Moraes 2013

download Moraes 2013

of 40

description

Moraes

Transcript of Moraes 2013

  • 1

    CONTROLE DE QUALIDADE DO LEITE E DERIVADOS DA EMPRESA COPROLEITE

    BENEFICIAMENTO E CARA

    CTERIZAO DE

    DA INDSTRIA DE NA RAGIO DE CORUMBATA DO SUL: APROVEITAMENTO

    DA CASCA

    ESTGIO SUPERVISIONADO

    Campo Mouro

    MARO/2013

    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    Campus Campo Mouro

    Curso superior de Tecnologia em Alimentos

    CRISTIANE DA SILVA MORAIS

  • 2

  • 3

    SUMRIO 1. INTRODUO ..................................................................................................... 5 2. DESCRIO DO LOCAL .................................................................................... 7 3. COMPOSIO QUIMICA DO LEITE .................................................................. 8 4. DESENVOLVIMENTO DE ESTGIO ................................................................ 11 5. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DO LEITE PASTEURIZADO ....................... 18 6. PRINCIPAIS ANLISES FSICO-QUIMICAS DO LEITE .................................. 21

    6.1 Determinao de acidez ............................................................................. 21 6.2 Prova do Alizarol ......................................................................................... 22 6.3 Determinao de densidade ....................................................................... 22 6.4 Determinao do teor de gordura ............................................................... 23 6.5 Determinao do extrato seco total (EST) .................................................. 23 6.6 Determinao do extrato seco desengordurado (ESD)............................... 24 6.7 Determinao de ponto de Congelamento .................................................. 24 6.8 Determinao da peroxidase ..................................................................... 25 6.9 Determinao da fosfatase ......................................................................... 26 6.10 pH ............................................................................................................... 26

    7. FRAUDES E SUAS ALTERAES NO LEITE ................................................ 28 7.1 gua ........................................................................................................... 28 7.2 Reconstituintes ........................................................................................... 28 7.3 Pesquisa por adio de cloretos ................................................................. 28 7.4 Fraudes e adulteraes no leite .................................................................. 29

    8. PRINCIPAIS ANLISES MICROBIOLOGICAS ................................................ 31 8.1 Anlise microbiolgicado leite beneficiado .................................................. 31 8.2 Contagem Padro em Placas (UFC/mL) ..................................................... 31 8.3 Nmero mais provvel de coliformes totais (NMP/mL) ............................... 32 8.4 Nmero mais provvel de coliformes fecais (NMP/mL) .............................. 32 8.5 Anlise microbiolgica para queijo Mussarela ............................................ 32 8.6 Controle de qualidade da gua do processo ............................................... 33 8.7 Higiene de utenslio e manipulao de alimentos ....................................... 33 8.8 Controle integrado de pragas ...................................................................... 34 8.9 Realizao de Swabdas mos dos funcionrios e equipamentos da indstria ................................................................................................................. 35 8.10 Controle de temperatura de cmeras frias e equipamentos do laboratrio . 35 8.11 Preparo de vidrarias e meios de cultura para anlises microbiolgicas ...... 35 8.12 Determinao do Shelf life .......................................................................... 36

    9. CONCLUSO .................................................................................................... 37 10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................. 38

  • 4

    Resumo

    O estgio realizado na empresa Cooperativa Regional dos produtores de leite

    (COPROLEITE), visando o conhecimento direto do funcionamento da empresa,

    desde a entrada da matria-prima at o transporte do produto final. Foram

    realizadas as anlises fsico-qumicas e microbiolgica da matria prima e do

    produto final e Boas Prticas de Fabricao (BPF) e Anlise de Perigos e Pontos

    Crticos de Controle (APPCC), que so realizadas na prtica pelos funcionrios que

    fazem parte do quadro da empresa e supervisionado pelo controle de qualidade.

    So elaborados produtos a partir do leite bem como seus derivados, bebidas lctea

    e mussarela. Contudo conclui-se que o estgio veio enriquecer o conhecimento

    adquirido dentro da sala de aula com a teoria, e assim vivenciar tudo o que acontece

    dentro de uma empresa, no dia-a-dia, e atravs do conhecimento terico resolver os

    problemas que so encontrados na prtica.

    Palavra chave: Leite, estgio, beneficiamento.

  • 5

    1. INTRODUO Leite um lquido de cor branca, de odor suave e sabor adocicado.

    produzido pela glndula mamria das fmeas dos mamferos para alimentar as suas

    crias. Conforme a espcie de mamfero considerada, pode-se encontrar desde as

    glndulas mamferas mais rudimentares at as mais altamente desenvolvidas, como

    as das vacas. O Regulamento de Inspeo Industrial e Sanitria de Produtos de

    Origem Animal (RIISPOA), em seu artigo 475, define leite, sem outra especificao,

    o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condies de higiene, de

    vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outras espcies deve

    denominar-se segundo a espcie da qual proceda.

    A composio do leite varia com a espcie, raa, individualidade,

    alimentao, tempo de gestao, e muito outros fatores. O leite um produto

    importante na alimentao de todos os povos por ser de alto valor nutricional,

    fornecendo quase todos os nutrientes em quantidades considerveis (VALSECHI,

    2001).

    A indstria ao receber o leite deve ter cuidado como o mesmo, realizando as

    seguintes anlises para que o leite em questo esteja livre de qualquer

    contaminao, para que no venha trazer risco ao consumidor final.

    Os objetivos deste estgio foram:

    - Realizar anlises desde a coleta da amostra na recepo do leite cru ate o

    envase;

    - Realizar anlises microbiolgicas e fsico-qumicas do leite, queijo tipo

    mussarela e da gua que utilizada no processo de fabricao, da salmoura, de

    superfcies e mos dos funcionrios;

    - Estudar noes de higiene e sanitizao, utilizado dentro do laticnio;

    - Verificar o controle integrado de pragas, controle de temperaturas dos

    equipamentos e instalaes;

    - Preparar os reagentes, meios de cultura e vidrarias para as anlises

    microbiolgicas.

    Neste contexto, a COPROLEITE esta voltada para a qualidade do seu

    produto desde a matria prima at o produto final.

  • 6

    O estgio curricular supervisionado de suma importncia, pois proporciona a

    vivncia de situaes profissionais nas diferentes reas de atuao do tecnlogo e

    prepara o aluno para o pleno exerccio profissional.

  • 7

    2. DESCRIO DO LOCAL

    O presente trabalho foi realizado na (COPROLEITE) Cooperativa Regional

    dos produtores de leite que iniciou suas atividades em 01 de maio de 2007. Est

    instalada no municpio de Campo Mouro, rodovia BR 272, s/n, km 01, Jardim Lar

    Paran, CNPJ 07678472/0001-47 e Inscrio estadual 90357330-91.

    A unidade beneficia leite pasteurizado integral homogeneizado da marcas

    Mouro, Ample e da criana, bebida lctea pasteurizada fermentada dos sabores

    morango, coco e salada de fruta e queijo tipo mussarela.

    A cooperativa tem como administrador o Sr. Leopoldo Villwock,

    diretor/presidente, mantendo em suas instalaes vinte e um funcionrios sendo que,

    trs compe o setor administrativo, dois o controle de qualidade, um responsvel

    tcnico, dois gerentes sendo um da indstria e outro administrativo, trs cauderista,

    um vigia, trs queijeiros, dois operadores de mquina (envase/pasteurizador) e quatro

    auxiliares de indstria.

    Sua capacidade de beneficiamento em mdia 28.000 litros de leite por dia,

    mas ela beneficia de 15.000 a 20.000 litros de leite por dia. A COPROLEITE atende

    os padres de qualidade exigida pelo Servio de Inspeo Federal (SIF), mantendo

    um fiscal sempre nas dependncias da indstria para verificar o controle de qualidade

    dos produtos realizados.

    A coleta do leite nos locais de produo realizada por motoristas treinados

    especificamente para tal atividade, e encaminhada cooperativa em caminhes

    tanques isotrmicos a granel com tanques divididos para coleta do leite refrigerado.

    A Empresa possui Boas Prticas de Fabricao (BPF) e Anlise de Perigos e

    Pontos Crticos de Controle (APPCC), para controle da qualidade, so utilizadas

    tabelas dirias em que cada responsvel do setor, descreve as atividades e a forma

    como elas foram executadas durante o turno de trabalho.

  • 8

    3. COMPOSIO QUMICA DO LEITE

    O leite um produto da secreo das glndulas mamrias dos mamferos e

    constitui uma das principais fontes de protenas. O leite praticamente o nico

    alimento consumido pelos animais e humanos na primeira etapa da vida. uma

    emulso de glbulos graxos, estabilizada por substncias albuminides num soro

    que contm em soluo: lactose, matrias proticas, sais minerais e orgnicos e

    uma pequena quantidade de vrios produtos, tais como: lecitina, uria, aminocidos,

    cido ctrico, cido lctico, cido actico, lcool, lactocromo, vitaminas, enzimas, etc

    (SGARBIERI, 1996).

    Vale salientar que o leite um alimento extremamente completo, sendo

    essencial ao crescimento e ao desenvolvimento neonatal, ajudando o organismo a

    fortalecer e criar mecanismos de proteo contra doenas e infeces (COUNCIL,

    2002).

    A composio do leite varia de acordo com a espcie, raa, alimentao,

    individualidade, tempo de gestao e outros fatores (BEHMER, 1999).

    A Tabela 1 mostra os valores mdios da composio qumica do leite.

    Tabela 1: Valores mdios da composio qumica do leite no Brasil

    Componentes %

    gua 86,82

    Lactose 4,90

    Gordura 3,23

    Protenas 3,23

    Sais minerais 0,9

    Fonte: Behmer, 1999

    A gua constitui cerca de 87%, do leite sendo seu principal componente,

    influindo sensivelmente na sua densidade. necessria a vida de todo organismo

    onde exerce diversas funes vitais, a exemplo dos polmeros biolgicos do

    transporte de nutrientes e de resduos metablicos, constituindo ao mesmo tempo,

    reagente e produto de reaes (BEHMER, 1999).

  • 9

    A lactose encontra-se totalmente em soluo verdadeira na fase aquosa do

    leite. Trata-se de um dissacardeo formado por glicose e galactose, apresenta-se

    numa proporo de aproximadamente 48g/L. o leite contem ainda diversas vitaminas

    (mesmo que algumas estejam presentes apenas como traos, classificadas como

    lipossolveis (A, D, E, K) e hidrossolveis (B e C), todas susceptveis a destruio

    por diversos fatores: tratamento trmico, ao da luz ou oxidaes. Por estas

    razes, quando se faz adio de vitaminas ao leite, fundamental estabelecer um

    controle adequado da quantidade de vitaminas que fica no leite aps os tratamentos

    (TRONCO, 2003).

    A gordura do leite fluido esta presente na forma de emulso de glbulos

    graxos no soro do leite. Encontra-se nas quantidades de 35g/L, sendo que o

    tamanho dos glbulos de gordura de aproximadamente cinco micras, produzindo

    uma superfcie de 100m por litro, em media. A gordura do leite contribui ainda para

    uma melhor palatabilidade do produto. responsvel pelo grande numero de cidos

    graxos essenciais e pelo valor calrico do leite (TRONCO, 2003).

    A gordura do leite alm de apresentar maior valor energtico, 9kcal/g,

    constitui solvente natural para as vitaminas lipossolveis (A,D,E,K), alm de ser

    responsvel por alteraes sensoriais em produtos lcteos, devido aos cidos

    graxos de cadeia curta (volteis) e de insaturados que resultam em sabores e

    odores desagradveis, quando livres ou oxidados, causando, rancidez hidroltica e

    rancidez oxidativa respectivamente (BEHMER, 1999; TRONCO, 2003).

    O leite contem, em nveis elevados (macroelementos) cloro, fsforo, potssio,

    sdio, clcio e mangans e, em pequenas concentraes (microelementos) o

    alumnio, bromo, zinco, mangans e ferro, de modo geral, associados as protenas

    do produto. Os sais minerais so importantes e governam a termoestabilidade do

    leite alm de processos de coagulao (PINHEIRO E MOSQUIM, 1991).

    Uma das caractersticas de qualidade dos produtos lcteos a de ser um dos

    principais itens na dieta de crianas, devido a qualidade de suas protenas e,

    principalmente, de seu elevado teor de clcio, magnsio e fsforo (PINHEIRO E

    MOSQUIM, 1991).

    As vitaminas so micronutrientes essenciais na alimentao humana, a

    ausncia ou a falta de vitaminas implica em alteraes do metabolismo orgnico,

    ocasionando o apodrecimento dos sintomas caractersticos da avitaminose, que s

    pode ser evitada com o suprimento destes compostos. As vitaminas so

  • 10

    classificadas de acordo com sua solubilidade, divididas em lipossolveis (A, D, E, K),

    so constituintes da matria insaponificvel da gordura e hidrossolveis (B1, B2, B6,

    B12, PP, C), algumas destas vitaminas so encontradas no leite, em quantidades

    relativamente grandes, a exemplo da vitamina B1 e B2, enquanto outro pouco

    contribui para atender as necessidades do homem, a exemplo a vitamina C e o

    cido nicotnico. Os tratamentos severos como a esterilizao UHT (Ultra High

    Temperature) e a desidratao podem causar perdas significativas de muitas

    vitaminas (FENNEMA, 2000).

    As protenas do leite tm cor esbranquiada opaca, facilmente visualizada no

    leite coagulado, durante o processo de fabricao dos queijos (GUIMARES, 2004).

    So polmeros biolgicos constitudos basicamente de aminocidos ligados entre si

    por ligaes peptdicas (protenas simples), podendo estar ligadas a outros

    compostos como lipdios, fosfatos e elementos metlicos (protenas conjugadas). O

    leite de vaca tem aproximadamente 3,3% de protenas, das quais 85,0% so

    constituda pela casena e 15,0% pelas protenas do soro (lacto albuminas e lacto

    globulinas), alm destas protenas do soro encontram-se as soro albuminas,

    imunoglobulinas, proteases-peptonas, transferrina, e lactoferrina. A casena constitui

    a principal frao protica do leite, podendo ser definidas como fosfoprotenas, onde

    se encontra sais minerais, clcio, citratos e magnsio, que tem papel importante na

    coeso da micela (SGARBIERI, 1996).

    As enzima so protinas dotadas de especificidade muito acentuada, atuando

    somente sobre um pequeno nmero, ou mesmo, sobre um tipo de ligao qumica.

    Alm das enzimas naturais do leite (lipases, peroxidases, catalases, fosfatases)

    muitas enzimas de origem bacteriana so encontradas no leite, como resultado de

    sua contaminao primria e secundria (SGARBIERI, 1996; TRONCO, 2003).

    A fosfatase alcalina uma enzima que se encontra em complexos

    lipoproticos distribudos nas membranas dos glbulos e na fase aquosa, usada

    como enzima de referncia no monitoramento do processo de pasteurizao do

    leite, deteco de sua atividade no leite pasteurizado pode indicar que o processo foi

    inadequado (SGARBIERI, 1996).

    O leite contm lipases que em determinadas circunstncias promovem a

    hidrlise das gorduras, originando um sabor caracterstico amargo ou rano, sendo

    bastante sensvel a ao de metais pesados, luz, calor e so inativadas pela

    pasteurizao (SGARBIERI, 1996; LIMA, 2003).

  • 11

    4. DESENVOLVIMENTO DO ESTGIO

    Para realizao das anlises de rotina no laboratrio da empresa foram

    utilizadas metodologias oficiais preconizadas pela IN 62/2011 - IN n 68 12/12/06

    (Mtodos Analticos Oficiais Fsico-Qumicos, para Controle de Leite e Produtos

    lcteos e IN n 62 de 26/08/2003 (Mtodos Analticos Oficiais para Anlises

    Microbiolgicas para Controle de Produtos de Origem Animal e gua).

    Para seleo diria do leite, o motorista-coletor realiza as anlises de rotina:

    teste do lcool/alizarol 74% com acidimetro de salut, aspectos sensoriais (cor, odor,

    sujidades aparentes) e temperatura (mxima de 7C para resfriadores de imerso e

    4C para resfriadores de expanso). Antes do carregamento, uma amostra individual

    recolhida em frasco identificado e transportada refrigerada at 7C dentro de

    caixas trmicas.

    Na plataforma de recepo, agita-se o leite de conjunto dos produtores e

    coleta-se uma amostra de cada compartimento do veculo coletor, para realizao

    do controle dirio de qualidade por meio de: Temperatura (mximo 7C);

    Estabilidade ao alizarol 74% (estvel), a anlise consiste em misturar partes iguais

    de leite e soluo alizarina a 0,1% em lcool a 70%, observar a sua colorao for

    tijolo sem coagulao significa leite normal acidez de 14-18D estabilidade a

    temperatura elevada, colorao tijolo com coagulao fina, leite com baixa

    resistncia trmica acidez de 19-21D, colorao amarela com coagulao

    leite sem resistncia trmica acidez acima de 22D , colorao violeta leite

    alcalinizado ou fraudado com gua acidez abaixo de14D; Gordura (minuto

    g/100g), este teste baseia-se no mtodo de Gerber feito em butirmetro onde era

    adicionado 10mL de cido ntrico, em seguida 11mL de leite e 1mL de lcool

    sulfrico fechava o butirmetro com uma rolha de borracha especial, e agitava at

    dissolver toda a casena que homogeneizava a soluo obtendo uma cor

    prpura,em seguida colocava a amostra na centrifuga por trs minutos para a

    separao da gordura com os demais componentes; Densidade 15C (1,028-

    1,034g/mL) para a determinao da densidade se utiliza o termolactodensmetro,

    que formado por uma esfera com um flutuador e uma coluna delgada, onde se

    encontra uma escala de temperatura com graduaes entre 0 e 50 e uma escala

  • 12

    para a densidade de1,015 a 1,045g/cm; Acidez titulvel (0,14 a 0,18g/100mL)

    Para saber a acidez com exatido deve-se recorrer a titulao com a soda Dornic,

    com 10mL de leite, cinco gotas do indicador fenolftalena e para titulao utilizava-

    se hidrxido de sdio. No ponto de viragem a amostra apresentava uma cor rosa

    clara, que indicava a neutralizao do leite; Extrato Seco Desengordurado - ESD

    (mnimo 8,4g/100g) a determinao do ESD feita pelo clculo a partir da

    diferena do EST menos a gordura; ndice crioscpico (- 0,530H a -0,550H -

    equivalentes a -0,512C e a -0,531C) a crioscopia a temperatura de

    congelamento do leite em relao gua, esta anlise era realizada atravs do

    crioscpio eletrnico, com regulagem constante atravs de solues padres;

    Protenas (mnimo 2,9g/100g) utilizado uma amostra que colocada para

    analise em aparelho chamado ekomilk, que nos da a quantidade de protena

    presente na amostra; Redutase (mnimo 90 minutos) a amostra de leite

    misturada com uma susbstancia indicadora do pontecial de xido- redduo,

    resazurina ou azul de metileno e incubada a temperatura de 37C. Resazurina e

    azul de metileno so corantes que perdem a colorao como resultado de reduo

    devido ao crescimento bacteriano. Em geral, o tempo de reduo inversamente

    proporcional ao numero de bactrias presentes na amostra, mais rapidamente se

    dar a reduo da substancia indicadora, tornando-a incolor. O resultado di teste

    dado em horas; antibiticos SNAP ST (negativo) aquecia-se 1mL da amostra de

    leite junto com uma pastilha que vinha junto ao kit, em um bloco aquecedor na

    temperatura de 40 e 50 C por 4 minutos. Aps este tempo a amostra era

    colocada no dispositivo de leitura, aguardava-se at que a mesma alcanasse o

    crculo de ativao para acionar o inicio da ativao. Em seguida era colocado

    novamente no bloco aquecedor por 5 minutos e na mesma temperatura,

    proceguindo com a leitura. Este Snap continha dois circulos, um em cima do outro,

    quando os resultados so positivos o crculo de baixo (amostra) mais claro que

    o de cima, e quando os resultados forem negativos o circulo de cima apresenta-se

    mais claro que o de baixo; cido brico e seus sais, cloretos, cloro e hipoclorito,

    dicromato de potssio, formaldedo, neutralizantes da acidez, perxido de

    hidrognio, pus, cido srbico/sorbato, lcool etlico, amido, sangue, alizarol e

    fervura (negativos).

  • 13

    Somente a matria prima que atende os padres da IN 62/2011 recebida.

    No caso de no conformidade no leite do compartimento analisado, realizado

    anlises das amostras individuais da linha.

    Os resultados foram anotados em planilha que segue para o departamento

    tcnico. Aps a liberao pelo laboratrio, conecta-se o tanque do veculo ao

    sistema de recepo com bomba e filtro de linha direcionando o leite cru para o

    tanque de recepo. Duas vezes por ms analisada amostra individual de cada

    produtor no laboratrio do laticnio e verificado os padres de: gordura, acidez

    titulvel, densidade, ndice crioscpico, slidos no gorduros, protena, redutase e

    pesquisa de fraudes e adulteraes como adio de gua, reconstituintes, cloretos.

    Mensalmente, so coletadas amostras individuais dos produtores que so enviadas

    aos laboratrios integrantes da Associao Paranaense de Criadores de Bovinos da

    Raa Holandesa/ Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    (APCBRH/MAPA) para verificar: Protena (mnimo 2,9g/100g); Gordura (mnimo de

    3g/100g); EST (mnimo 11,4g/100g) e ESD (mnimo 8,4 g/100g) Contagem

    Bacteriana Total = CBT (mximo 600.000 UFC/mL); Contagem de Clulas

    Somticas =CCS (mximo 600.000CS/mL).

    Leite pasteurizado para acompanhamento da qualidade dos lotes fabricados

    foram coletadas durante o envase 07 amostras: 05 para anlises microbiolgicas

    (n=5) e 02 para avaliao do shelf life, um dia aps a data de vencimento do lote.

    Para as anlises fsico-qumicas, a amostra de leite coletada no bico do balo,

    onde o leite fica armazenado aps o processo de pasteurizao, e o leite dever

    apresentar: Gordura (mnimo 3,0 g/100g); Densidade 15C (1,028- 1,034g/mL);

    Acidez titulvel (0,14 a 0,18g/100mL); Extrato Seco Desengordurado - ESD (mnimo

    8,4g/100g); Extrato Seco Total - EST (mnimo 11,4g/100g); ndice crioscpico

    (mximo -0,530H =0,512C); Protenas (mnimo 2,9g/100g), Peroxidase (positivo)

    e fosfatase alcalina (negativo). Para as anlises microbiolgicas, o produto final deve

    apresentarse dentro dos padres estabelecidos para: Contagem Padro em Placas

    n: nmero de amostras; c: nmero mximo aceitvel de unidades de amostras com

    contagem dentro de m e M, onde m: o limite que separa o lote aceitvel do produto

    ou o lote com qualidade intermediria, e M: o limite que separa o produto aceitvel

    do inaceitvel (n=5; c=2; m=4,0x104; M= 8,0x104), Coliformes 30/35C (n=5; c=2;

    m=2; M=4); Coliformes 45C (n=5; c=1; m=1; M=2).

  • 14

    Todas as anlises citadas anteriormente, mais Salmonella spp./25g

    realizadas semestralmente em Laboratrio credenciados pelo MAPA. Anualmente,

    tambm realizada a comprovao da informao nutricional.

    O soro de leite utilizado na fabricao das bebidas lctea deve apresentar

    segundo padres da empresa: Aspecto lquido opaco mais fludo que o leite;

    Colorao pouco amarelado; Odor: caracterstico; Corpos estranhos: ausncia;

    Sabor: caracterstico e Padres Fsico-Qumicos: pH (6,0-6,8); Acidez titulvel (0,1-

    0,14g/100g); Gordura (0,5-0,8g/100g), EST (5,5g/100g) e Protena (0,5g/100g).

    A Bebida lctea fermentada para acompanhamento da qualidade dos lotes

    fabricados, so coletadas durante o envase 10 amostras: 01 para quarentena que

    avaliada aps 7 dias de incubao a 37C; 05 para anlises microbiolgicas (n=5),

    01 fsico-qumica e 03 amostras para avaliao no 15, 30 e 46 dias do shelf life.

    Para as anlises fsico-qumicas, a bebida lctea deve apresentar: Gordura (mnimo

    2g/100g) e Protena (mnimo 1,2g/100g).

    Para as anlises microbiolgicas, o produto final deve apresentarse dentro

    dos padres estabelecidos: Coliformes 30/35C (n=5 c=2 m=10 M=100); Coliformes

    45C (n=5 c=2 m=3 M=10. Todas as anlises citadas anteriormente, mais

    Salmonella spp./25g e Contagem de bactrias lcteas viveis (UFC/mL) realizadas

    semestralmente em Laboratrio credenciados pelo MAPA. Anualmente, tambm

    realizada a comprovao da informao nutricional.

    Queijo mussarela as amostras dos lotes produzidos (dois dias aps sua

    fabricao) so encaminhadas ao laboratrio da empresa para realizao das

    anlises fsico-qumicas: Matria Gorda em Extrato Seco (g/100g) mnimo 35% e

    Umidade (g/100g) mxima 60% e anlises microbiolgicas: Coliformes 35C

    (NMP/g) - n=5; c=2; m=5.000; M=10.000 e Coliformes 45C (NMP/g) - n=5; c=1;

    m=1.000 e M=5.000.

    A cada seis meses so realizadas anlises microbiolgicas e fsico-qumicas

    em Laboratrio credenciado pelo MAPA, nesta ocasio so solicitadas alm das

    provas anteriores, pesquisa de Salmonella spp/25g, Estafilococos coagulase

    positivo/g e Listeria monocytogenes/25g. Anualmente, realizada em laboratrio

    credenciado pelo MAPA a comprovao da Informao Nutricional declarada no

    rtulo, conforme a legislao vigente e os requisitos especificados no Regulamento

    de Identidade e Qualidade do Produto.

  • 15

    Na fabricao da bebida lctea sabor morango, coco e salada de frutas, o

    soro resultante da coagulao doce do Leite Pasteurizado Integral na prpria

    empresa. Aps a sinerese, coletada amostra para verificao dos padres de

    seleo acidez, lcool, temperatura, crioscopia, densidade, extrato seco total e

    extrato seco desengordurado, resultado negativo para pesquisas de fraudes e

    reconstituintes de acidez.

    O soro de leite transferido diretamente para o tratamento trmico, quando

    clarificado, homogeneizado e pasteurizado a 80C por 15 a 20 segundos.

    encaminhado, via tubulao inoxidvel, at o tanque maturador, onde misturado

    ao Leite Pasteurizado Integral.

    Todo processo de beneficiamento do soro, desde a sua obteno at o

    envase da bebida feito em circuito fechado e atende integralmente a IN/DILEI 1/85

    do MAPA. Poder opcionalmente, ser utilizado soro de leite em p que ser

    reidratado conforme recomendao do fabricante para que apresente composio

    de mesmo padro do soro de leite fluido.

    Com auxilio de um funil Try-blender adicionado mistura anterior os

    ingredientes em p (acar, espessante e achocolatado), atendendo integralmente a

    IN n 49, de 14 de setembro de 2006. Concluda a mistura da bebida lctea, o

    controle de qualidade verifica os padres e libera para o tratamento trmico de 95C

    por um perodo de 20 minutos. A seguir, a bebida resfriada a temperatura inferior a

    10C e liberada para o envase.

    Na fabricao do queijo mussarela, aps seleo, o leite cru refrigerado

    encaminhado para os tratamentos de filtrao, clarificao e pasteurizao em

    pasteurizador a placas (72-75C/15 a 20 segundos) e, em seguida, refrigerado

    temperatura da gua industrial ambiente. Saindo do pasteurizador, enviado via

    tubulao inoxidvel, previamente higienizada junto com o pasteurizador pelo

    mesmo processo Clean in place (CIP) limpeza em circuito fechado em equipamentos

    de esterilizao e envase de produtos UHT, at um tanque de fabricao, inoxidvel,

    dupla camisa, tambm previamente lavado e desinfetado onde processado.

    Aps o enchimento do tanque e antes de iniciar o processo de fabricao,

    uma amostra desse leite coletada e encaminhada ao laboratrio para a realizao

    das provas de Fosfatase alcalina e Peroxidase para confirmao da eficincia do

    processo de pasteurizao.

  • 16

    Para a obteno da massa prossegue-se o aquecimento com agitao

    constante at que a temperatura atinja 34C, onde ser adicionado o fermento

    lctico termoflico, Cloreto de Clcio e o Coalho em quantidades suficientes,

    dependendo do volume processado e seguindo as recomendaes do fabricante.

    Feitas as adies procede-se a agitao durante 3-5 minutos para perfeita

    distribuio dos ingredientes no leite. Deixa-se em repouso at a coagulao, que

    ocorre entre 30-40 minutos, em seguida, a coalhada cortada, em gros tamanhos

    com cerca de 1,0 cm de aresta. Agita-se lentamente por cerca de 10-15 minutos e

    inicia-se o aquecimento indireto com vapor na camisa do tanque, at temperatura

    final de 45-46C, mantendo-se a agitao at a dessoragem ideal da massa que

    cerca de 50 minutos aps o corte.

    Efetua-se uma pr-prensagem com um pouco de soro por cerca de 10-15

    minutos, aps a pr-prensagem, a massa ser cortada em blocos e colocada em

    mesas inoxidveis, onde acompanhado o ph at que atinja 5,0-5,2.

    Para proceder a etapa de filagem e moldagem - A massa picada em

    picadeira inoxidvel e filada em gua, previamente tratada (0,2-0,4 ppm), a

    temperatura de 80-85C, e moldada. Aps so enformadas em formas plsticas e

    resfriadas sob imerso em um tanque inoxidvel com gua pasteurizada gelada

    temperatura de 40C, at que atinjam a consistncia desejada para serem

    desenformadas. De cada lote fabricado, separado duas peas (uma para

    realizao das anlises microbiolgicas e fsico-qumicas e outra para o Shelf life).

    A amostra destinada ao Shelf life, mantida armazenada nas mesmas condies

    das peas de mussarela e analisada na data de validade do lote, ou antes, se

    houver reclamaes. Os resultados so anotados em planilha especfica.

    Salga da mussarela ocorre temperatura de 12C em salmoura tratada com

    pasteurizao, filtragem, acidez de 20 D, graus alomtrico de 21B (graus de (B)

    significa Baum uma escala hidromtrica criada pelo farmacutico Francs

    Antoine Baum em 1968 para medio da densidade de lquidos) por 30 horas.

    Aps, as peas permanecem por 24 horas secando em cmara sob ventilao.

    A Embalagem/rotulagem da mussarela as peas so embaladas em sacos de

    polietileno termo-encolhiveis e, aps reembaladas em sacos de polietileno,

    constituindo embalagens secundrias com oito peas, que so chamados de fardos.

  • 17

    A Estocagem da mussarela os fardos so colocados em caixas plsticas que

    so empilhadas sobre estrados plsticos e mantidos em cmara fria 8C at

    comercializao.

    Transporte da mussarela feito em veculo isotrmico, alimentcios, provido

    de geradores de frio.

  • 18

    5. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DO LEITE PASTEURIZADO

    A Figura 1 apresenta o fluxograma com a descrio do processo, desde a

    recepo da matria-prima at a obteno do produto final para posterior

    comercializao.

    Figura 1: Fluxograma do processo do leite pasteurizado

    Plataforma de recepo

    Anlise fsico-qumica do leite cru

    Pesagem do leite 1 filtragem

    Tanque de recepo 2 filtragem

    Pr aquecimento

    Padronizao

    Homogeinizadora

    Pasteurizao

    Tanque de armazenamento

    Envase

    Coleta do leite pasteurizado para anlise fsico-

    qumica e microbiolgica

    Coleta do produto final para anlise fsico-

    qumica e microbiolgica

    Distribuio

  • 19

    Na Recepo o leite chega em caminhes com tanques termoestveis

    previamente limpos, recolhe-se uma amostra de 200mL de cada tanque com potes

    secos limpos e marcados de acordo com o nmero do tanque, sendo tambm

    medida a temperatura do caminho, a qual deveria estar entre 4 a 10C.

    O leite examinado de acordo com as suas caractersticas sensoriais (cor,

    aspecto e cheiro), pelo encarregado da recepo. A amostra recolhida seguia para o

    laboratrio, para a realizao das anlises fsico-qumicas. As seguintes anlises

    so realizadas: densidade, crioscopia, gordura, acidez, alizarol, e as fraudes

    possveis que podem ser encontradas no leite tais como: bicarbonato de sdio,

    hidrxido de sdio, urina, amido, acar e antibitico.

    O leite aprovado pelo controle de qualidade direcionado para a pesagem e

    em seguida passa por uma filtragem, j o leite que no atendia os padres exigidos

    pela cooperativa era devolvido ao produtor.

    Na Pesagem e filtrao todo o leite que chegava plataforma era pesado

    para um controle do lacticnio.

    A primeira filtrao tem como objetivo filtrar o leite para retirada das

    impurezas mais visveis como: fios de cabelo, pelos do animal, fibras vegetais e

    substncias que contribuem para o desgaste dos equipamentos.

    A Filtrao (filtro de linha duplo): este colocado na tubulao da bomba e

    centrfuga por suco. Esse filtro constitudo por uma tela fina, onde fica retida as

    impurezas que no so vistas a olho nu. Aps a filtrao o leite era encaminhado

    para o tanque de resfriamento aguardando atingir o volume adequado para seguir

    para as demais etapas do processo.

    No pr-aquecimento o leite transportado atravs de uma bomba e levado

    at o trocador de placas. O sistema de tratamento trmico foi o HTST (High

    Temperature Short Time) onde o leite aquecido a 74C por 15-20 segundos.

    A Padronizao realizada com um equipamento especial chamado de

    centrfuga padronizadora, a qual clarifica o leite retirando as impurezas que passam

    no filtro de linha de tela fina. A padronizadora alm de clarificar o leite, padroniza-o

    com o teor de gordura necessrio para: leite de integral (3%), leite em p (26%),

    queijo mussarela (24%) e outros produtos.

    A Homogeneizao tem como objetivo prolongar a estabilidade da emulso

    da gordura reduzindo mecanicamente o tamanho dos glbulos evitando a floculao.

  • 20

    A Pasteurizao consiste no tratamento trmico do leite temperatura de 72

    a 75C durante 16 segundos e seu resfriamento imediato (4C) por tubulaes

    alimentadas pelo banco de gelo. A pasteurizao suficiente no s para destruir os

    microorganismos patognicos como tambm quase toda a flora microbiana banal.

    Esta etapa deixa o leite apto para o consumo, e com grande parte de suas

    caractersticas nutricionais.

    No envase a embalagem plstica utilizada para proteger o alimento de

    contaminao microbiana, alm de favorecer o manuseio e transporte, isso ocorria

    dentro dos padres fsico-qumicos e microbiolgicos. O envase foi feito por duas

    mquinas que continham um sistema de irradiao ultravioleta o qual consistia em

    esterilizar a embalagem, evitando assim contaminao no produto final. Aps o

    envase era recolhida uma amostra de cada mquina e encaminhado para o

    laboratrio para realizao da anlise microbiolgica e fsico-qumica.

    Na estocagem o produto envasado acondicionado em caixas plsticas

    limpas e refrigerado a uma temperatura de aproximadamente 4C em cmara fria

    controlada, sua distribuio era feita antes de 24 horas aps seu beneficiamento.

    A distribuio do leite feita atravs de caminhes fechados e previamente

    limpos e distribudos em diversos locais de Campo Mouro e regio.

  • 21

    6. ANLISES FSICO - QUMICA DO LEITE

    A prova fsico-qumica a que o leite submetida na plataforma de recepo da

    usina de beneficiamento ou da indstria constitui-se na determinao da acidez,

    densidade, teor de gordura, extrato seco total (EST) e extrato seco desengordurado

    (ESD), alm da determinao do ponto de congelamento ou crioscopia e prova do

    alizarol (TRONCO, 2003).

    A Tabela 1 apresenta as constantes fsicas para um leite normal.

    Tabelas 1 Constantes fsicas usuais do leite

    pH (20C) 6,5 a 6,7

    Acidez Voltil 14 a 18Dornic

    Densidade 1,028 1,036 g/ cm3

    Temperatura de Congelao -0,510H 0,555H

    Fonte: Fonseca & Santos, 2003.

    6.1 Determinao de acidez

    Ao ser ordenhado, o leite no apresenta nenhuma fermentao, depois de

    algum tempo, com a ao da temperatura e com a perda dos inibidores naturais, o

    leite passa a produzir um tipo de fermento que medido pela acidez. Portanto,

    atribuda acidez a perda do leite do produtor nas usinas, quando a fermentao

    produzida ultrapassa a 1,8 gramas por litro de leite, que igual 18D (18 graus

    Dornic) (EMBRAPA, 2012).

    A titulao da acidez de amplo uso na inspeo industrial e sanitria do leite

    e derivados, bem como na elaborao de laticnios, permitindo avaliar o estado de

    conservao e eventuais anormalidades do produto (TRONCO, 2003).

    A determinao de acidez consiste na titulao de determinado volume de leite

    por uma soluo alcalina de concentrao conhecida (hidrxido de sdio 0,111

    Mol/L), utilizando como indicador a fenolftalena. O resultado pode ser expresso em

    graus Dornic (D) ou porcentagem de compostos com carter acida expressa como

    acido ltico.

  • 22

    6.2 Prova do Alizarol

    Esta prova possibilita a determinao rpida e aproximada da acidez do leite

    por calorimetria. Na realidade, trata-se de uma combinao da prova lcool com uma

    determinao colorimtrica do pH atravs do indicador alizarina, permitindo observar

    de forma simultnea a floculao da casena e a viragem da cor devido mudana de

    pH (TRONCO, 2003).

    A prova do alizarol uma determinao rpida que permite visualizar a

    acidez por calorimetria. A anlise consiste em misturar partes iguais de leite e

    soluo alizarina a 0,1% em lcool a 70% a interpretao dos resultados se encontra

    na Tabela 2.

    Tabela 2 Interpretao dos Possveis Resultados da Prova do Alizarol

    Reao Acidez Qualidade

    Colorao tijolo ou rseo-salmo,

    sem coagulao.

    Entre 14 a 20 D Leite normal e com estabilidade a

    temperatura elevada

    Colorao tijolo ou rseo-salmo

    com coagulao fina

    Entre 19 e 21D Leite com baixa resistncia

    trmica

    Colorao amarela com

    coagulao

    Acima de 22D Leite sem resistncia trmica

    Colorao violeta, sem

    coagulao.

    Abaixo de 14 D Leite alcalinizado ou fraudado

    com gua

    6.3 Determinao de densidade

    A densidade uma relao de massa/solvente. Na anlise do leite se

    considera a massa o soluto que se dispersa no solvente a fase aquosa. A densidade

    do leite varia de 1,028g/mL a 1,035g/mL na adio de gua, os solutos estaro

    diludos levando a uma reduo da densidade (ANDRADE, 2006).

  • 23

    Segundo Silva et al.(1997), a determinao da densidade feita em funo do

    principio de Arquimedes: todo corpo mergulhado em um fluido recebe um empuxo

    vertical, de baixo para cima, igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

    Assim, a imerso do decmetro de massa constante no lquido provoca

    deslocamento de uma quantidade deste, que ser, em massa, igual ao densmetro

    utilizado, e, em volume, proporcional densidade da amostra. Esse deslocamento

    far o liquido alcanar um valor na escala, graduada em graus densitomtricos

    (SILVA et al.,1997).

    Segundo Tronco (2003) acrescentar densidade encontrada 0,2 para cada

    grau de temperatura acima de 15C at 20C, da em diante 0,3. Abaixo de 15C,

    diminuir 0,2 para cada grau.

    6.4 Determinao do teor de gordura

    A avaliao do teor de gordura no s controla a qualidade do leite como

    tambm a utilizao do mesmo para produo de manteiga e creme. O mtodo de

    GERBER o mtodo padro (ANDRADE, 2006).

    Baseia-se na separao e quantificao da gordura por meio do tratamento da

    amostra com acido sulfrico e lcool amlico. O acido sulfrico dissolve as protenas

    que se encontram ligadas gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando

    a densidade da fase aquosa e fundindo a gordura, devido liberao de calor

    proveniente da reao, o que favorece a separao da gordura pelo extrator lcool

    amlico (SILVA et al.,1997).

    6.5 Determinao do Extrato Seco Total (EST)

    Denomina-se matria seca total ou Extrato Seco Total (EST) a todos os

    componentes do leite menos a gua (TRONCO, 2003). Quanto maior o EST no leite,

    maior ser o rendimento dos produtos (EMBRAPA, 2010).

    O teor de slidos totais tambm esta relacionado fraude por adio de gua.

    Com adio de gua o teor deste reduz. Os slidos podem ser determinados de

    forma direta ou indireta (ANDRADE, 2006).

  • 24

    Onde: (EST) Extrato seco total, (G) Godura, (D) Densidade.

    EST= G/5+ D/4 + G + 0,26

    6.6 Determinao do Extrato Seco Desengordurado (ESD)

    Compreende todos os componentes, menos a gordura (leite desnatado). Por

    lei, o produtor no pode fazer a remessa dessa frao do leite para a indstria.

    Apenas as indstrias podem manej-la, por meio de desnatadeiras, destinando-a a

    fabricao de leite em p, leite condensado, doces, iogurtes e queijos magros

    (EMBRAPA, 2010).

    %EST - % gordura = ESD

    6.7 Determinao do ponto de congelamento

    O ponto de congelamento do leite (PC) ou determinao da depresso do

    ponto de congelamento (DPC) ou ndice crioscpio (IC), uma anlise qualitativa que

    leite, tem por finalidade a deteco de fraudes por adio de gua (TRONCO, 2003).

    Segundo Silva et al. (1997), a estimativa da fraude por adio de gua deve

    levar em considerao o ponto de congelamento normal para o leite, particularmente

    em funo da poca do ano, do clima, da raa, da alimentao do gado e da regio

    geogrfica.

    Na composio do leite, a lactose e os sais minerais se encontram em soluo

    verdadeira; as protenas em soluo coloidal (no-verdadeira) e os glbulos de

    gordura em estado de disperso. Os componentes responsveis pelo abaixamento do

    ponto de congelamento so os seguintes: a lactose, alguns minerais, certas protenas

    (solveis) e os gases dissolvidos (oxignio, nitrognio e dixido de carbono). A

    lactose e os cloretos so os que mais afetam o ponto de congelamento. A adio de

    gua ao leite altera o PC, fazendo com que este se aproxime de zero (ponto de

    congelamento da gua), porque diluem os componentes que esto em soluo

  • 25

    verdadeira na gua do leite. O ponto de congelamento mede, ento, os slidos

    solveis do leite (TRONCO, 2003).

    Segundo Tronco (2003), a determinao do DPC pode ser feita por meio de

    crioscpios eletrnicos digitais, que so termistores, os quais constituem no super-

    resfriamento de uma amostra de 2,5mL de leite, at -3C, seguido de imediata

    cristalizao desta amostra induzida por vibrao mecnica. Isso produz uma

    elevao rpida da temperatura da amostra de leite, com conseqente liberao de

    calor de fuso, ate alcanar (PC) ponto de congelamento da amostra ou ponte de

    equilbrio entre os estados liquido e congelado. Internacionalmente, adota-se

    expressar os resultados em escala de graus Horvert (H), ligeiramente diferente da

    escala de graus Celsius (C), estando ambas correlacionadas pelas equaes:

    Onde: (H) graus Horvert, (C) graus Celsius.

    H= 1,03562 x C C = 0,9656 x H

    Os Crioscpios eletrnicos so instrumentos empregados para determinar a

    concentrao de solues por meio da determinao do ponto de congelamento das

    mesmas. No caso do leite, o crioscpio permite estimar a quantidade de gua

    adicionada em uma amostra (SILVA et al., 1997).

    Os crioscpios necessitam regulagem constante com soluo padres. No

    caso de se utilizar crioscpio digital da Laktron, o aparelho padronizado com

    solues de biftalato de potssio, e apresenta elevado grau de pureza, facilidade de

    manuseio e estabilidade (TRONCO, 2003).

    6.8 Determinao da peroxidase

    Em um tubo de ensaio adicionar 10mL de amostra acrescentar 2ml da soluo

    de guaiacol a 1% ao tudo de ensaio, pelas suas paredes, seguindo-se a adio de

    trs gotas da soluo de perxido de hidrognio a 3%. Aguardar cinco minutos e

    observar.

    A peroxidase, ao hidrolisar o perxido de hidrognio, libera oxignio, o qual

    transformara o guaiacol da sua leucobase para a forma corada, assim: Teste Positivo:

    desenvolvimento de um anel salmo (ANDRADE, 2006)

  • 26

    No leite pasteurizado a peroxidade deve estar presente, se a temperatura do

    pasteurizador passar de 75C ele vai ser inativada.

    6.9 Determinao da fosfatase

    A fosfatase uma enzima encontrada no leite cru, que por ser termo sensvel

    sofre desnaturao durante o processo de pasteurizao. A presena desta enzima

    em uma amostra de leite pasteurizado indica que o leite no sofreu tratamento

    trmico.

    A destruio da enzima assegura o desaparecimento dos patogenos no leite;

    por isso, sua inativao utilizada para controlar o processo de pasteurizao

    (ORDOEZ, 2005).

    A metodologia presente utiliza-se de um substrato de para-nitrofenil-fosfato e

    tampo aminometil-propanol (AMP) que em contato com a fosfatase alcalina

    presente na amostra adquire colorao amarela .

    Coloca-se quatro gotas da amostra e 0,5mL do reagente, aps reao a

    amostra apresenta uma colorao amarelo ctrico em caso da enzima estar presente

    no leite, ou seja, quando o resultado positivo, j para o resultado negativo (ausncia

    da enzima), a colorao permanece inalterada.

    Para o leite pasteurizado no laticnio o teste de fosfatase deve ser negativo

    assegurando que o leite tenha passado na temperatura ideal de pasteurizao, ela

    inativada a 74C, sendo uma enzima termolbil. Caso desse positivo, este leite

    deveria ser reprocessado passando novamente pela pasteurizao.

    6.10 pH

    O pH avalia o potencial hidrogeninico a concentrao de ons de hidrognio

    no meio. O valor do pH do leite uma estimativa do estado de frescor do leite,

    quando fresco neutro ou ligeiramente cido, e medida que vai passando o tempo

    a tendncia aumentar a sua acidificao. A acidificao depende ainda do

    comportamento de seus componentes em presena de gua, variando de 6,5 a 6,7,

    no caso de doenas do bere, o pH do leite pode se elevar at 7,7, se aproximando

  • 27

    do pH do sangue. A acidez superior anormal proveniente da ao das bactrias, ou

    seja, pelos fermentos lcticos multiplicados no leite (BEHMER, 1999).

  • 28

    7. FRAUDES E SUAS ALTERAES NO LEITE

    A pesquisa de fraudes no leite feita visando detectar substancias como

    reconstituintes de densidade (sal, acar, amido, urina), neutralizantes da acidez

    (soda, bicarbonato) e conservantes (formol, cloro, gua oxigenada).

    7.1 gua

    o tipo mais antigo de fraude, simples e comum que se tem conhecimento

    em se tratando de leite. facilmente detectvel pelo controle fsico-qumico de rotina

    (crioscopia).

    7.2 Reconstituintes

    So substncias adicionadas ao leite com o objetivo de recompor a aparncia

    e algumas caractersticas do leite fraudado com gua ou soro de queijo. Dentre os

    principais reconstituintes utilizados destacam-se o sal, acar, leite em p,

    amilceos, hidrolisados, etc. Para sua deteco so normalmente empregados

    testes qualitativos.

    Os reconstituintes de densidade so utilizados criminosamente para encobrir

    a adio de gua no leite, esta sendo uma das prticas mais comuns empregadas.

    7.3 Pesquisa por Adio de Cloretos

    A pesquisa de cloretos identifica fraude por adio de gua e sais, eficiente

    para o controle de qualidade do Laticnio. O teste feito com 2mL da amostra de

    leite em um tubo de ensaio, adiciona-se 2mL de cromato de potssio e 2,5mL de

    nitrato de prata a 0,7% e agita-se, se o lquido apresentar uma colorao amarela o

  • 29

    resultado da anlise positivo. Caso a colorao seja vermelho tijolo o resultado

    negativo, ou seja, no h indicao de adio de sal (LOPES, 2000).

    7.4 Fraudes e Adulteraes no Leite

    Os prejuzos causados indstria e ao consumidor devem ser melhor

    avaliados, no somente do ponto de vista econmico, mas tambm com relao aos

    riscos potenciais sade do consumidor em decorrncia dos produtos adicionados

    (principalmente antibiticos e conservadores). Os cuidados com o leite desde a

    produo at o beneficiamento devem ser mais bem avaliados e valorizados

    (pagamento por qualidade) como forma de incentivar a melhoria da qualidade do

    produto (PIRES, 2013).

    A pesquisa de fraude no leite feita visando observar a presena de

    conservadores e de substncias qumicas mais comuns adicionadas ao leite, assim,

    bicarbonato de sdio, formol, cido brico, bicromato de potssio e cido saliclico

    so empregados como conservantes do leite. Quanto ao amido, acar e urina so

    utilizados criminosamente para encobrir a molhagem do leite (BEHMER, 1984).

    As fraudes visam principalmente o aumento do lucro direto atravs do aumento

    do volume e o prolongamento da vida til do produto, utilizando-se artifcios danosos

    sade e a economia popular (PIRES, 2013).

    Para uma boa qualidade do leite deve ser controlada pelos institutos de sade

    pblica por meio de testes que envolvam a determinao de densidade, teor de

    gordura, rancidez e acidez, e a preveno de aditivos usados na conservao do

    produto ou materiais estranhos, para fraudar o leite, devido adio de gua.

    Tabela 3 abaixo apresenta as substncias que podem ser encontrados no

    processo de fraude do leite.

  • 30

    Tabela 3: Principais substncias e sua funo no processo de fraude

    Substncias Funo

    Antibiticos

    Conservar o leite, evitando ao de

    micro-organismos.

    Formol

    cido Saliclico

    e Silicatos

    Cloro hipoclorito de

    sdio

    gua oxigenada

    Amido

    Sal

    acar

    Disfarar a adio de gua no leite

    Mantendo a densidade inicial

    Bicarbonato de Sdio

    Soda

    Disfarar a acidez do leite observada

    Quando este est deteriorando

    Fonte: Behmer, 1999.

  • 31

    8. PRINCIPAIS ANLISES MICROBIOLGICAS

    Por sua composio qumica, o leite um alimento de extremo valor na dieta

    humana, mas, pela mesma razo, constitui excelente substrato para o crescimento

    de grande diversidade de microrganismos hetertrofos que, como o homem, utiliza o

    princpio nutritivo presentes nesse alimento.

    O leite, mesmo o que procede de animais saudveis, sempre contm uma

    srie de microrganismos cuja taxa muito varivel, dependendo das medidas

    higinicas que tenham sido adotadas durante a ordenha e das condies de

    armazenamento. A taxa e os tipos de microrganismos no leite cru decorrem de trs

    fontes principais: o interior do bere, o exterior do bere e os equipamentos e outros

    utenslios utilizados no beneficiamento em laticnios.

    Esta contaminao pode atingir nmeros da ordem de milhes de bactrias

    por mL, podendo incluir tanto microrganismos patognicos como deterioradores. A

    contaminao microbiana prejudica a qualidade do leite, interfere na industrializao,

    reduz o tempo de prateleira do leite fluido e derivados lcteos e pode colocar em

    risco a sade do consumidor.

    O conhecimento do contedo bacteriano, assim como do tipo de bactria

    presente no leite de grande importncia no controle de qualidade, uma vez que a

    contagem elevada pode indicar: leite velho; refrigerao inadequada; mtodos no

    higinicos na produo, manuseio e processamento inadequado.

    8.1 Anlises Microbiolgicas do Leite Beneficiado

    So anlises realizadas para verificao da qualidade do leite, ps

    processamentos para comprovao de iseno de microrganismos patognicos.

    8.2 Contagem Padro em Placas (UFC/mL)

    Detecta o nmero de bactrias aerbias ou facultativas e mesfilas (forma

    vegetativa ou esporulada). Indica (em grande nmero), matria-prima contaminada,

  • 32

    limpeza e desinfeco inadequadas e condies imprprias de tempo e temperatura

    durante a produo/conservao.

    feito a analise aps a pasteurizao do leite.

    Limite mximo 1,0 x 10 UFC/mL.

    8.3 Nmero mais provvel de coliformes totais (NMP/mL)

    Detecta o nmero de bastonetes Gram negativos, no formadores de

    esporos, anaerbios facultativos, fermentadores da lactose com produo de cido e

    gs a 3235C dentro de 24 horas e indica condies higinicas, sendo que um alto

    ndice significa contaminao psprocessamento, limpeza e sanificao

    insatisfatrias, tratamentos trmicos ineficientes ou multiplicao durante o processo

    ou estocagem.

    Limite mximo 5 NMP/mL.

    8.4 Nmero mais provvel de coliformes fecais (NMP/mL)

    Detecta o nmero de bastonetes Gram negativos, no formadores de

    esporos, anaerbios facultativos, fermentadores da lactose com produo de cido e

    gs a 44,5 45C dentro de 24 a 48 horas e indica: contaminao fecal, ou seja, de

    condies higinicosanitrias. Escherichia.coli majoritria neste grupo, tendo seu

    habitat o trata intestinal do homem e outros animais e podem causar gastroenterites,

    alm de indicar a possibilidade da presena de outras bactrias entricas na

    amostra.

    Limite mximo 2 NMP/mL (ideal: ausncia).

    8.5 Anlises Microbiolgicas para o Queijo Mussarela:

    O queijo composto por 46 a 49%, de umidade, proveniente do leite, sendo

    alvo dos microrganismos, que utilizam esta gua para aumentar a atividade gua do

    meio, favorecendo a sua multiplicao. Apresenta 22 a 24% de gordura, pH entre

  • 33

    5,1 e 5, 3, um pouco cido que favorece o crescimento de alguns microrganismos,

    quantidade de sal de1,6 a 1,8%, protenas e lactose.

    Todos estes nutrientes favorecem a proliferao de microrganismos

    patgenos que so de grande risco sade humana. Estes nutrientes so fontes

    para que eles se desenvolvam e a comercializao do produto em desacordo com

    os padres de qualidade microbiolgica vigentes pode refletir na ocorrncia de

    casos e surtos de doenas transmitidas por alimentos, o que aumenta a

    preocupao com as caractersticas microbiolgicas do produto.

    8.6 Controle de qualidade da gua do processo

    A qualidade da gua definida por suas caractersticas fsicas, qumicas e

    biolgicas, que no oferecem risco sade da populao. A gua potvel

    geralmente inodora, incolor e inspida (LUTZ, 2008).

    A amostra de gua clorada deve ter o cloro residual 1% para ser adequada ao

    consumo e ser neutralizado imediatamente aps a coleta, para impedir a

    continuao do seu efeito bactericida sobre a microbiota presente (SILVA, 2001).

    8.7 Higiene de utenslios e manipulao de alimentos

    Para Hazelwood (1994), o manipulador do processo alimentcio, deve fazer

    tudo o que estiver ao alcance para certificar que os alimentos que manipula so

    totalmente higinicos e tm condies de ser ingerido sem o perigo de causarem

    intoxicao alimentar. Silva (2001) complementa que a apresentao do funcionrio

    segue o bsico conhecido em relao higiene corporal, tendo as seguintes

    recomendaes: banho dirio, sendo que os ps devem ser bem secos a fim de

    evitar aparecimento de micoses, cabelos limpos, bem escovados e protegidos,

    unhas curtas, limpas sem esmalte, sem utilizao de adornos (relgios, anis,

    colares, etc), mo e antebrao com higiene adequada. No caso do sexo masculino a

    barba deve ser retirada, sendo o uso de bigode totalmente desaconselhado.

    Behmer (1999) destaca a importncia na higiene do leite, a limpeza

    escrupulosa de todos os recipientes com as quais ele entra em contato. A

  • 34

    observao dessa higiene um dos fatores que concorrem para a obteno do leite

    limpo e de maior conservao. Os restos de leite que ficam nos recipientes

    fermentam, constituindo rapidamente focos de contaminao.

    A limpeza do equipamento de ordenha e do equipamento de refrigerao do

    leite deve ser feita de acordo com instrues do fabricante, usando-se material e

    utenslios adequados, bem como detergentes inodoros e incolores.

    Todo equipamento, aps a utilizao, deve ser cuidadosamente lavado e

    sanitizado, de acordo com Procedimentos Padronizados de Higiene Operacional

    (PPHO). Para o equipamento de ordenha, devem ser seguidas as recomendaes

    do fabricante quanto desmontagem, limpeza e substituio de componentes nos

    perodos indicados. A realizao desses procedimentos deve ser registrada em

    documentos especficos, caracterizando a padronizao e garantia da qualidade,

    para gerar rastreabilidade e confiabilidade, a exemplo do processo de Anlise de

    Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC).

    8.8 Controle integrado de pragas O controle integrado de pragas (CIP) pode ser definido como um sistema que

    incorpora aes preventivas e corretivas destinadas a impedir que os insetos e

    roedores possam gerar problemas significativos nas indstrias alimentcias, como

    contaminao de produtos alimentcios uma vez que os insetos e roedores so os

    maiores vetores mecnicos de bactrias patognicas (DESGASPARI; FATTO,

    2010).

    A principal meta reduzir a populao infestante a nveis tolerveis (mnimos

    ou nulos) promovendo o uso racional de produtos qumicos. So utilizadas

    armadilhas de cola, estaes de contagem e outros equipamentos, que,

    devidamente mapeados fornecem os dados que atravs de relatrios e grficos

    peridicos informam a condio real do local (DESGASPARI; FATTO, 2010).

    essencial providenciar a adequao do ambiente, orientando sobre a

    utilizao de lixeiras, colocao de telas nas janelas e portas, dimensionamento do

    sistema de captao de esgoto e evitando a guarda de alimentos em gavetas e

    locais inadequados (DESGASPARI; FATTO, 2010).

  • 35

    8.9 Realizao de Swab das mos de funcionrios e equipamentos da indstria

    O swab faz parte do controle de qualidade, higiene do manipulador e da

    indstria com a finalidade de identificar pontos de contaminao.

    Esta tcnica promove a identificao de contaminao em superfcies das

    mos dos manipuladores que esto em contato direto com o alimento assim como

    nas mesas, mquinas de envase peas desmontveis.

    8.10 Controle de temperatura de cmaras frias e equipamentos do laboratrio

    A COPROLEITE possui trs cmaras frias para acondicionar seus produtos

    (cmara de estocagem de leites, cmara de estocagem e salga de queijo tipo

    mussarela e cmara para determinao do prazo de validade).

    So monitorados trs vezes ao dia, sendo coletadas as temperaturas das

    estufas microbiolgicas, banho-maria, cmaras frias geladeiras tanque de gelo, e

    registradas nas planilhas, utilizadas para o controle dirio da indstria.

    Alm do controle das temperaturas, uma vez por ms realiza-se a aferio de

    todos os termmetros da indstria onde esses so comparados com um termmetro

    padro.

    8.11 Preparo de vidrarias e meios de cultura para anlises microbiolgicas

    Diariamente so monitorados os procedimentos de limpeza dos equipamentos

    e das vidrarias utilizadas no laboratrio.

    Para a realizao das anlises microbiolgicas, as vidrarias so lavadas,

    secas, e passado lcool com algodo e embrulhadas com papel Kraft para posterior

    esterilizao em autoclave onde este ficava quinze minutos depois de ter atingido a

    temperatura de 120C.

    Regularmente so preparados meios de cultura para serem utilizadas nas

    anlises microbiolgicas:

  • 36

    Caldo Lauril Sulfato Triptona (LST), Caldo Verde Brilhante e Bile (VBB), Agar

    Vermelho Violeta Brilhante (VRB), Caldo para inoculao de Escherichia coli (EC) e

    Plate Count Agar (PCA), alm de gua peptonada, utilizada para diluio do queijo

    mussarela para a anlise microbiolgica e na umidificao para a realizao de

    Swab.

    8.12 Determinao do shelf life

    O shelf life consiste em verificar a qualidade dos produtos, mantendo o mesmo

    em refrigerao at o prazo de vencimento.

    Aps o perodo de validade, os produtos so analisados para a verificao de

    possveis alteraes em suas caractersticas fsico-quimicas, microbiolgicas e

    sensorial.

  • 37

    9. CONCLUSO

    O estgio realizado na Cooperativa Regional dos Produtores de leite

    (COPROLEITE), com o objetivo de adquirir o conhecimento prtico, a partir do

    conhecimento terico que obtido no curso de Tecnologia de alimentos, onde

    descrevo todas as atividades desenvolvidas na empresa, que so de

    responsabilidade do tecnlogo de alimentos responsvel pelo setor de controle de

    qualidade.

    O estgio enriquece o conhecimento terico, com a pratica e auxilia na

    deciso de rea de atuao, faz conhecer todas as reas de atuao na

    COPROLEITE, atuamos na rea do controle de qualidade, mais tambm pode ser

    feito o desenvolvimento de novos produtos, devido matria prima que tem a

    disposio.

    A empresa COPROLEITE uma empresa que tem equipamentos e

    instalaes que so adequadas para o beneficiamento do leite e produo de

    derivados como a mussarela e a bebida lctea que so produtos conhecidos e com

    tima aceitabilidade pelos seus consumidores.

    A cooperativa atende as exigncias requeridas pelo Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento (MAPA), comercializando produtos inspecionados e com

    qualidade, visando, portanto, uma melhoria em todos os processos de obteno de

    um produto adequado para o consumo, onde todos seus funcionrios buscam

    sempre realizar a produo de maneira que atenda as boas prticas de fabricao

    (BPF), para que o produto final seja de tima qualidade e atenda as exigncias

    contidas na legislao.

  • 38

    10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANDRADE, E. C. B. de. Analise de alimentos: uma viso qumica da nutrio. Livraria Varela, So Paulo 2006. ANVISA, Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n. 12 de 02 de janeiro de 2001. Disponvel em: . Acessado em: 15 de novembro de 2012. BEHMER, M.l. L. A. Tecnologia do leite: leite, queijo, manteiga, casena, iogurte, sorvetes e instalaes: produo, industrializao, analise. 13ed. So Paulo: Nobel, 1984. BEHMER, M. L. A., Tecnologia do Leite, Ed. Nobel, So Paulo 1999. COUNCIL, D. E., Ingredientes Lcteos para uma Alimentao Saudvel. Leite e Derivados, n.63, maro/abril 2002. DEGASPARE; FATTO. SICAF Meio Ambiente. CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS URBANAS. Disponvel em http://www.sicaf-ambiental.com.br/index.cfm?fuseaction=ShowArticle&cd_Artigo=26. Acesso em 12/12/2012. EMBRAPA, Criao de Gado Leiteiro na Zona Bragantina. Qualidade do leite. Disponvel em: . Acessado em: 15 de dezembro de 2012. FENNEMA, O. R. Qumica de Los Alimentos. 2 edio. Espanha: Editora Acribia S.A. Zaragoza, 2000. FONSECA, L. F. L., SANTOS, M. V. Granelizao e Resfriamento do Leite e seu impacto sobre a Qualidade. Leites & Derivados, n.71, julho de 2003. GUIMARES, P., Consideraes a Respeito do Queijo. Cincia do Leite, 2004. Disponvel em: . Acessado em: 13 de dezembro de 2012. HAZELWOOD, D. Manual de Higiene para manipuladores de alimentos. Ed. Varela. So Paulo. 1994.

  • 39

    IAL. Instituto Adolfo Lutz. Mtodos fsico-qumicos para anlises de alimentos. 1 e 4 ed. So Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. LOPES, J.E.F. Proposta de um manual de boa prtica de fabricao aplicado indstria laticinista. Leites & Derivados, setembro/outubro, 2000. Ministrio da Agricultura, pecuria e abastecimento, Gabinete do ministro, Instruo Normativa n.62, de 29 de Dezembro de 2011. ORDEZ, J. A. Tecnologia de alimentos: Alimentos de origem animal. Vol. 2- Porto Alegre: Artmed, 2005. PIRES, A. S. Fraudes em leites de consumo: limites de deteco. Disponvel em: . Acesso em: 10 de Janeiro de 2013. SGARBIERI, V. C., Protenas em Alimentos Proticos. So Paulo: Varela, 1996. SILVA JUNIOR, E. A Manual de controle higinico - sanitrio em alimentos. 4 ed. So Paulo: Varela, 2001. SILVA, N., JUNQUEIRA, V. C. A., SILVEIRA, N. F. A, Manual de Mtodos de Anlise Microbiolgica de Alimentos. So Paulo: Livraria Varela, 1997. SILVA, P. H. F. da., Fsico-qumica do leite e derivados: mtodos analticos. Juiz de Fora, 1997. TRONCO, V. M., Manual para Inspeo da Qualidade do Leite, Santa Maria: Ed. UFSM, 2003. VALSECHI, O. A, O leite e seus derivados, Araras, SP 2001, http://www.cca.ufscar.br/~vico/O%20LEITE%20E%20SEUS%20DERIVADOS.pdf Acesso 23 de dezembro, 2012.

  • 40