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Frades Menores Capuchinhos CP 1392/ Tel 21 419 897 Email: [email protected] Av. da Malhangalene-Maputo SEMINÁRIO PIO X TEM NOVO REITOR

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MOMENTOS NOVOS—JULHo & AGoSTo 2011

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Frades Menores Capuchinhos CP 1392/ Tel 21 419 897

Email: [email protected] Av. da Malhangalene-Maputo

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SEMINÁRIO PIO X

TEM NOVO REITOR

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Propriedade Vice-Província dos Frades

Menores Capuchinhos de Moçambique

Director Frei Agostinho Augusto

Comissão da Redacção Frei Geraldo Cipriano; Frei Adelino Cláudio

Frei Agostinho Augusto Revisão e Censura

A Redacção

Redacção e Administração Frades Menores Capuchinhos

Fraternidade de Maputo

Correspondentes na diáspora Frei Mariano Araújo (Roma-Itália) Frei Dércio Dinís (Pretoria-RAS)

MOMENTOS NOVOS CP 1392/ Tel 21 419 897

E-mail: [email protected]

Av da Malhangalene—Maputo

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O distrito de Gúruè encontra-se na zona norte da província da Zambézia, e é caracterizado pelas belas paisagens monta-

nhosas que a mãe natureza lhe oferece. Os verdes campos de chá fazem de Gúruè um destino eterno, para quem gosta do encanto natural. Foi com esses pontos marcados que mais uma viagem foi agendada, para o passado dia 16 de Julho. Uma viagem de alguém que nasceu nesses verdes campos de Gúruè e que sempre se lembra de prestar uma homenagem a esta cidade. A viagem teve início pelas 5 horas da manhã na terminal ROMOZA que se encontra na cidade de Quelimane, embalados num mini-bus de 26 lugares e com recomendação para 4 passa-geiros por fila, mas essa recomendação não passa pela cabeça dos motoristas e muito menos dos cobradores, dai que por fila está-vamos sentados aliás, mal sentados pois éramos 5 passageiros por fila, mas a vonta-de de ver Gúruè no seu verdejar era maior que o mal sentar. Durante a viagem a ansie-dade tomava o meu coração mas os olhos iam contemplando o Moçambique real que se revelava em cada paragem, mamanas com crianças ao colo e com uma cesta de laranjas na cabeça tentan-do ganhar a vida que é reanimada em cada cesto vendido por apenas 10 meti-cais. Sem distinção de idades o ganhar a vida vai se manifestando em todo santo dia quer com passageiros, quer com a população local que vê nas ruas a sua mina de ouro e uma oportunidade de fazer negocio. Logo à entrada de Gúruè os verdes campos de chá nos dão as boas vindas; a sua topografia singular vai encantando os nossos olhares e em cada Km dado rumo à sede do distrital é um deslumbro para as nossas vistas que passa-ram a pertencer a Gúruè e não a nós. Em poucos minutos nos esquecemos de como estávamos mal sentados durante a viagem e de como as mamanas cor-riam de um lado para outro em busca da vida e contemplamos apenas Gúruè no seu vicejar. A pequena cidade continua linda, o prédio da EMOCHÁ parou no tempo e o Cine Gúruè continua alentando os ânimos das crianças e jovens com o eu que encontram no cinema, razão para viver alguns minutos de concentração. A santinha continua linda com um jardim lindo e lugares espectaculares para tirar umas fotos e ver as águas na sua eterna conversa com as montanhas. A Casa dos Noivos parece que parou no tempo e carece de uma olhada especial pois ali iam milhares de visitantes que hoje se lembram do lugar com espe-rança de ver aqueles tempos de volta.

UMA VOLTA A GÚRUÈ Rudêncio R. N.Morais

Núcleo dos Estudantes Católicos da UEM– Tete

EDITORIAL....………………………………………….... ….4 NOVO GOVERNO DA VICE-PROVINCIA..........................5 O dia a dia do Capítulo Vice-provincial………….......................6 Intervenção do Definidor Geral para a África……......................9 III DIA DO CAPÍTULO: DEBATES.....................................11 Regresso do noviciado a Moçambique......................................11 Nova presença fora da Zambézia...............................................13 Saída definitiva de Inhassunge…...............................................13 Eleição do novo conselho V. Provincial…..............................15 Deixar tudo e seguir o Senhor………........................................16 Solidão: um lugar de encontro com Deus……...........................16 A solidão de Jesus na Cruz……………….................................17 Ordenação episcopal de Dom João Nunes.................................18 Seminário S. Pio X já tem novo Reitor......................................18 Encontro dos Juniores de Maputo em Mumemo…………..19 Profissão Solene de Frei Afonso Matsimbe..............................20 Abertura do VIII centenário de S. Clara…................................21 Inauguração do Refeitório do Seminário……….......................22 O regresso dos irmãos da Diáspora……....................................22 Inauguração do Mosteiro das Clarissas.....................................24 Galeria de Fotos....................................................................24/5 A hora das gargalhadas..............................................................26 Palavra dos Homens...................................................................26 Unware we pass Him by!...........................................................28 Solenidade de S. Pio X no Seminário……………………...….27 Vem meu Deus………………………………………………..28 Visita Fraterna da OFS a Moçambique……..…..................29 Uma volta a Gúruê…………………………………………...30

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Frei Agostinho A

ugusto

A ansiedade que caracterizava a vida da Vice-Província nos últimos dias do mês de Junho e prin-

cípios do mês de Julho já chegou ao fim. O árduo trabalho de todos cujos esforços dealbaram para a concretização daquele magnânimo capítulo, foi recompensado por uma partilha de ideias e experiên-cias de vida que caracterizaram o último triénio do governo cessan-te. Agora, os capuchinhos de Moçambique entram numa nova fase da vida. Foi (re) eleito um novo (mesmo) governo—admitam-me que o diga—que nos auxiliará na materialização dos objectivos aprova-dos pelo capítulo Vice-provincial. Apesar de ser aparentemente o “mesmo governo”, novos desafios ainda o esperam. A concretiza-ção do regresso do noviciado para as terras de Mocuba, a abertura de uma nova frente missionária fora da Zambézia, a crónica e espi-nhosa missão de revitalizar a fraternidade de Inhassunge e a forma-ção de novas fraternidades, são algumas das tarefas que esperam o novo conselho, que aliás, conta com a colaboração de toda a Vic-província. Para estes e outros assuntos relativos ao capítulo, dedica-remos quase metade da nossa revista. Já por Moçambique fora, novidades não param de se multiplicarem. As Clarissas de Namaacha inauguraram um novo mosteiro, enquan-to em Maputo foram oficialmente abertas as celebrações do VIII centenário da consagração de S. Clara. Nosso confrade arcebispo está alegre por ter um auxiliar enquanto os menores viram um seu confrade professar solenemente na Polana. Em Milange, foram sig-nificativas as celebrações da profissão na OFS, e enquanto nossos irmãos seminaristas capuchinhos passam refeições num novo refei-tório recém-inaugurado, os de S. Pio X no Maputo, procuram lidar-se com um novo faraó que muito bem os conhece. É tudo quanto vos trazemos neste número em que agradecemos em particular a colaboração do Frei Salvador pela cedência das notícias sobre o capítulo Vice-provincial.

Para incrementar a unidade e espiritualidade visível da nossa Ordem, os Capítulos e os Superi-ores desempenham a missão de unir os irmãos…

Constituições capuchinhas 109, 3

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VISITA FRATERNA E PASTORAL DA OFS DE MOÇAMBIQUE

Nos dias 23-30 de Julho de 2011 foi levada a cabo a Visita Fraterna e Pastoral da OFS de Moçambique. Esta visita foi realizada por Maria Aparecida Crepaldi, Conselheira da Presidência CIOFS e a Visita Pastoral por Frei Ivan Matić, OFM, Assistente Geral da OFS e da JuFra. A Fraternidade Nacional da OFS de Moçambique é uma Fraternidade muito numerosa, com mais de 15.000 membros entre professos e aqueles que se prepa-ram à profissão, todavia não foi constituída oficialmente. Também, neste país, há um grande número de jovens vinculados à JuFra, porém devido a dificuldades de comunica-ção por causa das enormes distâncias, não se conhece o número exacto de seus mem-bros. Esta é una dificuldade comum que se apresenta nas numerosas Fraternidades locais da OFS situadas nas diferentes províncias do país. Apesar disto, a visita fraterna e pasto-ral foi verdadeiramente um momento de grande festa e de forte comunhão fraterna. O encontro central da visita se realizou no Centro Diocesano de Nazaré, próximo da cidade da Beira, de 26 a 28 de Julho. Durante estes três dias os visitadores, com os representan-tes da OFS-JuFra dos pais e seus Assistentes espirituais, num clima de formação e de comunhão espiritual, reflectiram conjuntamente sobre os temas importantes para a vida e a missão dos franciscanos seculares, particularmente sobre o caminho que se deve fazer a todos os níveis, para poder chegar a constituição oficial da Fraternidade nacional. No último dia do Encontro, isto é, o dia 28 de Julho, se procedeu a nomeação do novo Conselho Nacional provisório, que terá a responsabilidade de animar e guiar a Fraterni-dade Nacional, organizando tudo necessário para o reconhecimento oficial da Fraterni-dade Nacional. Assim ficou nomeado como Ministro o senhor Bonifácio Muaia Paulino (Zambézia); como vice ministro o senhor Alexandre Nhama Sande (Sofala); secretário o senhor Lourenço Miguel Ribeiro (Zambézia) coadjuvado pela senhora Rita Francisco Jossanias Chico (Sofala); como tesoureiros, o senhor Vasco Filipe (Manica) e a senhora Lúcia Beninho Nehire Mataba (Zambézia); como responsáveis da formação a senhora Maria Violanda Magno Patrício (Zambézia) e o senhor Manuel Langa (Maputo). A sede provisória é Quelimane. Como primeira acção deste novo conselho é dividir o pais em regiões, uniformizar e organizar a formação a nível nacional, elaborar os estatutos, fazer o levantamento estatístico e a erecção canónica das várias fraternidades. Para o êxito desta visita, foi fundamental e efectiva a ajuda e colaboração dos Assistentes nacionais da OFS, Fr. Eusébio Pedro, OFMCap e Fr. Orlando António, OFM.

Fr Orlando, Fr Ivan Matic e Fr Eusébio Conselho Nacional Provisório da OFS

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UNAWARE WE

PASS HIM BY Helen

Steiner Rice

VEM MEU DEUS

Cantífula de Castro

On life´s busy thoroughfares We meet with angels unawares – But we are too busy to listen or to hear, Too busy to sense that God is near, Too busy to stop and recognize The grief that lies in another´s eyes, Too busy to offer to help or to share, Too busy to sympathize or care, Too busy to do the good things we should, Telling ourselves we would if we could… But life is too swift and the pace is too great And we dare not pause for we might be late For our next appointment which means so much, We are willing to brush off the Sav-iour´s touch, And we tell ourselves there will come a day We will have more time to pause on our way… But before we know it “life´s sun has set” And we´ve passed the Saviour but never met, For hurrying along life´s thoroughfare We passed Him by and remained un-aware That within the very sight of our eye, Unnoticed, the Son of God passed by.

Vem meu Deus Encruzilhar os nossos passos invertidos Nosso andar insatisfeito Coabitado pela miséria Vem iluminar o nosso coração Revestir de luz o nosso ânimo Para condecorarmos a nossa vontade Nesta maldita e chacinada Vem connosco cantar as maravilhas Da natureza infinita Camuflada nas armadilhas Da nossa realidade insuportável Vem connosco viver Construir esta história Prismando os nossos passos cansados Na busca incansável da felicidade.

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Os frades Menores capuchinhos estiveram em capítulo electivo de 4 – 7 de Julho de 2011 em Quelimane. Neste

capítulo, no dia 07 de Julho, foram eleitos para guiar os des-tinos da Vice-Província de 2011 -2014 os seguintes frades:

Da esquerda para a direita

Fr Lucas Gegema (2º Conselheiro)

Fr Celestino Miori (Vigário Provincial-Reeleito) Fr Samuel Ofinar (4º Conselheiro-Reeleito) Fr Jorge Sacala (Vice-Provincial-Reeleito)

Fr António Triggiante (3º Conselheiro)

Em foco

NOVO GOVERNO DA VICE-PROVINCIA

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Um evento tão importante na história dos frades da Vice-Província Geral de Moçambique, e da Ordem em geral, deu lugar na cidade de Que-limane, onde se encontra a sede da Cúria Vice-provincial, entre os dias 04 a 07 de Julho de 2011. Todas as sessões decorreram no salão do Semi-nário Médio dos Capuchinhos, conhecido por Aspirantado, na lin-guagem religiosa. Contou com a pre-sença de 25 frades com direito de votar e de ser votado, a saber: fr. Gabriel Visintin, fr. Leão Inamorato, fr. João Baptista Nota, fr. Lodovico Festi, fr. Bruno Guarinieri, fr. Fortunato Simone, fr. Guido Felicetti, fr. Celestino Miori, fr. Gaetano Pasqualicchio, fr. António Triggiante, fr. Paulo Borreca, fr. Piergiorgio Armellini, fr. Mário Rafael, fr. Antó-nio Ernesto Zeferino, fr. António Champoco, fr. Lucas Luciano Gege-ma, fr. Eusébio Pedro, fr. Jorge José Sacala, fr. Samuel Ofinar, fr. Barros Sapato, fr. Ernesto Jaime Nassuruma, fr. Brás Alberto, fr. José Manuel Miúdo, fr. Ernesto Vicente Simba, fr. Salvador Franco Mavida. No entanto, estiveram ausentes, os freis Mariano Araújo, Adissone Macatange Hospi-

tal, Domingos Alfredo Mavida. Presidiu a este grande evento

o Definidor Geral para África, frei Agapit Mroso. Estiverem também presentes alguns hóspedes e convida-dos, nomeadamente: Frei Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo; frei Francisco Neri, Provincial de Bari; frei Gregório Moggio, Vice-provincial de Trento; frei Moisés Lukondo, Vice-provincial de Angola; frei Nicola Marchiori, Definidor Pro-vincial de Trento; Irmã Humbelina Huerta, Abadessa do Mosteiro das Clarissas em Milange; Irmã Maria, Vigária das Irmãs Franciscanas do Sagrado coração de Maria; Irmã Helena, Clarissa Capuchinha; e o Sr. Bonifácio, Ministro Provincial da OFS. O primeiro dia do capitulo, ini-ciou com uma Missa de abertura, pre-sidida por Sua Excelência Reveren-díssima Frei Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo. E as sessões do dia, iniciaram quando eram sensi-velmente as 09h.30 e termi-n a r a m a s 17h.30. Para ambientar a todos no que ia-se tratar ao lon-go daqueles quatro dias, o fr. Agapit Mroso fez uma espécie de reflexão introdutória. Ele dizia que, o Capítulo é um momento de avaliação de cada triénio que termina. O objec-tivo do capitulo, não é somente a elei-ção do Ministro e o seu Conselho,

O DIA A DIA DO CAPÍTULO

DA VICE-PROVÍNCIA DE MOÇAMBIQUE

Fr Salvador Mavida

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notÍcia da última hora

Solenidade De S. Pio x no seminário

Uma reflexão centrada na figura de S. Pio X, e inspirada na eleição do pequeno filho de Jessé, para assumir as rédeas de monarquia em Israel foi o ponto mais alto das celebrações do Padroeiro do Seminário S. Pio X. Tal como David foi um homem de condição humilde que aos olhos de seu Pai e do Profeta Samuel estava fora de hipótese ser Rei de Israel, também Pio X fora um homem que na sua mocidade sofreu muito para se erguer. Mas para ambos, seus reinados foram marcados por grandes momentos e grandes realizações. Dom João H. Nunes fazia esta reflexão à margem das celebrações da solenidade de S. Pio X, numa festa lindamente organizada pelos seminaristas e na qual tomaram parte diversas personalidades da Igreja moçambicana como é o caso de Dom Paulo Mandlate, bispo emérito de Tete, Pe Muluta, Reitor do Seminário S. Agostinho da Matola, vários sacerdotes entre docentes, directores espirituais, formadores, trabalhadores, religiosas e religiosos e alguns colaboradores.

Depois da Missa que tinha iniciado as 10:30Hrs e se prolongara até as 13:00Hrs, seguiu-se um momento de “troca de impressões” (como é tradicional-mente mencionado pelo Vice-Reitor, Pe Tomé Canfoce), que antecedeu o almo-ço no grande refeitório do seminário. Meia hora depois do almoço, iniciou o momento de recreação que foi marcado pelo desfile de todas as 4 turmas de teo-logia, cada uma com algo a apresentar, entre canções, danças, teatros e mensa-gens exaltando a figura do padroeiro. Antes do corte do bolo que marcou o momento final da festa, a turma do II Ano apresentou uma peça teatral retratan-do a inserção dos “minoristas” nas novas paróquias e que no caso deste teatro foi uma recepção não digna da parte do pároco que levou a algumas discussões.

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Toda a comunidade deve andar junto à procura de soluções para a própria

sobrevivência (Frei Agapit Mroso, Definidor Geral para

África aos Capitulares)

Lembremos que nem dinheiro, nem pessoal nunca chegaram, há e have-

rá sempre problemas. Acima de tudo é preciso doar-se.

(Fr Moisés Lucondo Vice-provincial de Angola)

PALAVRA DOS HOMENS

A HORA DAS GARGALHADAS

Um burro morreu bem à frente duma Igreja e, como uma semana depois o corpo ainda estava lá, o padre resolveu reclamar com o presidente da câmara. - Presidente, está um burro morto na frente da Igreja há quase uma semana!

O Presidente da Câmara, grande adversário político do padre, com ironia returquiu: - Mas Padre, não é o senhor que tem a obri-gação de cuidar dos mortos?

- Sim, sou eu! – respondeu o padre, com serenidade. Acrescentando:

- Mas também é minha obrigação avisar os seus parentes!

Inhassunge é casa mãe onde iniciou a missionação de Moçambique pelos

frades de Púglia. Como poderemos encerrar uma casa mãe? Eu prefiro

permanecer ali mesmo se quereis retirar-vos.

(Frei Bruno Guarnieri)

Um condenado à morte esperava pela hora da execução, quando chegou o padre e disse: - Meu filho, nesta momento final, vim trazer-te a palavra de Deus.

E responde o homem: - Perda de tempo, Sr. padre. Daqui a

pouco vou falar com Ele pessoalmente. Quer que leve algum recado?

Uma mãe nunca deixa de ser mãe enquanto existir filho, mesmo que esse tenha 90 anos ainda continua

filho, e aquela que o gerou continua a ser mãe

(Frei Mário Rafael)

A ideia de ter uma casa para as men-inas dentro do nosso recinto é posi-tiva, pois que facilita as meninas a

discernir a sua vocação e uma poste-rior integração

(Ir Humbelina Huerta-Abadessa)

Conforme vai a entrar na igreja, o padre é chamado por um mendigo:

- Senhor padre, podia dar uma esmolita a este pobre mendigo?

- Sim, mas... Espera lá, você ontem era cego!

- Pois, mas hoje sou paralítico. É que me estavam sempre a dar moedas falsas.

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CRÓNICA DO CAPÍTULO VICE-PROVINCIAL

mas é um momento importante na vida dos frades, é um exercício de comunhão fraterna. Terminada essa breve reflexão, o fr. Agapit, Defini-dor Geral, declarou aberto o Capítulo.

Em seguida, guiados pelo Ordo Capituli Celebrandi seguiu-se a eleição dos oficiais de serviço. Por-tanto, os moderadores, dos quais foram eleitos os freis António Ernes-to e Fortunato Simone; os Secretá-rios, foram nomeados os freis Mário Rafael, Brás Alberto e Salvador Mavida; para a Comissão da Liturgia, os freis Samuel Ofinar, Barros Sapato e Ernesto Simba; os Escrutinadores, os freis António Triggiante e Ernesto Jaime Nassuruma; o Sineiro, frei João Baptista; a Comissão da Recreação, os freis Eusébio Pedro e Samuel Ofi-nar. Faziam parte do Conselho da Presidência cinco membros: o presi-dente do Capítulo, frei Agapit Mroso; o Vice-presidente do Capitulo, o frei Jorge José Sacala; os Moderadores, portanto, frei António Ernesto e frei Fortunato Simone; e um membro eleito pelos capitulares, o frei Lucas Gegema.

Feito o quadro dos Oficiais e do Conselho da Presidência, seguiu-se, então, para as apresentações dos presentes. Mas antes disto, fez-se a chamada dos capitulares, e isso se repetiu em todos os dias que decorreu o Capítulo.

Na auto-apresentação dos convidados dirigiam uma palavra. Começando por Sua Excelência Reverendíssima Dom Frei Francisco

Chimoio, Arcebispo de Maputo, leu duas cartas. A primeira carta era de agradecimento pelo apoio que a Vice-província lhe deu na pessoa do Frei Gaetano Pasqualicchio durante seis anos de trabalho no paço episcopal. É uma graça do Senhor, dizia o Prela-do, que se providenciou esse irmão para me ajudar na administração do paço durante esse período todo. Mas por já tenho um Bispo auxiliar e um Sacerdote que me ajudam e vivem comigo. A segunda carta era de pedi-do de apoio na área pastoral. Nessa carta o frei D. F r a n -cisco Chi-moio pedia que os f r a d e s t o m a s -sem a Comunidade do Divino Espí-rito Santo de Laula-ne, Arquidiocese de Maputo, que posteriormente pensa em instituir como Paróquia. Dizia ele, isso ajuda-ria aos frades estudantes de Teologia a exercitar o múnus pastoral.

Depois, quem seguiu para a apresentação e discurso, foi o frei Francisco Neri, Provincial de Bari. Ele dizia que estava contente por estar naquela sala capitular. Agrade-ceu aos frades de Bari que trabalham em Moçambique, e essa ligação fra-terna e mútuo conhecimento que há entre a Vice-Província de Moçambi-que e a Província de Puglia que é necessária, porque, dizia ele, não se

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pode amar aquilo que não se conhece. Daí que, ele estava aberto em receber de visita na sua Província, os frades de Moçambique que vão à Roma para estudar.

Terminado esse breve discur-so foi a vez de frei Gregório Moggio, Vice-provincial de Trento. Ele saudou os capitulares com uma alegria que lhe brotava do coração, seguidamente leu a carta do Provincial de Trento, que emitia esse calor fraterno e estreita ligação entre a Vice-província de Moçambique e a Província de Trento.

O frei Moisés Lukondo, Vice-provincial de Angola, usou da palavra e saudou a todos, a começar pelo fr. Jorge, Vice-provincial e a todos frades capitulares, ao Definidor Geral, e os Superiores de Trento e Bari e as Supe-rioras das Irmãs ali presentes. Agrade-ceu a Vice-província de Moçambique na pessoa do frei Domingos Mavida e frei Lucas Gegema, que assessoraram bastante na formação dos noviços em Lubango. Os noviços angolanos e moçambicanos são verdadeiramente irmão, afirmava ele. No Noviciado de Lubango vive-se um bom espírito. Quem dera que essa experiência con-tinuasse, e talvez nós enviarmos os nossos teólogos a Moçambique.

A Irmã Humbelina, Abadessa do Mosteiro das Clarissas em Milan-ge, saudou com a saudação francisca-na de Paz e Bem. Ela descreveu mais ou menos a vida diária delas no Mos-teiro, lamentando da irmã doença que fez com a Irmã Alexandra voltasse a México definitivamente. Apreciou as

vocações que Deus não Lhes esquece em fornecer. Actualmente têm quatro postulantes, quatro aspirantes e dezas-seis meninas vocacionadas que vivem na casa Santa Verónica sob a direcção da Irmã Verónica. A ideia de ter uma casa para as meninas dentro do nosso recinto é positiva, pois que facilita as meninas a discernir a sua vocação e uma posterior integração, dizia a Ir. Humbelina. Ela sublinhou que estão a preparar os 800 anos da consagração a Deus da Irmã Clara de Assis, que terá lugar no ano 2012. E no próximo dia 10 de Julho do corrente ano, iriam abrir o ano Santa Clara. Por fim, ela agradeceu a experiência espiritual e maternal que os fra-des capuchi-nhos ofere-c e m a s Irmãs.

A Irmã Maria, Vigária das Irmãs Francis-canas do Coração d e Maria em Mopeia, sau- dou a todos os capitulares e disse que elas nasceram com o intuito de ajudar os Capuchinhos no apostolado. Em 1900 começou oficialmente essa congrega-ção. Em Moçambique estão em Mopeia, onde actualmente são três Irmãs. Agradeceu a todos os frades pelo apoio, de modo particular ao frei Fortunato Simone, que as trouxe de Brasil, e as acompanha espiritualmen-te.

Terminada essa sessão de

Fr Paulo Borreca

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Galeria de fotos

O novo Governo da Vice-Província

Dom Chimoio celebra Missa durante o Capítulo

Os 25 Padres Capitulares da V.Província

Frades durante uma das sessão capitulares

Momento em que o Definidor Geral procedia à Inauguração do Refeitório do Seminário

Momento de Felicitações aos vencedores das eleições do Capitulo V.Provincial

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Encontro Nacional da OFS em Nazaré-Beira Aspecto do almoço dos Juniores na Tenda

Clarissas na abertura do VIII Centenário Profissão de Frei Afonso Matsimbe na Polana

Novo Mosteiro das Clarissas em Namaacha Missa na Capela da Cúria Vice-Provincial

Galeria de fotos

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CRÓNICA DO CAPÍTULO VICE-PROVINCIAL

apresentações e discursos dos convi-dados, de acordo com o Ordo Capituli Celebrandi, só participam no Capítulo os frades pertencentes a Vice-província activos e passivos, e os Pro-vinciais. Daí que, tanto o Definidor Geral como os Provinciais das Provín-cias mães não tinham direito ao voto. Somente tem direito de voto em qual-quer circunscrição da Ordem, o Ministro Geral. Daí que, em atenção ao actual Ordo, todos os convidados se retiraram.

Ainda no primeiro dia, nas sessões seguintes, o Definidor Geral, debruçou-se sobre os ministérios na nossa Ordem e sobre a economia fra-terna. Esses pontos deveras importan-tes para uma vivência fraterna saudá-vel, mereceram muita discussão entre os capitulares.

Fr. Agapit Mroso, falando do papel do Ministro, dizia que, ser ministro significa um que serve, que ajuda, um subordinado, e não o con-trário como se pode pensar. Um Ministro é a pessoa menos importante e não o mais importante. É um que deve servir, um doméstico, um execu-tor. Por exemplo, o Guardião não é o cabo da fraternidade, mas sim um servo. E tocando o tema da economia dizia, a insuficiência económica todas as Províncias e Vice-províncias de África se debatem com essa situação. Portanto, na economia fraterna convi-

do a todos os frades a viver no con-texto em que estamos. Sigamos os tra-ços do VIIo CPO, que sublinha a mútua dependência. Evitar colocar na nossa Ordem relações assimétricas. Porém, há algo importante quando nos lidamos com a economia: a trans-parência. A transparência garante a solidariedade. A solidariedade signifi-ca prover aos frades tudo o que preci-sam. Uma verdadeira solidariedade requer transparência e honestidade. E a honestidade comporta reciprocida-de na actividade económica e no ser-viço de todos. A transparência é senso de responsabilidade. Os ecónomos devem apresentar um relatório men-sal a fraternidade e ao superior ecó-nomo. E por sua vez, o ecónomo deve ser honesto e transparente. Ele tem que se submeter justamente a fraterni-dade. E não usar valores avultados para si sem o consentimento de todos. Todos somos frades, não há freira, nem indígena, nem branco. Nas nos-sas necessidades não digamos isso é convosco, façam a vossa maneira. A solidariedade não tem cor ou raça.

Continuando a reflexão, fr. Agapit Mroso falou também da Parti-cipação. Este é um ponto interessante, porque ele sabe que muitos dos ecó-nomos ignoram a participação na eco-nomia. Ele dizia que a participação de todos na economia assegura os valores contra a manipulação. Toda a comunidade deve andar junta à pro-cura de soluções para a própria sobrevivência. E o capítulo local é o lugar onde os frades encontram meios

INTERVENÇÃO DO DEFINIDOR GERAL PARA A ÁFRICA

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para animar a vida fraterna. Contudo, é necessário criar micro-projectos para ajudar à fraternidade. De modo que se as Províncias mães que nos apoiam, não poderão mais nos apoiar, então tenhamos onde pôr os pés. Se

não, como será a nossa vida? Como faremos? Iremos abandonar a ordem? Fr. Mário Rafael interveio e respon-deu: Nunca! Que as Províncias mães continuem a ser mães. Uma mãe nun-ca deixa de ser mãe enquanto existir filho, mesmo que esse tenha 90 anos ainda continua filho, e aquela que o gerou continua a ser mãe. Podeis con-fiar, sim, acrescentou o fr. Agapit Mroso, mas estejais conscientes que isso é injusto, pois que mesmo eles têm dificuldade em sustentar os seus frades, olhando as crises económicas do momento.

O Definidor Geral aconselhou a todos capitulares, que ninguém poderia ter projectos pessoais sem a aprovação do Conselho da Vice-Província. Um projecto conhecido pela Vice-Província ajuda a participa-

ção dos outros. E não há transparên-cia sem participação. E sendo assim, o Conselho poderá apoiar o frade a desenvolver o seu projecto. Essa é a via justa e segura de ser frade.

No fim deste breve admoni-ção, o fr. Agapit, lançou algumas per-guntas, que foram discutidas em gru-pos e trazidas as respostas na sala capitular onde foram partilhadas para todos. As perguntas foram as seguin-tes:

Quais são as consequên-cias económicas da menoridade hoje?

Podemos viver o ideal de S. Francisco hoje? O que podemos fazer?

Como Capuchinhos, como incarnamos a identi-dade Capuchinha em Moçambique?

No segundo dia, foi a apresenta-ção e leitura do Relatório do Vice-provincial. Após a leitura, houve ache-gas, dúvidas; entre tantas, falou-se mais sobre a formação. Perguntavam os capitulares, porque saem os jovens em formação? A culpa não deve ser nossa? Pode ser de facto a culpa nos-sa, assim respondia o Vice-provincial as inquietações. Pode ser que, a maneira que apresentamos a Deus e o carisma franciscano aos jovens não é feliz. Daí que abandonam por falta de bases claras. Um dos problemas é dos próprios formadores, que em muitos casos não são cautelosos. E isso não ajuda para a vocação dos jovens. A formação hoje, empenha a todos e não

Primeira Missa do novo Conselho

23

FAMÍLIA FRANCISCANA DE MOÇAMBIQUE

outros frades capuchinhos e menores e alguns convidados, fiéis e mem-bros da Paróquia local que se dirigi-ram àquele lugar para a celebração. Num ano em que as Clarissas de todo o mundo celebram o Oitavo Centenário do nascimento da voca-ção de S. Clara de Assís, a Família Clariana de Moçambique tem mais razões para sorrir com a inauguração deste mosteiro. O mosteiro ora inaugurado, foi o culminar de um longo processo que começou com a Carta de pedido de presença das Clarissas em Maputo, emanada por Dom Francisco Chi-moio a 5 de Fevereiro de 2005 e diri-gida ao Mosteiro de Sória na Espa-nha. Com a aceitação do pedido, chegam a Moçambique no dia 3 de Julho de 2007 o primeiro grupo das Irmãs Clarissas (Ir Maria Matilde, Ir Maria Inês Langa, Ir Maria da Visi-tação) com o intuito de se inteirarem in loco das realidades moçambicanas e procurar o melhor lugar para uma possível fundação. Depois de visitar vários sítios, as irmãs aceitaram o terreno oferecido pelo Arcebispo em Namaacha. Estas irmãs regressariam depois a Espanha no dia 3 de Junho de 2008. Um ano mais tarde, a 23 de Novem-bro de 2009, desembarca em Maputo um novo grupo de 4 irmãs vindas de Espanha, para darem início às obras de construção do novo mosteiro. As irmãs Maria Sacrário, Maria Inês

Langa, Paula Maria e Teresa Maria, tiveram que obter da Santa Sé a per-missão de viver fora de clausura pelo tempo que durariam as obras. Nesse mesmo período, elas viviam numa casa arrendada até no dia 17 de Mar-ço de 2011, dia em que se instalaram no novo mosteiro. Com a inaugura-ção daquele mosteiro, as Irmãs Cla-rissas passam a levar uma vida escondida de clausura, em oração e

contemplação. A cerimónia de enclaustração consistiu na retirada das Irmãs para o mosteiro, seguida do encerramento da porta pelo Sr. Arcebispo Dom Chimoio e posterior entrega das chaves à Madre Ignacia que as recebeu da roda. Permanecem rezando pela consagração do mundo naquele mosteiro 4 Irmãs a saber: Ir Cruz Maria (Abadessa), Ir Sacrária Maria, Ir Maria Inês Langa e Ir Tere-sa Maria. Actualmente existem 4 presenças de Clarissas em Moçambi-que nos seguintes lugares: Namaa-cha (Maputo), Chidenguele (Gaza), Milange (Zambézia) e Niassa.

Interior do Mosteiro de Namaacha

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MOMENTOS NOVOS—JULHo & AGoSTo 2011

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presididas pelo Definidor Geral para a África, o tanzaniano Frei Agapit Mroso. Tomaram parte nesta inaugu-

ração todos os frades capitulares e demais convidados, com uma espe-cial participação de todos os semina-ristas capuchinhos residentes naque-le seminário. Após a bênção seguiu-se o momento de corte do bolo e do jantar que teve lugar ainda naquele refeitório. As obras de construção dos dois imóveis duraram cerca de 1 ano e contaram com o financiamento do Secretariado das Missões da Pro-víncia de Trento. O empreendimento vai emprestar não só um novo visual ao Seminário mas também uma boa comodidade a todos os membros daquela instituição de acolhimento inicial dos nossos candidatos.

Dois confrades nossos que se encon-travam na Itália e na África do Sul regressaram à Vice-Província mãe depois de um longo e curto tempo de estudo respectivamente,. Trata-se do Frei Mariano Araújo que esteve em

Roma durante cerca de 4 anos e Frei Alexandre que se encontrava na Pre-tória por um período aproximado de dois anos. Ao Frei Mariano endere-çamos os nossos agradecimentos pelo tempo em que permaneceu na Itália como colaborador activo do Momentos Novos. Aos dois deseja-mos uma feliz reintegração às reali-dades da nossa “Pátria Amada”.

A presença da Segunda Ordem Franciscana em Moçambique está cada vez mais ganhando espaço. Depois de as Clarissas Capuchinhas de Milange terem inaugurado seu mosteiro a bem poucos anos atrás,

agora foi a vez das Cla-rissas propria-mente ditas. Tal evento decorreu no dia 2 de Julho de 2011 em N a m a a c h a . Tomaram par-te na celebra-ção para além

das 4 irmãs residentes, o Arcebispo de Maputo Dom Francisco Chimoio, o Rev. Pe. João H. Nunes (actual Bispo auxiliar de Maputo), o Custó-dio dos frades menores, Frei Evódio João, o Vice-Provincial dos Frades Menores Capuchinhos de Angola, Frei Moisés Lucondo, para além de

O REGRESSO DOS IRMÃOS DA DIÁSPORA

INAUGURAÇÃO DO MOSTEIRO DAS CLARISSAS

11

CRÓNICA DO CAPÍTULO VICE-PROVINCIAL

somente os formadores. Parece que, os jovens entram no Seminário com pre-conceitos e se não satisfeitos, acabam fora. A verdade é que estamos desafia-dos com a saída dos jovens após terem entrado no Seminário. Contudo, não devemos ter medo quando os jovens saem, porque não preparamos jovens só para serem frades, mas também para servirem a sociedade civil. Para mim um dos problemas, acrescentava o fr. Ludovico Festi, é que muitos jovens que entram no Seminário, não têm uma base familiar clara. Alguns são vaga-bundos, isto é, sem um paradeiro fami-liar que garante a sua vocação. E nós os recebemos sem antes conhecermos melhor quem são, donde vêm, quem são os seus pais, se já fizeram uma caminhada vocacional antes de pedir para entrar no Seminário, etc.

Terminada a parte das achegas do

Relatório do Vice-provincial, prosse-guiu-se com a apresentação e leitura do Relatório Económico. Finda a leitura, abriu-se a sessão das dúvidas, achegas ou perguntas. Dando uma achega, o fr. Agapit dizia que, não era necessaria-mente que o ecónomo fosse um conse-lheiro, poderia ser um frade qualquer, porém, que um dos conselheiros fosse o presidente dos demais ecónomos.

Os capitulares perguntaram donde vinha o fundo que se aplica nas obras que se desenvolvem em algumas fra-ternidades. E o ecónomo, fr. Eusébio Pedro, esclareceu que algumas casas em construção fizemos pedido e a Pro-víncia de Trento e nos ajudou. Portan-

to, são ajudas externas que não afec-tam a economia da Vice-província.

No terceiro dia, foi o da apresenta-ção e discussão dos Temas propostas na Assembleia de Janeiro de 2011, para após serem discutidos, e o Capítu-lo deliberar. Foram os temas:

Regresso ou não do Novi-ciado de Angola para Moçambique.

Nova presença fora da Zambézia.

Retirada definitiva ou não da fraternidade de Inhassunge.

O pr es id ent e da C OP AC (Comissão de Preparação da Assem-bleia e do Capítulo) fr. António Ernes-to, expôs a síntese da discussão feita na Assembleia de Janeiro, da qual reser-vou para o Capítulo analisar e delibe-rar. Abriu-se então a sessão de aprecia-ção ou discussão de cada tema.

Sobre o primeiro tema, do Regres-so do Noviciado ou não de Angola, o fr. Celestino criticava que as razões mencionadas, que olham somente a parte negativa. Seria bom retirar tam-bém o que é de bom, dizia, que Novi-ciado de Angola oferece a

MN

III DIA DO CAPÍTULO DEBATES

REGRESSO DO NOVICIADO A MOÇAMBIQUE

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formação dos noviços. E consideran-do o que exige o Geral, é que temos que fazer intercâmbio formativo. Não cada Província ou Vice-Província fechar-se em si mesma. Não só, a minha impressão é que os jovens sen-tem-se bem fazendo o Noviciado em Angola. E cá em Moçambique ainda não temos pessoal formativo suficien-te. Para mim, o Noviciado deveria continuar em Angola.

Fr. Jorge Sacala dizia, para mim temos que buscar o mal menor. Ficar o Noviciado em Angola é como um motorista que quer salvar um ciclista matando a muitos que estão a bordo.

O provin-c i a l i s m o que fala-mos, não é retirando o Noviciado em Ango-la, pois que era provisório. E com

isso, não estaríamos fora daquilo que o geral pede. Portanto, para ele o Noviciado tem que voltar para Moçambique, para a salvaguarda eco-nómica da Vice-Província.

Estamos a discutir em vão, dizia o fr. Barros Sapato, está explícito no relatório do Vice-provincial a razão da ida do Noviciado em Angola, é que, não havia mestre, agora temos. E o que é que falta? Isso não seria matéria de discussão, está tudo cla-ro: o Noviciado em Angola era provi-

sório, e porque tem que permanecer? Tem que voltar, não há maneira.

O fr. Eusébio Pedro interveio dizendo, se o combino era provisório, porque discutimos agora? Temos medo e vergonha de viver com os nossos filhos em formação? E enviando os jovens só fora, não os conhecemos, acrescentou o fr. Samuel.

Para quem servem as nossas casas do Noviciado em Mocuba, interrogou o fr. Ernesto Simba, só para o muchém viver? E porque man-damos o fr. Lucas Gegema para estu-dar, não era para ser mestre dos noviços?

Para mim não é voltar ou não voltar o Noviciado de Angola, argumentava o fr. Guido Feliceti, mas antes poderíamos olhar pelos frutos. No Noviciado em Angola, surtem melhores resultados ou os jovens vol-tam deformados?

O fr. Moisés Lukondo, Vice-provincial de Angola, usou da palavra e disse: o sustento dos noviços moçambicanos em Angola é de intei-ra responsabilidade da Vic-província de Angola, excepto para questões de saúde. Por isso, não vos preocupeis com o que pagar. E adianto dizer que está já no nosso projecto para a ampliação do Noviciado em Angola. Para dizer haverá espaço para quan-tos noviços tiverdes. No entanto, esperamos a decisão de Moçambique se poderá manter os seus noviços em Angola ou não para pôr as mãos a obra. Se não, iremos interromper

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FAMÍLIA FRANCISCANA DE MOÇAMBIQUE

em Lusaka e desde 2008 se encontra em Maputo cursando Teologia no Seminário S. Pio X.

Na mesma ocasião em que se cele-brava a profissão solene do Frei Afonso, foram oficialmente abertas as cerimónias de celebração do Oita-vo Centenário da consagração de Santa Clara de Assís. Frei Evódio João traçou um breve trajecto de vida de S. Clara de Assis desde o momen-to do seu abandono da vida nobre até abraçar os primeiros passos da vida franciscana na imitação de Francisco de Assis, e passando pela implanta-ção da Segunda Ordem Franciscana. Para não defraudar as expectativas de todos os franciscanos presentes, Frei Evódio convidou as Clarissas que tinham vindo de Chidenguele para a ocasião, a partilharem sua experiên-cia de vida monástica. Tomando a palavra, elas descreveram o seu tra-jecto de vida desde as raízes claria-nas, até às recentes fundações de mosteiros em Angola e Moçambique onde se encontram actualmente. Em número de três, sendo uma moçambi-cana e duas angolanas, cada clarissa falou de sua experiência de vida con-templativa que em suma a descreve-ram como sendo uma “bonita e alegre experiência”. A finalizar, Frei Evódio voltou a falar, apelando a todos para que aproveitassem o tempo de indul-gência concedido pelo Papa, a quem

for a rezar e confessar no mosteiro das clarissas. Apelou para que cada um procurasse passar pelo mosteiro a fim de poder usufruir desta indulgên-cia, uma vez que todos nós precisa-mos do perdão dos pecados. De igual maneira, as Clarissas Capu-chinhas Sacramentárias já haviam aberto as celebrações do oitavo cen-tenário da Consagração de S. Clara em Milange no dia 10 de Julho do

corrente ano, numa grandiosa e ampla

celebração que contou com a pre-sença de todos os conselheiros da

Vice-Província dos Frades Capuchinhos

saídos do último sufrágio, de nume-rosos membros da Ordem Francisca-na Secular, alguns dos quais fizeram a sua profissão e dos demais fiéis católicos daquele burgo, bem como vários frades que vinham das Provín-cias italianas de Bari e de Trento. Na mesma missa houve celebração do matrimónio e inauguração de um novo salão da OFS.

No momento em que decorria o capí-tulo Vice-Provincial, foi inaugurado o salão e a cozinha do Seminário Seráfico S. Francisco de Assís de Quelimane no dia 6 de Julho de 2011. As cerimónias de bênção foram

ABERTURA DO OITAVO CEN-TENÁRIO DE S. CLARA

INAUGURAÇÃO DO DO REFEITÓRIO DO SEMINÁRIO

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um bacharel em vida comunitária, o que acho nunca ter acontecido», fri-sou acrescentando que com a excep-ção dos Jesuítas, podemos ter bons religiosos sem cultura académica, se entendermos o termo “necessidade” como aquilo sem o qual a vida reli-giosa não teria a sua razão de ser.

Salientou que em c e r t o s casos, há mais pro-b l e m a s que sur-gem com os reli-

giosos académicos do que sem eles, pelo que não deveríamos avaliar a qualidade da vida religiosa pelos êxi-tos académicos de seus membros. «O valor da formação superior não é absoluto porque não garante nada; a cultura académica não é sinónima de sucesso. Ela não garante que tudo vai correr bem». No fim do debate que durou várias horas, seguiu-se a missa e ao almoço, fim do qual se procedeu à escolha do lugar do passeio. A recreação marcou o fim do encontro quando eram 16:30Hrs.

Numa missa adornada de muita sole-nidade, o Frei Afonso Matsimbe da Ordem dos Frades Menores, fez a sua solene consagração a Deus no domin-go dia 07 de Agosto de 2011, perante

um número considerável de seus irmãos de hábito e numerosos religio-sos e religiosas franciscanos, mem-bros da Ordem Franciscana Secular e demais fiéis, familiares, amigos e colegas. A missa foi presidida por sua Ex. Reverendíssima, Dom Alexandre Maria dos Santos, Cardeal e Arcebis-po Emérito de Maputo e concelebra-da por Frei Evódio João, Custódio dos Frades Menores em Moçambi-que, por Frei Costa, Pároco da Polana e por vários outros sacerdotes entre formadores, directores espirituais e demais convidados. A missa teve iní-cio as 9hrs e prolon-gou-se até as 13hrs, mo ment o em que t o d o s foram con-vidados a participar no “almoço pobre” como o apelidou Frei Evódio. O corte do bolo, a abertura de cham-panhe, a procissão das prendas e a apresentação de peças teatrais e dan-ças de diversos grupos recreativos, coloraram aquela invejável consagra-ção que a muitos admirou. Frei Afon-so é natural de Homoine - Inhambane onde nasceu a 31 de Maio de 1977. Ingressou no Seminário Franciscano de Chimoio em 1999, tendo poste-riormente frequentado o postulantado e o noviciado que culminaram com a emissão dos votos temporários em Janeiro de 2004 em Jangamo. Cursou filosofia no St Bonaventure College

PROFISSÁO SOLENE DE FREI AFONSO MATSIMBE, OFM

Celebração da Missa

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CRÓNICA DO CAPÍTULO VICE-PROVINCIAL

com um projecto, porque será um desperdício.

Acerca deste tema, após toda essa discussão e comentários achados convenientes, o Capítulo deliberou para o regresso do Noviciado a Moçambique. Daí que, foi lançado como moção para o novo Conselho executar.

O segundo tema a ser discu-tido foi o da Nova Presença fora da Zambézia, cujo foi formulado com a questão seguinte: “Quer o Capítulo que haja uma nova presença fora da Zambézia?” Seguiu-se então o deba-te:

O fr. Eusébio usou da palavra e disse: “Bom! A saída para fora da Zambézia é boa, apesar da falta de pessoal”. Mas será que a experiência passada não nos basta, que abrimos casas e agora estão desabitadas? E o que queremos mais? Se inquietava o fr. Simba. Para ele, abrir uma nova casa não é oportuno. O fr. Guido, olhando para o tema em debate, per-guntou: Mas nova em quem? Lugar? Acho que antes de olharmos para uma nova presença, devíamos ter em conta a q ues t ão do au to -sustentamento e a questão do pes-soal. Fr. Jorge, o Vice-provincial dizia, não podemos correr para o pessoal se temos ou não temos e como poderemos sustentar, mas antes, se achamos conveniente deci-

dimos e depois faremos a busca do pessoal aonde poderemos.

Temos que pensar bem, suge-riu o fr. Bruno, porque Paróquia no contexto africano é diferente do con-texto europeu. Ser pároco na África – Moçambique, entra em jogo o con-tacto directo com o povo. Para fr. Brás, o sair fora da Zambézia ajuda-ria na promoção vocacional, e uma presença religiosa capuchinha.

Concluído o debate, o Capí-tulo com poder de decisão, não achou urgente a existência de uma nova pre-sença fora da Zambézia, pois temos ainda muito a fazer dentro da Zambé-zia e no Maputo onde está uma pre-sença capuchinha, tendo ainda em consideração, o pedido do Senhor Arcebispo de Maputo, Frei Francisco Chimoio, que quer que os Capuchi-nhos continuem a assistir a Comuni-dade do Divino Espírito Santo.

Este foi o tema mais polémi-co do capítulo. Logo que se expôs para a devida discussão, o fr. Bruno Guarniere levantou-se, tomou a pala-vra e disse: Inhassunge é de facto histórico, como dissestes, mas não somente porque morreram os nossos três confrades, mas também porque ali iniciou a missionação de Moçam-bique pelos frades da Província de Puglia. Para só dizer, aquela é casa mãe. Como poderemos encerrar uma casa mãe? Para mim prefiro perma-

SAIDA DEFINITIVA DE INHASSUNGE

NOVA PRESENÇA FOR A DA ZAMBÉZIA

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necer ali mesmo se quereis retirar-se. Por sua vez, o fr. Brás confessou que a citação feita no Relatório do Vice-provincial “é por causa do voto de obediência que aceitamos ir para Inhassunge” foi ele quem a disse, mas não por descontentamento mas para dar atenção aos problemas reais que a fraternidade de Inhassun-ge enfrenta. Porque se olhamos para a área pastoral, será que o Bis-p o seria capaz de

tomar as mis-sões de Inhas-

s u n g e , Micaúne e

Chinde se nós as deixar-

mos? Temos que ter coragem sobre a decisão da retirada de Inhassunge porque há motivos fortes tanto da permanência assim como da retirada, argumentava o fr. Eusébio. Há problemas. Os frades que vivem lá estão sempre a lamentar-se e fogem para Quelimane dizendo que queriam descansar, raramente podem ficar lá um mês inteiro. E se assim acontece, quer dizer que há problemas. Temos que acabar com isso desta vez. O fr. Barros esticando a ideia do fr. Eusébio, disse: talvez temos medo de ferir a sensibilidade dos fundadores. Mas os frades que morram lá sempre se lamentam, é verdade.

O fr. António Triggiante, um dos co-fundadores usou da palavra e sugeriu com uma interrogação: Por-que é que temos que viver isolados,

não seria bom que Inhassunge fizesse parte da área pastoral de fraternida-de de Quelimane? Mas se o motivo aqui em causa é da casa, porque é que não se encontra outra casa con-digna? – sugeriu o fr. Francesco Neri, Provincial de Puglia. Abandonar Inhassunge por causa de más condi-ções de sobrevivência não seria boa ideia. Lembremos que nós os capu-chinhos temos o carisma de ir onde há dificuldades. O fr. Leão Inamora-to, quis saber porque é que o projecto da construção da nova casa parou? Por falta de dinheiro? O fr. António Champoco indignado com o projecto que tinha sido traçado e não se execu-tou disse: Eu sugeri ao Conselho de então a compra de um novo lugar. Comprou-se mas não se realizou o projecto da construção. Isso para mim foi uma ofensa.

Depois de ouvidas todas essas discussões, o fr. Agapit Mroso, Definidor Geral e Presidente do Capí-tulo, quis saber se houve um estudo cuidadoso sobre esse assunto. Segun-do ele, sair em definitivo numa frater-nidade como aquela correremos o

Fr Leão

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NOTÍCIAS DA IGREJA MOÇAMBICANA

rentemente desnutrida de solenização característica das festas de S. Pio X, Pe Inácio jurou perante os presentes levar a frente a missão de formar os futuros sacerdotes, através do ritual de profissão do Credo diante do altar. Nas suas primeiras palavras como reitor, convidou os seminaristas a colaborarem com ele em todo o seu processo formativo, tendo-os adverti-do a seguirem as normas vigentes no Seminário, porque “fora daquela Ins-tituição não existe outra em Moçam-bique”. Enquanto isso, numa mesma linha, Dom Lúcio tinha se referido na sua homilia aos vários problemas que afectam os seminaristas, tendo-se inspirado na Carta dos bispos da CEM para o ano sacerdotal. A tibie-za, a sede do poder, a falta de dedica-

ção à mis-são, foram alguns dos d e s a f i o s que o semi-n a r i s t a d e v e r i a c o mb a t e r

ao longo da sua formação. Apelou ao novo Reitor a não recear mandar de volta o seminarista que mostrasse indícios de tais problemas sem se preocupar pela sua mudança após a advertência. A missa prosseguiu com o habitual lanche e recreação. Pe Iná-cio Lucas é Diocesano de Nacala e era até à data da sua tomada Vice-reitor e Prefeito dos estudos no Semi-nário S. Agostinho da Matola, para além de ser docente no mesmo semi-

nário e no de S. Pio X. Ele é versado em Liturgia.

O grupo dos Juniores e Noviços da Arquidiocese de Maputo estiveram novamente reunidos mas desta vez para um encontro de reflexão. O encontro que teve lugar no magnifico complexo das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Concei-ção em Mumemo-Marracuene, con-tou com a presença de 100 religiosos/as e mais dois representantes da CIRM_CONFEREMO, nomeada-mente, o Pe Toler dos Dehonianos e a Ir Goret, das Diocesanas de Quelima-ne, para além do Irmão Bambo acom-panhante dos irmãos Maristas. A reflexão que foi inteiramente do agrado de todos, teve como palestran-te o Pe. Jeremias dos Santos Moisés, diocesano de Inhambane e Prefeito dos estudos no Seminário S. Pio X, que se debruçou sobre “a necessidade da cultura académica na vida religio-sa”. Dr. Jerry como é conhecido nos meandros académicos, foi muito esmerado na sua abordagem ao cons-tatar “não haver necessidade de uma cultura académica na vida religiosa” por esta estar assente em 4 princípios nomeadamente: a vida comunitária, os votos de castidade, de obediência e de pobreza. «Vida académica na vida religiosa, é ter um Doutor em Casti-dade, um Licenciado em pobreza, ou

ENCONTRO DOS JUNIORES DE MAPUTO EM MUMEMO

P. Inácio na tomada de posse

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que nenhum outro homem podia fazer. Tinha observado na íntegra os mandamentos de Deus e tinha supera-do todos os homens em termos de confiança em Deus e compaixão pela fragilidade humana. Em suma, ele tinha servido plenamente a Deus e aos homens incondicionalmente. Contudo, apesar do seu amor irrestri-to, foi pregado na cruz por aqueles a quem tinha servido, amado e acari-nhado. E como se não bastasse, Deus

em quem tinha depositado toda a sua confiança, também Ele o abandonou. Seu desgosto (agonia) foi tal que seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue (Lc 22,44). Mas acima de tudo, Jesus não desanimou e conti-nuou confiando em Deus mesmo em face da sua trágica morte a abandono, dizendo: «Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46). A solidão de Jesus foi transformada numa oca-sião de encontro entre Pai e Filho. Também nós na nossa solidão, somos chamados a elevar o nosso espírito numa voz suplicante ao Pai e com lisura apresentar-lhe os desafios do nosso abandono, rejeição, traição e solidão que experimentamos na nossa vida. Certamente que Ele não ficará olhando ao longe!

Foi consagrado Bispo Auxiliar de Maputo o Pe. João Nunes na Catedral de Maputo no dia 10 de Julho. Dom Francisco Chimoio foi o bispo consa-grante, tendo sê-lhe juntado vários outros bispos e numerosos sacerdotes do clero diocesano de Maputo e reli-giosos que trabalham naquela cidade. Também estiveram presentes seus familiares e alguns fiéis provenientes da Arquidiocese da Beira sua terra natal. Dom João é o 4o Bispo Titu-lar de Amudarça, uma diocese extinta em Marrocos, outrora sufragânea do Patriarcado de Alexandria.

Depois de muito tempo de inquieta-ção para a comunidade de S. Pio X e de todos os que dela dependem, eis que o silêncio foi quebrado. Foi pre-cisamente na Segunda-Feira do dia 11 de Julho, um dia após a ordenação do Bispo auxiliar de Maputo, que tomou posse, o Pe Inácio como Rei-tor do Seminário Interdiocesano S. Pio X, perante a presença de Dom Francisco Chimoio, de Dom Paulo Mandlate, de Dom João Nunes, do Dom Lúcio Andrice que presidiu a celebração e de vários sacerdotes, formadores das casas religiosas, docentes, trabalhadores e demais seminaristas. Numa celebração apa-

SEMINÁRIO S. PIO X JÁ TEM NOVO REITOR

ORDENAÇÃO EPISCOPAL DE DOM JOÃO H. NUNES

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CRÓNICA DO CAPÍTULO VICE-PROVINCIAL

risco de sermos criticados, e assim comprometeremos o nosso carisma. O melhor seria construir uma nova casa num outro lugar mas dentro da ilha de Inhassunge. Que a presença capuchinha, independentemente do apostolado, esteja lá. O fr. Simba apoiou a ideia do Definidor Geral, que a fraternidade de Inhassunge tem que permanecer lá. De facto, acres-centou o fr. Moisés Lukondo, Vice-provincial de Angola, sem risco não há vida. Lembremos que nem dinhei-ro, nem pessoal nunca chegaram, há e haverão sempre problemas. Mais que tudo é doar-se.

Ouvidas todas essas discus-sões e sugestões, o Capítulo, com poder de decisão, deliberou que a fraternidade de Inhassunge não fosse retirada, deve permanecer. Porém, que se encontre um outro lugar, digno e seguro para se instalar uma nova casa. Mas isso não ficou nem como moção, isto é, algo a ser executado neste triénio, porque a escassez eco-nómica bate a nossa porta. Talvez se haver luz verde em qualquer lado.

Terminadas as sessões do terceiro dia, fez-se a sondagem sobre as eleições que se fariam no dia seguinte, para se saber mais ou menos quem seria o provável Vice-provincial e o seu Definitório.

Chegado o quarto e último dia, realizou-se a votação do Vice-

provincial e de cada Definidor Vice-provincial. Mas antes de se proceder às urnas, lembrou-se aos capitulares o artigo 32 do Ordo Capituli Celebran-di que, “tem o direito de votar e ser votado, de voz activa e passiva, todos os frades de votos perpétuos residen-tes ou ausentes” pertencentes a Vice-Província. A modalidade da votação foi de um por um. E os capitulares com direito a voto eram 25. Portanto, ganharia quem tivesse a maioria

absoluta de 1 3 . Feito

o

escru-t í n i o

apuraram-s e com maio-ria absoluta, os seguintes frades:

Fr. Jorge José Sacala, Vice-provincial,

Fr. Celestino Miori, 1º Con-selheiro,

Fr. Lucas Luciano Gegema, 2º Conselheiro,

Fr. António Triggiante, 3º Conselheiro,

Fr. Samuel Ofinar, 4º Conse-lheiro.

E assim, com a eleição do novo governo da Vice-Província Geral de Moçambique e a sua tomada de posse, o fr. Agapit Mroso, Defini-dor Geral para África e Presidente do Capítulo, declarou encerra-do o Capítulo de 2011. MN

ELEIÇÃO DO NOVO CONSELHO VICE-PROVINCIAL

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MOMENTOS NOVOS—JULHo & AGoSTo 2011

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O dom da vida e o Futuro Estamos aqui reunidos para reflectir sobre o dom da vida e o que nos espera no futuro. Temos o evangelho (de ontem) que nos indica o caminho a seguir se queremos acertar com as escolhas. O exemplo dos apóstolos que deixaram tudo para o seguir e o comportamento dos santos ao longo dos séculos, com o seu exemplo nos indica o que devemos seguir se que-remos alcançar a felicidade que nun-ca acaba. Eles utilizaram os meios mais apro-priados oferecidos por Cristo à huma-nidade para realizar a santificação. Os sacramentos da Eucaristia e da Peni-tência recebidos com as disposições apropriadas, são eles que nos unem ao Senhor já cá na terra. Saibamos recebe-los dignamente lembrando que o lugar que ocuparemos no além não é igual para todos e que a possi-bilidade de estarmos mais perto do Senhor está na medida em que mais o amamos cá na terra. Procuremos não perder as ocasiões como fizeram os santos. O tempo útil para isto é só o tempo presente; o futuro não está nas nossas mãos, e não sabendo quando somos chamados não será prudente

utilizá-lo agora? Lendo a vida de Teresa de Ávila, reparei que o senhor se manifestava a ela quando com generosidade procurava o tempo para rezar, pensar e conversar com Ele, reconhecendo o seu nada e a grande-za do Senhor. Tudo isto manifesta o valor da oração. Ela é recomendada nas regras e constituições dos religio-sos. Saibamos utilizá-la para o nosso bem e dos irmãos.

Solidão e espiritualidade

A solidão do homem desvenda uma certa frivolidade espiritual que só pode ser preenchida por um encontro definitivo com Deus. Mas para que isto se concretize, é necessário que o homem esteja trajado de uma profun-da disposição moral e existencial de que sua solidão é e deve ser direccio-nada a esse encontro. Na medida em que nos revestimos de tal convicção, seremos capazes de abraçar a nossa solidão não como um infortúnio humano do qual devemos nos livrar, mas como uma condição pela qual o espírito é purificado de todos os pra-zeres sensuais que o inibem de se conjugar com Deus. A solidão e a espiritualidade se tornam intimamen-

A solidão: lugar de encontro com Deus (Continuação) Frei Agostinho

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SENHOR

Frei Gabriel Visintin

De Férias na Itália

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A SOLIDÃO: LUGAR DE ENCONTRO COM DEUS

te ligadas numa conjunta procura da relação com Deus; uma relação que nos traz paz, tranquilidade e felicida-de.

Ao longo da história monástica, encontramos vários exemplos duma solidão procurada no deserto pelos monges e monjas, eremitas, anacore-tas, ascéticos e outros. Estas pessoas procuraram no deserto um ambiente no qual a solidão podia ser convertida num momento de reencontro com o mistério e consigo mesmos. O deserto era para eles um lugar de estudo da palavra de Deus; uma ocasião de escuta ao Espírito que falava através do silêncio e da sagrada escritura (Cunninghan & Egan 1996:151). Uma solidão vista nesta vertente, tor-na-se num instrumento a partir do qual o homem reconhece a vulnerabi-lidade do seu ser e se esforça por imbuir o seu espírito com a graça divina que brota da sua oração em solidão. O ser humano purificado de todas as sensualidades exteriores que inibem a visualização de Deus, emer-ge como um novo ser à cata de Deus; «um ser que se torna num excelente i n s t r u m e n t o d a s a n t i f i c a -ção» (Aumann 1980:170). A solidão de Jesus na Cruz O cristão, chamado a rezar em comum, deve entrar também no seu quarto para rezar a sós ao Pai (SC 12). Tal como podemos notar, o propósito de uma solidão cristã não é mais que

um empreender-se na oração em bus-ca de um encontro com Deus nosso Pai. Não me aparece em mente um outro exemplo melhor do que aquele de nosso Senhor Jesus Cristo. Desde a sua concepção, a vida de Jesus esta-va repleta de muitos exemplos de solidão. Muitas vezes afastou-se da vida pública para as montanhas onde podia rezar sozinho ao Pai, chorar e agradecê-lo pelos seus conselhos ou simplesmente escutá-lo. Por esta razão, Jesus tornou-se para nós no modelo mais perfeito de oração, de uma vida cuja solidão se orienta gra-dual e totalmente para Deus. Mas o píncaro da solidão de Jesus encontra-se naquela ímpar voz suplicante sol-tada da agonia da cruz: “Eli, Eli, lema sabachthani? Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27,46). Talvez nenhuma outra experiência de solidão, de angústia e de abandono

pode supe-rar aquela de Cristo. Jesus tinha granjeado na sua vida a simpatia dos seus seguidores, a amizade dos seus apóstolos, a

fama daqueles que tinha curado e a admiração dos seus inimigos. Ele tinha realizado obras maravilhosas