdadeira caipi-rada.

7. — Mario Scotti continuaa perder no jogo, a perderamisades, a perder a pacien-cia. E' um verdadeiro perdi-do.

8. — Roberto Selmi Deicontinua a esconder a fari-nha do c.iabo. E' o diabo!

9. — Lino Morganti aindanão encontrou a sua Lina. AsLina não se pegam com açu-car, seu Lino, mas com mel.Ou com dólares

10. — Nino Gallo resolveuentrar num convento. O Gal-Io se conwenceu que já nãodá mais nada para as gali-nhas...

ãe comer queijo com cebolasè beber-{òervefar Casou-seaos 60 anos. Além "do queijo, *âas cebolas e ãa cerveja,aquilo de que Everitt maisgosta é de divertir-se com dsraparigas".

O Frederico de Souza Quei-rot, o ex-Fritz dos campos edas saias, com melancolia,interroga:

O Sam âivêrte-se comas raparigas, com que?

• O QUE Ê QUE OGUARDA TEM...

Informa um telegrama ãeParis que mais ãe 150 prósti-tutas foram detidas para se-rem submetidas a exame me-ãico. tyão se conformandocom isso, se amotinaram ata-cando com unhas e dentesos guardas. Um ãos guarãas,na refrega, perãeu uma ore-lha.

Só? — aãmira-se Mar-celle Orette, a grande áamaão âemi-monãe de alta elas- 'se do nosso set. — Eu, sefosse uma delas, tiraria comunhas e dentes o que o guar-da tem de mais precioso eescondido...

GIL NETTO

PIOVE, PIOVE, BAMBINA MIA. . .

. e o homem banca o gentleman com a sua bambina. ..

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MOSCARDO Pág. 3

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91 anos de vida em paz e de continua ascensãoComprou a paz -- Um homem singular e uma incisiva lição de humildade - Um capitalistana Rússia - Um prazer inédito: milionário de bonde -- O italiano mais sábio de todos os tempos

wmmUGLIENGO

visto pelo VOLTOLINO,para o então MOSCONE,

do ano 1927

Creio que João Uglien-go, comendador muito tem-po e grande oficial ultima-mente da Itália, italianode Biella, Piemonte, foi oemigrante em todo o Bra-sil, ou, talvez, em toda aAmerica Latina, que dei-xou o mundo com 91 anosde idade. Outros italianos,tão ilustres como ele, tãoricos como ele — e fala-mos dos Matarazzo, dosPuglisi, dos Gambá, dosBriccola, dos Martinelli,dos Frontini, dos Crespi,dos Siciliano, dos Scarpa,dos Morganti, dos Mortarie outros ainda — algunschegaram a passar a casados oitenta e outros nemlá chegaram.

João Ugliengo, paramim, foi o italiano maisinteligente que pisou anossa terra, pois foi oúnico, talvez, que plane-jou a sua aventura de exi-lio voluntário no berçode Piratininga e a execú-tou à risca, religiosamente,chegando aos picos dos 91anos assim como semprefortemente quiz: são, bemdisposto, e, sobretudo, emsanta paz. Porque, comcerteza — e isto ele medisse muitas vezes nas ter-tulias amistosas que tivecom êle — quando em1900 deixou a Itália, e,aqui veio, a assumir umcargo de tecnico. em Ri-beirão Pires, num pequenomoinho de Giovanni Bíglia,tinha, na mente, o seuplano traçado: se a Itálianão lhe poderia dar paz efortuna, o novo mundo, a«America» — como entãose dizia em toda a Europa»entre os desajustados deentão, com olhos fixos no

A Ti

UGLIENGOvisto pelo ARMANDO BALI

LONI, também para oMOSCARDO

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porvir, cheio de patacasUde ouro — dar-lhe-ei aafortuna, com a qual pode-"ria comprar a paz* Nada' mais do que a paz, pois

tendo a paz, teria tudo. Eteve-a!

Visão de São PauloMetrópole

Espirito empreendedor,de nitente visão, seguronos propósitos e no bolso,pouco depois, João Uglien-go, com as próprias econo-mias e com o credito daCompanhia Puglisi — quenaquela e**.oca era a maiorpotência financeira es-trangeira do São Paulo emembrião — erigiu o seuMoinho, o que se tornou,depois, o maior moinho daterra, uma tradição entreos industriais moageiros, oMoinho Santista, que ain-da cor/inua na sua mar-cha para o progresso. Foiali que iniciou a sua for-tuna, foi ali que começoua comprar a sua paz, ali-mentando, assim, sem operceber, o intuito de teruma existência cômodaconfortável, sobretudo, lon-ga e pacifica.

Qual foi o seu segredole viver em paz (e de setornar o mais longevo dositalianos na America La-tina? Inteligência de pri-meira ag.ua, com uma cer-ta cultura — pois fizeratodos os cursos, e os com-pletara, dà Escola de Co-mercio de Chambery, na.arcaica Sabóia, berço dosReis da Itália — viu naprovíncia de São Paulo asua futura metrópole. SãoPaulo, pouco dep,ois de

J.900, tinha a fisionomia deuma cidade do interior,com os seus lampeões agaz — tão decantados emversos e musicas pelospoetas e pelos boêmiosdaquela éra — os seusbondes eram puxados porburros) no largo de SãoBento e na praça AntônioPrado o Circo chegava eerigia o seu pavilhão, matoera a praça da Republica,mato era a avenida Paulis-ta, mato era a aveni-da Tiradentes. matissimoera o Pacaembú, mas JoãoUgliengo já se tinha ena-

morado da cidade que jáconsiderava sua, e sonha-ra com ela, grande, dina-mica. fortaleza das indus-trias, a maior do Brasil,a mais sedutora do mun-do... Assim, astutamente,como bom comerciante,como finório financista, oque fez? Não se limitousó à industria, fechar-sena industria, ter fé e espe-ranças na industria, não.Com os lucros anuais daindustria, começou a com-prar terrenos, casas, emais terrenos e mais casas,em toda a parte, não des-cuidando do seu MoinhoSantista, mas só se preo-cupando em adquirir imo-veis, pois, dinheiro emimóveis, era dinheiro firme,sem rasteiras que a indus-tria sempre passa, dinhei-ro em imóveis era dinhei-ro que crescia, sem o perigode uma corrida num ban-co, como então, de quandoem vez, acontecia. Com-prou, obstinadamente, com-prou', e comprou semprepessoalmente, sem interme-liario, sem corretores, poisqueria ver onde estava oterreno, em que bairro seencontrava a casa, poisque com o seu tino de pie-montes esperto, calculava,no momento, o_ que podiarender, num próximo futu-ro, o terreno adquirido ea casa comprada. Assim

com a fortuna tambémvinha a paz.

Na base do acordoCom a riqueza pensouna quietação do seu espi-

rito. Não era de briga. Denenhuma briga. Pagavapara não brigar. Duranteos seus 60 anos de ativi-dade comercial, industrial,financeira, de proprietar//de imóveis — individual-mente pôde ser considera-do o Rei dos donos de imo-veis, pois era o Maior —realizou este incrível e sur-preendente milagre: nun-ca teve uma questão noforo! Quando surgia ummalentendido, quando ai-guem, em negociação comcie, sobre qualquer coisa,achava que deveria recorrera Justiça, João Ugliengo,com o seu habitual sorriso,pois, nestas ocasiões nun-ca perdia a calma, convi-dava o insatisfeito a dis-cutir sobre o assunto, e,conversa vinha, conversaia, e entrava, de qualquerjeito, em acordo. Nada detribunal, de advogados, deoficiais de justiça, enfim,de tudo o que cheirasse aforo, porque queria dor-mir bem, passar as suasnoites em tranqüilidade.Assim agia com os onera-rios, com os empregados,com os seus auxiliares di-retos, com os seus direto-res e com... os picaretas,de qualquer co turno. En-trava sempre de acordo,dava, dava o que entendia,o menos possivel, mas dava,pois tendo dado, não pen-sava mais no caso, casoliquidado, quietação adqui-rida.

Foi este um dos elemen-tos primarciais que o leva-ram a viver em paz e aos91 anos de idade, sem mo-lestias h sem distúrbiosmorais.

A sua festaComo todos os pioneiros

de ILLO TEMPORE eraaçambarcador de todas asatividades em que punhaas mãos. Como moageiro,como industrial, como fi-nancista, e, depois, comofazendeiro, só fechava onegocio quando o tratavapessoalmente. E tinha pai-xão pelos negócios. Quan-do conseguia fechar umnegocio, assim como ele odesejava, com o desfechoprevisto e caldeado por ele,sentia-se extremamente fe-liz. Não pelo lucro, pois, jánão ligava a lucros de es-pecie alguma — eram tan-tos os lucros que semprei-eniatava de qualquer setor»que se tornaram incidentescorriqueiros — mas pelabatalha vencida. Porqueconsiderava a vida umaluta de dia a_ dia, JoãoUgliengo sentia-se ventu-roso quando triunfava nu-ma lide: era o orgulho dolutador intemerato que ai-bergava no seu imo de pio-neiro nato! v

Muitas vezes, nos almo-gos costumeiros que tinhacom ele, me contava assuas proezas, entre uraprato de rãs «ai guazzetto»

do qual era gulosíssimoe um copo de vinho, com

a qual sempre esteve emcontacto, como bom pie-montes, até aos últimostempos da sua existência,e tinha um belo sorriso desatisfação em rememoraros episõdios vividos, subli-nhandos as tentativas de.rasteiras dos adversários erelevando as suas defesas,como um jogador de lutalivre. E ria gostosamente.

O «Burberobenéfico»

Foi um ótimo italiano eum grande brasileiro. Nun-ca ouvi uma palavra deapodo contra o Brasil, nemmesmo quando estávamosem guerra com a sua Pa-tria. Considerava aquiloum malentendido entre doispovos que se queriam bem.

Como italiano sempreserviu com lealdade e coma sua contribuição finan-ceira a tudo o que era ini-ciativa a favor do bem dasua Itália. Como brasilei-'ro — pois nele não se sa-bia bem onde terminava oitaliano e começava o bra-sileiro — também serviutodos, deu para tudo o seuobulo, com prazer e semrelutância, e muita contri-buição mensal fazia paraas casas de beneficiencia,aos conventos, à SantaCasa, aos hospitais, en-fim, tinha uma verba espe-ciai para isso.

Nunca se meteu em pe-litica, nem da sua terra,nem do Brasil. Achava to-dos os governos bons, esempre teve pena dos go-vernantes, pois os conside-rava mais vitimas do queheróis, mais mártires doque gosadores.

Foi um bom homem, naverdadeira e profunda accR-cão da palavra. Às vezes,como todo.o latino, perdiaa paciência, e dava o estri-lo. Coisa de um minuto.Depois tornava a sorrir, echegava a pedir desculpasao alvo da sua bronca.Lembro perfeitamente deum episódio típico. Estavano seu escritório, do Moi-nho Santista, na praça doCafé. Entrou no seu gabi-nete, um jornalista itaiia-no, já alquebrado, pelosanos e pelos desenganos,um trapo humano, e, mo-vido pelo desespero, pediualgo ao João Ugliengo.Ugliengo deu o estrilo.Mandou-o embora, pois,dias antes, lhe dera o seuquinhão. O jornalista quejá não tinha mais jornal,que não tinha mais nada,talvez, nem mais vontadede escrever nem a favornem contra ninguém, auefora sempre um bonachãoe um boêmio, olhou-o comtristeza, não disse um pio,e foi-se embora- Minutosdepois, Ugliengo, já com acalma no coração bonissi-mo, me ordenou*

— Procure o homem edê-lhe isto. Corra. Coita-do! Ele também tem direi-to a viver...

Deu.me uma nota. Emandou-me procurar o in-feliz jornalista, o meu po-bre colega.

O bonde domilionário

Foi o multi milionárioque melhor soube gozar osmilhões. Não existiu nemexiste um seu patrício, nacoletividade paulistana, quemelhor soube aproveitar aaragem do tesouro àcumu-lado. Viajou como nin-guem. Foi a toda'parte.

Viajou por mar, porterra, pelo ar, sem medo,com volúpia quase, viajoumais r,ara se distrair; comoum curioso, como um turis-ta, às vezes — poucas ve-zes — por negócios. Co-nheceu o interior de SãoPaulo, o Brasil, a Ar-gentina, o mundo, enfim,como poucos «globber-trot-ters» dourados. Capitalistanenhum da America Latina— não sei se dos States

alguém fez a mesma coi-Ba — se atreveu a ir visi-tar a Rússia comunista.João Ugliengo foi. Foi eme contou que gostou, quenotara algumas coisas beminteressantes, falou dosseus costumes com simpa-tia, do seu método dc ga-nhar o pão com um certorespeito, enfim, olhou aRússia com os olhos doestudioso, não com a ves-guice do setário intransi-gente.

Sobretudo odiou a osten-tação. Nunca alardeou aBua riqueza. Nunca impôsa própria personalidade emfunção da pecunia adquiri-da. Nunca foi João Uglien-go pelo dinheiro que tinha.Se teve alguns titulos doGoverno Italiano e do Go-verno Brasileiro foi porquelhos deram, sem p,edir, pe-dindo, ao contrario, que osaceitasse, Nunca o vi comuma decoração no peito,em qualquer que fosse arecepção, oficial ou ' não.Mesmo porque sempre fu-giu das recepções, e, quan-do tinha que forçosamenteir, ia de má vontade. Bastadizer aue tinha vários au-tomoveis, e, no entanto,muitas vezes, ainda nos ul-timos dias, tomava o bon-de PERDIZES, na praçado Correio, e ia para casa.Varias vezes o encontreisentado no banco. Ria comele, e, considerava o seu ges-to, bem esportivo, bem fe--liz eu de ver um homemcomo Ugliengo, rico'.comoUgliengo, sem pose, modes-tamente num bonde, mis-turado com a multidão,homem entre os homens,humilde entre os humilde».São Paulo, o santo, dizia«Omnia inunda mundas»,isto é, tudo é puro para ospuros. João Ugliengo, sen-tado no bonde, entre o povoaflito, também comprèen-dia que tudo era bom paraos bons. .

O que deixou

Alem de uma fortuna in-calculavel — fala-se emdez bilhões de cruzeirosBem um centavo de divida!— João Ugliengo deixouuma familia admirável.Teve em Dona Judith Mas-serano Ugliengo uma esp<o-Ra exemplar que o ajudou,no inicio da sua caminha-da, com espirito de sacrifi-cio e pronta a qualquer re-nuncia, esposa que foiuma companheira mágnifi-ca, sempre, e especialmen-te, quando a luta era maisáspera e dificil. Teve duasfilhas, Nerina e Ticaà afe-Luosissimas e carinnosas,que viam sempre emUgliengo, o pai, não o ho-mem rico que lhes podiaproporcionar tudo. Educa-das à moderna, mas sem-pre sob os rigidos prin-cipios da formação espiri-tual tipicamente patriar-cal, Nerina e Tica sãomães amantissimas, figurasfulgurantes do «set» deParis e Londres, de Romae Turim, de • Nova York eSão Paulo, sempre entreas primeiras quando setrata de fazer um gesto debeneficiencia ou socorrerps que existem à margemda sociedade. Grandes da-mas, enfim. Teve dois gen-ros de primeria luz, estecorretíssimo doutor FrancoGerodetti, gentleman pie-montes, tão rico comoUgliengo, que do sogronunca precisou nem de umacarta de fiador, tão tra-balhador, tão economistacomo o avô dos seus fi-lhos, culto e modesto, sa-gaz guarda dos interesses

Wk

UGLIENGOvisto pelo VALLE, de voltada Rússia, para o MOS-

CONE, ainda.

da familia, e, sobretudo»homem atualizado e mo-demo. O outro, o CesareRivetti, da firma . dos Ri-vetti, uma das maiores ede maior prestigio e proje-ção na Itália e no mundo,«gros bonet» da alta socie-dade européia, tambémabastado como o sogro, nãoprecisando do sogro emocasião alguma, lídimo ca-valheiro em todos os senti-dos, homem que honra osricos, e que faz com que opovo desculpe o privilegia-do como ,um Cesare Rivetti,que seja rico. »

Este foi João Ugliengo,multimilionario «sui gene-ris», fora do comum mes-mo que com os bilhõesnunca esqueceu de ser umhomem, como ensinou Je-sus Cristo, um simples, semvaidades tolas, um afortu-nado, sem abusar com so-berbia das suas prerrogati-vas, sem usar a sua pecu-nia para pisar os outros,para humilhar os seus con-correntes, para gritar aosmenos favorecidos da sor-te, com arrogância e comprepotência, a força do seupoderio financeiro. Mon-taigne, nos seus «Essais*.advertiu: «La plus expres-se marque de Ia segesse,c'est un esjouissance cons-tante», isto é, o mais cer-to marco da sabedoria é_aconstante serenidade. JoãoUgliengo conseguiu viver91 anos, porque soube sersereno em tudo, com todos,e com a dinheiro não com-prou ódios ou inimigos,mas limitou-se tão somen-te a comprar a paz.

E foi o mais sábio —para não dizer o mais fe-liz — de todos os itaiia-nos de todos os tempos.

v. r.

í ^M A-

I %UGLIENGO

visto pelo RENATO CA-

TALDI, já para o MOS-

CARDO.

i/riJMN&vxivyuvwyvi^^

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MOSCARDOPág. 4 J>^mmBmm^mmmt^aMBZr^^L^^^L^M, Um——^KÊ ^B ^^

IB V^^ ^^^^. Wmmmmmmmt^^L^^am mOT^A Pi ^^^mWmW ^BW ^^mW^ .m^W^mt ^^^B^^^^BBbB*'^ J^^^^EB-WI BtJfa^/fStfB **V* BBI

COCA COLA: A COU DOS COCOS ri?»

Ainda a decadência de HollywoodFui sempre um aâmiraâor

do cinema americano, espe-cialmente âepois âe se reti-rar âe cena a hegemoniaitaliana, francesa e âina-marquesa.

E' que a "maneira" euro-péia, nos iãos âe 1910-1915era visceralmente teatrales-ca, com seqüências monóto-nas e um irritante excessode diálogos (letreiros).

Após a primeira guerra,cessou o cinema europeu, eos americanos invadiram, omercado mundial. A agilida-âe ão roteiro, o sistema declose-up, os epílogos melosose ao gosto ãa época me fize-ram esquecer a Aquila Filme,a Pathé e a Vitagraph. Nas-cera o cinema-cinema.

Com o tempo, Hollywooãfoi forçaâa a fabricar filmesem série, em massa, comonas fábricas ãe automóveisou áe lingüiça, para suprir omercaão.

Finãa a segunda guerramundial, os europeus reagi-ram, lançando o cinema rea-lista (este nascido na Cine-cittá funãaãa por Mussoli-ni). Alguns tipos europeus,Ana Magnani, Ameáeo Naz-zari, Totó, Fernanâél, Brigit-te Bardot, Lollobrigiãa, con-quislaram milhões ãe fãs.

Hollywood sentiu na, carneessa reação, especialmentenos mercados sulamericanps.E começou a decadência.Com a fuga dos astros ãeLos Angeles para outras pia-gas, acossados pelo fisco.

Mas, cedo a palavra ao cri-tico âo New York Times, B.Crowther:"Foi com dificuldaãe queconsegui selecionar os "ãezmelhores" filmes âe linrniainglesa (proâuziâos na Amé-rica e em Lonâres)."Tive que recorrer a quatrofilmes ingleses, dois dos quaisde Arthur Rank. E as pró-prias seis produções america-nas são meâíocres, entre asquais citamos as âe Billy

Wilder e de Stanley Kramer".Quem afirma isso é o cronis-ta do New York Times,não eu.

A decaâência hollywooâia-na é, pois, um fato.

E' que também o gostopúblico evoluiu, no munâotoâo. Cinema, hoje, âeve serum pouco mais ão que fanta-sia e "âolce vita", aceitáveisnos tempos de ontem.

Cinema, hoje, deve ter orealismo brutal da própriavida contemporânea.

JOSÉ' DA TELA

QUANDO O FILME BRASILEIRO É IMPRÓPRIOPARA MENORES

•^^1 \WW .mú^Lm mW *.'• mVtm

— Querida, por favor, não me julgue ainda.. . Sim, sim, falhei na norte d*

nupcias É que sempre tomei aquela maldita COCA COLA... Vou des.5t.r

dela, antes de desistir de você, e serei seu marido cem por cento...

A pantomina ***Himn0i|^^ *

Viu, Andreza, a nossa fiía «Bahia de todos os santos? Vi, sim, Jó. Só que lá havia de tudo, menos santos. . .

beber

CAMCU% é beber saúde

CÂMARALENTA

Há uma expectativa geral,¦entre os cineastas, pelo quefará o novo governo em proldo cinema. Parece que ja foidesignada uma comissãodestinada a orientar o pro-blema. Vamos ver se destao govêrno-bomba acertará ocaminho.

"Matar por dever", noÁrt Palácio, não é nenhumanovela vinda de Alagoas ouPernambuco. É filme ameri-cano. —o—

"A doce vida" não continuano Coral, mas começou nasrepartições a vida amargados barnabés- que não esta-vam habituados ao traba-lho.

"Mulheres perigosas", noIpiranga, parece filme feitona Paraíba. Mas é fita napo-

"Braço a braço", no Mara-bá, com o célebre J- Q. Ce-nário: Brasília.

"Paixões desenfreadas", noMarrocos, é uma paródia docaso do contrabando de ca-fé.

"Retrato em negro", noPaissandu. nada tem a vercom a biografia do Pele. É aLana Turner num retratopsicológico.

"Até o amargo fim", noRepública, não é uma indi-reta ao presidente Jânio.É assunto muito diferente.

"A aldeia dos amaldiçoa-dos", no Metro, não é Bra-silia, como poderão pensaros funcionários que saíramdo Rio para lá trabalhar.É uma história com GeorgeSanders.

—o—

"Sobe e desce", no Mona-co, constitui divertida pelí-cuia cômica, .focalizandouma fase da vida de J. K.no seu final de governo.

Mais uma vez se abriram as cortinas do palco tele-radiofônico para a pantomima anual da premiaçao «Roquet-te Pinto».

Mais uma vez desfilaram os colecionadores do papa-gaio de bronze, para receber novo exemplar. Alguns^ dessescolecionadores, dentro de alguns anos, poderão montar lojado papagaios de bronze. Alguns desfilaram pela oitava ounona vez...

Apenas duas figuras novas foram premiadas: ConsueloLeandro e Cely Campello, como se não existissem muitasouteas revelações surgidas em 1960. Seria fastidioso dar onome de todas elas. quer na cenografia, na interpretação,na coreografia ou na direção técnica.

Os donos do «Roquette» de hà muito que deveriamnensar nos valores novos, nos- talentos em formação, naoexdísivamente em CANASTRÕES como Silvio Caldas eeCra Garcia, que estão aposentados há ma s de cincoIno^e que teimam em pisar um palco, por egoísmo e pormera vaidade.

O panelismo é um fato «esta terra, como «mqu^quer

parte do mundo. Querem um exemplo? Ainda JJ«fg

semanas foi distribuído o «Sacy» aos melhores de 19b0- oS composto de elementos da crônica fP<™».S tem. Não compareceu um ^ elemento da Ba.Uo Beom-rf ooraue os jurados eram estranhos a emissora aePnnlo^e Carvalho. E as «celebridades» da Quintino Boca-

Restavam ACOIA do julgamenio de «ma comissãoho-Sa e Snparcial. Gesto antipático e presunçoso da refe

rida emissora...Em nossa maneira de pensar, achamos que um prêmio

deve s« todo apenas uma vez ao indivíduo. Como acontece

Sm o 'ÔTar»,

o «Nobel» e o «Morínho Santista». Porque

eTi^ssívd que não apareçam novos talentos, novas capa-

cidades no decorrer de um ano.

Infelizmente assa «panela, é difícil de ser destruída.

Êla Sz parte de nosso ambiente intelectual. V uma insti-

tUÍçSU>- JOÃO DO ÉTER

marcha...

CASA MARIO CHIODIMARIO CHIOBS & FILHO

3 Gerações a serviço de suaElegância.

Artigos Finos porei CovolheirosMATRIZ:

RUA SÃO BENTO, 315 - FONE: 32-7010FILIAL:

RUA 24 DE MAIO, 19 — FONE: 37-2031SÃO PAULO

Florentino, florc/o jardim dos

LlorenteFlorentino, aliás, o doutor

Florentino como o chama oRenato Pelegrin, o Flô comoo ãenomina o com. Júlio Lio-rente, com um especial cari-nho paternal, continua nabrecha, pelo seu imenso "sa-voir faire", pela sua habili-âaáe em tratar os seus se-melhantes, pela sua lhanezae pelo seu sorriso que herâouão pai. Como é ãe tradição,Júlio Llorente tem o sorrisomais cinematográfico da ei-dade.

Há dias, no seu escritório,se apresentou uma turmaãas Emissoras Associadas ãoRââio e âa Televisão e lheentregou uma medalhaespecial comemorativa âoGranãe Festival ãe San Re-mo, para cujo sucesso cola-borou intensamente.

Madruga (que madrugouuma manhã inteira para fa-zer um ãiscurso de... im-proviso) deu a nota e a me-áalha. Florentino aceitou ameâalha e âeu... um sor-riso.

Florentino está habituadoa dar e a receber flores. Nãoé ele um Florentino?

XASAMASETTFSg

Dia a dia aumenta onúmero ãos Cônsules âaCasa Sloper. Et pour cau-se... E' gostoso ser troçoãiplomatico entre a faunaãos beocios endinheira-ãos. E' impressionanteter a Chapa Consular nafrente e atraz da própriaCadillac, último tipo. E'emocionante ser chama-do ãe Sua Excelência porum bajulador qualquer,em busca de uma cava-çãesinha ou âe um favor-zinho em miúdos, semcheques ao portador. E'importante viajar comPassaporte Diplomático,pois os fiscais ãa Alfan-ãega e os gerentes ãos ho.teis esboçam o seu melhorsorriso ... Enfim, com ousem Sloper, é bacana sercônsul de uma terra deninguém, onde o Juãasperâeu as botas e a tra-montana...~ÍJ' tão fácil cavar isso.Ter um amiguinho ão pei-to no Itamarati. Tornar-se intimo dele. Da sua se-nhora. Da suá amante.Numa ceia intima, quan-do o whisky já foi larga-mente ingerião, quando ochampanhe francês ser-viu para toâos os brinâes.falar no ouvido da senho-ra ou, melhor, da amante,ão irreprimível desejo âeser Cônsul âa Casa Sio-per, e áeixe correr o tem-po, Insistir, porém, ãiplo-màticamente, pois paraingressar na carreira con-sular, é preciso ser ãiplo-mático, e, assim, vai ãesâejá aprenãenáo. Corretempo, corre dinheiro, lávem a informaçãosinhaáo Itamarati: a repubüquinha de Caixabomba, lá,nos confins ãa AméricaCentral, ou lá, entre siriosque não se entenâem ebabilônios que não falam,precisa ãe um represen-tante no Brasil, e, espe-

I

cialmente, em São Paulo.O pretenãente exulta.Nem sabe o que é Caixa-bomba, às vezes, nem^ sa-be onãe fica a AmericaCentral ou onãe comemquib.e os sirios menciona-

" ãos, mas topa. Topa tuâo,contanto que seja cônsulâe qualquer maloca, comos privilégios habituais.Lá vem a nomeação, âire-temente, ãe Caixabomba,e lá vai o novo cônsul, àrua Direita, comprar osapetrechos necessários, naCasa Sloper, e torce paraque haja qualquer recep-ção oficial, para se exibirna nova vestimenta: con-sul ãe Caixabomba!

E assim a Casa Sloperaáauire um novo freguês...

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MOSCARDO Pág. 5 t

'.S

II CICCILLO quiz que im Matarazzo tanhemfosse Troço em assuntos de Arte

A turma bem ali ãos Jar-<dins, ão Morumbi, áas mar-:gens ão Ibirapuera e aája-cências afirmam, com um co-po de whisky na direita e¦com um outro de voãka ;,aesquerda, que o conspicuo —

que 7io fundo, é um sabidãode marca maior — Francisco.Matarazzo Sobrinho, vulgoCiccillo, é um louco. Loucovarrido. Louco que não estáinternado no hospício porqueé um Matarozzo. Ser umMatarazzo, nesta terra, áa-.divosa e boa, onde canta o^abiá, com Brasília à vistac com Pele o Rei Negro maispoderoso do que um Negus¦da Abissinia, ser Matarazzo¦no Brasil, como iamos dizen-

do, é ser um romano ão tem-•po dos Césares — "civis ro-/manus sum" e cala a boca,Utelvino! — um "sir" poáero-30 e inatacável, como notempo áo "Rule Britannia"

"rule" áemais como ostempos democráticos atuais— um rei áe qualquer troçocomo o ianque moãerno sobo império áo áolar e os seus

;Jãs hollywoodescos.E Ciccillo é um Matarazzo,

-tio porte, no estilo, fisica--.mente, no jeitão cilentano,.no sorriso tapeaãor, naque-,las atitudes ãubias que pare-ce que vai mas não vai, mo-lengão por fora, áurão por¦dentro, bancando o maluco.quando lhe convém, astuto.quando é preciso passar a^rasteira em alguém sem que¦este alguém perceba ãe onãe-jvem o primeiro golpe:..

Por quê louco? Porque per->de o seu dinheiro, o seu tem-$0, o seu bestunto, as suas.horas ãe lazer, a sua meta-lúrgica, os seus latões, os

..seus almoces, os seus serões•para os artistas moâernos,:para a sua Bienal, para astelas que vêem áe todas as

:parte ão mundo profetan-¦do gloriosamente o nome ão..Brasil em toãos os cantos,demonstração clara áe que¦aqui não se cultiva café, ca-cao, não se exerce o futebolcom Vavá áos milhões ãe

Onde está o maluco? — Além de futebol, noBrasil, há telas ... — Mais farinha, menos

dólares e menos mortos de fome.. •— O infinito . . .

\ Ê

sempre mais hirtos como umMendes Caldeira, ãe ampliaros seus moinhos ãe farinhacomo um Selmi Dei e deixaro povo sem farinha porquequer ganhar mais a custa dafome dos coitados, ãe fazercoleções de dólares como to-dos os banqueiros locais,ignorando que um golpe áefoguete a jacto áe um russo

qualquer ou áe um Fidel Cas.tro mesmo sem barba, poáe-rá reduzi-los a que se reâu-ziu o marco alemão áepoisãa loucura ãe Hitler, enfim,esses pobretões, cheios ãe ãi-nheiro, que ainda não seconvenceram de que a vidanão passa, continua, mas osque passam, na viãa, são pre.cisamente, eles, ãeixanáo assuas coleções áe ouro e áeprata aos outros...

í a procura de suaJfel

Com Cantidio, «forever» nas urnas!

CICCILLO E NADA MAIS.

pesetas, mas também se olhacom carinho e ãeãicação àsobras de arte, modernas ounão, feitas só com o coraçãoou só com o pincel?

Louco, pois? Não. Loucossão os que têm a sua posi-

ção na existência bãbilonicaáe um São Paulo semprecrescenão para pior, e só seinteressam de conquistaiPrincesas de araque, comoum Baby (ou.Bobo?) Pigna-tari, de edificar aranha-ceus

Cortinas - Móveis Estofados sobencomenda - Capas para Mó-veis - Reformas de Móveis -

Colocações de Tapetes

TAPEÇARIAFERNANDO

_ DE —

Fernando Antônio & Souza Ltda.Loja e Oficina:

Rua das Palmeiras, 105 — Tel.: 52-6771SÃO PAULO

Ciccillo Matarazzo desço-briu a sua meta. A Bienal.Da-lhe tudo o que lhe deua viãa. Com prazer. Comalegria. Com entusiasmo. Osartistas, toãos loucos ou ta-raãos, introvertiãos ou áesa-busaãos, paranóicos ou cheiosãe vaiãaães tolas e áe me-linãres infantis, criançasgranâes só âão ãesgostos, ãe-cepções, desencantos ao Cie-cillo Matarazzo, posto-se àtesta ãa Bienal, com as me-lhores ãas intenções, comtoão o âinamismo âã sua in-crível raça, com a mais puraãas intenções. Não tem im-portância. Ciccillo continua,apezar dos venãavais, dasratoeiras, das traições, ãoscontos ão vigário, de toãosos enganos. "Dans le poeteet dans Vartiste il y a ãeVinfini", proclamava VictorHugo., e Ciccillo Matarazzoprocura na Bienal o seu in-finito, a razão áe viver, amissão a cumprir, a "âoceviãa" áo seu ãia a dia, por-que, há muito, se convenceuãe que a arte não é o pão,mas o vinho ãa existência áeum Matarazzo áo seu porte,da ¦sua formação espiritual.

G resto, é bola áe futebol...

Caríssimo MOSCARDO:depressinha, depressinha,

rapidamente, tudo de umfôlego- aqui estou, estandocheio até aqui com os meuscorreligionários, em campa-nha do meu amigo, o ilustreCantidio, meio baiano emeio paulistano, no assalto— lembra-se que eu sou ge-neral! — da Prefeitura. SeNossa Senhora da Apareci ¦da e o Criador, lá, do altoda colina, no céu azul meajudarem Cantidio será o'meu, o seu, o nosso Prefeito,na paz do Senhor e de San-to Expedito, o milagroso dascoisas impossiveis. Não acer-tarei ao alvo, queridissimoMOSCARDO? Ir com quem?Com o turco laárão, na defi-nição do Carlos Lacerda- oucom o Prestes Maia, o can-didato da gente do "ESTA-DÃO", onde o Julio Mesqui-ta, que torce como. eu parao querido São Paulo F. B. C-,mas que sempre torceu con-tra mim, não sei por que,tricolor puro eu, tricolor de-generado êle. não me per-doa a minha performanceque seu seja o Vice>recordda nossa politica? Para oFarabulini, o Farabuttini,como diz o meu, o nossoamigo João Potiguara Sca-tamaechia, "Príncipe

de Bela

Vista? Por isso, e por aquilo,optei para o Cantidio, e pediencarecidamente á NossaSenhora da Aparecida —que já me deu o desgosto denão eleger o colega e amigoLott — a graça de me aten-der. desta vez, pois, do cop-trario, me sentirei desampa-rado. Fiz o meu voto, estáclaro: irei a pé, daqui áAparecida, se vencer o Can-tidio e espero que o amigodo MOSCARDO me acompa-nhe. "Álea jacta est!" comodiz o meu amigo DomingosAlonso Fernandes, quandodá o elefante no jogo do bi«cho, e o mesmo direi eu, in-do á urna. de braços dados,com o Cantidio. Nossa Se-nhora da Aparecida sabe oque faz, e, desta vez, daráuma alegria ao seu devoto eseu amigo.

O GENERAL

Dr.Nelson Presotto

Civil eCriminal

R. Senador Feijó, 2SFone: 35-4461 |

JQ y^^X--,...-

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PRESTES MAIA: — Desta vez me deram SOPA-:om Vava aos lliuiiuca u.c i fJ^mmmmmmt^^mmml^,^mm^^m^Ê^^^i^m^ma^mÊmmmmm^mmmm.^mi

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o reaContra a Reforma Agrária, por conseguinte, contra C P. contra Jânio que sâo a favor,dos latif undistas, «brasileiro» com título declaratório no bolso do colete. Nâo deixa para menos. ?.Reforma Agrária significa menos latifúndios e mais humanidade para os colonos escravisados.

,VVV*VV\\V*»VV%**VV%*1*'**%%*1*%%%^^

ROBERTO VENTURINI..— Parabéns... Assim, sim.Assim, é que se entende umCônsul Geral que trabalha.Vai aqui, vai lá, onde háItalianos, que precisam doseu apoio, de "una spinta-rella", de um elogio... Já•conheceu várias cidades doInterior, onde há patríciosque honraram e honram asua Pátria. Foi a vez deBauru, grande cidade, ondehá "connazionali" de pri-meira ordem. A sua presen-oa foi a festa para todos.Continue, com o seu entu-

, siasmo e sua fé. Isso faz umbem aos italianos...

JOSÉ SALVADOR JULIA-NELLI — Ministério na Edu-cação e Cultura — Rio de

.Janeiro — Recebemos eagradecemos o opúsculo fei-to em HOMENAGEM A VI-LA-LOBOS. Um volume fei-

* to com amor à música e comadmiração ao grande mães-tro patrício, recentemente,falecido. Bem feito. Aindabem que há vultos como oJosé Salvador. Do contrário,

t que seria o mundo?JOSÉ NABANTINO — Nu

ma nota publicada no

TADO DE S- PAULO", os lei-tores vêm a saber que en-tre os devedores de catego-ria ao Banco do Estado deSão Paulo figura a firmaCassio Muniz S.A. com 28milhões. Só no Banco doMario Morandi! Imagine o

JOÃO DI PIETRO — An-tonio Devisate cidadão eme-rito? Que fêz êle para sercidadão e sobretudo eméri-to? Emérito, sim- nas tapea-ções...

CARLO BIANCO — Gosta-mos da sinceridade do últi-mo anúncio das suas indús-trias: 18 mil metros quadra-dos de móveis... Isso mes-mo: os seus móveis só semedem a quilômetros... Haquantidade, mas não háqualidade. Há, sobretudo,mau gosto...

ANTÔNIO BARONCELLI- Jequiti Mar - Que fêz vo-cê, seu baron e celli ao Jor-gito Prado que o colocou noolho da rua?.JÉ pecado, seuAntônio, ainda mais com oJorgito e o. seu Jequiti Marque andam no pindura...

JOSÉ E ADOLFO MILANI

«V*4*t^%%VVVV\VVVVVV vvv**vvvvv*vv**v*»vvvvv*vvvv»**vvv^vêses veado. Coincidência by, então, quantas vezes deou prazer do proprietário de veria ser condenado por bi-

tigo do "GLOBO", do Rio deJaneiro, sobre o truste dos'Lever e sobre a decadênciados Milani. Diz sabiamente,em certo trecho: "O traba-lho do consórcio foi facili-tado pela falta de sentidode sucessão da familia Mi-lani, detentora da maioriadas ações de GESSY. Divi-didos os Milani, vinha aGESSY experemintando máfase, com repercussões da-nosas no conjunto da suaindústria- A familia Milani,foi, portanto, um alvo rela-tivamente, fácil. A ela inte-ressou muito mais o dinhei-ro da Unilever do que man

... ter viva a tradição da GES-ES— Com certeza .leram o ar- SY, erguida por Milani'de

outras épocas". Depois dis-so, por que não mudam decara, seu José e Adolfo Mi-lani?

FRANCISCO AMATO —Parece que o Banco Francêse Italiano está com água nagarganta, pois aqui chegou,"in fretta e in fúria"- o mes-sieur Henri Burnier, de Pa-ris e "dintorm". O tal demessleur veio com a esposaa tiracolo e veio ver de per-tos os buracos do velho etradicional instituto de cré-dito. Bá podridão em Dani-marca e na Sudameris...

JULIO PASQUINI — Re-Dararrros também nós. ORestaurante Trastevere tem¦o número 24-24, isto é, duas

ter um veado duplo?LUIZ PIRANI — Sobre o

gesto do grupo italiano queofereceu usinas hidro e ter-mo-elétricas ao Brasil emtroca de produtos brasilei-dos já nos informamos como Cario Enrico Giglioli, oatual faz tudo" da Embai-xada Italiana no Rio. A coi-sa é séria e será realizadadentro de 45 dias. Oxalá!

FRANCISCO MARONE',TAMBÉM CINZANO — Tu-rim — Francamente não lhepodemos dizer nada: MariaPia Finocchio não é paren-te do Antelio (Vitelio) Fioc-chi. Uma é Finocchio, mes-mo sendo mulher e bailari-na, o outro é Fiocchi, istoé, dois fioecos, e é o "Tal"da Cinzano daqui- Confusão?E é para admirar? Na Cin-zano sempre houve confu-são, ou, melhor, confu-soes...

PRÍNCIPE (no duro!) AL-LIATA DI MONTEREALE —Roma — Perdeu suas imu-nidades parlamentares paraque possa ser julgado porbigamia? Ninharia... O Ba-

gamia? De resto, até o Car-los Ponti anda fugindo daItália por causa da Sofia —ma la colpa non é mia...

Não gostou da alemã Eri-ka e quis a equatorianaMargot... Do frio ao ca-Ior... Justo, com os seus 39anos... Enfim, um proces-so deste, é cartaz...

ALFREDO STENDARDORio — Conforme as úl-

timas estatísticas da suaPátria, há um carro paracada 25 italianos. Houve umtempo- no bom (ou mau?)tempo antigo, que Mussoli-ni prometeu uma casa paracada italiano. Não deu cer-to, mas dará certo, dentrode pouco, um carro para ca-da italiano. Por que vocênão dá relevo a esta notíciainteressante ou só gosta dese esconder no porão daEmbaixada?

EMÍLIO CARLOS — On-de foi buscar tanto dinhei-ro para fazer tanta propa-ganda? Tudo no beiço oupor conta da Prefeitura, serà custa do voto do Jânio,,fôr eleito?

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V.

Page 8: MOSCARDO. São Paulo (SP) 19 6 1 Ano 33 - N9s. 1353-1357 ...memoria.bn.br/pdf/213535/per213535_1961_01353.pdf · comer bem — qual é o Rei que não come bem? — pura. gratificar

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Pág. 6 MOSCARDO

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&?2fe£gj^& #* l/m concurso dosboniios

Um grupo da alta socie*dade comunicou ao MOS-CARDO que quer promoverum CONCURSO PARA OSBONITOS de maior cvi-dencia do nosso pais.

Já se inscreveram os se-guintcs candidatos: JantoQuadros, Mcnotti dei Pie-chia, Aldo Bardella, CondeAdriano Cresnj. AntônioFeliniano, Antônio Devisa-te, Prestes Maia, SerafinoFileppo and sons. Judas ls-gariota, Estevam Moinar t'outros.

O vencedor será coroadono Palácio do Planalto, emBrasilia. . *

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POR TRÁS DO PANO

Que é isso? Bexiga?Não. Sou artista de teatro. Na saida, as fans qui-zeram me dar uma prova de seu afeto, com belis-cães...

AUTOBIOGRAFIA

Nasci- Foi sem contratem-po. Cresci. Namorei às tontas.Casei. Passo agora o tempotentando pagar as contas!

WANKE

Freqüência«Moc/ü/ocfo»

Grande Otelo e Russo do Pandeiro eramsócios da Comissão do Imposto Sindical. . .

Em face da obrigatorieãa-de do regime de dois turnos,?io novo horário de serviçopúblico, os artistas GrandeOtelo, Russo do Pandeiro emais uns oito ou dez, cole-gas, terão que comparecer ao"batente", no Rio, sob penade dispensa.-

Todos eles percebiam de20 a 30 mil cruzeiros men-sais, sem comparecer às re-partições.

E agora devem escolher:ou grudam no "batente", das«,30 às 18 horas, ou perderãoo bico.

qêÊSS^

CLAUDIA, PAOLA, SUSETTE, «mo da arte lirica, a outrada arte ^dramática e a terceira da arte francesa. Gere-mia Lunardelli, amante da arte, quis, com as três, conhe-

cer a dificil arte de amar. Conseguiu-o? Isto são .outrosquinhentos cruzeiros...

A SUPERSTIÇÃO NO PALCOOs profissionais do palco, em sua maioríaPalimentam

superstições, como os futebolistas, os marinheiros e osoperários de minas. Vejamos um caso surpreendente.

Atuava no Trianon, do Rio, a Cia. Leopoldo proes.Em cena a peça de GastãoTojeiro A Jovem predestinada.A "ingênua" do elenco era Amalia Capitani, que fazia o

papel de noiva. Com um detalhe: ela se preparava parao casório experimentando o enxoval no seu quarto dedorr.:ír. Euas o* três semanas depois, Amalia nao cpm-pareceu: arranjou um noivo de verdade e abandonou oDâlco

Começou-se a falar que aquele galante papel davasorte para as candidatas ao casamento. E o, velho Froesse viu atrapalhado com tantos pedidos para substituirAmalia. Finalmente foi escolhida Clarinda Lopes. .Ummês depois, Clarinda deixou o teatro, de braços com. seufuturo marido... ., , ¦ ¦

Nova corrida aos bastidores. Havia uma fila de ga-rotas ansiosas para desempenhar o papel. Coube, porem,a Cordélia Barros a doce tarefa de substituir Clarinda;aquela se casara com o ator Plácido Ferreira.

Não foi preciso substituí-la, pois o casal permaneceuno elenco. .0.0. „.-

Como vemos, o bendito enxoval tinha poderes ma-gicos pafa mandar as criaturas ao cartório. Coinciden-cia ou acaso? Não se sabe. O fato é que a superstiçãoganhou força, e com ela não é bom zombar.

Episódios como esse que relatámos se repetem emoutros ambientes, e a trónica registra um sem-numerode casos que podem abalar a convicção dos incrédulos.

JOÃO DO CAMARIM

Custou, mas a turma dis-tribuidora dos Roquettes re-solveu aposentar os velhosfregueses do troféu — papa-gaio. Isso devia ter sido fei-to há 5 ou 6 anos. Era umcritério muito sem... crite-rio premiar gente já pre-miada.

—o—Voltarão ao video o pro-

grama "Pergunte à cama-ra", lançado há muito tem-po pela TV-Paulista. Erauma enciclopédia popular,que ensinava tudo a todagente. O Canal 5 teve umaboa idéia ressucitando esseprograma. —o—

Finalmente anuncíase avolta de "O Céu é o Limite".Com Túlio e Aurélio. Outraressurreição que vai agra-dar os "teles". porque o pro-grama tinha "suspense"mesmo.

Nydia Lida, a ".estrela" dodrama da Bela Vista, conti-núa sendo cumprimentadapor seu magnífico papel nes-sa peça extra-pálco. Nydiaé artista de fato.

Uma turma do teatro pau-listano resolveu fundar umaUnião da Classe, ou coisa pa-recida, não havendo tempopara mastigar estatutos, nemdiretoria, nem nada. Atocontínuo, a turma voou paraa Comissão Estadual de Tea-tro e apresentou um pedidode 30 milhões ao governo.

Isso é que é ser unido, noduro...

*Clovis Garcia, que e jor-

nalista, nomeado diretor doSNT, tem idéias notáveis só-bre a futura cena brasileira.Idéias próprias. Coisa quenão existia no antigo Ser-viço.

*Não é que haja crise no

teatro paulista. A prova é queos teatros continam. E che-ios. José de Vasconcelos, porexemplo, antes áa estréia noParamount, vendeu uma se-mana inteira de espetáculos.O que há é uma fominha dedólares, pois dinheiro vem aide montão.

*Grandes óperas no Muni-

cipal. Grandes casacas, smo-ckings e vestidos dernier cri.As óperas não interessam. Oimportante é exibir o guarda-roupa nos camarotes.

*Acertou em cheio o Zam-

pari. Dez linhas dramáticas,um adeus saudoso e páft!Três milhões e 500 mil do Jó-quei Clube. O homem é umtalento mesmo. E queremafastá-lo da diretoria doTBC. Que turma ingrata!

As Associadas, numa res-posta à Recorde, mandaramchamar o elenco italiano deSan Remo. Para "quebrar obico" do rink de gelo ameri <cano. Sucesso completo in-clusive na Caetano Pinto.

Essas brigas são boas- Opúblico sái ganhando.

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 SOMBRA DAS VASSOURAS

José Vasconcelos fixou-seem seu "Eu sou o espetáeu-lo". Consta que vai filmar oespetáculo através de umahistória já escrita por nossocompanheiro Osvaldo daSylveyra. Detalhe extra:um romance de fundo hu-morístico com cenas de"suspense", de forte drama-tismo...

Beatriz Ribeiro, tele-anun-ciadora do Canal 2, disse aum repórter que é "de lua",pois muda muito. É o casode se dizer: "Menina, vocêpôde ser de lua. mas fuja doquarto .minguante"...

J. Q. deu o seu primeiro"show" em T.V., em mesa-redonda de um só persona-gem e com mapas na pare-de. O tele espectador gostade tal espetáculo, não tan-to para ouvi-lo mas paravê-lo...

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*"*eSE?3,

HARMONIA NO LAR ENTRE CRIANÇAS E ADULTOSNA HORA DA TELEVISÃO

SURGIUA ACADEMIA DOS

FRACASSADOSFundou-se em S&o Paulo a

Academia dos Fracassados,da qual daremos notícia com-pleta no próximo número.Hoje só adiantaremos que opatrono é Luís de Camões»que morreu ('.e fome em Gôa.Farão parte da mesma desta,cadas figuras da literaturacontemporânea, além de car-tazes do rádio e televisão,que jamais tiveram «chance»em concursos e competiçõeschamadas «intelectuais».

•BABY DEIXOU A COROA

. .Parece que Baby Pignatarideixou mesmo a coroa de Reidos PLAY-OLD-BOYS (play-Boy de 50), pois agora só pô-sa nos «living1rooms» e nasTERRASSES, em tecnicólor-

Por isso pergunta «Man.ehete»: Quem substituirá Ba-by?

Mas... continuamos com onosso ponto de vista: quemvai substituir Baby é Babymesmo. Vocês verão. •.

•CAROLINA DE JESUSQUEBROU A CANETA!Até parece que a «best-sel-

ler» de 1960, a Carolina doQuarto de Despejo» leu nos-sa crônica de há 2 mesesatrás. Nós dissemos: «Péraaí, Carolina, não saia doquarto de despejo, pois docontrário você se estrepa!».

Agora, a «trltima Hora»deu a grande notícia: Caroli-na, aborrecida com a casa dealvenaria, chateadíssima, vi.sitada por uma fila de «faca-ditas», voando de avião, dan-do entrevistas, deu um pon-tape em tudo e quebrou acaneta. Chegou até a quei-mar os originais de um f utu-jo livro, que J*se chamaria«Casa de alvenaria». Vaicomprar um sítio para edu-car os filhos E fez muitobem*

*CUSPIR

Cuspiu na parede. È quan-*do lhe chamaram a atenção,.mostrou um cartaz rogando:;«Favor não cuspir no chão!»»

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BISBlSIvEu li tanto sobre o mal que

resulta de beber, meus ami-gos, que afinal resolvi deixarde ler...

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Fidel Castro «queimou-se»com o «Stop» proferido pelogoverno americano. Respon-deu que os fuzilamentos con-tinuarão. Que diabo! Não dei-xam nem o barbudinho go-vernar em paz!

%%Grande «suspense» no es-

paço. Russos e americanospreparam-se para enviar oprimeiro homem à Lua.

*%Prossegue a «corrida» aos'tribunais,

no mais vasto«bluff» de exportação de ca.fé até hoje vindo h luz. Gentegrossa no meio, até governa-dores do Norte- Mais uma he-rança do acervo deixado pelogoverno J. K.

O nossa apelo para umafesta de beneficio em fa-vor dos Fileppo causou amais forte e altisonanteressonância. Sabe-se em so-ciedade — em sociedadetudo se sabe... — que osFileppo são meio cafones.meios arredios, meio pro-vincianos. mas em virtudedos milhões acumulados,com almoços de pipocas,no inicio, e com jantareade sanduíches de mortade-Ia são agora «gente bem»,com casa no Guarujá, compalacete ultra moderno naAvenida Brasil, realizandocom muito .acnficio-^muitas discussões IM&kMURO, algumas recepçõesmichas, com convidados es-colhidos a dedos — espe-cialmente os que pouco co-mem e bebem menos — en-fim. entraram, se não commuito sucesso mas com mm-ta tolerância, no famigera-do «café society» local.

Muitos dos seus amigosdeclarados e dos seus ini-migos íntimos telefonaram»mandaram as quotas — ir-risorias, francamente, > damanoelita ao cem cruzeiros— e muitos deles, os queacham sempre desculpaspara fazer uma farra gros-sa, em nome da benefi-ciência, brandindo o amorao próximo, se oferecerampara organizar o programados festejos.

A coisa está assim. Oti-ma mesmo. Vamos ver sécolseguimos com uma fes-ta de arromba de benefi-ciência, tirar do buraco osFileppo. É .uma obra de ca-«idade da máxima urgen-cia, francamente.

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MOSCARDO Pág. 7

O Brasil vende seus «bondes»à Argentina

Muita gente se mostra assustada pelo fato de seremvendidos à Argentina este ou aquele elemento da sele-ção mundial. Como se essa seleção que foi à Suécia re-presentasse a "nata" do nosso soccer.

Não há motivo para pânico. E vamos dizer mais:Daríamos graças a Deus se o Botafogo vendesse Garrin-cha e Didi, além de Nilton Santos. Se Zagalo embar-casse hoje mesmo. Se o São Paulo vendesse De Sordie Dino e o Palmeiras despachasse Julinho, Chinezlnho eHumberto. &

Os torcedores sabem que o "panelão" da velha, CBDe de sua colaboradora FPF, tem a seleção de 1958 comouma relíquia, que não deve ser tocada. Mania de velhos,burrice de sexagenários que não se endireita nem a pan-cada.

A prova aí está. Um Fluminense cheio de campeõesmundiais apanha de pernas-de-páu como se fora um ti-minho de várzea. Um Vasco com Bellini, Paulinho eOrlando (este felizmente já rifado), coronel e Sabará,vem fazendo una triste figura no Rio-São Paulo. Naofalemos em São Paulo, Palmeiras e corinthians, um triode Jerro velho que tantas amarguras vem, dando a suastorcidas. . , „ ....

Imaginem os senhores se umà seleção com Castilho,Nilton, Djalma, Chinezlnho, Julinho, Didi, Garrincha eZagalo fôr enviada ao Chile. Vai apanhar de goleada.

Felizmente aí está a Argentina, que em bôa hora re-solveu comprar os BONDES da seleção brasileira, e a pesode ouro. Tem sido uma limpeza.

Precisamos renovar êsse plantei que está desmoraü-zado. Temos, material humano, novo e cheio de valores,para formar até dois selecionados, qualquer deles supe-rior ao de 1958.

Que os restantes sejam vendidos é o nosso desejo.E há uma verdade que ninguém contesta: BONDE bra--sileiro é CARRO DE LUXO pa Argentina...

BATEPE'

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v^UPO

ERMÈLlNO E DELFINO, os dois melhores GOLEIROS do PALMEIRAS.

PELE ENTRA NO CAMPO. .. DE BATALHA.

Bolas foraTivemos mais um "choque"

feminino entre as crácas doRio e de São Paulo, jogo êsseque pelo menos tem umavantagem: é jogo no duro e¦vence q quadro que tivermais "peito".

•Felizmente o médico do

.Santos mais o Lula banca-ram os inteligentes, depoisdaquela burrada no jogo como São Paulo, quando acha-ram que pele "poderia" jogaro segundo tempo. Resulta-do: o rei-menino teve queparar mesmo.

Mendonça Falcão, no mo.-mento em que escrevemos,ainda procura um presidenteparai o CND. Pensa em Au-rélio Campos. Não cremosque o careca deixe a Tupipara vegetar em Brasília.

Sugestão nossa: Por quêV.S., deputado, não aceitao cargo, permanecendo aquiem São Paulo?

Afinal de contas, quemmanda hoje no esporte épaulista ou não é?

•A linha do Santos acabou

com a pretenção dos cario-

ças no RioxSão Paulo. Masaqui mandamos um parabémà torcida carioca, que assis-tiu de pé aos "banhos" ini*postos pêlo Santos aos maio-rais do Rio.

Isso é saber torcer. Isso éelegância.

*O Palmeiras é 0 time das

surpresas.. Quando menos seespera, êle... vence. O diá-bo é jjue, quando está "augrand complet", pija...

Que saudades da linhaCaetano - Ministro . Heitor -Irnparato - Imparatihho...

Notícias do Corinthians, sóquando êle joga no ParqueSão Jorge, onde o "dragão"é sempre esmagado. Vocêsse lembram daquele Corin-thians que, em São Januário,deixou o campo perdendo de3x0 para o Vasco e no se-<gundo tempo saiu vencedorpor 4x3?

Ah! Mas isso é coisa dopassado...

•E a Ferroviária?Está tentando entrar na

"linha"...

TEM5EMPRE R_IZ40/V

"•/a-^H

A manhã domingueira no EstádioPalestro Itália

Un» volta impossível e ridícula no PalmeirasFique no colégio, seu Ferruccio!

Uma notícia (encòmen-tiada?) publicada no "ES-TADO DE S. PAULO", relê-va o desejo do Prof- (de<que?) Ferruccio Sandoli de

voltar à direção do Palmei-ras- Com que roupa? O ho-mem não é modesto, não.Quer, nada mais nada me-nos, que o Pedro Fischetti e

IMPRESSÕES DO TORNEIO RIO-SÁO PAULO

*r- --¦ l- O QV\VC.v Xçsà;

o Nelson Duque (o Mimi eo Cocô da Direção de Fute-bal) dêem o fora, e o Del-fino, aliás, o coronel Delfinovulgo doutor Facchina lhedê todinho o Departamentode Futebol. Como dissemos,já há o Mimi, o Cocô, seráque o Sandoli almeja ser oKagamocaz do Departamen-to?

Não pode ser. Em primei-ro lugar porque é um pãoduro incrível. E ge,nte ava-venta não pode ocupar ò lu-gar de alisar com dinheiroos craques. Em segundo lu-car, é velho demais para li-dar com os jovens defenso-res do Palmeiras.

No Departamento pré\isaser colocado um só, senhorabsoluto do lugar, com umajudante, pode ser. Masmandar é um só, do contra-rio dá nas encrencas e nasincompreensões que provo-çou a dupla Pedro-Nelson...E este senhor só não podeser o Ferruccio Sandoli, ba-naneira que deu já cachos,e cachos muito sujos...

Volte para o seu colégio,seu Sandoli, e veja se apren-de algo no seu próprio co-légio...

Caro MOSCARDO,ha muito tempo que não

bato um papo com você, e,francamente, sinto saudade.Aqui estou, como diria o Jú-lio Caio Tizio Sempronio Ce«sar Tiberio Plauto Adami, onovo Cofeiro do nosso alvi-verde, quando é chamadoaos postos de sacrifício, êle,que sempre foi um sacrifi-cado, no clube. Aqui merendo, como diria o com.Romeu Cuoccuolo, um gen-tleman de pérola branca.outro cofeiro tradicional,pois sem êle não haveriaCOF nem café no Palmeiras.

Aqui estou, meu caro ami<go. para lhe perguntar:nunca lhe deu na telha dese levantar cedo, aos domin-gos, e dar um pulo ao Esta-dio Palestra Itália? (Pales.tra Itália! PALESTRA ITÁ-LIA! Diga a verdade: enchea boca, os pulmões, o cora-çãõ e o resto, não! Nãoaquele micho Palmeiras,que nada diz para os italia-nos ^.e-os filhos de italianoscomo nós...) Não? Então,va e hão se arrependerá,con Vaccent.o sopra lá.

Indo no Estádio, a genteentão aprecia, admira, olhacom as lágrimas nos olhos oDelfino Facchina, o caipirade São Carlos, o molle porfora, o duro por dentro —êle é duro em tudo. ounão? — que com o seu jei-tão meio esdrúxulo — o quequer dizer isso? — anda setornando, depois do ítaloAdami, depois do HiginoPellegrini, o melhor Presi-dente do nosso "society",sem café. nem leite. O Esta-dio é bonito, majestoso, aco-lhedor: as piscinas onde dácada brotinho do outromundo, o campo de tênisonde barrigas e pernaços jo-gam de raqueta na mão, ocampo de futeboi onde hasempre um joguinho entreinfantis ou juvenis, o giná-sio onde o Artur Capodagliodeu o seu "barlume" de in-teligência, e o inquieto Pia-

SERVIR QU SERSERVIDO PELOPALMEIRAS...

EIS A QUESTÃO!

cido Dall'Acqua colocou oseu bestunto de engenheirode mão cheia, a ferradurado estádio se fechando, sefechando, sempre mais, sem-pre mais imponente, e acriançada .correndo daqui,dacolá, irradiando alegria,levando a felicidade aospais, e o jardim bem cuida-do. o bar em redemoinho demovimento, o restauranteconvidativo á uma spaghet-tada á napolitana ou á bo-lonhesa, enfim, um mundo,um mundo de esporte e deeuforia, onde se confrater-nisam os diretores e os só-cios...

Dizia-me o Bruno comen-dador Saccoman, pão duroincrível quando-se trata de.soltar o cobre, com um sor-risinho hão sei se de ironiaou de satisfação:

— Tudo isso se deve. pa-rece impossível, ao PascoalA. B. C. E. F. Giuliano... Seo Giuliano, meio maluco,-meio irresponsável, não a->bria as piscinas, o Parquecontinuaria Antártica, enão teríamos isso que estáaqui... Certo é que o Fac-china está completando tu-do, com amor e carinho,grande administrador egrande condutor de palestri-nos, mas o início foi de Giü-liano...

Vá, amigo Moscardo, aosdomingos no Estádio, comos seus filhos, com os seusamigos, e admirando o pa-raiso alvi-verde. então, es-quecerá as magras figurasdo nosso time que mais seenche de craque e mais écraqueado, craqueando ocoração dos seus torcedb-res, como èv,, como vocêf,enfim, como tres quartos emeio da nossa população,onde se não se encontra umitaliano, um filho de ita-liano. um neto de italiano,ha sempre um parente deitaliano com o "ão" no fimdo cognome...

Vá, vá, aceite o conselhomuito alvo e muito verde do

JOÃO GAVETA

Walter Marchetti, atéontem um ilustre desço-nhecido, está seguindo, noPalmeiras, as pegadas dosque lá apareceram compouca eira e nenhumabeira, e, que, com. o cami-nhar dos anos, tornaram-se grande industriais,renomádos comerciantes,profissionais de enormeclientela, enfim, genteque com o Palmeiras, coma gente do Palmeiras,conquistaram nome, ga-nharam amizades, enche-ram-se de importância, e-tornaram-se craques dametrópole.

Dizia-nos, um dia, naporta da Confeitaria Fa-sano, o consagrado e in-teligente treinador, Os-valdo Brandão, que quan-do viera à São Paulo, doRio Grande do Sul, comojogador, conhecera algunscamaradas modestos, comuma pequena fábrica dequalquer coisa, e que, nomomento, eram capitãesde industrias, generais docomercio, renomádos pro-fissionais com consulta,com pagamento adianta-do, de mil e quinhentoscruzeiros. Fizeram-sè àsombra do Pajmeiràs, on-de adquiriram, clientesprestigio, créditos ém ins-titutos adequados,, enfim,de João Ninguém tinham-se tornados comendado-res, troço importante' hoconcerto da nossa vida ei-tadina.

Achamos que Brandãotinha observado bem, e,vendo o barulho que emtorno de si e das suas bu-gigangas o WaldemarMarchetti está fazendonos rádios, nas televisõese nos jornais, brandindo abandeira do Palmeiras,achamos que está seguin-do a trilha dos aproveita-dores da fama e da paixãoalvi-verde. Faz ele muitobem. Não é trouxa comoum Enrico de Martino, deantanho, ou um HiginoPellegrini, recente,^ quetudo deram ao Palmeirassem nada pedir. Tiveramo orgulho de servir o Pai-meiras. Como outros,Waldemar Marchetti nãoserve o palmeiras, serve-se do Palmeiras...

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