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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE CINCIAS DA ADMINISTRAO DE PERNAMBUCO CURSO DE ESPECIALIZAO EM ADMINISTRAO DE MARKETING

ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA

VITRIA DE SANTO ANTO E A INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

RECIFE - PE 2011

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ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA

VITRIA DE SANTO ANTO E A INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

Monografia apresentada Faculdade de Cincias da Administrao de Pernambuco da Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE), como parte dos requisitos para a obteno do ttulo de Especialista em Administrao de Marketing. Orientador: Professor Paulo Roberto Rio da Cunha.

RECIFE - PE 2011

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ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA

VITRIA DE SANTO ANTO E A INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

Monografia apresentada Faculdade de Cincias da Administrao de Pernambuco da Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE), como parte dos requisitos para a obteno do ttulo de Especialista em Administrao de Marketing.

APROVADO EM _____/_____/______

NOTA: ___________

EXAMINADOR: ____________________________________________________________

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Dedico esta obra a todos aqueles que sonham e vivem o novo Pernambuco, estruturado na distribuio do desenvolvimento por todas as suas regies. Em especial, minha terra, terra onde nasceu o sentimento nativista e ocorreu a Batalha das Tabocas: Vitria de Santo Anto.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por intermdio do nosso Senhor Jesus Cristo, criador dos cus e da terra, por permitir a construo desta obra e por conceder o privilgio da vida. Faculdade de Cincias da Administrao da Universidade de Pernambuco (FCAP-UPE), em especial aos seus funcionrios e tcnicos, professores e colegas de sala de aula, pela convivncia, troca de experincias e momentos vividos intensamente. Ao Governo do Estado de Pernambuco, atravs do Secretrio Estadual de Cincia e Tecnologia Marcelino Granja. Ao Governo Municipal e Cmara Municipal de Vereadores da Vitria de Santo Anto. A todos os cidados e s entidades representativas que contriburam no fomento desta obra, na troca de idias e no enriquecimento deste estudo. Aos meus familiares, especialmente Maricleide Maria e Aridelson Ozrio, Tcila Raiana, Thassa Raianne, Wallace Arcanjo, Renata Brasileiro, Manuel Arcanjo Filho, Elite Maria, Manuel Arcanjo, Hilda Maria (in memorian), Ozrio Justino (in memorian), Nelson Ozrio, Abrao Ozrio, Alexsandro Ozrio, Adeilda Rodrigues, Ana Ktia, Edson Arcanjo, Edvaldo Arcanjo, Ernandes Arcanjo. Aos amigos, em especial, Anderson Delleon, Amanda Danielle, Roberta Mendes, Aurino Jnior, Cleber Adriano, Clio Brasileiro, Andrew Gomes, Rafael Ferreira, Lehi Monteiro, Walter Alexandre, Marcelo Ponte e Antnio Fernando Braga. Aos companheiros de luta, especialmente Thiara Milhomen, Silvana Paula, Ossi Ferreira, Leonardo Bulhes, Juliano Ribeiro, Anne Cabral, Virgnia Barros, Patrick Arcanjo, Elisngela Lizardo, Jairo Medeiros, Pedro Augusto, Magno Augusto, Alanir Cardoso, Nelson Pereira, Vereador Andr de Bu, Secretrio de Cincia, Tecnologia e Desenvolvimento Econmico do Recife Jos Bertotti, Deputado Estadual Luciano Siqueira, Deputada Federal Luciana Santos.

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Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela s tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para faz-la doce, dificuldades para faz-la forte, tristeza para faz-la humana e esperana suficiente para faz-la feliz. As pessoas mais felizes no tm as melhores coisas, mas elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."

Clarice Lispector.

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RESUMO

Este estudo busca identificar as potencialidades existentes e destacar os desafios para que o municpio de Vitria de Santo Anto, localizado na Zona da Mata Pernambucana, atraia e consolide os empreendimentos impulsionados pelo atual ciclo de interiorizao do desenvolvimento vvido no Estado de Pernambuco. Para tanto, foi desenvolvida uma investigao acerca da histria de Vitria de Santo Anto desde o seu povoamento, em 1626, at os dias atuais, destacando-se a instalao de importantes empreendimentos, como as Fbricas da Sadia e da Kraft Foods, o Gasoduto da Companhia Pernambucana de Gs (Copergs), os campi da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). Alm disso, foi desenvolvido um estudo sobre os impactos sofridos pelos municpios do interior de Pernambuco com a chegada desses novos negcios e com a ampliao dos investimentos em reas estratgicas, como a sade, segurana pblica, educao, infra-estrutura, habitao e meio-ambiente, dentre outros. O trabalho mostra alguns resultados j obtidos, alm de sugerir aes e reformas necessrias para consolidar tais investimentos. Por fim, so avaliadas as aes de Marketing e Comunicao, Tursticas e Culturais, Tecnolgicas e Ambientais desenvolvidas pelo municpio, bem como formuladas proposies com feitos a superar os desafios que se apresentam Cidade de Vitria.

Palavras-Chaves: 1. VITRIA DE SANTO ANTO; 2. INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO; 3. IMPACTOS; 4. POTENCIALIDADES; 5. DESAFIOS

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ABSTRACT

This study seeks to identify the existing potential and highlight challenges for the city of Vitoria de Santo Antao, located in the Zona da Mata, attract and consolidate the projects driven by the current cycle of vivid internal development in the state of Pernambuco. To that end, we developed a research about the history of Vitoria de Santo Antao since its settlement in 1626 until the present day, especially the installation of major projects such as the Factories of Sadia and Kraft Foods, the gas pipeline Pernambuco Gas Company (Copergs), the campuses of the Federal University of Pernambuco (UFPE) and the Federal Institute of Education, Science and Technology of Pernambuco (IFPE). In addition, we developed a study on the impacts suffered by municipalities in the interior of Pernambuco with the arrival of these new businesses and to increase investments in strategic areas such as health, public safety, education, infrastructure, housing and half- environment, among others. The work shows some results already obtained, and to suggest actions and reforms necessary to consolidate such investments. Finally, the actions are evaluated Marketing and

Communications, Tourism and Cultural, Technological and Environmental developed by the municipality as well as formulated propositions made to overcome the challenges facing the City of Victoria.

Key Words:1. VITRIA DE SANTO ANTO; 2. DEVELOPMENT; 3. IMPACTS; 4. POTENTIAL; 5. CHALLENGES.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Bandeira do Estado de Pernambuco...........................................................

16 FIGURA 2 - Mapa da Localizao Geogrfica de Pernambuco................................................ 17 FIGURA 3 - Mapa da Transnordestina.......................................................................... 19 FIGURA 4 - Projeto de expanso do Gs Natural no interior............................................. 22 FIGURA 5 - Bandeira da Cidade da Vitria de Santo Anto............................................ 26 FIGURA 6 - Praa e Monumento Leo Coroado......................................................... 28 FIGURA 7 - Instituto Histrico e Geogrfico da Vitria (IHGVSA)........................................ 29 FIGURA 8 - Localizao Geogrfica de Vitria.............................................................. 31 FIGURA 09 - Fbrica da Sadia instalada em Vitria de Santo Anto......................................... 37 FIGURA 10 - Fbrica da Kraft Foods em Vitria de Santo Anto............................................. 38 FIGURA 11 - Fbrica da Pit............................................................................................. 39 FIGURA 12 Projeto do Vitria Park Shopping............................................................... 41

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LISTA DE GRFICOS

GRFICO 1 Contigente Populacional de Vitria de Santo Anto...................................... 31

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Indicadores de Pernambuco.................................................................................... 18 TABELA 2- Total de Empregados no Setor Formal e Estabelecimentos de Vitria................. 32 TABELA 3 - ndice do Desenvolvimento Humano Municipal - 2000....................................... 32 TABELA 4 -. Algumas das novas Indstrias que esto se instalando em Vitria...................... 42

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LISTA DE SIGLAS

AD-Diper - Agncia de Desenvolvimento de Pernambuco APU - Administrao pblica, defesa e seguridade social BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social CAV Centro Acadmico de Vitria de Santo Anto CD Centrais de Distribuio CELPE Companhia Energtica de Pernambuco CFN Companhia Ferroviria do Nordeste CONDEPE/FIDEM - Agncia Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco COPERGS Companhia Pernambucana de Gs CPRH Companhia Pernambucana de Recursos Hdricos ETE Escola Tcnica Estadual FAINTVISA Faculdades Integradas da Vitria de Santo Anto FACOL Faculdade Escritor Osman da Costa Lins FMA Faculdade Miguel Arraes FDNE Fundo de Desenvolvimento do Nordeste FINOR Fundo de Investimentos do Nordeste IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IDH ndice de Desenvolvimento Humano IFPE - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco IHGVSA Instituto Histrico e Geogrfico da Vitria de Santo Anto MEC Ministrio da Educao MERCOSUL Mercado Comum do Sul PAC Programa de Acelerao do Crescimento PIB Produto Interno Bruto PDVSA Petrleos de Venezuela S.A. PMV Prefeitura Municipal da Vitria de Santo Anto PROMINP Programa de Mobilizao da Indstria Nacional de Petrleo e Gs PROMEF Programa de Modernizao e Expanso da Frota SDE Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econmico SENAC Servio Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SUDENE Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste TIC Tecnologia da Informao e Comunicao TIP Terminal Integrado de Passageiros UPE Universidade de Pernambuco UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco VLP Veculo Leve sobre Pneus VLT Veculo Leve sobre Trilhos

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SUMRIO

1 INTRODUO............................................................................................................... 14 2 REFERENCIAL TERICO............................................................................................ 16 2.1 Pernambuco Breve Histrico................................................................................. 16 2.1.2 Indicadores Atuais........................................................................................... 17 2.1.3 Principais Empreendimentos...................................................................... 19 2.2 A Interiorizao do Desenvolvimento do Estado de Pernambuco............................ 24 2.3 Vitria de Santo Anto Breve Histrico................................................................ 26 2.3.1. Indicadores Atuais............................................................................................ 30 2.3.2 Principais Empreendimentos......................................................................... 36 2.3.3 Vitria sob o contexto da Interiorizao do Desenvolvimento...................... 41 2.3.3.1 Potenciais.................................................................................................. 41 3 2.3.3.2 Desafios.................................................................................................... 43 METODOLOGIA................................................................................................................ 44 3.1 Realizao de Pesquisas Bibliogrficas......................................................................... 44 3.2 Realizao de Pesquisas Qualitativas............................................................................ 44 3.3 Aspectos......................................................................................................................... 44 3.4 Configuraes................................................................................................................ 45 4 5 6 7 RESULTADOS E DISCUSSES...................................................................................... 46 CONSIDERAES FINAIS............................................................................................. 47 REFERNCIAS.................................................................................................................. 49 APENDICE......................................................................................................................... 53 7.1 Apndice A.................................................................................................................... 54 ANEXO............................................................................................................................. 56 8.1 Anexo A Perfil Municipal: Vitria de Santo Anto..................................................... 57

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1 INTRODUO

Atualmente, a Cidade de Vitria de Santo Anto vem obtendo destaque no cenrio regional acompanhando o ciclo de desenvolvimento de Pernambuco. Com a ampliao dos investimentos pblicos e privados em reas estratgicas, como segurana, educao, infraestrutura e qualificao profissional, o municpio vem avanando e atravs destas parcerias empreendendo importantes medidas, a exemplo: A instalao do Campus da UFPE (CAV); Ampliao do Campus do IFPE; Ampliao do destacamento Policial; Construo do Gasoduto da Interiorizao atravs da Copergs; Duplicao da BR 232. O municpio dispe de 03 (trs) Faculdades Particulares; diversos colgios municipais, estaduais, particulares; vrios centros de estudos e aprendizagem de lnguas estrangeiras; Centros de qualificao e formao profissional; possui um Distrito Industrial onde se instalam importantes empresas, a exemplo, da Sadia e Kraft Foods; e um Plo de Agricultura para o cultivo de verduras e hortalias. Outro fator importante a sua estratgica localizao geogrfica, pois, sua proximidade ao Complexo de SUAPE, Regio Metropolitana do Recife (RMR) e s demais cidades da Zona da Mata e do Agreste do Estado, contribuem de forma significativa para a instalao destes novos empreendimentos e para a extenso destes investimentos. A viabilizao dos investimentos est sendo possvel, graas ao ciclo de desenvolvimento do Estado, pois, com a interiorizao dos investimentos, as cidades do interior melhoram gradativamente suas economias, as suas condies estruturais e a qualidade de vida das pessoas. Alguns dos exemplos desses grandes empreendimentos que esto sendo desenvolvidos por todo o Estado: Transnordestina; Transposio do Rio So Francisco; Gasoduto da Interiorizao (Copergs); Duplicao e recuperao de diversas rodovias; Estaleiro Atlntico Sul; Refinaria de Petrleo General Abreu e Lima; Ampliao do Complexo Industrial e Porturio de SUAPE; diversas novas indstrias, a exemplo, da SADIA (Vitria), Perdigo (Bom Conselho), Netuno (Belm do So Francisco), Kraft Foods (Vitria). Porm, para que o municpio de Vitria continue atraindo estes investimentos e ampliando os empreendimentos, necessrio destacar alguns dos desafios que o municpio dever programar: Desenvolver um Plano Piloto atendendo a este novo momento; Desenvolver uma profunda reforma urbana que preze pelo desenvolvimento sustentvel e pela qualidade de vida das pessoas; Estabelecer um dilogo permanente e recproco entre os

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Governos do Municpio, Estado e Unio, desburocratizando os servios e acelerando as resolues; Desenvolver uma grande campanha de Marketing e Comunicao para a divulgao da cidade e de suas vantagens competitivas. Este estudo tem como objetivo geral: Avaliar as potencialidades e os desafios do Municpio da Vitria de Santo Anto no contexto da Interiorizao do Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. Como objetivos especficos: Propor linhas gerais para a formulao de estratgias de marketing e comunicao para o municpio. Na elaborao do estudo foram utilizadas pesquisas de natureza qualitativa, conduzidas atravs de entrevistas semi-estruturadas com diversos agentes que contribuem de forma direta e/ou indireta para este novo momento de desenvolvimento vivido pelo Estado, e pelo municpio de Vitria de Santo Anto. Tambm foram utilizadas pesquisas de natureza exploratria, contemplando outros levantamentos realizados sobre o tema escolhido.

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REFERENCIAL TERICO 2.1 Pernambuco Breve Histrico

FIGURA 01: Bandeira do Estado de Pernambuco Fonte: Governo do Estado de Pernambuco, 2011.

Entre 1534 e 1536, D. Joo III instalou o sistema de Capitanias Hereditrias no Brasil. Este sistema era caracterizado pela doao de um lote de terras, uma Capitania, a um Donatrio, um nobre portugus, a quem caberia explorar, colonizar as terras, fundar povoados, arrecadar impostos e estabelecer a justia no local. Dentre os primeiros 14 lotes distribudos por D. Joo III estava a Capitania de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitnia, como seu Donatrio, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho se estabeleceu no local onde, em 1537 foi fundada a Vila de Olinda. Nesse mesmo ano foi fundada tambm a Vila de Igarassu. At ento, os ocupantes daquela regio eram os ndios Tabajaras. Estabeleceram-se na Capitania vrios engenhos, que investiam na plantao de cana-de-acar, utilizando mo-de-obra escrava. Durante vrios anos, a Capitania de Pernambuco produziu grande quantidade de acar, sendo responsvel por mais da metade das exportaes do pas. Tal prosperidade chamou a ateno dos holandeses, que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a regio, sob o comando da Companhia das ndias Ocidentais, tendo como representante o Conde Mauricio de Nassau, que por ter incendiado Olinda, estabeleceu-se em Recife, fazendo dela a capital do Brasil holands. Nassau construiu grandes obras de infraestrutura (pontes, ruas, prdios e palcios Governamentais, teatros, observatrio astronmico)

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que mudaram o Recife da poca e que, at hoje, ligam nosso passado holands ao presente republicano. A partir de 1645 teve incio a Insurreio Pernambucana, movimento de luta contra o domnio holands em Pernambuco. Foram muitos anos de conflito, com destaque para as Batalhas do Monte das Tabocas, em Vitria de Santo Anto, e as Batalhas do Monte dos Guararapes (duas) em Jaboato dos Guararapes, at que em janeiro de 1654 os holandeses se renderam na Campina do Taborda. A ocupao dos holandeses fizera prosperar a cidade do Recife, onde se estabeleceram muitos comerciantes e mascates, enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos senhores de engenho. Devido a divergncias quanto demarcao de novas vilas, em 1710 os moradores de Olinda invadiram o Recife, dando inicio a chamada Guerra dos Mascates. O lder da ocupao, Bernardo Vieira de Melo, entrou para a histria quando sugeriu que Pernambuco se tornasse uma repblica. Essa foi a primeira vez que se falou em repblica no pas. O conflito s terminou com a chegada, em 1711, do novo governador da regio.

2.1.1 Indicadores atuais

Pernambuco vive um novo ciclo de desenvolvimento. Com 184 municpios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha distribudos numa rea de 98.526,6 km, no centro da regio Nordeste, o Estado estrategicamente localizado.

FIGURA 02: Mapa da Localizao Geogrfica de Pernambuco Fonte: http://www.riogrande.com.br/Clipart/mapasbr/PERNAMBUCO.BMP, 2011.

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Essa localizao privilegiada nos consolida como o centro logstico do Nordeste, de onde bens e servios saem com destino aos demais Estados da regio. As riquezas locais, que atraram comerciantes de todo o mundo desde a poca do descobrimento, ainda hoje so atributos que seduzem investidores brasileiros e estrangeiros.

Populao economicamente ativa Participao no PIB do NE Participao no PIB nacional

3,8 milhes de pessoas 20,10% 2,7% Servios: 59,68%

Composio do PIB

Indstria: 31,41% Agropecuria: 9,79%

TABELA 01: Indicadores de Pernambuco Fonte: Secretria Estadual de Desenvolvimento Econmico, 2011.

Com uma populao de 8.796.032 habitantes (dados do Censo 2010 do IBGE), o PIB do Estado cresceu em 2010 cerca de 9,3%, conforme dados da Agncia Condepe/Fidem (2011). Pernambuco destaca-se pela sua vocao para o setor de servios, que vem mostrando excelente desempenho a cada ano. O setor preponderante na composio do PIB estadual. No quesito educacional, Pernambuco reconhecido no Pas como um dos plos da educao superior no Nordeste, atraindo estudantes de vrios Estados da Regio. Atualmente, cerca de 10% da populao entre 18 e 24 anos esto matriculados no ensino superior. Segundo dados do Ministrio da Educao (2010), Pernambuco possui 24% dos grupos de pesquisa da regio, ligados a cinco universidades: trs federais, uma estadual e uma comunitria. Alm disso, o Estado possui outras Faculdades e Universidades privadas que oferecem cursos nas mais diversas reas. Com relao qualificao tcnica e profissional, destacam-se a instalao das Escolas Tcnicas Estaduais (ETE), os novos e ampliados centros federais (IFET) e as parcerias com as instituies do Sistema S (SESC, SENAI, SESI, IEL, SENAC, SENAR, SENAT, SEST, SEBRAE e SESCOOP). Estas aes so fundamentais na medida em que garantem a empregabilidade e a oportunidade em ter-se uma profisso digna. (Portal Institucional da Secretaria Estadual de Cincia e Tecnologia de Pernambuco, 2010).

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2.1.2 Principais Empreendimentos

A Transnordestina

A retomada da Ferrovia Transnordestina, projeto que remonta ao perodo do Brasil - Imprio est trazendo impactos positivos nas economias do Serto pernambucano. A obra est sendo feita com recursos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Portanto, a maior parte dos investimentos para tal empreendimento sair dos cofres pblicos. As obras da Ferrovia Transnordestina esto concentradas na cidade de Salgueiro. No primeiro trecho da obra, o de Salgueiro - Misso Velha (CE) existem cerca de 1.300 homens trabalhando, segundo informaes da Companhia Ferroviria do Nordeste (CFN, 2010), empresa responsvel pela implantao do projeto. O empreendimento ter um custo de R$ 5,4 bilhes.

FIGURA 03: Mapa da Transnordestina Fonte: Agncia T1/Valor Econmico, 2011.

Os trechos da ferrovia so: Suape a Salgueiro (522 quilmetros), Trindade (Serto do Araripe/PE) a Eliseu Martins (Piau) com 420 quilmetros e Misso Velha a Pecm (Cear), que ter uma extenso de 527 quilmetros.

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Dos recursos para implantao da ferrovia Transnordestina, R$ 3,4 bilhes sairo da Sudene, sendo R$ 823 milhes do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e R$ 2,6 bilhes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

A Refinaria de Petrleo General Abreu e Lima

A Refinaria um empreendimento que mudar o patamar da economia de Pernambuco. Ela entra no setor da economia do Estado que mais sofreu nos ltimos anos: a indstria. Observando os dados da economia do Estado de Pernambuco, vamos perceber que houve mudana, mas a indstria de transformao que limitou o crescimento da economia do Estado nas ltimas trs dcadas. Ao longo da histria de Suape totalizam-se investimentos da ordem de R$ 545 milhes no conjunto da infra-estrutura do porto. S em obras para a infra-estrutura da Refinaria estima-se cerca de R$ 237 milhes investidos em quatro anos (a partir de 2009). A Refinaria produzir, por semestre, cerca de 160 navios em leo bruto. Para se ter uma dimenso dos impactos que a Refinaria ocasiona, o Porto de Suape recebeu de janeiro a julho (2009) cerca de 584 navios, sendo 102 navios a mais do que no mesmo perodo do ano anterior (2008), conforme informaes do Governo de Pernambuco (2010). A Refinaria General Abreu e Lima um empreendimento firmado entre o Governo Brasileiro, atravs da Petrobrs, e do Governo Venezuelano, atravs da PDVSA. A parceria estratgica na medida em que busca a integrao regional do bloco sul-americano. Produzindo o desenvolvimento, aperfeioamento e o compartilhamento de tecnologias entre os pases do bloco. O Governo Brasileiro detm 60% da Refinaria, enquanto o Governo Venezuelano possui os 40% restantes. A partir disso, o projeto vem sendo desenvolvido, inaugurada pedra fundamental e estabelecida a contratao das equipes para montagem do restante do projeto. Estima-se que em 2014 a Refinaria seja completamente inaugurada e j opere em 100% de sua capacidade.

O Estaleiro Atlntico Sul

O Estaleiro Atlntico Sul S.A. est localizado no Complexo Industrial e Porturio de Suape. Lanou no dia 7 de maio de 2010 o Suezmax N/T Joo Cndido, primeiro navio

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de uma srie de 10 navios da mesma classe, encomendados pela Petrobras Transporte S.A. (TRANSPETRO) Fronape, Rio de Janeiro. O navio foi batizado em homenagem a Joo Cndido, conhecido como o Almirante Negro. Ele foi lder da Revolta da Chibata, que ocorreu no Rio de Janeiro no incio do sculo XX, que lutava contra os castigos fsicos impostos aos marinheiros brasileiros. Joo Cndido foi preso e expulso da Marinha, mas a luta dele foi vitoriosa e os castigos, como chicotadas, deixaram de ser praticados na Marinha do Brasil.

A Transposio do Rio So Francisco

Aps o incio das obras da transposio do rio So Francisco, o projeto est em estgio adiantado no Serto pernambucano. O objetivo levar gua para a populao do semirido nordestino, em reas castigadas pela seca. O projeto emprega cerca de 7 mil trabalhadores, com expectativa de atingir 10 mil funcionrios. A previso de que o investimento chegue a R$ 6 bilhes. Uma parte da obra, que passa por Pernambuco, deve ser concluda em 2012. A gua ser transportada inicialmente do rio para os canais e, a partir deles, para reservatrios e audes em quatro estados. O projeto prev que 1,4% da gua do So Francisco sejam desviados. Segundo o Governo Federal (2009), essa quantidade ser o suficiente para abastecer 391 municpios do Nordeste.

O Gs Natural

Outro importante empreendimento que se instalar no Estado de Pernambuco e que buscar viabilizar alternativas energticas para a manuteno dos negcios que se instalam na regio, ser o Gasoduto do Sul, que ligar a Venezuela a Pernambuco. Empreendimento fruto da parceria da Petrobrs e a PDVSA, inicialmente, todo o Gasoduto do Sul prev um investimento de cerca de US$ 23 bilhes em toda a sua extenso at a Argentina. Alm destes empreendimentos, a Companhia Pernambucana de Gs (Copergs), empresa de Economia Mista, ligada a Secretria de Desenvolvimento Econmico do Estado de Pernambuco, vem contribuindo para que este ciclo de desenvolvimento se alastre por todas as regies do Estado.

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Inovando atravs da criao de importantes projetos, como o Gasoduto da Interiorizao, que percorrer todo o interior do Estado, ofertando Gs e diversificando a matriz energtica pernambucana, alm disso, buscando atrair novos empreendimentos e fortalecer as economias destas regies (Portal Institucional da Copergs, 2010).

FIGURA 04: Projeto de expanso do Gs Natural no interior Fonte: COPERGS, 2011.

A Fbrica da Fiat

Anunciada em dezembro de 2010, pelo ento Presidente da Repblica Lus Incio Lula da Silva, pelo Governador Eduardo Campos e pelo Presidente Mundial da Empresa, a instalao da Fbrica da Fiat em Pernambuco. A nova fbrica se instalar na Cidade de Goiana, Regio da Mata Norte de Pernambuco, e ter capacidade de produzir 250 mil veculos por ano. A futura unidade ficar pronta em trs anos e produzir um novo carro, ainda a ser desenvolvido pela Fiat, que ter como pblico-alvo os consumidores das regies Norte e Nordeste. Caso isto se configure, ser um dos primeiros modelos automotivos regionalizados da indstria automotiva brasileira. A localizao da futura unidade tambm pode ser considerada estratgica para as exportaes e at importaes em regime de carros desmontados (CKD). A capacidade de produo da unidade pernambucana ser similar da fbrica da Fiat na Cidade Argentina de Crdoba. A implantao da nova fbrica da Fiat dever gerar um investimento total de R$ 8 bilhes e 15 mil empregos diretos e indiretos. A empresa anunciou um aporte direto de R$ 4

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bilhes, mas o governo do Estado (2010) estima que sejam acrescentados mais R$ 5 bilhes de maneira indireta com as outras empresas que fornecero material para a montadora.

A Copa do Mundo de 2014

Pernambuco ser um dos 12 Estados que sediaro a Copa do Mundo FIFA de 2014, no Brasil. O projeto "Cidade da Copa" prev a construo de um estdio, um conjunto habitacional, um centro comercial, hotis e outros investimentos pblicos - privados que somados chegam a R$ 1,6 bilho. Aps a anlise de trs locais apresentados para sediar a Cidade da Copa, o Governo de Pernambuco optou pela rea de 270 hectares - j pertencente ao Estado localizada a cerca de um quilmetro do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), em So Loureno da Mata. Municpio que faz divisa com o Recife e tambm com Camaragibe, a 12 km dos centros das trs cidades. O acesso ao complexo tambm fcil, j que ele est localizado s margens da BR-408 e nas proximidades das BRs 101 e 232. As trs rodovias esto sendo duplicadas, e os torcedores tambm podero chegar pelas avenidas Caxang e Abdias de Carvalho. Outras obras de infra-estrutura esto previstas, como a construo da estao de metr Cosme e Damio, que vai interligar as estaes do Timbi e do TIP e a implantao do terceiro hospital da Regio Metropolitana do Recife, Pelpidas da Silveira. Para dar sustentabilidade econmica ao projeto, a Cidade da Copa vai abrigar um conjunto residencial com nove mil residncias voltadas para as classes "B" e "C", alm de um centro comercial, hotis e da prpria Arena. Sem falar do Hospital Pelpidas Silveira, terceiro a ser construdo pelo Governo de Pernambuco. O novo bairro tambm ser cortado por um VLT (Veculo Leve

sobre Trilhos) ou VLP (Veculo Leve sobre Pneus), que ligar os cerca de 36 mil moradores estao de metr. ARENA - O moderno estdio ter 129.581 m de rea construda e capacidade para 46.154 torcedores, todos sentados. O campo segue o modelo europeu: sem alambrado, nem fosso. Ter cinco tipos de arquibancada, camarotes e tribuna de honra cobertos. O campo de jogo ser ao ar livre. Como exige a FIFA, o estacionamento ter seis mil vagas, sendo 1.600 delas subterrneas.

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2.2 A Interiorizao do Desenvolvimento do Estado de Pernambuco

A economia de Pernambuco sempre foi calcada pela produo de comoditties agrcolas e por pouco destaque na cadeia de produo industrial at os anos 70, no sculo XX.A partir desse conceito de insero competitiva no mercado externo que vamos propor [...] alguma das linhas bsicas de ao, as quais, de forma coordenada entre instituies nacionais, internacionais e tambm multilaterais [...] podero dar a esta regio um novo formato de desenvolvimento econmico a partir de um componente externo mais expressivo. (MUSSALM, 2001, p. 16)

Atualmente a economia pernambucana passa por um processo de modernizao e com fortes investimentos tanto de capital nacional quanto estrangeiro. Em linhas gerais, o Estado tem uma economia bastante complexa, com forte participao tanto de setores de ponta - como o de Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC) e logstica - quanto da indstria (principalmente de alimentos e bebidas, petroqumica, metal-mecnica,

txtil/confeces e gesseira) e do agronegcio, cuja melhor termmetro no Estado o Vale do So Francisco, que movimenta US$ 500 milhes/ano, segundo a Secretria Estadual de Desenvolvimento Econmico (2010). O setor predominante o de servios, com participao de 59,6% no Produto Interno Bruto (PIB) local e com nfase na TIC, logstica e o varejo seguido pela indstria (31,9%) e pela agricultura (8,5%).O que mais vem contribuindo para este cenrio de crescimento so as obras de infra-estrutura e isso muito bom para a economia (economista da consultoria Ceplan, Herodoto Moreira, SDE, 2010).

As obras de infra-estrutura pblica impulsionaram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no 1 semestre de 2008, que foi de 7,1%. No Estado, o setor registrou um crescimento de 20,1% nesse perodo, enquanto no Brasil houve um incremento de 9,9%. Alm de desfrutar de uma grande capacidade logstica, Pernambuco faz fronteira com cinco dos nove estados Regio, alm de estar em mdia a 800 quilmetros das principais Regies Metropolitanas do Nordeste (de Salvador e Fortaleza). Pernambuco vem intensificando suas relaes com o mercado nacional e internacional, o Estado tem como uma de suas principais estruturas logstica o Complexo Industrial e Porturio de Suape, que conta com 40 escalas mensais de navios, sendo 25 de longo curso e 15 de cabotagem.

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Suape, alis, hoje a grande aposta do desenvolvimento do Estado. Localizado a 40 quilmetros do Recife, o complexo concentra investimentos privados e da Petrobras que esto na casa de US$ 1,7 bilho. Os investimentos pblicos chegam a RS$ 400 milhes desde que Suape comeou a ser construdo, nos anos 70. O plo de negcios do complexo constitudo por 72 empresas principalmente industriais e de logstica e que geram 5,9 mil empregos diretos. A partir do Estaleiro, do plo petroqumico do grupo italiano M&G e a Petrobras, alm da Refinaria em implantao pela Petrobras em parceria com a venezuelana PDVSA, um novo patamar ser alcanado. Quanto s parcerias mais representativas da economia local, um dos destaques sem dvida o setor de Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC), que tem como principal ncora o Porto Digital, no Recife, e evidencia o grau de insero e modernizao da economia local. Ao todo, so 500 empresas de softwares, servios e equipamentos instaladas no Estado e que representam hoje 4% do PIB local. A expectativa que essa participao cresa para 10% nos prximos 10 anos. Outra parceria de representativa a do setor de bebidas. Ao todo, so 142 unidades industriais de cervejas, refrigerantes, vinhos, sucos, destilados, aguardente e gua mineral, numa cadeia que est entre as mais organizadas do Pas, contando com o suporte de indstrias de vidros, latas, rolhas metlicas, rtulos, caixas e unidades de importao de matrias-primas, como o malte de cevada (SDE, 2010). Entre os setores surgidos nos ltimos 30 anos, se destacam o Plo de Confeces do Agreste (que movimenta R$ 2,1 bilhes/ano, conta com 12 mil empresas, gera 77 mil empregos e produz quase 700 milhes de peas anuais) e o Plo Gesseiro do Araripe, no Serto. O ncleo responsvel por 95% da produo nacional de gesso e gipsita e possui em torno de 420 empresas instaladas (SDE, 2010). Entre os segmentos mais tradicionais da economia pernambucana, destaca-se o cluster metal-mecnico, que vem registrando excelente desempenho, com fortes investimentos em plantas j instaladas, a abertura de unidades e a chegada de novas empresas. Entre os players de peso que esto presentes no cluster podem ser citados a Alcoa e Gerdau. No setor de servios, uma das melhores performances vem sendo obtida na logstica, com a criao do primeiro plo planejado de logstica do Pas, aproveitando a tradicional vocao de Pernambuco como distribuidor regional, a posio geogrfica privilegiada e a infra-estrutura otimizada. O plo j conta, s no ramo de centrais de distribuio (CDs), com cerca de 100 empreendimentos, entre instalados, em execuo e em fase de projeto.

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No agronegcio, o maior destaque o Vale do So Francisco, onde o volume colhido por safra chega a 1,5 milhes de toneladas e as exportaes somaram 180 mil toneladas em 2004. O cultivo irrigado se estende por nada menos que 120 mil hectares, com predomnio da fruticultura, hortalias, coco e cana-de-acar. S o plantio de frutas gera 240 mil empregos diretos e 960 mil indiretos. O Vale ostenta os ttulos de maior centro produtor de uvas finas do Pas e maiores exportadores de uvas do Brasil. Alis, a nica regio do mundo que produz duas safras e meia de uva por ano. Representa tambm 60% das remessas de manga do Brasil para o mercado externo. Ao todo, as exportaes de frutas chegaram a US$ 120 milhes em 2004, sendo US$ 116 milhes apenas de uva e manga. O Vale passou, recentemente, a ser uma das regies produtoras de vinhos finos. 2.3 Vitria de Santo Anto Breve Histrico

FIGURA 05: Bandeira da Cidade da Vitria de Santo Anto Fonte: Prefeitura da Vitria, 2011.

A origem do povoamento do Municpio de Vitria data de 1626 quando o portugus Diogo de Braga, natural da Ilha de Santo Anto, localizado no Arquiplago do Cabo Verde, estabeleceu-se com sua famlia e agregados na localidade. Dedicando-se a atividades agropastoris e a adquirir novas fazendas, o colonizador Portugus ordenou a construo de residncias e uma capela, esta ltima, consagrada a Santo Anto, padroeiro de sua terra natal e protetor contra o roubo de gados. Nas proximidades da capela, construiu-se um povoado conhecido por Cidade de Braga, posteriormente, com o falecimento de Diogo de Braga, passou-se a ser denominada de Santo Anto da Mata, designao da primitiva casa de orao e a antiga mata existente.

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O nome Vitria decorrente da Vitria dos pernambucanos sobre os holandeses na Batalha do Monte das Tabocas, ocorrida em 03 de abril de 1645. O distrito foi criado a 14 de maro de 1783. A fundao da vila, sob a denominao de Santo Anto da Mata ocorreu em 27 de junho de 1811. O municpio passou a se denominar Vitria de Santo Anto em 31 de dezembro de 1943. no dia 3 de agosto que Vitria comemora a emancipao poltica. (Garcia, 2007, pag. 215).

Em 1645, travou-se nesta regio a Batalha do Monte das Tabocas, contra os holandeses, alis, batalha esta que iniciou a expulso dos holandeses do Brasil. Em 1783, foi criado o Distrito com topnimo Vitria de Santo Anto, lembrando o sucesso dos pernambucanos na Batalha do Monte das Tabocas, chegando em 1811 a categoria de municpio.Na poca da batalha, a vegetao era composta por imensos bambuzais, sinnimo de tabocais, da o lugar chama-se Monte das Tabocas. A caminho do Monte, vista da Barragem de Tapacur. So 12 quilmetros de gua dentro do municpio de Vitria. (Garcia, 2007, pag. 215)

O Monte das Tabocas uma rea de 11 hectares, aproximadamente. Os lusobrasileiros, liderados por Antnio Dias Cardoso e Joo Fernandes Vieira, entrincheirados nas partes altas e protegidos pelos tabocais, derrotaram os flamengos- holandeses em 1645. Cumprindo a promessa feita por Fernandes Vieira, foi inaugurado em 03 de agosto de 1945, dia do tricentenrio da Batalha das Tabocas, a capela de Nossa Senhora de Nazar, construda com pedras do prprio local. Sobre Santo Anto considerado o Pai dos Monges e de todas as formas de vida religiosa, teve sua vocao definida ao ouvir a passagem do jovem rico no Livro de Matheus. Assim, ele vendeu tudo o que tinha e distribuiu todos os seus bens. Procurou viver afastado de toda a sociedade e dedicar-se inteiramente a vida contemplativa. O seu exemplo foi difundido por toda a Igreja, atravs de Santo Atansio. Comemora-se no dia 17 de janeiro, em Vitria, o dia de Santo Anto. Entre os principais monumentos histricos da Cidade de Vitria de Santo Anto, destacam-se: Sobradinho Mourisco: Considerado um dos ltimos remanescentes da povoao de Santo Anto da Mata. Construdo em arquitetura moura, preserva sua estrutura do sculo XVIII. Aougue Municipal: Inaugurado em 06 de novembro de 1856. Arquitetura caracterizada por arcos no interior.

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Mercado de Farinha: Construdo em 1913, possui caractersticas idnticas ao do Aougue Municipal, com arcos no interior. Monumento do Leo Coroado: Em reao a ordem de priso dada pelo Brigadeiro Portugus Barbosa de Castro, o Capito da Artilharia Jos de Barros Lima matou-o com a espada, no quartel do regimento, em 06 de maro de 1817, motivando, com esse gesto, o inicio da Revoluo Republicana deflagrada em Pernambuco naquela poca. A partir disso, ele recebeu o codinome de Leo Coroado.

FIGURA 06: Praa e Monumento Leo Coroado Fonte: Promata, 2011.

Ao comemorar em 1917, o centenrio desse importante episdio da histria pernambucana, o Governo Municipal de Vitria denominou a Praa Leo Coroado, o antigo largo da estao ferroviria, com um monumento de um atleta, coroado com louros, subjugando um leo, em homenagem ao patriota de 1817. Obra criada pelo escultor vitoriense Bibiano Silva. Anjo da Vitria: Monumento erguido na Praa Trs de Agosto, em homenagem a vitria na batalha do Monte das Tabocas e a todos aqueles que deram suas vidas e se dedicaram a conquista. Estao Ferroviria: A estao foi construda em 1886, funcionou como primeira parada de desembarque de cargas e passageiros com o destino Recife Caruaru. Atualmente, a estao foi reformada e funciona um Centro Artesanal, alm da Secretria Municipal de Turismo, Esportes e Cultura.

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Engenho Bento Velho: Possui a Capela de Nossa Senhora das Graas, datada de 1867, a Casa-Grande utilizada para eventos, a Senzala (embaixo da Casa-Grande) e Moita. O Engenho Bento Velho est localizado as margens da BR 232.

Igreja de Nossa Senhora do Rosrio dos Pretos: Local onde ocorreu um morticnio em 1890, a chamada hecatombe da Vitria. Igreja da Matriz de Santo Anto: nica Parquia Brasileira devota ao santo. Instituto Histrico e Geogrfico da Vitria: Entre as construes mais antigas do centro urbano de Vitria, uma das mais importantes a sede do Instituto Histrico e Geogrfico da Cidade.

FIGURA 07: Instituto Histrico e Geogrfico da Vitria (IHGVSA) Fonte: www.ihgvsa.blogspot.com, 2011.

Erguido em 1851, o prdio chama ateno por seus revestimentos em azulejo decorado. O local possui um acervo de mais de 7.000 peas, com destaque para as imagens sacras. Em 1859, o edifcio hospedou o Imperador do Brasil Dom Pedro II e sua famlia real em visita a Pernambuco. A Instituio vem apoiando a cultura e o civismo, pesquisando e divulgando amplamente a histria de Vitria. Recebe visitantes de todas as partes do mundo para conhecer e pesquisar a farta documentao da vida rural, da vida domstica e do folclore do homem nordestino. No gnero literrio, destaca-se o Escritor Osman da Costa Lins. Nascido em 05 de julho de 1924, na Cidade de Vitria de Santo Anto. Estreou na literatura em 1952, com a publicao do romance O Visitante. Alm de contos e romances, tambm escreveu textos para o teatro, a exemplo da premiada pea teatral Lisbela e o Prisioneiro, que mais tarde veio a se tornar um filme. Faleceu em 08 de julho de 1978.

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No cenrio poltico, em janeiro de 1955, com a criao da Sociedade Agrcola de Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco, a SAPP, localizada no Engenho Galilia, em Vitria de Santo Anto, houve o ressurgimento das Ligas Camponesas. O movimento tinha como objetivos bsicos lutar pela Reforma Agrria e a posse da terra. Teve como seu principal lder o advogado e Deputado Francisco Julio, que construiu um forte movimento, reunindo estudantes, idealistas e alguns intelectuais. Na poltica nacional, destaca-se a carreira de Joo Cleofas de Oliveira. Nascido aos 22 de setembro de 1899, em Vitria de Santo Anto. Foi Prefeito e Vereador em Vitria (entre 1922 a 1924), Deputado Estadual e Secretrio Estadual de Agricultura, Indstria e Comrcio, Viao e Obras Pblicas. Na poltica nacional, Joo Cleofas foi Deputado Federal, sendo, Ministro da Agricultura do Governo do Presidente Getlio Vargas (entre 1950 a 1954). Foi Presidente do Senado (entre 1970 a 1971), representante de Pernambuco no Senado. Joo Cleofas teve as seguintes obras publicadas: Estudos de Economia, 1933; Desorganizao Financeira do Pas, 1946; Contribuio Soluo das Secas do Nordeste, 1952; Reforma Agrria no Brasil, 1960; Poltica do Desenvolvimento do Nordeste - I; ICM na Agricultura, 1967; A Desordem Oramentria, 1967; Aspectos da Reforma Agrria no Brasil, 1969; Poltica de Desenvolvimento do Nordeste - II, 1971; Oramento, Planejamento, Revoluo, 1971; I Seminrio Continental sobre Reforma Agrria, 1972; Defesa da Economia Aucareira de Pernambuco, 1972. Foi condecorado com a Comenda da Ordem do Rio Branco; Medalha Almirante Tamandar; Medalha Ministro Fernando Costa. Joo Cleofas de Oliveira faleceu em 17 de setembro de 1987 no Rio de Janeiro.

2.3.1 Indicadores Atuais

Geografia:

Segundo dados do Censo do IBGE (2010), o municpio de Vitria de Santo Anto possui um contingente populacional total de 130.540 habitantes, entre estes, cerca de 62.685 so homens (48,02% da populao) e 67.855 so mulheres (51,98% da populao).

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GRFICO 01: Contingente populacional de Vitria de Santo Anto Fonte: Elaborao Prpria, a partir dos dados do Censo 2010 do IBGE, 2011.

Alm disso, a Cidade dispe de uma excelente posio geogrfica, so 368 km de territrios, a 47,2 quilmetros do Recife, e abrange pores superiores de importantes bacias hidrogrficas da Zona da Mata do Estado.

FIGURA 08: Localizao Geogrfica do Municpio de Vitria Fonte: www.promata.pe.gov.br, 2011.

A bacia do Rio Itapacur que corta o municpio e um dos mais importantes afluentes do Rio Capibaribe. Tendo como afluentes o Rio Natuba, Riacho Ronda, Pacas, Mocot. E as bacias do Jaboato dos Guararapes que abastece a Cidade de Moreno, Pirapama que nasce no municpio e pequena parte da Bacia do Rio Ipojuca servindo de limite com o municpio de Primavera. Tem como Municpios limtrofes: Glria do Goit, Pombos, Moreno, Escada e o Cabo de Santo Agostinho.

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Economia:

Segundo informaes da Agncia Estadual Condepe/Fidem, o Produto Interno Bruto (PIB) de Vitria de Santo Anto registrado no ano de 2008, foi de R$866,9 milhes, sendo a Cidade de Vitria, a dcima maior economia do Estado de Pernambuco. Os servios so considerados o maior setor na diviso do PIB Vitoriense, representando 67,1% do total, destacando-se ainda as atividades da Administrao pblica, defesa e seguridade social (APU), da indstria de transformao, do comrcio e da agropecuria (1 lugar na produo de horticultura e 7 lugar na produo de cana, aves e ovos).Empregados no Setor Formal e Total de Estabelecimentos Empregados na atividade da agropecuria Empregados na atividade extrativa mineral Empregados na indstria de transformao 2009 Empregados na construo civil Empregados nos servios industriais de utilidade pblica Empregados no comrcio Empregados na atividade de servios Empregados na administrao pblica Total de empregados no setor formal Ano Municpio de Vitria 2009 325 2009 115 2009 6.861 2009 286 2009 16 2009 3.359 2009 2.685 2009 2.514 2009 16.161

TABELA 02: Total de Empregados no Setor Formal e Estabelecimentos de Vitria Fonte: Elaborao Prpria, a partir dos dados do CONDEPE/FIDEM, 2011.

Sendo o PIB per capita de Vitria de Santo Anto registrado em 2008, segundo dados da Agncia Estadual Condepe/Fidem, de R$6.898,00. E o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,663, sendo a 47 Cidade na lista de classificao dos municpios pernambucanos por IDH, conforme o PNUD/IPEA/FJP, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000.

Indicadores ndice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M ndice de esperana de vida - IDHM-L ndice de educao - IDHM-E ndice de PIB - IDHM-R Esperana de vida ao nascer Taxa de alfabetizao de adultos Taxa Bruta de frequncia escolar Renda per capita

Valor 0,663 0,692 0,714 0,584 66,533 0,725 0,692 129,288

TABELA 03: ndice do Desenvolvimento Humano Municipal 2000 Fonte: PNUD/IPEA/FJP, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000.

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Educao:

O municpio de Vitria de Santo Anto vem se tornando um dos principais plos educacionais do Estado de Pernambuco. Possuindo um campus da UFPE e do IFPE, alm de trs Faculdades Privadas e de vrias Escolas Pblicas (municipal, estadual e federal) e Privadas, consideradas com boa qualidade de ensino infantil, fundamental, mdio e mdio/tcnico.

- Ensino Tcnico e Superior Pblico: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco Campus Vitria de Santo Anto (IFPE): Em 2005, a Instituio voltou a oferecer cursos no sistema de currculo integrado: Curso Tcnico em Agropecuria e Curso Tcnico em Agroindstria, mantendo a modularizao apenas no nvel subsequente (cursos voltados para quem j concluiu o Ensino Mdio), com as habilitaes tcnicas em Agricultura, Zootecnia e Agroindstria, alm do curso superior de Licenciatura em Qumica (oferecido a partir de 2011.1). Em 2008, foi instituda a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica, da qual faz parte o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco, constitudo por nove campi . A Escola Agrotcnica Federal de Vitria de Santo Anto passou a denominar-se, ento, Campus Vitria de Santo Anto do Instituto Federal de Pernambuco. Centro Acadmico da Vitria Universidade Federal de Pernambuco (CAVUFPE): Iniciou suas atividades em 2006. Oferecem a comunidade quatro opes de cursos de graduao: Curso de Nutrio Bacharelado; Curso de Enfermagem Bacharelado; Curso de Cincias Biolgicas Licenciatura e o Curso de Educao Fsica Bacharelado. Em 2009, foi criado o curso de Ps-Graduao Strictu Sensu (Mestrado), na rea de Sade Humana e Meio Ambiente. Em 2011, o Campus teve sua inaugurao oficial, com as presenas do Ministro de Estado da Educao (MEC) Fernando Haddad, do Governador de Pernambuco Eduardo Campos e do Magnfico Reitor da UFPE Professor Amaro Lins. Servio Nacional de Aprendizagem Comercial Centro de Formao Profissional de Vitria (SENAC Vitria): Atende as Cidades de Vitria, Escada, Cabo de Santo Agostinho, dentre outros municpios. Oferece, entre outros cursos tcnicos e

profissionalizantes: Tcnico em Enfermagem; Montagem e Manuteno de Computadores;

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Informtica Bsica; Logstica e Distribuio; Auxiliar Administrativo; Web Designer; Beginners English; Gesto de Tributos; Liderana e Mudanas Organizacionais.

- Ensino Superior Privado:

Faculdade Escritor Osman da Costa Lins (FACOL): Oferece cursos de graduao plena: Curso de Administrao Bacharelado; Curso de Turismo Bacharelado; Curso de Direito Bacharelado; Curso de Sistemas de Informao Bacharelado; Curso de Pedagogia Licenciatura. Possui ainda os cursos de graduao seqencial (2 anos), de Ensino Distncia (EAD) e os cursos de Ps-Graduao Lato Sensu. Faculdades Integradas da Vitria de Santo Anto (FAINTVISA): Oferece cursos de graduao plena: Curso de Administrao; Curso de Biologia; Curso de Enfermagem; Curso de Farmcia; Curso de Geografia; Curso de Histria; Curso de Letras; Curso de Matemtica; Curso de Pedagogia e o Curso de Psicologia. Alm de oferecer diversos cursos de Ps-Graduao Lato Sensu. Faculdade e Escola de Negcios Miguel Arraes (FMA): Oferecem cursos de Ensino Distncia (EAD), Cursos Tcnicos, Profissionalizantes e Preparatrios, e brevemente oferecero cursos superiores.

Cincia e Tecnologia:

A Cidade de Vitria de Santo Anto vem obtendo destaque nacional e internacional no desenvolvimento de inovaes tecnolgicas, a exemplo das recentes pesquisas que resultaram em uma nova tcnica para combater a diabetes, alm de outros tratamentos naturais que esto sendo pesquisados. Igualmente, com a instalao do campus da UFPE na Cidade, um leque de oportunidades para o desenvolvimento cientfico e possibilidade de surgimento de novas pesquisas, na suas maiorias inditas, juntamente com projetos de extenso em parceria com a sociedade podero ser desenvolvidos.

Esportes:

O Municpio de Vitria destaca-se nas principais modalidades esportivas praticadas na regio. Destaques no Jud, Karat, Capoeira, Skates, atletas de corridas de

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Bicicletas reconhecidos nacionalmente, maratonas, natao, futsal, futebol amador e profissional, dentre outras modalidades so encontradas na Cidade. Sobre o futebol profissional, o municpio tem duas grandes equipes que disputam o Campeonato Pernambucano, Copa Pernambuco e o Campeonato Brasileiro de futebol, so eles: Associao Acadmica e Desportiva Vitria das Tabocas: Conhecida como Acadmica Vitria, um clube tradicional da Cidade, disputou a srie A do Campeonato Pernambucano (2011) e a Copa Pernambuco. Entre as principais conquistas, esto: Campeo da Srie A2 do Campeonato Pernambucano 2008, Campeo da Copa Pernambuco. Vera Cruz Futebol Clube: Fundado em 1960, um clube bastante popular no municpio. Atualmente disputa a Copa Pernambuco e a Srie A2 do Campeonato Pernambucano. Participou da criao da Liga Vitoriense de Desportos e sempre esteve presente aos jogos amistosos, torneios e campeonatos locais. Entre as principais conquistas, destacam-se: Campeo da Copa Intermunicipal de Clubes Campees em 2002, Campeo da 3 diviso do Campeonato Pernambucano em 2002, Campeo Pernambucano da Srie A2 em 2006 e 2009, Conquistou a Taa Valmecir Margon em 2007 (pelo gol de nmero 25 mil do Campeonato Pernambucano) e disputou o Campeonato Brasileiro Srie C, em 2007. Em Vitria de Santo Anto existe o clssico VIVER (Vitria x Vera Cruz). As partidas oficiais dos clubes de futebol de Vitria de Santo Anto, so disputadas no Estdio Carneiro, que possui capacidade para cerca de 8.000 mil torcedores.

Cultura e Turismo:

Vitria de Santo Anto possui uma grande diversidade cultural, alm de vantagens competitivas para realizar importantes eventos tursticos, explorados atravs do seu rico patrimnio histrico, artstico e geogrfico. Alguns dos principais eventos culturais que promovem o turismo regional so: - O Carnaval das Alegorias: O Carnaval vitoriense faz parte da tradio carnavalesca pernambucana. E a cada ano torna-se uma marca que promove o nome da Cidade por toda a regio. Atravs dos desfiles das alegorias, Vitria faz um carnaval com bastante brilho, fantasias e glamour com os temas mais variados. A folia vitoriense conhecida em todo o Estado como o carnaval dos Bichos. So diversas as agremiaes que levam nomes de animais, como exemplos: O Leo; O Cisne; O Camelo; A Zebra; O Galo do Caj; O Urso Branco; O Urso Preto; O

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Coelho, dentre outros. Outra marca do carnaval vitoriense a sua diversidade cultural, so orquestras de frevo, maracatus, cabloquinhos, fados, caluas, bois, banho de cheiro, alm dos blocos e trios eltricos, e dos plos culturais com apresentaes de artistas de destaques regional e nacional. - So Joo: Inclusa na Rota do Forr, projeto que objetiva dotar os municpios localizados no percurso Recife Caruaru de atividades culturais e de animao durante todo o ano, Vitria de Santo Anto destaque por promover o Vitria do P-de-Serra, considerado um dos melhores So Joo tradicionais do interior de Pernambuco. Como ponto de visitao a turistas e moradores locais, o municpio de Vitria possui um Zoolgico Municipal com diversas espcies preservadas; o Parque Estadual Monte das Tabocas; as Igrejas da Matriz de Santo Anto, de Nossa Senhora do Rosrio dos Pretos; O Cine Teatro Iracema; O Sobrado Mourisco; O Instituto Histrico e Geogrfico de Vitria de Santo Anto (IHGVSA). A cidade ainda tem a Festa das Tabocas, a Exposio de Animais no Parque Municipal de Exposies e tambm a festa do padroeiro, Santo Anto (17/01). Outra atrao do municpio a vaquejada do Parque Major Expedito, uma das maiores e mais conhecidas do Estado.

2.3.2

Principais Empreendimentos

Nos ltimos anos, o Municpio de Vitria de Santo Anto vem demonstrando sua capacidade em empreender grandes negcios. Estas iniciativas esto mudando as perspectivas da Cidade, onde forma-se um dos grandes plos do novo ciclo desenvolvimentista no Estado de Pernambuco. Entre os principais empreendimentos que se instalaram e que esto em processo de instalao na Cidade, destacam-se:

Fbrica da Sadia:

Inaugurada em 2009, com as presenas das principais lideranas polticas da regio, acompanhados pelo ento Presidente do Conselho Nacional de Administrao da Sadia Luiz Fernando Furlan, do Governador de Pernambuco Eduardo Campos e do Presidente da Repblica Lus Incio Lula da Silva, a fbrica da Sadia comeou as suas operaes no Municpio de Vitria de Santo Anto.

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FIGURA 09: Fbrica da Sadia instalada em Vitria de Santo Anto Fonte: www.avozdavitoria.com, 2011

A Fbrica da Sadia em Vitria de Santo Anto a primeira do Pas, no setor de carnes, que ir neutralizar 100% de suas emisses de CO, levando-se em considerao o seu perodo de construo plena da Fbrica e 10 anos de operao, atravs de um projeto de reflorestamento em reas degradadas da Mata Atlntica nordestina. A estimativa inicial neutralizar cerca de 137.620 Toneladas de CO em 10 anos, com o reflorestamento de 265 hectares de rea (Portais Institucionais da Sadia e da SDE, 2010). Escola Saber Sadia Programa implantado em julho de 2008, pela Sadia, em Vitria de Santo Anto, para capacitao da populao da regio, como forma de preparar estas pessoas, para que possam ocupar as vagas de emprego abertas atravs da chegada da sadia e de outros empreendimentos. Foram capacitadas at 2009, cerca de 1040 pessoas, com aulas de portugus, matemtica, cidadania, segurana do trabalho e Boas Prticas de Fabricao BBF (conforme o Portal Institucional da Sadia, 2010).

Fbrica da Kraft Foods:

A Kraft Foods a segunda maior empresa de gnero alimentcios do mundo. Foi anunciada em 2009, no Palcio do Campo das Princesas, com as presenas do Governador de Pernambuco Eduardo Campos e do Presidente da Kraft Foods do Brasil Mark Clouse, a construo da fbrica no municpio de Vitria de Santo Anto.

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Foi estabelecido um protocolo de intenes entre o Governo de Pernambuco, o municpio de Vitria e a empresa Kraft Foods, onde foi doado um terreno com cerca de 30 hectares e esto sendo investidos cerca de R$ 100 milhes.

FIGURA 10: Fbrica da Kraft Foods em Vitria de Santo Anto Fonte: www.avozdavitoria.com, 2011

A Fbrica j comeou suas operaes em Vitria de Santo Anto, mais ainda no funciona em sua plena totalidade. A Kraft Foods dever gerar cerca de 600 empregos diretos e produzir chocolates (Laka, Bis, Sonho de Valsa, Diamante Negro, entre outros) e bebidas em p (Tang, Fresh e Clight).A Kraft Foods surgiu em 1903, quando James Lewis Kraft abriu um atacado de queijos em Chicago, nos Estados Unidos. Com US$ 65 de capital e uma carroa alugada, Kraft dava os primeiros passos na empresa que, atualmente, a maior empresa de alimentos dos Estados Unidos e pertence Philip Morris, qual foi vendida em 1988 pelo valor de US$12,9 bilhes. No Brasil, a Kraft Foods adquiriu a Lacta no ano de 1996. (Portal Kraft Foods Brasil, 2009)

A Kraft Foods do Brasil subsidiria da Kraft Foods Inc., encontra-se presente em mais de 150 pases, com cerca de 98 mil funcionrios. No Brasil,a Kraft Foods possui trs fbricas em Curitiba (PR) sendo uma delas a sede da empresa, possui uma em Piracicaba (SP) e outra em Aracati (CE), somando um quadro de quase sete mil colaboradores, conforme informaes do Portal da Kraft Foods Brasil (2010).

Owens-Illinois (O-I):

A Companhia Industrial de Vidros (CIV), uma das maiores empresas nacionais no setor de vidro e referncia mundial na fabricao de embalagens e utilidades, pertencente, at

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ento, ao Grupo Crnelio Brennand (GCB), aps um longo processo de negociao, foi adquirida por uma multinacional norte-americana, Owens-Illinois (O-I), que atualmente lder mundial na produo de vidro.A O-I vislumbrou uma oportunidade de crescimento no nosso estado atravs da gesto administrativa e da referncia da CIV no mercado mundial de vidro, cada vez mais crescente. uma forma de fortalecermos outros segmentos em que atuamos. A operao no atinge outras empresas do GCB (porta-voz do GCB, Paulo Drummond, 2009).

A negociao envolveu as unidades da CIV em Recife, Vitria de Santo Anto e do Cear, alm da marca CIV. A Unidade da CIV em Vitria de Santo Anto tem grande histria na cidade e regio, e tem como principal cliente no municpio o Engarrafamento Pit. A O-I atua em 22 pases e agora assume a operao das trs plantas da CIV, pertencentes ao Grupo Brennand h 52 anos.

Pit:

Empresa fundada em 1938, pelas famlias Ferrer de Morais e Cndido Carneiro, o Engarrafamento Pit Ltda. Com o passar dos anos a Pit se tornou uma das mais tradicionais empresas do ramo de bebidas do Pas.

FIGURA 11: Fbrica da Pit Fonte: www.joaquimnabuco.edu.br, 2011

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Sua sede esta localizada no Municpio de Vitria de Santo Anto, e conta com uma gesto familiar, conduzida pela terceira gerao das duas famlias que lhes deram origem. No mercado interno, a cachaa Pit lder absoluta de vendas na regio Nordeste e ocupa a vice-liderana no mercado brasileiro. (Ac-Nielsen, 2008) O nome Pit surgiu quando os proprietrios da empresa comearam a produzir uma cachaa, na dcada de 30, havia um riacho em suas proximidades denominado Riacho Pit, devido existncia de grande quantidade dessa espcie de crustceo. Em homenagem ao riacho e a espcie de crustceo, eles batizaram o nome da cachaa de Pit (Portal Institucional da Pit, 2011). A marca Pit e seus produtos so reconhecidos mundialmente, como uma bebida tpica brasileira. Atualmente a bebida exportada para a Alemanha, que distribui nos demais pases europeus. Alm disso, a Pit esta presente em diversos outros pases, como os Estados Unidos, o Japo, o Canad e nos pases do MERCOSUL. O Engarrafamento Pit alm de produzir a aguardente de cana de acar, produz ainda: a Pit Gold, que envelhecida em barris de carvalho durante cinco anos e possui uma apresentao bem mais refinada; produz a Pit Cola e a Pit Limo; alm de produzir a vodca Bolvana.

Shopping Center em Vitria de Santo Anto:

Encontra-se em fase de desenvolvimento o projeto para a construo de um Shopping Center na Cidade de Vitria de Santo Anto. Este empreendimento esta sendo desenvolvido pela Empresa Plus Investimentos e Participaes Ltda., com o apoio e incentivo do Governo Municipal e da Cmara Municipal de Vereadores de Vitria de Santo Anto. O Shopping ser construdo nas margens da BR 232, na entrada do Municpio de Vitria de Santo Anto, onde atualmente, funciona o Parque Municipal de Exposies de Animais Joaquim Rodrigues de Lira. A Prefeitura Municipal de Vitria, atravs do Projeto de Lei 100/10, decidiu ceder todos os 4,3 hectares da propriedade do Parque Municipal de Exposies ao grupo de empresrios aglutinados pela Empresa Plus Investimentos e Participaes Ltda., sob a condio, do mesmo grupo investidor, construir um novo Parque Municipal de Exposies de Animais com recursos prprios em uma rea de cerca de 10 hectares a ser definido.

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FIGURA 12: Projeto do Vitria Park Shopping Fonte: www.aciavitoria.blogspot.com, 2011

O Vitria Park Shopping, conforme informaes do vdeo institucional produzido pela Empresa Plus Investimentos e Participaes Ltda. (2011), ser o maior da Regio da Mata Sul de Pernambuco, alm de ser o nico no Estado a possuir dentro do seu centro comercial um Hotel integrado. O Shopping ter uma rea bruta locvel de 17.400 mil m, buscar atender uma rea de influncia com mais de 200 mil habitantes em potencial de consumo mensal de 50 milhes de reais. Possuir uma rea total construda de 27 mil m e um terreno de 43 mil m. No projeto integram a construo de 4 (quatro) megalojas ncoras, 1,5 Km de vitrines, 1 supermercado, 190 lojas satlites, 3 (trs) salas de cinemas, Playgames, Praa de Alimentao e de Servios, alm de uma rea de estacionamento para 800 veculos.

2.3.3 Vitria sob o contexto da Interiorizao do Desenvolvimento

2.3.3.1. Potenciais:

O municpio de Vitria de Santo Anto vem demonstrando tanto seus potenciais vantajosos quanto seus desafios a serem superados para seu crescimento e pleno desenvolvimento.existem essencialmente dois cursos complementares de aes para os formuladores de polticas, com o objetivo de evitar a expanso das regies congestionadas muito alm do nvel timo. Essas medidas correspondem a controles diretos ou indiretos sobre a expanso das atividades diretamente produtivas, dentro dessas regies, e o estmulo ao crescimento econmico em regies alternativas. (Hansen, 1979)

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Acrescenta-se, o processo de Interiorizao do Desenvolvimento em execuo no Estado de Pernambuco. Isto, possibilitado pelo congestionamento de negcios e empreendimentos nas regies litorneas do Estado. Em decorrncia, os municpios do interior do Estado esto podendo ter acesso ao desenvolvimento, e consequentemente, esto melhorando a qualidade de vida de sua populao, atravs do incremento de recursos nas economias locais e na melhoria dos servios oferecidos.

Empresa Metal Mdulos do Nordeste MC- Bauchemie Brasil Metalfrio Solutions S.A Elcoma Mavalrio Carbo Gs Converplast Embalagens do Nordeste LTDA Ventisol NE Indstria e Comrcio de Exaustores Arxo energia em evoluo

Setor/Segmento Construo Civil Construo Civil Refrigerao Comercial Informtica Alimentcio Gs Carbnico Embalagens Ventiladores energia

Investimentos (R$) R$ 23 milhes R$ 10 milhes R$ 50 milhes R$ 11,5 milhes R$ 10 milhes R$ 8 milhes R$ 12,5 milhes R$ 2 milhes -

Empregos 200 diretos 150 diretos 306 diretos 200 diretos 70 diretos 25 diretos 37 diretos 100 diretos 180 diretos

TABELA 04: Algumas das novas Indstrias que esto se instalando em Vitria Fonte: Elaborao Prpria, a partir dos dados da PMV/AD DIPER/SDE/Elcoma/JusBrasil/FolhaPE/JC

Segundo Mrcio Stefanni, Presidente da Agncia de Desenvolvimento de Pernambuco (AD-Diper, 2011), o fcil acesso e a disponibilidade de 60 hectares de rea no Plo Industrial do municpio, proporcionou a instalao de novas empresas na Cidade de Vitria.constantemente tcnicos e cientistas da UFRPE analisam a agricultura local trazendo novas tcnicas de plantio para pequenos agricultores da regio. (Portal Institucional da Prefeitura Municipal da Vitria, 2011).

Alm disso, o municpio de Vitria atravs dos investimentos que aportam, fortalece o seu Plo educacional e de Horticultura, este ltimo, onde se realizam o cultivo de frutas, verduras e hortalias, como tambm, a produo de cana, aves e ovos. Outro fator importante a sua localizao geogrfica, pois, sua proximidade ao Porto de SUAPE, a Regio Metropolitana do Recife e as demais cidades da Zona da Mata e do Agreste do Estado, contribuem de forma significativa para a instalao destes novos empreendimentos. Estas aes esto projetando o municpio entre as principais economias do Estado de Pernambuco.

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Ou seja, so trs importantes plos que esto se configurando com maior evidncia no municpio de Vitria (Plos Educacional, Industrial e Horticultura), alm da estratgica posio geogrfica do qual o municpio desfruta. So referncias que fazem da Cidade uma das promissoras no cenrio desenvolvimentista de Pernambuco.

2.3.3.2.

Desafios:

Porm, para que o municpio de Vitria continue atraindo estes investimentos e ampliando os empreendimentos, necessrio destacar alguns dos desafios que devero ser superados, tais como:

A criao de um Plano Piloto que esteja atento as reais demandas do municpio frente ao novo ciclo econmico-social de Pernambuco; Aplicao de uma profunda Reforma Urbana, que preze pelo desenvolvimento sustentvel e pela qualidade de vida das pessoas; Ampliao da poltica de Qualificao e Formao Profissional dos cidados em parceria com os respectivos setores e rgos; Fortalecimento e reciprocidade no dilogo entre o Governo Municipal, Estadual e Federal, desburocratizando os servios e acelerando as resolues; Desenvolvimento de uma grande campanha de Marketing e Comunicao para a divulgao da cidade e de suas vantagens competitivas. Alm das diversas possibilidades que poderiam ser exploradas sob a tutela do

turismo regional, atravs dos investimentos que poderiam ser aplicado no Parque Estadual Monte das Tabocas, Mercado de Farinha, Zoolgico Municipal e da ampliao aos incentivos nas festividades locais.

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3 METODOLOGIA

3.1 Realizao de pesquisas bibliogrficas

Para a construo do referido estudo, foram utilizadas pesquisas em livros, revistas e jornais em circulao, consultas a textos e artigos acadmicos, alguns desses extrados da Rede Mundial de Computadores. Alm da consulta a livros, revistas, legislaes e demais estudos dos rgos pblicos em esfera federal, estadual e municipal. Pois, conforme Oliveira (2000), O uso de outras obras como referncia importante para centralizar a pesquisa que ser realizada, uma vez que o pesquisador necessita de agrupar informaes recentes e atualizadas.

3.2 Realizao de Pesquisas Qualitativas

Utilizaram-se informaes adquiridas atravs de entrevistas semi-estruturadas realizadas com lideranas e representantes de entidades de vrios setores que de forma direta ou indireta contriburam no fomento do ciclo de interiorizao do desenvolvimento no Estado de Pernambuco, especificamente, observando os impactos no municpio de Vitria de Santo Anto. Segundo Appolinrio, 2006, a analise dos dados ter por objetivo simplesmente compreender um fenmeno em seu sentido mais intenso. Neste caso, objetivou-se elencar alguns aspectos importantes acerca dos impactos relacionados ao processo de interiorizao do desenvolvimento vivido pelo Estado de Pernambuco e os potenciais e desafios do municpio de Vitria de Santo Anto frente a este novo momento.

3.3

Aspectos

Todos os sujeitos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, isto , houve um roteiro previamente estabelecido, como tambm, houve espao para a elucidao de elementos que poderiam surgir de forma imprevista ou informaes espontneas dadas pelos entrevistados (Appolinrio, 2006). O modelo do questionrio bsico utilizado nas entrevistas encontra-se disponvel no Apndice A. A pesquisa exploratria ...configura-se como a que acontece na fase preliminar, antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivos proporcionar maiores

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informaes sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitao do tema a ser pesquisado, orientar a fixao dos objetivos e a formulao das hipteses ou descobrir uma nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002. p. 26).

3.4 Configuraes

Foram organizadas reunies com agendamento prvio com os entrevistados, e foram disponibilizados atravs de e-mail (digitalizados) e impressos os questionrios semiestruturados. Para que as informaes prestadas pudessem ter suas respostas condizentes com os objetivos deste estudo. As pesquisas bibliogrficas foram realizadas em Bibliotecas pblicas do Estado de Pernambuco e do Municpio da Vitria de Santo Anto, como tambm, em acessos atravs da Rede Mundial de Computadores.

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4

RESULTADOS E DISCUSSO

As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com diversas lideranas e representantes de entidades que atuam em vrios segmentos. Foram ouvidos representantes do poder pblico, alm, de serem ouvidos profissionais da sade, estudantes, religiosos, atletas, professores, juristas, pequenos e mdios empreendedores, profissionais dos meios de comunicao, lideranas polticas, dentre outros. Com as entrevistas, alm dos subsdios fornecidos pelas pesquisas bibliogrficas, pode-se compreender e retratar ao longo do estudo alguns dos impactos causados pela interiorizao do desenvolvimento nos municpios do interior do Estado de Pernambuco, alm de observarmos as contribuies que as pessoas, os governos (em todas as esferas) e a iniciativa privada podem dar para que este novo momento se alargue. Porm, constatou-se que para ampliarmos estes investimentos e alavancarmos as economias destas regies beneficiadas, algumas medidas importantes devero ser empreendidas, tais como: a) a realizao de uma profunda reforma urbana nas cidades do interior do Estado. Levando-se em considerao o inchao dos grandes centros urbanos, torna-se fundamental a melhoria da infra-estrutura destas Cidades; b) uma extensa reforma educacional, levando em conta a necessidade de formar e qualificar pessoas, diante dos investimentos que chegam ao interior do Estado. Vale salientar que preciso uma reeducao acerca da melhor forma de utilizao dos recursos naturais no-renovveis, ou seja, estabelecer um crescimento sustentvel; c) a ampliao do dialogo, recproco, entre as diversas esferas do Governo, contribuindo na simplificao dos tributos e na desburocratizao dos servios, que muitas vezes atrasam ou impedem a instalao de empreendimentos importantes (SILVA, 2010). Outro vis deste estudo foi analisar o que representam estes investimentos para as economias e para as vidas das pessoas que vivem no interior do Estado. Pois, com a chegada destes empreendimentos, podemos perceber as mudanas econmicas, sociais, tecnolgicas e comerciais que estes municpios esto sofrendo para se adaptarem a este novo momento, conforme SILVA (2010) assin-la. Diante das pesquisas e entrevistas realizadas, percebeu-se uma mudana significativa na auto-estima das pessoas, principalmente, no interior do Estado, pois, com os investimentos que esto sendo aplicados, de forma direta e/ou indireta, favorecem a elevao da auto-estima dessas pessoas que esto sendo beneficiadas.

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CONSIDERAES FINAIS

O momento econmico vivido pelo Estado de Pernambuco reflexo de um conjunto de aes que esto sendo empreendidas nos ltimos anos em todo o Pas. Pois, grande parte dos investimentos e empreendimentos que aportam no estado, se deve ao bom momento da economia brasileira. Basta olharmos os ndices de crescimento e desenvolvimento do Brasil nos ltimos anos. Soma-se a esse momento, o fato do Pas estabelecer uma forte presena na poltica externa. Exemplo disso so as aes estabelecidas pelo Brasil no fortalecimento e ampliao do Mercado Comum do Sul MERCOSUL. Outro exemplo a insero do Brasil no BRIC grupo dos pases considerados emergentes (formado pelo Brasil, Rssia, ndia e China). Nos aspectos relacionados poltica interna brasileira, notasse a ampliao dos investimentos relacionados recuperao da infra-estrutura nacional (portos, aeroportos, estradas), a ampliao dos investimentos em educao, sade, segurana pblica. Possibilitando a interiorizao desses investimentos e a instalao de importantes empreendimentos por todo o Pas. Pois, ao contrrio de outros momentos histricos de concentrao de investimentos e negcios no eixo Sul/Sudeste do Pas, hoje possvel nos referir a outras Regies como alternativas para a instalao de negcios a partir dos investimentos que esto sendo realizados, principalmente, no Nordeste Brasileiro. Nota-se o Estado de Pernambuco, como o propulsor na atrao de recursos e na instalao de empreendimentos nesta nova fase de crescimento do Nordeste. Isso se deve a dois fatores: primeiro, pelas caractersticas histricas do Estado em atrair grandes projetos, segundo, pela execuo de projetos e a realizao de aes do Governo do Estado em parceria com os rgos estatais e a iniciativa privada na melhoria das condies fsicas, sociais e econmicas do Estado. Somadas a estas parcerias, esto duplicao da BR 232, a construo da Transnordestina, Transposio do Rio So Francisco, ampliao e modernizao do Complexo Industrial e Porturio de Suape, Estaleiro Atlntico Sul, Refinaria de Petrleo General Abreu e Lima, construo do Gasoduto da Interiorizao (Gs Natural). Outro fator a ser considerado a recuperao da auto-estima das pessoas, pois, com a vinda destes investimentos ao interior do estado, antigos paradigmas esto sendo superados. Tais como: de que os investimentos apenas se concentrem nas Regies Metropolitanas dos Estados. Pernambuco est demonstrando a todo Pas que possvel

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crescer de forma equilibrada, isto , buscando elencar as potencialidades e afinidades de cada Regio e distribuir entre elas o desenvolvimento que aporta. Algumas ressalvas, contudo, devem ser assinaladas. No que se refere estruturao dos municpios para a instalao destes novos negcios que chegam e aos impactos que devero e j esto sofrendo, fundamental investir na infra-estrutura e na melhor distribuio das pessoas nestas cidades, evitando o efeito de superpopulao, j que estas cidades no estavam preparadas para o recebimento destes empreendimentos. Em relao a formar e a qualificar as pessoas, fundamental que os respectivos rgos invistam em educao e qualificao profissional, para que estas pessoas estejam preparadas para a vida cidad, aptas a assumir estes novos postos de trabalhos e que possam contribuir no desenvolvimento das tecnologias necessrias para a instalao destes empreendimentos. necessrio construir novos campi universitrios no interior, ampliar e distribuir redes de escolas tcnicas, levando em considerao as potencialidades de cada regio, desenvolver novas formas de transmisso do ensino bsico, preparando estas pessoas para estes espaos que esto surgindo, para o desenvolvimento de tecnologias e preservao ambiental, assim como, na qualidade de vida e lazer com aes tursticas e esportivas. O Municpio de Vitria de Santo Anto um exemplo deste novo ciclo, pois a Cidade vem sendo beneficiada com a chegada destes investimentos, por suas caractersticas e condies scio-histricas. Porm, como j assinalado, o municpio ter diversos desafios, fruto dos impactos sofridos por falta de planejamento e estruturao. De uma forma geral, os resultados apresentados sugerem ser esta uma linha de investigao promissora, na qual diversas questes futuras podero ser elencadas, como, por exemplo: a) os impactos econmicos, sociais, tecnolgicos, ambientais que estas cidades sofreram com a chegada do desenvolvimento? b) quais iniciativas devero ser tomadas para que estes investimentos se propagem a curto, mdio e longo prazo? c) como estabelecer um dilogo permanente entre o Governo do Estado e os Governos Municipais, e vice-versa? Em resumo, levando em considerao os resultados deste trabalho, possvel concluir que ele permitiu compreender alguns aspectos relevantes do processo de interiorizao do desenvolvimento vivido pelo estado de Pernambuco. Este se configura, todavia, apenas o ponto de partida para outros estudos que propiciem uma maior compreenso acerca dos impactos que Pernambuco vive com a extenso do desenvolvimento e quais aes devero ser tomadas pelos diversos agentes para que este ciclo se propague em longo prazo. Pois, os benefcios que este momento trar no apenas ser fruto desta atual gerao, mais um patrimnio desta e das prximas geraes que adviro.

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6

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APNDICE

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APNDICE A

ENTREVISTA PARA PESQUISA ACADMICA Ano 2011

As informaes aqui contidas sero mantidas em carter confidencial. Entrevistador: Anderson Diego Farias da Silva Nome do Entrevistado (opcional): Data da entrevista:

1- Quais potencialidades (qualidades, diferenciais importantes, fatores positivos) voc destacaria na Cidade de Vitria de Santo Anto?

2- Quais desafios (defeitos, erros importantes, fatores negativos) voc destacaria na Cidade de Vitria de Santo Anto?

3- Qual sua opinio sobre a atual situao educacional do Municpio de Vitria de Santo Anto? Levando em considerao a instalao do novo campus do IFPE, do Campus da UFPE, das Escolas municipais, estaduais, particulares e federal, alm dos cursos tcnicos e profissionalizantes.

4- No quesito sade pblica, em sua opinio, qual a real situao do municpio?

5- Sobre a infra-estrutura da Cidade, em sua opinio, o que poderia ser melhorado na distribuio das vias de trafego e ruas da cidade (consertos, ampliaes, sinalizaes, etc.)?

6- Das condies de moradias das pessoas (casas em lugares de riscos, instalaes de novas casas e distribuio dos bairros), pensando no futuro e crescimento da Cidade, em sua opinio, o que precisa ser feito?

7- Sobre o Saneamento Bsico de Vitria de Santo Anto, qual a atual situao e o que poderia ser feito para melhor-lo, em sua opinio?

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8- Qual a atual situao, em sua opinio, do Abastecimento de gua e Fornecimento de Energia em Vitria de Santo Anto?

9- Qual a atual situao da Segurana Pblica de Vitria de Santo Anto, em sua opinio?

10-

Sobre o funcionamento da Rede Hoteleira na Cidade (hotis, pousadas, dentre outros),

pensando na Copa de 2014, principalmente, qual sua opinio sobre a situao de Vitria?

11-

Sobre a Copa de 2014, o que precisa ser feito para que o municpio possa estar

inserido? Pensando no turismo (Parque Estadual Monte das Tabocas, Zoolgico, construo de um Shopping, rede hoteleira, atrao de investimentos). A cultura de Vitria vem sendo valorizada, explorada, como forma de promover a

12-

reeducao da populao e divulgao do municpio?

13-

As atividades Esportivas, de Lazer e Diverso, so incentivadas ou desenvolvidas na

Cidade (qualidade de vida das pessoas)?

14-

Sob um contexto de Interiorizao do Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, o

que possvel e preciso ser feito para que Vitria possa esta atraindo mais investimentos (a exemplo da vinda da Sadia e da Kraft Foods), alm de se afirmar como grande centro estratgico de desenvolvimento do Estado de Pernambuco (a exemplo de Caruaru, Petrolina)?

15-

Para o desenvolvimento pleno do municpio de Vitria de Santo Anto, em sua

opinio, o que precisa ser feito? (quais medidas, projetos, quais primeiros passos devero ser dados?)

16-

Espao para suas consideraes finais.

E-mail: [email protected]

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ANEXO

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ANEXO A

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