Mono Mba a Gestao Da Seguranca Como Nova Versao Final Entregue
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
DAVID FERNANDES DA SILVA
EMERSON PIAI
A GESTÃO DE SEGURANÇA COMO NOVA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL PARA
GARANTIR O LUCRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS INDÚSTRIAS
NACIONAIS E ESTRANGEIRAS
São Paulo
2006
DAVID FERNANDES DA SILVA
EMERSON PIAI
A GESTÃO DE SEGURANÇA COMO NOVA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL PARA
GARANTIR O LUCRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS INDÚSTRIAS
NACIONAIS E ESTRANGEIRAS
Orientador: Carlos Caruso
São Paulo
2006
2
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista no MBA em Gestão Estratégica de Segurança Empresarial da Universidade Anhembi Morumbi.
DAVID FERNANDES DA SILVA
EMERSON PIAI
A GESTÃO DE SEGURANÇA COMO NOVA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL PARA
GARANTIR O LUCRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS INDÚSTRIAS
NACIONAIS E ESTRANGEIRAS
Aprovado em
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
3
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista no MBA em Gestão Estratégica de Segurança Empresarial da Universidade Anhembi Morumbi.
4
“Se conhecemos o inimigo e a nós mesmos,
não precisamos temer o resultado de uma
centena de combates; se nos conhecemos, mas
não ao inimigo, para cada vitória sofreremos
uma derrota; se não nos conhecemos nem ao
inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”.
(Sun Tzu)
Dedicamos esta pesquisa a todos
empresários e administradores, estudantes,
professores e gestores da área de segurança;
também aos nossos familiares, amigos e
clientes.
5
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus pela oportunidade de estarmos concluindo essa
pós-graduação em segurança empresarial.
Aos nossos colegas de classe que muito contribuíram com suas experiências de atuação na
área de segurança, enriquecendo os trabalhos e as aulas com cases e situações vividas no
trabalho.
Deixamos também nossos sinceros agradecimentos a todos professores desse curso que
contribuíram para nossa formação. Em especial para o professor Marcy José dos Campos Verde
e para o professor e orientador Carlos Caruso, pelo incentivo e orientações neste trabalho.
Finalmente, agradecemos às nossas famílias pelo apoio e compreensão das horas que em
não pudemos estar juntos devido às aulas e horas destinadas a esta pesquisa.
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RESUMO
A abordagem principal desse estudo era o de revelar que a gestão da segurança é uma nova
estratégia para garantir o lucro. Para atingir esse objetivo foi realizada pesquisa quantitativa
junto às indústrias nacionais e estrangeiras e posterior comparação dos resultados obtidos.
Notícias de jornais retratam a realidade da segurança empresarial nas indústrias e seus
conseqüentes prejuízos sofridos por ações criminosas externas e internas. A pesquisa revela que
as indústrias nacionais sofreram maiores perdas. A segurança tratada como estratégia pelas
estrangeiras reduz os riscos e gera lucro, evitando ou reduzindo o impacto no negócio. É citado
que todo o planejamento da segurança deve ser realizado por um profissional com formação
acadêmica em segurança empresarial, aqui denominado como gestor de segurança. Concluiu-se
que a gestão da segurança é uma nova estratégia para garantir o lucro, pois previne perdas
interagindo com o ambiente da organização.
Palavras-chave: Gestão da Segurança. Riscos. Estratégia. Gestor de Segurança.
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ABSTRACT
The main boarding of this study was to disclose that the management of the security is a new
strategy to guarantee the profit. To reach this objective quantitative research next to the national
and foreign industries was carried through and posterior comparison of the gotten results.
Periodical notice portray the reality of the enterprise security in the industries and its consequent
damages suffered for external and internal criminal actions. The research discloses that the
national industries had suffered to greaters losses. The treated security as strategy for the
foreigners reduces the risks and generates profit, preventing or reducing the impact in the
business. It is cited that all the planning of the security must be carried through by a professional
with academic formation in enterprise security, called here as security manager. It was concluded
that the management of the security is a new strategy to guarantee the profit, therefore prevents
losses interacting with the environment of the organization. Word-key: Management of the
Security. Riscs. Strategy. Manager of Security.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 1
2. SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL.................................................................. 3
2.1 Contextualização..................................................................................................................... 3
2.2 Evolução.................................................................................................................................. 4
2.3 Conceitos de segurança empresarial........................................................................................ 7
2.4 A realidade da segurança empresarial..................................................................................... 10
3. PESQUISA QUALITATIVA – ESTUDO COMPARATIVO........................................... 23
4. RISCOS QUE AFETAM A SEGURANÇA DAS EMPRESAS......................................... 26
4.1 Conceito de risco em segurança empresarial........................................................................... 26
4.2 Tipos de riscos......................................................................................................................... 27
4.3 Gestão de riscos....................................................................................................................... 30
4.4 Diagnóstico de riscos............................................................................................................... 34
4.5 Tratamento dos riscos.............................................................................................................. 35
5. GESTÃO DA SEGURANÇA............................................................................................... 37
5.1 As atividades da segurança empresarial.................................................................................. 37
5.2 Planejamento e medidas de segurança.................................................................................... 38
5.3 O papel do gestor de segurança............................................................................................... 41
5.4 Nova estratégia empresarial.................................................................................................... 43
6. CONCLUSÃO....................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 50
GLOSSÁRIO............................................................................................................................... 55
APÊNDICE.................................................................................................................................. 56
9
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa é relevante às indústrias de médio e grande porte para garantirem o
lucro, através de uma nova estratégia, aqui denominada, como gestão da segurança, visando
prevenir ou reduzir perdas contra as práticas de crimes externos ou internos, resultantes do atual
cenário político (de impunidade), aumento da criminalidade, desigualdade social, desemprego e
do crime organizado.
As indústrias, além das concorrências e turbulências econômicas do mercado, agora
precisam preocupar-se na prevenção de seu patrimônio para atingir as metas e o lucro desejado.
Nesse mundo de violência e criminalidade em ascensão, as indústrias passaram a ter mais uma
responsabilidade social: garantir a segurança de seus funcionários, prestadores de serviços e,
principalmente, de seus clientes para evitar perdas. Mas, será preciso agir de forma planejada e
com conhecimentos científicos, ao invés do “empirismo”, tendo em vista que os meliantes
aperfeiçoaram suas técnicas e muitos até são integrantes do crime organizado.
Toda organização que visa lucro está sujeita a riscos externos e internos e, por
conseqüência, sofrer danos ou prejuízos catastróficos, dependendo do impacto que o sinistro
tenha sobre o negócio. Isso pode ocorrer em virtude de variáveis internas e externas, que aqui
serão denominadas como riscos, e também pela falta de estratégia em segurança empresarial.
O presente estudo visa a analisar como a gestão da segurança é aplicada nas indústrias
nacionais e estrangeiras, buscando-se uma comparação entre elas, através dos resultados obtidos
nas pesquisas quantitativas.
Para embasar ainda mais essa pesquisa, além da pesquisa qualitativa com profissionais de
segurança de médias e grandes indústrias nacionais e estrangeiras, foi realizada consulta
bibliográfica de autores especializados no assunto, jornais, revistas e artigos publicados na
internet.
10
Tem como objetivo principal evidenciar aos empresários e profissionais do setor
industrial que a gestão da segurança é uma nova estratégia para garantir o lucro, prevenindo ou
reduzindo perdas. Além disso, os objetivos secundários desse estudo são:
- evidenciar a realidade da segurança empresarial no Brasil, através da pesquisa
quantitativa e de notícias da mídia;
- comparar os modelos de gestão de segurança entre as indústrias nacionais e estrangeiras;
- contribuir também para a manutenção e até sobrevivência das organizações que, além da
competitividade, estão sujeitas a riscos que podem levá-las ao prejuízo ou até à falência.
Para abordar o tema foram desenvolvidos os seguintes capítulos:
capítulo 1: descreve uma introdução do cenário da segurança empresarial,
contextualizando a situação-problema e como foi elaborado todo o trabalho de pesquisa
em seus aspectos metodológicos e técnicos;
capítulo 2: segurança empresarial no Brasil, no qual é analisada a história da segurança no
país, sua evolução, principais conceitos e a realidade da segurança empresarial (situação-
problema);
capítulo 3: apresenta a pesquisa quantitativa realizada junto às indústrias nacionais e
estrangeiras para comparação do modelo de gestão de segurança;
capítulo 4: discute os riscos que afetam a segurança das empresas; analisa o conceito e os
tipos de riscos que as organizações estão sujeitas a sofrer;
capítulo 5: aborda a gestão da segurança, conceitos, metodologia, planejamento, técnicas
e o papel do gestor de segurança, com uma visão holística do conceito de segurança;
Capítulo 6: apresenta as conclusões do estudo com base nos autores consultados pela
pesquisa;
11
2 – SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL
O presente capítulo visa a refletir sobre a área da segurança empresarial objeto de
interesse do estudo. Aborda a história da evolução da segurança no Brasil, seus principais
conceitos e fundamentos. Revela a realidade da segurança nas indústrias, através de matérias de
jornais e da pesquisa quantitativa.
2.1 Contextualização
A segurança empresarial engloba diversas áreas de interesse e tem um sentido amplo, que
merece ser examinado. Para Brasiliano (1999, p.34), é subdivida em quatro áreas distintas,
conforme segue abaixo:
“pessoal: onde a segurança é voltada a proteger as pessoas contra assaltos e seqüestros;
incêndio: direcionada ao combate e prevenção contra incêndios e, geralmente, está ligada à
segurança do trabalho;
informações: relacionada à segurança física e lógica das informações; e
patrimonial: visa à proteção de todo o patrimônio da empresa, seja ele tangível ou
intangível.”
Brasiliano (2002) afirma ainda que a Segurança Empresarial abrange a totalidade da
empresa nos seguintes seguimentos de atuação:
. a proteção física de pessoas;
. a preservação dos ativos tangíveis;
. a preservação da imagem da empresa;
. os riscos de mercado;
. a preservação dos processos operacionais da empresa;
. a preservação da confidencialidade das informações.
12
Convém ressaltar que o centro de interesse da presente pesquisa está mais focado à área
patrimonial, dentro do período que vai de 1996 a 2005, onde se procurou refletir sobre a gestão
de segurança como nova estratégia das indústrias (nacionais x estrangeiras) de médio e grande
porte do Estado de São Paulo. Entretanto, tratando-se da segurança como estratégia ela deverá
englobar e interligar todas as áreas citadas acima pelo referido autor.
2.2 Evolução
Até o final dos anos 80 do século XX, a segurança empresarial baseou-se no uso do
homem, que era colocado na função de vigilante. Esta categoria surgiu, oficialmente, na década
de 1970, para atender ao setor bancário, tendo em vista que a polícia não apresentava condições
para tal. Estimulados pela própria polícia, os bancos criaram sua própria segurança armada. Tal
atividade foi regulamentada por lei, a qual passou a exigir do setor bancário a instalação de
cabines blindadas e de alarme conectado à Polícia.
Posteriormente, outros serviços agregados foram surgindo, tais como: escolta armada para
transporte de valores e escolta pessoal de executivos. Assim, houve um crescimento significativo
do número de empresas de vigilância.
Já na década de 1990, o mercado consumidor, representado pelas instituições contratantes
de segurança privada (bancos), passou a questionar a eficácia do homem de segurança e o custo
alto dessa mão-de-obra. As mudanças na economia brasileira influenciaram na redução do
emprego do vigilante e, com o avanço de novas tecnologias, as organizações passaram a buscar a
utilização de equipamentos eletrônicos de segurança no lugar do homem-vigilante, a fim de
reduzir custos. Segundo Brasiliano (1999), a quebra de paradigma e o novo desafio é integrar o
homem à tecnologia de forma planejada.
13
Para o autor citado, em 1996, a Brasiliano & Associados realizou uma pesquisa com 100
empresas com faturamento superior a U$ 30 milhões/ano para avaliar a segurança. Dentre as
empresas pesquisadas, 65% indústrias, 10% bancos, 9% hospitais, 6% condomínios, 5%
comércio, 2% shopping centers, 2% hotéis e 1% universidades. A metodologia foi desenvolvida
por meio de entrevista direta com os diretores e gerentes ligados às áreas administrativas,
recursos humanos, tendo apresentado os seguintes resultados:
Satisfação com o desempenho da segurança?
65% ---------------------------------------- não está satisfeita
30% ---------------------------------------- considera mediano
5% ----------------------------------------- considera bom
BASE = AMOSTRA 100
A empresa possui um planejamento de segurança formalizado?
75% ---------------------------------------- não possui
25% ---------------------------------------- possui
BASE = AMOSTRA 100
A empresa realiza revisões em condutas, sistemas e planos de segurança de forma
programada e constante?
90% ---------------------------------------- não realiza
5% ------------------------------------------ não sabe se realiza
5% ------------------------------------------ realiza
BASE = AMOSTRA 100
Existe na empresa um levantamento formalizado dos riscos existentes?
70% ---------------------------------------- não existe
28% ---------------------------------------- não sabe se existe
2% ----------------------------------------- existe
BASE = AMOSTRA 100
Por que na empresa não existe um nível organizacional de média gestão em segurança?
14
75% ---------------------------------------- falta preparo
23% ---------------------------------------- filosofia
2% ----------------------------------------- possui gerência
BASE = AMOSTRA 100 (BRASILIANO, 1999, P. 43)
Os dados revelaram os problemas e as insatisfações das empresas com relação à segurança
utilizada. No entanto, cabe ressaltar aqueles índices mais críticos relacionados ao estudo:
65% das empresas não estão satisfeitas com sua segurança;
75% não possuem um planejamento de segurança formalizado;
75% estão com a gestão em segurança despreparada
A pesquisa de opinião sobre a área de segurança, realizada em 1996, segundo Brasiliano
(1999), comprovou que 75% das empresas não possuem um planejamento formalizado em
segurança, o que revela pouca importância sobre o assunto ou descrença de sofrer algum
incidente e, ainda, 75% das empresas têm uma gestão em segurança despreparada.
Diante do cenário exposto pelo resultado da pesquisa, começa a surgir um novo conceito
de segurança, ou seja, a integração da mão-de-obra com a tecnologia. O mercado consumidor
passou a investir mais em sistema de segurança como forma de reduzir os altos custos com os
serviços de vigilância.
Até 1999, a segurança empresarial no Brasil era baseada na experiência do responsável
por tal área e tratada de forma “empírica”. Geralmente essa pessoa trabalhava ou já tinha
exercido algum cargo público nas Forças Armadas ou na Polícia Civil/Militar. Posteriormente
surgiram cursos acadêmicos de graduação e pós-graduação em segurança empresarial, visando
formar Gestores de Segurança preparados para a realidade das organizações empresariais.
2.3 Conceitos de Segurança Empresarial
Para entender o conceito de segurança patrimonial é importante citar o significado da
palavra segurança:
15
“Segurança – s.f. 1. ação ou efeito de tornar seguro; estabilidade, firmeza,
seguração 2. ação ou efeito de assegurar e garantir alguma coisa; garantia,
fiança, caução 3. estado, qualidade ou condição de uma pessoa ou coisa que está
livre de perigos, incertezas, assegurada de danos e riscos eventuais, afastada de
todo mal 6. conjunto de processos, de dispositivos, de medidas de precaução que
asseguram o sucesso de um empreendimento, do funcionamento do um objeto,
do cumprimento de um plano etc.”. (Houaiss; Villar, 2001, p. 2536)
Tavares (1995) afirma que segurança patrimonial é um conjunto de mecanismos,
dispositivos ou técnicas com a finalidade de resguardar os recursos produtivos de uma empresa
contra os riscos oriundos de atos intencionais ou não das pessoas.
Por meio dos dados da Tabela nº1, Tavares (1995), ressalta a diferença entre segurança do
trabalho e segurança patrimonial:
Tabela 1. Distribuição das diferenças entre segurança do trabalho e segurança
patrimonial
Setores condicionantes Segurança do trabalho Segurança patrimonial
Objetivo Prevenção de acidentes do
trabalho
Proteção do patrimônio e dos
segredos da organização
Objetivo evidente Homem Bens
Atividade básica Assessoramento (prevenção) Fiscalização e repressão
Método de ação Conscientização e orientação Imposição e coação
Imagem do profissional Técnico Policial
Método de investigação Determinar as causas técnicas
de um fato
Descobrir o responsável por um
fato
Fonte: Tavares, José da Cunha. Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho. São
Paulo: Editora SENAC, 1995, p. 73.
Para Brasiliano (1999, p.52), o conceito de segurança relacionado às empresas, significa a
redução ou eliminação de certos tipos de riscos de perdas e danos a que a empresa poderá estar
exposta. Atualmente, no país o conceito de segurança está sendo redefinido como: “função que
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visa à proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, através da eliminação ou
redução dos riscos ou do financiamento, conforme seja economicamente mais viável”.
O novo enfoque da segurança empresarial está baseado no seguinte triângulo:
Figura 1 – Triângulo da Segurança Empresarial
Fonte: Brasiliano, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento da segurança empresarial.
São Paulo: Sicurezza, 1999, p. 41.
“Riscos: são os perigos e ameaças existentes nas empresas.
Detecção: é a forma como a empresa identifica a contingência, monitorando e
supervisionando as condutas. Basicamente, deve ser realizada através dos meios
eletrônicos ativos da segurança.
Ação: é a resposta pronta e efetiva ao risco. A rapidez da resposta ditará o nível de
operacionalidade dos sistemas implantados. O homem de segurança está inserido neste
contexto, pois o elemento humano nunca será descartado, mas, sim, reduzido por sistemas
eletrônicos que possam detectar os riscos.” (BRASILIANO, 1999, p.41)
Percebe-se acima uma visão focada à implementação de mais tecnologia no lugar do ser
humano, nesse caso na redução do uso do vigilante ou porteiro.
17
Para Verde (2005), o novo enfoque da segurança é a prevenção de perdas, onde a
segurança tradicional (geradora de custos) passa a participar efetivamente das metas da empresa,
gerando lucro pelas perdas evitadas.
Verde deixa claro que quando a segurança está integrada às metas ela reduz os seus
próprios centros de custos, evitando gastos desnecessários. Um exemplo disso, pode ser a
redução do número de vigilantes com a utilização de câmeras (custos x benefícios). Já com
relação às perdas evitadas, a empresa passará a garantir o lucro tendo uma atuação preventiva e
não reativa.
Carvalho (2006) cita que a segurança empresarial deve ser entendida como um Sistema
Integrado compreendendo um somatório de recursos. Esse conceito de Sistema Integrado
significa, portanto, a integração do homem com a moderna tecnologia eletroeletrônica
possibilitando a redução do tempo de resposta ao evento, racionalizar o serviço de segurança e
reduzir os riscos.
Para o estabelecimento de um Sistema Integrado de Segurança torna-se primordial um
Planejamento Estratégico a fim de se avaliar os riscos, as vulnerabilidades e as áreas de atuação
da segurança e levantar as necessidades em Recursos Humanos, Equipamentos e Meios. Sendo
assim, a segurança empresarial inicia-se com o planejamento global estratégico que vai definir a
Tecnologia, os Meios e os Recursos Humanos a serem empregados.
A segurança empresarial, também, é considerada como uma disciplina de sobrevivência,
tendo a seguinte definição: “conjunto de medidas de prevenção e de execução que visa assegurar a
integridade física e moral das pessoas e a proteção do patrimônio da empresa, eliminando e reduzindo os
riscos, presentes e potenciais”. (MINA, 2000, p. 150)
Para Verde (2003), a segurança é uma questão de negócios, pois sem a devida
identificação, análise e tratamento dos riscos potenciais e reais, a partir de sua concretização,
podem interromper ou inviabilizar as atividades, metas e objetivos da empresa. Define segurança
como: “segurança é a consciência do risco”.
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De acordo com Cardella (1999, p.37), a função segurança é definida como: “conjunto de
ações exercidas com o intuito de reduzir danos e perdas provocados por agentes agressivos. Ela é uma das
cinco funções complementares e vitais que devem ser exercidas juntamente com a missão de qualquer
organização”.
O autor cita que a segurança precisa ser exercida com a missão da organização. Para que
ela seja integrada aos objetivos macros da empresa, isto só ocorrerá de forma eficaz se for
incluída no planejamento estratégico que engloba a missão e todos departamentos envolvidos nos
objetivos.
As afirmações dos autores mostram que a segurança deve ser tratada de cima para baixo,
integrando todos setores, recursos e pessoas da empresa em um plano diretor. Cardella (1999)
evidencia que a segurança é uma variável inversamente proporcional ao risco, ou seja, quanto
maior o risco, menor a segurança e vice-versa.
Para reforçar tal conceito, o referido autor deixa bem claro o seguinte: “Na ausência da
visão holística, a função segurança torna-se compartimentalizada e isolada, e a conseqüência é o baixo
desempenho em meio a conflitos de diversos tipos” (CARDELLA, 1999, p. 37).
Geralmente, em grande parte das empresas (indústrias) de médio à grande porte, o que é
mais comum ser encontrado, são atos isolados relacionados à segurança patrimonial. Em muitos
casos, quando o assunto é tratado, a decisão tomada acaba sendo apenas contratar um vigilante ou
implantar um sistema de CFTV (circuito fechado de TV com câmeras) ou alarme, acreditando-se
que este investimento foi suficiente. Dentro do pensamento do mesmo autor, muitas empresas
solicitam que determinados departamentos tratem da sua própria segurança.
Os autores acima esclarecem a vital importância da segurança patrimonial dentro das
organizações para evitar perdas e diminuir os riscos a que estão expostas. Por intermédio de uma
segurança eficaz, as indústrias podem atingir seus objetivos, garantindo sua continuidade
operacional e lucratividade.
2.4 A realidade da segurança empresarial
19
Para entender a questão da segurança, faz-se necessário levantar algumas questões sobre a
realidade da segurança nas indústrias: como é tratada a segurança das empresas? de quem é a
responsabilidade? por que ocorrem falhas em seu planejamento ou em sua implantação? por que
a gestão da segurança não é uma estratégia para garantir o lucro? Além disso, evidenciar os
assaltos ocorridos nas indústrias e seus prejuízos, através de cases reais extraídos da internet.
Com o crescimento da criminalidade e com a precária atuação do Estado para combater a
violência, as organizações estão mais expostas a serem atingidas por algum tipo de delito. A falta
de segurança pode ser um dos fatores de instabilidade financeira, pois determinadas perdas
sofridas podem gerar um efeito em cadeia no caixa da empresa (BRASILIANO, 1999). Nesse
cenário, a segurança patrimonial exerce vital importância para prevenir e diminuir os riscos e, por
conseqüência, os prejuízos.
Conforme o Boletim publicado em 01/04/2003 pela Câmara Americana do Comércio, em
quase 80% das empresas brasileiras, seus presidentes e diretores não têm conhecimentos sobre
como planejar a segurança. Além disso, tal assunto é visto por eles como irrelevante, por não ser
o foco da empresa. Isto deixa bem claro porque a gestão da segurança não é uma das estratégias
para se garantir o lucro.
De acordo com Mina (2000), a segurança é de responsabilidade da direção da empresa,
visto que a mesma deve combinar suas estratégias de negócio com as de segurança para não
sofrer problemas de continuidade operacional. Dentro do aspecto organizacional, é considerada
como um órgão de assessoria (staff), porém precisa estar integrada plenamente com todos os
outros setores da organização.
Na grande maioria das indústrias nacionais de médio e grande porte, quando seus
diretores resolvem tratar do assunto segurança, acabam apenas adquirindo determinados
equipamentos ou contratando um vigia, como se vê no discurso abaixo: “Em nossa empresa,
mandei colocar um circuito fechado de TV e pus uns policiais da área para fazer companhia aos meus
porteiros, além de ter um chefe de segurança que cuida do assunto”. (CÂMARA AMERICANA DO
COMÉRCIO, Boletim de 01/04/2003)
20
Esta decisão, costumeiramente, praticada nas indústrias nacionais revela que o assunto
segurança é tratado como um ato isolado, sem um devido planejamento. Souza (2000) cita que a
segurança deve estar interagida com toda empresa, com normas e procedimentos implantados.
Gil (1999, p.15) complementa que a segurança empresarial tem como foco principal o
trinômio formado por bem/ameaça/medida de proteção. Ele define cada tópico do trinômio, como
adiante se vê:
“bem: é a entidade objeto das preocupações e a razão da existência da
tecnologia de segurança;
ameaça: é o momento/ação/atitude/evento que torna indisponível, ou em
situação de uso precário, os bens disponíveis/necessários à operacionalização da
empresa;
medida de proteção: é o acontecimento que coloca em sintonia total com
os interesses/necessidades da empresa os bens a ela disponibilizados”.
Para evidenciar ainda mais a realidade da criminalidade e os conseqüentes prejuízos que
as indústrias sofreram por uma invasão armada, abaixo estão notícias de jornais a respeito,
extraídas da internet:
Assalto: Vigia é rendido e passa a noite preso em banheiro
“Um vigia - que teve o nome preservado - da Verde Alimentos, empresa ligada ao Grupo
Atlântica, localizada no Distrito Industrial de Penápolis, passou a noite de quarta-feira confinado
em um banheiro após ter sido rendido por três assaltantes, um deles armado com revólver.
A ação dos marginais, que mantiveram as camisas que usavam sobre o rosto com o intuito de
evitar um possível reconhecimento, ocorreu por volta das 19h15 de quarta-feira quando o trio, já
dentro da empresa, surpreendeu o vigia que a princípio chegou a acreditar que fosse uma
brincadeira de mau gosto. Após anunciarem o assalto, o vigia percebeu não se tratar de
brincadeira quando foi bruscamente puxado pela camisa e agredido com um golpe da arma na
cabeça. Os marginais primeiramente o levaram para um dos banheiros da empresa, local onde sob
a mira do revólver foi obrigado a ficar de joelhos enquanto os ladrões solicitavam que entregasse
21
as chaves do escritório e indicasse onde estavam os computadores. Em resposta disse não ter a
chave, sendo levado para um barracão da empresa enquanto os assaltantes perguntavam se era
possível chegar até o escritório por aquele local.
Novamente o ladrão armado levou o vigia para um segundo banheiro dentro do barracão,
enquanto neste instante um dos comparsas apareceu e avisou que já havia conseguido o que
pretendiam. O vigia foi então preso dentro do banheiro enquanto os marginais fugiram levando
um computador, uma caixa com 12 facas, um aparelho celular, um controle remoto do portão,
uma bolsa pertencente ao vigia, um televisor de 12” com rádio e uma luva de lã. Somente pela
manhã a pessoa que iria substituí-lo, após ter chegado e estranhado a ausência do colega em seu
posto de trabalho, chamou a Polícia Militar, que invadiu o prédio e encontrou o outro vigia preso
no citado cômodo.
Os ladrões foram descritos como sendo pardos, altos e magros. Até o fechamento desta edição, a
Polícia não tinha pistas que pudessem levar aos invasores”. Fonte: www.diariodepenapolis.com.br,
18/05/2006.
Chileno morre com tiro na cabeça durante assalto em Diadema
“O chileno Luis Alberto Arrepol Garin, 47, foi assassinado com um tiro na cabeça na segunda-feira (15)
durante uma tentativa de assalto na indústria de embalagens SuperTainer, localizada na rua Espírito Santo,
em Diadema (Grande São Paulo).
Segundo policiais do 2ºDP, onde o caso foi registrado, uma quadrilha formada por oito homens armados e
encapuzados invadiu o local para roubar uma carga de peças de polietileno.
Em seguida, o grupo falou para Garin mandar um funcionário manobrar uma empilhadeira para carregar
um caminhão. No entanto, o chileno não entendeu o que os criminosos falavam. Um dos ladrões ficou
irritado, encostou a arma na cabeça da vítima e atirou.
Os criminosos fugiram sem levar nada. Na fuga, eles deixaram na empresa um revólver calibre 38 e um
radiotransmissor. Ninguém foi preso.
O corpo de Garin foi enterrado nesta terça-feira, no cemitério Memorial Parque Paulista. O chileno
trabalhava na empresa havia mais de um ano, segundo colegas”. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br,
16/08/2005.
Dupla leva duas toneladas de alumínio de metalúrgica em SP
22
”Dois homens armados assaltaram uma indústria metalúrgica em Araraquara (a 273 km de São Paulo) na
noite de quinta-feira (16) e levaram duas toneladas de alumínio da empresa.
De acordo com informações da Polícia Militar, o assalto ocorreu por volta das 21h35. A metalúrgica fica
no bairro do Jardim Guaianazes.
Segundo a PM, a dupla rendeu os dois vigias e os funcionários da empresa e os deixou amarrados em um
banheiro. Em seguida, os assaltantes fugiram levando o alumínio que estava no barracão da empresa em
um caminhão.
O caso foi registrado na Delegacia de Plantão. Não há pista dos assaltantes”. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br, 17/12/2004.
Indústria de Lorena é saqueada e fábrica de Jacareí é roubada
“A indústria G.A., em Lorena, foi saqueada anteontem por moradores que arrancaram as telhas de metal
de alguns galpões e levaram materiais que ainda estavam na companhia.
A empresa fabricava componentes para equipamentos eletroeletrônicos e estava fechada havia oito anos.
A polícia foi chamada para conter os saques e chegou a usar gás lacrimogêneo para conter os moradores.
Quatro pessoas foram detidas e liberadas após o depoimento. Na tarde de ontem, policiais militares
fizeram rondas nas proximidades da empresa para evitar novos saques. A Folha procurou pela empresa
durante todo o dia de ontem, mas não localizou os responsáveis para que comentassem o assunto.
Em Jacareí, a indústria ProMetal foi roubada por três homens armados. O grupo chegou a pé à empresa e,
após render os funcionários, levou o dinheiro que iria ser utilizado para o pagamento dos trabalhadores.
Um carro que estava no local também foi roubado e utilizado pelos assaltantes para a fuga. A fábrica não
informou o valor levado. A polícia ainda não tem suspeitos”. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br,
08/04/2003.
Ladrões encapuzados invadem empresa em Mogi Mirim
Criminosos encapuzados e armados com pistolas automáticas invadiram a empresa de implementos
agrícolas Lindsay América do Sul Ltda., em Mogi Mirim (162 km a norte de São Paulo), na madrugada de
quinta-feira (12). Seis homens teriam participado da ação.
Depois de renderem dois dos vigias que faziam a ronda noturna na empresa e os trancarem no banheiro, os
ladrões roubaram vários produtos como uma guilhotina industrial, furadeira de mesa, fresa industrial,
pneus, geladeiras, computadores, lap-top, palm-top e bebedouros elétricos.
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Segundo a Polícia Militar, os assaltantes permaneceram na empresa por aproximadamente seis horas e
teriam fugido em um caminhão. Ninguém ficou ferido, e o caso foi registrado na Delegacia Central de
Mogi Mirim.
Até à tarde desta sexta-feira, ainda de acordo com a polícia, ninguém havia sido preso.
Fonte: www1.folha.uol.com.br, 13/01/2006 .
Crime: Ladrões encapuzados invadem indústria para roubo
“Dois ladrões encapuzados e armados invadiram por volta das 23h30 de quinta-feira a empresa Uniplex
Indústria de Chapas Acrílicas, renderam primeiramente um funcionário que reside em uma casa no mesmo
terreno e posteriormente a esposa dele. Apesar de não ter sido agredido, o casal foi amarrado.
Quando da abordagem o funcionário, que a pedido dos policiais não teve o nome divulgado, estava dentro
de um galpão da empresa, onde foi rendido e sob ameaça de uma arma apontada para ele, obrigado a
entregar as chaves de um caminhão Ford F4000 ano 1986, placas BZN 0652/Penápolis, que estava
estacionado na empresa.
As chaves estavam em uma gaveta e já em poder do veículo os assaltantes o carregaram com uma
máquina de solda, um aparelho de lavagem por pressão, um motor de lancha de 15 HP e três cilindros de
gás. Concretizado o roubo a dupla obrigou que o funcionário fosse até sua residência e chamasse pela
esposa, que também acabou sendo rendida. Os dois foram então levados até um dos galpões da firma e lá
amarrados. Somente por volta das 04h50 o funcionário conseguiu se soltar e acionou os policiais. Por
estarem muito nervosos e pelo fato dos criminosos estarem usando capuzes, o casal não conseguiu
fornecer aos policiais as características dos ladrões. Até o fechamento desta edição a Polícia não havia
conseguido localizar os bens roubados, bem como identificar os bandidos”. Fonte:
www.diariodepenapolis.com.br, 14/01/2006.
Polícia Civil prende quatro por extorquir empresário em São Paulo
”Policiais da 1ª Delegacia de Roubos e Extorsão do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime
Organizado) prenderam na tarde desta sexta-feira (3) quatro homens em Taboão da Serra (Grande São
Paulo), suspeitos de extorquir um empresário, dono de uma fábrica de plásticos no bairro do Caxingui
(zona sul de São Paulo).
O empresário, que teve a sua indústria roubada na quarta-feira (1), estava sendo chantageado pelos
assaltantes que levaram documentos e dinheiro. Para devolver alguns papéis de importância para a
empresa, os suspeitos exigiam R$ 500 mil.
Após investigação e monitoramento das ligações telefônicas direcionadas ao empresário, os policiais
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prenderam um dos suspeitos em um orelhão em Taboão. Durante a prisão, ele entregou seus três colegas
que pertenciam à mesma quadrilha.
No dia do assalto, os homens entraram na empresa disfarçados como entregadores de uma prestadora de
serviço já conhecida do empresário. Um dos membros da quadrilha é ex-funcionário da empresa”. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br, 03/02/2006.
Quadrilha invade indústria e rouba caixa eletrônico
”Uma quadrilha fortemente armada invadiu, na noite de ontem, a indústria de eletroeletrônicos Costal, em
São Bernardo do Campo, ABC Paulista.
Após chegarem à fábrica em vários veículos, os bandidos renderam os vigias no portão principal e
invadiram a empresa, atrás de um caixa eletrônico do Unibanco.
Os vigias da empresa foram obrigados a carregar o caixa até uma caminhonete pertencente à quadrilha,
que fugiu levando as armas dos funcionários da fábrica.
Ninguém foi preso. O valor roubado da empresa ainda não foi informado. O caso foi registrado no 2º
Distrito Policial do município”. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br, 20/03/2002.
Quadrilha invade depósito e rouba R$ 3 mi em medicamentos
”Uma quadrilha formada por cerca de 15 homens roubou o equivalente a R$ 3 milhões em remédios
antibióticos e energéticos da marca Virilon de um depósito da Indústria Farmacêutica Luper, em Bragança
Paulista, na madrugada desta quinta-feira.
De acordo com a Polícia Civil, os assaltantes estavam encapuzados e roubaram os remédios com o auxílio
de um "caminhão-baú".
Além de remédios, também foram roubados computadores da indústria farmacêutica. A polícia acredita
que os assaltantes integrem uma quadrilha especializada em roubo de remédios, que teria ramificações por
todo o Estado.
O roubo será comunicado pela Luper à Vigilância Sanitária de Bragança Paulista, que vai publicar os
números dos lotes roubados para evitar que eles sejam comercializados”. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br, 09/08/2001.
Roubo de medicamentos registra aumento: São Paulo, mercado mais visado por quadrilhas, perdeu
R$ 36,4 milhões durante o ano passado
“São Paulo - O roubo de medicamentos ocupa o segundo posto entre as mercadorias mais visadas
em São Paulo, o maior mercado do País. Perde só para os eletroeletrônicos. No ano passado,
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foram levados R$ 36,4 milhões. Em 2001, o prejuízo somou R$ 12,2 milhões e a carga era a
quarta mais procurada. É um indicador de que as quadrilhas de remédios voltaram a atuar,
segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região. Seria também
um fator a mais para que indústria, atacado e varejo se unissem em torno de uma resolução
federal que pretende moralizar a comercialização dos remédios. Mas a simples idéia de fazer com
que só cheguem aos consumidores produtos com procedência garantida ainda sofre resistências”.
Fonte: http://www.an.com.br/2003/mar/11/0pai.htm - 11/03/03
Grupo invade e rouba banco dentro da Votorantim no interior de SP
”Em uma ação ousada, 12 assaltantes encapuzados e fortemente armados invadiram na madrugada de hoje
a Votorantim Celulose e Papel, em Luís Antonio, fizeram 21 reféns e roubaram R$ 14 mil do posto
bancário do Itaú que funciona no local.
Foi o segundo roubo registrado na unidade, que se localiza na rodovia Antônio Machado Sant'Anna, entre
Ribeirão e Araraquara, e que tinha 250 funcionários trabalhando no momento do roubo. O primeiro tinha
sido em 99.
"Tivemos informações que o grupo ficou o dia inteiro escondido na área de reflorestamento ao lado da
empresa aguardando o momento para iniciar a ação", disse o capitão da Polícia Militar Renato Armando
Alves, de Sertãozinho, que comanda a área.
Segundo Alves, os ladrões se aproveitaram da fragilidade da segurança da empresa. Eles invadiram a
portaria com pistolas e metralhadoras. O grupo rendeu os seguranças das três entradas da fábrica e ainda
manteve a portaria em funcionamento, controlando a entrada e a saída de caminhões, o que mostra que
conhecia o esquema de funcionamento da unidade. "Eles já sabiam que a chave do banco ficava na
portaria e que no início do mês haveria o pagamento de parte dos funcionários terceirizados", disse.
Os ladrões andaram cerca de 300 metros até atingirem o setor de administração. No local fica o refeitório
e, ao lado, o posto bancário. Segundo o investigador Maurício de Oliveira Marques, que vai comandar a
apuração do caso, o grupo "teve muito tempo para agir".
Os 13 vigias que faziam a segurança da fábrica do turno da noite foram rendidos. Na ação, um dos
membros da quadrilha ficou ao lado do refeitório rendendo funcionários que passavam pelo local. Todos
os reféns foram colocados dentro do posto.
Segundo Alves, o alarme e as câmeras do circuito interno estavam desligadas. "Os ladrões fizeram os
seguranças arrombarem o banco e o cofre. Era um grupo especializado." Dos quatro cofres, dois foram
arrombados e um levado intacto. O quarto cofre foi abandonado, após os bombeiros da unidade
perceberem o crime. Ao lado dos cofres a polícia achou o crachá de um funcionário que havia saído da
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empresa às 18 horas _seu nome não foi revelado. Ele será investigado.
Os ladrões, que usaram um carro da empresa na fuga, levaram os rádios de comunicação da segurança. A
polícia suspeita que o grupo mantinha carros escondidos na área de reflorestamento ao lado da empresa
para fugir, já que estavam em 12 pessoas e o carro era apenas um. A Votorantim informou, por meio de
sua assessoria, que nenhuma alteração será feita na segurança da empresa. O Itaú não quis comentar o
roubo”. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br, 05/07/2002.
Além das perdas por assaltos à mão-armada, as indústrias também sofrem prejuízos até
maiores nos casos de incêndio, por causa da destruição total da empresa, interrupção das
atividades e morte de funcionários, conforme mostra outras notícias extraídas do Folhaonline, via
internet:
Incêndio destrói indústria de aparas de papel na Grande SP
”Um incêndio destruiu na madrugada desta quarta-feira uma indústria de aparas de papel no jardim Joana
D'Arc, em Guarulhos (Grande São Paulo). O Corpo de Bombeiros da cidade estima que a área destruída
seja de 2.000 metros quadrados. Ninguém ficou ferido.
Por volta das 12h, os bombeiros ainda realizavam uma operação de rescaldo no local, para prevenir o
surgimento de novos focos de incêndio. O fogo começou à 1h50, e as causas permanecem desconhecidas.
De acordo com os bombeiros, o trabalho de controle e extinção do incêndio foi dificultado pelo
desabamento da estrutura metálica do imóvel. Mais de 21 carros da corporação foram acionados para
ajudar no combate às chamas”. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br, 29/03/2006.
Bombeiros levam seis horas para combater incêndio na Grande SP
”Um incêndio destruiu uma indústria de materiais plásticos localizada em Alphaville, Barueri (Grande São
Paulo), na noite de domingo (19). O fogo foi controlado por volta das 3h, aproximadamente seis horas
após seu início.
Por volta das 8h45, equipes dos bombeiros ainda trabalhavam na operação rescaldo. O incêndio, de causas
não confirmadas, não deixou vítimas.
Cerca de 20 equipes dos bombeiros de Barueri, de Osasco e de São Paulo trabalharam no combate às
chamas.
A indústria fica na avenida Doutor Dib Sauaia Neto, na altura do km 23 da rodovia Castello Branco.
Segundo a concessionária Viaoeste, devido às proporções do incêndio e à curiosidade de quem passava
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pelo local, o motorista encontrou lentidão na região, na noite de domingo”. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br, 20/03/2006.
Incêndio em fábrica de autopeças no ABC deixa um morto e três feridos
”Uma pessoa morreu e três pessoas ficam feridas em um incêndio na fábrica da Cofap, em São Bernardo
do Campo. Todos eram funcionários da empresa.
O fogo teria começado por volta das 20h15, após explosão de um equipamento semelhante a uma caldeira.
A indústria fica situada na rua Garcia Lorca, 105, no bairro Paulicéia, próximo à Rodovia Anchieta.
Quando oito viaturas do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, a situação já havia sido controlada pela
brigada de incêndio da empresa. Parte de uma laje desabou após a explosão.
O funcionário morto teve 70% do corpo queimado, mas sua morte foi causada por estilhaços causados
pela explosão do aparelho. Os outros funcionários tiveram ferimentos mais leves.
A vítima fatal e um dos feridos foram encaminhados para o Hospital Neomater, enquanto outros dois
foram levados ao Pronto-Socorro do Hospital Municipal Rudge Ramos”. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br, 13/11/2005.
As matérias acima ilustram a triste realidade da segurança empresarial das indústrias do
Estado de São Paulo, principalmente, das indústrias nacionais que estão mais despreparadas em
relação às estrangeiras, sem uma gestão de segurança estratégica para reduzir os riscos.
As perdas evidenciadas nas notícias podem ser de grande monta (milhões de reais) ou até
catastróficos, como por exemplo: destruição total da sede da empresa e morte de funcionários.
Ainda, o custo dos prejuízos pode ser imensurável, se afetarem a imagem corporativa no
mercado. É importante salientar que os valores dos prejuízos expostos nas notícias muitas vezes
não contabilizam a perda real, ou seja, não foram calculados os custos indiretos envolvidos.
Para chegar ao valor total e preciso da perda, Brasiliano (1999, pág. 305), sugere a
fórmula do custo da perda:
“CP = SP + ST + CC - (I-P)”
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CP = custo da perda (impacto financeiro)
SP = substituição permanente (custos de equipamentos, instalações, salários,
indenizações, que a empresa não obterá mais)
ST = substituição temporária (perda como aluguel de equipamento, instalação, tempo
de funcionários parados)
CC = custo conseqüente (queda de faturamento, imagem da empresa)
I = indenização do seguro (quando o seguro irá cobrir para o sinistro)
P = prêmio do seguro (quanto foi pago à seguradora)
De acordo com Brasiliano (1999), diversos fatores devem compor esta análise, dentre
os quais podem ser destacados: perda de faturamento, perda de imagem, perda de market-
share, produtividade prejudicada, indenizações, prêmio de seguros, custos da ativação do
plano de emergência, custos de manutenção do plano de contingência, custos dos reparos no
processo afetado e custos dos investimentos necessários para retomada da imagem e market-
share.
Há grande probabilidade dos valores dos prejuízos serem maiores dos que os
apresentados nas notícias, sendo aplicada a fórmula acima. Por isso, a importância de se
destaca-la nessa pesquisa.
Segundo Neves (2002), as empresas que não possuem um plano de emergência e
recuperação de desastres estão mais sujeitas a enfrentar grandes riscos, perdas financeiras,
operacionais e de imagem, caso sejam alvo de desastres naturais e ambientais e atos criminosos
praticados pelo Homem, tais como: incêndio, sabotagens, atos de terrorismo, crimes cibernéticos,
vazamento de informações confidenciais.
As diversas variáveis a serem analisadas demonstram a necessidade de o departamento
de segurança estar integrado com os departamentos de vendas, marketing, financeiro,
administrativo, produção e administrativo.
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Com os resultados obtidos na análise do impacto financeiro, conforme os riscos
existentes e suas probabilidades de que eles ocorram e gerem perdas, que pode ser realizada
uma previsão de quanto é necessário investir no sistema de segurança.
A comparação entre o investimento necessário para implantação e manutenção do
sistema de segurança e as possíveis perdas é que fornecerá subsídios para uma avaliação
concreta se o planejamento estiver coerente com o nível de risco que a instituição detém.
Com os dados apresentados e calcados na política de segurança estabelecida, segundo
Brasiliano (1999), a direção da instituição poderá definir qual o nível de segurança que será
implantado.
A relação custo versus benefício serve como base para a empresa analisar o valor do
investimento a ser feito em sistemas eletrônicos de segurança ou mão-de-obra e qual será o
benefício em termos do valor protegido, seja ele bens tangíveis ou intangíveis.
Conforme artigo publicado pela Câmara Americana do Comércio no dia 01/04/2003,
muitas empresas acabam quebrando no mercado pela falta de segurança e isso ocorre porque seus
executivos não têm conhecimentos sobre o assunto, deixando a empresa vulnerável aos riscos
internos (fraudes, furtos e surrupio) e externos (invasões, assaltos).
Mesmo com todas as metodologias de planejamento de segurança empresarial, citadas
acima, alguns outros fatores poderão prejudicar sua elaboração.
Um deles é a ausência de uma cultura preventiva e de capacitação profissional
acadêmica que contribui negativamente para a obtenção de serviços de segurança capacitados
para enfrentar os problemas de forma técnica e científica, tornando a experiência empírica
como uma fonte de conhecimento e aperfeiçoamento.
Para Cardella (1999), a reversão da cultura organizacional desfavorável com relação à
segurança será possível através de dados estatísticos, conhecimento e informação. Nessa linha de
30
pensamento do autor, muitas indústrias nacionais de médio e grande porte encontram-se
totalmente vulneráveis pelas crenças mais comuns, do tipo: “estamos aqui há tanto tempo e
nunca sofremos qualquer tipo de furto ou roubo”, “temos seguro”, “segurança é custo e quando o
ladrão quer ele entra e rouba”, etc. Pensamentos como estes já causaram muitos prejuízos e
perdas, afetando a lucratividade do negócio de diversas empresas e indústrias.
No Brasil, devido à cultura organizacional, é comum as indústrias nacionais de médio e
grande porte não investirem em segurança, bem como não tê-la como estratégia empresarial. E
Fontes (2000) afirma que a estratégia de segurança pode significar a continuidade do negócio e
até uma proteção contra o concorrente, pois há concorrentes desleais que podem praticar a
espionagem industrial para obter informações proprietárias e segredos comerciais.
Além dos assaltos à mão-armada e incêndios, outro grande problema que tem gerado
grandes perdas para as empresas no Brasil é a fraude interna, conforme dados abaixo:
43,5% das perdas são por apropriação indébita; 30,4% por corrupção; 21,7% por roubos
ou 4,4% por outros tipos de fraudes.
81,2% dos fraudadores tem segundo grau ou mais.
34,3% das fraudes causam perdas de 1 a 10.000 reais; 44,8% causam perdas de 10 mil a
100 mil reais e 20,9% causam perdas acima de 100 mil reais.
Em média as empresas fraudadas perdem de 7% a 10% do faturamento global.
Estimativa de 6% do PIB (ou 70 bilhões de reais) perdidos em fraudes pelas empresas
brasileiras em 2001. Fonte: http://www.fraudes.org
O quadro abaixo ilustra as principais ações (riscos) que mais causam prejuízos às
empresas:
Causa de perdas nas empresas
31
Fonte: site www.sensorbrasil.com.br, 18/10/2003.
3. PESQUISA QUANTITATIVA – ESTUDO COMPARATIVO
Para embasar ainda mais esse estudo e evidenciar a realidade da segurança nas
indústrias, foi elaborada uma pesquisa quantitativa, nos meses de março a junho deste ano,
para comparação da gestão da segurança entre as indústrias nacionais e estrangeiras (Apêndice
A).
Tal pesquisa foi enviada via e-mail para mais de sessenta indústrias, direcionadas ao
responsável pela área de segurança, cujo resultado encontra-se abaixo:
pesquisas
enviadas (total)
pesquisas respondidas
(indústrias nacionais)
pesquisas respondidas
(indústrias estrangeiras)
Total de
respostas
64 12 17 29
Para efeito de tabulação das respostas e comparação entre elas, foram consideradas
apenas 10 pesquisas respondidas por ambas indústrias. A comparação aqui apresentada são
das principais questões, que são o foco do presente estudo. Sendo assim, chegou-se às
seguintes respostas em percentuais:
Indústria Estrangeira Indústria Nacional
90% possui política de segurança por escrito 20% possui política de segurança por escrito
80% tem um gerente de segurança/diretor de
segurança
10% tem um gerente de segurança/diretor de
segurança
90% tem normas e procedimentos de segurança
por escrito
20% tem normas e procedimentos de segurança
por escrito
100% já realizou uma Análise de Riscos 20% apenas realizou uma Análise de Riscos
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90% a segurança participa do planejamento
estratégico
10% a segurança participa do planejamento
estratégico
90% utiliza os seguintes meios de proteção:
CFTV, Controle de Acesso, Rádio
Comunicação, Grade/Alambrado, Cerca
Elétrica, Alarmes de Intrusão, Célula de
Segurança, Central de Monitoramento Externa,
Sistemas de Incêndio e Vigilantes/Porteiros
40% utiliza os seguintes meios de proteção:
CFTV, Controle de Acesso, Rádio
Comunicação, Grade/Alambrado, Cerca
Elétrica, Alarmes de Intrusão, Célula de
Segurança, Central de Monitoramento Externa,
Sistemas de Incêndio e Vigilantes/Porteiros
20% já foi roubada à mão-armada 40% já foi roubada à mão-armada
40% já sofreu furto interno/fraude interna 60% já sofreu furto interno/fraude interna
30% sofreu prejuízo entre 10 a 50.000,00 reais 10% sofreu prejuízo entre 10 a 50.000,00 reais
20% sofreu prejuízo entre 50 a 100.000,00 reais 70% sofreu prejuízo entre 50 a 100.000,00 reais
10% sofreu prejuízo acima de 100.000,00 reais 20% sofreu prejuízo acima de 100.000,00 reais
Pelos resultados obtidos, percebe-se que as indústrias estrangeiras levam a sério a
gestão da segurança como estratégia, enquanto que as indústrias nacionais retratam pouca
importância a respeito. Estas últimas estão mais expostas aos riscos externos e internos e, por
conseqüência, sofrem os maiores prejuízos e perdas financeiras, que afetarão o lucro e metas
estipuladas.
Nas indústrias estrangeiras a segurança participa do planejamento estratégico e tem
política e procedimentos de segurança definidos por escrito. Além disso, utilizam praticamente
todos os meios de proteção existentes no mercado, integrando recursos humanos, sistemas de
segurança e recursos organizacionais.
Pelo tratamento e importância dada à gestão da segurança pelas indústrias estrangeiras,
nota-se que a cultura organizacional delas revela-se mais preventiva, enquanto que nas
indústrias nacionais demonstra uma cultura desfavorável à segurança ou reativa.
E toda essa realidade das indústrias nacionais é facilmente percebida visualmente, por
exemplo, pois é comum encontrar as seguintes vulnerabilidades:
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- estão localizadas em áreas isoladas (com pouca ou nenhuma vizinhança);
- possuem muros ou alambrados baixos;
- os portões de acessos de veículos e de pedestres ficam abertos;
- a portaria e os vigilantes/porteiros ficam expostos;
- ausência de sistemas de intrusão, CFTV, controle de acesso, etc.
Para evidenciar os benefícios da prática da gestão de segurança, uma indústria
estrangeira do setor eletrônico, que respondeu à pesquisa quantitativa, cujo nome não pode ser
revelado, por questão de sigilo, situada no interior de São Paulo, na região de Campinas,
informou que conseguiu reduzir os prejuízos e perdas em até 90%, com medidas preventivas
de segurança contra assaltos, furtos e fraudes internas.
34
4. RISCOS QUE AFETAM A SEGURANÇA DAS EMPRESAS
Este capítulo evidencia os principais riscos que as organizações estão sujeitas a sofrer.
Buscou-se conceitos sobre o que é risco, quais são suas causas e conseqüências, como
diagnosticar e tratar os riscos no mundo empresarial. Aqui não serão abordadas as metodologias
de Análise de Riscos, pois não são os focos da pesquisa.
4.1 Conceito de Risco em Segurança Empresarial
Inicialmente, é válido ressaltar o significado da palavra risco: “probabilidade de insucesso,
de malogro de determinada coisa, em função de acontecimento eventual, incerto, cuja ocorrência não
depende exclusivamente da vontade de terceiros”. (HOUAISS; VILLAR, 2001, p.2462)
Segundo Brasiliano (1999), risco é toda ameaça ou evento (externo ou interno) que pode
afetar e atingir o patrimônio das empresas, seja ele tangível ou intangível, causando perdas.
Para Cardella (1999), o risco associado a um sistema (atividade organizacional) é o
conjunto de danos e perdas que possam vir a ocorrer por causa dos perigos existentes.
De acordo com Mina (2001), os riscos são inerentes à atividade empresarial e variam
conforme o tipo de produto fabricado ou manuseado. Um exemplo disso: as empresas que
fabricam ou distribuem medicamentos, eletro-eletrônicos e informática são as mais visadas por
marginais pela atratividade de tais produtos. A localização da empresa, tipo de terreno onde está
instalada, suas próprias instalações e estrutura, populações vizinhas e o apoio de órgãos públicos
influenciam diretamente no aumento ou diminuição dos riscos.
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O risco é a incerteza e está relacionado diretamente com a probabilidade de ocorrência de
um determinado evento com potencial para causar dano ao patrimônio da empresa, segundo
Rubens (2000).
Para Fontes (2000), risco é a chance (probabilidade) de uma ameaça se transformar em
realidade, causando problemas à organização, e que varia em função de medidas implementadas
ou de situações existentes.
Define ameaça como ação de uma pessoa, situação ou fenômeno que seja considerado um
perigo para a disponibilidade do recurso ou para o seu uso indevido. Todos os recursos podem
sofrer ameaças que podem causar prejuízos. Cada organização deve analisar quais as ameaças
internas e externas que podem impactar o negócio e após um diagnóstico implementar as medidas
de segurança.
Quando os riscos e ameaças são desconhecidos ou ignorados podem comprometer o
alcance dos objetivos traçados. Isto quer dizer que a empresa está despreparada para enfrentar e
minimizar perdas ou prejuízos. Nesse sentido, afirma Souza (2000) que sendo conhecidos os
riscos e ameaças a organização terá mais chances de atingir seus objetivos, sem sofrer um grande
impacto ou possíveis perdas, pois minimizou os seus riscos.
No entanto, desconhecer ou ignorar os riscos e ameaças afirma Souza (2000), que quando
isso ocorre está diretamente relacionado à cultura organizacional. Na maioria das empresas de
médio porte, a alta direção não acredita que a empresa possa vir a sofrer qualquer ação criminosa.
Esta descrença deixa toda a organização desguarnecida, e, por conseqüência, sem um plano ou
medidas preventivas.
4.2 Tipos de Riscos
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Os riscos podem ser classificados em duas categorias. Segundo MINA (2001): riscos
especulativos e os riscos puros. A diferença entre eles é que os riscos especulativos podem
gerar ganho ou perdas.
Brasiliano (2003) apud Mina (2001) apontam diversos outros riscos inerentes às
empresas, entre eles: riscos de mercado, de crédito, operacional, legal, administrativos,
políticos e de inovação. Entretanto, o foco desse estudo são os riscos puros, os quais podem
ser sintetizados e classificados em: humanos, técnicos e incontroláveis, de acordo com
Brasiliano (1999).
Riscos humanos são aqueles que se originam na ação direta, voluntária ou involuntária
de pessoas. Estas pessoas podem estar convivendo com a instituição em seu cotidiano como
empregados, prestadores de serviços, visitantes, fornecedores e até clientes, e terem permissão
para entrar e sair, ou podem ser desconhecidas e não ter nenhum tipo de contato, praticando a
agressão contra o patrimônio de forma aleatória: ladrões, assaltantes, espiões, vândalos e
sabotadores. Para Brasiliano (1999), os riscos mais comuns nestes casos são: furto, surrupio
(desvio de materias ou bens), assalto (à mão armada), furto de informações, sabotagem,
seqüestro e negligência.
Os riscos técnicos estão relacionados com equipamentos que podem oferecer ameaça
por causa de falta ou erro de manutenção, utilização negligente e falha técnica.
Riscos incontroláveis são aqueles com origem na natureza, tais como: vendaval,
chuvas, inundação, etc.
De acordo com Mina (2001), os riscos podem ser subdivididos em ações humanas e
ações naturais. As empresas podem sofrer riscos advindos de ações de pessoas internas e
externas a seu ambiente organizacional.
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As ações humanas são originadas de dois tipos de pessoas: as internas ao ambiente
(empregados, clientes, fornecedores e os visitantes) e as externas ao ambiente (ladrões,
assaltantes, sabotadores, vândalos e espiões).
Os exemplos de riscos das ações humanas, segundo MINA (2001), são os seguintes: furto,
roubo, vandalismo, ato inseguro, sabotagem, espionagem, insurreições e negligência. Já os das
ações naturais são: calor, frio, incêndio espontâneo, explosão, inundação, furacão, ciclone,
terremoto.
Os riscos das ações humanas são os que mais afetam o lucro das empresas, gerando
perdas, danos e prejuízos. As causas mais comuns, segundo MINA (2001) são:
desonestidade
uso de drogas/álcool
conflitos de interesse
problemas emocionais
comportamento anti-social
jogo
ameaças/vandalismo
sabotagem
espionagem
lucro criminoso
A tabela abaixo foi elaborada para ilustrar ainda mais os tipos de riscos e suas origens,
segundo Brasiliano (2003):
Risco Origem do Risco (exemplos)
Roubo/Assalto - atratividade do numerário
- situação da criminalidade na região em que a empresa está instalada
- normas e procedimentos não formalizados, que propiciam falhas
operacionais
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- facilidade de acesso
- despreparo da equipe de segurança
Desvio
Interno
- atratividade do produto
- mercado paralelo de fácil receptação
- inexistência de política de segurança
- fator humano – crença na impunidade ou tolerância
4.3 Gestão de Riscos
Afirma Arbeláez (2006) que a gestão dos riscos se constitui em uma ferramenta para o
desenvolvimento estratégico de uma empresa. Dessa forma todos os programas de segurança
devem ser montados cuidadosamente sobre um “modelo de gestão” coerente e racional que
evite ao máximo as decisões tomadas pela emoção nos momentos de crise.
De acordo com Cardella (1999, p.69), a gestão de riscos é: “um conjunto de instrumentos
que a organização utiliza para planejar, operar e controlar suas atividades no exercício da função controle
de riscos. São instrumentos do sistema de gestão: princípios, política, diretrizes, objetivos, estratégias,
metodologia, programas, sistemas organizacionais, sistemas operacionais”.
Essa gestão refere-se à identificação, análise e tratamento dos riscos. Caberá ao gestor ou
profissional de área de segurança patrimonial ter conhecimentos específicos e acadêmicos para
realizar tais fases com eficácia.
A identificação dos riscos é feita por meio de um levantamento minucioso dos pontos
críticos na instituição em relação a seu negócio. O sucesso está na criteriosa avaliação de cada
risco e na previsão do que pode afetar as condições operacionais da instituição (Brasiliano,
1999). O autor ressalta que o primeiro passo é definir o problema e o segundo é projetar as
medidas preventivas e/ou corretivas. Cita que a empresa deve ter classificada as quatro áreas
de riscos, conforme abaixo:
39
1. “Paralisação da produção e operação.
2. Redução da produção e operação.
3. Efeito imediato sobre a produção e operação.
4. Efeito direto sobre a produção e operação”. (BRASILIANO, 1999, p. 114)
Esta classificação torna mais acessível a avaliação do impacto financeiro que será
provocado no caso de concretização do risco. Dependendo da área atingida a empresa poderá
sofrer um altíssimo prejuízo ou até quebrar. Um exemplo disso seria uma empresa de
informática ou uma farmácia (que não possui seguro) ser invadida por ladrões que subtraem
todo seu estoque. Com certeza, o prejuízo será enorme e se o proprietário não possuir outros
recursos financeiros para repor e pagar os fornecedores estará falido, pois a ação externa
criminosa afetou sua área de produção e operação.
É necessário conhecer os fatores de risco, ou seja, a origem e/ou causa de cada risco.
Segundo BRASILIANO (2003), para isso é preciso dissecar o fluxo de cada processo e sugere
como um dos modelos para tal fim a Análise de Espinha de Peixe, conforme exemplo abaixo:
40
Risco
Despreparo da equipe
Meios organizacionais
Atrativo do numerário
Facilidade de acesso
Situação da criminalidade
Fuga de Informação Assalto
Alta competitivi-dade no mercado
Desvio Interno
Mercado Paralelo – fácil receptação
Fator Humano – Crença na Impunidade - Tolerância
Inexistência de Política
de Seg.
Atratividade do produto Fator
Humano
Falha de Qualidade
Desvio Interno - comercialização
RCTRSabotagem
Resp. Civil
Atratividade do produto
Mercado Paralelo
Roubo de Carga Incêndio
Grde. Circulação de pessoas
Equiptos. ligados 24hs
Falha de equipto.
Descumpri-mento de
normasSituação doCrime em SP Sabotagem
Fonte: Brasiliano, Antonio Celso Ribeiro. Manual de Planejamento: Gestão de
Riscos Corporativos. São Paulo: Sicurezza, 2003, p. 108.
Para avaliar corretamente a concretização do risco, afirma Cardella (2002) no artigo
publicado na revista CIPA, que a análise de risco deve responder às seguintes perguntas: “o
que pode sair errado? com que freqüência isso pode ocorrer? quais são suas conseqüências?
(REVISTA CIPA, ANÁLISE E CONTROLE DE RISCOS, 2002, p. 26)
Em muitos casos, os riscos podem ser baixos e pouco prováveis de acontecerem,
porém se ocorrerem acarretam grande impacto nas empresas, causando prejuízos de alto valor
financeiro ou até na imagem que tem no mercado.
Para as indústrias de médio e grande porte, é fundamental que sejam identificados e
compreendidos os riscos reais e potenciais que precisam ser controlados. A correta avaliação das
ameaças definirá as medidas mais indicadas para serem implementadas, evitando a adoção de
medidas desnecessárias que geram gastos desnecessários. Existem metodologias científicas e
matemáticas que dão maior precisão e confiabilidade à análise de risco, cujo assunto será
abordado mais a frente.
Segundo FONTES (2000), são requisitos básicos para o gerenciamento de riscos:
Objetivos de negócio: os riscos são pertinentes aos objetivos do negócio
Riscos: para cada objetivo de negócio definido deve ser selecionado o risco mais
significativo para que o trabalho de gerenciamento de risco tenha um custo x
benefício adequado
Ações: identificar ações que irão minimizar a ocorrência
Probabilidade da ocorrência: cada risco deve ser analisado sob a probabilidade de
ocorrer
Impacto no negócio: identificar o grau desse impacto para priorização
41
Grau de minimização do risco: cada ação definida deve possuir um grau de
eficácia
Esforço a ser gasto: realização de esforço associado para que a ação possua uma
boa eficácia, através da avaliação das pessoas envolvidas.
Segundo Arbeláez (2006, pág. 11) o processo de gestão de riscos se resume conforme
abaixo:
42
43
ESTABELECER A POLITICA DE RISCO
DEFINIR O NÍVEL DE ACEITABILIDADE
IDENTIFICAR O QUE PODE ACONTECER
DESENVOLVER ANÁLISE DE RISCO
NIVEL DE VULNERABILIDA-
DE ACEITAASSUMIR O RISCO
PODE INFLUENCIAR O
SISTEMA
PODE SER FINANCIADO
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
VULNERABILIDADERESIDUAL?
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
TRANSFERIRRISCOS
PODE SER FINACIADO?
RETERRISCOS
SIM
M
NÃOOO
SIM
MNÃOOO
NÃOOO
SIM
M
SIM
M
NÃOOO
NÃOOO
RISCO GERENCIADO
4.4 Diagnóstico de Riscos
O diagnóstico é uma fase muito importante do planejamento de segurança e com ele
será visualizado o retrato atual da segurança que a instituição detém, em seus aspectos internos
e externos. Sendo mantido um comparativo com a situação real e a política de segurança
criada, assim como seus objetivos e metas.
De acordo com Brasiliano (1999) o diagnóstico segue, basicamente, duas variáveis:
Influências externas onde podem ser considerados o entorno da instituição e a região
onde está instalada.
Características internas, onde podem ser identificados riscos e situações favoráveis a
segurança.
O analista deve considerar todos os fatores e suas variáveis, que podem contribuir para
situação de risco atual, tais como:
“Localização física da empresa e informações geográficas.
Situação socioeconômica dos arredores onde está instalada a instituição.
Informações obtidas em entrevistas com empregados.
Pontos vulneráveis a invasões criminosas.
Nível de conscientização dos empregados com relação à segurança.
Horário de funcionamento da instituição e turnos de trabalho.
Serviços contratados pela instituição.
Prédios e instalações.
Sistemas de CFTV.
Documentação sobre os planos de segurança existentes.
Equipe de segurança” (BRASILIANO, 1999, p. 86).
Estes são somente alguns pontos a serem avaliados, pois uma análise completa envolve
a aplicação de uma metodologia específica que é desenvolvida e adequada a situação real.
44
Existem alguns métodos de trabalho para realização do diagnóstico: trabalho de campo,
entrevista com funcionários e verificação de documentos.
4.5 Tratamento dos riscos
Brasiliano (1999) cita que todos os riscos devem ser tratados e existem basicamente
duas maneiras de fazê-los:
1) prevenção: por intermédio de ferramentas e instrumentos apropriados pode ser
feita à redução da probabilidade do risco ou a eliminação do mesmo. Cada caso
deve ser analisado de modo exaustivo a fim de que se encontre o meio mais
eficaz e viável economicamente. É necessária uma boa dose de prudência para
não tornar a operação lenta e improdutiva.
2) financiamento: financiar um risco, significa assumir os prejuízos e/ou danos
provenientes do mesmo, conscientemente.
Verde (2004) afirma que outra forma é transferir o risco para outra empresa, ou seja,
adquirir uma apólice de seguro para proteção à vida, das operações da indústria, acidentes e do
patrimônio.
De acordo com MINA (2001) a capacidade de análise de riscos deve considerar
aspectos de gravidade. Ele cita o seguinte exemplo: “um banco instalado no interior de uma
empresa com alto nível de transações financeiras, representa um risco presente e potencial de assaltos,
quando em funcionamento. O perigo é ainda maior, nos dias de pagamentos e, caso o local esteja
desprovido de um sistema complexo de proteção, contando apenas com um vigilante contratado de
terceiros. Contudo, o mesmo risco poderá ser minimizado com um plano de segurança que preveja:
reforço de pessoal de segurança; controle da quantidade de pessoas por horário; sistemas de circuitos
eletrônicos, etc. Portanto, nesse caso, o risco é o mesmo, o que difere é o nível de perigo”.
45
Rosero (2005) afirma que os riscos podem ser tratados das seguintes formas: eliminar,
reduzir, fracionar (distribuir), transferir ou assumir (aceitar a nível tolerante). Além disso,
ressalta Brasiliano (2003) que em todos os casos existem a possibilidade de se executar um
programa de prevenção do risco tão completo que este não chegue a se produzir.
A prevenção se realiza com base em um programa que considera o isolamento das
fontes do risco, o estabelecimento de normas de atuação, a vigilância no cumprimento de tais
normas.
Segundo Fennelly (1992) a prevenção do crime é a antecipação, o reconhecimento e a
apreciação do risco de uma ação criminosa e o começo de uma ação para eliminar ou reduzi-
lo.
46
5. GESTÃO DA SEGURANÇA
5.1 As atividades da segurança empresarial
Segundo Verde (2005), a área da segurança, em consonância com as demais áreas da
empresa, deve estar orientada para o resultado, contribuindo para a formação do lucro da
empresa.
Gil (1994) afirma que a administração da segurança engloba as fases de planejamento,
organização, controle e avaliação. Sendo assim, cabe ao setor de segurança estabelecer planos de
segurança alinhados aos objetivos estratégicos da alta direção, para proteger a organização
(reduzindo suas perdas), com os recursos humanos ou tecnológicos disponíveis ou a serem
adquiridos.
De acordo com Mina (2001), a segurança é considerada um setor de assessoria à
administração da empresa, responsável por quatro atividades básicas que a deve executar:
“assegurar proteção eficaz; prevenir a ocorrência de ações ou incidentes; salvaguardar o capital investido
e cumprir a missão do exercício controlador e orientador”. (MINA, 2001, p.149)
Para Rosero (2005), as atividades da segurança devem alcançar dois grandes objetivos. O
primeiro é reduzir os efeitos das ameaças, perigos e situações de risco real ou potencial, enquanto
que o segundo objetivo é eliminar as ameaças e riscos reais ou potenciais de perdas, danos,
perturbações e lesões nas pessoas.
Verde (2005, pág. 12) cita o papel da segurança na organização:
“proteger – prevenção
serviços especiais (avaliação da segurança dos executivos, ajuda nas investigações,
proteção e escolta de pessoas chaves e serviços de emergência)
47
capacitação (programas de segurança geral, capacitação da área de supervisão,
auto proteção para os empregados e formação da conscientização sobre segurança)
para que todos participem
gerência”
Conforme Blatt (1999), a falta de preparo dos administradores facilita a expansão de
atividades fraudulentas e que os procedimentos de prevenção não são utilizados pelo
desconhecimento no assunto de segurança. Afirma que a maioria das empresas sofre esse tipo de
problema e perdem bilhões em golpes e fraudes praticados por seus próprios funcionários. Um
exemplo que o autor cita é que entre 5 e 10% do valor das compras fica no bolso de funcionários
e fornecedores corruptos.
5.2 Planejamento e medidas de segurança
Os objetivos de um planejamento de segurança são: proteção à vida e integridade física
das pessoas, proteção à propriedade e restauração das atividades normais no caso de um sinistro
(VERDE, 2005).
Segundo Borges (1997), a empresa deverá ter uma visão crítica sobre as principais
ameaças que a envolvem. Para isto seu chefe ou gerente de segurança ou mesmo uma consultoria
especializada no assunto deverá realizar uma auditoria em segurança na empresa, para identificar
estas ameaças e propor medidas preventivas.
A eficiência do plano de segurança depende da compreensão dos riscos reais que devem
ser controlados. Portanto, é primordial uma avaliação precisa das eventuais ameaças, afim de que
possam ser determinadas quais as medidas ou condutas mais indicadas a serem adotadas.
Outro fator importante em um plano de segurança é a adequação dessas medidas às
características físicas e operacionais da empresa. Nesse sentido, cabe ressaltar que o primeiro
passo é a definição do problema e o segundo a projeção das medidas preventivas e/ou corretivas.
A inversão desse processo fatalmente acarretará, não apenas gastos desnecessários, como também
48
resultará na adoção de medidas inadequadas aos interesses da empresa. Assim, a definição do
problema deve ser encarada a partir de três aspectos básicos: tipos de ameaças que podem afetar
o patrimônio; probabilidade de ocorrência de ameaças; e impacto sobre o patrimônio.
Segundo Brasiliano (1999), os níveis de planejamento na área de segurança empresarial
são:
. Estratégico: é aquele que envolve toda a empresa, traçando sua política de segurança.
Permite estabelecer a direção a ser seguida, visando maior grau de interação com o ambiente.
. Tático: tem por finalidade otimizar a área de segurança, com vistas no resultado da
empresa. Estabelece os meios necessários para implantar o sistema de segurança e implementa os
processos necessários para cumprir a política de segurança a ser adotada em cada segmento da
empresa.
. Técnico: descreve o sistema, detalhando as características dos equipamentos. Segue a
tática sugerida para o cumprimento das políticas de segurança.O sistema de segurança é
elaborado por uma equipe multidisciplinar, onde deve ser reavaliada todas as funções exeqüíveis
do macro ambiente.
. Operacional: relaciona as normas e condutas sob a forma de documentos escritos. Trata-
se do plano de segurança propriamente dito, pois nele são detalhados os recursos necessários, os
procedimentos básicos e os responsáveis pela execução e implantação das medidas. Descreve
como que o sistema cumprirá a missão de segurança.
No planejamento serão estabelecidas as medidas técnicas de segurança para cada
vulnerabilidade. Segundo Fennelly (1992), a prevenção do crime é alcançada através de técnicas
que combinam a aplicação de segurança eletrônica, física e procedimentos.
A segurança física deve ser utilizada para colocar barreiras no caminho do meliante para
impedir o ataque, retardar o ataque visando dar tempo de pronta-resposta e negar o acesso a alvos
de alto valor. As barreiras podem ser um composto de elementos vivos ou materiais. Elas também
devem causar um efeito psicológico para dissuadir a ação criminosa. Já a segurança eletrônica se
utiliza para detectar e impedir um criminoso.
49
Verde (2005, pág. 10) cita que toda barreira física pode ser ultrapassada e que ela tem as
seguintes funções:
“controlar a entrada de pessoas, veículos e materiais;
definir os limites da área;
inibir ou impedir uma ação criminosa;
retardar uma ação criminosa o que facilita a detecção e a posterior reação”.
Como medidas de segurança física, com base em Fennelly (1992), são recomendadas:
- instalação de grades e alambrados
- uso de plantas espinhosas e com pontas
- uso de cães de guarda e/ou vigilantes
- reforço de janelas e portas, bem como de seus batentes e das dobradiças (as externas
devem ser soldadas)
- melhoria da iluminação externa em áreas críticas e de acessos (semelhante a luz do dia)
- colocar cartazes de advertência nos perímetros da propriedade
- instalação de sistemas de intrusão, CFTV, Controle de Acesso, etc.
Segundo Fennelly (1992) para reduzir os furtos e fraudes internas devem ser estabelecidos
procedimentos de controle, tais como:
auditoria de bens de forma surpresa
separação de funções (exemplo: recebimento e expedição)
promoção e rotação para troca de funções
formulários numerados e controlados
compras centralizadas (responsabilidade única)
acesso restrito aos arquivos
controle na retirada de resíduos e do lixo
5.3 O papel do gestor de segurança
50
A gestão da segurança deve ser exercida por um profissional nomeado pela alta direção,
com autoridade e delegação de poderes necessários para atuar com maior autonomia e agilidade
na resolução de problemas (MINA 2001).
Para Mina (2001), o profissional de segurança empresarial deve se conscientizar de que
todo projeto a ser desenvolvido tem de ser focado no negócio da instituição, caso contrário às
chances de sucesso serão reduzidas.
Blatt (1999) cita que a organização é um sistema aberto e dinâmico, com setores inter-
relacionados, que sofre e interage com influências do ambiente interno e externo. Sendo assim, a
segurança deve estar integrada à gestão dos demais departamentos, exigindo do gestor de
segurança uma visão holística.
Segundo Júnior (2004), o gestor de segurança deverá ser capaz de gerenciar, coordenar,
supervisionar, criar projetos de segurança e atividades que proporcionem a continuidade de
negócios e a proteção de pessoas. E complementa que deve ter formação acadêmica em
segurança empresarial.
Para Fennelly (1992), o gerente de segurança deve atuar em quatro pontos principais para
a prevenção do crime:
1- impedir um ataque criminal
2- detectar o ataque
3- retardar o ataque para dar tempo de resposta das autoridades (órgãos públicos)
4- negar o acesso ao alvo selecionado
Segundo Verde (2003), uma das funções do gestor é elaborar planos e acompanhar sua
implementação. Além disso, tem o desafio de desenhar e implementar uma política de segurança
empresarial.
51
Para um gerenciamento de segurança eficaz, de acordo com Souza (2000), é preciso
identificar os objetivos do negócio, pois os riscos só existirão se houver os objetivos de negócio
definidos. Para cada um dos objetivos da empresa, o gestor de segurança deverá identificar os
riscos e suas probabilidades e traçar uma ação correspondente para minimizar as perdas ou sua
ocorrência com os respectivos investimentos.
Verde (2005), cita que o gerente de segurança deverá ter habilidade para desenvolver o
orçamento de segurança, ou seja, o plano expresso em termos financeiros, estabelecendo uma
relação direta para cada investimento feito e o ganho obtido com esta ação, ou seja, é
necessário analisar cada item e identificar quais os ativos a serem protegidos e qual a perda
projetada no caso da concretização do sinistro.
Mensurar o quanto é compensador investir em segurança, apesar de ser um tanto
difícil, visto ser intangível, pois mesmo com um planejamento eficaz o risco ainda pode
concretizar-se. Mas para Brasiliano (1999), esta polêmica pode ser amenizada com a aplicação
de técnicas que indiquem o impacto financeiro que um risco real ou em potencial pode causar.
A perda financeira deve ser calculada com todas as variáveis que a compõe, não podendo ser
desprezados os custos indiretos da mesma.
Os itens que integram este trabalho devem ser definidos pelo analista que estiver
encarregado de confeccionar o planejamento de segurança empresarial, nesse caso o gestor de
segurança.
Cabe ao gestor de segurança, seja ele funcionário ou um consultor externo, saber “vender”
a segurança necessária à diretoria. Segundo Fennelly (1992), além dos conhecimentos de
segurança, deverá possuir habilidades de planejamento, comunicação e de gerenciamento, além
de desenvolver metas para os projetos de segurança, prioridades, objetivos e estratégias.
52
Segundo Verde (2005, pág. 22), o gestor de segurança empresarial deve eqüalizar seu
tempo entre as seguintes áreas de atuação:
“segurança de pessoal;
segurança das informações;
segurança física;
planejamento em segurança;
investigação;
legislação; e
planejamento em emergência”.
5.4 Nova estratégia empresarial
Estratégia é uma palavra de origem grega, strategos, e refere-se à arte de generais
comandarem seus exércitos. Sun Tzu (2001) cita uma das estratégias para vencer o inimigo: “o
general que vence uma batalha fez muitos cálculos no seu templo, antes de ser travado o combate” .
Trazendo-a para o mundo empresarial, pode significar que um dos membros da alta direção ou
um executivo ou um gerente de segurança planejou e se preveniu a empresa contra uma ação
delituosa, como por exemplo: uma invasão armada ou incêndio.
A estratégia tornou-se uma ferramenta de direcionamento das ações empresariais,
interligando os diversos segmentos da empresa, além de relacionar suas atividades com o
ambiente externo. A formulação de uma estratégia envolve a justaposição dos pontos fortes e
fracos da empresa, frente a seus riscos, e de suas oportunidades e ameaças apresentadas do
ambiente externo (BRASILIANO, 2003).
O planejamento estratégico tem evoluído ao longo da história, tanto em sua forma como
em sua concepção, em especial na medida em que a sociedade avançava da era industrial para a
era da informação e, dessa, para a era do conhecimento.
Almeida (2003) esclarece que o planejamento estratégico é uma atividade que, através do
ambiente de uma organização, cria a consciência de suas oportunidades e ameaças para o
53
cumprimento de sua missão e estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir
para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos. Nessa mesma linha de pensamento, Oliveira
(1999, p.24) reconhece que a sua finalidade é “estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os
programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou resultados pela
empresa”.
Existe, porém, uma diferença entre planejamento e estratégia: segundo Ansoff e Mc.
Donnell (1993), enquanto planejamento é a união da programação no tempo caracterizada por
articular e elaborar visões já existentes, a estratégia é a combinação da intuição e criatividade em
perspectivas integradas de direção.
Segundo Kaplan e Norton (2004, p.5): “não existem duas organizações que pensem sobre
estratégia da mesma maneira”, o que leva a concluir que o modelo a ser escolhido deve seguir a
linha de cultura, aprendizado e conhecimento da organização.
É importante salientar que a segurança está diretamente relacionada com a cultura, ou
seja, com os valores, crenças e sentimentos. Ela pode ser preventiva ou reativa. No Brasil é mais
comum a cultura reativa: tomar providências depois que um sinistro ocorreu. Nas indústrias
estrangeiras a cultura é mais preventiva e por isso elas estão mais prevenidas contra ações
delituosas, com política e planos de segurança devidamente formalizados, integrando todos os
recursos necessários.
Porter (1986) cita que o ponto de partida do desenvolvimento de uma estratégia
competitiva eficaz é ter em mente o objetivo principal de obter um bom retorno sobre os
investimentos para os acionistas e demais colaboradores. Partindo-se desse princípio, a gestão da
segurança será uma importante estratégia para garantir o lucro, pois se antecipará aos riscos e
reduzirá possíveis sinistros ou ações delituosas (internas e externas) que possam afetar as metas e
os resultados planejados.
Mintzberg (2001) sugere que a estratégia escolhida pela organização deve ser criativa e
inovadora, assegurando seu êxito nos negócios atuais, ao mesmo tempo em que constrói as
competências essenciais do amanhã.
54
Nessa linha de pensamento, pode-se citar que para as empresas garantirem, de fato e de
direito, sua competitividade e sua real sobrevivência devem implantar o SIS – Sistema Integrado
de Segurança – que é a integração dos meios humanos, organizacionais e técnicos.
(BRASILIANO, 2002)
Os meios humanos são a formação e qualificação do recurso humano. Os meios
organizacionais são os planos, normas e procedimentos de segurança. Já os meios técnicos que
apoiarão o SIS são equipamentos de detecção e alerta de uma possível invasão (sensores, CFTV,
controle de acesso,etc.), considerados como meios ativos, enquanto que os meios passivos são os
que impedem ou retardam a ação dos agressores (portas blindadas, fechaduras, etc.).
Segundo Porter (1989), uma empresa somente pode vencer seus concorrentes se ela puder
estabelecer algum tipo de diferença ou vantagem que possa ser sustentada.
Para Sigollo (2006), a segurança empresarial é uma questão estratégica das organizações à
medida que envolve todas as áreas do negócio e está relacionada à análise e avaliação de riscos e
ameaças.
Segundo Arbeláez (2006), é necessário estabelecer uma estratégia corporativa de manejo
dos riscos (todos os riscos independentes de sua origem), adequada às condições e necessidades
da empresa. Ele afirma que: “segurança é uma ferramenta da gestão de riscos” e que “gestão de riscos é
uma ferramenta da estratégia da empresa”.
Refletindo-se sobre a visão dos autores supra citados, as indústrias poderão adotar a
segurança como nova estratégia empresarial para vencer seus concorrentes e manter uma
vantagem competitiva, uma vez que caso venham a sofrer algum sinistro estarão preparadas e
seus prejuízos serão menores. Por conseqüência, o impacto sobre o negócio será menor .
Como estratégia de segurança, Arbeláez (2006, pág. 13) propõe um modelo de
organograma:
55
No organograma acima, Arbeláez (2006) definiu as seguintes funções e responsabilidades
do departamento de riscos:
assessorar a gerência no desenho da política de riscos;
assessorar a gerência na metodologia;
assessorar a gerência em definir a aceitabilidade;
aplicar a política e os critérios de aceitabilidade;
estabelecer os objetivos de gestão de riscos;
assessorar as áreas funcionais nos programas de controle de riscos;
auditar os resultados dos programas.
É válido ressaltar que o organograma sugerido por Arbeláez deverá ser adaptado ao porte
da indústria ou à forma de gestão empresarial. Há indústrias em que o gestor de segurança, no
caso um diretor de segurança, se reporta a um vice-presidente ou a um diretor-superintendente. O
importante, na visão do autor, é que a segurança tenha um canal aberto com a mais alta gestão da
indústria para que as decisões a serem implantadas de segurança sejam aprovadas e disseminadas
a todos setores e cargos da organização.
56
PRESIDÊNCIA
DEPTO DE RISCOS
GERÊNCIAOPERACIONAL
GERÊNCIA DERH
GERÊNCIAFINANCEIRA
GERÊNCIA DE
SERVIÇOS
6. CONCLUSÃO
O presente estudo evidenciou a realidade da segurança empresarial das indústrias, através
das notícias de jornais e da pesquisa quantitativa, mostrando os prejuízos e perdas sofridas por
assaltos, furtos, fraudes internas e incêndios.
O estudo comparativo entre as indústrias nacionais e estrangeiras trouxe à tona que os
prejuízos são maiores nas indústrias brasileiras. Por sua vez, as estrangeiras demonstraram uma
preocupação maior com a gestão da segurança, estando mais preparadas contra ações delituosas
externas e internas.
A cultura é um dos fatores que diferencia como a gestão da segurança é aplicada nas
indústrias nacionais e estrangeiras. No Brasil a cultura organizacional é desfavorável à segurança
e demonstra ser reativa, ou seja, somente é tomada alguma providência após a ocorrência de um
sinistro. Enquanto que na indústria estrangeira a cultura demonstrou ser mais preventiva, pois se
antecipa aos acontecimentos: planeja, estabelece política, planos e procedimentos de segurança,
integrando todos os setores e recursos existentes.
É preciso reverter na visão dos empresários, principalmente no Brasil, que o conceito de
segurança seja apenas o de contratar vigilantes, instalar alguns sistemas de segurança e de que a
segurança gera custos. Enquanto que em outros países enxergam a segurança corporativa como
prevenção de perdas, geradora de lucros e estabelecida junto às metas e objetivos do negócio.
57
Entre tais indústrias, essa diferenciação na gestão da segurança pode ser considerada
como nova estratégia, pois dá uma vantagem maior às estrangeiras na medida em que elas estão
mais preparadas contra os riscos e suas conseqüentes perdas, protegendo seus bens, seus
funcionários e até sua imagem corporativa.
Com relação ao papel do gestor de segurança, a visão dos autores não é praticada muitas
vezes nas indústrias, principalmente nas nacionais. Na realidade, em muitos casos, o gestor de
segurança não tem autonomia suficiente para resolver os problemas (riscos). Fica limitado à
hierarquia que nada sobre segurança e que dá prioridade para outros assuntos ou setores que
geram retorno imediato, tais como: investimentos em propaganda, campanha de vendas, etc.
A maior dificuldade para o gestor de segurança é convencer a alta direção para implantar
as medidas de segurança antes da ocorrência de um crime ou sinistro. Porém fica claro que o
papel do gestor de segurança é preventivo, evidenciando os riscos e propondo mudanças
antecipadas para garantir o lucro, evitando perdas inesperadas.
Com base nos autores estudados, concluiu-se que, a gestão da segurança é uma nova
estratégia empresarial para garantir o lucro, tendo em vista que:
1. é nova por ser uma ferramenta pouco conhecida e aplicada nas indústrias
nacionais;
2. elimina e reduz prejuízos/perdas existentes ou futuras;
3. envolve todas as áreas do negócio e está relacionada à análise e avaliação de riscos
e ameaças;
58
4. estabelece algum tipo de diferença ou vantagem que possa ser sustentada;
5. garante um bom retorno sobre os investimentos para os acionistas e demais
colaboradores;
Mas para ser eficaz precisa ser planejada de forma estratégica por um profissional com
formação acadêmica em segurança empresarial, visão holística, habilidades de gerenciamento e
de comunicação, aqui denominado como gestor de segurança.
Finalmente, caberão às indústrias e demais empresas possuírem em seu quadro um gestor
de segurança ou optarem na contratação de consultoria especializada em segurança empresarial,
como estratégia para garantir o lucro (rentabilidade), evitar perdas inesperadas, aumentar a
competitividade e sustentar sua vantagem no mercado.
59
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2003.
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64
GLOSSÁRIO
CFTV: circuito fechado de TV, composto por câmeras de vídeo, monitor e equipamentos de
gravação analógica ou digital.
Patrimonial: adjetivo relacionado ao patrimônio.
Patrimônio: s.m. 5 JUR conjunto de bens, direitos e obrigações economicamente apreciáveis,
pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa.
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APÊNDICE – A
FORMULÁRIO DE PESQUISA QUALITATIVA
Razão Social
Endereço:
Bairro:
Cidade/Estado:
Segmento:
A empresa é de origem nacional ou estrangeira?( ) nacional( ) estrangeira
Marque abaixo, em qual das opções se enquadra sua empresa com relação ao faturamento anual bruto:( ) até 1 milhão de reais/ano( ) de 1 milhão até 100 milhões de reais/ano( ) acima de 100 milhões de reais/ano
Quantos funcionários (incluindo-se terceirizados) trabalham na empresa?( ) até 50( ) de 51 a 100( ) de 100 a 500( ) de 500 a 1.000( ) acima de 1.000
A empresa possui uma política de segurança por escrito, se positivo qual deles?( ) sim( ) não
Qual é o cargo do profissional responsável pela segurança da empresa?( ) supervisor de segurança( ) gerente de segurança( ) diretor de segurança( ) gerente de RH( ) gerente de TI( ) outro – especificar:____________________________________( ) não possui
O profissional da área de segurança é subordinado a quem?( ) Presidente e/ou Assessor do presidente
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( ) Vice-Presidente( ) Superintendente( ) Diretor de Segurança( ) outro – especificar:____________________________________( ) não possui
Qual é o nível de escolaridade do profissional responsável pela segurança?( ) Pós-graduado / Curso:_____________________________( ) Graduado em curso superior:_______________________( ) 2º. Grau( ) 1º. Grau( ) outro – especificar:____________________________________
Qual é a origem da experiência do profissional responsável pela área de segurança?( ) área privada ( ) polícia civil( ) polícia militar( ) forças armadas
Quais as atividades/funções exercidas pelo departamento de segurança e/ou responsável da área de segurança?( ) participa do planejamento estratégico (todos setores e atividades da empresa)( ) segurança patrimonial (vigilância, portaria, sistemas de segurança)( ) proteção dos executivos( ) contratação e seleção de pessoal( ) investigação de ocorrências externas e internas( ) outro – especificar:____________________________________
O empreendimento possui procedimentos/normas de segurança por escrito?( ) sim( ) não
Já foi realizado na empresa um estudo de Análise de Riscos?( ) sim( ) não
Que pesquisas e exames são realizados, antes da contratação, para novos candidatos a vagas na empresa?( ) nenhuma( ) crédito (SPC, etc.)( ) Banco Central( ) Antecedentes Criminais( ) confirmação de dados pessoais( ) testes psicológicos( ) exames anti-drogas
Quais os meios de proteção que a empresa já adquiriu nos últimos 3 anos?( ) CFTV( ) Controle de Acesso( ) Rádio Comunicação( ) Grade, alambrado( ) Cerca elétrica/sensor externo feixe duplo/quádruplo
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( ) Alarmes de intrusão( ) Célula de Segurança (central própria de segurança)( ) Central de Monitoramento externa (alarme ou imagem)( ) Incêndio (hidrantes, sprinkler, extintores, brigada de incêndio, etc.)( ) Vigilantes/porteiros ( ) nenhum( ) não posso revelar nenhum dos itens acima
Com relação aos vigilantes, assinale abaixo:( ) atuam desarmados( ) atuam armados( ) alguns desarmados e alguns armados( ) não temos vigilantes, apenas porteiros( ) não temos vigilantes, nem porteiros
A empresa já sofreu algum delito? Qual deles abaixo?( ) roubo com invasão à mão-armada ( ) furto (arrombamento e subtração de bens/mercadorias s/violência)( ) fraude interna e/ou furto interno (praticado por funcionários, prestadores)( ) roubo no transporte( ) outro – especificar:____________________________________( ) nenhum
Qual foi o prejuízo que o delito acima causou na empresa, em relação ao faturamento?( ) até 10.000,00 reais( ) de 10 a 50.000 reais( ) 50 a 100.000 reais( ) acima de 100.000 reais ( ) não sabe estimar( ) nenhum
Qual foi o valor médio de investimento realizado nos últimos 12 meses com relação à aquisição (ou up-grade) de sistemas de segurança e/ou contratação de serviços de vigilância? ( ) até 10.000,00 reais( ) de 10 a 50.000 reais( ) 50 a 100.000 reais( ) acima de 100.000 reais( ) não sabe estimar
Nome:________________________________________________
Data:____/____/______
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