Monografia - A Nutrição na Doença Celíaca
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A NUTRIÇÃO NA DOENÇA CELÍACA
Yorana Mendes Martins
OBJETIVO
Reconhecer que a alimentação e a nutrição controla os sintomas da Doença Celíaca.
JUSTIFICATIVA A Doença Celíaca compreende grande variedade de
problemas clínicos cuja natureza, freqüência e a gravidade
do mesmo são as causas no impacto da vida do portador
da DC.
Um aspecto importante é a dieta que causa impactos de
melhoramento na saúde e uma boa manutenção no
organismo do celíaco podendo o mesmo manter a
manutenção pessoal do seu corpo.
HISTÓRICO DA DOENÇA
O primeiro relato de DC, foi por um médico, Aretaeus the
Cappadocian, no 2º século AC (Antes de Cristo). A primeira
Descrição de DC foi dada por Samuel Gee, em 1888. Ele sugeriu
que o tratamento alimentar podia ser benéfico (LOSOWSKY,
2008; PAVELEY, 1988 citado por TABOADA, 2010).
Samuel Gee
HISTÓRICO DA DOENÇA Willem Dick (um pediatra holandês) reconheceu a associação
entre a ingestão de pão e cereais e a recorrência de diarréia em
alguns dos seus doentes (BOOTH, 1989; DICKE,VAN DE
KAMER, WEYERS, 1953 citado por MACHADO et al. 2006).
Willem Dick
EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA Até a década passada, a DC foi considerada uma doença rara,
mas hoje ela é conhecida por ser universalmente distribuída e
envolver todas as raças, sendo uma das mais conhecidas
doenças genéticas (RODRIGO, 2006).
Tradicionalmente a DC foi considerada uma doença da
infância, mas sabe-se que hoje em dia a maioria dos doentes
são diagnosticados na fase adulta em qualquer idade, incluindo
idosos (RUBIO-TAPIA, MURRAY, 2010 citado por
TABOADA, 2010).
EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA A incidência da DC no Brasil atinge uma frequência de 1 para
cada 681 pessoas e demonstra que é relativamente comum em
nosso país (SIPAHI et al. 2000 citado por CITADO POR
NASCIMENTO, BARBOSA, TAKEITI, 2012).
Alguns autores admitem que a incidência é maior no sexo
feminino (LEPERS et al. 2004; CICLITIRA, 2001 citado por
RITO NOBRE, SILVA, PINA CABRAL, 2007).
FISIOPALOGIAGLÚTEN
TRIGO (Triticum Aestivum)
CENTEIO (Secale Cevale)
CEVADAHordeum Vulgare)
AVEIA(Avena Sativa)
Gluteina Gliadina
O glúten constitui 90% das proteínas do endosperma do grão de trigo, subdivide-se em duas frações de acordo com a solubilidade
Essas duas proteínas combinadas possuem propriedade de
formar, juntamente com a água, uma substância elástica e
aderente, insolúvel em água, que é o glúten, extremamente
importante, pois é o responsável pela textura da massa de pães.
As prolaminas são consideradas tóxicas ao celíaco e diferem de
acordo com o tipo de cereal (BOBBIO, 1995; PEÑA et al. 1999
citado por NASCIMENTO, BARBOSA, TAKEITI, 2012).
FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da DC é complexa, resultando da interacção
entre fatores ambientais, genéticos e imunológicos (RODRIGO,
2006 citado por RITO NOBRE, SILVA, PINA CABRAL,
2007).
APRESENTAÇÃO CLÍNICA Usualmente a DC se manifesta antes dos dois primeiros anos
de vida quando se introduz a dieta rica em glúten. Porém
pode ocorrer em qualquer idade. O quadro clínico na DC
pode variar muito, dependendo da gravidade e extensão das
lesões (WORLD GASTROENTEROLOGY NEWS, 2005
citado por FARO, 2008).
SINTOMAS CLÁSSICOS DA DOENÇA
diarréia crônica,
vômitos,
irritabilidade,
anorexia,
fadiga,
distensão abdominal. (KODA, BARBIERI, 1983 citado por
SDEPANIAN, MORAIS, FAGUNDES-NETO, 2011).
DOENÇAS
ASSOCIADAS
DERMATITE HEPERTIFORME A dermatite hepertiforme (DH) é uma enfermidade na qual
surgem erupções na pele. Ela afeta frequentemente as pernas, as
nádegas, os joelhos e os ombros.
As manifestações na pele podem aparecer repentinamente ou aos
poucos, sendo o prurido (coceira) o sintoma inicial e mais
evidente. Em seguida, surge vermelhidão, urticária, além de
vesículas e bolhas maiores que se rompem facilmente, devido à
prática de coçar (MIRAVÉ, JIMÉNEZ, 2001 citado por
NASCIMENTO, BARBOSA, TAKEITI, 2012).
DERMATITE HEPERTIFORME
INFERLIDADE Em mulheres com infertilidade de causa inexplicada foi
detectada uma prevalência de DC entre 2,1-4%. A adesão a
uma dieta sem glúten provou melhorar a fertilidade nestes
doentes (KAGNOFF, 2006). A DC também foi associada a
menarca tardia, menopausa prematura, amenorréia e abortos
recorrentes porém, no que diz respeito às complicações
reprodutivas da DC, são necessárias investigações
suplementares (BAI et al. 2007 citado por TEIXEIRA, 2012).
DIAGNÓSTICO Apesar de a biópsia intestinal permanecer como padrão ouro
para o diagnóstico da DC, nos últimos anos muitos pesquisadores têm procurado testes menos evasivos que completariam o diagnóstico no rastreamento e na monitorização da dieta sem glúten. Os principais marcadores sorológicos utilizados são os seguintes anticorpos: antigliadina (AGA), antirreticulina (ARA), antiendomísio (EMA) e transglutaminase tecidual (tTG), que são os mais recentes (VILLALTA et al. 2010 NASCIMENTO, BARBOSA, TAKEITI, 2012).
BIÓPSIA ENDOSCÓPICA A avaliação da histologia intestinal obtida por biópsia
permanece imprescindível para o diagnóstico da DC de um
paciente sob dieta com glúten (TRONCONE, 2004; GREEN,
ROSTAMI, MARSH, 2005 citado por BAPTISTA, 2006).
BIÓPSIA ENDOSCÓPICA
CAPSULA ENDOSCÓPICA Podem ser observadas anormalidades na mucosa de pacientes
com DC sem diagnóstico prévio, através do exame de cápsula endoscópica (MUHAMMAD, PITCHUMONI, 2008 CITADO POR SILVA, FURLANETTO, 2010).
CAPSULA ENDOSCÓPICA
TRATAMENTO
TRATAMENTO
Os princípios do tratamento da DC não mudaram
substancialmente desde os estudos pioneiros de Dicke e
colaboradores, que se iniciaram na década de 30 e que
permanecem até o presente momento sendo este uma dieta
isenta de glúten por toda a vida (BERGE-HENEGOUWEN,
MULDER, 1993 citado por SDEPANIAN, MORAIS,
FAGUNDES-NETO, 2011).
ALIMENTOS PERMITIDOS Carnes; Lacticínios; Ovos; Legumes, verduras, frutas; Arroz, farinha de arroz, sagu, pipoca; Pão bolos e biscoitos feitos com cereais;
ALIMENTOS NÃO PERMITIDOS
Farinha de trigo, pães, macarrão, farinha de rosca;
Farinha de cevada, bala de cevada, cerveja;
Farinha de aveia;
Molhos com farinha de trigo, farofas, croquetes;
Pastéis;
ROTULAGEM Os rótulos são um instrumento de informação aos
consumidores, permitem que as escolhas alimentares ocorram
de forma criteriosa quando são bem compreendidos. As
informações nele impressas devem ser fidedignas, legíveis e
acessíveis a todo consumidor (FERREIRA,LANFER-
MARQUEZ, 2007 citado por CESINO, 2010).
LEGISLAÇÃO A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em
2002 criou a resolução RDC nº 40, de 08 de fevereiro de
2002, que foi publicada no Diário Oficial da União; de 13 de
fevereiro de 2002, onde aprova o Regulamento Técnico para
rotulagem de alimentos e bebidas embalados que contenham
glúten (ANIVISA, 2002).
Lei nº 10.674 / 2003 Em maio de 2003, foi criada a Lei nº 10674 retificando a
resolução RDC n° 40 de 2002. Na Lei nº 10674 os produtos
alimentícios comercializados devem obrigatoriamente
informar sobre a presença de glúten, como medida preventiva
e de controle da doença celíaca, e que todos os alimentos
industrializados deverão conter em seu rótulo e bula,
obrigatoriamente, as inscrições "contém glúten" ou "não
contém glúten", conforme o caso.
hnn
CONCLUSÃO A doença celíaca afeta 1-2 % da população geral, pode ser
diagnosticada em qualquer idade e possui uma grande distribuição a nível mundial. As manifestações clínicas são variadas e a apresentação clássica da doença é hoje menos freqüente, com conseqüente aumento do número de adultos diagnosticados e das formas de apresentação da doença.
O conhecimento dos sinais e sintomas da DC é imprescindível para que os profissionais de saúde tenham a suspeita de seu diagnóstico, devendo ser lembrado que os testes sorológicos devem ser solicitados na presença de qualquer grau de suspeita do diagnóstico dessa patologia.
CONCLUSÃO Uma dieta sem glúten continua a ser o único tratamento para
a doença celíaca com suficiente evidência científica da sua
eficácia. A dieta requer acompanhamento e educação do
paciente por um nutricionista especializado. Se o glúten não
for eliminado da dieta podem surgir complicações nos
sintomas da doença.
FIM DA APRESENTAÇÃO
OBRIGADA Á TODOS!!!