Modulo III- Investigaá∆o da Formaá∆o
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ndice
1Objectivos
2Contedos Programticos
3Pr-requisitos
4Actividades de Aprendizagem e Auto-avaliao
5Actividades de Aprendizagem e Hetero-avaliao
6Captulo 1
6Introduo Investigao em Formao
7Objectivos da Unidade
8Introduo
10Requisitos de entrada para a unidade
11Teste diagnstico de entrada
12Noes bsicas sobre Investigao
12Natureza da Investigao
13Definio de Objectivos
14Planeamento
15Problemas e Hipteses
17Pressupostos
18Recolha e Interpretao de Dados
19Carcter cclico da Investigao
20Metodologia da Investigao
23Meios e Recursos de Investigao
23Biblioteca
24Bases de Dados
25Meios Informticos
26Internet
26Anlise Estatstica
27Outros Meios
30Reviso de Literatura
30Consideraes Gerais
30Propsito da Reviso de Literatura
31Conduo de uma Reviso de Literatura
33Planeamento do Projecto de Investigao
33Problema e Subproblemas
36Estrutura do Projecto de Investigao
38Os Dados: A sua importncia
42A proposta de Investigao
42Consideraes Gerais
43Organizao e Redaco da Proposta de Investigao
46Relatrio de Investigao
46Generalidades
47Critrios Para Analise do Relatrio
48Objectivos do Relatrio
48Estrutura de um Relatrio
53Avaliao da Investigao
53Consideraes gerais
53Factores a considerar na Avaliao
55Cdigo de tica do Investigador
57Teste Final
59Bibliografia
60Captulo 2
60Modelos e Mtodos de Investigao
61Objectivos da Unidade
62Requisitos de entrada para a unidade
63Teste diagnstico de entrada
66Os Paradigmas Quantitativo e Qualitativo
67Tipos de conhecimento
69O paradigma quantitativo: bases lgicas e epistemolgicas
71O paradigma qualitativo: bases lgicas e epistemolgicas
72Posio perante os valores, nos paradigmas quantitativo e qualitativo
78Tipos de Pesquisa
78Modelos de base emprico-analtica;
78Modelos de base interpretativa;
78Modelos orientados para a prtica.
79Modelos de Base Emprico-analtica
79A pesquisa experimental
80Planos com um grupo experimental
85Planos com grupos de controle
91Pesquisa quase experimental
96Pesquisa no experimental
105Modelos de Base Interpretativa
105Abordagens de orientao interpretativa
108A perspectiva etnogrfica
110Estudos de caso exemplo paradigmatico de investigao qualitativa
115Modelos orientados para a prtica
115Investigao-aco em formao
119Investigao avaliativa
124Coda - Consideraes finais
134Teste Final
137Referncias bibliogrficas
143Referncias bibliogrficas
149Captulo 3
149Operacionalizao, Tratamento e anlise da Informao
150Objectivos da Unidade
151Introduo
153Requisitos de entrada para a unidade
154Teste de diagnstico de entrada
155Operacionalizao de conceitos e de variveis
155Conceitos e variveis
158Medio de variveis e de conceitos
162Indicadores, escalas e ndices
166Populao, amostra e amostragem
166A lgica da amostragem
169Mtodos de amostragem
174Medio e Observao
174Informao existente e informao provocada
175Instrumentos padronizados e construdos
178A Entrevista
180Observao Participante e No Participante
182Uso de Informantes Chave
183Validade externa e interna
184Triangulao
185Validade e fiabilidade dos instrumentos e das escalas de medida
189Tratamento e Anlise da Informao
189Resumo e descrio dos Dados
189Frequncias, Propores e Rcios
191Medidas de Localizao e de Assimetria
193Medidas de Disperso e Concentrao
196Estudo da diferena entre variveis
196Testes paramtricos versus testes no-paramtricos
200Testes para variveis nominais
202Testes para variveis no nominais
210Estudo da associao entre variveis
210Tabelas de Contingncia
212Correlao
218Outras abordagens
220Estudo da dependncia e da interdependncia entre variveis
220Anlise de Varincia
226Anlise de Regresso
229Anlise Discriminante
232Anlise Factorial
241Teste Final
242Bibliografia
ObjectivosA investigao consiste na aplicao, formal e sistemtica, da abordagem cientfica ao estudo de problemas. Assim, a Investigao em Formao consiste, especificamente, no estudo de problemas e questes que se colocam no domnio do processo de formao/aprendizagem, utilizando metodologias adequadas.
A Investigao em Formao visa assim, essencialmente, compreender, explicar, e/ou predizer fenmenos relacionados com o processo de formao/aprendizagem nos seres humanos. A maior diferena entre a Investigao em Formao e a investigao em outros domnios consiste na natureza do fenmeno estudado. Assim, o Mdulo III tem em vista o estudo dos mtodos e tcnicas mais adequados anlise, interpretao e compreenso dos problemas e questes que se colocam no domnio do processo de formao/aprendizagem.
O Mdulo tem em vista proporcionar aos participantes:
84. A compreenso e anlise dos conceitos bsicos e etapas inerentes ao processo de Investigao em Formao;
85. A aquisio de competncias para delinear, planear e conduzir estudos de problemas e questes que se colocam no domnio do processo de formao/aprendizagem
Em suma, o participante ficar habilitado(a) a planear e conduzir projectos de Investigao em Formao.
Contedos Programticos
O Mdulo est estruturado em trs Unidades Didcticas:
1. Introduo investigao em formao;
2. Modelos e mtodos de investigao;
3. Operacionalizao, tratamento e anlise da informao;
Pr-requisitos
Os participantes devero possuir conhecimentos introdutrios epistemologia e metodologia em cincias sociais. Para determinar o nvel dos referidos conhecimentos, os participantes sero submetidos a um pr-teste de diagnstico.
Actividades de Aprendizagem e Auto-avaliao
Para alm da leitura (de forma crtica) dos textos da bibliografia indicada e da reflexo sobre as questes e conceitos relativos problemtica do processo de pesquisa cientfica no domnio da formao, os formandos sero chamados a participar em um forum de discusso organizado atravs da Internet. O forum de discusso ficar enquadrado em uma plataforma tecnolgica que integra ainda outras ferramentas e servios como sejam ftp, email e www e ter ainda funes de promoo, inscrio, acompanhamento, avaliao e fontes adicionais de informao atravs de links a web sites relevantes para a unidade formativa. O forum de discusso permitir no s aprofundar os conhecimentos do formando atravs da anlise e intercmbio de ideias entre todos os participantes como ainda servir de instrumento de auto-avaliao para cada formando. Por outro lado, no fim da unidade formativa ser includo um teste de escolha mltipla, com acesso s respostas certas, que servir para o formando fazer a sua auto-avaliao designamente no que se refere aos conceitos discutidos na unidade formativa.
Actividades de Aprendizagem e Hetero-avaliao
No decurso do presente Mdulo de Formao, cada formando dever elaborar (e remeter no final ao formador) uma proposta de investigao sobre um tema previamente acordado com o formador. Este documento, cuja extenso no deve ultrapassar as 25 pginas, servir no s para o formando consolidar a sua aprendizagem, como ainda permitir ao formador (tutor) fazer a avaliao da aprendizagem efectuada pelos formandos no mbito deste Mdulo de Formao. Unidade Formativa.Captulo 1
Introduo Investigao em Formao
Noes bsicas sobre investigao
Meios e recursos de investigap
Reviso da literatura
Planeamento do projecto de investigao
A proposta de investigao
O relatrio de investigao
A avaliao da investigao
Cdigo de tica do investigador
Objectivos da Unidade
Esta Unidade ser o bloco introdutrio do Mdulo. Nela os participantes obtero os conceitos necessrios e fundamentais, relativos temtica do Mdulo e uma compreenso da dinmica sistmica da investigao em formao.
Para atingir estes objectivos o participante dever:
Integrar a natureza da investigao em formao no processo geral da pesquisa cientfica;
Ser capaz de identificar um problema de investigao e as componentes de uma proposta de investigao;
Saber avaliar os resultados da investigao no quadro tico e legal prprio;
Obter uma panormica dos modelos e mtodos ligados investigao e das formas de operacionalizar, medir, tratar e analisar a informao e perceber a importncia da sua utilizao;
Apreciar a necessidade e importncia da divulgao dos resultados, quais as formas de o fazer e saber como elaborar um relatrio de investigao.Os contedos tcnicos em relao aos modelos e mtodos de investigao e ao tratamento da informao sero aprofundados e constituem objecto das Unidades U2 e U3, respectivamente.
Introduo
No possumos um conhecimento completo e definitivo, inmeros problemas esto por resolver e novos problemas surgem constantemente. Significa isto que h muitas perguntas para os quais no sabemos a resposta.
Colocar perguntas para obter respostas, a forma como ns abordamos esta necessidade de saber mais e de encontrar solues para os problemas com que nos defrontamos e que queremos resolver.
Este procedimento no exclusivo de especialistas a trabalharem em Universidades e Centros de Investigao. Na realidade, fazemo-lo, melhor ou pior, em todas reas e nveis da nossa actividade.
A metodologia de Investigao a mesma para as diversas reas cientificas e disciplinas.
No entanto, necessrio distinguir entre o processo usado na execuo de um projecto de Investigao e o mtodo empregue na recolha de informao necessria para o projecto. O ltimo pode variar, o primeiro sempre o mesmo.
Por exemplo, um socilogo usa questionrios, o psiclogo usa testes ou faz entrevistas, o bilogo usa o microscpio mas, a partir daqui, os procedimentos de cada um so idnticos.
Mas a recolha de informao, por mais extensiva que possa ser, e apresent-la num Relatrio, por melhor elaborado que seja, no Investigao. Para haver Investigao tem que se colocar uma pergunta para o qual ainda no conhecemos a resposta. Terminado o processo fica-se a saber algo que no se sabia antes.
A Investigao no deve ser encarada como uma questo acadmica, desligada das situaes concretas. Pelo contrrio, a forma de encontrar as solues para os problemas do mundo real e, como tal, indispensvel para o progresso moderno.
O chamado mtodo cientfico a forma que temos para avaliar os problemas de forma racional e disciplinar o pensamento na busca de solues, desde as mais triviais s mais cientificamente complexas.
Para o trabalho de Investigao, o investigador deve ter:
Pensamento disciplinado
Concentrar-se no que realista e fazvel.
Pensamento objectivo
Correcto tratamento da informao
Pensamento sistemtico
Anlise passo a passo do problema
Pensamento para a acoProcura de soluo que possa ser implementada de forma mais econmica.
A prtica da Investigao, exige dois tipos de abordagem:
CientificaA utilizao da matemtica como linguagem de estudo.
MultidisciplinarO recurso a mais do que uma disciplina, de modo a conseguir uma viso sistmica mais completa.
A investigao um processo sistemtico de recolha e anlise de informao de forma a aumentar o conhecimento existente sobre o fenmeno, pelo qual estamos interessados.
Quando vamos a uma biblioteca ou Internet, por exemplo recolher informao sobre determinado assunto, mesmo que ns tenhamos ficado a saber mais sobre esse tema, na realidade o que fizemos foi recolha de informao e no investigao.
Se retirarmos um conjunto de factos, que consideramos importantes, de uma ou vrias fontes de informao e as juntarmos, estamos a fazer seleco de informao e no investigao, pois falta um elemento fundamental, que a anlise dessa informao, com vista a retirar uma concluso ou a interpretar os factos, que a essncia da investigao.
REVISO DE TEXTO:
4. Como abordamos a necessidade de saber mais e encontrar solues para os problemas que queremos resolver?
5. O que necessrio para se poder dizer que h investigao?
6. Quais as caractersticas do pensamento do investigador?
7. Quais os tipos de abordagem, na prtica, da investigao?
8. Qual o elemento fundamental para distinguir a Investigao da seleco de informao?Requisitos de entrada para a unidade
Os formandos, para obterem aproveitamento desta unidade, convm que possuam os seguintes conhecimentos:
noo alargada das reas de aplicao da investigao cientfica;
compreenso do processo de investigao cientfica e dos passos essenciais;
noes de filosofia da cincia, a nvel universitrio;
terem o conhecimento prtico do que um processo formativo e dos condicionalismos a que obedece;
Teste diagnstico de entrada
9. O que o mtodo cientfico?
10. Cada disciplina tem o seu prprio mtodo cientfico ou h um mtodo nico para todas as disciplinas?
11. O que a investigao?
12. Qual a importncia da informao no processo de investigao?
13. O investigador tem de ter caractersticas especiais?
14. A investigao tem procedimentos que lhe sejam especficos? Quais lhe parece que sejam esses procedimentos?
15. A globalizao veio afectar as caractersticas do processo de investigao? Se sim, de que forma?
16. O recurso a meios informticos indispensvel ao processo de investigao?
17. Sero os conhecimentos matemticos absolutamente necessrios ao processo de investigao?
18. Em sua opinio, a investigao um processo individual ou de equipa? Justifique a resposta.
19. Quando se inicia o processo de investigao?
20. Quando termina o processo de investigao?
Noes bsicas sobre Investigao
Natureza da Investigao
A investigao um processo atravs do qual, de forma sistemtica, se utiliza a informao e os dados de forma a responder a uma questo, resolver um problema ou ter um maior conhecimento sobre um fenmeno.
Este processo tem diversas caractersticas:
21. Inicia-se com uma pergunta ou um problema
22. Requer a definio clara de um Objectivo
23. Segue um procedimento especfico
24. Diviso do Problema principal em subproblemas
25. Guia-se por um Problema, Questo ou Hiptese especfica
26. Aceita determinados Pressupostos Chave
27. Exige a Recolha de Dados e Informao
28. Cclica
Para onde quer que olhemos, observamos coisas que nos espantam, que nos fazem pensar, sonhar, especular e por questes. So inmeras as questes por responder e os problemas por resolver.
Ao colocarmos uma questo, ao fazermos uma pergunta, estamos a despoletar uma reaco em cadeia que leva e termina com o processo de investigao.
Para resolvermos estes problemas e encontrarmos respostas para as nossas questes somos, muitas vezes, levados a juntar-mo-nos a outros interessados no mesmo processo colectivo de obteno de dados e de busca de significado para a informao recolhida.
Para encontrarmos solues para os nossos problemas, somos levados a fazer perguntas como:
PORQU?
PORQUE NO?
QUAL A CAUSA DISTO?
O QUE QUE ISTO SIGNIFICA?
O processo de investigao pode contribuir para o fenmeno social conhecido por FORMAO atravs de 4 formas diferentes: (1) Descrio, (2)Previso, (3) Melhorias, e (4) Explicao. No primeiro caso os estudos so orientados para a descrio da FORMAO fornecendo informao acerca da sua estrutura, tipo de actividades e relao com outros fenmenos no contexto em que descrita. Em termos de previso, os estudos podem dar indicao sobre factos que podero acontecer se se verificar determinadas condies. Por exemplo, a participao dos adultos na FORMAO pode ser prevista com base nas caractersticas individuais dos adultos conjugadas com a sua experincia educativa e aspectos situacionais do contexto em que esto inseridos. Outras pesquisas podero fornecer informao relevante para modificar e melhorar intervenes futuras. Por exemplo, se soubermos quais so os factores que, em determinada regio, dificultam a participao dos indivduos na FORMAO, ento podemos conceber e implementar estratgias que minimizem aquelas dificuldades. Por ltimo, os estudos explicativos podem ser vistos como enquadrando dos trs primeiros tipos. De facto, se determinado estudo foi conduzido para explicar determinado fenmeno formativo, ento o mesmo estudo inclui a descrio do fenmeno, prev algumas consequncias e fornece informao para que possa intervir de modo a alterar as consequncias previstas.
Definio de Objectivos
Formular o problema ou a questo de forma clara e sem ambiguidade fundamental.
Trata-se de um exerccio mental de absoluta honestidade intelectual; construir uma frase que exponha o objectivo a atingir.
No pode ser vaga nem ter vrias leituras gramaticais ou semnticas possveis, e deve dizer precisamente aquilo que o investigador quer fazer.
Isto um aspecto bsico e absolutamente necessrio para o sucesso de qualquer processo de investigao. Sem isso, a investigao pode no levar a quaisquer resultados.
Planeamento
Ao realizar uma Investigao no se pode esperar que a soluo do problema surja de forma fortuita ou ocasional, a partir da recolha de informao, a partir da recolha de informao, por mais extensa ou exaustiva que seja.
Trata-se, pelo contrrio, de um processo cuidadosamente planeado. Uma sequncia de aces, articuladas de forma lgica, com vista a atingir o objectivo pretendido.
Os investigadores escolhem mtodos de planeamento mais apropriado e estabelecem as diversas fases em funo do problema especfico que pretendem resolver. Os mtodos que podem ser utilizados so mais ou menos apropriados, conforme a questo que foi colocada e o tipo de problema que se pretende resolver.
O planeamento deve ser realizado antes de se dar inico ao processo de investigao.
Nesta fase colocam-se questes como:
ONDE POSSO BUSCAR INFORMAO?
QUE DADOS J POSSUO SOBRES ESTE ASSUNTO?
TENHO ACESSO INFORMAO?
H INFORMAO CLASSIFICADA?
COMO OBTER ACESSO?
O QUE FAZER COM A INFORMAO DEPOIS DE OBTIDA?
Podem colocar-se outras questes deste tipo que, como se v, tm que ser respondidas satisfatoriamente antes de se iniciar o processo de investigao, propriamente dito.
Problemas e Hipteses
O princpio que aqui se aplica de que O TODO A SOMA DAS PARTES.
Trata-se de uma Lei Natural Universal que deve ser aplicada quando pensamos na soluo de qualquer problema. Faz-mo-lo instintivamente, com muito mais frequncia de que pode parecer primeira vista.
Por exemplo:
Queremos ir de Lisboa a Santarem. Esse ser o nosso objectivo principal. No entanto, para o concretizarmos da melhor forma possvel, temos que considerar vrios problemas secundrios, de que depende essa situao, aparentemente to simples, como ir de Lisboa a Santarm.
Podemos estruturar este problema da seguinte forma.
Problema Principal: Como ir de Lisboa a Santarm?
Sub- Problemas:
Que meio de transporte vou utilizar?
Tenho automvel em condies?
Qual a melhor estrada?
Qual a distncia?
Qual a portagem, se escolher a auto- estrada?
Qual a sada?
Como se v at um problema simples como este, pode ser dividido em vrios SUB- PROBLEMAS, que tm de ser resolvidos antes de encontrar a resposta para a questo principal.
Passa-se o mesmo com qualquer problema de investigao. O investigador no pode olhar para o problema e responder-lhe como um todo.
O procedimento lgico passa por isolar todos os sub- problemas e ao resolv-los, resolver o problema principal.
Se o investigador no comear por identificar correctamente os sub problemas, no processo de investigao ir defrontar-se com dificuldades inesperadas que para serem superadas iro exigir mais tempo e recurso do que os que teriam sido despendidos, se logo de inico, o problema tivesse sido reduzido a uma srie lgica de sub- problemas.
Depois de formular o problema e identificar os sub- problemas, cada um deles encarado, atravs de uma suposio lgica, uma conjectura com fundamento, que se designa por HIPTESE.
A Hiptese ajuda a orientar a pesquisa para as possveis fontes de informao, que ajudaro a encontrar a soluo para cada um dos sub- problemas.
A Hiptese no uma concepo terica ou acadmica. Na realidade decorre do processo natural de raciocnio da mente humana: quando acontece alguma coisa, naturalmente tentamos, imediatamente, encontrar uma causa para o sucedido; construmos uma srie de conjecturas razoveis, ou seja construmos uma hiptese.
Por exemplo, ao chegar a casa, noite, acciona-se o interruptor para acender a luz, mas nada acontece.
Nessa altura, conjecturamos porqu que no se acendeu a luz. H vrias hipteses:
29. A lmpada est fundida
30. A lmpada est mal enrroscada31. No h lmpada32. No h electricidade33. Est um fusvel fundido
34. O interruptor est avariado
35. A electricidade foi cortada por falta de pagamento
Cada uma destas hipteses, indica uma via para recolher a informao necessria para resolver o problema.
As vrias hipteses so rejeitadas ou suportadas pelos dados.
A prxima fase a recolha de informao que vai determinar qual das hipteses estar correcta.
Neste exemplo seria:
36. Ir buscar uma vela ou uma lanterna e verificar se h lmpada (se h, elimina a hiptese 3) e se est bem enrroscada ( se est, elimina a hiptese 2).
37. Colocar uma lmpada nova (se continuar a no haver luz, elimina a hiptese 1)
38. Olhar para as outras casas ( se tm luz, elimina a hiptese 4)
39. Verificar a caixa de fusveis ( se est bem, elimina a hiptese 5)
40. Accionar outro interruptor, (se h luz, suporta a hiptese 6 e elimina a hiptese 7)
41. Reparar o interruptor ( se h luz, confirma a hiptese 6)
formulao das hipteses segue-se a recolha de informao (Data). A informao suporta ou no suporta as hipteses.
Muitas das maiores descobertas na Cincia comearam como hipteses. Em Cincia, os cientistas chamam s hipteses, Teorias. Por exemplo a Teoria da Relatividade de Einstein , essencialmente, uma hiptese. As equaes matemticas sugeriram uma possibilidade que s, posteriormente, pode eventualmente, ser suportada pela informao recolhida. Concretamente, a natureza da luz proposta em 1915 s veio a ser confirmada em 1919, durante um eclipse do sol observado no Brasil.
Pressupostos
Em investigao, os pressupostos so equivalentes aos axiomas da geometria: verdades evidentes, condies sine qua non da investigao.
Os pressupostos tm de ser vlidos. Caso contrrio a investigao no pode prosseguir.
Por esta razo os investigadores, sobretudo no caso da investigao acadmica, emitem uma declarao com os pressupostos que servem de base e fundamento, sobre a qual se desenvolve a investigao.
No trabalho de investigao , importante que os outros saibam quais os pressupostos do projecto, porque para a avaliao do estudo o conhecimento de quais so os pressupostos base, torna-se de importncia vital.
Por exemplo, na realizao de um estudo para saber se os formandos aprendem mais rapidamente uma lngua estrangeira de cada vez ou se tentarem aprender duas lnguas em simultneo, os pressupostos poderiam ser:
Que cada formador era igualmente competente para ensinar a Lngua e tinha suficiente conhecimento da lngua.
Que os formandos envolvidos no estudo tinham capacidade de aprendizagem de lnguas suficientes e semelhantes.
Que as lnguas eram igualmente distintas para os formandos envolvidos no estudo.
preciso distinguir bem, entre uma hiptese e um pressuposto.
A hiptese uma suposio conjectural que posta, de modo a facilitar a procura de factos, mas que se mantm em suspenso, at que a informao seja recolhida e interpretada. Nessa altura os dados obtidos, suportam ou no suportam a hiptese.
O pressuposto , completamente, diferente. Trata-se de uma condio, que tida por conta e sem a qual o processo de investigao seria impossvel.
Os pressupostos, so, por vezes, to evidentes que pode parecer desnecessrio mencion-los, mas os investigadores fazem-no sempre para permitir a quem avaliar o trabalho, possa ter em conta todos os componentes. prefervel, sobretudo quando se tem pouca experincia, explicar os pressupostos quer por excesso quer por defeito.
Recolha e Interpretao de Dados
Depois de ter isolado e definido o problema, dividi-lo em sub-problemas, colocado as hipteses razoveis, expostos os pressupostos bsicos para o processo, o passo seguinte recolher toda a informao que parea apropriada e organiza-la de modo a que possa ser interpretada.
Nas unidades didcticas seguintes sero apresentadas os mtodos para recolher, organizar e interpretar a informao.
A informao, seja sob a forma de dados, acontecimentos ou observao somente isso e nada mais. No entanto, os dados, os acontecimentos ou as observaes tm potencialmente, um significado, que depende da forma como o investigador o retira.
A informao no processada no tem valor em Investigao.A matria que dita pelo formador e anotada pelo formando, sem passar pelo circuito mental de ambos e a ser processada, pode ser considerada para efeitos de educao mas no serve para processo de investigao.
A interpretao da informao subjectiva, depende da capacidade lgica, do raciocnio indutivo e dedutivo e da objectividade do investigador.
Veja-se o exemplo, actual no momento em que se escreve este texto, do acidente de Camarate.
Diferentes pessoas estudaram o acontecimento e os dados existentes e chegaram a concluses completamente diferentes.
Pessoas diferentes vem significados diferentes nos mesmos factos. Todo o investigador deve ter esse axioma em devida conta e que, por vezes, as interpretaes conduzem a colocar novas questes e que atravs desse processo que, por vezes, se chega verdade, que o fim do processo de investigao.
Carcter cclico da Investigao
Todos os passos descritos at aqui, fazem parte de um processo e nenhum deles, por si s, pode ser considerado investigao, porque nenhum deles exige que o investigador tire qualquer concluso.
O processo de investigao cclico. Comea com uma simples pergunta e segue uma sequncia lgica de passos:
Perante uma situao especfica, coloca-se uma pergunta: Porqu? O que causou isto? Qual o desfecho?
Este o aspecto subjectivo da Investigao.
A resposta pergunta surge como um problema bem definido.
Este o incio objectivo da Investigao. Recolhe-se a informao disponvel que parece estar relacionada com o problema.
Os dados indicam uma possvel soluo. Formula-se uma Hiptese. Continua-se a recolher informao, guiada pela hiptese formulada.
Os dados obtidos so processados e interpretados.
Chega-se a uma concluso. Faz-se uma descoberta.
A hiptese ou suportada ou no suportada. A questo posta parcial ou totalmente respondida.
Se sim, o ciclo est completo, se no, reinicia-se o processo.
Por vezes ao longo de um processo de investigao surgem problemas adicionais que precisam ser solucionados, e, assim, pode dizer-se, que a Investigao gera Investigao.
A investigao no , portanto, um processo acabado e esttico. A natureza da investigao dinmica e, por isso, o progresso se tem feito a partir da investigao que tem levantado mais problemas, do que aqueles que tem resolvido.
Metodologia da Investigao
O conceito subjacente a todos os processos de investigao o da sua metodologia.
A metodologia dirige e controla todo o trabalho de investigao, desde a recolha e tratamento de informao at concluso final.
A metodologia tem duas funes principais:
42. Controlar e dirigir a recolha de informao
43. Organizar a informao e retirar-lhe significado.
Interpretar os dados significa a obteno de significado. Sem esta descoberta no h investigao.
REVISO DE TEXTO:
44. Quais as caractersticas do processo de investigao?
45. Como se inicia o processo de investigao?
46. Como devem ser definidos os objectivos?
47. Em que fase do processo de investigao se realiza o planeamento?
48. Que questes se colocam na realizao do planeamento?
49. O que a hiptese?
50. O que so os pressupostos da investigao?
51. Como distinguir entre uma hiptese e um pressuposto?
52. Qual a relao entre a informao e a interpretao?
53. Porque que a investigao tem um carcter cclico?
54. Quais as funes principais da metodologia?
55. Porque formas o processo de investigao contribui para a Formao?
Meios e Recursos de Investigao
Toda e qualquer profisso ou disciplina acadmica tem os seus meios e recursos particulares que levam a cabo o trabalho especfico que tem de ser realizado em cada caso.
Os investigadores usam os mais diversos meios e recursos nas suas investigaes: o bilogo usa o microscpio, o astrnomo o telescpio, o advogado os cdigos e os acrdos, o psiclogo usar testes e entrevistas, etc.
Estes so exemplos de meios e recursos especficos, sem quais, nestas reas, no seria possvel a investigao.
No mbito deste trabalho, interessa referir meios e recursos comuns, usados pelos investigadores, seja qual for a sua rea de investigao, necessrias para obter concluses significativas da informao recolhida.
Os meios e recursos comuns podem ser agrupados em 6 tipos:
56. A Biblioteca
57. Bases de Dados
58. Meios informticos
59. Internet
60. Anlise Estatstica
61. Outros meios
Biblioteca
As Bibliotecas, publicas ou privadas, tm tido, h milhares de anos a funo de guardar livros, manuscritos e publicaes de forma a serem consultados quando necessrio.
Na actualidade as bibliotecas evoluram em dois sentidos muito importantes para o investigador.
A informao contida nos textos arquivados comeou a ser catalogada de forma a facilitar ao investigador encontrar a informao que necessita.
Com a quantidade de volumes publicados, o espao de armazenagem comeou a constituir um problema difcil de resolver e da se ter comeado a verificar a necessidade de uma especializao das Bibliotecas em certos assuntos.
A maioria das Bibliotecas modernas recorrem micro- filmagem e informtica de modo a aumentar os seus recursos e a melhorar o acesso a eles.
O CD- ROM uma forma nova e inestimvel para armazenar a informao. A sua enorme capacidade permite reduzir o espao destinado a guardar a informao dramtica. Por exemplo, toda a informao contida numa enciclopdia de 28 volumes, pode ser guardada num nico CD- ROM.
Para alm disso, os CD- ROM tm outras vantagens como tornar a informao mais facilmente acessvel, de forma consideravelmente mais rpida e, por isso, conseguir uma pesquisa em maior profundidade, com acesso a informao adicional relacionada.
No entanto, muita informao contida em livros no est e poder nunca vir a estar contida em CD- ROM, pelo que os livros e outras publicaes escritas, continuam a ser elementos fundamentais na pesquisa de informao.
Bases de Dados
As Bases de Dados so importantes porque constituem uma recolha de informao que est organizada de forma acessvel. Pode-se, recorrendo a elas, aceder rapidamente a informao especfica.
As Bases de Dados permitem, alm disso, armazenar enormes quantidades de informao que pode ser procurada e identificada em muito pouco tempo.
Este processo possvel pela estrutura de constituio da Base de Dados.
Numa Base de Dados electrnica, todas as informaes que aparecem no ficheiro (por exemplo, nome, nmero de telefone) so designadas por campos. Um conjunto de campos constitui um registo (por exemplo, o registo do Senhor X, com os respectivos nome e nmero de telefone). O conjunto de todos os registos (por exemplo, os registos de todos os Clientes) est registado no ficheiro de dados que constitui a Base de Dados. O software que analisa e trabalha todas esta informao o Programa de Base de Dados.
As Bases de Dados podem auxiliar o trabalho dos investigadores de vrias formas:
62. acesso rpido a uma grande quantidade de informao
63. permite organizar a informao que vai sendo recolhida ao longo do processo de investigao
64. a informao armazenada pode, mais tarde, ser recolhida utilizando diversos critrios (por exemplo, datas, actividades, nomes, localizaes, etc.) e fazendo cruzamentos (por exemplo, determinadas actividades em determinadas localizaes)
65. quando se trabalha em equipa, a Base de Dados pode ser alimentada pelos vrios elementos da equipa e o conjunto de dados ser utilizado por qualquer dos membros da equipa
Meios Informticos
As caractersticas principais do computador so a sua versatilidade e velocidade.
Com o software adequado, possvel, atravs do computador, calcular, escrever texto, arquivar, comparar e organizar informao de forma mais rpida e eficiente de que seria possvel de outro modo.
O computador tornou-se um instrumento quase imprescindvel em investigao, sobretudo no tratamento de texto e dados estatsticos.
No entanto, talvez no seja despropositado recordar, que o computador no pensa, pelo que no podemos esperar que ele faa todo o trabalho de investigao, mesmo com o software mais evoludo. Esse trabalho continua a ser uma capacidade do crebro humano.
O computador um auxiliar que facilita e permite processos, que sem ele seriam quase impossveis de realizar, libertando o investigador para as funes especificas da investigao.
Internet
A Internet um conjunto de redes de computadores que ligam milhes de computadores usados por centenas de milhes de pessoas em todo o Mundo.
Foi originalmente concebida para ligar computadores nas reas da Defesa e da Investigao Cientfica mas cresceu muito para alm desses limites.
um meio de acesso a enorme variedade de informao sobre um nmero quase ilimitado de tpicos.
A Internet liga as pessoas com o propsito partilhar informao.
Alm disso, proporciona uma grande variedade de servios, entre os quais se incluem os seguintes:
66. correio electrnico, o qual permite rpida comunicao entre indivduos, que, tal como no sistema postal convencional, tm de conhecer a morada electrnica do interlocutor; uma mesma mensagem pode ser enviada a muitas pessoas ao mesmo tempo de forma praticamente instantnea
67. acesso a sites de instituies pblicas ou privadas que a disponibilizam a sua informao
68. acesso a programas de pesquisa (search engines) que permitem localizar sites com a informao que se procura
69. acesso a Portais organizados por instituies pblicas ou privadas, que proporcionam ligaes a determinados sites seleccionados por corresponderam a determinada temtica ou por se integrarem numa rede comercial
Anlise Estatstica
A Estatstica um instrumento de investigao na medida em que d ao investigador uma forma de compreender os dados.
Em investigao os dados devem ser vistos pelos vrios ngulos possveis: estatisticamente, logicamente, comparativamente, etc.
A estatstica no , portanto, a nica forma aceitvel em investigao para analisar a informao, mas , sem dvida, importante e imprescindvel.
Como qualquer outro instrumento, a Estatstica tem que ser usada correctamente e tem os seus limites: a estatstica d-nos informao sobre os dados mas no nos d o significado dos dados.
O papel do investigador encontrar o significado dos dados, estatisticamente trabalhados, e determinar a importncia desse significado para o processo de investigao.
O investigador, ao trabalhar com estatstica, no pode perder a perspectiva da realidade. Se, por exemplo um formando fizer uma aco de formao de 12 horas e outro de 36 horas, a mdia estatstica ser de 24 horas de formao. Esta informao pode ser relevante para certos efeitos mas, na realidade, nenhum formando fez 24 horas de formao.
importante, tambm, que o investigador no se deixe seduzir pela possibilidade de produzir diversos resultados e mapas estatsticos, com o auxilio dos actuais softwares disponveis, que em nada contribuem para a soluo que se pretende descobrir, desviando-o mesmo da possibilidade de encontrar a resposta certa ou adequada.
Outros Meios
Em investigao se algo existe tem de ser mensurvel.
Medir, em investigao, significa determinar os dados relativos a qualquer fenmeno--- substancial ou insubstancial--- de forma a que possam ser examinadas matematicamente em relao a padres aceitveis, qualitativos ou quantitativamente.
No possvel medir somente objectos (fenmenos substanciais) mas tambm conceitos, atitudes, opinies, sentimentos e emoes (fenmenos insubstanciais). Isto significa que no h nada que o investigador no possa medir.
A medio nas reas das cincias sociais, da psicologia, da economia e da educao incluem, sobretudo fenmenos insubstanciais.
Os mtodos de medida, qualitativo e quantitativos, sero descritos e analisados nas unidades didcticas 2 e 3 deste Mdulo.
Toda a investigao, para ser til, tem que ser apresentada num documento final escrito.
Para produzir esse documento, o RELATRIO, o investigador deve ter a capacidade de comunicar de forma clara todos os aspectos do processo de investigao. Quem ler o RELATRIO DE INVESTIGAO, deve poder compreender, sem qualquer dvida, o que foi investigado.
Para alm, da clareza de exposio, o investigador, deve possuir um vocabulrio adequado que expresse com preciso os conceitos necessrios compreenso do trabalho realizado.
O conceito convencional de que o pensamento precede a escrita. Por isso, para se produzir um texto claro e bem organizado , fundamental, ter as ideias claras e organizadas.
No entanto, a experincia mostra que muitas vezes , ao escrever, que surgem certas ideias e que constatamos falhas nos nossos raciocnios.
Por isso, geralmente recomendado que o investigador comece a tomar notas e a escrever o RELATRIO o mais cedo possvel, at porque no de esperar que se consiga escrever o texto perfeito primeira tentativa.
Se as primeiras verses no estiverem bem, no tem grande importncia. Podem sempre ser revistas e melhoradas. A nica verso que conta a ultima.
REVISO DE TEXTO:
70. Quais os meios e recursos da investigao?
71. Qual a funo histrica das Bibliotecas?
72. Em que sentido se deu a evoluo da Biblioteca moderna?
73. Quais as caractersticas principais do computador?
74. Qual o interesse da Internet no processo de Investigao?
75. Quais as vantagens das Bases de Dados?
76. De que formas podem as Bases de Dados auxiliar o trabalho dos investigadores?
77. Qual a importncia da Estatstica em Investigao?
78. Qual o papel do investigador ao trabalhar com os dados estatsticos?
79. Quais as preocupaes do investigador ao elaborar o Relatrio?
Reviso de LiteraturaConsideraes Gerais
importante compreender a importncia que tem a investigao da literatura relacionada com o problema da investigao. Por outras palavras, fundamental para o investigador saber o mais possvel sobre as investigaes j efectuadas em reas perifricas ao seu prprio estudo, para poder abordar o seu prprio problema de investigao com o melhor conhecimento possvel.
Esta explorao ocupa uma seco da Proposta de Investigao designada por Reviso da Literatura. A sua funo fazer um segundo olhar (rever) sobre os relatrios que outros fizeram em reas afins ou correlacionadas, e no necessariamente idnticas, com a nossa prpria rea de investigao.
Propsito da Reviso de Literatura
A Reviso de Leitura permite fundamentalmente conhecer o Estado da Arte relativamente ao conhecimento que existe sobre o problema que pretendemos investigar e tem diversos propsitos, designadamente auxiliar o investigador na definio rigorosa do problema a estudar e na seleco da abordagem mais adequada para conduzir a pesquisa.
No processo de investigao o Problema uma questo central. Tudo o que se faz fazse para resolver o problema ou responder s questes de investigao. Quando se sabe o que outros fizeram, fica-se melhor preparado para investigar o prprio problema com maior profundidade e mais conhecimentos.
Mas h outros benefcios:
80. permite saber como outros investigadores resolveram questes metodolgicas em investigaes similares
81. pode conduzir a fontes de informao cuja existncia se desconhecia
82. permite conhecer o trabalho de outros investigadores na mesma rea ou em reas afins
83. ajuda a entender o problema na sua perspectiva histrica e a relacion-lo com abordagens anteriores do mesmo problema
84. proporciona novas ideias e abordagens que podiam no ter ocorrido ao investigador
85. ajuda a avaliar o esforo de pesquisa, comparando-o com o esforo de outros investigadores
86. aumenta a confiana no interesse do problema, se se verifica que outros investigadores se interessaram pelo mesmo problema ou por outros semelhantes
87. Evita o uso de abordagens e mtodos menos adequados, poupando tempo ao investigador
88. Ajuda na procura de conhecimento e teorias que suportem e justifiquem no s a necessidade de conduzir o prprio estudo como a abordagem e mtodos usados na sua conduo
Conduo de uma Reviso de Literatura
A conduo de uma Reviso de Literatura segue vrios passos.
Primeiroverificar que a literatura revista se relaciona com o Problema
Segundoisolar as diversas subreas do Problemas em tpicos que possam ser procurados em ndices, bibliografias, obras de referncia, artigos, etc., relacionados com o Problema
Terceiroao consultar as obras de referncia, anotar a identificao da fonte, a edio, a numerao das pginas onde foram encontradas informaes relevantes e registar as anotaes e comentrios suscitados pela leitura
Quartofazer um registo bibliogrfico nos moldes da constituio de uma Base de Dados
Quintoregistar referncias especficas com o nome do autor, o ttulo do artigo, o ttulo do jornal ou revista em que foi encontrado, com o nmero da pgina e o ano da publicao
Sextoapresentar e discutir este conjunto de material aos colegas da equipa de investigao e do seu coordenador ou orientador do trabalho, se for caso disso, para obter comentrios e indicaes adicionais
Um dos aspectos mais importantes da Reviso de Literatura a recolha de citaes curtas, devidamente identificadas, relacionadas com o estudo, facto que mostra que este se insere num campo mais vasto de pesquisas feitas por outros investigadores.
REVISO DE TEXTO:
89. Qual o interesse da Reviso de Literatura?
90. Qual o principal propsito da Reviso de Literatura?
91. Que benefcios se podem retirar da Reviso de Literatura?
92. Quais os passos a seguir na conduo da Reviso de Literatura?
93. Qual o papel das Bases de Dados na Reviso de Literatura?
94. Qual o interesse da recolha de citaes?
Planeamento do Projecto de InvestigaoProblema e Subproblemas
A essncia de um projecto de investigao o PROBLEMA. Reconhecer o problema e defini-lo em termos claros e precisos o ponto de partida de qualquer projecto de investigao.
A primeira tarefa do investigador formular um problema, cuidadosamente descrito, de forma a constituir o nico objectivo do trabalho de investigao.
Trata-se de responder de forma clara e precisa a estas duas questes:
O que vou investigar?
Para que fim o vou investigar?
Quando se faz a recolha de informao, o investigador deve sempre ter presente estas duas questes, para poder ir seleccionando os dados.
A formulao do PROBLEMA deve implicar que, para a resoluo do problema, ser necessria a interveno do pensamento do investigador.
Esse pensamento analtico, que retira significado aos dados recolhidos o que se chama de interpretao de dados.
Por isso, os problemas a que falta este aspecto, da interpretao de dados, no um problema adequado para investigao.
H outras situaes em que o problema no ser, tambm, adequado para a investigao:
95. Problema do interesse exclusivamente pessoal.
96. Simples comparao de dois grupos de dados.
97. Encontrar um coeficiente de correlao entre dois grupos de dados. Trata-se de uma operao estatstica que pode ser feita em computador.
98. Problemas que resultam numa resposta de sim ou no.
Por exemplo, saber se a formao foi benfica ou no. Para efeito de investigao, interessaria saber quais os benefcios da Formao? Quais as componentes que contriburam para benefcio e quais no contribura?
Escolhido o Problema a ser sujeito a Investigao devem colocar-se, ainda, as seguintes questes:
Qual o impacto que a resposta ao problema pode ter?
Que questes e problemas podem ser gerados pela resposta a este problema?
O PROBLEMA deve ser escrito numa nica frase, em to poucas palavras quanto possvel. Qualquer pessoa deve poder compreender qual o problema.
Um outro aspecto, fundamental, do problema a factibilidade, ou seja, saber que temos o tempo e os recursos necessrios para encontrar a resposta ao problema proposto.
Como vimos antes, o Problema pode ser dividido em unidades mais pequenas e mais fceis de investigar, os SUB- PROBLEMAS.Ao olhar para o Problema, atravs dos sub- problemas, o investigador pode conseguir uma perspectiva global mais adequada.
Os sub- problemas so partes componentes do Problema e no devem ser confundidas com decises relativas ao processo de investigao.
Questes como:
Qual a melhor maneira de construir uma amostra?
Que instrumentos usar para recolher informao?
Qual a dimenso de uma amostra representativa?
Que instrumentos de medida existem para medir atitudes?
No so problemas, mas sim decises ligadas ao processo.
99. As principais caractersticas dos sub problemas so:Devem ser uma unidade de investigao, ou seja, embora constituam uma parte Lgica do Problema, podem ser objecto de uma investigao autnoma. Os resultados da investigao dos sub- problemas levam soluo do Problema global. O sub- problema , geralmente, apresentado sob a forma de uma pergunta.
Cada sub problema deve estar ligado interpretao dos dados.
A rea coberta pelos sub- problemas no deve exceder a do problema global e, por outro lado, nenhuma rea significativa do problema deve deixar de estar coberta pelos sub- problemas..
Cada problema dividi-se em 2 a 6 sub- problemas. Quando se chega a 10 ou mais sub- problemas, significa que esto a considerar falsos sub- problemas ou a fragmentar os sub- problemas.
Devem ser realistas, ou seja, deve ser possvel encontrar uma resposta no tempo disponvel e com os meios existentes.
Em qualquer processo de investigao deve ser eliminado quaisquer possibilidade de m compreenso. Para isso o investigador deve:
Delimitar a investigao, dizendo claramente o que pretende fazer e o que no pretende fazer.
Definir os termos, atravs de um glossrio de todas as palavras que podem no ser conhecidas ou permitirem diversas interpretaes e definir qual a interpretao no quadro da interpretao.
Estabelecer os pressupostos, atravs da resposta pergunta o que que eu tenho por certo? Deixa expressa a resposta a essa questo, fundamental, como vimos, para o processo de avaliao.
Elaborar as Hipteses, que so possveis explicaes para o problema. fundamental, no processo de investigao, que sejam hipteses a orientar a recolha dos dados e no a informao disponvel a condicionar a formulao das hipteses.
Nesta fase recomendvel que o investigador, alm de procurar ver o problema pelos vrios ngulos possveis e que use todos os instrumentos e mtodos de que dispe, procure obter o parecer de peritos e a opinio de colegas e esteja receptivo a ouvir as crticas construtivas que o podem ajudar a levar a bom termo o seu projecto de investigao.
Estrutura do Projecto de Investigao
A configurao dos processos de investigao so, basicamente, os mesmos, seja qual for a rea ou disciplina, embora no incio cada rea de investigao tenha sido desenvolvida separadamente. Na Educao por exemplo, comeou com THORNDIKE.
Na realidade, os problemas que surgem no processo de investigao, decorrem de aspectos em que todas as reas acadmicas e cientificas esto presentes:
Pessoas e Grupos: ( nacionalidades, culturas, sexo, status, nvel econmico, relaes de famlia, educao, lngua, religio, etc.).
Coisas: ( objectos, edifcios, vrus, bactrias, tomos, molculas, substancias qumicas, mquinas, vesturio, planetas, estrelas, etc.)
Registos: ( cartas, jornais, memorandos, livros, dirios, memrias, entrevistas, discursos, relatrios, restos arqueolgicos, desenhos, msicas, manuscritos, etc.)
Ideias: ( opinies, conceitos, pontos de vista, ideias polticas, filosofias, crenas religiosas, percepes, teorias cientificas, conceitos matemticos, etc.)
Energia: ( metabolismo, radiaes, mecnica, quntica, biomia, hidrodinmica, energia nuclear, gravitao, termodinmica, energia solar, etc.)Qualquer projecto de investigao, que cubra qualquer problema em qualquer destas reas tem aspectos comuns.
Universalidade: Um projecto de investigao pode ser conduzido por qualquer pessoa que tenha as competncias necessrias.
Replicvel: Significa que pode ser repetida. Qualquer outro investigador se recolher dados nas mesmas circunstncias e com os mesmos parmetros utilizados, deve chegar s mesmas concluses.
Controle: Os parmetros so importantes, porque toda a investigao realizada dentro da rea delimitada pelos parmetros. O controle necessrio para garantir que as condies em que se realiza a investigao esto dentro dos parmetros estabelecidos.
Medio: Os dados devem ser mensurados. Esta condio mais fcil de se conseguir nas cincias fsicas, tal como acontece com o controle, do que a investigao nas cincias humanas e sociais.Pode ser ento considerado, o esquema seguinte como comum a todos os projectos de investigao:
1. Surge a questo- Surge na mente do investigador uma questo para o qual no h resposta conhecida.
2. Convert-la em palavras- A questo passa a ser um problema de investigao.
3. Formular hipteses- Que ficam em suspenso espera dos resultados da fase seguinte.
4. Recolha de informao- Pode constatar-se j se Ter encontrado resposta para a questo ou a busca no deu resultados.
5. Seleccionar a informao- O investigador escolhe os dados que esto relacionados com o problema.
6. Analisar a informao- Os dados so analisados para encontrar o seu significado.
7. Concluso- O investigador compreende o significado dos dados e conclu que a hiptese foi verificada e o problema resolvido ou no. importante no confundir o Processo de Investigao com a Metodologia de Investigao.
O Processo de Investigao comum a qualquer Projecto de investigao, em qualquer rea ou disciplina.. A Metodologia difere porque est relacionada com a natureza do problema e do tipo de dados a recolher.
No se pode recolher informao sobre vrus, por exemplo, da mesma forma que se recolhe informao sobre comportamentos humanos.
O Planeamento do Projecto de Investigao tem, pois, que ter em conta o Problema em questo mas tambm a natureza da informao a ser trabalhada.
Os Dados: A sua importncia
O mtodo cientifico s vivel na soluo de qualquer problema, desde que haja dados para trabalhar.
Usamos a palavra dados, em substituio da palavra Latina DATA ( no singular DACTUM), tambm vulgarmente empregue quando nos referimos queles factos que numa certa situao do informao ou impresses a um observador.
Os dados so manifestaes da realidade, no a prpria realidade. Falamos de uma populao de tantos indivduos mas, na realidade, no conhecemos os indivduos que constituem a populao!
Os dados, sendo essenciais para a investigao esto, no entanto, sempre em mutao. Por exemplo, quando fazemos um inqurito a uma populao sobre a sua opinio, sobre determinado assunto, estamos sujeitos a que estas opinies venham a mudar com o tempo.
Tambm, no sabemos, com certeza, se as opinies manifestadas so verdadeiras. O investigador tem, pois, que estar sempre consciente da diferena entre o que percebido e o que real, e que uma coisa pode no coincidir exactamente com a outra.
Por isso, nem todos os dados so admissveis para a investigao e, ento temos que estabelecer critrios e standard que nos permitam fazer essa escolha.
Um critrio usado em investigao, como vimos, que toda a investigao possa ser repetida por outro investigador e, nas mesmas circunstncias, chegar aos mesmos resultados.
Os critrios e standards para a admissibilidade dos dados devem ser fixados no incio dos trabalhos e devem constar quer da PROPOSTA DE INVESTIGAO, quer do RELATRIO.
Como j foi referido, o tipo de dados que vo ser utilizados condiciona a escolha da metodologia.
H dois tipos de abordagem metodolgica: a Quantitativa e a Qualitativa.
Um estudo quantitativo feito com base em variveis, que se medem numericamente e so analisados estatisticamente.
Um estudo qualitativo realizado com base num quadro complexo, formado por palavras, contendo registos de observaes feitas em ambiente natural.
Se o investigador pretende deduzir e testar a hiptese formulada, o mtodo quantitativo mais adequado. Se, pelo contrrio, quer induzir hipteses a partir das suas observaes, ento deve preferir o mtodo qualitativo.
Nos estudos quantitativos o investigador comea com uma hiptese, a ser testada por uma quantidade extensa de dados e termina com a confirmao ou no confirmao da hiptese.
No estudo qualitativo, o investigador parte de questes mais gerais, recolhe declaraes verbais de um pequeno nmero de participantes e conclui com questes ou hipteses em relao ao que observou.
QuantitativoQualitativo
ObjectivoExplicar
Prever
Confirmar
Validar
Testar a hiptese focada no resultadoDescrever
Explicar
Explorar
Interpretar
Construir a hiptese
Focada no processo
ProcessoEspecfico
Variveis conhecidas
Directivas fixadas
No depende do contexto
Perspectiva impessoal
Estrutura pr- fixada
Genrico
Variveis desconhecidas
Directivas flexveis
Depende do contexto
Perspectiva pessoal
Estrutura evolutiva
DadosGrandes amostras
Representativos
Instrumentos
Pequenas amostras
Informativos
observao/ Entrevistas
AnaliseDedutivaIndutiva
ResultadosNmeros
Estatstica
Quadros Estilo formal
Palavras
Narrativas
Citaes
Estilo pessoal
No quadro anterior referiu-se, sumariamente, s principais caractersticas que distinguem o Mtodo Quantitativo do Mtodo Qualitativo.
Ao apreciar as diferenas entre dois Mtodos verificamos que as vantagens de um mtodo so as desvantagens do outro e vice- versa.
Na escolha de um ou outro mtodo o investigador deve ter em conta:
100. Se h uma realidade objectiva que pode ser medida ou se h mltiplas realidades.
101. A quem o estudo se destina. Se est familiarizado com um ou outro mtodo.
102. A natureza do Problema. Se a questo de partida for interpretativa o mtodo qualitativo o mais adequado.
103. A documentao, se for pouca ou inexistente, prefervel o mtodo qualitativo.
104. Se se pretende examinar um fenmeno em profundidade com um pequeno nmero de participantes, deve optar-se pelo mtodo qualitativo.
105. Se o tempo disponvel for curto, mtodos quantitativos requerem menos tempo.
106. A capacidade para trabalhar com pessoas fundamental no mtodo qualitativo e com nmeros no mtodo quantitativo.
107. Nos estudos quantitativos, o investigador trabalha de forma mais estruturada, com procedimentos especficos e nos qualitativos requerida maior tolerncia ambiguidade.
108. Nos estudos quantitativos o investigador deve ter bons conhecimentos de estatstica e capacidade de raciocnio dedutivo, e para os estudos qualitativos, raciocnio indutivo e ateno para os detalhes.
109. O investigador necessita de boa capacidade de expresso narrativa nos estudos qualitativos. Nos estudos quantitativos a comunicao mais Tcnica.
REVISO DE TEXTO:
110. Qual o ponto de partida de qualquer projecto de investigao?
111. Como se caracteriza o problema da investigao?
112. Quais as perguntas a fazer na formulao do problema?
113. Como deve ser redigido o problema?
114. O entende por interpretao de dados?
115. Como se identifica um subproblema?
116. Quais as principais caractersticas dos subproblemas?
117. Quais os principais aspectos presentes na estrutura do projecto de investigao?
118. Como se distingue o processo de investigao da metodologia de investigao?
119. Em que fase do processo devem ser fixados os critrios de admissibilidade dos dados?
120. Qual o critrio usado em investigao para a admissibilidade dos dados?
121. Como o tipo de dados condiciona a escolhe da metodologia?
A proposta de Investigao
Consideraes Gerais
A Investigao no uma actividade individual, isolada. Envolve vrias pessoas e necessita de ter acesso a recursos e informao que o investigador no possui. Por isso, tem que ser planeada, analisada e aprovada por outras pessoas.
Esta aprovao, com os recursos e apoios necessrios, conseguida atravs da apresentao de uma PROPOSTA DE INVESTIGAO.
A PROPOSTA apresenta o PROBLEMA a ser sujeito a investigao, descreve como processo vai ser conduzido e diz, em detalhe, quais os recursos que o investigador vai necessitar para conseguir resultados.
O Investigador o elemento chave da investigao e a sua capacidade de pensar com clareza e conduzir o processo com eficcia e competncia so qualidades que so, necessariamente, apreciadas por quem ir aprovar o Projecto de Investigao.
Quem ler uma Proposta de Investigao que esteja mal apresentada e mal organizada, com falta de elementos para apreciao ou excesso de detalhes, ir formar a opinio de que o autor da Proposta no possui a capacidade lgica e a disciplina mental, necessrios para levar a bom termo um Projecto de Investigao.
Por estas razes, fundamental saber quais as caractersticas que deve ter uma Proposta, para que seja compreendida e aprovada por aqueles a quem foi submetida uma apreciao.
Uma Proposta de Investigao um documento de trabalho, organizado de forma directa e escrito em estilo claro, no um texto literrio.
A Proposta, que pode ter outras designaes como PLANO ou DRAFT, no uma mera formalidade. A prpria viabilidade da investigao, as limitaes ou facilidades a que vai estar sujeita, os apoios que ir receber e a prpria avaliao final que ser feita, dependero em grande parte da Proposta.
Organizao e Redaco da Proposta de Investigao
Ao redigir a Proposta, o investigador deve ter em mente o efeito que ela poder ter sobre que a vai ler e perceber que a primeira impresso do leitor, interesse ou desinteresse pode ser determinante.
Por isso, na redaco das Propostas aplicvel a tcnica de redaco utilizada pelos jornalistas.
Qualquer jornalista sabe que a primeira frase importante, porque ser a informao nele contida que levar o leitor a ler ou no o resto do artigo ou da noticia.
Sabemos, por experincia prpria, que na leitura de jornais e revistas, fazemos a seleco pelos ttulos, lemos o primeiro e segundo pargrafos e, muitas vezes, ficamos por a, ou por falta de interesse ou porque sabemos que o que havia de interessante para dizer j foi dito.
Uma Proposta comea sempre com a apresentao do Problema e da sua soluo, sem prembulo ou introduo.
, desde logo, necessrio separar o essencial do acessrio. As razes que levaram apresentao da Proposta ou levaram escolha do Problema, podem ser importantes mas no essenciais.
Na proposta, tudo o que no tiver a ver com a definio do Problema e a sua soluo no essencial e, como tal, deve ser eliminado.
Uma Proposta contem a pretenso de realizar algo no futuro, pelo que a redaco das frases iniciais e os verbos devem estar nesse tempo gramatical.
Uma Proposta de Investigao est relacionada com um projecto tcnico e cientifico, pelo que a linguagem utilizada deve estar em consonncia. A linguagem tcnica caracteriza-se pela clareza e preciso, e no possui, nem convm que possua, as subtilezas, variaes e ambiguidades prprias do estilo literrio. Os documentos tcnicos devem reflectir um pensamento logicamente ordenado, que necessrio no processo de investigao.
Uma boa proposta de Investigao no mbito de uma abordagem quantitativa deve ser organizada e apresentada da seguinte forma:
1. O problema em estudo
O contexto do estudo
O objecto do estudo
O problema em estudo
2. O propsito do estudo
Objectivo geral
Objectivos concretos e especficos
Perguntas de investigao e/ou hipteses
3. A metodologia
Delineamento geral
Procedimentos e calendarizao
Populao e/ou amostra
Definio conceptual das variveis
Instrumentao
Anlise dos dados
No quadro de uma investigao de natureza qualitativa, a organizao de uma proposta pode tomar formas diferentes. Em qualquer dos casos, uma boa Proposta de Investigao deve considerar os seguintes aspectos:
Os pressupostos do procedimento qualitativo
O tipo de design
O papel do investigador
Os procedimentos para a colheita de informao
Os procedimentos para o registo de informao
Os procedimentos para a anlise de informao
Os passos da verificao
A narrativa qualitativaREVISO DE TEXTO:
122. Qual o objectivo da apresentao de uma Proposta de Investigao?
123. Com que que um investigador se deve preocupar ao redigir uma Proposta de Investigao?
124. Que outras designaes pode ter a Proposta de Investigao?
125. Que tipo de linguagem deve ser utilizada na redaco da Proposta de Investigao?
126. Como se deve iniciar a apresentao da Proposta de Investigao?
127. Qual o contedo da Proposta de Investigao em estudos quantitativos?
128. Qual o contedo da Proposta de Investigao em estudos qualitativos?
129. Quais as preocupaes do investigador na redaco da Proposta de Investigao?
Relatrio de Investigao
Generalidades
O objectivo final do trabalho de investigao partilhar os resultados e concluses com outras pessoas e, para isso, necessrio fazer um Relatrio que exponha fielmente os dados utilizados e a forma como foram logicamente organizados.
O Relatrio de Investigao , ento, um documento que expe de forma clara e precisa, o que o investigador fez para resolver o Problema que estudou.
Deve ser estruturado de forma factual e lgica. No entanto, tal como a Proposta de Investigao, sem pretender ser uma pea literria, deve poder ser lido com agrado, o estilo de comunicao utilizado deve ser claro, a estrutura das frases e dos pargrafos e a pontuao devem demonstrar conhecimentos das regras gramaticais de comunicao escrita.
Se o Relatrio se destina a uma Instituio, nomeadamente, uma Universidade e, se vai constituir uma tese ou Dissertao, dever obedecer ao formato exigido.
As regras relativas a tipos de letra, dimenso das margens, pargrafos e espaos, ttulos, referncias e sumrios podem variar e o que aceite num caso pode no ser aceite noutro.
possvel, actualmente, obter informao sobre as exigncias de diversas Instituies nesta matria, consultando a Internet.
Observar e analisar Relatrios que tenham sido aceites e aprovados , tambm, recomendavl.
Existem diversos tipos de relatrios de investigao dos quais citamos a Dissertao (para obteno de um grau acadmico), o Artigo para uma revista cientfica, o Artigo para uma revista de divulgao e a Comunicao para ser apresentada numa reunio cientfica.
Critrios Para Analise do RelatrioAntes de entregar o Relatrio podemos fazer check- list para, metodicamente, verificarmos os vrios aspectos que devem ser conseguidos.
Apresenta-se, em seguida, um conjunto de questes que devem ser respondidas positivamente.
1. O Problema
Est apresentado de forma clara e concisa?
um problema de investigao?
significativo justificar o esforo de investigao?
H relao entre o Problema e outras investigaes?
2. As Referncias
Esto logicamente organizadas? Referem-se a estudos relevantes? Inexistentes sobre o Problema esto identificados?3. O Enquadramento Terico e Conceptual
Est directamente ligado com o Problema?
Os conceitos esto claramente definidos e relacionados?
4. As Variveis de Investigao
Esto definidas operacionalmente?
No relacionadas esto identificadas?
1) As Hipteses
Incluem relaes previsveis entre duas ou mais variveis?
So claras, especficas e testveis.
Derivam do enquadramento terico e conceptual?
2) As Amostras
Tm dimenso adequada?
So representativas da populao definida?
Foram escolhidas pelo mtodo adequado?
Esto sujeitos a alguma distoro?
3) O Processo de Investigao
Est descrito adequadamente?
adequado para o Problema?
Tem formas de controle de validade de estudo, em relao a interferncias externas ou internas?
4) Os Instrumentos de Recolha de Dados
Esto descritos adequadamente?
So validos e confiveis?
5) Os Mtodos de Recolha de Dados
So apropriados para o Estudo?
6) A Anlise de Dados
apropriada para o nvel de medio de cada varivel?
Est apresentada em quadros e tabelas claras e compreensveis?
Est organizada de forma clara e lgica?
7) A Interpretao e Dissenso dos Resultados
Baseia-se nos dados obtidos?
Tem em conta outros estudos de investigao?
Est relacionada com o Enquadramento Terico e conceptual?
Identifica as limitaes e implicaes?
Justifica as concluses?
Distingue resultados de interpretao?
Conduz a recomendaes para futuros projectos?
Objectivos do RelatrioUm Relatrio de Investigao deve procurar atingir trs objectivos:
1. DESCREVER O PROBLEMA DE INVESTIGAO, de forma a que quem leia o Relatrio possa compreender qual o Problema e quais as suas implicaes. Para isso, necessrio, comear por apresentar os antecedentes e as razes que conduziram realizao do Estudo, aps o que poder ser apresentado, claramente, o Problema.
2. APRESENTAO DOS DADOS, relacionados com o Problema, de forma completa e adequada, de forma a consubstanciar todas as interpretaes e concluses que o Relatrio contiver.3. INTERPRETAR OS DADOS, para o leitor, de modo a que este possa verificar como se resolveu o Problema que foi investigado. No se trata, portanto, de apresentar os dados sob qualquer forma (grficos, tabelas, histogramas, etc.) mas de lhes retirar o seu significado sem, no entanto, os condicionar a um resultado desejado. Os Dados devem falar por si prprios.Estrutura de um Relatrio
Apresenta-se em seguida, a ttulo indicativo, a possvel estrutura bsica de um Relatrio de investigao.
TTULO E AUTOR
AGRADECIMENTOS
NDICE GERAL
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRFICOS
CAP I - O PROBLEMA
PROBLEMA
SUB- PROBLEMAS
HIPTESE
LIMITES
DEFINIES
ABREVIATURAS
PRESSUPOSTOS
NECESSIDADES DO ESTUDO
ORGANIZAO DO ESTUDO
CAP II- REFERNCIAS
CAP III- A POPULAO
DISTRIBUIO
CRITRIOS
VALIDAO
CAP IV- PROCEDIMENTOS
RECOLHA DE DADOS
TRATAMENTO DE DADOS
CAP V- RESULTADOS
CRITRIOS
VALIDAO
TESTE DAS HIPTESES
VALIDAO
OUTROS RESULTADOS
SUMRIO DOS RESULTADOS
CAP VI- CONCLUSES E RECOMENDAES
SUMRIO
CONCLUSES
RECOMENDAES
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Se o relatrio tiver o formato de uma Dissertao no quadro de uma investigao de natureza quantitativa, a estrutura deve ser enquadrada por trs partes fundamentais, a saber:
Pginas preliminares
Corpo do relatrio
AnexosA ttulo exemplificativo, uma dissertao pode apresentar a estrutura seguinte:
Pginas preliminaresPgina com o ttulo
Prefcio e agradecimentos
ndice
Lista de quadros
Lista de figuras
Lista de abreviaturas
Corpo do relatrioIntroduo
O Problema em estudoAntecedentes e contexto
Definio do problema
Propsito e objectivos
Pressupostos
Significado do estudo
Limitaes e dificuldades
Reviso da literaturaInvestigao anterior
Sumrio sobre o estado de arte
MetodologiaDelineamento do estudo
Procedimentos
Populao, amostra e amostragem
Definio conceptual das variveis
Instrumentao
Tratamento e anlise dos dados
Resultados
Teste das hipteses
Anlises suplementares
Concluses e Recomendaes
Concluses
Recomendaes
Referncias Bibliogrficas
Anexos
Instrumentos
Quadros e figuras complementares
Outros (relevantes)
REVISO DE TEXTO:
130. O que um Relatrio de Investigao?
131. Indique tipos de Relatrios de Investigao?
132. Como deve ser estruturado um Relatrio de Investigao?
133. Quais as partes fundamentais de uma dissertao no quadro de uma investigao de natureza quantitativa?
134. Quais os critrios para anlise do Relatrio?
135. Qual a vantagem de fazer um checklist antes da entrega do Relatrio?
136. Quais os objectivos que um Relatrio de Investigao deve atingir?
137. Como pode a consulta Internet auxiliar a elaborao do Relatrio?
Avaliao da Investigao
Consideraes gerais
Para fazer a avaliao de qualquer projecto ou processo necessrio padres e parmetros.
Todo o processo de investigao conduzido numa rea delimitada por parmetros prestabelecidos e, dessa forma, podemos isolar os factores crticos para a investigao que, alm disso, permitem e facilitam a repetio do processo experimental, nas mesmas condies.
A avaliao do processo de investigao mais fcil numas reas do que noutras. Evidentemente que mais fcil estabelecer parmetros e padres quando se investiga no campo das cincias fsicas do que quando se investigam reas relacionadas com comportamentos humanos e variveis sociais.
Factores a considerar na Avaliao
Apresenta-se, em seguida, um possvel modelo de Checklist de avaliao do Plano de Investigao contendo algumas perguntas fundamentais que no devem deixar de ser formuladas e que incidem sobre os principais aspectos do processo de investigao:
138. O problema est enunciado numa frase completa?
139. A rea de investigaes est bem delimitada?
140. A resposta ao problema tem o potencial para produzir respostas relevantes?
141. o resultado final ser mais do que uma recolha de informaes ou uma simples cooperao?
142. A resposta ao problema poder ser fazvel?
143. O problema foi visto sob diferentes perspectivas?
Quais so os seus aspectos mais positivos?
Quais so as principais dificuldades?
144. Quais as ferramentas de pesquisa que sero utilizadas?
Esto disponveis?
145. H algum especialista que seja possvel consultar?
146. O Plano foi discutido com as outras pessoas envolvidas?
147. Foram apreciadas os antecedentes e a envolvente do Projecto?
148. H bibliografia suficiente e adequada?
149. Est planeada a forma de recolha e anlise de informao?
REVISO DE TEXTO:
150. O que necessrio fazer antes de iniciar o processo de avaliao?
151. Qual a importncia da existncia de parmetros para o processo cientfico?
152. A avaliao pode fazer-se da mesma forma no campo das cincias fsicas e no campo das cincias sociais?
153. A factibilidade da soluo um factor importante para a avaliao?
Cdigo de tica do Investigador
O Investigador deve ter uma noo clara de como vai proceder recolha de dados e de como os vai guardar.
Tem de ter presente quatro questes fundamentais.
Que dados so necessrios?
Esta questo deve implicar, saber que dados so obrigatrios ter e qual a sua natureza ( estatsticas, entrevistas, etc.)
Onde se pode ir buscar os dados?
Publicaes, bibliotecas, Internet, etc.
Como conseguir obter dados?
Mesmo sabendo onde esto os dados, nem sempre por razes diversas (segurana, custos, etc.) possvel ter-lhes acesso.
Como que os dados obtidos vo ser interpretados?
A resposta a estas questes prticas, bem como a necessidade que o investigador tem de trabalhar com pessoas ou de com elas se relacionar, levanta questes de carcter tico, ou seja, quais os standards pelos quais se deve orientar a actuao do investigador, quais os limites que no devem ser ultrapassados.
Apresentam-se, em seguida, alguns pontos que poderiam constar no CDIGO DE TICA DO INVESTIGADOR:
154. O investigador deve manter objectividade cientifica.
155. O investigador deve conhecer os limites da sua competncia e no efectuar investigaes para alm desses limites.
156. Todas as pessoas tem direito privacidade e serem tratadas com dignidade.
157. A investigao no pode causar danos s pessoas envolvidas.
158. O investigador deve manter a confidencialidade da informao confidencial que lhe seja facultada.
159. Os resultados da investigao devem ser apresentados honestamente e sem distores.
160. A informao recolhida pelo investigador s deve ser utilizada para fins da investigao.
161. O investigador deve reconhecer toda a colaborao que lhe for prestada por outros.
162. Devem ser referidos todos os apoios financeiros ou pessoais que possam, de qualquer forma, afectar os resultados da investigao.
163. O investigador no deve aceitar quaisquer apoios ou favores que possam violar qualquer dos princpios ticos anteriores.
Outros aspectos que tambm podero ser considerados so os Direitos de Propriedade e as condies em que pode ser exercido o direito de o investigador se poder retirar, a qualquer momento, do projecto de investigao.
REVISO DE TEXTO:
164. Por que que o trabalho do investigador levanta questes ticas?
165. Quais as questes fundamentais que se colocam ao investigador na recolha de dados?
166. Que aspectos considera mais relevantes num cdigo de tica de um investigador?
167. Considera os Direitos de Propriedade uma questo tica?
168. A confidencialidade uma questo central num processo de investigao?
169. A necessidade de obter apoios e subsdios pode condicionar os resultados da investigao?
Teste Final
170. Defina investigao.
171. Por que que recolher informao distinto de fazer investigao?
172. Quais as caractersticas da investigao formal?
173. Qual a natureza da investigao?
174. Quais os instrumentos da investigao?
175. Que caractersticas dever ter um objectivo?
176. Qual a importncia do Problema no processo de investigao?
177. O que so Subproblemas?
178. Quais as principais caractersticas dos Subproblemas?
179. Qual a importncia dos pressupostos no planeamento?
180. Qual a diferena entre hiptese e pressuposto?
181. Por que se diz que a investigao tem um carcter cclico?
182. Quais os instrumentos gerais usados em investigao?
183. Como evoluram as bibliotecas de forma a facilitar o trabalho de investigao?
184. O que caracteriza uma Base de Dados?
185. A Internet veio facilitar o processo de investigao? Porqu?
186. Em que medida que a Estatstica pode ser considerado um instrumento de investigao?
187. Quais os benefcios da Reviso de Literatura?
188. Qual a estrutura de um projecto de investigao?
189. Quais so os tipos de abordagem metodolgica? Como escolh-los?
190. Qual a importncia da Proposta de Investigao? Como deve ser redigida?
191. Quais os objectivos do Relatrio?
192. Que critrios escolheria para analisar um Relatrio?
193. Do ponto de vista tico, que aspectos condicionariam a sua actividade de investigador?
Bibliografia
Bouma, J. D. (1994). The Research Process. London: Oxford University Press.
Frade, Joo Jos. Guia prtico para a elaborao e apresentao de trabalhos cientficos. Lisboa: Editora Microcosmos.
Howe, R. e Lewis, R. (1994). A Student Guide to Research in Social Science. New York: Cambridge University Press.
Gall, M., Borg, W., & Gall, J.(1996). Educational Research. An Introduction (6th ed.). White Plains, N.Y., USA: Longman.
Goode, W. e Hatt, P (1979). Mtodos em Pesquisa Social. S. Paulo: Companhia, Editora Nacional.
Kerlinger, Fred (1980). Metodologia da Pesquisa em Cincias Sociais. S. Paulo: EPU.
Mazzotti, Aldo, Alves, Judith, e Gewzudsznzjder, Fernando. O Mtodo nas Cincias Naturais e Sociais. S. Paulo: Editora Pioneira.
Morin, E. (1980) O Mtodo (Vol.I e II). Lisboa: Europa Amrica.
Oliveira, Silvo Luiz de. Tratado de Metodologia Cientfica. S. Paulo: Editora Pioneira.
Quivy, R. e Campenhoudt, L. (1992). Manual de Investigao em Cincias Sociais, Lisboa: Gradiva.
Vockell, E. L. e Asher, J. W. (1995). Educational Research (2nd edition). New Jersey: Merrill/ Prentice Hall.
Captulo 2
Modelos e Mtodos de Investigao
Os paradigmas quantitativo e qualitativo
Tipos de pesquisa
Modelos de base emprico-analtica
Modelos de base interpretativa
Metodologia orientada para a prtica
Objectivos da Unidade
Nesta unidade, pretende-se que os participantes consigam os seguintes resultados, em concordncia com os objectivos globais do mdulo:
194. Saberem distinguir os planos qualitativo e quantitativo da investigao, de acordo com o paradigma cientfico, nomeadamente no campo da formao e desenvolvimento de competncias.
195. Ficarem a conhecer e a saber concretizar pesquisas com desenho experimental e no experimental, mantendo sempre o adequado controle das variveis em estudo.
196. Adquirirem competncias hermenuticas, ficando de posse de modelos interpretativos aplicveis ao estudo de casos e anlise de problemas complexos, multidimensionais.
197. Compreenderem que a investigao-aco deve ser um processo de pesquisa sempre presente em todas as aces formativas, assimilando as estratgias da sua aplicao prtica.
Requisitos de entrada para a unidade
Para tirarem proveito desta unidade formativa, os participantes precisam de possuir os conhecimentos seguintes:
terem uma viso fundamentada do processo de investigao cientfica e dos seus passos fundamentais;
terem lido e reflectido sobre questes de epistemologia e de filosofia da cincia, pelo menos ao nvel dos manuais de tipo universitrio;
terem o conhecimento prtico do que um processo formativo e dos condicionalismos a que obedece;
estarem motivados para o saber e para valorizar a atitude cientfica ao nvel da aprendizagem.
Teste diagnstico de entrada
198. Confira se sabe distinguir a atitude cientfica da mera curiosidade intelectual.
199. Identifique cinco tipos de conhecimento.
200. Defina conhecimento analgico e relacione-o com conhecimento experiencial.
201. Defina o conceito de epistemologia positivista em cincia.
202. Os mtodos qualitativos no so verdadeiramente cientficos. Que pensa desta afirmao?
203. Pensa que conhece razoavelmente bem a tcnica da anlise de contedo? Sim___ No___
204. A observao um mtodo de pesquisa que pode ter vrios modos deve ser realizado:
______________________________________________________________________________________________________________
205. O estudo de caso tpico da investigao experimental. Que diz desta afirmao?
206. Conhece bem a tcnica de entrevista e as suas modalidades, enquanto instrumento de pesquisa? Sim___ No___
207. A teoria enraizada
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
208. Diga uma caracterstica que distingue nitidamente os mtodos qualitativos dos quantitativos, em investigao.
209. A investigao-aco assim designada porque o tcnico est sempre a aprender com as actividadesque realiza.Sim___No___
210. O interaccionismo simblico um dos fundamentos dos mtodos qualitativos. Sim___No___
211. A cincia o processo de descoberta da verdade. Faa o seu comentrio.
212. Em muitas investigaes da rea comportamental e social, os mtodos quantitativos e qualitativos podem e devem ser conjugados. Mostre porqu?
213. Defina objectividade cientfica.
214. O que um paradigma?
215. Enuncie uma caracterstica da etnometodologia.
216. Sabe o que o plano quase-experimental das sries temporais?
Sim___no___
217. Sabe o que um plano factorial em investigao?
Sim___no___
218. D dois exemplos de categorias em anlise de contedo.
219. Refira duas medidas que permitem melhorar a fiabilidade dos estudos qualitativos.
220. A pesquisa s com ps-teste tem algumas falhas. Quais? (p. 19)
221. Qual o objectivo dos planos de pesquisa? (17)
222. O pr-teste serve para controlar que condies? (p. 20)
223. O que o esquema ABBA? (pp.20-21)
224. O que um grupo de controle? Para que serve? (pp.22-23)
225. Quais as vantagens de utilizar na pesquisa vrios nveis da varivel independente? (p. 24).
226. Quais so os tipos de resultados obtidos nas pesquisas correlacionais? (p.35)
227. A correlao um estudo necessrio identificao de relaes causais. V ___ F____ (p.36)
228. Indique a diferena entre investigao experimental e quase experimental. (p. 33)
229. Indique os passos da investigao-aco. (p.60)
230. Existe um paradoxo no conhecimento: o que sabemos interfere com o comportamento dos sistemas que estudamos. Esta afirmao caracterstica da__________________________________ . (p.57)
231. Porque que a interdisciplinaridade interessante nos estudos de caso? (p. 56)
Os Paradigmas Quantitativo e Qualitativo Os paradigmas qualitativo e quantitativo so duas estruturaes fundamentais nas cincias do comportamento. Vamos estud-los nas suas semelhanas e diferenas, nas suas virtualidades e limites, nos seus mtodos e tcnicas especficos e na sua aplicabilidade na investigao em formao.
O que um paradigma?
De acordo com o dicionrio, paradigma um modelo. Uma norma a que o comportamento deve geralmente obedecer, uma estrutura enquadradora desse comportamento. Aplicado pesquisa cientfica, paradigma uma estruturao epistemolgica da concepo e execuo da pesquisa, um modelo geral orientador, que define normas de procedimento a seguir na investigao. O paradigma, na sua vertente epistemolgica, vincula-se a uma concepo da cincia e do papel desta na explicao da realidade; na sua parte metodolgica, define o modo como se utilizam os mtodos e as tcnicas e se explicam os resultados da investigao.
Os paradigmas quantitativo e qualitativo, sendo ambos vinculados epistemolgicamente a uma concepo cientfica do conhecimento, tm forosamente algumas caractersticas comuns; mas apresentaro igualmente diferenas, por fora da sua focagem mais especfica nas relaes quantitativas ou nas dimenses qualitativas.
As caractersticas comuns tero a ver com a procura de objectividade, validade e outras caractersticas do trabalho cientfico;as caractersticas diferentes ho-de ter a ver com os mtodos, as tcnicas e os resultados.
A comparao dos dois paradigmas pode, por isso, ser frutuosa e ajudar a eliminar ideias feitas e preconceituosas, acerca dos dois paradigmas e da sua orientao. Com efeito, esta muitas vezes olhada como antagnica, quando ambos podem ser perfeitamente complementares. De facto, h quem pense que os estudos quantitativos so orientados pela teoria, enquanto os qualitativos se limitam a ser descritivos, sem nenhuma orientao terica especial (Goode e Hatt, 1979).
uma ideia a afastar, j que os estudos qualitativos podem perfeitamente ser orientados pela teoria. O que neste captulo podemos dizer que o paradigma terico utilizado nos estudos quantitativos e nos qualitativos tem alguns componentes diversos: enquanto os estudos quantitativos se apoiam em maior grau numa perspectiva positivista da cincia (mesmo tratando-se de cincias do comportamento), os estudos qualitativos afastam-se muitas vezes desta viso positivista, sobretudo na sua formulao mais radical, e apoiam-se mais extensamente nas perspectivas fenomenolgica, construtivista e radical das cincias do comportamento. Estas perspectivas no se opem, no entanto, antes se completam.
Tipos de conhecimento
O conhecimento uma ferramenta que auxilia a pessoa com eficcia, propriedade e significado. So enumerados a seguir os vrios tipos de saber que cumprem esta definio.
232. Conhecimento universal
tipicamente o conhecimento dito cientfico, de acordo com a viso da generalidade das pessoas: visto como independente do contexto e dos valores, assenta em modelosfuncionais, utiliza instrumentos padronizados,por isso universalmente aceite, at pelos resultados que apresenta.
A cincia no a nica expresso do conhecimento humano, mas , com certeza uma forma importante e decisiva no plano da cultura e da vida das nossas sociedades (Achinstein,1968).
Recorde, por isso, que o pensamento cientfico visa:
conhecer os fenmenos naturais, o que se passa no mundo que nos rodeia;
comprend-los e explic-los;
saber como eles ocorrem, as suas regularidades e imprevistos;
compreender os factores que os condicionam, isto , as suas causas, sempre que possvel;
garantir que estes conhecimentos acerca dos fenmenos tm sempre uma base emprica, podem ser observados e repetidos por outros, e que as explicaes propostas respondem a essa possibilidade de reproduo e comparao com a realidade.86. Conhecimento experiencial
o conhecimento directo e vivencial de uma situao, das suas caractersticas de espao e tempo e das relaes nela existentes. interpretado com base nos conceitos e teorias implcitas que equipam o observador e tem uma validade proporcional ao nvel destes seus conceitos e da sua percia observacional.
87. Conhecimento analgico
Este tipo de conhecimento consiste na aplicao a uma dada situao dos conhecimentos adquiridos em relao a outras situaes. Para ser pertinente, o seu possuidor tem de ser capaz de avaliar a similaridade das situaes entre as quais estabelece analogia, o que requer a distino do essencial e do acessrio das duas situaes confrontadas.
Naturalmente, quanto maior for o nvel cognitivo e mais completa a experincia do observador, mais adequado ser o conhecimento analgico.
88. Conhecimento pela aco
Este tipo de conhecimento essencialmente similar ao conhecimento de experincia, mas acrescenta-lhe um matiz: o saber resultante de uma aco deliberada no sentido de provocar os factos ou actos que permitiro o conhecimento. O estudioso adopta uma atitude interventiva sobre a realidade, para provocar o aparecimento dos fenmenos; e exploratria e heurstica, para os registar e interpretar.
89. Conhecimento de autoridade
Este oconhecimento por aquisio de informaes j produzidas por outros, as autoridades onde o vamos buscar. Pode se feito por leitura, audio e viso, ou por combinao dos trs processos, como na explorao de informaes por computador. Em termos cientficos, esta uma forma de conhecimento muito importante, porque pela confrontao dos estudos empricos com ele que a cincia se desenvolve.
Estes diversos tipos de conhecimento no so mutuamente exclusivos; pelo contrrio, articulam-se entre si, por meio do que se designou acima de conhecimento universal, o conhecimento derivado da experimentao cientfica, que no conjunto destes saberes o conhecimento que serve de padro de controle Kuhn (1993). Esse estatuto resulta do facto de os cientistas o considerarem como exemplo de objectividade, isto , livre de influncias estranhas ao raciocnio lgico-dedutivo e condio de racionalidade. este acordo dos especialistas de uma dada cincia sobre os mtodos de recolha e interpretao dos dados empricos dessa cincia e sobre os resultados com obtidos que funda a objectividade. Devido a este facto, alguns autores, como Morin (1980), afirmaram que a objectividade da cincia , no fundo, intersubjectividade. Mas como salienta Kerlinger (19