molascoxinsdimensionamentoestaticoi

31
Molas e Coxins de Borracha Dimensionamento estático Valdemir José Garbim

description

molascoxinsdimensionamentoestaticoi

Transcript of molascoxinsdimensionamentoestaticoi

  • Molas e Coxins de

    Borracha Dimensionamento esttico

    Valdemir Jos Garbim

  • www.cenne.com.br Pgina 2

    1) DEFORMAES ESTTICAS

    Um corpo de borracha, quando submetido a foras externas,

    comporta-se como um slido viscoelstico, onde as deformaes elsticas

    instantneas sobrepem-se s deformaes plsticas, em que, esta

    segunda dependente do tempo em que a carga solicitante fica atuando.

    Este tpico comportamento reolgico evidenciado em um

    grfico tenso x deformao unitria trao conforme mostrado na figura 5

    abaixo, determinado a partir de corpos de prova construdos de borracha

    natural (goma-pura) vulcanizada.

    Como podemos observar no grfico Fig 5, a rea achurada

    compreendida entre a curva de trao e a curva de relaxe da tenso,

    representa a quantidade de energia mecnica perdida devido a atritos

    intermoleculares da borracha, a essa quantidade de energia chamamos de

    Histerse.

  • www.cenne.com.br Pgina 3

    Na realidade, boa parte da energia histertica transforma-se

    em calor (energia trmica).

    Comparemos, por exemplo, dois corpos de prova, sendo um,

    de borracha natural com carga de negro de fumo, e outro de borracha

    natural em forma de goma-pura, submetidos ao ensaio de tenso x

    deformao.

    Para uma mesma deformao, por exemplo de 200%,

    observa-se uma Histerese muito maior no corpo de prova construdo da

    borracha natural com carga de negro de fumo, do que para o corpo de

    prova construdo de borracha natural tipo goma-pura, isto porque, os atritos

    intermoleculares so bem superiores, no primeiro caso.

    A viscoelasticidade ainda responsvel por outras

    propriedades particulares mostradas pelos materiais elastomricos, algumas

    das quais so citadas abaixo.

    - Relaxao da Tenso

    A relaxao da tenso, ou seja, a reduo em funo do

    tempo, das tenses internas desenvolvidas instantaneamente devido

    imposio de uma deformao constante de, trao, compresso ou

    cisalhamento.

    - Fluncia

    Que a deformao em funo do tempo que se segue

    deformao instantnea, resultante das solicitaes constantes de trabalho.

  • www.cenne.com.br Pgina 4

    - Deformao Permanente Compresso

    A deformao permanente compresso a deformao

    residual aps um determinado tempo de repouso, a partir da remoo da

    fora externa, ou deformao imposta. (Ver norma ABNT NBR 10025).

    2) Comportamento Esttico Bsico

    O comportamento esttico bsico de uma mola de borracha

    submetida a esforos solicitantes de trao, compresso ou cisalhamento

    simples, na regio de pequenas deformaes em que, a curva tenso x

    deformao essencialmente linear, seja, deformaes puramente

    elsticas, evitando-se ainda as complicaes acarretadas pela cristalizao

    e escoamento da borracha, ver fig. 6, a seguir:

    Nota: - A figura 6, mostra a curva tenso x deformao de uma mola de

    borracha submetida solicitao de trao, porm, para solicitaes

    de compresso e cisalhamento, na regio de pequena deformao,

    o comportamento anlogo.

  • www.cenne.com.br Pgina 5

    Na regio de pequenas deformaes, cuja qual

    compreendida como mximo de 15% de deformao relativo ao

    comprimento inicial, trabalhamos sem riscos de maiores erros, e temos

    plenas condies de aplicar a teoria clssica da elasticidade (lei de Hook)

    nos desenvolvimentos dos clculos de dimensionamento.

    3) Fator de Forma

    A rigidez de uma mola de borracha funo no s do mdulo

    de elasticidade (tipo de borracha), como tambm da oposio deformao

    existente na construo ou na montagem, de tal mola.

    Podemos exprimir como oposio deformao, a relao

    entre a superfcie carregada e as superfcies livres da mola, esta relao

    chamada de Fator de Forma Ff .

    O fator de forma Ff de uma mola com forma geomtrica bem

    definida, dada pela equao a seguir:

    = ADMENSIONAL EQ. 1

    onde: Ff = Fator de forma = admensional

    AS = rea superficial solicitada por uma ou mais foras = cm2

    AL = Somatria das reas livres da mola = cm 2

    Ff = _ AS__ AL

  • www.cenne.com.br Pgina 6

    As figuras 7 e 8, mostram formas geomtricas comum de

    molas de borracha, bem como a equao que define seu fator de forma

    Ff .

    = ADMENSIONAL EQ.2

    Demonstrao:

    AS = a . b

    A 1 = a . l o + b . l o + a . l o + b . l o =

    A 1 = l o . (a + b) + l o . (a + b) =

    A 1 = 2 . l o . (a + b)

    Ff = a , b . 2 . lo. (a + b )

  • www.cenne.com.br Pgina 7

    Assim:

    Ff = AS = a . b . AL 2 . l o . (a + b)

    Onde:

    AS = reas superficiais solicitadas pela fora = cm2

    AF = reas livres de solicitao direta = cm2

    a = lado da mola = cm

    b = lado da mola = cm

    l o = comprimento da mola antes da deformao = cm

    ADMENSIONAL EQ. 3

    Ff = d . 4 . l o

  • www.cenne.com.br Pgina 8

    Onde: d = dimetro da borracha da mola = cm

    l o = comprimento da borracha da mola = cm

    Obs.: Para outras formas geomtricas, usar sempre a relao da eq. 1.

    No dimensionamento de uma mola, muitas so as variveis

    que temos que considerar, para se conseguir uma boa performance da mola.

    O mdulo de elasticidade e a rigidez, so dependentes do tipo

    de borracha e da composio desta, porm, o fator de forma dependente

    da forma geomtrica da mola, assim, quando do projeto de uma mola ou

    coxim no for possvel variar com o tipo de borracha para atender uma

    especfica aplicao, podemos variar o fator de forma de tal mola ou coxim,

    no inviabilizando todavia o projeto.

    A prtica de mudar o fator de forma Ff de uma mola, d

    liberdade de alguns artifcios para alterar seu valor absoluto. Mantendo-se a

    mesma forma geomtrica da mola determinada no projeto, porm, mudando

    suas dimenses consegue-se valores diferentes de fator de forma.

    Mudando-se a forma geomtrica da mola, tambm mudado o valor do fator

    da forma, ou ainda, uma prtica que tambm pode ser usada , a subdiviso

    da dita mola pela insero de placas metlicas nesta, conforme mostrado na

    figura 9 a e 9 b a seguir.

  • www.cenne.com.br Pgina 9

    Somente para ilustrar, o grfico tenso x deformao

    compresso da Figura 10 abaixo, mostra o comportamento de diversos

    blocos de borracha com a mesma forma geomtrica, mas com fator de forma

    variando de 0,25 a 5,0.

    As curvas foram obtidas a partir de blocos de borracha com

    dureza de 70 shore A . (adaptao da referncia 1).

    Obs.: - Ref. 1 - Meyer, Da and Welch J. A . Design and Enginneering with

    Natural Rubber

    Rubber Chemistry and Technology 50 p 145 (1977).

    Fig. 10 Comportamento da Tenso e deformao percentual para corpos de borracha com F f varivel, de 0,25 a 5,0.

  • www.cenne.com.br Pgina 10

    4) Solicitao de Trao

    Analisemos um corpo de prova de borracha submetido a

    ensaios de trao, tracemos seu diagrama tenso x deformao e

    levantemos suas relaes fundamentais Fig. 11 e 12.

    Fig. 11 Corpo de Prova submetido ao da fora P

    Fig 12 Grfico tenso x deformao do corpo de prova ensaiado

  • www.cenne.com.br Pgina 11

    Portanto, pela teoria clssica dos materiais, definimos as

    seguintes relaes:

    4.1 Tenso de Trao = t

    = Kgf/cm 2 EQ. 4

    = Kgf/cm2 EQ. 5

    4.2 Deformao devido fora de Solicitao =

    = ADMENSIONAL EQ. 6

    4.3 Coeficiente de Poisson =

    = ADMENSIONAL EQ 7

    t = P . Ao

    t = E.

    = f . ll o

    = LATERAL

  • www.cenne.com.br Pgina 12

    Nota 1. Com analogia das equaes eq. 4; eq. 5 e eq.6, ainda podemos

    mostrar:

    4.4 Mdulo de Elasticidade (Mdulo de Young) = E

    = Kgf / cm2 EQ. 8

    4.5 - Alongamento devido a solicitao = f

    = cm EQ. 9

    4.6 - Coeficiente de Rigidez = (Constante de Mola) = K

    = Kgf/ cm EQ.10 = Kgf/ cm EQ 11

    E = P. l o . f. A o

    f = P . l o E . A o

    K = P f

    K = E . AO l o

  • www.cenne.com.br Pgina 13

    TERMINOLOGIA

    t = tenso de trao = Kgf/cm2

    P = carga solicitante = Kgf

    A O = rea da seco transversal da pea antes da carga = cm2

    = deformao devido solicitao da carga = admen- sional.

    f = alongamento devido solicitao da carga = cm

    l o = comprimento inicial da pea antes da ao da carga = cm

    E = mdulo de elasticidade (mdulo de Young) = Kgf/cm2

    K = coeficiente de rigidez = Kg/cm

    = coeficiente de Poisson = admen-

    sional

    LATERAL = contrao lateral devido solicitao da carga = admen-

    sional.

    Assim, as equaes acima nos permitem dimensionar alguns

    tipos de mola trao, solicitadas estaticamente.

    Em projetos de engenharia, normalmente no se aplica mola

    de borracha sob solicitao de trao, entre outras razes, porque, a

    fluncia e a deformao permanente trao, so maiores que quando as

    molas so submetidas a trabalho de compresso ou cisalhamento.

  • www.cenne.com.br Pgina 14

    Nota 2 - muito importante frisar que o coeficiente de rigidez K, bem

    como os mdulos de elasticidade E, e o mdulo de

    elasticidade tangencial G, de uma mola de borracha, quando

    esta sofre solicitao de algum tipo; (compresso, cisalhamento

    ou trao) dependem tambm do formato da pea.

    Por esta razo, para simplificar os clculos, o que fazemos ,

    considerar os valores de E e G, para material sem a

    solicitao da carga e depois, ter-se em conta o fator de forma e

    carga, por meio de coeficientes de correo.

    Nota 3 - No apndice, so encontrados tabelas com alguns valores que

    podem ser utilizados nos clculos, porm, sempre aconselhvel

    usar-se os valores reais obtidos nos aparelhos de ensaio de

    laboratrio, para cada tipo especfico de borracha.

    Tambm temos no apndice uma formulao de borracha tpica

    para fabricao de coxins ou molas que ilustra e esclarece um

    pouco mais o assunto.

    5) Solicitao de Compresso

    Seja uma mola de borracha conforme mostrado na figura 13

    abaixo, submetida solicitao de carga de compresso:

  • www.cenne.com.br Pgina 15

    Fig. 13 Solicitao da mola compresso

    Na solicitao de compresso, basicamente as equaes so

    anlogas as que j conhecemos, para trao, porm, com algumas

    consideraes que veremos adiante

    5.1. Tenso de Compresso = c

    = Kgf/cm EQ. 12

    = Kgf/cm EQ.13

    c = P . A o

    c = Ec . c

  • www.cenne.com.br Pgina 16

    5.2 rea de Atuao da Carga = Ao

    = cm 2 EQ. 14

    5.3 Mdulo de Elasticidade Compresso = Ec

    = Kgf/cm2 EQ. 15

    5.4 Encurtamento Devido a Solicitao da Carga = f

    = cm EQ. 16

    5.5 Deformao Devida a Solicitao da Carga = c

    = ADMENSIONAL EQ.17

    Ec = P . eo Ao . f

    Ao = a . b

    f = P . eo Ao . Ec

    c = ___f____ eo

  • www.cenne.com.br Pgina 17

    5.6 Coeficiente de Rigidez = K

    = Kgf/cm EQ. 18

    = Kgf/cm EQ. 19

    5.7 Fator de Forma = Ff

    = ADMENSIONAL EQ. 20

    5.8 Energia Absorvida na Deformao = Tp

    = Kgf. cm EQ. 21

    K = P . f

    K = Ec . Ao . eo

    Ff = As . A l

    Tp = P2 . eo . 2 . Ec. Ao

  • www.cenne.com.br Pgina 18

    TERMINOLOGIA

    c = Tenso de compresso = Kgf/cm2

    P = Carga solicitante = Kgf

    AO = rea inicial antes da solicitao = cm2

    Ec = Mdulo de Elasticidade compresso = admenssional

    c = Deformao devido solicitao = admenssional

    eo = Comprimento inicial antes da solicitao = cm

    f = Encurtamento devido a solicitao = cm

    f f = Fator de forma = admenssional

    K = Coeficiente de rigidez = Kgf/cm

    Tp = Energia absorvida na deformao = Kgf/cm

    a = Lado da forma geomtrica da mola = cm

    b = Lado da forma geomtrica da mola = cm

    Obs.: Ff = 0,25 quando a = b = eo

    Ff = 1,0 quando a = b; e, eo = 0,25 . a

    Ff = 5,0 quando a = b; e, eo = 0,05 . a

    Quando a mola ou coxim de borracha estiver solicitado

    compresso, e a borracha for impedida de deslizar sobre o substrato

    ou base em que estiver montada, seja por meio de uma superfcie

  • www.cenne.com.br Pgina 19

    rugosa com elevado coeficiente de atrito, ou por meio de adesivao

    vulcanizada ao metal, sua forma afeta extraordinariamente o mdulo

    de elasticidade compresso Ec, pois, o fato da ligao da borracha

    ao metal, no instante da solicitao de compresso, produz certas

    tenses internas que provocam tais alteraes.

    O grfico da fig. 14 abaixo (adaptado da ref. 2) ilustra o efeito

    da variao das tenses e deformaes sob solicitao de compresso de

    um bloco de borracha medindo 20 x 15 x 3 cm com dureza de 40 shore A,

    apoiado sobre diversas superfcies diferentes durante o ensaio.

    Obs.: Ref. 2 - Kimmich E.G., Rubber in Compression

    ASTM Bulletin n o. 106 p. 9 (1940)

    Fig. 14 - Grfico tenso x deformao compresso do bloco de borracha

    acima descrito, submetido compresso com a superfcie de

  • www.cenne.com.br Pgina 20

    apoio da borracha sob diferentes condies de deslizamento

    sendo:

    Curva 1 - Ligao vulcanizada borracha/metal

    Curva 2 - Bloco de borracha sobre lixa de papel

    Curva 3 - Superfcie limpa e pegajosa de borracha com placa de

    ao polida.

    Curva 4 - Superfcie de ao polida com polvilhamento de talco

    industrial.

    Curva 5 - Borracha friccionando sobre grafite

    Curva 6 - Superfcie de ao polida untada de vaselina.

    6) Solicitao de Cisalhamento Simples

    Analisemos agora uma mola ou coxim de borracha sob

    solicitao de cisalhamento simples, conforme mostrado na fig. 15 abaixo, e

    demonstremos suas equaes fundamentais para dimensionamento.

    Fig. 15 - Mola de Borracha Solicitada ao Cisalhamento

  • www.cenne.com.br Pgina 21

    As equaes abaixo nos fornecem dados dimensionais para

    molas solicitadas ao cisalhamento simples.

    6.1 - Tenso de Cisalhemento c

    = Kgf/cm2 EQ. 22

    6.2 - Mdulo de Elasticidade Tangencial Ge

    = Kgf/cm2 EQ. 23

    = Kgf/cm2 EQ. 24

    6.3 Deslocamento Devido a Carga = f

    = cm EQ. 25

    c = P . Ao

    Ge = P . eo . Ao . f

    f = P. eo . Ao . Ge

    Ge = c .

  • www.cenne.com.br Pgina 22

    = cm EQ. 26

    = cm EQ. 27

    6.4 - Deflexo Unitria Devido a Carga =

    = ADMENSIONAL EQ. 28

    ( em radianos)

    6.5 - rea de Cisalhamento Ao

    = cm2 EQ. 29

    f = eo .

    f = P. eo . Ao . G

    f = eo . c G

    = f .

    Ao = a . b

  • www.cenne.com.br Pgina 23

    6.6. Fator de Forma Ff

    = ADMENSIONAL EQ. 30

    6.7 Coeficiente de Rigidez K

    = Kgf/cm EQ. 31

    = Kgf/cm EQ. 32

    6.8 Energia Absorvida na Deflexo Tp

    K = P . f

    TP = P . f . 2

    K = Ge . Ao . eo

    Ff = AS . AL

  • www.cenne.com.br Pgina 24

    TERMINOLOGIA

    c = Tenso de cisalhamento = Kgf/cm2

    P = Carga solicitante = Kgf

    AO = rea da superfcie de cisalhamento = cm2

    Ge = Mdulo de elasticidade tangencial esttico = Kgf/cm2

    = Deflexo unitria devido a solicitao = admen- sional.

    eo = Altura da mola (parte de borracha) inicial = cm

    f = Deslocamento devido solicitao = cm

    Ff = Fator de forma = admen-

    sional

    K = Coeficiente de rigidez = Kgf/cm

    Tp = Energia absorvida na deflexo = kgf/cm

    TP = AO . c2 . eo . 2 . Ge

    TP = Vol. c2 . 2 . Ge

  • www.cenne.com.br Pgina 25

    Vol = Volume til da borracha da mola = cm3

    = ngulo de inclinao ou toro devido solicitao = radianos

    Nota 1: - A forma geomtrica, fator de forma, de uma mola ou coxim de

    borracha solicitada ao cisalhamento, tem influncia significativa,

    afetando sobremaneira o mdulo de elasticidade Ge; (esttico),

    principalmente quando o Ff se apresenta como:

    Ff < 1 ( = fator de forma menor que 1)

    ou seja quando:

    eo > 0,25, sendo: H = a = b H

    Assim sendo, aconselhvel quando for se dimensionar uma

    mola ou coxim de borracha, ao cisalhamento, observar que a altura eo,

    nunca seja superior a do lado ou dimetro da base da mola (ou coxim).

    Nota 2: - Observemos no grfico tenso x deformao unitria ao

    cisalhamento, (adaptado da ref.3) mostrado na fig. 16 abaixo,

    veremos a linearidade existente entre as curvas para borracha

    com dureza variando de 45 a 75 Shore A nas regies de

    trabalho mais freqentes, de molas submetidas a cargas que

  • www.cenne.com.br Pgina 26

    provocam deformaes geralmente menores que 50% da

    condio original.

    Fig. 16 - Grfico tenso x deform. ao cisalh. mostrando a linearidade

    entre as curvas para borrachas com dureza variada.

    7) Dureza da Borracha (ASTM D 1415/88)

    Contrariamente do que ocorre com as molas construdas de

    ao, as de borracha, tem suas prprias curvas caractersticas, isto , o

    coeficiente de rigidez K, o mdulo de elasticidade (Mdulo de Young) E,

    e o Mdulo de Elasticidade Tangencial G, so dependentes da dureza e

    do tipo de composto o qual ser confeccionada a mola.

  • www.cenne.com.br Pgina 27

    A dureza da borracha, medio largamente usada na indstria

    manufatureira, para classificao tcnica do material, permite uma estimativa

    rpida e satisfatria dos mdulos de elasticidade E e G da borracha.

    O mtodo para determinao da dureza com unidade IRHD

    (international Rubber Hardness Degree) avalia por meio da penetrao p

    de uma ponta esfrica de raio r , sob a ao de uma fora P , est

    relacionado de forma aproximada com o mdulo de elasticidade E ( em

    Mpa), atravs da equao abaixo:

    EQ. 36

    Onde: -

    P = Fora para penetrao da ponta esfrica = N

    = (Fora da mola do durometro)

    E = Mdulo de Elasticidade = MPa

    r = Raio da Ponta Esfrica = mm

    p = Profundidade de Penetrao da Ponta Esfrica = mm

    Nota 1: - Convm lembrar que a dureza IRHD coincide praticamente com

    a dureza Shore-A, sendo esta ltima a mais comumente usada.

    Ex. : 30 IRHD = 30 SHORE A

    1,35 P . = 1,9 . r2 . P .

    E r

  • www.cenne.com.br Pgina 28

    O grfico da figura 17 a seguir, relaciona a dureza ShoreA com

    o log E (sendo E em Mpa).

    Tambm, no apndice, podemos observar pela Tabela 3, a

    relao entre a dureza variando de 30 a 75 SHORE A, com o mdulo de

    elasticidade E da borracha, sendo E calculado atravs da equao eq.

    36.

    Fig. 17 Grfico relacionando a Dureza da Borracha

    ( Grfico conforme demonstrado pela ASTM D 1415 )

  • www.cenne.com.br Pgina 29

    Nota 2: -No apndice tambm mostrado a tabela 4 que determina, em

    funo da profundidade de penetrao de uma haste padro, sob

    a ao de uma fora pr-definida, num corpo de prova de

    borracha, qual a dureza correlativa.

    8) Relaes Fundamentais

    Teoricamente, o Mdulo de Elasticidade E, o Mdulo de

    Elasticidade Tangencial G, e o Coeficiente de Poisson , esto

    relacionados entre si, atravs da seguinte expresso: (teoria clssica dos

    materiais).

    EQ. 37

    O Coeficiente de Poisson , para um material isotrpico,

    isto , um material em que suas caractersticas mecnicas so

    independentes da direo considerada, e que no sofre variao de volume,

    igual a: = 0,5

    Assim sendo, transportando este valor para a equao eq. 37

    deduzimos que:

    = Kgf/cm2 EQ. 38

    E . = 1 + 2 G

    E = 3 . G

  • www.cenne.com.br Pgina 30

    Uma composio de borracha natural sem cargas reforantes

    vulcanizada, e estirada a alongamentos abaixo de 150%, no sofre variao

    do volume, assim, satisfazendo a equao eq. 38. isto confirmado

    experimentalmente.

    Como j foi visto anteriormente, para molas e coxins de

    borracha, conveniente sempre se dimensionar para deformaes

    dinmicas mximas de 15% do comprimento (altura) inicial, ento nesta

    condio, a equao 38 sempre plenamente satisfeita.

    Um corpo de prova de borracha natural, sem cargas

    reforantes vulcanizada, e estirada a um alongamento de 500% relativo ao

    comprimento inicial, apresenta uma reduo de volume de 1,87%, isto

    ocorre devido a cristalizao por estiramento, o que eleva o coeficiente de

    Poisson para 0,527, no mais atendendo a relao da eq. 38, portanto

    no aconselhvel para um bom desempenho como mola.

    Quando solicitamos compresso, um corpo de prova de

    borracha, vulcanizada, o mdulo de elasticidade compresso, Ec,

    tambm satisfaz a equao eq. 38, para o coeficiente de Poisson = 0,5.

    Isto tambm verificado experimentalmente, quando se lubrifica

    convenientemente as superfcies de carga de borracha.

    Como comum, em molas ou coxins de borracha,

    normalmente, as superfcies de carga da mola, so ligadas ou vulcanizadas

    solidariamente substratos metlicos, neste caso, a curva tenso x

    deformao compresso, desvia-se significativamente comparando-se aos

    casos de superfcies de carga lubrificadas; ver ilustrao no grfico fig. 14.

  • www.cenne.com.br Pgina 31

    Uma condio muito importante a ser observada a forma de

    solicitao da mola, seja, se a solicitao comporta-se esttica ou

    dinamicamente.

    Como o Mdulo de Elasticidade E, e o Mdulo de

    Elasticidade Tangencial G, aumentam quando a mola solicitada

    dinamicamente, existe ento uma diferena significativa entre E est. e G

    est., e, E din. e G din., sendo assim, os valores de E din e G din, melhor

    que seja determinado experimentalmente em laboratrios equipados para

    encontrar tais dados.

    importante, quando se quer dimensionar uma mola ou coxim

    para trabalho dinmico e severo, sempre consultar o fabricante especialista

    em molas de borracha, para se obter o valor mais objetivo possvel da

    relao abaixo:

    E din ou G din -------- -------- E est. G est. Porm, se considerarmos sempre os dimensionamentos

    baseados em deformaes mximas de 15%, como mencionado

    anteriormente, existir grande segurana de trabalho perfeito da mola, tanto

    sob solicitaes estatsticas como dinmicas.