Módulo 4 - Aula 4

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO Virgílio Garcia Moreira M.D.

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO

Virgílio Garcia Moreira M.D.

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Envelhecemos todos iguais ?

62 anos 91 anos

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Idade

Limiar de incapacidade

Mudança de

condicionamento

Infância

Crescimento e desenvolvimento

Vida Adulta

Manter o maior nível

funcional possível

Terceira Idade

Manter independência e

prevenir incapacidade

Reabilitar e garantir

qualidade de vida

Suporte

ambiental

Buchner DM, Wagner. Preventing Frail Health. Clinics in Geriatric Medicine. 8:1. 1992

Fisiologia do Envelhecimento

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PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA QUE TEM DIFICULDADE

PARA ALIMENTAR-SE, TOMAR BANHO OU IR AO BANHEIRO POR SEXO E IDADE

BRASIL

0

5

10

15

20

25

30

60-64 65-69 70+

1998 Homens 1998 Mulheres

2003 Homens 2003 MulheresFonte: IBGE/PNAD de 1998 e 2003.

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PROPORÇÃO DE IDOSOS DO SEXO MASCULINO QUE REPORTARAM ALGUM TIPO DE

DEFICIÊNCIA

BRASIL, 2000

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Problema Mental Enxergar Ouvir Caminhar/subir escadas

Institucionalizados TotalFonte: IBGE/Censo Demográfico de 2000.

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PROPORÇÃO DE IDOSAS DO SEXO FEMININO QUE REPORTARAM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA

BRASIL, 2000

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Problema Mental Enxergar Ouvir Caminhar/subir escadas

Institucionalinadas TotalFonte: IBGE/Censo Demográfico de 2000.

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Avaliação Funcional

Avaliar:

“Refere ao processo de obtenção e interpretação de dados para o tratamento.”

Maurer et al, 1984

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Avaliação Funcional

Porque Avaliar?

Obtenção de informação acurada em dada situação

Linha de base para comparações futuras

Mensurar progressos

Identificar e mensurar desvios de comportamento

Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13

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Avaliação Funcional

O quê Avaliar

Identificar fatores de risco!

Lachs 1992

Quando Avaliar?

Rastreamento

Eventos precipitantes

Monitorar efeitos do tratamento

Pesquisas

Acompanhamento clínico

Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13

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Avaliação Funcional

Quem deve avaliar?

Conhecimento do teste (manual)

Uniformização do teste

Treinamento sistematizado do profissional ou equipe

Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13

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Avaliação Funcional

Testes padronizados Objetivo: Estabelecer confiabilidade e validade no

mais alto nível possível

Confiabilidade: Habilidade de medir o fenômeno consistentemente. Um teste/instrumento é confiável se ele mede consistentemente sobre condições que poderiam causar erros.

Validade: É a propriedade da medida que responde a seguinte questão: “Em qual grau este teste mede aquilo que pretende medir?

Kane, R. Kane, R. Assessing Older Persons. Oxford Press. 2000. 1; 1-13

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Avaliação Funcional

“Uma tentativa sistematizada de mensurar objetivamente os níveis nos quais uma pessoa está

funcionando numa variedade de áreas tais quais integridade física, qualidade da auto-manutenção,

qualidade no desempenho dos papéis, estado intelectual, atividades sociais, atitude em relação

a si mesmo, e o estado emocional”

Lawton, 1971

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Interacting Dimensions of Geriatric Assessment – Hazzard 2003;5ºEd;100

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Classificação Internacional de Funcionalidade (OMS)

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O Modelo da World Health Organization, 1980

Impairment Disability Handicap

Deficiência Incapacidade Limitação

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Atividades Básicas de Vida Diária

- vestir-se

- tomar banho

- alimentar-se

- uso do banheiro

- Continência

Atividades Instrumentais de Vida Diária

- tarefas domésticas básicas

- compras

- cozinhar

- Manejo financeiro

- uso de meios de transporte

- uso do telefone

- administração de medicações

Mobilidade

- caminhar

- habilidade de subir um lance de escadas

- equilíbrio e marcha

- transferências

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Avaliação Funcional

“...Avaliação funcional é o processo sistemático de identificar ou diagnosticar as capacidades e

deficiências dos indivíduos em risco, diferenciando o que faz parte do

envelhecimento normal e patológico...”

Bernstein - 1992

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Avaliação Funcional

“...refere-se á habilidade da pessoa em realizar atividades do dia a dia necessárias para a

sobrevivência na sociedade moderna...e inclui 3 grandes domínios: atividades de vida diária,

atividades intermediárias de vida diária e mobilidade...”

Spector - 1990

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AUTONOMIA

É a capacidade individual de decisão e comando sobre as ações,

estabelecendo e seguindo as próprias regras. O conceito inclui os seguintes

elementos: privacidade, livre escolha, autogoverno e regulação, independência

moral e liberdade individual para satisfazer nossas necessidades e sentimentos.

INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

Refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios. Está ligada à

mobilidade e à capacidade funcional, permitindo que o indivíduo viva sem

requerer ajuda para a execução das atividades básicas e instrumentais de vida

diária.

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INCAPACIDADEÉ um termo que abrange disfunções, limitação de atividades

(incapacidade) ou restrição na participação (deficiência).

FUNCIONALIDADEÉ um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e

participação.

Prof. Edgar Nunes de Moraes

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INCAPACIDADE

Conseqüência de uma limitação para o desempenho de atividades

DISFUNÇÃO / DOENÇA

Qualquer anormalidade da estrutura e da aparência do

corpo e da função de um órgão ou sistema, resultante de

qualquer causa. Distúrbio no âmbito do órgão.

DEFICIÊNCIA:

É a experiência que o indivíduo tem das suas desvantagens, resultantes das

disfunções e incapacidades.Interação do indivíduo com o meio, isto é, a sua

adaptação em função das oporturnidades e restrições de que dispõe.

Prof. Edgar Nunes de Moraes

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Deficiência - Impairment

Incapacidade - Disability

Limitação - Handicap

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Instrumentos de Avaliação Funcional

Paixão Jr. CM, Reichenheim ME. Uma revisão sobre instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso. Caderno de Saúde

Pública, Rio de Janeiro, 21(1):7-19. 2005

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Instrumentos de Avaliação Funcional

Katz

Lawton

Barthel

MIF

Tinetti / POMA

Timed Get up and Go

Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington, Mass.:Lexington Books, 1981.

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Atividades de Vida Diária

Katz –A. Independente em todas as funçõesB. Dependente em uma das funções.C. Dependente no banho e mais uma função. D. Dependente no banho, no vestir-se, e em mais uma função.E. Dependente no banho, no vestir-se, na ida ao vaso sanitário, em mais uma função.F. Dependente no banho, no vestir-se, na ida ao vaso sanitário, na transferência, e em mais uma função.G. Dependente em todas as funções.Outros: dependente em duas funções, mas não classificávelcom C, D, ou E.

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Atividades Básicas de Vida diária

Banho

Vestir-se

Ida ao Vaso Sanitário

Transferência

Continência

Alimentação

Katz S, Downs TD, Cash HR. Gerontologist. 1970;10:20-30 - Adaptação

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Floriano PJ. O perfil de idosos assistidos por uma equipe de saúde da família do centro de saúde de Souzas, no município de

Campinas SP. 2004. Dissertação de mestrado. Unicamp. 05-158.BFE.

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Atividades Instrumentais de Vida Diária

Usar o telefone

Fazer compras

Preparo de alimentos

Arrumação da casa

Lavar roupas

Meio de transporte

Controle de medicações

Controle das próprias finanças

Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist 1969;9:179-86.

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Freitas & Py. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006. Guanabara Koogan. Apêndice - 1535.

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Atividades Avançadas de Vida Diária

Trabalhar

Participar de atividades voluntárias na comunidade

Viajar longas distâncias sozinho

Praticar esportes

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Medida de Independência Funcional

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Medida de Independência Funcional

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Health assessment Questionnaire

Ferraz MB, Oliveira LM.Cross Cultural Reliability of the physical ability dimention of the health assessemnt questionnaire. 1990. 17 – 813-17

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Avaliação de Mobilidade

Timeg Get up and Go

Alcance

POMA

Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington, Mass.:Lexington Books, 1981.

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Avaliação da Mobilidade

Solicitar ao paciente a levantar-se de uma cadeira, caminhar por 3 metros, retornar e sentar-se novamente.

Cronometrar o Tempo gasto

MATHIAS, S; NAYAK , USL; ISAACS, B. Balance in Elderly Patients:The Get Up and Go Test.Arch. Phys.Med.Rehabil.

1986; 67:387-389.

PODSIADLO D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am

Geriatr Soc 1991;39:142-8

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Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.

Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.

Page 43: Módulo 4 - Aula 4

Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.

Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.

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Paula JAM. Avaliação do idoso: capacidade funcional, independência e sua relação com outros indicadores de saúde.

Unicamp. 2007. Tese de Doutorado. 07-008.BFN.

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Avaliação da Mobilidade

O indivíduo é instruído que tome a seguinte posição: em pé, descalço, perpendicular a parede, próximo ao início da fita métrica, com os pés paralelos numa posição confortável, sem tocá-la, com o ombro fletido em 90° e o cotovelo estendido. O punho permanece em posição neutra e os dedos fletidos.

A fita métrica é presa à parede, paralela ao chão, posiciona-se na altura do acrômio do voluntário. A medida inicial corresponde à posição em que o terceiro metacarpo se encontrava nesta fita.

O idoso é instruído a inclinar-se para frente, o máximo possível, sem perder o equilíbrio ou dar um passo. Deve ser verificado o deslocamento sobre a fita métrica.

Deve-se observar cuidadosamente se o idoso não retira os seus calcanhares do apoio no chão. Caso isto ocorra, deve ser desconsiderada a medida e nova tentativa realizada.

São feitas três tentativas de alcance funcional e a média destas é registrada

Duncan PW,Weiner DK, Chandler J,Studenski S. Functinal reach: A New Clinical Measure of Balance. Journal of Gerontology 1990;45(6):M192-197

Page 46: Módulo 4 - Aula 4

Ishizuka MA. Avaliação e comparação dos fatores intrínsecos dos riscos de queda em idosos com diferentes estatus funcionais.

Unicamp.2003. Tese de Mestrado.03-068. BFE

Page 47: Módulo 4 - Aula 4

Ishizuka MA. Avaliação e comparação dos fatores intrínsecos dos riscos de queda em idosos com diferentes estatus funcionais.

Unicamp.2003. Tese de Mestrado.03-068. BFE

Page 48: Módulo 4 - Aula 4

Avaliação Funcional

Atividades de Vida Diária

Atividades Instrumentais de Vida Diária

Avaliação da Mobilidade

Kane RA, Kane RL. Assessing the elderly: a practical guide to measurement. Lexington, Mass.:Lexington Books, 1981.

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Michelangelo - Capela Sistina Sec XVI

Corte Sagital do Cérebro

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Obrigado!!!

[email protected]

Dr. Virgílio Garcia Moreira

Residência em Clínica Médica HMP

Especialista em Geriatria e Gerontologia Unati/UERJ

Médico do Serviço de Geriatria do CIPI/UnATI/UERJ

Mestrando da FCM/UnATI/UERJ

Pesquisador rede FIBRA – Fragilidade em Idosos Brasileiros – CNPQ / FAPERJ

Pesquisador GeronLab – Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano – UERJ

Professor de Clínica Médica do MEDGRUPO - MEDCURSO

Membro do Grupo de Cuidados Paliativos da SBGG-RJ