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1 SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ COORDENADORIA DE ENSINO SUPERIOR CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS E DELEGADOS DE POLÍCIA (CAODP/2015) “ESPECIALIZAÇÃO EM DEFESA SOCIAL E CIDADANIA” ALDEMAR BATISTA TAVARES DE SOUSA O NÚCLEO DE PROJETOS CORPORATIVOS: perspectivas dos agentes do Sistema Estadual de Segurança Publica e Defesa Social - SIEDS Marituba /PA 2015

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SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ

COORDENADORIA DE ENSINO SUPERIOR CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS E DELEGADOS DE POLÍCIA (CAODP/2015) “ESPECIALIZAÇÃO EM DEFESA

SOCIAL E CIDADANIA”

ALDEMAR BATISTA TAVARES DE SOUSA

O NÚCLEO DE PROJETOS CORPORATIVOS: perspectivas dos

agentes do Sistema Estadual de Segurança Publica e Defesa Social -

SIEDS

Marituba /PA

2015

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ALDEMAR BATISTA TAVARES DE SOUSA

O NÚCLEO DE PROJETOS CORPORATIVOS: perspectivas dos

agentes do Sistema Estadual de Segurança Publica e Defesa Social -

SIEDS

Monografia apresentada como requisito para a conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAODP/2015), e obtenção do título de Especialista em Defesa Social e Cidadania realizada no Instituto de Ensino de Segurança do Pará (IESP), sob a orientação da Prof. Msc. João Francisco Garcia Reis.

Marituba /PA

2015

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ALDEMAR BATISTA TAVARES DE SOUSA

O NÚCLEO DE PROJETOS CORPORATIVOS: perspectivas dos

agentes do Sistema Estadual de Segurança Publica e Defesa Social -

SIEDS

Banca examinadora: ________________________________________ Prof. Msc. João Francisco Garcia Reis (Orientador) ________________________________________ Examinador 1 ________________________________________ Examinador 2

Marituba /PA

2015

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"Desde que as organizações estão envolvidas até as orelhas em projetos, a forma como esses vários esforços são geridos determina se as empresas prosperam ou naufragam. Se os projetos - tanto estratégicos como específicos - são bem geridos, então, a empresa tende a atingir os seus objetivos. Se estes projetos são mal conduzidos, os ventos do destino soprarão duramente sobre a organização. Assim, existe uma forte justificativa para aprimorar a capacidade da organização para gerenciar projetos". (Dinsmore, 1999, p.6. tradução livre).

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AGRADECIMENTOS

São muitas as pessoas que contribuíram de alguma forma, para que eu pudesse

realizar este trabalho. De coração, agradeço...

... A DEUS, Pai Soberano, a quem pedi ânimo, calma e sabedoria em minhas

orações;

... Ao meu amor, Elcimar Lima, por todo apoio, incentivo, compreensão, dedicação e

carinho, que me permitiram seguir em frente;

... Aos meus filhos queridos, Daniel e Raquel, que compreenderam as minhas

ausências em importantes momentos do convívio íntimo que subtraí em favor desse

trabalho, pois o tempo não para, e mesmo assim, retribuíram com o estímulo e a

serenidade que necessitei durante todo o meu percurso no decorrer do Curso e na

preparação deste trabalho.

... Ao meu orientador, João Francisco Garcia Reis, por toda a atenção e dedicação,

que foram fundamentais para o sucesso deste trabalho;

... Ao meu chefe e amigo, Ruy Celso Lobato dos Santos, pela compreensão, pelas

palavras de apoio e por tantas horas disponibilizadas para a construção deste

trabalho;

... Aos meus amigos e parceiros do Núcleo de Projetos Corporativos da SEGUP, Luiz

Diogo, Wagner Carneiro e Luiz Felipe Leite, fontes de amizade e grandes risadas,

que se prontificaram em colaborar com o estudo;

... Aos professores por todo conhecimento não só profissional, mas experiência

pessoal.

... Aos servidores do SIEDS que se disponibilizaram em participar das entrevistas e

pelas horas dedicadas a me fornecer informações.

... A todos aos colegas com que convivi no CAO/DP 2015 que me fizeram crescer

pessoalmente e ver que a jornada apenas começou e nunca estamos sozinhos.

Obrigado a todos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, especialmente aos meus pais, Adalberto Tavares e Sancha Batista, in memorian, que me deram estrutura e motivação para que eu pudesse lutar pelos meus sonhos e por melhores oportunidades.

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RESUMO

SOUSA, Aldemar Batista Tavares de. “O NÚCLEO DE PROJETOS

CORPORATIVOS: perspectivas dos agentes do Sistema Estadual de Segurança

Publica e Defesa Social - SIEDS”. Belém/PA: IESP-PA/UEPA. Trabalho de

Conclusão de Especialização em Gestão Estratégica em Defesa Social/CAO/2014,

2016.

O objetivo do presente trabalho foi abordar a atividade do Núcleo de Projetos

Corporativos (NPC) da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social

(SEGUP), como escritório de gerenciamento de projetos, mais precisamente, as

transformações ocorridas após sua implantação quanto à atividade de captação de

recursos financeiros destinados aos órgãos que compõem o Sistema de Estadual de

Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS) segundo as percepções dos servidores

do SIEDS, tanto os que trabalham no núcleo quanto aos que não pertencem ao

núcleo, mas que conhecem o trabalho lá realizado. O tema foi escolhido por sua

relevância para a administração pública, principalmente porque os órgãos de

segurança pública do Estado do Pará estão aproveitando as ferramentas utilizadas

pelas empresas da iniciativa privada, como foi o caso da criação do NPC ampliar a

captação de recursos financeiros. A pesquisa pode ser classificada como qualitativa

e de caráter exploratório, pois buscou proporcionar maior familiaridade com o tema

abordado, com vistas a torná-lo mais explícito, proporcionando aprimoramento de

ideias sobre assunto central da monografia. Parte das informações foi obtida

mediante levantamento bibliografia e documental sobre a base teórica e algumas

peculiaridades sobre o NPC, bem como contou com a realização de nove entrevistas

com os servidores que pertencem ao SIEDS e também os servidores do NPC. Na

parte das considerações foram apresentados os resultados da pesquisa mediante a

análise das entrevistas onde foi verificada a percepção dos membros das instituições

do SIEDS referente à implantação do NPC quanto ao processo de captação de

recursos.

Palavras-chave: gestão de projetos, núcleo de projetos corporativos, segurança

pública.

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ABSTRACT

SOUSA, Aldemar Batista Tavares de. "The CORPORATE PROJECTS CENTER:

perspectives of the agents of the State System of Public Security and Social

Defense - SIEDS". Belém / PA: IESP-PA / UEPA. Work Completion specialization in

Strategic Management in Social Defense / CAO / 2014 2016.

The aim of this paper was to analyze the activity of the Center for Corporate Projects

(CCP) of the Secretariat of State for Public Security and Social Defense (SEGUP) as

project management office, more precisely, the changes occurring after its

implementation for activity the mobilization of financial resources for the agencies

that make up the State System of Public Security and Social Defense (SSPSSD) in

the perception of SSPSSD servers, both those working in core designs as those who

do not belong to the core, but they know the work performed there. The theme was

chosen for its relevance to the government, mainly because the public security

organs of the State of Pará are taking advantage of the tools used by companies in

the private sector, as was the case of the CCP creation expand fundraising. The

research can be classified as qualitative and exploratory, it sought to provide greater

familiarity with the subject discussed, in order to make it more explicit, providing

enhancement ideas about the central subject of the thesis. Part of the information

was obtained by surveying literature and documentary about the theoretical basis

and some peculiarities of the CCP, and included the realization of interviews with

nine servers belonging to SIEDS and also the servants of the CCP. In the

considerations of the survey results were presented by analyzing the interviews

where it was detected the perception of members of SSPSSD institutions regarding

the implementation of the CCP as the fundraising process.

Keywords: project management, core corporate projects, public safety.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 01: GRUPOS ENVOLVIDOS NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ....... 22

FIGURA 02: ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 23

FIGURA 03: MAPA ESTRATÉGICO DO SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA

PÚBLICA E DEFESA SOCIAL ................................................................................................. 24

FIGURA 04: REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS NO GERENCIAMENTO DE

PROJETOS...................................................................................................................................... 25

FIGURA 05: PROJETOS X PROCESSOS OPERACIONAIS ..................................... 26

FIGURA 06: REPRESENTAÇÃO DE SUBPROJETO NO GERENCIAMENTO DE

PROJETOS............................................................................................................... 26

FIGURA 07: REPRESENTAÇÃO DE PORTFÓLIO NO GERENCIAMENTO DE

PROJETOS................................................................................................................ 27

FIGURA 08: NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS SEGUNDO

BARBALHO E JUGEND (2014) COM INTRODUÇÃO DE KERZNER.......................... 35

FIGURA 09: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO DE PROJETOS................ 37

FIGURA 10: ORGANOGRAMA DO SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA

PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO ESTADO DO PARÁ..................................................... 41

FIGURA 11: ORGANOGRAMA DA SEGUP......................................................................... 43

FIGURA 12: ORGANOGRAMA DA LOCALIZAÇÃO DO NPC NA SEGUP................ 46

FIGURA 13: CICLO DE VIDA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS PPC – ALTO

NÍVEL........................................................................................................................ 47

FIGURA 14: MODELO DE CANVAS PARA O PROJETO...................................... 48

FIGURA 15: TERMO DE ABERTURA DO PROJETO............................................. 49

FIGURA 16: MATRIZ DE PODER E INTERESSE – COM DUAS PARTES

INTERESSADAS....................................................................................................... 50

FIGURA 17: EXEMPLO DE UMA EAP DE PROJETO............................................. 51

FIGURA 18: CRONOGRAMA DE PROJETO ........................................................... 52

FIGURA 19: PLANO DE COMUNICAÇÃO .............................................................. 53

FIGURA 20: EXEMPLO DE UMA MATRIZ DE PROBABILIDADE E IMPACTO COM

DOIS RISCOS DE PROJETO ................................................................................................. 53

FIGURA 21: TERMO DE ENCERRAMENTO DO PROJETO.......................................... 54

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01: ATRIBUIÇÕES DO NPC QUANTO AO GERENCIAMENTO DE

PROJETO............................................................................................................. 46

TABELA 02: OBJETIVOS DO NPC QUANTO AO GERENCIAMENTO DE

PROJETO............................................................................................................. 47

TABELA 03: INTENS DO TCP............................................................................ 48

TABELA 04: AÇÕES DO TAP/ BRAINSTORMING PUMAWEB......................... 49

TABELA 05: CRITÉRIOS DA EAP/ BRAINSTORMING PUMAWEB.................. 50

TABELA 06: CRIAÇÃO DO CRONOGRAMA/ BRAINSTORMING PUMAWEB. 51

TABELA 07: CRONOGRAMA DE PROJETO..................................................... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CBMPA – Corpo de Bombeiros Militar do Pará

CETRAN – Conselho Estadual de Trânsito

CICSP – Comitê Integrado de Corregedores de Segurança Pública

CIGESP – Comitê Integrado de Gestores da Segurança Pública

CONSEP – Conselho Estadual de Segurança Pública

CPC RC – Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”

DETRAN – Departamento de Trânsito do Estado do Pará

EGP – Escritório de Gerenciamento de Projetos.

GGI/PA – Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública

GIGN – Gabinete Interinstitucional de Gerenciamento e Negociação

NGR – Núcleo de Gestão de Resultados

NPC – Núcleo de Projetos Corporativos

PCPA – Polícia Civil do Estado do Pará

PMBOK® – Project Management Body of Knowledge

PMI – Project Management Institute.

PMO – Project Management Office

PMPA - Polícia Militar do Pará

SAGA – Secretaria-Adjunta de Gestão Administrativa

SAGO – Secretaria-Adjunta de Gestão Operacional

SAIAC – Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal

SEGUP – Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social

SUSIPE – Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará

TQM – Total Quality Management

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ....................................................................... 18

3. A GESTÃO DE PROJETOS.................................................................................. 25

3.1. A gestão de projetos na Administração Pública ....................................... 27

3.2. O Escritório de Gestão De Projetos ........................................................... 31

3.3. Classificação dos Escritórios de Projetos ................................................. 34

3.4. A captação de recursos ............................................................................... 40

4 O SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL ........ 41

4.1 O Núcleo de Projetos Corporativos ............................................................. 44

4.2. A metodologia do Núcleo de Projetos Corporativos ................................. 46

5. ANÁLISE E RESULTADOS .................................................................................. 55

5.1. Análise das entrevistas realizadas com Servidores Internos ao NPC ..... 55

5.2 Análise das entrevistas realizadas com Servidores Externos ao NPC..... 60

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 65

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 68

8. APÊNDICES.......................................................................................................... 71

9. ANEXOS ............................................................................................................... 73

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1. INTRODUÇÃO

As instituições públicas, mais precisamente, as que fazem parte do Sistema

Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS) possuem um rol de

atividades bastante complexas. E para que possam desenvolvê-las com qualidade

satisfatória precisam, primeiramente, verificar suas necessidades, avaliar o que

querem fazer e relacionar o que podem realizar. Só assim, poderão mensurar suas

disponibilidades orçamentárias e necessidades financeiras e encontrar formas de

obter soluções para executar as ações não atendidas pelos recursos próprios.

Diante desse cenário, evidencia-se a necessidade da captação de recursos

financeiros, função essa de fundamental importância que é desempenhada nas

corporações por uma estrutura organizacional denominada de “escritório de

gerenciamento de projetos (EGP1)”, que tem a função de, além da descrita

anteriormente, padronizar os processos de interesse da corporação relacionados a

seus projetos.

Este trabalho tem o objetivo de relatar a pesquisa que foi realizada como

requisito para conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAODP/2015),

onde o objeto de pesquisa foi o Núcleo de Projetos Corporativos (NPC) da

Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), como

escritório de gerenciamento de projetos, mais precisamente, as transformações

ocorridas após sua implantação quanto à atividade de captação de recursos

financeiros destinados aos órgãos que compõem o Sistema de Estadual de

Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS).

A pesquisa buscou enfatizar “os aspectos teóricos e metodológicos” de

experiências bem-sucedidas, implantadas e desenvolvidas dentro e fora do próprio

SIEDS, das quais seus relatos demonstraram as transformações propiciadas pela

implantação de Escritórios de Projetos, bem como expondo o amadurecimento das

instituições que se utilizaram das práticas (expertises) e experiências acumuladas no

decorrer do tempo.

O desenvolvimento dessa pesquisa teve por escopo investigar e apresentar

1 Do inglês Project Management Office (PMO).

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ao leitor o tema “Escritório de Gerenciamento de Projetos na Administração Pública”,

de forma a tecer reflexão sobre o papel que as referidas estruturas organizacionais

desempenham nas instituições públicas, agindo positivamente na melhoria da

atividade de captação de recursos financeiros para os órgãos da administração

pública, mais precisamente, do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa

Social do Estado do Pará.

Precisamente, a pesquisa, expõe como o Núcleo de Projetos Corporativos

(NPC) atua, como estrutura departamental da Secretaria de Estado de Segurança

Pública e Defesa Social do Estado do Pará, frente à atividade de captação de

recursos financeiros destinados a contribuir com a melhoria das atividades

desenvolvidas pelas instituições que fazem parte do Sistema Estadual de Segurança

Pública e Defesa Social do Estado.

O fato observado é que a instituições públicas precisam adequar suas ações

às novas necessidades presentes na sociedade. Para tanto, tais instituições, jamais

poderão deixar de considerar que fazem parte de um sistema dinâmico e envolvente

que engloba todas as instituições sociais e que a cada momento toma novos rumos,

cria novas necessidades de ação e, consequentemente, a necessidade de recursos

financeiros, bem como exigem atitudes cada vez mais rápidas e com menor

desperdício de tempo e recursos.

Nas empresas privadas, tradicionalmente a captação de recursos é uma das

atividades desenvolvidas pelos Escritórios de Gerenciamento de Projetos. Na

Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), o Escritório de

Projetos é denominado de Núcleo de Projetos Corporativos (NPC). Assim sendo,

realizamos este estudo procurando responder à seguinte indagação central: “Em

que medida a criação do Núcleo de Projetos Corporativos (NPC) trouxe

modificações para a atividade de captação de recursos financeiros para os

órgãos de Segurança Pública?”.

Com o intuito de obter a resposta para tal questionamento, ainda por meio

da pesquisa, buscou-se responder às perguntas assessórias e pontuais, a saber:

quais as mudanças alcançadas com a criação do Núcleo de Projetos Corporativos

(NPC) no processo de captação de recursos para os órgãos do SIEDS?; e qual a

percepção dos membros das instituições do SIEDS quanto à implantação do NPC

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referente ao processo de captação de recursos?.

Como ponto inicial e como forma de nortear nossa investigação, foi utilizada

inicialmente uma possível resposta para a pergunta, qual seja, a hipótese de que “O

Núcleo de Projetos Corporativos (NPC) da SEGUP, melhorou e facilitou a

atividade de captação de recursos financeiros para os órgãos que compõem o

Sistema de Estadual de Segurança Pública e Defesa Social”. Essa suposição

poderia ser confirmada ou não após o recolhimento de dados observados e na

consequência da necessidade de explicação dos fenômenos associados a esses

dados.

Seguindo nessa linha de pensamento, foi eleito como objetivo geral da

pesquisa a ação de “identificar quais as mudanças, alcançados com a criação do

NPC no processo de captação de recursos para os órgãos do SIEDS”. E para se

chegar a esse objetivo maior, este foi decomposto em dois objetivos específicos, a

saber: “Verificar que condições possibilitam a criação de Escritórios de

Gerenciamento de Projetos (EGPs) nas instituições públicas”; e “Verificar a

percepção dos membros das instituições do SIEDS referente à implantação do NPC

quanto ao processo de captação de recursos”.

Com base no objetivo geral, a pesquisa foi desenvolvida de forma que

pudesse ser classificada como sendo uma pesquisa exploratória, pois buscou

“proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explícito”. Assim sendo, proporcionou o “aprimoramento de ideias” do assunto

central da monografia, especialmente porque grande parte das informações foi

obtida mediante levantamento documental, bem como foram realizadas 05 (cinco)

entrevistas com um representante dos órgãos que compõe o SIEDS e 04 (quatro)

entrevistas com os servidores do Núcleo de Projetos Corporativos.

A pesquisa abordou também, documentos e informações referentes ao NPC

e à SEGUP, tais como a Lei nº 7.584, de 28 de dezembro de 2011, que dispõe sobre

a reorganização SIEDS, a Metodologia para Gerenciamento de Projetos; Manual

básico para padronização de atividades do Núcleo de Projetos Corporativos, ambos

elaborados e pertencentes ao referido Núcleo. Foram utilizados, ainda, materiais

como: Project Model Canvas, PMBOK® e etc.

Foram objeto de pesquisa também, as observações por parte do autor da

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pesquisa mediante sua participação durante a elaboração de projetos e cumprimento

das diligências para adequações e enquadramento dos respectivos projetos de

captação de recursos apresentados pela Secretaria, junto às fontes concedentes.

Outra forma empregada para realizar a coleta de dados foi a utilização de

entrevistas semiestruturadas aplicadas aos agentes que trabalharam ou trabalham

direta ou indiretamente (Polícia Civil, Polícia Militar, Centro de Perícias Científicas,

Corpo de Bombeiros) no NPC da SEGUP. Esta estratégia metodológica teve por

escopo proporcionar maior liberdade para que o entrevistado pudesse se manifestar.

A principal característica das entrevistas realizadas foi a utilização de um roteiro

previamente elaborado, o que lhe confere a classificação de entrevista do tipo

semiestruturada, semidiretiva ou semiaberta (Manzini, 2004).

A cada grupo de pesquisados foi elaborado um roteiro específico, sendo que

o roteiro direcionado aos servidores internos contou com um total de 17 (dezessete)

perguntas e aos servidores externos um total de 10 (dez) perguntas pré-elaboradas.

É importante salientar que na hora da realização das entrevistas verificava-se a

necessidade de realizar todas as perguntas, de se cortar algumas ou de se

acrescentar outros questionamentos.

Para se cumprir o objetivo da pesquisa, que tem um caráter qualitativo, no

período de 26 de janeiro de 2016 a 05 de fevereiro de 2016 foram realizadas 09

(neve) entrevistas com servidores do Sistema Estadual de Segurança Pública e

Defesa Social, divididos em dois grupos. Para efeito dessa pesquisa, o público alvo

das entrevistas, que serão denominados de servidores do Sistema Estadual de

Segurança Pública e Defesa Social, foi atribuído aos servidores público que exercem

a função de Coordenadores de Projetos do NPC e os que trabalham nos órgãos que

compõe o SIEDS e algum cargo de gestão e que já trabalharam em parcerias com o

Núcleo de Projetos Corporativos.

Com relação aos grupos, o primeiro composto por 04 (quatro) servidores do

Sistema que trabalham no NPC desde a sua criação em dezembro de 2011 ou logo

após sua criação. Por sua vez, o segundo grupo está composto por 05 (cinco)

servidores também do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, com

a característica de não trabalharem no NPC, mas que de alguma forma conhecem o

serviço desempenho pelo referido Núcleo. Outra característica desse grupo é a sua

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média de tempo de servo prestado ao Estado que está em 19,8 (dezenove vírgula

oito) anos de serviço.

A pesquisa em principio foi realizada no arquivo do Núcleo de Projetos

Corporativos (NPC) da SEGUP, tendo como base apoio informações oriundas dos

projetos elaborados no referido Núcleo no período de 2011 a 2014, bem como em

bibliografia sobre o tema, além de informações coletadas nas entrevistas que foram

realizadas com membros internos e externos ao Núcleo no decorrer as pesquisas.

A pesquisa está composta por cinco capítulos sendo que o primeiro capítulo

faz uma introdução ao tema que será tratado, contextualizando a importância do

tema abordado. Ainda apresenta o problema de pesquisa juntamente com suas

perguntas assessórias, os principais objetivos da pesquisa, a forma como a pesquisa

foi realizada, e os aspectos teóricos e metodológicos da pesquisa.

O segundo capítulo trata sobre planejamento estratégico, as definições

isoladas dos termos que o compõem até chegar à definição deste como um

processo gerencial que examina a análise do ambiente externo e interno, onde se

obtêm o conhecimento condições da empresa para prepara-la para responder com

maior eficiência aos desafios.

O terceiro capítulo faz um panorama sobre a gestão de projetos na

administração pública, elencando as principais características que diferenciam as

instituições públicas das privadas e sobre o Escritório de Gestão de Projetos, suas

funções e atividades exercidas por um escritório de gerenciamento de projetos.

O quarto capítulo trata sobre o Sistema Estadual de Segurança Pública e

Defesa Social (SIEDS), sua composição e da SEGUP como órgão central daquele,

apresenta o Núcleo de Projetos Corporativos como escritório de gerenciamento de

projetos, e a metodologia utilizada na gestão de seus projetos.

O quinto capítulo apresenta a análise e resultados das entrevistas

realizadas, colhendo as principais impressões sobre o NPC e seu papel na captação

de recursos. A análise foi dividida duas partes: servidores do SIEDS internos e

externos ao Núcleo de Projetos Corporativos. Na parte final do capítulo e realizadas

o link entre o resultado da pesquisa com a metodologia utilizada.

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2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Uma organização não pode ser entendida como um ponto isolado no

espaço. Ela é um elemento de um conjunto que mantém uma relação com outros

elementos desse conjunto, faz parte de um sistema interligando-se com outras

partes e compõe uma rede com os demais segmentos sociais. Como qualquer outro

objeto, ela pode ter seu curso modificado pelo ambiente e, ao mesmo tempo, sua

presença pode exercer fortes influências sobre todo o conjunto.

Entretanto, toda organização possui uma razão de ser ou uma razão de

existir, ou seja, possui um propósito bem definido, com objetivos e metas a serem

alcançadas. Para as empresas privadas, o objetivo a ser perseguido é de alargar

sua “participação no mercado, fortalecer sua marca, e obter maiores lucros” (VALLE

et al, 2010, p. 41). Por outro lado, para as empresas públicas, seu objetivo é “fazer o

bem”, atendendo às necessidades sociais ou às necessidades da própria

administração pública. (CARNEIRO, 2012, p.104).

Contudo, para que se atinja o objetivo ao qual se deseja toda empresa

pública ou privada, deve fazer uso de um bom planejamento, pois não se atinge um

objetivo só porque se quer atingi-lo. Quando desejam alcançar o sucesso e construir

um futuro promissor, as organizações mobilizam esforços de uma forma proativa,

levando em consideração o ambiente onde a mesma está inserida, sua atual

situação e sua possível evolução. A esse processo Valle et al (2010, p.47) denomina

de “Planejamento Estratégico”.

Para Colen (2014, p.15) o planejamento é um processo que ocorre em duas

situações. Primeiro, quando é possível falar em “eventos futuros conhecidos”, onde

as decisões tomadas no presente propiciam antever, com determinada segurança,

aquilo que ocorrerá futuramente. Segundo é quando se deseja “criar o futuro”, ou

seja, quando aquilo que é feito hoje condiciona de alguma maneira nosso futuro.

Mas, se executarmos o que foi planejado, o futuro poderá ser criado de forma que nossos desejos e aspirações sejam atendidos. Assim, o planejamento tem sito definido como um “processo consciente e metódico de construção do futuro” (COLEN, 2014, p.15).

Por sua vez, Rocha (2006, p.31-32), vem nos dizer que o planejamento é

uma das tarefas mais importantes que deve ser realizada pelo administrador, assim

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sendo, o planejamento é ser realizado com vistas ao atingimento de objetivos tais

como: a escolha de um destino; um diagnóstico dos caminhos alternativos; e a

decisão do rumo específico para o alcance do destino escolhido.

Outro conceito que necessitamos ter o entendimento é o de Estratégia, e

para isso utilizaremos as informações trazidas por Macmillan e Tampoe (2000, Apud

Liedke e Costa, 2003, s.p.) de que a palavra “estratégia” é um termo antigo que teve

origem na Grécia Antiga, derivada dos vocábulos “strato” que quer dizer “exército” e

“agein” relativo a “liderar”. O strategos foi um título criado no ano de 506 aC, em

Atenas, atribuído a um general eleito durante a guerra contra a Pérsia. (Macmillan;

Tampoe, 2000, Apud Liedke; Costa, 2003, s.p.).

Para Rocha, o conceito de estratégia está muito ligado a operações

militares, tanto assim que considera “uma ciência de planejar e de dirigir operações

militares em grande escala, de manobrar forças na posição a mais vantajosa antes

do enfrentamento real com o inimigo” (ROCHA, 2006, p.27). Esse autor ainda

enfatiza que os estudos apontam que o foco principal da estratégia é a busca

permanente pela obtenção de vantagens em uma competição, seja ela com um

inimigo ou com possível adversário.

Entretanto, se voltarmos nosso foco para o meio empresarial, iremos

verificar que o conceito de estratégia evoluiu muito do decorrer do tempo. Enquanto

no meio militar o objetivo era a “conquista e controle de territórios”, no meio

empresarial é “conquista e controle de mercados”. Enquanto no meio militar a

análise se dá levando em consideração as condições climáticas, condições do

terreno, distribuição das forças e da estrutura de comando, no meio empresarial a

análise leva em consideração o estudo do mercado, estrutura da indústria, pontos

fortes e fracos, organização e liderança (FREIRE, 2008, p.24).

Com essa visão empresarial, Fischimann e Almeida (2009, p.27) tecem sua

compreensão acerca do tema, ao enunciarem que o Planejamento Estratégico pode

ser entendido como “uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente

de uma organização, cria a consistência das suas oportunidades e ameaças do

ambiente de uma organização”.

Com essa mesma visão Rocha (2006, p.33) afirma que o planejamento

estratégico é o processo gerencial que examina a análise do ambiente externo e

interno, de modo que seja possível determinar um caminho amplo e generalizado

para uma corporação.

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Assim sendo, o planejamento estratégico, por sua vez, possui um papel bem

especifico na instituição. Sua elaboração busca conhecer e analisar a empresa

internamente, tomando conhecimento de suas reais condições de modo a prepara-la

para responder com maior eficiência aos desafios apresentado pelo ambiente.

Dependo dos cenários que serão gerados por essa análise, o planejamento

estratégico seguirá rumo atingir as necessidades da referida corporação.

Disso sairão suas necessidades e prioridades, as quais serão dispostas

ordenadamente para serem desenvolvidas de modo a atingirem suas metas e

objetivos, bem como suas estratégias e iniciativas, das quais surgirão seus projetos

que farão com que a empresa, em nosso caso, as instituições públicas, alcance a

posição que sua diretoria planejou estrategicamente.

O planejamento estratégico do SIEDS foi elaborado em 2012 em parceria

com a Brainstorming e Núcleo de Projetos Coorporativos (NPC), construído levando-

se em consideração um horizonte temporal de 20 anos, ou seja planejamento

estratégico 2012-2032. Nele foram formulados os objetivos e estratégias que afetam

os rumos de cada instituição pertencente ao Sistema.

O planejamento do SIEDS buscou o desenvolvimento de processos,

técnicas e boas práticas administrativas que possibilitaram analisar as

consequências futuras de decisões tomadas no presente, buscando a redução das

incertezas envolvida no processo decisório, possibilitando o alcance dos objetivos e

desafios estabelecidos para a Segurança Pública do Estado do Pará, tornando

possível assim, maximizar resultados e minimizar deficiências. (NPC, 2015)

Ao propor um planejamento estratégico para o SIEDS, a SEGUP busca

agilizar a tomada de decisões, contribuindo para o enfrentamento da criminalidade, e

permitindo ações inteligentes, efetivas e continuas para se alcançar o sucesso das

metas estabelecidas no plano estratégico.

A realização do Planejamento Estratégico do SIEDS, só foi possível depois

da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre Governo do Estado do Pará e

a Instituição “Movimento Brasil Competitivo2 (MBC)”, cujo objetivo é a instituição do

“Programa Modernizando a Gestão Pública3”, que auxilia o Setor Público a aumentar

2 Segundo o site da própria instituição, criada em 2001, o MBC, atua como um grande agente

mobilizador entre os diferentes segmentos e setores do país na busca pela excelência em gestão e melhoria da competitividade brasileira. Informação disponível em: http://www.mbc.org.br/mbc/novo/index.php?option=conteudo&Itemid=20&Itemid=20. 3. Entre os principais objetivos do Programa está o aumento da receita, a redução dos gastos

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21

sua capacidade de investimento por meio de ações como treinamento do corpo

gerencial e colaboradores da Instituição.

O MBC contratou a consultoria Brainstorming Assessoria de Planejamento e

Informática para conduzir a elaboração do Plano Estratégico do SIEDS. A

Brainstorming iniciou seus trabalhos em abril de 2012, em conjunto com 20

servidores4 das instituições que compõe o SIEDS, indicados pelos gestores de cada

órgão. O conjunto de servidores foi denominado de Grupo de Controle (GC) que

teve como objetivo aprender acerca da metodologia utilizada pela Brainstorming, e

orientar as instituições do Sistema na concretização de cada etapa de construção e

discussão do planejamento estratégico.

Outro grupo formado foi o Comitê de Planejamento, servidores que

integravam o quadro efetivo dos setores de cada instituição do SIEDS. O papel deles

foi essencial para a realização do diagnóstico de cada órgão, na medida em que são

eles os responsáveis e conhecedores da rotina administrativa e finalística de suas

respectivas instituições. Houve ainda a participação de peritos, pessoas que não

pertencem diretamente aos órgãos do sistema, mas sim especialistas em

determinada área do saber que interfere no Sistema de Segurança Pública.

(MARCIAL; GRUMBACH, 2008, p.110).

Vale ressaltar que o sucesso só foi possível com o envolvimento e o

comprometimento dos gestores de cada órgão, em cada etapa da construção do

planejamento estratégico. Acompanhando e dando suporte aos trabalhos

desenvolvidos por sua equipe. A figura 01 mostra os grupos envolvidos na

construção do planejamento estratégico.

correntes e a melhoria de índices em áreas como Saúde, Educação e Segurança Pública. Disponível em: <http://www.mbc.org.br/mbc/novo/index.php?option=projeto&task=categoria&id=4&Itemid=34> acessado em 06/02/2016.

4 Servidor público é todo aquele empregado de uma administração estatal. Sendo uma designação

geral, engloba todos aqueles que mantêm vínculos de trabalho com entidades governamentais,

integrados em cargos ou empregos das entidades político-administrativas, bem como em suas

respectivas autarquias e fundações de direito público, ou ainda, é uma definição a todo aquele que

mantém um vínculo empregatício com o Estado, e seu pagamento provém da arrecadação pública de

impostos, sendo sua atividade chamada de "Típica de Estado".

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Figura 01: GRUPOS ENVOLVIDOS NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.

Fonte: Brainstorming

A metodologia utilizada pela Brainstorming foi baseada no método

Grumbach de gestão estratégica, desenvolvido pelo brasileiro, Raul José dos Santos

Grumbach, a partir de 1996, por meio de estudos em cenários prospectivos

realizados na Espanha. Inicialmente foi concebido como uma ferramenta para

geração e analise de cenários prospectivos.

Atualmente, adota o enfoque sistêmico, no qual a instituição objeto de

estudo realiza planejamento estratégico e cenário prospectivos, por meio de um

sistema aberto, ou seja, recebe influência e influência seu ambiente (MARCIAL;

GRUMBACH, 2008, p.110).

O método utiliza técnicas tais como: brainstorming, método Delphi, Impactos

Cruzados, o teorema de Bayes, Simulação Monte Carlo, Teoria dos Jogos, conceitos

de simulação e construção do futuro e “Balanced Scorecard (BSC)”, além do

monitoramento de indicadores (MARCIAL; GRUMBACH, 2008, p.111).

O Método Grumbach é informatizado pelos softwares PumaWeb permite o

cadastramento dos dados fundamentais para a identificação do sistema,

possibilitando um diagnóstico estratégico, por meio de medidas da visão de presente

e futuro que serão importantes para a consolidação do Plano estratégico.

JaguarWeb, que tem como intuito permitir a priorização e o ordenamento

das iniciativas estratégicas, permitindo que essas iniciativas sejam desdobradas em

projetos que serão cadastrados e monitorados no sistema.

Essa ferramenta, também permite o monitoramento de indicadores;

LinceWeb, permite a analise e o monitoramento de eventos, objetivos e atores. Esse

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software realiza a analise por meio da Teoria de Jogos; CenárioWeb, que permite o

cadastro de eventos, objetivos e atores; RiscoWeb, que permite o cadastramento e

monitoramento dos riscos identificados no plano estratégico, em resumo

(NPC,2015).

Figura 02: ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Fonte: http://www.planejamentoestrategico.pge.ba.gov.br/metodologia.asp

Um produto do resultado do planejamento estratégico é o mapa estratégico

que possui a função de equilibrar ideias conflitantes, baseando-se em hipóteses

diferenciadas de valores para os clientes, fornecer as reais estratégias do negócio,

auxiliando ainda na viabilização de unir forças para superação de problemas e

dificuldades referente às mudanças do cenário global.

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Figura 03: MAPA ESTRATÉGICO DO SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL

Fonte: Secretaria estadual de segurança pública e Defesa Social

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3. A GESTÃO DE PROJETOS

A própria história da evolução dos estudos sobre projetos confirma o

reconhecimento do emprego da gestão, com sua metodologia, técnicas e

ferramentas, como importantes aliados para potencializar os benefícios dos

objetivos, estratégias e iniciativas definidas nos planejamentos estratégicos das

organizações (CIERCO et al, 2012, p.22).

O PMBOK® contém o padrão globalmente reconhecido para a atividade de

gestão de projetos, onde descreve normas, métodos, processos e práticas

estabelecidos. O conhecimento contido nesse padrão é fruto da evolução histórica

das boas práticas reconhecidas por profissionais que lidam com a atividade de

gestão de projetos e que contribuíram para seu desenvolvimento (PMI, 2013, p.1).

A seguir passaremos a introduzir alguns conceitos que serão utilizados no

decorrer desse trabalho entre eles o de programa que pode ser definido como sendo

um grupo de projetos gerenciados de forma coordenada, visando obter benefícios

que se tornam difíceis de serem alcançados quando gerenciados isoladamente

(XAVIER, 2011, p.9).

Figura 04 : REPRESENTAÇÃO DE PROGRAMA E PROJETOS NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Fonte: PMI, (2013)

Os projetos possuem em comum a características de apresentarem um

“objetivo principal claro e bem definido” (JUGEND et al, 2014, p.xxvi). O Project

Management Institute (PMI) define projeto como sendo “um esforço temporário

empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (PMI, 2013,

p.03). Seu caráter “temporário” indica que sua execução possui um período limitado

em que deve ser desenvolvido, com início e término bem definidos.

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Sobre isso e, só é um projeto, como foi dito acima, se for “um esforço

temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMI,

2013, p.417). Para as demais atividades operacionais (rotinas operacionais)

desenvolvidas pelas instituições, que são os procedimentos repetitivos e contínuos,

denominaremos de processos (CIERCO et al, 2012, p.28-29).

Figura 05 - PROJETOS X PROCESSOS OPERACIONAIS

Fonte: Adaptado de Xavier e Xavier

Um subprojeto, por sua vez, é uma parte menor, um subconjunto de um

projeto, que pode ser gerenciado por um determinado participante da equipe, por

uma empresa externa ou por outra unidade funcional da própria instituição. Essa

subdivisão em subprojeto se dá pela necessidade de se obter um melhor

gerenciamento de um projeto (XAVIER; XAVIER, 2011, p.10).

Figura 06 : REPRESENTAÇÃO DE SUBPROJETOS NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Fonte: PMI, (2013)

Um portfólio (também conhecido como carteira de projetos) refere-se ao

conjunto de todos os projetos, programas e outros trabalhos, de toda a instituição.

(XAVIER; XAVIER, 2011, p.9). Esses elementos são agrupados para facilitar o

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gerenciamento eficaz desse trabalho a fim de atingir os objetivos estratégicos de

negócios (Kolb5).

Figura 07 : REPRESNTAÇÃO DE PORTFÓLIO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Fonte: PMI, (2013)

Segundo a definição encontrada no PMBOK® gerenciamento de projetos são

a “aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do

projeto para atender aos seus requisitos” (PMI, 2013, p.5). Aplicar as práticas,

ferramentas, técnicas, conhecimentos e habilidades do gerenciamento de ajuda a

aumentar a probabilidade de sucesso do projeto (MULCAHY et al, 2013, p.23) e, a

pessoa responsável por fazer com que tudo isso seja aplicado ao projeto é o gerente

do projeto (CIERCO et al, 2012, p.26).

3.1. A gestão de projetos na Administração Pública

O que não podemos esquecer é que apesar de existirem fortes semelhanças

entre o modo de gestão que é realizada nas instituições públicas em comparação

com as empresas que atuam no mercado privado, há também diferenças marcantes

que as distinguem umas das outras. Para Carneiro (2012, p.104), a principal

diferença existente entre as organizações do setor público com relação às do setor

privado, é que, aparentemente, está ligado ao esforço empreendido pelas

organizações para a manutenção de sua existência.

Segundo a referida autora, as organizações pertencentes ao setor público

5 KOLB, Juliana. Projetos, Programas e Portfólios. Disponível em:

http://www.trf5.jus.br/downloads/Projetos,%20Programas%20e%20Portfolios.pdf. Acessado em 20 de janeiro de 2016.

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existem por força de dispositivos legais ou normativos, criadas para atender

necessidades sociais ou da própria administração pública, e sua existência persiste,

enquanto o normativo que a criou existir. Além do mais, os recursos necessários à

sua manutenção são disponibilizados via arrecadação ou mediante transferência

destes para a organização (CARNEIRO, 2012, p.104).

Por outro lado, as organizações do setor privado, diferentemente das

organizações do setor público, fazem do lucro e da busca pelo crescimento de seu

capital, seu principal objetivo e que define sua razão de ser. Essa meta, também,

torna-se uma forma dessas instituições se manterem dentro de um mercado

altamente competitivo, buscando sempre sua sobrevivência e fortalecimento nesse

meio por meio do crescimento de seu capital (CARNEIRO, 2012, p.104).

Existem ainda, outras diferenças quanto ao atendimento às normas jurídicas.

Segundo Meirelles (2003, p. 86) “enquanto na administração particular é lícito fazer

tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei

autoriza.” Isso significa que, legalmente, as instituições públicas devem seguir uma

base jurídica muito mais rígida do que as instituições privadas.

Tanto isso é verdade que a Constituição Federal promulgada em 1988, traz

no Caput de seu artigo 37 os princípios que devem ser seguidos pela a

Administração Pública em todos os seus atos, sendo eles a Legalidade,

Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, e Eficiência.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte

6: (CF. 1988).

Sobre tais princípios constitucionais, Iurk (2008, p.29) caracteriza a

Legalidade dizendo que “Na atividade particular, tudo o que não está proibido é

permitido”. Entretanto, para o referido autor, na Administração Pública, “tudo o que

não está permitido é proibido”. Logo, o agente público7, nesse caso, os gestores e

6 Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998.

7 Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da

Administração Indireta, conforme elencado no texto do Art.37 da Constituição Federal de 1988. De acordo com a Emenda Constitucional nº 18 de 1998, a categoria “Agente público” refere-se também aos militares, que até então, eram considerados servidores militares. Após o novo texto constitucional, foi excluída a denominação de servidores dos militares. Ficando a nova classificação dos agentes públicos composta por quatro categorias, a saber: agentes políticos, servidores públicos, militares e

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administradores, está rigidamente preso aos ditames da lei, e suas atuações devem

ser confrontadas com a lei. Já com foco no principio da Impessoalidade, este impele

o gestor público a orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções

fundamentadas em critérios pessoais. Nesse caso, para as instituições públicas, o

que deve prevalecer é o interesse e o bem público (IURK, 2008, p. 29).

Sobre o principio da Moralidade, Iurk (2008, p. 30) traz para o centro de sua

reflexão o termo “moral administrativa”, denotando para esse autor, o dever incutido

que o administrador público possui que “não é apenas cumprir a lei formalmente,

mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a

administração”.

Já o princípio da Publicidade, diz respeito á necessidade da publicação ou

divulgação oficial de todo os atos da Administração Pública, assegurando seu

cumprimento e sujeitando-os à observância e controle da população (IURK, 2008, p.

30). A Eficiência é o princípio Constitucional que objetiva a obtenção do “melhor

resultado com o uso racional dos meios”. Tal princípio obriga o administrador fazer

sua opção pela mais vantajosa ao serviço público (IURK, 2008, p. 30).

Além do mais, com relação às perspectivas de tempo, enquanto os

responsáveis pelos projetos do setor privado tendem a projetar suas ações em um

horizonte maior, haja vista a necessidade que possuem de atender a evolução do

mercado, inovação e investimentos tecnológicos. Por sua vez, os gerentes públicos

possuem a tendência de utilizar uma projeção mais em curto prazo, motivadas por

questões políticas (CARNEIRO, 2012, p.110). Nisso podemos perceber que o ciclo

do projeto na administração pública dura no máximo 04 anos, obedecendo ao

mandato público.

Outro ponto que não passou despercebido por Carneiro é que os gestores

do setor privados possuem a responsabilidade de treinar seu substituto, fato esse

que não acontece no setor público, onde a escolha do substituto se dá mediante a

realização de eleições (CARNEIRO, 2012, p.110).

Nisso, tais diferenças existentes entre os setores públicos e privados devem

ser levadas em consideração na hora de serem implementadas as práticas de

gestão, onde os escritórios de projetos estão envolvidos. Por conseguinte, Carneiro,

particulares em colaboração com o Poder Público).

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apoiado em Wirick (2009), elenca uma de existentes na condução de um projeto no

setor público, conforme segue.

Operam em um ambiente com grande carga de conflitos de objetivos e resultados; Envolvem muitos níveis de stakeholders com interesse variado; Devem fazer concessões a interesses políticos e operar sob pressão de inquisição e controle da mídia; Sofrem menor tolerância a falhas (da sociedade, dos órgãos reguladores e de controle, da mídia...); São sujeitos a restrições de regras, leis, normas, práticas e processos que consomem recursos e podem atrasa os prazos; Requerem a cooperação de entidades ou setores diversos que não fazem parte do time do projeto não só para a definição, mas também para a execução de atividades (compras, contratações, etc.); Geralmente não tem flexibilidade para alocar profissionais experientes no que se deseja desenvolver; pela dificuldade em contratar, deve-se contar como os recursos existentes; São executados em um ambiente de conflito e onde podem existir também adversidades políticas (CARNEIRO, 2012, p.113).

Com isso, observamos a grande complexidade que um responsável pelo

projeto irá encontrar no ambiente do setor público. Por isso, não se pode dizer que

as práticas de gestão em projetos utilizadas no setor privado podem ser utilizadas no

setor público de forma imediata e simplista. Elas podem e estão sendo utilizadas,

mas existe a necessidade de se entender e considerar tais diferenças, haja vista a

grande diferença de complexidade entre tais setores (CARNEIRO, 2012, p.113).

E o que geralmente leva à utilização das práticas adotadas no setor privado

pelo setor público, como por exemplo, a adoção do escritório de gestão de projetos?

Encontramos algumas explicações acerca de tal atitude, além de o escritório ser um

centro de referência das melhores práticas em gestão de projetos e de viabilizar um

sistema de monitoramento do progresso e de acompanhamento para auxílio aos

coordenadores da área.

Para alguns, a doção dos Escritórios de projetos no setor púbico, veio partir

da percepção da necessidade de planejar e controlar os projetos da instituição, além

de tornar a comunicação mais eficiente, criando um vocabulário adaptado à cultura

da administração pública, (TREFF; BATTISTELLA, 2013, p.ix).

Para Treff e Battistella a incorporação dos escritórios de projetos em

instituições públicas, se dá com a finalidade de servir como um prestador de serviços

e fonte de consulta e esclarecimentos de dúvidas e problemas para gerentes de

projetos, além de garantir o sucesso no processo de gestão de projetos (TREFF;

BATTISTELLA, 2013, p.1-2).

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Além disso, ou autores perceberam algumas oportunidades geradas pela

implantação dos escritórios de projetos em instituições públicas, como o a solução

de problemas operacionais, a garantia da qualidade total na entrega dos produtos,

alcançarem os resultados com excelência, apropriar-se de conhecimentos tácitos de

seus funcionários e transformá-los em inovações, e evitar o desperdício ou a má

distribuição dos recursos financeiros (TREFF; BATTISTELLA, 2013, p.1-2).

Já para Gonçalves e Martino, a implantação dos escritórios de projetos em

instituições públicas visa o favorecimento da correta execução doa planejamento

estratégico da organização, tornando possível a maximização do cumprimento dos

objetivos, além de oferecer suporte aos responsáveis pelos projetos em relação às

ferramentas metodologias aplicadas (GONÇALVES; MARTINO, 2013, p30)

3.2. O Escritório de Gestão De Projetos

O entendimento de Escritório de Gestão de Projeto (EGP8) surgiu

justamente da necessidade constante que as instituições tinham de encontrar formas

cada vez mais efetivas e coerentes para gerenciar seu conjunto de projetos em

desenvolvimento, buscando com isso, manter o controle e a centralização das

informações relacionadas aos respectivos projetos.

Tal foi o sucesso dessa prática que se tornou bastante difundida em todo o

mundo, popularizando-se e sendo utilizada para elevar o nível de maturidade

organizacional em gerencia de projetos (LIMA; MENEZES, 2009, p.30).

O Escritório de Gestão de Projetos (EGP) segundo o que é definido pelo

Project Management Institute (PMI) é uma estrutura organizacional responsável pela

padronização dos processos de governança relacionados a projetos, facilitando o

compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técnicas.

De acordo com a necessidade de cada instituição, os papéis

desempenhados pelo EGP podem variar, atuando no apoio ao gerenciamento de

projetos até a responsabilidade real pelo gerenciamento direto de um ou mais

projetos. PMBOK® (2013, p.11).

Com relação ao conceito de “governança” acima referenciado e que foi

8 Do Inglês Project Management Office (PMO)

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introduzido pelo PMI na definição de EGP, neste trabalho será assumida a definição

do Elo Group9, segundo a qual, “governança” diz respeito à definição de diretrizes e

regras para a condução das ações de gestão e à consequente determinação de

papeis e responsabilidades por essas atuações dentro da organização (ELO Group,

2008, p.04).

Para Kerzner (2006, p.265), num período de quase 40 anos (1950-1990), os

Escritórios de Gerenciamento de Projetos funcionou quase como um setor de

projetos para um determinado grupo de clientes, com equipes compostas por

pessoal que se destinavam exclusivamente a gerenciar um projeto especifico,

geralmente de grande porte.

Exemplo maior citado por Kerzner foi à criação de escritórios de projetos

para atendimento às necessidades de clientes especifico, conforme o que segue.

[...] As indústrias aeroespacial e de defesa criaram três escritórios de projetos, designados para os clientes do Exército, da Marinha e da Força Aérea, respectivamente. Algumas empresas criaram escritórios de projetos exclusivamente para atuação em grandes ou pequenos projetos (KERZNER, 2006, p.265).

O objetivo principal do EGP nesse período era uma maior aproximação com

o cliente, oferecendo uma organização dedicada ao mesmo. Nesse período,

portanto, os escritórios funcionavam com o objetivo de atender a um determinado

cliente, haja vista que os projetos eram, na verdade, um verdadeiro programa, que

contavam com financiamento governamental com alto valor em dólar e que durariam

vários anos (KERZNER, 2006, p.265).

No entendimento de Barbalho & Jugend (2014, p.65), esse momento pode

ser considerado como um período de evolução dos Escritórios de Projetos,

concretizado pelo surgimento formal dessa estrutura de gerenciamento, mais

precisamente no final dos anos de 1960 como forma de auxílios aos grandes

projetos, principalmente, das atividades de militares, aeroespacial e de construção

civil (BARBALHO; JUGEND, 2014, p.65).

Em especial nesse período, a grande preocupação dos EGPs girava em

9 A definição de governança foi extraída junto a Elo Group, que é uma consultoria que atua na

transformação das organizações com quem trabalha, auxiliando-as a obter resultados de excelência e crescer de maneira sustentável. Atuamos em parceria com nossos clientes para criar soluções de alto impacto para seus problemas de gestão, ajudando-os a conquistar seus objetivos e metas. Disponível em: <http://elogroup.com.br/elo-quem-somos/a-elogroup/>. Acessado em: 30/12/2015 às 11h32.

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33

torno da tecnologia e dos prazos, que eram tidos como elementos significativamente

mais importantes que os custos. Por esse motivo, e pelo fato de que os clientes

quase sempre assumiam o aumento de custos no projeto, as despesas não eram

consideradas como de extrema importância pelo escritório de projetos. Entretanto,

na década de 1980, os órgãos militares e governamentais passaram a se preocupar

mais com os custos (KERZNER, 2006, p.266).

Entre os anos de 1990 e 2000, os benefícios obtidos com a utilização da

gestão de projetos, que antes eram vistos como possíveis apenas nas atividades de

militares, aeroespacial e de construção civil, receberam o reconhecimento e

tornaram-se evidência de que também poderiam ser atingidos em outros setores

(KERZNER, 2006, p.266) (BARBALHO; JUGEND, 2014, p.65). Nisso, o setor

administrativo começou a compreender que a gestão de projetos, poderia exercer

um impacto significativo nas bases corporativas (KERZNER, 2006, p.266).

Ademais, as corporações puderam iniciar o processo de identificação de

todas as “atividades críticas” relacionadas com a gestão de projetos e as colocaram

sob a supervisão do escritório de projetos. Com isso, os escritórios de projetos

começaram a ser chamados no meio organizacional de “centro de excelências” em

gestão de projetos (KERZNER, 2006, p.267).

A partir do ano 2000, os escritórios de projetos tornaram-se “lugar comum”

na hierarquia das corporações. Na visão de Kerzner (2006, p.268), apesar dos

escritórios de projetos terem mantido suas atividades quase sem alteração, a partir

desse momento, essa estrutura organizacional passou a desenvolver uma nova

missão, a de “manter toda a propriedade intelectual relativa à gestão de projetos e

de ativamente sustentar o planejamento estratégico da corporação” (KERZNER,

2006, p.268).

Dessa forma, os escritórios de projetos foram se transformando em um setor

responsável pelo controle da propriedade intelectual de assuntos e lições

apreendidas relacionadas à gestão de projetos, bem como passaram a ser inserido

nos serviços relacionados ao planejamento estratégico da instituição que os mantém

(KERZNER, 2006, p.269).

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34

3.3. Classificação dos Escritórios de Projetos

Segundo Kerzner (2006, p.274), existem três tipos de escritórios de

gerenciamento de projetos que, rotineiramente, são empregados nas instituições,

assemelhando à classificação de Barbalho e Jugend (2014, p.69), que os classificam

em função de seu nível hierárquico na organização.

Para Kerzner existe o “Escritório de Projetos Funcional” que é utilizado em

um setor específico, uma área ou divisão funcional de uma organização, tais como

sistemas de informação. A responsabilidade principal desse tipo de escritório de

projetos é o gerenciamento de recursos (um conjunto crítico de recursos).

Esse tipo de escritório de projetos é semelhante ao classificado por Barbalho

e Jugend (2014, p.70) como “nível dois”, que recebe o nome de “escritório de

projetos da unidade de negócio”, pois como o próprio nome diz, ele é responsável

por todos os projetos de uma unidade de negócio (BARBALHO; JUGEND, 2014,

p.70).

Outro tipo de escritório de projetos apresentado por Kerzner é o “Escritório

de Projetos de Grupo de Clientes”. Ele é destinado à promoção de um melhor

gerenciamento e comunicação com clientes. Para o autor, clientes ou projetos

comuns são agrupados para possibilitar um melhor gerenciamento e melhores

relações.

E o terceiro tipo apresentado por Kerzner é o “Escritórios de Projetos

Corporativos”, cujo objetivo é o atendimento das necessidades de toda a

Corporação. Para o autor, esse tipo de escritório de projetos concentra seus

esforços em questões estratégicas e corporativas, e não em assuntos funcionais

(KERZNER, 2006, p.274).

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Figura 08 - NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS SEGUNDO

BARBALHO E JUGEND (2014) COM INTRODUÇÃO DE KERZNER

Fonte: Adaptado de BARBALHO; JUGEND (2014, p.69).

Esse modelo se assemelha ao Escritório de projetos “nível três”, classificado

por Barbalho e Jugend (2014, p.70) como “escritório de projetos estratégicos”

possuindo vínculo direto com o diretor da empresa. Tem a função de oferecer

suporte para o gerenciamento de projetos de todas as unidades de negócios da

empresa, bem como permite viabilizar projetos e programas que estão alinhados à

estratégia organizacional e ao plano estratégico da instituição (BARBALHO;

JUGEND, 2014, p.70).

Outra forma de classificar os Escritórios de Gerenciamento de Projetos se dá

em função do seu “grau de controle e influência nos projetos da organização”,

tratada na introdução do PMBOK (2013, p.11). Nesse critério, os EGPs podem ser

classificados de três maneiras, conforme o que segue.

Escritório de gestão de projetos “De suporte”, que desempenham apenas um

papel “consultivo” na gestão dos projetos. Os EGPs nesses moldes desempenham o

papel de fornecedores de modelos, melhores práticas, treinamento, acesso a

informações e lições aprendidas com outros projetos. Este tipo de EGP atua,

também, como um repositório de projetos (PMBOK, 2013, p.11).

Escritório de gestão de projetos “De controle”, exercendo a atividade de

fornecer suporte e exigir a conformidade através de vários meios. A conformidade

pode envolver a adoção de estruturas ou metodologias de gerenciamento de

projetos usando modelos, formulários e ferramentas específicas, ou conformidade

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36

com a governança (PMBOK, 2013, p.11).

O escritório de gestão de projetos “Diretivo”, por sua vez, assume o controle

dos projetos através do seu gerenciamento direto. Exercem um controle direto de

um, (PMBOK, 2013, p.11).

Pelas características do Núcleo de Projetos Corporativos da Secretaria de

Estado de Segurança Pública e Defesa Social, pelo grau de envolvimento que o

NPC teve nas atividades de gestão dos projetos, bem como pela independência das

corporações que fazem parte do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa

Social.

Podemos classificar o NPC como sendo um EGP que possui características

mistas, apresentando particularidades tanto de “EGP de suporte” quanto de um

“EGP de Controle”. Como podemos perceber, o conceito de escritório de projetos é

relativamente novo e aplicado há pouco tempo em empresas no Brasil.

Barbalho e Jugend (2014, p.65) ao se referirem à finalidade dos Escritórios

de Gerenciamento de Projetos, afirmam que o principal desígnio dessa estrutura é

de “fornecer suporte gerencial aos diferentes projetos de uma empresa”.

Por isso o EGP propicia o respaldo necessário aos diferentes profissionais

de uma empresa, que busquem o cumprimento do gerenciamento dos projetos que

estão sob suas responsabilidades, primando pelo cumprimento do prazo, orçamento

e a qualidade que foram devidamente estipulados na fase de planejamento do

projeto (BARBALHO; JUGEND, 2014, p.65).

Torna-se bastante evidente que o EGP de uma instituição é atualmente

considerado o “guardião da propriedade intelectual em gestão de projetos”. Portanto,

ele assume a responsabilidade pela manutenção de um sistema de informação,

composto por processos e ferramentas, capaz de coletar informações necessárias

para tal fim, sendo que tais informações devem ser gerenciadas e atualizadas

constantemente (KERZNER, 2006, p.292).

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37

Figura 09 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO DE

PROJETOS.

Fonte: Kerzner (2006).

Esse sistema de informação é pedagogicamente composto por outros quatro

sistemas (ver figura 12). O primeiro deles é o “Sistema de informação para

mensuração de valor agregado” que é o responsável por fornecer informações

necessárias para responder as perguntas: “Onde o projeto se encontra hoje?” e

“Aonde o projeto vai levar?”.

Em outras palavras, calcula os valores reais para o trabalho, os custos reais,

as variações de custos e de prazos, o custo estimado na conclusão, o tempo

estimado na conclusão, porcentagens concluídas e tendências. A pronta

disponibilidade dessas informações é essencial para a corporação com vistas a uma

possível rápida tomada de decisão referente ao projeto (KERZNER, 2006, p.294).

O “Sistema de informação para gerenciamento de riscos”, como o próprio

nome diz, pode armazenar e rapidamente recuperar os dados relativos aos riscos,

disponibilizando-os para a confecção de relatórios, servindo como repositório para

todas as informações atuais e passadas relacionadas com riscos em projetos

(KERZNER, 2006, p.294).

O terceiro é o “Sistema de informação de falhas de desempenho”, que deve

identificar as causas das falhas e possíveis recomendações para a sua eliminação.

Page 38: Monografia cao   versão final  corrigida entregue

38

Para Kerzner (2006, p.294), “a falha pode ser o total fracasso de um projeto ou

simplesmente de alguns testes durante o projeto”. Além do mais é responsabilidade

de sistema a Identificação se tais falhas são provenientes de um problema interno à

empresa ou se tem sua origem nas interações externas à mesma (KERZNER, 2006,

p.294).

E, por fim, o “Sistema de informações de lições aprendidas”, onde cada

projeto desenvolvido por uma empresa é considerado uma fonte preciosa de

informações que se constitui propriedade intelectual da empresa e deve ser coletada

para utilização futura. Kerzner (2006, p.295) cita as possíveis aplicações destas

informações atuando sobre o aperfeiçoamento de padrões, sobre a estimativa para

futuras licitações e sobre o modo como o negócio foi conduzido.

O autor enfatiza ainda que existe uma tendência de se fazer com que as

revisões de lições apreendidas se tornem parte da metodologia de gestão de

projetos, ao contrário de ser uma função separada (KERZNER, 2006, p.295).

Outra função básica que deve ser exercida pelos Escritórios de

Gerenciamento de projetos, segundo Kerzner (2006, p.300) é a disseminação da

informação. Isso porque o problema comum na maioria das instituições é de como

garantir que as informações críticas sejam divulgadas por todos os setores dessa

corporação.

Uma das melhores maneiras de se realizar a disseminação de informações

aprendidas pode ser a atuação do EGPs na preparação de “estudo de casos de

lições aprendidas” no encerramento de cada projeto. Para o autor acima, nesses

estudos de casos de lições aprendidas, devem ser abordados não só os acertos,

mas também os erros ocorridos em cada projeto. Isso, portanto, é responsabilidade

da equipe do escritório de projetos destinada à condução do estudo de caso,

(KERZNER, 2006, p.300-301).

O treinamento e gestão de projetos é uma função muito importante

desenvolvida pelos escritórios de projetos, Xavier & Xavier (2011, p.12), uma forma

de os EGP’s exercerem de modo continuo sua função de apoio ao gerenciamento de

projetos é mediante a realização de treinamento na metodologia gestão de projetos,

em software, padronizações e procedimentos (XAVIER; XAVIER, 2011, p.12).

Na visão de Kerzner, (2006, p.301) a melhor opção é que o escritório de

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39

projeto assuma o papel de mentor, onde os servidores que assumam o papel de

gerentes de projetos sem experiência, possam se dirigir em busca de ajuda e

orientação junto aos profissionais mais experientes, os quais se reportam ao

escritório de projetos de forma integral ou parcial. Nesse caso o programa de

treinamento seria realizado em tempo integral ou quando necessário, conforme a

conveniência da instituição (KERZNER, 2006, p.301).

Outra atividade de fundamental importância (crítico) que deve ser

desenvolvida por EGP é o desenvolvimento de padrões em gestão de projetos. O

desenvolvimento de padrões facilita a comunicação entre os membros da equipe

que trabalha na gestão de um projeto, pois cria uma linguagem comum. Os

“templates10” devem ser personalizados de modo atender as necessidades da

corporação, nesse caso deve-se evitar a cópia dos documentos de outras empresas,

pois essa pode não possuir os mesmos tipos de projetos, bem como cultura

semelhante (KERZNER, 2006, p.302).

A razão para o desenvolvimento e utilização de templates é de oferecer um

“ponto de partida” para os grupos de processos de iniciação, planejamento,

execução, controle e encerramento de um projeto. Os templates devem ser

construídos de modo a estimular o pensamento sobre o que deve ser feito e sobre

as possíveis ideias de como fazer. Devem ser flexíveis e facilmente adaptados às

necessidades de diferentes projetos, bem como serem revistos e atualizados

quando necessários (KERZNER, 2006, p.302).

Além do que foi exposto acima, os Escritórios de Projetos possuem na

atualidade, o encargo de reter intelectualmente, todas as técnicas e todos os

conhecimentos referentes à gestão de projetos, em outras palavras, o “centro da

corporação para o controle da propriedade intelectual”, bem como tem a obrigação

de contribuir de forma efetiva para a composição do planejamento estratégico da

Instituição (KERZNER, 2006, p.268-269).

10

Template é um termo em inglês que quer dizer “modelo, gabarito, padrão, modelo de documento”. Segundo o É um documento de conteúdo, com apenas a apresentação visual (apenas cabeçalhos por exemplo) e instruções sobre onde e qual tipo de conteúdo deve entrar a cada parcela da apresentação — por exemplo conteúdos que podem aparecer no início e conteúdos que só podem aparecer no final.

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40

3.4. A captação de recursos

Outra importante função desenvolvida pelos EGPs é a de ser o setor

responsável pela captação de recursos financeiros de uma instituição. Caminhando

nessa direção, encontramos a contribuição de Melo e Leitão (2007, p.14) que

afirmam que a captação de recursos não pode ser considerada uma atividade

pontual, mas sim um processo.

Sob esse ponto de vista, antes do desenvolvimento de qualquer ação, deve

ser realizado um planejamento minucioso dos passos a serem seguidos, pois a

atividade acima está baseada na confiança das parcerias, em relacionamentos e

compromissos de longo prazo. Para os autores acima, para a captação de recursos

pode ser encontrado em várias definições.

Para alguns, é encontrar quem participe dos riscos das boas ideias; buscar recursos no organismo externo; é ter uma necessidade e precisar convencer pessoas ou instituições a colocar recursos, além de mostrar como a instituição beneficiária irá retornar o investimento. (MELO; LEITÃO, 2007, p. 14)

Entretanto, para início dessa pesquisa, iremos adotar a definição de

“captação de recursos” como sendo o “conjunto de atividades multidisciplinares,

realizadas pelas organizações [...], com o objetivo de gerar recursos financeiros,

materiais e humanos para a consecução de suas finalidades” (OAB, 2011, p.06).

Na Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do

Pará (SEGUP), o Núcleo de Projetos Corporativos (NPC) realiza a função de um

Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) onde, segundo (RABECHINI, 2007

apud LIMA; MEZENES, 2009), “são organizações que dominam as técnicas e

ferramentas da disciplina gerenciamento de projetos, apoiando e viabilizando

projetos”.

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4 O SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA

SOCIAL

No estado do Pará os órgãos responsáveis pela promoção da segurança

pública estão reunidos em um sistema denominado Sistema Estadual de Segurança

Pública e Defesa Social (SIEDS) que foi instituído pela Lei Estadual nº 5.944 de 02

de fevereiro de 1996, sendo posteriormente alterado pela Lei nº 6.532 de 23 de

janeiro de 2003, cuja publicação ocorreu no Diário Oficial do Estado (DOE) n°

29.870, de 24 de janeiro de 2003. Mais recentemente, o SIEDS foi reorganizado por

intermédio da Lei Estadual nº 7.584 de 28 de dezembro de 2011, publicada no DOE.

32.066, de 29 de dezembro do mesmo ano.

O SIEDS, de acordo com sua incumbência institucional, deve assegurar a

preservação da ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio, por

intermédio dos órgãos que o compõem, bem como garantir a fomentação da

integração de maneira sistêmica dos órgãos que o compõem e em paralelo integrar

as respectivas ações (Lei Estadual, nº 7.584, 2011).

O SIEDS possui uma organização que se dá da seguinte forma: I - Órgãos

de Deliberação Colegiada; II - Órgãos de Natureza Consultiva; III – Órgãos de

Natureza Especial; IV - Órgão Central do Sistema; e V - Órgãos sob Supervisão

Técnica e Operacional.

Figura 10 – ORGANOGRAMA DO SISTEMA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO ESTADO DO PARÁ.

Fonte: Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP).

Dos Órgãos de Deliberação Colegiada fazem parte o Conselho Estadual de

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Segurança Pública (CONSEP), o Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN). Já com

relação aos Órgãos de Natureza Consultiva, encontramos o Comitê Integrado de

Gestores da Segurança Pública (CIGESP), o Comitê Integrado de Corregedores de

Segurança Pública (CICSP), o Gabinete Interinstitucional de Gerenciamento e

Negociação (GIGN) e o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública

(GGI/PA) 11.

Por sua vez, são considerados Órgãos de Natureza Especial a Ouvidoria do

Sistema, e a Diretoria do Disque-Denúncia, sendo esses vinculados ao CONSEP.

Como Órgão Central do Sistema encontramos a Secretaria de Estado de Segurança

Pública e Defesa Social (SEGUP).

Com relação aos Órgãos sob Supervisão Técnica e Operacional, fazem

parte de rol a Polícia Militar do Pará (PMPA); o Corpo de Bombeiros Militar do Pará

(CBMPA); a Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA); o Departamento de Trânsito do

Estado do Pará (DETRAN); a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado

do Pará (SUSIPE); e o Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” (CPC RC).

Estas organizações possuem independência administrativa, orçamentária e

financeira, mas são coordenadas, supervisionadas, articuladas, integradas e

avaliadas pela SEGUP, visando garantir a missão do sistema, acima mencionada

(PARÁ, Lei nº 7.584, de 28 de dezembro de 2011).

Da mesma forma como aconteceu com o SIEDS, no órgão central do

Sistema também foram implementadas certas novidades. Foram criadas 3

secretarias-adjuntas e outras estruturas administrativas, no intuito de integrar e

otimizar as ações dos seus diversos componentes.

A Secretaria-Adjunta de Gestão Operacional (SAGO) tem como atribuições

coordenar, supervisionar, monitorar e avaliar as ações e operações integradas de

segurança pública e de defesa civil do Estado, avaliando as ações e operações e

promovendo a integração e a otimização dos meios aéreos, fluviais e terrestres

disponíveis no SIEDS, bem como planejar, coordenar e articular as ações da

SEGUP com os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, e com os diversos

segmentos sociais, para a implementação de políticas públicas relacionadas à

prevenção da violência e criminalidade.

11

Não permanente, em caráter extraordinário.

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43

À SAGO estão subordinados o Centro Integrado de Operações (CIOP), a

Diretoria de Prevenção Social da Violência e da Criminalidade (DIPREV), o

Grupamento Aéreo de Segurança Pública (GRAESP) e o Grupamento Fluvial de

Segurança Pública (GFLU).

A Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (SAIAC) tem como

atribuições planejar, coordenar, supervisionar, monitorar e avaliar as ações de

inteligência e análise criminal do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa

Social (SIEDS).

Figura 11: ORGANOGRAMA DA SEGUP

Fonte: SEGUP, http://www.segup.pa.gov.br/node/180

A Secretaria-Adjunta de Gestão Administrativa (SAGA) tem como atribuições

coordenar, e monitorar o planejamento estratégico dos órgãos que compõem o

SIEDS; elaborar o planejamento estratégico e operacional da SEGUP; planejar,

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44

coordenar, supervisionar, controlar, orientar e avaliar as atividades de gestão de

pessoal, orçamentária, financeira e de recursos logísticos da SEGUP; planejar,

coordenar, orientar e avaliar as ações da área de tecnologia da informação e

telecomunicação dos órgãos integrantes do SIEDS.

O Núcleo de Gestão de Resultados (NGR) foi criado com objetivo de propor,

coordenar, monitorar e avaliar os termos da contratualização da gestão, os

resultados de metas e indicadores e a qualidade dos serviços prestados pelas áreas

finalísticas da SEGUP e dos órgãos e entidades sob sua supervisão.

Por fim, chegamos a mais uma inovação que a Lei nº 7.584, de 28 de

dezembro de 2011 contempla em seu bojo, que é a criação do Núcleo de Projetos

Corporativos da SEGUP, o qual passamos a descrevera com maiores detalhes nas

folhas seguintes.

4.1 O Núcleo de Projetos Corporativos

De acordo com o Artigo 27 da Lei Estadual nº 7.584, de 28 de dezembro de

2011, o Núcleo de Projetos Corporativos (NPC), é uma Unidade Básica diretamente

subordinada ao Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, que

possui diversas competências tais como a concepção, elaboração, monitoramento e

controle dos projetos corporativos ou transversais da área de segurança pública.

Além disso, incumbe ao NPC à responsabilidade de captar e negociar

recursos junto aos governos e/ou as organizações públicas ou privadas, necessários

à execução de projetos, bem como negociar os convênios de cooperação técnica e

os de repasse de recursos, da União, dos órgãos públicos ou das entidades

privadas, destinados aos órgãos do SIEDS. (Lei nº 7.584/1112)

O NPC tem também a incumbência de realizar negociação das

transferências da União, dos órgãos públicos ou de organizações públicas ou

privadas, a fundo perdido e de empréstimos destinados à segurança pública,

conforme o artigo 27 da Lei Estadual nº 7.584, de 28 de dezembro de 2011.

12

A Lei nº 7.584, de 28 de dezembro de 2011, dispõe sobre a reorganização do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS), e da reestruturação organizacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), e dá outras providências, que teve sua publicação realizada no Diário Oficial nº. 32.066 de 29/12/2011.

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45

Art. 27. Ao Núcleo de Projetos Corporativos - NPC, diretamente subordinado ao Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, compete: I - conceber, elaborar, monitorar e controlar os projetos corporativos ou transversais, da área de segurança pública; II - captar e negociar recursos junto aos governos e/ou as organizações públicas ou privadas, necessários à execução de projetos; III - negociar os convênios de cooperação técnica e os de repasse de recursos, da União, dos órgãos públicos ou das entidades privadas, destinados aos órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS; IV - negociar as transferências da União, dos órgãos públicos ou de organizações públicas ou privadas, a fundo perdido; V - negociar os empréstimos destinados à área de segurança pública. (PARÁ, 2011).

Apesar do pouco tempo de atuação, o NPC vem se transformando

rapidamente em uma referência de apoio e suporte no que diz respeito à

metodologia de gerenciamento de projetos, contribuindo com a realização da política

de segurança pública no âmbito da elaboração de projetos e captação de recursos,

alinhando-os com o mapa estratégico e as diretrizes da alta gestão os objetivos dos

projetos.

Tanto assim que já auxiliou diversos projetos nas diversas instituições que

fazem parte do SIEDS, conseguindo para essas instituições recursos financeiros

destinados ao fortalecimento de suas atividades constitucionais e regimentais, por

meio da aquisição de equipamentos e insumos, melhorando a qualidade dos

serviços oferecidos à população do Estado do Pará.

Segundo o ANEXO IV, que especifica o QUADRO DE CARGOS DE

PROVIMENTO EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS CRIADAS pela da

Lei, o NPC está ligado diretamente ao Gabinete do Secretário, possuindo apenas

dois níveis de gestão: um nível de chefia, com o cargo de Chefe do Núcleo de

Projetos Corporativos, e o nível de coordenação com 06 (seis) cargos de

Coordenadores de Projetos, conforme figura abaixo.

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Figura 12: ORGANOGRAMA DA LOCALIZAÇÃO DO NPC NA SEGUP

Fonte: Baseado no Organograma da SEGUP

Segundo o ANEXO A da referida Lei, que apresenta o “Quadro de Cargos de

Provimento Efetivos Criados”, que cria mais 139 cargos de Assistente

Administrativo, combinado com o ANEXO B da referida lei, que apresenta o “Quadro

Geral de Cargos de Provimento Efetivo da SEGUP”, existem atualmente, previstos,

176 cargos de Assistente Administrativo, dos quais, possivelmente, serão destinados

dois, para auxiliarem cada coordenador de projetos.

4.2. A metodologia do Núcleo de Projetos Corporativos

Baseado na teoria de gerenciamento desenvolvida pelo PMI contida no

PMBOK, o NPC desenvolveu de forma (customizada) adaptada às suas

necessidades e às demandas por ações de Gerenciamento de Projetos

Corporativos, seu método própria que visa descrever os procedimentos necessários

para que suas ações sejam desenvolvidas de forma plena. Segundo essa

metodologia, Gerenciamento de Projetos Corporativos consiste em realizar:

Tabela 01: ATRIBUIÇÕES DO NPC QUANTO AO GERENCIAMENTO DE PROJETO

1. Manutenção da Metodologia para Gerenciamento de Projetos;

2. Realização de Treinamentos para a Formação de Multiplicadores na

Metodologia;

3. Administração do Sistema Computacional de Apoio à Metodologia;

4. Orientação e Aconselhamento aos Gerentes de Projetos; e.

5. Consolidação das Informações de Andamento dos Projetos.

Fonte: NPC

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47

Além do mais, para que a ação descrita acima seja viabilizada, a

metodologia procura atingir dois principais objetivos:

Tabela 02: OBJETIVOS DO NPC QUANTO AO GERENCIAMENTO DE PROJETO

1. Desenvolvimento e institucionalização de um procedimento padrão, para o

desenvolvimento de projetos, capaz de integrar as ações durante todo o seu

ciclo de vida; e.

2. Alinhamento do procedimento padrão proposto ao Brainstormingweb13 (sistema

computacional) para a gestão das informações de forma integrada e compartilhada.

Fonte: NPC

O ciclo de vida do gerenciamento de projetos, para a referida metodologia,

possui 6 (seis) fases distintas, sendo elas: Concepção, Iniciação, Planejamento,

Execução, Controle e Encerramento.

A Figura 16 apresenta graficamente a disposição e os relacionamentos de

alto nível entre as fases do ciclo de vida do gerenciamento de um projeto no âmbito

do SIEDS.

Figura 13 - CICLO DE VIDA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS PPC – ALTO NÍVEL

Fonte: PARÁ, 2014, p.4

Ciclo de Vida do Projeto fase Concepção consiste no entendimento pleno da

iniciativa estratégica, ou seja, o problema que ela se propõe a sanar ou a

oportunidade que ela busca aproveitar antes do envolvimento de outras pessoas

e/ou instituições, constituindo-se de duas ações principais: Elaborar o Termo de

Concepção do Projeto (TCP) e Estruturar o Canvas do Projeto.

O termo de concepção do projeto (Anexo C) descreve a necessidade do

negócio, explicando por que o projeto foi selecionado, como ele se encaixa na

13

O Brainstormingweb está disponível no endereço: http://segup.brainstormingweb3.com.br/

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48

estratégia e agrega valor à organização. São itens fundamentais para o TCP:

Tabela 03: INTENS DO TCP

Identificação do Requisitante do Projeto;

Identificação da Iniciativa Estratégica; Entendimento do Requisitante sobre a Iniciativa Estratégica; Fonte de Recursos;

Natureza de Despesa; e. Tipo de Projeto.

Fonte: Finocchio, 2013

O project model canvas14 utiliza conhecimentos da neurociência e práticas

cotidianas aplicadas a projetos, forma um modelo mental para o projeto. Ele

representa o essencial, devendo ser usado como ferramenta preliminar que formará

a lógica do projeto, servindo de base para uma transcrição posterior a um plano de

projeto representado de modo formal (FINOCCHIO JR, 2013,19-23).

Figura 14– MODELO DE CANVAS PARA O PROJETO

Fonte: FINOCCHIO JR, 2013, p.46.

Fase Iniciação consiste nas ações necessárias para o reconhecimento

formal da existência do projeto, o alinhamento entre o Gestor (demandante) e o

Gerente (executor), bem como a identificação das principais partes interessadas,

14

Termo em inglês que pode ser traduzido como quadro ou pano de fundo. (FINOCCHIO JR, 2013, p.18).

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49

constituindo-se de duas ações principais: Elaborar o Termo de Abertura do Projeto

(TAP) e Identificar as Partes Interessadas.

O termo de abertura do projeto visa formalizar o novo projeto, apresentando

as informações básicas para iniciar o planejamento. O elemento organizacional e a

iniciativa estratégica devem estar contidos no plano estratégico.

Figura 15 – TERMO DE ABERTURA DO PROJETO

Fonte: PARÁ, 2014, p.7.\ Brainstorming - PumaWeb

Para cada uma das partes interessadas, três ações serão realizadas, de

forma sequencial:

Tabela 04: AÇÕES DO TAP/ BRAINSTORMING PUMAWEB

Identificação – INCLUIR – Nome; Principais Interesses; e Estratégia de Comunicação;

Avaliação – VALORAR – Poder (0, 1, 2); e Interesse (-2, -1, 0, 1, 2); e.

Análise – VISUALIZAR – Matriz de poder e interesse com as partes interessadas do

projeto.

Fonte: PARÁ, 2014 \ Brainstorming – PumaWeb

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Figura 16 – MATRIZ DE PODER E INTERESSE – COM DUAS PARTES INTERESSADAS

Fonte: PARÁ, 2014, p.7

Fase Planejamento consiste nas ações necessárias para planejar o projeto, a

fim de alcançar seus objetivos. Para isso, serão criados: a Estrutura Analítica do

Projeto (EAP); o Cronograma; o Plano de Comunicação; e o Plano de Riscos.

Conforme a especificidade do projeto, outros planos poderão ser elaborados. A EAP

do projeto deve ser construída com base nos seguintes critérios:

Tabela 05: CRITÉRIOS DA EAP/ BRAINSTORMING PUMAWEB

Nome do Projeto – mais alto nível – definição do entendimento máximo do

projeto;

Entrega – nível intermediário – sub-nível do produto e do projeto como um

todo; e

Atividade – mais baixo nível – ação necessária a ser realizada no projeto.

Fonte: PARÁ, 2014 \ Brainstorming - PumaWeb

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Figura 17 – EXEMPLO DE UMA EAP DE PROJETO

Fonte: PARÁ, 2014, p.8.

Durante a construção da EAP, o gerente do projeto deve se concentrar

apenas no trabalho a ser realizado para que o objetivo do projeto seja cumprido.

Informações como o tempo, o custo e os recursos, devem ser consideradas na

construção do cronograma do projeto.

Um cronograma de projeto contempla as atividades necessárias para

realizar as entregas previstas no projeto. Estas atividades deverão estar

sequenciadas, com durações e restrições, bem como com a alocação de recursos e

custos definidos para o projeto. A criação do cronograma tem os seguintes objetivos:

Tabela 06: CRIAÇÃO DO CRONOGRAMA/ BRAINSTORMING PUMAWEB

Identificar as atividades que precisam ser realizadas para as várias entregas do

projeto;

Identificar e documentar as dependências entre as atividades do cronograma;

Estimar a duração das atividades;

Definir as restrições do cronograma (antecipação e atraso);

Definir os recursos (material e trabalho) necessários para cada atividade do

cronograma e Determinar os custos para a realização do projeto.

Fonte: PARÁ, 2014 \ Brainstorming – PumaWeb

Page 52: Monografia cao   versão final  corrigida entregue

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Figura 18 – CRONOGRAMA DE PROJETO

Fonte: PARÁ, 2014, p.9

Um plano de comunicação deve estabelecer como as informações sobre o

projeto chegarão às partes interessadas de forma clara e no tempo adequado. Este

processo envolve a geração, a coleta, o armazenamento, a recuperação, a

organização e a distribuição das informações referente ao projeto e seus resultados.

O plano de comunicação tem os seguintes objetivos:

Tabela 07: PLANO DE COMUNICAÇÃO/ BRAINSTORMING PUMAWEB

Descrever como o processo de comunicação será realizado;

Levantar as expectativas de comunicação das partes interessadas; e.

Determinar as necessidades de informação das partes interessadas.

Deverá ser elaborado um plano de comunicação, descrevendo os itens: Título

do Projeto | Elaborado por (Nome e Cargo) | Data | Introdução | Matriz de

comunicação do projeto | Descrição do Projeto

(Mensagem/Finalidade/Frequência/Método/Emissor/Destinatário/Partes

Interessadas).

Fonte: PARÁ, 2014 \ Brainstorming - PumaWeb

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Figura 19 – PLANO DE COMUNICAÇÃO

Fonte: PARÁ, 2014, p.10

O plano de riscos deve identificar e analisar os riscos do projeto, visando

intensificar os efeitos gerados por eventos positivos e reduzir o impacto da

ocorrência de eventos negativos. Basicamente, deve-se identificar a probabilidade e

o impacto para cada um dos riscos do projeto. A matriz de análise apresenta os

riscos do projeto.

Figura 20 – EXEMPLO DE UMA MATRIZ DE PROBABILIDADE E IMPACTO COM DOIS RISCOS DE PROJETO

Fonte: PARÁ, 2014, p.10

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Fase Execução consiste nas ações necessárias para executar o projeto,

liderando e realizando o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto e a

implementação das mudanças aprovadas para atingir os objetivos do projeto.

Fase Controle incide no monitoramento e controle das fases de iniciação, do

planejamento e da execução do projeto, identificando possíveis desvios em relação

ao que foi planejado, suscitando replanejamento, quando necessário.

Fase Encerramento ocorre nas ações necessárias para a elaboração do

Termo de Encerramento do projeto, que visa descrever as diretrizes ou requisitos de

encerramento do projeto (lições aprendidas, auditorias finais do projeto, avaliações

do projeto, validações de produto e critérios de aceitação), constituindo-se dos

seguintes principais itens: Título do Projeto, Gerente do Projeto, Patrocinador do

Projeto, Objetivos do Projeto, Requisitos para aprovação do Projeto e Lições

aprendidas.

Figura 21 – TERMO DE ENCERRAMENTO DO PROJETO

Fonte: PARÁ, 2014, p.11

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55

5. ANÁLISE E RESULTADOS

Neste capítulo apresento a discussão sobre alguns resultados que foram

obtidos pela coleta das impressões de membros internos e membros externo do

NPC, mediante a realização de entrevistas. Na análise foi realizado um contraponto

com a teoria que foi discutida ao longo deste trabalho a respeito da temática central,

com a finalidade de responder à pergunta de investigação que direcionou nosso

trabalho: “Em que medida a criação do Núcleo de Projetos Corporativos (NPC)

trouxe modificações para a atividade de captação de recursos financeiros para

os órgãos de Segurança Publica?”.

Conforme relatado na introdução deste trabalho, com o intuito de obter a

resposta para tal questionamento, com a análise a seguir objetivou-se ainda

responder às seguintes perguntas, vinculadas ao problema de pesquisa: (1) Quais

as mudanças alcançadas com a criação do Núcleo de Projetos Corporativos (NPC)

no processo de captação de recursos para os órgãos do SIEDS?; e (2) Qual a

percepção dos membros das instituições do SIEDS quanto à implantação do NPC

referente ao processo de captação de recursos.

Ressalte-se que, em virtude de atuar no NPC na função de coordenador de

projeto, este pesquisador tentou se manter o mais neutro possível, baseando as

conclusões apresentadas apenas nas informações fornecidas pelas entrevistas e

nos materiais coletados no próprio Núcleo de Projetos Corporativos.

5.1. Análise das entrevistas realizadas com Servidores Internos ao NPC

Com relação aos servidores internos do NPC, para efeito de análise das

respostas, do roteiro elaborado, foram escolhidas 05 (cinco) perguntas, tendo em

vista que foram as que melhor se enquadravam para responder ao questionamento

inicial e atender o objetivo da pesquisa.

Quanto ao questionamento acerca de “qual seria o papel do NPC após a

captação de recurso”, os servidores internos responderam que o NPC, ainda na fase

de diligências15, fica responsável em providenciar e fazer a adição dos documentos

complementares que são solicitados para a celebração do convênio. Após o projeto 15

Após a instituição submeter uma proposta, enquanto ela está em análise por parte da concedente, podem surgir diligências, fase quando é solicitado ao proponente ajustes à sua proposta com vistas a aprovação de seu projeto.

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se tornar um convênio ou acordo de cooperação, o NPC já evoluiu com suas ações,

e já realiza o acompanhamento e monitoramento dos custos e dos prazos de modo a

reduzir o risco de inviabilização do próprio convênio. Abaixo, segue um trecho da

entrevista que melhora nosso entendimento sobre o assunto.

Inicialmente, nós trabalhávamos direto com a captação, após a captação a parte de execução, propriamente dita, iria direto pros órgãos ou pra própria SEGUP, nós não acompanhávamos. Hoje nós já acompanhamos essa execução, nós já monitoramos, nós gerenciamos pra que os prazos, ... pra que a execução esteja dentro dos prazos, e pra que não ocorram falhas que possam vir a inviabilizar o projeto. (Servidor com 4 anos de serviço)

Entretanto, fica claro que o NPC não é o responsável pela execução do

projeto, mas pela coordenação e somente às vezes, participa da execução, quando

o projeto é de exclusividade da Secretaria de segurança Pública e Defesa Social.

O núcleo de projetos, após a captação de recurso, [...] fica responsável por qualquer adição documental, ou acompanhamento das etapas de execução do projeto, principalmente dos projetos, [...] que são oriundos da própria Secretaria. Dos que são oriundos dos órgãos, a gente também, mantem uma consultoria [...] (Servidor com 15 anos de serviço).

A próxima pergunta abordada na pesquisa foi sobre “como o servidor

avaliava o papel do NPC na captação de recursos”. A percepção para alguns é de

que o NPC possui um papel relevante quando se fala em captação de recursos.

Para outros, o núcleo possui um papel estratégico, por proporcionar uma

uniformidade nos procedimentos de captação de recursos proporcionando a

utilização de uma linguagem comum em gestão de projetos propiciada pela

utilização de uma metodologia de gestão de projetos. Além do mais, ainda na visão

dos entrevistados, o núcleo tornou-se um banco de projetos responsável por manter

vários projetos que a qualquer momento poderá ser utilizado para dar origem a

novas propostas de projetos.

O Núcleo de projetos hoje ele tem uma importância, digamos, bem relevante no cenário de captação de recursos. Nós [...] conseguimos unificar uma metodologia baseado no PMBOK, e a partir daí nós conseguimos elaborar nossos projetos, e também com essa mesma metodologia [...] a gente consegue conversar com os órgãos que já tiveram, também, essa capacitação. [...] Então, é... o núcleo de projetos, /.../ no mínimo, a importância dele, é nesse nivelamento de linguagem, e tem fomentado essa ferramenta de se ter projetos, inclusive a gente tem banco de dados projetos, a gente tem projetos disponíveis que a gente tem utilizados eles pra novas captações, né. (Servidor com 16 anos de serviço).

Houve o reconhecimento por um dos entrevistados de que NPC precisa

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evoluir na questão de trabalhar com lições apreendidas e difundir essas lições, bem

como na elaboração manuais para que o processo de captação recursos e execução

de projetos possam melhorar. Além do mais, a experiência dos membros do NPC

tem revelado que a captação de recursos em si não é tão difícil, mas a execução,

monitoramento e a prestação de contas tem dado bastante trabalho e tem exigido

muito tempo da equipe que compõe o Núcleo de Projetos.

É claro que falta evoluir ainda o núcleo de projetos, em termos de trabalhar quais são as lições apreendidas, difundir essas lições, é /.../ elaborar manuais pra que as captações possam melhorar [...] (Servidor com 16 anos de serviço).

Com isso passamos à próxima pergunta acerca das “deficiências e

vantagens do NPC como órgão de captação de recurso do SIEDS”. Várias

deficiências e vantagens foram mencionadas. Dentre as deficiências, uma que ficou

evidente foi a falta de um plano de comunicação eficiente por parte do NPC quanto

ao esclarecimento do seu verdadeiro papel no Sistema. Nisso o NPC às vezes é tido

como um impeditivo, como uma ameaça para a atividade dos órgãos, quando na

realidade, ele deveria ser visto como um facilitador.

[...] tem muita gente que nem sabe que o núcleo de projetos faz parte da SEGUP. Nós já tivemos algumas experiências relacionadas a isso (Servidor com 4 anos de serviço).

[...] a gente ainda tem muitas dúvidas de qual é o nosso papel em cada situação que envolve algumas captações de recursos, e também, essa mesma dúvida, é tida pelos órgãos que fazem parte do sistema e que atuam com a gente aqui na elaboração e captação desses recursos. (Servidor com 16 anos de serviço).

A falta de mapeamento de processos também foi mencionada como uma

grande deficiência, pois ainda existem muitas dúvidas acerca de qual é o papel da

equipe do NPC em algumas situações que envolvem algumas captações de

recursos. Outra deficiência mencionada foi relacionada ao tamanho da equipe do

NPC, que é tida como uma equipe pequena para a quantidade de atividades

desenvolvida.

[...] há a necessidade de uma equipe qualificada, há a necessidade não só de uma equipe qualificada, mas há a necessidade de uma quantidade de membros que fazem parte do núcleo de projetos. Porque a qualificação é importante, mas o núcleo ele carece de mais profissionais, pra que ele possa atender justamente o seu objetivo, que é a disseminação. [...] Então é de fundamental importância o NPC, mas ele precisa ser reestruturado, tanto tecnicamente pra melhor qualificar os seus profissionais como em efetivo, aumentar o efetivo para que ele possa atender o estado como um todo.

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(Servidor com 32 anos de serviço).

Outras deficiências percebidas dizem respeito à qualificação permanente da

equipe do NPC, por que também, sempre há modificações em leis, normas, e

metodologias e você precisa ter uma qualificação para entender, inclusive a

captação de recurso. Isso porque não é só conhecer a técnica de confecção de

projetos, mas tem que entender a metodologia de captação das entidades

concedentes dos recursos, e entender como cada organismo funciona.

Então é de fundamental importância o NPC, mas ele precisa ser reestruturado, tanto tecnicamente pra melhor qualificar os seus profissionais como em efetivo, aumentar o efetivo para que ele possa atender o estado como um todo. (Servidor com 32 anos de serviço).

Já com relação às vantagens, destacou-se o incremento de recursos

conseguido pela atividade de captação de recurso, que segundo avalição realizada

no final de 2014 o NPC captou ou de alguma forma participou ou participa da

captação de recuso num total de R$ 318.417.707,16 (trezentos e dezoito milhões,

quatrocentos e dezessete mil, setecentos e sete reais e dezesseis centavos).

Outro destaque dado foi ao fato do NPC ter se tornado uma referência para

o SIEDS na atividade de elaboração de projetos para captação de recursos

financeiros, e padronização conseguida pelo escritório de projetos, conseguida

mediante a adoção da metodologia para a gestão dos projetos, além de possibilitar

uma visão sistêmica das atividades dos órgãos, o que faz com que o produto final

seja muito mais adequado ao contexto do sistema e não, somente, à necessidade

do órgão.

[...] essa criação do escritório de projetos, ela trouxe essa possibilidade de se agregar no mesmo ambiente diferentes servidores, mas com uma metodologia única que permite hoje o estado [...] ter um ponto de referência, no que diz respeito a elaboração de projetos. Eu vejo como essa a principal, é /.../ o principal benefício dessa mudança aí (Servidor com 16 anos de serviço).

Prosseguindo na coleta das percepções dos integrantes do NPC, foi feito um

questionamento direcionado acerca de “quais as mudanças que a criação do NPC

trouxe para as Instituições do SIEDS com relação a captação de recurso”. Algumas

mudanças positivas foram percebidas, tais como: a criação de uma unidade de

suporte, um departamento que deu um direcionamento não só para a secretaria,

mas também para o estado como um todo, que se tornou referência, no que se

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refere à atividade de elaboração de projetos para a captação de recursos

financeiros.

Houve também a percepção de que no NPC a equipe passou a trabalhar

com um maior profissionalismo no que diz respeito à área de gestão de projeto no

estado do Pará, pois o que tudo indica, o conhecimento trabalhado é algo muito

novo na administração pública. Além disso, os entrevistados acreditam que muita

gente ainda que não conhece ou não sabe o que é um projeto, como captar recurso,

o que é preciso fazer, quais são os passos que tem que dar. A percepção dos

integrantes é de que o Núcleo veio justamente para isso: para dá esse apoio,

oferecer esse suporte aos órgãos do sistema, além de fornecer uma formação na

metodologia de gestão de projetos.

Com isto podemos perceber o seguinte, que a mudança que trouxe pro estado é que os órgão passaram a ter um pouco mais de cuidado na observância dos editais para que menos erros acontecessem, que os seus profissionais fossem capacitados, habilitados a trabalhar com projetos, ... então isso a gente observa que é uma mudança de paradigma, uma mudança de cultura, e também você passa a dar responsabilidade para as pessoas que são responsáveis por determinado projeto. (Servidor com 32 anos de serviço).

Verificou-se também que houve a criação de uma cultura institucional de

elaboração de projetos que está se capilarizando por todo o sistema. Não só para

captação de recursos, mas extensiva à otimização do emprego de recursos

materiais e de pessoal já existente dentro do sistema; segundo um dos

entrevistados, podemos perceber ainda a mudança no “plus” no orçamento do

estado e das instituições.

Por fim, foi realizada a análise da percepção referente ao questionamento de

“o que precisaria mudar para que o NPC cumprisse melhor o papel dele?”. Optou-se

por esse questionamento, porque ele oferece a possibilidade de identificar as

deficiências do referido Núcleo percebido por parte de seus servidores. As

observações foram preocupações referentes a uma melhor estruturação do Núcleo

referentes às funções, ao tamanho e a qualificação da equipe do NPC.

Eu identifico que, embora, a gente tenha seis membros, a gente ainda precisa de uma estrutura, [...] de trabalho, mais auxiliares. (Servidor com 16 anos de serviço).

Houve também o reconhecimento que há a necessidade de realização de

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um trabalho de divulgação e de esclarecimento do verdadeiro papel que o NPC deve

realizar, bem como um trabalho de convencimento dos gestores dos órgãos e dos

técnicos que neles trabalham, para que a importância de se trabalhar com a gestão

de projetos possa se consolidar.

Houve também preocupações com a distribuição do trabalho interno e com a

definição das principais rotinas do NPC, de acordo como foi chamado por um

integrante do núcleo de “mapeamento dos processos”, que seria uma forma de

indicar a sequência de atividades realizadas dentro de uma tarefa. Essa atividade

serve para retratar para a própria corporação o estado atual e projetar a visão

pretendida dos processos, onde tal atitude busca facilitar a realização das tarefas do

NPC.

Eu identifico que, embora, a gente tenha seis membros, a gente ainda precisa de uma estrutura, de uma estrutura de trabalho, mais auxiliares, e também, eu acredito que o núcleo de projetos ele deva evoluir pra questões dos mapeamentos dos processos, isso é fundamental. Enquanto a gente não se enxergar nesse processo todo e descobrir se a gente consegue abarcar todas as captações ou não, a gente ainda vai ficar em dúvida do que que é a nossa parte, então, pra resumir, a gente precisa de um pouco mais de estrutura, no que diz respeito a auxiliares, né, ... os coordenadores hoje trabalham sozinhos ... , e também, precisamos, ainda, mapear os processos. (Servidor com 16 anos de serviço).

5.2 Análise das entrevistas realizadas com Servidores Externos ao NPC

Já com relação à coleta de impressões do público externo em relação ao

NPC, para efeito de análise das respostas foram escolhidas 04 (quatro) perguntas,

pois foram as que melhor se adequaram ao objetivo da pesquisa.

Nesse sentido, ao perguntar sobre o que os servidores externos achavam

sobre “qual seria o papel do NPC após captação dos recursos”, baseados nas

experiências que tiveram junto ao NPC, foram colhidas as seguintes impressões.

Pelo que eu conheço, o NPC ele é o órgão que trabalha na /.../ consultoria dos projetos e elaboração, também acompanhamento, e é de grande importância sobre o sistema de segurança pública, uma vez que os órgãos precisam muito da captação de recurso para melhor desempenhar suas atividades com eficiência e eficácia. (Servidor com 16 anos de serviço)

[...] o NPC, sempre que possível, está dirimindo dúvidas com relação a execução desses projetos, seja na questão de prestação de contas, seja na questão mesmo de análise de dados, refazendo planilhas de dados, e a gente tem uma parceria muito interessante com o NPC. (Servidor com 22 anos de serviço)

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Os entrevistados entendem que o NPC possui o papel de monitoramento e

acompanhamento do projeto, bem como da execução dele. Há também o

entendimento de que, quando solicitado ou provocado o Núcleo auxilia nas dúvidas

referentes à execução de projetos, serve como referência nas comunicações

realizadas com os órgãos concedentes, além de realizar ou orientar os devidos

ajustes nos projetos que ainda encontram-se sob a avaliação do órgão concedente.

Foi solicitado que os servidores externos ao NPC fizessem uma avaliação

acerca do papel do referido núcleo ao responder ao seguinte questionamento:

“Como você avalia o papel do NPC na captação de recurso?” Foram obtidas as

seguintes observações:

Muito importante, porque eles têm todo o conhecimento, já tem a pratica né, em elaboração dos projetos do estado, então eles auxiliam nossos órgãos a correr atrás desses recursos, e conseguir trazer para o estado esses recursos para utilizar em equipamentos, em serviços, em capacitação. (Servidor com 11 anos de serviço).

Como pode ser observado pelo excerto acima, a avaliação dos servidores

externos é de que o papel do NPC é muito importante para as instituições do SIEDS

quando se trata da atividade de elaboração de projetos para a captação de recursos.

Os entrevistados, inclusive, apontam o NPC como sendo uma exigência da

administração pública moderna, uma vez que a administração precisa trabalhar em

parceria com outros segmentos a sociedade.

Ainda com essa mesma ótica, parte dos entrevistados engrandecem o

trabalho do NPC porque consideram que foi o referido núcleo que iniciou as

atividades referentes à captação dos recursos financeiros, a medida em que

comunicou ao órgão da SEGUP sobre a disponibilidade de tal recurso voltado para o

fortalecimento da atividade desempenhada por aquele setor ou instituição.

[...] E até então, isso foi imprescindível, foi imperativo, se não houvesse essa comunicação, não tivesse, com certeza, o técnico do núcleo, nós, dificilmente, teríamos levado a efeito esse projeto. (Servidor com 35 anos de serviço).

[...] como eu te falo, sem a participação do NPC, na verdade teria sido inviabilizado esse projeto, porque nós enquanto instituição, nós enquanto /.../ nós da Policia Militar, nós não havíamos tomado conhecimento de que esse recurso estaria disponível para ser utilizado (Servidor com 13 anos de serviço)

Em contraposição, outros avaliam as ações do NPC como muito incipiente,

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apesar de reconhecerem a importância que o Núcleo tem para o sistema. Os que

têm esse entendimento afirmam que o núcleo não consegue realizar ações

proativas, mas apenas reativas. Afirmam que há falta de sintonia entre o trabalho

que o Núcleo está realizando e os interesses das corporações. O entendimento dos

entrevistados é de que, na realidade, o núcleo tem que mostrar para as instituições

as fontes e formas de captação de recursos.

[...] o núcleo de projetos corporativos é muito importante pro sistema, contudo ainda tá muito incipiente sua atividade né, talvez por absorção do seu tempo em coisas muito próprias, mesmo, das corporações das instituições onde esse tempo vai. (Servidor com 22 anos de serviço).

O próximo questionamento alvo desta análise foi acerca da visão dos

entrevistados sobre “quais as mudanças que a criação do núcleo de projetos trouxe

para a sua instituição com relação à captação do recurso”. O posicionamento

dominante pode ser observado no trecho abaixo:

Havia uma grande dificuldade dos órgãos em /.../ tanto em elaborar os projetos para que fosse feita a captação dos recursos junto ao governo federal, estadual e outras entidades, e após a criação do NPC, houve um grande avanço na /.../ no conhecimento de gestão de projetos e que contribuiu sobremaneira na questão da captação de recursos para os diversos órgãos do sistema de segurança pública (Servidor com 16 anos de serviço).

Como é possível observar na afirmação acima, com a criação e implantação

do NPC houve um desenvolvimento tanto teórico quanto prático da gestão de

projetos. Esse desenvolvimento levou a um aumento, um incremento na

arrecadação de recursos orçamentários extras para as instituições do SIEDS, além

de o NPC ter se tornado um repositório de experiências bem-sucedidas na atividade

precípua do referido núcleo.

[...] no campo geral, no âmbito geral, acredito que ele tenha atendido as expectativas, e tem ajudado muito as instituições a desenvolver projetos pra captar recursos, pra cada instituição dentro do sistema de segurança pública. (Servidor com35 anos de serviço).

Há ainda o reconhecimento de que desde a sua criação o NPC tenha

contribuído com as instituições do Sistema, quando da existência de parcerias entre

o Núcleo e o setor responsável pela captação de recurso da instituição de segurança

pública envolvida nessa atividade. Foi também referida a importância do papel do

núcleo de projetos como suporte para as demais ações referentes ao processo de

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aprovação de projetos elaborados e enviados para as instituições concedentes

visando à captação de recursos em tais órgãos externos à segurança pública

estadual, principalmente quando o projeto tem como proponente a própria Secretaria

de Segurança.

[...] até porque, pelo o que a gente observa, esses projetos como são trabalhados, as vezes eles são demandados pra mais de uma /.../ de uma instituição, como foi o caso do nosso convênio, que serviria pra captação de recursos pra PM pra Policial Civil e pro Corpo de Bombeiros, então, na verdade, linkando essas três instituições, que demandando separadamente, de repente perderiam esses recursos, por não ter conhecimento técnico realmente pra trabalhar a captação de recursos e a formatação de projetos no sistema que a SENASP pede. (Servidor com 13 anos de serviço).

Ainda nesse mesmo prisma, foi verificado que houve um despertar de uma

nova cultura, da busca por recursos para o desenvolvimento de ações e operações,

sejam elas voltadas às atividades meio ou finalística, servindo, inclusive, como mais

um elemento na busca do fortalecimento da tão buscada integração entre os órgãos

do SIEDS e da ampliação e melhoria dos serviços desenvolvidos visando à

sociedade paraense.

Existe o entendimento por parte dos entrevistados externos ao NPC de que

foi benéfica a criação de um setor técnico dentro da Secretaria de Segurança

Pública voltado a todos os órgãos do Sistema. Entretanto, observou-se nas falas dos

entrevistados que existe também uma grande expectativa por parte de alguns

gestores, sobre a amplitude ou o alcance do trabalho do núcleo de projetos.

Percebeu-se que há um entendimento majoritário de que o núcleo seria o

responsável por todos os projetos do SIEDS e pelos projetos individuais dos órgãos.

Outra preocupação presente é a possibilidade de retraimento das corporações no

sentido de deixarem todas as ações de captação de recursos sob a responsabilidade

do NPC.

[...] uma parte técnica exclusivamente pra trabalhar na questão da /.../ de como que seria esse apoio pra SEGUP no sentido de tá assessorando a SEGUP e não finalizando as coisas como muitas das vezes as corporações querem, que o núcleo de projetos finalize não é, não. As corporações têm que comparecer no núcleo, pegar as orientações técnicas, preparar seu material, finalizar seus portfólios, entendeu, e ir pra cima dos recursos, é assim que tem que ser!

Também tivemos a preocupação de buscar compreender a percepção dos

servidores do SIEDS sobre as deficiências dos serviços desenvolvidos pelo NPC.

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Para tanto fizemos uso do seguinte questionamento: “O que precisa mudar para que

o NPC cumpra o seu papel?” como resposta a esta indagação, foram obtidas

respostas como:

Eu acho que no Núcleo, não precisa mudar muita coisa! A não ser mais servidores pra que não fiquem muito sobrecarregados os colegas que estão lá trabalhando. O que tem que mudar é a organização dos órgãos que formam a segurança pública, né/.../ e os projetos não ficarem muitos soltos. (Servidor com 11 anos de serviço).

Eu acredito ter, um quadro próprio efetivo, que /.../ compartimentado, para que possa desenvolver atividades especifica pra cada tipo de projeto, com profissionais dentro de cada área /.../ que venham se qualificar cada vez mais, melhorar, e ser perene, não ser passageiro, efêmero, ser perene, uma coisa contínua, um processo contínuo, ampliação (Servidor com 35 anos de serviço).

[...] ele precisa integrar melhor os órgãos, ter um sistema de comunicação que proporcione um bom relacionamento entre os órgãos, para que eles fiquem totalmente alinhados às políticas do governo e da captação de recurso para os diversos órgãos. (Servidor com 16 anos de serviço).

[...] Eu creio que um maior afinamento entre o NPC e os corpos técnicos das instituições pra trabalhar a captação de recursos, eu acho que dariam uma otimização em todo esse, ... esse trabalho de captação de recurso (Servidor com 13 anos de serviço).

[...] o núcleo de projetos, precisa de uma estrutura melhor, precisa se estruturar melhor, ele /.../ as demandas do estado, elas são grandes, e as demandas do estado elas são diversas. [...] Então eu acho que o núcleo poderia ter /.../ repartições ou seções que fossem direcionadas, ne [...] Eu acho que hoje em dia lá tá tudo ... tá tudo muito sobrecarregado em cima de poucas pessoas, precisaria dá uma ... uma ampliada (Servidor com 22 anos de serviço).

Esses trechos demonstram que os servidores percebem que há uma

sobrecarga de trabalho acumulada pelos servidores que trabalham no Núcleo de

Projetos Corporativos, devido à dimensão estadual daquele setor ou devido à própria

gama de trabalho da Secretaria de Segurança Pública. Foi relatado pelos

entrevistados também a percepção de certa falta de estrutura do NPC para o

desenvolvimento de ações na proporção que as instituições esperam que o referido

núcleo atue. Também foram mencionados problemas na integração das instituições

entre si, visto que desejam melhoria no sistema de comunicação que facilite um

melhor relacionamento entre os órgãos. Esta desejada melhoria no sistema de

comunicação promoveria uma melhor integração, que resultaria em um alinhamento

total dos projetos de captação às políticas do Sistema Estadual de Segurança

Pública e Defesa Social e do Governo do Estado.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sobre o resultado desse trabalho, o que podemos comprovar com essa

investigação, é que de acordo com as entrevistas e análise das mesmas,

observamos que houve várias mudanças significativas no processo de captação de

recursos dos órgãos que compõem o SIEDS. Que, comparando com nossa hipótese

inicial, e ainda pautados nas contribuições dos entrevistados, sob a égide de uma

análise qualitativa, podemos afirmar que, sim “O Núcleo de Projetos Corporativos

(NPC) da SEGUP, melhorou e facilitou a atividade de captação de recursos

financeiros para os órgãos que compõem o Sistema de Estadual de Segurança

Pública e Defesa Social”, que comprova a nossa hipótese.

Entretanto, o que nós observamos também é que existe uma expectativa

muito grande sobre a amplitude e o alcance da atividade desenvolvida pelo NPC, a

ponto de percebermos que o trabalho do núcleo ter sido considerado por um

entrevistado de incipiente.

Eu ainda acredito que seja uma ação muito incipiente, o núcleo de projetos corporativos é muito importante pro sistema, contudo ainda tá muito incipiente sua atividade. (Servidor com 22 anos de serviço).

Existe, ainda a necessidade de adequações, como mencionado pelos

entrevistados, como a realização de atividades de mapeamento e otimização dos

processos das atividades do Núcleo; da necessidade de aumento do número

diversificação de especialização de integrantes do NPC, haja vista a grande

extensão do estado bem como a complexidade da atividade desempenhada pelas

corporações, entre outras.

Existe a necessidade de vários outros trabalhos, principalmente de caráter

quantitativas, o que poderá ainda encontrar outras explicações para os fenômenos

relatados aqui, ou de natureza qualitativa, mas buscando esclarecer ou explicar

outros enfoques.

Com relação aos objetivos específicos utilizados para se chegar ao nosso

objetivo geral, conseguimos atingir o objetivo de “Verificar que condições possibilitam

a criação de Escritórios de Gerenciamento de Projetos (EGPs) nas instituições

públicas” quando confeccionamos o texto mediante a utilização do levantamento

bibliográfico, principalmente na parte que trata sobre a gestão de projetos na

administração pública.

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Outro objetivo específico que conseguimos atingir foi o de “Verificar a

percepção dos membros das instituições do SIEDS referente à implantação do NPC

quanto ao processo de captação de recursos”. Foi possível atingir esse objetivo

aliando a aplicação das entrevistas semiestruturadas aos servidores que trabalham

no NPC e aos servidores das intuições que pertencem ao Sistema Estadual de

Segurança Pública e Defesa Social que não pertencem ao NPC, mas que de alguma

forma conhecem a atividade realizada pelo referido núcleo ou Escritório de Gestão

de Projetos.

Os dois objetivos acima ofereceram-nos a possibilidade de atingir o nosso

objetivo geral da pesquisa, qual seja: “identificar quais as mudanças, alcançados

com a criação do NPC no processo de captação de recursos para os órgãos do

SIEDS”. A confirmação de que se atingiu tal fim ocorreu à medida que identificamos

mudanças ocorridas na atividade de captação de recursos financeiros nos órgãos de

segurança pública, como por exemplo, a criação de uma unidade de suporte à

atividade de captação de recursos para os órgãos do SIEDS; a criação de um

departamento que deu direcionamento a atividade de elaboração de projetos para a

captação de recursos financeiros da SEGUP e do Estado; ou quando se verifica a

criação de uma cultura institucional de elaboração de projetos que está se

capilarizando por todo o sistema, entre outras, mencionado pelos entrevistados.

Por tudo que foi exposto acima, temos a visão que a pesquisa desenvolvida

conseguiu responde à pergunta que a orientou desde o início que é “Em que

medida a criação do Núcleo de Projetos Corporativos (NPC) trouxe

modificações para a atividade de captação de recursos financeiros para os

órgãos de Segurança Pública?”.

Nisso destaco a grande relevância que essa pesquisa trouxe, para o

pesquisador, para o tema gestão de projetos na administração pública e

principalmente para o Próprio Núcleo de Projetos Corporativos e seus servidores,

haja vista a possibilidade que ofereceu tanto para refletir sobre o trabalho

desempenhado pelo núcleo como de evidenciar o que pensam os servidores que já

realizaram algum projeto em parceria com o NPC.

Esse trabalho também abre a possibilidade de realização de outras

pesquisas com o intuito de aprofundar o tema, onde poderão ser utilizadas outras

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ferramentas de pesquisas, inclusive a realização de pesquisas quantitativas que

poderão ser utilizadas para comprovar algumas ideias que foram debatidas nesse

trabalho.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social - SEGUP, e dá

outras providências. Diário Oficial do Estado do Pará, Belém, 29 dez. 2011.

Caderno 1, p. 5.

PARÁ, Secretária de Segurança Pública: Manual básico para padronização de

atividades do Núcleo de Projetos Corporativos. Belém: NPC, 2015.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), Um guia do conjunto de

conhecimentos em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK® 5ª. Ed.

Pennsylvania, USA: Newton Square, 2013.

PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos: Guia PMBOK®

5a. ed. EUA: Project Management Institute, 2013.

VALLE, André Bittencourt do et al. Fundamentos do gerenciamento de projetos.

2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010. 172 p. (Série Gerenciamento de Projetos).

XAVIER, Carlos M. S. e XAVIER, Luiz F. S. Metodologia Simplificada de Gerenciamento de Projetos – Basic Methodware. Rio de Janeiro: Brasport. 1ª Edição, 2011.

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8. APÊNDICES

Apêndice I

Roteiro para entrevista

Perguntas direcionadas aos servidores internos ao NPC.

1. Instituição a qual pertence?

2. Qual seu tempo de serviço?

3. Quanto tempo de serviço você está à disposição da SEGUP?

4. Quanto tempo de serviço você está à disposição do NPC?

5. Quais as atividades que você desenvolve no NPC?

6. Você sabe como surgiu a ideia de implantar um Escritório de Projetos na

SEGUP?

7. Qual era o objetivo para a criação do escritório de projetos?

8. Qual foi o primeiro projeto que o NPC participou?

9. Como é realizada a captação de recursos pelo NPC?

10. Onde os recursos são captados e quais os requisitos para captação?

11. Como os órgãos do SIEDS participam do processo de captação de recursos

junto ao NPC?

12. Qual o seu papel, enquanto integrante do NPC na captação de recursos?

13. Qual o papel do NPC após a captação dos recursos?

14. Como você avalia o papel do NPC na captação de recursos? Por quê?

15. Quais as deficiências e vantagens do NPC como órgão de captação de

recursos do SIEDS?

16. Em sua visão, quais as mudanças que a criação do escritório de projetos

trouxe para as instituições do SIEDS com relação à captação de recursos?

17. A criação do NPC foi boa ou ruim para o SIEDS como um todo, e por quê?

18. O que precisa mudar para que o NPC cumpra o seu papel?

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Apêndice II

Roteiro para entrevista

Perguntas direcionadas aos servidores externo ao NPC (que já participaram de

atividades junto núcleo).

1. Instituição a qual pertence?

2. Qual seu tempo de serviço?

3. Se participou da elaboração de algum Projeto em parceria com o NPC?

4. O NPC ajudou na elaboração ou aprovação do referido projeto? De que

forma?

5. Qual o papel do NPC após a captação dos recursos?

6. Como você avalia o papel do NPC na captação de recursos? Por quê?

7. Em sua visão, quais as mudanças (positivas e negativas) que a criação do

escritório de projetos trouxe para a sua instituição e para as instituições do

SIEDS com relação à captação de recursos? Por quê?

8. A seu ver, a experiência da criação do NPC foi boa ou ruim para o SIEDS

como um todo, e por quê?

9. O que precisa mudar para que o NPC cumpra o seu papel?

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9. ANEXOS

Page 74: Monografia cao   versão final  corrigida entregue

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Br. 316 km 13, s/n – Centro 67010-001- Marituba /PA