MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GERÊNCIA FINANCEIRA MARIO SÉRGIO BORTOLATTO ANALISE DA VIABILIDADE ECONOMICA NA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO URBANO DO MUNICIPIO DE MORRO DA FUMAÇA CRICIUMA, JUNHO DE 2012

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GERÊNCIA FINANCEIRA

MARIO SÉRGIO BORTOLATTO

ANALISE DA VIABILIDADE ECONOMICA NA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA

DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO URBANO DO

MUNICIPIO DE MORRO DA FUMAÇA

CRICIUMA, JUNHO DE 2012

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MARIO SÉRGIO BORTOLATTO

ANALISE DA VIABILIDADE ECONOMICA NA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA

DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO URBANO DO

MUNICIPIO DE MORRO DA FUMAÇA

Monografia apresentada ao Setor de Pós-graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC, para a obtenção do título de especialista em Gerência Financeira da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Orientador: Prof. (ª) Joelcy José Sá Lanzarini

CRICIUMA, JUNHO DE 2012

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Agradeço aos meus pais que possibilitaram

a mim a oportunidade de estudar.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma me proporcionaram

atingir alguns dos meus objetivos. Agradeço as instituições que fizeram parte da

construção de uma parcela do conhecimento adquirido ao longo dos anos.

.

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“Em economia, é fácil explicar o passado. Mais

fácil ainda é predizer o futuro. Difícil é entender

o presente” Joelmir Beting

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RESUMO

As atividades da vida urbana contribuem para acelerar o crescimento na quantidade de resíduo gerado por cada individuo. As facilidades na aquisição de bens de consumo aceleram a cada dia, proporcionando o crescimento no descarte na mesma proporção. Alternativas de alocação e a fiscalização para com a gestão dos resíduos estão se estreitando a cada dia. Tratar e dar um destino adequado já se tornou uma obrigação dos gestores públicos municipais, seja qual for à quantidade. Portanto a proposta deste trabalho foi verificar se é viável economicamente para o poder publico municipal buscar a alternativa da implantação de uma estrutura física de triagem e compostagem do resíduo gerado pela população urbana do município. Foram identificados a composição do resíduo gerado pela população, seus valores de mercado, custos de construção de uma estrutura física e verificação da viabilidade ou não da implantação. A identificação dos resíduos somente levou em conta apenas os resíduos que chegam ao aterro sanitário ao qual o município faz parte. Destacam-se, nos resultados a grande quantidade de composto orgânico na totalidade do resíduo recolhido (47,20%), plásticos (13%), papel e papelão (11%) e o vidro (8%). Palavras-chave: Resíduo, gestão, viabilidade.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Localização do Cirsures ............................................................................ 12

Figura 2 – Localização da região Sul Catarinense .................................................... 13

Figura 3 - Destinos e formas de tratamento dos resíduos sólidos no Brasil. ............. 23

Figura 4 - Destinos e formas de tratamento dos resíduos sólidos em Santa Catarina.

.................................................................................................................................. 24

Figura 5 - Preparação da cama com manta geotêxtil para assentamento do resíduo.

.................................................................................................................................. 31

Figura 6 - Cobertura do RSU..................................................................................... 32

Figura 7 – Cobertura do RSU .................................................................................... 33

Figura 8 - Transporte do RSU ................................................................................... 33

Figura 9 - Piscina de captação do chorume. ............................................................. 34

Figura 10 - Lagoa Aerada. ........................................................................................ 35

Figura 11 - Monitoramento do lençol freático ............................................................ 35

Figura 12 - Municípios com coleta seletiva no Brasil ................................................. 39

Figura 13 - População brasileira atendida ela coleta seletiva. .................................. 40

Figura 14 - População atendida pela coleta seletiva ................................................. 40

Figura 15 - Média da composição gravimétrica da coleta seletiva ............................ 41

Figura 16 - A caracterização do RSU gerado. ........................................................... 43

Figura 17 - Custos Fixos Mensais da Coleta, Transporte e Depósito do RSU .......... 44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Itens e os respectivos valores de construção ou aquisição ...................... 45

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de resíduos sólidos quanto à origem e responsabilidades de

destino e tratamento. ................................................................................................. 19

Quadro 2 - Tempo de Decomposição dos Resíduos Sólidos. ................................... 29

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LISTA DE SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10

1.2 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................ 11

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 14

2.1 Políticas de gestão dos resíduos sólidos............................................................. 16

2.2 Resíduos sólidos urbanos ................................................................................... 18

2.2.1 Classificação dos Resíduos Sólidos Segundo a Origem .................................. 19

2.2.1.1 Resíduos Domiciliares ................................................................................... 19

2.2.1.2 Resíduos Comerciais .................................................................................... 20

2.2.1.3 Resíduos Industriais ...................................................................................... 20

2.2.1.4 Resíduos Públicos ......................................................................................... 21

2.2.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde ................................................................... 21

2.2.1.6 Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoferroviários ..................... 21

2.2.1.7 Resíduos Agrícolas ....................................................................................... 22

2.2.2 Caracterização dos Resíduos Sólidos Segundo Grau de Risco ....................... 22

2.2.2.1 Classe I ......................................................................................................... 22

2.2.2.2 Classe II ........................................................................................................ 22

2.2.2.3 Classe III ....................................................................................................... 23

2.2.3 Destino dos Resíduos Sólidos .......................................................................... 23

2.2.3.1 Lixão .............................................................................................................. 24

2.2.3.2 Aterro Controlado .......................................................................................... 25

2.2.3.3 Aterro Sanitário ............................................................................................. 25

2.2.3.4 Incineração .................................................................................................... 26

2.2.4 Problemática dos Resíduos Sólidos ................................................................. 26

2.2.4.1 Problemas Sanitários .................................................................................... 27

2.2.4.2 Problemas Ambientais ................................................................................... 27

2.3 Estratégias de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos ........................................ 28

2.3.1 Redução ........................................................................................................... 28

2.3.2 Reutilização ...................................................................................................... 28

2.3.3 Tratamento dos Resíduos ................................................................................ 29

2.3.4 Reciclagem ....................................................................................................... 29

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2.4 Histórico da gestão do resíduo sólido urbano do município de Morro da Fumaça

.................................................................................................................................. 30

2.5 Formação do CIRSURES ................................................................................... 36

2.6 Panorama da Reciclagem no Brasil .................................................................... 38

2.6.1 Por que reciclar ................................................................................................ 41

2.6.2 Panorama da reciclagem do município de Morro da Fumaça .......................... 42

3 Caracterização da composição dos RSU do município de morro da fumaça ......... 43

3.1 Custo para coleta e deposito de resíduo sólido urbano ...................................... 44

3.2 Estimativa do custo da construção e aquisição de equipamentos para

implantação de uma usina de triagem e compostagem de resíduo sólido urbano no

município de morro da fumaça .................................................................................. 45

3.3 Analise da viabilidade econômica da implantação da usina ................................ 46

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 47

REFERENCIAS BIBILOGÁFICAS ............................................................................. 48

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1 INTRODUÇÃO

A destinação do resíduo sólido domiciliar é uma preocupação de todos os

municípios brasileiros, acha visto que o poder legislativo usando da autoridade a ele

dado pela república federativa do Brasil já estabeleceu metas a serem atingidas

pelos poderes municipais. Mediante aprovação da lei que trata da destinação do lixo

como normalmente é intitulado aos governantes, devem tomar medidas para

adequação a lei. Essa situação é agravada pelo desconhecimento por parte dos

governantes para com os benefícios para o meio ambiente e para a economia do

município com outras formas de lidar com o resíduo gerado no meio urbano.

Existem outros fatores que os governantes deveriam tomar conhecimento

e não o fazem como, por exemplo, a contaminação do lençol freático, poluição da

atmosfera com a decomposição dos resíduos, proliferação de doenças relacionadas

com o lixo.

A análise que se faz é sobre a viabilidade econômica da implantação de

uma Usina de Triagem e Compostagem de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos, para

processamento da coleta dos resíduos gerados pelas famílias do município de morro

da Fumaça, mais não sendo uma medida milagrosa e sim uma atitude que o poder

público deverá encarrar de maneira a se adequar a nova legislação, que entrará em

vigor, e a falta de espaços para a continuidade de alocação em aterros sanitários.

1.1 OBJETIVOS

O crescimento da população urbana juntamente com a migração de

pessoas do campo para cidade, os novos hábitos alimentares ocasionaram o

aumento significativo da geração de resíduos. A falta de estudos específicos,

juntamente com uma legislação falha, deixou um legado onde a coleta e destinação

foram, durante décadas, administrados de forma incorreta ocasionando prejuízos

irreversíveis a natureza.

Nossos hábitos de vida vêm mudando a cada dia, contribuindo de

maneira decisiva para o aumento da geração de lixo, principalmente nos grandes

centros urbanos.

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Com a crescente aglomeração de indivíduos nos centro urbanos o poder

público busca gerenciar a coleta e alocação de todo o lixo produzido pela atividade

humana. Os depósitos de lixo são utilizados em larga escala para alocação deste

resíduo gerado, sem que haja nenhum cuidado com os prejuízos que vieram a ser

produzidos pela má gestão do mesmo.

Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo esse é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto e os aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado. Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município. É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos. A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem, diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica. O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume, esse possui coloração escura com cheiro desagradável, a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aqüífero, lençol freático), além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos, deslizamentos de encostas, assoreamento de mananciais, enchentes e estrago na paisagem. Os lixões retratam além dos problemas ambientais os sociais, a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros), às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana. (FREITAS, 2012).

Neste sentido a proposta desta pesquisa é buscar uma alternativa para

destinação do lixo gerado pelo município de Morro da Fumaça a fim de solucionar os

inúmeros problemas deste resíduo gerado pela atividade humana. Entretanto, para

que nosso objetivo seja alcançado devemos aqui também buscar dados referentes à

quantidade, composição, custos relacionados ao atual modelo de coleta e

destinação do mesmo. Contamos ainda com a proposta de examinar a viabilidade

econômica da mudança na gestão do resíduo gerado para um modelo que, com o

emprego dos materiais recicláveis e o composto orgânico, aproveite o potencial de

geração de riqueza, sendo que, todo o estudo deverá vir de encontro à nova

legislação sobre o tema.

1.2 ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo é o município de Morro da Fumaça que conta

atualmente segundo IGBE 2010 com 16.126 mil habitantes com área de 82.935 km²,

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sendo que total de habitantes 75% é atendido pela coleta de lixo que tem como

gestor o poder publico municipal. Segundo o livro Morro da Fumaça 100 Anos de

História os primeiros colonizadores onde hoje é o município foram os imigrantes

bielo-russos que chegaram aqui a partir de 1889, estabelecendo um novo olhar para

a história do município, onde habitualmente se relata da imigração italiana como a

colonizadora do território.

Figura 1 - Localização do Cirsures

Fonte: Cirsures, 2011.

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Figura 2 – Localização da região Sul Catarinense

Fonte: IBGE

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme dados sobre os resíduos no Brasil são produzidas diariamente

em torno de 250 mil toneladas de lixo, ou seja, mais de 1 quilo de lixo por habitante.

A cidade de São Paulo é a que mais produz lixo, com cerca de 19 mil toneladas por

dia. O lixo gerado é composto das seguintes itens: lixo orgânico (52%), papel e

papelão (26%), plástico (3%), metais como ferro, alumínio, aço, entre outros (2%),

vidro (2%), outros (15%). O destino do lixo no Brasil é alocado da seguinte forma:

aterros sanitários (53%), aterros controlados (23%), lixões (20%), compostagem e

reciclagem (2%), outros destinos (2%). A forma mais habitual de depósito, o aterro

sanitário, é uma espécie de depósito onde todos os resíduos provenientes de

residências, indústrias, construções, entre outros, são depositados e que contam

com um sistema de acompanhamento para que o meio ambiente não fora agredido

de uma maneira descontrolada e venha a comprometer alguns recursos naturais

importantes a vida humana.

Estudo inédito realizado pelo Centro de Tecnologia de Embalagem

(CETEA/ ITAL), com apoio do Compromisso Empresarial para Reciclagem

(CEMPRE), mostra que as diferentes ações previstas na atual legislação tem

potencial de reduzir significativamente os gases do efeito estufa, gerado pela

alocação do lixo urbano no Brasil, contribuindo para o esforço internacional em favor

do equilíbrio climático do planeta. Os dados revelam a importância da educação, do

consumo com menor descarte de resíduos, da reciclagem, da diminuição de

desperdícios e do fim dos lixões. Reforçam o papel da responsabilidade

compartilhada entre governo, empresas e população. Além disso, apresentam

caminhos para o diálogo e a tomada de decisões, quando o mundo busca um novo

acordo entre os países, capaz de mitigar as causas associadas às mudanças no

clima.

Dispor os restos de alimentos, podas de árvores e outros rejeitos

orgânicos em lixões ou aterros sem mecanismos adequados de controle, é a

principal causa do efeito estufa relacionada ao lixo urbano. A degradação dos

resíduos sólidos por microorganismos no ambiente produz gases como o dióxido de

carbono (CO²) e o metano (CH4), que constitui um dos maiores problemas na gestão

de aterros sanitários – tanto ao longo da vida útil, como depois no fechamento e

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revitalização das áreas ocupadas, devido ao risco de explosões e incêndios. As

emissões de metano também tem um grande potencial de aquecimento global, pois

1g desse poluente equivale a 25g de dióxido de carbono, segundo o Painel

Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O estudo desenvolvido pelo

CETEA e CEMPRE teve como objetivo, dimensionar e compreender o processo de

biodegradação dos diferentes detritos orgânicos e o consequente impacto nas

mudanças climáticas, tendo em vista a implementação da Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS) e o potencial de contribuição para melhorar o cenário da

gestão do resíduo urbano no país – do consumo consciente para reduzir

desperdícios, à construção de aterros com captura do metano e recuperação

energética de gases.

A reciclagem no Brasil ainda é muito incipiente como podemos constatar

nos dados auferidos anteriormente. Reciclagem nada mais é do que o

reaproveitamento de tudo aquilo que pode retornar ao ciclo de produção, não

necessariamente sendo transformado no mesmo produto final. Como exemplo a

utilização do plástico de sacolas para fabricação de roupas, equipamentos do nosso

cotidiano e em uma infinidade de outros produtos que não são sacolas plásticas.

Alguns dos insumos que são utilizados para fabricação de uma infinidade

de produtos como embalagens e outros produtos são finitos, portanto a reciclagem é

uma forma rentável para que possamos a continuar a dispor destes produtos. A

grande quantidade de resíduos que podem ser reciclados é outro fator importante já

que da totalidade dos produtos gerados pela atividade humana podem ser alocados

novamente no meio produtivo, diminuindo assim a extração de recursos naturais

para fabricação dos mesmos.

A compostagem é um processo de transformação de matéria orgânica

encontrada no lixo, em adubo orgânico. Todos os restos de alimentos como cascas,

restos de alimentos podem ser uma fonte de nutrição para ser utilizada pela

agricultura para melhorar o solo e assim aumentar a produção de suas culturas.

No referente estudo consideramos como lixo ou resíduo sólido urbano

todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou gerado pela

natureza em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquilo que

ninguém quer, que é descartado.

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2.1 POLÍTICAS DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A coleta, o transporte e destino final dos resíduos sólidos são atividades

tipicamente municipais constituindo um ramo importante do saneamento ambiental,

do qual é tratado de forma integrada e faz parte de um plano diretor municipal de

saneamento e meio ambiente.

Segundo a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que reúne a gestão da

política nacional de resíduos sólidos em todos os níveis governamentais e privados,

deverão possuir um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos. No intuito de ser

uma alternativa em concordância com a lei federal para o destino do resíduo sólido

domiciliar das cidades, é proposto o estudo para a implantação de uma usina de

triagem e compostagem para separação e processamento do resíduo sólido

domiciliar do município, frente ao atual modelo de destinação.

As disposições gerais da política nacional de resíduos sólidos capitulo I art. 4º “A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.

De acordo com a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 Capitulo II art. 3º

as definições:

I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto; II - área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos; III - área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis; IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final; V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição; VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos; VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição

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final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo; X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei; XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável; XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada; XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das gerações futuras; XIV - reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa; XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada; XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível; XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei; XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;

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XIX - serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007.

Em âmbito estadual, a Lei Estadual nº 13.557, de 17 de novembro de

2005 dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, definindo diretrizes e

normas de prevenção da poluição, proteção e recuperação da qualidade do meio

ambiente e da saúde pública, assegurando o uso adequado dos recursos ambientais

no Estado de Santa Catarina e a Lei Estadual n° 11.347, de 17 de janeiro de 2000

dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos

potencialmente perigosos, quais sejam, pilhas, baterias e lâmpadas fluorescente, de

valor de mercúrio, de vapor de sódio e de luz mista, e adota outras providências.

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tem produzido

multiplicidade de propostas e, dentre estas, está o reaproveitamento, pois, como já

destacava Lavoisier: “[...] nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Em tese,

não há nada do lixo que não possa ser transformado novamente em algo útil à

humanidade, inclusive os materiais orgânicos, que podem ser reciclados como

adubos ou como fonte de energia (MAGERA, 2003).

Atualmente, tanto nos grandes centros urbanos como também nas

pequenas cidades, os problemas de manejo e disposição de resíduos têm alcançado

grandes proporções, principalmente quanto à escassez de locais que atendam os

critérios técnicos e legais necessários para a implantação e o desenvolvimento de

aterros.

Machado (1989) apud Dagostim (1999), comenta que desde o

aparecimento do homem a geração de resíduos e seus problemas associados

sempre acompanharam as sociedades humanas, e em alguns momentos, os

desdobramentos desta união se apresentaram de forma trágica, como é o caso da

peste bubônica desencadeada no século XIV.

Os resíduos sólidos, ou lixo, como é popularmente conhecido, são

descritos pela NBR 10.004 como materiais resultantes de atividades da comunidade,

de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição, consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis,

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apresentando-se normalmente sob estado sólido, semi-sólido ou semi-líquido

(ABNT, 2004).

Para Carvalho (1997), resíduos sólidos são definidos como o material

resultante das diversas atividades humanas, considerados como imprestáveis ou

irrecuperáveis pelo usuário, sejam papel, papelão, vidro, restos de alimentos,

embalagens plásticas, entre outros.

2.2.1 Classificação dos Resíduos Sólidos Segundo a Origem

As inúmeras atividades produtivas permitem caracterizar os vários tipos

de resíduos. Quanto à origem, segundo D´Almeida et. al. (2000), os resíduos sólidos

podem ser classificados em domiciliares, comerciais, industriais, públicos,

hospitalares e de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários.

De acordo com sua origem, o destino final e o tratamento dos resíduos

sólidos apresentam diferentes responsáveis.

Quadro 1 - Tipos de resíduos sólidos quanto à origem e responsabilidades de destino e tratamento.

Tipo de resíduo Responsável pelo gerenciamento até

destinação final Domiciliar Comercial Público Hospitalar Especial Industrial Agrícola

Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal* Prefeitura Municipal* Gerador Gerador Gerador Gerador

* A Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 Kg), e de acordo com legislação municipal específica. Quantidades superiores são de responsabilidade do gerador.

Fonte: D´ALMEIDA et. al., 2000. p 30.

2.2.1.1 Resíduos Domiciliares

Os resíduos domiciliares ou residenciais são aqueles gerados nas

atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações

residenciais.

Os resíduos domiciliares são compostos por restos de alimentos, jornais,

revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis, embalagens de papelão, de vidro, de

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plástico, de metais, pano, madeira, osso, materiais inertes (poeira, terra, entre

outros) ou ainda uma infinidade de itens domésticos gerados pelas atividades do

cotidiano das moradias (SISINNO, 2000).

Os resíduos domiciliares têm como característica o alto percentual de

umidade, alto poder calorífico e abundância em matéria orgânica, oferecendo boas

condições para a proliferação de microorganismos.

A introdução de novos produtos na vida moderna, tais como pilhas e

baterias, tintas, pesticidas e inseticidas, produtos de limpeza, medicamentos,

cosméticos entre outros têm representado uma ameaça à integridade do ambiente e

da saúde humana, pois são resíduos de uso corrente.

2.2.1.2 Resíduos Comerciais

Os resíduos comerciais são aqueles originados nos diversos

estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade

desenvolvida, tais como: supermercados, restaurantes, bancos, lojas, escolas,

hotéis, açougues, bares, padarias, e outros estabelecimentos prestadores de

serviços. Segundo Grippi (2001), este resíduo é composto por restos de comida,

plásticos, vidros, papel, embalagens diversas e resíduos de higiene dos funcionários,

como papel toalha e papel higiênico, oferecendo boas condições para a proliferação

de microorganismos.

2.2.1.3 Resíduos Industriais

Os resíduos industriais são originados das atividades dos diversos ramos

da indústria, tais como: papeleira, química, petroquímica, alimentícia, metalúrgica,

cerâmica e outros. Segundo Sisinno (2000), sua composição é extremamente

variada, podendo ser formado por restos de tintas, óleos, metais, cinzas, lodos,

plásticos, papéis, borrachas e escórias, e podem ou não apresentar periculosidade,

dependendo de suas características.

Em geral, os resíduos industriais são considerados tóxicos ou perigosos,

devendo receber tratamentos especiais em termos de disposição.

Page 23: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

21

As formas mais tradicionais de tratamento de resíduos industriais,

segundo Sisinno (2000) são a incineração e a disposição em aterros industriais.

2.2.1.4 Resíduos Públicos

Os resíduos públicos são os materiais originados da limpeza pública

urbana, incluindo os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias,

galerias, córregos e de terrenos, de limpeza de áreas de feiras livres, podas de

árvores, além de restos de construção civil e de recapeamento de asfalto, areia,

madeira e metais (GRIPPI, 2001).

2.2.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde

Os resíduos hospitalares, constituídos por resíduos sépticos produzidos

em hospitais, postos de saúde, clínicas veterinárias, clínicas particulares, farmácias,

laboratórios, institutos de medicina legal, são regidos pela NBR 12.808 (ABNT,

1993).

Os resíduos de serviços de saúde incluem, segundo a ABNT (1993), os

resíduos infectantes, como seringas, agulhas, gazes, bandagens, algodão, órgãos e

tecidos removidos em cirurgias, meios de cultura, sangue e hemoderivados, luvas

descartáveis, remédios com prazo de validade vencido, animais contaminados,

filmes fotográficos de raios-X e outros.

Os resíduos dos serviços de saúde por conter materiais que representam

riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, são considerados perigosos, e

devem ser incinerados ou depositados em valas sépticas (Moura, 2002).

2.2.1.6 Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoferroviários

Os resíduos originados nos portos, aeroportos e terminais rodoferroviários

são compostos por resíduos sépticos por conter ou por poder conter germes

patogênicos oriundos de um quadro de endemia de um outro lugar, cidade, estado

ou país (D´ALMEIDA et. al., 2000).

Page 24: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

22

2.2.1.7 Resíduos Agrícolas

De acordo com Grippi (2001), os resíduos sólidos das atividades agrícolas

são compostos por embalagens de adubos, fertilizantes, agrotóxicos, defensivos

agrícolas e restos de colheita. As embalagens de agroquímicos diversos, em geral

tóxicos, possuem legislações específicas, quanto aos cuidados na sua destinação

final.

2.2.2 Caracterização dos Resíduos Sólidos Segundo Grau de Risco

A NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos quanto a sua periculosidade

ao meio ambiente e à saúde pública segundo as propriedades físicas, químicas ou

infecto-contagiosas (ABNT, 2004). Essa norma distingue três classes de resíduos:

Classe I (resíduos perigosos), Classe II (resíduos não-inertes) e Classe III (inertes).

2.2.2.1 Classe I

Os resíduos denominados Classe I ou perigosos são aqueles que em

função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública,

provocando ou contribuindo para o aumento da mortalidade ou morbidade,

apresentando efeitos nocivos ao meio ambiente, se manuseados ou dispostos de

forma inadequada.

Para Valle (1995), a periculosidade dos resíduos é definida por algumas

propriedades que podem ser resumidas em cinco características: inflamabilidade,

corrosividade; reatividade, toxicidade e patogenicidade.

2.2.2.2 Classe II

Os resíduos são classificados como Classe II ou não-inertes quando não

apresentarem as características dos resíduos Classe I nem da Classe III. Em geral,

os resíduos Classe II apresentam propriedades como combustibilidade,

Page 25: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

23

52,72

16,4312,78

7,542,85

7,68

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Lixão Aterro

Controlado

Aterro

Sanitário

Usinas de

Compostagem

e Reciclagem

Incineração Outros

biodegradabilidade ou solubilidade em água, com possibilidade de acarretar riscos à

saúde ou ao meio ambiente.

2.2.2.3 Classe III

Os resíduos Classe III ou inertes, são os resíduos que não oferecem

riscos à saúde e ao meio ambiente, e que amostrados de forma representativa,

segundo a NBR 10.007, quando em contato com água destilada ou deionizada, à

temperatura ambiente, conforme teste de solubilização apresentado pela NBR

10.006, não alteram sua composição, excetuando-se os padrões de cor, turbidez e

sabor.

2.2.3 Destino dos Resíduos Sólidos

O tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos são realizados

através de lixões, aterros controlados, aterros sanitários, incineradores e usinas de

compostagem e reciclagem.

Dados do IBGE (2000) indicam que 52,72% dos resíduos produzidos no

Brasil são dispostos a céu aberto, 16,43% em aterros controlados, 12,78% em

aterros sanitários, 7,54% são enviados para usinas de compostagem e reciclagem,

2,85% são destinados à incineração e 7,68 recebem outras formas de destino final.

Figura 3 - Destinos e formas de tratamento dos resíduos sólidos no Brasil.

Fonte: IBGE, 2000.

Page 26: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

24

35,28

23,05

18,97

12,59

5,14 4,96

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

Lixão Aterro

Controlado

Aterro

Sanitário

Usinas de

Compostagem

e Reciclagem

Incineração Outros

Em Santa Catarina, segundo os dados do IBGE (2000), 35,28% dos

resíduos produzidos são destinados aos lixões, 23,05% são destinados aos aterros

controlados, 18,97 são destinados a aterros sanitários, 12,59% são levados para

usinas de compostagem e reciclagem, 5,14% são incinerados e outros 4,96%

recebem outras formas de destino final.

Figura 4 - Destinos e formas de tratamento dos resíduos sólidos em Santa Catarina.

Fonte: IBGE, 2000.

Em relação ao destino dos resíduos sólidos, o problema é que as cidades

dificilmente possuem local apropriado, que atenda todos os requisitos da legislação

para obter o licenciamento ambiental. As causas geralmente são a falta de espaço

físico, ou a área que possuem não pode ser utilizada por razões de ordem

ambiental. Também não se pode deixar de levar em consideração que a

proximidade de núcleos habitacionais também impede a implantação de um aterro.

2.2.3.1 Lixão

Conforme D’Almeida et. al. (1995), o lixão é uma forma inadequada de

disposição final dos resíduos sólidos, caracterizando-se pela simples descarga sobre

o solo, sem medidas de proteção do meio ambiente ou da saúde pública. Os

problemas relacionados à saúde pública envolvem a proliferação de vetores de

doenças, tais como moscas, mosquitos, baratas, ratos, aves, além da geração de

Page 27: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

25

mau odor e, principalmente, a poluição dos solos e das águas superficiais e

subterrâneas pelo chorume.

Líquido de cor escura que apresenta odores desagradáveis, resultantes da decomposição da matéria orgânica contida no lixo. Esse líquido possui alto potencial poluidor e, geralmente, contamina os recursos hídricos superficiais e subterrâneos (FERNANDES, 2001. p. 14).

Para D’Almeida et. al. (1995), nos lixões não ocorre qualquer tipo de

controle sobre os resíduos dispostos, que são, em geral, lançados juntamente com

os resíduos domiciliares, resíduos de saúde e industriais. Além dos problemas

ambientais, pode possuir o agravante social pela presença de catadores que vivem

num ambiente insalubre e perigoso com disputa pelas sobras recuperáveis, o que

pode estimular a violência e a criminalidade.

2.2.3.2 Aterro Controlado

Em um aterro controlado se utiliza princípios de engenharia para confinar

resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de

cada jornada de trabalho.

Os aterros controlados diminuem os problemas de poluição, porém, não

os elimina porque não dispõe de impermeabilização de base, nem de estação de

tratamento de chorume e sistema de dispersão de gases (FERNANDES, 2001).

Atualmente, este tipo de disposição tem sido muito utilizado devido ao

baixo custo de implantação se comparado aos custos de um aterro sanitário.

2.2.3.3 Aterro Sanitário

Em um aterro sanitário o processo utilizado para a disposição de resíduos

sólidos é embasado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas,

que permitem a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental e

proteção à saúde pública. Esta forma de disposição final de resíduos sólidos

urbanos no solo é realizada, através de confinamento em camadas cobertas com

material inerte, geralmente em solo argiloso e mantas de material geotêxtil, seguindo

normas operacionais específicas, para evitar danos ou riscos à saúde pública e à

segurança, diminuindo os impactos ao meio ambiente. (D’ALMEIDA et. al., 1995).

Page 28: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

26

Em um aterro sanitário se tem a mais adequada forma de disposição de

resíduos no solo. Porém, apresenta os maiores custos de implantação, uma vez que

são aplicadas técnicas de impermeabilização e contenção de líquidos percolados

para impedir o contato direto dos mesmos com o solo e os mananciais hídricos

superficiais e subterrâneos. Estes líquidos percolados, conhecidos como chorume,

são também submetidos a tratamento, geralmente em uma lagoa de estabilização,

antes da sua introdução no sistema de drenagem superficial.

Do ponto de vista econômico, abrir um novo aterro se tornou quase

impossível, em parte, porque os custos de operação se elevam em função do maior

rigor nas obrigações legais e administrativas de resíduos.

A mudança de lixões para aterros sanitários é pequeno, entretanto, a

necessidade de implantação tem propiciado o aparecimento de grandes aterros

regionais, onde a economia garante melhores condições de instalação e operação

(SISINNO, 2000).

2.2.3.4 Incineração

De acordo com Valle (1995), uma outra possibilidade para a disposição de

resíduos é a incineração dos materiais. Diversos sistemas de incineração também

utilizam os resíduos para gerar energia.

Cairncross (1992) citou como uma grande desvantagem da incineração é

que os vizinhos dos incineradores são incomodados pela fumaça e a geração de

cinza tóxica ao final do processo.

2.2.4 Problemática dos Resíduos Sólidos

O problema do resíduo sólido é muito complexo. O seu constante

aumento em quantidade e variedade vem contribuindo para o agravamento de

problemas de poluição ambiental - água, ar, solo e visual, atenta também sobre a

estrutura epidemiológica da comunidade, bem como seus problemas sociais e

econômicos.

Page 29: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

27

2.2.4.1 Problemas Sanitários

A decomposição dos resíduos orgânicos gera odores desagradáveis,

além de ser um ambiente propício à proliferação de micro e macrovetores de

doenças. Quando a matéria orgânica dos lixões e aterros controlados e sanitários se

decompõe, também libera o gás metano, que pode formar bolsões de ar, com alto

risco de explosão.

Quando os resíduos são queimados, também há o risco de explosão

devido aos compostos inflamáveis que podem estar contidos. Aliados a esta

problemática há a presença de fogo e fumaça que podem prejudicar a visibilidade e

proporcionar desconforto aos moradores da circunvizinhança.

2.2.4.2 Problemas Ambientais

Todos os métodos de disposição de resíduos podem causar algum

impacto ambiental, tais como: poluição do solo, poluição da água superficial e

subterrânea, poluição do ar e poluição visual.

A poluição do solo ocorre pela presença de contaminantes presentes nos

materiais que compõem os resíduos sólidos, que poderão ser acumulados pelos

vegetais ou animais que possivelmente venham se alimentar destes materiais.

A poluição da água superficial e/ou subterrânea ocorre pela lixiviação das

substâncias oriundas dos depósitos de resíduos (chorume), liberando poluentes

perigosos que podem alcançar grandes proporções.

Quando os resíduos sólidos são queimados, os gases liberados podem conter dioxinas além de outros poluentes atmosféricos perigosos (CORSON, 1996).

Além desses impactos ambientais, a má disposição de resíduos causa

impacto visual decorrente da alteração da paisagem local, afetando o bem-estar das

populações vizinhas, uma vez que este quadro pode provocar sensações de medo,

nojo e asco (SISINNO et. al., 2000).

Page 30: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

28

2.3 Estratégias de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Na estratégia de minimização de resíduos, três atividades são

destacadas: a redução, a reutilização e o tratamento dos resíduos.

2.3.1 Redução

A redução de resíduos envolve estratégias para minimizar sua geração,

ou sua toxicidade, visando somente dispor no ambiente aqueles resíduos inevitáveis

e mesmo assim, com sua carga poluente reduzida.

Reduzir os resíduos na fonte geradora quer dizer pensar nos resíduos antes mesmo de eles serem gerados, através do combate ao desperdício. Essas medidas possuem uma abordagem preventiva, orientada para reduzir o volume e o impacto causado pelos resíduos, possibilitando que as indústrias incorporem maior produtividade e competitividade. Para MOURA (2002), a menor geração de resíduos proporciona economia de despesas com transporte e armazenamento e com segurança, proteção e saúde dos empregados. A alteração de tecnologia, substituindo seus equipamentos produtivos pelas chamadas tecnologias limpas; a substituição de matérias-primas por outras menos tóxicas ou menos poluentes; a automação das atividades; o treinamento e capacitação de funcionários são exemplos de estratégias de redução de resíduos (ALEJANDRO, 2002). Nos países desenvolvidos, para a minimização na geração de resíduos nos processos industriais têm-se utilizado a mudança de matérias-primas e o desenvolvimento de tecnologias mais limpas (SISINNO et. al., 2000). Segundo CORSON (1996), mercadorias duráveis, mais resistentes, podem contribuir significativamente para a redução dos resíduos. Limitar a produção do que pode se tornar resíduo e educar o usuário a não desperdiçar materiais desnecessariamente, também são eficientes métodos para a redução de resíduos.

2.3.2 Reutilização

Após a redução dos resíduos gerados, surge como melhor opção, a

reutilização dos produtos e seus componentes.

A reutilização consiste no uso de certos produtos após seu uso original, o

que contribui para a redução dos resíduos gerados. Um exemplo são as embalagens

de comestíveis, que após serem esvaziadas podem servir de recipientes para outros

fins.

A produção exagerada de resíduos e a disposição final sem critérios representam um desperdício de materiais e de energia.

Page 31: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

29

Em condições adequadas, os materiais podem ser reutilizados, diminuindo assim o consumo dos recursos naturais, a necessidade de tratar, armazenar e eliminar dejetos e os riscos para a saúde e para o meio ambiente. (BARROS et. al., 1995).

2.3.3 Tratamento dos Resíduos

Várias são as alternativas para a eliminação dos resíduos: queimar,

enterrar ou reciclar.

Segundo Cairncross (1992), até hoje, queimar e enterrar foram as

soluções mais populares, mas estão se tornando mais difíceis e caras. Tratar faz

mais sentido enquanto alternativa a outras formas de eliminação de resíduos,

principalmente no que se refere ao tempo de decomposição dos materiais.

Quadro 2 - Tempo de Decomposição dos Resíduos Sólidos.

Materiais Tempo Estimado para Decompor Jornais 2 a 6 semanas

Embalagens de papel 1 a 4 meses Casca de frutas 3 meses

Guardanapos de papel 3 meses Pontas de cigarro 2 anos

Chicletes 5 anos Náilon 30 a 40 anos

Sacos e copos plásticos 200 a 450 anos Latas de alumínio 100 a 500 anos

Tampas de garrafas 100 a 500 anos Pilhas e baterias 100 a 500 anos

Garrafas e Frascos de vidro ou plástico Indeterminado Fonte: IBGE.

Os materiais inorgânicos que compõem os resíduos sólidos podem ser

reaproveitados através da reciclagem, enquanto que os resíduos orgânicos podem

ser transformados em fertilizantes pelo processo de compostagem.

2.3.4 Reciclagem

O termo reciclar é aplicado ao processo de recuperação e transformação

em novos produtos de materiais, tais como: papel, metais, vidros e plásticos. A

Page 32: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

30

reciclagem é parte de uma política ambiental de gerenciamento de resíduos sólidos,

cujos ganhos maiores advirão da redução dos impactos ambientais e melhoria das

condições de saúde pública.

Os benefícios da reciclagem são facilmente identificáveis pela população em geral, daí sua força como elemento didático e de propaganda. É fácil compreender por que a reciclagem de um determinado material reduz a utilização de matéria-prima nova, o consumo de energia e a quantidade de resíduos a serem dispostos no ambiente. (SISINNO, 2000).

Segundo CEMPRE (1997), as principais vantagens da implantação de um

programa de reciclagem de resíduos são:

1. A diminuição da quantidade de resíduos a ser desnecessariamente aterrado;

2. A conscientização da comunidade sobre a preservação dos recursos naturais;

3. A redução do consumo de energia;

4. A redução dos custos de produção, por causa do aproveitamento de

recicláveis;

5. A intensificação da economia local, devido à geração de empregos.

A reciclagem é precedida pela separação dos diversos tipos de materiais

recicláveis, podendo ser realizada na fonte geradora através da coleta seletiva, para

serem vendidos às indústrias recicladoras ou sucateiros. Para VILHENA (2000), a

coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como

papéis, plásticos, vidros, metais, matéria orgânica, entre outros previamente

separados na fonte geradora.

A reciclagem geralmente ofusca os dois processos que deveriam

procedê-la na prioridade para a preservação ambiental: a redução do consumo e a

reutilização de materiais.

2.4 HISTÓRICO DA GESTÃO DO RESÍDUO SÓLIDO URBANO DO MUNICÍPIO

DE MORRO DA FUMAÇA

Como todos os demais municípios do Brasil o de Morro da Fumaça

possuía uma gestão do RSU, onde todo o material era recolhido e depositado em

um lixão a céu aberto, sem nenhum tipo de cuidado para com os malefícios deste

modelo.

O atual modelo de coleta e depósito do resíduo vem atravessando

modificações através dos tempos. Inicialmente todo o resíduo era coletado e

Page 33: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

31

transportado aos lixões localizados em área pouco povoadas, dentro do território do

município.

Entretanto, com o passar das décadas, a conscientização juntamente com

a fiscalização e a legislação fizeram com que a coleta e a deposição dos resíduos

fossem adequando-se conforme determinações da legislação vigente. O atual

modelo consiste na coleta de resíduos em veículo apropriado e depositado em um

aterro sanitário na cidade vizinha de Urussanga, cerca de 50 km do município, sendo

esta área uma antiga área degradada pela extração do carvão mineral.

Conforme observa-se nas imagens a seguir, a alocação dos RSU está em

conformidade com a legislação vigente

Figura 5 - Preparação da cama com manta geotêxtil para assentamento do resíduo.

Fonte: Cirsures

A figura 5 demonstra o processo de preparação do local onde será

alocado o RSU, sendo realizado conforme especificações técnicas estabelecidas em

lei. Os locais onde serão depositados os resíduos dos municípios pertencentes ao

consórcio mantenedor da estrutura, sendo o município de Morro da Fumaça um dos

integrantes, primeiramente o local é preparado, sendo nivelando e posteriormente

compactado. Após a conclusão da primeira etapa o terreno é coberto por uma manta

Page 34: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

32

geotêxtil de alta durabilidade e coberto por outra camada de argila, novamente

compactada, sendo preparados canais de drenagem, isso permite com que o

chorume seja canalizado para as piscinas de captação, não comprometendo o lençol

freático.

Figura 6 - Cobertura do RSU

Fonte: Cirsures

Nesta etapa, após o descarregamento do RSU auxiliado por uma

máquina, todo resíduo é compactado para diminuição do seu volume.

Page 35: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

33

Figura 7 – Cobertura do RSU

Fonte: Cirsures

Após a compactação o RSU é coberto por uma camada de argila para

evitar problemas de mau cheiro.

Figura 8 - Transporte do RSU

Fonte: Cirsures

Page 36: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

34

O transporte de todo o RSU é feito através de caminhões especialmente

desenvolvidos e devidamente licenciados para esta atividade, onde o resíduo é pré

compactado. Em um passado não muito distante este transporte era realizado de

forma inadequada, com veículos de carga impróprios para utilização nesta atividade,

não possuindo um acondicionamento da carga gerando um rastro de mau cheiro e,

muitas vezes, por motivo de deslocamento em estradas esburacadas ocasionava a

queda de lixo durante o percurso.

Figura 9 - Piscina de captação do chorume.

Fonte: Cirsures

A figura 9 demonstra as piscinas de captação do chorume gerado pela

decomposição do aterro sanitário que foram canalizadas através das drenagens sub-

superficiais.

Page 37: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

35

Figura 10 - Lagoa Aerada.

Fonte: Cirsures

A lagoa aerada, segundo Ferreira et al (2011, p. 2) “é recomendável

quando existem grandes áreas de terra disponíveis, é de elevada eficiência, baixo

custo de instalação e manutenção e de operação fácil e econômica”.

Figura 11 - Monitoramento do lençol freático

Fonte: Cirsures

Page 38: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

36

É realizado monitoramento da qualidade da água em pontos estratégicos

no entorno do aterro sanitário, se faz necessário para o controle e acompanhamento

de qualquer tipo de anormalidade que venha a ocorrer, como o vazamento de

chorume do aterro sanitário.

2.5 FORMAÇÃO DO CIRSURES

O consórcio criado pelos municípios incluindo o município de Morro da

Fumaça destina todo o resíduo coletado ao aterro sanitário, entretanto inicialmente a

vida útil deste depósito era de 20 anos, contudo a estimativa não foi correta e a

utilização deste local está em via de esgotamento total para depósito dos respectivos

resíduos. A constituição do CIRSURES foi constituída da seguinte forma:

Movidos pela necessidade de se adequarem à gestão correta dos

resíduos sólidos urbanos, seis municípios vizinhos entre si, localizados no sul do

Estado de Santa Catarina (Cocal do Sul, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Orleans,

Treviso e Urussanga), instituíram um consórcio denominado CIRSURES (Consórcio

Intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos da Região Sul). Segundo a análise

realizada no projeto, o objetivo será de solucionar os problemas relacionados à

gestão dos resíduos urbanos produzidos nos municípios integrantes do consórcio.

A viabilidade de eventos que impulsionam a economia dos municípios

está diretamente ligada a uma política ambiental que vem sendo desenvolvida com a

implantação de um sistema de coleta seletiva de lixo, educação ambiental e

implantação de aterros sanitários. Através de um diagnóstico preliminar, as

características de cada município permitem compreender a dimensão dos

problemas, bem como tratá-los de acordo com as respectivas realidades locais.

Diante da formalização do CIRSURES, os municípios integrantes escolheram

Urussanga como o local para ser implantado o aterro sanitário, recebendo,

conseqüentemente, os resíduos sólidos dos demais. Portanto, os atuais lixões

destes municípios, inclusive de Urussanga, deverão ser desativados e recuperados.

Para a escolha da área foram considerados no projeto os critérios da ABNT e da

Política Nacional Para os Resíduos Sólidos Urbanos, procurando estabelecer a

adoção das técnicas atuais, aliados aos novos conceitos de técnicas racionalizantes.

Page 39: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

37

O apoio da FATMA foi fundamental, da escolha da área até a sua

instalação, através de concessão de uma licença prévia. Alguns critérios foram

levados em consideração, além dos exigidos na escolha do terreno, entre eles:

• Que a área esteja mais próxima da cidade, promovendo a

racionalidade dos custos;

• Que esteja mais próxima dos mercados de reciclagem;

• Que supra a expansão positiva e os terrenos para projetos especiais

(incinerador móvel, para a adequação e transferência de embalagens de agrotóxicos

perigosos, inertes recicláveis ou reutilizáveis, orgânicos aproveitáveis, e inclusive

para radioativos, acumuladores, etc.), sem que acarretem perigo à humanidade e à

natureza;

• Utilização de uma área de degradação ambiental provocada pela

mineração de carvão, para promover a sua recuperação durante a utilização como

aterro sanitário, em função da estabilização do pH (ácido da mineração e básico do

chorume);

• Escolha de um terreno cujo solo seja compatível com o projeto de um

aterro sanitário e que não tenha contato com o lençol freático;

• Área de fácil acesso aos caminhões e máquinas;

• Levar em consideração a proximidade de rios e banhados.

O projeto levará em consideração a vida útil, o tipo, a quantidade e a

freqüência de deposição dos resíduos sólidos os tipos de resíduos gerados são

fatores importantes para que seja dada a correta destinação final, ou seja, qual o

percentual destes podem ser reciclados ou enterrados, utilizados como fertilizante e

incinerados. Da quantidade destes produtos e da freqüência, será dimensionado o

número de trabalhadores necessários bem como a quantidade dos equipamentos a

implantar. Todos estes fatores serão importantes para o correto aproveitamento do

terreno destinado ao aterro sanitário. Será efetuado um trabalho de infra-estrutura,

necessária ao terreno sanitário, como: Cercamento, terraplenagem,

impermeabilização do solo, drenagem e lagoas de estabilização. Com a finalidade

de otimizar o sistema de coleta adotado, o local destinado à triagem de materiais

recicláveis, será instalado na mesma área destinada ao terreno sanitário. A

recuperação dos lixões acontecerá no decorrer da implantação deste projeto,

visando minimizar os efeitos negativos sobre o meio ambiente, degradados pela

Page 40: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

38

deposição dos resíduos sólidos. A recuperação dar-se-á através de projetos a serão

elaborados e posteriormente implantados mediante estudos que indiquem a melhor

forma de recuperação para cada caso apresentado. Durante o diagnóstico prévio

realizado para a elaboração deste projeto, quantificou-se em dezesseis hectares as

áreas a serem recuperadas.

Ao definir o funcionamento da usina de triagem e reciclagem de lixo, as

pessoas encontradas agora trabalhando nos lixões, serão chamadas para a

realização de um cadastro e posteriormente para reuniões onde serão informadas

sobre a coleta de lixo que será realizada, os objetivos e funcionamento da referida

usina. O plano social básico proposto por este projeto visa possibilitar outras

habilidades profissionais aos catadores de lixo de cada município cujo sistema de

lixão será desativado, para que possam dedicar-se a outra profissão, caso não

queiram ser recolocados no futuro aterro sanitário do consórcio. No período em que

é aguardado o início da atividade da usina, os catadores podem continuar

executando seus trabalhos de triagem, ao mesmo tempo em que serão preparados

para desenvolver uma nova função, compromisso social assumido pelas

administrações públicas nas oportunidades de trabalho às famílias de catadores de

lixo. Neste sentido, foi estabelecido um convênio com a EPAGRI, que oferecerá

cursos profissionalizantes e treinamentos. As prefeituras comprometeram-se

também em engajar estes trabalhadores nas atividades de produção de mudas nos

hortos florestais. (SAMAE, 2012)

2.6 PANORAMA DA RECICLAGEM NO BRASIL

Conforme dados no Brasil somente 2% do total do lixo tem no seu destino

a reciclagem e compostagem.

As providências tomadas pelo governo federal através da lei de Política

Nacional de Resíduos Solidos - Lei 12305/10, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010

fazem parte de um novo conceito: o gerenciamento integrado do lixo, que envolve

diferentes soluções, como a reciclagem e a disposição dos rejeitos em aterros que

seguem critérios ambientais. Pela nova lei, os governos municipais e estaduais têm

prazo de dois anos para elaborar um plano de resíduos sólidos, com diagnóstico da

situação lixo e metas para redução e reciclagem, além de dar um fim aos lixões e

Page 41: MONOGRAFIA MARIO SÉRGIO

39

buscar soluções consorciadas com outros municípios. Devem também identificar os

principais geradores de resíduos, calcular melhor os custos e criar indicadores para

medir o desempenho do serviço público nesse campo.

A existência desse plano, que será simplificado nas cidades com menos

de 20 mil habitantes, é condição para o acesso a recursos da União. Terão

prioridade às fontes financeiras do governo federal os municípios que implantarem

coleta seletiva com participação de cooperativas de catadores. No caso do governo

federal, a lei obriga a elaboração de um plano nacional com horizonte de duas

décadas, atualizado a cada quatro anos, sob coordenação do Ministério do Meio

Ambiente. O trabalho, previsto para ser executado a partir da mobilização e

participação popular em audiências públicas, inclui metas para melhorar o cenário

dos resíduos no país, normas para acesso a recursos federais e meios de

fiscalização. (cópia Política Nacional de Resíduos Sólidos).

No país a conscientização através da fiscalização e legislação vem

contribuindo de maneira decisiva para uma melhor alocação do resíduo gerado pela

população. Conforme o CEMPRE cerca de 443 municípios brasileiros, operam

programas de coleta seletiva no ano de 2010 isso é cerca de 8% do total de

municípios brasileiros. A figura 12 apresenta a evolução deste cenário.

Figura 12 - Municípios com coleta seletiva no Brasil

Fonte: CEMPRE, 2012.

Segundo o CEMPRE, as regiões onde a coleta seletiva abrange um maior

número de municípios são as regiões: sul e sudeste do país. Compreendendo áreas

mais povoadas e onde há problema na destinação dos resíduos é uma dificuldade

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40

que já gera algumas iniciativas para com a correta destinação dos mesmos, como

cooperativa de coleta e seleção dos resíduos, usinas de compostagem e uma outra

infinidade de estudos sobre o assunto.

No país cerca de apenas 22 milhões de brasileiros tem acesso a

programas municipais de coleta seletiva e apesar do número de cidades com esse

serviço ter aumentado, na maior parte delas a coleta não cobre mais que 10% da

população local segundo dados do CEMPRE.

Figura 13 - População brasileira atendida ela coleta seletiva.

Fonte: CEMPRE Figura 14 - População atendida pela coleta seletiva

Fonte: CEMPRE

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41

A composição do RSU é de vital importância para fins da pesquisa, com

esta, é possível contabilizar todas as características do material gerado da atividade

humana, com isso tem-se um retrato fiel do potencial de geração de caixa de uma

usina que tenha estes produtos componentes na linha de produção.

A figura a seguir apresenta a composição do RSU em cidades com coleta

seletiva segundo CEMPRE:

Figura 15 - Média da composição gravimétrica da coleta seletiva

Fonte: CEMPRE

2.6.1 POR QUE RECICLAR

O retorno da matéria-prima ao ciclo de produção é denominado

reciclagem, embora o termo já venha sendo utilizado popularmente para designar o

conjunto de operações envolvidas. O vocábulo surgiu na década de 1970, quando

as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor,

especialmente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou

importância estratégica. As indústrias recicladoras são também chamadas

secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos

processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.

(COMPAM, 2012).

A reciclagem de materiais é muito importante, tanto para diminuir o acúmulo de dejetos, quanto para poupar a natureza da extração inesgotável de recursos. Além disso, reciclar causa menos poluição ao ar, à água e ao solo.

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A produção de lixo vem aumentando assustadoramente em todo o planeta. Visando uma melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à vida das futuras gerações, faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista. O consumidor pode auxiliar no processo de reciclagem das empresas. Se separarmos todo o lixo produzido em residências, impedimos que a sucata se misture aos restos de alimentos, o que facilita seu reaproveitamento pelas indústrias. Dessa forma, evitamos também a poluição. Nos países desenvolvidos como França e Alemanha, a iniciativa privada é encarregada do lixo. Fabricantes de embalagens são considerados responsáveis pelo destino dos detritos e o consumidor também tem que fazer a sua parte. Quando uma pessoa vai comprar uma pilha nova, por exemplo, é preciso entregar a pilha usada. (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2012).

A evolução nas áreas da ciência e tecnologia trazem felizmente ao

homem várias soluções para dispor de forma correta o RSU, sem acarretar prejuízos

ao ambiente e à saúde pública . Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial

em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos

objetos, através dos processos de reciclagem, o que representa economia de

matéria prima e de energia fornecidas pela natureza.

2.6.2 PANORAMA DA RECICLAGEM DO MUNICÍPIO DE MORRO DA FUMAÇA

Como todo o RSU gerado pelo município de Morro da Fumaça tem como

destino o CIRSURES é inexistente a preocupação de criar uma alternativa para

destinar em um futuro próximo o resíduo para outra solução que não seja aterro

sanitário. Contudo o município vem se adequando a nova legislação, entretanto de

forma lenta e sem uma estratégia para solucionar de uma vez por todas este

problema que já se tornou o destino do RSU.

Encontramos na cidade ações pontuais de pessoas que buscam na

reciclagem, principalmente de papel, papelão e alumínio uma fonte de renda,

ocasionando assim uma redução no volume de RSU destinado ao CIRSURES.

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3 CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS RSU DO MUNICÍPIO DE MORRO

DA FUMAÇA

A caracterização do RSU gerado por uma população é influenciada pela

cultura e classe social que está residente naquele local, ou seja, é possível verificar

características de comportamento da população no lixo gerado pela mesma.

No município em questão os resultados encontrados por meio de

pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e pelo

CIRSURES foram as seguintes:

Figura 16 - A caracterização do RSU gerado.

Fonte: UFSC e CIRSURES

O montante de RSU depositado no CIRSURES anualmente é cerca de

3.072,58 ton/ano pelo município, conforme dado fornecidos. Com os dados

referentes à composição o RSU do município podemos realizar uma estimativa dos

valores que poderiam gerar receita com a venda para reciclagem. Poderíamos

também elucidar o questionamento do referido trabalho, que busca analisar se no

atual cenário a instalação de uma usina de triagem e compostagem de RSU seria

viável economicamente.

As receitas anuais advindas com a venda do resíduo gerado com base

nos valores médios segundo o CEMPRE 2011 são estimadas em R$ 190.000,00

(cento e noventa mil reais) anuais, já incluindo a venda de todo o composto orgânico

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em forma de adubo. Os valores que servirão como base para dimensionar

monetariamente são os valores médios pagos nos estados de São Paulo e Rio

Grande do Sul para cada tipo de resíduo. Entretanto estes valores podem variar por

causa da falta de um estudo detalhado dos componentes do resíduo gerado na

cidade que são classificados como outros materiais, sendo que o órgão público

municipal não possui nenhum estudo mais detalhado sobre o mesmo.

3.1 CUSTO PARA COLETA E DEPOSITO DE RESÍDUO SÓLIDO URBANO

Conforme dados fornecidos pelo CIRCURES e a Secretaria de Obra do

município de Morro da Fumaça, os valores correspondentes para a coleta e

destinação dos RSU compõem a figura a seguir:

Figura 17 - Custos Fixos Mensais da Coleta, Transporte e Depósito do RSU

Fonte: CIRSURES e Secretaria Municipal de Obras do Município de Morro da Fumaça

¹ Coleta: compreende os custos com colocação de lixeiras, recursos

humanos, manutenção de veículos e distância percorrida pelo veiculo para coleta

dentro do município.

² Transporte: é o custo do deslocamento que o veiculo tem que realizar

para o depósito do RSU além daquele feito pela coleta.

³ Depósito: é o valor pago pelo órgão publico para depositar o RSU no

aterro sanitário a qual faz parte por participar do CIRSURES tomando como base

valores atuais de R$ 56,76 a tonelada.

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Os custos com toda a logística e deposito para levar o RSU até o aterro

sanitário, mensalmente somam um total de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais),

totalizando anualmente um custo para o órgão público municipal de 480.000,00

(quatrocentos e oitenta mil reais), valores que foram repassados pelo órgão publico

municipal na pesquisa realizada, sendo que não estão incluídos nestes cálculos

despesas com a manutenção dos veículos coletores ou eventuais compra de

veículos novos para adequação a legislação.

3.2 ESTIMATIVA DO CUSTO DA CONSTRUÇÃO E AQUISIÇÃO DE

EQUIPAMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E

COMPOSTAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO URBANO NO MUNICÍPIO DE MORRO

DA FUMAÇA

Para que possa atender de forma correta a recepção, triagem, estocagem

e compostagem do RSU a construção de uma unidade com equipamentos próprios é

de vital importância para o sucesso do projeto. A estrutura seria composta com os

seguintes itens e os respectivos valores de construção ou aquisição:

Tabela 1 - Itens e os respectivos valores de construção ou aquisição

Descrição Quantidade Valor Total Construção de Alvenaria 500 m² 375.000,00 Esteira de transporte 03 unidades 24.000,00 Prensa 01 unidade 25.000,00 Triturador 01 unidade 12.000,00 Material Auxiliar 50.000,00

Total R$ 486.000,00 Fonte: Dados pesquisador pelo Autor, 2011.

A construção de alvenaria compreende desde o galpão para recebimento

do RSU até as baias de compostagem do composto orgânico. As esteiras de

transportes são utilizadas para dar agilidade no processo de separação e

deslocamento do composto até o final do processo. A prensa é utilizada para

compactar os materiais que serão vendidos para empresas recicladoras como papel,

plásticos, etc. O triturador será utilizado na homogenização do composto orgânico

para aceleração do processo de decomposição.

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3.3 ANALISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DA USINA

Com as coletas de dados realizadas, foi possível identificar uma

oportunidade que muitos municípios brasileiros já visualizaram. Com uma receita de

cerca de 190.000,00 (cento e noventa mil reais) anuais advindas da venda de

material para a reciclagem, despesas operacionais que dentem a variar entre

80.000,000 (oitenta mil reais) a 90.000,00 (noventa mil reais), possibilitando ao final

de cada ano apurar um lucro de cerca de 100.000,00 (cem mil reais), os gestores

públicos já começam a implementar algumas ações que culminaram em um novo

modelo de gestão de resíduo gerados pela população.

Os dispêndios para a construção da usina de triagem e compostagem de

resíduo na ordem de 486.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), proporcionariam

um local adequado e definitivo para este problema que assola o poder publico com

aumento gradativo de exigências no manejo do resíduo gerado pelo seus munícipes.

O atual modelo de gestão do resíduo gera um dispêndio na ordem de

480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais) anuais e a tendência de acréscimo ao

longo do tempo configura-se em um problema que deverá ser encarado de forma a

buscar uma alternativa e definitiva para a gestão do resíduo municipal.

Após todo o levantamento de dados e estimativas de receita que

poderiam ser geradas pela simples implantação do local apropriado para melhor

gestão do resíduo gerado temos a resposta para o questionamento que norteou o

estudo. Portanto a construção de uma usina de triagem e compostagem para

atender a demanda do município em questão é viável economicamente.

Vale aqui ressaltar que não foram contabilizados neste estudo os

impactos ambientais pelo não depósito de todo o resíduo na atual gestão do resíduo

municipal.

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47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a nova legislação obrigando o poder público municipal a realizar

iniciativas para a solução deste problema comprova-se com este estudo, que a

alternativa da implantação de uma usina de triagem e compostagem de RSU no

município é economicamente viável, já neste momento.

Do ponto de vista econômico, para o município a geração de emprego e

renda, diminuição gradativa dos gastos com o gerenciamento do RSU do município

é extremamente relevante. Outro ponto que deve ser ressaltado são as divisas

advindas da venda de produtos destinados à reciclagem e que estão sendo

literalmente enterradas por falta desta atividade de separação. Entretanto não se

pode descartar por completo o atual modelo, o mesmo ainda gera uma série de RSU

que atualmente não podem ser reciclados, sendo necessário a alocação destes

resíduos ainda em aterro sanitário como o atual modelo. Portando devemos aqui

salientar que uma unificação entre o modelo de aterro sanitário atual e o modelo

proposto pelo estudo seria a alternativa mais eficiente e de menor impacto para o

ambiente ao qual fazemos parte.

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