Monografia Vera

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CENTRO INTERDISCIPLINAR DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Vera Rodrigues de Oliveira UCA: A INCLUSÃO DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O PROFESSOR 1 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULCENTRO INTERDISCIPLINAR DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃOCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

Vera Rodrigues de Oliveira

UCA: A INCLUSÃO DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O

PROFESSOR

Porto Alegre2010

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UCA: A INCLUSÃO DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O PROFESSOR

Trabalho de Conclusão de Curso,apresentado como requisito parcial para aobtenção do grau de Especialista emMídias na Educação, pelo CentroInterdisciplinar de Novas Tecnologias naEducação da Universidade Federal do RioGrande do Sul – CINTED/UFRGS.

Orientadora: Cristiani de Oliveira Dias

Porto Alegre

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULReitor: Prof. Carlos Alexandre NettoVice-Reitor: Prof. Rui Vicente OppermannPró-Reitor de Pós-Graduação: Prof. Aldo Bolten LucionDiretora do Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias naEducação: Profa. Rosa Maria VicariCoordenador(as) do curso de Especialização em Mídias naEducação: Profas. Rosa Vicari e Liane Margarida Rockenbach TaroucoBibliotecária-Chefe da Faculdade de Educação: XXXXXXXXXX

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas que contribuíram para que este curso chegasse a esta fase final. Ao Wilson, meu esposo, que foi paciente com as minhas intermináveis horas de trabalho na lan house. Aos meus filhos Gabriel e Valentine, que suportaram a minha ausência sem reclamar e me incentivaram com o seu amor. À minha mãe Dulce que contribuiu conciliando todas as partes. À minha irmã Nanci, que cuidou da Valentine nos meus muitos atrasos. À Orientadora Cristiani de Oliveira Dias, que me deu coragem e esclarecimento para realizar o meu trabalho nesta importante fase do curso. Obrigada a todos vocês!

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RESUMO

Nos últimos anos o governo dirigiu um olhar mais atento para a educação.

Investiu significativamente nas necessidades estruturais e pedagógicas para

que os níveis de analfabetismo fossem minimizados. Há um suprimento de

material didático significativo. A inclusão digital chega à escola através de

projetos experimentais e da estruturação de novos laboratórios de informática.

Torna-se necessário investir em estratégias de aprendizagem inovadoras para

utilizar todo este novo aparato tecnológico que surge para atender às novas

necessidades do momento. Os níveis de aprendizagem continuam

preocupantes, não acompanham este investimento financeiro. É evidente que

os problemas não se resolverão apenas com o dinheiro, será preciso muito

talento para fazer uso inteligente destes recursos que chegam às escolas.

Cabe à escola refletir sobre práticas alternativas que sejam compatíveis com o

novo perfil do público discente atual.

Palavras-chave: inclusão digital – desafios - formação de professores

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ABSTRAT

(por fazer)

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB – Lei de Diretrizes e BasesMEC – Ministério da Educação e CulturaPPP – Projeto Político PedagógicoPROUCA – Programa Um Computador por AlunoUCA – Um computador por aluno

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................. 7

1 INTRODUÇÃO 1.1 Investimentos e desafios............................................................................ 9

2. DESENVOLVIMENTO2.1.O que é o Programa UCA .......................................................................... 102.2. UCA: Uma experiência educacional polêmica e inovadora........................12

3 CONCLUSÃO3.1. Prática pedagógica voltada à diversidade ................................................ 12

4. FIGURA4.1. Descrição da figura .................................................................................. 13

5. CRONOGRAMA ......................................................................................... 14

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 15

7. ANEXO5.1. Descrição do anexo ................................................................................. 16

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Investimentos e desafios

Por longo tempo buscou-se aliar a tecnologia à educação. Com a

evolução tecnológica fazendo parte dos diversos setores da sociedade

considerou-se que a escola também precisava fazer parte deste processo de

informação globalizada. Até chegar aos dias de hoje houve muitos desafios,

especialmente a nível econômico. Acontece que há muito tempo que o Brasil

não investia tanto em educação como tem feito. Hoje presenciamos ao início

de um processo de inclusão digital nas escolas brasileiras. O governo federal

lança o projeto UCA, disponibilizando “Um Computador por Aluno”. O projeto é

inspirado na idéia idealizada por Nicholas Negroponte que a desenvolveu no

laboratório de mídias do Instituto de Tecnologias de Massachussets, nos

Estados Unidos. Com essa iniciativa pretende-se baratear o acesso das

escolas públicas a métodos modernos de educação. Além de disponibilizar os

laptops, o governo anuncia o fornecimento da infra-estrutura tecnológica,

suporte técnico e a formação de professores e gestores escolares para seu uso

na educação.

Os recursos tecnológicos começam a fazer parte gradativamente do

cotidiano escolar. Com a introdução das novas tecnologias de comunicação

surgem novos desafios para a escola. A instituição escolar tem sido observada

como um setor da sociedade mais tradicional do que inovador. A atualização

das Leis de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996 idealiza um ensino mais voltado

para a realidade do aluno. Gestores e educadores são convidados a refletir

sobre um Projeto Político e Pedagógico (PPP) que oriente as ações da sua

instituição de ensino, buscando, dessa forma, um envolvimento maior daqueles

que fazem parte do processo educativo. A crítica volta-se para a prática

docente. O professor precisa repensar sua prática, inovando seus métodos

para melhorar os índices de aproveitamento, medidos por provas como as do

ENEM e Prova Brasil.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. O que é o Projeto UCA1

O governo brasileiro conheceu o projeto OLPC (One Laptop per Child)2 em

janeiro de 2005, em Davos, na Suíça. Em junho desse ano, Nicholas

Negroponte, Seymour Papert e Mary Lou Jepsen vieram ao Brasil para

apresentar o projeto ao presidente. O presidente aprovou a ideia e determinou

um grupo interministerial para avaliá-la e apresentar um relatório. Realizaram-

se debates com especialistas brasileiros sobre o uso intensivo das TICs

(Tecnologias da informação e Comunicação) nas escolas como recurso

pedagógico. Após estes estudos foi realizada uma parceria com a FacTI

(Fundação de apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação) - FINEP

(Financiadora de Estudos e Projeto) para validar a solução da Organização

OLPC.

Em fevereiro de 2006 a FacIT chamou mais três instituições para integrar o

grupo técnico e fazer um estudo sobre a OLPC.

CenPRA – Centro de Pesquisa Renato Archer;

CERTI – Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras e

LSI – Laboratórios de sistemas Integráveis Tecnológico.

Durante o ano de 2007 iniciaram as primeiras experiências do UCA em cinco

escolas brasileiras a fim de avaliar o uso dos computadores portáteis pelos

alunos em sala de aula. A Secretaria de Educação a Distância do Ministério de

1 UCA. Quer dizer Um Computador por Aluno. Criado pela Lei nº. 12.249, de 11 de setembro de 2010. O Projeto UCA é um projeto educacional, promovido pelo governo federal, de inclusão digital. Tem como desafio garantir a todos os alunos das escolas públicas o direito a usar um computador. (Pedro Ferreira de Andrade. MEC – Coordenador) 2 Organização criada em 2005 por Nicholas Negroponte consiste em um projeto educacional para a criação de um laptop barato com o objetivo de difundir o conhecimento e novas tecnologias a todas as crianças do mundo, tendo como principal alvo os países em desenvolvimento. (http://pt.wikipedia.org/wiki/XO)

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Educação (SEED/MEC) fez sondagem em estados e municípios buscando

adesão. Dentre dez escolas pré-selecionadas, cinco foram escolhidas.

Para esta fase inicial de experimento, chamados de pré-pilotos, três fabricantes

de equipamentos doaram ao Governo Federal três modelos de laptops. A Intel

doou o modelo Classmate para as escolas de Palmas/TO e Pirai/RJ. A OLPC

doou o modelo XO para as escolas de Porto alegre/RS e São Paulo/SP. A

empresa Indiana Encore doou o modelo Mobilis para a escola de Brasília/DF.

Esta fase inicial foi avaliada através de relatórios produzidos por

pesquisadores. Esses registros pretendem analisar os principais aspectos do

UCA e servirão de apoio para a implantação de fases posteriores do projeto.

Cada experimento produziu três relatórios abordando os seguintes temas:

Descrição e contexto da escola;

Relatório de Infra-estrutura e questões técnicas;

Problemas e soluções relacionados à gestão da escola.

Além destas situações serão relatadas as experiências educativas relacionadas

ao uso dos equipamentos.

Em janeiro de 2010 o consórcio CCE/DIGIBRÁS/METASYS foi dado como

vencedor do pregão nº. 107/2008 para o fornecimento de 150.000 laptops

educacionais a aproximadamente 300 escolas públicas selecionadas nos

estados e municípios. A CCE ofereceu os laptops a um custo unitário de cerca

de R$ 550,00. O equipamento possui as seguintes características:

Tela de cristal líquido de sete polegadas;

Capacidade de armazenamento de 4 gigabytes;

512 megabytes de memória;

Bateria com autonomia mínima de três horas;

Peso de 1,5 Kg.

Cada escola recebeu os laptops para alunos e professores, infraestrutura para

acesso à internet, capacitação de gestores e professores no uso das

tecnologias.

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Por iniciativa dos governos Federal, Estaduais e Municipais o projeto será

realizado como UCA total em seis municípios brasileiros. Os municípios

selecionados são:

Barra dos Coqueiros/PE;

Caetés/PE;

Santa Cecília do Pavão/PA;

Terrenos/MS;

Tiradentes/MG.

O grupo de trabalho do Programa UCA foi denominado GTUC. Esse grupo é

formado por especialistas no uso das TICs (Tecnologias da Informação e

Comunicação) na educação. Para a efetivação do projeto o grupo dividiu-se em

três frentes:

GT Formação;

GT Avaliação e

GT Pesquisa.

O projeto encontra-se, neste ano de 2010 na sua fase denominada Piloto. Os

critérios para a escolha das escolas que participariam do programa foram

determinados pelo Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Educação

(CONSED), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

(Undime), A Secretaria de Educação a Distância do Ministério de Educação

(SEED/MEC) e a Presidência da República.

A formação dos gestores e educadores das escolas selecionadas ocorrerá em

três níveis e envolverá as universidades (IES), Secretarias de Educação (SE) e

Núcleos de Tecnologias Educacional (NTE). A formação somará 180 horas de

curso e terá caráter semi-presencial. Será dividida em módulos: teórico,

tecnológico e pedagógico.

Fontes: www.uca.gov.br e www.uca.org.br.

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2.1. UCA: Uma experiência educacional polêmica e inovadora

Através do PROUCA3, o Programa Um Computador por Aluno, que tem como

objetivo ser um projeto educacional utilizando tecnologia, inclusão digital e

adensamento da cadeia produtiva comercial no Brasil, o governo investe em

inclusão digital e aparato tecnológico como suporte pedagógico para a

educação brasileira. O PROUCA que é projeto que prevê um computador por

aluno, apoio estrutural e formação de profissionais da educação surge para

efetivar essa proposta. A idéia é, no mínimo, animadora. Um sonho que parecia

distante se realiza. A escola passa a fazer parte da informação globalizada.

Abre suas portas para o mundo. Moran (2009):

A escola, com as redes eletrônicas, abre-se para o mundo; o aluno e o professor

se expõem, divulgam seus projetos e pesquisas, são avaliados por terceiros,

positiva e negativamente. A escola contribui para divulgar as melhores práticas,

ajudando outras escolas a encontrar seus caminhos. A divulgação hoje faz com

que o conhecimento compartilhado acelere as mudanças necessárias e agilize as

trocas entre alunos, professores, instituições. A escola sai do seu casulo, do seu

mundinho e se torna uma instituição onde a comunidade pode aprender contínua e

flexivelmente.”4

Nessa nova realidade o professor continua desempenhando um papel principal

nas inúmeras situações de sala de aula, mas deixa de ser o centro da

informação. Moran (2009):

A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.

O educador continua sendo importante, não como informador nem como papagaio repetidor de informações prontas, mas como mediador e organizador de processos. O professor é um pesquisador – junto com os alunos – e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador dos

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? O Prouca é uma evolução do projeto-piloto Uca, pelo qual o governo federal comprou 150 mil laptops, que começaram a ser distribuídos em maio deste ano, para atender 300 escolas públicas de vários Estados do Brasil, escolhidas para participar programa para teste da iniciativa. O investimento do MEC na aquisição dessas máquinas foi de 82 milhões de reais. (www.uca.gov.br)

4José Manuel Moran. Este texto faz parte do seu livro A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá (4ª ed. Papirus, 2009, p. 101-111)

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resultados. O papel dele é mais nobre, menos repetitivo e mais criativo do que na escola convencional.

Não se trata da desvalorização do trabalho docente, mas de uma visão da sua

atuação sob uma nova perspectiva. De acordo com a autora Vani Moreira

Kenski a estrutura de aula em todos os níveis de escolaridade dividem-se em

três momentos. Num momento inicial o professor fala e o aluno escuta, num

segundo momento ocorre a interação com a informação, que é a hora da

leitura, da reflexão, da discussão e da tomada de posição. O terceiro momento,

que na maioria das vezes se confunde com a exposição de atividades através

de exercícios ou provas, deveria representar, na verdade, a utilização do

aprendido no tempo real da necessidade. (KENSKI,2008)

O ensino mediado pelas tecnologias digitais pode alterar estas estruturas verticais

(professor > aluno) e lineares de interação com as informações e com a construção

individual e social do conhecimento. Os ambientes digitais oferecem novos

espaços e tempos de interação com a informação e de comunicação entre os

mestres e aprendizes. Ambientes virtuais de ensino onde se situam formas.

O projeto UCA, que tem suas origens no projeto de Nicholas Negroponte,

lançado em Massachussets, tem como objetivo alcançar um laptop aos

estudantes mais carentes. Pretende contribuir, com essa ação, para um maior

aproveitamento em sala de aula, através da participação em atividades que

proporcionem maior interatividade. A professora Flaviana Menegulli, em

matéria da Revista Nova Escola representa uma das seis característica do

professor do século 21. Participante da fase pré-piloto do UCA, Flaviana afirma:

Aprendi a importância de analisar quais conteúdos podem ser ensinados com o

auxílio da tecnologia. Com isso, além de aprimorar nossa prática, damos

oportunidade aos estudantes de desenvolver habilidades tecnológicas básicas no

mundo de hoje, como saber usar um editor de texto e uma planilha. (...) Na escola

em que atuo, há professores de Língua Portuguesa que conjugam o ensino de

novos gêneros, como blogs e fotologs, à produção de texto. O fato é que nossos

alunos são formados dentro da cultura digital e profundamente influenciados por

ela. Com a democratização do uso da internet, o crescimento do número de lan

houses, o barateamento dos computadores e mesmo a implantação de programas

de governo destinados à informatização das escolas, não há por que trabalhar

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usando somente o quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo

e nos atualizar de forma a desafiar os estudantes.5

De fato com esta possibilidade nova para a educação será necessário repensar

métodos e estratégias para introduzir o uso intensivo do computador na sala de

aula. Um projeto dessa instância não é de fácil implantação. Vai exigir

seriedade e empenho de todos os envolvidos para que contribua, realmente

para enriquecer as práticas pedagógicas. O fato é que não se pode negar a

necessidade de investir em recursos que venham a modificar formas

estagnadas que pouco significam para que a educação acompanhe as várias

realidades sociais: Moran, contribui com suas afirmações:

Com a introdução massiva de novos mecanismos tecnológicos na escola pública brasileira surge a necessidade de repensar a educação. A educação escolar precisa de uma forte sacudida, de arejamento, de um choque. A educação de milhões de pessoas, em todos os níveis, não pode ser mantida na prisão, na asfixia e na monotonia em que se encontra. Está muito engessada, previsível, cansativa. As crianças desenvolvem mais rapidamente sua inteligência e capacidade de aprender. A escola não consegue dar respostas minimamente satisfatórias aos reais alunos que temos. Obrigamo-los a se “moldarem” a esquemas pré-concebidos e repetidos à exaustão.

A Internet, as redes, o celular, a multimídia estão revolucionando nossa vida no cotidiano. Cada vez resolvemos mais problemas de múltiplas formas, presencial e virtualmente. Na educação, porém, continuamos indo ao mesmo local, no mesmo horário, para desenvolver as mesmas atividades. Sempre achamos justificativas para deixar tudo como está ou para fazer pequenas mudanças cosméticas e periféricas.6

Acreditamos que esta experiência poderá oferecer alternativas de crescimento

para metodologias de ensino. O fato de presenciarmos várias instâncias da

área de educação envolvidas em debates sobre o uso das TICs na escola

significa que estamos buscando novos caminhos para o crescimento social do

nosso país, através da inclusão digital o governo oferece a uma parcela da

população o acesso gratuito ao computador e à internet.

Nem por isso possui baixa qualidade. Apresenta um bom desempenho em relação

ao uso dos softwares, constituindo-se em um rico potencial para o desenvolvimento

de atividades pedagógicas inovadoras. Algumas de suas ferramentas de rede,

principalmente o modo P2P em Rede sem Fio Mesh7 , são funcionais e fáceis de

5 http://revistaescola.abril.uol.com.br/formacao/formacao-continuada/seis-caracteristicas-professor-seculo-21-602329.shtml?page=16 Artigo “Mudanças profundas e urgentes na educação”. www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm7 MeshA rede P2P sem fio Mesh (P2P: Ponto à Ponto) através do software Pidgin, permitea comunicação entre os laptops e a transferência de arquivos com uma velocidadesatisfatória, sem depender de outros investimentos em conexões de internet ou umainfraestrutura de rede sem fio. Isso possibilita a produção de materiais de forma

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usar para o desenvolvimento de trabalhos interativos. Além disso, um dos laptops

dessa rede pode se ligar à internet e partilhar sua conexão com os demais laptops

que estão próximos e ligados a ele em rede compartilhada. Nesse caso, o laptop

ligado a Internet faz o papel de servidor e os demais se ligam à rede a partir dele.

Outra qualidade interessante é a de ele apresentar condições para utilizar objetos

de aprendizagem disponibilizados pelos portais de educacionais, em especial o

Portal do Professor e do aluno. Com relação aos softwares que já fazem parte do

seu material, muitos abrem oportunidades de uso inovador, permitindo a edição e

produção de hipertextos, gráficos, vídeos, fotos, podcast, rádios, jornais etc. Foi

concebido tecnicamente com base em sistemas de padrões abertos com o uso de

software livre, operando o Sistema Linux8 .

A concepção que move o Projeto Um computador por Aluno é a de que se

abram novas possibilidades à educação. Isso pode vir a exigir uma nova

postura do educador que deverá repensar sua prática pedagógica. O professor

que atuar junto ao Programa UCA está sendo convidado a aceitar um novo

paradigma de educação. Saber lidar com a nova tecnologia vai exigir desse

profissional, conceitos claros de pesquisa e condução deste processo de

maneira metódica e estimuladora. Conhecer uma nova ferramenta, operar um

software ainda desconhecido vai exigir de formadores e de profissionais da

educação um comprometimento em descobrir com prazer. Para que todo esse

empreendimento dê certo vai ser preciso que os participantes considerem a

sua importância. O educador está sendo convidado a assumir um novo papel

ao qual ele está sendo chamado a ocupar. Os gestores precisam acompanhar

colaborativa e a comunicação nas salas de aula na forma de rede, isto é, umacomunicação entre alunos-alunos, professores-alunos, professores-professores,8 Sistema Linux é ao mesmo tempo um kernel (ou núcleo) e o sistema operacional que roda sobre ele,

dependendo do contexto em que você encontrar a referência. O kernel Linux foi criado em 1991 por

Linus Torvalds, então um estudante finlandês, e hoje é mantido por uma comunidade mundial de

desenvolvedores (que inclui programadores individuais e empresas como a IBM, a HP e a Hitachi),

coordenada pelo mesmo Linus, agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente e mais representativo

integrante da Linux Foundation. O Linux adota a GPL, uma licença de software livre – o que significa,

entre outras coisas, que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-lo, nos termos da licença. Aliado

a diversos outros softwares livres, como o KDE, o GNOME, o Apache, o Firefox, os softwares do sistema

GNU e o OpenOffice.org, o Linux pode formar um ambiente moderno, seguro e estável para desktops,

servidores e sistemas embarcados.

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o processo com o mesmo entusiasmo e estimular as novas práticas docentes,

assumindo uma postura de incentivo e parceria com o professor.

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2.2. A formação de professores na EMEF Vila São Jorge

Aqui não entra isso.e sim na metodologia

Atuando em uma escola que participa do Projeto UCA e realizando o Curso

Mídias na Educação – UFRGS, sinto-me responsável em refletir sobre a

maneira como está ocorrendo a formação de professores na escola.

Acompanhando essa formação percebo a preocupação de preparar os

educadores para fazer uso inteligente desta ferramenta.

Desde anos os professores e gestores estavam na expectativa sobre a

possibilidade de dispor, na escola de um computador por aluno, nossa escola

havia sido selecionada para experimentar o projeto tecnológico já em 2008.

Entre idas a Brasília para conhecer o projeto e longos períodos de silêncio, o

projeto tomou forma e finalmente concretizou-se. Quando os laptops chegaram

na escola muitos professores vibraram com o novo potencial que se

apresentava. Muitos, porém, mostraram-se receosos desde o primeiro

momento. Era evidente a insegurança que a maioria demonstrava pelo uso

contínuo do computador em sala de aula. Não há como fugir da inclusão

digital. Observa-se, entretanto, um grande negativismo em relação ao uso de

recursos tecnológicos na escola. A crítica refere-se ao uso instrumentalista do

computador. Esse se trata de um risco inegável. Há muito despreparo por parte

do professor, de toda a escola. A tecnologia evolui de maneira vertiginosa e os

professores não conseguem acompanhar todas estas transformações,

especialmente devido a uma carga de trabalho exaustiva.

Os problemas na escola aumentam e os questionamentos sobre a atuação do

professor acompanham este índice. O uso desta ferramenta é uma novidade

ótima, mas também representa um grande compromisso de transformar um

investimento tão caro em alternativas ricas para a aprendizagem.

É um momento de considerarmos mais uma vez a teoria de Vygotsky . A

aquisição do conhecimento se dá através de um mediador. O computador

tornou-se uma fonte de informação insuperável. Mas é o professor quem irá

realizar a mediação entre a ferramenta e o aluno.

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informação e o aluno. O professor como mediador deve estar atento às

possibilidades de crescimento do seu aluno através das mídias. De acordo com

Falavigna(2009) “A tecnologia de multimídia, numa dimensão de inovação,

favorece a aprendizagem, desenvolvendo uma experiência motivadora e

favorável ao sucesso, na medida em que utiliza vivência multisensorial,

associando texto, som, fotos, imagens estáticas e em movimento”. Podemos

contar com softwares que dinamizam a aquisição da linguagem. São recursos

que precisam ser analisados pelo professor e adaptados ao seu plano de

trabalho. Temos conhecimento de que a evolução tecnológica que desenvolve

o computador, assim como a expansão da Internet repercute de maneira

importante na escola. Segundo Salvat(2000), pela primeira vez em sua história

não está isolada, neste momento da história ela pode estar conectada a outros

centros, a outras fontes de informação que estão além das paredes da sala de

aula, dos livros dos textos.

  

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Ilustração 13. CONCLUSÃO3.1. O professor prepara-se para a diversidade

A inclusão digital começa a tomar forma e que a escola precisa se adaptar à

nova realidade. Não basta alcançar um computador conectado ao professor e

ao aluno e desejar que as questões polêmicas que envolvem a educação,

como o analfabetismo funcional e a reprovação sejam solucionados. Torna-se

necessário que todos estejam preparados para utilizar os novos recursos, de

maneira a efetivar aprendizagens que contribuirão de fato para elevar os níveis

de conhecimento dos alunos. O professor, como mediador desse processo

deve sujeitar-se a questionamentos e mudanças internas que conduzirão à

diversidade na sua prática pedagógica.

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4. FIGURA

4.1. Descrição da figura 1

Página inicial do editor de texto KWord

Ilustração 2Fonte: Relatório da configuração do Metasys Classmate PC. Autores: Beatriz Corso Magdalena, Carlos Fagundes e Íris E. Tempel Costa.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE. Pedro Ferreira de. MEC – SEED – DITEC. Coordenador do

PROUCA. [email protected]

FERREIRA. Naura Syria Carapeto (organizadora). Políticas públicas e gestão

na educação: polêmicas, fundamentos e análises. Brasília: Líber Livro Editora,

2006.

FALAVGNA, Gladis. Inovações centradas na multimídia: repercussões no

processo ensino-aprendizagem. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.

MORAN, José Manuel. Gestão Educacional e Tecnologia. São Paulo:

Avercamp, 2003

Texto complementar ao meu livro A educação que desejamos: novos desafios

e como chegar lá. 4ª ed. Campinas: Papirus, 2009.

http://www.eca.usp.br/prof/moran/gestao.htm

Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa/Secretaria de Educação

Fundamental. Brasília: CDU. 1997.

SALVAT, B.G. El ordenador invisible: hacia la apropiación del ordenador en la

enseñanza.Barcelona:Editorial Gedisa, 2000.

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5. ANEXO

5.1. Descrição do anexo

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa realizada pelo grupo de

professores do Núcleo de Pesquisa responsável pela formação do Projeto

UCA.

.2. Descrição do anexo:

Entrevista a ser realizada com os professores participantes da formação do

PROUCA

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGSCurso Mídias na EducaçãoPólo São Leopoldo Orientadora: Cristiani de Oliveira DiasAluna: Vera Rodrigues de Oliveira

Entrevista com profissionais da educação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila São Jorge.

Tema: Implantação do PROUCA (Projeto que disponibiliza um computador por aluno) na escola.

1. Nome completo: ________________________________________________________________

2. Área em que atua: ________________________________________________________________

3. Há quanto tempo trabalha com educação? ________________________________________________________________

4. Em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos, quais dos fatores abaixo você acha que interferem de maneira negativa no trabalho do professor:a) ( ) A pouca participação dos pais na vida escolar dos filhos;b) ( ) A falta de estratégias eficientes promovidas pelo professor para efetivar a aprendizagem dos alunos;c) ( ) A carência de recursos didáticos capazes de enriquecerem a prática pedagógica.d) ( ) Outro opinião: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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5. A educação vem sendo desafiada a adaptar-se a uma nova realidade. A escola não é mais a mantenedora do conhecimento. Com o desenvolvimento tecnológico e avanço de novas mídias, como a Internet, o mundo ficou globalizado. Nesse contexto o professor é chamado a refletir sobre a adequação da sua prática à nova realidade. Acerca destas questões você:a) ( ) Pensa que a escola deva continuar desempenhando o papel que sempre cumpriu;b) ( ) Considera que a escola precisa pensar em projetos que considerem a nova realidade e utilizem mais as mídias na construção dos processos de ensino-aprendizagem.c) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Quando você ficou sabendo que sua escola participaria do UCA, você ficou:a) ( ) Agradavelmente surpreso;b) ( ) Admirado com esta nova possibilidade;c) ( ) Preocupado sobre a maneira através da qual este processo se desenvolveria.d) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. A sua escola está participando de um projeto que visa à inclusão digital e a inovação da prática pedagógica através do uso do computador e do acesso à Internet. Diante dessa nova situação, como participante desse processo, você:a) ( ) Acredita que a tecnologia da informação e comunicação possa colaborar com o trabalho do professor em sala de aula;b) ( ) Considera difícil adaptar o uso dessa tecnologia ao trabalho do professor;c) ( ) Pensa que esse projeto não vai interferir de fato nas atividades que já vem sendo realizadas.d) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Ainda sobre o projeto UCA, quando recebeu o laptop metassys classmate, você:a) ( ) Ficou empolgado, acreditando que suas aulas se tornarão mais interessantes e dinâmicas, utilizando o computador;b) ( ) Achou interessante, porém considera difícil adaptar o seu programa de aula ao uso constante do computador.c) ( ) Considerou o aparelho difícil de manusear pelo tamanho. Considera-o sem os recursos pedagógicos necessários ao desempenho das atividades que você planejaria ao utilizar o computador com os seus alunos;d) ( ) Outra opinião: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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9. Ao ser chamado a participar de um curso preparatório para a participação do projeto, em relação às suas expectativas sobre esse curso:a) ( ) Sentiu-se privilegiado por estar participando de um curso sobre informática dentro da sua escola;b) ( ) Aceitou a idéia com facilidade;c) ( ) Ficou desapontado por precisar vir à escola fora do seu horário de trabalho.d) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Ao se iniciarem as atividades do curso você:a) ( ) Ficou agradavelmente surpreso pela estrutura pedagógica montada para auxiliar o professor;b) ( ) Percebeu desorganização e falhas nos métodos utilizados para trazer esclarecimentos sobre o projeto;c) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Em relação ao que você aprendeu até agora no curso, você pensa que esses conhecimentos:a) ( ) Serão úteis no momento de utilizar o laptop na sala de aula;b) ( ) Ajudaram com informações novas sobre recursos que você já utilizava;c) ( ) Não acrescentaram nenhuma novidade ao conhecimento que você já tinha.d) ( ) Outra opinião: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Page 26: Monografia Vera

Imagens

Ilustração 3

Ilustração 4: Negroponte e o educador Seymour Papert apresentam, em

Brasília, a ideia do laptop educacional ao presidente Lula, que decide criar um

grupo de trabalho para avaliar a solução. Fonte:

Formação de Professores do PROUCA na EMEF Vila São Jorge

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Page 27: Monografia Vera

Professores recebendo o laptop da diretora Carla – I encontro entre o grupo de

professores e formadores.

Contatos iniciais com a ferramenta – I encontro

Segundo dia de formação – Informações sobre o Linux; uso da câmera; Color

pent, inserir Kal word.

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Page 28: Monografia Vera

Segundo encontro – fotos com colegas e utilização dos recursos do editor

gráfico.

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Page 29: Monografia Vera

Terceiro encontro – Exploração do PBWork: produção de texto , configuração

de fonte; configuração de parágrafo, utilização de imagens no texto.

Terceiro encontro.

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Page 30: Monografia Vera

Quarto encontro – familiarização com o ambiente e-proinfo, postagem de

atividades; acesso às atividades dos colegas.

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