Montemor-o-Velho: Do castelo aos arrozais

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Bela é a vila cuja fortaleza foi palco da decisão de pôr termo à eterna estória de amor de Pedro e Inês. A CABRA foi descobrir o que está entre a ‘cidade dos estudantes’ e a ‘rainha da Costa de Prata’ Texto e foto por Ana Coelho Ao chegar à localidade pela EN111, depa- ramo–nos com o esplendoroso castelo no al- to do monte. A subida é íngreme, mas o es- forço vale a pena pela visita. O castelo, ape- sar da idade, goza de um bom estado de con- servação. Existem referências documentais relativas a ele desde do século IX. Ao entrar, percorre–se um corredor com chão calceta- do, ladeado por muralhas e árvores até che- gar a um largo repleto de cor verde, um enorme jardim com algumas árvores. À di- reita, a Igreja de Santa Maria da Alcáçova espreita o pôr–do–sol todos os fins de tarde. É a predilecta de muitos enamorados para darem o nó. Um edifício de estilo gótico amarelo que necessita de um retoque na pintura. No jardim, muitos são os visitantes que aproveitam para tirar umas fotografias para mais tarde recordar. Junto às muralhas, do lado da vila, deslumbra–se a paisagem dos campos de arroz, onde o rio Mondego é rei. Outrora, o rio “velho” teve de ser extinto e foi construído um novo troço mais largo, pois as cheias eram uma constante e inva- diam as casas. Os terrenos, também afecta- dos pelas cheias, eram e continuam a ser o sustento desta pacata vila. Ali, naqueles ter- renos cultiva–se arroz e milho. As terras do Mondego estendem–se a perder de vista, só as pequenas povoações e o rio rompem a mancha de arrozais e restantes terrenos de cultivo. Olhando para o centro de Montemor–o- –Velho, a vila emana uma movimentação semelhante aos dias em que há feira. Mas, hoje não é um desses dias. A curiosidade desperta, descemos pelo mesmo caminho que nos levou ao cume, percorremos as rue- las renovadas da vila. Passamos por um con- vento, uma igreja, chegamos ao Mercado Municipal. Somos recebidos por uma enor- me agitação, o olfacto desperta o apetite. Mais atentamente, percebemos que há uma festividade, o Festival do Arroz e da Lam- preia, que já vai na sua sexta edição. Entramos no recinto que habitualmente recebe a feira quinzenal e a Feira do Ano, quando se comemoram as festas da vila. São 21 as tasquinhas onde podemos petiscar o que a gastronomia do Baixo Mondego tem de melhor. Do arroz carolino à lampreia, mote do festival, mas também a doçaria con- ventual está presente: as barrigas de freira, as queijadas de Pereira, os papos de anjo de Montemor. Outros atractivos culturais le- vam–nos a percorrer o resto do certame. Depois de saborear as iguarias, saímos do recinto e vamos até ao Centro Equestre. Quem gosta destes animais, não pode deixar de passar por lá. Por altura das Festas da Vi- la, são realizadas muitas as actividades rela- cionadas com cavalos. Desde compra e ven- da destes animais, a competições que todos podem assistir. Despedimo–nos de Monte- mor–o–Velho, até breve. ❂❴❫❞❯❪❴❜✢❴✢❢❯❭❳❴✯✏✹❴✏❙◗❝❞❯❭❴✏◗❴❝✏◗❜❜❴❥◗❨❝ Nos países nórdicos, a prática de sauna é tão natural como respirar. Só na Finlândia, país de onde é originária, existem 2 milhões de saunas para 5,2 milhões de habitantes. Em Por- tugal, porém, trata–se de um “dado adquirido há poucas décadas”, como explica o direc- tor–técnico do Centroactivo Health Club de Coimbra, Paulo Barreto. Quanto aos portugue- ses, ainda não se habituaram à nudez que para os finlandeses é natural e quase obrigató- ria; por outro lado, também não aguentam temperaturas tão elevadas como as que se po- dem sentir no interior de uma sauna nórdica. Mas sauna não é o mesmo que banho turco. Ao contrário da primeira, que consiste na li- bertação de vapores secos, o banho turco tem que ver com calores húmidos, aos quais, nor- malmente, se podem juntar essências. Os benefícios são muitos e variados; desde a resolução de problemas respiratórios, à eli- minação de toxinas, aumento da circulação sanguínea, combate ao stress, entre outros. No entanto, a quem está a passar por uma fase de gravidez ou que costuma ter quebras de ten- são, não é aconselhável a prática de sauna. Além disso, o seu uso em demasia pode criar al- guns constrangimentos físicos. Assim, para quem esteja a começar, o recomendável é “fa- zer cinco, dez minutos com algum acompanhamento, e não em temperaturas não muito elevadas”, aponta Marlene Loureiro, da gerência do Hotel Quinta das Lágrimas, um dos lo- cais onde se pode praticar sauna, em Coimbra. Hoje em dia, e apesar de recente, a sauna parece estar a conquistar cada vez mais adep- tos entre os portugueses, alguns dos quais já dispõem do serviço nas próprias habitações. Liliana Figueira ✸◗❭❴❜✏❫❜❚❨❙❴✏❲◗❫❳◗✏◗❚❯❵❞❴❝ PUBLICIDADE 22 A CABRA VIAGENS 3ª feira, 11 de Março de 2008 Qual foi a viagem mais marcante que já realizou? Uma das mais importantes que fiz foi em 2002 a Timor–Leste e foi exactamente por convi- te da administração timorense para independência do país. Foi uma viagem inesquecível. E que viagem gostaria de fazer no futuro? Talvez à Irlanda, não por ser muito longe, mas tem a ver com uma série de coisas; com a ori- gem de uma série de pessoas que escreveram e que pertencem ao meu universo. Que espectáculo gostaria de ver fora de Portugal? Gostaria de ter estado num dos espectáculos que o Grotwoski fez em Opole na Polónia, no seu Teatro das Treze Filas, assim chamado porque tinha 13 filas e poucos espectadores. E que museu iria visitar? Provavelmente na Holanda, o museu Van Gogh. É um dos que eu nunca visitei e gostava de ter visitado. Hoje, poderia revisitar o Museu Picasso, em Paris, que é um museu pequenino e muito interessante e onde as pessoas se sentem bem. A narração favorita de uma viagem num livro? Gosto muito das narrações que fez o Bruce Chatwin das suas viagens à Patagónia. O feitio especial de viajante, de anotador, de observador, interessa–me no Bruce Chatwin. Seria ou- tra viagem que eu gostaria de fazer, é realmente um mundo de mundos. João Miranda Viagens num minuto ✶❫❞❫❨❴✏✶❡❲❡❝❞❴✏✷◗❜❜❴❝✜ ✹❨❜❯❙❞❴❜✢◗❜❞❝❞❨❙❴✏❚◗✏✺❝❙❴❭◗✏❚◗✏❃❴❨❞❯

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Bela é a vila cuja fortaleza foipalco da decisão de pôr termo

à eterna estória de amor dePedro e Inês. A CABRA foi

descobrir o que está entre a‘cidade dos estudantes’ e a‘rainha da Costa de Prata’

Texto e foto por Ana Coelho

Ao chegar à localidade pela EN111, depa-ramo–nos com o esplendoroso castelo no al-to do monte. A subida é íngreme, mas o es-forço vale a pena pela visita. O castelo, ape-sar da idade, goza de um bom estado de con-servação. Existem referências documentaisrelativas a ele desde do século IX. Ao entrar,percorre–se um corredor com chão calceta-do, ladeado por muralhas e árvores até che-gar a um largo repleto de cor verde, umenorme jardim com algumas árvores. À di-reita, a Igreja de Santa Maria da Alcáçovaespreita o pôr–do–sol todos os fins de tarde.É a predilecta de muitos enamorados paradarem o nó. Um edifício de estilo góticoamarelo que necessita de um retoque napintura.

No jardim, muitos são os visitantes queaproveitam para tirar umas fotografias paramais tarde recordar. Junto às muralhas, dolado da vila, deslumbra–se a paisagem doscampos de arroz, onde o rio Mondego é rei.Outrora, o rio “velho” teve de ser extinto efoi construído um novo troço mais largo,

pois as cheias eram uma constante e inva-diam as casas. Os terrenos, também afecta-dos pelas cheias, eram e continuam a ser osustento desta pacata vila. Ali, naqueles ter-renos cultiva–se arroz e milho. As terras doMondego estendem–se a perder de vista, sóas pequenas povoações e o rio rompem amancha de arrozais e restantes terrenos decultivo.

Olhando para o centro de Montemor–o-–Velho, a vila emana uma movimentaçãosemelhante aos dias em que há feira. Mas,hoje não é um desses dias. A curiosidadedesperta, descemos pelo mesmo caminho

que nos levou ao cume, percorremos as rue-las renovadas da vila. Passamos por um con-vento, uma igreja, chegamos ao MercadoMunicipal. Somos recebidos por uma enor-me agitação, o olfacto desperta o apetite.Mais atentamente, percebemos que há umafestividade, o Festival do Arroz e da Lam-preia, que já vai na sua sexta edição.

Entramos no recinto que habitualmenterecebe a feira quinzenal e a Feira do Ano,quando se comemoram as festas da vila. São21 as tasquinhas onde podemos petiscar oque a gastronomia do Baixo Mondego temde melhor. Do arroz carolino à lampreia,

mote do festival, mas também a doçaria con-ventual está presente: as barrigas de freira,as queijadas de Pereira, os papos de anjo deMontemor. Outros atractivos culturais le-vam–nos a percorrer o resto do certame.

Depois de saborear as iguarias, saímos dorecinto e vamos até ao Centro Equestre.Quem gosta destes animais, não pode deixarde passar por lá. Por altura das Festas da Vi-la, são realizadas muitas as actividades rela-cionadas com cavalos. Desde compra e ven-da destes animais, a competições que todospodem assistir. Despedimo–nos de Monte-mor–o–Velho, até breve.

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Nos países nórdicos, a prática de sauna é tão natural como respirar. Só na Finlândia, paísde onde é originária, existem 2 milhões de saunas para 5,2 milhões de habitantes. Em Por-tugal, porém, trata–se de um “dado adquirido há poucas décadas”, como explica o direc-tor–técnico do Centroactivo Health Club de Coimbra, Paulo Barreto. Quanto aos portugue-ses, ainda não se habituaram à nudez que para os finlandeses é natural e quase obrigató-ria; por outro lado, também não aguentam temperaturas tão elevadas como as que se po-dem sentir no interior de uma sauna nórdica.

Mas sauna não é o mesmo que banho turco. Ao contrário da primeira, que consiste na li-bertação de vapores secos, o banho turco tem que ver com calores húmidos, aos quais, nor-malmente, se podem juntar essências.

Os benefícios são muitos e variados; desde a resolução de problemas respiratórios, à eli-minação de toxinas, aumento da circulação sanguínea, combate ao stress, entre outros. Noentanto, a quem está a passar por uma fase de gravidez ou que costuma ter quebras de ten-são, não é aconselhável a prática de sauna. Além disso, o seu uso em demasia pode criar al-guns constrangimentos físicos. Assim, para quem esteja a começar, o recomendável é “fa-zer cinco, dez minutos com algum acompanhamento, e não em temperaturas não muitoelevadas”, aponta Marlene Loureiro, da gerência do Hotel Quinta das Lágrimas, um dos lo-cais onde se pode praticar sauna, em Coimbra.

Hoje em dia, e apesar de recente, a sauna parece estar a conquistar cada vez mais adep-tos entre os portugueses, alguns dos quais já dispõem do serviço nas próprias habitações.

Liliana Figueira

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22 A CABRA VVIIAAGGEENNSS 3ª feira, 11 de Março de 2008

Qual foi a viagem mais marcante que já realizou? Uma das mais importantes que fiz foi em 2002 a Timor–Leste e foi exactamente por convi-te da administração timorense para independência do país. Foi uma viagem inesquecível.

E que viagem gostaria de fazer no futuro?Talvez à Irlanda, não por ser muito longe, mas tem a ver com uma série de coisas; com a ori-gem de uma série de pessoas que escreveram e que pertencem ao meu universo.

Que espectáculo gostaria de ver fora de Portugal?Gostaria de ter estado num dos espectáculos que o Grotwoski fez em Opole na Polónia, noseu Teatro das Treze Filas, assim chamado porque tinha 13 filas e poucos espectadores.

E que museu iria visitar?Provavelmente na Holanda, o museu Van Gogh. É um dos que eu nunca visitei e gostava deter visitado. Hoje, poderia revisitar o Museu Picasso, em Paris, que é um museu pequeninoe muito interessante e onde as pessoas se sentem bem.

A narração favorita de uma viagem num livro?Gosto muito das narrações que fez o Bruce Chatwin das suas viagens à Patagónia. O feitioespecial de viajante, de anotador, de observador, interessa–me no Bruce Chatwin. Seria ou-tra viagem que eu gostaria de fazer, é realmente um mundo de mundos.

João Miranda

Viagens num minuto

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